Edição 11 Revista Visão Rural

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Em nossa mesa o poder nutritivo do mel faz muito sucesso. Devido

ao seu alto valor energético e seu potencial para equilíbrio do organismo, forrar um pão, rechear um bolo, uma torta ou utilizar para adoçar um chá quando uma gripe, uma tosse, está por vir é muito bom. Mas, seu processo de produção é demorado, tra-balhoso e o valor das abelhas que fabricam esta delícia também.

Em contra partida aos benefícios e seguin-do na mesma linha de entraves, produzir o mel não é uma tarefa fácil. Unido a isto há ainda dois fatores, o primeiro é o sumiço das abelhas em praticamente todos os continentes do mundo. Responsáveis pela polinização das frutas que consumimos, esta escassez de abelhas pode causar um colapso em toda a cadeia da fruticultura e conse-quentemente a rotina dos consumidores. O segundo é que sem informação correta de manejo, as abelhas podem oferecer risco, ainda mais aos invasores quando em seu

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Alunos aprendem a

conviver com a apicultura

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habitat.Para unir, ou ao menos encurtar a distância entre estas

duas questões, há cerca de cinco anos a Extensionista Social da Epagri de Rio Fortuna, Maria Luiza Araújo Bloemer, desenvolve um projeto diferente, voltado à educação ambiental. Através das crianças ela tenta criar consciência de que o convívio amistoso entre humanos e o inseto pode trazer excelente benefício.

Esta importância dada pela profissional tem relação com a conservação e prolongamento do ciclo das abe-lhas nas florestas da região sul do país. Outro fator é a possibilidade de renda extra das famílias rurais com a produção e venda do mel. E, o Brasil tem se mostrado interessante para que esta cultura se expanda.

Em 2009 a produção de mel superou as 38 mil tone-ladas. Em 2010 o país registrou um salto da produção. Foram 50 mil toneladas, o que representou aumente de mais de 25% na produção e colocou o Brasil entre os 11 maiores produtores mundiais. Somente em 2011, o fatu-ramento do setor chegou a R$ 300 milhões. Isto incluso as exportações, no qual ocupamos a quinta colocação com a comercialização de mais de 22 mil toneladas, o que representou mais de US$ 70 milhões, ou mais de

R$ 130 milhões. Os três estados do sul, liderados pelo Rio Grande do Sul, concentram aproximadamente 25% do total produzido.

Tendo estas informações, até parece fácil a produção. Porém, a realidade é bem diferente. Para alcançar uma grande produção à abelha visita mais de 40 mil flores, onde ela recolhe o pólen e o néctar. Apesar do gran-de número de locais visitados, a produção por abelha raramente ultrapassa as cinco gramas por ano. Mas, se a produção é pequena, o Brasil possui muitas delas. Favo-recidos pelo clima e a vegetação a produção tem se mostrado inte-ressantes.

O volume é representativo, mas longe da capacidade de produção projetado pela Con-federação Brasileira da Apicultura (CBA). Segundo a prospecção mundial, o brasileiro ainda tem um com-portamento muito tímido em respeito ao consumo de mel. Por aqui são cerca de 120 gramas consumidos por pessoa, enquanto que em países da Europa o consumo anual por indivíduo, atinge aproximadamente três quilos.

Para alcançar uma grande

produção à abelha visita mais

de 40 mil flores, onde ela

recolhe o pólen e o néctar

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Para explicar melhor está questão, acompanhamos a Extensionista Social em uma destas incursões, em que ela trabalha com crianças com idade entre cinco e seis anos, estudantes da rede municipal. Uma vez ao ano ela reúne em grupos, os dois turnos escolares e realiza a visita ao principal fabricante de colmeias do estado e que tem a empresa instalada no município. A proximidade facilita o deslocamento e estende o tempo do contato com o processo.

Mas, mesmo com tantas informações positivas é difícil acreditar que pode haver momentos adversos neste setor e neste sentido as crianças, mesmo com a pouca vivencia, conhecem muito. No país, há várias espécies, mas a abelha mais comum é a africanizada, uma espécie hibrida que reúne traços das espécies africana e europeia e é também considerada a mais agressiva das que são manejadas em apiários. Apesar de preferirem a espécie africana por sua resistência, os produtores brasileiros optam pelo manejo da espécie hibrida em função da sua capacidade produtiva. Por outro lado, para os humanos ela é também aquela que oferece maior risco.

Mesmo com a lista extensa de benefício, sobre o produto e apesar de ter grande importância na poli-nização, à abelha não é tão bem vista pelos humanos. O maior problema entre nós, consumidores deste poderoso produto natural, é a má convivência com a abelha. Apesar de pequenininha ela causa um gran-de desconforto em função de seu sistema de defesa. Quando se sente em perigo, as abelhas utilizam seu ferrão e o resultado é forte dor e inchaço no local. Em alguns casos a ferroada acarreta risco de morte. Mas, isso só ocorre sobre ameaça a seu território.

Através de uma conversa e do contato com a colmeia, com as abelhas e com o mel, as crianças aprendem todos os passos que envol-vem sua fabricação. Esta orientação vai desde a importância da abelha na polinização dos campos e florestas, sua capacidade produtiva, seus perigos, até o porquê é tão importante o convívio com as abelhas. Curiosas, as crianças querem saber tudo sobre as abelhas e princi-palmente provar a delícia.

No retorno a sala de aula, elas acompanham sli-des de uma pesquisa feita pela agrônoma, onde a

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Extensionista Social procura identificar o nível de absorção do conteúdo. “Sabemos do resultado através das mães. Elas revelam que as crianças passam a pedir pela compra do mel. São as crianças que motivam a mudança de comportamento, e este habito de consumo motiva toda a família”, explica.

Maria Luiza indica o mel com muita segurança, principal-mente por ser um produto extraído, principalmente na região do vale, em locais livre de agrotóxico, o que torna o produto ainda mais natural. “É caro, mas por ter esta característica, muitas empresas utilizam o mel na fabricação de produtos para higiene, perfumaria, medicina e alimentícios”, observa.

Segundo ela, a projeção para o setor é positiva. “A apicul-tura não é considerada um atividade produtiva, em algumas propriedades ela é desenvolvida em função da grande área. Porém, por ser natural e oferecer inúmeros benefícios o mel deve ganhar espaço e se tornar uma atividade com olhos para a sua profissionalização e rentabilidade”, complementa.

Na região sul, Içara e Orleans possuem associações que desenvolvem a atividade.

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Reconhecida como grande contribuinte

econômica de Braço do Norte, a comunidade do Pinheiral recebeu com o asfaltamento da BRN-424, a atenção merecida do governo, na qual não só os mo-radores se beneficiarão, mas vários setores produtivos.

Ainda falta uma etapa da obra que facilitará o aces-so entre o centro do município e a comunidade, mas quem transita pelos 13,7 quilômetros de via – sete deles asfaltados - e visita o Pinheiral, forte reduto agropecu-ário do município e seu entorno, percebe os primeiros sintomas da mudança, principalmente no que se refere à organização e investimentos.

A comunidade é reconhecida por sua forte contri-buição econômica devido a grande concentração de frigoríficos, lacticínios e também sua força agrícola. Por ter forte desempenho econômico, há décadas seus representantes lutam pelo asfaltamento que já contorna parte do trajeto.

Até o momento, mais de R$ 7,5 milhões foram in-vestidos na obra que recebeu mudanças para melhorar sua qualidade, motivo no qual o valor previsto para a conclusão total, se mostrou suficiente apenas para uma etapa. Atualmente, a empresa vencedora da licitação trabalha nas benfeitorias, como a rede de escoamento da água.

Mesmo com apenas parte da obra concluída as mudanças são visíveis. Sendo uma comunidade colo-nizada por alemães, onde já possui como caracterís-

tica a valorização pessoal, é possível verificar que há preocupação com a beleza extrapola a realidade local. Até pouco tempo atrás, a poeira e o estado precário do acesso escondia a beleza que o trajeto proporciona. Em praticamente três anos, novas residências, imóveis bem cuidados são algumas novidades que embelezam o trajeto. Isso tem auxiliado na valorização dos imóveis próximos ao asfalto que ultrapassa 20% e atraído in-vestimentos, como farmácia, loja de materiais de cons-trução que passaram a fazer parte da realidade local.

Em conversa com moradores locais, quanto a escoamento da produção é difícil analisar, já que apenas parte do acesso recebeu a camada asfáltica. Um morador que preferiu não se identificar diz que os motoristas se mostram contentes ao transitar na etapa já concluída da obra. “Eles (usuários) elogiam e nos moradores também, pois acabou a poeira e o transporte de insumo como os caminhões não são tão exigidos, ficou mais barato. Até então o produtor dependia de atravessadores para receber mercadorias. Agora isso não ocorre”, pontua.

O cálculo para avaliar a movimentação econômica da comunidade na arrecadação depende de vários fatores. Por este motivo não foi possível obter na prefeitura a informação. Com isso também não será possível calcular a representação econômica que o asfalto poderá promover, mas para a comunidade, o asfalto é uma forma de reverter a sua participação no desenvolvimento de Braço do Norte.

Comunidade vê mudanças com etapa já concluída de asfalto

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O jornalista Álvaro Dalmagro lançou, no dia 10 de maio, o livro “Santa Rosa de Lima

– História e memória: da colonização à emancipação”, um trabalho de pesquisa feito nos últimos 10 meses, por iniciativa da prefeitura daquele município, com pa-trocínio da mesma e do Governo do Esta-do, além do apoio da Amurel (Associação de Municípios da Região de Laguna). O lançamento ocorreu no salão comunitá-rio de Santa Rosa, justamente no dia do cinquentenário de emancipação e início das comemorações da 13 ª Gemüse Fest.

