Editora Ática & Scipione

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UNIDADE 4 CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOBREVIVÊNCIA Mariposa no Parque Nacional de Itatiaia (RJ). A sobrevivência dos seres vivos está relacionada às estratégias de defesa, que foram selecionadas ao longo de milhões de anos. 162

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Mariposa no Parque Nacional de Itatiaia (RJ).

A sobrevivência dos seres vivos está relacionada às estratégias de defesa, que foram selecionadas ao longo de milhões de anos.

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Nesta unidade vamos conversar sobre as defesas naturais de plantas e animais, a relação entre condições ambientais e saúde, a importância da tecnologia em nossa vida e a relação entre nossos movimentos e equipamentos de segurança.

1. Quais são as estratégias de defesa dos seres vivos?

2. Existe relação entre as condições do ambiente e a saúde do ser humano?

3. Como as tecnologias nos ajudam a melhorar nossa saúde?

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12 a vida sem águacapítulo

Vamos tratar de:

•Estratégias de defesa selecionadas ao longo da evolução da vida que possibilitam os organismos reagirem a situações de perigo

•Algumas estratégias de defesa que se expressam em forma de relações ecológicas

•Defesas do nosso corpo

•Vacina e seu princípio de uso

•Soro e as substâncias tóxicas

capítulo7 estratégias

de defesa dos organismos

A manutenção da vida depende da capacidade dos organismos de reagirem a situações de perigo ou de possuírem estruturas capazes

de lhes garantir proteção.

(A) Folhas orvalhadas de gramínea com pelos; (B) filhote de guepardo em posição de ataque.

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Fotos: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo

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(A) Lagarta de mariposa com pelos, (B) criança espirrando, (C) mimetismo de peixe-agulha.

1. Nas fotos anteriores e na abertura do capítulo, é possível separar as

características associadas à defesa das associadas à captura de presas?

2. Observe a foto abaixo e responda: você acha que a forma do corpo do bicho-pau

propicia sua sobrevivência nesse ambiente? Justifique.

Modos de defesa dos animais

Todas as situações vistas nas fotos a seguir e na abertura do capítulo repre-sentam defesas dos organismos a algum tipo de risco presente no ambiente.

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Relações ecológicas e as defesas dos animais

Na natureza, os seres vivos estão em constante interação. Essas interações foram selecionadas ao longo do processo de evolução.

É o caso das interações predador-presa. O predador é aquele ser vivo que mata ou-tro para se alimentar, por exemplo uma cobra que come um rato. A cobra e o rato pos-suem características selecionadas que os tornaram mais eficientes para atacar ou se defender. No caso dos predadores, características como visão acurada e velocidade de ataque aumentam as chances de capturar sua presa. Já nas presas, a capacidade de se esconder, de fugir e perceber a presença dos predadores aumenta suas chances de sobreviver.

O bicho-pau é um inseto que possui a forma de um graveto. As fêmeas dessa espécie não possuem asas e se movem muito lentamente.

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O parasitismo é outra relação entre seres vivos. Ele difere da predação porque o pa-rasita vive à custa de outro ser vivo, sem necessariamente matá-lo, como é o caso de carrapatos ou pulgas que se alimentam do sangue de cachorros. Vermes, como as lom-brigas, que vivem no interior dos organismos alimentando-se de nutrientes do hospe-deiro, também são parasitas.

A predação e o parasitismo contribuem para o controle do tamanho das populações e seu equilíbrio. Vejamos, por exemplo, o caso de sapos predadores de gafanhotos. Em am-bientes com muitos gafanhotos, os sapos se alimentam bem e se reproduzem. Mas, se a população de sapos aumenta muito, o número de gafanhotos diminui e, por falta de alimen-to, também diminui o número de sapos. Com poucos predadores, a população de gafanho-tos pode crescer novamente e, assim, sapos e gafanhotos vão variando em número, sempre mantendo um equilíbrio dinâmico.

Com os parasitas ocorre algo parecido. Animais parasitados reproduzem menos. Dessa forma, se o número de hospedeiros diminui, o número de parasitas diminui; e se o número de hospedeiros aumenta, o número de parasitas também aumenta.

É por esse motivo que predadores e parasitas são fundamentais para o funciona-mento dos ambientes, pois possibilitam o equilíbrio das populações naturais, a manu-tenção e a diversidade da vida. Essa diversidade decorre também da seleção de carac-terísticas que aumentam a eficiência de ataque dos predadores e de defesa das presas.

Os estudos das relações entres os seres vivos têm auxiliado na redução de popula-ções de pragas agrícolas, com o uso de predadores e parasitas naturais. Essa técnica é conhecida como controle biológico.

Uma dessas técnicas é a extração de inseticidas naturais produzidos pelas plantas, como os terpenos, que são substâncias voláteis.

