ESPECIALES: Visión y vivencia del cristocentrismo franciscano
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Juliana Tessele Guterres
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II
ECOVILAS NA REDE: AS ESTRATÉGIAS DE
POSICIONAMENTO DIGITAL DA COMUNA PACHAMAMA,
SÍTIO AMOREZA E INSTITUTO ARCA VERDE NA REDE
SOCIAL FACEBOOK
Santa Maria, RS
2015
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Juliana Tessele Guterres
ECOVILAS NA REDE: AS ESTRATÉGIAS DE
POSICIONAMENTO DIGITAL DA COMUNA PACHAMAMA,
SÍTIO AMOREZA E INSTITUTO ARCA VERDE NA REDE
SOCIAL FACEBOOK
Trabalho Final de Graduação II
apresentado ao Curso de Publicidade e
Propaganda, Área de Ciências Sociais, do
Centro Universitário Franciscano, como
pré-requisito para obtenção do grau de
bacharel em Publicidade e Propaganda.
Orientadora: Profª. Me. Caroline De Franceschi Brum
Santa Maria, RS
2015
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Juliana Tessele Guterres
ECOVILAS NA REDE: AS ESTRATÉGIAS DE
POSICIONAMENTO DIGITAL DA COMUNA PACHAMAMA,
SÍTIO AMOREZA E INSTITUTO ARCA VERDE NA REDE
SOCIAL FACEBOOK
Trabalho final de graduação II apresentado ao curso de Publicidade e Propaganda, Área
de Ciências Sociais, do Centro Universitário Franciscano, como requisito para obtenção
do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda.
_____________________________________________
Prof. ª Me. Caroline De Franceschi Brum – Orientadora
___________________________________________
Profª. Me. Janea Kessler
___________________________________________
Profª. Me. Bárbara Henriques
Aprovado em __________________
4
DEDICATÓRIA
Este trabalho eu dedico à minha avó-mãe, dotada de grande sensibilidade e de
estimável conexão com a mãe natureza, que em vida demonstrou com veemência uma
qualidade altruísta admirável, e ao meu grande amigo de estimação Jaspion,
companheiro leal de amor inegável, cativou-me o sentido mais profundo de amizade e
liberdade.
Aqui fisicamente, estes já não estão mais presentes, mas ocupam espaço na
memória viva e no coração.
5
AGRADECIMENTOS
À minha família miúda agradeço por respeitar minhas escolhas, por me educar um
ser honesto e consciente das minhas escolhas.
Agradeço ao meu bem, Lucas Camargo, por todos os quilômetros rodados e todas
as vezes que acordaste cedo sem ter compromisso para me levar na aula, pelo carinho e
companheirismo.
Agradeço aos grandes amigos, aqueles de longas datas e aos que me cativaram no
fim deste percurso acadêmico, estes me proporcionaram grandes risadas e alegrias.
Meu querido Dii que carinhosamente me acompanhou por algumas madrugadas
frias, me trazendo o sono e a tranquilidade.
Aos colegas e amigos que fiz dentro do Centro Universitário Franciscano, além de
professores maravilhosos que me abriram as portas do saber, respeitando o meu
processo criativo e instigando meu senso crítico e poético. A minha primeira
orientadora Janea Kessler, que me ensinou com paciência a ser persistente e não
teimosa, a qual eu admiro não só pelo fantástico conhecimento, mas pela sabedoria e
grande sensibilidade como mestre.
A minha atual orientadora Carol Brum, obrigada por ter me acolhido e motivado
minhas propostas de trabalho, respeitando meu processo de construção neste trabalho,
mulher qual tenho como referência de qualidades contagiantes como acreditar em novos
caminhos e no potencial das pessoas, além da dinâmica, alegria de viver e energia que
parece não ter fim e desejo que jamais tenha.
Sou grata a todos que participaram desta fase da minha vida e não caberia apenas
em palavras poéticas o quanto tenho a felicidade de poder participar da vida de todos.
Obrigada!
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RESUMO
Este trabalho final de graduação pretendeu estudar acerca das estratégias de
posicionamento de três ecovilas do estado do Rio Grande do Sul, na rede social
Facebook, tendo como problema a questão norteadora de como são explicitadas as
estratégias de posicionamento digital das mesmas. Diante disso, os objetivos propostos
consistem em mapear as publicações, além de identificar e analisar as estratégias de
publicização utilizadas pelos objetos de estudo e por fim, analisar o seu posicionamento
em relação ao mercado verde. Como metodologia de pesquisa, utilizou-se a análise de
conteúdo propondo uma investigação qualitativa e quantitativa de caráter interpretativo
da pesquisadora. Ao finalizar esta pesquisa, conclui-se que há uma grande utilização da
estratégia de testemunho, onde objetiva-se comprovar a sua realidade através de
vivências retratadas pelo elemento fotográfico. Outro elemento de destaque encontrado
foi a ilustração, que reforça a identidade de marca através de conteúdo simbólico
cultural de cada comunidade.
Palavras-chave: Consumo; Ecovilas; Facebook; Identidade de marca e Mercado
Verde,
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ABSTRACT
This paper was written in order to obtain my graduation degree, which aims to
study about positioning strategies of three ecovillages in the Rio Grande do Sul state on
the social media Facebook, having as guiding question: how their digital positioning
strategies are explained? Therefore, the objectives consist in mapping publications,
identifying and analyzing the publication strategies used by study projects, and
analyzing its position in relation to the green market. Concerning the methodology, the
analysis of the content was used in order to propose a quantitative and qualitative
investigation of researcher’s interpretative character. In the end of this research, it
concludes that there is a huge use of the testimonial strategy, where it aims to prove its
reality through experiences portrayed by the photographic element. Another prominent
element found was the illustration, where reinforces the brand identity through symbolic
cultural content of each community.
Keywords: Brand Identity , Consumption; Ecovillages; Facebook; Green Market.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Casa estruturada com bambu .....................................................................25
Figura 2: Bioconstrução de terracota e bambu ..........................................................25
Figura 3: Oficina de entalhe geométrico em madeira e bambu fornecida pelo Instituto
Pindorama .................................................................................................................26
Figura 4: Facebook na página inicial do usuário, compartilhamento de vídeo a partir de
link direto do site Youtube ........................................................................................37
Figura 5: Dados gerais referente a uma página comercial no Facebook ....................38
Figura 6: Logotipo utilizado no perfil da Comuna Pachamama ................................44
Figura 7: Perfil de Comuna Pachamama ...................................................................45
Figura 8: Logotipo utilizado como foto de perfil do Sítio Amoreza .........................46
Figura 9: Página do Sítio Amoreza .............................................................................47
Figura 10: Logotipo do Instituto Arca Verde utilizado como foto de perfil no Facebook
....................................................................................................................................47
Figura 11: Página do Instituto Arca Verde .................................................................48
Figura 12: Postagem do Instituto Arca Verde sobre o curso de Dragon Dreaming ...50
Figura 13: Ilustração de Ouroboros de antigo livro de alquimia ................................51
Figura 14: Postagem do sítio da Amoreza – Oficina de Bioconstrução com Terra ....52
Figura 15:Cartaz da Oficina de Bioconstrução com Terra ..........................................53
Figura 16: Curso de Sistemas Agroflorestais ..............................................................54
Figura 17: Foto compartilhada de vivência proporcionada pela oficina de Bioconstrução
com terra ................................................................................................................... 56
Figura 18: Fotos de experiências postadas pelo Sítio Amoreza ..................................57
Figura 19: Encontro da Rede de Comunidades Autogestionárias ...............................58
Figura 20: Evento Primavera Libertária ..................................................................... 59
Figura 21: Registro de visitantes do Instituto Arca verde ...........................................61
Figura 22: Compartilhamento de foto de visitantes da Arca Verde ............................61
Figura 23: Fotografia de área verde localizada no Sítio Amoreza ..............................62
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 10
2. CONSUMO .............................................................................................. 14
2.1 Consumismo .............................................................................................. 16
2.2 Consumo Consciente ................................................................................. 20
2.3 Ecovilas ..................................................................................................... 24
3. ESTRATÉGIAS DE PUBLICIZAÇÃO .............................................. 28
3.1 Identidade de Marca ................................................................................. 29
3.2 Elementos Textuais ................................................................................... 30
3.3 Elementos Imagéticos ................................................................................ 31
4. FACEBOOK: ESTRATÉGIAS DIGITAIS ........................................ 33
4.1 Nas Redes Sociais ...................................................................................... 35
4.2 Facebook .................................................................................................... 37
5. METODOLOGIA .................................................................................... 38
5.1 Objetos de Estudo ...................................................................................... 41
5.2 Procedimentos ........................................................................................... 42
6. DADOS E CONEXÕES .......................................................................... 44
6.1 Identidade Digital ...................................................................................... 44
6.2 Mercado Verde: experiências vendáveis ................................................... 50
6.3 Vivências Coletivas Compartilhadas ......................................................... 56
6.4 Natureza Lúdica ......................................................................................... 61
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 64
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 66
10
1. INTRODUÇÃO
Vive-se em um planeta onde o meio ambiente encontra-se em situação de
alerta, pois seus recursos naturais renováveis estão acabando. A extração de matérias
primas tem extrapolado os limites do que o planeta é capaz de repor novamente e, sabe-
se que este fato é devido ao consumo exacerbado e de pouca reflexão. Conscientes dos
problemas acarretados, alguns indivíduos buscam amenizar as consequências nocivas
praticando o consumo consciente, repensando o consumismo, preservando o meio
ambiente e modificando velhos hábitos. Sobre exercer a sustentabilidade nas práticas de
consumo, é possível afirmar que:
É um modo de viver que exige abdicar de algumas conveniências da
sociedade moderna, como a entrega de comida em casa, mas ele permite
redescobrir outros prazeres, como o de cozinhar o seu próprio jantar com
ingredientes da sua horta ou utilizar o dinheiro economizado com essa
mudança de estilo de vida para viver experiências em vez de acumular
objetos. (CANNALONGA, 2015).
Muitos indivíduos acabam optando por residir em lugares mais afastados dos
pólos industriais e do caos diário da urbanidade, buscando um estilo de vida conduzido
pela simplicidade, priorizando o fazer e ser, e não apenas do “ter”, base do pensamento
hedonista da sociedade de consumo. As escolhas conscientes priorizam o contato com a
natureza, com a produção e alimentação orgânica, a busca de um estilo de vida saudável
e menos nocivo ao meio ambiente, tudo isso de forma coletiva, compartilhada e
sinérgica com o meio ambiente, aplicando assim, a ideia de sustentabilidade, muitas
vezes, até na sua moradia.
De acordo com informações do texto Êxodo Urbano: Impulso primitivo em busca da
simplicidade, divulgado pela Box 1824 em 2015, nota-se que há uma maior procura por
este estilo de residir, e como exemplo disso pode-se citar Timaukel, uma cidade
sustentável da Patagônia chilena situada 2700 km da capital Santiago, que inicialmente
procurou 145 pessoas para povoá-la e, surpreendentemente, recebeu mais de 1600
inscrições. Observa-se uma tendência no estilo de vida contemporâneo à medida que
surgem as chamadas ecovilas ou agrivilas, conhecidas também, popularmente como
assentamentos sustentáveis. Além da questão político-ideológica atrelada, estas
comunidades surgem com o intuito de manter a vivência sustentável com visitações.
11
Grande parte destas são abertas ao público e possibilitam voluntariado para indivíduos
que queiram contribuir na bioconstrução do local. Nota-se, então, que,
O pensamento fora da caixa vindo especialmente dos jovens é um grande
incentivo para expandir o mercado, além de ampliar as comunidades que se
formam em lugares remotos. É o caso das ecovilas, assentamentos
sustentáveis feitos por e para pessoas viverem juntas, em harmonia com o
entorno, a partir de algumas práticas importantes para seu funcionamento e
longevidade, por exemplo, promover a utilização de energias renováveis,
produção orgânica de alimentos, bioconstrução — casas feitas com materiais
que não poluem o meio ambiente — e criação de esquemas de apoio familiar
e social, visando que ninguém fique na mão (NUNES, 2015).
Apesar da distância dos centros urbanos, muitas ecovilas mantêm comunicação
com o público por meio da internet, através da rede social Facebook, onde são
compartilhadas fotos das atividades e experiências vividas no local a partir dos
visitantes e dos próprios moradores. Em virtude da globalização e a facilidade de acesso
por grande parte da população, a rede possibilitou que muitas comunidades saíssem do
anonimato e interagissem com o restante da população, ganhando visibilidade e
adquirindo reconhecimento nas redes sociais. Saber como são explicitadas as estratégias
de posicionamento digital de ecovilas sul riograndenses no Facebook delimita o tema
deste trabalho.
Neste sentido, encontrou-se como problema de pesquisa a seguinte questão
norteadora: Como são explicitadas as estratégias de posicionamento digital de três
ecovilas sul riograndenses na rede social Facebook? Sendo assim, como objetivo geral,
visou-se averiguar como são explicitadas as estratégias de posicionamento digital de
três ecovilas sul riograndenses na rede social Facebook. Quanto aos objetivos
específicos, estes consistem em, mapear as publicações das páginas de Comuna
Pachamama, Sítio da Amoreza e Instituto Arca Verde, identificar e analisar as
estratégias de publicação utilizada nas páginas, analisar o posicionamento de cada
página e, por fim, verificar como as ecovilas se posicionam no Facebook em relação ao
mercado verde.
Este trabalho surge com a necessidade de um olhar sobre a presença das
ecovilas na rede social Facebook, sendo esta a ferramenta utilizada pela maioria dos
assentamentos como o propósito de diminuir a distância geográfica e facilitar o acesso
do cidadão urbano até a área rural. Nestas áreas se encontram a maioria das
12
comunidades, e o propósito do Facebook, ainda, é proporcionar um conhecimento
prévio da sua dinâmica de vida.