“O livro é um registro de parte da his-tória do município, pois contempla relatos de personagens que contam como foram os mais diferentes aspectos da vida nos primórdios da colonização. Tínhamos a necessidade e a urgência de produzir algum material que eternizasse a me-mória de pessoas que protagonizaram a formação de Santa Rosa de Lima e que, inevitavelmente, estão morrendo, e com elas, levando embora a memória oral”, justifica o autor.

O livro foi escrito em linguagem jornalís-tica, coloquial, e dividido em 31 capítulos que contemplam a história desde a tur-bulência europeia até a emancipação, em 62, discorrendo questões como: educação, estradas, comunicação, mortalidade in-fantil, parteiras, socorro médico, picadas de cobra, casamento, festas, religiosidade, comida, hábitos, confronto com índios, bugreiros, matas e madeira, atafonas e engenhos, moradia, dentistas práticos, a produção de banha, entre outros. Em todos os capítulos estão presentes as dificuldades extremas enfrentadas por

essas pessoas. O autor procurou respeitar a ordem

cronológica dos acontecimentos ao ini-ciar o relato a partir de acontecimentos no século 18, na Europa, que explicam o grande fluxo migratório de europeus (principalmente alemães) para alguns países da América, entre eles, o Brasil. “Os imigrantes, quase que na totalidade de alemães, de certa forma foram ludi-briados. Havia uma política de Estado e uma propaganda ostensiva do governo e das companhias de imigração europeias estimulando a vinda dessas pessoas. Quando chegaram, não encontraram exatamente o que lhes foi prometido e as agruras enfrentadas aqui, em Santa Rosa de Lima, que foi meu objeto de pesquisa, foi simplesmente desumano”, relata o jor-nalista. “O livro conta histórias de pessoas que viveram boa parte desse período, ou então, que ouviram de seus pais e avós os relatos de como se deu a colonização de Santa Rosa de Lima. São depoimentos fortes que emocionam, impressionam, nos fazem chorar, rir, admirar e respeitar essa gente, que é de uma tenacidade e uma perseverança admiráveis”, conta Álvaro.

O material está sendo impresso pela Gráfica e Editora Copiart, de Tubarão. Tem 224 páginas em cores e farto ma-terial fotográfico. Nesta primeira edição serão impressos um mil exemplares, que serão distribuídos gratuitamente e preferencialmente às famílias santa--rosa-limenses, escolas, bibliotecas, universidades e órgãos públicos do município e da região. Contatos com o autor: [email protected] e (48) 8418-1105

Sobre o autorÁlvaro Dalmagro é formado em Comunicação

Social, habilitado em jornalismo pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso - Facha, no Rio de Janeiro,

e pós-graduado em Docência para o Ensino Superior pela Unisul, em Tubarão. Tem 25 anos de atividades na área de jornalismo, com atuações em televisão,

rádio, jornal, revista, assessoria de imprensa e webjornalismo. Iniciou sua carreira no Rio de

Janeiro, mais tarde transferiu-se para o Rio Grande do Sul, sua terra natal, e há 16 anos, mora e atua

em Santa Catarina. Já exerceu funções de repórter, apresentador e editor de TV, assessor de imprensa

em órgãos públicos e instituições privadas, repórter e editor de jornais diários, além de ter atuado como

professor durante quase uma década. Filho de agricultores, antes de enveredar para o jornalismo,

foi técnico em agropecuária. Mudou de atividade profissional, mas manteve o gosto e a valorização

pelas coisas simples da vida, como as da roça, herdadas na infância e na adolescência. Seu primeiro

trabalho especificamente de cunho histórico foi publicado em 2010: “Amurel – 40 anos: um resgate

histórico – A trajetória de quatro décadas da entidade que representa os municípios da região de Laguna”.

Jornalista lança livro sobre colonização de Santa Rosa de Lima

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Depois de tanto tempo sem chuva continua, en-fim os produtores devem mudar sua atual situação, de extremamente preocupados a esperançosos. No inicio de maio, o Centro de Informações de Recursos Ambientais e Hidrimeteorologia Catari-nense (Ciram) sistema Epagri que monitora o clima, chegou com a boa nova.

Bem distribuídas no território, à chuva que in-comodava, por sua falta desde o último mês de novembro e que gerou prejuízos de mais de R$ 770 milhões, alegrou os agropecuaristas no final de abril. O alívio deve chegar também aos produtores e criadores da região litorânea. Eles ainda não tiveram o volume de chuva necessário. Desde feve-reiro, o setor registra a ocorrência de chuvas entre 70% e 80% abaixo do necessário. Porém, novas chuvas devem se repetir em breve e normalizar o que atualmente é um problema.

Com base nas previsões do Ciram, a população teria a primeira quinzena de maio de clima seco, mas que após isso, a previsão, com a saída do fe-nômeno La Niña, era do retorno das chuvas mais distribuídas por todo o território catarinense no próximo trimestre. Apesar das chuvas, o Centro lembra que o período das baixas temperaturas, também é o que menos chove em regiões litorâneas principalmente.

Para os produtores, atenção. O clima cada vez mais instável requer acompanhamento em suas condições. Isso porque com as mudanças no clima em todo planeta, em qualquer estação é possível à ocorrência de chuvas e ventos fortes e, também granizo, por exemplo.

Como é tradicional a época, o frio deve enrijecer e faz despencar a temperatura para próximo de zero ou abaixo dela.

Ciram aponta para chuvas no próximo trimestreEsperada, sua incidência pode deixar produtores mais aliviados

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O consumo de produtos derivados do leite aumenta em escala

surpreendente no país. O princi-pal motivo é o poder aquisitivo do brasileiro que nas últimas duas décadas têm melhorado.

O aumento é tamanho que em alguns locais o produto não é su-ficiente para atender a indústria. E a capacidade de produção, em relação ao consumo pode qua-druplicar e, mesmo assim, nos dias atuais não seria suficiente frente ao potencial de mercado.

Este é a análise sobre o atual momento do setor, segundo o presidente do Sindicato das In-dústrias, Lacticínios e Produtos Derivados do Leite de Santa Catarina (Sindileite), Arley José Felipe. A entidade atua no de-senvolvimento do setor há cerca de 20 anos.

A avaliação vem em momen-to adverso, devido à seca e a importação de leite dos países vizinhos. Ambos os temas foram tratados na reunião mensal do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite de Santa Ca-tarina (Conseleite), realizado em

Expectativa de crescimento não atende demanda

Leite

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abril, em Chapecó.A entidade foi criada para unir am-

bos os lados do setor e discutir os in-teresses. Todos os meses produtores e empresários se reúnem, com intuito de encontrar o equilíbrio entre produção e industrialização, com a finalidade de beneficiar os consumidores finais.

Desta forma o Conseleite vê a im-portação de leite como uma preocupa-ção da cadeia produtiva. Mesmo com as taxas para entrada do produto no país, seu preço concorre com o valor pago aos produtores nacionais. Aliado a este fator o produtor precisa conviver com a estiagem que historicamente afeta a produção nos primeiros meses do ano e causa redução na produção entre 20% e 40%.

O cenário é desanimador. A pouca pastagem e a escassez de água, força os criadores a recorrer a aquisição de insumos para manter os valores nutri-tivos aos animais. Porém, a ração não supre o mesmo rendimento do alimen-to no campo. A vivência demonstra que o período é fraco para produção e faz com que os criadores utilizem para a fertilização e o reflexo é a queda na renda do produtor.

Apesar da adversidade, presidente afirma que o produtor ainda mantém uma margem confortável de lucro. Para ele, a importação mesmo preocu-pante é também uma solução, analisa-do os fatos a capacidade de produção e industrialização. “Falta este produto para a indústria que esta presa a este fator, sem poder projetar o salto de desenvolvimento. Investimentos não são possíveis, se pensarmos apenas na projeção atual e não podemos desestimular o consumo e, barreiras na importação causariam isso”, expõe.

A colocação se mostra verídica visto o valor pago pelo litro do leite. De acordo com a Universidade Federal do

Paraná (UFPR), que mantém parceria com o Conseleite, mesmo com os fatores adversos, o preço do produto nacional esta acima do valor sugeri-do. A variação sugerida deveria estar entre R$0,60 e R$0,71 centavos, mas o preço praticado varia entre R$ 0,70 e R$ 0,82, dependendo a qualidade do leite. “Atualmente a margem de lucro esta baixa, mas se aumentar o preço, o produto final se torna menos competitivo, isto descapitalizaria toda a cadeia e os prejuízos seriam em grandes cifras”, adverte.

O produtor espera maior alta, porém Felipe prospecta manutenção nos pre-ços, já que a tendência é aumento na produção e consumo. “Segundo a Or-ganização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil esta a baixo da média em rela-ção ao consumo de leite e derivados. Visto que o consumo tem aumentado, vejo como óbvio que as propriedades podem aumentar a produção que ela será totalmente consumida pela indús-tria”, destaca.

A única preocupação segundo o presidente que também é produtor e empresário é a concorrência com as grandes indústrias, algumas delas financiadas pelo Bando Nacional de Desenvolvimento (BNDES) o que aponta para a cautela aos produto-res. “Tenho uma preocupação com o calote ao produtor. Se por um lado é necessário aumentar a produção, por outro os produtores precisam manter a atenção. Já vimos acon-tecer com a Parmalat. Atualmente o que é captado é vendido no dia seguinte e o produtor recebe em até 45 dias, se houver calote o prejuízo maior será registrado no campo, por isso os produtores precisam ficarem atentos e bem informados sobre o setor, para evitar esta preocupação”, finaliza.

