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Liderançaabsoluta na produção decana, açúcar e álcool.

Conselho Editorial

Revista Canavieiros - Setembro de 200603

Editorial

A edição deste mês apresentaaos leitores uma reportagem

especial sobre a atual safra canavieirano Brasil. Depois de duas safras bas-tante complicadas, o setor de produçãode cana-de-açúcar respira mais aliviadoe ganha fôlego para planejar o futuro. Asafra da cana-de-açúcar deverá ser re-corde, isso devido ao bom desempenhodos preços do açúcar e também pelaperspectiva de ampliação do espaçoocupado pelos produtos brasileiros nocomércio internacional, confirmandoassim a expectativa de crescimento pro-jetada por conta do aumento da deman-da interna, principalmente de álcool.

É sobre a expansão do setorsucroalcooleiro que o presidente daUNICA (União da AgroindústriaCanavieira de São Paulo), Eduardo Pe-reira de Carvalho, enfoca o artigo ex-clusivo produzido para a RevistaCanavieiros. Segundo ele, as indústri-as e os produtores de cana têm umaséria missão pela frente: garantir a ex-pansão da atividade para tranqüilizar oBrasil e o mundo quanto ao forneci-mento de álcool combustível. E o moti-vo é simples – a questão energéticaganhou dimensão internacional quedemanda uma visão de longo prazo.

A entrevista do mês apresenta ovice-presidente geral do Grupo Cosan,Dr. Pedro Isamu Mizutani, falando so-bre as polêmicas: Reserva Legal e Quei-madas de Cana-de-açúcar. O Dr. Pedrotambém esclarece sua visão sobrecomo o Brasil deve aproveitar esse bommomento vivido pelo setor e faz suges-tões ao próximo presidente brasileiropara possíveis atitudes que possam sertomadas em relação ao setor canavieiro.

Os principais fatos que aconteceramno sistema Copercana/Canaoeste/Cocredno mês de setembro são apresentadosnesta edição em seis páginas. Nas pági-nas da Cocred mostraremos a inaugura-ção de uma agência da cooperativa decrédito em Cajuru e, nas páginas daCanaoeste, um relato da reunião com odeputado estadual Arnaldo Jardim.

A matéria de destaque traz o eventoque marcou os 30 anos da ORPLANA –Organização dos Plantadores de Canada Região Centro-Sul do Brasil, presidi-da pelo também presidente daCanaoeste, Manoel Carlos de AzevedoOrtolan. O evento, que aconteceu emPiracicaba, teve como principal home-nageado da noite o Dr. RobertoRodrigues – ex-ministro da Agricultura,Pecuária e Abastecimento.

O tema “verticalização da produ-ção ou aumento de produtividade erentabilidade” também está sendoabordado nesta edição para que osprodutores possam se orientar quan-to ao aumento de produtividade e ren-da, ou ainda, manter alto níveltecnológico de produção com redu-ção dos custos unitários, quer em áreaou tonelada do produto.

A revista também traz informaçõessobre Plantas Daninhas, queima depalha da cana-de-açúcar – procedimen-tos para suspensão das autorizações,e uma matéria especial sobre um coo-perado que, com o objetivo de obtercavalos “Mangalarga Marchador”, reu-niu as melhores características da raçae fundou o seu próprio haras.

Boa leitura

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2020202020

IndiceIndiceIndiceIndiceIndiceEXPEDIENTE

CapaCapaCapaCapaCapa

OUTRASDESTAQUES

Antes da Porteira

Notícias

Notícias

Cocred

Canaoeste

Mangalarga Marchador:paixão de cooperados

Cocred implanta o cooperativismo decrédito em Cajuru

Canaoeste inaugura filial emBebedouro

SAFRA SERÁ RECORDEE A CANA AVANÇA EMSÃO PAULO

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Notícias

CopercanaCopercana marca presença naFenasucro & Agrocana 2006

DESTAQUE

INFORMAÇÕESSETORIAIS

LEGISLAÇÃO

PRAGAS EDOENÇAS

AGENDE-SE

CULTURA

CLASSIFICADOS

REPERCUTIU

26

Revista Canavieiros - Setembro de 200604

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CONSELHO EDITORIAL:Antonio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini Paixão

Clóvis Aparecido Vanzella

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan

Manoel Sérgio Sicchieri

Oscar Bisson

EQUIPE DE JORNALISMO:Carla Rossini – MTb 39.788

Cristiane Barão – MTb 31.814

Marino Guerra – MTb 39.180

REVISÃO GRAMATICAL:Igor Fernando Ardenghi

DIAGRAMAÇÃO:SPM Comunicação

FOTOS:Carla Rossini

Marino Guerra

CAPA:Marino Guerra

COMERCIAL E PUBLICIDADE:Aline Rodrigues

[email protected]

DEPARTAMENTO DE MARKETINGE COMUNICAÇÃO:

Aline Rodrigues, Artur Sandrin, Carla

Rossini, Daniel Pelanda,

Letícia Pignata, Marino Guerra, Roberta

Faria da Silva, Tatiana Sicchieri

IMPRESSÃO:São Francisco Gráfica e Editora

TIRAGEM:8.000 exemplares

A Revista Canavieiros é distribuída

gratuitamente aos cooperados, associa-

dos e fornecedores do Sistema

Copercana, Canaoeste e Cocred. As

matérias assinadas são de responsabili-

dade dos autores. A reprodução parcial

desta revista é autorizada, desde que

citada a fonte.

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:Rua Dr. Pio Dufles, 532

Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680

Fone: (16) 3946 3311

Ponto de Vista

08

O presidente da UNICAfala sobre expansão dosetor sucroalcooleiro

Eduardo Pereira deCarvalho

05

“Brasil não é um país deprimeiro mundo, masestamos caminhando paraisso”.

Entrevista

Pedro Isamu Mizutani

A cana deveráocupar em todo opaís 6,2 milhõesde hectares

CULTURASDE ROTAÇÃO

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SAFRACANAVIEIRA

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Revista Canavieiros - Setembro de 200605

Entrevista

mas estamoscaminhando para isso”

“O Brasil não é umpaís de primeiro mundo,

Carla Rossini

Dr. Pedro Isamu Mizutanivice-presidente geral do Grupo Cosan

A declaração é do vice-presidente geral do Grupo Cosan, Dr.

Pedro Isamu Mizutani, que concedeuentrevista exclusiva à redação da Re-vista Canavieiros. Na entrevista, Dr.Pedro fala sobre os desafios do Brasilem vender a imagem de um país capaz,em pleno desenvolvimento e que apre-senta uma doce e eficiente resposta aoproblema de encontrar fontesrenováveis de energia limpa.

O Grupo Cosan possui 17 unida-des produtoras, duas refinarias e doisterminais portuários. Somadas as suasunidades produtivas, o grupo tem ca-pacidade instalada para moer aproxima-damente 40 milhões de toneladas de

cana por ano. Para mover essa engre-nagem e produzir toda essa energia, aCosan conta com um quadro de maisde 30 mil funcionários durante o perío-do da safra.

Dr. Pedro manda um recado parao próximo presidente. “Nós nãoqueremos subsídio nenhum, por-que somos competitivos. Quere-mos que o governo crie uma de-manda. Além disso, queremos di-vulgar melhor o sistema de produ-ção de álcool, mostrar que temoscredibilidade e gostaríamos que ogoverno participasse junto nessaabertura de mercado. É isso queprecisamos”, afirma.

Costa Pinto – Piracicaba-SP

Santa Helena – Rio das Pedras-SP

São Francisco – Elias Fausto-SP

Rafard – Rafard-SP

Bom Retiro – Capivari-SP

Da Barra – Barra Bonita-SP

Dois Córregos – Dois Córregos-SP

Diamante – Jaú-SP

Ipaussu – Ipaussu-SP

UNIDADES DE PRODUÇÃODO GRUPO COSAN

Serra – Ibaté-SP

Bonfim – Guariba-SP

Tamoio – Araraquara-SP

Junqueira – Igarapava-SP

Destivale – Araçatuba-SP

Univalem – Valparaíso-SP

Mundial – Mirandópolis-SP

Gasa – Andradina-SP

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Revista Canavieiros - Setembro de 200606

Entrevista

REVISTA CANAVIEIROS: Comas reservas de petróleo se esgotan-do, as fontes de energia renováveiscomeçam a serem olhadas com maisentusiasmo. Como o Brasil pode apro-veitar esse momento já que possuiótimas alternativas para substituiçãodos combustíveis de origens fósseis?

PEDRO ISAMU MIZUTANI: Ba-sicamente é divulgando e mos-trando para o mundo o potencialque temos aqui. Conseguimosobter a energia renovável maisbarata graças ao nosso clima,solo, instituições fortes e um paíscada vez mais democrático e es-tável. Temos que mostrar que oBrasil é um país de muitacredibilidade e fazer com que aspessoas venham investir nonosso país e ao mesmo tempo,adotem o álcool como mistura aocombustível deles, ou seja, pas-sem a consumir o álcool brasilei-ro. Nós temos que produzir evender essa credibilidade paraque eles possam investir e com-prar o nosso combustível. Porenquanto, não conseguimos criaruma boa imagem lá fora. Temos quenos estruturar para vender bem onosso potencial.

REVISTA CANAVIEIROS: E

como fazer isso?PEDRO MIZUTANI: Cada um de

nós tem que fazer a sua parte. Porexemplo, o Grupo Cosan, do qual façoparte, tem recebido a visita de muitasinstituições estrangeiras; pessoas dosenado, formadores de opinião, con-sulado, universidades, pesquisado-res e até uma colônia de pescadoresdo Japão que querem conhecer o que

é o nosso álcool. Temos que mostrarque o Brasil é um país diferente doque eles imaginam. Eles acham quesomos apenas um engenho, quandona verdade existem no Brasil mais de300 usinas de álcool que geram mais

de 1,2 milhão de empregos. Temosque divulgar que aqui não existe es-cravidão como “alguns” tanto gos-tam de dizer.

Eu acredito que existem muitospaíses que são contra o desenvolvi-mento do Brasil, mas tenho certezaque temos potencial para provar ocontrário. Hoje o Brasil não é um paísde primeiro mundo, mas estamos ca-

minhando para isso. Vamosmostrar que somos empresáriosrealmente e que entendemos donosso negócio. Aqui não exis-tem engenhos de pinga que setornaram usinas de açúcar e ál-cool. Aqui existem indústriasque foram formadas com funda-mento e que estão se desenvol-vendo para ocupar esse merca-do mundial de açúcar e álcool.

REVISTA CANAVIEIROS:Nesse bom momento pelo qualatravessa o setor, está se falan-do numa expansão muito gran-de. Talvez 90 novas unidades in-dustriais. Como o Grupo Cosanenxerga essa expansão?

PEDRO MIZUTANI: O que euvejo é o seguinte: commodities sãofeitas de altos e baixos. Por exemplo,o açúcar chegou a bater os 8 cents dedólar por libra peso e em outros mo-mentos chegou a 12 ou 15 cents. En-tão, o que eu acredito é que existemmuitos murmúrios, mas quem vai re-almente construir são aqueles que jáestão no setor. Até acredito que pos-samos conseguir mais cem usinas,mas não serão construídas por em-presários que não são do ramo. Nósvemos muitas empresas estrangeirasfalando que vão construir usinasaqui, mas quem realmente vai crescersão as empresas como a Cargill,Dreyfuss, Tereos, por exemplo, quejá são tradicionais no Brasil. O Gru-po Cosan quer ajudar a consolidaresse setor. O Brasil tem mais de 300usinas, e lógico que as usinas muitopequenas terão mais dificuldadesporque a competição de custos émuito grande. Elas terão que dispu-tar com multinacionais e não terãoescala na realidade para poder com-

Eles acham que somosapenas um engenho, quan-do na verdade existem noBrasil mais de 300 usinasde álcool que geram maisde 1,2 milhões de empre-gos. Temos que divulgarque aqui não existe escra-vidão como “alguns” tan-to gostam de dizer.

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Revista Canavieiros - Setembro de 200607

Entrevista

petir, em termos de custos, com asempresas grandes. Eu afirmo que essaexpansão é para empresários que jáestão consolidados no setor.

REVISTA CANAVIEIROS: Comoos produtores independentes de cana-de-açúcar podem aproveitar o mo-mento e ficar com uma boa fatia des-sa expansão da cana?

PEDRO MIZUTANI: Na mi-nha opinião quando o setor in-dustrial ganha, o produtor decana também ganha. A forma maisjusta que se montou para paga-mento foi o SistemaCONSECANA.. Ele foi idealiza-do logo depois da extinção doIAA – Instituto do Açúcar e doÁlcool, que regulamentava ospagamentos até então. OCONSECANA trouxe um equilí-brio porque o fornecedor de canaparticipa diretamente no preço devenda dos produtos finais dacana-de-açúcar, como o álcool eo açúcar, por exemplo. Hoje, emtorno de 60% do preço final épago aos fornecedores de cana.Essa é uma forma justa de divi-dir. Dessa forma eu acredito queos produtores independentesvão participar dessa expansão, por-que na medida em que as empresascrescem eles também crescerão. E nósempresários queremos que eles par-ticipem. Na Cosan, 40% da cana moí-da, provém de fornecedor de cana. Ea Cosan só cresceu porque investiunos fornecedores de cana. Podería-mos comprar terras e plantar cana,mas preferimos dar condições paraque os fornecedores pudessem se de-senvolver. Assim pudemos usar onosso capital para expandir o núme-ro de usinas. Cada empresa adota umapolítica diferente e a Cosan adotoucrescer em indústria. Temos certezaque quem entende da cana é o pro-dutor de cana. Nós entendemos deindústria e comercialização, por issovalorizamos muito os nossos forne-cedores de cana.

