Edição 37

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A grande maioria dos mal remunerados PMs faz bicos ilegais, protegendo estabelecimentos privados - e o comando, exceto quando houver "dano à BM", não pretende coibir a prática

Transcript of Edição 37

2 14 a 20 de agosto de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Prefeitura precisa investir em qualificação de mão de obra

Piratas à vista | 5PF e Anatel sabem das rádios ilegais, mas elas seguem no ar em Caxias

Campanha incerta | 6Um cheque de R$ 2 mil pode custar a candi-datura de Mauro – e do PMDB – à Câmara

Segurança com e sem farda | 7Os bicos, ilegais, estão praticamente institucionalizados na Brigada Militar

PDT x PDT | 10A briga entre Alceu e Vinicius

O Caxiense entrevista | 12Candidato ao Piratini, Tarso Genro (PT) fala de pragmatismo, mudanças e contradições

Liderança distante... | 14Presidente da milionária Aapecan mora no Paraná, onde trabalha como vigia noturno

Melhores Vinhos | 15A busca pela identidade vinícola

Artes | 16Duas obras, dois rios e uma ponte queos divide (ou os aproxima?)

História em foco | 17Semana da Fotografia promove debate sobre tecnologia e preservação da memória

Guia de Cultura | 18A origem da realidade no cinema e objetos que pensam na literatura

Guia de Esportes | 20De futebol a pingue-pongue

Meta alviverde | 21Contra a Chapecoense, é hora de marcar

Desafio grená | 22Caxias joga pela liderança com o Criciúma

Renato Henrichs | 23Recreio Guarany, no ostracismo, pode ser vendido ao Recreio da Juventude

Gostaria de elogiar a iniciativa do jornal O Caxiense ao tratar da questão das rádios

piratas. Na reportagem da qual fui fonte, o assunto aparece tratado sem preconceitos,

colocando – e exemplificando – a diferença entre o que é desvio da função do rádio

comunitário e o que é, mesmo sem a outor-ga legal, emissora com finalidade cidadã.

Parabéns, portanto, ao jornal e à repórter.Luiz Artur Ferraretto

www.OCAXIENSE.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia e Cláudia PahlCirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio BoffImpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

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Caxias deve ter mais 20 relógios digitais | E relógios que funcionam, quantos?

Suani Campagnolo

Dinheiro jogado fora!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Rafael Victor Manfro

Áudio |Escute no site www.ocaxiense.com.br os principais trechos da

entrevista do candidato ao governo do Estado pelo PT, Tarso Genro. Questionado pelos jornalistas Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Felipe Boff, Tarso abre uma série de entrevistas com os candidatos ao Piratini.

Podcast |O Caxiense é o único jornal que cobre exclusivamente a dupla

CA-JU e também é o único com um podcast dedicado aos times da cidade. Escute os comentários dos jornalistas Fabiano Provin e Mar-celo Mugnol sobre os desempenhos grená e alviverde na Série C.

No Site

@rafaelalgures Parabéns ao @caxiense e seus integrantes pelas consequências da matéria sobre a Aapecan.É o jornalismo sendo usado do jeito que deveria ser. #aapecan

@Kely_Melo Lendo @ocaxiense na correria que começou essa semana, só agora deu tempo de pegar o jornal que eu adoro ler!! #edição36

@CianaMoraes @ocaxiense Faz duas semanas que recebo O Caxiense em casa! Como é gostoso ter boa leitura garantida! Adorei a matéria com Gabriel Leonardelli #edição36

@nine_stecanella O @ocaxiense está muito bom nesta semana. E mais, é pra pensar nos nossos desperdícios! #edição36

@petersondanda Passei o olho no @ocaxiense agora e a diagramação me pareceu muito com a @carosamigos, muito interessante #edição36

@AlineZilli_Ueba Ehhhh amanhã tem @ocaxiense para dar conteúdo ao finde!!!! #edição36

Caxias do Sul, agosto de 2010 | Ano I, Edição 36 | R$ 2,50|S7 |D8 |S9 |T10 |Q11 |Q12 |S13

O LIXO MATA A FOMEApesar dos diversos programas assistenciais, há quem busque entre restos o seu alimento

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PIRATASNO ARCom programação muito comercial e pouco ou nada comunitária, pelo menos duas rádios ilegais funcionam despreocupadamente em Caxias

Até o final deste ano, Caxias será monitorada por 20 novas câmeras de segurança. A ordem de início da instalação dos equipamentos foi assinada na segunda (9). Atual-mente a área central é vigiada por 18 câmeras. O investimento, uma parceria entre o município e o Pro-grama Nacional de Segurança Pública (Pronasci), é de R$ 1,2 milhão.

Segurança

Eleições

Educação

Política

Cultura

UCS

Saúde

Economia

Dança

Caxias terá 20 novas câmeras

Democratas sem candidato

“Vereador por um dia” terá 18 escolas

Paese reassume Câmara

Começa a Temporada de Teatro de agosto

Biblioteca promove Saberes e Sabores da Literatura

Quase 50% de aumento no Restaurante Universitário

Gotinhas contra paralisia

Randon projeta nova recei-ta, 21,4% maior

Abertas inscrições para o Caxias em Movimento

QUINTA | 12 de agostoSEXTA | 13 de agosto

QUARTA | 11 de agosto

SEGUNDA | 9 de agosto

TERÇA | 10 de agosto

Livros saborosos, músicas doces e petiscos literários fundem gastronomia e cultura em evento promovido pela Biblioteca Municipal

www.ocaxiense.com.br 314 a 20 de agosto de 2010 O Caxiense

O partido Democratas (DEM) não tem mais candidato de Caxias do Sul

Todas as 18 escolas inscritas no programa “Vereador por um dia”, da Câmara de Vereadores participarão do projeto. Embora a Casa tenha 17 legisladores, a comissão organizadora optou por incluir todas escolas. Uma sessão ordinária será realizada em 18 de outubro com os políticos mirins.

Exatamente após uma semana fora do cargo de presidente da Câmara de Vereadores por causa de uma pneumonia, Harty Moisés Paese (PDT) reassumiu sua função na quarta (11). Durante sua ausência, Renato de Oliveira (PC do B) ocu-pou a presidência do Legislativo.

Mulheres-palhaços e a história de Heitor Villa-Lobos tomam os palcos caxienses na temporada que começou na quinta (12) e segue até domingo (15). Os ciclos ocorrem sempre na segunda semana do mês, de abril a dezembro. Confira a programação no Guia de Cultura, página 18.

Na próxima terça (17), integran-tes do Clube de Mães do bairro Rio Branco degustarão petiscos enquanto escutam música e leituras ligadas ao mundo gastronômico. Vai ter Como água para Chocolate (de Laura Esquível), Afrodite (de Isabel Allende) e canções de Chi-co Buarque, Belchior, Tom Jobim e

O preço do quilo do buffet do Restaurante Universitário da UCS, que custa hoje R$ 9,80 para estudan-tes, deverá aumentar nos próximos dias. O reajuste é previsto no con-trato entre UCS e Ícaro Alimenta-ções, empresa que gerencia o RU, e já deveria ter ocorrido no dia 1º de janeiro. As cláusulas de reajuste do contrato informam que o aumento deve basear-se em três índices: INPC, IPCA e IPC. Segundo o pró-reitor administrativo, Gilberto Henrique Chissini, o novo preço poderá ficar na média de R$ 14,40, índice baseado, além dos índices da inflação, em pre-ços de restaurantes universitários de outras instituições do Estado. Se esse for o preço definido – restaurante e universidade ainda estão em nego-ciação –, o aumento será de 46,93%. Mas o reajuste não deverá ocorrer de uma vez só, e sim, em parcelas.

Indolor, a vacina contra a pa-ralisia infantil salva vidas. Neste sábado, ocorre a segunda etapa da vacinação contra a poliomieli-te em crianças menores de 5 anos, em 42 unidades básicas de saúde (UBSs) e em mais 108 pontos.

A retomada das vendas e a perspec-tiva positiva dos próximos meses de-terminaram a revisão das estimativas de receita da Randon para este ano. O grupo trabalha agora com a expecta-tiva de atingir receita líquida conso-lidada de R$ 3,4 bilhões, incremento de 21,4% sobre a estimativa inicial

Jazz, ballet, dança contemporânea, dança de salão e outras modalidades serão vistas de 18 a 23 de outubro quando ocorrerá a mostra Caxias em Movimento. As inscrições podem ser feitas até 27 de agosto. No evento, serão esperadas 30 apresentações, cinco por dia. A inscrição é efetuada mediante entrega de uma ficha de inscrição, que pode ser encontrada na Cia. Municipal de Dança, ou pelo e-mail [email protected].

A Semanaeditado por Paula Sperb [email protected]

Online | Veja quais são os pontos onde serão instalados os equipamentos em www.ocaxiense.com.br

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Online | Veja quais são as escolas que participarão do projeto em www.ocaxiense.com.br

para esta eleição. O taxista Ayrton Corrêa, que disputaria o cargo de deputado federal pelo partido, foi desfiliado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por estar com du-pla filiação, além do DEM, com o Partido Humanista da Solidariedade (PHS). Com a saída de Corrêa, o DEM de Caxias já manifestou apoio ao candidato José Francisco Ferreira da Luz, o Zezo, de Santo Antônio da Patrulha, a deputado federal.

e de 36% sobre os R$ 2,5 bilhões consolidados em 2009. O faturamento bruto total reprogramado é de R$ 5 bilhões, contra R$ 4 bilhões iniciais.

outros lembrando a gastronomia. O encontro promovido pela Biblioteca Pública será n’A Confeitaria, às 15h.

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Roberto [email protected]

Com o objetivo de facilitar a regula-rização global dos débitos de ICMS, o governo do Estado instituiu o progra-ma Ajustar-RS. Por meio dele empre-sas devedoras podem quitar os valores em atraso em até 120 meses e gozar do benefício de redução de 60% dos juros e da correção monetária e, em casos especiais, de até 50% das multas. Mas para tanto precisam aderir até 31

de agosto. Para expor o programa e a nova postura negocial da Procurado-ria Geral do Estado, a Microempa e o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico pro-movem palestras na quarta-feira, 18, cada qual em sua sede. Ambas terão a presença do Procurador do Estado em Caxias do Sul, Rafael Cândido Velasques Orozco.

O mercado formal de Caxias do Sul está próximo dos 160 mil trabalhado-res. Há, no entanto, espaço para cres-cer mais desde que haja mão de obra qualificada. Na indústria metalúrgica são mais de duas mil vagas em aberto, no segmento de malhas e confecções outras mil e no comércio de combustí-veis mais 300. É certo que a situação se estende aos demais setores produtivos da cidade. Na apresentação do desem-penho semestral da economia caxien-se por dirigentes da CIC e da CDL a questão foi tratada com preocupação. Para Alexander Messias, diretor do Departamento de Economia, Finanças e Estatísticas, este é um gargalo sério

que precisa ser resolvido. Segundo ele, as empresas não contratam mais por falta de pessoal qualificado. O também diretor Mauro Corsetti foi mais incisi-vo. Cobrou o envolvimento do poder público no assunto por meio de ações concretas que encaminhem soluções de longo prazo. Alertou que sem qua-lificação é eminente o aumento do cin-turão de miséria na cidade. Portanto, já passou a hora de a prefeitura, por meio de suas secretarias, participar de forma mais decisiva na solução deste problema. Será mais fácil e menos dispendioso do que investir, futura-mente, em ações assistenciais e quase sempre paliativas.

Até domingo os estabelecimentos localizados no Iguatemi Caxias do Sul participam de mais uma edição do Ponto Mix de Inverno. Na mega-liquidação os consumidores poderão encontrar produtos com até 70% de desconto. O objetivo é acabar com os estoques e abrir espaços para as novas coleções.

Focada na compra, venda e fusão de empresas, a Synergy Fusões e Aquisições inicia suas ativi-dades na Serra Gaúcha. Localizada em Flores da Cunha, a organização atenderá indústrias de grande e médio porte em qualquer estado do País. O objetivo dos sócios Cláudio Branchieri e Gerson Debarba é tornar a nova consultoria uma referência nos negócios entre empresas no que se refere a transações societárias.

Os empreendedores Agenor e Ana Paula Possamai estão à frente da nova loja Conceito que a Todeschini Móveis abre em Caxias do Sul. A inauguração do novo espaço, que servirá de parâmetro para as já existentes da rede, ocorre na quinta-feira (19). A loja comercializará todo o mobiliário Todeschini, residencial e comercial, além do mais recente lançamento, a linha Studio, desenvolvida especialmente para escritórios co-merciais de médio e pequeno porte. Sua localiza-ção é estratégica: ao lado do Shopping Iguatemi.

O colunista Miron Neto, em seu site na inter-net, traz duas informações que merecem atenção especial das lideranças representativas de Caxias do Sul. A primeira é benéfica: ele faz a defesa de uma mobilização da Região das Hortências para que o novo aeroporto regional seja ergui-do em Vila Oliva. Entende que se a decisão for por Monte Bérico, a região de Gramado deve se preparar para mais 20 anos de espera até ser beneficiada com melhorias nesta área. A segunda bate de frente com interesses de Caxias do Sul: existem negociações adiantadas para a constru-ção de um grande hotel, de alto luxo, dotado de campos de treinamento, visando atrair seleções que disputarão a Copa do Mundo de 2014.

A Voges Metalurgia foi a única empresa de Caxias do Sul a figurar no grupo das 10 organizações finalistas do Prêmio Febramec Meio Ambiente 2010. Sua escolha deu-se pelo desenvolvimento do trabalho denominado Aplicação de areias descartadas de fundição em concreto betuminoso usinado a quente. As cinco vencedoras foram a Cerâmica Urussanga (SC), Cor-reias Mercúrio (SP), e as gaúchas Indústria Metalúrgica Lorscheitter, de São Sebastião do Caí; Rexam Beverage Can South América, de Viamão; e Pelzer Sistemas do Brasil, de Gravataí.

O pré-sal e suas oportunidades constitui o tema central de seminá-rio organizado pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. O objetivo é disseminar informações sobre como o pré-sal mudará a vida e a economia brasileira e como as

empresas deverão se preparar para participar dessa nova etapa com competitividade. A atividade marcada para terça-feira (17), na CIC de Caxias do Sul, terá a participação de repre-sentantes da Petrobras, BNDES e da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore.

Estudantes do 2º ano do Ensino Médio terão a oportunidade, na se-gunda-feira (16), de seguir empre-sários e profissionais de diversas áreas em Caxias do Sul. O Projeto Empresário-Sombra Por Um Dia, da Junior Achievement, realizado na cidade pelo Departamento de Jovens Empresários da CIC tem a proposta de aproximar os jovens do mercado de trabalho com uma experiência real do cotidiano das profissões. A atividade comple-menta o trabalho desenvolvido pelos estudantes com o Programa Miniempresa. O coordenador do projeto, Rodrigo Romanini, define a iniciativa como um miniestágio e desmistifica a imagem que os jovens têm de algumas carreiras.

O dissídio dos comerciários de Caxias do Sul permanece sem solução. Nesta semana o Sindilojas e o Sindi-cato dos Empregados no Comércio apresentaram novas propostas visando

o acordo. Mas os números continuam distantes. Enquanto a classe patronal elevou o reajuste para 5,8%, os traba-lhadores reduziram a pedida inicial para 9%.

Em torno de 200 recicladores com atuação em 11 associações são aguardados para a primeira reu-nião-almoço da cadeia produtiva da reciclagem de Caxias do Sul. O encontro será sábado (14), no CTG da Codeca, a partir das 9h30. A programação consta de reunião de trabalho e formatura do curso de Capacitação de Separação de Ma-

terial Plástico, que envolveu mais de 150 recicladores. O curso de 10 horas-aulas, resultado de parceria da prefeitura com o Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho, visou à capacita-ção dos participantes para melhor identificação do material plástico, o que deve resultar em maior agre-gação de valor ao resíduo coletado.

A Keko Acessórios, que prepara transferência para Flores da Cunha, fechou seu primeiro con-trato de fornecimento para uma montadora loca-lizada no exterior. A empresa foi homologada pela Nissan europeia como fornecedora de aces-sórios na linha de montagem da picape Frontier, chamada no continente europeu de Navara. Por meio de parceria com o distribuidor EGR Europe, a Keko enviará capotas marítimas para os modelos cabine simples e dupla montados na planta de Barcelona, na Espanha. Atualmente a empresa obtém 15% de sua receita no exterior. A meta para 2011 é elevar a 25%.

Regularização

Chamada ao poder públicoLiquidação geral

Negócios corporativos

Referência

Vem de Gramado...