"Produtores

precisam ficarem

atentos e bem

informados

sobre o setor,

para evitar

preocupações"

Arley José Felipe, presidente do Sindicato das In-dústrias, Lacticínios e Produtos

Derivados do Leite de Santa Catarina (Sindileite)

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Buscando ampliar as oportunidades de renda dos agricultores fami-

liares da região, e também o mix de produtos disponíveis tanto para o mercado institucional como para o mercado convencional, a Cooper-Familia vem conquistando nestes últimos tempos recursos de emendas parlamentares para a construção de agroindústrias buscando a agregação de valor e renda.

Investimentos no valor de um milhão e duzentos e cin-qüenta mil reais (R$ 1.250.000,00) foram destinados para a região, vindos de emendas parlamentares do Deputado Federal Jorge Boeira, ex senadora Idelí Salvati da Deputada Federal Luci Choinacki e Ex Deputado Federal Claudio

Vignati. No município de Rio Fortuna, os recursos foram investidos

na aquisição de um caminhão baú refrigerado, câmaras frias, um caminhão climatizado cedido pelo município de Grão-Pará e equipamentos para o centro de geração de renda. Sendo que este espaço já está praticamente pronto para funcionar, fazendo o processamento de frutas verduras e legumes, transformando em polpas, geléias, conservas, doces, sucos entre outros. Este empreendimento irá atender todos os agricultores sócios da Cooper- família da região.

É importante destacar que este investimento irá melhorar a qualidade dos produtos, possibilidade de armazena-mento e distribuição dos produtos da agricultura familiar

Cooper-Familia investe em Agroindústrias para atender associados

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da região.Também com o mesmo objetivo, está garantido valores

por emendas parlamentares para a construção de uma unidade de processamento de peixe no município de Grão- Pará. Que virá atender a crescente demanda em toda a região do vale do Braço do Norte desta cadeia produtiva. "Este frigorífico vem em um ótimo momento para fortalecer ainda mais esta atividade" afirma Arlete Bloemer, presidente da Cooperfamília.

Assim como a agroindústria de Rio Fortuna, esta tam-bém irá atender a produção de peixe de toda a região de abrangência da cooperativa. Atualmente a demanda de pescado processado é muito grande nos mercados conven-

cionais e institucionais da região, pois além deste produto ainda não estar na maioria das mesas dos hospitais, escolas e entidades filantrópicas, sem dúvida é fundamental pela questão nutricional e preventiva. Por ser considerada uma ótima alimentação.

As duas agroindústrias só se viabilizaram pela luta dos dirigentes da cooperativa, lideranças políticas e parcerias com os municípios de Rio Fortuna e Grão Pará.

Outras demandas de agroindústrias nas demais cadeias produtivas ainda se fazem necessárias. Como por exemplo na produção de leite e derivados, e das carnes em geral. Este é o próximo desafio a ser encarado nos municípios da região de abrangência da Cooper-Familia.

Centro de Geração de Renta já está praticamente pronto para funcionar, fazendo o processamento de

frutas verduras e legumes, transformando em polpas, geléias, conservas, doces, sucos entre outros

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A carne suína catarinense está em alta no mercado mundial. Após anos de preocupação

em função do embargo Russo, principal consumidor do produto, em janeiro as ex-portações alcançaram 13,35 mil toneladas, com uma receita de US$ 36,64 milhões, algo entorno de R$ 69,61 milhões.

E, para a alegria do setor suinocultor, as boas notícias não devem parar. Na última semana de abril foi confirmado o interesse da Ucrânia, segundo maior importador, em elevar a importação de carne suína e bovina. O interesse do país do leste euro-peu é importar 20 mil toneladas mês de carne – 80% do total de carne suína -. No primeiro trimestre deste ano o volume para o país chegou a 3,8 mil toneladas, metade do que foi registrado no mesmo período no ano passado.

A evolução no sistema produtivo, a qua-lidade da carcaça e as alternativas em re-lação ao aproveitamento de todo sistema, como o dejeto para produção de biogás, fortaleceram o marketing sobre o produto

catarinense. Porém, podemos citar que o aval do governo norte-americano sobre as regras sanitárias e fiscalização, adotadas pelo Brasil foi a mais positiva para o setor.

Com a possibilidade de aumentar a ex-portação, Santa Catarina terá uma outra preocupação a vista, a produção do setor. O estado exportou 15,582 mil toneladas no mês de março, o primeiro em maior volume e o segundo em preço médio. Em 2011, a soma total foi de 760 mil toneladas exportadas. Mas, este aumento na exporta-ção pode prejudicar a avaliação brasileira, quanto à seriedade. Se, o país assumir o compromisso com a Ucrânia e direcionar a demanda de 16 mil tonelada/mês, pode comprometer outros mercados.

Analistas de mercado preveem que o estado tem produção limitada e para atender seus compromissos será neces-sário um aumento em grande escala, ou em aproximadamente 40 mil toneladas. Em entrevista, o presidente da Cidasc e vice da Faesc, Enori Barbieri, prevê que seja necessário um ano para que o estado

alcance esta estabilidade. “A produção da agroindústria esta comprometida e, a produção independente não pode ser exportada devido a restrições sobre a subs-tância ractopamina que acelera o ganho de peso dos animais. Com ele atendemos o mercado interno, EUA e alguns países sul americanos”, explica.

Neste quadrimestre do ano, os suinocul-tores enfrentam também outro problema, o preço da produção que não alivia a pre-ocupação, mas, ao contrário trás ainda mais duvidas sobre a continuidade de alguns produtores no se-tor. Com a seca que se estende desde o fim de 2011, houve uma quebra na produção que elevou o preço de milho e soja, insu-mos que abastecem a cadeia produtiva. Pelas informações constantes no site da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o produtor arca com um prejuízo que chega a R$ 0,50 centavos por quilo de carne.

estado exportou

15,582 miltoneladas no mês de março

Suinocultura Catarinense em alta no mercado mundial

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Seja em qual área for a evolução, nos parece ocorrer de forma natural, onde as pessoas

adquirem, aplicam e também compartilham os conhe-cimentos. Mas, apesar de encararmos como normal há muitos fatores que as pessoas desprezam.

Com fins comerciais, industriais, culturais, tecnológicos ou recreativos. O aprimoramento ou mesmo ideias que vislumbram um futuro fazem a diferença. Mas, como saber se uma ideia pode se tornar realidade, ser aplicada e trazer resultados para quem a tem.

As feiras e exposições são exemplos e peças fundamen-tais neste processo de entendimento. Realizadas em locais públicos, empresas, profissionais ou outros segmentos, aproveitam e colhem a opinião do mercado e dos consu-midores. A absorção e o grau de interesse, por parte dos possíveis clientes, demonstram a viabilidade em investir nestas novas ideias. De modo geral, a contrapartida das feiras para a sociedade é o desenvolvimento das comu-nidades.

Em muitos segmentos são elas que ajudam a indústria

a investir milhões, e até bilhões em certo produto. Caso da Expointer, idealizada em Esteio no Rio Grande do Sul há mais de 100 anos. Hoje, uma das maiores feiras do setor agropecuário e maquinário da América Latina. Atrai delegações e expositores de um grande número de países interessados no setor. Em 2011, a movimentação econômica alcançou R$ 1,2 bilhão.

Mas, como trazer, como aplicar estas informações aos locais mais interioranos. Esta é uma das questões funda-mentais que há décadas é trabalhada em vários pontos do país, porém vamos nos ater ao vale do Braço do Norte.

O relevo da região não favorece a agricultura como em outros locais do estado, assim, a pecuária ganhou força a partir dos anos 90. Com o mercado mais competitivo, a matéria-prima também necessita de aprimoramentos. Para isso mudanças são necessárias, gerando grandes investimentos em maquinário e mão de obra para maior qualidade do leite. Mas esta demanda não gera apenas ônus, ela cria novas oportunidades de crescimento no setor.

em qual área for a evolução, nos parece ocorrer de forma natural, onde as pessoas

adquirem, aplicam e também compartilham os conhe-cimentos. Mas, apesar de encararmos como normal há muitos fatores que as pessoas desprezam.

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Seguindo os passos da feira gaúcha, há cerca de 40 anos, colonos começaram a mudar a vivência na zona rural da região do vale e municípios circundantes . Com os filhos saindo de casa, surgiu a necessidade de encontrar meios mais eficazes de trabalho para suprir esta mão de obra. Com o tempo ele virou o agricultor que, apesar das dificuldades conseguia uma renda razoável em seu território.

Atualmente o perfil do campo mudou e o agricul-tor passou a ser chamado de empresário rural, uma pessoa que identifica as necessidades da propriedade e consegue melhor aproveitamento das terras e, con-sequentemente, uma melhor renda.

Depois deste resumo que se assemelha a realidade, o leitor deve se perguntar: e onde entra a Feagro nisso? Vamos explicar ainda com fatos históricos. Desafor-tunado em função do tipo de relevo encontrado no Vale, a década de 70 foi fundamental para o setor. Neste período quase que a totalidade da arrecadação

gerada nos municípios da região era fruto do trabalho no campo, com o gado de leite, hortifruti e o plantio de fumo entre outras culturas. Com o desenvolvimento da indústria láctea, algumas famílias decidiram investir numa raça de gado que tivesse maior rendimento.

Desta forma chegaram à região as primeiras cabeças de gado Jersey com melhoramento genético. Apesar do aumento na criação da raça Nelore, o Jersey é o preferido dos produtores em função de ser dócil, se adaptar ao tipo de relevo da região e ser de alta ren-tabilidade, se analisado custo/benefício.

No inicio da década seguinte, anos 80, o plantel já possuía as primeiras cabeças do gado Puro de Origem (PO) que apresentava resultados ainda melhores, no que diz respeito a produção de leite, e se mostrava mais resistente.

Pegamos como exemplo o produtor Valdírio Hei-demann. Morador do Pinheiral, interior de Braço do Norte, o criador começou a investir em melhoramento

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genético há 20 anos. Segundo ele, o incentivo foi a cobrança do mercado por melhor qualidade. “O melhoramento genético agrega valor ao plantel. Se a gente não investe no plantel, fica parado no tempo e outros tomam nosso mercado”, explica.