Há, ainda, a esterilização de machos feita por meio de radiação. Quando esses ma-chos são soltos no ambiente cruzam com as fêmeas e vão gerar ovos não fecundados, ou seja, sem a participação dos espermatozoides. O não desenvolvimento desses ovos resulta no menor crescimento da população da praga. Com isso as frutas brasileiras ficam mais saudáveis e são aceitas no mercado internacional.

Outra técnica comumente usada na agricultura é a produção de parasitas das pragas. A vespa, por exemplo, é um parasita da mosca-das-frutas. Ela coloca seu ovo dentro da larva da mosca-das-frutas. A larva da mosca serve de moradia e fonte de nu-

É frequente os alunos elabo-rarem uma análise antropo-cêntrica do mundo natural, classificando animais e vege-tais em úteis e indesejáveis (venenosos e/ou causadores de doenças). Essa interpreta-ção dificulta o entendimento de adaptações dos seres vi-vos numa perspectiva evolu-tiva, além de não contribuir para favorecer atitudes pre-servacionistas para com o mundo natural.

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que se alimentam de seiva vegetal.

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A presença de pelos ou espinhos no corpo de alguns animais, como no porco-espinho (A), e a aparência do corpo de certas mariposas, como na “mariposa-coruja” (B), são exemplos de características que aumentam as chances de sobrevivência no ambiente. O desenho semelhante a uma coruja nas asas da mariposa da foto pode confundir o predador.

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trientes para a larva da vespa parasita, que nela se desenvolve e acaba por matá-la. Desse modo, há uma redução da população de mosca-das-frutas.

Se compararmos essas técnicas com o uso de inseticidas no controle de pragas da fruticultura no Brasil, quais as vantagens no emprego do controle biológico?

vamos pesquisar

As estratégias de defesa dos seres vivos

Faça uma pesquisa sobre as estratégias de defesa de algumas espécies de plantas e animais. Monte um painel contendo informações e curiosidades sobre o assunto, destacando:

a) substâncias tóxicas produzidas pelas plantas pesquisadas;

b) estruturas das plantas que dificultam o ataque de predadores;

c) animais que produzem substâncias tóxicas, repelentes e venenos;

d) comportamentos que protegem o indivíduo e o grupo.

Após a organização do painel, elabore individualmente um texto, no caderno, contendo uma síntese sobre: “As formas de defesa de alguns animais e plantas”.

As defesas naturais dos vegetais

Folhas duras, presença de espinhos em caule e folhas, por exemplo, são características que podem ser consideradas as primeiras barreiras à entra-da de organismos invasores em uma planta. Muitas vezes, po-rém, essas barreiras não são su-ficientes. Ferimentos no vege-tal, provocados por um animal ao se alimentar ou mesmo por impactos mecânicos, podem servir de porta de entrada para muitos invasores.

As plantas podem ser infec-tadas por bactérias, fungos, vermes ou larvas de insetos, o que torna possível o compro-metimento de sua produção de frutos e sementes. Na cana-de--açúcar, por exemplo, cada par-te da planta produz compostos químicos diferentes que atuam como defesa de todo o organis-mo. Veja a ilustração ao lado.

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Ilustração esquemática fora de escala representando os modos de proteção da cana-de-açúcar aos riscos do ambiente.R

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Outro exemplo de defesa dos vegetais é a hipertrofia de seus tecidos, resultando na formação de uma espécie de tumor, as chamadas galhas. As galhas são induzidas por uma ampla variedade de organismos, como algas, fungos, vírus, bactérias, insetos, en-tre outros. Elas podem ser encontradas em qualquer local da planta. Veja no esquema (abaixo) o processo de formação de uma galha.

o inseto adulto bota os ovos em uma parte da planta

Uma galha provocada por insetos, por exemplo, pode começar a se desenvolver seguindo os passos: (A) os insetos colocam ovos nos tecidos que compõem as folhas ou os caules das plantas; (B) as larvas começam a crescer no interior desses tecidos, alimentando-se deles; (C) a reação do organismo vegetal é a intensificação da divisão celular no local, formando uma espécie de “tumor”, que retém a larva do inseto em uma área restrita da planta.

Algumas plantas, como os eucaliptos, produzem substâncias que inibem a germina-ção de sementes de outras plantas ao seu redor. Isso reduz a competição por fatores como luz solar, água e sais minerais, necessários para o desenvolvimento normal de-las. Outras plantas apresentam pelos nas folhas, que as protegem contra insetos herbí-voros (reveja na página 164 a foto das folhas de gramíneas).

Um mecanismo singular de proteção pode ser observado em uma planta popular-mente conhecida como maria-fecha-a-porta ou sensitiva. As marias-fecha-a-porta rece-bem esse nome por causa do fechamento de seus folíolos quando tocadas, dificultan-do assim o ataque de herbívoros.