Premiação

Oportunidades

Na sombra

Sem acordo

Reciclagem

Reconhecimento

14 a 20 de agosto de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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De 19 a 21 de agosto, na Universidade de Caxias do Sul, ocorre o 13º Congresso Gaúcho de Educação Médica. A programação reunirá representantes da Escolas Médicas do Estado do Rio Grande do Sul, estudantes, docentes, profis-sionais da área da saúde e gestores.

A Majorem Engenharia Fi-nanceira realiza terça-feira (17), a partir das 19h30, a primeira edição do evento Queijos, Vinhos e Mer-cado. O evento, que ocorrerá na Rua Miguel Muratore, 116, contará com a participação de diretores da Randon para apresentação dos nú-meros referentes aos resultados do segundo trimestre de 2010.

O diretor de Logística, Ad-ministração e Finanças da Randon, Jaime Vergani, palestra na reunião-almoço de segunda-feira (16) da CIC de Caxias do Sul. Abordará o tema Uma gestão de qualidade vale ouro, referência à conquista da empresa do Prêmio Qualidade RS 2010, categoria Ouro, do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtivi-dade.

Curtas

por PAULA [email protected]

m esquivo silêncio interrompe a mú-sica que conta uma história de trai-ção e amor. São 19h em ponto. O que se escuta são chiados de uma estação mal sintonizada. Nesse horário, o co-mum de qualquer emissora de rádio brasileira é reverberar os acordes da releitura da canção O Guarani, de Carlos Gomes, que marca o começo do programa Voz do Brasil. Mas tan-to Mania 87.9 FM como a Amiga 96.5 FM não retransmitem o programa ofi-cial. As duas rádio ilegais, que seguem em funcionamento em Caxias do Sul, param a programação nesse horário provavelmente para escapar da fiscali-zação da Anatel, que confere se todas as emissoras estão transmitindo a Voz. Até as 20h, as duas rádios clandestinas passam imperceptíveis pelo aparelho de fiscalização da Agência Nacional de Telecomunicações. Ou nem tanto. Anatel e Polícia Federal (PF) sabem da existência das rádios piratas na cidade. Conforme o delegado Claudino Al-ves de Oliveira, da PF, em entrevista a jornal O Caxiense na edição 36, pro-vavelmente rádios que já haviam sido fechadas estariam novamente funcio-nando – e de fato estão. “O pessoal está incorrendo em crime, vamos fechá-las, mas não tenho previsão”, explicou o delegado na quinta-feira (12). Segun-do o coordenador da Anatel no Rio Grande do Sul, João Jacob Bettoni, a instituição é responsável por interrom-per as transmissões clandestinas, como está previsto em lei. Entretanto, a mis-são de fechar a rádio e abrir o inquérito é da Polícia Federal. A PF deve enviar os inquéritos para o Ministério Público

Federal (MPF), que é quem deve julgar os casos. Por causa de tantos caminhos entre a denúncia e o fechamento de uma rádio pirata, somados à confusão da legislação no que diz respeito à ra-diodifusão, um órgão passa a responsa-bilidade para o outro. A Anatel delega à PF a responsabilidade por fechar as rádios. A Polícia Federal, por sua vez, ao MPF. Enquanto isso, Amiga e Ma-nia, sem caráter comunitário, seguem no ar. “No Estado, temos cerca de 500 municípios para fiscalizar. Mas temos agido para fechar essas estações. Não estamos dando conta de encerrar todas essas atividades clandestinas”, admite o coordenador da Anatel. “São vários inquéritos abertos, no mínimo três já foram encaminhados ao Ministério Público Federal”, justifica o delegado Claudino. Como as rádios continuam funcionando, imagina-se que os casos ainda não tenham sido encaminhados pelo MPF.

De 2008 até a metade de 2010, cerca de 340 estações foram fechadas no Rio Grande de Sul, conforme a Anatel. Há situações – como quando as rádios estão instaladas em residên-cias, por exemplo – em que a Anatel é impedida de encerrar as transmissões. Segundo a agência, foram 80 impedi-mentos neste mesmo período. Em Ca-xias do Sul, 13 estações foram fecha-das. Nos últimos três anos, a PF fez 54 apreensões de equipamentos.

Além de usar as ondas eletromag-néticas, que são um bem público, sem outorga do Ministério das Comunica-ções, as rádios Amiga 96.5 FM e Mania 87.9 FM também não se enquadram no conceito de rádio comunitária. De acordo com a Lei 9.612, de 1998, regu-

lamentada pelo Decreto 2.615 do mes-mo ano, uma rádio comunitária opera em frequência modulada (FM), de bai-xa potência (25 w) e cobertura restrita a um raio de 1 quilômetro a partir da antena transmissora. Amiga e Mania transmitem com uma potência cerca de quatro vezes superior. Ainda conforme a lei, as comunitárias devem explorar a radiodifu-são sem fins lucrativos. Neste aspecto, ambas estações estão em de-sacordo com a legisla-ção mais uma vez. A rádio Mania – que tem o mesmo telefone da antiga União FM 91.7, fechada pela PF em 12 de maio deste ano – cobra R$ 200 mensais para veicular chamadas comerciais quatro vezes ao dia em horários pré-determinados. Para seis chamadas diá-rias em horários diversos, o valor sobe para R$ 400. A novidade mais recente na programação comercial, além do anúncio de uma advogada e de esta-belecimentos comerciais, é uma casa de religião afro que informa endereço e horário de atendimento. O anúncio da Festa dos Comunicadores, agenda-da para ocorrer na próxima sexta-feira (20) no Clube Calhambeque (Avenida Rossetti, 205), segue sendo veiculado. A rádio Amiga cobra entre R$ 50 e R$ 100 mensais para veicular seu anún-cios e oferecimentos entre uma música e outra.

A lei também diz que as estações comunitárias “devem ter uma progra-mação pluralista, sem qualquer tipo de censura, e devem ser abertas à ex-

pressão de todos os habitantes da re-gião atendida”. A programação musical indica que as piratas caxienses não são exatamente pluralistas. Apenas can-ções sertanejas, gaudérias e românticas estão no repertório. Os locutores usam o espaço para falar, mas sem qualquer

cunho informativo. Em duas semanas de rádio-escuta, nenhuma notícia foi ouvida. Às 10h49 de quinta-feira (12), foram ao ar cerca de 5 minutos de conte-údo incompreensível, que encerrava assim: “Quarta tem que ficar com a roupa dentro de casa, tô falando atra-palhado aqui porque... vai que não dá certo? Vamos ouvir uma mú-

sica? Vocês já estão irritados comigo. Não façam isso. Ofereço pro Marcos, pra Margarete e pro André, ô quarteto bom! Eles já me conhecem, mas não sabia que era eu. Eu que não conheço eles, não faço a mínima ideia. É, ô... (uma música entra na hora errada e para) Pensa que é grande coisa, vê ao vivo e pensa ‘que porcaria bem gran-de’. Vamos que vamos! Toca aí, Secre-tária!”. A música começa, seguida de mais pedidos de ouvintes e uma ane-dota.

O joga pra lá, esconde daqui, fecha e reabre das rádios ilegais poderia virar uma letra típica das músicas cômicas que tocam nas estações piratas de Ca-xias. Uma música que conta o causo de um empurra-empurra, que vem se repetindo há tempos e sem data para sair da programação. Alguém precisa apertar o botão de desliga.

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Rádios piratas

www.ocaxiense.com.br 514 a 20 de agosto de 2010 O Caxiense

“Não estamos dando conta de encerrar todas essas atividades clandestinas”, admite o coordenador da Anatel

FREQUÊNCIA ILEGAL SEGUE NO AR

Duas estações clandestinas de Caxias do Sul continuam funcionando, mesmo com o conhecimento da Anatel e da Polícia Federal

por CAMILA [email protected]

ma doação indevida para a campanha eleitoral de 2008, quando se elegeu como o segundo vereador mais votado de Caxias do Sul, ameaça a aspiração de Mauro Pereira de se tornar deputa-do federal. Uma das principais lideran-ças do PMDB caxiense, Mauro se diz confiante na validação da candidatura e conta com o apoio do partido, mas a legislação sinaliza que a tão aguardada decisão do Tribunal Superior Eleito-ral (TSE), a ser divulgada até o fim do mês, não será favorável para o político.

Durante a captação de recursos para a eleição municipal, Mauro recebeu uma doação para campanha de R$ 2 mil do tabelião Marcos Cunha Lima, proprietário de um cartório. “A secre-tária dele preencheu um cheque do cartório ao invés do cheque pessoal e nós depositamos na conta de campa-nha”, relembra Mauro. “Eu só assinei o cheque”, confirma o tabelião. Ao fi-nal da eleição, a 16ª Zona Eleitoral de Caxias do Sul não aprovou a prestação de contas do já eleito vereador. Mauro devolveu o dinheiro ao cartório e ane-xou o recibo ao recurso apresentado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que acabou indeferido. “Eu não acatei

aquilo porque era algo tão pequeno em relação ao que se gasta em uma campa-nha”, justifica.

Em junho de 2009, Mauro recorreu então ao TSE, mas ainda não obteve a sentença. “O TRE não está liberando o registro da minha candidatura porque a minha prestação de contas da cam-panha passada não foi aprovada, mas isso porque ainda nem foi julgada em Brasília”, enfatiza Mauro. “Ao meu ver, o que está acontecendo hoje é uma vontade muito grande do TRE de mo-ralizar, só que dentro dessa linha eles estão prejudicando as pessoas de bem. Eu poderia não ter declarado aquele cheque, mas, pelo contrário, eu de-clarei e depois devolvi, quis fazer uma campanha 100% transparente”, argu-menta Mauro, visivelmente chateado.

No entanto, a devolução do valor do-ado não resolve o problema, de acordo com a Resolução 22.715/08, que dis-põe sobre a arrecadação e a aplicação de recursos por candidatos e presta-ção de contas nas eleições municipais de 2008. “A norma proíbe o candidato de receber, direta ou indiretamente, doações de cartórios de serviços nota-riais e de registro”, explica o chefe de cartório da 16ª Zona Eleitoral, Marcelo Reginatto. Uma consulta ao parágrafo único do inciso 13 do artigo 16 revela:

“o uso de recursos recebidos de fontes vedadas constitui irregularidade insa-nável e causa para desaprovação das contas, ainda que o valor seja resti-tuído”. “O dono do cartório poder ou não doar o cheque como pessoa física é uma questão de interpretação da re-solução”, completa Reginatto.

A contestação da candidatura de Mauro pelo TRE não impediu que ele recebesse os números da conta bancá-ria e do CNPJ necessários para concor-rer. Porém, a campanha eleitoral dele ainda é tímida. “Nós estamos esperando para colocar a campanha na rua por-que existe um proble-ma, a falta de recursos. Ao mesmo tempo, a so-ciedade não aceita gas-tos excessivos, o que, na verdade, não tem ne-cessidade. Quem tem trabalho feito ao longo dos anos, com pouco tempo de campanha já consegue colocar o nome na urna”, defende o candidato, que planeja dis-tribuir material e instalar seu comitê a partir de terça-feira (17).

Quando Mauro manifestou a von-tade de se lançar candidato, o apoio

do diretório municipal do partido foi irrestrito. “A candidatura dele é im-portante para que a gente possa eleger alguém da região”, avalia a vereadora Geni Peteffi, presidente da sigla em Ca-xias. “O partido até agora não pensou em outra possibilidade. Se acontecer de ele não poder se candidatar, vamos ter que sentar e conversar”, informa.

A conversa, porém, poderá ser tarde demais. O julgamento do recurso está previsto para o fim de agosto, a partir

do dia 19. Caso Mauro seja impedido de con-correr, o PMDB não terá tempo para regis-trar outro candidato, o que deve ocorrer so-mente até 60 dias antes do pleito. O partido que polariza as dispu-tas pela administração municipal com o PT desde 1996 tem tradi-ção em colocar um re-presentante da cidade na Câmara dos Depu-

tados, com três mandatos de Germano Rigotto e um do atual prefeito José Ivo Sartori. Além disso, Caxias é a cidade natal do senador Pedro Simon, um dos nomes de maior projeção do partido na política nacional.

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Legislação implacável

AMBIÇÃO AMEAÇADADoação de R$ 2 mil em cheque de um cartório, em 2008, pode tirar o PMDBlocal da disputa à Câmara dos Deputados

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O vereador Mauro se justifica: “A secretária dele preencheu um cheque do cartório ao invés do cheque pessoal e nós depositamos na conta de campanha”

“O que está acontecendo é uma vontade grande do TRE de moralizar,só que estão prejudicando as pessoas de bem”,defende-se Mauro

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por JOSÉ EDUARDO [email protected]

lei diz que sua atividade é contínua e inteiramente devotada. Enquanto está de serviço, não pode estar filiado a ne-nhum partido político. Para ingressar na função, o profissional precisa in-dispensavelmente ser brasileiro, pos-suir ilibada conduta pública e privada. Além disso, tem que ser aprovado em testes que incluem avaliações intelec-tuais, de saúde, capacitação física e psi-cológica. Todos esses atributos com-põem a identidade do policial militar, responsável por proteger a sociedade. Por seis horas diárias, ele arrisca sua vida no combate ao crime, mas em

muitos casos o trabalho continua em uma segunda jornada, na qual os co-turnos e a farda são trocados por um traje discreto. Para complementar a renda mensal, policiais fazem bico em horário inverso ao da Brigada Militar (BM), como seguranças de mercados, farmácias, lotéricas, postos de gasoli-na, entre outros estabelecimentos.

Não se trata do caso de um PM em particular, mas da maioria – “quase to-dos”, assegura uma fonte graduada da corporação. Na zona norte da cidade, um soldado vestido à paisana vigia o comércio que o contratou. Ele já tra-balhou para diversos locais na região. O policial caminha na rua em frente à loja em uma tranquila tarde de quarta-feira (11). Grande parte dos moradores

conhecem e cumprimentam o briga-diano, que, mesmo de modo privado, oferece sensação de segurança à comu-nidade. Há cerca de duas décadas na BM, ele revela que desde o primeiro ano começou a fazer bicos. “Quando se tem filhos e esposa é difícil sobreviver com apenas o salário de militar. Talvez mais da metade dos soldados façam bico. Somos privilegiados, pois a cida-de é bastante grande e oferece muito serviço”, constata.

Seu turno de trabalho é exigente. O soldado faz 12 horas corridas na Briga-da a cada dois dias, e, na folga, fica de nove a 10 horas no bico. Quando está de serviço na corporação, um outro colega o cobre no trabalho de vigilan-te. E esta é apenas uma das atividades

do soldado. No final de semana, ele se ocupa fazendo a segurança de outro estabelecimento. “Todo mundo se sen-te sobrecarregado. Ou se faz, ou não. Ou se vive mais ou menos, ou do jei-to que dá. Mas, apesar dos bicos, meu trabalho principal é na Brigada. Se ti-ver de faltar devido ao serviço, adio o bico”, garante.

Enquanto acena para um morador conhecido, o soldado explica que é muito vantajoso para os estabeleci-mentos contratar policiais. “O bandido sempre visita o local que vai assaltar duas ou três vezes antes. Se vai roubar uma ferragem, ele vai lá e compra uns parafusos ou outra coisa bem bara-tinha. Se percebe que existe um vigia policial ele não se arrisca, escolhe ou-

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Serviço público & privado

PROTEÇÃOFORA DA LEI

Apesar de proibidos, os bicos de PMs como seguranças de estabelecimentos comerciais são aceitos pela sociedade e tolerados pela corporação

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tro lugar.” Uma das razões para a cres-cente demanda dos bicos, segundo o PM, é o aumento da impunidade. Ele conta que os métodos dos assaltantes têm evoluído nos últimos tempos. “Se o bandido não oferecer risco à socie-dade, é logo liberado. A juíza pergunta para o policial que o prendeu: ‘Ele rea-giu à prisão? Desacatou o policial? Tentou fu-gir?’. Se disser que não, então ele é solto. Isso acontece muito hoje. Além disso, é muito fácil comprar um rádio no Paraguai que pega a frequência da polícia, e assim eles sabem quan-do as viaturas estão chegando”, relata.

O argumento do presidente da Associa-ção de Cabos e Soldados do RS, Leonel Lucas, é o mesmo do policial entrevis-tado. Segundo ele, o valor do salário é a primeira causa do bico. “A Brigada é que virou o bico do policial militar. Ele ganha quase o dobro do seu salário lá. Hoje, 85 % dos policiais de todo Brasil fazem outra atividade, e o Rio Grande Grande do Sul segue esse número. O policial que tem outra atividade não presta um bom serviço nem para a Bri-gada, nem para o bico. No final, quem perde é o cidadão”, revela. Conforme os dados da associação, o salário base do soldado em início de carreira é R$ 344,21. A esse valor é somado o adicio-nal por risco de vida, de 222%, e outros abonos. A cifra final é de R$ 1.172,82.

