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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PROMOÇÃO DA SAÚDE RAQUEL POMPEU DE MIRANDA FREITAS EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM GESTANTES E MÃES SOBRE O NEONATO SÃO PAULO 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS SÃO PAULO

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PROMOÇÃO DA SAÚDE

RAQUEL POMPEU DE MIRANDA FREITAS

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM GESTANTES E MÃES SOBRE O

NEONATO

SÃO PAULO

2017

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RAQUEL POMPEU DE MIRANDA FREITAS

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM GESTANTES E MÃES SOBRE O

NEONATO

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado em Promoção da Saúde do Centro

Universitário Adventista de São Paulo, como

requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre Profissional em Promoção da Saúde.

Orientadora: Profa. Dra. Cristina Zukowsky

Tavares.

SÃO PAULO

2017

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Dissertação intitulada “EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM GESTANTES E MÃES

SOBRE O NEONATO”, de autoria de Raquel Pompeu de Miranda Freitas,

apresentada ao Centro Universitário Adventista de São Paulo, como requisito para

obtenção do grau de Mestre Profissional em Promoção da Saúde apresentado e

aprovado em _____ de ___________de 2017.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Prof.ª Dra. Cristina Zukowsky Tavares (Orientadora)

Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP

_________________________________________________

Profa. Dra. Ana Claudia Loureiro (Titular)

Universidade de São Paulo - USP

_________________________________________________

Profa. Dra. Profa. Dra. Maria Dyrce Meira (Titular)

Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP

_________________________________________________

Prof. Dra. Alessandra Capuchinho Gomes (Suplente)

Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP

_________________________________________________

Prof. Dra. Maristela Santini Martins (Suplente)

Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP

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Dedicatória Ao meu Deus, que me é companheiro e cuidadoso dos meus passos, pois o Seu grande amor me anima, inspira e alenta meu viver. Ao meu esposo João Renato Freitas da Rosa (in memoriam), que esteve presente no início deste mestrado. Aos amigos Ama Ubezetes e Barbeies, do mestrado. A meu amigo Marcel. Familiares Ana, Ulisses, Mirian, Nazza e Mãe Maria José pelo amor. À minha orientadora Profa. Dra. Cristina Zukowsky Tavares por sua disposição na orientação e acreditar na educação em saúde.

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AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho ao meu Deus, que me é companheiro e cuidadoso

dos meus passos, pois o seu grande amor que me anima, inspira e alenta

meu viver.

Agradeço ao Criador e mantenedor, amoroso Pai, razão constante de

nosso louvor e adoração por nos guiar até aqui.

Ao meu esposo João Renato Freitas da Rosa (in memoriam), que esteve

presente no início deste mestrado.

Aos amigos AMA Ubezetes e Barbeies do mestrado.

À minha orientadora Dra Cristina Zukowsky Tavares por sua disposição na

orientação e acreditar na educação em saúde.

Agradeço a Orientadora Dra Cristina Zukowsky Tavares, pelo prestigio que

nos deu em orientar-nos, possibilitando assim a realização deste trabalho.

Agradeço aos colegas de mestrado pelo companheirismo, em destaque

Monica Vodja, pelo altruísmo.

Agradeço ao amigo Antônio Marcial pelas horas de conforto e presença na

qualificação e pelos momentos de relaxamento.

Agradeço pela credibilidade de todos que me auxiliaram nas pesquisas,

como a farmacêutica Priscila Soares nas gravações das oficinas.

Agradeço a equipe de trabalho do AMA/UBS Integrada da Vila Moraes-

São Paulo- SP.

Agradeço a todos os amigos e familiares pelo apoio direto e indireto

durante as inúmeras horas que me acompanharam, lendo, ouvido os

anseios e desesperos.

Aos professores, que dividiram seus conhecimentos conosco.

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“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as

possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.

Paulo Freire

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FREITAS, R. P. M. Educação em saúde com gestantes e mães sobre o neonato. São Paulo, 2017. 78f. Dissertação (Mestrado Profissional em Promoção da Saúde) – Centro Universitário Adventista de São Paulo, São Paulo, 2017.

