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George Wright diz que é modelo de reabilitação SOCIEDADE. Dezenas de amigos do norte-americano procurado há 42 anos nos Estados Unidos, por estar envolvido no homicídio do proprietário de uma bomba de gasolina, reuniram- se para mostrar o seu apoio a “Jack”. Concelho, 4 PCP acusa câmara de prejudicar refeições nas escolas SOCIEDADE. O Partido Comunista acusou a câmara de Sintra de reduzir as verbas destinadas às refeições escolares e permitir a redução da qualidade e quantidade da alimentação servida nas escolas geridas pelo município, mas a autarquia e escolas desmentem. Concelho, 5 Associação de Futebol de Lisboa acaba com fiscais de linha nos infantis e iniciados Desporto, 10 PUB PUB Polémica no cemitério de Belas CONCELHO. Duas centenas de placas foram colocadas junto às campas, algumas delas com flores, referindo que estão ao abandono e solicitando a deslocação dos proprietários à Junta de Freguesia para resolver a situação. Queluz, 13

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George Wright diz que é modelo de reabilitaçãoSOCIEDADE. Dezenas de amigos do norte-americano procurado há 42 anos nos Estados Unidos, por estar envolvido no homicídio do proprietário de uma bomba de gasolina, reuniram-se para mostrar o seu apoio a “Jack”. Concelho, 4

PCP acusa câmara de prejudicar refeições nas escolas SOCIEDADE. O Partido Comunista acusou a câmara de Sintra de reduzir as verbas destinadas às refeições escolares e permitir a redução da qualidade e quantidade da alimentação servida nas escolas geridas pelo município, mas a autarquia e escolas desmentem. Concelho, 5

Associação de Futebol de Lisboa acaba com fiscais de linha nos infantis e iniciados Desporto, 10

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Polémica no cemitério de BelasCONCELHO. Duas centenas de placas foram colocadas junto às campas, algumas delas com flores, referindo que estão ao abandono e solicitando a deslocação dos proprietários à Junta de Freguesia para resolver a situação. Queluz, 13

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2 Correio de Sintra 8 de Novembro de 2011 A abrir

Em Algueirão-Mem Martins, os contratempos provocados pelo mau tempo fazem de algumas estradas autênticos lagos. Numa das principais artérias da freguesia já é sistemático:

sempre que a intensidade da chuva é maior, os moradores são obrigados a trocar os sapatos por galochas e, se não fosse a crise, trocariam os carros por barcos.

Estacionar uma viatura em algumas das zonas mais urbanizadas do concelho de Sintra é uma autêntica dor de cabeça, à qual os condutores respondem com muita imaginação. À falta de lugares, muitos moradores são obrigados a inventar um “cantinho” para deixar o carro. Uma dor de cabeça que, em Fitares, Rio de Mouro, também se estende às autoridades policiais, com as poucas viaturas de que dispõe. É caso para afirmar: “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”.

Salta à vista...

Num tempo tão conturbado quanto difícil, eis que o governo nos premeia com os preâmbulos de uma reforma da Administração Local, em quatro eixos de actuação: sector empresarial local; organização do território; gestão municipal, intermunicipal e o financiamento; e a democracia local. Diz ser imposição da “Troika”. E como tal, tem como objectivo principal, de acordo com a “ Troika”, a sustentabilidade financeira. Para nós portugueses será a mudança de paradigma na gestão autárquica, uma autêntica “revolução estrutural” do e no municipalismo português.Se o primeiro eixo – sector empresarial do estado - não causará muitas dúvidas e praticamente nenhuma discussão dado os abusos que se deram nos últimos anos e que depressa se conclui que serviu quase exclusivamente interesses mais privados que colectivos, já os outros três eixos serão matéria de muita altercação. Não será pacífica a mudança, em especial na organização do território. Este eixo, que levará à redução do número de freguesias, mexe com o sentimento de pertença a um lugar, a uma terra à qual pertencem e que também entendem como sua. E por mais economia de escala, poupança, eficiência de recursos, reorganização de território que esta reforma queira implementar, estes critérios não serão compreendidos por todos os intervenientes da mesma freguesia e consequentemente entre freguesias diferentes. Mesmo que se empregue o vocábulo “aglomeração” de território para uma melhor e mais eficaz funcionamento da administração local, uma parte da população, a que for aglutinada, tenderá a entender esta reforma como perda da sua identidade. Não é um sentimento fácil de combater,

mesmo face a um argumentário forte quanto mais perante critérios que não colhem consensos e fazem surgir sentimentos de despojamento do que ainda consideram como seu: a sua freguesia. Os outros dois eixos também não vão ser pacíficos: reformular a “democracia local” acabando com o actual modelo e implementando o mais parecido com o modelo da eleição da Assembleia da República, peca pela obrigatoriedade do partido mais votado ter que escolher o seu executivo no seio dos eleitos da assembleia municipal, algo que no governo central não acontece. No resto, a diminuição do número de eleitos locais – vereadores e membros das Assembleias Municipais – e do número de cargos de dirigentes locais – directores municipais, directores de departamento e chefes de divisão – parece ser uma medida que peca pela demora.E é também no eixo da gestão municipal que se encontrará também grandes impasses na discussão em matéria de financiamento. Em tempos de tão pouco dinheiro, e aumentando-se as competências quer dos municípios quer das juntas de freguesia, muitos pontos de interrogação vão surgir sobre se o financiamento acompanhará, ou não, esse aumento de responsabilidade. Por mais que dourem a pílula com o consequente acréscimo de autonomia. Esta reforma da Administração Local não será fácil de implementar, a menos que seja por decreto. Urge fazê-la? Não podemos deixar de pensar que sim, que é importante para o futuro. Mas terá sido o tempo certo para a colocar em marcha? Aí reside a maior de todas as dúvidas. JOAQUIM JOSÉ REIS

editorialA Reforma da Administração Local – O tempo certo?