A condição de incorruptibilidade fica à mercê da questão financeira e da formação do profissional. O Rio Gran-de do Sul, de acordo com a associação, está no topo da triste tabela dos piores salários de todas as polícias militares do Brasil, atrás apenas do Rio de Janei-ro. E a maior ironia é que, conforme Leonel, o PM gaúcho é tido como o mais reconhecido do país.

Contudo, essa situação nem sempre foi assim. O presidente da entidade lembra que quando ingressou na Bri-gada Militar, em 1990, o salário gaúcho era o terceiro melhor do Brasil, e o nú-

mero de policiais que faziam bico era bem menor. “Entrei na BM ganhando sete salários mínimos e meio. Hoje esse número baixou para dois e meio.” Em 2010, o governo estadual investiu cer-ca de R$ 180 milhões a mais no salá-rio dos policiais militares gaúchos, um reajuste de 12,5%. Porém, junto com

o aumento, cresceu a contribuição tributá-ria deles, de 5% para 7,5%. Conforme Paulo Nascimento da Silva, assessor da associação de Cabos e Soldados do RS, o Piratini prometeu um novo repasse, no valor de R$ 111 mi-lhões, para 2011, mas a categoria irá lutar para que esse número pelo menos se iguale ao des-te ano.

Saindo da alçada estadual, uma pos-sibilidade de aumento salarial, ainda em aberto, provém da união dos PMs de todo o país e será votada nos pró-ximos dias. A luta das corporações estaduais é pela aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 300 (PEC 300), que atualmente tramita no Con-gresso. Ele determina um piso salarial de R$ 3,5 mil para todos os policiais militares, civis e bombeiros no Brasil. O presidente da Câmara dos Deputa-dos, Michel Temer (PMDB), já confir-mou que a votação em segundo turno será realizada nos dias 17 e 18 de agos-to, independentemente do quórum.

O comandante do 12º BPM, tenente-coronel Luiz Roberto Bona-to, lembra que toda a atividade não relacionada à saúde ou à educação é proibida na carreira militar, confor-me as Leis Complementares número 10.990, 10.991 e 10.992, de 1997. “To-dos sabiam qual seria o salário quando ingressaram na corporação. O bico é irregular e ilegal”, reforça o comandan-te. Apesar da declaração firme, Bonato diz que não irá iniciar uma cruzada contra os PMs que fazem bico. Apenas quando houver “constrangimento à so-ciedade” ou “dano à Brigada Militar” é que serão tomadas providências.

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Bonato só tomará providências quando houver “constrangimento à sociedade” ou “dano à Brigada”

“A Brigada é que virou o bico do policial militar. Ele ganha quase o dobro do seu salário lá”, constata Leonel Lucas

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“A pergunta que se faz é: por que determinadas pessoas podem ter essa segurança?”, analisa Bonato. O coman-dante explica que o civil que contrata um policial militar acredita que tam-bém terá os serviços da BM. Se esse soldado por um lado ganha um com-plemento salarial, por outro coloca sua vida e sua carreira na corporação em risco. “Se um policial for fe-rido (durante o bico), não receberá nenhum apoio da Brigada. Ele não pode usar arma-mentos. E o que mais nos preocupa é que o maior número de mor-tes de PMs ocorrem quando eles estão no bico”, afirma.

Legalmente, por-tanto, quando aceita o emprego do Estado, o brigadiano se fecha para quase todas as outras atividades. As únicas opções permitidas são na área da saúde, como enfermeiro ou mé-dico, e na educação, como professor – alternativas que se tornam distantes desse PM que ingressou apenas com o ensino médio completo. Diante disso, algumas medidas foram tomadas para afastar o policial do trabalho ilegal. Há cerca de dois anos foi aberta a possi-bilidade de aumento na remuneração com o cumprimento de horas extras. O policial pode fazer no máximo três por dia, e recebe R$ 14 por hora. O coman-dante Bonato acredita que elevando esse número o índice de procura por atividades paralelas diminua.

O tenente-coronel Erlo Pitroski, co-mandante do Grupamento de Super-visão de Vigilância e Guarda da BM,

explica que a contratação de um PM para vigilância privada tem seus prós e contras. “O soldado é uma pessoa muito melhor preparada, mas o custo-benefício não compensa. Como em-presário, eu não faria isso. Ele corre o risco de sofrer ações trabalhistas, pois não pode assinar a carteira.” Com rela-

ção ao policial, Pitroski conta que se ele for fla-grado em trabalho irre-gular pode sofrer uma punição administrati-va, que varia conforme o caso. O oficial diz que em Porto Alegre o número de PMs que fazem bico tem dimi-nuído devido à fiscali-zação frequente em ba-res e restaurantes, mas adianta que enquanto o Estado tiver o segundo

pior salário da categoria no país essa situação continuará existindo. “Eles precisam sobreviver, é apenas uma questão salarial”, completa.

O comandante do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Júlio Cé-sar Marobin, revela que muitos dos soldados não conseguem se manter em Caxias devido ao custo de vida da cida-de. Ele apresenta como possível saída para o problema a ampliação do pro-jeto Polícia Cidadã, no qual o PM fica inserido em uma comunidade e não tem a despesa do aluguel. “Temos de encontrar alternativas. A lei exige ativi-dade exclusiva, mas não atende plena-mente o servidor”, avalia. Outra opção citada por Marobin, que esteve à frente do comando do 12° Batalhão de Polícia Militar (BPM) por dois anos e meio, é a diminuição do contingente, que per-

mitiria um aumento salarial. “Acho que poderíamos ser menos e melhor valorizados. Aproximadamente 50% da atividade se ganha no número de militares e 50% na motivação. Se redu-zíssemos pela metade o policiamento, aumentaríamos os salários e igualaría-mos o potencial com a valorização do policiais”, sugere.

Seguindo esse raciocínio, o PM te-ria toda a sua energia dedicada ao trabalho da segurança pública. Maro-bin projeta que, além de não precisar fazer o bico, o brigadiano teria tempo para estudar e, com isso, até melhorar a sua compreensão sobre direitos hu-manos e crescer dentro da instituição. O resultado seria uma polícia menos truculenta e mais eficiente. “O PM é uma peça fundamental para a corpora-ção. Ser comandante é quase como ser um pai: dar ao policial o que ele preci-sa sem permitir que se desvirtue”, acredita.

A alternativa de

diminuição da tropa, se pode parecer inte-ressante por um lado, por outro geraria um grande problema. Para onde iriam a metade dos policiais militares em exercício? Prova-velmente, direto para o bico em tempo inte-gral, concorrendo com os seguranças formados. O presidente do Sindicato Profissional dos Vigilan-tes de Caxias do Sul, Claudiomir da Silva Brum, conta que há anos vem apresentando à Brigada Militar notas de repúdio sobre o trabalho irregular de PMs no ramo. Claudiomir reclama que, além de serem proibidos de rea-

lizar a função, os policiais cobram um preço mais baixo, pois, segundo ele, usam a estrutura do Estado. “Se você passar em frente a qualquer casa lotéri-ca vai ver que tem um brigadiano pres-tando serviço. Eles vendem o trabalho particular e passam com a viatura da Brigada. Assim, o custo se torna bem menor”, explica.

Conforme o sindicalista, os bicos feitos por brigadianos vêm provo-cando uma onda de desemprego na categoria. E Claudiomir sustenta essa afirmação com números: Caxias do Sul tem aproximadamente 3,5 mil vigilan-tes formados, e somente 1,5 mil estão empregados. Todos fizeram o curso de 120 horas-aula em 18 dias seguidos, realizado por escolas especializadas. Como resposta às queixas que fez à BM, o líder dos vigilantes diz que foi recomendado a denunciar os policiais

que fazem a atividade ilegal. Entretanto, ele afirma que esta não é a política do sindicato. “Não é nosso interesse bater de frente com es-ses policiais, inclusive por medo de retalia-ção”, justifica.

Apesar da insatis-fação dos vigilantes, a situação dos bicos na Brigada Militar não tende a mudar. É aceita pela comunidade e to-

lerada pelo próprio comando da cor-poração. Sem a possibilidade de um reajuste salarial significativo à vista, policiais continuarão trabalhando em dois turnos. De farda, por toda a socie-dade. Em traje civil, e ilegalmente, de-fendendo apenas quem tem dinheiro para contratá-los.

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“Todos sabiam qual seria o salário quando ingressaram na corporação. O bico é irregular e ilegal”, diz o comandante Bonato

“Poderíamos ser menos e melhor valorizados. Se reduzíssemos pela metade o policiamento, aumentaríamos os salários”, sugere Marobin

por ROBIN [email protected]

entar eleger dois deputados estaduais, o vice-prefeito Alceu Barbosa Velho e o vereador Vinicius Ribeiro, dividindo o apoio dos 10.905 filiados do Partido Democrático Trabalhista (PDT) – o maior da cidade em número de cor-religionários – e uma parcela dos vo-tos entre 310 mil eleitores caxienses, é uma escolha arriscada. Mas a disputa de Alceu e Vinicius vai ainda além de cadeiras na Assembleia Legislativa. O verdadeiro prêmio poderá ser entregue daqui a dois anos: a cabeça-de-chapa na eventual coligação com o PMDB nas próximas eleições municipais.

A briga entre os dois expoentes tra-balhistas na cidade esquentou com a decisão do diretório municipal de apresentar somente um nome, o de Al-ceu, para estas eleições. A indicação de Vinicius teve de vir pelo PDT estadual. Desde então, Alceu lança farpas pelo Twitter, questionando até o estado civil do adversário. Vinicius adotou a tática de não comentar o “fogo amigo”, mas o clima nos bastidores do partido, es-tampado também no rosto de ambos, é de constrangimento.

“Não tenho nenhuma dúvida de que o candidato que vale é o indicado pelo diretório municipal. O outro é um can-didato furão”, ataca Alceu. “Cada um luta com as armas que tem. Só estou me fortalecendo com esse episódio”, rebate Vinicius.

O desgosto de Vinicius com a situação tem raízes antigas. “Todas as conversas que o partido tinha desde 2006, mas principalmente depois da eleição de 2008, giravam em torno do projeto do PDT da minha candidatu-ra”, garante. Nas últimas eleições pre-sidenciais (2006), o vereador foi candi-dato a deputado federal – Kalil Sehbe se reelegeu deputado estadual – e, ape-sar de não ter vencido, conquistou vo-tação expressiva, 31.215 votos. Ape-sar disso, Vinicius diz que não queria uma cadeira na Câmara Federal. “Não era meu objetivo naquela eleição. Em 2004, fui o vereador mais votado em Caxias, e era o meu momento de con-correr a deputado estadual. Em nome de uma sugestão da juventude estadual e da Coordenadoria Regional do parti-do fui candidato a federal.” Na época, as conversas nos bastidores do parti-do de Brizola eram que em 2010 Kalil concorreria à vaga em Brasília, como de fato está fazendo, e Vinicius dispu-taria a Assembleia. No início de 2009, segundo o vereador, as discussões internas giravam em torno de cinco

candidaturas: a dele, a de Alceu e as de Gustavo Toigo, Pedro Incerti, ambos vereadores, e Edson Néspolo, chefe de gabinete da prefeitura. Vinicius acredi-ta que a troca da Executiva do partido, no mesmo ano, tenha contribuído para a sua não indicação.

De acordo com Alceu, a sua candida-tura foi “uma construção do partido”. “A ideia de me candidatar veio do meu partido. Essa ideia foi se alastrando e, de repente, isso foi levado ao diretório, porque tinha mais postulantes. Houve uma eleição no diretório e uma parcela que estava junto comigo entendeu que deveria ter uma candidatura represen-tando aquelas pessoas.” As pré-candi-daturas de Alceu, Vinicius e do verea-dor Gustavo Toigo se mantiveram até a conferência municipal do PDT.

Em 17 de março, o partido se reuniu para escolher sua nominata à Assem-bleia. O primeiro assunto votado foi se o PDT caxiense deveria apresentar um ou mais concorrentes ao cargo. Segun-do Alceu, 26 dos 45 votos (o líder do governo na Câmara, Pedro Incerti, foi o único com direito a dois votos) apon-taram que a sigla deveria ter só um candidato. Depois disso, foi escolhido o nome do representante. Alceu ven-ceu, com 25 votos. Vinicius foi indica-do por 13 votos e Toigo recebeu seis.

Apesar da derrota, Vinicius e Toigo não desistiram. No dia 28 de julho, o presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Júnior, veio a Caxias. Em uma reunião somente com Alceu, Vinicius e Toigo, Bolzan esperava colocar fim ao impasse, que já havia se tornado públi-co. “Achávamos que as três candidatu-ras eram inviáveis. O diretório estadual queria duas, e o municipal, uma. Toigo desistiu da candidatura logo no come-ço da reunião, foi o primeiro a falar”, revela o presidente.

“O diretório estadual veio a Caxias porque entendeu que três can-didaturas eram muito pesadas para a cidade. Foi uma conversa político-partidário-eleitoral. Pensando em pre-servar minha imagem, meu trabalho como vereador, e fazer com que o par-tido saísse o menos chamuscado pos-sível do período pré-eleitoral, resolvi retraçar meu planejamento. Na vida política, é preciso fazer escolhas”, justi-fica Toigo. Mas as chamas já haviam to-mado conta do PDT caxiense. Diferen-temente de Toigo, Vinicius perseguiu o desejo de ser candidato.

Apoiado pela juventude do partido e pela coordenação regional, Vinicius teve a candidatura aprovada pelo PDT gaúcho em 26 de julho. Tanto ele quan-to Toigo e Alceu afirmam que a deci-

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Querela trabalhista

INIMIGOS NA TRINCHEIRACandidatura dupla do PDT à Assembleia Legislativa expõe a disputa interna entre o vice-prefeito Alceu e o vereador Vinicius

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Alceu: “Não há eleitorado para os dois. Um pode dançar, ou os dois”

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são do diretório estadual é a que pre-valece. “A palavra final é do diretório estadual”, diz Toigo. “Várias instâncias indicam nomes para a convenção es-tadual e o encontro aprova os nomes ou não”, explica Vinicius. “O diretório estadual decide, mas quem conhece a aldeia são os índios, não os caciques. A candidatura dele foi uma imposição do diretório estadual que a gente tem que respeitar, porque a última palavra é deles”, conforma-se Alceu.

Mesmo assim, o PDT municipal continua apresentando Alceu como candidato preferencial. “O candidato oficial do diretório de Caxias é o Alceu. Praticamente 90% do partido – não somente o diretório, a militância tam-bém – estão com o Alceu. O partido está mais unido do que nunca”, garan-te o presidente do PDT caxiense, Luiz Carlos Muniz.

Muniz considera o pleito de Vinicius uma “candidatura avulsa”. “Ninguém é candidato de si mesmo. Existe uma entidade da qual tu fazes parte. Se não for assim, crie um partido e se coloque como candidato. Vinicius saiu muito chamuscado. Especialmente nós, os mais velhos, cobramos postura.” Ape-sar de dizer que “deve ser dado um passo de cada vez” e que “depende da votação nesta eleição”, o presidente projeta Alceu como candidato à prefei-tura em 2012, em uma parceria com o PMDB. “Hoje, a aposta do PDT é em cima do Alceu. Ele é o que melhor representa o partido.”

O vice-prefeito é mais cauteloso. “Eu sou candidato a deputado estadual porque esta é a eleição que tem hoje. Daqui a dois anos o meu partido vai decidir se vou ser candidato ou não. Mas todo candida-to que ganhar eleição se fortalece, todo que per-der, enfraquece”, anali-sa Alceu.

As consequências do desacordo in-terno, porém, são imediatas. O valioso tempo da propaganda política obriga-tória no rádio e na televisão, que co-meça na próxima terça (17), deverá ser atentamente cronometrado por Alceu e Vinicius. Cada um terá 10 segundos.

“É evidente que nós dois vamos dis-putar os votos do partido. Ter duas candidaturas enfraquece. Onde você já ouviu falar que dividindo fortalece? Penso que não há eleitorado para os dois. Penso que um pode dançar, ou os dois. E se fosse só um, era certo que se elegeria. Mas vou me eleger, com ou sem furão”, afirma Alceu. Ambos can-didatos pedetistas buscarão um eleitor diferenciado.

Vinicius confia em angariar votos dos jovens, dos idosos, dos movimen-tos esportivos e dos escoteiros. Alceu acredita que o movimento tradicio-nalista e aqueles que acompanharam seu trabalho nos últimos anos deve-rão votar nele. Reclama, porém, que a divisão interna também prejudicou a arrecadação de sua campanha. “Cla-ro que atrapalha ter dois candidatos. Quando você tem uma campanha só você é uma coisa. Por exemplo, tinha muita gente que ia dar dois, aí dá um

para cada um. Essa é que é a verdade. Fica mal para os dois”, queixa-se Alceu.