RESUMO

Introdução: Nas últimas décadas, a redução das mortes maternas e infantis evitáveis tem sido uma prioridade global. No Brasil, a mortalidade neonatal é o principal componente da mortalidade infantil e a assistência à gestante por meio do pré-natal constitui-se estratégia fundamental para redução da morbimortalidade materna e neonatal quando esta possui enfoque integral, incluindo intervenções educativas. Objetivo: Avaliar os resultados da implementação de uma intervenção em educação e saúde com gestantes e mães sobre noções de cuidado com o neonato na perspectiva das participantes em uma Unidade de Assistência Médica Ambulatorial/Unidade Básica de Saúde Integrada na cidade de São Paulo. Metodologia: Trata-se de investigação exploratória de abordagem qualitativa, delineada a partir de pressupostos da pesquisa participante, realizada por meio de grupos focais como estratégia para implementação e avaliação dos resultados de uma intervenção em educação e saúde com 40 gestantes/mães sobre noções de cuidado com o neonato. A investigação foi organizada em momentos específicos, a saber, diagnóstico, intervenção e avaliação. Resultados: A maior parte das participantes apresentou faixa etária de 14 a 25 anos de idade (72%). No que concerne às gestações, 50% eram primigestas e 50% multíparas, 25% das participantes haviam tido apenas uma gestação, 12,5% duas gestações e 10% três gestações. Em relação à escolaridade, 50% tinham o fundamental incompleto, 17,5% com médio incompleto e também 17,5% com médio completo. Por meio do grupo focal diagnóstico constatou-se que algumas mães mantinham ações e hábitos equivocados e sentimentos negativos frente ao ato de amamentar ou mesmo outras práticas que poderiam melhorar a saúde do RN e da mãe. Na enquete realizada após a intervenção todas as gestantes/mães participantes, responderam que indicariam as oficinas a uma amiga, 90% afirmaram o desejo de cuidar melhor de sua saúde e apenas 30% expressaram não ter contato com as temáticas trabalhadas anteriormente. No grupo focal de avaliação a experiência antes apavorante parecia atenuada e com redução de dor. Na higiene do recém-nascido houve demonstração de maior consciência do processo, mesmo quando o comportamento ainda era inadequado. Quanto à vacina e proteção, houve demonstração de conhecimento sobre as mesmas e engajamento por parte das mães em geral. Conclusão: Observou-se que o conhecimento prévio das gestantes/mães acerca dos cuidados com o neonato eram empíricos e apresentavam limitações. Avançou-se assim ao propor oficinas demonstrativas e participativas com estratégias educativas ativas como teatro de fantoches, dinâmicas, com diferentes recursos e situações-problemas. Implementação feita por meio da pesquisa participante e mediada pelas estratégias citadas. Assim, a avaliação das participantes às considerações propostas, ressaltam a importância da educação em saúde durante o pré-natal com foco nos cuidados relacionados ao recém-nascido.

Palavras chaves: Educação em Saúde; Gestantes; Mães; Recém-Nascido.

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FREITAS, R. P. M. Health education with pregnant women and mothers about the neonate. São Paulo, 2017. 78f. Dissertation (Professional Master in Health Promotion) – Centro Universitário Adventista de São Paulo, São Paulo, 2017.