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4 Correio de Sintra 8 de Novembro de 2011

SOCIEDADE. O norte-americano procurado há 42 anos nos Estados Unidos por ter participado no homicídio do proprietário de uma bomba de gasolina em New Jersey diz que é um “modelo de reabilitação” e que deveria ser visto de outra forma pelas autoridades americanas. Amigos reúnem-se para apoiar “Jack”.

“É absurdo que me tenham vindo caçar, fazendo de mim a pior pessoa do mundo. Eu devia ser um modelo de reabilitação”, disse George Wright, em entrevista ao jornal norte-americano, New York Times.George Wright está em prisão domiciliária na sua residência em Casas Novas, Colares, enquanto espera pelo resultado do pedido de extradição pedido pelas autoridades dos Estados Unidos pelo envolvimento no homicídio de Walter Patterson, proprietário de uma bomba de gasolina em Wall, New Jersey, em 1962.A 23 de Outubro, um grupo de amigos organizou um torneio de basquetebol em Monte Abraão, para angariar fundos para ajudar “Jack”, ou Jorge Santos, como é conhecido em Portugal. Esta iniciativa organizada pela Associação dos

Amigos do Basquetebol da Guiné-Bissau reuniu cerca de cinquenta jovens e veteranos. No final do torneio, alguns dos amigos foram a

casa de George Wright dar “força” ao amigo que diz que a prisão domiciliária “não é um funeral”. Alguns dos amigos disseram ao

Correio de Sintra que, ao contrário da informação veiculada nos órgãos de comunicação social portuguesa, George Wright não foi condenado por ser o autor do homicídio do proprietário da bomba de gasolina, mas sim por ter participado, enquanto cúmplice, no assalto que resultou na morte do antigo veterano da II Guerra Mundial. “Ele não matou ninguém. Não é um homicida e o tribunal nunca o condenou por ter morto alguém.Ele foi condenado por ter participado”, garante um dos amigos que explicou ainda que, caso as autoridades portuguesas permitam a extradição, George Wright “corre perigo de vida porque os americanos querem fazer dele um exemplo”. George Wright é acusado ainda de ter participado no desvio de um avião dos Estados Unidos para a Argélia. Portugal tem um acordo de extradição com os Estados Unidos da América, mas o facto de ter adquirido a nacionalidade da Guiné-Bissau e possuir documentação portuguesa (através de casamento com uma cidadã portuguesa) poderão dificultar o pedido de extradição das autoridades norte-americanas.

REDACÇÃO

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Amigos homenageiam George Wright

George Wright encontra-se em prisão domiciliária em Colares.

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Concelho

Crise cancela Sintra Moda 2011SOCIEDADE. As dificuldades financeiras dos empresários impediram a realização deste ano do Sintra Moda. A Associação Empresarial de Sintra (AESintra) não conseguiu reunir os estabelecimentos do sector do vestuário necessários para a realização deste evento que ao longo dos anos tem mostrado o que de melhor tem o concelho.

Em declarações ao Correio de Sintra, o presidente da AESintra,

Manuel do Cabo, lamentou que a organização não tenha conseguido reunir os apoios necessários à rea-lização da quinta edição do evento. Entre os apoios falharam o programa MODCOM (Sistema de Incentivos à Modernização do Comércio da Secre-taria de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor), que este ano está “fechado, não aceitando candidaturas”, a Câmara de Sintra e os empresários do sector.

“Sabemos que estamos em crise. Não houve grande receptividade por parte dos empresários e das institui-ções oficiais e então decidimos não avançar com o evento que custa entre 25 a 30 mil euros”, disse o respon-sável.

Manuel do Cabo explicou que as dificuldades dos empresários para pagar entre 125 a 200 euros por ins-crição resultam da crise que o país atravessa actualmente.

“O comércio local não está a atra-vessar o melhor momento. Quando as pessoas estão mal há uma tendência para começarem a desligar a luz das montras e parece que não, mas isso também prejudica o comércio”, disse.

O presidente da AESintra garante que apenas a edição deste ano foi cancelada, prevendo que a de 2012 se vai realizar, assim hajam condi-ções financeiras.

REDACÇÃO

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58 de Novembro de 2011

PCP acusa câmara de prejudicar refeições nas escolasSOCIEDADE. O Partido Comunista acusou a câmara de Sintra de reduzir as verbas destinadas às refeições escolares e permitir a redução da qualidade e quantidade da alimentação servida nas escolas geridas pelo município, mas a autarquia e escolas desmentem.

Segundo Gonçalo Tomé, do PCP, a redução em dez por cento nas verbas contratualizadas

entre a autarquia e a empresa presta-dora dos serviços de refeições (Gertal) às 93 escolas geridas pelo município, levou à diminuição da qualidade das refeições e da quantidade de alimentos servidos às crianças.

“Há uma redução não só na qualidade e quantidade mas também no número de cerca de trinta tarefeiras de acom-panhamento à refeição e cozinheiras. A autarquia devia ter uma posição, impe-dindo esta questão, porque há escolas onde ficaram só duas funcionárias para centenas de crianças”, disse.

Gonçalo Tomé avançou que este acordo não contou com a aprovação do responsável da empresa municipal pelo pelouro das cantinas, Rui Monteiro, membro indicado pelos comunistas que

entretanto renunciou ao pelouro por não querer continuar a assumir a res-ponsabilidade desta pasta, mantendo, no entanto, o cargo no conselho de administração.

O Partido Comunista lamentou este “acto irresponsável” que “lesa forte-

mente o desenvolvimento escolar das crianças” do primeiro ciclo e jardim-de-infância do concelho de Sintra “numa altura de maior necessidade das famí-lias”.

Contactado pelo Correio de Sintra ,o presidente da empresa que gere as

escolas do município, a EDUCA, António Canelas, disse que a aplicação do corte de dez por cento resulta da “aplicação do Orçamento do Estado”, mas não teve qualquer influência “nem na qualidade nem na quantidade de comida nos pratos” das crianças.