REVISTA CANAVIEIROS: Qualsua opinião sobre a exigência dos

20% de Reserva Legal nas proprie-dades rurais?

PEDRO MIZUTANI: Nós temosque lutar muito para que haja umamudança nessa lei. Uma coisa é falarem 20% de reserva legal em estadosque possuem área para isso, outra éfalar no Estado de São Paulo que tem

área quase que totalmenteagriculturáveis. No Estado de SãoPaulo, além de ser muito onerosa essaexigência é praticamente impossívelde ser atendida. Eu acho que juntocom o Governo de nosso estado, te-mos que lutar para a nossa realidade.

REVISTA CANAVIEIROS: Le-vando em consideração as pesadasleis ambientais no Estado de São Pau-lo, como o senhor vê a questão polê-mica na proibição da queima da pa-lha da cana-de-açúcar?

PEDRO MIZUTANI: Eu pensoque temos que fazer um estudo maisprofundo em relação às queimadas decana. Alguns defendem que as quei-madas são prejudiciais à saúde, ou-tros garantem que não são prejudici-ais. Mas a verdade é que a cana fazfotossíntese e gera um ambiente maisfavorável em termos de clima onde

está plantada, do que em lugares ondenão tem cana. Por exemplo, se o artem a umidade relativa baixa, as quei-madas são suspensas. Mas por quesó a queimada de cana? Não deveriasó se parar as queimadas, mas deve-ria parar de rodar os carros, outrasindústrias e tudo que pode contribuirpara baixar a umidade relativa do ar.

Por que só em cima desse nossosetor? Penso que os estudos de-veriam ser mais profundos. Emalguns países, quando a umida-de do ar está baixa, analisa-setudo que possa causar prejuízosà umidade do ar.

REVISTA CANAVIEIROS:Eleições: o que o setor espera dopróximo governante brasileiro?

PEDRO MIZUTANI: Na rea-lidade o que lutamos muito paraconseguir é uma reforma tribu-tária, para que o ICMS do álcoolseja 12% em todo o Brasil. NoEstado de São Paulo já é 12%,mas temos estados em que é 17,em outros 25 e isso tira acompetitividade do álcool. Se fi-zermos um trabalho para que oICMS passe a ser de 12% emtodo o Brasil, a demanda de ál-

cool aumentará bastante. Nós nãoqueremos subsídio nenhum, porquesomos competitivos. Além disso, que-remos divulgar melhor o sistema deprodução de álcool, mostrar que te-mos credibilidade e gostaríamos queo governo participasse junto nessaabertura de mercado. É isso que pre-cisamos. Repito: subsídios não que-remos, porque vivemos livres e temosque por em prática a lei da oferta eprocura. Não gostamos quando o go-verno tenta intervir, por exemplo, di-zendo que vai regulamentar a expor-tação de álcool. Isso cria dificulda-des para as empresas que querem viraqui comprar. Como é que eles vãocomprar o nosso álcool se amanhã ogoverno pode dizer que estamos proi-bidos de exportar? Isso não é livremercado. Não queremos essa interfe-rência. Só gostaríamos que o gover-no transmitisse essa tranqüilidadepara o mundo.

Repito: subsídios nãoqueremos, porque vivemoslivres e temos que por emprática a lei da oferta eprocura. Não gostamosquando o governo tentaintervir, por exemplo, di-zendo que vai regulamen-tar a exportação de álco-ol. Isso cria dificuldadespara as empresas quequerem vir aqui comprar.

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Revista Canavieiros - Setembro de 200608

Ponto de Vista

Parceriapara o futuro

*Eduardo Pereira de Carvalhoé presidente da Unica – União da Agroindústria Canavieira de São Paulo

*Eduardo Pereira deCarvalho

As indústrias e os produtores de cana têmuma séria missão pela frente: garantir a expansãoda atividade para tranqüilizar o Brasil e o mundoquanto ao fornecimento de álcool combustível.E o motivo é simples – a questão energética ga-nhou dimensão internacional que demanda umavisão de longo prazo.

O petróleo deixou de ser uma fonte baratapara se tornar o calcanhar-de-aquiles energéticodo século XXI. Sendo fóssil e finito – como ocarvão e o gás natural –, sua vulnerabilidade re-sultou na disparada dos preços internacionais.Ao contrário das crises dos anos 1970, a alta nãoé conseqüência de oferta menor, mas sim da de-manda acelerada, principalmentepor parte de países emergentes,como China e Índia. Ainda contri-bui para esse quadro a sede cres-cente por combustíveis dos Esta-dos Unidos e de seus carros 4x4pela gasolina.

Os preços altos de hoje são re-sultado direto das poucas reser-vas novas de petróleo descober-tas na década de 1990 e do baixoinvestimento feito em refinarias.Mesmo se a Organização dos Paí-ses Exportadores de Petróleo(Opep) conseguisse aumentar a produção, essevolume adicional esbarraria no gargalo do refi-no. Também é preciso ressaltar que a maioria dasreservas encontra-se em áreas de grande turbu-lência política, como o Oriente Médio.

Embora o alto preço do petróleo e de seusderivados – e o rombo que provoca na balançacomercial – seja o fator mais visível para o inves-timento que vem sendo feito nos últimos anosna produção de álcool combustível para ser mis-turado à gasolina, outra questão que tem empur-rado o mundo no caminho dos biocombustíveisé o aquecimento global.

O peso maciço dos combustíveis fósseis naemissão de gases causadores do efeito estufatornou-se algo muito mais decisivo na diversifi-cação da matriz energética do que se poderia ima-ginar. Tragédias ocorrem em todos os continen-

tes na esteira das mudanças climáticas. Mesmoos países que rejeitaram o Protocolo de Kyoto,que propõe a redução das emissões de poluentesaos patamares do início da década de 1990, come-çam a levar a questão mais a sério.

Dessa forma, o álcool combustível tem chama-do a atenção como a fonte de energia renovável emmelhor condição de substituir parte do petróleoconsumido no mundo, pelo menos no que diz res-peito aos transportes. E o fato de o Brasil ter saídona frente é incontestável – em que pese as primei-ras experiências de mistura de álcool na gasolinaregistradas nos anos 1930, contamos com 30 anosde opção pelo álcool e espaço para ampliar o cul-

tivo de cana. Em três décadas,aprendemos muito sobre comoaumentar a produtividade da cana,a melhor matéria-prima para pro-duzir álcool, com redução de 80%dos custos de produção. Tambémusamos o bagaço para produzir aenergia elétrica que move cadausina brasileira. Tudo isso resul-tou em um balanço energético emque cada unidade fóssil usadapara produzir álcool de cana re-sulta em 8,3 unidades renováveis– o retorno do álcool de milho não

chega a dois.Temos 90 milhões de hectares extras que po-

dem ser utilizados para a produção agrícola semque para isso se derrube uma árvore sequer. Essaárea é praticamente o dobro da utilizada atual-mente e da qual a cana ocupa 5,5 milhões de hec-tares. Também dispomos de milhões de hectaresde pastagens para a criação extensiva de gado,onde qualquer ganho de produtividade represen-tará mais terra para a agricultura.

O setor tem investido pesado em sua expan-são industrial e agrícola, com crescimento de pro-dução estimado em 50% em cinco anos na regiãoCentro-Sul. É pouco, temos de investir mais noaumento da produtividade, numa parceira entreindústrias, fornecedores e pesquisadores para umfuturo mais limpo. Afinal, o custo da omissão dehoje será pago pelas próximas gerações.

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Revista Canaplanta - Julho de 2006 09

Artigo Técnico

*Enio Roque de Oliveira

Com o advento do sistema CONSECANA-SP foi necessário criar um parâmetroque expressasse a quantidade de açúcar possível de ser recuperada industrialmentee que servisse para dar valor à cana. Adotou-se sigla ATR que está, atualmente,incorporada na mente de todos os que estão envolvidos no setor sucroalcooleiro.

Contudo, quando se fala em ART da cana, parece reinar uma certa confusão.A sigla ATR, como já se sabe, é a expressão do potencial da cana-de-açúcar, em termos de açúcares recuperáveis -

sacarose e açúcares redutores, estes representados pela glicose e pela frutose. Por necessidade do sistema, decidiu-seexpressar o ATR em termos de açúcares redutores, convertendo-se, por cálculo, a sacarose da cana nestes açúcares esomando com os açúcares redutores originais da cana. Portanto, o ATR é expresso em açúcares redutores totais recupe-ráveis, ou seja, em ART.

O exemplo, a seguir, deve explicar melhor o significado destas siglas.Seja: Brix do caldo(B)=22%

ATR ou ART?

Leitura sacarimétrica(L)=78ºZ Peso do bagaço úmido da prensa(PBU)=145g

Cálculo do ATR da canaa)Pol do caldo(S)=L(0,2605-0,0009882xB) =78(0,2605-0,0009882x22) =18,62 %

b)Pureza do caldo(Q)=100 x S ÷ B =100 x 18,62 ÷ 22 =84,64%c)Açúcares redutores do caldo(AR)=3,641-0,0343xQ =3,641-0,0343x84,64 =0,738%d)Fibra da cana(F)=0,08xPBU+0,876 =0,08x145+ 0,876 =12,48%

e)Pol da cana(PC)=S(1-0,01xF)(1,0313-0,00575xF) =18,62(1-0,01x12,48)(1,0313- 0,00575x12,48) =15,64%

f)Aç.red.da cana(ARC)=AR(1-0,01xF)(1,0313-0,00575xF)

=0,738(1-0,01x12,48)(1,0313-0,00575x12,48) =0,620%g)Açúcares Totais Recuperáveis

(ATR)=9,5263xPC+9,05xARC =9,5263x15,64+9,05x0,620 =154,60 kg/t de canaCálculo do ART da cana =PCx1,05263 + ARC =10(15,64x1,05263 + 0,620) =170,83 kg/t de cana

onde: 1,05263 é o coeficiente estequiométrico que con-verte a sacarose em açúcares redutores e o ARC, como jávisto, é a porcentagem de açúcares redutores da cana. Ocoeficiente não é modificável, pois, é o que acontece nanatureza. Assim, durante a industrialização da cana, uma

parte da sacarose pode ser transformada em açúcaresredutores (glicose e frutose). É a chamada inversão doaçúcar. Esta reação, também, acontece quando a cana sedeteriora ou quando há uma rebrotação em seu colmo, etc.

O ATR poderá ser calculado, a partir do ART dacana, conhecendo-se a perda industrial, fixada peloCONSECANA-SP em 9,5%, ou seja, a recuperação é de100-9,5=90,5%:

ATR = ART da cana x 0,905 = 154,60 kg/t de cana

Reciprocamente, o ART da cana pode ser calcu-lado pela divisão do ATR por 0,905:

ART da cana = 154,60 ÷ 0,905 = 170,83 kg/t de cana

Para fins de cálculo de rendimento industrial utiliza-se o ART da cana, pois, o seu valor corresponde à quan-tidade total de açúcar que entra na usina.

Suponha-se que um produtor entregou 10.000tde cana. Partindo-se dos valores anteriores tem-se:

- Quantidade total de açúcares entregue à usina: 10.000 x 170,83 = 1.708.300 kg

- Quantidade de açúcares que a usina vai, teori-camente, recuperar:

1.708.300 x 0,905 = 1.546.115 kg

Deixou-se, portanto, de recuperar 162.185 kg deaçúcares.

Vale mencionar que a perda de 9,5%, fixada peloCONSECANA-SP se verifica na extração da moenda, naágua de lavagem, no tratamento do caldo e nas chama-das perdas indeterminadas. Estas, pela própria denomi-nação, são imponderáveis.

*Enio Roque de OliveiraAssessoria Técnica da ORPLANA

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Copercanamarca presença naFenasucro & Agrocana 2006

NotíciasCopercana

Revista Canavieiros - Setembro de 200610

Carla Rossini

As feiras, que aconteceram de19 a 22 de setembro, contaram

com 550 expositores apresentando oque existe de mais moderno no mundopara a produção de cana, açúcar e ál-cool

O bom momento vivido pelo setorsucroalcooleiro atraiu aproximadamen-te 50 mil pessoas à cidade deSertãozinho entre os dias 19 e 22 desetembro. Todos tinham a mesma in-tenção: visitar a Fenasucro & Agrocana2006, que, pelo segundo ano consecu-tivo, aconteceram simultaneamente noCentro de Eventos Zanini. Desta vez,reuniu 550 expositores espalhadosnuma área de mais de 40 mil metros qua-drados, na maior vitrine tecnológica dosetor sucroalcooleiro mundial. Visitan-tes de mais de 30 diferentes países com-pareceram em busca de novidades elançamentos voltados para o aprimo-ramento da produção de cana, açúcar eálcool.