Nota-se que há um aumento do número de estudos sobre o tema nos últimos
anos, a exemplo disso, surgiu o Mapa Eco Aldeas Abya Yala,1que trata de um
mapeamento online realizado desde 2012 e já encontrou mais de duzentas ecovilas em
todo o continente americano. O projeto tem o intuito de tornar estas comunidades
visíveis ao conhecimento público, pois muitos assentamentos sustentáveis são flexíveis
a receber visitantes e voluntários para interação e trocas de experiências. Com a
localização afastada, a possibilidade de conhecimento da maioria das pessoas se torna
rasa, pois mantém-se pelo popular “boca a boca” (muitas vezes relatado por pessoas que
experimentaram o local) e que acaba por se perder na memória do ouvinte. Por este
fator, muitas dessas comunidades estreitaram laços a partir do compartilhamento de
informações online, conquistando um maior número de visitas e voluntários para
disseminar a sua cultura.
Ao estudar essa movimentação comunicacional das ecovilas, nota-se que há
um grande uso da tecnologia da internet em favor da disseminação de conteúdo
construtivo em relação ao meio ambiente. O retiro ambiental dessas comunidades acaba
se tornando pouco acessível à população urbana pelas características geográficas, onde é
possível acessá-lo graças a grandes avanços tecnológicos e distribuição em massa da
comunicação em rede.
Para introduzir este trabalho foi necessário realizar prévia pesquisa com
palavras chave combinadas entre si: Ecovila, sustentabilidade, Facebook e consumo. O
resultado se apresentou em várias áreas de estudo como urbanismo, engenharia
ambiental, sociologia e por fim na área da comunicação social onde se encontraram
trabalhos que mais se aproximam deste tema com os seguintes títulos: “Dilemas da
sustentabilidade frente ao consumismo” realizado no ano de 2014 na UniCEUB no
curso de Publicidade e Propaganda e artigo publicado pelo Intercom em 2013 na área de
jornalismo, voltado para análise e mapeamento da comunicação do assentamento Itapuí.
A partir disso, pode-se pensar que as combinações propostas por este trabalho
de graduação ainda não foram realizadas, sendo relevante estudar as questões que
permeiam a inserção das comunidades sustentáveis na internet. O tema deste trabalho
1Projeto realizado por um fotógrafo e uma bio-arquiteta com a proposta de realizar um mapeamento das
ecovilas em todo o continente americano.<http://ecoaldeasabyayala.blogspot.com.br/>
13
destaca-se pela constatação de que ainda trata-se de um assunto pouco abordado pelo
viés da comunicação, tornando-se assim, uma pesquisa relevante a ser concretizada.
Este trabalho organiza seus dados e conexões em análises por categorias, onde
são investigadas cópias das postagens separadas de maneira pertinente. Em um primeiro
momento é realizada uma análise sobre a Identidade Digital de cada comunidade, onde
estuda-se acerca de seu posicionamento a partir dos elementos imagéticos percebidos.
Posteriormente, a categoria de Mercado Verde: Experiências Vendáveis, onde
encontram-se postagens acerca de comercialização de experiências que permeiam o
mercado sustentável. Outra categoria é a de Vivências coletivas compartilhadas, onde se
investiga as postagens que compartilham de experiências vivencias nas comunidades e
divulgadas na plataforma. Por fim, a categoria de Natureza Lúdica, que seleciona
postagens que visam valorizar a natureza local de maneira lúdica e onírica enaltecendo
os pontos fortes das localidades.
14
2. O CONSUMO
A sociedade contemporânea é movida pelo consumismo e ambas são partes
indissociáveis. O consumo edifica a identidade cultural da sociedade sendo ele a força
propulsora da economia em constante expansão que gera empregos, sustenta os hábitos
e o estilo de vida da sociedade atual, que vive na impossibilidade de não consumir. Na
ótica de Cerqueira (2011, p.89),
O consumo, desde suas origens mais remotas, sempre esteve associado à
satisfação das necessidades humanas e a produção de bens e o domínio de
técnicas para multiplicar a produção e melhorar a utilidade dos bens, desde as
sociedades primitivas, não teve outra finalidade se não a de atender às
necessidades humanas de forma mais plena.
Ademais de atender os anseios humanos, o consumo levou a sociedade a se
modernizar. Os avanços tecnológicos e industriais possibilitaram a globalização de
culturas, o acesso ao conhecimento, o desenvolvimento tecnológico, a promoção de
pesquisas e estudos que beneficiaram a humanidade com importantes avanços na
ciência. Neste sentido Rocha (1995, p.19), descreve o consumo como
[...] um sistema simbólico que articula coisas e seres humanos e, como tal,
uma forma privilegiada de ler o mundo que nos cerca. Através dele a cultura
expressa princípios, estilos de vida, ideais, categorias, identidades sociais e
projetos coletivos. Ele é um dos grandes inventores das classificações
sociais que regulam as visões de mundo e, talvez, nenhum outro fenômeno
espelhe com tanta adequação um certo espírito do tempo - face definitiva de
nossa época.
O consumo está presente de várias formas e vai para mais da personificação
dos objetos. Pode-se dizer que há consumo de ideais, de serviços e de mídia. A partir da
industrialização vem sido ofertada uma gama de oportunidades para consumir, mas para
Chiavenato (2004), “o consumo não está apenas em utilidades, conforto ou lazer,
intrínseco está uma nova concepção de mundo. O que é consumido hoje carrega formas
de pensar, comportar, agir; tornou-se algo carregado de significados”. Como cita
Featherstone (1995, p.122), “O consumo, portanto, não deve ser compreendido apenas
como consumo de valores de uso, de utilidades materiais, mas primordialmente como o
consumo de signos”.
Conhece-se que a ideia de consumir se estende ao fator social, ou seja, está
adequado ao meio de vivência e pertencimento do ser humano, estando assim,
15
codificada uma ideologia cultural. O ato de consumir gera a satisfação da necessidade
simbólica, o valor do que é adquirido está ligado aos valores que a sociedade e o sujeito
atribuem ao objeto de consumo. A partir do raciocínio apresentado observa-se que os
bens adquiridos implicam nas nossas relações sociais, o meio como nos aproximamos e
vivemos em grupo e, também, de como transmitimos nossas mensagens carregadas de
simbolismos. Antes de considerar a individualidade das escolhas, parte-se do princípio
de que o habitat comum estereotipa necessidades específicas de consumo a partir da sua
bagagem histórica e cultural, induzindo o indivíduo a consumir o que o mercado
escolhe como tendência para tal grupo social.
O autor Everardo Rocha no artigo intitulado Culpa e Prazer, aborda o consumo
sobre quatro perspectivas ideológicas: hedonista, moralista, naturalista e utilitária. Na
perspectiva hedonista, o consumo está relacionado ao possuir, ao adquirir bens gerando
a satisfação pessoal do sujeito consumidor. “Consumir qualquer coisa é uma espécie de
passaporte para a eternidade, consumir freneticamente é ter a certeza de ser um
peregrino em viagem ao paraíso” (2004, p.127). Da perspectiva moralista, entende-se
que a culpa pelos danos causados a sociedade se atribui ao consumo de característica
exacerbada e líquida. Rocha (2004, p.130) acredita que para o viés moralista o
“consumo não é para ser pensado, é para ser condenado como consumismo. Isso acaba
formando, no senso comum, um solo ideológico em que se afirma, confortavelmente,
que a produção é algo nobre, e o consumo não”. O consumo, então, carrega nenhuma
simbologia negativa e não agrega valores alienando o sujeito à penalidade de consumir,
já o olhar naturalista observa que o consumo existe a partir do instinto humano, devido
à biologia que o transformou em necessário e elimina a importância das escolhas e
preferências do sujeito.
Essa visão naturalista do consumo quer fazer com que um plano seja o
determinante do outro. O natural explicando o cultural. [...] para explicar o
consumo de produtos, a perspectiva naturalista distorce a possibilidade de
vermos o consumo como um sistema cultural, retirando sua novidade
histórica, sua sócio-lógica, seu sentido coletivo e simbólico (ROCHA, 2004,
p.132-133).
Por fim, a abordagem utilitária entende o consumo com o olhar do marketing,
que impulsiona vendas e movimenta a economia: “seu compromisso é com produtos,
serviços, marcas, lojas, shoppings, vendas, empresas e varejo” (ROCHA, 2004, p.133).
O utilitarismo tem a clara intenção de expandir o consumo e aperfeiçoar a venda,
utilizando artifícios como pesquisa de mercado e tendências, e estudo do
16
comportamento do consumidor para alcançar estes objetivos. Pode-se concluir então, a
partir de uma perspectiva ideológica, que o consumo tem como objetivo expandir o
comércio fomentando a economia, conduzindo as mensagens simbólicas de identidades
culturais de grupos sociais e atuando de forma que estes conversem entre si.
2.1 Consumismo
Em outra perspectiva, a produção de objetos de consumo vem ultrapassando a
saturação de forma a criar desejos ilusórios em parte dos consumidores, muitas vezes
adquirindo por ansiedade aquilo que acaba por não satisfazer e criar vazios. Alguns
consumidores não percebem as várias estratégias utilizadas a favor da lucratividade no
consumo e acabam por consumir por impulsividade, atraídos por propostas fantasiosas.
Canclini (1999, p.75), afirma que
“Na linguagem corriqueira, consumir costuma ser associado a gastos inúteis e
compulsões irracionais. Esta desqualificação moral e intelectual se apóia em
outros lugares-comuns sobre a onipotência dos meios de massa, que
incitariam as massas a se lançarem irrefletidamente sobre os bens.”
A publicidade é uma das acusadas de não exercer um papel transparente e ético
nas relações comerciais, estimulando o consumo de forma pouco refletida e excessiva.
Baudrillard (1995, p.134), observa que a publicidade “surge como reino preferido do
pseudo-acontecimento. Transforma o objeto em acontecimento, construindo-o como tal
por meio da eliminação das suas características objetivas”. O papel da publicidade, na
visão do autor, confunde-se na intenção de seduzir e conquistar transformando sua
mensagem em algo fabricado a fim de alimentar a economia do consumismo e os
desejos lúdicos do íntimo do indivíduo. A busca pela satisfação pessoal no consumo
reflete muitas vezes em um ato impensado e hedonista da solução de um vazio interior.
A sociedade de consumo se apresenta de forma irrealizada em razão do fato de apoiar
seus ideais de satisfação e felicidade erroneamente nas relações comerciais.
Para Pereira (2011, p.29) “a sociedade moderna se torna crudelíssima no
momento em que vincula a felicidade ao consumo”. Neste momento, o homem se afasta
do indivíduo e se vincula à matéria. É a troca da máxima “penso, logo existo” para
17
“consumo, logo existo”.Nesta troca de valores o sujeito perde o sentido de reflexão e
questionamento sobre a humanidade, usando o ato de consumir como válvula de escape
do estresse, de forma a esconder os problemas cotidianos. Sobre este aspecto, afirma
Lipovetsky (2007, p.149):
Se a maioria, nas pesquisas, declara-se feliz, todo mundo, a intervalos mais
ou menos regulares, se mostra inquieto, taciturno, insatisfeito com a sua vida
privada ou profissional. A civilização que se anuncia não abole a sociedade
humana, ela destrói a tranqüilidade consigo e a paz com o mundo, tudo se
passando como se as auto-insatisfações progredissem proporcionalmente ás
satisfações fornecidas pelo mercado. Um passo para a frente, um passo para
trás: a alegria, a frivolidade de viver não tem encontro marcado com o
progresso. Sempre mais satisfações materiais, sempre mais viagens, jogos,
esperança de vida: contudo, isso não nos escancarou as portas da alegria de
viver.
A sociedade, precipitadamente lançada ao consumo, se impulsiona até a
espetacularização no que diz respeito a se considerar pelo que tem. Pela disposição em
que as tendências se tornam momentâneas correspondentes ao grande fluxo de
produção, o indivíduo tende a se decepcionar com rapidez, vivendo de forma hedonista,
a desfrutar do prazer em curto prazo, tornando-se este o grande combustível do
consumo irracional. Bauman (2008, p.65), escreve sobre a economia do consumo:
Ela aposta na irracionalidade dos consumidores e não em suas estimativas
sóbrias e bem informadas; estimula emoções consumistas e não cultiva a
razão. Tal como ocorre como o excesso e o desperdício, o engano não é um
sinal de problema na economia de consumo. Pelo contrário, é um sintoma de
sua boa saúde e de que está firme sobre os trilhos, é a marca distintiva do
único regime sob o qual a sociedade de consumidores é capaz de assegurar
sua sobrevivência.
O consumo realizado de forma descontrolada, além de frustrar o sujeito, causa
danos à sociedade e ao meio ambiente. O incessante consumir e decepcionar-se se
tornou um ato prazeroso de descarte de objetos, gerando acúmulo de lixo e
comprometendo os recursos naturais encontrados escassos no meio ambiente. O vídeo
documentário intitulado “A história das coisas”2, apresenta de forma denunciante, o
processo de consumo exagerado que gera o desgaste da natureza e demonstra, de forma
enfática, como a falta de responsabilidade no consumo está prejudicando o planeta de
modo irreversível.
2 The StoryofStuff, apresentado por Annie Leonard em 2007.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=9GorqroigqM>. Acesso em 31 de outubro 2013.
18
O cidadão também é prejudicado por este excesso, pois há necessidade de
adequação aos padrões sociais de status e, por isso, muitos consumidores não medem
esforços para adquirir mercadorias que a indústria estereotipa como ostentação de poder
e sucesso. “O pobre é forçado a uma situação na qual tem de gastar o pouco dinheiro ou
os parcos recursos de que dispõe com objetos de consumo sem sentido, e não com suas
necessidades básicas, para evitar a perspectiva de ser provocado e ridicularizado”.