“Este corte reflectiu-se foi ao nível do acompanhamento que era dado durante a refeição, no número de pessoas que visionava as refeições. Estamos a falar de trinta pessoas, que não ficaram no desemprego porque a empresa as colocou noutras escolas”, disse.O vice-presidente da câmara e responsável pelo pelouro da Educação, Marco Almeida, adiantou não deixar de “estranhar” a posição do PCP, uma vez que “se a situação fosse tão grave como dizem, o responsável do partido já se teria demitido do conselho de adminis-tração da EDUCA”.

O Correio de Sintra contactou algumas escolas geridas pelo muni-cípio, que contrariam as acusações do PCP. “Nota-se é que há menos pessoas junto das crianças durante as refeições. Mas não se verifica qualquer tipo de redução quer de quantidade quer de qualidade”, disse um dos professores, solicitando anonimato. JOAQUIM REIS

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Empresa municipal gere escolas de primeiro ciclo do concelho de Sintra.

Décima mostra de Direitos HumanosSOCIEDADE. O Grupo 19 (Sintra) da Amnistia Internacional Portugal, vai organizar em colaboração com o Centro Cultural Olga Cadaval, a X Mostra de Documentários sobre Direitos Humanos, com o objectivo de sensibilizar a comunidade para a necessidade de promoção e defesa dos Direitos Humanos.

Durante três dias – de 2 a 4 de Dezembro – vão ser exibidos

documentários, alguns deles inéditos, sobre temas distintos, realizados em diversos países, com o intuito de fornecer uma perspectiva alargada sobre alguns dos desafios que se colocam aos Direitos Humanos na actualidade. Os Invisíveis, de Marc Silver e do actor Gael Garcia Bernal - drama de centenas de migrantes latino-americanos que se deparam com o rapto, a violação, o roubo e o assassínio no México - Burma VJ,

de Anders Østergaard - como um grupo de vídeo-jornalistas contou ao mundo o afogamento em sangue da revolta budista de 2007, calada pelos media oficiais - são dois dos trabalhos a apresentar. 12 Angry Lebanese, de Zeina Daccache - que conta como, durante 15 meses, 45 presos, alguns dos quais iletrados, trabalham em conjunto para apresentar uma adaptação da famosa peça 12 Angry Men, de Reginald Rose - Lixo Extraordinário -

o celebrado trabalho de Luci Walker, e Testemunhos de um Etnocídio: Memórias de Resistência, de Marta Rodríguez, completam o cartaz deste ano. Completa o certame um documentário sobre a Amnistia Internacional, que este ano comemora meio século sobre a data da sua fundação, em 1961, na sequência da condenação de dois estudantes portugueses a sete anos de prisão, por terem feito um brinde à liberdade. REDACÇÃO

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6 Correio de Sintra 8 de Novembro de 2011

S. Os moradores da Tapada das Mercês exigem a abertura de uma Unidade de Saúde Familiar cujas instalações estão construídas há dois anos. Nesta localidade, a maior parte dos 30 mil residentes não tem médico de família e é obrigada a frequentar o congestionado Centro de Saúde de Mem Martins.

Cerca de uma dezena de moradores e o presidente da Junta de Freguesia de

Algueirão-Mem Martins, Manuel do Cabo, concentraram-se a 21 de Outubro em protesto junto às insta-lações da futura Unidade de Saúde Familiar para exigir a abertura deste equipamento. Segundo Manuel do Cabo, este equipamento já estava prometido há mais de cinco anos pelo então ministro da Saúde, o socialista Correia de Campos.

“Passou-se todo este tempo, as instalações de uma antiga escola primária foram alvo de obras e nunca abriram um concurso para colocar médicos aqui”, disse.

Segundo o autarca, residem 30 mil pessoas na Tapada das Mercês – habitada por pessoas de cerca de vinte nacionalidades - e a maior parte não tem médico de família.

“A Tapada das Mercês tem uma estrutura como qualquer vila ou cidade. Tem bancos, escolas e finanças e só não tem um centro de saúde e as pessoas que aqui moram têm que ir ao de Mem Martins, que actualmente está a rebentar pelas

costuras, pois serve mais de 70 mil utentes”, adiantou. Um dos mora-dores que hoje se concentrou junto ao futuro equipamento, José Lopes, disse ao Correio de Sintra que o Centro de Saúde de Mem Mar-tins “não tem capacidade para dar

resposta a toda a população que serve”, o que obriga a várias horas de espera.

“Neste momento a minha família não tem médico de família. Para arranjar uma vaga temos que ir de madrugada ou então temos que esperar para ser assistidos por um médico que esteja de ser-viço, o que nem sempre acontece”, disse, adiantando que a Tapada já tem o equipamento, mas faltam os médicos.

José Esteves, 72 anos, mora nesta localidade há mais de 30 e também não tem médico de família.“O que eu tinha reformou-se e daí para cá ainda não consegui arranjar um médico de família. Nem eu nem os meus filhos. Se quisermos uma consulta temos que ir às cinco da manhã para Mem Martins”, disse.

Este morador também consi-derou que o Centro de Saúde de Algueirão-Mem Martins não tem condições para funcionar nas insta-lações actuais: “Aquilo é um prédio de habitação adaptado a centro de saúde. Na Tapada já temos as instalações, agora só faltam os médicos”.

Joaquim Reis

Concelho

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Tapada exige unidade de saúde

Moradores exigiram a abertura do equipamento que está concluido há dois anos.

JR

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78 de Novembro de 2011 Correio de SintraPUB

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8 Correio de Sintra 8 de Novembro de 2011 Concelho

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Sintra debate proposta da reforma da Administração LocalSOCIEDADE. O Correio de Sintra e a associação cultural Alagamares promovem um debate sobre a reforma da Administração Local, redução de freguesias, alteração do quadro das Finanças Locais e o novo modelo de eleição e gestão das autarquias locais.