Dificuldades semelhantes às do PDT podem ser enfrentadas por outra sigla com dois candidatos a de-putado estadual, o Partido dos Traba-lhadores (PT). Concorrendo à reelei-ção, Marisa Formolo deverá dividir votos do eleitorado petista com o vere-ador Marcos Daneluz. A avaliação do partido, segundo Daneluz, é que exis-tem eleitores simpáticos ao projeto do PT que não votaram em candidatos da legenda para a Assembleia nas últimas eleições. “O Pepe fez 124 mil votos para deputado federal em 2006. Marisa fez 54 mil para estadual. Existem 70 mil votos para angariar”, calcula Daneluz. Ele afirma que a disputa interna pelas vagas ocorreu de forma tranquila. “Até existiam pessoas que entendiam que o melhor era ter apenas uma candidatu-ra. Mas não houve embaraço algum no processo.”

Marisa, porém, acredita que tendo só um candidato na região a possibi-lidade de vitória seria maior. “Gostaria que tivéssemos uma única candidatura porque o candidato, certamente, teria mais votos. O certo é que na história, quando o PT ou o PMDB lançaram candidato único, este se elegeu”, argu-menta. Apesar disso, Marisa afirma que não vê problemas em disputar vo-tos com outro petista.

“Ninguém de nós do PT vai se constranger com a campanha de outro companheiro. É importante manter as conquistas de 2006. O partido não decide se terá uma ou duas candidaturas, sempre trabalha com a ideia de ter candidatos que pos-sam ter vitórias”, diz a deputada. No PDT, no entanto, o clima é dife-rente.

“O partido precisa tomar cons-ciência de que não são duas candida-turas excludentes. Elas vêm a somar”, chama a atenção o presidente Bolzan. Os próximos dias devem seguir tensos entre os trabalhistas, mesmo que o pre-sidente municipal e o candidato Alceu desmintam que o PDT esteja dividido.

“O partido está unido, 90% comigo. Tem um candidato avulso indicado por Porto Alegre e o candidato do PDT de Caxias. É simples. As pessoas fazem essa divisão porque querem. Divisão seria se tivesse 20 para cada lado”, diz Alceu. “Sempre entendi que o melhor para o partido seria manter a vice-pre-feitura, ter um deputado federal e um estadual. A atitude que ele e o partido tomaram gera prejuízos tanto para o PDT quanto para o governo munici-pal”, critica Vinicius.

Até o dia 3 de outubro, no entanto, qualquer avaliação sobre as conse-quências da desavença interna estará contaminada pelo fervor eleitoral. O pleito deste ano deverá apontar – mui-to mais do que se algum dos pedetistas ocupará uma cadeira na Assembleia – o resultado de uma briga pessoal. E, também, o caminho para as próximas eleições municipais.

www.ocaxiense.com.br 1114 a 20 de agosto de 2010 O Caxiense

No PT, Marisa Formolo, que busca a reeleição, e o vereador Marcos Daneluz também dividem o eleitorado para a AssembleiaLegislativa

Vinicius: “A atitude gera prejuízos tanto para o PDT quanto para o governo”

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por RENATO HENRICHS, ROBERTO HUNOFF

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m uma sala no 4º andar de seu comitê central, em Porto Alegre, o candidato a governador do PT, Tarso Genro, rece-beu O Caxiense na tarde de segunda-feira (9). Ex-prefeito da Capital (duas vezes), ex-presidente do PT (chamado ao cargo para aplacar o escândalo do mensalão, em 2005) e ex-ministro (da Educação, das Relações Institucionais e da Justiça), o advogado são-borjense de 63 anos tenta pela terceira vez che-gar ao Piratini. Primeiro a atender o jornal, Tarso abre a série de entrevistas com candidatos ao governo estadual.

O governo Olívio Dutra (PT) ado-tou a estratégia de não incentivar a atração de grandes conglomerados empresariais, optando por estimular a economia solidária, de pequenos projetos, em especial no campo. Qual será a sua política nesse sentido?

O Estado tem condições de não só incentivar a economia solidária e fazer um vasto programa de agregação de valor à agricultura familiar como tam-bém de atrair grandes investimentos. Na época em que o Olívio governou a situação aqui no Estado era muito po-larizada. Havia uma visão do empre-sariado local de que as duas coisas se opunham. Na verdade, com as mudan-ças de paradigma no desenvolvimento econômico que o presidente Lula de-senvolveu, já ficou absolutamente de-monstrado que as coisas são compatí-veis e até complementares. Nós vamos atrair grandes investimentos, seja de fora do Estado, seja de fora do país.

O que o senhor acha da guerra de in-centivos fiscais entres os estados?

Temos que usar induções tributá-rias para combater os desequilíbrios regionais, gerar competitividade para nossas empresas e incentivar a inova-ção tecnológica. São os três elementos importantes para que não se pense que indução tributária é algo que você dá para alguém. Isso tem uma finalidade. E essas induções têm que ser acompa-nhadas no seu resultado para ver se ge-raram um ciclo virtuoso.

Induções quer dizer reduções?Quer dizer também, mas não só. A

guerra fiscal é deplorável, mas é uma realidade. É a mesma coisa que a glo-balização, tem o lado bom e o lado ruim. A guerra fiscal é boa quando você ganha. Quando gera crescimento em cima de uma batalha que travou com outro Estado. Mas é perversa e negativa porque tende também a es-vaziar a arrecadação estadual a partir da necessidade de criar essas induções ou isenções. A globalização é a mesma coisa. Tem o seu aspecto positivo, por-que gera uma socialização da tecno-logia, integração do desenvolvimento, abre mercados, mas também sufoca as economias locais quando elas não estão preparadas para reagir. O gover-nante precisa ter equilíbrio para saber que passo dar perante essas duas reali-dades, que são incontornáveis.

Quando o senhor fala em mudança

EO Caxiense entrevista

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“EU SOU MUITO PRAGMÁTICO”Candidato do PT ao Piratini, Tarso Genro, que articulou a aliança nacional com o PMDB, diz que é preciso “governar com os partidos e suas contradições”

de paradigma, significa que o gover-no Lula entendeu melhor isso?

Entendeu de uma forma superior a qualquer governo precedente. A eco-nomia brasileira nunca foi tão inter-nacionalizada como agora. O Brasil nunca tirou tanta vantagem da globali-zação, à medida que entrou nela com um projeto de desenvol-vimento, e não apenas recebeu seus efeitos, como no governo an-terior.

O próprio PT enten-deu isso melhor do que nos tempos do governo Olívio?

Acho que até os tu-canos entenderam melhor. A globali-zação tutelada pelo capital financeiro é um fenômeno recente. O desenvolvi-mento mais agudo começa no fim da década de 70. Primeiro, era vista como uma espécie de portal do paraíso, era vendida pelos neoliberais dessa forma. Depois, começou a se ver a globaliza-ção como um mal absoluto, e os paí-ses começaram a desenvolver políticas protecionistas de novo. A globalização não é nem um bem, nem um mal, é um fato histórico universal, e os países têm que saber entrar nela para amealhar a sua parte. Ou seja, compartilhar dela trazendo vantagem para o país.

Olívio se elegeu, em 1998, com um slogan que dizia que seu adversário era o pedágio e ele era o “caminho”. Mais adiante, remodelou os con-tratos de pedágio, mas manteve o modelo privado. Como o senhor vai convencer o eleitor de que não acon-tecerá o mesmo com a sua promessa de dar fim aos pedágios privados?

O que ocorreu no governo Olívio foi uma determinação judicial que pediu que ele fizesse algumas modificações importantes na época. Pretendo con-vencer o eleitor a partir da sensatez. Vou manter e respeitar os contratos, e, no curso desse respeito, o que me dá dois anos de prazo, vamos fazer uma discussão com as autoridades locais, prefeitos, empresários e movimento social, para adotar um outro modelo.

O senhor já tem uma ideia de que modelo é esse?

Temos três elementos importantes, que o próprio movimento de Caxias coloca. Primeiro é que a proposta seja ponto a ponto; segundo é que os pedá-gios sejam comunitários, tenham uma fiscalização direta dos Coredes (Con-selhos Regionais de Desenvolvimento); e terceiro, utilizar a experiência do go-verno federal nas licitações, que pro-porcionou preços até 50% menores do que os pedágios atuais. Agora, qual é a moldagem técnica adequada, isso tem que ser feito pelos técnicos, e não pelos políticos.

E esse modelo não vale para situações como Caxias-Farroupilha...

Não. Ali tem um elemento simbólico importante. Aquele pedágio se trans-formou no símbolo de um apartheid econômico e social. Aquele pedágio vai terminar. No modelo que nós propo-

mos, ele não vai existir. Esse é o com-promisso que nós assumimos.

Como o senhor vê a aliança do PT com o PMDB na candidatura Dilma-Temer? Coloca o senhor em uma po-

sição desconfortável? Não, eu fui um dos

autores dessa aliança. Quando fui coordena-dor político de governo, formei, sob a orientação do presidente, a alian-ça PT, PMDB, PDT, PC do B e PR, apenas para falar nos partidos mais conhecidos. A entrada do PMDB no governo se deu sob a minha coor-denação política, minha e do nosso candidato a

vice-presidente, Michel Temer. Essa é uma aliança nacional necessária, por-que ninguém governa sem o PMDB, sem o centro. A não ser que vá gover-nar com o antigo PFL, como quer fa-zer o Serra e como fez o governo FHC. Nós preferimos uma aliança contradi-tória com o PMDB, que é um partido centrista, do que ficar subordinados ao César Maia e ao Jorge Bornhausen (lí-deres do DEM, antigo PFL).

Na entrada do PMDB no governo o senhor já pensava em tê-lo como vice à presidência?

Sim. O PMDB deve ter o vice na chapa porque é a única forma de se comprometer, de se integrar de maneira plena ao governo e de reforçar sua fun-ção de fiel da balan-ça centrista. O Brasil precisa de um forte partido de centro, nacional, mas homogêneo. Homoge-neidade que o PMDB ainda não tem, mas deve perseguir. Ter um vice-presi-dente vai permitir que o PMDB, a mé-dio prazo, se transforme em um par-tido centrista estável e mais coerente.

Mas essa aliança não é por demais contraditória, já que envolve pee-medebistas como José Sarney, Renan Calheiros e Jader Barbalho?

Mas e qual é o outro partido que pertenceria a uma aliança que não te-nha lideranças glosadas, criticadas e contraditórias como essas? Não existe. Como disse o presidente Lula, “eu te-nho que governar com os partidos que estão aí”, com os partidos que elegem pessoas e adquirem posição de força no Congresso. Para não governar as-sim, só numa ditadura. Tem que se go-vernar com os partidos e suas contra-dições. Aliás, todos os partidos têm as contradições internas, não só o PMDB.

Até o PT?Passamos por uma crise política nos

dois primeiros anos do presidente Lula que mostrou que temos contradições também. Eu tive um papel de bombei-ro relativamente importante naquela oportunidade. Com isso não estou dizendo que qualquer um daqueles companheiros seja culpado de algum

delito, e nem que esses que você citou sejam.

Mas também não são inocentes...Não cabe a mim julgar isso. Estou

dizendo que são figuras que se torna-ram contraditórias no cenário político nacional, e isso é natural em todos os partidos.

Essa aliança não implica em uma oposição diferenciada ao PMDB no Estado, onde o PT é seu adversário histórico?

É que no Rio Grande do Sul o PMDB se tornou o centro de referência anti-PT, anti-esquerda. Hoje o PMDB está dentro do governo Yeda. Não é de gra-ça que o governo mais desastrado que ocorreu aqui tenha sido do PMDB na época do Britto (Antônio Britto, hoje no PPS). Isso gera essas contradições, transformando o PMDB no centro da articulação de centro-direita e o PT no coordenador da frente de centro-esquerda aqui no Estado.

Se a eleição fosse hoje, segundo o Ibo-pe, o senhor e José Fogaça (PMDB) iriam para o 2º turno. Como é que o senhor pretende assegurar uma vitó-ria no 2º turno?

As pesquisas também dizem que no 2º turno eu já teria maioria, entre 4 e 8

pontos.

Mas de qualquer modo teria que haver aliança com outro candidato.

Ah, mas certamente nós vamos fazer. Não ne-cessariamente com outro candidato, mas com ou-tras expressões políticas. Temos uma tradição, por exemplo, de ter uma alian-ça muito forte com setores do PP no interior, que são profundamente ligados à

pequena agricultura, gostam do gover-no Lula e nos apoiam. Temos que pro-curar também os partidos que ficarem fora do debate, lideranças que tenham simpatia pelo nosso programa. É assim que iremos atuar, até para já ir moldan-do uma maioria na Assembleia.

Qual é a diferença do Tarso Genro de 2002 (ano de sua última disputa pelo Piratini) para o Tarso Genro de 2010?

Acho que hoje todos somos outros, porque o Brasil é outro.

E o Rio Grande do Sul é outro?

Também, com suas grandezas e mesqui-nhezas, debilidades e centros de progres-so. O presidente Lula mudou o paradigma da política brasileira. Mostrou que é possí-vel construir consenso dentro de uma certa diversidade, crescer distribuindo renda, sem cair naquela visão financeirista de que a estabilidade se consegue apenas através da recessão econômica. O Con-selho de Desenvolvimento Econômico e Social que o presidente organizou, e eu fui o grande gerente dele nesse

processo, é também uma mudança de paradigma importante. Eu me sinto muito mais maduro, e acho que o Rio Grande está mais maduro para crescer no ritmo do Brasil e com as mesmas pretensões.

O PT cresceu com várias tendências internas. A questão de tendência já é uma fase superada no partido?

Não é superada, apenas muda sua conformação. As tendências foram im-portantes até que o PT conseguiu cons-tituir um corpo político majoritário com um programa viável e capaz de ti-rar o país da letargia. Hoje o que existe no PT é mais movimento do que ten-dências. Até porque, com muitos man-datos parlamentares, as tendências se tornam um pouco velhas. Os manda-tos têm a sua lógica própria e é difícil que funcionem de uma forma harmô-nica dentro das tendências respectivas. Tem disputas eleitorais que os manda-tos têm que fazer. Se não fizerem, desa-parecem, aquelas pessoas deixam de se eleger. Eu integro hoje um movimen-to nacional chamado Mensagem, que detém a Secretaria Geral do partido e ajudou a mudar a correlação de forças internas.

O que o senhor achou da da Dilma no primeiro debate presidencial?

Contrariamente ao que estão dizen-do os analistas, acho que os dois se saí-ram bem, tanto o Serra como a Dilma. Mas isso favoreceu a Dilma, porque ela é quem está na frente. O debate não trouxe nenhum prejuízo para a candi-datura da Dilma...

Mas se o senhor tivesse gostado mes-mo do desempenho dela iria dizer que só trouxe benefício, não que não trouxe prejuízo.

Eu sou muito pragmático em termos políticos. Tenho que olhar um debate a partir da questão eleitoral. São estilos diferentes. Nenhum dos dois tem o ca-risma, o treino político ou a capacida-de de verbalização do Lula. Ambos são políticos de alto nível, mas com uma linguagem mais técnica, o que leva a este debate equilibrado.

O senhor acredita no déficit zero do Rio Grande do Sul, confia nisso para ter condições de receber um Estado em condições de governabilidade?

Só se eu tivesse como te responder o seguinte: este déficit zero que está aí

é déficit na saúde, na educação, na seguran-ça... Dívidas que o go-verno tem com a saúde, quase R$ 2 bilhões, por não cumprir as normas constitucionais. Uma coisa é você defender a sanidade fiscal do Es-tado, que todos nós de-fendemos, e outra é di-zer que as coisas estão resolvidas. Não estão. Na verdade, apenas não se pagou coisas, então

se manteve um certo equilíbrio. Temos que conseguir uma sanidade fiscal com o Estado crescendo.

www.ocaxiense.com.br 1314 a 20 de agosto de 2010 O Caxiense

“A globalização não é nem um bem, nem um mal, é um fato histórico, e os países têm que saber entrar nela para amealhar a sua parte”

“Preferimos uma aliança contraditória com o PMDBdo que ficar subordinados ao César Maia e ao Jorge Bornhausen”

“Aquele pedágio (de Farroupilha)se transformou no símbolo de um apartheid econômico e social. No modeloque propomos, ele não vai existir”

Online | Ouça trechos da entrevis-ta em www.ocaxiense.com.br

por GRAZIELA ANDREATTA

presidente da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan), com sede em Caxias do Sul, não mora em Caxias. Ele também não vive em ne-nhuma das 11 cidades onde a entida-de tem filiais e postos de atendimento. Emilio de Oliveira, que assina todos os documentos e balanços da empresa, reside em Jacarezinho, município de 40,5 mil habitantes do interior do Pa-raná, a 880 quilômetros daqui.

