Economia Aula 01 - Lfg

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Curso para Concursos - ECONOMIA Professor: Carlos Ramos Módulo 01 Macroeconomia: Conceitos Básicos 1. Conceitos básicos da Macroeconomia 1.1. O Fluxo circular da Renda O sistema econômico de qualquer país existe basicamente para atender às suas necessidades de produção dos mais diversos bens e serviços. Para compreender bem o funcionamento da economia, num nível macro, devemos ter em mente que existem quatro grandes setores interagindo continuamente: a) Um setor formado pelas empresas, que correspondem às unidades produtivas do país e são responsáveis pela Oferta Doméstica de bens e serviços b) Um setor formado pelos indivíduos, que buscam adquirir os diversos bens e serviços que atenderão suas necessidades; c) Um setor correspondente ao Governo, que se apropria de parte da renda gerada na economia, e com isso realiza um certo nível de demanda por bens e serviços; d) Um setor externo, formado pelo “Resto do Mundo”, ou seja, por todos os demais países com os quais nossa economia hipotética mantém relações comerciais. Vamos, por enquanto, abstrair os setores Governo e Resto do Mundo, e imaginemos uma economia fechada e sem Governo, funcionando apenas com os setores empresase indivíduos. Vamos também supor que não haja acumulação de capital, ou seja, que as empresas não aumentem sua capacidade produtiva (portanto, estaremos imaginando, por enquanto, que as empresas não adquirem bens de capital máquinas, equipamentos, etc). Esse modelo teórico, bastante simplificado, corresponde a uma “economia fechada, sem formação de capital e sem Governo”. Após destacarmos alguns aspectos essenciais desse modelo mais simples, iremos gradativamente introduzir novas variáveis, até chegarmos ao modelo mais completo, o de uma “economia aberta, com formação de capital e com Governo.

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Curso para Concursos - ECONOMIA Professor: Carlos Ramos

Módulo 01 – Macroeconomia: Conceitos Básicos

1. Conceitos básicos da Macroeconomia

1.1. O Fluxo circular da Renda

O sistema econômico de qualquer país existe basicamente para atender às suas necessidades de produção

dos mais diversos bens e serviços. Para compreender bem o funcionamento da economia, num nível macro,

devemos ter em mente que existem quatro grandes setores interagindo continuamente:

a) Um setor formado pelas empresas, que correspondem às unidades produtivas do país e são

responsáveis pela Oferta Doméstica de bens e serviços

b) Um setor formado pelos indivíduos, que buscam adquirir os diversos bens e serviços que atenderão

suas necessidades;

c) Um setor correspondente ao Governo, que se apropria de parte da renda gerada na economia, e com

isso realiza um certo nível de demanda por bens e serviços;

d) Um setor externo, formado pelo “Resto do Mundo”, ou seja, por todos os demais países com os quais

nossa economia hipotética mantém relações comerciais.

Vamos, por enquanto, abstrair os setores Governo e Resto do Mundo, e imaginemos uma economia fechada e

sem Governo, funcionando apenas com os setores “empresas” e “indivíduos”. Vamos também supor que não

haja acumulação de capital, ou seja, que as empresas não aumentem sua capacidade produtiva (portanto,

estaremos imaginando, por enquanto, que as empresas não adquirem bens de capital – máquinas,

equipamentos, etc).

Esse modelo teórico, bastante simplificado, corresponde a uma “economia fechada, sem formação de capital

e sem Governo”. Após destacarmos alguns aspectos essenciais desse modelo mais simples, iremos

gradativamente introduzir novas variáveis, até chegarmos ao modelo mais completo, o de uma “economia

aberta, com formação de capital e com Governo.

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Continuando, o setor “empresas” basicamente produz bens e serviços. Para isto, necessita utilizar fatores de

produção (Terra/Recursos Naturais, Trabalho e Capital). Porém, esses fatores de produção pertencem ao

setor “indivíduos”.

Portanto, as empresas necessitam “comprar” o uso desses fatores de produção, pagando aos seus

proprietários algum tipo de remuneração ou renda. Assim, as empresas pagam salários aos donos do fator de

produção Trabalho, em troca de algumas horas mensais de mão-de-obra; pagam também aluguéis aos

proprietários do fator Terra/Recursos Naturais, e pagam lucros e juros aos donos do fator Capital.

O valor desses pagamentos, feitos pelas empresas, corresponde ao seu custo de produção, e formará o valor

da produção de bens e serviços. Note que, nessa concepção, os lucros não pertencem às empresas;

representam na verdade um custo de produção, pois equivalem à remuneração exigida pelos donos do fator

de produção Capital. O lucro é uma remuneração do acionista, portanto é também uma forma de renda.

As relações entre esses dois setores – indivíduos e firmas - podem ser representadas através do esquema a

seguir, que mostra o Fluxo Circular da Renda:

As linhas cheias representam o “lado real” da economia: o fluxo de fatores de produção fornecidos pelos

indivíduos às empresas, que empregam estes recursos na geração de vários bens e serviços, que por sua vez

serão destinados a atender às necessidades dos próprios indivíduos.

As linhas tracejadas representam o “lado monetário” desse fluxo, sendo formado pelos pagamentos que as

empresas fazem aos proprietários dos fatores de produção, como remuneração (renda) devida pelo uso dos

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fatores, e os pagamentos que as pessoas fazem às empresas, pela compra dos bens e serviços ofertados pelas

mesmas.

Assim, do ponto de vista Macroeconômico, ou seja, olhando para o Produto Agregado gerado por uma

economia durante certo período de tempo, podemos notar que seu valor é igual à Renda Agregada, isto é, à

soma dos rendimentos pagos ao setor “indivíduos” durante esse mesmo período de tempo.

