Economia-Brasileira

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 A primeira república (1889-1930) - Manutenção do modelo primário exportador Modelo econômico voltado para exportação de bens primários Desempenho da economia brasileira regulado pela cafeicultura - A primeira crise da república Crise financeira devido à abolição da escravatura e alteração das condições de trabalho Surgimento do trabalho assalariado e um efetivo mercado de trabalho A oferta de moeda precisava se ajustar à nova realidade (problemas de liquidez) Rui Barbosa propõem medidas para re-equilibrar o mercado monetário - Criação de um mercado de capitais para financiar o setor produtivo - Sua pri nci pal medi da foi a lei ban ria que pos sib il itava emissões bancarias lastreadas em títulos da dívida pública o que significou aumento da oferta de moeda que poderia dobrar a partir de 1890. - Conseqüências da política monetária adotada e evolução da crise: Escassez de liquidez; política monetár ia adotada falhou e deu origem ao encilhamento (período de grande especula ção financeira decorrente da expansão da moeda e do crédito e no que tange a bolsa de valores e a criação de empresas fantasmas) A intenção do governo de suprir a liquidez se refleti u em um forte movimento especulat ivo com surgimento de firmas fantasmas e emissão desenfreada de ações. Houve ainda piora das contas governamentais decorrente das obrigações da constituição de 1891 e surgimento de revoltas políticas (Revolução Federalista - RS, Revolta de Canudos - BA). Resultado da Crise: Ruína e falência de diversas empresas; Crise na bolsa de valores; Inflação; Desequilíbrio na BP e desvalorização cambial; Primeiros sinais de superprodução de café. - O governo de Prudente de Moraes (1894-1898) Tentou obter empréstimos no exterior para pagamento dos serviços da dívida externa Objetivava conter as desvalorizações cambiais Em 1895 diante de condicionantes se obteve o empréstimo Os recursos logo foram consumidos sem resolver os desequilí brios da BP e a desvalori zação cambial Ainda nos anos de 1896/97 a superprodução do café derrubou seu preço e pressionou mais as contas do governo. - O governo Campos Salles (1898-1902) e a estabilização econômica Continuidade as tentat ivas de emprést imo; Funding Loan (rolamento de compromissos e do serviço da dív ida com al gumas gar ant ias de juros em tro ca de severo sanea me nto fiscal e monetário) - Em 3 anos seria saldado compromissos de juros de empréstimos anteriores com títulos de uma novo empréstimo - O valor poderia elevar-se até 10 milhões de Libras - Garantias: receitas alfandegárias do Rio de Janeiro (cujo a época o imposto de importação era o principal), receitas da Estrada de Ferro Central do Brasil, e as do serviço de abastecimento de água do Rio de Janeiro. - Políticas Fiscais e monetár ias estabilizador as (redução da oferta de moeda, redução dos gastos do governo, aumento da tributação via modernização administrativa, criação de novos impostos sobre consumo e selo). Resultado: Ret orno dos capitais inte rnac ionais, melhoria das exportações (bor rac ha), apreciação do câmbio. A Primeira República no Séc. XX: Crises e Ruptura Primeiras 3 décadas marcadas pela vulnerabilidade externa Fatores: Volatilidade das receitas de exportações (café); instabilidade dos fluxos de capitais

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A primeira república (1889-1930)

- Manutenção do modelo primário exportador Modelo econômico voltado para exportação de bens primáriosDesempenho da economia brasileira regulado pela cafeicultura

- A primeira crise da república

Crise financeira devido à abolição da escravatura e alteração das condições de trabalhoSurgimento do trabalho assalariado e um efetivo mercado de trabalhoA oferta de moeda precisava se ajustar à nova realidade (problemas de liquidez)Rui Barbosa propõem medidas para re-equilibrar o mercado monetário

- Criação de um mercado de capitais para financiar o setor produtivo- Sua principal medida foi a lei bancária que possibilitava emissões bancarias

lastreadas em títulos da dívida pública o que significou aumento da oferta de moeda que poderiadobrar a partir de 1890.- Conseqüências da política monetária adotada e evolução da crise: Escassez de liquidez; políticamonetária adotada falhou e deu origem ao encilhamento (período de grande especulação financeiradecorrente da expansão da moeda e do crédito e no que tange a bolsa de valores e a criação de

empresas fantasmas)A intenção do governo de suprir a liquidez se refletiu em um forte movimento especulativo

com surgimento de firmas fantasmas e emissão desenfreada de ações.Houve ainda piora das contas governamentais decorrente das obrigações da constituição de

1891 e surgimento de revoltas políticas (Revolução Federalista - RS, Revolta de Canudos - BA).Resultado da Crise: Ruína e falência de diversas empresas; Crise na bolsa de valores;

Inflação; Desequilíbrio na BP e desvalorização cambial; Primeiros sinais de superprodução de café.

- O governo de Prudente de Moraes (1894-1898)Tentou obter empréstimos no exterior para pagamento dos serviços da dívida externaObjetivava conter as desvalorizações cambiaisEm 1895 diante de condicionantes se obteve o empréstimoOs recursos logo foram consumidos sem resolver os desequilíbrios da BP e a desvalorização

cambialAinda nos anos de 1896/97 a superprodução do café derrubou seu preço e pressionou mais

as contas do governo.

- O governo Campos Salles (1898-1902) e a estabilização econômicaContinuidade as tentativas de empréstimo; Funding Loan (rolamento de compromissos e do

serviço da dívida com algumas garantias de juros em troca de severo saneamento fiscal emonetário)

- Em 3 anos seria saldado compromissos de juros de empréstimos anteriores comtítulos de uma novo empréstimo- O valor poderia elevar-se até 10 milhões de Libras- Garantias: receitas alfandegárias do Rio de Janeiro (cujo a época o imposto de

importação era o principal), receitas da Estrada de Ferro Central do Brasil, e as do serviço deabastecimento de água do Rio de Janeiro.

- Políticas Fiscais e monetárias estabilizadoras (redução da oferta de moeda, reduçãodos gastos do governo, aumento da tributação via modernização administrativa, criação de novosimpostos sobre consumo e selo).

Resultado: Retorno dos capitais internacionais, melhoria das exportações (borracha),apreciação do câmbio.

A Primeira República no Séc. XX: Crises e RupturaPrimeiras 3 décadas marcadas pela vulnerabilidade externaFatores: Volatilidade das receitas de exportações (café); instabilidade dos fluxos de capitais

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O governou atuou através da política monetária, fiscal e cambial; aliado a financiamentosexternos e intervenções nos preços do café (a partir de 1906)

Choques externos como a 1ª Guerra e crise de 1929.

Crescimento Econômico da 1ª década (1900-1913)Após a política de estabilização, houve ciclo de crescimento com as seguintes

características: taxa média de crescimento de 4% a.a.; ritmo acelerado de formação de capitalindustrial; fortes investimentos na infraestrutura de transportes (portos e ferrovias); relativaestabilidade dos preços.

Fonte do crescimento: aumento das exportações (borracha); aumento dos investimentosexternos.

Conseqüências: Apreciação do câmbioReação do governo: proteção do modelo primário exportador através da adoção do padrão

ouro, estabelecimento da Caixa de Conversão (notas conversíveis em ouro a uma taxa fixa) em1906.

Outra fonte de problemas era o aumento da produção do café que estava empurrando o preço pra baixo.

Foi estabelecido entre os estados produtores o Convênio de Taubaté, para reter os estoques eregular os preços mediante empréstimos externo (inicialmente o governo federal não participou).

