Ano 18 - n 114 - Setembro/Outubro de 2013

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Acidente qumico em So Francisco do Sul

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Fiscalizao do CRQ/SC inspeciona local e abre

processo administrativo para apurar responsabilidades

Especialista do CRQ/SCorienta sobre procedimentos

adequados para sistuaes similares

Artigo

Produzido por

CapaFotos CRQ XIII

Dimenso Comunicao e Marketing48 3248.0110 - dimensao@agenciadimensao.com.brJornalista Responsvel: Dbora de Medeiros Linhares MTB SC 0645-JP

Conselho Regional de Qumica da 13 RegioAv. Pref. Osmar Cunha, 126 - 1 andarCx.P. 6850 - 88015-100 - Florianpolis - SC

(48) 3229-7800 Fax. (48) 3229-7812www.crqsc.gov.br / email: crq@crqsc.gov.br

DIRETORIAPresidente - EQ Jos Maximiliano Mller NettoVice-Presidente - EQ Nivaldo Cabral Kuhnen Secretrio - EQ Darcilo Wilibaldo Adam LisboaTesoureiro - LQ Clvis Goulart de Bem

CONSELHEIROS REPRESENTANTES DAS ESCOLASEfetivosEQ Darcy de Souza

QI Mrcia Luzia Michels

SuplentesLQ Gilson Rocha ReynaldoEQ Murilo Cesar Costelli

LQ Nilza Martins Marcheze

CONSELHEIROS REPRESENTANTES DO SINDICATOEfetivosBQ Berenice da Silva JunkesLQ Clvis Goulart de BemEQ Saulo VitorinoTQ Dalton RibeiroEQ Nivaldo Cabral KuhnenEQ Wilson Rudy Senff

SuplentesQI Lo de OliveiraBQ Eunice R. Zen de MoraesEQ Darcilo W. Adam LisboaTQ Carlos Alberto K. GouvaEA Luiz Henrique Castelan CarlsonQI Jonas Comin Nunes

PROGRAMA DE EDUCAO CONTINUADACoordenador Professor Saulo Vitorino

Delegacia Regional OesteDelegado - EQ Darcilo W. Adam LisboaRua Marechal Deodoro da Fonseca, 400/ E - Sala 606 Ed. Piemonte Executivo - Chapec - CEP 89802-140Tel. 49-33221069 - drchapeco@crqsc.gov.br

Delegacia Regional NorteDelegado - EQ Carlos Alberto K. GouvaAv. JK, 410 sala 502 Bloco BCentro Comercial Cidade de Joinville - Joinville CEP 89201-906Tel. 47 3453.3203 - drjoinville@crqsc.gov.br

Delegacia Regional SulDelegado - QI Jonas Comin NunesRua Marcolino Martins Cabral, 926 - Sala 502Centro Comercial EJB Tubaro CEP 88701-001Tel. 48 36320402 - drtubarao@crqsc.gov.br

03

EditorialFot

os C

RQ

XIII

Jos Maximiliano Muller NettoEngenheiro Qumico

Presidente do CRQ XIII

ESCLARECIMENTOS POPULAO

O CRQ 13 REGIO, INFORMA QUE DENTRO DAS SUAS PRERROGATIVAS DA FISCALIZAO PROFISSIONAL EST INVESTIGANDO O ACIDENTE NO DEPSITO DE FERTILIZANTES DA GLOBAL LOGISTICA EM SO FRANCISCO DO SUL