Na abertura das feiras, dia 19, este-ve presente, representando o presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-pre-sidente da República, José Alencar, noqual afirmou que o governo federal tra-balha e incentiva as ações pela energia

renovável e também fez um discursoem nome do atual presidente.

"É inegável os esforços que ele(Lula) tem feito pelo desenvolvimentodo biodiesel e todos os produtos quepossam significar energia alternativa erenovável", disse Alencar antes de ini-ciar a leitura do discurso. Em sua fala,ele elogiou o setor no qual considerou"consolidado", e que gera milhares deempregos "de Norte a Sul do Brasil".

"Temos uma tecnologia consolida-da que se estende por todas as etapasda cadeia de produção do etanol. Hoje,cada hectare de cana gera mais do queo triplo de energia produzida se com-parado ao início do Proálcool", afirmou.

O Sistema Copercana, Canaoeste eCocred, com estande na Agrocana –que representa a parte agrícola das fei-ras – recebeu a visita de cooperados,autoridades e visitantes. Segundo An-tonio Eduardo Tonielo, presidente daCopercana e Cocred, desde 2.005, quan-do a Agrocana passou a ser realizadaparalelamente a Fenasucro, um impor-

O vice-presidente da República, José de Alencar,visitou as feiras ao lado do presidente da

Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo.

tante objetivo foi alcançado. “Hoje aAgrocana é a maior feira agrícolacanavieira do mundo. Nesse ano, a fei-ra apresentou condições vantajosaspara o produtor rural investir no seunegócio e alavancar bons resultados.O número , cada vez maior, de empre-sas que participam da Agrocana aju-dam a consolidar a feira e colocam adisposição dos visitantes o que há demais moderno para produção de cana,açúcar e álcool”.

Vista do estande do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred e da RevistaCanavieiros na Agrocana & Fenasucro 2006.

O presidente da Copercana e Cocred,Antonio Eduardo Tonielo durante o seu

discurso na abertura das feiras sendoobservado por José Alberto Gimenez

(prefeito de Sertãozinho); José deAlencar (vice-presidente da República

do Brasil); Mário Clóvis Garrefa(presidente do Ceise) e Augusto Balieiro

(diretor da Multiplus)

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NotíciasCopercana

No primeiro dia de Agrocana/Fenasucro aconteceu o VIII

Fórum Internacional do Álcool, eventorealizado pelo CEISE (Centro das Indús-trias de Sertãozinho) e Sindicato Rural,durou todo o dia e teve como tema: “Ál-cool: o mundo quer e o Brasil tem o exem-plo de eficiência.” Foram discutidos di-versos assuntos, entre eles, os movi-mentos do setor sucroalcooleiro, inser-ção de outros estados no cenário de pro-

VIII Fórum do Álcooldiscute perspectivas do setor

Marino Guerra

Revista Canavieiros - Setembro de 200611

Evento contou com a participação de diversas autoridades que debateram, dentre outros assuntos, osobstáculos que podem estragar o crescimento comercial do combustível

dução de açúcar e álcool, realocação deinvestimentos no setor agrícola, a revo-lução e sustentabilidade do setorcanavieiro brasileiro, a expansão dosmotores flex, o cenário econômico brasi-leiro e seus desafios internacionais.

O momento de maior reflexão doevento aconteceu durante o painel“Movimentos do Setor Sucroalco-oleiro” no qual o mediador convidado,

Eduardo Pereira de Carvalho (presiden-te da UNICA) pediu para que 12 autori-dades presentes dessem suas opiniõessobre os obstáculos que o setor teráque enfrentar para não perder a grandeoportunidade de crescimento que estápor vir com a possível crise dos com-bustíveis fósseis.

Confira agora a opinião de cada au-toridade:

Manoel Ortolan (Presidente daOrplana e da Canaoeste): Segundo o lí-der dos fornecedores de cana, o princi-pal problema é que os produtores deoutras culturas passem a investir no se-tor de forma agressiva fazendo com queo crescimento na oferta seja maior e maisrápido do que o da demanda.

Luiz Custódio (Presidente do Sindi-cato das Indústrias de Açúcar e Álcoolde Minas Gerais, SIAMIG): Para o in-dustrial mineiro, o maior obstáculo é fa-zer com que a cadeia produtiva trabalhedentro de um processo em que o produ-to final fosse direcionado pelo estado.

Edson Ustolin (Representante da Con-federação Nacional da Agricultura, CNA):Para o produtor rural, o grande desafio éconseguir formar e manter mão-de-obraqualificada dentro do setor para ser inseridatanto na área industrial como na agrícola.

Maurício Borges (Representante doMinistério do Desenvolvimento): O re-presentante do governo federal acredi-ta que o grande obstáculo é viabilizar aprodução de álcool através da hidróliseda celulose, no qual o bagaço da canatambém poderia ser transformado nocombustível, o que garantiria um aumen-to significativo de produção.

Rubens Dias de Morais (Vice Presi-dente da ABIMAQ): O empresário acre-dita que o maior obstáculo de qualquerramo do agronegócio brasileiro é o CustoBrasil, no qual a cobrança abusiva deimpostos e a falta de infra-estrutura sãofatores fundamentais para a perda decompetitividade dos produtos nacio-nais no mercado internacional.

Mônika Bargamaschi (DiretoraExecutiva da ABAG-RP): Segundo a lí-der agroindustrial, o grande obstáculodo setor é a questão da imagem, que éarranhada internamente e atrapalha aconfiança de países interessados na im-portação do produto.

Wison Nélio Brumer (Secretário deEstado de Minas Gerais): O represen-tante do governo mineiro acredita queo obstáculo está na desconcentraçãode sinergia do setor, ou seja, na falta desincronia entre os diversos agentes dacadeia produtiva.

Maurílio Biagi Filho (Conselheirode Desenvolvimento Econômico e So-cial do Governo Federal): Segundo umadas vozes mais representativas dentroda indústria sucroalcooleira, o setor pre-cisa passar por três obstáculos diferen-tes: 1) Quebrar a aversão cultural do bra-

sileiro pelo sucesso. 2) Aumentar o in-vestimento em pesquisa e desenvolvi-mento. 3) Quebrar a idéia de concentra-ção de unidades industriais na mesmasregiões.

Carlos Liboni (Empresário): O gran-de problema do setor é conseguir que-brar a acomodação estratégica que seacarreta na falta de empreendedorismoe de visão tecnológica.

José Luiz Ricca (Superintenden-te do SEBRAE–SP): O governo fede-ral precisa definir sua matrizenergética e, com isso, o setor apre-sentar qual será a sua participaçãodentro dessa matriz.

Saulo Pucci Bueno (Vice-presiden-te da CIESP): O representante da indús-tria acredita que é preciso criar recursospara o Brasil se manter como o melhordo mundo na produção de álcool.

Ângelo Bressan Filho (Represen-tante do Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento): O representan-te do governo federal acredita que é ne-cessário fazer acordos de produção nabusca por ganhos no mercado externo eainda definir como vai ficar a produçãodoméstica.

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NotíciasCanaoeste

Revista Canavieiros - Setembro de 200612

Desde o dia 24 de agosto, a equipetécnica da Canaoeste vem percorren-do as filiais com o objetivo de esclare-cer as principais dúvidas dos fornece-dores associados em relação aos pro-

Canaoestediscute impactos climáticoscom associados

Marino Guerra

Problemas relacionados com a seca é o assunto debatido entreos fornecedores de cana e a equipe técnica da Canaoeste

Cerca de 150 fornecedores compareceram na reunião de Severínia

blemas enfrentados do meio para o fi-nal desta safra. Esse ano, o assuntomais abordado é a falta de chuvas, quealém de prejudicar o desenvolvimentoda cana também está impossibilitando

o seu corte manual em decorrência daproibição das queimadas por parte daSecretaria do Meio-Ambiente quandoa umidade relativa do ar se aproximados 20%.

Além dos problemas climáticos,assuntos como tratos culturais, reno-vação do canavial, plantio mecanizadoe ATR Relativo, também fizeram parteda pauta das reuniões.

“As reuniões técnicas realizadaspela Canaoeste são de fundamentalimportância para que o fornecedor as-sociado saiba como lidar com os prin-cipais problemas do dia-a-dia no cam-po”, disse Oswaldo Alonso, consultoragronômico da Canaoeste.

Até o fechamento desta edição jáhaviam ocorrido quatro reuniões téc-nicas (nas cidades de Severínia,Barretos, Viradouro e Pitangueiras) eestariam previstas mais duas nas cida-des de Cravinhos e Sertãozinho.

No dia 27 de agosto, a vereadora ecandidata a uma cadeira na AssembléiaLegislativa do Estado de São Paulo,Silvana Resende, esteve presente noauditório da Canaoeste onde fez umbreve discurso a respeito de sua visãosobre assuntos relacionados ao meio-ambiente e o setor canavieiro.

Em seu discurso, Silvana falou desua história ligada ao setorsucroalcooleiro de quando exerceu a

Silvana Resende,candidata a deputada estadual

Silvana ResendeMOSTRA SUA VISÃO DO SETOR NOAUDITÓRIO DA CANAOESTE

Marino Guerra

A vereadora e presidente da comissão de meio-ambiente da Câmara Municipal de Ribeirão Pretomostrou seu ponto de vista sobre os assuntos de interesse dos fornecedores

profissão de jornalista na EPTV, pro-metendo servir de apoio aos interes-ses da classe caso consiga se eleger.

“Quero fazer parte desse time, re-presentando os interesses doscanavieiros na assembléia legislativa doestado”, completou Silvana.

A candidata também lembrou daimportância em se escolher um candi-dato que não tenha o seu nome envol-vido em escândalos de corrupção.

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NotíciasCanaoeste

Revista Canavieiros - Setembro de 200613

Os associados da Canaoesteparticiparam, no dia 6 de se-

tembro, de uma reunião com o deputa-do estadual Arnaldo Jardim – PPS-SP,que proferiu uma palestra sobre “Ener-gia Limpa e Renovável”. O encontroaconteceu no auditório da Canaoesteem Sertãozinho e reuniu mais de 200produtores de cana-de-açúcar.

Segundo o deputado, a Frente Par-lamentar pela Energia Limpa eRenovável visa fomentar o uso de ener-gias renováveis, como, por exemplo, oálcool combustível, que além de sermais limpo do que a gasolina, poluindomenos o meio ambiente, também geramilhares de empregos no campo. “Essafrente trata de questões concretas,

Arnaldo JardimFALA SOBRE O USO DE ENERGIAS RENOVÁVEISAOS PRODUTORES DE CANA-DE-AÇÚCAR

Frente Parlamentar do CooperativismoPaulista (Frencoop-SP). “Precisamosmelhorar o atendimento ao setorcooperativista, trabalhando no aperfei-çoamento e na implementação de umalegislação que promovam o seu desen-volvimento”, defendeu o deputado.

O encontro também teve a presen-ça do deputado federal ValdemarCorauci Sobrinho – PFL-SP, que, emseu discurso, falou sobre a importân-cia das pessoas votarem em candida-tos que apresentam propostas concre-tas e positivas. “Temos que acreditarque ainda existem pessoas honestas etrabalhadoras que nos representam naCâmara Federal. Não são todos os de-putados que estão envolvidos em es-cândalos. E são esses que merecem anossa confiança”, falou Corauci

Ao lado do deputado Arnaldo Jar-dim, estiveram presentes o deputadofederal Valdemar Corauci; o presidenteda Canaoeste, Manoel Ortolan; o vice-prefeito municipal de Sertãozinho,Nério Costa; o presidente da Copercanae Cocred, Antonio Eduardo Tonielo; odiretor da Canaoeste, Francisco CésarUrenha e o presidente da Coplana (Co-operativa dos Plantadores de Cana daZona de Guariba), Roberto Cestari.

engenheiro civil, 51 anos, casado, pai de 3filhos. Iniciou sua vida política como líder

estudantil na Escola Politécnica da USP.Foi eleito pela primeira vez deputado

estadual em 1986 e, no segundo mandatoem 1991, foi Líder do Governo e do

PMDB na Assembléia Legislativa. Em1992 assumiu a Secretaria de Habitação

do Estado de São Paulo, onde ficou até1993. Em 94 disputou eleições majoritári-

as como candidato a Vice-Governadorpelo PMDB.

De volta à Assembléia em 1999, odeputado ganhou destaque como relator

geral do Fórum São Paulo Século XXI. Noâmbito partidário, foi Presidente Estadual

do PPS - Partido Popular Socialista(2001/02).

Atualmente, coordena a Frente Parlamen-tar pela Habitação, a Frente Parlamentar

pela Energia Limpa e Renovável e a FrenteParlamentar pelo Cooperativismo Paulista,

foi indicado para ser membro da CâmaraEspecial de Biocombustíveis, da Secretariade Agricultura e Abastecimento do Estadode São Paulo, é o presidente do Grupo deTrabalho responsável pela elaboração de

uma nova legislação de destinação dosresíduos sólidos no Estado, representa o

Poder Legislativo junto ao ConselhoConsultivo da ARTESP - Agência Regula-

dora de Serviços Públicos Delegados deTransporte do Estado de São Paulo,

representa a Assembléia Legislativa noConselho Estadual de Política Energética,

além de ser o líder da bancada do PPS.