Características: o governo compraria o excedente visando o equilíbrio do mercado;financiamento externo; serviços da dívida pagos com imposto em ouro por saca de café exportado;a LP os estados deveriam desencorajar a produção de café.

Em 1907, breve crise internacional cessou os fluxos de capitais.Em 1908, a situação foi restabelecida e houve aumento do preço da borracha, período de

crescimento até 1913.Em 1913, piora das contas externas; redução dos fluxos de capitais, devido ao padrão ouro

redução da oferta de moeda. Com isso o Brasil estava em recesso antes mesmo da 1ªGM.

A economia Brasileira e a 1ªGM (1914-1918)Reflexos imediatos: redução das exportações; reduções dos fluxos de capitais prejudicaram

os pagamentos externos; redução da arrecadação do governo.Reação do governo: suspensão da Caixa de conversão; moratória; emissão de notas não

conversíveis.Após os efeitos iniciais o comércio voltava à normalidade e surgirão pressões para

depreciação cambial, que ocorreu e passou a pressionar as contas do governo com aumento dadívida externa.

 Novo Funding Loan(1914) no valor de 15milhões de librasA queda das importações, que prejudicou a arrecadação do governo, foi devido redução do

crescimento econômico, e redução de bens manufaturados da oferta mundial.Surgimento de desequilíbrios fiscais.Reação do governo: ampliação da base de tributação sobre consumo; redução de despesas

 públicas; emissão de notas do Tesouro e títulos públicos federais de LP. No âmbito do comércio exterior contínua perda dos termos de trocaPorém houve mudança na pauta de exportações, a interrupção de fontes tradicionais de

abastecimento de matérias-primas e alimentos permitiu a expansão da menos eficiente industria brasileira de alimentos.

Em 1915, a ociosidade da indústria somada as restrições das importações levaram a umarecuperação da produção industrial através do aumento utilização da capacidade existente.

Em 1916, as contas voltam a se deteriorar: aumento do valor das importações; restrição

 pelos aliados das exportações de café (critério de essencialidade).Em 1917, agravamento da situação devido ao bloqueio naval alemão.

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Em 1918, forte geada prejudicou a produção e ajudou a reduzir os estoques de café e ainda ofim da guerra.

- Conseqüência: forte aumento nos preços do café e melhoria da posição externa.

Crescimento e recessão pós-guerra (1919-1922) Epitácio PessoaEm 1919, boom econômico devido aumento do preço de commodities e potencializado pela

 pauta de exportação diversificada. Ainda devido à demanda reprimido do período de guerra houveaumento significativo das importações.

Devido a pressões inflacionarias nos EUA e UK esses governos estabeleceram políticascontracionistas que levaram a recessão em 1920.

Reflexos no Brasil: piora na posição externa; depreciação cambial; pressão recessiva;desequilíbrios fiscais.

Em 1921, compras de café financiadas pelo BB, deterioração da situação fiscal, aumento doscompromissos externos devido as depreciações e ainda queda das receitas alfandegárias.

Ao fim de 1921 a recuperação dos preços do café foram obtidos créditos externos econtinuação da política de valorização do café.

Recuperação, desequilíbrio e política de ajuste (1922-1926) Artur BernardesEm 1922 retomada da atividade produtivaA política de defesa do café atenuou o choque recessivo (efeito multiplicador)BB passa a ser espécie de autoridade monetária objetivando redução do déficit público e

gastos do governo. No entanto diante da impossibilidade de obter empréstimos para este fim a defesa do café se

deu através de emissão monetária.Conseqüências: não obtenção de empréstimos; continuidade da posição vulnerável da BP;

desequilíbrios fiscais; descontrole monetário; inflação.Estes fatores levaram a uma política ortodoxa, em 1924, a defesa do café foi abandonada

 pelo governo federal e transferida a SP.A política ortodoxa (fiscal e monetária) conduziu a apreciação cambial e queda da inflação

 por outro lado teve efeitos negativos sobre produto e emprego.

Da recuperação a Grande depressão (1927-1930) Washington LuísEm 1926, o cenário era de altos preços do café e melhoria da posição externa, além de

aumento dos investimentos estrangeiros e controle da inflação.Retorno ao padrão ouro (caixa de estabilização – garantir a competitividade) e

abrandamento da política ortodoxa.Retomada dos empréstimos externos aliados e todos fatores anteriores garantiram taxas de

crescimento em 1926 (5,2%), 1927 (10,8%), 1928(11,5%). Período de crescimento com

estabilidade devido a capacidade ociosa da indústria.Em 1928, ocorre deterioração da BP (exportações estagnadas e importações crescentes)consequentemente devido a Caixa de estabilização forte crise de liquidez.

Em 1929, supersafra colapsa indústria de café e o governo federal não intervém, o queaprofundou o desequilíbrio da BP, o governo manteve o padrão ouro e levou o país a uma gravecrise recessiva.

O Primeiro Governo Getulio (1930-1945)Crise Externa e reação Brasileira

Contexto: Enorme produção de café; economia mundial em crise; reversão dos fluxos decapitais; grave choque externo (queda do preço sem aumento do quantum exportado).

Conseqüência: Crise da BPReação do Governo: Políticas Heterodoxas, a manutenção da renda se deu através da defesa

do café (estocagem e queima) financiada por crédito e moeda; garantindo a renda dos agricultores e

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emprego nas lavoras se mantinha o efeito multiplicador na economia principalmente para ocomércio e a nascente indústria de bens de consumo não duráveis ou leves. E assim deu origem aodeslocamento do centro dinâmico da economia para o mercado interno, setor industrial ganhouespaço.

O deslocamento teve contribuição do contingenciamento de divisas que deslocou o consumo para produtos domésticos. A “proteção” e ainda a manutenção da renda elevaram a rentabilidade do

setor industrial acima do setor cafeeiro e assim passou a atrair investimentos.Ruptura do modelo agro exportador e início da industrialização

Sua fragilidade incentivou a necessidade de industrializaçãoRompimento com estado oligárquicoCom a rev. de 30 houve fortalecimento do estado nacional e entra na agenda política o PSI.

Inicio da IndustrializaçãoI – Choques Adversos

- Dificuldade de importar nos períodos de crise- 1ª GM; Crise de 29; 2ªGM

II – Industrialização induzida por exportações- Expansão da indústria concomitante com os da economia cafeeira

- Decorrência do aumento da renda (demanda por manufaturados ▲)- As divisas geradas propiciavam a importação de bens de capital e a expansão do

setor cafeeiro expandia a capacidade industrialIII – Pode se considerar que as duas teorias se complementam quando o setor cafeeiro estava

 bem se aumentava a capacidade industrial, e em períodos de contração ela era ocupada e seaumentava a produção industrial.

O Governo Provisório (1930-1934) Necessidade de equilibrar a BPPolítica Cambial: Centralização e controle; Critério de essencialidade;

I - compras do gov e serviço da dívida;II - importações essenciaisIII - Outras remessas, lucros, dividendos, importações em consignação e atrasados

com.Em 1931, negociação do Funding Loan, mas teve efeito reduzido.Expansão do gasto público pela emissão de moedaDesvalorização cambial (inibição das importações levou a intensa utilização da capacidade

ind. Instalada)Aumento do protecionismo, base para o PSI

A Experiência Democrática (1934-1937)

Liberalização do mercado de cambio (porém 35% das divisas eram vendidas p/ o governo pela taxa oficial, o restante p/ mercado Livre)Período com políticas fiscais, monetárias e creditícias expansionistas (crescimento no

 período em média 6,5% a.a. 1934-37)Porém, aceleração da inflação em 1937.Em 1934, reforma comercial (aumenta da tarifa de importação) teve impacto reduzido já que

as desvalorizações do cambio impactavam muito mais.Em 1935, acordo com EUA, concessões tarifárias para importações dos EUA em troca de

isenção sobre exportações brasileiras. No período há forte aproximação de BR com Alemanha (mais questão econômica do que

 política) em conseqüência aumento das exportações para lá.