O Conselho Regional de Qumica em Santa Catarina - CRQ 13 REGIO ante aos fatos do sinistro ocorrido no porto de So Francisco comunica seu apoio populao daquela Cidade e dos demais municpios atingidos, e informa que atravs de sua Cmara de Investigao de Riscos, Segurana, Acidentes na rea da Q u m i c a C I R S AAQ e d a s u a Fiscalizao, deslocou sua equipe de Tcnicos especialistas para o local do acidente em apoio Defesa Civil Estadual, Municipal e ao Corpo de Bombeiros, acompanhando todo o esforo que tenta fazer cessar e minimizar os efeitos danosos do processo qumico que abastece a continuidade da propagao da reao que est ocorrendo no caso. Em anlise dos fatos, o CRQ XIII detectou que a Empresa Global Logstica no est registrada no CRQ XIII e no apresentou nenhum Profissional da Qumica, legalmente habilitado como Responsvel Tcnico, o que exigido por lei. O Prof. Dr. Engenheiro Qumico Nivaldo Cabral Kuhnen, Conselheiro, Vice Presidente e membro da CIRSAAQ / CRQ XIII, coordena a nossa equipe que est acompanhando e investigando os fatos e nesta primeira fase apurou-se preliminarmente que o produto armazenado no galpo industrial da Global Logstica um

fertilizante N - P - K, ou seja, a base de Nitrognio, Fsforo e Potssio, nas formas de Nitrato de Amnio, Mono Fosfato de Amnio e Cloreto de Potssio (segundo documentao apresentada pela empresa), amplamente utilizados pela agricultura brasileira e mundial. Cumpre esclarecer que os produtos da decom-posio, amnia (NH3), e xidos de nitrognio (Nox), dos compostos nitrogenados do fertili-zante so perigosos causando inicialmente irritao das vias respiratrias. No local do sinistro a equipe do CRQ XIII verificou tambm, que a possvel causa foi o contato direto do fertilizante com produtos orgnicos de fcil combusto o que gera reao qumica com elevao da temperatura e ocorre o incio da decomposio do fertilizante (principalmente dos seus produtos nitrogenados). Verificou-se tambm, que todas as medidas adequadas para combate e controle do sinistro estavam sendo tomadas pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros, principalmente no que tange a evacuao da rea atingida e no resfriamento do local, buscando assim, cessar a reao de de composio. A grande preocupao do CRQ XIII levar a populao, em especial a atingida, o esclarecimento dos fatos com uma base probatria sustentvel, cumprindo desta forma, com o seu dever legal de agir sempre em proteo da sociedade como um todo.

Produzido por

CapaFotos CRQ XIII

Dimenso Comunicao e Marketing48 3248.0110 - dimensao@agenciadimensao.com.brJornalista Responsvel: Dbora de Medeiros Linhares MTB SC 0645-JP

Conselho Regional de Qumica da 13 RegioAv. Pref. Osmar Cunha, 126 - 1 andarCx.P. 6850 - 88015-100 - Florianpolis - SC

(48) 3229-7800 Fax. (48) 3229-7812www.crqsc.gov.br / email: crq@crqsc.gov.br

DIRETORIAPresidente - EQ Jos Maximiliano Mller NettoVice-Presidente - EQ Nivaldo Cabral Kuhnen Secretrio - EQ Darcilo Wilibaldo Adam LisboaTesoureiro - LQ Clvis Goulart de Bem

CONSELHEIROS REPRESENTANTES DAS ESCOLASEfetivosEQ Darcy de Souza

QI Mrcia Luzia Michels

SuplentesLQ Gilson Rocha ReynaldoEQ Murilo Cesar Costelli

LQ Nilza Martins Marcheze

CONSELHEIROS REPRESENTANTES DO SINDICATOEfetivosBQ Berenice da Silva JunkesLQ Clvis Goulart de BemEQ Saulo VitorinoTQ Dalton RibeiroEQ Nivaldo Cabral KuhnenEQ Wilson Rudy Senff

SuplentesQI Lo de OliveiraBQ Eunice R. Zen de MoraesEQ Darcilo W. Adam LisboaTQ Carlos Alberto K. GouvaEA Luiz Henrique Castelan CarlsonQI Jonas Comin Nunes

PROGRAMA DE EDUCAO CONTINUADACoordenador Professor Saulo Vitorino

Delegacia Regional OesteDelegado - EQ Darcilo W. Adam LisboaRua Marechal Deodoro da Fonseca, 400/ E - Sala 606 Ed. Piemonte Executivo - Chapec - CEP 89802-140Tel. 49-33221069 - drchapeco@crqsc.gov.br