Produto Agregado = Renda Agregada

Renda Agregada = Salários (w) + Aluguéis (a) + Lucros (l) + Juros (j)

Sendo toda a Renda Agregada utilizada pelas pessoas para adquirir bens de consumo, e todo o Produto

Agregado composto por bens dessa natureza, já podemos perceber que, numa economia fechada, sem

Governo e sem formação de capital, teremos:

Produto Agregado = Renda Agregada = Despesa Agregada

Essa é a chamada identidade macroeconômica fundamental. Ela nos mostra que podemos calcular o nível de

atividade econômica de um país através de três óticas:

a) Pela ótica da produção, somando todos os bens e serviços finais gerados pelo setor Empresas de um

país durante certo período de tempo;

b) Pela ótica da renda, somando todos os rendimentos obtidos pelo setor Indivíduos durante esse

mesmo período;

c) Pela ótica da despesa, somando todos os gastos realizados pelos indivíduos, com a aquisição dos bens

e serviços gerados pelas empresas.

Vejamos a seguir alguns aspectos importantes em relação ao conceito de Produto Agregado.

1.2. Produto Interno Bruto – PIB

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O Produto Interno Bruto é sem dúvida uma das variáveis macroeconômicas mais conhecidas. É também um conceito agregado, e corresponde ao somatório de todos os bens e serviços finais, produzidos dentro das fronteiras geográficas de um país, durante certo período de tempo. Usualmente os órgãos governamentais costumam divulgar dados do PIB anual ou mesmo trimestral do país.

Note que só entram no cálculo do PIB os bens finais, isto é, aqueles bens que não serão mais “transformados” em outros bens. Assim, a produção de matérias-primas, insumos, embalagens, peças e componentes, etc, não é contabilizada no cálculo do PIB, para evitar o problema da dupla contagem.

Explicando melhor: no cálculo do PIB, devemos levar em consideração a produção de bens e serviços realizada pelas empresas situadas dentro do país (sejam elas nacionais ou estrangeiras) durante certo período de tempo. No entanto, parte dessa produção é comprada pelas próprias empresas, pois vários bens e serviços se constituem em insumos para outros bens e serviços. Tais insumos são chamados bens intermediários, e seus valores já estão embutidos no valor dos bens finais, portanto não podem ser computados no cálculo do Produto Interno Bruto; caso contrário, causariam o problema da dupla contagem.

Assim, no cálculo do PIB, vamos considerar, por exemplo, o valor da produção de pão, mas não podemos somar novamente o valor da produção do trigo, do fermento, do sal, da farinha de trigo, etc. Senão, estaríamos somando duas vezes os mesmos valores. O PIB do país seria superestimado. O valor da produção de pão (bem final) já contém, embutido no preço do próprio bem, o valor dos insumos intermediários e das matérias-primas utilizadas em fases anteriores do processo produtivo.

Note que os bens finais podem ser bens de consumo ou bens de capital. Os bens de consumo são aqueles bens prontos, destinados à utilização pelos indivíduos. Os bens de capital, por sua vez, são também bens “prontos”, acabados (portanto, não são bens intermediários), mas serão utilizados pelas próprias empresas, sendo “consumidos” gradativamente ao longo de sua vida útil: são as máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, instrumentos, etc, que formam o estoque de capital das firmas.

Assim, podemos afirmar que:

PIB = produção de bens e serviços finais

PIB = produção de bens de consumo + produção de bens de capital

No Brasil, o órgão responsável pelo cálculo do PIB, e de outros agregados macroeconômicos, é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Na sua metodologia, o IBGE calcula tanto a produção dos bens e serviços finais (que compõem o valor do PIB) quanto a produção de bens e serviços intermediários (insumos, matérias-primas, etc), usando a denominação “Consumo Intermediário”.

Somando-se o valor do Consumo Intermediário com o valor do PIB, temos, de forma simplificada, o Valor Bruto da Produção (VBP):

VBP = PIB + Consumo Intermediário

Isso é o mesmo que escrever:

Valor Bruto da Produção =

= Produção de bens e serviços finais + Produção de bens e serviços intermediários

Como o PIB desconsidera a produção intermediária, para evitar o problema da dupla contagem, seu valor corresponde de fato ao total do Valor Adicionado por cada uma das empresas ao Produto Agregado da economia.

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1.3. PIB a Custo de Fatores X PIB a Preços de Mercado

Voltando agora para nossa identidade macroeconômica fundamental, numa economia fechada e sem governo podemos constatar que o valor do Produto Agregado gerado pelas empresas é igual ao total da Renda Agregada recebida pelos indivíduos, e que toda ela é utilizada na compra de bens de consumo, formando a Despesa Agregada.

Assim, teremos:

Produto Agregado = Renda Agregada = Despesa Agregada

Produto Interno Bruto = Renda Interna Bruta = Despesa Interna Bruta

Vamos a partir de agora considerar que, além do setor empresas produzir bens de consumo, para atender às necessidades dos indivíduos, este setor produz também bens de capital – máquinas, equipamentos, ferramentas, etc – para atender às necessidades do próprio setor, mais especificamente daquelas firmas que desejam ampliar sua capacidade produtiva.

Assim, surge uma variável nova na nossa análise: o investimento, que corresponde às despesas que as empresas fazem com a aquisição de bens de capital, junto às demais empresas que produzem tais bens.

Conseqüentemente, no valor da Despesa Agregada, deverá constar a compra de bens de consumo e também a compra de bens de capital.

Assim, teremos, numa economia fechada, com formação de capital, e sem Governo, a seguinte igualdade:

Produto Agregado = Renda Agregada = Despesa Agregada

PIB = w + a + j + l = consumo + investimento

PIB = w + a + j + l = consumo + investimento

Ou seja, o valor da produção final de bens e serviços é igual à soma dos rendimentos pagos pelas empresas aos donos dos fatores de produção, que por sua vez gastam parte da sua renda com a compra de bens de consumo.

A parcela da renda que não é gasta pelas pessoas com a compra de bens de consumo corresponde à poupança da economia. Estes recursos podem ficar no mercado financeiro, na forma de algum tipo de aplicação feita no sistema bancário, por exemplo, e são canalizados para a oferta de empréstimos às empresas, permitindo que as mesmas realizem seus gastos de investimento.