Quem éArnaldo Jardim

Carla Rossini

O deputado federal Valdemar Corauci,durante o seu discurso, observado porFrancisco César Urenha (diretor daCanaoeste e Cocred) e Antonio EduardoTonielo (presidente da Copercana eCocred).

O encontro reuniu mais de 200produtores de cana-de-açúcar noauditório da Canaoeste.

como a implementação do Protocolo deKyoto, a negociação de créditos decarbono, a utilização de carros flex, aexpansão da co-geração de energia apartir do bagaço da cana e o desenvol-vimento científico e tecnológico, apos-tando em alternativas como as chama-das células de energia”, disse Arnaldo.

O deputado também falou sobrecooperativismo. Em fevereiro de 2004,o deputado Arnaldo Jardim relançou a

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NotíciasCanaoeste

Revista Canavieiros - Setembro de 200614

Marino Guerra

Canaoesteinaugura filial em Bebedouro

Desde o dia 31 de agosto, osassociados da Canaoeste po-

dem contar com mais um escritório deapoio, a décima unidade da associaçãofunciona no município de Bebedouro.

A equipe que prestará atendimentoaos associados no novo escritório éformada por uma secretária e dois en-genheiros agrônomos. Além disso, osassociados poderão contar com a pres-tação de serviços médicos, através deuma parceria entre a entidade e a SantaCasa do Município.

“Foi um apelo constante dos associ-ados de Bebedouro para que a Canaoestevoltasse ao município através de um es-critório”, disse o associado e diretor daentidade, José Mário Paro.

Para o presidente da Canaoeste,Manoel Ortolan, “o importante é deixarclaro que a filial de Bebedouro tem oobjetivo de somar no que se diz respei-to à assistência técnica ao produtor decana. A inauguração do escritório vaitrazer ao fornecedor associado todos

Com o objetivo de ampliar sua estrutura de atendimento ao associa-do, a entidade inaugura seu 10º escritório

os serviços prestados pela entidadecom um aumento significativo em tem-po e eficiência”.

No dia da abertura da filial de Bebe-douro, o presidente da Canaoeste,Manoel Ortolan, o diretor da entidade,José Mário Paro, e o engenheiro agrô-nomo, Carlos Henrique Balardin, reali-zaram uma visita ao presidente daCoopercitrus e Credicitrus, LeopoldoPinto Uchoa, e ao prefeito municipal,

Helio de Almeida Bastos. Nas duasocasiões, as autoridades desejaramvotos de sucesso á nova unidade.

Manoel ainda concedeu uma co-letiva com a imprensa do municípioapresentando a entidade e os moti-vos que a levou a se instalar na cida-de. O novo escritório fica na AvenidaRaul Furquim, 1118 – CEP.: 14700-740no bairro Jardim Esplanada e o telefo-ne é (17) 3342 4454.

Equipe da Canaoeste que dará suporte aos produtores canavieirosde bebedouro e região.

José Mário Paro (diretor da Canaoeste); Hélio de AlmeidaBastos (prefeito municipal de Bebedouro); Manoel Carlos de

Azevedo Ortolan (presidente da Canaoeste) e Carlos HenriqueBalardin (engenheiro agrônomo da Canaoeste).

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan (presidente da Canaoeste);Leopoldo Pinto Uchoa (presidente da Coopercitrus e

Credicitrus); José Mário Paro (diretor da Canaoeste) e CarlosHenrique Balardin (engenheiro agrônomo da Canaoeste).

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NotíciasCanaoeste

ConsecanaCIRCULAR Nº 07/06DATA: 31 de agosto de 2006

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue duranteo mês de AGOSTO de 2006. O preço médio do kg de ATR para o mês de AGOSTO é de R$ 0,3820

Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aosmercados interno e externo, nos meses de MAIO a AGOSTO e acumulados até AGOSTO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e VHP) e do álcool anidro e hidratado,carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de MAIO a AGOSTO e acumuladosaté AGOSTO, calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes:

Mês ABMI ABME VHP AAC AHC AAI AHI AAE AHEMaio 48,56 41,19 36,07 966,47 848,56 1056,41 955,95 1034,51 716,37

Junho 49,72 41,26 35,91 983,66 854,55 1071,78 937,42 1042,19 949,48

Julho 50,25 40,21 34,60 1036,03 898,36 1152,71 1008,19 1026,83 910,45

Agosto 44,31 37,61 33,29 955,43 819,57 1084,05 977,33 1039,71 918,68

Até48,28 39,69 34,92 985,60 855,16 1089,89 965,96 1036,71 881,00Agosto

Mês ABMI ABME VHP AAC AHC AAI AHI AAE AHEMaio 0,4521 0,4762 0,4187 0,3400 0,3116 0,3373 0,3185 0,3640 0,2630

Junho 0,4629 0,4770 0,4168 0,3461 0,3138 0,3422 0,3124 0,3667 0,3486

Julho 0,4678 0,4649 0,4016 0,3645 0,3299 0,3680 0,3359 0,3613 0,3343

Agosto 0,4125 0,4348 0,3864 0,3361 0,3009 0,3461 0,3257 0,3658 0,3373

AtéAgosto

0,4495 0,4589 0,4053 0,3468 0,3140 0,3480 0,3219 0,3647 0,3235

Preço Médio do kg de ATRMês

Mês AcumuladoMaio 0,3830 0,3830Junho 0,3897 0,3865Julho 0,3920 0,3881

Agosto 0,3648 0,3820

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Revista Canavieiros - Setembro de 200616

NotíciasCocred

Cocred implantao cooperativismo decrédito em Cajuru

Marino Guerra

Ter a oportunidade de buscar financiamentos ou investir em

uma instituição financeira na qual par-te do lucro volta para o próprio bolso.É isso que os produtores rurais deCajuru podem ter ao se tornarem coo-perados da Cocred (Cooperativa deCrédito dos Plantadores de Cana deSertãozinho), que inaugurou sua agên-cia no município.

A cerimônia de inauguração con-tou com uma benção, feita pelo diáconoJosé Joaquim. Após a cerimônia religi-osa os convidados foram até a Casa daCultura onde fizeram o uso da palavrao diretor da Cocred e presidente daCanaoeste, Manoel Carlos de Azeve-do Ortolan, que falou da importânciadas cooperativas (Cocred e Copercana)em acompanhar o crescimento da cul-

No dia 14 de setembro, os produtores rurais de Cajuru puderam comemorar a abertura da agência deuma das maiores cooperativas de crédito rural do Brasil

O prefeito de Cajuru, João BatistaRuggeri Ré ao lado do secretário de

Agricultura, Renato de Oliveira

tura canavieira. “É importante ver quenas regiões de crescimento no cultivoda cana-de-açúcar, o produtor rural jáconta com a assistência financeira daCocred, o que vai ser muito útil na im-plantação dos canaviais”, disseOrtolan.

O prefeito de Cajuru, João BatistaRuggeri Ré também fez uso da palavraagradecendo a diretoria da Cocred poracreditar no potencial agrícola do mu-nicípio, investindo na abertura de umaagência. E ainda falou da importânciaeconômica da instalação da cooperati-va de crédito. “Quero lembrar que, coma vinda da Cocred para Cajuru, tambémvirão investimentos nas propriedadesrurais, fazendo com que aumente o nú-mero de empregos e, em conseqüênciadisso, o dinheiro gire dentro do muni-

cípio através do comércio e prestaçãode serviços”, disse o prefeito.

Em seu discurso, o diretor doCocecrer (Cooperativa Central de Cré-dito Rural do Estado de São Paulo),David Andrade, falou da importânciado cooperativismo de crédito rural parao desenvolvimento agropecuário doestado e da grande força que a Cocredtem para ajudar os produtores. “O di-nheiro da cooperativa é o dinheiro detodos os associados, com isso ele pre-cisa ter uma administração séria e com-petente. Hoje, as cooperativas de cré-dito rural têm que ser profissionais, casocontrário, a instituição não tem futuro.A central é responsável pelas auditori-as nas cooperativas, o que dá uma vi-são direta sobre as informações damovimentação financeira diária, dessaforma posso afirmar que cooperativasdo tamanho e importância da Cocredpossuem uma solidez bastante clara. Nocooperativismo, eu também vejo maisrespeito ao ser humano, ele não vai sertratado como um cliente, ele é dono eusuário da cooperativa. Outro fatorimportante é que a cooperativa não tirao dinheiro da região, mas sim faz comque o dinheiro volte do mesmo lugarde onde ele surgiu, ao contrário dosBancos que investem seus lucros naspraças onde o dinheiro esteja tendomaior rentabilidade”, afirmou David.

Para finalizar o presidente daCocred, Antonio Eduardo Tonielo,mostrou com números a segurança fi-nanceira e a credibilidade que a insti-tuição tem hoje no mercado, além dedescrever todas as vantagens que ocooperado pode ter ao fazer sua movi-

As colaboradoras Ana Paula Santana, Bruna Luiza dos Santos e Maria Gabriela doP. Freiria ao lado do gerente Maurício Roberto Rodrigues. Equipe da Cocred pronta

para atender as necessidades dos cooperados.

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NotíciasCocred

mentação financeira.

O cooperado do município deCajuru, Raimundo Constancio, acredi-ta que a abertura de uma agência daCocred na cidade é uma grande con-quista dos produtores rurais, e que elaserá de fundamental importância aosnovos canavieiros. “O número decanavieiros está em crescimento e aCocred surge num momento muito bompara os produtores de cana do municí-pio de Cajuru”, declarou Raimundo.

Já o secretário da Agricultura, Re-nato de Oliveira, enxerga a instalaçãoda agência da Cocred fundamental paraos produtores rurais que sofrem com aatual crise agropecuária e também paraaqueles que têm a intenção de começara plantar cana-de-açúcar. “A coopera-tiva de crédito oferece várias linhas definanciamento para a compra deinsumos o que vai estimular o produ-tor rural a investir no setor e ter o retor-no para poder ressarcir seu compromis-so junto a cooperativa de crédito”, afir-mou o secretário.

Após a cerimônia houve um coque-tel de confraternização entre diretoria,colaboradores, cooperados e futuroscooperado da Cocred.

Antonio Eduardo Tonielo (presidente da Cocred e da Copercana), DavidAndrade (diretor do Cocecrer), Manoel Sérgio Sicchieri (assessor das diretoriasda Copercana, Canaoeste e Cocred), Pedro Esrael Bighetti (diretor da Cocred),

Francisco César Urenha (diretor da Cocred) e Manoel Carlos de AzevedoOrtolan (diretor da Cocred e presidente da Canaoeste).

Fachada de Agência da Cocred em Cajuru.

Raimundo e Cida Constancio, Eduardo e José Achisar

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NotíciasCocred

BalançoPatrimonial

CNPJ:- 71.328.769/0001-81

COOPERATIVA DE CRÉDITO DOS PLANTADORES DE CANA DESERTÃOZINHO

SICOOB/SP COCRED

BALANCETE MENSAL - JULHO/2006Valores em Reais

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A safra de cana-de-açúcar deveráser recorde, isso devido ao

bom desempenho dos preços do açú-car e pela perspectiva de ampliação doespaço ocupado pelos produtos brasi-leiros no comércio internacional, con-firmando assim a expectativa de cresci-

Reportagem de Capa

Revista Canavieiros - Setembro de 200620

SAFRASERÁ RECORDE E A CANAAVANÇA EM SÃO PAULO

SAFRASERÁ RECORDE E A CANAAVANÇA EM SÃO PAULO

mento projetada por conta do aumentoda demanda interna, principalmente deálcool.

A cana deverá ocupar, em todo opaís, 6,2 milhões de hectares, um cres-cimento de 5,5% em relação à safra pas-sada. Esse aumento é o resultado da

ocupação de áreas antes usadas pelapecuária e pelo plantio de grãos. O Bra-sil deverá colher, segundo a Conab,471,17 milhões de toneladas. O cresci-mento na produção é de 9,2%, resulta-do da expansão na área em 321,5 milhectares e aumento de 3,5% na produti-

Cristiane Barão

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vidade média, que foi de 2.599 kg/ha.

Do total a ser produzido nopaís, 238,39 milhões de toneladasde cana serão transformadas emaçúcar (50,6%), 184,98 milhões detoneladas de cana serão destina-

Revista Canavieiros - Setembro de 200621

das à produção de álcool e o restante,47,80 milhões, serão utilizadas para afabricação de cachaça, alimentaçãoanimal e outros fins.

Para o Centro-Sul, a Conab estimoua produção de 406,6 milhões de tone-ladas. Já a UNICA revisou, no últimodia 19, sua posição para a safra 2006/07 para 370,6 milhões de toneladas, umpouco abaixo da primeira estimativa,que foi de 375 milhões de toneladas. Aexpectativa de aumento de área, de11%, foi mantida, mas houve queda naprodutividade por causa das condi-ções climáticas.

Só em São Paulo, que produz 60%da cana brasileira, a área plantada coma cultura deverá crescer 10%, segun-do previsão de safra divulgada nestemês pelo IEA (Instituto de EconomiaAgrícola), órgão da Secretaria Estadu-al de Agricultura. É um índice bem aci-ma dos 5,5% de crescimento estimadopela Conab para todo o país.