O Estado Novo (1937-1945)Período marcado pela participação do Estado na economia como provedor de bens e serviço.

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Em 1936 e 37 aumento das importações gera escassez de divisas e a centralização do cambionovamente (tornou-se principal instrumento de política comercial).

Abandono da política de defesa do caféEstreitamento de relações com EUA agenda política: I – Defesa nacional; II – Comércio; III

 – IED dos EUA no BR; IV – Dívida externa; V – Política cambial; VI – Criação de um BC; VII – Desenvolvimento Econômico de LP.

Porém os resultados foram limitados.Com inicio da 2ªGM houve redução dos saldos comerciais, em 1942 retomada das

exportações e forte superávits.Fatores: Aumento das exportações para os EUA; exportações para mercados antes supridos

 pelos EUA e UK; maciças compras de carne e algodão pela UK; melhoria do preço do café; fortecontração das importações entre 1942 e 1945.

Em 1942, ponto de inflexão, houve aceleração do crescimento industrial; acumulação dereservas; IED dos EUA.

A partir de 1942, políticas fiscais, monetárias e creditícias expansionistas, consequentementehouve aceleração da inflação e financiamento do déficit público por emissão de moeda.

CSN em Volta Redonda com créditos e materiais dos EUA

Intervenção Estatal na economia (Vale do Rio Doce)Implantação da legislação social, “trabalhista”, profissionalização da burocracia estatal.

O Governo Dutra (1946-1950)Contradição: apoio aos aliados de um governo ditatorial (Renúncia de GV)Assume Eurico Gaspar Dutra com apoio de GV, na formação de seu governo em

decorrência do Acordo de Bretton Woods houve um momento de “ilusão liberal”.Ilusão Liberal: suposição de que o país estava em situação confortável quanto as reservas

internacionais; alinhamento a política dos EUA; política cambial liberal iria atrair IED; expectativado aumento do preço do café devido ao fim do preço teto (1946) estabelecido pelos EUA.

O governo atacou somente a inflação política monetária e fiscal ortodoxa.Aspectos econômicos, dois momentos:

I – Fim do mercado cambial livre, adoção de sistema de contingenciamento deimportações (1947-1948)

II – Em 1949, mudança de uma política eco ortodoxa, para uma eco monetária efiscal mais flexível.

Política Econômica Externa: Cambial e comercial  No principio mercado cambial livre inclusive para importação de bens de consumo, o

objetivo era o reaparelhamento da capacidade industrial (depreciada ao longo da guerra), e reduçãoda inflação via competição, e atrair IED.

A partir de 1947, as reservas caíram e se acumularam atrasados comerciais, em decorrência

disso é criado um controle seletivo sobre importações e cambio.Em fev. de 1948, implantado o sistema de licenças prévias de importação atendendo a prioridade definida pelo gov.

Resultado: compressão das importações e redução do desequilíbrio da BP.A partir de 1949 o sistema de licenças foi usado pra promover o PSI

PSIAs políticas para corrigir os desequilíbrios da BP acabaram por fomentar o PSI, o sistema de

licenças passou a ser utilizado ainda mais pelo gov Dutra visando o desenvolvimento industrial.Tal controle aliado ao cambio sobrevalorizado beneficiava a importação de bens de capital e

insumos.Também foi marcante o crédito fornecido a indústria pelo BB

Foi iniciado pelo gov Dutra o SALTE 1949-53 (saúde, alimentação, transporte e energia)Política Econômica Interna

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Até 1949 a política econômica foi ortodoxa (redução dos gastos públicos, da emissãomonetária, contração do crédito), a inflação era considerada o principal problema, proveniente doexcesso de demanda .

Teve êxito, a inflação se reduziu, porém em 1949 ocorreu um ponto de inflexão (políticafiscal expansionista e déficit público, expansão do crédito do BB, expansão da oferta de moeda,consequentemente a inflação volta a crescer)

Fatores que levaram a mudança de política: eleições (ciclo político), aumento da demanda por crédito pela indústria, desvalorização de moedas estrangeiras como a Libra denotando que atransição para livre conversibilidade e IED seria lenta.

Perspectiva Desenvolvimentista a partir de 1949, levou a aceleração da inflação devido aaumento dos preços de bens agrícolas (decorrente do processo de urbanização e industrialização),aumento dos preços de exportações e esgotamento da capacidade ociosa.

O segundo governo Vargas (1951-1954)

Situação deixada por Dutra: Aceleração inflacionária; desequilíbrio fiscal mas com alguma perspectiva positiva.

Projeto do governo tinha que conciliar grupos de interesses divergentes, seus objetivosforam: equilíbrio da finanças públicas (política monetária contracionista); empreendimentos erealizações (CMBEU – atrair investimentos em energia, transportes e portos)O biênio (1951-1952)

O cenário externo era favorável (CMBEU, Eximbank e Banco Mundial), e melhora da contacomercial (café preço▲).

A política cambial: taxa de cambio fixa e sobrevalorizada + licenças de importaçãoCom a piora da BP a política de licença foi progressivamente se enrijecendoEm 1952, ocorreram déficits comerciais, as reservas se esgotaram e acumularam-se

atrasados comerciais. Resultado: crise cambialSucesso na política fiscal, apesar da política fiscal e monetária contracionista o governo

ampliou o crédito via BB.A inflação continuou a acelerar, mas se manteve o crescimento econômico (4,9% em 51,

7,3% em 52)Em 1953, ambiente positivo da CMBEU se reverteu, principalmente devido a falta de

manutenção dos projetos de financiamento definidos no âmbito da comissão e os recursos externosse tornaram escassos.

Com pressões políticas pela UDN GV faz uma reforma ministerial e troca Horacio Laffer  por Osvaldo Aranha (pró-UDN) que mantém a política ortodoxa com alguns ajustes cambiais.

Sistema de taxas múltiplas de cambio (primeiro semestre de 53): objetivo de beneficiar asexportações e diminuir as importações de produtos não essenciais.

- Taxa fixa de mercado oficial (+/- 85% das exportações Café, algodão, cacau)- Três taxas de cambio flutuante combinadas a taxa oficial e taxa livre (15, 30 e 50%)- Taxa de cambio oficial- Taxa de cambio livre

Porém não surtiu o efeito esperadoA situação econômica estava se deteriorando, desequilíbrios nos agregados monetários, crise

energética.A situação social: greves e reivindicações salariais.

Instrução 70 SUMOC (segundo semestre de 53)Osvaldo Aranha assume a FazendaRestabelecimento do monopólio do cambio ao BB

Instituição de leiloes de cambio, acabaram os controles de importação. Nas exportações substituições das taxas mistas por um bônus sobre as taxas oficiais

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Foram definidas somente 3 taxas de cambio: a oficial para importações essenciais (trigo, papel); a oficial mais sobretaxas fixas importações do governo (inclusive petróleo); a oficial maissobretaxas variáveis (leilões 5 classes por critério de essencialidade).