O debate, que terá lugar a 19 de Novembro, às 15h, no Palácio Valenças, em Sintra, promove

temas como o novo modelo político e eleitoral das autarquias, o reordena-mento territorial, as finanças locais e a racionalização dos serviços. A inicia-tiva vai contar com as participações dos vários partidos políticos concelhios e do professor catedrático da Escola de Direito da Universidade do Minho, António Cândido de Oliveira. Este docente lecciona Direito Administrativo, Direito das Autarquias Locais, Direito do Urbanismo e Direito do Ambiente. Actu-almente exerce os cargos de director do Mestrado em Direito das Autarquias Locais, director das revistas “Scientia Iuridica”, “Cadernos de Justiça Adminis-trativa” e “Direito Regional e Local”. Tem também obra publicada no domínio do

direito autárquico. Outro dos partici-pantes é André Freire, formado em Ciên-cias Políticas no ISCSP-UTL, doutor em Sociologia Política pelo Instituto de Ciên-cias Sociais da Universidade de Lisboa,

mestre em Ciências Sociais pelo Ins-tituto de Ciências Sociais da Universi-dade de Lisboa. Silvino Rodrigues (CDS-PP), Lino Paulo (PCP), João Silva (BE), Rui Pereira (PS) são os representantes

dos partidos políticos. Até ao momento o PSD ainda não indicou o seu repre-sentante. Segundo Fernando Morais Gomes, da Alagamares, esta é uma iniciativa “importante” para debater a reforma da Administração Local e a forma como vai ser feita. “Há trinta anos que esta lei não é mexida e pra-ticamente desde 1834, salvo algumas excepções, que o mapa administrativo não é alterado. É importante que os concelhos ponderem a realidade que se coloca e que a sociedade e as forças vivas se pronunciem porque, apesar de o documento verde do Governo estar em consulta pública, nada se tem visto”, disse. O responsável da associação con-siderou que “as pessoas de Sintra têm o direito e o dever de se pronunciarem” relativamente a este assunto. A reforma da administração local abrange quatro eixos de actuação mas é na organi-zação territorial (agregação e extinção de freguesias) que mais críticas se têm levantado. O Governo pretende concluir em 2012 a reforma da Administração Local, que inclui extinção de freguesias, alterações à legislação eleitoral e à Lei das Finanças Locais. REDACÇÃO

Agregação das freguesias é um dos pontos em discussão.

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98 de Novembro de 2011 Correio de Sintra

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Cavaco Silva distinguido em SintraPOLÍTICA. O município de Sintra entregou ao Presidente da República a Chave de Honra do Concelho, no âmbito de uma visita oficial de Cavaco Silva a várias instituições. Esta é uma atribuição que visa agraciar, entre outras, titulares de órgãos de soberania e personalidades nacionais ou es-trangeiras, em visita oficial ao município.

A 3 de Novembro, Cavaco Silva iniciou a visita ao concelho com a inauguração do Centro

Lúdico de Massamá, uma obra iniciada há vários anos que só agora foi inau-gurada. À sua espera encontravam-se dezenas de manifestantes das comis-sões de Saúde e dos Transportes, em protesto contra “a privatização da Linha de Sintra, o aumento generalizado dos impostos e dos bens e serviços essen-ciais, o corte nos salários, pensões e apoios sociais”. Os manifestantes reivin-dicaram a construção de um novo hos-pital público, a requalificação e cons-trução de novos centros de saúde e a contratação de médicos, enfermeiros e auxiliares. No entanto, o chefe de Estado não se cruzou com os manifes-tantes. Cavaco Silva deslocou-se ainda ao Centro Social Paroquial de São João das Lampas, ao Chalet da Condessa D´Edla, no parque da Pena, à obra da

Imaculada Conceição, em Almargem do Bispo, e à exposição comemorativa do centenário do Sport Clube União Sin-trense na vila Alda. No final da visita ao município, o Presidente da República recebeu a Chave de Honra do Concelho das mãos do Presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara, e de Ângelo Cor-reia, presidente da Assembleia Muni-

cipal. O autarca de Sintra disse, durante a cerimónia que, nestes tempos de crise, é preciso conhecer as razões dos sacrifícios impostos aos portugueses. Fernando Seara disse esperar que Cavaco Silva, com o “seu magistério, conselho e persuasão ajude a garantir que às comunidades locais será asse-gurada a capacidade de continuarem a

ser a primeira rede de protecção social, defendendo os que serão vítimas desta crise complexa e grave que a irrespon-sabilidade de uns e a necessidade de outros provocou”.

“Permita-me, pois, Senhor Presi-dente, que nesta chave simbolize estas expectativas, certo, como estou, que, como sempre, as saberá cumprir e con-cretizar”, disse o autarca. REDACÇÃO

Fernando Seara, Cavaco Silva e Ângelo Correia.

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10 Correio de Sintra 8 de Novembro de 2011

FUTEBOL. Está a circular na Internet uma petição pública contra a Associação de Futebol de Lisboa (AFL) devido à polémica em torno da supressão dos fiscais de linha nos jogos dos escalões infantis e iniciados. Núcleos de árbitros vão reunir-se, no próximo dia 14, com representantes da AFL.

Por iniciativa do Sporting Clube Linda-a-Velha, foi enviada, a 15 de Outubro,

uma carta ao presidente do Con-selho de Arbitragem da AFL, José Vital, de forma a demonstrar o “pro-fundo desagrado e total discor-dância” no que diz respeito à subs-tituição do fiscal de linha por um jogador das equipas intervenientes nos jogos de futebol 11 dos esca-lões infantis e iniciados.