Dos 3,6 milhões de hectares decana na safra passada, a área plantada

deverá passar para 4,1 milhões de hec-tares em território paulista. A área novarepresenta 711,3 mil hectares e as regi-ões com maior crescimento foramBarretos (59,5 mil/ha), São José do RioPreto (47,2 mil/ha), Orlândia (46,5 mil/ha) e Jaboticabal (43,4 mil/ha).

Para o presidente da Canaoeste,Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, omomento é favorável para o produtorde cana. “Nas áreas tradicionais, comoa de Ribeirão Preto, onde praticamentenão há mais espaço para a cana crescer,o desafio é crescer verticalmente. Maso que observamos é que muitos produ-tores estão investindo em áreas novase, é por esse motivo também, que a áreacom cana deverá ser maior”, explica.

O avanço da cana em São Paulocoincide com uma retração na área ocu-pada com grãos. Segundo a estimativado IEA, a produção de grãos será de7,087 milhões de toneladas, um cresci-mento de 2,2% em relação à safra pas-sada, mas a área plantada deverá serreduzida em 11% e ficará em 2,2 milhõesde hectares.

Reflexo de alguns fatores, entre eleso bom desempenho do álcool e do açú-car nos mercados interno e internacio-nal, o preço da cana-de-açúcar tambémreagiu positivamente a partir da safrapassada, depois de dois ciclos acumu-lando prejuízos. A revisão doConsecana, que serve como parâmetropara o pagamento pela matéria-prima,depois de uma longa negociação entrefornecedores independentes e indus-triais, também foi determinante paraessa recuperação no preço. É o queconsidera a pesquisadora do IEA, Ra-quel Caruso Sachs.

Baseada em dados da Orplana eUNICA, a pesquisadora aponta que opreço da tonelada de cana foi de apro-ximadamente R$ 44,95 na safra 2005/06,

REFLEXOSSOBRE O PREÇO DA CANA

com aumento de 27,92% em relação àsafra anterior. O valor obtido pela to-nelada de cana, que é um preço médiopara o Estado, variou entre R$37,02/tde cana na Associação dos Fornece-dores de Cana de General Salgado eR$46,73/t de cana na Associação dosFornecedores de Cana de Catanduva.

“Essa variação de preço ocorre emfunção de diversos fatores, dentre osquais pode se destacar a qualidade damatéria-prima de cada fornecedor e do“mix” de produção de cada unidadeindustrial onde foi entregue a matéria-prima”, salienta.

Segundo o estudo, o aumento veri-ficado no valor médio da tonelada decana para o Estado ocorreu, em parte,

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Revista Canavieiros - Setembro de 200622

Reportagem de Capa

devido ao aumento de 1,41% no ATRem relação à safra anterior, passandode 143,70 quilos para 145,73 quilos deATR por tonelada de cana.

Segundo a pesquisadora, as con-dições climáticas dos últimos meses,bastante atípicas quando comparadascom as condições médias históricas,provavelmente aumentarão os níveis deATR em relação aos apurados na safraanterior. Na safra 2006/07, foram fre-qüentes valores médios de 150 kg/t .

Ao considerar um rendimento para acana-de-açúcar de 145 quilos de ATR/t,em média, e o preço do quilograma de ATRdivulgado pelo CONSECANA, estima-seque os preços da atual safra estão próxi-mos de R$55,00 por tonelada de cana.

As exportações do setor sucro-alcooleiro foram destaques na balan-ça comercial do agronegócio brasilei-ro no mês de agosto, segundo o Mi-nistério da Agricultura. Os embarquescresceram 86,2%, sendo que as ven-das de açúcar aumentaram 53,2% de-vido à elevação dos preços (em tornode 60%). O valor exportado de álcoolfoi ampliado em 319,8%, resultado deum aumento de 137% na quantidadeembarcada e preços 77% acima dosregistrados em agosto de 2005.

De janeiro a agosto, o agrone-

Setorsegura balançacomercial

gócio brasileiro exportou US46, 7 bi-lhões, 12,2% acima do valor exporta-do no mesmo período do ano passa-do. A expressiva participação do se-tor sucroalcooleiro na balança comer-cial do agronegócio também ocorreuno semestre.

De janeiro a junho, os gruposque mais contribuíram para os em-barques do setor foram açúcar e ál-cool mais 21,8% (de US$ 2 bilhõespara US$ 2,5 bilhões); papel e celu-lose mais 17,7% (de US$ 1,6 bilhãopara US$ 1,9 bilhão); couros e seusprodutos mais 11,6% (de US$ 1,48bilhão para US$ 1,65 bilhão); cere-ais, farinhas e preparações mais59,7% (de US$ 197,9 milhões paraUS$ 316 milhões).

Descarregamento de cana na esteira da Usina Santa Elisa, que moeu 5,3 milhões de toneladas de cana na safra passada

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Revista Canavieiros - Setembro de 200624

Destaque

Orplanacomemora 30 anos

Durante a celebração de seus 30 anos, a ORPLANA faz homenagem aos presidentesdas 24 associações que a compõem e também ao “homem do agronegócio”,Roberto Rodrigues

Carla Rossini

Na noite do dia 1º de setembro,a ORPLANA – Organização

de Plantadores de Cana da Região Cen-tro-Sul do Brasil comemorou 30 anosde fundação. A comemoração aconte-ceu no Centro CANAGRO – José Co-ral, em Piracicaba.

A solenidade reuniu cerca de 250pessoas, entre elas, o SuperintendenteFederal da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, Luiz Chaguri Neto; o Prefei-to Municipal de Piracicaba, BarjasNegri; o Secretário da Agricultura eAbastecimento do Estado de São Pau-lo, Alberto José Macedo Filho; o De-putado Federal e Presidente daAMCESP Antonio Carlos de MendesThame e os deputados estaduais An-tonio Duarte Nogueira Júnior e RobertoMorais, além de diretores, funcionári-os e convidados.

Na ocasião, a diretoria daORPLANA fez uma homenagem ao es-timado Dr. Roberto Rodrigues pelosserviços prestados, enquanto foi mi-nistro da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, em prol aos produtores decana-de-açúcar. Roberto, que é cari-nhosamente chamado de “homem doagronegócio” recebeu um troféu dasmãos do presidente da ORPLANA,Manoel Carlos de Azevedo Ortolan.

“Temos a honra de eleger comohomenageado especial dos 30 anos defundação da ORPLANA, essa perso-nalidade querida que traduz e simboli-za todo o trabalho, o esforço, a dedica-ção, a perseverança e o espírito deunião em pregar, difundir e fortaleceros sistemas cooperativista,associativista e em geral do

agronegócio brasileiro”, enfatizouManoel Ortolan em referencia ao Dr.Roberto Rodrigues.

Em seu discurso, o ex-ministro daAgricultura, Pecuária e Abastecimentodisse que “a ORPLANA sempre foi umainstituição séria, sóbria e respeitável,isto da credibilidade a ela e as pessoasque estão a sua frente. Além disso,essa instituição viveu, nesses 30 anos,momentos dramáticos como, por exem-plo, quando se criou o pagamento dacana por teor de sacarose. Foi nessemomento que a ORPLANA exerceu umbrilhante papel, mantendo as associa-ções unidas e permitindo que os pro-dutores derrotassem esse mau momen-to”, afirmou Rodrigues.

Já o Superintendente Federal daAgricultura, Pecuária e Abastecimen-to, Luiz Chaguri Neto, parabenizou ainiciativa da ORPLANA em homena-gear Roberto Rodrigues. “Quero apro-veitar essa oportunidade para agra-decer o Dr. Roberto Rodrigues pelo

brilhante trabalho que ele desenvol-veu no Ministério. Ele fez jus por essahomenagem que está recebendo”, dis-se Chaguri.

O Secretário de Agricultura e Abas-tecimento do Estado de São Paulo,Alberto José Macedo Filho, lembrouque a ORPLANA tem sido uma grandeparceira da Secretaria, principalmentena área de pesquisas para novas varie-dades de cana-de-açúcar. “A Secretariada Agricultura não poderia deixar decongratulá-los, porque a cooperaçãodessa instituição e do seu presidente,Manoel Ortolan, para com o desenvol-vimento do setor, é muito importante”,falou Alberto.

Também foram homenageados nanoite, os ex-presidentes da ORPLANA,os presidentes das 24 associações quea compõem e os assessores técnicosda instituição, Dr. Geraldo Majela deAndrade Silva e Dr. Enio Roque de Oli-veira. No final da solenidade um jantarfoi oferecido aos convidados.

Da esquerda para direita: o Secretário da Agricultura e Abastecimento do Estadode São Paulo, Alberto José Macedo Filho; o deputado estadual Antonio Duarte

Nogueira Júnior; o presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo;o diretor da Copercana e Cocred, Pedro Esrael Bighetti; o diretor do Centro de

Cana do IAC (Instituto Agronômico) em Ribeirão Preto, Marcos Landell e opresidente da Orplana e Canaoeste, Manoel Ortolan.

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A ORPLANA

A ORPLANA foi fundada em 29de junho de 1976, quando produto-res de cana-de-açúcar do Estado deSão Paulo resolveram se unir paraganhar força e representação e, des-sa forma, defender seus interesses econsolidar seus objetivos comuns.

Já naquela época, a ORPLANA sefirmava como a maior organização es-tadual de canavieiros do Brasil. Nes-

sas últimas três décadas, participoude forma intensa das principais dis-cussões do setor sucroalcooleirobrasileiro, em especial quando dadesregulamentação e retirada da rígi-da intervenção do Estado do domí-nio econômico do setor agro-industrial canavieiro, sem perder devista os objetivos que a originaram:o de defender os interesses dos for-necedores independentes de cana erepresentá-los junto a órgãos públi-cos/privados ligados ao setor e tam-

bém de aprimorar a atividadecanavieira.

A ORPLANA congrega, hoje, 24associações de plantadores de canade diferentes regiões de São Paulo,Minas Gerais e Mato Grosso. Juntos,os fornecedores são responsáveispela produção de 25% da matéria-pri-ma processada pela indústria em SãoPaulo e, além dessa importante con-tribuição, tem ainda uma outra, nãomenos nobre: a de garantir a distri-buição de renda.

O presidente da Orplana, Manoel Ortolan entregou otroféu nas mãos do Dr. Roberto Rodrigues que comemorou

a justa homenagem que recebeu.

Manoel Ortolan recebeu o seu troféu das mãos dosecretário Alberto José Macedo Filho.

Os assessores técnicos da Orplana, Drs. Geraldo Majelade Andrade Silva e Enio Roque de Oliveira também

foram homenageados.

Dr. Ermínio Jacon, um dos ex-presidentes da Orplana foihomenageado com um cartão de prata que recebeu das mãos

do deputado federal Antonio Carlos de Mandes Thame.

O evento foi realizado no Centro CANAGRO - José Coral

Dona Maria Amélia de Souza Dias, ex-presidente da Orplanafoi homenageada com um cartão de prata que recebeu das

mãos do deputado estadual Roberto Morais.

Dona Maria Amélia de Souza Dias, ex-presidente da Orplanafoi homenageada com um cartão de prata que recebeu das

mãos do deputado estadual Roberto Morais. O evento foi realizado no Centro CANAGRO - José Coral

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Antes da Porteira

Mangalarga Marchador:Mangalarga Marchador:Mangalarga Marchador:Mangalarga Marchador:Mangalarga Marchador:paixão de cooperadosCarla Rossini

A criação de cavalos, como qual-quer outra atividade econô-

mica, exige um trabalho profissional edeve ser analisada com atenção an-tes de qualquer investimento. Segun-do o cooperado, Carlos Roberto Ri-beiro Meirelles, o primeiro ponto parao início uma criação é conhecer bem araça que se deseja criar. E ele podeafirmar com toda convicção, já que apaixão pelos animais começou cedo.

Beto Meirelles, como é carinho-samente conhecido, fundou oCriatório Selva Morena em 1977 como objetivo de obter cavalos“Mangalarga Marchador” que reunis-sem as melhores características daraça. Desde lá, vem sempre buscan-do inovações e novidades, hoje ocriatório possui um site informativoque pode ser acessado através do en-dereço www.selvamorena.com.br.

Proprietário da Fazenda Santa Ritada Selva Morena, em Batatais, Beto,com a ajuda do filho Humberto, admi-nistram as plantações de cana-de-açú-car, principal atividade da propriedade(45%), seguida por reflorestamento(36%), pastagens (14%) e café (5%).“Entramos na cana-de-açúcar comouma alternativa para o café, soja e mi-lho. Nosso primeiro ano na cana foi em1991”, afirma Beto.

Beto Meirelles e oreprodutor Acaiá da

Selva Morena

Beto Meirelles e oreprodutor Acaiá da

Selva Morena

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Revista Canavieiros - Setembro de 200627

Antes da Porteira

O cooperado explica que apesar dacana atravessar um bom momento, suapaixão por cavalos ainda é maior. Atu-almente, ele possui 105 animais entrereprodutores, matrizes, potros, potras,cavalos de sela e éguas receptoras.“Este ano está previsto o nascimentode 35 novos animais filhos de cruza-mento de alta genética”, afirma.

Mas os custos de uma criação pro-fissional não são baixos. “O custo mé-dio mensal de um animal hoje é de R$200 a R$ 300, levando em consideraçãoos manejos e a reprodução. Neste casoas competições estão à parte, podendoser gasto de R$ 300 a R$ 1.000, de acor-do com a distância onde será realizada aprova”, afirma Beto. Ele também ressal-ta que a mão-de-obra deve ser especi-alizada e bem treinada para se ter umaboa apresentação em campeonatos.