Na cidade onde mora, Emilio é vi-gilante e técnico em segurança. E diz, com orgulho, que atua na área há 30 anos. Já trabalhou como vigia na Câ-mara de Vereadores e na agência da Caixa Econômica Federal da cidade. Hoje presta serviço em uma empresa privada no turno da noite. É isso mes-mo: o presidente da milionária Aa-pecan, que arrecadou pelo menos R$ 7.758.464,51 – conforme os balanços de sua sede, em Caxias, e de cinco de suas filiais no Estado –, é vigilante no-turno. No Paraná.

Evangélico, Emilio diz que frequen-ta os cultos da Igreja Quadrangular e costuma doar dinheiro à Legião da Boa Vontade (LBV) e a uma entidade da re-gião de Jacarezinho que ajuda pessoas com problemas relacionados a álcool e drogas. Para o vigilante, a Aapecan é mais uma das organizações que auxilia sem receber compensação financeira pelo trabalho, afinal, a diretoria da as-sociação não é remunerada.

O presidente da entidade caxiense nunca morou em Caxias, fez toda a vida em Jacarezinho, onde já concor-reu duas vezes, sem sucesso, a vereador. Emilio conta que conheceu a Aapecan “através de um amigo”, que teria lhe entregue materiais gráficos e o incen-tivado a conhecer o trabalho realizado com os doentes. “Tivemos reuniões em Caxias e eu sugeri que quando surgisse uma vaga na diretoria eu estaria dispo-nível para trabalhar.” E, simples assim, virou presidente.

Ele não acompanha de perto o tra-balho da entidade que preside, obvia-mente, porque mora no Paraná. Mas diz que fica a par de tudo nas viagens que faz a Caxias. Também não sabe precisar com que frequência se deslo-ca para cá, mas garante que está aqui “sempre que precisa”. Diz que participa de reuniões com o contador, a diretoria e os pacientes, e não se incomoda com as idas e vindas, pois “quem não vive pra servir não serve pra viver”.

Emilio atendeu O Caxiense gentil-mente. Nas duas vezes em que foi con-tatado, por telefone, respondeu a todas as perguntas e se despediu com um “Deus te abençoe”. Mas, apesar dessa aparente disponibilidade, localizá-lo não foi fácil, porque a própria Aapecan não quis fornecer seu telefone nem seu endereço. O diretor executivo da Aa-pecan, Paulo Siqueira Vasques, jamais mencionou ao jornal que o presidente morava no Paraná e participava pouco do dia a dia da organização.

Emilio afirmou desconhecer as re-portagens d’O Caxiense sobre a Aa-pecan. Disse também que não conhece todos os membros da diretoria. “Pare-ce que teve uma troca ali, mas eu não sei quem assumiu”, justificou. Duran-te a entrevista, lembrou-se apenas do vice-presidente, Odanir Antonio To-mazzo, que morreu em maio, vítima de câncer – Tomazzo era escritor e ocupa-va uma cadeira na Academia Caxiense de Letras, que chegou a presidir entre 2003 e 2007. Emilio não soube dizer à reportagem os nomes do tesoureiro e do secretário da entidade que preside.

O presidente da Aapecan também alegou desconhecer outras informa-ções importantes a respeito de funcio-nários, como o supervisor de recursos humanos, Cláudio Ciusz, que chegou a ser preso em 2006 sob suspeita de in-tegrar uma quadrilha responsável pelo desvio de pelo menos R$ 30 milhões de duas organizações não governamentais que atuavam no auxílio a pessoas com câncer no Paraná.

As ONGs eram o Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (GAPC) e a Associação Brasileira de Assistência a Pessoas com Câncer (Abrapec), que mantinham 50 filiais em todo o Brasil e usavam um sistema de telemarketing para arrecadar dinheiro, exatamen-te como faz a Aapecan. Na época, 16 pessoas foram presas e indiciadas. Ciusz era o chefe de arrecadação das organizações em Foz do Iguaçu. Ele ficou preso alguns dias e depois foi li-berado. Mas o processo foi remetido ao Ministério Público de Curitiba, que denunciou Ciusz, junto com os outros indiciados. O caso tramita na 2ª Vara Criminal da capital parananse.

Ciusz conversou com O Caxiense por telefone, mas apenas por alguns minutos. Disse que veio para Caxias porque gosta de atuar em ONGs. Mas não quis falar sobre a prisão no Para-ná, por entender que o fato “não vem ao caso”. A entidade para a qual Ciusz trabalha hoje nunca demonstrou ter arrecadado R$ 30 milhões, como as ONGs paranaenses. Mas somente a matriz, em Caxias, captou no ano pas-sado R$ 3.083.160,52 em doações da comunidade e alguns eventos. Apenas 1/3 desse total foi gasto em filantropia.

Por causa da alta arrecadação e das queixas de pessoas que não gostam da abordagem das atendentes de telemar-keting para pedir dinheiro, a entidade passou a ser objeto de duas investi-gações. Uma delas foi realizada pelo Conselho Municipal de Assistência Social, que produziu um relatório no qual aponta problemas na prestação de contas da Aapecan. O documento foi entregue ao Ministério Público Esta-dual. O segundo procedimento foi ins-taurado pelo próprio MP, que remeteu o caso a Porto Alegre, onde está sendo apurado pela Promotoria Especializa-da Criminal. Na quinta-feira (11), em sua reunião ordinária, os conselheiros decidiram procurar novamente o MP para obter informações sobre o anda-mento da investigação.

Nesse mesmo dia, o Conselho Mu-nicipal de Saúde também se reuniu e decidiu anular o atestado de pleno e regular funcionamento que havia sido concedido à Aapecan pelo presidente do órgão, Paulo Cardoso Alves. Como ele havia assinado o documento sem consultar os demais conselheiros, a certificação foi considerada inválida.

A secretária municipal da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi, também apresentou um estudo realizado pelo departamento jurídico da Secretaria a respeito da Lei 12.101, regulamentada em 20 de julho deste ano, que rege a filantropia no país. Segundo a análise, a Aapecan não poderia ser considerada entidade de saúde nem que o Conselho tivesse aprovado. “Para ser entidade de saúde tem que ter convênio com a Se-cretaria Municipal de Saúde e ofertar serviços do Sistema Único de Saúde em um percentual mínimo de 60%. Não tenho absolutamente nada contra a Aapecan, mas de acordo com a lei em vigor no país hoje ela não é uma enti-dade de saúde”, diz Maria do Rosário.

O atestado de pleno e regular funcio-namento não dá às entidades nenhum tipo de vantagem tributária. Mas é um pré-requisito importante para que elas possam, por exemplo, concorrer a ver-bas públicas. É também um documen-to necessário para que uma empresa possa requisitar ao Ministério da Jus-tiça o certificado de filantropia, o que lhe daria vantagens no pagamento de impostos.

O presidente da Aapecan, Emilio de Oliveira, afirmou que telefonaria ao diretor executivo, Paulo Siqueira Vas-ques, para buscar mais informações sobre os fatos que ele diz desconhecer em relação à entidade. Também se co-locou à disposição da reportagem para conversar assim que vier a Caxias. Só não prometeu uma data para a entre-vista, porque, segundo Emilio, já es-tamos no mês de agosto e este ano ele não deve mais vir à cidade, “a menos que tenha alguma emergência”.

O

Lucro filantrópico

VIGILANTE, MASNEM TANTO

Presidente da milionária Aapecan mora no interior do Paraná, a 880 km de Caxias, onde trabalha como vigia noturno

14 14 a 20 de agosto de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Com um serviço profissional, composto por 20 atendentes de telemarketing e 13 motoboys para coletar doações, entidade arrecadou R$ 3 milhões dos caxienses em 2009

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por VALQUÍRIA [email protected]

uando a vinícola Don Giusepp foi cha-mada para receber cinco premiações na noite do Concurso dos Melhores Vinhos de Caxias na quarta-feira (11), Anselmo Pelicioli Cembrani, de sete anos, terno e sapato pretos, e dois den-tes da frente faltando, pegou um dos prêmios, foi até a beira do palco e er-gueu o troféu com as duas mãos num gesto que lembrou o babuíno erguendo Simba no filme O Rei Leão.

O pai de Anselmo e proprietário da Don Giusepp, Edson Antônio Cembra-ni, fala rápido, gesticula muito, e quase a cada frase cita o apoio da família para o sucesso da vinícola que mais recebeu prêmios nesta 13ª edição do concurso. Foram dois troféus de ouro, para vinho branco de mesa e tinto vinífera, e três troféus de prata, para rosado de mesa, branco vinífera e tinto vinífera engar-rafado. “A gente está sempre entre os melhores. Ninguém gosta do segun-do lugar, verdade seja dita. Fazemos tudo com qualidade, desde o parreiral. Em todos os segmentos tem que ver o produto como um filho. É o teu nome que está no mercado”, diz Cembrani. A cantina familiar, que fica em For-queta, produz vinhos de mesa (pro-duzidos com uvas comuns) e vinhos finos (produzidos com uvas viníferas). Como trabalha com os dois segmen-tos, Cembrani diz que sente-se seguro em afirmar que se tivesse ficado ape-nas no ramo dos vinhos de mesa, não teria se mantido no mercado. “Porque tem uma grande parcela do público que busca o que tem de melhor, que está tendo paladar mais apurado para vinhos viníferas”, explica. A projeção

da Don Giusepp é continuar investin-do nos vinhos finos e nos espumantes, mas Cembrani diz que sabe das dificul-dades: “O mais difícil hoje é vender. O trabalho na conquista do mercado é de formiguinha. São muitos concorrentes e somos uma marca nova, que surgiu em 2006”, explica.

Nesta edição do Melhores Vi-nhos – evento realizado todo ano pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com a Rede de Viníco-las de Caxias do Sul (Revinsul) – foram analisadas 229 amostras, de 55 canti-nas, em sete categorias, entre elas, o suco de uva. Quem recebeu troféu de ouro somou pontos superiores a 90. Troféu de prata foi entregue para quem ficou entre 85 e 89.5, e bronze para 80 e 84.5. As amostras foram avaliadas por 32 enólogos.

Élio Damir Bampi, proprietário da vinícola que leva seu sobrenome, espe-cializada em vinhos de mesa, recebeu quatro prêmios no concurso (ouro para vinho branco de mesa e tinto vinífera, e prata para branco vinífera e tinto vi-nífera engarrafado). Bampi se orgulha de ter sido premiado desde o primei-ro concurso. “Ano passado recebemos cinco medalhas de ouro”, diz, sorrindo. Ele atribui o reconhecimento à boa matéria-prima – 40 mil m² de parrei-rais cobertos no interior de Forqueta – ao cuidado e dedicação na elaboração do vinho, feita pelo próprio filho, e aos serviços de um bom enólogo. Delto Garibaldi, responsável técnico pelos Vinhos Bampi, foi o enólogo destaque desta edição. O prêmio é atribuído ao enólogo responsável pela amostra com a maior nota no concurso.

Para Bampi os vinhos em Caxias me-

lhoraram consideravelmente. “A gente sabe que tem vinho bom. É que nem por um time bom para jogar e vencer a partida. Por isso para nós não foi sur-presa hoje. Quem não tem vinho bom, tem que patinar, porque as empresas não vão querer engarrafar”, diz o pro-prietário, cuja produção de vinhos é vendida quase inteiramente a granel.

O enólogo Nelson Rotta Ran-don gosta tanto de vinhos que a grava-ta que escolheu para assistir a premia-ção tinha desenhos de garrafas, uvas, folhas de parreira e saca-rolhas. Ele diz que o vinho caxiense está resgatando o poderio e a qualidade que tinha antiga-mente. “Hoje a tecnologia voltou às pe-quenas cantinas que haviam esquecido de progredir. Estamos nos assemelhan-do aos bons vinhos do Velho Mundo, como França e Itália.”

O investimento se reflete na quali-dade dos vinhos, segundo Randon, a ponto de ficar “difícil premiar poucos”: “Temos vinhos aqui que na avaliação nacional despontam entre os 15 me-lhores há vários anos. Além disso, o concurso aumenta o interesse em en-garrafar, o que significa mais ganhos”.

A melhora na qualidade do vinho, segundo o enólogo André Gasparin, foi uma obrigação às empresas que quiseram manter-se no mercado. “A vitivinicultura no geral evoluiu bastan-te com a abertura do mercado e Caxias também acompanhou. A dificuldade ocorre pela antiguidade do mercado mundial do vinho, que precisa ter pa-drão de qualidade, clientela e preço”, diz ele, ressaltando as dificuldades em manter-se entre a concorrência, prin-cipalmente entre os importados – que não precisam carregar carga tributária

tão pesada quanto os vinhos daqui. Para o presidente da Revinsul, Caxias tem empresas apostando forte nos espumantes e nos sucos de uva, dois mercados, segundo ele, em franca as-censão: “Mas por enquanto. Sabemos que vai saturar. Quem não estiver bem preparado vai sofrer mais”, prevê Gas-parin.

Na opinião do enólogo Luiz Antenor Rizzon, que coordenou a banca dos avaliadores do concurso, falta em Caxias uma identidade para o vinho. Hoje há muitos produtores vendendo uvas para cantinas, e Rizzon propõe um modelo diferente: que eles produzam também o binho. “A gran-de quantidade de variedade lançada no mercado não faz com que a gente tenha identidade do nosso vinho. Prin-cipalmente dos vinhos finos. Quando se começa a conhecer, muda de varie-dade. Eu acho que teria que se buscar qual uva que se adapta bem, qual a aptidão enológica da região. Essa bus-ca da identidade é o maior desafio da nossa vitivinicultura.” Para ele, um vi-nho produzido na Terceira Légua, por exemplo, tem características que não existem em vinhos de nenhum outro lugar do mundo, e são justamente es-sas peculiaridades que precisam ser buscadas. “Produzimos vinhos de uma maneira geral. E o vinho realmente são uma bebida distinta. O que faz dele di-ferente é essa identidade”, diz.

Despertar nos vitivinicultores o or-gulho de saber que seu produto tem qualidade suficiente para ser premiado é o objetivo do concurso dos Melhores Vinhos, um primeiro passo para bus-car esse reconhecimento que almeja Rizzon.

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Melhores Vinhos

INCENTIVO QUEVALE OURO

Concurso estimula cantinas a aprimorar seus produtos e a buscar a identidade vinícola que Caxias ainda não tem

www.ocaxiense.com.br 1514 a 20 de agosto de 2010 O Caxiense

Anselmo comemora os cinco troféus dos vinhos Don Giusepp, resultado do trabalho cuidadoso do pai Edson: “Em todos os segmentos tem que ver o produto como um filho”

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Vasco Machado| Costeando o Rio Uruguai |

Na obra de Vasco Machado, marcada pelo regionalismo gaúcho, os hábitos do homem do campo, o cenário dos pam-pas e os detalhes do cotidiano são temas recorrentes. Nesse óleo sobre tela, três gerações passam lentamente pelo Rio Uruguai. Nas telas de Vasco, costuma-se andar devagar, um jeito de conseguir capturar a paisagem e aprisionar o tempo.

fosse rio cortariaa face jovem que ali se espelhafosse rio cortariaos pés dos pés de salso chorãoque ali declinam a sede

fosse o rio cortariaao meio-diaos cascos dos cavalosa ponta das esporaso áspero das botas

fosse rioinsistiriana face do jovemque agora se inclinacomo um chorão sobre a águainsistiriasobre as ramas da beira

sentiria os pés cansados a movere a sombra e a luz amareladentro de si, rio âmbare como âmbaracolheria este corpotragaria o pálido jovemacolheriasuas modestas incertezascomoum cardume de dúvidascomoo movimento de folhas aquáticascomoas pedras cegas do fundoe a mancha deixada lá por uma estrela

Do livro Fim das coisas velhas, edito-ra Modelo de Nuvem, 96 páginas, R$ 20. Leia a resenha na página 19.

PONTE SOBRE O RIO ADAGApor MARCO DE MENEZES

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16 14 a 20 de agosto de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

por CÍNTIA [email protected]

dito popular que uma imagem vale mais do que mil palavras nunca esteve tão em voga. Com a fotografia digital tudo permite-se ser clicado, registra-do, corrigido e divulgado com velo-cidade impressionante. Ou deletado. O mercado também é amplo, criando possibilidades dessa geração de ima-gens para diversos segmentos. Moda, publicidade, eventos, filmes, jornalis-mo. Incontáveis possibilidades à dis-tância de um clique. Para discutir o avanço da fotografia digital e celebrar a memória da fotografia analógica, Caxias dedica uma semana inteira na sua programação cultural. Iniciativa que merece ser documentada.