Funcionou como proteção a nossa indústria e incentivou a PSI, desta vez surtiu efeito a política e as exportações melhoraram.

 Nas contas púbicas o governo falhou, aumento de mais de 40% dos gastos em relação a

1952.A inflação acabou se acelerando devido ao financiamento do déficit via emissão de moeda

(inflação de demanda) e devido a desvalorização cambial (inflação de custos).O ano de 1954 e o fim de GV

Em 1954, devido ao desgaste político GV em 1 de maio da aumento de 100% para o saláriomínimo, as exportações de café caíram abruptamente devido a campanha americana contra amanipulação dos preços.

Estes fatores acabaram minando a política de estabilização de Osvaldo Aranha.As grandes expectativas sobre GV não se materializaram, e o governo perdeu apoio e

acabou isolado politicamente. (perda do apoio do setor industrial em decorrência dasdesvalorizações cambiais causarem aumentos dos custos de produção além da política do salário

mínimo; do setor cafeeiro devido a redução das exportações; do setor responsável pelas importaçõestambém por causa das desvalorizações comerciais)

Café Filho (1954-1955)Ambiente: Instabilidades, desequilíbrio da BP, descontrole fiscal e monetárioA Gestão Gudin: Objetivo principal foi a política econômica, buscou empréstimos externos

e removeu restrições aos fluxos de capitaisConjuntura econômica externa: redução de preço e quantum exportado de café => crise

cambial; nem mesmo a desvalorização do cambio de 27% melhorou as exportações.Eisenhower eleito governo dos EUA retira a prioridade de ajuda a AL, encerramento da

CMBEU.Instrução 113 SUMOC => permitiu a emissão de licenças sem cobertura cambial bens de

capital, liberou a importação de equipamentos com financiamento externo.Política de estabilização de Gudin: austeridade fiscal e contração monetária-crediticiaResultado: crise de liquidez, elevou o número de falências e concordatas e queda na FBKFEstes fatores mais associados ao ciclo político (eleições) levam ao pedido de demissão em

abril de 1955.A Gestão Whitaker: Logo em seu inicio enfrentou uma crise bancária para resolve-la

determinou que o BB criasse crédito suficiente à solvência dos bancos.Medidas expansionistas em relação a moeda foram tomadas: redução do compulsório e da

taxa de redesconto, ampliação dos créditos de curto prazo pelo BB para atividades produtivas.

Controlar a inflação não era prioridade.Suspensão da política de compra de café para retomada do market-share do produto quecompensaria na sua visão pela superação do confisco cambial.

Política cambial: chegou a seu ápice, eram 10 taxas diferentes, mas que acabavam gerandoimportantes receitas ao governo; Reforma cambial elaborada por Roberto Campos, seria instituído omercado livre de cambio com taxas flutuantes, porém com um mecanismo diferenciado para o café;

 No entanto não obteve apoio político para implementação da reforma.Por fim o gov Café Filho conseguiu altas taxas de crescimento (7,8% em 54, e 8,8% em 55),

e a inflação se desacelerou de 30% em 54 para 13,1% em 55.

JK e o plano de metas (1956-1960) Auge do ISI

Industrialização via substituição de Importações, devido ao estrangulamento externo(desequilíbrio da BP) objetivava suprir a demanda de bens e alterar o centro dinâmico da economia

 para atender o mercado interno.

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Seqüência do PSI- Estrangulamento externo- Desvalorização cambial e encarecimento de importados- Investimento na indústria nascente (gera aumento da renda)- Novo estrangulamento decorrente do aumento de renda e dos investimentos- Seqüência de internalização do PSI: I - bens leves (não duráveis) II - bens de

consumo duráveis III - bens intermediários (insumos) IV - bens de capitalProblemas do PSI

- Investimento capital intensivo (não permitia grande geração de empregos)- Desestimulava exportações devido a necessidade de cambio fortalecido para

importação de insumos e bens de capital.- Devido ao excesso de proteção o setor industrial criado era pouco competitivo- Ausência de competição externa gerou monopólios e oligopólios- Gerou desequilíbrios da BP, endividamento externo e inflação.

Plano de MetasObjetivo de estabelecer uma economia industrial no Brasil com investimento em

infraestrutura, e facilitar e estimular investimentos privados.

Criação do Conselho de desenvolvimento que delimitaria o conjunto de metas nas áreas deenergia, transporte, indústria de base, alimentação e educação.

Atacaria os pontos de estrangulamento energia e transporte investimento do setor público,indústria de base investimento do setor privado.

Outras metas que não estava orçada no plano foi a construção de BrasíliaInstrumentos utilizados para o alcance das metas: setor público 50% dos desembolso; setor 

 privado 35%; restante agências públicas.Instrumentos: - investimentos estatais

- crédito de LP pelo BB e BNDE com juros baixos (juros reais negativos)- Reserva de mercado (tarifa aduaneira protecionista + cambio valorizado

 para possibilitar a compra de insumos e bens de capital)- avais para empréstimos externos- Incentivos ao capital externo (cambio)

Resultados e problemas do Plano de MetasForte crescimento econômico desenvolveu uma base industrial, intensificação do PSI e

 período de desenvolvimento econômico (IDH).Por outro lado, expansão da inflação, déficit público.- Os investimentos do plano foram parcialmente financiados com emissão monetária- Expansão do crédito também foi via emissão de moeda- Financiamento do déficit via emissão de moeda acelerou a inflação- Aumento do endividamento externo

- Queda das exportações associada ao aumento das importações necessárias ao PSI- Deterioração da BP- Apesar de avanços na qualidade de vida houve concentração de renda

Política econômica do JK: tratamento preferencial ao capital externo, financiamento via aumento deoferta de moeda e crédito bancário, aumento da participação do governo na FBKF, e estimulo ainiciativa privada.

Política cambial e de comércio exterior: Inicialmente manteve a Instrução 113, mas emagosto de 57 foi feita um reforma que criou duas taxas de cambio somente geral (bens sem similaresnacionais ou com produção interna insuficiente) e especial (para bens produzidos internamente comoferta suficiente); nas exportações permaneceram as 4 categorias. O objetivo era aprofundar o PSI.

Jânio Quadros e João Goulart (1961-1964)

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Jânio Quadros: Medidas ortodoxas como desvalorização cambial, unificação do cambio,contenção do gasto público, política monetária contracionista, redução de subsidio a importação de

 petróleo e trigo (visando reequilibrio das contas públicas).As medidas foram bem recebidas na comunidade internacional, porém suas políticas tiveram

efeito minimizado por fatores políticos que resultaram na sua renuncia em agosto de 1961.João Goulart: Diante de oposição a sua posse e distúrbios foi empossado mas o regime de

governo foi alterado para parlamentarista que teve Tancredo Neves como primeiro-ministro.Em 1963, é retomado o regime presidencialista e implementado o Plano Trienal.Plano Trienal: Objetivo de conciliar crescimento econômico com reformas sociais e combate

a inflação. (crescimento 7% a.a.; redução da inflação para 25% em 63 e 10% até 65; crescimentoreal dos salários no mesmo ritmo do aumento da produtividade; reforma agrária; renegociação dadivida externa; aumento do compulsório bancário)

Evolução do plano Trienal: Reescalonamento da dívida com EUA falha, devido ao governode esquerda no Brasil. A lei de remessa de lucros provocou acentuada redução de investimentoestrangeiro no Brasil. Diante das criticas JG abandonou a ortodoxia, restituiu o subsidio ao trigo e

 petróleo, aumentou salários dos funcionários públicos em 60%, aumentos salário mínimo em 56%.Resultados do Plano Trienal e JG: Economia em descontrole, desequilíbrio das contas

  públicas e da BP, emissão monetária e inflação, desaceleração da atividade econômica,instabilidade política e deposição de JG e o golpe militar em 31 de março de 1964.