Incluindo agora o Setor Governo em nossa análise, teremos algumas conseqüências importantes:

a) Além de pagar salários, aluguéis, juros e lucros aos proprietários dos fatores de produção, várias

empresas também necessitam pagar tributos indiretos ao Governo (incidentes sobre a produção de

bens e serviços); como tais tributos tendem a ser repassados para o consumidor final, sua presença faz

com que o valor de vários produtos no mercado aumente em relação aos seus custos de produção;

b) Algumas empresas, por outro lado, receberão subsídios do Governo para vender bens e serviços a um

preço mais baixo;

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c) O Governo vai cobrar tributos (diretos e indiretos) para financiar seus próprios gastos com a compra

de bens e serviços, necessários à manutenção de suas atividades;

Com essas informações, podemos então observar que:

1) O PIB calculado pela fórmula PIB = w + a + j + l corresponde a um produto a custo de fatores, ou seja,

avaliado pelo seu custo de produção referente às remunerações pagas aos proprietários dos fatores de

produção (não estamos ainda considerando os efeitos da depreciação, que será abordada no próximo

tópico), mas, quando essa produção chega de fato ao momento da sua comercialização para o

consumidor final, alguns bens e serviços ficarão mais caros, pela presença dos tributos indiretos, e

outros se tornarão mais baratos, devido aos subsídios, de modo que seu valor a preços de mercado

será dado pela expressão:

PIBpm = PIBcf + Ti - sub

2) O PIB é formado pela produção de bens de consumo (comprados pelos indivíduos) e bens de capital

(comprados pelas empresas). Note, porém, que o Governo também compra bens produzidos pelas

empresas e, portanto, deveremos incluir no cálculo do PIB, pela ótica da despesa, o Gasto do Governo:

DIBpm = Consumo + Investimento + Gasto do Governo= PIBpm

PIBpm = C + I + G

Uma conseqüência importante dessa equação é que parte da produção de bens e serviços finais do país se destina a atender à demanda do Governo. Veremos mais adiante que o gasto público acaba se tornando um instrumento de política fiscal, capaz de estimular um aumento da produção.

Outra variável que devemos considerar, quando incluímos o Governo no nosso modelo econômico, é a arrecadação de tributos, indicada pela letra “T”. Para financiar seus gastos, o Governo necessita cobrar tributos dos indivíduos, de modo que podemos ter as seguintes situações:

a) G = T -> representa uma situação de equilíbrio fiscal, na qual toda a arrecadação tributária financia os

gastos correntes do Governo;

b) G < T -> refere-se a uma situação na qual o Governo obtém superávit em conta-corrente, ou seja,

representa a Poupança do Governo:

Sg = T - G

c) G > T -> representa um déficit em conta-corrente do Governo; o total de gastos correntes superou a

arrecadação tributária, levando o Governo a recorrer a algum mecanismo complementar de

financiamento, como, por exemplo, a obtenção de empréstimos bancários ou a emissão de títulos da

dívida pública.

Neste modelo teórico que estamos analisando, a variável “G” corresponde a gastos correntes do Governo, ou seja, gastos com a compra de bens de consumo (chamados de “gastos correntes”). Portanto, quando temos G>T, isto significa um déficit com conta-corrente do Governo – não é ainda o déficit público no seu conceito mais amplo.

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Para termos o valor total do déficit público, deveríamos também incluir o valor dos investimentos feitos pelo Governo (chamados de “gastos de capital”). Assim, temos a seguinte situação: o Governo pode apresentar, ao mesmo tempo, poupança em conta-corrente, e déficit público. Vejamos o exemplo numérico a seguir:

· Gastos correntes do Governo durante o ano de 2009: $ 400

· Arrecadação Tributária durante o ano de 2009: $ 520

· Investimentos públicos durante o ano de 2009: $ 180

Calculando o resultado corrente do Governo, teremos: T – G = 520 – 400 = 120 -> poupança do governo em conta corrente. Note que o Governo “economizou” $ 120, mas fez investimentos públicos da ordem de $ 180, portanto seu déficit público foi igual a 180 – 120 = 60.

Em outras palavras, podemos dizer que o déficit público representa um excesso de investimento público sobre a poupança em conta-corrente do Governo.

Déficit Público e Dívida Pública

Esses dois conceitos são muito relacionados, porém se referem a coisas distintas:

a) O déficit público corresponde ao resultado negativo do Governo, apurado durante certo período de tempo; em outras palavras, trata-se do excesso dos gastos governamentais (gastos correntes e gastos de capital) sobre as receitas. O déficit público é considerado uma variável econômica do tipo “fluxo”, pois é mensurado ao longo de certo período de tempo, normalmente durante um ano.

b) A dívida pública, por sua vez, corresponde ao saldo acumulado de todos os compromissos financeiros a pagar, portanto refere-se ao somatório de todas as obrigações financeiras que o Governo deve aos demais agentes econômicos, tais como bancos, compradores dos títulos públicos e demais credores. A dívida pública é considerada uma variável do tipo “estoque” porque é mensurada num dado instante do tempo, ou seja, num determinado dia.

A relação entre estes dois conceitos se dá na medida em que a ocorrência de déficit público, durante um determinado ano, provoca a necessidade do Governo de tomar novos empréstimos, o que resulta no crescimento da sua dívida pública. Sucessivos déficits provocam o crescimento da dívida pública no longo prazo.

Em casos extremos, alguns países chegam a apresentar uma dívida pública superior ao próprio PIB. Isto só é possível porque muitos compromissos que estão embutidos na dívida pública têm um prazo de pagamento bastante dilatado (alguns títulos públicos podem chegar a 10, 20, 30 ou mais anos no seu prazo de vencimento) de modo que é possível para o Governo fazer a “rolagem” da dívida, isto é, tomar novos empréstimos para refinanciar aqueles que estão vencendo no curto prazo.