ABSTRACT

Introduction: Over the past few decades, reducing preventable maternal and infant deaths has been a global priority. In Brazil, neonatal mortality is the main component of infant mortality, and assistance to pregnant women through prenatal care constitutes a fundamental strategy for reducing maternal and neonatal morbidity and mortality when it has a comprehensive approach, including educational interventions. Objective: To evaluate the results of the implementation of an intervention in health education with pregnant women and mothers about notions of care with the neonate from the perspective of the participants in an Ambulatory Medical Assistance Unit / Basic Integrated Health Unit in the city of São Paulo. Methodology: This is an exploratory research with a qualitative approach, based on the assumptions of the participant research, carried out through focus groups as a strategy for implementation and evaluation of the results of an intervention in health education with 40 pregnant women / mothers about notions of care of the newborn. The research was organized at specific moments, namely diagnosis, intervention and evaluation. Results: The majority of participants were between 14 and 25 years of age (72%). As far as gestations are concerned, 50% were primigravida and 50% multiparous, 25% of the participants had only one gestation, 12.5% two pregnancies and 10% three pregnancies. In relation to schooling, 50% had incomplete fundamentals, followed by 17.5% with incomplete mean and 17.5% with complete average. From the questioning fomented in the diagnostic focus group, the guidelines of the educational intervention in three axes were established: Breastfeeding, corporal hygiene and protection. Through the diagnostic focus group it was found that some mothers maintained actions and wrong habits and negative feelings about breastfeeding or even other practices that could improve the health of the newborn and the mother. In the poll carried out in the intervention, all the participating mothers / mothers answered that they would indicate the workshops to a friend, 90% stated their desire to take better care of their health, and only 30% expressed their lack of contact with previously worked topics. In the focal group of evaluation, the previously frightening experience seemed attenuated and pain reduced. In hygiene of the newborn there was demonstration of greater awareness of the process even when the behavior was still inadequate. As for vaccine and protection, there was demonstration of knowledge about vaccines and engagement by mothers in general. Conclusion: It was observed that previous knowledge of the pregnant women about the care of the neonate was empirical and had limitations. This was advanced by proposing demonstrative and participatory workshops with active educational strategies such as puppet theater, dynamics, with different resources and problem situations. Implementation made from participant research and mediated by the focus group. The participants' assessment of the proposed considerations underscore the importance of health education during prenatal care focusing on care related to the newborn. Key-Words: Health Education; Pregnant Women; Mothers; Infant, Newborn.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Idade das gestantes/mães participantes da intervenção educativa na

Unidade Básica de Saúde..........................................................................................40

Tabela 02 - Classificação do número de gestações das gestantes/mães

participantes da intervenção educativa na UBS Vila Moraes.....................................41

Tabela 03 - Escolaridade das gestantes/mães participantes da intervenção

educativa na UBS Vila Moraes...................................................................................41

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Resumo apresentado no “desafio mais saúde na cidade” em

banner................................................................................ ..............................53

Figura 02 – Premiação para unidade de saúde no “desafio mais saúde na

cidade”...................................................... .......................................................54

Figura 03 – Premiação destaque no “desafio mais saúde na

cidade”.............................................................................................................54

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01- Você conhecia essas orientações sobre o cuidado com o recém-

nascido?....................................................................................................................46

Gráfico 02- Recomendaria essa oficina para uma amiga?.....................................46

Gráfico 03: Tem o desejo de cuidar mais da sua saúde?........................................47

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LISTA DE SIGLAS

RN – Recém-Nascido

RNs – Recém-Nascidos

SUS – Sistema Único de Saúde

PS- Pronto Socorro

PA- Pronto Atendimento

AMA- Assistência Médica Ambulatorial

UBS- Unidade Básica de Saúde

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 13

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 14

1.1 Síntese da bibliografia fundamental ............................................................................... 17

1.1.1 Promoção da Saúde e Educação em Saúde: concepções e ações

complementares .................................................................................................................. 17

1.1.2 A Educação na área da Saúde Materno-Infantil .......................................................... 18

1.1.3 Cuidados com a Amamentação .................................................................................. 21

1.1.4 Cuidados com o Coto Umbilical .................................................................................. 23

1.1.5 Higiene e Cuidados do Corpo ..................................................................................... 25

1.1.5 Doenças Sazonais ...................................................................................................... 27

1.2 Justificativa .................................................................................................................... 29

1.3 Objetivos ........................................................................................................................ 30

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 30

1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 30

2 MÉTODO ......................................................................................................................... 31

2.1 Casuística ...................................................................................................................... 31

2.2 Procedimentos de Rotina na Abertura de Pré-Natal ....................................................... 31

2.3 Materiais e Métodos ....................................................................................................... 32

2.3.1 Etapa 1 – Grupo Focal diagnóstico ............................................................................. 33

2.3.2 Etapa 2 – Intervenção e enquete ................................................................................ 34

2.3.2.1 Detalhamento das Intervenções Educativas ............................................................ 35

2.3.3 Etapa 3 – Grupo focal de avaliação ............................................................................ 37

2.4 Implicações Éticas ......................................................................................................... 37