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a larva se desenvolve no interior da folha

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O fecha men to dos folío los nas marias-fecha-a-porta ou sen si ti vas pro te ge a plan ta con tra o ata que de inse tos que se alimentam de folhas.

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As plantas que produzem substâncias que agridem os animais são chamadas de plantas tóxicas. Essas plantas, quando ingeridas, podem prejudicar a saúde e até mes-mo causar a morte. O quadro a seguir apresenta alguns exemplos dessas plantas e as consequências de sua ingestão.

Exemplos de plantas tóxicas e as consequências de sua ingestão

Plantas Consequência de ingestão

erva-do-mato, salsa-rosa, mandioca-brava intoxicação aguda

dama-da-noite, camará, guizo-de-cascavel lesão hepática

faveira, falso-barbatimão lesão renal

cavalinha, mamona alterações neurológicas

fedegoso alterações musculares

Faça em seu caderno

Como as plantas se defendem

1. Algumas espécies vegetais, como o bico-de-papagaio (A) e a coroa-de-cristo (B), produzem uma

substância leitosa que tem sido testada para o controle do crescimento das populações de moluscos

vetores da esquistossomose. Essa substância leitosa pode ter um papel de proteção nessas plantas?

Justifique sua resposta.

2. Quando abrimos as flores da espatódea, surpreendemo-nos com a quantidade de insetos mortos em

seu interior por causa da presença de uma substância que atua como inseticida. Veja as fotos a seguir:

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A espatódea (A) é uma árvore exótica, não natural da nossa flora. Essa espécie é muito utilizada na arborização de cidades graças à beleza de suas flores coloridas. (B) Detalhe da flor de espatódea, aberta, com insetos mortos em seu interior.

Qual seria o impacto da introdução dessa espécie de planta nos ambientes urbanos?

Atenção! Essa substância leitosa é também tóxica para os seres humanos. Após manuseá-la, deve-se lavar imediatamente as mãos para evitar a ingestão da substância.

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Page 9: Editora Ática & Scipione

As defesas naturais dos animaisAssim como os vegetais, também os animais possuem diferentes mecanismos de de-

fesa. Esses mecanismos podem estar relacionados a estruturas do corpo ou a comporta-mentos individuais ou em grupo. Os tuiuiús, muitas garças e outras aves típicas do Pan-tanal Mato-Grossense, por exemplo, nidificam em bandos, sobre as copas das árvores.

Esse comportamento oferece maior proteção contra os predadores de ovos e filhotes, pois, em grupo, a resposta a um ataque é mais rápida e eficiente. Também é mais fácil per-ceber a presença de predadores, pois há muitos olhos vigiando as crias. Basta um indivíduo do grupo dar o sinal de alerta para que todos fiquem atentos.

A vida em grupo não aumenta só a proteção de ovos e filhotes contra predadores, como também as chances de localizar e coletar alimentos, de encontrar parceiros, além de possibi-litar a divisão de trabalho.

A proteção de algumas espécies de peixes contra a predação é reunir-se em cardumes. Na foto, cardume de piraputangas, nome comum de várias espécies de água doce que chegam a medir 50 cm de comprimento.

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Os cabeças-secas são um tipo de cegonha com ampla distribuição no Brasil e muito comum no Pantanal. Medem cerca de 95 cm de comprimento e têm esse nome porque possuem a cabeça sem penas. Essas aves costumam construir ninhos em grupos. Mas que vantagens a nidificação em grupo traz para os cabeças-secas?

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A sociedade das abelhas é um exemplo de vida em grupo com divisão de trabalho entre os indivíduos. As colmeias são colônias que possuem uma única abelha-rainha adulta com função de reprodução. Os outros indivíduos da colônia têm papéis diferen-ciados e específicos.

As operárias são fêmeas estéreis com funções diversificadas: fazem a limpeza, con-trolam a temperatura da colônia, alimentam as larvas, constroem os favos, coletam néc-tar e pólen e protegem a colmeia.

Os zangões são os machos reprodutores. Na época da reprodução saem em revoada, acompanhando as novas rainhas que nasceram na colmeia. O acasalamento ocorre du-rante o voo. As fêmeas fecundadas fundam novas colmeias e o ciclo recomeça.

Cupins, formigas e marimbondos possuem comportamento social semelhante com distribuição de tarefas entre os indivíduos.

Outros mecanismos de defesa dos animais estão relacionados à produção de subs-tâncias tóxicas ou repelentes. No mar, as águas-vivas lançam pequenas estruturas com uma substância urticante, que provoca queimaduras na pele. Os polvos e as lulas lançam uma substância escura na água quando estão em perigo.