(SHRESTHA, 2004 apud BAUMAN 2008, p.74). O sujeito não percebe os artifícios
utilizados pela indústria para incentivar que o próprio atinja um nível superior de status
ao prometer facilidades de crédito na aquisição bens de consumo.
Pelo desejo de acompanhar a velocidade dos bens lançados no mercado, muitos
destes consumidores acabam colocando-se em situação de endividamento, entrando em
um ciclo ininterrupto de trabalho em larga escala, gerando stress. A segregação social e
exploração de mão de obra desqualificada e sem direitos trabalhistas são algumas das
consequências desta causa. Na intenção de suprir as necessidades das classes
econômicas com menor poder aquisitivo, são lançadas mercadorias com linha de
produção antiética, mercadorias que exploram recursos ameaçados, com madeira de
desmatamento, matéria-prima tóxica e poluente, produtos pirateados ou falsificados e
utilizando trabalho infantil para sua produção.
Apesar de refletir apontando seus pontos falhos no desenvolvimento social e do
sucesso em se manter ativo à custa da insatisfação da maioria dos sujeitos
consumidores, Canclini (1999, p.92), aborda um viés de transformação:
Só através da reconquista criativa dos espaços público, do interesse pelo
público, o consumo poderá ser um lugar de valor cognitivo, útil para pensar e
agir de forma significativa e renovadamente na vida social. Vincular o
consumo com a cidadania requer ensaiar um reposicionamento do mercado
na sociedade, tentar a reconquista imaginativa dos espaços públicos, do
interesse pelo público.
É possível afirmar que há interesse demonstrado por parte da sociedade de
consumo, apesar da tentativa de homogeneização e padronização que a indústria,
utilizando a mídia, tenta impor às massas, em convergir à situação atual em ganhos
futuros. Como afirma Lipovetsky (2007, p.341),
A hora é do controle ou da limitação do consumismo por esta razão de fundo
de que os consumidores se tornaram os primeiros responsáveis pelo efeito
estufa, os primeiros poluidores do planeta.[...] o consumidor era percebido
como uma vitima ou um fantoche alienado; agora está no banco dos réus e é
designado como um sujeito a ser informado e educado, investido que está de
19
uma missão de primeiríssimo plano: salvar o planeta, mudando seus gestos e
todos as dias e “consumindo de maneira durável”. O princípio de
responsabilidade não se dirige mais exclusivamente aos produtores, mas aos
próprios consumidores, trazendo de novo para discussão o princípio de
abundância segundo o qual cada um tem direito a consumir uma quantidade
de energia sem limite. Economizar energia, eliminar desperdícios, tomar
consciência dos efeitos negativos de nossos modos de vida sobre o meio
ambiente.
Muitos consumidores se conscientizaram sobre o dever de responsabilidade das
empresas em relação ao ambiente e a comunidade em que está instalada e, também,
perceberam que havia oportunidade de mudar a situação negativa, transformando seus
hábitos de consumo e repensando suas escolhas de forma colaborativa. Pode-se recordar
do movimento de contracultura disseminado na década de 70, conhecido popularmente
como movimento hippie, que não somente aborda ideologias políticas, mas também de
questões apologistas, como a libertação dos bens materiais, ambientalismos, valorização
da coletividade e amor ao próximo. Sobre o recorte da relação ambiental e com relação
ao consumo no movimento, explica Risério (2006, p.26) que,
“A questão homem/natureza, que foi um dos temas centrais do contra
culturalismo, emergiu no contexto da exacerbação antitecnológica, que
dominou o movimento em relação, em decorrência da crítica à sociedade
industrial e “de consumo”, ou plasticsociety, que leva a sociedade a cometer
crimes contra si mesma.”.
A crítica do movimento se apoiava na ideia de exploração ambiental para a
produção industrial imediata e exacerbada, mas ainda não se sentia os efeitos da
exploração ambiental como na atualidade, ainda “não se avançava nos terrenos das
propostas alternativas, não se falava em energias renováveis por exemplo.” (RISÉRIO,
2006, p.28).
Hoje, muitos consumidores conscientes buscam, com seus hábitos responsáveis
e sustentáveis, fazer com que as empresas reconheçam seu dever e apliquem em sua
rotina de produção as modificações necessárias para atender a sustentabilidade e
responsabilidade social. A circunstância em que redirecionam suas responsabilidades,
as empresas que valorizam os princípios de seus consumidores consolidam fortes
relações com tais, atendendo suas necessidades e respeitando a demanda do planeta sem
colocar em risco a sua produção.
20
2.2 Consumo consciente
São reportadas na mídia, com frequência, as denúncias feitas sobre os abusos
cometidos pela falta de responsabilidade das partes envolvidas no consumo. Uma
constante reflexão sobre este assunto conduziu parte dos consumidores e, até mesmo
algumas empresas, a adquirirem consciência destes efeitos, o que levou a considerar
alternativas de consumo e produção responsáveis e menos nocivas. O consumidor com
consciência não deseja deixar de obter bens, mas sim adquirir produtos e serviços que
não agridam nenhuma das partes envolvidas e que sejam benéficos para o meio
ambiente, os cidadãos e as gerações futuras. Os consumidores conscientes, segundo
Lipovetsky (2007, p.344),
Querem consumir “de modo diferencial”, recusam comprar para jogar fora,
denunciam os excessos do acondicionamento, mostram-se preocupados com
o desenvolvimento duradouro, criticam a busca sistemática da novidade,
abandonam as grandes marcas por produtos menos caros. É forçoso observar,
porém, que eles não constituem de modo algum um grupo de
“desconsumidores”. Seu intuito não é sair do universo consumista: a prova
disso é que gastam mais que a média dos consumidores em muitas das
referências de produtos. O que lhes importa é consumir “melhor”, escolher
produtos de melhor qualidade, mais respeitadores do meio ambiente. Trata-se
de comprar de maneira “inteligente”, como um sujeito, não como um
fantoche-consumidor.
Em contrapartida do restante, este consumidor está informado sobre a situação
emergente do planeta e procura minimizar consequências exercendo o consumo de
forma cidadã e contribuindo com o meio social onde vive. Este exercício contribui para
a qualidade de vida e auxilia no desempenho da ética por parte das empresas, que se
comprometem com a qualidade na linha de produção dos produtos e serviços, desde a
matéria prima até a qualificação da mão de obra. O consumidor consciente visa à
transparência e o comprometimento da empresa com o meio social. Nesse sentido,
ressalta (ASHLEY, 2003 apud GOMES 2007, p.28):
Para a empresa conquistar – e manter – uma boa imagem perante o mercado,
não basta, como antigamente, apenas prestar bons produtos e serviços, gerar
empregos e pagar seus impostos. Ela tem que fazer isso e ainda colaborar no
desenvolvimento social da comunidade onde está instalada, para
corresponder às expectativas do consumidor atual, que mostra maior
consciência e valoriza aspectos éticos ligados à cidadania.
O cidadão responsável cobra da empresa, valores de responsabilidade que
pratica, exercendo o consumerismo de modo a buscar que seus direitos sejam
21
respeitados. O consumerismo é uma força individual ou coletiva podendo ser
organizada ou não, que considera as minorias como prioridade nas relações comerciais,
reagindo contra os abusos cometidos pelas empresas e exigindo tratamento adequado
para o consumidor. Segundo Giacomini Filho (1991, p.19),
A insatisfação é o ponto de partida para a ação consumerista, podendo dar-se
em relação a um produto, serviço, ideia, instituição ou grupo. Tal ação é mais
comum na compra e consumo de produtos comerciais, notadamente bens
adquiridos pelo consumidor particular; mas são igualmente importantes nas
gerações de descontentamento as ações contra o ambiente, a ecologia,
minorias, patrimônios públicos e naturais dentre outros.
O consumerismo surgiu a partir da dificuldade de relacionamento entre as
partes do consumo e a necessidade de defesa da parte mais fraca desta relação: O
consumidor, muitas vezes desprovido do conhecimento das atividades exercidas pela
empresa, começou a ganhar força e exigir seus direitos perante o mercado.
Na sociedade americana dos anos 20 surgiram as primeiras manifestações
organizadas em defesa dos direitos do consumidor, principalmente após o
crash da bolsa de Nova Yorque (1929) em que os cidadãos ficaram mais
conscientes no que diz respeito ao custo-benefício dos bens e serviços
(VOLPI, 2007 apud GOLLNER, 2010).
Logo após, o movimento ganhou força dos indivíduos consumidores e tornou-
se relevante, ganhando reconhecimento pelas empresas que se beneficiavam da falta de
atenção aos direitos dos consumidores. Os consumeristas, então, buscaram seus direitos
e insistiram nos deveres éticos que deveriam ser praticados pelas empresas. Para
Peruzzo (apud GIACOMINI, 1991, p.18),
Consumerismo foi o nome que se deu ao movimento percebido no fim dos
anos 60, nos Estados Unidos, quando uma parcela significativa de
consumidores reagiu, de forma decisiva, contra os abusos praticados por
certas empresas que utilizaram algumas técnicas de marketing para satisfazer
suas necessidades, rotuladas como ‘necessidades dos consumidores’.
Na atualidade, o consumerismo é representado na forma dos direitos do
consumidor a partir do Código de defesa do consumidor (Lei nº 8.078/90) que entrou
em vigor em 11 de setembro de 1991. Um direito garantido aos consumidores perante
os abusos cometidos pelas empresas.
O consumerismo além de preservar os direitos do consumidor de forma
individual, considera uma coletividade que é abrangida no ato de consumir. Torna-se
importante no movimento consumerista beneficiar um conjunto de cidadãos envolvidos
no ato de consumo do indivíduo, desde o produtor que cultiva a matéria prima utilizada
22
no produto, por exemplo, de forma sustentável para o meio ambiente de sua localidade,
até o distribuidor e o consumidor final, que utiliza então, um produto de qualidade.
No modelo de influência social, o consumerismo aparece com força. Como a
pessoa está consumindo em virtudes de influências de grupo, o movimento
consumerista procura mostrar, em primeiro lugar, as determinações sociais
em que estamos inseridos, conscientizando-a sobre a falsa liberdade na
escolha dos produtos. Um dos lemas é que a liberdade é um estado de
espírito, e não posse de produtos. Toda a pressão consumerista se destina a
quebrar o paradigma de que ter é importante e ainda tentar substituí-lopelo
paradigma de que experimentar fazer é mais importante.” (GIGLIO, 2005,
p.177).
O sujeito que consome conscientemente pratica relações comerciais em prol do
coletivo e acredita na transformação benéfica da situação atual a partir de mudanças de
velhos hábitos insustentáveis e ociosos partindo de uma iniciativa individual e
abrangendo todos num fenômeno sinérgico. O Instituto Akatu pelo Consumo
Consciente3 aponta dez passos eficientes para realizar o consumo de perspectiva
consciente e sustentável, são eles:
1. Preferir produtos duráveis aos de rápido descarte;
2. Evitar o acúmulo e a proliferação de lixo;
3. Escolher produtos de produção local valorizando os pequenos produtores,
4. Ser adepto ao compartilhamento de produtos de sustentabilidade na linha
de produção;
5. Optar por empresas que economizam energia elétrica e água, por
exemplo;
6. Optar pelo virtual antes do material, não desperdiçar de forma a
aproveitar integralmente todo o produto, a economia também é importante;
7. Satisfazer-se pelo uso e não pela compra, este é um dos importantes
princípios do consumo consciente;
8. Qualidade de vida e saúde para então, optar por produtos saudáveis;
9. O consumidor consciente deve dar valor às emoções, ideias e
experiências no lugar do material;
10. Cooperar ao invés de competir, tornando as relações mais humanas e
menos individualistas;
3 Organização sem fins lucrativos com finalidade de orientar o consumidor ao consumir consciente e as
empresas a serem responsáveis. Disponível em: <http://www.akatu.org.br/Publicacoes>. Acesso em 31
out. 2013
23
Os estímulos para realizar o consumo de forma responsável ganham atenção
dos consumidores que desejam desempenhar atitudes de renovação e mostram-se, cada
vez mais, inseridas no contexto das relações benéficas e fiéis do mercado atual,
repercutindo nas mídias alternativas e na mudança de velhos hábitos das empresas que
desejam conquistar este espaço de cooperativismo4. O mercado verde ou sustentável
vem ganhando força e espaço na economia atual. O diretor da SEBRAE, em matéria
para revista Exame, afirma que no mercado empresarial a “sustentabilidade significa
competitividade ao longo do tempo. Quem não seguir essa tendência pode deixar de
existir". (SANTOS, 2011).
O consumidor mostra que, muitas vezes, não tem receio de investir um valor
mais elevado por um produto/serviço que possibilite um retorno positivo para o meio
ambiente e para o benefício futuro da sociedade; assim, revela-se em pesquisa que
“quarenta e oito por cento dos consumidores estão dispostos a pagar até 10% a mais por
produtos ou serviços que atendam a requisitos ecológicos e sociais” (SANTOS, 2011).
Esta preocupação em transformar o ato de compra em uma atividade
responsável e cidadã mostra que não é a toa o grande surgimento de empresas
segmentadas de diversos gêneros para atender essa demanda. Podem-se citar alguns
exemplos dentro do gênero de alimentos orgânicos e veganos5, cosméticos naturais,
móveis feitos com madeira de reflorestamento, design sustentável, produtos feitos com
matérias primas recicladas e até roupas que possuem a produção têxtil sem adição de
tóxicos e químicos.
A lista de materiais é extensa, pode-se verificar em diversos âmbitos no
cotidiano e normalmente é acompanhado pelo selo ecológico, ou selo verde para
destacar-se dos outros produtos nas gôndolas do comércio. A economia do mercado
verde visa pôr em prática o desenvolvimento sustentável, de maneira que propicie o
avanço sem que haja extração abusiva de matérias primas. Mas apenas uma economia
sustentável não seria o suficiente para gerir o planeta; a ideia, segundo o Radar Rio+20,
seria transformar a sociedade de consumo em sociedade sustentável:
Soa, ainda, compatível com a noção de sustentabilidade, que geralmente é
utilizada para ampliar o escopo do “Desenvolvimento Sustentável”,
4 Empresas como Cooperamina – Cooperativa de mulheres que praticam atividades comerciais em
diversos ramos como, alimentos, estamparia, oficinas entre outros e Ana Banana Cosméticos Artesanais
que busca produzir produtos biodegradáveis que não agridam o corpo nem o meio ambiente.