3 RESULTADOS ................................................................................................................. 38

3.1 Perfil das Participantes da Pesquisa .............................................................................. 39

3.2 Síntese do Grupo Focal Diagnóstico.......................................................... ..................... 41

3.3 Avaliação da Intervenção ............................................................................................... 45

3.3.1 Grupo Focal de Avaliação. .......................................................................................... 47

3.4 Participação e Premiação no Desafio SUS: desdobramento da investigação. ............... 50

4 DISCUSSÃO ................................................................................................................... 55

5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 60

6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 62

Apêndices ............................................................................................................................ 68

Anexos ................................................................................................................................ 71

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APRESENTAÇÂO

A minha prática profissional como Enfermeira que orienta mães e gestantes

sobre o cuidado com o recém-nascido (RN), já há alguns anos vem sendo

especificamente na neonatologia. Vislumbrando sempre a importância do cuidado,

este estudo foi motivado principalmente por minhas vivências no âmbito da Unidade

de Internação Neonatal (UTI) e Unidade Básica de Saúde (UBS).

No ambiente da UTI, a tecnologia seduz o profissional e sobrepuja alguns

desafios humanos. O recém-nascido tem profissionais, educadores e tecnologia ao

seu dispor para a sua sobrevivência em unidades do Sistema Único de Saúde

(SUS).

Pela vivência no quadro das diferentes realidades da Atenção Primária em

Saúde em que são imprescindíveis orientações educativas sobre os primeiros

cuidados com o recém-nascido, tais como amamentação, trato com coto umbilical,

banho e higiene, decidi estudar, acompanhar e investigar esse objeto do

conhecimento.

Tomo como pressuposto inicial que as orientações educativas construídas no

período neonatal tendem a formar um poderoso alicerce para o cuidado e saúde dos

recém-nascidos, o que me instiga à problematização e pesquisa no contexto de

intervenções com gestantes e mães que frequentam a Unidade de Saúde.

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1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a redução das mortes maternas e infantis evitáveis tem

sido uma prioridade global, especialmente para governos de países de baixa e

média renda. No ano 2000, 189 líderes mundiais assinaram uma declaração sobre

oito Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do milênio para melhorar a vida de

mulheres, homens e crianças em seus respectivos países. Entre os objetivos,

estabeleceu-se uma redução da mortalidade infantil em 67% e uma melhoria da

saúde materna, bem como uma redução da mortalidade materna em 75% entre

1990 e 2015. Nesse período, houve grandes reduções no número anual de mortes

maternas e infantis, ainda que, em muitos países, a taxa de redução não atingiu

completamente os objetivos propostos (BLACK et al., 2016).

Em 2015, entre os 5,9 milhões de mortos menores de cinco anos, 2,7

milhões ocorreram no período neonatal. Enquanto 2015 marca o fim da era dos

objetivos de desenvolvimento do milênio, o ano de 2016 marca o início da

implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável visando uma

mortalidade de menores de cinco anos de não mais de 25 por 1.000 nascimentos

vivos em todos os países do mundo em 2030 (LIU et al., 2016; VICTORIA et al.,

2016).

No Brasil, a mortalidade neonatal é o principal componente da mortalidade

infantil desde a década de 1990, e vem se mantendo em níveis elevados, com taxa

de 11,2 óbitos por mil nascidos vivos em 2010. A taxa de mortalidade infantil do

Brasil, em 2011, alcançou a meta Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, no

entanto, estes níveis de mortalidade estão aquém do potencial da nação e os

resultados são insatisfatórios se comparados a outras localidades no mundo que

alcançaram coeficientes menores de mortalidade neonatal (LANSKAY et al., 2014).

Destaca-se que a saúde materna e neonatal comtempla cuidados com a

saúde em todo o curso de vida, de mulheres antes e durante a gravidez e parto, bem

como para bebês recém-nascidos. Esta abordagem inclui intervenções integradas

de promoção e prevenção da saúde entregues através de plataformas de serviços

que vão desde a comunidade ao centro de saúde de atenção primária, e que

envolvem marcadamente processos educativos (LIU et al., 2016; BLACK et al.,

2016).