Nesta linha do tempo, o setor sentiu também a necessidade de buscar conhecimento para a excelên-cia do rebanho. Visto que a melhor forma de trazer conhecimento ao produtor individual é através da união, um grupo de produtores criaram uma asso-ciação – registrada como Associação Catarinense de Criadores de Bovino/Região Sul (ACCB) -. Com a associação, atualmente com mais de 100 membros, um dos projetos sugeridos foi à realização de uma ex-posição do gado, onde a troca de informações passou a ser fundamental.

Assim surgiu em meados dos anos 90 a Exposição de Gado. Devido à proporção que este evento tomou, houve a necessidade de mudar seu nome para Feira do Agronegócio (Feagro).

Desde então, os empresários rurais investem a cada

ano mais em melhoria genética, sexagem – alteração genética do embrião para gestação de maior núme-ro de animais do mesmo sexo - aproveitamento de pastagem e outros recursos que auxiliam na busca do melhor plantel e das melhores formas de manejo. Com objetivo de aproveitar totalmente a propriedade e consequentemente torná-la mais rentável. A cons-tatação do que representa o evento para o campo é registrada no cotidiano.

Valdírio possui 120 animais da raça Jersey (PO) em seu plantel e produz em média 19 litros de leite por fêmea. Em abril foi destaque na Mercoleite, feira reali-zada em Lages, quando uma vaca de sua propriedade recebeu o título de Grande Campeã. “Recebi oferta pelo animal, mas bem abaixo do que esperava. Este é outro fator interessante. As feiras são nossa propa-ganda, onde a gente mostra nosso profissionalismo, cuidado e trabalho com os animais. Na mesma feira, outro produtor braçonortense, Ilto Loch, arrematou outros sete troféus”.

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“O melhoramento genético agrega valor

ao plantel. Se a gente não investe no

plantel, fica parado no tempo e outros

tomam nosso mercado”

Valdírio Heidemann - Braço do Norte

Segundo dados da Companhia Integra-da de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), a região do vale possui um rebanho formado por mais de 35200 cabeças de gado. Somado a este número, a produção de leite cresce anualmente, entre 8 e 12%. Em 2011, unindo a produção que ultrapassou os 150 mil litros de leite diários e o processamento – números que superam os 350 mil litros diários – nos 11 lacticínios da região, a matéria prima correspondeu a uma movimentação econômica que ultrapassa facilmente os R$ 2,5 milhões mensais.

A suinocultura é outra que merece a atenção. Reconhecida como a melhor carcaça do país, a região possui 622 mil animais, mais da metade reunidos em Bra-ço do Norte. A atividade movimenta vários municípios da região, em especial Braço do Norte que possui diversos frigoríficos. A exposição dos animais na Feagro ainda

é tímida, mas o setor é tratado de forma especial por fabricantes e revendedores. A criação de caprinos e ovinos vem de modo tímido, sendo apreciado por alguns criadores e ganham respeito dos organiza-dores da feira.

De olho nestes produtores/clientes as empresas que produzem os insumos para as atividades mais fortes da região, tam-bém passaram a ver com mais clareza o evento de negócios. Outra característica é a realização de vários simpósios, tanto para o gado quanto para outras áreas como a suinocultura e piscicultura.

Mas, a maior prova de que esta união de interesses obtém resultado, é o reconheci-mento como a maior exposição de gado Jersey da América Latina. Direcionada por ela em 2011, 320 animais apenas desta raça – do total de 420 expostos – ocupan-do boa parte do pavilhão II do Parque de exposições Huberto Oenning, onde

ocorre o evento. Como valorização, os animais são

julgados por profissionais mundialmente conhecidos e que ano a ano elogiam a genética aplicada no rebanho local. O fechamento que acontecia sempre de forma divertida com os proprietários premiados sendo presenteados com um banho de leite. No último ano teve um toque de responsabilidade social, sendo doado todo o leite que seria usado para o banho às instituições sociais. Além disto a premiação tem sabor mais doce. Tanto que, alguns animais tiveram seus preços inflacionados após serem premia-dos na feira. Este ano os animais serão julgados pelo juiz canadense, Stephen Borland, proprietário da vaca que mais influenciou a qualidade genética da raça nos últimos 20 anos e que possivelmente ditará a questão genética, nas próximas décadas.

Dados mostram, com apoio da Feagro, o desenvolvimento das áreas rurais

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O gado Jersey recebe e demonstra tanto interesse da região que neste ano, um dos diferenciais da feira é a realização de um leilão televisionado. A ação ficará a cargo da Embraer, empresa de leilões com reconhecimento nacional e a transmissão feita pelo canal Terra Viva disponibilizara uma equipe para acompanhar todo o desenrolar das vendas de animais. Os inscritos na Embraer poderão efetuar o lance virtual que será computado como lance normal.

Crescimento e organizaçãoDe um lado os animais e do outro os expositores de insumos que

ocupam os 123 expositores destinados a empresas de equipamentos, insumos e também por indústrias alimentícias da região.

O crescimento coloca um entrave na realização da exposição. Com espaço limitado é difícil aumentar o número de stands e o número de atrações. “Em contrapartida, redobramos o cuidado com a organiza-ção, para que todos sejam recebidos com conforto, se sintam a vonta-de neste espaço”, explica o presidente da feira, Marcos Della Giustina.

Os números não mentem. Em 2011, os organizadores registraram a visita de 45 mil pessoas e uma movimentação econômica que chegou a R$ 15 milhões. Para a nona realização, com um dia a mais de feira – este ano ela inicia oficialmente na quinta-feira, 31 de maio. Nos anos anteriores iniciava na sexta-feira , a expectativa é alcançar 50 mil e ultrapassar os R$ 17 milhões em negócios. “Além de mais tran-quilidade, o expositor ganha um dia a mais para chamar a atenção dos clientes e fechar negócio”, justifica o diretor geral Adir Engel.

Os números também atraem o interesse dos fabricantes que utilizam a feira para lançamentos de novos produtos, uma forma de valorizar o trabalho do setor.

Leilão televisionado será um dos diferenciais

"Redobramos o cuidado

com a organização, para

que todos sejam recebidos

com conforto, se sintam a

vontade neste espaço”

Marcos Della Giustina

Presidente da Feira

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A ordem éreaproveitar!Reaproveitar o que sobrou do almoço é um hábito

comum. O arroz pode virar bolinho, a carne esquen-tada. Além de evitar o desperdício, fica pronto pouco tempo. Mas que tal fazer um prato rápido, simples e gostoso com as sobras de uma refeição? A revista Visão Rural traz duas receitas que podem ser feitas com as sobras do almoço ou da janta. O “Arroz Escabelado”

foi publicada na revista Rainha dos Apóstolos e adap-tada por Veneranda Tenfen Oenning, que nos sugeriu o prato para esta edição. A Torta de Arroz foi retirada da internet. Assim como na primeira receita, além do arroz, você pode aproveitar outros alimentos, como legumes e carnes. Use sua criatividade para acrescen-tar novos ingredientes. Experimente!

Ingredientes:

3 xícaras de arroz pronto

200g de sobras de carne ou frango

1 lata de ervilha (se preferir, pode

optar por uma que venha ervilha e

milho)

1 maçã (opcional)

Fatias de queijo

1 xícara de batata palha

Modo de preparar:

Preencha o fundo de uma forma ou refratório com queijo

fatiado (é importante escolher um queijo que derreta bem).

Misture o arroz já cozido com as sobras de carne bem picadas

ou frango desfiado e coloque por cima do queijo. Acrescente

as ervilhas e a maçã picada. Cubra tudo com fatias de queijo

e espalhe a batata palha por cima. Leve ao forno. Quando

estiver bem quente, com o queijo derretido e a batata palha

crocante, é hora de servir.

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Ingredientes

3 claras em neve

3 gemas

2 xícaras de arroz cozido

100g de presunto

100g de cebola picada

100g de brócolis pré-cozido picado

100g de frango desfiado

100g de cenoura pré-cozida picada

Diga-nos qual a sua especialidade na cozinha. Sua receita

poderá ser publicada aqui na revista.

contato@revistavisãorural.com.br48 3653.1849

Modo de preparo:

Bata as claras em neve. Adicione a gema e mexa

bem. Depois, misture todos os ingredientes em um

recipiente e passe para uma forma untada com

manteiga e farinha de rosca. Leve ao forno médio

(180ºC) por 40 a 60 minutos. O ponto certo é quan-

do você enfia o garfo e ele volta sem pedaços, mas

molhadinho. Assim, a torta fica crocante por fora e

suculenta por dentro.

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Internet no interior facilita a vida de produtores rurais

A internet está cada dia mais presente na vida das pessoas. Nas regiões interioranas não é diferente. Com a chegada do sinal de in-

ternet, esta passa a ser uma aliada – e até mesmo um diferencial – nos cuidados com a propriedade.

O produtor Lucas Rech, da comunidade de Rio Café, município de Rio Fortuna, decidiu instalar o serviço há quatro anos. Desde então, a ferramenta serve de consul-ta para previsão do tempo, novidades sobre a produção de suínos, aquisição de insumos, além de ser um meio de manter contato com familiares que moram em outras

cidades. “Usamos a internet para ver quais serão os melhores dias para plantar o milho, de acordo com a previsão do tempo para Rio Fortuna, saber de reuniões e eventos sobre suinocultura, acompanhar o preço do suíno, do milho e da soja”, cita o filho do produtor, Diego Rech, que mora na propriedade com o pai, a mãe e a avó. É pela internet que a família pesquisa e compra soja mais barata. “O milho da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) também compramos pela internet. Somos informados, por e-mail, do período para compra e dos procedimentos para o pagamento”, conta.