5Vegano é aquilo ou aquele que exclui a utilização de produtos de origem animal como leite, carne, mel,
lã, e qualquer outra forma de exploração da fauna.
24
questionado por alguns que o entendem como um termo que traz
implicitamente a noção de crescimento contínuo, e também mais associado à
dimensão econômica do que ao modelo de sociedade como um todo, com
seus múltiplos aspectos culturais e materiais. (RAMOS, et al.,p.22, 2011)
A sociedade sustentável não deixa de consumir, mas realiza o ato de forma
consciente e não nociva ao meio ambiente. Esta forma de convívio acaba evitando o
acúmulo estimulado pela economia capitalista, ela não ignora os avisos do meio
ambiente e sim busca reverter e amenizar os prejuízos.
2.3 Ecovilas
Em meio à globalização o consumo se tornou acessível e rápido; a facilidade
de realizar compras pela internet além de outras facilidades de compra como entregas
rápidas, encomendas por telefone, shoppings centers abertos em horários alternativos,
entre outras aberturas flexíveis para consumo acessível, possibilitou a sociedade
consumista adquirir mais produtos em menos tempo gerando por consequência, um
fluxo maior de descarte de objetos e alimentos. Com a rotina de trabalho e outras
atividades diárias em esgotamento de tempo, muitas pessoas acabam não evitando o
consumo em excessos, nocivo a saúde e ao meio ambiente e as consequências
influenciam para uma qualidade de vida comprometida. Conscientes destes impactos,
alguns indivíduos optaram por afastar-se na procura de um espaço mais liberto e
harmonioso, assim surge o crescente fenômeno das ecovilas. Segundo Svensson
(2002, p. 10 apud DOS SANTOS, 2006, p. 18),
Ecovilas são comunidades de pessoas que se esforçam por levar uma vida
em harmonia consigo mesmas, com os outros seres e com a Terra. Seu
propósito é combinar um ambiente sócio-cultural sustentável com um
estilo de vida de baixo impacto. Enquanto nova estrutura societária, a
ecovila vai além da atual dicotomia entre assentamentos rurais e urbanos:
ela representa um modelo amplamente aplicável para o planejamento e
reorganização dos assentamentos humanos no séc. 21.
A ecovila designa uma comunidade ou assentamento com atividade ecológica e
sustentável na máxima de suas ações. Uma comunidade sustentável reduz o impacto do
seu fluxo no habitat buscando realizar atividades que retorne ao morador e ao local de
modo saudável construindo assim, numa relação de sinergia nas partes envolvidas.
Algumas atividades exercidas nestas comunidades envolvem o plantio sem agrotóxicos,
25
descarte adequado de resíduos, como a fossa seca, e práticas que abrangem a
permacultura6.
As vilas ecológicas são comunidades desenvolvidas e pensadas a partir de uma
estrutura sustentável. Muitas destas praticam a bioconstrução, que se utiliza de matérias
renováveis disponíveis na natureza, como a terracota, bambu e até mesmo materiais
recicláveis como a garrafa pet e vidro.
Figura 1 – Casa estruturada com bambu.
Fonte: <http://www.decoracaoeprojetos.com.br/projetos-de-casas-de-bambu/>
Figura 2– Bioconstrução de terracota e bambu. Fonte:
<https://www.facebook.com/InstitutoPindorama/photos/pb.176662111687.-
2207520000.1443482687./10152568037136688/?type=3&src=https%3A%2F%2Fscontent-atl3-
1.xx.fbcdn.net%2Fhphotos-xfa1%2Ft31.0-
8%2F10003649_10152568037136688_5059808533798387937_o.jpg&smallsrc=https%3A%2F%2Fscon
6Permacultura- Sistema integrado de flora e fauna desenvolvido por Bill Molison por volta de 1970,
visando a agricultura, educação, cultura e filosofia, a fim de englobar o ecossistema em uma rede de
vivencias sustentáveis, holísticas e sinérgicas.
Fonte: <http://www.fca.unesp.br/Home/Extensao/GrupoTimbo/permaculturaFundamentos.pdf>. Acesso
em: 28 de setembro de 2015.
26
ent-atl3-1.xx.fbcdn.net%2Fhphotos-xpa1%2Fv%2Ft1.0-
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d9ca8b9152%26oe%3D565FB4F0&size=2048%2C1365&fbid=10152568037136688t>
As construções geralmente são feitas coletivamente, assim como outras
atividades realizadas nas comunidades como o plantio, colheita, preparação de
alimentos, limpeza do ambiente, entre outras atividades. Muitas ecovilas abrem espaço
para o público que busca conhecer os processos realizados no local, um exemplo disso,
são as pessoas que querem trabalhar voluntariamente ajudando na construção do espaço
e na divisão horizontal das tarefas diárias. Em algumas ecovilas, encontra-se, por vezes,
a perspectiva de mercado verde onde se propõem atividades aos visitantes e/ou
voluntários, oferecendo itens produzidos no local como artesanatos, produtos do gênero
alimentício orgânico, oficinas de bioconstrução, meditação e serviços de hospedagem e
alimentação, onde é cobrada uma colaboração financeira do participante.
Fig 3- Oficina de entalhe geométrico em madeira e bambu fornecida pelo Instituto
Pindorama7. Fonte: <https://www.facebook.com/InstitutoPindorama/photos/pb.176662111687.-
2207520000.1443757102./10152199391891688/?type=3&theater>
Em outro viés, apenas por colaboração espontânea ou apenas pela troca de
vivências e aprendizado, outras comunidades sustentáveis se disponibilizam a receber
visitantes e voluntários, sem receberem remuneração pelas atividades e visitas. As
ecovilas apresentam um grande desenvolvimento do trabalho coletivo e arranjo de
comunidade sustentável, pois além de conquistar espaço na sociedade como cultura da
7 Sítio sustentável localizado no estado do Rio de Janeiro. Atua desde 2009 realizando cursos de
permacultura, bioconstrução, alimentação, eco hotel e retiros espirituais.
27
sustentabilidade e alternativa no estilo do trabalho cooperativo, de trocas de
experiências e que propõe e estimula uma economia solidária e benéfica ao meio
ambiente e ao crescimento pessoal de cada indivíduo participante.
28
3. ESTRATÉGIAS DE PUBLICIZAÇÃO
Na era atual, de avanços tecnológicos nos processos midiáticos, percebe-se a
inserção massiva dos processos comunicacionais em todos os âmbitos cotidianos, que
maximizam a presença de marcas na vida dos consumidores. Para se destacar e atuar
com eficiência, torna-se necessário adequar o discurso para mediar as relações
comerciais em diferentes nichos e grupos de pertencimento, entendendo as
subjetividades das relações sociais, assim como o meio econômico e geográfico em que
o individuo está inserido. O discurso publicitário busca envolver o consumidor para
além da relação material, inserindo o produto/serviço em um contexto lúdico alimentado
de fetiches, buscando o convencimento de sua necessidade, estimulando tendências e
economias. Sobre as estratégias utilizadas pela publicidade, Casaqui afirma que,
Essas estratégias envolvem a espacialidade, o design, as ressignificações dos
produtos, a elaboração de narrativas que promovem a transcendência, a
mitificação das mercadorias e as convergências entre elas e os desejos, os
sonhos, os objetivos humanos. (2011, p.10)
As estratégias de publicização, se apoiam no consumo do simbólico, sendo
atribuídos mais que os simples objetos adquiridos no ato de compra, mas sim uma ideia,
a identidade cultural, a identificação do indivíduo perante a sociedade e até mesmo um
status alimentado pelos grupos sociais. As estratégias são definidas de acordo com cada
especificidade que demanda a marca/produto/serviço, sendo ela o meio para executar os
objetivos traçados. A autora Lupetti (2007, p.107-108-109-110) no capítulo chamado
“A chave do resultado”, define algumas estratégias utilizadas na publicidade.
A estratégia de informação se utiliza das informações de utilidade, vantagens e
benefícios do produto; a estratégia de testemunho é aplicada através da credibilidade,
comprovando algo pelo testemunho de alguém. Outra estratégia escrita pela autora é a
estratégia de comparação, que equipara produtos sem denegrir o concorrente. Também
há a estratégia de humor que se utiliza de piadas, trocadilhos e sátiras.
Outras estratégias visam mostrar o lado frágil do concorrente como a ofensiva
e a estratégia de defesa, busca repelir eventual ataque; já a estratégia indiferenciada
busca a imagem de marca e não prioriza diretamente as vendas e, por fim, é apontada a
estratégia de posicionamento. O posicionamento coloca a empresa/produto/serviço de
29
maneira a valorizar seu diferencial no mercado e na memória do seu cliente. Ries,
(2002, p.2) aborda o posicionamento como algo além do que se faz com o produto:
“posicionamento é aquilo que você provoca na mente do cliente potencial. Em outras
palavras, você posiciona o produto na mente do cliente potencial”. O posicionamento
transpassa da posição e disposição no mercado, mas à medida como o produto/marca se
afirma no que é melhor e porque é melhor para o cliente. Para Kotler (2003, p.177), “se
o produto não for identificado como o melhor sob algum aspecto significativo para um
conjunto de clientes, estará mal posicionado e será mal lembrado. Lembramo-nos das
marcas que se destacam ou melhores sob algum critério”. Diferenciar em seu atributo
abre vantagem sobre a concorrência e pode tornar-se um benefício na competitividade
do mercado, sabendo que o posicionamento, todavia, advém da percepção do público
alvo. A autora Lupetti (2007, p.75-76), escreve que,
A percepção nos leva a uma imagem de marca, que por sua vez é um
conjunto de associações, normalmente organizadas de uma forma
significativa. Pode-se afirmar, portanto, que o posicionamento está
intimamente ligado à imagem e às associações, tanto para o público interno
quanto para o público externo à organização.
.O posicionamento então indica o caminho da empresa entre as demais no
mercado, mas apenas possui eficácia quando se diferencia da concorrência e se destaca
na percepção e na lembrança do consumidor, influenciando assim na sua decisão final e,
posteriormente, na fidelização com a marca o que ocorre quando estiver de forma
definida e significativa. A publicidade possui também, como um dos seus objetivos,
persuadir o consumidor:
Artifício de sedução social, a publicidade e a propaganda não são pura
criação ou arbitrariedade imposta: elas se apoiam em tendências latentes, em
desejos manifestos, em inclinações não implícitas mas detectadas, e as
manipulam, induzindo ao consumo, à aceitação, ao maravilhamento
(PESAVENTO, 1997 apud CASAQUI, 2011, p. 10).
A prática publicitária mercantil utiliza-se de estratégias no meio público e
privado para envolver seus expectadores, como a televisão, jornal, cinema, rádio,
internet, redes sociais e também os outdoors e outras mídias alternativas em vias
públicas e privadas, usadas de oportunidade adequada a sensibilizar o público alvo
desejado de cada marca e conotar à ela a imagem e atributos desejados. Na atualidade,
com a expansão do meio digital, as estratégias persuasivas se inserem no meio,
buscando uma participação mais efetiva e cotidiana onde muitas vezes, o consumidor
30
assume o papel de contribuinte na construção diária da marca, interagindo no processo
de construção da mesma.
A publicização abrange a construção da relação comunicacional da empresa
com o público, muitas vezes de modo visivelmente e diretamente comercial; entretanto,
a internet possibilitou que a publicidade pudesse abranger seus artifícios
comunicacionais para que não se tornasse massiva e pedante. As redes sociais oferecem
oportunidades para a empresa e o cliente interagirem.
3.1 Identidade de marca
Considera-se que as marcas, além de valor simbólico e cultural, possuem valor
de mercado. A identidade de marca bem construída potencializa o valor agregado e a
percepção no mercado. Para outros atributos visuais empregados no logotipo, está
implícita a ideia que a empresa julga representar a sua marca, sua identidade. A
identidade de marca carrega consigo seus valores, sendo imprescindível para a decisão e
conquista do cliente. O elemento visual, composição do nome deve se apresentar de
maneira clara para que o consumidor consiga memorizar e lhe traga a sensação certa ao
ser pronunciado e lembrado,
O nome certo é atemporal, não cansa, é fácil de dizer e lembrar; ele
representa alguma coisa e facilita as extensões da marca. Seu som tem ritmo.
Ele é fantástico no texto de um e-mail e no logotipo. Um nome bem
escolhido é um ativo de marca fundamental e está sempre trabalhando.
(WHEELER, 2012, p.30)
A identidade de marca também deve ser direta em seu propósito, buscar
elementos que estreitem laços com o consumidor e cause identificação com os
princípios da empresa. Alguns elementos podem ser utilizados para que o objetivo da
identidade de marca seja cumprido com maior sucesso, como elementos textuais e
imagéticos estudados e pesquisados de acordo com a personalidade da marca. Uma
identidade de marca bem realizada pode trazer um benefício emocional e alimentar, um
status social, quando o cliente se reconhece na marca, frequentemente não tem receio de
expor o seu consumo de modo a aliar-se a empresa.
31
O simbolismo trata-se de outro elemento que constitui a identidade de marca e
está frequentemente atrelado à memória do consumidor, dispondo de poder de
associação por grande número de pessoas, vindo a tornar-se referência quando
desenvolvido de acordo com fatores culturais, históricos e de identidade do público
almejado. Ainda, considera-se importante ressaltar que, para Wheeler (2012, p.44), os
“símbolos são veículos de significados. Quanto mais são usados e mais as pessoas
entendem o que representam, mais poderosos se tornam. Eles são a forma de
comunicação mais rápida à nossa disposição”. Os símbolos podem contar com a
representatividade pessoal de diferentes indivíduos e ainda provocar emoções profundas
de qualidades positivas, neutras e negativas de acordo com cada particularidade.