Dessa carta enviada à AFL, Rui Duarte, director de futebol da União Recreativa e Cultural da Abrunheira

(URCA), aproveitou alguns excertos para dar a conhecer, através de uma petição pública que circula actual-mente na Internet, “uma das mais insólitas situações do futebol de for-mação no nosso país”, uma vez que, segundo o documento de instruções para árbitros da AFL, “as equipas de arbitragem são constituídas apenas por dois árbitros oficiais” e não por jogadores de cada equipa.

Para Rui Duarte, “praticamente todos os clubes e árbitros estão em desacordo com esta situação”, pois “a função dos clubes é ensinar os jovens a jogar futebol e, dentro das possibilidades, ensiná-los a serem homens íntegros e respeitadores no futuro”. Segundo o director de futebol da URCA, “nenhum clube pode obrigar qualquer jovem de 12/14 anos a desempenhar funções de fiscal de linha, até porque as entidades des-portivas não têm formação de arbi-tragem, logo não têm qualificação

para dar formação a jovens árbitros”.Por outro lado, Rui Duarte asse-

gurou ao Correio de Sintra que “a maioria dos pais não autoriza esta situação”. “Todos nós sabemos como são as assistências nos jogos, quer sejam crianças ou adultos na equipa de arbitragem. Os pais não querem ver os seus filhos a serem vaiados por serem obrigados a auxiliar os árbi-tros”, sublinhou o director de futebol da URCA.

Luís Brás, presidente do Núcleo de Árbitros de Futebol da Linha de Sintra, defende que “os árbitros têm que cumprir com o que a AFL decidir, e, consequentemente, realizar os jogos em que são convocados”.

Os diferentes núcleos de árbitros do distrito de Lisboa vão reunir-se, no próximo dia 14, com represen-tantes da AFL de forma a resolver esta situação e chegar a um acordo comum.

ALEXANDRE OLIVEIRA PEREIRA

BTT. O recente campeão nacional de rampa, João Cabral da equipa BTT Team Colarense, falhou, nos últimos meses, várias provas por falta de patrocinadores. Apesar das dificuldades para encontrar um patrocínio, o jovem ciclista vai contar, para a época 2012, com o apoio de duas empresas desportivas.

“Desde que ingressei na modalidade, em 2009, recebi apoio de apenas uma empresa de suplementação, apesar de já ter obtido resultados significativos. Para o próximo ano, vou contar também com a ajuda de uma empresa de equi-pamentos desportivos”, disse ao Correio de Sintra João Cabral. O jovem atleta adiantou desconhecer a causa desta situação: “Não sei se é devido à crise ou se são as marcas que utilizam esta des-culpa para não financiar nenhuma enti-dade desportiva”, sublinhou. Esta situ-ação que dura há dois anos não deixa,

no entanto, o ciclista de 16 anos preocu-pado. Apesar dos problemas mecânicos e das lesões sofridas no corrente ano, João Cabral continua a lutar pela sua “paixão”. Além de se ter sagrado cam-

peão nacional de rampa na categoria de cadetes, em Manteigas, na Guarda, a 2 de Outubro, João Cabral totaliza, na pre-sente época, oito vitórias consecutivas. “Apesar de ter faltado três provas, tento

sempre arranjar maneira para con-tornar os problemas financeiros e mecâ-nicos, e alcançar os melhores lugares possíveis”, disse o jovem ciclista. E os objectivos para o próximo ano são muitos. “Os objectivos são altos e o tra-balho vai ser muito. Só espero que apa-reçam novos apoios e parcerias pois já lá vão várias corridas perdidas com pro-blemas mecânicos”, lamentou. Apesar de praticar BTT em competições há cerca de dois anos, João Cabral cresceu com a modalidade sempre presente. “O gosto pelo BTT nasceu devido à minha família e principalmente ao meu pai que anda sempre de bicicleta. O bichinho da competição surgiu quando tinha 14 anos. Comecei a treinar todos os dias e a querer mais e melhor. Decidi ingressar na equipa de Colares por ser a melhor, e desde então tenho sempre competido em diferentes provas”, explicou João Cabral. AOP

Campeão nacional com falta de patrocínios

Desporto

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João Cabral tem faltado a várias competições por falta de apoios.

Supressão de fiscais de linha gere polémica

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118 de Novembro de 2011

Sintrense encerra comemorações do centenárioDESPORTO. O Sport União Sintrense foi homenageado pelo Governo com a Medalha de Honra de Mérito Desportivo. A atribuição desta distinção, que encerrou as comemorações do centenário do clube, juntou duas centenas de pessoas e teve lugar no Centro Cultural Olga Cadaval, a 3 de Novembro.

A sessão solene comemorativa do centenário do clube sintrense recebeu a presença do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl, do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara, do vice-presi-dente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Gomes da Silva, e do presidente da Associação de Futebol de Lisboa, Carlos Ribeiro. Mas foi das mãos do presidente do Instituto do Desporto de Portugal, Augusto Baganha, que o Sintrense recebeu a Medalha de Honra de Mérito Desportivo por assinalar cem anos de prática desportiva.

O quarteto de cordas Opu4 abriu a sessão solene, antes de dar início à entrega de medalhas aos antigos pre-sidentes do clube, sócios de 25 e 50 anos de filiação e sócios de mérito e de honra. Durante a tarde, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, visitou

a exposição referente aos cem anos do clube que esteve patente na Casa do Eléctrico, na Vila Alda, em Sintra. Apesar de não ter falado aos jornalistas pre-sentes, o Chefe de Estado mostrou-se satisfeito e interessado em conhecer a história do Sintrense. Acompanhado da mulher, Maria Cavaco Silva, o Presi-dente da República deixou uma nota no livro de honra do clube. “Felicito o Sport União Sintrense pelo seu centenário e presto a minha homenagem a todos aqueles que ao longo dos anos se dedi-caram à vida do clube e contribuíram, através do desporto, para a

formação da juventude do concelho de Sintra”, escreveu o Chefe de Estado. Antes de partir, Aníbal Cavaco Silva recebeu uma camisola do clube com o seu nome e com o número 100, alu-sivo à data histórica, antes de estar largos minutos à conversa com Vítor Coelho, presidente do clube. Este res-ponsável não revelou o teor do diálogo, declarando apenas que o Presidente se mostrou muito “interessado” e “bem-disposto”. “Para nós, é uma honra. Se é raro fazer cem anos, também não é menos raro receber a visita do Chefe de Estado”, disse Vítor Coelho. AOP