1.4. Produto Bruto X Produto Líquido

A equação PIBpm = C + G + I nos mostra quem demanda os bens e serviços gerados pelo sistema econômico durante certo período de tempo, numa economia fechada:

· “C” corresponde às despesas de consumo dos indivíduos;

· “G” corresponde às despesas de consumo do Governo;

· “I” corresponde aos gastos de investimento feitos pelas empresas, e se compõe de:

Ø Formação bruta de capital fixo (FBCF), que corresponde às compras de bens de capital feitas

por empresas (por exemplo, quando compram máquinas, instrumentos, equipamentos,

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ferramentas, etc, para ampliar sua capacidade produtiva); trata-se do investimento planejado

pelas empresas;

Ø Variação de estoques (VE); representam as mercadorias que foram produzidas e ainda não

foram vendidas ao término do período de tempo considerado (por exemplo, as mercadorias

que as empresas possuem em estoque ao final do exercício); correspondem ao chamado

investimento não-planejado pelas empresas;

I = FBCF + VE

à Algumas observações importantes:

1. A variação de estoques (VE) representa a diferença entre o valor dos estoques de mercadorias em poder das empresas ao final de um período e o valor desses estoques ao final do período imediatamente anterior;

2. Investimento no sentido das Contas Nacionais representa um gasto, uma despesa; no sentido cotidiano utiliza-se a palavra investimento como sinônimo de aplicação financeira, compra de ações, etc... No

âmbito das Contas Nacionais, ao se contabilizar os agregados macroeconômicos, isso não é considerado como “investimento”, mas sim como “poupança”.

3. O total do investimento num certo ano corresponde à compra de bens, equipamentos, máquinas, etc, novos, fabricados naquele ano. Isso significa que a compra de ativos usados, de segunda mão, não

representa investimento, pois não está aumentando a capacidade produtiva da economia.

Um conceito relacionado é o de Depreciação, que corresponde ao desgaste gradativo do capital físico (máquinas, equipamentos, veículos, etc).

Constantemente as empresas necessitam fazer uma reposição de parte dos seus bens de capital desgastados. Dessa forma, uma parte do Investimento feito na economia se destina a repor as perdas correspondentes à depreciação, o que nos leva à diferenciação entre Investimento Bruto e Investimento Líquido:

IL = IB – d

· IL = Investimento Líquido (aumento efetivo da capacidade produtiva da economia);

· IB = Investimento Bruto (Formação Bruta de Capital + Variação de Estoques);

· d = Depreciação no período.

Assim, a expressão completa para definir o Investimento Líquido na economia é:

IL = FBCF + VE – d

A depreciação nos leva também a criar a distinção entre Produto Interno Bruto e Produto Interno Líquido:

PIL = PIB – d

Sendo assim, note que, para calcularmos o valor do PIBpm, pela ótica da renda, devemos fazer:

PIBpm = w + a + j + l + d +Ti - sub

Isto porque a soma (w + a + j + l) corresponde, de fato, ao Produto Interno Líquido a custo de fatores. A depreciação deve ser incluída nessa soma, para termos o valor do Produto Interno Bruto a custo de fatores.

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Além disso, somando-se os Tributos indiretos e subtraindo-se os subsídios, teremos o Produto Interno Bruto a Preços de Mercado.

1.5. Produto Interno Bruto X Produto Nacional Bruto

Precisamos agora incluir o setor externo, também chamado de Resto do Mundo, correspondente aos demais países, que mantém relações econômicas com o nosso país.

Do lado da Oferta de bens e serviços finais, teremos a soma de toda a produção final de bens e serviços realizada dentro das fronteiras territoriais do país, o que corresponde ao seu Produto Interno Bruto (PIB) mais a produção de bens e serviços vinda do Resto do Mundo, relativas às Importações de bens e serviços não-fatores (M).

Oferta de bens e serviços finais = PIBpm + M

Do lado da Demanda por bens e serviços finais temos que incluir as compras que o Resto Mundo faz junto ao nosso país, e que correspondem às nossas Exportações de bens e serviços não-fatores (X):

Demanda por bens e serviços finais = C + I + G + X

De modo que podemos então escrever o seguinte:

Oferta de bens e serviços finais = Demanda por bens e serviços finais

Logo,

PIBpm + M = C + G + FBCF + VE + X

Podemos então calcular o PIBpm pela ótica de despesa, fazendo:

PIBpm = C + G + FBCF + VE + X - M

No que se refere agora às relações com o Resto do Mundo, observe que Exportações e Importações são relativas à compra e venda de bens e “serviços não-fatores”, ou seja, serviços que não representam “remuneração”. Estamos falando de fretes, seguros, turismo, etc..., que são pagamentos (ou recebimentos) feitos a firmas pela compra (ou venda) de serviços não-fatores.

Outros pagamentos, tais como remessa de lucros, dividendos, juros, etc, são feitos das firmas aos indivíduos,

a titulo de remuneração, e nesse caso são chamados de “serviços de fatores”, sendo considerados nas

seguintes variáveis:

§ Renda Enviada ao Exterior (REE): representa uma parcela da renda gerada internamente, nos limites

territoriais do nosso país, mas que não pertence aos nacionais. Como exemplos, temos a remessa de

lucros de uma empresa estrangeira para sua matriz no exterior, o pagamento de juros da dívida

externa, etc.

§ Renda Recebida do Exterior (RRE): representa exatamente o fluxo contrário, ou seja, trata-se de uma

parcela da renda gerada em outro país, que se agrega à renda nas mãos dos nacionais. Por exemplo,

recebimento de lucros obtidos por filiais de uma empresa nacional situada em outro país.

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§ Renda Líquida de Fatores Externos (RLFE): constitui-se na diferença entre a Renda Recebida do

Exterior e a Renda Enviada ao Exterior:

RLFE = RRE - REE

Quando um país recebe mais renda do exterior do que envia, a Renda Líquida de Fatores Externos é positiva; em caso contrário, é negativa.

Nessa segunda hipótese, é muito comum se usar a expressão “Renda Líquida Enviada ao Exterior”:

RLEE = REE – RRE

Se a Renda Líquida Enviada ao Exterior é positiva, isso significa que REE > RRE, quer dizer, o país envia mais renda para o exterior do que recebe. Quando a RLEE é negativa, acontece exatamente o oposto.

Essas remessas e recebimentos de renda vão provocar um ajuste no conceito de Produto. Vamos ter que diferenciar o Produto Nacional do Produto Interno.