Delegacia Regional NorteDelegado - EQ Carlos Alberto K. GouvaAv. JK, 410 sala 502 Bloco BCentro Comercial Cidade de Joinville - Joinville CEP 89201-906Tel. 47 3453.3203 - drjoinville@crqsc.gov.br

Delegacia Regional SulDelegado - QI Jonas Comin NunesRua Marcolino Martins Cabral, 926 - Sala 502Centro Comercial EJB Tubaro CEP 88701-001Tel. 48 36320402 - drtubarao@crqsc.gov.br

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Jos Maximiliano Muller NettoEngenheiro Qumico

Presidente do CRQ XIII

ESCLARECIMENTOS POPULAO

O CRQ 13 REGIO, INFORMA QUE DENTRO DAS SUAS PRERROGATIVAS DA FISCALIZAO PROFISSIONAL EST INVESTIGANDO O ACIDENTE NO DEPSITO DE FERTILIZANTES DA GLOBAL LOGISTICA EM SO FRANCISCO DO SUL

O Conselho Regional de Qumica em Santa Catarina - CRQ 13 REGIO ante aos fatos do sinistro ocorrido no porto de So Francisco comunica seu apoio populao daquela Cidade e dos demais municpios atingidos, e informa que atravs de sua Cmara de Investigao de Riscos, Segurana, Acidentes na rea da Q u m i c a C I R S AAQ e d a s u a Fiscalizao, deslocou sua equipe de Tcnicos especialistas para o local do acidente em apoio Defesa Civil Estadual, Municipal e ao Corpo de Bombeiros, acompanhando todo o esforo que tenta fazer cessar e minimizar os efeitos danosos do processo qumico que abastece a continuidade da propagao da reao que est ocorrendo no caso. Em anlise dos fatos, o CRQ XIII detectou que a Empresa Global Logstica no est registrada no CRQ XIII e no apresentou nenhum Profissional da Qumica, legalmente habilitado como Responsvel Tcnico, o que exigido por lei. O Prof. Dr. Engenheiro Qumico Nivaldo Cabral Kuhnen, Conselheiro, Vice Presidente e membro da CIRSAAQ / CRQ XIII, coordena a nossa equipe que est acompanhando e investigando os fatos e nesta primeira fase apurou-se preliminarmente que o produto armazenado no galpo industrial da Global Logstica um

fertilizante N - P - K, ou seja, a base de Nitrognio, Fsforo e Potssio, nas formas de Nitrato de Amnio, Mono Fosfato de Amnio e Cloreto de Potssio (segundo documentao apresentada pela empresa), amplamente utilizados pela agricultura brasileira e mundial. Cumpre esclarecer que os produtos da decom-posio, amnia (NH3), e xidos de nitrognio (Nox), dos compostos nitrogenados do fertili-zante so perigosos causando inicialmente irritao das vias respiratrias. No local do sinistro a equipe do CRQ XIII verificou tambm, que a possvel causa foi o contato direto do fertilizante com produtos orgnicos de fcil combusto o que gera reao qumica com elevao da temperatura e ocorre o incio da decomposio do fertilizante (principalmente dos seus produtos nitrogenados). Verificou-se tambm, que todas as medidas adequadas para combate e controle do sinistro estavam sendo tomadas pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros, principalmente no que tange a evacuao da rea atingida e no resfriamento do local, buscando assim, cessar a reao de de composio. A grande preocupao do CRQ XIII levar a populao, em especial a atingida, o esclarecimento dos fatos com uma base probatria sustentvel, cumprindo desta forma, com o seu dever legal de agir sempre em proteo da sociedade como um todo.

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Fiscalizao

Equipe do CRQ/SC vistoria empresa incendiadae faz avaliao do local

Na noite do dia 24 de setembro de 2013 teve inicio um processo de decomposio qumica das 10 mil toneladas de adubo ou fertilizante NPK estocados no armazm da Empresa Global Logstica em So Francisco do Sul, Santa C a t a r i n a a c a r r e t a n d o p r e j u z o s econmicos e de sade a comunidade daquela cidade e arredores.