De acordo com a fotógrafa Liliane Giordano, o mercado está em franca expansão. Ela trabalha com cursos de fotografia e conta que a procura e a quantidade de alunos é grande. “Quatro ou cinco alunos vão montar seus próprios estúdios”, diz, para comprovar esse crescimento. Li-liane afirma que esse avanço se deve à facilidade de informação. “As pes-soas estão vivenciando esse mundo praticamente 100% visual. Uma foto transmite e resume uma informação”, diz Liliane. Muitas atividades são ofe-recidas para responder à procura por atualização. “Há para todos os públi-cos e todos os gostos.” O diferencial é a busca por equipamentos, que não se resumem a uma simples câmera digital amadora, mas sim a amadoras avançadas, semi-profissionais e até as profissionais em si, o que resulta em alto investimento. Com isso, a linha entre o hobby e a adoção da fotogra-fia como meio de vida torna-se mais tênue. A própria Liliane é exemplo. Ela conta que depois de 17 anos entre computadores, após se formar em In-formática, decidiu se dedicar ao que sempre gostou. “Com o primeiro sa-lário do meu primeiro emprego com-prei uma câmera.”

Amor a essa arte também mo-tivou o bancário Joel Jordani, falecido neste ano, quando começou a desen-volver paralelamente suas atividades fotográficas em 1975. Ele foi um dos fundadores do Clube do Fotógrafo Amador. Segundo seu filho, Guilher-me Jordani, o que era inicialmente um passatempo abriu caminho para o mercado. “Ele era solicitado pelo olhar diferenciado, singular. Era um verdadeiro apaixonado. No acervo dele há desde nu artístico a macro de flores e insetos.” Joel teve os passos seguidos pelo filho, sempre envolvido e acompanhando o pai, que conside-

ra um grande artista. “Ele dizia a foto era a expressão do espírito dele, da sua liberdade”, diz Guilherme.

Outro fundador do Clube do Fotó-grafo é Aldo Toniazzo, que responde pelas fotografias do projeto Elemen-tos Culturais da Imigração Italiana no Nordeste do Rio Grande do Sul (Ecirs), da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Para ele, a fotografia é muito mais importante como do-cumento do que arte. “Mas quando podem ser arte? Eis a questão. Tem muito camarada que aperta botão e se acha artista. Fotografar é registrar a memória.” Admirador dos velhos tempos, ele conta que a fotografia analógica é muito mais interessante, pelo trabalho criterioso que exige. “Tinha que saber fotografar, se es-pecializar mais... Porque não tinha como saber o resultado na hora. Hoje se está bom, está bom, se não, deleta.”

No Instituto Memória Históri-ca Cultural (IMHC), que ampara o Ecirs, há uma exposição com algu-mas de suas fotos tiradas por conta do projeto. Toniazzo explica que o seu trabalho é realizar um levanta-mento cultural. “Andei no interior, meio do mato, peral, lugares perigo-sos. Numa dessas até caí numa cova em um cemitério. Nem sei se tinha alguém dentro, quando vi já estava fora”, brinca. Ele aponta uma foto de alguns baldes onde se armazena-va água, bacias e uma espécie de pia rústica de cozinha, característica da colônia. “Tu não conhecia né? Se não fosse a foto tu não ia saber como é”, explica. Toniazzo classifica a foto-grafia contemporânea como volátil, referindo-se à manipulação e armaze-namento digital. “Hoje a fotografia é mentirosa. Foto é documento, para o bem ou para o mal.”

Quem viveu a fotografia na cidade foi Mauro de Blanco, atual-mente com 87 anos. Ele veio para Caxias como retocador de fotos, a convite de Giacomo Geremia. Como fotógrafo, diz que “passou por tudo”: moda, jornalismo, crianças, eventos e fotografia industrial. Hoje, ele quase não sai de casa, diz que “a carga dos anos” o impede, e abandonou a fo-tografia. “Eu não enjoei dela, ela que enjoou de mim!”, brinca. O mercado atual lhe causa estranheza. “Qualquer um se estabelece e diz que é fotógrafo, qualquer um diz que é professor. Está tudo diferente.” Para Mauro, tudo está muito acessível, com câmeras em te-lefones, máquinas minúsculas que até crianças usam. “A fotografia tradicio-nal acabou”, sentencia.

Para celebrar essa atividade, sera realizada, de 16 a 22 de agosto,

a primeira Semana da Fotografia. De acordo com uma das organizadoras, Carine Turelly, da Unidade de Artes Visuais da Secretaria Municipal de Cultura, a programação vai oferecer eventos gratuitos e abertos ao públi-co. O primeiro dia, terça-feira, terá uma reunião do Clube do Fotógra-fo na sala de cinema do Ordovás, às 19h30, onde os membros debaterão a XXVI Bienal de Arte Fotográfica Bra-sileira em Preto e Branco, realizada de 4 a 6 de junho, e mostrarão alguns de seus trabalhos.

Na quarta, às 19h30, a mesa redon-da formada pelas professoras Cleodes Maria Piazza Julio Ribeiro e Silvana Boone e pelo fotógrafo Aldo Tonia-zzo terá como tema Fotografia – do-cumento, estética e memória. No dia seguinte, será realizada uma edição especial do Caminhos da Memória, a partir das 19h, saindo do Museu Municipal. A caminhada percorre os prédios históricos do Centro para que os participantes possam fotografar.

Na sexta, das 19h às 22h, é vez de uma oficina de light painting, técnica em que se desenha com uma luz, ge-ralmente lanterna, em um ambiente escuro e com tempo maior de expo-sição da máquina fotográfica, minis-trada por Myra Gonçalves e Liliane Giordano. Será na Casa das Oficinas, na Estação Férrea, com vagas limita-das, apenas 30. No sábado, das 8h às 12h, a oficina também fica por conta de Myra Gonçalves e Liliane Giorda-no, com 20 vagas para interessados em aprender sobre Revelação Fotográ-fica em Preto e Branco, no laboratório do Cetel – Bloco T, na UCS.

De acordo com Carine, a progra-mação busca atingir várias públicos. “Não pode ficar aquém da comunida-de.” A ideia é partilhar um olhar his-tórico e significativo da cidade, para fomentar a linguagem da fotografia em Caxias. Para o presidente do Clu-be do Fotógrafo, Adriano Soldatelli, a oportunidade é ideal para resgatar um pouco do que a fotografia repre-senta na história como memória. Fo-tografias que traduzem a história da cidade são, segundo Soldatelli, regis-tros que ninguém apaga. “Mostram a evolução da cidade. A diferença é brutal. E mostrar é diferente de só fa-lar. Sem as fotos, ninguém saberia se algo é verdade.” Segundo Soldatelli, “um simples registro pode marcar uma época.”

Fotografias marcam espaço, tempo, local. Marcam sentimentos, sensa-ções, desejos. O mestre Henri Car-tier-Bresson, definiu perfeitamente a missão de quem tem uma lente entre o olhar e o seu objetivo: “fotografar é colocar na mesma linha de mira a ca-beça, o olho e o coração”.

O

Acervos em transição

TECNOLOGIA DIGITAL,MEMÓRIA ANALÓGICASemana da Fotografia realiza oficinas e debate a estética e a im-portância do registro fotográfico como documento histórico

www.ocaxiense.com.br 1714 a 20 de agosto de 2010 O Caxiense

Remy Bisol revelou a foto de um teste de flash no seu estúdio, em 1965. Em tempos

digitais, essa fotografia provavelmente teria sido excluída dos arquivos

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l Cinema Paradiso | Drama. Quinta (19), 15h | Ordovás

Para comemorar o aniversário de um ano do projeto Matinê às 3, este clássico italiano onde homem volta à cidade natal e relembra seu crescimen-to e envolvimento com o cinema. 14 anos, 123 min., leg..

l O Aprendiz de Feiticeiro | Aventura. 14h, 16h30, 19h e 21h20 | Iguatemi

Feiticeiro combate o mal diretamen-te de Manhattan. Para ajudá-lo contra arqui-inimigo, ele recruta jovem para aprender tudo o que sabe. Dirigido por Jon Turteltaub. Com Nicolas Cage e Monica Belucci. 10 anos, 101 min., dub..

l O Pequeno Nicolau | Comédia. Quinta (19) a domingo. 20h | Ordovás

Inspirado em uma história em qua-drinhos francesa, filme fala de me-nino que se apavora ao pensar que a mãe está grávida e o novo irmãozinho tirará toda a atenção que lhe é dada. Dirigido Laurent Tirard. Com Maxi-me Godart e Valérie Lamercier. Livre, 91 min., leg..

l Os Mercenários | Ação. 14h10,

16h40, 19h10 e 21h15 | IguatemiJunte astros de filmes de ação que

protagonizaram clássicos como Ram-bo, Mestres do Universo, Duro de Matar, Carga Explosiva, Extermina-dor do Futuro, Romeu tem que mor-rer etc. com Mickey Rourke e uma atriz brasileira (Gisele Itié) para lem-brar que o conflito do filme tem algo a ver com a América Latina. Filmado no Brasil. Nenhum macaco foi mal-tratado ou dado de presente durante as filmagens. Dirigido por Sylvester Stallone. Com Sylverster Stallone e Ja-son Statham. 16 anos, 90 min., leg..

AINDA EM CARTAZ – Boleiros, era uma vez o futebol. Comédia. Sábado, 15h. Cinema AD. Ordovás | Eclip-se. Aventura. 21h30 (dub.). Iguatemi. 20h. Domingo, 17h30. (dub.). UCS | Meu Malvado Favorito – 3D. Anima-ção. 13h30, 15h40, 17h50, 20h e 22h. Iguatemi | Meu Malvado Favorito. Animação. 13h40, 15h50, 18h e 20h10. Iguatemi | O Segredo dos Seus Olhos. Drama. 20h. Ordovás | Salt. Ação. 18h40 e 22h10. Iguatemi | Shrek Para Sempre. Animação. 14h20 e 16h20. Iguatemi | Toy Story 3. Animação. 16h30. Domingo, 15h30. UCS |

INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Prefe-

rencial) e R$ 6 (meia entrada, crian-ças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Ho-rários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Indus-trial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, pro-fessores e funcionários da UCS). Ho-rários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255. | Or-dovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316 | Sesc: Entrada franca. Moreira César, 2.462. 3221-5233.

l A Comédia dos Erros | Quinta (19), 20h |

Adaptada de Shakespeare, a peça trata da vida de dois pares de gêmeos idênticos separados na infância, que se

[email protected] Cíntia Hecher | editado por Marcelo Aramis

Guia de Cultura

18 14 a 20 de agosto de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

CINEMA

TEATRO

Online | Assista aos trailers dos filmes que es-tão em cartaz em www.ocaxiense.com.br.

Cinema | a Origem

O tamanho dos seus sonhospor CÍNTIA HECHER

Que ninguém comece a gritar “toca Raul” com essa, mas preciso mencionar um trecho de uma de suas músicas. Em Prelúdio, o Maluco Beleza canta que um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade. Parece que Christopher Nolan, diretor de A Origem, ouviu esse som e criou um filme para ilustrar essa frase. Nele, Dom Cobb, interpretado por Leonardo Di Caprio, é o melhor no que faz: roubar informações. Não é um espião nor-mal, pois o negócio dele é entrar na mente das pessoas enquanto sonham e lidar com as situações apresentadas pelo subconsciente para conseguir o que quer. Cobb é atormen-tado pela lembrança da esposa, que o torna vulnerável e imperfeito, mostrando que o mocinho pode ter várias facetas. Para realizar o trabalho de sua vida, que permitirá a ele se reunir novamente com seus filhos, o buraco é mais embaixo. Nada de cavocar segredos, mas sim colocar uma ideia na mente de um jovem empresário. Plantá-la, como uma semente. Torná-la contagiante, como uma doença. Daí vem o título, tanto em inglês (Inception) como em sua versão competente em portu-guês, fato que, convenhamos, não é lá muito comum. A ideia terá que ser inserida tão profundamente que o dorminhoco em questão pense que ele mesmo a criou. Para isso, uma equipe especial é utilizada. Entre eles, a arqui-teta Ariadne (Ellen Page, a adolescente grávida de Juno) é recrutada. Todo um equipamento, sedativos e técnicas são apresentados para in-jetar um pensamento que crie raízes e vingue. O filme é quase metalinguístico se levarmos em conta que cinema, afinal, é feito de sonhos. Toda a atmosfera de uma sala manda o recado: quando as luzes se apagarem, fique confortável e deixe-se levar. Em A Origem, o sonho que se sonha junto é tão realidade que há o perigo de se perder no labirinto do que é ou não real. “O maior perigo é perder a noção da realidade”, diz Cobb. A realidade é um conceito abstrato e os sonhos refletem isso, com sua maneira de nos envolver. Não importa, porém, se é tudo real, tudo sonho ou meio a meio. O importan-te é que esse filme nos prende com filosofia, ação, romance e a crença de que tudo é pos-sível. Se Fernando Pessoa tem em si todos os sonhos do mundo, Nolan tem um sonho den-tro de outro sonho dentro de mais um sonho. A música-chave do filme, um aviso, é Non, Je Ne Regrette Rien, na interpretação histórica de Edith Piaf. A música fala sobre não se arre-pender de nada e começar do zero. Lugar mais perfeito que um sonho para recomeçar não há.

l A Origem | Suspense. 13h10, 16h, 18h50 e 21h40 | Iguatemi

Dirigido por Christopher Nolan. Com Leonardo Di Caprio e Marion Cotillard. 14 anos, 148 min., leg..

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Em A Origem, um espião especializado em roubar ideias é convocado a implantá-las na mente humana através dos sonhos

www.ocaxiense.com.br 1914 a 20 de agosto de 2010 O Caxiense

PALESTRA

EXPOSIÇÕES

LITERATURA

MÚSICALiteratura | Fim das COisas veLhas

Não confie na tentativa de explicar um poemapor PAULA SPERB

A figura de Alberto Caeiro tomando um mate é perfeitamente possível após a leitura das 96 páginas de primorosa poesia de Marco de Menezes em Fim das coisas velhas. O heterônimo de Fernando Pessoa conversa em harmonia com o poeta que se lê nas pági-nas do livro da editora Modelo de Nuvem. Principalmente nos poemas que flaneam sobre a natureza dos pampas. No cenário urbano, outra pessoa do escritor português se identifica melhor com Menezes. É Álvaro de Campos surpreendido pela modernidade. Mas Marco de Menezes tem algo que Álva-ro de Campos não possui: uma serenidade de quem veio do interior, mora na cidade e entende as coisas como elas são, sem pressa.

Essa dicotomia tratada na poesia regionalis-ta (universal!) entre campo e cidade apare-ce também no livro através das diferenças entre Uruguaiana e Caxias do Sul, passado e presente. A natureza sulista presente em alguns poemas lembra muito Augusto Meyer de Poesias (1924-1925) quando faz uso da imagem dos chorões (árvores) tocando a água. Ao usar datas (Maio de 32, Velha na janela 2009), endereços (Arquíloco do Pio X, Rua Santana, 1890) e referências culturais pessoais (Corto Maltese, Stan Lee, Roberto Bolaño, Andy Kaufman), sente-se incorporado um Tyrteu Rocha Vianna, como em Saco de Viagem, que surge nos poemas mais curtos. Há também um certo romantismo, como não, na poesia de Marco. Uma figura femini-na delicada, curvilínea, angelical, etérea que flutua – quase é possível ouvir sua voz – entre as quatro divisões do livro: Torvelinho, Os pátios, Como um peixe de parede, Ítaca, Itaqui.

Marco de Menezes segue o pensamento do crítico Ezra Pound, em A arte da poe-sia, quando busca a “palavra exata”. Rizo-ma, bólido, plâncton, falésia são palavras usadas, entre tantas outras, que exprimem o significado preciso sem metáforas. Ain-da com Ezra Pound, o “objeto natural” é o símbolo perfeito, afinal. Até plantas e ob-jetos ultrapassam sua condição através da vontade – a força que move os seres vivos em direção à sobrevivência como explicaria Max Scheler em sua filosofia antropológica.

“uma planta há quenão sabe que é plantaposto que inclinaalgumas folhassobre a mesa ebica a mesa

(que afinal é uma mesa que ignora ser mesae pensa ser rio)

toca com a ponta de suas folhasa madeira da mesa

esta planta se pensaum flamingo.”