Vimos que o Produto Interno Bruto corresponde de fato ao total de bens e serviços finais produzidos por um determinado país, num certo período de tempo, dentro de suas fronteiras territoriais. Corresponde assim à Renda Interna Bruta, originada na produção de bens e serviços que se deu dentro dos limites territoriais de um país.

Porém, parte do PIB (ou seja, parte da Renda Interna Bruta) vai remunerar indivíduos que estão fora do país, através da remessa de lucros, juros, aluguéis, etc. Isto significa que nem toda a renda gerada internamente vai de fato pertencer aos residentes no país. Portanto, para calcularmos quanto é realmente a Renda Nacional

Bruta, devemos abater do PIB a Renda Enviada ao Exterior.

Além disso, os residentes no país recebem remuneração por serviços prestados em outros países. Assim, para encontrar o valor da RNB, precisamos somar ao PIB a Renda Recebida do Exterior.

Assim, teremos a seguinte relação:

PIB – REE + RRE = PNB

O Produto Nacional Bruto (Renda Nacional Bruta) corresponde à renda que pertence efetivamente aos nacionais, incluindo a renda recebida do exterior e excluindo a renda enviada para o exterior.

Outra maneira de escrever essa relação entre PNB e PIB:

PIB – (REE – RRE) = PNB

Ou, simplesmente:

PIB – RLEE = PNB

1.6. Poupança, Investimento e Acumulação de Capital

Anteriormente abordamos os conceitos de Poupança e Investimento, agora vamos analisar com mais detalhes alguns aspectos fundamentais relativos a essas duas variáveis macroeconômicas:

a) Quem realiza a Poupança (S) são os indivíduos, quando deixam de gastar toda a sua Renda na compra

de bens de consumo, e resolvem “guardar” parte dessa Renda, mantendo esse valor na forma de

moeda, aplicações financeiras ou algum outro tipo de ativo. Para simplificar o raciocínio, vamos

imaginar que toda a poupança da economia seja mantida na forma de aplicações no sistema

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financeiro; estes recursos permitirão aos bancos fornecer empréstimos às empresas que desejam fazer

investimentos e ampliar sua capacidade produtiva, comprando mais máquinas e equipamentos.

b) Quem realiza o Investimento (I) são as empresas, quando compram bens de capital (junto às empresas

que produzem tais bens). Lembre que o investimento se compõe da formação bruta de capital fixo

(investimento planejado) e da variação de estoques (investimento não-planejado). Esse é um

investimento bruto; para encontrarmos o investimento líquido, devemos diminuir o valor da

depreciação do período.

Então, numa economia fechada e sem Governo, suponha que as empresas produziram, durante o ano de 2008, os seguintes bens e serviços finais:

· Bens de Consumo = $400

· Bens de Capital = $100

· Total do PIBpm = $400 + $100 = $500

Logo, a Renda dos indivíduos foi igual a $500. Suponha as pessoas fizeram gastos de consumo no total de $340. Do ponto de vista dos indivíduos, temos que a renda de $500 foi utilizada da seguinte forma: $340 de gastos de consumo + $160 de poupança. Do ponto de vista das empresas, temos que a produção de $500 foi “comprada” da seguinte maneira: $340 foram bens de consumo comprados pelos indivíduos + $100 relativos ao investimento planejado (Formação bruta de capital fixo) + $60 de investimento não-planejado (variação de estoques).

Observe, portanto, que:

Produto = Renda

C + FBCF + VE = C + S

Logo,

FBCF + VE = S

Ou , simplesmente,

I = S

Essa igualdade entre Investimento e Poupança pode ser representada também em termos líquidos:

FBCF + VE - d = Slíquida

Numa economia fechada e sem Governo, a poupança (S) é composta unicamente pela parcela da renda das pessoas que não é gasta com bens de consumo. Porém, numa economia aberta e com Governo, teremos as seguintes alterações:

a) Parte da Renda Interna Bruta será apropriada pelo Governo, através da cobrança de Tributos (T);

b) Parte da Renda Interna Bruta será enviada em termos líquidos ao exterior, através da RLEE.

Então, na presença do setor externo e do Governo, a utilização da renda interna bruta é vista na equação seguinte:

RIB = C + T + RLEE + S

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Mas, como vimos anteriormente, o PIB é “comprado” pelos diversos setores, como se segue:

PIBpm = C + G + I + X - M

Então, fazendo PIB = RIB, temos:

C + G + I + X – M = C + T + RLEE + S

Logo,

G + I + X – M = T + RLEE + S

Ou seja,

I = S + (T – G) + (M – X + RLEE)

O que essa equação nos mostra é que o Investimento Bruto (I) é financiado de três formas:

a) “S” corresponde à poupança bruta do setor privado (Sbsp);

b) “(T-G)” corresponde ao saldo do Governo em conta-corrente, também chamado de “poupança do

Governo” (Sg)

c) A soma “S + (T-G)” corresponde à Poupança bruta Interna;

d) A expressão “(M – X + RLEE)” representa a poupança do setor externo (Se), e corresponde ao déficit do

balanço de pagamentos em Transações Correntes (vamos explicar um pouco mais esse conceito a

seguir).

Podemos ainda escrever:

I = Sbsp + Sg + Se

Se estivermos considerando o Investimento Líquido, teremos:

I (líquido) = Slsp + Sg + Se

Sendo Slsp (poupança líquida do setor privado) = Sbsp – d.

Por sua vez, o Saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes, ou simplesmente Saldo de Transações correntes (TC) é dado pela seguinte fórmula:

TC = ( X + RRE ) - ( M + REE )

Ou seja, o Saldo de Transações Correntes é dado pela diferença entre as aplicações que o Resto do Mundo fez em nossa economia (X + RRE) a obtenção de recursos por parte do Resto do Mundo, fornecidos pelo nosso país (M + REE ).

§ Note que se as entradas de recursos (X + RRE) forem inferiores as saídas de recursos (M + REE) de nosso país, temos um Déficit em Transações Correntes.

§ Por outro lado, se as entradas de recursos (X + RRE) forem superiores as saídas de recursos ( M +

REE ) de nosso país, temos um Superávit em Transações Correntes.