O fertilizante NPK, ou seja, a base de Nitrognio, Fsforo e Potssio, pode ser fabricado a partir de diferentes sais porm o fertilizante estocado pela Global continha nitrato de amnio, fosfato de amnio e cloreto de potssio (segundo dados fornecidos pela empresa). Destes compostos o nitrato de amnio apresenta caractersticas de material explosivo e sua comercializao controlada pelo Exrcito e Polcia Federal. Os desastres causados por armazenamento e manuseio inadequado do nitrato de amnio so muitos e o mais mortfero foi o de 1947 nos Estados Unidos que matou cerca de 500 pessoas. A violncia da exploso foi tal que derrubou dois pequenos avies que sobrevoavam a rea e uma das ncoras do navio, que continha a carga, pesando duas toneladas, foi arremessada a mais de dois quilmetros de distncia.

O fertilizante NPK contendo nitrato de amnio no possui tal poder explosivo porque encontra-se misturado com outros sais, condicionadores de solo e cargas (gesso, areia e dolomita etc.) e agentes de revestimento ( pedra sabo , argila, etc.).

Acidente no depsito de fertilizantes da Global Logstica em So Francisco do Sul

As quantidades calculadas e medidas das matrias-primas acima citadas so mis turadas adequadamente num misturador. A massa homognea ento processada no tambor do granulador.

Apesar dos fertilizantes NPK no terem propriedades explosivas alguns podem, se atingirem uma temperatura suficiente, sofrer uma decomposio qumica nitrosa.

Segundo Louis Mdard, (Louis Mdard, Les explosifs occasionnels, Techniques et documentation, 1979) quase todos os adubos NPK slidos contm nitrato de amnio e, em funo principalmente da sua composio e acessoriamente da sua estrutura, podem apresentar os seguintes perigos:

o s a d u b o s c o m u m t e o r relativamente elevado de nitrato de amnio podem apresentar o risco de ter propriedades explosivas reduzidas.

alguns adubos NPK podem se atingirem uma temperatura suficiente, sofrer uma decomposio nitrosa, trata-se de uma reao autocataltica que, uma vez iniciada, afeta todo o produto presente.

em muitos adubos em cuja composio entre simultaneamente o nitrato de amnio e um cloreto, pode desencadear-se um tipo especial de deflagrao, se houver uma quantidade de calor suficiente num ponto da massa. Essa deflagrao, cuja propagao a partir do ponto inicial muito lenta, foi denominada decomposio autossustentada do adubo ou ainda combusto em charuto. O que torna esta decomposio fcil de desencadear a reao cataltica dos ons cloreto presentes no adubo.

Certos adubos podem aquecer espontaneamente, muitas vezes cerca de quarenta graus, durante a respectiva armazenagem, a partir da temperatura normal. Caso se torne suficientemente elevada, a temperatura atingida pode ento, eventualmente, provocar a decomposio nitrosa mencionada anteriormente.

sabido que o cloro desencadeia a decomposio do nitrato de amnio, o que explica que se limite a 0,02 % em peso o teor de cloro dos adubos nitrogenados. Em composies de NPK, misturas de cloreto de potssio e de nitrato de amnio, podem produzir um fenmeno de aquecimento, geralmente sem inconvenientes para a segurana. No entanto, agindo como catalisador, o cloro pode levar a uma a c e l e r a o , d e s e n c a d e a n d o u m a

Artigo

decomposio autossustentada que, libertando fumos txicos, representa um risco no negligencivel, dado que h grandes quantidades de nitrato de amnio que entram nestas misturas.

Segundo Louis Mdard, na armazenagem dos adubos importa, sobretudo, evitar tudo o que possa dar incio decomposio. Os estudos dos acidentes ocorridos no passado revelou que as principais causas de incio de decomposio so: uma lmpada incandescente acesa em contacto com o adubo; o fato de deixar o adubo em contacto com um corpo quente durante ou aps uma reparao com utilizao de fogo; o emprego de materiais eltricos defeituosos que permitam que haja pontos quentes que entrem em contacto com o adubo; a presena de tubulaes de fluidos quentes no local ou num poro de navio em que o adubo tenha sido transportado.