Diferente do criador Beto Meirellessão poucos os criadores que têm, naponta do lápis, um controle claro doscustos na formação de animais. A gran-de maioria não controla os valores decriação e de comercialização, isso por-que, ligados a outras atividades, têm acriação de cavalos mais como umhobby, um passatempo.

Se bem administrado, um haraspode deixar de ser apenas uma ativida-de prazerosa e passar a dar lucro. Atu-almente, um animal pode ser vendidode R$ 3 a R$ 15 mil em média. Os valo-res variam de acordo com suas quali-dade morfológicas, andamento, gené-tica e campeonatos conquistados. “NoBrasil existem reprodutores e matrizesque chegam a valer mais de R$ 150 mil”,finaliza Beto.

A raçaO Mangalarga Marchador tem como característica principal o andamento

marchado, com momentos de tríplice apoio, tornando-o progressivo e cômo-do. Possui uma boa estatura para sela, sendo muito utilizado na lida com ogado e cavalgadas. A docilidade e rusticidade destes cavalos também justifi-cam o fato de ser a maior raça da América Latina. Atualmente a raça MangalargaMarchador é bem difundida em todo o Brasil. Existem criadores e campeona-tos por todo território nacional.

FICHA TÉCNICA

Vanuiri da SelvaMorena, éguamatriz - doadorade embriões.

Padrão, reprodutor da FazendaSanta Rita da Selva Morena

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Chuvas de Agostoe Prognósticos Climáticos

Informações setoriais

As chuvas do mês de agosto de 2006, anotadas em vários postos meteorológicos na região de abrangência da CANAOESTE,são apresentadas no quadro abaixo.

As médias das chuvasobservadas em agosto“ficaram” próximas dasmédias históricas. Entretan-to, foram anotadas chuvasabaixo das respectivasmédias históricas naAndrade Açúcar e Álcool,CFM-Fazenda Três Barras,EEC-Bebedouro, FazendaSanta Rita, Usinas MB eSão Francisco. Por outrolado, apenas os postos deBarretos e Franca,conveniados com o Ciiagro-IAC, foram os que mostra-ram chuvas acima dasmédias correspondentes.

Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 21 a 23 de agosto de 2006.

O mapa 1, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, desde o início até23 e 24 do de agosto, encontrava-se em nível crítico em toda área canavieira doEstado de São Paulo. Tais condições permitem alto aproveitamento do tempodisponível para a colheita e processamento de matéria-prima (cana) com alta con-

Açúcar Guarani 18 25AgroClimatologia FCAV UNESP-Jaboticabal 19 27Algodoeira Donegá - Dumont 23 27Andrade Açúcar e Álcool 9 25Barretos - IAC/Ciiagro 20 10Central Energética Moreno 28 31CFM - Faz Três Barras - Pitangueiras 9 17Cia Energética Santa Elisa (Sede) 25 21E E Citricultura - Bebedouro 10 28Faz Santa Rita - Terra Roxa 8 23Franca - IAC/Ciiagro 27 11IAC-Centro Apta Cana-Ribeirão Preto 16 20São Simão - IAC/Ciiagro 21 20Usina da Pedra 20 20Usina Ibirá - Santa Rosa do Viterbo 20 20Usina Batatais 23 24Usina M B - Morro Agudo 9 19Usina São Francisco 18 27Médias das observações 18 22

Locais mm chuvas médias históricas

Engº AGRÔNOMOOSWALDO ALONSO

Consultor AgronômicoCANAOESTE

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Informações setoriais

Se compararmos os mapas 2 e 3, notamos que ao final de agosto de 2005 e 2006(mapas 2 e 3), os índices de Água Disponível no Solo foram igualmente críticosem todas as regiões canavieiras do Estado de São Paulo, deixando claro que oretrato climático, desde o final de abril de 2006, é bem diferente da média histórica.

Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de agosto de 2005.

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de agosto de 2006.

Com o fim de subsidiar emplanejamentos de ativida-

des futuras, o Departamento Técni-co da CANAOESTE resume o prog-nóstico climático para a Região Cen-tro Sul do Brasil, que poderão ocor-rer durante os meses de setembro anovembro de 2006. Prognósticos es-tes de consenso entre o InstitutoNacional de Meteorologia (INMET)e Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (INPE), bem como, o ela-borado pela Agritempo, a saber:

- As temperaturas à Superfície-TSM do Oceano Pacífico Equato-rial encontram-se ligeiramente aci-ma da neutralidade, resultando emfraca intensidade do fenômeno “ElNino”;

- Mesmo que de médio-baixaconfiabilidade, os prognósticos deconsenso INPE-INMET apontamque:

- As temperaturas serão próxi-mas a ligeiramente acima das médi-as históricas;

- Chuvas são previstas “den-tro” das médias históricas nas prin-cipais áreas canavieiras da RegiãoCentro Sul do Brasil.

Como exemplo, na região deabrangência da CANAOESTE enormais anotadas pelo CentroApta IAC - Ribeirão Preto, as chu-vas poderão somar 350mm no pe-ríodo, ou ainda, 55mm em setem-bro, 125mm em outubro e 175mmem novembro.

Em complemento às informaçõesacima, transcreve-se os dias commaior probabilidade de chuvas en-tre meados de setembro e de outu-bro no Estado de São Paulo segun-do o Programa Agritempo (Unicampe Embrapa): 15, 16, 18,19 e 24 de se-tembro; 2, 8, 9, 12 e 13 de outubro.

centração de açúcares. Entretanto, na região de abrangência da CANAOESTE,em função das últimas chuvas que foram anotadas até meados de abril epouquíssimas de maio a agosto, trazem sérias preocupações aos produtores quantoàs áreas plantadas após abril e brotações das soqueiras recém-colhidas, comqueima prévia, que já mostram severos ataques por elasmo.

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Revista Canavieiros - Setembro de 200630

Legislação

QUEIMA DE PALHA DACANA-DE-AÇÚCARPROCEDIMENTOS PARA SUSPENSÃODAS AUTORIZAÇÕES Juliano Bortoloti

Advogado da Canaoeste

Como é de conhecimento dosfornecedores de cana-de-açú-

car, a Secretaria de Estado do MeioAmbiente vem suspendendo as auto-rizações para uso do fogo como méto-do “despalhador” da cana em todo Es-tado de São Paulo quando a umidaderelativa do ar não atinja alguns índicespré-estabelecidos. Para tanto,disponibilizou em seu site(www.ambiente.sp.gov.br), os critériosa serem observados, conforme abaixose vê:

SECRETARIA DE ESTA-DO DO MEIO AMBIENTEGABINETE DO SECRETÁRIO

Procedimentos relativos à suspen-são da queima da palha da cana deaçúcar (art. 7º da lei 11241/2002).

1º - Quando necessário a, suspen-são da queima da palha da cana de açú-car será determinada por região, consi-derando o teor de umidade relativa doar medido às 15 horas nos postos ofici-almente determinados pela SMA.

2º - Sempre que o teor de umidaderelativa do ar for maior ou igual a 20%(vinte por cento) e menor que 30%(trinta por cento) – correspondenteao Estado de Atenção declarado pelaDefesa Civil - por um período de trêsdias consecutivos, a queima da palhada cana de açúcar será suspensa en-tre as 6 (seis) e as 20 (vinte) horas.

I) a suspensão será declaradaàs 16 (dezesseis) horas do terceirodia consecutivo em que for consta-tado o teor de umidade do ar entre20% e 30%, e valerá a partir das 6(seis) horas do dia seguinte ao da

declaração de suspensão.

II) nos dias em que a queima dapalha da cana de açúcar estiversuspensa entre as 6 e as 20 horas, oscomunicados de queima já registradosterão validade para a efetivação daqueima entre 0 e 6 horas e entre as 20e as 24 horas, independentemente dohorário previamente previsto para arealização da queima.

3º - Sempre que o teor de umidaderelativa do ar for inferior a 20% (vin-te por cento) – correspondente ao Es-tado de Alerta declarado pela DefesaCivil - a queima da palha da cana deaçúcar será suspensa em qualquer pe-ríodo do dia, ficando sem validade oscomunicados de queima previamenteencaminhados.

I) a suspensão será declarada às16 (dezesseis) horas do dia em que forconstatado o teor de umidade do armenor que 20%, e valerá a partir das6 (seis) horas do dia seguinte ao dadeclaração de suspensão.

4º - A retomada da queima da pa-lha da cana de açúcar ocorrerá quan-do os teores de umidade relativa doar atingirem valores maiores ou iguaisa 20%, voltando a ter validade os co-municados de queima protocoladosno site da SMA.

I) caso os teores de umidade rela-tiva do ar atinjam valores maiores ouiguais a 20% porém inferiores a 30%a queima da palha será liberada ape-nas para o período entre as 20 e as 6horas (período noturno), iniciando-se a liberação às 20 horas do dia em

que for declarada a liberação.

II) caso os teores de umidade rela-tiva do ar atinjam valores iguais oumaiores que 30%, a queima da palhaserá liberada, para qualquer horáriodo dia, valendo a liberação imediata-mente após a divulgação da interrup-ção da suspensão.

5º - O Secretário do Meio Ambien-te poderá, excepcionalmente, liberara queima em determinadas regiões,mesmo fora dos parâmetros acima des-critos.

6º A informação sobre a suspen-são e a liberação da queima da palhade cana será efetuada por meio doaviso disponibilizado na página daSMA na internet.

7º Este procedimento entrará emvigor a partir das 16hs do dia 15/8/2006.

São Paulo, 14 de agosto de 2006José GoldembergSecretário de Meio Ambiente

Tais procedimentos são justificá-veis sob o fundamento de que a umida-de relativa do ar muito baixa, pode oca-sionar risco à saúde pública. Porém, foicriada uma comissão pelo Governadordo Estado, da qual a ORPLANA fazparte, para discutir e melhorar estesnovos procedimentos, no qual já sesugeriu o aumento da quantidade e daprecisão dos equipamentos medidores,através da rede utilizada pelo IAC (Ins-tituto Agronômico de Campinas), liga-do à Secretaria Estadual da Agricultura.

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Pragas e Doenças

Plantas DaninhasPlantas DaninhasPlantas DaninhasPlantas DaninhasPlantas Daninhasperdas significativas naprodutividade

A lguns pesquisadores defi-nem planta daninha como

aquela em que as vantagens ainda nãoforam descobertas ou que interferemcom os objetivos do homem em deter-minada situação. Outros ainda definemplanta daninha como sendo aquela quecresce onde não é desejada. Assim, ocapim-colonião, embora seja umaforrageira importante, é consideradaplanta daninha nas lavouras de cana-de-açúcar.

Segundo o professor da ESALQ –USP (Escola Superior de AgriculturaLuiz de Queiroz - Universidade de SãoPaulo), Ricardo Victoria Filho as plan-tas daninhas competem com a plantada cana-de-açúcar em água, luz e nutri-entes. Ele explica que também podeocorrer a ação de compostos químicosliberados no ambiente pelas plantasdaninhas que interferem com a cana-de-açúcar. Se estiverem presentes nacultura irão interferir no plantio comona soqueira. O período importante demanejá-las situa-se entre 20 a 120 diasdependendo de uma série de fatores. Émuito importante conhecer as plantasdaninhas principalmente o seu ciclo devida, e as estratégias que elas tem parareprodução e disseminação, afirma oprofessor.

Ricardo ainda alerta que a necessi-dade de controle de plantas daninhasna lavoura de cana, pode interferir de15 a 25% no custo de produção. “Essevalor é significativo para os produto-res de cana-de-açúcar”, aponta. “Alémdisso, elas interferem de 20 a 80% naprodutividade, provocam decréscimona longevidade do canavial e queda naqualidade industrial da matéria-prima.O produtor também terá problemas nacolheita e transporte”, afirma.

Revista Canavieiros - Setembro de 200631

Carla Rossini

MANEJO DE PLANTASDANINHAS

“É importante inicialmente conhe-cer o conceito de manejo integrado”,alerta Ricardo. Manejo seria a utiliza-ção dos diferentes métodos de contro-le disponíveis como preventivos, cul-turais, mecânicos, biológicos e quími-cos, preservando o meio ambiente e asaúde do produtor.

“Para a utilização de um manejoadequado, há a necessidade de ummonitoramento envolvendo conheci-mentos multidisciplinares nas áreas debiologia das plantas daninhas,fitotecnia da cana-de-açúcar, física equímica dos solos, máquinas agrícolas,mecanismo de ação dos herbicidas,tecnologia de aplicação e avaliação doimpacto ambiental”, disse Ricardo.

O professor explica que existemmedidas preventivas para evitar a in-trodução na área algumas plantas da-ninhas como a tiririca, grama-seda, ca-pim-colonião, capim-massambará e ca-pim-camalote. Algumas medidas são:utilização de mudas livres das plantadaninhas; manutenção de canais devinhaça ou de irrigação livres de plan-tas daninhas; limpeza de equipamen-tos agrícolas; utilização de torta de fil-tro, ou composto orgânico livre de plan-tas daninhas; limpeza de áreas adjacen-tes que possam produzir sementes.