Alguns sapos possuem glândulas que, ao serem pressionadas, liberam um veneno que pode ser letal para muitos animais. Algumas lagartas, possuem pelos com subs-tâncias altamente tóxicas que, em contato com a pele, podem provocar reações alér-gicas muitas vezes letais. Essas substâncias tóxicas podem atuar como mecanismo de defesa do organismo contra seus predadores.

O batimento das asas das operárias propicia a circulação de ar dentro da colmeia, controlando a temperatura. Na foto, abelhas operárias em uma colmeia.

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Identificando as defesas dos animais

Tire fotos ou procure por imagens de dois animais presentes em seu cotidia-no. Em seguida, elabore uma legenda para estas figuras, descrevendo as adapta-ções de defesas que esses animais possuem. Divulgue os resultados em sua sala de aula, organizando os trabalhos dos demais colegas em um mural.

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As defesas naturais do corpo humano

Assim como os demais seres vivos, os seres humanos também apresentam compor-

tamentos que funcionam como mecanismos de defesa. A fuga em situação de perigo,

a procura por abrigo, a organização em grupo e os cuidados com os filhotes são exem-

plos de modos de proteção das espécies, e nós não fugimos a eles.

Sabemos que a espécie humana, assim como os demais seres vivos, ao longo da

história evolutiva, desenvolveu complexas respostas individuais de proteção a agen-

tes invasores. Nosso corpo está permanentemente reagindo a agentes estranhos, tais

como vírus, bactérias, fungos, poeira, pólen, toxinas e odores.

Você já pensou que o pus ou a “casquinha” que se forma em um ferimento são for-

mas de defesa de nosso corpo contra organismos estranhos? Vamos então ver como

funciona esse mecanismo.

Como em todo ser vivo, o revestimento externo constitui-se na primeira barreira

à entrada de invasores. No corpo humano esse revestimento, conhecido como tecido

epitelial, está presente também nas cavidades internas, como boca, estômago, intesti-

no, vias respiratórias e orelhas.

O tecido epitelial que reveste as vias respiratórias produz muco e o que reveste o

estômago produz ácido, e funcionam como uma primeira barreira aos agentes invaso-

res. O muco das vias respiratórias retém partículas de poeira que penetram com o ar; o

ácido produzido pelo estômago mata bactérias e vírus presentes nos alimentos.

A pele é considerada o maior órgão do corpo humano. Ela é responsável não só pela

proteção mecânica de nosso corpo, mas também nos protege da desidratação, dos

raios solares e da penetração de microrganismos.

Apesar de a pele ser uma barreira bastante eficiente, em casos de acidentes ela

pode se romper e possibilitar a entrada de agentes estranhos. Suponha que bactérias

penetrem em um ferimento da pele. Uma das reações de defesa do organismo é reali-

zada pelos glóbulos brancos, que saem da circulação sanguínea, englobam e digerem

as bactérias.

Elabore um diagnóstico para verificar a concepção dos alu-nos a respeito dos glóbulos brancos. É comum eles identificarem os glóbulos brancos como um ímã que atrai os micróbios para matá-los, caracterizan-do certo grau de finalismo e antropomorfismo.

O que acontece com um ferimento na pele?

Imagine uma situação em que você se feriu com um objeto cortante. Discuta com seu grupo e anote no caderno as reações de seu corpo.

a) Você sentiu dor?

b) Houve mudança de cor em torno do ferimento?

c) Você notou algum inchaço?

d) O local ficou mais quente do que o resto do corpo?

e) Houve formação de pus?

f) Você sentiu íngua (dores nas axilas ou nas virilhas)?

É possível associar essas reações a defesas de seu organismo? Explique.

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Nosso corpo também produz proteínas especiais, os anticorpos, em resposta à in-vasão de materiais estranhos, os chamados antígenos. Os anticorpos são produzidos em alguns tipos de glóbulos brancos, chamados linfócitos, e são específicos para os an-tígenos que desencadearam sua produção, ou seja, para cada antígeno há apenas um anticorpo. Os linfócitos concentram-se em determinadas regiões espalhadas por nosso corpo, chamadas gânglios linfáticos. Em exames clínicos, é comum o médico examinar o tamanho dos gânglios de diferentes partes do corpo à procura de sinais de possíveis infecções. Por exemplo, o paciente com queixa de dor de garganta pode apresentar o tamanho dos gânglios dessa região aumentado.

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(A) Ilustração esquemática, fora de escala e em cores fantasia, representando forma de defesa de nosso organismo após um corte na pele. O corte abre caminho para a entrada de bactérias, vírus e outros corpos estranhos, que são destruídos pelos glóbulos brancos do sangue (B).