Convm, portanto, quer na armazenagem quer no transporte, assegurar que nenhuma das causas de aquecimento indicadas possa agir sobre o adubo e que as substncias susceptveis de se inflamar sejam afastadas do adubo, sendo que o risco tem menos a ver com a quantidade de matria combustvel que com o seu contato com o adubo. Deve-se evitar igualmente que haja nas proximidades do adubo matrias susceptveis de reaes perigosas ou matrias cuja composio se conhea mal; por ltimo, a presena de explosivos deve ser absolutamente eliminada.

Para um melhor entendimento do ocorrido com a carga de fertilizante no armazm da Global imprescindvel uma anlise qumica detalhada da composio do fertilizante para verificar a probabilidade de uma auto decomposio bem como determinar a possibilidade do fertilizante ter entrado em contato com materiais orgnicos e combustveis bem como com uma fonte de calor externa que poderia ter desencadeado sua decomposio.

Nivaldo Cabral KuhnenPh.D., Engenheiro Qumico,

Vice- Presidente do CRQ XIII

Preveno da decomposio dos adubos NPK

Poucas horas depois de controlado o acidente qumico que fez a cidade de So Francisco do Sul (Norte de Santa Catarina), amanhecer coberta de fumaa provocada por uma reao qumica em uma carga de mais de dez mil toneladas de fertilizante, representantes do Conselho Regional de Qumica (CRQ 13 Regio), realizaram uma vistoria empresa Global Logstica. Eles foram ver de perto o local e as consequncias do incndio qumico, o maior j registrado no Estado, que transformou a rotina da populao da cidade por trs dias.

A vistoria aconteceu no dia 28 de setembro de 2013, e tambm estavam no local os representantes da Defesa Civil Municipal e Estadual; representantes da VALE S.A.; FATMA; IBAMA; Polcia Rodoviria Federal; Polcia Militar; PM Ambiental; e Corpo de Bombeiros.

A equipe do CRQ XIII foi recebida por Claudio Pereira dos Santos, scio gerente da Global Logstica, que respondeu aos nossos questionamentos feitos pelos representantes do Conselho.

Ao chegar ao local pudemos constatar que os trabalhos de remoo dos resduos da decomposio do fertilizante NPK estavam j em pleno andamento, ressaltou o Engenheiro Qumico Nivaldo Cabral Kuhnen, vice-presidente do CRQ XIII.

Para um melhor entendimento do ocorrido com a carga de fertilizante no armazm da Global Logstica imprescindvel uma anlise qumica detalhada da composio do fertilizante a fim de verificar a probabilidade de uma auto decomposio; bem como, determinar a possibilidade do fertilizante ter entrado em contato com materiais orgnicos e combustveis ou com uma fonte de calor externa que desencadearia sua decomposio, concluiu o Engenheiro.

O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina informou que o incndio qumico foi extinto na sexta-feira (27), aps quase 60 horas do incidente. Durante a operao, foi usado aproximadamente 1,5 milho de litros de gua.

CRQ XIII vistoria depsito onde ocorreu omaior acidente qumico de Santa Catarina

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Fiscalizao

Equipe do CRQ/SC vistoria empresa incendiadae faz avaliao do local

Na noite do dia 24 de setembro de 2013 teve inicio um processo de decomposio qumica das 10 mil toneladas de adubo ou fertilizante NPK estocados no armazm da Empresa Global Logstica em So Francisco do Sul, Santa C a t a r i n a a c a r r e t a n d o p r e j u z o s econmicos e de sade a comunidade daquela cidade e arredores.