à Agora, atenção redobrada para este conceito:

Se as entradas de recursos (X + RRE) forem inferiores as saídas de recursos (M + REE) de nosso país, teremos, como vimos, um Déficit em Transações Correntes.

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Em termos estritamente financeiros, podemos dizer saiu de nosso país uma quantidade de moeda estrangeira muito maior do que a que entrou. Porém, em termos reais, ou seja, em termos de quantidade de bens e serviços, entraram mais bens e serviços do que saíram no nosso país. O que isto significa? Significa que o Resto do Mundo financiou parte deste consumo feito pelo nosso país. Em outras palavras, usamos Poupança Externa para poder consumir mais do que vendemos ao exterior. Em suma, um Déficit em Transações

Correntes corresponde a uma Poupança Externa Positiva.

à Este sem dúvida é um dos conceitos mais cobrados em provas de concursos, que não se pode esquecer

de jeito nenhum!

Déficit em Transações Correntes à TC < 0 significa Poupança Externa Positiva à Se >0

De modo inverso, se as entradas de recursos (X + RRE) forem superiores as saídas de recursos (M + REE) de nosso país, teremos, como vimos, um Superávit em Transações Correntes.

Em termos estritamente financeiros, podemos dizer que entrou em nosso país uma quantidade de moeda estrangeira muito maior do que a que saiu. Porém, em termos reais, ou seja, em termos de quantidade de bens e serviços, saíram mais bens e serviços do que entraram no nosso país.

Isto quer dizer o quê? Nosso país financiou um consumo maior por parte do Resto do Mundo. Em outras palavras, mandamos poupança para o exterior, permitindo que o Resto do Mundo consumisse mais do que nos foi vendido. Assim, um Superávit em Transações Correntes corresponde a uma Poupança Externa

negativa.

Superávit em Transações Correntes à TC > 0 significa Poupança Externa Negativa à Se <0

Assim, temos:

TC = ( X + RRE ) - ( M + REE )

TC = X – M + RRE - REE

TC = X – M – REE + RRE

TC = X – M – (REE – RRE)

TC = X – M – RLEE

O Saldo de Transações Correntes pode ser encontrado a partir da diferença entre exportações e importações de bens e serviços não-fatores e da Renda Líquida Enviada ao Exterior.

A Poupança Externa, por sua vez, sempre terá o sinal contrário ao Saldo de Transações Correntes (quando um deles for positivo, o outro será negativo, e vice-versa):

Se = - TC

Page 14: Economia Aula 01 - Lfg

Resumo das Fórmulas deste módulo:

1) Agregados econômicos numa Economia Aberta, com formação de capital e com Governo:

PIBpm = RIBpm = DIBpm

S p.q (bens e

serviços finais) = w + a + j + l + d + Ti - sub = C + G + FBCF + VE + X - M

2) Investimento e Poupança

Investimento Líquido = Poupança Líquida

FBCF + VE – d = Slsp + Sg + Se

RNLcf - C T – G - TC

3) Poupança do Setor Externo

Se = - TC

TC = X – M - RLEE

4) Variações do Conceito de Produto

Pcf + Ti – sub = Ppm

PI – RLEE = PN

PB – d = PL

Questões de Concursos

01 – (AFRF 2005) – Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em unidades monetárias):

· Exportações de bens e serviços não fatores: 200

Page 15: Economia Aula 01 - Lfg

· Importações de bens e serviços não fatores: 300

· Renda Líquida enviada ao exterior: 100

Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas decorrentes de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que essa economia hipotética apresentou:

a) Déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 100

b) Saldo nulo no balanço de pagamentos em transações correntes

c) Déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 200

d) Superávit no balanço de pagamentos de 200

e) Superávit no balanço de pagamentos de 100

02 – (AFRF 2005) – Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em unidades monetárias):

· Variação de estoques: 50

· Poupança líquida do setor privado: 270

· Depreciação: 30

· Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes: 100

· Saldo do governo em conta corrente: 300

Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas decorrentes de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que a formação bruta de capital fixo dessa economia foi de:

a) 600

b) 620

c) 550

d) 520

e) 650

03 – (AFRF 2005) – Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em unidades monetárias):

· Investimento bruto total: 700

· Depreciação: 30

· Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes: 100

· Saldo do governo em conta corrente: 400

Com base nessas informações e considerando as identidades básicas decorrentes de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que a poupança líquida do setor privado foi igual a:

a) 170

b) 200

c) 140

d) 210

e) 120

04 – (AFRF 2005) – Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em unidades monetárias):

· Investimento privado: 500

· Investimento público: 100

· Poupança privada: 300

· Poupança do governo: 200

Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas decorrentes de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que essa economia hipotética apresentou:

a) Superávit no balanço de pagamentos em transações correntes de 100

b) Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes de 100

c) Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes de 200

d) Superávit no balanço de pagamentos em transações correntes de 200

e) Poupança externa de 150.

05 – (SEFAZ/RJ – FGV/2011) - Um determinado país envia renda no valor de $ 2.000 para o exterior e recebe rendas no valor de $ 3.000. Com base na informação acima, é correto afirmar que

a) PIB > PNB.

Page 16: Economia Aula 01 - Lfg

b) PIB < PNB. c) PIB = PNB. d) PIB < PNL. e) PNL > PNB.

06 – (ESAF/AFRF 2002) - Considere as seguintes informações:

· Importações de bens e serviços não fatores = 30;

· Renda líquida enviada ao exterior = 100;

· Variação de estoques = 10;

· Formação bruta de capital fixo = 200;

· Poupança líquida do setor privado = 80;

· Depreciação = 5;

· Saldo do governo em conta corrente = 60.

Com base nas identidades macroeconômicas básicas, que decorrem de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que as exportações de bens e serviços não fatores é igual a

a) 75

b) 65

c) 55

d) 50

e) 45

07 – (ESAF/Analista – BC – 2001) - Considere os seguintes dados, em unidades monetárias:

· Exportações de bens e serviços não fatores = 100;

· Importações de bens e serviços não fatores = 200;

· Renda líquida enviada ao exterior = 50;

· Poupança líquida do setor privado = 250;

· Depreciação = 10;

· Saldo do governo em conta corrente = 70;

· Variação de estoques = 80.