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Para Al-Ateeq e Al-Rusaiess (2015) se faz necessária a educação em saúde

durante o pré-natal, com vistas a fornecer aconselhamento, segurança e apoio, bem

como abordar de problemas durante a gravidez e explorar práticas ou crenças

equivocadas que podem ser prejudiciais relacionadas a amamentação, higiene e

cuidados com o neonato. Os autores concluem indicando a necessidade de

atividades educacionais mais organizadas a ser empregadas por enfermeiros,

educadores de saúde e médicos que contemplem diferentes aspectos relacionados

a gravidez e cuidados infantis. Ainda Martinelli e colaboradores (2016) ao abordar do

acesso ao pré-natal no sudeste brasileiro descrevem que, embora este seja uma

garantia constitucional mediante o Sistema Único de Saúde (SUS), ainda existem

desigualdades entre mulheres grávidas de áreas rurais e urbanas em termos de

disponibilidade de cuidados de saúde e entre as famílias que ganham até um salário

mínimo e mais de um salário mínimo por mês, em termos de acessibilidade.

Na interessante contribuição de Rolim et al. (2016) sobre estratégias de

promoção da saúde no ensino em saúde sobre os cuidados com o neonato,

observou-se que o conhecimento prévio das mulheres grávidas acerca dos cuidados

com o neonato eram empíricos e apresentavam limitações. Assim, atividades de

ensino em saúde propiciaram um momento de discussão e de esclarecimento de

dúvidas, bem como a promoção da saúde materna e neonatal por meio de

intervenções integradas.

A fim de evitar equívocos, Falkenberg et al. (2014) abordam das implicações

distintas entre os construtos educação em saúde e suas variantes, a saber,

educação sanitária, educação e saúde, educação para saúde e educação popular

em saúde. Sugerindo adotar como ponto inicial de entendimento dos termos como

utilizados pelo Ministério da Saúde, ainda que admitindo que existe uma grande

distância entre a retorica e a pratica. Assim, define-se educação em saúde como

“processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que visa à

apropriação temática pela população...” que se compõem ou comtempla “conjunto

de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu

cuidado e no debate com os profissionais e os gestores, a fim de alcançar uma

atenção de saúde de acordo com suas necessidades”.

Identifica-se, assim, o entrelaçar entre promoção e educação em saúde que

se propõem a ser mediadores na melhoria das condições de vida do cidadão e da

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própria sociedade, com maior participação social no controle desse processo

(BRASIL, 2007).

A promoção da saúde vem proporcionar os meios para uma capacitação que

permita a todas as pessoas realizar seu potencial de saúde. Os indivíduos e as

comunidades devem ter oportunidade de conhecer e controlar os fatores

determinantes da sua saúde buscando ambientes favoráveis, acesso à informação,

habilidades para viver melhor, bem como oportunidade para fazer escolhas mais

saudáveis. Os profissionais de saúde e grupos sociais têm a responsabilidade de

contribuir para a mediação entre os diferentes interesses, em relação à saúde,

existentes na sociedade (GUTIERREZ, et al. 1997).

Neste cenário, a carta de Ottawa se destaca como relevante documento

norteador da saúde e apresenta cinco campos centrais de ação: elaboração e

implementação de políticas públicas saudáveis; criação de ambientes favoráveis à

saúde; reforço da ação comunitária; desenvolvimento de habilidades pessoais e

reorientação do sistema de saúde, entendendo saúde como um recurso para a vida,

e não como objetivo de viver. Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que

enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a

promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, se pautando

por iniciativas intersetoriais, na direção de um bem-estar global (BUSS, 2000).

A promoção da saúde é apresentada como um conjunto de atividades,

processos e recursos, de ordem institucional, governamental ou da cidadania,

orientados a propiciar a melhoria das condições de bem-estar e acesso a bens e

serviços sociais, que favoreçam o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e

comportamentos favoráveis ao cuidado da saúde e o desenvolvimento de

estratégias que permitam à população maior controle sobre sua saúde e suas

condições de vida, a níveis individual e coletivo. Agregando-se ao papel da

comunidade a responsabilidade indelegável do Estado na promoção da saúde de

indivíduos e populações (GUTIERREZ, et al. 1997).