O fertilizante NPK, ou seja, a base de Nitrognio, Fsforo e Potssio, pode ser fabricado a partir de diferentes sais porm o fertilizante estocado pela Global continha nitrato de amnio, fosfato de amnio e cloreto de potssio (segundo dados fornecidos pela empresa). Destes compostos o nitrato de amnio apresenta caractersticas de material explosivo e sua comercializao controlada pelo Exrcito e Polcia Federal. Os desastres causados por armazenamento e manuseio inadequado do nitrato de amnio so muitos e o mais mortfero foi o de 1947 nos Estados Unidos que matou cerca de 500 pessoas. A violncia da exploso foi tal que derrubou dois pequenos avies que sobrevoavam a rea e uma das ncoras do navio, que continha a carga, pesando duas toneladas, foi arremessada a mais de dois quilmetros de distncia.

O fertilizante NPK contendo nitrato de amnio no possui tal poder explosivo porque encontra-se misturado com outros sais, condicionadores de solo e cargas (gesso, areia e dolomita etc.) e agentes de revestimento ( pedra sabo , argila, etc.).

Acidente no depsito de fertilizantes da Global Logstica em So Francisco do Sul

As quantidades calculadas e medidas das matrias-primas acima citadas so mis turadas adequadamente num misturador. A massa homognea ento processada no tambor do granulador.

Apesar dos fertilizantes NPK no terem propriedades explosivas alguns podem, se atingirem uma temperatura suficiente, sofrer uma decomposio qumica nitrosa.

Segundo Louis Mdard, (Louis Mdard, Les explosifs occasionnels, Techniques et documentation, 1979) quase todos os adubos NPK slidos contm nitrato de amnio e, em funo principalmente da sua composio e acessoriamente da sua estrutura, podem apresentar os seguintes perigos:

o s a d u b o s c o m u m t e o r relativamente elevado de nitrato de amnio podem apresentar o risco de ter propriedades explosivas reduzidas.

alguns adubos NPK podem se atingirem uma temperatura suficiente, sofrer uma decomposio nitrosa, trata-se de uma reao autocataltica que, uma vez iniciada, afeta todo o produto presente.

em muitos adubos em cuja composio entre simultaneamente o nitrato de amnio e um cloreto, pode desencadear-se um tipo especial de deflagrao, se houver uma quantidade de calor suficiente num ponto da massa. Essa deflagrao, cuja propagao a partir do ponto inicial muito lenta, foi denominada decomposio autossustentada do adubo ou ainda combusto em charuto. O que torna esta decomposio fcil de desencadear a reao cataltica dos ons cloreto presentes no adubo.

Certos adubos podem aquecer espontaneamente, muitas vezes cerca de quarenta graus, durante a respectiva armazenagem, a partir da temperatura normal. Caso se torne suficientemente elevada, a temperatura atingida pode ento, eventualmente, provocar a decomposio nitrosa mencionada anteriormente.

sabido que o cloro desencadeia a decomposio do nitrato de amnio, o que explica que se limite a 0,02 % em peso o teor de cloro dos adubos nitrogenados. Em composies de NPK, misturas de cloreto de potssio e de nitrato de amnio, podem produzir um fenmeno de aquecimento, geralmente sem inconvenientes para a segurana. No entanto, agindo como catalisador, o cloro pode levar a uma a c e l e r a o , d e s e n c a d e a n d o u m a

Artigo

decomposio autossustentada que, libertando fumos txicos, representa um risco no negligencivel, dado que h grandes quantidades de nitrato de amnio que entram nestas misturas.

Segundo Louis Mdard, na armazenagem dos adubos importa, sobretudo, evitar tudo o que possa dar incio decomposio. Os estudos dos acidentes ocorridos no passado revelou que as principais causas de incio de decomposio so: uma lmpada incandescente acesa em contacto com o adubo; o fato de deixar o adubo em contacto com um corpo quente durante ou aps uma reparao com utilizao de fogo; o emprego de materiais eltricos defeituosos que permitam que haja pontos quentes que entrem em contacto com o adubo; a presena de tubulaes de fluidos quentes no local ou num poro de navio em que o adubo tenha sido transportado.

Convm, portanto, quer na armazenagem quer no transporte, assegurar que nenhuma das causas de aquecimento indicadas possa agir sobre o adubo e que as substncias susceptveis de se inflamar sejam afastadas do adubo, sendo que o risco tem menos a ver com a quantidade de matria combustvel que com o seu contato com o adubo. Deve-se evitar igualmente que haja nas proximidades do adubo matrias susceptveis de reaes perigosas ou matrias cuja composio se conhea mal; por ltimo, a presena de explosivos deve ser absolutamente eliminada.