Temos que concordar com T. S. Eliot e não confiar na tentativa de explicar um poema. Por isso, leia Fim das coisas velhas, com des-taque para o poema que leva dá nome ao livro.

l Fim das coisas Velhas |

De Marco de Menezes, 96 páginas. Editora Modelo de Nuvem, 2009, R$ 20.

reencontram na vida adulta. A apre-sentação comemora o Dia do Artista de Teatro e lança a programação ofi-cial do 12º Caxias em Cena.Teatro MunicipalR$ 10 (público em geral) e R$ 5 (estu-dante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l Cinta-Liga/Desliga | Sábado e domingo, 20h |

Núcleo Trompas de Falópio apre-senta trio de palhaças, Aline Tanaã, Grasi Muller e Odelta Simonetti, em busca de um pretendente amoroso.Teatro do SescR$ 10 (público em geral), R$ 8 (anteci-pado) e R$ 5 (comerciários, estudantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l O torto e o duplo | Sexta (20), 20h |

Zica Stockmans transformou seu projeto de pós-graduação em um mo-nólogo. A inspiração para a persona-gem é o que observou durante sua pes-quisa: mulheres de rua. Participação de Marcelinho Silva na percussão.Casa de Teatro – Tem Gente Teatran-doEntrada franca | Olavo Bilac, 300 (es-quina com Regente Feijó) | 3221-3130

l Revista da Casa | Sábado, 20h30| A segunda edição deste evento traz

expoentes de diversas artes da cidade. Na música, Projeto Ccoma, Tita Sachet com Marcelinho Silva, Lázaro Nasci-mento e Gustavo Viegas, Marcos de Ros e Luiz Ortiz com Viviane Pasqual. Na literatura, contação de história pela Elaine Pasquali e recital de poesia com Marco de Menezes. No cinema, uma animação de Janete Kriger. No teatro, os bonecos de Paulo Nazareno. Na dança, Cris Lisot. Nas artes plásticas, arte digital do fotógrafo do jornal O Caxiense, André Tiago Susin, sobre obra de Rita Brugger.Casa de Teatro – Tem Gente Teatran-doR$ 20 (público em geral) e R$ 10 (estu-dante, sênior e membro da classe artís-tica) | Olavo Bilac, 300 (esquina com Regente Feijó) | 3221-3130

l Luz do Verbo | Quarta (18), 20h |Marco de Menezes e Nivaldo Pereira

realizam mais uma edição, desta vez com o tema Se oriente (pela conste-lação de Hesse). Junto a projeção de imagens, o ator Maquiam Silveira fará leituras dramáticas do autor Herman Hesse e seu romance Sidarta. Swami Sagara e grupo tocam mantras india-nos, com presença de Vini Rocha, To-más Seidl e Fernanda Módena.Livraria Arco da VelhaEntrada franca | Os 18 do Forte, 1.690 | 3028-1744

l A Beleza de Ser | De segunda a sexta, das 9h às 21h. Sábados, domin-gos e feriados, das 15h às 21h |

O fotógrafo Ângelo Coffy mostra sua arte entre 21 obras de fotógrafos brasileiros que retrataram o cotidiano dos portadores da síndrome de Down. Saguão do OrdovásEntrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l Mostra da Oficina de Decora-ção com Garrafas Pet | De segun-da a sexta, das 8h30 às 18h30. Sábados, das 8h30 às 12h30 |

Resultados da oficina ministrada no Programa O Bairro Faz, em Forqueta, ministrada por Dirce Binotto. Espaço Cultural da farmácia do IPAMEntrada franca | D. José Baréa, 2.202 | 4009-3150

l 4ª Mostra Caxiense de Plasti-modelismo | Sábado e domingo, das 10 às 21h |

Montar minúsculos aviões e carros é o hobby dos expositores reunidos pela quarta vez em Caxias. Quem quiser ver corre o risco de virar um modelista ou de ganhar alguns dos brindes que serão sorteados.MartCenter Entrada franca | RSC-453, 4140 | 3227-1977

l Tempo de Costurar | Mostra de patchwork, técnica de

origem egípcia, com trabalhos de ar-tistas da Associação Brasileira de Pa-tchwork e Quilt.Hall – Campus 8Entrada franca | RS-122, km 69 | 3289-9000

AINDA EM EXPOSIÇÃO – Abstrato Contemporâneo. De terça a sábado, das 17h às 21h. Galeria em Transição. 8404-1731 | Arte em Rede. De segun-da a sexta, das 8h30 às 18h e sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal – Casa da Cultura. 3221-3697 | Peque-nas Crises. De segunda a sexta, das 9h às 21h. Casa de Teatro – Tem Gente Teatrando. 3221-3130 | Um olhar so-bre a CIC. Segunda a sexta, das 9h às 21h. Sábados e domingos, das 15h às 21h. Ordovás. 3901-1316

l Coleção Palavra Rimada com Imagem | Segunda (16), das 18h30 às 21h |

Rosinha Campos, autora e ilustra-dora vai falar sobre livros infantis. Uma pesquisa sobre o cordel, baseada na obra do poeta Leandro Gomes de Barros, e o cordel em sala de aula tam-bém são temas da conversa. As inscri-ções estão encerradas.Secretaria Municipal de CulturaEntrada franca | Augusto Pestana, 50 | 3901-1388

l Criúva, um povoado brasilei-ro | Quinta (19), 18h |

Lançamento do livro de Luiz Antô-nio Alves sobre a história e o patrimô-nio cultural do interior da região ser-rana, focando-se no distrito caxiense de Criúva. Secretaria Municipal de CulturaEntrada franca | Augusto Pestana, 50 | 3901-1388

l Upir Rock Festival | Rock. Sá-bado, 16h |

As bandas Fire Symphony, Bistro, Enemywork e Baby Sitters tocarão seus sons que vão do rock clássico ao metal mais pesado, passando pelo hard rock. A abertura fica por conta da The Essence.Eco Music BarR$ 10 (antecipado) e R$ 15 (na hora) | Os 18 do Forte, 2.187 | 3215-6890

l Villa-Lobos, o menino Tuhu | Sábado, 20h30; domingo, 17h e 20h30|

O grupo de teatro Expressão, do co-légio La Salle Carmo e os coros e a or-questra do La Salle Caxias apresentam homenagem ao maestro e compositor Heitor Villa-Lobos, levando mais de 100 participantes ao palco. O musi-cal foi contemplado pelo Financiarte 2009.Teatro MunicipalR$ 5 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Adriano Pasqual. Pop. 23h. La Boom Snooker. 3221-6364 | Ana Jardim e Mayron de Carvalho. MPB. 22h. Buku's Bar. 3221-2225 | Blackout com Gogo Boys. Eletrônico. 23h. Studio 54 Mix. 9104-3160 | Blues de Bolso. Blues. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Danny Vincent e Robson Fernandes. Blues. 22h30. Mississippi 3028-6149 | Estação Inverno. Eletrônico. Pepsi Club. 3419-0900 | Gringos & Troia-nos e Anjo Negro. Rock gaúcho. Aris-tos London House. 3221-2679 | Killer on the dance floor. Música eletrôni-ca. 23h. Havana. 3215-6619 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | Maria do Relento e Char-lotte Rock. Rock. 23h. Vagão. 3223-0007 | Pagode Júnior. Pagode. 23h. Move. 3214-1805 | Pietro Ferretti e Bico Fino. Samba rock. Santo Graal. 3221-1873 | Seresteiros do Luar. Cho-rinho. 21h30. Zarabatana Café. 3228-9046 | Ton & Os Karas. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Segunda (16): Made in Brazil. Rock nacional. 20h30. Casa da Cultura. 3221-3697 | Terça (17): Pietro Ferretti e Bico Fino. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | yTangos. Tango. 20h. Casa da Cultura. 3221-3697 | Quarta (18): Carol Soul e Cris Oltz. Pop rock. 22h. Aristos London House. 3221-2679 | Dan Ferretti. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quinta (19): César de Freitas e Banda. Sertanejo universi-tário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Lurrie Bell. Blues. 22h30. Mississip-pi. 3028-6149 | Ton Rock and Roll e Robledo Rock. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Sexta (20): Ana Jardim e Mayron de Carvalho . MPB. 22h. San-to Graal. 3221-1873 | FlashBack. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Los Infernales. Latina. 23h. Vagão. 3223-0007 | Pietro Ferretti e Bico Fino. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Blues 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Ru-tera, Natural Dread e Por Natureza. Reggae. 23h. Aristos London House. 3221-2679 |

l Chapecoense x Juventude | Domingo, 15h30 |

Contra a Chapecoense, pela Série C, o técnico Osmar Loss pode voltar a escalar Bruno Salvador na zaga – ele cumpriu suspensão contra o Brasil-Pe por ter sido expulso no CA-JU. No meio-campo, a dúvida é com relação a Marcos Paraná ou Gustavo. É prová-vel que Loss opte por Gustavo, o que dá uma garantia maior de marcação no setor. Ambos se lesionaram no treino do dia 11, porém, trabalharam normalmente no dia seguinte. O time do Ju, que busca a primeira vitória na competição, deve ter Jonatas; Luiz Fe-lipe, Bruno Salvador (Fred), Rafael Pe-reira e Calisto; Júlio César, Tiago Silva, Gustavo (Marcos Paraná) e Cristiano; Júlio Madureira e Fausto. Estádio Índio CondáIngressos: Geral R$ 20, arquibanca-da coberta R$ 30, Cadeira R$ 40, Es-tudantes R$ 10 | Clevelândia, Centro, Chapecó (SC)

l Caxias x Criciúma | Domingo, 15h30 |

O Caxias pode assumir a ponta da tabela nesta rodada. Enfrenta o Crici-úma, o atual líder do grupo, no Cen-tenário. Em caso de vitória grená, as duas equipes ficarão empatadas em número de pontos. A provável esca-lação de Julinho Camargo: Fernando Wellington; Alisson, Neto, Cláudio Luiz e Edu Silva; Itaqui, Edenilson, Marcelo Costa e Renan; Adriano e Aloísio.Estádio Francisco Stedile Ingressos: Arquibancada R$ 15, acom-panhante de sócio R$ 20, cadeira R$ 30, estudantes e pessoas acima de 60 anos R$ 7 | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano

l Futebol Sete Série B | Sábado, a partir das 10h |

Neste sábado, as equipes disputam a última rodada da primeira fase, que irá classificar os dois primeiros times de cada grupo para a etapa seguinte. Os times Romamar e Meincol vence-ram os seus três jogos e já garantiram

a sequência no campeonato. Centro Esportivo do SesiEntrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

l Campeonato Municipal | Sába-do, 13h15, 15h15 |

O último sábado (7) apresentou a campeã na Série Prata. O palco do embate foi o campo Municipal 1, e o Hawaí venceu por 5 a 2 o Águia Negra. Na Série Ouro, as semifinais começam neste fim de semana.Municipal 1 Entrada gratuita

l Campeonato Integração 2010 | Sábado, 13h30 e 15h30, domingo, 13h45 e 15h45 |

Somando a pontuação de todas as categorias, o Palmeiras segue na fren-te com três pontos de vantagem sobre o 2° lugar, o Aliança. Essa pequena vantagem pode ser ameaçada no con-fronto de ambos deste final de sema-na, pela 3ª rodada. A equipe do Santa Lúcia folga. Quatro dos cinco times participantes entram em campo, em quatro categorias diferentes, no mes-mo local e no mesmo horário: Madrid x Estrela, Palmeiras x Aliança.Campo do time mandanteEntrada gratuita

l 2ª Etapa do Ranking Interno de Tênis | Sábado e domingo, a partir das 9h |

Final de semana agitado para os amantes do tênis. Serão disputadas partidas eliminatórias das oitavas de final do ranking interno do Clube Ju-venil. Ao todo, 29 jogos serão realiza-dos. Os vencedores prosseguem para a fase seguinte, que ocorre nos dias 21 e 22 de agosto. Sede Recreativa Clube JuvenilEntrada gratuita | Marquês do Herval, 197

l Campeonato de Basquete Jo-gos do Sesi | Sábado, 9h30 |

A definição do campeão se iniciou no último final de semana. A equipe da Voges bateu a Randon por 64 a 40 no primeiro jogo. Para colocar as duas mãos na taça, a Voges precisa vencer novamente neste sábado. Depois dessa derrota por 24 pontos de diferença, a Randon deve atacar com todas as suas forças para levar a decisão para um terceiro confronto.Centro Esportivo do SesiEntrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

l Jogos Abertos de Pingue-Pon-gue | Sábado, 13h |

A pequena bolinha reúne espor-tistas neste sábado. Os jogos terão 12 competidores na categoria Elite Mas-culino, 29 na categoria Ascenso Mas-culino e sete na Feminina. Para não perder nenhum lance, a dica é assistir aos jogos de uma diagonal da mesa.EnxutãoEntrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina

l Liga Nacional de Handebol Feminino | Sábado, 19h |

A equipe da UCS recebe em casa neste final de semana a UnC/Concór-dia em mais uma partida pela Liga Na-cional, e o técnico Gabriel Citton terá que administrar a ausência de atletas. A central Danielle Jóia, que se recupe-ra de uma lesão na coxa, e a pivô Aline Marques, no joelho, não jogam. Por outro lado, o técnico contará com a ar-madora-esquerda Karoline Souza e a ponta Adriana Cardoso de Castro, que se reintegraram ao grupo na última semana. Com dois pontos conquista-dos em três jogos, a UCS está em 6º. Ginásio PoliesportivoEntrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, s/n°, Petrópolis

l 8ª Copa Ipam de Futsal Femini-

no | Sábado, 19h, 20h e 21h e domin-go, 10h e 11h |

Quem vencer o confronto entre as equipes BGV e Sindicato dos Metalúr-gicos deve ocupar temporariamente a 1ª colocação da chave D. Isso porque as meninas da ACBF, atuais líderes, só jogam na semana seguinte. No outro grupo, o Independente Serrano, que fez apenas um gol em três jogos, tenta marcar o seu primeiro ponto na tabe-la contra o vice-líder União Flores da Cunha.Escola Santa CatarinaEntrada gratuita | Matheo Gianella, 1.160, Santa Catarina

l Campeonato Futsal Master | Terça (17), 18h30 e 19h30 |

As equipes Marcopolo e Voges não tiveram muito trabalho para se clas-sificar entre as primeiras colocadas do seu grupo. Com ambas somando 10 pontos em quatro jogos, apenas o saldo de gols colocou um pouquinho à frente a Marcopolo. Na chave B, a Randon foi a única a vencer todas as partidas. Nesta terça-feira, as quatro melhores equipes disputam a perma-nência na campeonato e, consequente-mente, uma vaga na final.Centro Esportivo do SesiEntrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

l 5ª Etapa do Campeonato Ser-rano de Arrancadas | Domingo, das 8h às 18h |

As motos mais rápidas de Caxias voltam a disparar neste final de sema-na. A disputa entre diversas categorias prometem muita velocidade e pneus fritos. Haverá espaço destinado para quem curte som automotivo e o lago estará liberado para o uso de jets skis. Caso chova, a 5ª etapa será realizada juntamente com a 6ª, no dia 19 de se-tembro. Outro motivo para os aman-tes das duas rodas visitarem o evento é que o ingresso estará concorrendo ao sorteio de uma moto de competição.Parque de Eventos de Vila OlivaEntrada: R$ 5 | BR-116, Km 145, 1.410, distrito de Vila Oliva

Guia de Esportes

FUTEBOL

TÊNIS

BASQUETE

PINGUE-PONGUE

HANDEBOL

FUTSAL

MOTOVELOCIDADE

[email protected] José Eduardo Coutelle

Equipe da UCS, 6ª colocada na Liga Nacional de Handebol, recebe o UnC/Concórdia neste sábado; no domingo, o Campeonato de Arrancadas movimenta Vila Oliva

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20 14 a 20 de agosto de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

por FABIANO [email protected]

isputado por clubes das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro, depois da excelente campanha pelo Linense, na Série A-2 do Campeonato Paulista deste ano, o atacante Fausto foi oficia-lizado como atleta do Juventude no dia 2 de junho como 14º reforço para a dis-puta da terceira divisão. Aos 29 anos, o jogador, que começou a carreira no futebol como zagueiro, interessou aos dirigentes alviverdes pelo fato de ter sido o artilheiro em São Paulo – mar-cou 24 gols em 25 jogos, fazendo com que o time da cidade de Lins dispute em 2011, depois de 57 anos, a primeira divisão. Em Caxias do Sul, Fausto só balançou as redes nos treinamentos. Quase fez contra o Criciúma, no CA-JU e contra o Brasil, de Pelotas. Contra a Chapecoense, domingo, às 15h30, no Estádio Índio Condá, em Chapecó (SC), Fausto quer desencantar.

Sondado por outras equipes, foi do Juventude que ele recebeu uma aten-ção especial desde o primeiro conta-to, em meados de janeiro deste ano. O atacante afirmou que a opção pelo clube esmeraldino ocorreu em função do projeto apresentado pela diretoria.

“Treinamos, fizemos tudo certo. Ago-ra, precisamos de uma vitória para virar o turno com chances de buscar a classificação. Depois da Chapecoense teremos três jogos em Caxias do Sul”, explica Fausto Luís Momente Silva, natural de Mirandópolis (SP). No dia 22 o Ju receberá o Brasil-Pe; no dia 29, vai ao Estádio Centenário para o CA-JU 268; e, no dia 5 de setembro, faz o jogo de volta contra os chapecoenses. A última rodada será contra o Criciú-ma, no dia 19 de setembro, na casa do treinador Argel.