Team Solar do Bitoque atinge 2.º lugar no desafio ELF MazdaA equipa sintrense do Solar do Bitoque al-cançou, no passado dia 29 de Outubro, o 4.º lugar na Baja 500, em Portalegre. Com este resultado, a equipa atingiu o 2.º lugar do desafio ELF Mazda 2011.Na jornada mais importante de todo-o-terreno nacional, que este ano comemorou as bodas de prata, a dupla da equipa do Solar do Bitoque, composta por Rui Lopes e Luís Ferreira, gastou 6h44m36,30s para percorrer cerca de 500 quilómetros, tendo ficado a pouco mais de dois minutos e meio do terceiro lugar, posição que foi ocu-pada pelo actual campeão da competição.A prova alentejana foi a derradeira etapa da Taça do Mundo e do Campeonato de Portugal. A dupla irá participar, nos próxi-mos dias 26 e 27, na dupla e última jor-nada que se vai realizar nas 24 horas TT Vila de Fronteira.

Breves

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Gilberto Madail (à dta) marcou presença na sessão solene.

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12 Correio de Sintra 8 de Novembro de 2011

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Explosão faz uma vítima mortalSOCIEDADE. Um homem morreu na sequência de ferimentos provocados por uma explosão num prédio em São Marcos. As autoridades estão a investigar o que provocou a explosão, mas os moradores da rua Cidade de Setúbal levantam dúvidas relativamente às obras que decorreram neste local.

A 31 de Outubro, uma forte explosão provocou feri-mentos muito graves num

morador de uma cave de um prédio na rua Cidade de Setúbal, em São Marcos. Segundo disse ao Correio de Sintra o comandante dos bom-beiros de Agualva-Cacém, Luís Pimentel, a explosão ocorreu às 10h30, deixando dois imóveis ina-bitáveis.

O comandante adiantou que foi “uma explosão muito forte”, desco-nhecendo-se ainda as causas deste acidente que provocou três feridos.

“Há uma vítima que sofreu feri-mentos muito graves e que foi encaminhada para o Hospital São José, em Lisboa. Um dos bom-

beiros teve que ser hospitalizado e uma senhora foi socorrida no local devido à inalação de fumos”, disse o responsável. No entanto, o morador acabou por falecer dias depois da explosão devido às lesões.

Uma das moradoras do prédio disse ao Correio de Sintra que “foi um grande susto” e que apenas con-seguiu entrar na sua habitação já ao final da tarde desse dia.

“Houve uma explosão muito

grande. Começou a aparecer um fumo negro que não nos deixava res-pirar. Estivemos impedidos de entrar nas nossas casas”, disse Elvira Santos.

A Polícia Judiciária esteve no local a investigar.

Alguns dos moradores do local adiantaram ao Correio de Sintra que nesta rua têm sido levantadas várias suspeitas quanto à origem da explosão. Alguns referem que as causas podem estar nas obras de instalação de sistemas de gás junto ao prédio, enquanto outros referem que as causas estão relacionadas com a presença de botijas de gás.

“Eles instalaram aqui tubos de gás no subsolo e pode ter sido isso que provocou a concentração de gás dentro do apartamento. Não temos certezas, mas é estranho, não sei se será uma coincidência”, disse um dos moradores, solicitando anonimato.

Outro morador adiantou: “É triste uma pessoa morrer quando estava a entrar em casa. Ele abriu a porta e aquilo explodiu logo. É estranho que andem a meter aqui tubos de gás e isto tenha ocorrido nesta altura”.

REDACÇÃO

Agualva - Cacém

DR

Séniores e jovens visitaram Estádio da LuzSOCIEDADE. A Junta de Freguesia de São Marcos proporcionou a cem participantes, entre jovens e idosos, uma ida gratuita ao estádio da Luz para assistir ao jogo entre o Benfica e o Olhanense.

Segundo a Junta, foram con-templadas as crianças das Escolas de Desporto de São

Marcos que, a 29 de Outubro, deli-raram com a iniciativa. “Os partici-pantes ficaram extasiados com a grandeza do estádio, assim como

toda a sua envolvência. Foi um dia para recordação e para uma primeira oportunidade de puderem entrar num estádio de futebol. Uma expe-riência única que tão cedo não vão esquecer”, refere a autarquia em comunicado.

Esta iniciativa enquadrou-se no âmbito do Pelouro da Acção Social e do Desporto da Junta de Freguesia, que aposta na prevenção da comuni-dade, através da sensibilização para a adopção de estilos de vida saudáveis, e no desenvolvimento da prática des-portiva na freguesia. REDACÇÃO

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138 de Novembro de 2011

Opinião

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Queluz - BelasJunta de Belas prepara-se para remover dezenas de campas do cemitérioSOCIEDADE. Os proprietários de sepulturas perpétuas do cemitério de Belas estão indignados com a Junta de Freguesia que se prepara para remover centenas de campas consideradas abandonadas. O PCP acusa o executivo de violar direitos de propriedade, mas o presidente da junta assegura que apenas as que estão ao abandono serão removidas.