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O jovem diz que não consegue imaginar como seria a vida hoje, sem internet, na propriedade, distante quatro quilômetros do perímetro urbano de Rio Fortuna. “An-tes tudo era mais difícil. O pai precisava ficar ligando pras agropecuárias ou ir até o centro pra saber das novidades. A previsão do tempo, por exemplo, ouvía-mos pelo rádio”, lembra. Ir até o centro para acessar a internet também seria inviável. “Não teríamos tempo. Usamos o computador nas nossas horas de folga, como no almoço e à noite. Não poderíamos abandonar o serviço pra fazer a pesquisa em outro lugar”, explica.

"É pela internet que a família pesquisa

e compra soja mais barata"

“Usamos a internet para ver quais serão os

melhores dias para plantar o milho, de acordo com

a previsão do tempo para Rio Fortuna, saber de

reuniões e eventos sobre suinocultura, acompanhar

o preço do suíno, do milho e da soja”, cita o filho do

produtor, Diego Rech

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Para que a internet chegue até o produtor rural, é preciso instalar antenas que captem o sinal via rádio. A ADSL, comum nas residên-cias do centro, tem um alcance limitado: apenas três quilômetros de distância da central da empresa telefônica.

Atualmente 43 torres estão instaladas nos municípios de Rio For-tuna, Santa Rosa de Lima e Braço do Norte. “Rio Fortuna e Santa Rosa tem uma cobertura de 80% do território. O sinal apenas não chega às comunidades mais isoladas”, informa o proprietário da empresa Serra Geral Soluções para Internet, Gabriel Ricken Neto.

Para instalar a internet, o interessado precisa que a torre seja vista da propriedade. O custo do kit de instalação varia de acordo com o que desejar o cliente. “Ele pode adquirir o kit em comodato e devolver para a em-presa quando não quiser mais o serviço, ou adquiri-lo e utilizar, inclusive, para captar o sinal de outra empresa”, explica Gabriel. “O cliente também pagará uma mensalidade, em torno de R$ 50, que inclui a prestação de assistência técnica”, acrescenta o empresário. Em Santa Rosa de Lima, moradores podem ter acesso à internet pagando apenas pelo kit. “Há uma parceria da Prefeitura, que se responsabiliza pelo pagamento das mensalidades”, destaca Gabriel.

De acordo com Ricken, há a possibilidade de instalação de no-vas torres também. “Quem tiver interesse pode nos procurar que faremos uma análise para ver de que forma o sinal chegará melhor na propriedade”, informa.

Sistema via rádio permite acesso à rede mundial

Atualmente 43 torres estão instaladas nos municípios de Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima e Braço do Norte

Em Santa Rosa de Lima, moradores podem ter acesso à

internet pagando apenas pelo kit. “Há uma parceria da Prefeitura,

que se responsabiliza pelo pagamento das mensalidades”,

destaca Gabriel Ricken

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Apesar do calor e da seca, as pre-

visões sobre a produção brasileira é otimista em relação ao setor pecu-ário. Aumento nas exportações de carne suína e bovina, por exemplo, devem ser tratados com grau de importância elevados. Mas, como eles, a produção avícola também projeta crescimento. É o que aponta a Confederação da Agricultura e Pe-cuária do Brasil (CNA) na primeira projeções sobre o valor bruto da produção (VBP).

Mesmo com registro de retração no consumo neste primeiro terço do ano, a entidade que coordena o setor prevê para 2012, um aumento em 20% na produção de frango e ovo. Em 2011 a avicultura repre-sentou R$ 40,186 bilhões para o país e pode ficar próximo dos R$ 50 bilhões se a previsão se confirmar.

Em Santa Catarina o crescimento no ano passado ficou em 4%. A elevação no preço das principais matérias primas, a soja e milho, devido à seca que afeta todo o sul, contribui para um crescimento mo-desto em 2012.

No cenário nacional, com base no VBP, a CNA acredita que a carne de frango deve impulsionar o aumento e, ao lado da carne suína e bovina ter boa demanda nesta boa fase. Aliado ao frango, o ovo também deve ter significativo prospecção positiva, em mais de 14%, o que

mas seca cria dificuldade e encarece a produção

FRANGO EM ALTA

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Estim

ativ

a pa

ra 2

012

registra uma evolução considerável da avicultura em relação aos demais alimentos com origem animal.

Para crescer, porém o país enfren-ta grandes entraves. A alta no dólar, o aumento no custo de produção e a logística do setor agropecuário que encarecem ainda mais os custos. A presidenta da CNA, Senadora Kátia Abreu (PSD-TO) integrante da co-mitiva que no inicio do mês visitou a China, diz que o Brasil precisa in-vestir no escoamento da produção. “Infelizmente, não temos no país um sistema de logística similar ao da China, o que compromete nossa competitividade e encarece nossos produtos agropecuários”, afirmou ela em entrevista divulgada pelo site avicultura industrial.

O problema da falta de investi-mento em logística não prejudica somente o setor, mas preocupa o país que pretende manter o status adquirido em 2004, de maior expor-tador de carne de frango, presente em 150 países do mundo.

Em entrevista ao site da Asso-ciação Catarinense de Avicultura (Acav), o presidente da entidade, Clever Pirola Ávila, avalia que a falta de infraestrutura ferroviária de ligação com grandes centros, faz com que o produtor perca cerca de 30% somente no abastecimento de grãos. “Unido a falta de ferrovias, podemos citar também as rodovias que criam gargalos e aumentam o custo do transporte. Esta malha levaria os produtos acabados, além

de viabilizar o retorno com grãos da Argentina. Enfrentamos, ainda, a desigualdade de incentivos fiscais e tributários, que cada vez mais empurram a agroindústria para outros Estados.

Ele vê os entraves criados por países consumidores como outro desafio na manutenção de preço geral do produto. “As barreiras atrapalham o crescimento natural do setor. Aliado a uma produção

com crescimento vegetativo, enten-demos que os preços serão estáveis com tendência de alta em função dos custos elevados de matéria--prima e mão e obra”, analisa.

A saída, diz Ávila é a busca por mercados alternativos e a tentativa de manter o consumo entre as clas-ses de menor renda. Ele também destaca que um planejamento a longo prazo, suprapartidário, pode elevar as condições do setor.

"O problema da falta de investimento em logística não prejudica somente o setor,

mas preocupa o país que pretende manter o status adquirido em 2004, de maior

exportador de carne de frango, presente em 150 países do mundo"

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Fernanda OenningEngenheira Agrônoma doLaticínios Fortuna

Qualidade do Leitea do

Chame algum técnico da empresa, ele ajudará fazer um plano de manejo controlado – prevenção para cada propriedade –

sendo de sanidade, pastagem, higiene, entre outros.

Baixa carga microbiana (higiene), no máximo ate 600.000ufc/mlBaixa contagem de células somáticas (saúde do úbere), no máximo atá 600.000ufc/ml.Ausência de resíduos (antibióticos ou outras medicações com períodos de carência)Rendimento industrial: composição e valor nutricional do leite. Tudo isto para termos o produtor, a indústria e consumidor satisfeitos

Hoje as indústrias de laticínios preci-sam de uma matéria-prima de

qualidade (leite) para ter rendimento industrial. O produtor precisa fornecer esta matéria--prima com controle de contagem de células somáticas (CCS) e de contagem de bactérias totais (CBT). Mas não é só isto, não podemos esquecer-nos da sanidade animal. A sanidade engloba desverminação, exames de brucelose e tuberculose na compra e venda de animais. Além de uma vez por ano, nas propriedades, vacinas preventivas de leptospirose entre ou-tras conforme o manejo. Prevenção de mastite através de manejos de higiene de ordenha pré e pós dipiing, lavação de ordenha e resfriador corretamente com água quente e produtos específicos, como alcalino clorado diariamente e ácido conforme o manejo.

O que não podemos deixar de comentar é o grave problema com resíduos de antibió-ticos e outras medicações no leite. Algumas propriedades não conhecem o uso correto do produto, a bula está incorreta ou não es-tão lendo a bula, outras vezes até mesmo as agropecuárias dizem: “-Vai leva este que não acusa no leite”, e o produtor acreditando nem lê a bula para conferir. Este problema é grave, pois a indústria não pode fabricar nem um tipo de produto usando leite com resíduos, e este é condenado. Ou seja, este leite nunca poderá servir para fazer queijo, por exemplo, e ir para o consumidor. Por isso frisamos que este leite é sempre condenado, pois não tem utilidade. Então pedimos encarecidamente o cuidado com estas medicações e seus descartes.

Quando o animal está com mastite ou apresenta outra doença, não adianta só tratar o mau feito, temos que ir atrás da causa e pre-venir este problema. Caso contrário sempre estaremos no prejuízo.

Treinamento de produtores do Laticínios Fortuna, na localidade de Rio Laranjeiras, ministrado através do senar. Assunto: Manejo na hora da ordenha, higiene de equipamentos e sanidade animal na produção de leite.

Lembre-se:Prevenção de sanidade, de mastite, de descarte de leite com resíduos de medicações ou antioticos e higine é igual a: vaca produzindo leite de qualidade; aumento na produção de leite; um bezerro a cada doze meses; produtor caprichoso e feliz; vaca saudável; indústria com rendimento; e o melhor, dinheiro voltan-do para o produtor depois de investido no animal.

Participe:Data: 31 de maio a 3 de junhoFeagro: Palestras sobre Manejo Reprodutivoe Manejo Econômico nas propriedades

O que buscamos com a qualidade do leite?