3.2 Elementos textuais
A publicidade utiliza-se de recursos para transmitir sua mensagem com maior
eficácia em suas peças; dentro destes estão os elementos textuais. O texto na
publicidade tem como um de seus objetivos transmitir a mensagem ao receptor com
sucesso seja ela de característica informativa, sensível ou emocional. A mensagem é
uma condição de persuadir o indivíduo à compra do produto/ideia/serviço e, por isso,
deve ser realizada de forma concisa e clara para que o receptor capte sua intenção
verdadeira; caso não haja entendimento desta, a mensagem foi imprecisa e falha.
O texto geralmente representa uma ideia que se apoia em um contexto
histórico, geográfico e cultural onde o indivíduo receptor está inserido. As
peculiaridades de cada cultura, como formas coloquiais de falar, poesia, literatura, além
da representatividade e interpretação final do texto devem estar adequadas ao que se
pretende provocar. Para isso, o publicitário tem como incumbência de estudar e
pesquisar os hábitos do seu público-alvo para que o resultado final seja adequado aos
seus objetivos, fora evitar possível constrangimento ou falha de comunicação. Para
Carrascoza, o cuidado com a construção do texto publicitário pode se tornar referência,
pois:
As palavras pertencentes ao universo linguístico do produto quase não
variam, exceto quando surgem novos termos relacionados a alguma de suas
peculiaridades. Já o universo da formulação se amplia e se enriquece a toda
hora, porque engloba o patrimônio vocabular da língua, viva, em constante
expansão. Dele, advém novas expressões populares, as gírias, as formas
32
fixas, as frases de domínio público que serão transformadas em títulos de
anúncios. (2003, p.129).
Para que uma peça publicitária que contenha texto venha a se tornar uma
referência e de domínio público, o sucesso desta peça não somente depende de seu
entendimento. O anúncio ou peça possuem em conjunto a imagem ou fotografia, a
consonância dos dois equilibra e fortifica a sua eficácia. Uma forma de tratar o tema do
anúncio é pelo título; este elemento atribui-se a importância de conquistar a atenção do
leitor, sendo que a proposta deste deve ser apresentada de maneira rápida a persuadir.
Na ótica do autor Sant’Anna (2009, p.156), em Propaganda: teoria, técnica e prática,
são apontados dois tipos de títulos, o primeiro título direto que seleciona o leitor,
informa sobre o produto, expõe uma vantagem e promete um benefício. Já o título
indireto, provoca a curiosidade, promete solução de dificuldades despertando o
interesse.
A linguagem emocional ou racional, abordada como tema na peça, por sua vez
carrega consigo um valor; a intenção de vender. Quando associada pela racionalidade,
busca muitas vezes, argumentos inteligíveis, lógicos e coerentes através de informações
comprobatórias; já as associadas pela emoção, provoca sensações e sentimentos, eleva à
poética e fantasia. “Enquanto o texto racional vende uma loção, o texto emotivo vende a
beleza dos cabelos (efeito de efeito)” (SANT’ANNA, 2009, p.160). Essa máxima
refere-se ao encantamento produzido pelo texto emotivo nos indivíduos persuadidos
pelo anúncio.
A tipografia é um elemento que completa o sentido do texto e deve proporcionar
legibilidade ao leitor, ainda assim age entre o texto e a imagem, dependendo do tipo
escolhido e de suas características. Assim, para Burtenshaw (2010, p.150), “o tipo cria
uma primeira impressão difícil de ser alterada, não importa o quanto a campanha seja
boa. Ele deve refletir a natureza da marca, produto ou serviço [...]”. Além da identidade
que a peça assume de acordo com a eficiência do tipo, ele anda em concordância e
reforçando o texto. De acordo com essa ideia, o autor reforça que
[...] a tipografia pode ser descrita como a seleção e uso de tipos para
transmitir uma mensagem da melhor maneira possível. A compreensão da
importância da tipografia para o sucesso de uma campanha é crucial para a
direção de arte eficaz; a legibilidade e adequação do(s) tipo(s) escolhido(s)
pode determinar o sucesso ou fracasso da comunicação da mensagem.
(BURTENSHAW, 2010, p.150)
33
Assim como o cuidado com a tipografia e outros elementos textuais, sabe-se da
necessidade de adequação às mídias escolhidas para a veiculação dos anúncios, pois a
segmentação de públicos se apresenta diferenciadamente podendo gerar ruídos de
comunicação no resultado final pretendido.
3.3 Elementos imagéticos
As imagens, fotografias e/ou ilustrações complementam o objetivo persuasivo
e fortificam a eficácia do anúncio publicitário. O texto, juntamente com a imagem e
seus elementos, propõem certa união rítmica, não monótona e estável necessária para a
concepção visual; na linguagem publicitária, esse conjunto denomina-se layout, que
conceituado por Sant’Anna (2009, p.184): “é o modo como se arranjam os textos e as
imagens nas páginas. Um bom layout é aquele que ajuda a transmitir as informações
que estão no texto e, ao mesmo tempo, possui um design atrativo e incita à leitura.”. O
Elemento imagético tem a função de não apenas comunicar, mas ainda motivar e
provocar sensações agradáveis para que busque escolher por aquele produto/serviço
anunciado.
O uso das cores de modo apropriado indica significado e direcionamento ao
anúncio, o significado das cores pode variar de acordo com o contexto histórico e
cultural de cada grupo social ou indivíduo, e seu emprego necessita de certa pesquisa
prévia para que não se cometam erros gerando insucesso como resultado. As cores
apresentam-se em tendências e psicologicamente, podem estar ligadas a emoções que
variam de acordo a cada sujeito e suas vivências. Por isso a cor é conduzida e está
atrelada a todos os elementos do anúncio. Gonzales ( 2003, p. 20) afirma que
O significado das cores num determinado texto publicitário é definido pelas
relações existentes entre as mensagens verbais e não-verbais nele presentes,
ou seja, é preciso analisar as cores dentro do contexto do anúncio, pois são as
mensagens linguísticas que definem o significado de cada cor, no texto.
Já a fotografia publicitária tem como objetivo exercer fascínio sobre o público
estimulando o desejo pelo produto. Ela alimenta e instiga pela verossimilhança, pela
proximidade com o cotidiano do sujeito a ser sensibilizado. O autor Burtenshaw, em
34
Fundamentos da Publicidade Criativa reflete que, “A fotografia é considerada ‘real’ e
confere a credibilidade à mensagem do anúncio. O público vê a foto como crível, pois
pode representar o produto como é de verdade e no contexto de um ambiente “real”.”
(2010, p.120)”. A fotografia publicitária provoca os sentidos do observador e
juntamente, realiza um convite persuasivo a experimentação e o envolvimento com o
produto/serviço.
Por outro lado, sua escolha necessita da avaliação de uma série de
complexidades, segundo Cesar (2000, p.211):
[...] a composição, originalidade e sensibilidade além das técnicas conduzem
a escolha da fotografia, a dramaticidade, perspectiva e a luz e forma são
respostas para uma boa composição. Valorizar a boa aparência dos produtos e
comunicar através da fotografia são cuidados da execução do trabalho.
Outra opção a ser usada no layout publicitário é a ilustração, esta pode se
apresentar em inúmeras técnicas como aerografia, colagem, fotorrealismo, bico de pena,
giz pastel, óleo, aquarelas entre muitas outras. O critério de escolha vai de acordo com a
proposta desejada e pode ser tão ou mais eficaz, dependendo da proposta, quanto a
fotografia. Mas a escolha pela ilustração pode estar ligada a fatores artísticos escolhidos
pelo publicitário, suas funções vão mais longe do que seu objetivo decorativo e atraente.
Sant’Anna (2009, p.191- 192) aponta algumas funções da ilustração como “aumentar o
índice de atenção ao anúncio, tornar o anúncio mais agradável; induzir a leitura do
texto; estimula o desejo pelo que está anunciado e demonstrar ou reforçar afirmações
feitas no texto; identificar o produto ou marca e formar atmosfera adequada”.
A fotografia acrescenta ao layout do anúncio, exercendo forte fascínio sobre o
consumidor, incidindo na decisão final de sua compra e mais intensamente na sua
fidelização. Os elementos imagéticos revelam, intrinsecamente, a identidade, valores e
princípios da marca, por isso, se valida de estudos e pesquisas sobre a percepção do
consumidor acerca de simbologias e cores, para que o desfecho final seja o mais bem
sucedido possível.
35
4. FACEBOOK: ESTRATÉGIAS DIGITAIS
Ao observar o consumidor atual, percebe-se que ele está cada vez mais inserido
no mundo digital, desempenhando um papel mais interativo com a empresa e cobrando
imediatismo, diálogo e reciprocidade nas relações comerciais. Estes usuários são
dotados de pró-atividade e buscam respostas e envolvimento das empresas no meio
digital fazendo necessário que estas procurem adequação e comprometimento na rede.
De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Nielsen, Marin (2010, p.44)
conclui que
Com maior interatividade na rede por meio das redes sociais, o consumidor
digital, no momento da tomada de decisão da compra, considera mais as
opiniões de amigos e sugestões dos internautas do que as propagandas de
massa convencionais utilizadas pela maioria das empresas.
Nota-se que os usuários do meio digital se apoiam nas vivências de outros
usuários, influenciando na decisão final onde a escolha parte das respostas
compartilhadas e das experiências proporcionadas pela empresa/marca. As trocas e
respostas do público colaboram para que a empresa posicione-se na sua comunicação
on-line e considere o público que utiliza e domina este meio, mantendo-se em um canal
de comunicação direta e de retorno rápido, que é fundamental para o crescimento e
desenvolvimento das organizações evitando possíveis quebras de expectativas e
difamações. Na ótica de Terra (2011, p.53),
A empresa precisa dialogar com seus clientes e estar aberta às vozes que vêm
de fora. O cliente é tido como uma espécie de coprodutor e a opinião pública
cede a vez para o saber público. No ambiente digital, o relacionamento é cada
vez mais estreito e direcionado. O conceito de sabedoria das multidões nunca
fez tanto sentido, por isso, é preciso mapear os pontos de encontro com o
consumidor, na internet, no SAC, nos contatos e naqueles lugares em que a
marca não se faz presente, como nos blogs, nos posts, nas comunidades.
As redes sociais oferecem, há um tempo ágil retorno às empresas que buscam
pesquisar acerca do cotidiano de seu público e usar esta vantagem para construir
estratégias de marketing acerca de um bom relacionamento com o cliente é pertinente.
Entusiasmar e compartilhar o conteúdo produzido pelo usuário pode ser um modo de
estreitar laços, pois as “organizações que querem estimular o conteúdo gerado pelo
usuário têm de se valer de dois fatores: a visibilidade de sua marca e de seus
36
consumidores, por meio de ferramentas que os empoderem e lhes deem prestígio”
(TERRA, 2011, p.103).
Muitas empresas optaram por aprofundar as estratégias de marketing de
relacionamento inserindo-se na rede e criando perfis corporativos, mas para se preservar
ativa e eficaz a marca ou corporação necessita atender a algumas complexidades. O
autor Coutinho (2007 apud TERRA, 2011, p.44) enfatiza quatro perspectivas para o
êxito das marcas no universo das redes sociais on-line; que são “necessidade de
comunicação constante e relevante; possibilidade de múltiplas interações; existência de
mecanismos para identificar e estimular o surgimento de “líderes comunitários”; e
tempo. Outro crucial é a liberdade de expressão dos usuários nesses ambientes.”.
Não apenas produzir conteúdo interessante ao público da internet: a marca
deve se comprometer com a própria imagem, sabendo que sua movimentação deve ser
precisa, pensada e pesquisada para que não gere crises difíceis de controlar. Um deslize
na web implica em muitos usuários descontentes e influenciando outros pela má
impressão da empresa/marca. O compartilhamento de informações se dá tanto por
experiências positivas e negativas, e conservar a imagem, ser transparente e honesto
com o público pode gerar empatia.
A imagem é um ponto de partida para a conquista do mercado consumidor,
principalmente no momento atual, em que as ideias são tão ou mais
representativas quanto o próprio produto ou bem. A imagem – qualidade
percebida – determina o valor do produto para o consumidor. E determina,
também, as relações de fidelização que ele estabelecera com o produto e, em
última instância, com a empresa. (LAS CASAS, 2010, p.68-69).
O público, através do uso da internet, vem cada vez mais exigindo que a marca
responda e correspondam suas expectativas. Estar on-line não é apenas necessário, mas
incluir, conquistar e envolver cada público corretamente, reduzindo erros e
maximizando o envolvimento, concedendo direitos e liberdade de expressão ao usuário
que deseja construir e participar da evolução da marca opinando, decidindo e se
projetando no espaço virtual aliado com a corporação.