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Ilustração esquemática, fora de escala e em cores fantasia. Em nosso corpo existem vasos linfáticos que estão relacionados ao sistema de defesa de nosso organismo. No interior desses vasos circula um líquido proveniente do sangue e dos tecidos, a linfa. A linfa tem uma constituição semelhante ao sangue, porém não possui hemácias. Em (A), vemos a localização do sistema linfático composto de vasos e gânglios que estão distribuídos por todo o corpo. Baço, medula óssea, tonsilas palatinas, entre outros, são órgãos que contêm grande quantidade de linfócitos. Em (B), vemos um detalhamento da interação entre o sangue e a linfa. Essa proximidade propicia que parte dos materiais provenientes dos tecidos retorne diretamente para o sangue e outra parte flua para os vasos linfáticos. Os vasos linfáticos mais finos conduzem a linfa para vasos maiores que se ligam à veia subclava esquerda, próxima ao coração. Assim, parte da linfa retorna ao sistema circulatório.

Os glóbulos brancos são produzidos na medula óssea e lançados na corrente san-guínea. A região em torno de um ferimento fica vermelha, quente, dolorida e aumenta de volume, como resultado da ação das células de defesa.

Uma característica importante de nosso sistema de defesa é a memória imunológi-ca. Isso explica por que só contraímos certas doenças uma única vez. A catapora, por exemplo, é uma doença causada por vírus. Quando uma pessoa contrai o vírus da ca-tapora pela primeira vez, em geral na infância, as células de seu sistema de defesa co-meçam a produzir anticorpos que vão neutralizar os antígenos do vírus. Esse processo é relativamente lento, e a pessoa apresenta uma série de reações típicas da doença, como elevação da temperatura e erupções na pele com formato de bolhas de água.

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Faça em seu caderno

As defesas dos organismos

1. As situações retratadas em (A) e (B) são exemplos de comportamentos de proteção dos indivíduos.

Justifique.

2. Explique por que, em geral, as pessoas portadoras de HIV não morrem de Aids, mas de pneumonia ou

outras doenças infecciosas.

3. Por que as autoridades de saúde pública se empenham no diagnóstico da Aids se essa doença não

tem cura?

Em um segundo contato – pode ser semanas ou anos depois –, o sistema de defesa que já havia entrado em contato com o antígeno do vírus da catapora reconhece-o e rea-ge prontamente, neutralizando-o. Quando isso acontece, a doença não se manifesta ou se apresenta de forma branda. Dizemos então que a pessoa ficou imune à doença.

Entretanto, para certas doenças causadas por vírus, como as gripes, a memória imu-nológica não é eficaz. Isso porque os vírus que causam as gripes podem se modificar ra-pidamente. Assim, cada gripe que pegamos é causada por uma variedade de vírus dife-rente. Ficamos imunes apenas contra aquelas gripes causadas por variedades com que já entramos em contato e contra as quais nosso sistema imunológico produziu anticorpos.

Existem evidências de que o bom funcionamento do sistema imunológico humano está intimamente relacionado com uma alimentação saudável, balanceada, rica em vi-taminas, sais minerais e proteínas. Ou seja, há uma relação direta entre a nutrição e a eficiência do sistema imunológico.

Estudos indicam que o estresse também reduz a eficiência imunológica. Pessoas submetidas a situações de grande tensão tendem a desenvolver doenças com maior frequência. Por exemplo, a perda de uma pessoa querida ou a tensão provocada por concursos disputados deixam as pessoas mais vulneráveis a doenças.

Outras vezes ocorrem falhas no sistema imunológico, e as células de defesa des-troem as células do próprio corpo. Esse é o caso das chamadas doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide, um dos tipos de diabetes, entre outras.

A Aids é uma doença causada por um vírus – o HIV –, que se reproduz dentro dos lin-fócitos, destruindo-os. Desse modo o sistema imunológico fica comprometido, e a pes-soa com HIV facilmente contrai doenças causadas por bactérias, como a pneumonia, ou por vírus, como as viroses.

Na figura (A), vemos um filhote de muriqui acompanhado de dois adultos. Na figura (B), vemos uma abelha-rainha rodeada de operárias.

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na rede

Conheça várias informações sobre Aids e as doenças oportunistas, além do tratamento, prevenção e qualidade de vida de pessoas com o vírus HIV:

<http://www.aids.gov.br/pagina/aids-0>.

Acesso em: 23 nov. 2011.

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Page 14: Editora Ática & Scipione

As vacinas

As vacinas são fabricadas a partir do agente causador da doença, seja um vírus, seja uma bactéria, vivo e atenuado. As vacinas podem, ainda, ser produzidas a partir do próprio antígeno.

Organismos atenuados são aqueles que passaram por modificações que reduziram sua capacidade de causar a doença. Esses organismos desencadeiam o processo de produção de anticorpos sem causar os sintomas da doença. Eventualmente, podem provocar reações, como febre e vermelhidão no local da aplicação.