Com base no sistema de contas nacionais, é correto afirmar que a formação bruta de capital é igual a:

a) 400

b) 150

c) 250

d) 350

e) 500

08 – (ESAF/AFRF – 2005) - Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em unidades monetárias):

· Investimento bruto total: 700

· Depreciação: 30

· Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes: 100

· Saldo do governo em conta corrente: 400

Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas decorrentes de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que a poupança líquida do setor privado foi igual a:

a) 170

b) 200

c) 140

d) 210

e) 120

09 – (SEFAZ/RJ – FGV/2011) - O país Z possui uma economia com três setores: trigo, farinha e pão, que pode ser descrita da seguinte forma:

Trigo Farinha Pão Insumos $ 0 $ 1.000 $ 1.000

Page 17: Economia Aula 01 - Lfg

Valor Bruto da Produção

$ 1.000 $ 1.500 $ 2.000

Adicionalmente, as contas nacionais mostram que o total pago em salários é de $ 1.500, e o pagamento de juros é de $ 300. Com base nos dados acima, analise as afirmativas a seguir: I. O PIB dessa economia é de $ 2.000. II. O valor agregado do setor de farinha é de $ 500. III. O total pago com aluguéis não excede a $ 700. Assinale:

a) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. b) Se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. c) Se todas as afirmativas estiverem corretas. d) Se nenhuma afirmativa estiver correta. e) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

10 – (ESAF/ENAP – 2006) - Considere os seguintes dados:

· Exportações de bens e serviços não fatores = 200

· Importação de bens e serviços não fatores = 100

· Renda líquida enviada ao exterior = 200

· Variação de estoques = 30

· Poupança líquida do setor privado = 200

· Depreciação = 50

· Poupança do governo = 150

Com base nessas informações, a formação bruta do capital fixo foi de

a) 450

b) 550

c) 400

d) 470

e) 530

11 – (AFC - STN - ESAF) Considere:

· P = Produto Agregado; R = Renda Agregada; I = Interno; N = Nacional; B = Bruto; L = Líquido; cf = custo de fatores; pm = preços de mercado

Supondo que:

· PIBcf = 1.000

· Depreciação = 20

· Renda Enviada ao Exterior = 150

· Renda Recebida do Exterior = 50

· Impostos Indiretos = 30

· Subsídios = 10

Pode-se afirmar que o PNBpm e RNLcf serão, respectivamente:

a) 880 e 900.

b) 1.180 e 1.020.

c) 920 e 900.

d) 1.180 e 880.

e) 920 e 880.

12 – (ESAF/AFRF 2002) – Considere um sistema de contas nacionais para uma economia aberta sem governo. Suponha os seguintes dados:

· Importações de bens e serviços não fatores = 100;

· Renda líquida enviada ao exterior = 50;

· Renda nacional líquida = 1.000;

· Depreciação = 5;

Page 18: Economia Aula 01 - Lfg

· Exportações de bens e serviços não fatores = 200;

· Consumo pessoal = 500;

· Variação de estoques = 80.

Com base nessas informações, é correto afirmar que a formação bruta de capital fixo é igual a:

a) 375

b) 275

c) 430

d) 330

e) 150

13 – (Fiscal/AP – FGV/2010) - Com relação à mensuração do PIB de uma economia, avalie as seguintes afirmativas:

I. O PIB não inclui bens e serviços produzidos no passado.

II. O PIB usa preços de mercado para ponderar os diferentes bens e serviços produzidos na economia.

III. O PIB inclui o valor dos bens e serviços intermediários e finais consumidos na economia.

Assinale:

a) Se apenas a afirmativa I estiver correta.

b) Apenas a afirmativa II estiver correta.

c) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) Se todas as afirmativas estiverem corretas.

14 – (STN/2008-ESAF) - Considere os seguintes dados, em unidades monetárias, referentes a uma economia hipotética:

· Consumo do Governo: 200;

· Transferências realizadas pelo Governo: 100;

· Subsídios: 20;

· Impostos Diretos: 300;

· Impostos Indiretos: 400;

· Outras Receitas Correntes do Governo: 120;

· Exportações de bens e serviços: 100;

· Importações de bens e serviços: 200;

· Renda Líquida Enviada ao Exterior: 100;

· Variação de Estoques: 100;

· Poupança Bruta do Setor Privado: 200.

Com base nessas informações, e considerando as identidades macroeconômicas básicas, é correto afirmar que a formação bruta de

capital fixo é igual a:

a) 950

b) 900

c) 700

d) 750

e) 800

15 – (Auditor TCM/PA-2008-FGV) - Seja uma economia fechada e sem governo com três setores produtores de trigo, farinha e pão, respectivamente.

Em Z$ Trigo Farinha Pão

VBP 100 500 900

CI 0 100 400

Na tabela acima, VBP indica Valor Bruto da Produção, e CI,Custos Intermediários. Sabendo-se que o montante total de salários pagos nessa economia é de Z$300, o total de pagamentos com aluguéis é de Z$200 e o total pago com juros é de Z$300, assinale a alternativa correta:

a) O PIB desse país é de Z$1500.

b) O lucro total dessa economia é de Z$200.

c) A renda total dessa economia é de Z$800.

d) O PIB é Z$500 maior do que a renda.

Page 19: Economia Aula 01 - Lfg

e) O PIB é de Z$900.

16 – (ICMS/SP-2002) - Os dados abaixo se referem às Contas Nacionais de um país, num determinado ano, em milhões de

unidades monetárias.

· Produto Nacional Bruto a custo de fatores = 1.057 · Impostos Indiretos = 60 · Subsídios = 15 · Depreciação = 85 · Renda enviada para o Exterior = 170 · Renda recebida do Exterior = 125

Conhecidos estes dados, pode-se afirmar que os valores do Produto Interno Líquido a preços de mercado e a Renda Interna Bruta a custo de fatores são, respectivamente:

a) 1.062 e 1.062 milhões de unidades monetárias. b) 1.602 e 1.102 milhões de unidades monetárias. c) 1.102 e 1.602 milhões de unidades monetárias. d) 1.062 e 1.102 milhões de unidades monetárias. e) 1.602 e 1.062 milhões de unidades monetárias.