Também salienta a importância dautilização de medidas culturais quepossam favorecer a planta de cana-de-açúcar no aspecto competitivo. Assimé importante a escolha de variedadesadaptadas as condições locais quepossam proporcionar com rápido cres-cimento e ocupação do espaço. A ro-

tação ou sucessão de culturas evita apredominância de determinadas plan-tas daninhas.

A presença da palha de cana nasuperfície pode trazer benefícios aomanejo das plantas daninhas. Com aaplicação da legislação que proíbe aqueima da palha da cana-de-açúcarocorrera uma mudança significativa nasplantas daninhas que irão predominarnessa situação. Essa é uma das linhasde pesquisa do professor Ricardo. Tam-bém a importância de se conhecer oimpacto ambiental dos herbicidas utili-zados na cultura é outra linha de pes-quisa do professor. A sustentabilidadeda cultura exige um manejo adequadodas plantas daninhas com a utilizaçãode medidas integradas com o menorcusto possível ao agricultor e, com omínimo impacto ambiental.

Alta infestação de capim-marmelada(Brachiaria plantaginea) na linha de

cana-de-açúcar: prejuízos na produção

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Verticalização daProdução

Safra Canavieira

Revista Canavieiros - Setembro de 200632

Verticalizar, no caso da produçãoagrícola, entende-se como a contínuabusca por aumento de produtividade erenda, ou ainda, manter alto níveltecnológico de produção com reduçãodos custos unitários, quer em área outonelada do produto.

As restritas áreas à expansão dacultura canavieira, até “disputadas apalmo”, na Grande Região de RibeirãoPreto – ABAG-RP, justificam retornarao tema “VERTICALIZAÇÃO daPRODUÇÃO ou AUMENTO de PRO-DUTIVIDADE e RENTABILIDADE ”.

Dentre os tópicos desta fase dosistema de produção canavieira, citam-se: colheita, tratos culturais desoqueiras e planejamentos das refor-mas, rotações de culturas e varietais.

COLHEITA : A operação de corte(manual ou mecânico), carregamento etransporte (CCT) é, senão a mais, umadas fases de maior importância, a dafatura.

Objetivando o AUMENTO dePRODUTIVIDADE (em açúcares) eRENTABILIDADE , cabe aqui destacara importância do planejamento varietal,devendo-se conhecer e respeitar as ca-racterísticas de cada uma das varieda-des, principalmente as que se referem àmaturação e precocidade, visando suasépocas ideais de colheita.

As condições climáticas não sãoexatamente iguais nos diferentes anosagrícolas e, particularmente, ao longodos períodos de colheita (moagem).Portanto, as mesmas variedades podemmostrar comportamentos diversoscomo: início de maturação, flores-cimento, entre outros. Sempre e nestescasos, as pré-análises são importantesinformações para ordenar seqüênciasde corte, pelo menos até início de agos-to. Daí e até meados de outubro, emmédia, todas as variedades e suas ida-des de cortes se apresentam no “pico”

de maturação. Lembrando-se apenas quea colheita da RB 72454 deve ser efetuadaapós o reinício das chuvas.

Além de focar o máximo em açúcar eprodutividade de colmos, recomenda-se persistir em qualidade da colheita oumenores índices de impurezas vegetais(palmitos, folhas verdes e palha) e mi-nerais (terra), visando aumentar a qua-lidade e RENTABILIDADE da cana(matéria-prima). Enganam-se os produ-tores que acreditam ser compensador(ou “dá na mesma”) transportarem taisimpurezas, pois estudos desenvolvidosna UNESP-Jaboticabal, pela Prof. Dra.Márcia M. R. Mutton, mostraram que,além de pagar pelo CCT do peso delas,a cada percentual de terra ou deinteração das impurezas (terra, folhas epalha) perde-se, respectivamente, 1,4%ou 1,2% em kg de ATR / tonelada decana. O estudo considerou o intervalode 0 (zero) a 80kg (8%) de impurezasminerais, folhas verdes e palhas, ou ain-da, suas interações (mistura delas).

Quanto ao custo desta operação,somente aos filiados, a CANAOESTEestá sempre à disposição para prestarinformações, ou ainda aferir valores(preços) que serão cobrados, quandoprestados pelas Usinas/Destilarias.Convém frisar, as negociações devemser efetuadas sempre antes das presta-ções dos serviços e, também, acompa-nhar as operações anotando todas asviagens. Tenham certeza, as Usinas/Destilarias agradecem.

TRATOS CULTURAISDE SOQUEIRAS: Pelas pre-visões climáticas, assim que estiver re-cebendo esta edição da RevistaCanavieiros, os diferentes solos da re-gião já deverão estar “mudando” dacondição de seca para a semi-úmida. ODepartamento Técnico daCANAOESTE insiste em recomendarque, a não ser para eventuais

nivelamentos em áreas já colhidas e quenão sofreram pisoteios, mesmo que seencontrem com bom nível de umidadedo solo, os tratos culturais mecânicose, principalmente, escarificações, sãoperfeitamente dispensáveis. As formu-lações de soqueiras devem conter ni-trogênio ainda na forma de nitrato ousulfatos de amônio. Na forma amídica(uréia), só quando o solo se apresentarbem e constantemente úmido.

Deve-se lembrar que as dosagensrecomendadas de fertilizantes são astidas como econômicas, relacionando-se seus custos aos preços da toneladade cana. Projeta-se que o valor do kgde ATR para a safra 2006/07, venha aser entre 20% a 25% superior ao da sa-fra anterior. Logo, os níveis econômi-cos da adubação podem ser proporci-onais. Dados os recentes preços dosfertilizantes, a relação custo/benefíciomostra-se favorável. Como muitos pro-dutores já efetuam bons a altos níveisde adubação e cada situação requeranálises e interpretações distintas, su-gere-se contatar os Técnicos daCANAOESTE e da COPERCANA paraque se ajustem aos níveis recomendá-veis de adubação e, também, os de cor-reções.

Tendo em vista que a “mato-com-petição” começa comprometer a pro-dutividade três a quatro semanas apósa germinação das principais ervas da-ninhas, já se torna possível aguardarchuvas para as aplicações de diferen-tes princípios ativos herbicidas. Porém,sugere-se efetuar as devidas revisõesem implementos cultivadores e pulve-rizadores para que “fiquem tinindo”,dependendo apenas de ajustes eregulagens para entrarem em ação as-sim que as condições de umidade dosolo permitirem.

Ainda, face ao presente e próximos-futuros melhores preços da toneladade cana, a CANAOESTE tem, também,

Oswaldo AlonsoConsultor Agronômico CANAOESTE

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Revista Canavieiros - Agosto de 200633

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recomendado investir em altos níveisde produção.

PLANEJAMENTOSREFORMA DE CANA-VIAIS: Como muitos produtores jáobtêm produtividades acima da média,que é considerado como 85 toneladasde cana / ha em cinco cortes requerque a determinação do número econô-mico de cortes sejam examinados casoa caso.

As condições climáticas, até entãoregistradas nesta safra, estão compro-metendo a produtividade de colmos,exigindo estudos não só para o núme-ro viável de cortes, mas também às es-tratégias para a próxima safra.

A CANAOESTE oferece tambémestes estudos diferenciados a todosseus filiados. Para tanto, é necessáriofornecer todos os dados de produção,seus ambientes e os efetivos gastosna atividade.

Desde que as infestações de pra-gas de solo e de nematóides não sejamrestritivas, sugere-se que o preparo dosolo seja o do tipo reduzido e se efetuerotação de culturas em plantio direto,que além de ser mais produtivo e eco-nômico, apresenta forte apeloambiental.

ROTAÇÃO DE CULTU-RAS: São inúmeros os benefíciosdesta prática, citando-se entre eles: a)cobertura vegetal reduz o risco de ero-sões; b) fixação de nitrogênio ereciclagem de nutrientes; c) auxilia nocontrole de ervas daninhas, pragas edoenças.

A fim de evitar conflitos entre co-lheita das culturas em rotação e plan-tio da cana, requer que se estabeleçabom cronograma das operações de pre-paro, conservação e correção do solo,semeadura e colheita destas culturas.

A COPERCANA e a COCRED lan-çaram um importante programa deapoio técnico e financeiro para a pro-dução de amendoim. Programa este queconsta na edição de agosto da RevistaCanavieiros.

Embora a remuneração pela sojaainda não se mostre convidativa, suautilização em rotação, além dos benefí-

cios listados acima, possibilita, tam-bém, uma pequena margem econômi-ca. Destinando-se os custos de pre-paro e conservação do solo para a“conta cana”, os demais custosoperacionais estão, atualmente, entre35 a 38 sacas de soja / ha e R$ 23,00 /saca ao produtor.

Por segurança e para não ficar to-talmente dependente de variações deciclos destas culturas, a utilização deadubos verdes, crotalária por exemplo,é uma boa alternativa a um percentualda área, principalmente onde o relevoé mais ondulado.

VARIETAL: Na próxima edi-ção, o Eng. Agrônomo, Gustavo No-gueira, trará informações sobre as va-riedades de cana recomendadas pelaCANAOESTE, suas principais carac-terísticas, vantagens e desvantagens,bem como a importância da formaçãode viveiros de mudas sadias.

O emprego de mudas sadias e omanejo de colheita das diferentes va-riedades, segundo o CTC-Centro deTecnologia Canavieira, mostram poten-cial de redução de custos de produ-ção, via aumento de produtividade elongevidade dos canaviais de, pelomenos, 10% (dez por cento).

PERÍODO DE CO-LHEITA: A fim de contribuir parao AUMENTO de PRODUTIVIDADE eRENTABILIDADE , as antecipações deinício de moagem para os primeirosdias de abril, também previstas peloCONSECANA-SP e CANATEC , pos-sibilitarão que o período de moagempossa se encerrar antes de dezembro.

Não há a menor dúvida que a subs-tituição de moagens nos dias finais desafra pela correspondente antecipaçãoem abril confere maior ganho em pro-dutividade de colmos, sem implicarperdas significativas nos teores deaçúcar (kg ATR / t de cana).

. . . e lembrem-se, os Técnicos daCANAOESTE / COPERCANA /COCRED estão aptos a prestar quais-quer orientações ou informações com-plementares em todas estas operaçõese . . . sucesso.

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Revista Canavieiros - Setembro de 200634

O sistema de plantio direto deculturas em rotação na palha

da cana-de-açúcar, que foi colhida me-canicamente e sem queima, é um im-portante aliado no controle das plan-tas daninhas, pois os efeitos físicos damanutenção da palha no campo pro-porcionam uma queda na infestação,utilizando uma quantidade menor deherbicidas, o que provoca redução nocusto de produção.

Esse efeito se dá porque a presen-ça do colchão de palha inibe a germi-nação de várias espécies de plantasdaninhas, principalmente as gramíneas,em decorrência das mudanças de tem-peratura, luminosidade e umidade queocorrem no ambiente.

“No caso específico, em que a co-bertura vegetal era a palhada de cana-de-açúcar, foi utilizada uma única apli-cação de herbicida sistêmico, com a fi-nalidade de erradicação da cultura dacana (eliminação da soqueira). Após aimplantação da cultura de rotação, nãofoi utilizado nenhum herbicida para

Sistema de plantio direto:um bom aliado no combate àsplantas daninhasMarino Guerra

Culturas de Rotação

Uso de cobertura morta de restos vegetais é uma das formas maisantigas de se diminuir custos no combate às plantas daninhas

conter a emergência das plantas dani-nhas, pois não houve ataque suficien-te para comprometimento da produti-vidade da cultura plantada”, citado porTasso 2003.

Para conseguir a redução de cus-tos com herbicidas utilizando o siste-ma de plantio direto, o produtor temque cumprir alguns pré-requisitos pararealizar a eliminação das ervas daninhasantes do plantio da cultura de rotação.Um deles é a utilização de herbicidasdessecantes (caso as espécies estejambem desenvolvidas, é aconselhado ouso do glifosato). Outra medida que oprodutor poderá optar é relacionar asquantidades de dosagens e aplicaçõestendo em vista as seguintes informações:espécie de ervas infestantes, tamanho dapopulação dessas ervas, teor de matériaorgânica do solo, porte das plantas, cul-tura que será implantada e época do anoque será realizado o plantio.

Segundo o engenheiro agrônomoda Copercana, Gustavo Nogueira, o pla-nejamento de reforma associado com a

O plantio direto é um modode manejo de solo em que,

no caso da cana-de-açúcar, prote-ge o solo que vai passar pelo pro-cesso de reforma e rotação de cul-tura, utilizando a palha da cana co-lhida mecanicamente.

Dentre sua enorme gama de be-nefícios frente ao plantio conven-cional estão: conservação do solorelacionado à erosão, aumento daumidade do solo, conservação datemperatura, combate a plantas da-ninhas e ganhos de fertilidade.

Com esses benefícios, essaprática ganha cada vez mais adep-tos no estado de São Paulo. Nasafra de 97/98 apenas 45 mil hecta-res utilizaram o sistema de plantiodireto, já na de 02/03 havia 1 mi-lhão de hectares plantados dessamaneira.

Saibao que éo plantiodireto

rotação do canavial é de suma impor-tância para que o agricultor tenhasustentabilidade de sua atividade.