Mas antes de planejar os pró-ximos confrontos o Ju precisa garantir três pontos em Santa Catarina. Se não vencer a Chapecoense, pode ver o so-nho de disputar a Série B na próxima temporada mais distante. O time do técnico Osmar Loss soma três pon-tos em três jogos disputados. Marcou apenas um gol (com Cristiano), no empate em 1 a 1 contra o Criciúma, na estreia pela Série C. Com passa-gens por Linense-SP, Goiás, União Bandeirante-SP, Aschassenburg (Ale-manha) e Rodos (Grécia), Fausto re-vela que o grupo de jogadores tem conversado bastante dentro e fora do vestiário. “Temos de continuar crian-

do oportunidades. Estamos jogando bem, produzindo, mas está faltando o gol. O torcedor está cansado de ouvir desculpas. O torcedor quer resultados”, discursa o atacante que foi profissiona-lizado pelo América, de Rio Preto (SP), em 1998. Lá, ele atuou nas categorias de base sempre como zagueiro. Foi no ano seguinte que ele despontou como matador.

Na primeira passa-gem pelo Linense, em 1999, o então técnico Raimundinho viu em Fausto características de atacante. Depois de treinar na nova posição, estreou e fez gol logo aos três minutos de partida. “Vida de centroavante é assim: com pressão. No futebol a pressão existe o tempo todo, o que serve para deixar os jogadores em alerta, cientes de que o comprome-timento e a busca pelos resultados não devem ser esquecidos. Talvez esteja fal-tando um pouco de entrosamento. Fiz muitos gols pelo Linense porque atua-va lá há quatro anos”, contextualiza o jogador que, na Série A-3 do Paulistão e na primeira fase da Série C de 2008,

pelo time do Linense, marcou 29 gols.

O atacante afirma que é um jo-gador com presença na área. Canhoto, tem facilidade para bater forte na bola e para cabecear. “Gosto de ficar dentro da área. Se me acionarem, tenho con-dições de fazer muitos gols”, promete o jogador, que é titular no Ju ao lado

de Júlio Madureira. Fausto muda o tom e baixa a cabeça quan-do é perguntado sobre como fica depois de sair do Jaconi, após um dia de trabalho. “É claro que estou um pouco chateado. Estou treinando e jogando bem. Evito falar em casa sobre o assunto”, resume Fausto, pai da Júlia, de cinco meses. Ele

acredita que o ponto alto da sua car-reira ainda está por vir, mesmo depois de já ter marcado tantos gols. Fã do atacante Luís Fabiano, ele quer marcar seu primeiro gol em jogos oficiais pelo alviverde contra a Chapecoense. Com Fausto, o Juventude precisa reencon-trar o caminho do gol.

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Vencer ou vencer

JU BUSCA O CAMINHO DO GOL

Em três jogos pela Série C, time de Osmar Loss balançou a rede apenas uma vez. Contra a Chapecoense, Fausto quer desencantar

www.ocaxiense.com.br 2114 a 20 de agosto de 2010 O Caxiense

O último e único gol alviverde foi de Cristiano, na estreia em casa contra o Criciúma, no dia 18 de julho

“Gosto de ficar dentro da área. Se me acionarem, tenho condições de fazer muitos gols”, diz o centroavante do Ju

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por MARCELO [email protected]

á quem passe horas, dias, semanas com a cara colada no aquário. Como se pro-curasse as respostas de todas as cruéis dúvidas. Sejam elas reais ou imaginá-rias. Afinal de contas, imaginar proble-mas é a fertilidade de quem não tem mais o que fazer. Aqueles peixes dan-çando como se soubessem que estão sendo observados e, por isso mesmo, divertem-se com um ar blasé. Enquan-to isso, a vida segue a mil por hora, nas costas desse ocioso observador.

Nada disso parece fazer sentindo quando se transporta a paranoia de ver peixinhos nadando num aquário para o trabalho que se exerce dentro de um campo de futebol. Mas é possível, por-que por mais que alguns duvidem, o futebol é uma extensão da vida.

E não tem nada de paixão nessa dis-sertação, é pura observação da vida como ela é. Sem os traumas de um olhar ocioso e mero contemplativo. Porque uma partida de futebol não é apenas um bando de jogadores dispu-tando uma bola branca de couro con-tra outros tantos.

Entre um passe e outro ou enquan-to a bola sobrevoa o campo, o jogador espera. E pensa. Alguns confundem o tempo, ansiosos tremem antes da pelo-ta estufar seu peito. Outros, corrigem o posicionamento e em fração de segun-dos, planejam tudo o que irão fazer as-sim que a bola chegar até eles. Alguns podem chamar isso tudo de talento, dom, bênção de Deus. Outros chamam de trabalho, suor, esforço, dedicação.

Se você pudesse perder um pouco mais de tempo na sua vida e prestar atenção no bobo que só assiste os pei-xes nadando e comparar com o olhar de vontade que outros demonstram ao brigar por suas conquistas, logo sabe-ria quem vai vencer neste domingo o

confronto entre Caxias e Criciúma.

De um lado, um clube que tem uma torneira dourada que despe-ja quantias infinitas de recursos. De outro, um clube que pensa, planeja e executa conforme suas pernas podem dar os próximos passos. O Criciúma deu ao seu treinador Argel Fucks o que ele quis, como se o presidente Antenor Angeloni ouvisse o ensinamento de Je-sus Cristo que diz: “Dai a César o que é de César”. Angeloni segue pagando pra ver. E cobra resultados. Afinal de con-tas, o que Argel pediu ele foi lá e fez. Por isso, Argel até deu uma balançadi-nha no cargo quando caiu fora da final da Copinha Santa Catarina.

Só que agora está em jogo a Copa do Mundo dos Desesperados. Dos times quase fora de série. Dos clubes que de-sejam um lugar melhor ao sol em 2011. Em se tratando de bons resultados, Ca-xias e Criciúma estão na dianteira. Não só porque estão na vice-liderança e li-derança (respectivamente, pelo menos até domingo), mas sobretudo porque vem demonstrando que vai ser difí-cil se sobrepor a eles. Ninguém bateu o Criciúma (não ainda) e o Caxias só perdeu na estreia, diante do Brasil de Pelotas, porque deu um apagão geral na galera antes de terminar o jogo.

Estudiosos da bola dizem que o jogo entre Caxias e Criciúma vai ser o me-lhor até agora disputado no grupo D da Série C. A torcida também sabe e reconhece seu papel nessa luta. Julinho Camargo, homem sério, mas sempre de bem com a vida, que atende a im-prensa em dias de sol ou chuva, tem-poral ou frio de renguear cusco, na alegria ou na derrota, convoca o tor-cedor a lotar o Centenário, domingo. “Eu gosto muito da nossa torcida, cara. Sei da importância deles e reconheço que eles estão sendo muito importan-tes nessa sequência de invencibilidade

aqui no Centenário.” O Caxias está in-vencível em casa há nove jogos e pre-tende estender essa marca para além dos domínios da Série C.

O clima no Centenário é mui-to bom. Durante os treinamentos, Ju-linho Camargo pega pesado. Chama a atenção, corrige, orienta. E repete, exaustivamente a mesma coisa até o time inteiro entender. Para a partida contra o Criciúma a ordem é vencer. Primeiro, porque o jogo é em casa. Se-gundo, para encostar no próprio Cri-ciúma que tem sete pontos, três a mais do que o Caxias. E terceiro, porque o Tigre, como é conhecido o clube de camiseta listrada de amarelo e preto, também virá pra ganhar o jogo.

“Eu respeito muito o Argel. Acredi-to que o time dele vem pra jogar e não se defender, porque é do estilo do seu treinador. Quando o Argel veio aqui no Centenário quando treinava o São José, também veio pra cima”, acredita Julinho. O que Julinho não dá bola e prefere fazer de conta que não exis-te é a mania de provocador, de armar barraco fora de campo, de cutucar o adversário com joguinho de palavras antes das partidas, protagonizada por Argel Fucks. “Olha, pra mim isso nem existe... Caxias e Criciúma são dois clubes maiores do que essa provoca-ção. E meus jogadores são maduros o suficiente para não caírem nessa”, dá de ombros, Julinho.

E olha que até o mais brincalhão da turma grená, Edenilson, mais conhe-cido como Ed, fala sério quando o as-sunto é a língua afiada do Argel. “Sei que ele diz coisas por aí, mas eu nem dou bola. A gente tem é de ir pra cima deles e fazer o nosso jogo”, argumenta, enquanto assiste aos colegas treinando cobranças de falta. “E o teu gol, Ede-nilson, vai sair?”, provoca o repórter. “Tá demorando, né...”, diz, sorrindo

e assistindo a Marcelo Costa guardar mais uma na cobrança de falta. “Mas vai sair”, acredita Edenilson.

Sem mistérios, Julinho Camargo e Argel antecipam com quem vão jogar o clássico do momento no Grupo D da Série C. O Caxias está confirmado com Fernando Wellington, Alisson, Neto, Cláudio Luiz e Edu Silva. No meio, Renan, Itaqui, Edenilson e Marcelo Costa. No ataque, Adriano e Aloísio. O Criciúma deverá jogar com a seguin-te formação: Agenor; Fábio Santana, Rogélio, Nino e Reinaldo; Júlio César, Mika, Diogo Oliveira e Márcio Guer-reiro; Lins e Lincom.

Se vencer, o Criciúma dispara, se em-patar também. Mas o Caxias não quer sofrer para se classificar. É por isso que a equipe grená anda trabalhando, estudando e planejando. Passou duas semanas se preparando para esse con-fronto. Pode inventar o que quiser fora de campo, pode gritar, pode latir. Mas dentro de campo é que aparece o resul-tado da dedicação. Domingo vai ficar bem fácil identificar quem desperdiça o tempo observando peixinhos nadar e quem trabalha para superar seus pró-prios limites.

O técnico Julinho Camargo quer muito um bocadinho de sol. “Nosso time anda precisando jogar no seco, faz tanto tempo que nem lembro mais...”, brinca. Aloísio, o atacante que vem amadurecendo seu lugar na equi-pe e comprovando que ele é o cara de referência na frente, diz que joga se estiver 100%. E se precisar, Aloísio vai nadar em campo para confirmar a boa fase. Que assim seja e com muitos gols grenás pra deixar o pessoal do Tigre só assistindo.

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Mais um clássico

CHEGOU A HORACaxias e Criciúma se enfrentam domingo pela liderança do grupo D da Série C

22 14 a 20 de agosto de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Técnico grená Julinho Camargo encara Argel, de recente e turbulenta passagem pelo vestiário do Centenário, que veio conferir de perto o último CA-JU

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Online | Leia a crônica de ficção de Marcelo Mugnol sobre este jogo em www.ocaxiense.com.br

Renato [email protected]

Não só a gasolina é mais barata em Porto Alegre. O estacionamento rota-tivo pago também é mais caro aqui em relação ao que é cobrado na Capital.

A meia hora de estacionamento no Área Azul (o nome adotado pelo sistema lá) custa R$ 0,50. Aqui, no Zona Azul, fica em R$ 0,65. Na proporção, uma hora no Área Azul porto-alegrense fica por R$ 1. A hora cheia no Zona Azul caxiense custa R$ 1,30.

Alguém pode explicar ou justificar os motivos dessa diferença?

Funcionários da Secretaria Municipal do Meio Ambiente se dedicaram durante esta semana a podar ligustros ao longo de algu-mas quadras da Rua Sinimbu. O resultado não é dos mais atraentes. Só sobraram o tronco das árvores,

como mostra a foto.Se é para eliminar a tão ques-

tionada espécie, não seria melhor cortá-las de vez? E substituí-las, é claro, por árvores nativas que pos-sam embelezar a cidade de forma harmônica.

Nada menos que 18 integrantes da Guarda Municipal entraram na Justiça contra determinações de um ex-diretor da guarnição. Há guardas com mais de dois processos – todos questionando as ordens desse ex-chefe, hoje em desvio de função na Junta Militar, com FG 8 e outras vantagens funcionais. Uma das determinações dadas, no passado, ao guarda lotado no Aeroporto Municipal: permanecer na cabeceira 33 da pista à noite, sem capa, sem rádio, sem arma.

Pedro Simon faz escola. Essa é a primeira impressão diante da descul-pa dada pelo candidato do PMDB ao Senado, Germano Rigotto, ao recusar o convite para discursar no almoço da candidatura tucana, segunda-feira, na Capital. Alguns peemedebistas garan-tem que essa é a orientação do diretório nacional do partido.

Rigotto garante que, até o dia da eleição, não vai subir em palanque de candidato algum para a presidência da República. E isso que ele nem estudou no Colégio Murialdo.

O vereador Mauro Pereira (PMDB) poderá sofrer até o dia 19, data limite para que o Tribunal Superior Eleitoral resolva sua situação. A campanha do candidato a uma vaga na Câmara não vai para as ruas enquanto não houver a decisão do TSE.

Para conseguir o registro eleitoral, Mauro deve não só apresentar suas contas referentes à campanha eleitoral passada como também vê-las aprova-das. O que até agora não aconteceu – por um erro administrativo bobo.

Em situação financeira delicada (hoje conta com apenas 150 associados contribuintes), o Recreio Guarany bus-ca alternativas para garantir o destino de seu considerável patrimônio.

O tradicional clube – o terceiro mais

importante da cidade, como diria Paulo Gargioni – poderá ser absorvido pelo Recreio da Juventude. Essa, ao menos, é uma das possibilidades, já em estudo pelo conselho deliberativo do RJ.

CIC e Daer deverão vistoriar, na pró-xima semana, a situação atual da Rota do Sol. Segundo o vice-presidente de Comércio da CIC, Nelson Sbabo, não se trata de apenas averiguar as condições da rodovia, mas também cobrar a com-plementação das pendências verificadas em vários trechos delas.

Pelos cálculos da Fundação de Assis-tência Social, há 53 mendigos adultos e 13 jovens, hoje, nas ruas de Caxias do Sul.

É um número difícil de ser reduzido. Por mais intenso que seja o trabalho do serviço de abordagem dos educadores da FAS, esses pedintes recusam-se a buscar uma alternativa de vida. Para desespero de moradores e comercian-tes – em especial do centro da cidade –, que reclamam da presença deles. E esse é um problema de competência de toda a comunidade, não só do poder público municipal.

A discussão a respeito do financia-mento público de campanhas, de-fendido por determinados políticos, mostra-se cada vez mais inútil. Afinal, com os assessores de deputados em pleno trabalho para garantir a reeleição de seus chefes, as campanhas já estão sendo financiadas pelo contribuinte.

Amadurecimento. Esta é a palavra-chave utilizada pelo candidato do PT ao governo do Estado, Tarso Genro, para justificar as contradições (outro termo recorrente) verificadas na presente cam-panha eleitoral – em todos os níveis.

Material do vice-prefeito Alceu Bar-bosa Velho (PDT), em conjunto com Kalil Sehbe (PDT), inclui os dizeres “Governador Fogaça”, “Senador Rigotto” e “Dilma presidente”.

Ao que consta, os candidatos pedetis-tas à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal seguem orientação partidária. Mas, na colinha, não colocam os nú-meros nem de Fogaça, nem de Rigotto, nem de Dilma.

Ao contrário do que se vê nas ruas, a Brigada Militar não deve estar com problemas de efetivo. Não fosse assim não teria cedido para o comitê eleitoral Fogaça-Pompeo, em Porto Alegre, o capitão Juliano Amaral.

O ex-comandante da BM em Flores da Cunha cuida da segurança pessoal do candidato a vice-governador, Pom-

peo de Mattos, durante a campanha eleitoral.

Nada contra Juliano – que já de-monstrou ser um oficial competente –, mas é mesmo necessário que cada comitê eleitoral de candidatos ao governo do Rio Grande do Sul tenha outros oficiais cedidos pela Brigada Militar?

Conclusão do encontro entre taxis-tas, vereadores e o administrador do Aeroporto Regional, que discutiu esta semana a situação do novo serviço de vans no local: o lado de fora é da competência da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade. O lado de dentro, do Departamento Aeroportuário do Estado.

Por esse motivo, as vans permanecem. O DAP autorizou o serviço, ainda que de forma temporária.

30% mais caro

Ligustros ao chão

Desvio de rota

MurialdinosNa expectativa

Clube índio

Contra os buracos

Esmola

Nós pagamos

Novo discurso

Território livre

Cedência eleitoral

Dentro e foraRe

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www.ocaxiense.com.br 2314 a 20 de agosto de 2010 O Caxiense

Assim como o Fogaça, acho que temosde nos concentrar na eleição estadual

Ex-governador Germano Rigotto (PMDB), candidato ao Senado, ao tentar justificar sua anunciada ausência no almoço em torno de José

Serra (PSDB), marcado para esta segunda-feira (16), em Porto Alegre