Plano de Ação Econômica do Governo – PAEG (1964-1967) Castelo BrancoObjetivos: Inflação; reformas estruturais (tributária, monetário-financeira e do setor externo)

- aceleração do desenvolvimento econômico- contenção da inflação durante 64, e 65 até chegar em 66 a níveis aceitáveis- Atenuar desníveis econômicos setoriais, regionais e sociais- Assegurar através de investimentos empregos ao mercado de trabalho crescente- Corrigir tendência de déficit da BP e conseqüente estrangulamento das importações

O combate a inflação: redução do déficit público e reajuste de tarifas; restrição ao crédito e política monetária contracionista; arrocho salarial (média dos 24 meses anteriores, sobre este valor incidira o aumento de produtividade, a partir de 66 o reajuste seria com base na inflação prevista

 pelo governo, os dois métodos eram inferiores a inflação); combate a inflação via indexação dacorreção dos títulos públicos(paradoxo já q é uma das causas da inflação).

Reformas Institucionais:- Tributária: objetivo de aumentar a arrecadação p/ mitigar o déficit; correção monetária

 possibilitou o financiamento do déficit sem emissão de moeda e manteve os impostos sempreatualizados; transformação dos impostos em cascata em IVA (IPI,ICM, ISS); redefinição da partilhatributária; criação do FPE e FPM; geração de poupança compulsória (PIS, PASEP, FGTS);aplicação do realismo tarifário (correção).

- Monetária Financeira: Criação da correção monetária e da ORTN; Criação do CMN e doBCB (ambiente propicio a IBC); Criação do SFH e BNH; Reforma do sistema financeiro e domercado de capitais (modernização do setor).

- Setor Externo: Objetivos: permitir o crescimento sem desequilíbrio da BP; melhorar ocomércio ext. (diversificação das exportações e dos mercados); atrair capitais estrangeiros; buscar aintegração aos centros financeiros internacionais. Ações do governo: Incentivos as exportações emodernização dos órgãos normatizadores (CACEX e Comissão de Pol. Aduaneira); forameliminados limites quantitativos de exportações; Unificação cambial com minidesvalorizações para

 beneficiar a competitividade da X (esse mecanismo foi adotado em 68 já no “milagre”).- Atração do K estrangeiro: Renegociação da dívida (Acordo de Garantias); ampliação do

grau de abertura econômica; permissão das empresas privadas nacionais captarem empréstimos no

exterior; resolução 63 do BCB regulamentou bancos nacionais pegarem empréstimos no exterior  para repassar a empresas domésticas; mudança na legislação sobre IED para facilitar envio delucros.

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Resultados do PAEG: Redução gradual da inflação foi bem sucedida (92% em 64, 34% em65 e 39% em 66); contribuíram para o resultado as políticas fiscais, monetária e salariais restritivas;

  porém houve moderação no crescimento; principal legado foram as reformas institucionais eformação da base para o “milagre”.

Milagre Econômico (1968-1973)

Crescimento médio de 11% a.a., com base na capacidade industrial instalada do Plano deMetas. Destaque para o setor de bens de consumo duráveis e construção civil o crescimento foifinanciado via endividamento externo (liquidez no mercado de crédito internacional e ausência definanciamento de LP doméstico).

Alcunha Milagre econômico: fortíssimo crescimento econômico; queda moderada deinflação; melhora da BP. Houve equilíbrio externo (BP) e Interno (inflação)

Raízes do Milagre:- Capacidade industrial ociosa (projetos plano de metas e desaceleração PAEG)- Reformas institucionais PAEG- Disponibilidade de divisas no mercado internacional (sobre liquidez após o fim do tratado

de Bretton Woods, dólares a procura de mercados mais rentáveis-Eurodólares)

- Mudança do diagnóstico da inflação de demanda para custos, permitiu seu combateinclusive com afrouxamento da politica monetária.

Política Econômica do Milagre: as políticas fiscais e salariais não se alteraram, déficitsforam sendo reduzidos, mas em 67 houve uma inflexão com política monetária mais frouxa, paracompensar seus possíveis efeitos foram instituídos controle de preços através do CONEP(Comissão nacional de estabilização dos preços) e mais tarde substituída por CIP (Comissãointerministerial de preços). Foram tabelados não apenas preços públicos (tarifas, cambio, e juros docredito público), mas também preços privados como insumos industriais e juros de bancos privados.

O período marca maior intervenção do estado na economia, a política fiscal continuou a buscar o ajuste das contas públicas por meio de emissão de ORTN e inicio das operações de open-market, a política monetária passou a ser expansionista.

PED - Plano Estratégico de Desenvolvimento (1968): Estabilização gradual dos preços;fortalecimento da empresa privada para restaurar investimentos; desenvolvimento de infraestrutura;ampliação do mercado interno (bens duráveis)

Resultados do Milagre: vigoroso crescimento com equilíbrio interno e externo; masconduziu a aumento das importações (balança comercial), pagamento de fretes e seguros(balança deserviços), entrada de multinacionais aumentou a remessa de lucros, acentuado deterioração da BP eendividamento externo; ainda crescimento do setor público; concentração de renda em razão dosinvestimentos em setores capital intensivos.

II – PND (1974-1978) Geisel

Acontecimentos: Fim do acordo de Bretton Woods, primeiro choque do petróleo (piora BP)Opções do Governo Geisel: Após o choque do petróleo os países desenvolvidos ajustaramsuas economias em relação à BP (ajuste externo) e controle do processo inflacionário (ajusteinterno), se esperava o mesmo do Brasil. No entanto havia dois problemas, ajuste da economiageraria recessão que com inquietações populares poderia trazer novamente a linha dura da ditaduramilitar representados por Médice. Diante desta restrição “política” optou-se pelo financiamento decrescimento via endividamento externo (“a economia brasileira em marcha forçada”).

Aparentemente os condicionantes internos foram mais importantes que os externos e omomento de abundante liquidez externa permitiram o financiamento dos déficits da BP. Aindexação contribuía de certa forma para tolerar a inflação, mas deixava-se assim para mais tarde oajuste recessivo.

O financiamento do II PND: A despeito da crise do petróleo os mercados internacionaistinham abundante liquidez devido à desvalorização do dólar pós-Bretton Woods, além disso, osaltos preços do petróleo por outro lado geravam muitos recursos aos produtores direcionados ao

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mercado financeiro (petrodólares, reciclagem do petrodólares), por fim a guerra do Vietnã fez comque os EUA gerassem déficits em conta representando recursos para outros países que foramcanalizados pra o mercado financeiro.

A política econômica e o II PND: Os excessos de demanda (herança do milagre) não foramdevidamente enfrentados, no inicio do governo Geisel tentou-se um leve ajuste que foi revertido jáem 74, devido a questões políticas e financiamento externo abundante, e em dezembro foi aprovado

o II PND que pretendia superar desequilíbrios internos e externos via expansão industrializante ePSI (os elaboradores acreditavam que o crescimento industrial poderia crescer a 12% a.a. e aeconomia no geral 10% a.a.).