“Desde a escolha da cultura, queserá utilizada para fazer a rotação até avariedade de cana que será plantada, oprodutor precisa estudar todas as pos-sibilidades nos mínimos detalhes, poisuma escolha precipitada poderá atra-palhar a otimização dos recursos dis-poníveis”, explica Gustavo.

O engenheiro agrônomo Luiz Carlos Tasso Júnior analisa experimentocom soja no plantio direto

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Revista Canavieiros - Setembro de 200635

Agende-seAgende-seAgende-seAgende-seAgende-se

Outubro Outubro Outubro Outubro Outubro e e e e e Novembro Novembro Novembro Novembro Novembro de de de de de 20062006200620062006

Outubro

Novembro

18/10 – Workshop Governança Cooperativa e Bioenergia: Estado e Sociedade Civil – Piracicaba/SPInformações: Departamento de Economia, Administração e Sociologia - (19) 3417 8700Site: [email protected]

23 e 24 – VI Conferência Internacional da Datagro sobre Açúcar e Álcool – São Paulo/SPInformações:[email protected] ou (11) 4195 7774Site: www.datagro.com

25 a 27 – Ffatia (Feira de Fornecedores e Atualização Tecnológica da Indústria de Alimentação) – Goiânia/GOInformações: Múltiplus Eventos (16) 2132 8936Site: www.ffatia.com.br

13 a 15 – Enerbio/2006 (Feira Internacional de Agroenergia e Biocombustíveis) – São Paulo/SPInformações: BrasilAgro (11) 4154-2366Site: www.enerbio.com.br

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Revista Canavieiros - Setembro de 200636

Cultura

CultivandoCultivandoCultivandoCultivandoCultivandoa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua PortuguesaEsta coluna tem a intenção deesclarecer, de maneira didática,algumas dúvidas a respeito doportuguês

BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca“GENERAL ÁLVARO

TAVARES CARMO”

Advogadae Prof.ª de Português e Inglês

Mestra—USP/RP,Especialista em Língua

Portuguesa, MBA em Direito eGestão Educacional,

Escreveu a GramáticaPortuguês Sem Segredos

(Ed. Madras)com Miriam M. Grisolia

RENATA CARONE SBORGIA

Fruto do idealismo de um seletogrupo de professores, pesquisadorese técnicos fortemente envolvidos como setor sucroalcooleiro, a obra “Tópi-cos em Tecnologia Sucroalcooleira”,elaborada em onze capítulos por dife-rentes autores de renome, aborda, commuita proprieda-de, vários assun-tos que diz respei-to às fases agríco-las e industriais,que compõem osprocessos de fabri-cação de açúcar e ál-cool em usinas e des-tilarias brasileiras.

A segunda sugestão dessa ediçãoé o “Manual dos Derivados da Cana-de-Açúcar: diversificação, matérias-primas, derivados do bagaço, deriva-dos do melaço, outros derivados, resí-duos, energia”.

A obra aborda a importância dacana-de-açúcar e seus derivados em

três frentes estra-tégicas: alimenta-ção, energia emeio-ambiente.

•Alimentação:é o alimento ener-gético mais com-pleto e de consu-mo geral para o serhumano.

•Energia: Capacidade de gerar ener-gia cinco vezes superior à necessáriapara obtê-la.

•Meio-ambiente: contribuir paraatenuar o “efeito estufa” pela suafotossintética, além de sua capacidadede extrair derivados (através de aplica-ção de tecnologias bioquímicas ebiotecnologias) só superadas pelosoriundos da petroquímica. Por estas eoutras abordagens é que está obra éde suma importância para o setorcanavieiro.

Autor: ICIDCA – Instituto Cubanode Pesquisas dos Derivados da Cana-de-açúcar.

Os interessados em conhecer assugestões de leitura da RevistaCanavieiros, podem procurar a

Biblioteca da Canaoeste em Sertão-zinho – Rua Augusto Zanini, nº 1461

ou pelo telefone (16) 3946 3300Ramal 2016.

Lembranças podem ser positivas ou negativas... Você pode contar algumacoisa que aconteceu HÁ muito tempo ATRÁS?

Acredito que deu “um branco”!!! Impossível lembrar alguma coisa HÁ muitotempo ATRÁS!!!

HÁ é forma verbal que indica fato passado.Usa-se ou HÁ ou ATRÁS, mas não ambas as palavras na mesma frase.O correto é: Você pode contar alguma coisa que aconteceu HÁ muito tempo?Outro exemplo: HÁ dez anos tudo era muito diferente. ou Dez anos ATRÁS tudo era muito diferente.

Para MAIORES informações, ligue para 0800....

Há pessoas que ligam mesmo!!!É muito comum ouvir a frase acima. O problema está na palavra “MAIORES ”.Preste atenção, prezado amigo leitor: informações não se medem por metros.

O correto seria trocar MAIORES por: mais informações, mais detalhes, maiscomentários...

Dessa forma correta, até eu ligaria...

Ele vive “MAU-HUMORADO” !!!

Acerte no uso correto de MAL e MAU que o humor, com certeza, melhorará...Dica:Use MAU quando puder substituí-lo por BOM .Use MAL quando puder substituí-lo por BEM .Ex.: Ele está mau.(contrário de bom) Ela vive mal-humorada.(contrário de bem)

CURIOSIDADE

“...mas tudo na vida, às vezes, consiste emnão se ter nada, contanto que se tenha um cora-ção com potencial para amar...”

Almir Satter

“Entrai com vossa paixão, galgai-me com vos-so amor, doravante, não sou mais dono de meucoração.

Nos demais, eu sei, qualquer um sabe,O coração tem domicílio no peito.Comigo, a anatomia ficou louca,Pois sou todo coração...” (autor desconhecido)

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Repercutiu

AMENDOIM É MÁGICO!

Você consegue imaginar um único alimento que tem grandes quantidades devitaminas, carboidratos e sais minerais, ajuda a diminuir o colesterol e inibe oapetite, além de colaborar com o combate de alguns tipos de câncer? É exatamenteisso o que o amendoim faz! Uma pesquisa norte-americana comprovou que essasemente contém uma grande quantidade de antioxidantes que, além de protegeremas células do corpo, ajudam a combater doenças cardíacas. E mais: o amendoimtambém tem uma substância chamada sitosterol, que ajuda na prevenção do câncer o no tratamento de tumores que já estãoinstalados no corpo. Mas cuidado. Nada de consumir quilos de amendoim, porque tudo o que é bom deve ser bem dosado.É importante evitar o excesso de consumo desse alimento por causa do alto teor calórico e da grande quantidade de sal.

Fonte: Revista Viva Saúde – Editora Símbolo

Fatos & GenteCom mais informações, qualidade editorial e de impressão, o informativo... que durante muitos

anos, foi o principal canal de comunicação do sistema Copercana/Canaoeste/Cocred, foi substituídopela Revista Canavieiros. A reformulação teve como objetivo estreitar ainda mais o relacionamentoentre as três entidades e seus associados e cooperados, brindando-os com um veículo moderno, defácil leitura e com informações que ampliem o produtor em sua atividade.

Nota publicada na STAB vol. 25 nº 1, setembro/outubro-2006.

"Os efeitos positivos do tempo este ano fizeram com que as indústrias processassem a plenovapor desde o começo da safra, com aproveitamento fantástico e com um ATR mais rico”.

Do vice-presidente financeiro e de Relações com Investidores do Grupo Cosan, Paulo Diniz referente a estiagem noEstado de São Paulo que, segundo ele, melhorou a qualidade da cana-de-açúcar e aumentou o açúcar total recuperável(ATR) por tonelada processada nas usinas do grupo. Notícia publicada na Agência Estado, dia 18 de setembro de 2006.

"Quando vou passar o final de semana em uma fazenda em Goiás eu abaste-ço com álcool, onde o litro custa R$ 1,39”.

De Ângelo Bressan, diretor do Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministé-rio da Agricultura, referente ao aumento de 20% para 25% de álcool anidro na gasolina a partir denovembro. Ele confessou ter um veículo flex em que utiliza gasolina quando abastece em Brasília,onde o álcool custa R$ 1,70 o litro. Notícia publicada na Agência Estado, dia 19 de setembro de 2006.

“As empresas represam seus lançamentos na feira. Para o setor, ela é muitomais importante que a Agrishow”.

De Maurílio Biagi Filho , sobre a importância da Fenasucro e Agrocana para o setorsucroalcooleiro, em notícia publicada na Folha de São Paulo, dia 19 de setembro de 2006.

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Revista Canavieiros - Setembro de 200638

Arrendo Fazenda 460 Ha para cana-de-açúcar

Localizada a 26 km de João Pinheiro, MG,sendo 5 km do asfalto (BR 040);Benfeitorias: 2 casas, energia da Cemig (15kva), curral, toda cercada, pomar, topogra-fia plana, solo arenoso vermelho,desmatada, diversas aguadas, divisa com 2ribeirões, altitude media 800 m, índicepluviométrico 1227 mm/a, temperaturamédia 22º c; próxima a duas destilarias deálcool; Produtividade média em 5 cortes:80 ton/ha; Área disponível p/ plantio de315 ha, com produção estimada de 25.000ton/safra; Valor do arrendo: 4.200 ton/safra.

Em caso de interesse, entre em contatocom o Sr. Dagoberto Corrarello, pelotelefone: (19) 34211459 ou pelo e-mail:[email protected]

Fazenda plantada com eucalipto -Botucatu-SP - no asfalto

Fazenda com 350 alq, plantada 320 alq comeucalipto de várias idades, inclusive algunsjá em idade de corte, em Botucatu-SP, noasfalto, próximo a Eucatex. Preço: R$-36.000,00 p/alq.

Em caso de interesse, entre em contatocom o Sr: João Garcia, pelo telefo-ne:(17) 3523.3057 - 9615.1200 ou pelo e-mail: [email protected]

VENDO

260 alq. com laranja na região deBotucatu, R$ 70.000,00/alqueire. Safra semcontrato;

184 alq. com cana a 5 km da Usina, rele-vo plano-colheita toda mecanizada, terra decultura, R$ 60.000,00/alqueire;

154 alq. com 30 alqueires com laranja,próximo a usina, R$ 50.000,00/alqueire;200 alq. com laranja, toda formada, produ-

ção estimada em 300.000 cx, R$ 60.000/alqueire;

193 alq. toda em cana, a 12 km da usina, 4km do asfalto, na região de Leme, R$6.000.000,00 (seis milhões de reais).

Em caso de interesse, entre em contatocom o Sr. José Paulo Prado, pelo telefo-ne:(019) 35415318 ou 97584054 ou peloe-mail: [email protected].

VENDO

Dois Ford 4630/4 ano 95 e 97 + MF 275simples ano 88, ambos com rodagem fina,único dono, nota fiscal de origem, R$84.000,00;

CBT 8440 ano 86, motor MWM,carregadeira Motocana, trator trabalhando,R$ 18.000,00;

CBT 2105 ano 80, carregadeira Motocana,motor Perkins, R$ 18.000,00; CBT 1090ano 74, carregadeira Motocana, motorPerkins, R$ 18.000,00;

Carregadeira de cana MF 290/4 ano 95,com torque, carregadeira Motocana, maqui-na em excelente estado, R$ 45.000,00;

Trator Engesa modelo 815 (143 cv) ano86, motor Mercedes, trator trabalhando, R$consulte por fone ou email;

MF 5320/4 (120 cv) ano 2002, cabinadocom ar condicionado, completo, R$100.000,00;

CBT 2105/4 ano 86, motor Mercedes, semhidráulico e tomada de força, ideal paralamina, R$ 26.000,00;

Colheitadeira NH 4040 ano 87, platafor-ma de soja, maquina em excelente estado,R$ 35.0000,00. Aceita troca com carro, tra-tor, F-1000 ou F-4000.

Em caso de interesse, entre em contatocom o Sr. José Paulo Prado, pelo telefo-ne:(019) 35415318 ou 97584054 ou peloe-mail: [email protected].

VENDO ÁREA DE LAZER

A 200 mts. da igreja matriz, do supermer-cado Gimenes, farmácias, bancos, lotérica,restaurantes, lanchonetes, clubes e correio.Terreno com 900,00 mts2.Área construída 170,00 mts2.Piscina de concreto e azulejo (8,00 x 4,00 x1,20m.)R$ 130.000,00- PITANGUEIRAS/SP

Contatos pelos telefones (16) 3952 1522e 3952 2580, com Paulo Pereira e LuisPereira.

VENDO IMÓVEL

Próprio para loteamento e/ ou empreendi-mento de casas populares.Área no perímetro urbano.102.000,00 mts2.PITANGUEIRAS/SPPreço: R$ 8,00 (oito reais) o metro quadrado.

Contatos pelos telefones: (16) 39521522e 39526527, com Paulo Pereira e ManoelHenrique.

Vendo Sítio São GabrielÓTIMO PREÇO

No município de Jacuí- MG (entre São Se-bastião do Paraíso e Guaxupé)Ótima localização; 2,5 alqueires ; "casa com:04 quartos, sala, copa, banheiro, cozinhacom fogão a gás e a lenha ,varanda nas late-rais e à frente do imóvel", Criação de gado(pequena quantidade); fartura em água decórrego e em cisterna .

Contato com Mateus pelos telefones(16) 3945-0148/8123-1506

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