Logo, especialmente a partir da relevância da promoção da saúde por meio de

intervenções educativas locais no eixo do desenvolvimento de habilidades pessoais

que a proposta deste trabalho se contextualiza. Assim, as observações da equipe de

enfermagem e sugestões médicas de realizar intervenções educativas junto as

gestantes para promoção da saúde materna e do neonato se dão como subsídios às

mães no período de gestação e puerpério.

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1.1 Síntese da bibliografia fundamental

1.1.1 Promoção da Saúde e Educação em Saúde: concepções e ações

complementares

O conceito de educação em saúde está indissociavelmente relacionado ao

conceito de promoção da saúde, como uma definição ampla de um processo que

abrange a participação de toda a população no contexto de sua vida cotidiana e não

apenas das pessoas sob risco de adoecer (SCHALL, 1999). Alves (2005) apresenta

que o objetivo da educação em saúde não é o de informar para a saúde, mas de

transformar os saberes que o indivíduo já possui visando ao desenvolvimento da

autonomia e da responsabilidade no cuidado com a própria saúde. A partir do

diálogo e intercâmbio de saberes técnico-científicos e populares, pode-se construir

de forma compartilhada um saber sobre a própria saúde.

O modelo biomédico, com foco na doença e não na saúde, representa

uma parte dos tipos de intervenção social na saúde pública, que incluem a

abordagem educativa de mudança de comportamento, a abordagem centralizada

no cliente e a abordagem societária. Os programas de educação em saúde nessa

direção visam desencadear mudanças de comportamento individual e

poderão servir de base para a instalação de promoção da saúde, cujo intuito

principal é promover mudanças de comportamento organizacional (CINTRA et

al., 1998).

Para além do conceito anteriormente discutido buscamos um trabalho em

educação e saúde que sirva como instrumento para a promoção da qualidade de

vida de indivíduos, famílias e comunidades por meio da articulação de saberes

técnicos e populares, de recursos institucionais e comunitários, de iniciativas

públicas e privadas, superando a conceituação biomédica de assistência à saúde e

abrangendo fatores determinantes do processo saúde, enfermidade e cuidado. Uma

nova abordagem de educação em saúde vem se destacando por valorizar o

desenvolvimento da consciência crítica das pessoas, favorecendo o despertar,

inclusive, da necessidade da luta por direitos à saúde e à qualidade de vida. A

educação em saúde se dá em dimensões além do biológico, considerando, também,

a necessidade de mobilizar fatores políticos, ambientais, culturais, entre outros.

Todo o processo evolutivo da educação em saúde no Brasil ocorreu com base em

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eventos políticos e econômicos que suscitaram reflexão sobre a necessidade de

transformações sobre a forma de interação entre profissional de saúde-cliente em

busca da promoção da saúde (SOUSA et al., 2010).

Refletir sobre as Políticas de Saúde e os princípios do SUS; Reconhecer o papel estratégico da Atenção Básica como ordenadora do cuidado em saúde da população e para a construção das Redes de Atenção à Saúde- RAS; - Conhecer e analisar a concepção de UBSI e suas diretrizes organizativas, identificando ações para o enfrentamento dos problemas e necessidades de saúde dos territórios. - Analisar o processo de trabalho para organizar uma atenção básica humanizada, receptiva, cuidadora, resolutiva, respeitosa do direto do cidadão, que atende pessoas agendadas e não -agendadas e que realiza ações em equipe dentro e fora da unidade de saúde. - Fomentar o conceito do acolhimento integral e resolutivo com análise de vulnerabilidade e classificação de riscos; - Construir com os profissionais a organização da recepção técnica e humanizada que possibilite melhor condição ao trabalhador da saúde para escutar, entender e atender as demandas dos cidadãos; - Possibilitar a identificação dos problemas de saúde existentes no território, formulando estratégias para o seu enfrentamento. - Discutir sobre os canais de participação da população e controle social e as estratégias utilizadas em cada unidade- Possibilitar a discussão e articulação das redes dos serviços de saúde e demais instituições, e atores identificados no território (SÃO PAULO, 2015).