Matéria-prima

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Carlos Geraldo Rodrigues JuniorTécnico AgropecuárioE-Mail: [email protected]

Saber Planejar

Praticamente um ano atrás eu começava

a escrever esta coluna e o tema era exatamente este “FEAGRO”, uma excepcional feira do agronegócio de nossa região que a cada ano vem mostrando a força deste setor. Alem das novidades tecnológicas que são expostas na feira tem também o melhor do gado Jersey no Brasil, sendo exposto por produtores de altíssimo nível e campeões em outras feiras do setor, gado Holandês, raças de gado de corte, suinocultura, ovinocultura e a agricultura regional.

Neste ano a organização promete uma nova configu-ração da feira, teremos seminários de diversos setores da agropecuária regional, valorizando assim todas as alas do agronegócio. E vale lembrar que este é uma feira de negócios, onde teremos condições diferencias

para aquisição de maquinário e o comercio de animais como: gado de leite e corte, suínos, ovinos, dentre outros. Uma das novidades é a comercialização de caminhões para o agronegócio pelo PRONAF Mais Alimentos. Para aqueles que vão com interesse em fazer negócios, temos disponíveis linhas de credito rural com juros baixos. Não deixe de fazer seu negocio, invista na propriedade e a FEAGRO e uma grande oportunidade para isto.

A Planejar – Projetos Agropecuários tem a melhor consultoria na área de credito rural, viabilizando pro-jetos de investimento na melhoria das propriedades ru-rais, estaremos todos os dias na FEAGRO para melhor atender os clientes. Precisando de qualquer informação na área me procure, não teremos stand, mas estaremos circulando pelo parque nos 4 dias de feira.

Feagro 2012

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Curiosidades

A cidade catarinense de Rio do Oeste, localizada próximo a Rio do Sul, pode ser pequena com seus pouco mais de sete mil habitantes, mas é muito conhecida. E, quer ser ainda mais comentada, através da Festa da Polenta (Fepol). Todos os anos, a cidade de colonização italiana lembra sua cultura através da confecção da maior polenta do estado. Em 2011, ela chegou a mais de 800 quilos. Desta feita, foram necessários mais de 500 litros d’água, 120 quilos de fubá moído e 6 quilos de sal. Em instantes ela sumiu devorada por 1,7 mil pessoas que receberam como acompanhamento diversificado buffet de massas, molho e carnes a moda italiana.

A maior polenta catarinense

A Feagro é um ótimo momento de tentar bater

recordes, como o alcançado pro Lígia, uma vaca

da raça holandesa de quatro anos, considerada

jovem. Ela alcançou a produção média de 81,955

quilos de leite – equivalente a 84,4 litros, em tres

ordenhas, programadas em 24 horas. A média

diária de uma holandesa é de 15 a 20 litros de leite.

A marca foi alcançada em 2011, na no concur-

so leiteiro realizado na Feira Nacional do Milho

(Fenamilho), em Santo Ângelo, nas Missões (RS).

O recorde anterior pertencia a uma participante,

já adulta, da Expointer que alcançou media de

79,820 quilos.

*foto ilustrativa

ordenhas, programadas em 24 horas. A média

diária de uma holandesa é de 15 a 20 litros de leite.

A marca foi alcançada em 2011, na no concur-

so leiteiro realizado na Feira Nacional do Milho

(Fenamilho), em Santo Ângelo, nas Missões (RS).

O recorde anterior pertencia a uma participante,

já adulta, da Expointer que alcançou media de

79,820 quilos.

*foto ilustrativa

Holandesa recordista em produção de leite

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Mande sua curiosidade para nós!

contato@revistavisãorural.com.brou ligue 3653-1849

Não foi a comida que levou os antigos a utiliza-rem o solo. De acordo com o arqueólogo australia-no Gilligan, o que motivou o homem a desenvol-

ver a agricultura foi à necessidade de algodão para suas roupas. A afirmação foi feita em 2007, depois

de analisar e confrontar informações da última era do gelo registrada. Durante este período, os antigos caçadores e coletores precisavam desen-volver formas mais sofisticadas de roupas, feitas com peles e pêlos de animais. Porém, quando as

temperaturas aumentavam, eles não tinham o que vestir e eram obrigados a encontrar uma forma de confeccionar roupas mais leves. A solução encon-trada estava nas plantações de algodão e linho,

que viravam tecidos menos pesados.

O desenvolvimento da agricultura

Menor pônei brasileiroA maioria das pessoas prefere os animais com belo

porte, mas há uma fatia que prefere o que é exótico. Caso de quem cria animais como pôneis. E no Brasil o menor destes animais entrou para o RankBrasil com apenas 55 centimetros e 29 quilos de peso. A marca foi registrada em 2010 pelo animal da raça Mini-horse que na época estava com um ano e dois meses de idade.

O então dono do animal, Antonio Carlos Rocha de Oliveira, da cidade de Alfenas – MG, proprietário da Minifazenda Reino Encantado diz que animal chama a atenção. "A Relíquia é um animal de rara beleza, é de pequeno porte, muito dócil e encanta crianças e adultos em suas apresentações”, conta com orgulho.

Para ele, a Relíquia ser certificada pelo RankBrasil é uma realização e reconhecimento do trabalho na sua minifazenda.

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Giro AgropecuárioDiogo Schotten BeckerGestor em Agronegócio eAcadêmico de [email protected]

Com o passar dos anos os desafios da agricultura brasileira vão

sendo modificados. Passamos de uma agricultura incipiente para uma agricultura dinâmica, reco-

nhecida no mundo todo. O Brasil par-ticipa com 7,3% do total de produtos agrícolas exporta-dos pelo mundo. Somos o principal produtor de carne bovina, etanol, 2º maior produtor de soja, e 4º maior produtor do mun-do de carne suína. Sem dúvida algu-ma estamos entre os maiores produ-tores do mercado. Porém toda nossa eficiência sucumbe quando falamos em logística. Temos um sistema arcaico

de transportes que esta sendo melhorado, só que a passos lentos. Precisamos de maiores investimentos urgente.

No passar dos anos tenho acompanhado a

crise da suinocultura, que desde a quebra do sistema imobiliário dos Estados Unidos ainda não se recuperou, tivemos alguns meses com preços remuneradores, porém não suficientes para liquidar as dívidas e dar ânimo para os produtores continuarem investindo na atividade. Algumas medidas foram tomadas, durante certos períodos, como a desoneração dos impostos dos animais que seguem para outro estado. Porém estas medidas são paliativas e com data para começar e terminar. E além do mais não surtem muito efeito, visto que o valor desonerado não é repassado ao consumidor. Na minha opinião esta deveria ser uma medida secundária, sendo que um dos principais gargalos encontrados são o custo de produção. Diante disto a duas medidas a serem tomadas, a 1ª e mais importante gestão eficiente dos recursos dentro da propriedade. E por ultimo a união entre os produtores para que possam barganhar preço e que possam reivindicar os investimentos necessário para o setor.

Mês de maio, e temos ai mais uma FEAGRO--VALE se aproximando. Gostaria de convidar a todos vocês para prestigiar este evento que acon-tece de 31 de Maio a 03 de junho de 2012, que é a maior feira do sul do estado. E a maior feira de exposição de gado Jersey da América Latina. É um momento ímpar para buscar conhecimento, saber das novidades do mercado de implementos agrícolas, e encontrar os amigos.

Dilema da

Agricultura

"Temos um

sistema arcaico

de transportes"

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A Epagri de Urussanga promoveu, ontem, um dia de campo na sede da instituição, com a presença

de profissionais e agricultores, em especial aqueles que produzem aipim e mandioca. O evento serviu para apresentar a primeira má-quina do mundo nesse porte que tira a casca dos produtos agrícolas. O utensílio foi criado por Enio Fank, no município de Maravilha, em Santa Catarina, e tem a capacidade de descascar até 500 raízes por hora, totalizan-do cerca de 2.500 quilos diariamente.

A ideia de criar a máquina surgiu após um pedido do sogro. “Ele perguntou se eu podia fazer alguma coisa para ajudá-lo no trabalho. Na primeira tentativa usei um torno como elemento principal, já que parti do princípio que a raiz tinha de ser descascada de forma rotativa”, explica. Desde então, foram mais de 100 tentativas até a máquina ser, enfim, apresentada. “Deus me deu sabedoria para fazê-la, agora vai dar mais ainda para que eu consiga aperfeiçoá-la. Estou trabalhando há um ano e meio nisso e é com muito orgulho que venho mostrar a invenção aqui na Epa-gri de Urussanga”, revela. A demonstração do equipamento foi única no Estado. A partir de agora inicia a comercialização do produto, que sairá pelo valor de R$ 30 mil.

A máquina descasa aipins e mandiocas de todos os tamanhos, com exceção daqueles que têm menos de 12 centímetros de com-primento. O agricultor Mário Skonieski, do

Equipamento é o único que se tem conhecimento no mundo, e ajudará significativamente os agricultores

Máquina de descascar aipim e mandioca é apresentada em Urussanga

Por Samira PereiraUrussanga

Page 43: Edição 11 Revista Visão Rural

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Cada Estação Experimental do Estado é referência no cultivo de algum tipo de produto. E dois dos que são estudados e pesquisados em Urussanga são a mandioca e o aipim. Para isso, foram colocados, em pontos estratégicos de Santa Catarina, 12 unidades de pesquisa de aipim e mais oito de mandioca, para analisar as variedades e quais melhorias podem ser realizadas. “Nós trabalhamos na parte de no-vos cultivares, na área de efluentes, como os engenhos, e nas propostas de como remanejá-los. Estamos estudando, agora, como trabalhar melhor com o produto na proprie-dade rural”, informa o pesquisador da Epagri na área de mandioca e aipim, Enilto de Oliveira Neubert.