Depois de algum tempo, ao entrar em contato com o agente causador da doença, o sistema imunológico possui a capacidade de produzir prontamente anticorpos. Pessoas vacinadas podem apresentar a doença de forma branda. Ou seja, a vacina não impede a penetração do agente causador da doença no corpo das pessoas, mas aumenta a capacidade de o corpo reagir ao agente causador da doença.

Para a maioria das doenças, como Aids, malária, doença de Chagas, dengue, esquistossomose e muitas outras de ocorrência em vários estados brasileiros, ainda não existe vacina, apesar do grande esforço da comunidade científica.

O quadro abaixo apresenta um calendário básico de algumas vacinas proposto pelo Ministério da Saúde. Você está em dia com as suas?

ciência em movimento

Quadro de algumas vacinas obrigatórias

Vacina Doença Período de vacinação

BCG (intradérmica)formas graves de

tuberculosedose única ao nascer

contra hepatite B hepatite B1.-ª dose: ao nascer

2.-ª dose: 1.-° mês

VOP – vacina oral contra pólio (Sabin)

poliomielite

1.-ª dose: 2 meses

2.-ª dose: 4 meses

3.-ª dose: 6 meses

reforço: 15 meses

tríplice viralsarampo, rubéola e

caxumbadose única: 12 meses

tetravalentedifteria, tétano,

coqueluche, meningite

1.-ª dose: 2 meses

2.-ª dose: 4 meses

3.-ª dose: 6 meses

rubéola rubéola mulheres de 12 a 49 anos

gripe e pneumonia gripe e pneumonia acima de 60 anos, anualmente

BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta de saúde da criança. p. 75-77. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/sas_dab_caderneta_da_crianca_2007_menor.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2011.

na rede

Conheça de modo divertido como as vacinas são feitas:

<http://chc.cienciahoje.uol.com.br/videos/2010/

marco/hora-da-vacina/>. Acesso em: 23 nov. 2011.

Promova uma discussão a res-peito das vacinas indicadas para os adolescentes. Organize com a turma uma pesquisa sobre o as-sunto. Discuta os pontos nega-tivos do descumprimento pelos jovens de manter atualizado o cartão de vacinação.

Ale

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Bru

m/A

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Dia

No Brasil, algumas vacinas são produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz, que possui Centros de Pesquisa em algumas cidades brasileiras, como o mostrado na foto, localizado no Rio de Janeiro.

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Lendo e avaliando a leitura

A descoberta do princípio das vacinasA capacidade de as pessoas se tornarem imunes às doenças depois de um pri-

meiro contato com ela já era conhecida pelos povos antigos. Na China, desde o século XI, pó da casca de feridas da varíola era aspirado pelas pessoas para evi-tar o desenvolvimento da doença. Em torno de 1800, a varíola era um problema sério de saúde pública em alguns continentes. Muitas pessoas ficavam doentes e cerca de 20% morriam.

Nessa época, sabia-se que mulheres que ordenhavam vacas que tinham feri-mentos decorrentes da varíola bovina ficavam protegidas da doença.

Edward Jenner (1749-1823), um médico inglês, decidiu verificar se o contato com o pus da varíola bovina realmente tornava as pessoas imunes à varíola humana. Inoculou, então, na pele de uma criança de 8 anos, certa quantidade de pus que retirou de feridas provenientes de varíola bovina. Seis meses depois, Jenner injetou na mesma criança o pus das feridas de um caso grave de varíola humana. A criança não adoeceu.

A partir dessa observação, repetiu esse procedimento em vários pacientes, obtendo os mesmos resultados. Jenner denominou esse processo de “vacinação”, por ser a varíola da vaca conhecida como vaccinia.

Durante a guerra entre a Prússia e a França (1870-1871), os integrantes do exército prussiano foram obrigados a se vacinar contra a varíola, ao contrário do exército francês, para o qual a vacina não era compulsória. Em consequência, a Prússia perdeu menos de trezentos soldados vitimados pela varíola, enquanto mais de 23 mil integrantes do exército francês morreram.

A partir de então, outras vacinas foram produzidas. Louis Pasteur (1822-1895), pesquisador francês, desenvolveu em 1885 a vacina contra a raiva humana; o alemão Emil Adolf von Behring (1854-1917) desenvolveu em 1890 a vacina contra a difteria e o té-tano. No século XX, foram desenvolvidas as vacinas contra tuber-culose, poliomielite, rubéola, sarampo, caxumba, catapora, febre amarela, hepatite B, entre outras.

As vacinações em massa promovidas em vários países elimi-naram a possibilidade de as pessoas contraírem doenças como varíola e polio-mielite (conhecida como paralisia infantil), que matavam ou tornavam deficien-tes fisicamente milhares de pessoas.