Objetivos do II PND: Alterar a estrutura de oferta da economia a LP (para reduzir asimportações como bens de K, insumos intermediários; e aumentar as exportações de nãotradicionais) e manter elevadas taxas de crescimento.

- Crescimento 74/79 10% a.a.- PSI (bens de K, insumos básicos, química pesada, siderurgia, papel e celulose, minérios

não ferrosos, etc.).- Desenvolver grandes projetos de exportação. Matérias primas (celulose, ferro, alumínio,

aço,etc.)

- Aumentar intensamente produção de petróleo e geração de energia- Desenvolver transporte ferroviário e o sistema de telecomunicaçõesPorém esses objetivos eram inconciliáveis, e ainda a maturação dos projetos era de LP, e os

insumos para o PSI no CP deterioram a BP.Projetos do II PND:- Redução de Importação Em bens de capital de 52% para 40%- Aumentar a produção de Aço de 7mi de ton. Em 74 para 18mi em 80- Triplicar a produção de alumínio- Zinco 15mil para 100mil ton.- Ampliar a produção de Ferro (Carajás)- Aumento capacidade hidroelétrica (Itaipu)- Ampliação produção de carvão (SC)- Energia Nuclear (Nuclebras)- Ampliar prospecção de petróleo- Investimentos em transporte ferroviário e hidroviárioTambém foram dados incentivos ao setor privado como crédito do IPI, depreciação

acelerada, isenção de imposto de importação, reserva de mercado politica de preços, e créditosubsidiado pelo BNDES.

Resultados do II PND: PSI intensiva em importação. No CP agrava desequilíbrio da BP; participação da iniciativa privada limitada; Maturação de projetos LP financiamento do Estado(Estado-empresario); Aumento acelerado do endividamento externo; Desequilíbrio externo e

interno (inflação milagre +/- 20% a.a., inflação II PND +/- 30% - 40%, em 79 já era 80%);aceleração da inflação.

O Governo Figueiredo e o Ajuste externo (1979-1980)Cenário mundial: 2º choque do petróleo, política do dólar forteAmpliação do desequilíbrio da BP devido ao choque do petróleo e desaquecimento da

economia mundial.O dólar forte ocorreu devido compensação que Ronald Regan fez vendendo títulos para

cobrir o déficit fiscal decorrente de redução tributaria que não foi acompanhada de redução degastos do governo. Essa política acabou cessando as fontes de endividamento externo do Brasil edemais paises em desenvolvimento.

Gestão Mario Henrique Simonsen (1ºsem de 79): Queria enfrentar os desequilíbrios externoe interno via política ortodoxa, suas medidas foram:

- Restrição sobre a oferta de moeda

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- Controle de gastos sobre adm direta e indireta, e estatais.- Redução gradual de subsidio as exportações a ser compensado por mini-desvalorizações- Modesta liberalização de restrições às importações- desaceleração do crescimento, que seria temporário para possibilitar o reordenamento da

eco.O ajuste foi feito mediante políticas fiscais e monetárias, além das desvalorizações do

cambio. No entanto as desvalorizações do cambio impactavam diretamente na divida externa que setornava mais cara. Para compensar o impacto dessa medida o governo permitiu que as entidades

 privadas depositassem os dólares para pagamento de divida antes do vencimento, e o governoarcava com risco cambial.

O ajuste recessivo acabou por minar a confiança e o apoio a Simonsen que acabourenunciando em agosto de 79.

Gestão Delfim Netto (1979-1980): propôs combate a inflação e crescimento econômico(plano heterodoxo), tal como no “milagre” o enfrentamento seria pelo lado da oferta com créditosubsidiado aos setores agrícola (alimentos) e energético (petróleo e álcool).

A política monetária foi direcionada ao combate de uma inflação de custos com controlesobre a taxa de juros, a política fiscal buscou controlar gastos do gov e corrigiu tarifas publicas.

Em dezembro de 79, foi realizada uma maxidesvalorização de 30% concomitante comsubsidio as exportações para reverter a deterioração da BP.

Em novembro de 79, foi estabelecida uma nova lei salarial instituindo reajustes salariaissemestrais, a prefixação da correção monetária e desvalorização cambial em 45% e 40% para 1980.A primeira medida visava atender a inquietações populares a segunda controlar a inflação.

As políticas adotadas permitiram o crescimento no biênio (79-80), No entanto odesequilíbrio da BP devido a pagamentos de juros da divida e déficit da BC não foram controlados,a inflação também não pode ser controlada que no ano de 80 ultrapassou os 100% a.a.. Diante dessecenário a rolagem da divida foi dificultada, fato que contribuiu para reversão da política heterodoxa.

A Crise da dívida (1981-1984)Diante de uma política econômica inadequada a disponibilidade de credito internacional ao

 país foi reduzida, diante dessa situação o financiamento do déficit deveria ser feito de outra formaque não pela conta de capitais da BP. Os feitos adversos do choque do petróleo e do dólar forteainda pairavam pela economia mundial. Esses fatores demandaram o ajuste externo postergado em73, 74 e79.

A reversão da pol. econômica e o ajuste voluntário (1981-1982): O crescimento dos anos 60e 70 provocaram um elevado aumento do endividamento externo e em parte pelos juros que eramflutuantes. A estratégia do endividamento se manteve mesmo após o segundo choque do petróleo, eos investidores passaram a ver o Brasil com desconfiança quanto à solvência. A continuidade dosempréstimos dependia da suspensão da heterodoxia e uma política de ajuste. Por isso ao final de 80

Delfim rompeu com a política heterodoxa e iniciou o ajuste “voluntário”.O ajuste da BP era imprescindível e se daria através da BC, com aumento das exportações ecompressão das importações. Para conseguir isso seria necessária uma desaceleração na economiaou até produzir uma recessão e assim cortar a demanda por importações, então o governo lançoumão de contenção salarial, controle dos gastos de governo, e aumento da arrecadação, elevação dataxa de juros e contração da liquidez, sem deixar de dar tratamento especial às atividades deexportação, energia, agricultura e pequenas empresas.

A política monetária foi contracionista e deu certo, a política salarial também, mas nascontas públicas o gov não foi bem inclusive com elevação da divida em 81. No entanto essas

 políticas foram suficientes para BC ficar superavitária, passou de um déficit de U$ 2,8Bi em 80 parasuperávit de U$ 1,2 bi em 81.

As reações adversas foram severas, queda de 4,3% no PIB, além de desemprego ascendente,e diminuição da capacidade industrial e perda do valor do salário. A inflação, no entanto, não sereduziu muito, foi de 110% a.a. para 95% a.a., em parte devido a super-indexação criada no PAEG.

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A Crise da dívida (1982): Em 82 o ajuste externo prosseguiu sem apoio do FMI ou dacomunidade internacional, mas uma recessão na economia global agravou a situação, o PIB cresceusomente 0,8% neste ano e a BP piorou consideravelmente em especial devido a remessa de juros dadivida. Em função das eleições que elegeriam o primeiro presidente civil depois de 20 anos foievitado procurar o FMI e assim trazer este assunto para pauta eleitoral, isso poderia atrapalhar asuave transição pretendida pelos militares.

Para piorar a situação em agosto de 82 o México decretou o moratória da sua divida o queencareceu mais ainda as taxas de juros para os paises em desenvolvimento e também representouuma ruptura com modelo de endividamento para crescimento (growth-cum-debt).