Por isso foi realizada a aproxima-ção entre as duas partes interessa-das na máquina de descasque. De um lado, os produtores querendo facilitar o trabalho, e de outro, o inventor, que quer divulgar o uten-sílio. “O nosso papel é encorajar o pessoal a criar e desenvolver novos inventos. A agricultura familiar carece de máquinas do porte des-

sa descascadora. É uma inovação grande, que ainda precisa de ajus-tes, mas que deve melhorar muito”, analisa Enilto.

Somente em Santa Catarina, aproximadamente 10 mil famílias plantam o tubérculo, e destas, cerca de 7 mil o tem como fonte de renda. Cerca de um terço da produção das raízes em todo o Brasil se localiza nas cidades ca-tarinenses, sendo que mais da me-tade é cultivada no Sul. No total, o Estado possui 36.548 hectares plantados com mandioca e aipim. “A mandioca destaca-se na agri-cultura pela histórica identidade e importância sócio-econômica junto à agricultura familiar”, confirma Enilto, revelando que os mais de 30 mil hectares colhidos anual-mente produzem cerca de 600 mil toneladas de raízes, gerando 6.400 empregos diretos nas lavouras. Do total, estima-se que 150 mil tonela-das sejam destinadas à fabricação de farinha, 150 mil toneladas para a produção de polvilho e fécula e 300 mil toneladas consumidas in natura na alimentação animal e humana.

município de Mafra, veio no Norte do Estado só para conhecer a máquina. Ele trabalha há 10 anos com aipim e, após conferir o traba-lho de Enio, teve as expectativas superadas. “Há três anos eu estou correndo atrás de al-gum equipamento que auxilie no descasque da raiz. Nunca achei nada do tipo, e esta é muito melhor do que eu imaginava”, revela. O agricultor produz em torno de 50 mil quilos por safra, e tem a pretensão de comprar o utilitário. “Com seis funcionários eu produzo mil quilos diariamente. Com a máquina, pelo que fui informado, conseguirei limpar cerca de 2.500 quilos com apenas três pessoas trabalhando”, diz.

Além da facilidade em descascar o ali-mento, o utensílio traz outros benefícios ao agricultor. Para o engenheiro agrônomo da Epagri, Fernando Preve, a invenção terá uma ajuda significativa no ponto de vista humano. “Todos nós sabemos que atualmente existe pouca mão de obra no campo. Vale ressaltar, também, que esse é um trabalho exaustivo e complicado. A partir do momento em que um invento desse porte surge, o serviço fica muito mais humanizado”, explica. Preve ainda destaca outro benefício. “Dessa forma, as famílias podem pensar em diversificar as atividades no campo, partindo do pressupos-to que a mão de obra e o trabalho diminuem. Com o aipim limpo, a imaginação pode ir longe, criando, por quê não, vários outros produtos à base da raiz”, avalia.

Região é referência no assunto

A mandioca é a mais brasileira das plantas. Ela foi descoberta pelos indígenas, que a domesticaram, plantaram, colheram e perceberam a melhor maneira de cultivar a raiz. Eles faziam farinha à sua maneira. Porém, quando os açorianos chegaram a Florianópolis, industrializaram a produção, tornando o alimento mais conhecido e divulgado em todo o país. Por isso Santa Catarina é considerada o berço da industrialização da mandioca no Brasil.

CURIOSIDADE

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Os criadores de ovinos estão ansiosos sobre o primeiro resultado de um trabalho de integração desenvolvido

em Itapetininga, interior de São Paulo. Através de pesquisa em campo, chamado de Silvipastorial, o grupo espera encontra soluções para melhor uso de áreas arborizadas.

O estudo é desenvolvido entre três entidades do es-tado - a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), a Faculdade de Tecnologia (Fatec) e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta)-. Ele visa promover a integração entre o plantio de euca-lipto e a criação de ovinos, mas, o objetivo principal é alcançar a eficiência no uso desta área.

A pesquisa iniciou em 2010, com as primeiras mu-das da espécie. Em dezembro do último ano foram incorporadas 52 matrizes. Os animais utilizados para corte são das raças Ille de France, Texel e Santa Inês, todas produzem ótimas carcaças e, no caso das duas primeiras, de fornecerem lã de boa qualidade. Por outro lado, a raça Santa Inês é menos exigente em sua pastagem.

A ânsia dos produtores passa pelo interesse comer-cial. O setor pecuário registra constantes aumentos no preço que tem média entre R$ 3,00 e R$ 4,00, mas pode ultrapassar facilmente os R$ 35,00 dependendo o corte.

Os animais foram postos na propriedade logo após o desmame, quando as planta estavam com aproximada-mente 1,5 metros, altura não qual evita que as ovelhas danifiquem a planta.

De acordo com a zootecnísta e coordenadora do projeto paulista, Cristina Maria Pacheco Barbosa, por ter raízes que consegue maior profundidade na busca por nutrientes o eucalipto ajuda a enriquecer a pastagem e distribui melhor à sombra ao longo da área. “Os animais não se aglomeram, ficam mais confortáveis, se alimentam melhor e os dejetos deles servem como um adubo natural. O segredo é o pro-dutor conhecer tanto de florestas plantadas quanto de pastagem”, adverte.

A pesquisa deve se prolongar até 2014, mas os primei-ros resultados devem ser divulgados em breve. Além da área de estudos, a pesquisa deve se estender para outras propriedades. “A criação destes animais esta crescendo e incorporar novas tecnologias é importante ao melhor manejo”, avalia. A expectativa dos pesquisadores é iniciar a aplicação do sistema em uma propriedade comercial até o final desse ano.

Com a pesquisa a parceria busca também estudar a viabilidade econômica desta integração. Com os resul-tados a forma de manejo pode ser implantada em todo o país, como forma de aumentar a renda de produtores.

Expectativa no manejo de

Font

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ria.ru

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ovelhasEstudo visa melhor aproveitamento de área de eucalipto para criação de ovinos

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Se a clonagem gera muita polêmica quando envolve animais e, principalmente, huma-

nos, o mesmo não ocorre quando se trata de plantas. A técnica de cultivar mudas a partir de matrizes de excelente qualidade vem sendo utilizada há anos por grandes indústrias que tem a madeira como matéria-prima. Agora, a tecnologia também chega aos pequenos produtores da região do Vale do Braço do Norte, por meio de mudas de eucalipto.

O processo é aparentemente simples: corta-se uma parte da matriz (estaca) e planta-se. De certa forma, assemelha-se aos que fazemos nas nossas propriedades, ao plantar alguns tipos de arbustos e flores. No caso do eucalipto, no entanto, o processo é mais complicado e difícil. È preciso uma série de cuidados para que as estacas formem raízes e se transformem em uma muda pronta para o comércio. Elas precisam ser imersas em hormônio e mantidas em estufas com umidade e temperatura controladas. A clonagem de qualquer tipo de planta também exi-ge uma série de testes genéticos que vão assegurar a qualidade da muda e, principalmente, evitar a multiplicação espécies que possam agredir o homem e o meio ambiente, além de terem que ser habilitados por órgãos fiscalizadores. As mudas comercializadas

são resultado de anos de pesquisa, principalmente das grandes empresas reflorestadoras, como Klabin, Aracruz, Votorantim, Gerdau, para garantir uma matéria-prima de qualidade.

As vantagens de substituir as mudas de eucalip-tos tradicionais por clonadas são inúmeras: maior produtividade, uniformidade das plantas, homoge-neidade da madeira produzida e maior resistência a doenças e a fenômenos climáticos, como geada e seca. O engenheiro agrônomo Jânio Anderson Schmitz, proprietário da Florestal Rio Verde, destaca que para que isto ocorra é necessário tomar certos cuidados no manejo. “Não adianta colocar clone e deixar lá. Quanto maior a genética da planta, maior é o cuidado e a adubação”, explica. A área precisa estar livre de formigas, ervas daninhas e bem nutrida. “É o mesmo que pegar uma vaca de boa genética, coloca-lá no pasto ruim, e querer que dê muito leite”, compara.

As mudas oferecidas na Florestal Rio Verde pro-vêm de parcerias com outras empresas. As matrizes são originárias do Rio Grande do Sul e São Paulo. Para serem transportadas até Santa Catarina preci-sam cumprir uma série de exigências, como laudo técnico de fitossanidade, registro no Ministério da

Eucalipto clonado é garantia de qualidade e aumento nos lucros

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Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente (MAPA), que garantem ao comprador um produto de alta qualidade e livre de pragas e doenças. Tanta tecno-logia demanda também um custo maior, que pode chegar ao dobro do valor das mudas comuns. “En-quanto o milheiro de mudas a partir de sementes é vendido na média de R$ 220,00 a mesma quantia de clonadas custa próximo a R$ 400,00”, informa. Jânio destaca que o investimento compensa. “A diferença é irrisória na hora de vender a madeira. Numa plantação de mil árvores, o rendimento poderá ser 20 a 30% mais alto”, enfatiza.

Interessados em investir no reflorestamento com mudas clones podem visitar o viveiro da Florestal Rio Verde. “Temos aqui sete tipos diferentes de eucaliptos clonados, com três anos e meio de plantio”, informa. O bom desenvolvimento das plantas motivou o empresário a comercializá-las. “O reflorestamento a partir de mudas clonadas é uma tendência para o futuro, principalmente para aqueles que desejam um bom retorno financeiro”, destaca. Jânio sugere que o produtor faça testes para comprovar os resultados. “Ele pode plantar os dois tipos e notará que as clonadas crescem, em média, 10% mais rápido que as tradicionais”, acrescenta.

Schmitz ainda lembra que as mudas de se-mentes são originadas de plantas de qualidade, muitas delas também clonadas. “No entanto, elas têm maior variação. Não há como garantir que a muda seja 100% pura, por maior que sejam os cuidados”, explica. A única diferença entre elas está na aparência. “Mudas clonadas crescem tortas nos primeiros meses, mas nada que interfira na qualidade da madeira”, explica.