Para um melhor entendimento do ocorrido com a carga de fertilizante no armazm da Global imprescindvel uma anlise qumica detalhada da composio do fertilizante para verificar a probabilidade de uma auto decomposio bem como determinar a possibilidade do fertilizante ter entrado em contato com materiais orgnicos e combustveis bem como com uma fonte de calor externa que poderia ter desencadeado sua decomposio.

Nivaldo Cabral KuhnenPh.D., Engenheiro Qumico,

Vice- Presidente do CRQ XIII

Preveno da decomposio dos adubos NPK

Poucas horas depois de controlado o acidente qumico que fez a cidade de So Francisco do Sul (Norte de Santa Catarina), amanhecer coberta de fumaa provocada por uma reao qumica em uma carga de mais de dez mil toneladas de fertilizante, representantes do Conselho Regional de Qumica (CRQ 13 Regio), realizaram uma vistoria empresa Global Logstica. Eles foram ver de perto o local e as consequncias do incndio qumico, o maior j registrado no Estado, que transformou a rotina da populao da cidade por trs dias.

A vistoria aconteceu no dia 28 de setembro de 2013, e tambm estavam no local os representantes da Defesa Civil Municipal e Estadual; representantes da VALE S.A.; FATMA; IBAMA; Polcia Rodoviria Federal; Polcia Militar; PM Ambiental; e Corpo de Bombeiros.

A equipe do CRQ XIII foi recebida por Claudio Pereira dos Santos, scio gerente da Global Logstica, que respondeu aos nossos questionamentos feitos pelos representantes do Conselho.

Ao chegar ao local pudemos constatar que os trabalhos de remoo dos resduos da decomposio do fertilizante NPK estavam j em pleno andamento, ressaltou o Engenheiro Qumico Nivaldo Cabral Kuhnen, vice-presidente do CRQ XIII.

Para um melhor entendimento do ocorrido com a carga de fertilizante no armazm da Global Logstica imprescindvel uma anlise qumica detalhada da composio do fertilizante a fim de verificar a probabilidade de uma auto decomposio; bem como, determinar a possibilidade do fertilizante ter entrado em contato com materiais orgnicos e combustveis ou com uma fonte de calor externa que desencadearia sua decomposio, concluiu o Engenheiro.

O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina informou que o incndio qumico foi extinto na sexta-feira (27), aps quase 60 horas do incidente. Durante a operao, foi usado aproximadamente 1,5 milho de litros de gua.

CRQ XIII vistoria depsito onde ocorreu omaior acidente qumico de Santa Catarina

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XIII

TABELA DE PREOS UNIMED FLORIANPOLIS - CRQ 13 REGIO

Faixa etria Uniflex Enfermaria Uniflex Enfermaria

06

Convnio

Plano de sade para profissionais inscritos no CRQ XIIIConhea os novos valores por faixa etria e condies para adeso

070507

Faixa etria

Faixa etria

Uniflex Apartamento Uniflex Apartamento

TABELA DE PREOS UNIMED FLORIANPOLIS - CRQ 13 REGIO

Uniflex Enfermaria

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Faixa etria Uniflex Enfermaria Uniflex Enfermaria

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Faixa etria

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Uniflex Apartamento Uniflex Apartamento

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Uniflex Enfermaria

Expressas

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Voc j imaginou como feito o registro de uma marca de um produto qumico? Seja para produtos perigosos ou qualquer outro tipo existe o INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial rgo que registra e valida marca ou patente em ambiente nacional. Para falar sobre Registro de Marcas e Patentes de Produtos Qumicos o Portal Produtos Perigosos entrevistou a advogada Elisngela Campos especialista em Produtos Qumicos. No basta apenas desenvol-ver um novo produto preciso registrar sua marca e/ou patente, corretamente. O registro de marcas e patentes compreende a principal forma de proteo ao patrimnio intelectual de uma empresa que, pode ser copiado ou at mesmo roubado, o que em dias atuais mais comum do que imagina-mos. A marca identifica a empresa e distingue um produto ou servios dos outros oferecidos no mercado. A marca tambm responsvel por agregar valor aos produtos e/ou servios que elas identificam, alm de fidelizar o consumo. Comenta Elisngela. Algumas pessoas confundem o registro de marcas com o registro de patentes, Elisngela ressalta as diferenas entre os dois tipos de registro.