Dizemos que determinada doença foi erradicada quando se elimina total-mente a circulação de seu agente causador do ambiente. Nessa situação, as me-didas de prevenção e controle podem ser suspensas. Este é o caso da varíola, única doença erradicada em escala mundial.

No Brasil, desde 1990 não há notificação de casos de poliomielite. Isso se deve às pioneiras campanhas de vacinação, implantadas no país por toda a década de 1980. Contudo, em outros continentes, ainda ocorrem casos dessa doença, o que justifica a manutenção das estratégias de vacinação e vigilância, mesmo em território brasileiro.

Avaliando a leitura

1. Como os chineses evitavam pegar varíola no século XI?

2. Qual a origem do termo “vacina”?

3. Descreva o experimento realizado por Edward Jenner para verificar se as mulheres que ordenhavam vacas realmente eram imunes à varíola.

4. Que critério é usado para considerar uma doença erradicada?

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Edward Jenner desenvolveu um método de inoculação contra a varíola, mas não entendia como era seu funcionamento. Nesta gravura de época, Jenner aparece vacinando um bebê contra varíola.

176

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O uso de soros contra substâncias tóxicas

Quando uma pessoa entra em contato com substâncias tóxicas produzidas pelo sistema de defesa natural de animais, como lagartas, cobras, escorpiões e aranhas, o tratamento é feito por meio da aplicação de soros específicos. Os soros contêm anti-corpos que neutralizam as substâncias tóxicas produzidas, como aquelas presentes, por exemplo, no veneno de cobras. Existem também soros para o tratamento de pes-soas que se contaminaram com o vírus da raiva e com bactérias que causam a difte-ria e o tétano.

Para a produção de soros são utilizados animais como os cavalos. Por exemplo, na produção do soro antiofídico, pequenas quantidades do veneno de uma espécie de cobra são inoculadas em um cavalo. O sistema imunológico desse cavalo vai produ-zir, então, anticorpos contra esse veneno específico. Esses anticorpos serão encon-trados, mais tarde, na circulação sanguínea do cavalo e poderão ser retirados por técnicas especiais.

Como no soro já estão presentes os anticorpos que neutralizam o veneno da co-bra, ao ser aplicado em uma pessoa que foi picada por uma cobra semelhante, a res-posta imunológica é imediata.

O cavalo não morre porque o veneno é diluído antes de ser injetado nele, ficando menos potente. O cavalo recebe, em intervalos de dias, várias aplicações desse ve-neno diluído, sendo que a cada aplicação a diluição vai diminuindo, apresentando maior concentração, mas nunca 100% da atividade (o que acarretaria danos ao animal).

Ilustração esquemática, fora de escala e em cores fantasia, de produção de soro para tratamento de pessoas que tiveram um acidente com animal peçonhento.

o veneno do animal peçonhento é injetado no cavalo o plasma ou soro é

separado das células do sangue

soro

células

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Faça em seu caderno

Soros e vacinas

1. Cite uma situação para a qual devemos utilizar vacina e outra para a qual devemos utilizar soro.

2. Por que pessoas vacinadas para alguma doença apresentam sintomas desta doença de forma branda ou, às vezes, nem sequer apresentam seus sintomas?

3. Você conhece doenças para as quais ainda não existe vacina? Quais?

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vamos pesquisar

As reações alérgicas

Você tem alguma alergia? Conhece alguém que tenha alguma? Para certas pessoas, o cheiro de um perfume, o mofo de um cômodo, o pó de prateleiras, o excesso de pólen na primavera ou até mesmo um saboroso camarão são coisas que podem desencadear um processo alérgico.

As alergias são resultado de uma hiperatividade do sistema imunológico. As substâncias que provocam alergia estimulam a produção de uma substância chamada histamina por um tipo de glóbulo branco. As histaminas geralmente causam inflamações e edemas. Por isso, para tratar as alergias, é comum o uso de medicamentos que contêm substâncias anti-histamínicas.

As manifestações alérgicas, muitas vezes, caracterizam-se por congestão e corrimento nasal, dor de cabeça, urticária ou até mesmo febre. Alguns medicamentos também podem desencadear um processo alérgico, sendo, às vezes, necessários testes de tolerância antes de serem utilizados. A resposta imunológica de uma pessoa alérgica a determinada substância pode ser imediata, mesmo quando exposta a pequenas quantidades daquela substância. Há casos graves denominados choques anafiláticos, que podem levar à morte.

Faça uma pesquisa com os demais alunos de sua escola (um número ideal de participantes seria de cinquenta alunos) a fim de descobrir a proporção deles que apresentam algum tipo de alergia, procurando saber qual tipo predomina entre os casos encontrados. Elabore uma tabela em seu caderno para facilitar a interpretação dos dados obtidos.