Cuidados ao escolher onde plantarO engenheiro lembra que o produtor deve tomar

certos cuidados ao escolher onde plantar as mudas de eucalipto (ou qualquer outra árvore). Deve-se evitar locais próximos aos rios e nascentes, que são áreas de proteção permanente e não poderão ser retiradas no futuro. O produtor também deve evi-tar a derrubada de árvores nativas e a consequente queimada, que hoje caracterizam crime ambiental.

“O refl orestamento a partir de mudas clonadas é uma tendência

para o futuro, principalmente para aqueles que desejam um

bom retorno fi nanceiro”

Jânio Anderson Schmitz, engenheiro agrônomo

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“Comecei a plantação de eucaliptos com mudas clonadas há cerca de dois anos. Já tinha ouvido falar na tevê e fi quei interessado. As primeiras mudas foram para experiência e percebi que dá diferença: tenho menos

problemas com doenças e as plantas crescem de maneira uniforme. Hoje 10% da minha plantação é originária de mudas clonadas. Ainda planto mudas de sementes pois a Grandis, espécie que melhor se

desenvolve na nossa região, não é comercializada em mudas clone. Quem decidir investir no refl orestamento de eucaliptos clonados precisa prepara bem o terreno para o plantio. A adubação precisa ser adequada

para que o desenvolvimento não seja prejudicado”,Bruno Feldhaus, empresário

“Planto eucaliptos desde 1976 e há sete meses comprei as primeiras mudas clonadas. Antes de

investir, visitei uma plantação e conversei com outras pessoas, que me garantiram que o investimento valia

a pena. Notei que o desenvolvimento delas é bem mais rápido e um pé cresce igual ao outro. Estou

satisfeito e não pretendo mais investir em mudas de semente. É bom lembrar que quanto maior o cuidado,

melhor será a produção. Eu mantenho minhas plantações sempre limpas e bem adubadas”,

Valdino Schuelter, aposentado

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MERCADO AGRÍCOLA

O mantra da agregação de valor, através da industrialização, é repetido à exaustão. Afina-lidade seria beneficiar o consumidor e gerar mais renda e empregos de melhor qualidade.

Mas essa estratégia pode se chocar com dois tipos de obstáculos. Do lado da oferta, pode faltar competitividade no confronto com concorrentes estrangeiros. Na demanda, há limitações do poder de compra da população doméstica e também barreiras, subsídios e outras distorções no mercado externo.

Os aumentos de renda que vêm ocorrendo no Brasil, caracterizados por crescimento mais acelerado a favor do grande contingente de pessoas mais pobres, propiciam oportuni-dade para a agregação de valor especialmen-te no agronegócio. Café e lácteos parecem melhor aproveitar essa possibilidade.

Cálculos feitos no Cepea mostram que, de 1995 a 2011, o PIB medido especificamente como volume do produto agropecuário (la-vouras e pecuária) avançou mais de 80%; o da agroindústria cresceu menos de 40%. A renda da agropecuária aumentou 66% e a da agroindústria, só 17%; porque os preços reais caíram 8% para as matérias-primas e 16% para os produtos processados.

A agregação de valor, portanto, não tem acompanhado o aumento da produção de matériasprimas. Quais seriam as dificul-dades? O algodão é um caso ilustrativo. Enquanto a produção brasileira de pluma quadruplicou de 1995 a 2011, sendo sufi-ciente para atender todo o mercado desde o ano 2000, o setor têxtil nacional expandiu apenas 30%.

O mercado externo tem remunerado bem

as vendas da pluma, mas os seus derivados enfrentam a competição de importados, mui-tas vezes de concorrentes apoiados por van-tagens artificiais; estes importados, sim, vêm atendendo a expansão da demanda interna. Problemas semelhantes são enfrentados pela indústria de calçados.

A produção de soja em grão mais que do-brou no recorte feito pelo Cepea, enquanto a produção de óleo de soja cresceu somente 50%. Após atender o consumidor doméstico, sobra muita soja para exportação. Nem o programa nacional de biocombustível rever-teu o cenário.

Isto porque políticas fiscais internas e barreiras no mercado externo favorecem a exportação do grão, quando seria mais racional a venda externa de derivados, de menor custo de transporte. Nos casos da cana, laranja e carnes, produção primária e processamento têm avançado mais ou menos coordenadamente em decorrência de especificidades de cada cadeia produtiva. Quase toda cana precisa ser processada para utilização, o mesmo se dando com os animais para corte. A laranja para exportação passa, quase obrigatoriamente, por processamento.

Nos casos do café e do leite, a produção agroindustrial dobrou, indo muito mais rápido que a produção de matéria-prima. Seus segmentos processadores ganharam eficiência produtiva e logística, ajustando-se em quantidade e qualidade ao crescimento do consumo interno. Esses são mercados que vêm remunerando o processamento e a qualidade graças ao avanço da renda da maior parte dos brasileiros.

GERALDO BARROS, professor titular da USP/Esalq e coordenador científico do Cepea/Esalq/USP.

Mercado interno é um caminho para a agregação de valor

Os aumentos de renda propiciam oportunidade para agregação de valor; café e lácteos parecem aproveitar melhor essa possibilidade

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Prosseguem os preparativos para a co-lheita e processamento da matéria prima da safra 2011/12 de mandioca em Santa Catarina, que segundo o IBGE apresenta um volume estimado de 510 mil tonela-das, numa área de 27.500 hectares.

A expectativa dos agentes de produção e de

comercialização é de que os preços continuem

estimulantes, a exemplo do que ocorreu na safra

passada, quando oscilaram entre R$ 184,00 e R$

230,00, a tonelada da raiz.

No Vale do Itajaí, as agroindústrias de farinha

e féculas iniciarão suas atividades na segunda

Luiz Marcelino VieiraEpagri-CepaAnalista de [email protected]

Colheita iniciando com expectativa de preços bons

Mandiocaquinzena deste mês de maio, devendo encerrar

a mesma em meados da primeira quinzena de

agosto.

Na região Sul Catarinense, nos municípios

de Laguna e Imaruí, os produtores de farinha

(conhecida como farinha azeda, em função

de um leve amargor) já vêm processando a

raiz desde o início do mês de abril, devendo se

estender até o mês de outubro. No município

de Sangão, a produção de farinha ocorre desde

o início deste mês. Nos demais municípios da

região, as agroindústrias de farinha, fécula e de

polvilho estão apenas iniciando suas atividades

e, gradativamente, vão intensificando a compra

de matéria prima nas próximas semanas.

Os produtores dos municípios de Araranguá,

Santa Rosa do Sul, São João do Sul, Criciúma,

Içara, Imaruí, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Rio

Fortuna e Sangão continuam preocupados por

conta da ausência de chuvas mais constantes

e regulares, principalmente em terrenos mais

arenosos, os quais possuem baixa capacidade

de retenção de água. Por conta disso, o desen-

volvimento das raízes foi afetado. A expectativa

é de uma provável diminuição na produtividade

devendo influenciar na produção.

Nas principais regiões produtoras de Santa

Catarina, os produtores são remunerados le-

vando-se em consideração a quantidade de teor

de amido existente na raiz. Esse procedimento

tem estimulado o setor produtivo, favorecendo

o produtor que consegue maior rendimento por

hectare plantado.

A comercialização dos segmentos de farinha,

fécula e polvilho azedo é realizada dentro do

esperado. O mercado continua comprando o

estritamente necessário, na expectativa de que os

preços baixem com a intensificação da produção

da nova safra.

Os preços no atacado apresentam-se estáveis.

A saca de 50 quilos de farinha grossa é negocia-

da a R$ 39,00, já a farinha fina está cotada em

R$ 52,00 e o polvilho em R$ 80,00. Enquanto

isso a fécula, na indústria, é comercializada entre

R$ 1.250,00 e R$ 1.280,00 a tonelada.

A expectativa do setor é de que os preços

continuem semelhantes aos atuais e o mercado

permaneça estável nas próximas semanas.

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A Feira do Agronegócio (Feagro) que ocorre em pou-cos dias é uma ótima oportunidade de aproximação com produtores e criadores, consequentemente clientes. É com esta visão que no ano que comemora o décimo quarto aniversário no vale, a Agrocomercial Afubra, de Braço do Norte voltará a expor no evento.

Não será com os 15 mil itens disponíveis na loja, localiza-da na Avenida Felipe Schmidt, número 1073, mas será com qualidade e com a equipe téc-nica qualificada, pronta para tirar qualquer duvida dos visitantes do stand. Este ano com a parceria com a BioBase produtos para piscicultura. A empresa especializada no setor chega pela primeira vez a feira e contará com o apoio da equipe Afubra.

O gerente Venício Aguiar Ascari, afirma que a parceria é uma aposta ao novo setor em crescimento na região. “A piscicultura é uma atividade relativamente nova, mas com bom retorno aos criadores de pescado. Queremos que a

atividade se desenvolva ainda mais com a oferta de produ-tos de qualidade. Na feira apresentaremos todo o potencial desta parceria com a BioBase”, informa.

Venício explica que motivos de força maior não puderam participar da última edição da feira. “Mas sabemos da im-portância que ela representa junto ao meio rural”, pontua.

Venício acrescenta que a feira é uma ótima oportunidade de integração com os clientes de apresentar produtos e novidades. “É uma forma de estreitar laços com nossos clientes. Geral-mente eles passam na loja rapidamente, pois possuem compromissos em sua propriedade.

Na feira eles estão mais tranquilos, o que abre possibilidade para uma troca de informação, tirar duvidas com nossa equipe técnica”, observa.

Mesmo presente na feira com sua equipe a Afubra man-tém o atendimento na sede.

Afubra volta a expor na Feagro

feira é uma ótima oportunidade de integração com os clientes de apresentar produtos e novidades

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