37
4.1 Nas redes sociais
Em razão da globalização, a internet se tornou acessível à grande parte da
população, a distribuição e compartilhamento de conteúdos na web passou a ter grande
proporção. Para Anderson (2006 apud LAS CASAS 2010, p.32), “o principal efeito de
toda essa conectividade e interatividade é o acesso ilimitado e sem restrições a todas as
culturas e conteúdos de todas as espécies, desde a tendência dominante até mesmo as
coisas mais escassas”. Vê-se uma nova tendência de comunicação em todas as partes
do mundo, onde indivíduos de diversas culturas e localizações geográficas conseguem
interagir e se relacionar em uma rede de conexões intangível, diminuindo a distância
física e cultural. As redes sociais ou redes de relacionamento buscam conectar os
indivíduos,
“[...] são ambientes que focam reunir pessoas, os chamados membros, que
uma vez inscritos, podem expor seu perfil com dados como fotos pessoais,
textos, mensagens e vídeos, além de interagir com outros membros, criando
uma lista de amigos e comunidades.” (TELLES, 2010, p.82)
As redes sociais alimentam a ideia de coletivo, de grupo, onde diversas pessoas
se reúnem para se comunicar por meio de mensagens particulares ou não, com um
objetivo, um assunto de interesse comum. Bem como fomentar discussões, as redes
sociais permitem que o usuário revele a sua opinião por determinados assuntos e
compartilhe da sua vida com os demais através de fotos, textos e outros elementos em
tempo real. O acervo da internet é de grande proporção; o usuário, quando vivencia uma
experiência, seja ela positiva ou negativa, tende a compartilhar com os demais. A
informação é o princípio da sociabilização, o que movimenta o universo on-line:
Informação é sempre fluxo e para o sujeito ela funciona como troca com o
mundo exterior, o que lhe confere seu caráter social. Assimilada,
interiorizada e processada por um sujeito específico, ela é a base para sua
integração no mundo, propiciando ajustes contínuos entre o mundo interior e
o mundo exterior (TÁLAMO, 2004, p.1 apud TOMAÉL, p.96, 2005).
A comunicação na rede social depende da troca de informações, da ação de
seus participantes, sendo estes indivíduos ou corporações. A comunicação em rede é
intercedida pela tecnologia: “quando trabalhamos com uma rede social na Internet,
compreendemos a estrutura dos atores e suas conexões sociais como traduzidas pelas
ferramentas da comunicação mediada pelo computador”, (RECUERO, s/d, p.02), mas
38
essencialmente, a comunicação e o mantimento dessas relações, devem-se ao individuo,
ator social.
4.2 Facebook
A plataforma de rede social denominada Facebook é considerada atualmente a
maior rede social mundial. Esta surgiu em 2003, com outras finalidades, pelo estudante
Mark Zuckemberg. O layout desta plataforma “conversa” com linguagem jovem e clara,
pois foi proposta primordialmente aos estudantes universitários como um canal de
interação, promovendo novas amizades, sem restrições de idade, gênero e localização
geográfica dentro de configurações de privacidade que cada usuário escolhe manter.
Torres (2009, p.141) aponta detalhamentos de informações abordadas na plataforma,
como informações básicas, pessoais, de contato e trabalho e educação. O Facebook
permite que o usuário convide outros para serem amigos, compartilhando com estes
informações desejadas do gosto do usuário.
Fig. 4 – Plataforma Facebook na página inicial do usuário, compartilhamento de vídeo a partir de
link direto do site Youtube. Fonte: Perfil próprio da pesquisadora.
39
Na figura anterior, mostram-se os diferentes elementos oferecidos na rede
social, como mensagens de amigos, feeds de páginas que o usuário decidiu seguir,
grupos que está inserido e os que ele próprio administra. Há, também, eventos
confirmados, onde a própria plataforma avisa sobre a data, localização e horário. “[...] o
Facebook é uma rede social muito mais aberta que seus concorrentes, permitindo que
novos softwares e recursos sejam adicionados por terceiros, enriquecendo o próprio
site” (TORRES, 2009, p.143).
Na parte superior da imagem, percebe-se uma caixa contendo a mensagem “No
que você está pensando?” e este espaço possibilita que o usuário escreva mensagens,
poste fotos, vídeos através de links, dentre outras possibilidades, a serem
compartilhados com amigos em modo público ou privado. Em outro lado do espaço
pessoal, o Facebook possui em viés de comunicação comercial, voltado à
marcas/produtos/serviços que possibilitam a promoção de eventos, onde o usuário pode
mandar convite para amigos e receber atualizações de informações sobre o evento,
podendo realizar comentários, enquetes, entre outros. O Facebook permite que uma
organização promova uma página e anuncie seu produto/serviço, de forma paga ou
gratuita sem deixar de receber dados quantitativos, mostrando o desenvolvimento e
progresso do seu negócio on-line.
Fig.5 Dados gerais referente a uma página comercial no Facebook.
Fonte: Dados pessoais de página da pesquisadora.
40
As relações comerciais via rede social, se estreitam com o surgimento do
Facebook, devido a plataforma possibilitar abrir espaço para que os usuários consigam
interagir com a empresa pelo meio de uma comunicação livre e direta para mais do
compartilhamento de informações, a atmosfera se transforma de modo híbrido
valorizando as partes envolvidas.
41
5. METODOLOGIA
Este trabalho se concentra nas explicitações das estratégias de posicionamento
na rede social Facebook de três objetos de estudo, sendo escolhidas comunidades de
localização física pertencentes ao estado do Rio Grande do Sul, denominadas na
plataforma online Facebook como Comuna Pachamama, Sítio Amoreza e Instituto Arca
Verde. A partir de um estudo exploratório onde foram pesquisadas ecovilas de maior
proximidade e envolvimento com o público local e ainda mais, oferecendo a
possibilidade de visitações e voluntariados, ou seja, estando aberta a recepção do
público em geral, proporcionando vivências.
5.1 Objetos de Estudo
A Comuna Pachamama se localiza acerca de 90 km da cidade de Santa Maria,
em território do município de São Gabriel, onde a terra foi cedida pelo INCRA
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), através do movimento MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Este assentamento se
autocaracteriza pela movimentação anarquista, dividindo o trabalho de forma
horizontal, onde mulheres e homens desenvolvem as mesmas funções de trabalho a
partir de métodos criados pelos próprios moradores. A comunidade é direcionada para a
militância em questões sociais e conta com cerca de 20 moradores, incluindo crianças
em idade não escolar, contando também com visitantes e voluntários que podem residir
por determinado período. O assentamento desenvolve atividades como cultivo de arroz
orgânico e mel, destinado ao consumo próprio e venda em feiras da cidade de Santa
Maria. Porém, suas atividades comerciais geram remuneração apenas para suprir
necessidades básicas, como por exemplo, alimentação e transporte.
O foco de suas movimentações está concentrado na atividade política e
envolvimento com outras comunidades anarquistas8; ainda que com pouca prática, a
comunidade busca desenvolver atividades que valorizem o meio ambiente e o trabalho
coletivo. Diante disto, realizam visitas organizadas para as quais fica a disposição a
saída de um ônibus de Santa Maria em períodos que variam em média por trimestre,
8 Comunidades anarquistas são caraterizadas pelo trabalho horizontal, ou seja, sem hierarquia entre homens e mulheres. Neste tipo de comunidade, todos os integrantes desenvolvem as mesmas funções organizadas por uma espécie de ciranda, que otimiza uma escala de trabalho.
42
onde voluntários se reúnem em um período de construção da comunidade. O trabalho
envolve construção de casas, plantio e debate de ideias diversas.
Outro objeto de estudo é o Sítio Amoreza, localizado em Morro Redondo. Este
foi fundado no ano de 2011 e busca desenvolver atividades como permacultura,
produção artesanal, cursos e oficinas e a produção e venda de quitutes. A comunidade
busca desenvolver atividades relacionadas ao meio ambiente e a sustentabilidade, sem
buscar diretamente foco político. Conta também com o recebimento de visitas e
voluntários para trabalho, mas diferentemente da Comuna Pachamama, o Sítio cobra um
valor de investimento pela visita guiada e voluntariado. O valor envolve as despesas
com guia, alimentação e estadia sujeita a aprovação dos gestores da comunidade.
Assim como o Sítio Amoreza, o Instituto Arca Verde também realiza cobrança
pelas visitas e voluntariados, além de desenvolver as mesmas atividades. A ecovila foi
criada no ano de 2005 e está localizada no município de São Francisco de Paula, onde
possui cerca de treze moradores. As atividades concentram-se na ecologia,
bioconstrução, conhecimento pessoal e sustentabilidade; todavia, a comunidade possui
um sistema próprio de economia onde circula a própria moeda internamente,
denominada “verdinha” com finalidade de conquistar maior autonomia econômica entre
os moradores.
Estas comunidades, além de situarem-se geograficamente no mesmo estado,
possuem práticas autônomas diferentes de comunidades tradicionais, que visam à
valorização do coletivo e o crescimento individual. As três comunidades também se
propõem a receber voluntários e visitantes de maneira remunerada ou não, e procuram
estar em harmonia com o meio ambiente reduzindo impactos ambientais no viver.
5.2 Procedimentos
Com a finalidade de cumprir os objetivos propostos com maior integridade, foi
determinado que esta pesquisa contasse com a natureza qualitativa, pois se trata de uma
investigação baseada em dados recolhidos na web e de perspectivas não uniformes. Para
Michel (p.37, 2009) “a capacidade interpretativa do pesquisador com isenção e lógica
apoiada numa teoria existente é imprescindível para resultados significativos.” Deste
modo, a compreensão da pesquisadora se fez relevante e influente nos resultados, assim
como o aparato teórico pesquisado.
43
Após a escolha dos objetos de estudo, surge a necessidade da técnica de coleta
de dados na rede social Facebook, onde se utilizou do recurso de printscreen (capturas
de imagens) das postagens das páginas referente às três comunidades. Para que fosse
possível a análise em tempo hábil, foi escolhido como amostra de pesquisa o mês de
agosto de 2015, do dia 01 ao dia 31. Cumprindo o primeiro objetivo específico
designado neste trabalho, ao mapear as publicações das páginas dos objetos de estudo,
encontrou-se uma grande diversidade de assuntos propostos on-line, as variações
encontradas pelo estudo exploratório proporcionaram que as postagens fossem divididas
por categorias diferentes da pesquisa em análise.
Para efetivar o restante dos objetivos específicos propostos como, identificar e
analisar as estratégias de publicização utilizadas nas respectivas páginas e análise de
posicionamento a partir das postagens, além da verificação do posicionamento em
relação ao mercado verde, utilizou-se a análise de conteúdo, que permite que o
pesquisador investigue assuntos acerca da comunicação. Como afirma Berelson apud
Michel (2009, p.71), “verificação de tendências, teor de comunicações, traços da
cultura, técnicas de propaganda, níveis e padrões de comunicação, traços estilísticos,
interações entre comunicações, legibilidade da comunicações, entre outros”, a análise de
conteúdo permitiu que fosse verificado o contexto cultural das mensagens e simbologias
inseridas nas postagens.
44
6. DADOS E CONEXÕES
Com embasamento no referencial teórico abordado neste trabalho e sob a ótica
interpretativa da pesquisadora, as análises foram realizadas de maneira organizada em
categorias, já que se constatou que o universo de pesquisa (postagens das comunidades)
apresenta conteúdo de grande variação. Entende-se que uma análise específica e
uniforme, que as transformasse em um único conteúdo, poderia não ser cabível e
adequada.
Antes de analisar as postagens, considerou-se necessário que fosse investigado
o perfil de cada comunidade, com o intuito de investigar o posicionamento e a
identidade de marca, para isso, utilizou-se de prints dos perfis no Facebook dos
diferentes assentamentos. Anteriormente a estas categorias de análises serem estudadas,
foi proposta uma primeira categoria que reflete acerca da identidade de marca de cada
uma delas, esta categoria denomina-se Identidade digital, que toma por base de estudo o
perfil individual e fotos utilizadas.
A categorias posteriores foram as seguintes: Mercado Verde: experiências
vendáveis que apresenta postagens relacionadas a comercialização de experiências no
contexto da sustentabilidade como cursos, oficinas e worshops. Essas ofertas podem ser
associadas à comercialização de vivências e substituídas por voluntariado, onde a
comunidade propõe a troca destas por acolhimento e trabalho físico.
Mais adiante, encontra-se a categoria de Vivências coletivas compartilhadas,
onde as comunidades compartilham de vivências nas quais proporcionam a visitantes e
também, nas quais os próprios integrantes participaram. Outra categoria criada contém
postagens que se encaixam dentro da Natureza lúdica, esta categoria avalia e interpreta a
função da fotografia como elemento imagético de envolvimento cultural, agente de
sensibilidade, persuasão e convencimento de uma experiência natural e fantástica.
6.1 Identidade digital
As comunidades possuem uma conta no Facebook, sendo páginas onde o
usuário pode curtir, receber atualizações e entrar em contato ou perfil pessoal, que
possui muitas das mesmas possibilidades de interação. O diferencial, como estudado
pelo referencial teórico, é que muitas empresas/marcas/serviços se utilizam das páginas
45
pela vantagem de recebimentos de dados de desempenho fornecidos gratuitamente pela
plataforma. Independente das possibilidades, os perfis contam com imagem ou foto de
perfil, que pode ser classificada como ilustração e imagem de capa, que é utilizada
como complemento que auxilia e reforça a identidade da marca. Estas imagens refletem
a identidade das comunidades e buscam reforço a partir do seu contexto cultural, como
visto no referencial teórico. Esta identidade carrega o potencial de conquista onde se
transmitem princípios e a personalidade da marca, tornando-as relevantes na decisão do
público a seu favor.
Outro elemento em destaque no perfil é o nome, que deve possuir significância
e clareza ao se pronunciar, juntamente aos elementos imagéticos que constituem atuam
de acordo com a questão cultural de cada grupo social pertencido ou ao que objetiva
pertencer. Neste contexto, a Comuna Pachamama em sua foto de perfil utiliza-se do
elemento da ilustração.
Fig. 6 – Ilustração utilizada no perfil da Comuna Pachamama. Fonte: < https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1380941908837947&set=a.1380941902171281.10737418
25.100007664529718&type=3&theater>
Este simbolismo aparece representado por uma flor de cor roxa e uma abelha
vermelha em posição de pouso no seu miolo, que é constituído pela letra A, maiúscula.