No cemitério de Belas são visí-veis várias dezenas de placas colocadas junto às campas,

algumas delas com flores, referindo que estão abandonadas e solicitando a des-locação dos proprietários à Junta de Fre-guesia para resolver a situação. Algumas das pessoas que se encontravam no cemitério e que falaram com o Correio de Sintra disseram “estranhar” a colo-cação destas placas em campas que aparentemente têm sido alvo de manu-tenção e contestam a retirada dessas sepulturas. Segundo o eleito do PCP na Assembleia de Freguesia de Belas, Fer-nando Grave, a Junta prepara-se para remover centenas destas sepulturas, sem apurar se estão mesmo ao aban-dono, até porque algumas têm sinais de que têm sido visitadas. “Puseram uma data de placas nas sepulturas, algumas delas com aspecto perfeita-mente normal, considerando-as aban-donadas só porque não têm flores. As campas perpétuas foram vendidas e

são propriedade de quem as comprou. Funciona como um imóvel”, disse o responsável ao Correio de Sintra. Fer-nando Grave adiantou: “Há sepulturas com aspecto perfeitamente natural e uma campa perpétua não tem o acom-panhamento que uma temporária tem, que ao fim de 5 anos é levantada. O que mais me chocou é que efectivamente há lá campas com aspecto normal, algumas podem estar um bocado mais sujas, não são mexidas, mas até apa-rentam ter alguma manutenção”, disse.

Fernando Grave considera que a propriedade da sepultura perpétua é um direito próprio de quem o adquiriu, transmissível por herança ou por alie-nação sob acto entre vivos, e que a Junta se prepara para violar esse direito. O PCP levanta ainda dúvidas relativamente a “situações especula-tivas nos relacionamentos entre ven-dedor-intermediário-comprador [de ter-renos no cemitério], sempre à revelia do conhecimento da própria Junta de Fre-guesia”, que recentemente terá alega-damente levado à demissão de um dos coveiros. Contactado pelo Correio de Sintra, o presidente da Junta de Belas, Guilherme Dias, disse que a lei prevê a retirada das sepulturas caso se encon-trem ao abandono e que no caso deste cemitério rondam entre as 250 e as 300. “Estamos a fazer o levantamento das sepulturas que estão ao abandono. Há ali campas que há cento e tal anos

que não são mexidas e estão comple-tamente abandonadas. Aquilo dá mau aspecto e mesmo sendo perpétuas as pessoas têm que as conservar”, disse.

O autarca adiantou que esta decisão surge não por falta de espaço no cemi-tério, mas por uma questão de manter o espaço limpo e com dignidade. JR

Placas da Junta de Freguesia indignaram população.

Luís Figo visitou crianças no Amadora-SintraA Fundação Luís Figo e a associação

Operação Nariz Vermelho promovem a visita semanal de palhaços profis-sionais ao serviço pediátrico do Hos-pital Amadora-Sintra. Apesar desta parceria já existir há um ano e meio, o antigo internacional português esteve a 7 de Novembro de visita a esta uni-dade de saúde para trazer “esperança” às crianças hospitalizadas. “É extrema-

mente gratificante poder marcar pre-sença nesta iniciativa e poder contribuir para podermos melhorar o momento das crianças que estão aqui hospita-lizadas e trazer um pouco de espe-rança em relação ao futuro. Pelo menos durante esse período podem esquecer o sofrimento que estão a ter”, disse Luís Figo aos jornalistas. A Fundação Luís Figo contribui com dez mil euros anuais

para que as crianças do Hospital Ama-dora-Sintra beneficiem deste programa. A Operação Nariz Vermelho é uma Ins-tituição Particular de Solidariedade Social, cujo principal propósito é asse-gurar de forma contínua um programa de intervenção dentro dos serviços pediátricos dos hospitais portugueses, através da visita de palhaços profissio-nais. Estes artistas, têm formação espe-

cializada no meio hospitalar e trabalham em estreita colaboração com os profis-sionais de saúde, realizando actuações adaptadas a cada criança e a cada situ-ação. O trabalho dos artistas é remune-rado, e a associação oferece aos hospi-tais esse serviço. A associação angaria os fundos necessários para o trabalho com a ajuda de empresas, campanhas e sócios. REDACÇÃO

JR

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Fundos comunitários aproveitados para reforçar meios operacionaisA Associação Humanitária dos Bombeiros de Queluz comemora 90 anos. Através do recurso a fundos comunitários, a corporação recebeu uma nova Viatura de Socorro e Assistência Especial (VSAE).

A viatura, preparada para dar resposta a aci-dentes rodoviários, teve um investimento de 284 mil euros, e foi oferecida através de fundos comu-nitários, de forma a assi-nalar os 90 anos de prá-tica dos Bombeiros de Queluz. A VSAE veio substituir a antiga via-tura que a corporação possuía e que resultou da adaptação de um carro de recolha de lixo, cedido pela Câmara Municipal de Sintra.

O novo veículo de d e s e n c a r c e r a m e n t o contou com 70 por cento

de comparticipação no Quadro de Referência Estratégico Nacional (Qren), 20 por cento do município sintrense e a restante parte da verba da própria corporação.

As comemorações do aniversário culmi-naram numa sessão solene, no passado dia 23 de Outubro, que contou com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Sintra, Marco Almeida, e dos presidentes das juntas de freguesias de Queluz, Barbosa de Oli-veira, de Monte Abrãao, Fátima Campos, e de Massamá, José Pedro Matias. O presidente da Liga dos Bombeiros Por-tugueses, Duarte Cal-deira, também parti-cipou nessa iniciativa.

A sessão solene contou ainda com o juramento de bandeira de 12 novos bombeiros

e a presença de 30 can-didatos ao novo ciclo de formação.

A Corporação de Bom-beiros tem como prin-cipal objectivo satisfazer as necessidades da população das fregue-sias de Queluz, Monte Abrãao e Massamá, onde residem cerca de 120 mil pessoas. A sua actividade traduz-se por 36 mil serviços por ano e 7500 chamadas de emergência (fogos, aci-dentes e transportes de doentes).