Após as eleições em novembro de 82 que o FMI foi procurado formalmente, antes disso foiconseguido um recurso emergencial para evitar o rompimento unilateral do pagamento. O governoteve que adotar um ajuste mais severo, foi apresentado ao CMN o plano para 83 com as seguintesmetas: superávit na BC de U$ 6 bi (aumento de X em 9,5% e redução de M em 17%); déficit de12.9 bi na BS (juros U$ 9,1 bi + Lucros & Dividendos U$ 3,8 bi); IED U$ 1,5 bi; Financiamentosexternos U$ 2 bi; U$ 10,6 bi em empréstimos em moeda; estes valores seriam suficientes paracobrir as amortizações dos empréstimos anteriores e manter a BP equilibrada.

O ajuste com FMI (1983-1984): Em janeiro de 83 foi assinada a primeira carta de intenções

de outras 7 no decorrer de 2 anos. Neste período a política macroeconômica ficou atrelada aosditames do FMI. Foram determinadas políticas fiscais e monetária contracionistas para reduzir 

 NFSP e ampliar a arrecadação. Na política monetária houve aumento da taxa de juros e restrição docrédito e redução da demanda via contenção salarial(redução do salário real). Na política cambialfoi desvalorizada a taxa de cambio (modificação da estrutura dos preços relativos) para equilibrar aBC. Ao final de 83 pode se dizer que a política de ajuste externo foi bem sucedida, as medidasadotadas mais a redução do preço do petróleo e nas taxas de juros internacionais levaram a umsuperávit da BC que levou a desaceleração no crescimento da divida externa.

Porém a ajuste interno não andou tão bem, com os desequilíbrios sendo ampliados, queda de2,9% do PIB, e aumento do desemprego e a inflação na casa de 211% a.a.

Em 1984, a situação mostrava sinais de superação da restrição externa e com a recuperaçãoda economia dos EUA as exportações aumentaram em 20%, e crescimento econômico de 5,4%, ainflação continuava alta 224% a.a. refletindo a indexação da economia.

Resultados e conseqüências do ajuste externo: O sucesso do ajuste externo teve comocontrapartida o desajuste interno, o ajuste da BP deveria se dar através de saldos da BC positivos,no entanto estes saldos eram privados, para o governo adquirir esses dólares precisava emitiratítulos públicos, já que não havia superávit fiscal, aconteceu então a “transformação da dívidaexterna em dívida interna”.

A divida interna por sua vez teve sua taxa de juros aumentada e causou a deterioração dascontas públicas pois havia certa dificuldade no pagamento dos juros, fato este que reafirma acontrapartida de o ajuste externo instabilizar a economia interna.

Por fim, os choques externos, mais as desvalorizações cambiais e indexação generalizadatornaram a inflação crônica e tomando espaço na agenda política.

O Governo Sarney e a Busca da estabilização monetária (1985-1989)Em 1984, militares pressionados com “Diretas Já” e redemocratização.Em 1985, Tancredo Neves foi eleito indiretamente presidente, no entanto morreu e seu vice

Sarney assumiu.Cenário econômico: Após recessão 81-83 voltava a crescer, divida externa relativamente sob

controle devido aos superávits comerciais, a inflação continuava na faixa dos 200% a.a. e pareciaestar dissociada do ciclo econômico. Suas causas eram a indexação generalizada que conduzia ainércia inflacionária.

Gestão Francisco Dorneles (1985): Combate gradual com instrumentos ortodoxos,austeridade fiscal e controle monetário-crediticio e represamento de tributos (congelamento parcial)

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Gestão Dílson Funaro (agosto de 85): Ao final de 85 a inflação fechou o ano em 235%, odebate era a não eficiência das políticas ortodoxas, surgiram duas propostas: Larida (André LaraResende e Pérsio Arida – desindexação da economia através de uma moeda paralela indexada quemais tarde substituiria moeda “doente”) e o choque heterodoxo (Francisco Lopes – congelamentodos preços). Ainda em 85 foi lançado um pacote fiscal para diminuir a NFST entre as medidasunificação do orçamento Federal, controle das despesas de estatais, fim da conta-movimento no BB

e a criação do STN.O Plano Cruzado (1986): Choque heterodoxo:- Mudança da unidade de conta Cr$ 1000,00 cruzeiros para Cz$ 1,00 cruzado- Apuração da taxa de inflação em cruzado pelo IPC (IBGE)- Conversão e reajuste do salário pela média últimos 6 meses + 8% e 16,1% p/ salário mín.- Gatilho salarial de 20%- Proibições de cláusulas de correção monetária para contratos abaixo de 1 ano, salvo

 poupança, FGTS, PIS e PASEP.- Conversão dos alugueis e prestações SFH pela media dos últimos 12 meses- Congelamento de preçosAlem disso o cambio foi fixado também (ancora cambial), não se estabeleceram regras para

 política monetária e fiscal.Resultados: - Em um primeiro momento houve forte redução das taxas de inflação, mas era

crescente a pressão da demanda, as contas públicas não se estabilizaram, o congelamento provocoudesabastecimento, era necessário um ajuste fiscal e monetário, porém em virtude das eleiçõesdeixou-se para depois.

- Cruzadinho (julho a outubro de 86): Ajuste fiscal sem mexer no congelamento(empréstimos compulsórios a serem devolvidos em 3 anos), o desabastecimento e o cambiosobrevalorizado piorara a BC, o que fez o governo liberar algumas importações e desvalorizar ocambio.

- Plano Cruzado II (nov. de 86 a jun. d 87): Correção do plano anterior que tinhas osseguintes problemas: excesso de demanda, estrangulamento de oferta (energia, siderurgia,

 petroquímica, comunicações etc.), insuficiência de investimentos, deterioração da BP, baixa cap. Deinvestimento do setor público. Seu objetivo era: ajuste fiscal.

Algumas medidas: Governo decreta moratória; tentativa de controle do déficit via aumentode tributos.

Segundo Plano – Plano Bresser (jun. 1987)Medidas ortodoxas e heterodoxas de combate à inflação. Ortodoxas, o déficit público causa

inflação devido à emissão de moeda para combatê-lo. Heterodoxas, a emissão de moeda é a causada inflação.

O governo congela novamente preços e salários, adota política monetária e fiscalcontracionista, e desvalorização do cambio sem seu congelamento.

Resultados: A inflação volta a crescer devido a pressões de aumento de preços de bens queforam congelados a preços defasados. Expectativa de aumentos dos preços ao final do ano levam aacreditar que haverá outro congelamento e os preços são remarcados elevando ainda mais ainflação. A atividade econômica desacelera, e há uma recuperação da balança comercial.

Plano verão (1989): Reforma monetária, congelamento de preços e salários, políticasmonetárias e fiscal restritivas, desvalorização do cambio para melhorar a BP.

Resultado: O governo subestima os reajustes de preços que tinham se intensificado algumassemanas antes do plano, a inflação de janeiro da um salto e com plano antecipado e o governo semcredibilidade o plano não funcionou. Previsões de diminuição do déficit não foram realizadas, oexcesso de dinheiro na economia e alto consumo agregado inicia nos anos 90 um processo dehiperinflação.

Governo Collor (1990-1992)

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Plano Collor I (nov. 90): Congelamento de preços e salários; reforma monetária; bloqueiode aplicações financeiras; abertura da economia e redução das tarifas de importação; taxa de cambioflutuante.

Resultados: Aumento dos custos de produção; inicialmente inflação cai para 9% AM, depoisretorna para 20% AM; o plano não eliminou a inflação porém conteve a hiperinflação.