A letra “A” em questão, segundos moradores da comunidade, representa a simbologia
do movimento social anarquista que constitui na ideia de que a sociedade deve existir
independente do poder do estado, lutando contra o capitalismo apoiado na ideia de
organização e autogestão sem ordem hierárquica, como objetiva a comunidade em
relação a sua dinâmica de funcionamento. A cor roxa presente na flor significa a união
das cores azul e rosa, azul representando masculino e rosa o feminino, esta união resulta
46
no roxo, cor que significa a igualdade de gênero proposta pelo feminismo e pela
comunidade através da extinção hierárquica de funções e gestão.
O verde presente no caule da flor remete a agroecologia, produção do plantio
utilizado que parte da agricultura refletida na ecologia e praticada pelo assentamento.
Outras cores presentes são o vermelho e o preto utilizados na figura da abelha que
representam diretamente as cores do movimento anarquista.
A simbologia da abelha insinua a produtividade e cultivo do mel pelo
assentamento e a flor, carrega a conotação de algo que está em expansão, que cresce do
centro e se dilata expandindo e disseminando. As simbologias estão atreladas as
vivências e culturas de cada indivíduo, sendo estas, passíveis de interpretação individual
e ótica variada de cada pessoa e suas subjetividades; a princípio, estas interpretações
foram realizadas de acordo com referencias simbólicas apoiadas no material presente
em rede social e o contexto linguístico se encaixa no elemento publicitário designado
como layout, e efetiva a mensagem política atrelada a comunidade de forma clara.
Fig. 7 – Perfil de Comuna Pachamama.
Na foto de capa é utilizada a imagem de um lago presente na comunidade, este
lago é utilizado para lazer e também retrata a beleza natural preservada e presente no
assentamento. A palavra Comuna deriva de uma abreviação da palavra comunidade, já a
palavra Pachamama está relacionada à divindade, ou mãe terra, tem significado com o
feminino e a fertilidade. Pachamama ou mãe terra se trata de um termo de origem
Andina.
47
Já o Sítio Amoreza usa em conjunto duas palavras em apenas uma,
transformando amor mais natureza em Amoreza. A árvore, neste caso, representa a
natureza e a copa, onde estão presentes nos galhos e folhas, são representados pela
simbologia de corações que fazem alusão ao amor, completando com clareza o sentido
de amor pela natureza. Na ilustração, percebe-se o uso das cores em dégradé, como o
marrom utilizado para o tronco da árvore, tons de verde até chegar ao amarelo e por fim
o vermelho. Esta escala de dégradé associa-se ao ciclo de maturidade, como na própria
flora, onde o fruto passa por certo ciclo de vida até estar maduro para o colhimento.
Nesta evolução está intrínseco o processo de aprendizagem e nutrição da sabedoria,
onde no topo da figura, encontra-se o resultado a ser colhido, ou seja, o amor. Esta
estratégia de publicidade também se utiliza do recurso de ilustração, onde se observa
que está realizado dentro de um arranjo de identidades simbólicas.
Fig.8 - Ilustração utilizada como foto de perfil do Sítio Amoreza.
Como foto de capa, vemos mais uma vez, a presença da fotografia da natureza
presente na comunidade, árvores da espécie Aroeira nativas da região sul do Brasil. Esta
fotografia apresenta luz que se projeta entre seus galhos transformando um pôr do sol
em algo místico e onírico. A presença predominante da coloração dourada dos raios
solares detrás da silhueta escura das árvores carrega uma conotação psicológica ligada
ao divino, revelando uma mensagem não verbal de magia e encantamento.
48
Fig. 9 – Página do Sítio Amoreza.
Fonte: <https://www.facebook.com/paginasitioamoreza/?fref=ts>
O Instituo Arca verde também se utiliza da figura simbólica das árvores, em
sua foto de perfil e capa, mas nesta situação a árvore utilizada em questão, se origina da
espécie nativa do sul, predominantemente de áreas mais altas, denominada como
Araucária. Esta espécie é considerada rara e em processo de extinção, podendo ser
encontrada, na maioria das vezes, em áreas de preservação ambiental.
Fig.10 – Ilustração do Instituto Arca Verde utilizado como foto de perfil no Facebook.
Nesta ilustração há a presença da cor verde, reforçando o interesse pela
natureza, além da composição onde estão presentes pássaros em vôo livre, remetendo a
49
liberdade. A identidade do nome Arca Verde remete a arca bíblica construída por Noé
onde foram salvos animais de diferentes espécies de um dilúvio, o nome Arca Verde
então, associa a salvação de espécies da flora, como por exemplo, a própria Araucária,
espécie nativa em processo de extinção.
Fig. 11 – Página do Instituto Arca Verde.
Fonte: < https://www.facebook.com/institutoarcaverde/?fref=ts>
Como fotografia de capa visualiza-se a própria ecovila a um enquadramento
onde exibe a preservação das araucárias no seu meio ambiente. A ecovila está inserida
dentro do contexto da natureza aproveitando o espaço para construção sem desmatar, à
primeira vista, o local onde se posicionam as residências.
Após esta análise, percebe-se que, a partir das referências abordadas sobre
identidade de marca. As comunidades analisadas se utilizam de estratégias publicitárias
onde o simbolismo é constantemente relacionado ao meio ambiente. O valor simbólico
atrelado busca exaltar uma conexão cultural relacionada com o ambiente em que cada
comunidade está inserida, posicionando-se de maneira a exaltar seus atributos
ecológicos como, relevantemente no caso do Sítio Amoreza e Instituto Arca Verde
através da representação das árvores nativas nas comunidades ou pela produção agro
ecológica ou ideologia política como no caso da Comuna Pachamama.
Faz-se presente em todos os perfis, elementos publicitários como a ilustração.
Os elementos visuais utilizados se exibem claramente, apesar de que carregados de
simbologias diversas como encontrado no perfil da Comuna Pachamama e Sítio
Amoreza. Estas atribuições conferem as particularidades de cada objeto analisado, como
visto no referencial trazido neste trabalho, particularidades podem abordar esta
50
representatividade subjetiva e psicológica pessoal construída por vários indivíduos de
acordo com representações culturais nas quais estes estão inseridos. Nesta categoria
conclui-se então, que o assentamento Comuna Pachamama destaca-se por seu
posicionamento diferenciado que releva questões de políticas sociais, como feminismo e
anarquismo, ademais das questões abordadas pelos outros dois assentamentos
analisados, que se posicionam de maneira valorativa ao meio ambiente, assumindo uma
postura de maior destaque no mercado de consumo consciente.
6.2. Mercado Verde: experiências vendáveis
Acerca do mercado de soluções sustentáveis, encontram-se opções de consumo
que alimentam a economia capitalista envolvendo uma prática de consumo mais
consciente e não apenas pautada nos produtos, mas também como ideias e serviços
comercializadas com intuito sustentável. Sabe-se que este consumidor não tem receio de
investir um valor maior do que o que costuma gastar em um produto/serviço que não
prejudique o meio ambiente e propicie retorno positivo à sociedade.
Inserido neste contexto, o Instituto Arca Verde realizou uma postagem no dia
30 de agosto onde oferece um curso intitulado como Dragon Dreaming, na descrição da
legenda consta: “O Dragon Dreaming dá suporte a indivíduos, organizações e
comunidades para co-criarem, de maneira altamente eficaz, projetos bem-sucedidos a
partir de seus sonhos e visões coletivas”, a proposta segue em uma situação positiva de
interação entre os participantes, onde são abordados conteúdos teóricos de construção
dirigidos aos integrantes de ONGs, coletivos, associações entre outros, estimulando a
produção e desenvolvimento de projetos a partir do método de empoderamento pessoal
e atividades lúdicas como a produção de um círculo dos sonhos. O investimento deste
curso possui o valor de 440 a 480 reais.
Esta postagem mostra que há uma interação comercial entre as ecovilas, a troca
de experiências neste sentido, considera-se através de uma relação comercial com
finalidade educacional que promove a oportunidade de troca de experiências através de
um método específico oferecido pelo curso, que visa o crescimento e amadurecimento
de outras comunidades.
51
Fig. 12 – Postagem do Instituto Arca Verde sobre o curso de Dragon Dreaming.
O anúncio se constrói através de uma ilustração que pode ser considerada de
cunho informativo, onde contém dados detalhados acerca do acontecimento. As cores
vibrantes propostas no layout, a composição de curvas sinuosas e abstratas, além da
organicidade trabalhada na ilustração, reforça a proposta lúdica do evento em conjunto
com o meio ambiente. É visível um conjunto com outras formas geométricas, a presença
de simbolismo que remete a natureza de maneira crua e primitiva, como a moldura com
linhas que podem ser associadas a ondas. O desenho de forma naïf9 de cobras pode estar
ligado ao símbolo místico alquímico grego denominado Ouroboros, onde a serpente
morde o próprio rabo simbolizando um ciclo evolutivo de ideias e movimentos.
9 Arte Naïf ou arte primitiva moderna representa a ingenuidade e simplicidade ausente na arte ocidental e
acadêmica.
52
Fig. 13- Ilustração de Ouroboros de antigo livro de alquimia. Fonte:
O texto contido no layout se apresenta de maneira direta, com linguagem clara
e objetiva, tratando de informações básicas e precisas. Num primeiro momento se refere
diretamente ao curso, além de contar com direcionamento para que os indivíduos
interessados possam buscar maiores informações. A partir disso, podemos identificar a
estratégia de informação, proposta pela autora Lupetti, citada no referencial teórico.
Além do Instituto Arca Verde, a comunidade Sítio Amoreza ofereceu pela
plataforma Facebook, a partir do dia 05 de agosto, uma oficina de Bioconstrução com
terra na data de 22 e 23 de agosto, onde na descrição do acontecimento constou o
seguinte texto: “A oficina contará com parte teórica, experimentos com barro, princípios
básicos de construção e ferramentas, e principalmente práticas com o barro, em nossa
nova obra que estamos fazendo. Além de boa música abraços, uma boa fogueira, cine-
mato, material digital e ótimas conversas, rodeado pela natureza abundante de nossa
região e um arroio que canta todo dia.”. Percebe-se que a proposta da ecovila Amoreza
estende-se de maneira informal e calorosa quando explicita afetivamente como abraços
e ótimas conversas no texto de apoio, tornando a primeira vista um evento dirigido a
amigos ou pessoas que buscam estabelecer ligações afetivas, além do aprendizado
teórico e prático. A proposta também, se encaixa dentro de uma visão mais descontraída
do trabalho físico, expandindo a um momento de lazer e atividades culturais no que se
53
refere a atividades como, música e o cinema “cine-mato” e instigando o usuário a
expandir fisicamente sua interação virtual.
Fig. 14 – Postagem do sítio da Amoreza – Oficina de Bioconstrução com Terra.
A imagem mostra-se como passo da atividade e instiga em uma pré-vivência
do que a oficina propõe ademais do aporte teórico. Esta conjugação de material encaixa-
se dentro da estratégia de testemunhal, onde o indivíduo atua como comprovador,
atestando a credibilidade e o envolvimento. Em conjunto a oferta experimental e prática,
a fotografia provoca os usuários do Facebook a projetarem suas futuras vivências em
campo no funcionamento coletivo, interação e trabalho harmônico, propostas estas,
caracterizadas pela dinâmica de funcionamento que define as ecovilas.
Em outro momento, ainda pelo Sítio Amoreza, pode-se acompanhar um
compartilhamento de outra postagem realizada no mês de julho, neste compartilhamento
o assunto ainda envolve a mesma Oficina de Bioconstrução com Terra, mas por uma
perspectiva diferenciada. Vê-se uma atenção estética e organização em relação à
fotografia trabalhada anteriormente, pois há, uma concepção de layout e organização
contendo logotipo, título e fotos como elementos do anúncio.
54
Fig.15–Cartaz da Oficina de Bioconstrução com Terra.
Nesta figura observa-se que a composição se dá a partir de um compilado ou
montagem de fotos onde se buscou trazer mais imagens de experiências das técnicas
aplicadas, resultados finais e trabalho coletivo. O layout emprega cores que fazem
alusão à natureza e a terra como tons de verde e marrom, também presentes no logotipo,
criando assim uma unidade e referência à identidade de marca. Esta postagem buscou
funcionar como um aviso, onde se anuncia que restam poucas vagas para encerrarem as
inscrições da oficina, demonstrando o sucesso de sua divulgação. Em contraponto ao
curso mostrado na primeira figura analisada, oferecido pelo Instituto Arca Verde, aqui
não são explicitados valores correspondentes e se há algum investimento financeiro, o
anúncio incita a buscar mais informações sobre o assunto pelos canais de atendimento
online, ou seja, por meio de mensagens na rede ou e-mail, não deixando de se encaixar
como uma estratégia informativa. É importante ressaltar que as palavras Cab, Pau a
Pique, Vitrais, Captação de água e CordWood, expostas na imagem, fazem parte detsa
estratégia informativa.
Outro curso oferecido pelo Sítio Amoreza, é o curso de Sistemas Agroflorestais
cuja inscrição custou o investimento de 150 reais, garantindo a certificação concedida
55
pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que confere a
credibilidade.
Fig.16 – Curso de Sistemas Agroflorestais.
Nesta publicação, encontram-se elementos imagéticos ligados à fotografia, a
evidencia da natureza corresponde à proposta do curso, onde se visualiza a fotografia de
uma floresta natural irregular. A partir dos elementos textuais, encontra-se o conceito
informativo e a assinatura da empresa Embrapa, que fornece a certificação como
garantia e título de construção direta e objetiva, anunciando imediatamente do que se
trata.
56
Neste subitem pode-se visualizar que a partir das publicações encontradas
sobre as ecovilas Instituto Arca Verde e Sítio Amoreza, pode-se distinguir elementos
encontrados em anúncios publicitários, como títulos apresentados de forma direta,
fotografias que elucidam as vivências propostas, textos que se utilizam de linguagem
informal e jovem com intuito de aproximação com o público, além da presença de
ilustração com referências baseadas em componentes presentes no meio ambiente,
simbologias e cores. Nota-se que o mercado verde demonstra-se através de relações
comerciais que buscam a troca de experiências e expandir o conhecimento de práticas
que beneficiam o individual e o coletivo e a valorização da produção regional, como
visto anteriormente no referencial teórico, essas práticas também caracterizam os
consumidores conscientes em consonância com o mercado verde.