17 – (INSS 2002) – Considere os seguintes dados:

· Produto Interno Bruto a custo de fatores = 1.000;

· Renda enviada ao exterior = 100;

· Renda recebida do exterior = 50;

· Impostos indiretos = 150;

· Subsídios = 50;

· Depreciação = 30.

Com base nessas informações, o Produto Nacional Bruto a custo de fatores e a Renda Nacional Líquida a preços de mercado são, respectivamente:

a) 1.250 e 1.050

b) 1.120 e 1.050

c) 950 e 1.250

d) 950 e 1.020

e) 1.250 e 1.120

18 – (ESAF) - Considere uma economia hipotética que só produza um bem final: pão. Suponha as seguintes atividades e transações num determinado período de tempo: o setor S produziu sementes no valor de 200 e vendeu para o setor T; o setor T produziu trigo no valor de 1.500, vendeu uma parcela equivalente a 1.000 para o setor F e estocou o restante; o setor F produziu farinha no valor de 1.300 e vendeu ao setor P; o setor P produziu pães no valor de 1.600 e vendeu-os aos consumidores finais. Com base nessas informações, o produto agregado dessa economia foi, no período, de:

a) 1.600

b) 2.100

c) 3.000

d) 4.600

e) 3.600

19 – (Analista Fiscal/TCE-RR-2006) - A Contabilidade Nacional da economia de um determinado país revela os seguintes valores em UM$ milhões:

• Produto Nacional Líquido a custo de fatores = 1.305,00.

• Renda Líquida Enviada ao Exterior = 330,00.

• Impostos Indiretos = 68,00.

• Subsídios = 43,00.

• Depreciação = 110.

• Gastos do Governo = 389,00.

• Importações = 98,00.

Qual o valor do Produto Interno Bruto a preços de mercado dessa economia?

a) 1.372,00.

b) 1.416,00.

c) 1.199,00.

d) 1.770,00.

e) 1.580,00.

Page 20: Economia Aula 01 - Lfg

20 – (Economista/ENAP-2006) - Com base nos conceitos macroeconômicos é incorreto afirmar que:

a) Se os subsídios forem iguais a zero, na existência de impostos indiretos, o Produto Interno Bruto a custo de fatores será

menor do que o Produto Interno Bruto a preços de mercado.

b) A diferença entre o Produto Interno Bruto e o Produto Nacional Bruto depende do sinal do saldo da conta de renda líquida

enviada ao exterior.

c) A dívida pública como percentual do Produto Interno Bruto não pode ser superior a 100%.

d) Considerando que a depreciação é sempre positiva, o Produto Interno Bruto é necessariamente maior do que o Produto

Interno Líquido.

e) O Produto Interno Bruto pode ser considerado o que se denomina variável fluxo.

21 – (TSP/EPE-2006) - Considere as informações que se seguem.

· Consumo privado = 500 · Investimento privado = 400 · Consumo do governo + investimento do governo = 300 · Exportações de bens e serviços = 100 · Importações de bens e serviços = 80 · Pagamento de juros sobre a dívida interna = 120 · Recebimento de renda vinda do exterior = 15 · Remessa de renda ao exterior = 5 · Tributos = 70

O PIB nesta economia é igual a: a) 1020; b) 1120; c) 1220; d) 1320; e) 1420.

22 – (Fiscal/AP – FGV/2010) - A tabela a seguir apresenta os dados de despesa de uma economia num determinado ano. Valores em milhões de unidades monetárias (u.m.):

Consumo 6000 Investimento 1000 Compras do governo 4000 Impostos 500 Exportações 500 Importações 700 Custo de capital 90

A partir dos dados da tabela, é correto afirmar que o PIB desta economia é de:

a) 10,8 bilhões de u.m.. b) 11,21 bilhões de u.m.. c) 11 bilhões de u.m.. d) 7 bilhões de u.m.. e) 6,8 bilhões de u.m..

23 – (Economista/Eletrobrás-2005) - O Produto Nacional Líquido a preços de mercado é igual ao:

a) Produto Nacional Bruto a preços de mercado – depreciação – impostos indiretos + subsídios; b) Produto Nacional Bruto a preços de mercado – impostos indiretos + subsídios; c) Produto Nacional Bruto a preços de mercado – depreciação; d) Produto Interno Líquido a custos de fatores – depreciação – impostos indiretos – subsídios; e) Produto Interno Bruto a preços de mercado – depreciação – impostos indiretos + subsídios.

24 – (ELETRONORTE/2006) – O Produto Nacional Bruto a preços de mercado é igual a:

a) Produto Nacional Líquido a preços de mercado + depreciação;

b) Produto Nacional Líquido a preços de mercado – depreciação;

c) Produto Interno Bruto a custo de fatores + depreciação – impostos indiretos + subsídios;

d) Produto Nacional Líquido a preços de mercado – depreciação + subsídios;

e) Produto Interno Bruto a custo de fatores – impostos indiretos + subsídios

25 – (ESAF/AFRF-2009) - Considere as seguintes informações extraídas de um sistema de contas nacionais, em unidades monetárias:

• Poupança privada: 300

Page 21: Economia Aula 01 - Lfg

• Investimento privado: 200

• Poupança externa: 100

• Investimento público: 300

Com base nessas informações, pode-se considerar que a poupança do governo foi: a) de 200 e o superávit público foi de 100.

b) de 100 e o déficit público foi de 200.

c) negativa e o déficit público foi nulo.

d) de 100 e o superávit público foi de 200.

e) igual ao déficit público.

Page 22: Economia Aula 01 - Lfg

GABARITO

01 – C

02 – E

03 – A

04 – B

05 – B

06 – B

07 – A

08 – A

09 – E

10 – D

11 – E

12 – A

13 – C

14 – E

15 – B

16 – D

17 – D

18 – B

19 – D

20 – C

21 – C

22 – A

23 – C

24 – A

25 – B