valida-mente expedido pelo INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial passa a gerar direitos ao seu titular e lucro por meio da sua explorao, tornando-a referencial de qualidade. A marca sem dvida nenhuma e um fator primordial para se obter sucesso de mercado! J as patentes so privilgios temporrios, tambm concedidos pelo INPI que protegem o seu titular contra

terceiros, que tentem imitar ou copiar um produto por ele criado, ou por ele melhorado signifi-cativamente.

No caso de produtos qumi-cos essa situao no diferente, pelo contrrio, a empresa que desenvolve um novo produto

O registro de marca

Registro de Marcas e Patentes de Produtos Qumicos

Foto arquivo

deve registrar o componente, at mesmo como uma forma de proteo.

O registro na rea qumica no algo restrito, como a frmula de um novo medicamento, por exemplo, qualquer produto qumico pode ser devidamente registrado, sua marca ou patente.

A patente qumica abrange a qumica pura, tais como compostos inorgnicos, compostos orgnicos, compostos macromoleculares e seus mtodos de preparo, como adubos, composio de matrias plsticas, tintas, produtos da indstria de petr-leo, explosivos, corantes, adesivos, lubrificantes, detergentes, produtos relacionados engenharia gentica, desde que tenha atividade inventiva. Refora Elisngela.

possvel e aconselhvel que a empresa busque a patente em seu nome, para assim explor-la com exclusividade, ou mes-mo licenciar o seu uso. Mas o primeiro passo requerer a proteo!

Como as patentes so privilgios temporrios concedidos s empresas pelo INPI, preciso saber quanto tempo duram as patentes e o que fazer quando o prazo de determinada patente expira?

As patentes so privilgios tempo-rrios concedidos pelo INPI ao seu titular requerente. Como fazem parte do desenvolvimento tecnolgico do pas, a patente vigora pelo prazo de 20 (vinte) anos e o modelo de utilidade, pelo prazo de 15 (quinze) anos, contados da data do seu depsito. Transcorrido esse prazo de exclusividade de explorao por seu titular, a patente passa a integrar o estado da tcnica, ou seja, cai em domnio pblico. Um exemplo muito claro patente do medicamento conhecido como Viagra que, hoje comercializado por diversas nomen-claturas, inclusive genricos, isso porque a mesma j teve seu prazo de validade esgotado. No entanto, as marcas podem ter sua vigncia estendida ad eternum, uma vez que seu

Quando criado uma nova frmula ou produto

prazo de validade de 10 (dez) anos, contados da data de concesso do registro, prorrogveis por igual perodo sucessivamente. Para cada decnio um novo certificado ser emitido pelo INPI. Informa Elisngela

tambm ressaltada pela advogada sobre a pesquisa prvia sobre o produto que pretende patentear, preciso saber se aquele produto de fato uma exclusividade, se existe algum registro igual ou similar que possa impedir todo o processo de regularizao da marca e/ou patente.

extremamente recomendado que seja realizada uma busca prvia, daquilo que se pretende pleitear a titulo de marca ou patente perante o INPI para assegurar um processo mais clere, evitando assim anterioridades que impeam ou atrasem a concesso do registro da marca ou da patente. A busca pode ser realizada no banco de dados no INPI por qualquer pessoa, porm para uma anlise mais aprofundada da viabilidade, reco-menda-se a consulta a um especialista, para evitar gastos desnecessrios pleiteando-se a propriedade de uma marca ou de uma patente que j foi requerida anteriormente.

Fonte: Redao Produtos Perigosos 15/08/2013

Uma dica importante