As estratégias utilizadas se concentram principalmente na estratégia de
informação, apesar de contar com elementos fotográficos que também as classificam
como estratégias de testemunho. Neste capítulo, destacam-se as ecovilas Sítio Amoreza
e Instituto Arca Verde pelas propostas apresentadas na comercialização de espaços,
cursos e oficinas dentro das temáticas requeridas no mercado verde utilizando-se de
estratégias publicitárias dirigidas à sensibilização dos usuários.
6.3. Vivências coletivas compartilhadas
Com o intuito de proporcionar experiências positivas e construtivas aos
visitantes, as ecovilas podem se posicionar de maneira aberta a visitações facilitando o
processo de entrosamento e disseminação de conhecimento do local. A partir da
pesquisa realizada no referencial teórico sobre ecovilas, constatou-se que a importância
da socialização dos membros dos assentamentos com o público externo se constitui a
partir da troca de importâncias, onde cada uma das partes contribui acerca de
conhecimento técnico, intelectual ou trabalho voluntário, com finalidade de fortalecer o
coletivo e posteriormente, a si. Como visto no referencial teórico, o consumidor
consciente deve priorizar as emoções, ideias e experiências ao material e relações
comerciais transformando-se em seres coletivos e não individualistas. Baseados nessa
ideia foram encontradas postagens como a realizada pelo Sítio Amoreza no dia 24 de
agosto, onde foram compartilhadas experiências dos participantes que realizaram a
oficina de bioconstrução com terra.
57
A postagem pode se dividir em dois campos como já vistos, elementos textuais
e imagéticos. No que diz respeito aos elementos textuais, podemos encontrar a presença
de uma linguagem informal ao apresentarem gírias de contexto cultural do universo
linguístico jovem como as palavras “rolou” e “findi”, nas quais referem-se a aconteceu e
final de semana. Este contexto de vocabulário encurta laços e procura manter certa
intimidade com o público online, reforçando a ideia de contexto cultural inserido, onde
a linguagem se distingue e se adapta para adequar e identificar o receptor.
Fig.17 – Foto compartilhada de vivência proporcionada pela oficina de Bioconstrução com
terra.
Sobre os elementos imagéticos desta postagem, o uso da fotografia, mais uma
vez torna-se evidente, ela elucida e comprova a experiência transformando-a em algo
real e válido. O registro da atividade atua como uma narrativa das atividades propostas
causando reconhecimento das partes envolvidas e desejo em futuro envolvimento do
público da plataforma e mais uma vez, apoiado na estratégia de testemunho.
58
Outra postagem do Sítio mostra ainda mais fotografias dessas vivências,
utilizando-se da questão realista, as imagens trabalham com textura e valorizam as cores
naturais do ambiente e dos materiais envolvidos nas atividades, como a terra, o vidro, a
natureza viva, as plantas e as pessoas atuando com o ambiente natural de trabalho. A
troca de conhecimentos com as pessoas reforça a proposta original das ecovilas
abordado no referencial teórico.
Fig.18 – Fotos de experiências postadas pelo Sítio Amoreza.
A Comuna Pachamama, foi marcada em postagens de vivências e experiências
compartilhadas no período selecionado. A estratégia encontrada aqui é a de
testemunhal, onde as pessoas dão confiabilidade ao fato ocorrido, transformando em
realidade, em algo crível e mais próximo do seu cotidiano. Nesta ocasião, as fotografias
mostram um encontro que reuniram comunidades auto gestionáveis, com a participação
da Comuna Pachamama, Orquídea Libertária, Utopia e Luta e o Ateliê Casa 9, a
59
princípio identifica-se um evento de debates e trocas intelectuais e de ideias,
comunicando ao usuário que esta comunidade se atualiza e se mantém ativa.
Fig.19 - Encontro da Rede de Comunidades Autogestionárias.
A participação de moradores dos assentamentos neste tipo de evento se faz
relevante na troca de experiências e debates sobre gestão, onde diretamente, prosperam
o crescimento e amadurecimento destes locais e ainda sem custo algum. Em
contraponto a experiência analisada antes, intitulada como curso Dragon Dreaming,
promovido pelo Instituto Arca Verde com intuito de promover crescimento de outras
ecovilas, aqui a ação ocorreu informalmente e sem custos, estimulando uma relação
direta e horizontal, onde se consideram todos integrantes da comunidade e não apenas
líderes ou gestores. Neste sentido, pode-se revalidar a ideia do coletivo ser um fator
imprescindível a ser valorizado pelas ecovilas. Ainda neste sentido, a Comuna
Pachamama promoveu um evento denominado Primavera Libertária, onde foi divulgado
60
no dia 25 de agosto, a sua terceira edição que ocorre em novembro de 2015, este evento
[...] busca ampliar a participação e qualificar as ações e debates em torno do feminismo
anticapitalista, da educação libertária e da articulação campo-cidade e floresta. Para
tanto, a Primavera Libertária se configura em um espaço que agrega trabalhadores do
campo e da cidade, estudantes, indígenas, quilombolas e movimentos sociais, em torno
de discussões e vivências acerca do trabalho, da cultura de resistência, da organização
popular e das políticas com recorte de classe.10 Esta descrição se assegura na estratégia
informativa e considera o posicionamento político, pode-se destacar uma relação com o
movimento consumerista, onde visto no referencial teórico, parte da movimentação
também coletiva por uma insatisfação ou descontentamento em ações realizadas em
desfavor ao patrimônio público, a natureza e as minorias sociais.
Fig. 20 – Evento Primavera Libertária.
Considerando aqui, o uso do elemento da ilustração, onde se visualizam
pessoas em movimentação e a presença dos pássaros em voo assimila a ideia atos da
palavra libertária, utilizada pelo evento, onde ocorreria à libertação em princípio, a
libertação de ideias em debates propostos pela comunidade.
Neste subitem constatou-se que as vivências compartilhadas pelas ecovilas
buscam envolvimento com o coletivo a fim de aproximar os indivíduos urbanos da
10 Descrição do evento no facebook. Acesso em: 01/11/2015. Disponível em:
<https://www.facebook.com/events/424322937768617/>
61
existência coletiva das ecovilas, promovendo práticas pagas ou gratuitas e buscando
divulga-las estrategicamente no Facebook, ou seja, utilizando-se da publicização
envolvendo o testemunho e a comprovação através da fotografia como registro de
atividade. Entrando no contexto de compartilhamento, sem custo algum, a promoção
destas práticas através do compartilhamento de evento, na busca da promoção da
atividade em rede social.
Fica evidente a necessidade de que além da experiência vivida, ela se torne
registro e seja divulgada, como promoção do assentamento, buscando conhecimento no
meio intangível.
6.4. Natureza lúdica
Chegando quase ao final desta análise é válido ressaltar que tal trabalho se da
através das fotografias postadas, que ressaltam a natureza local como elemento lúdico
de persuasão, através de certa magia construída a fim de envolver o usuário. A
fotografia ressalta a beleza natural do local com artifícios de luz e simbologia. Como
citado no aporte teórico a fotografia publicitária instiga o público através do fascínio,
cativando ao desejo pela verossimilhança e pertencimento. Quando bem realizadas, em
conjunto a estratégia, pode provocar os sentidos do observador, instigando suas
emoções e sensações profundas psicológicas, causando identificação pela marca.
Podemos observar que nas postagens selecionadas, o elemento principal de
destaque faz referência direta com a ilustração de cada comunidade, no caso as árvores
nativas. O Instituto Arca Verde compartilhou uma foto onde pode se observar mais uma
vez, a araucária de maneira notável, envolta pelo céu noturno estrelado que contornam
sua silhueta, podemos encontrar a presença de testemunho onde visitantes estão no local
a apreciar o momento, o que possibilita ao expectador da imagem a se colocar no lugar
do fotografado, entrando na ambiência da imagem. A comprovação se dá através de
uma placa que registra a ecovila, localizada a direita da foto com a descrição do
Instituto Arca Verde, mostrando que é crível, que o lugar existe e possui grandes
belezas naturais.
62
Fig.21 – Registro de visitantes do Instituto Arca verde.
Fig. 22 – Compartilhamento de foto de visitantes da Arca Verde.
63
No caso do Sítio da Amoreza, a fotografia é durante o dia. Esta ressalta as
cores frias e a natureza tendo como temática principal a fonte de sua identidade de
marca, a espécie Aroeira. A fotografia se utiliza da perspectiva do local enfatizando o
meio ambiente e promovendo a beleza de certa conotação onírica, aqui o indivíduo não
está inserido na imagem, o que sugere ao expectador a contemplação da poética da
natureza local.
Fig. 23 – Fotografia de área verde localizada no Sítio Amoreza.
Nesta categoria observa-se que há a presença da estratégia indiferenciada
apontada pela autora Luppeti. Esta estratégia não visa às vendas de maneira direta e está
ligada a busca da imagem com o público, mas sim em estabelecer uma relação
institucional e reforçar sua identidade. Os elementos fotográficos mostram de maneira
desejável parte do que o serviço oferecido pelas ecovilas podem proporcionar ao
público, no caso, uma experiência sensível com registros ligados as fantasias oníricas e
de grande diferencial em relação à concorrência, pois se tratam de lugares sem grande
interferência humana, logo, de grande diferencial dos demais locais.
64
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A guisa de conclusão, ao término deste trabalho a pesquisadora percebeu que
os objetos se posicionam de diferentes maneiras no mercado verde, em todas as
categorias foram percebidas estratégias publicitárias utilizadas em rede e, na maioria das
vezes ressaltou-se o uso da fotografia como elemento imagético, buscando a projeção
real dos acontecimentos no mundo virtual como uma amostra crível de atividades com
grande envolvimento coletivo. Em contraponto com a rede social do mundo virtual onde
as interações partem de forma individual para o coletivo, estas vivências sociais não
excluem o fato da importância presencial tangível de cada indivíduo atuando em
comunidade. As comunidades selecionadas, apesar do distanciamento geográfico dos
polos industriais urbanos, não excluem o contanto com o meio tecnológico, atualizando
e mantendo proximidade com o público, afastando as comunidades do anonimato,
marcando presença e gerando conteúdo e informação na mídia online.
Ainda que existente o fato contraditório das comunidades abdicarem de
grandes processos industriais e evolutivos da economia contemporânea, a internet
tornou-se um meio comunicacional que fortalece as relações sociais e culturais que
antes pareciam distantes. Tornar conhecidas vivências e cativar a sociedade sobre
questões ecológicas e de bem feitorias sociais é um objetivo evidente destas
comunidades manifestando através do desejo de exposição de compartilhamento de
vivências.
Apesar dos recursos naturais encontrados nos ambientes onde se situam as
ecovilas, perceber-se que a economia movimenta-se de alguma forma, podendo ser
através de cursos ou oficinas, estadias e visitas, produção de artesanatos, plantio e
comércio de quitutes e outros alimentos, o que caracteriza uma movimentação
comercial relevante. A partir disso, identificou-se que, de modo geral, os assentamentos
fazem uso de estratégias publicitárias como estratégias de informação, testemunho e
estratégia indiferenciada de acordo com a classificação da autora Marcélia Lupetti sobre
estratégias de posicionamento na publicidade, tratado nas contribuições teóricas desta
pesquisa. A análise sobre estas estratégias detectou que a sensibilização ocorre através
de recursos como a fotografia com finalidade realista e verossímil, mas bem como
buscando o lúdico quando utilizada na estratégia indiferenciada, onde desempenha o
princípio do institucional sem venda direta a fim de valorizar a marca e firmar sua
65
identidade perante o consumidor. O texto informativo de linguagem cultural informal
também foi outro aspecto considerado em conjunto com a utilização do recurso de
logotipo, onde predominou o uso da ilustração carregada de elementos simbólicos
culturais de acordo com cada identidade investigada.
A identidade de marca averiguada neste trabalho possibilitou completar a
análise do posicionamento de cada ecovila, vindo a constatar que a Comuna
Pachamama se posiciona de maneira sócio-política, priorizando a militância, a
valorização das minorias e movimentos sociais, justificando o acesso gratuito e
voluntário proposto pela tal. Seu posicionamento em relação ao mercado verde não se
toma expressivo em relação ao meio ambiente, mas pode ser considerado de maneira
consumerista no momento em que valoriza os direitos do indivíduo atuando com o
princípio de transformação sinérgica, embora se contenha em maior parte no campo de
realizações teóricas do que nas práticas.
Já o posicionamento verificado do Sítio Amoreza, percebeu-se uma grande
consideração a questões que permeiam o meio ambiente e o envolvimento com o
aprendizado coletivo inserindo-se de maneira evidente no mercado verde, onde a
comunidade busca priorizar em suas ações, a sustentabilidade através da bioconstrução
e a permacultura. Juntamente, o Instituto Arca Verde realiza grande participação e atua
com grande posicionamento em questões ambientais, como a preservação da flora
brasileira, argumento presente fortemente assumido pela sua identidade de marca e
reforçado nas postagens, embora ainda valorize temas individualistas como
autoconhecimento e oficinas dirigidas a gestores de comunidades/movimentos, implica
em um ganho posterior a sociedade sustentável.
Cumprindo os objetivos propostos, esta pesquisa no âmbito da comunicação,
se tornou relevante ao perceber que as ecovilas analisadas se utilizam de estratégias de
posicionamento digital diferenciadas para sensibilizar os usuários do Facebook,
estendendo ao usuário de uma rede de conexões intangíveis a máxima do
compartilhamento de vivência sem campo físico, adaptando-se a um meio de
comunicação contemporânea em benefício da economia de mercado verde e, por fim,
favorecendo a globalização de experiências e conhecimentos estendidos a um bem-
comum social.
66
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