Plano Collor II (fev. 91): Reformas estruturais através de privatizações e corte do

funcionalismo, corte de subsídios e aumento da carga tributaria.Resultados: Aumento do superávit comercial e das reservas internacionais; queda da

inflação nos quatro primeiros meses depois chega a 28% AM Fim do governo Collor marcadoinflação crescente e elevada, déficit fiscal, cambio desvalorizado, abertura comercial, boa situaçãoexterna devido a saldos comerciais, entrada de capitais externos aumentando as reservasinternacionais.

O Plano Real (1993-atualmente)Situação: Após o impeachment de Collor e a posse de Itamar se confirmava a volta ao

regime democrático no Brasil, quanto a economia Itamar foi lento e teve vários ministros. Até queassumiu FHC em maio de 93.

Preparação (1993-1994): PAI (Plano de Ação Imediata), ajuste fiscal, privatizações, criaçãodo IMPF, criação do FSE (fundo social de emergência) que buscava maior flexibilidade através dadesvinculação de receitais, além disso, a equipe econômica visando ganhar credibilidade com asociedade informou que as políticas seriam todas com seu conhecimento prévio sem choques. Teveainda continuidade o processo de abertura comercial e financeira para possibilitar um ambienteconcorrencial e a obtenção de financiamento externo. O diagnostico da inflação que ela era devido adesequilíbrios fiscais, indexação generalizada e inércia inflacionaria.

URV: Os preços foram convertidos em URV que funcionaria como uma unidade de conta,ela era reajustada diariamente por 3 índices (IGPM, IPC e FIPE), foi estabelecida a paridade U$1,00 = URV$ 1,00 (ancora cambial). Assim a assincronia que alimentava a inflação foi quebrada, etodos os preços convertidos para URV sem a necessidade de remarcação continua dos preços.Quando a economia estivesse razoavelmente adaptada seria feita a reforma monetária.

Reforma Monetária: Estando a economia alinhada a URV o Cruzeiro Real foi extinto e aURV transformada em Real (CR$ 2750,00 = 1URV = R$ 1,00).

Continuidade do Plano e instalação da ancora cambial (2ºsemestre de 94): Além do ajustefiscal e a quebra da inércia inflacionaria a paridade Real-Dolar (ancora cambial) com o controle da

 base monetária (que foi abandonada e optado pela ancora cambial) contribuíram para o sucesso do plano. Logo no inicio do plano houve forte redução da inflação, atentos a pressão da demanda esurgimento de bolhas de consumo foi estabelecida uma política fortemente contracionista, taxas de

 juros altas e aumento dos compulsórios. Para financiar o aumento das importações e manter aancora cambial se liberalizou a conta financeira da BP que contava com abundante liquidez no

mercado internacional.Evolução do Plano Real (1995-1998): No decorrer do plano houve razoável acumulo dereservas devido aos diferenciais de taxa de juros interno e externo, os dólares que entravam naeconomia, no entanto, acabavam se refletindo em maior oferta de moeda domestica já que o BCadquiria esses dólares, então para evitar um excesso de liquidez na economia eram realizadasoperações de esterilização através do endividamento interno. No final de 94 aconteceu a crisemexicana que migrou para paises como Brasil a fuga de capitais internacionais pressionaram amoeda brasileira a uma desvalorização, porém o BC intervinha afim de evitar a perda da ancoracambial um dos pilares no combate a inflação.

Em março de 95, foi adotado um regime de bandas cambiais, que seriam defendidos peloBC, além disso, se elevou drasticamente as taxas de juros para evitar a fuga de capitais. O governo

foi bem sucedido em deter o ataque especulativo recompondo suas reservas em quanto o ambienteexterno ia se normalizando.

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A crise Asiática ocorrida no fim de 97 gerou novos distúrbios e mais ataques especulativos,o governo chegou a elevar a taxa de juros a 47% além do aperto monetário e um pacote fiscal com51 medidas que buscava ganhar a credibilidade junto a sociedade. A ação do governo mais uma vezfoi bem sucedida, com a volta a normalidade a maior parte das medidas foram abandonadas.

A crise Russa da moratória (1998), as medidas adotadas pelo governo foram as mesmas eainda se buscou ajuda junto ao FMI que ajudou num pacote de U$ 41,5 bi em contrapartida a uma

carta de intenções e austeridade fiscal.A crise cambial (1999): Diante dos mecanismos de defesa contra os ataques especulativos

houve uma séria deterioração das contas publicas devido ao pagamento dos juros pagos para repelir os ataques. A ancora cambial conseguiu frear a inflação, porém deteriorou fortemente osfundamentos da economia brasileira e começou a produzir desequilíbrios externos.

Era necessário uma maior flexibilidade na política cambial e monetária, se optou por fazer uma banda diagonal endógena que não foi bem recebida pelo mercado e foram sofridos váriosataques especulativos que levaram a perda de grande magnitude nas reservas, o FMI ameaçou nãoliberar as ultimas parcelas da ajuda caso o Brasil não parasse de despender moeda para conter adesvalorização, finalmente em 15 de janeiro de 99 a taxa de cambio passou a flutuar.

Resultados das novas medidas (1999): O plano foi eficiente em deter a inflação, seu custo

foi a piora dos fundamentos macroeconômicos, o desequilíbrio em conta corrente devido asobrevalorização do real, acentuada piora na situação fiscal decorrente da divida publica interna.

Depois da flutuação havia vários temores quanto a inflação, além de uma anunciada recessão para o ano de 99 resultando assim em estagflação. Assume Arminio Fraga que realiza uma políticamonetária contracionista com altas taxas de juros e inicio dos estudos para adoção do regime demetas de inflação que foi instalado em meados de 99.

Iniciou-se também um ajuste fiscal para buscar superávit primário de 3% do PIB, adotou-sena economia o tripé superávit primário, cambio flutuante e metas de inflação, que afastou todos ostemores e ainda conseguiu um crescimento de 1% do PIB em 99.

Resumo Planos:

(Cruzado) O Plano foi um programa de combate à inflação baseado única e exclusivamente natentativa de eliminação da inércia inflacionaria (por meio de congelamento de preços esalários). Foram medidas adotadas: Congelamento do câmbio, congelamento de preços,congelamento do salário pela média dos últimos seis meses mais um aumento real de 8% egatilho salarial de 20%.(Bresser) O Plano tentou conciliar a busca de equilibro externo e o combate à inflação, adotando asseguintes medidas: congelamento de preços e salários (criação da URP, indexador paracorrigir salários), aumento de impostos, elevação das taxas de juros.(Verão) O objetivo do plano era o de reduzir a inflação, sem desarrumar as contas externas, com o

crescimento da produção ficando em segundo plano. O programa procurara: reduções dedespesas públicas, restrições ao credito e aumento significativo das taxas de juros, extinção daURP e das OTN, salários definidos pela média real de 1988, mas sem aumentos reais.(Collor I) O Plano propunha mudanças radicais na economia brasileira, visando maior inserção do

 pais no comércio internacional. O programa procurava, a curto prazo, derrubar a inflação aqualquer preço: ajuste fiscal profundo, contração monetária e desindexação.(Collor II) O Plano teve a criação da TR (taxa referencial). Imaginava-se que a TR funcionariacomo uma libor, flutuando de acordo com a inflação futura.(REAL) Plano, baseado em duas questões essenciais: ajuste fiscal e desindexação.