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158 de Novembro de 2011

A redução forçada do rendimento dos traba-lhadores da administração central, regional e local, é manifestamente injusta, anti-eco-nómica, anti-social e não contribui para a redução da despesa pública. Há um dado relevante do OE2012 que torna a medida do corte nos subsídios de férias e de Natal, NULA em matéria de redução da des-pesa pública e que no fundo era o principal argumento do Governo para determinar este corte.Passando a explicar: As regiões autónomas, os municípios, os ministérios ou empresas públicas, serão obrigados a cortar os encargos com os subsídios de férias e de natal, e a reduzir os salários (5% em média) aos seus trabalhadores. Esta medida, como é natural, tem o efeito de reduzir a despesa com pes-soal destes organismos. Contudo, não sendo estabelecida qualquer retenção de transferências de receita para estes organismos da Administração Autó-noma do Estado, em montante igual ao reti-rado ao rendimento dos trabalhadores, ficam estes organismos com um nível inferior de despesa para o mesmo volume de receita, podendo esta diferença, correspondente ao vencimento retirado aos trabalhadores, ser canalizada para outras despesas, com maior efeito político, mas decididamente com menor eficácia económica para o país.

Exemplificando: Uma qualquer Entidade Pública X (por exemplo um município), que disponha de uma receita estimada de 100 milhões de euros, pode definir um conjunto de despesas a realizar nesse mesmo mon-tante (incluindo despesas com pessoal), porém face ao OE2012, esta entidade passa a ter uma redução das suas despesas com pessoal, no montante dos subsídios de férias

e de Natal e dos cortes de 5% nos venci-mentos de, por exemplo 5 milhões de euros, ficando assim com um nível de despesa de 95 milhões. Porém, como a receita não dimi-nuiu, continuando nos 100 milhões de euros, este passa então a dispor de um montante de 5 milhões de euros, que poderá utilizar noutras despesas,. Por exemplo, na Câmara Municipal de Sintra, a redução dos salários dos trabalhadores municipais pode, no limite

ser utilizado para pagar os prejuízos das empresas municipais.Assim, pode concluir-se que, apesar de ter sido retirado ao salário dos trabalhadores 5 milhões de euros, a despesa total é exacta-mente a mesma que seria se não houvesse qualquer corte nos vencimentos ou nos sub-sídios, não havendo assim qualquer efeito na redução da despesa pública e portanto qual-quer contribuição para a redução do défice. Esta situação não é nova. Está a acontecer no OE2011, no que respeita à redução média de 5% nos salários. Espanto geral, o défice não se reduziu como esperado. Estranho é que poucos tenham percebido porquê. No fundo, o que se está a exigir aos traba-lhadores da Administração, não é que contri-buam para a redução do défice, mas sim que financiem a despesa dos organismos onde estão inseridos, o que configura um verda-deiro imposto encapotado.Certamente que o ordenado e subsídios dos trabalhadores de toda a administração, dariam um melhor contributo à economia se forem gastos pelos próprios, do que se forem utilizados de forma ineficiente como têm sido, por exemplo na Madeira.Na prática, o que o governo parece pretender fazer, é um ajuste de contas com os traba-lhadores da administração pública e com o

Estado Social que resultou do 25 de Abril. Dito de outra forma: é preciso retirar qua-lidade, eficácia e eficiência aos serviços públicos. É preciso criar as condições para a privatização da saúde, da escola pública, da segurança social. Para tanto basta continuar a degradar o rendimento dos trabalhadores, incenti-vando-os à desmotivação.Os funcionários públicos tornaram-se o bode expiatório de uma política neo-liberal que nos conduzirá à pobreza. Como o refere José Jorge Letria, “Portugal já se encontrava moral, cívica e financeiramente doente, mas agora ficou em risco de vida”.Mas este orçamento não é só maléfico para os trabalhadores da administração pública. É mau para todos aqueles que vivem da força do seu trabalho, quer este seja de cariz intelectual ou braçal. Trata-se de um orçamento que conduzirá o país ao descalabro, aprofundando as desigual-dades e acentuando a pobreza e a desmo-tivação.O Partido Socialista, perante este orça-mento, tem de estar ao lado dos trabalha-dores, contra o assalto que o governo lhes está a preparar. O Partido Socialista não pode ficar no meio. O PS terá de escolher entre a “espada e a parede”.Domingos Quintas -Militante do Partido Socialista

O orçamento do descalabro e o combate injusto aos funcionários da administração central, regional e local

“Os funcionários públicos tornaram-se o bode expiatório de uma política neo-liberal que nos conduzirá à pobreza.

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Não queremos o Padre FredericoA superação de um cancro quase

sempre abre novas perspectivas na vida de um homem. O paralelo entre a vida e a morte está sempre presente nos nossos caminhos e por vezes só a morte pode, por si mesma, ser a única solução para uma vida moribunda.

Duarte Lima é uma montra neste tipo de equações mentais, princípios básicos de conduta singular tais como: para quê me matar a trabalhar, se matando alguém pelas costas é bem mais fácil?

Há uns dias ouvíamos o ministro da Juventude e do Desporto aliciar jovens para sair da sua zona de conforto e procu-rarem fama e fortuna lá fora, ora, no caso de Duarte Lima basta mudar o verbo pro-curarem substituindo por caçarem fortuna em terras distantes.

Não me aborreçam mais com a con-versa de que é vergonhoso um homem destes estar em liberdade. Meus amigos, cada um é para o que nasce, e se o homem alegadamente o fez e está em liberdade, é porque o fez bem feito. Agora, o que me aborrece e acho até que é um caso grave de cidadania, é o facto das autoridades brasileiras terem feito a pro-posta indecente de trocar o padre Frede-rico pelo Duarte Lima. Convenhamos, as criancinhas de Portugal já têm problemas que cheguem para o seu presente e futuro. Vamos ser contra esta proposta, dei-

xemos as nossas crianças viver em paz, deixemos as nossas crianças descobrir a sexualidade com bonecos como a Popota, que a meu ver, poderá ser perfeitamente a musa no pensamento das primeiras mas-turbações dos mais pequenitos.

Vasco DuarteHomens da Luta - Falâncio

TribunaTribuna

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