O sistema imunológico e os transplantesÉ recente o desenvolvimento de técnicas que permitem a realização de

transplantes de órgãos entre indivíduos, como rins, fígado, córneas, coração ou até mesmo membros, como mãos. Embora as primeiras experiências com trans-fusão de sangue remontem ao século XVIII, somente a partir do início de 1 900 é que se começou a compreender os processos envolvidos no transplante de teci-dos, órgãos ou células de uma pessoa para outra.

Um dos maiores problemas dos transplantes é a rejeição apresentada pelo sistema imunológico do receptor. Para contornar a rejeição, é preciso que o doador seja o mais parecido possível com o receptor. Não estamos falando aqui da aparência física externa, mas de semelhanças entre as pro-teínas das células do doador e as do receptor.

Essa semelhança é maior entre parentes próximos; os gêmeos idênticos são os que apresentam mais proximidade entre si. Quanto maior a semelhan-ça entre as proteínas do receptor e do doador, maior a chance de o transplan-te dar certo. Quando o sistema imunológico do receptor não reconhece as

proteínas do órgão transplantado, ocorre um processo de rejeição.

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ção

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dit

ora

A doação de sangue e órgãos ajuda muitas pessoas (na foto,

cartaz de campanha para doação de sangue). Às vezes, a espera

por um órgão para transplante demora vários anos. Outras

vezes o órgão pode não chegar a tempo de salvar a vida dos muitos doentes. O sangue é

necessário em muitas cirurgias e, na transfusão, deve ser

compatível com o do paciente que vai recebê-lo.

na rede

Obtenha mais informações sobre as reações alérgicas:

<http://chc.cienciahoje.uol.com.br/noticias/corpo-humano-e-saude/Alergia-coca-coca-espirra-empola/>. Acesso em: 24 nov. 2011.

na rede

Saiba como é a estrutura para a realização de transplantes no Brasil: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1004>.Acesso em: 23 nov. 2011.

Conheça mais informações sobre a doação de sangue em Minas Gerais:<http://www.hemominas.mg.gov.br/hemominas/menu/cidadao/doacao/cuidados_pos_doacao.html>.Acesso em: 23 nov. 2011.

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Page 18: Editora Ática & Scipione

Aplicando o que aprendemos

Estratégias de defesa dos organismos

1. Alguns povos da Amazônia têm como hábito colocar na ponta da flecha uma pasta produzida das

sementes e do caule de um tipo de planta conhecida como uva-da-serra. Essa pasta contém uma

substância venenosa chamada curare, que tem o poder de paralisar animais. Que vantagens essa

substância traz para a planta que a produz? Responda no caderno.

2. Consulte o quadro de vacinação da página 175 e responda no caderno: quais vacinas devem ser

tomadas na primeira infância (até os 2 anos)?

3. Todos os bebês recebem alguma proteção antes de nascer. Durante a gravidez, a mãe passa

anticorpos para o feto através da placenta. Essas proteínas circulam no sangue do bebê por

semanas e até mesmo meses após o nascimento, protegendo-o contra doenças. Também a

amamentação imuniza temporariamente o recém-nascido das doenças às quais a mãe é imune.

Explique por que isso acontece.

4. As pessoas picadas por escorpiões e aranhas são medicadas com soro. Qual é o papel do soro?

Responda no caderno.

5. Uma pessoa com sintomas de tétano deve ser medicada com vacina ou com soro? Explique no

caderno.

6. Transcreva em seu caderno as frases que descrevem efeitos positivos da formação de

agrupamentos entre os animais:

•Regulação térmica do abrigo

•Aumento da vigilância

•Diminuição do risco de predação

•Diminuição da contaminação por parasitas

7. Analise o gráfico ao lado e responda no caderno:

a) Qual é a relação entre o tamanho do grupo e o número de

predadores?

b) Essa relação pode ser interpretada como mecanismo de defesa

de alguns animais? Explique.

8. Qual é a diferença entre as defesas do sistema imunológico feitas pelos glóbulos brancos e pelos

anticorpos?

9. Observe a ilustração a seguir que estão representados alguns agentes causadores de danos e

doenças nas plantas.

a) Com base na ilustração e em outros

conhecimentos, reproduza em seu caderno

o nome do agente causador de cecídios,

também conhecidos como galhas, em

vegetais.

b) Que mecanismos adaptativos protegem a

planta contra a falta de água?

c) Indique alguns mecanismos que podem

proteger a planta contra o excesso de luz.

d) Que mecanismos de defesa as plantas

possuem contra o agente 1?

número de predadores

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excesso

de luz

larva de inseto

falta ouexcesso de água

bactérias

e fungos

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