Mesmo ocorrendo várias iniciativas de natureza ética no sentido de respeitar

e valorizar a participação e autonomia do sujeito nas ações relativas ao seu bem-

estar, ainda hoje se constata a predominância do modelo de educação linear, de

orientação depositária, que se ancora em um modelo escolar de dominação. Coloca-

se a ideologia da cultura comum pela ideologia da cultura científica. Na terminologia

do processo pedagógico em saúde, encontramos um direcionamento pautado em

verbos operacionais, como “orientar”. Consultando o dicionário vernáculo,

observamos que este verbo significa guiar, dirigir, encaminhar, indicar, nortear,

determinar. Por vezes esse modelo linear e tradicional implica em uma postura mais

determinista e pouco flexível do programa de ensino a ser adotado (ALVIM,

FERREIRA, 2007).

1.1.2 A Educação na área da Saúde Materno- Infantil

As ações educativas podem ser reconhecidas como condição para a

construção do conhecimento, na forma de problematização dos conteúdos do

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saber (FERNANDES, BACKES, 2010). Assumimos para esta investigação uma

perspectiva em educação que tenha o diálogo como seu instrumento essencial

podendo assim ser referida como Modelo Dialógico (ALVES, 2005).

A educação na área da saúde tem como finalidade integrar os saberes

científico e popular, na tentativa de estimular o indivíduo a uma maior participação

responsável e autônoma, frente ao cuidado com a sua saúde, caracterizando dessa

forma os processos que norteiam a educação em saúde (GAZZINELLI et al., 2005).

Torna-se necessário ter as ações de educação em saúde numa perspectiva

emancipadora, criativa, dialógica, participativa e que contribua para a autonomia do

usuário, no que diz respeito à sua condição de sujeito de direitos e autor de sua

trajetória de saúde e doença (BRASIL, 2007). Perrenoud (2005) bem como Pereira

(2003), acreditam que cada indivíduo deve ser independente na tomada decisões

para o autocuidado. Dessa forma, a educação pode auxiliar no desenvolvimento do

indivíduo, de maneira a construir pensamentos autônomos e críticos nas diferentes

ocasiões da vida.

Saúde e educação não podem ser dissociadas, caminham juntas, se articulam enquanto práticas sociais. A educação em saúde é parte destacada das atribuições dos profissionais integrantes das equipes de saúde da família, e se ressalta ainda mais dentro do processo de trabalho da enfermagem. A prática da educação em saúde requer do profissional de saúde, e principalmente de enfermagem, por sua proximidade com esta prática, uma análise crítica da sua atuação, bem como uma reflexão de seu papel como educador. As próprias bases conceituais da enfermagem preconizam a função do enfermeiro como um educador, afinal não há cuidar sem educar e vice-versa (FERNANDES, BACKES, 2010).

O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (2005)

promovem ações de saúde e qualidade de vida materno-infantil com

acompanhamento interdisciplinar no pré-natal e primeira infância, no qual um dos

focos do Projeto é o Aleitamento Materno. A amamentação com leite humano e

seus benefícios são bastante conhecidos e garantem, em muitos casos, a

sobrevivência das crianças, em especial daquelas que vivem em condições

desfavoráveis e/ou nasceram com baixo peso.

Uma orientação nutricional às gestantes por meio da educação nutricional

pode repercutir no contínuo aumento da obesidade gerada pelo estilo de vida que os

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indivíduos vêm adquirindo, pelos hábitos alimentares errôneos, e pela falta de

conhecimento do que seria uma alimentação saudável (SANTOS, 2005).

Intervenções podem ocorrer a partir das diferentes vivências planejadas entre

as gestantes e mães e os profissionais de saúde. Há possibilidade de intercâmbio de

experiências e conhecimentos considerados como a melhor forma de promover a

compreensão do processo de gestação. É necessário que o setor de saúde esteja

aberto para as mudanças sociais e cumpra de maneira mais ampla o seu papel de

educador e promotor da saúde. Mesmo havendo diferentes formas de realização do

trabalho educativo, destacam-se as discussões em grupo, as dramatizações e

outras dinâmicas que facilitam a fala e a troca de experiências entre os

componentes do grupo. A promoção da alimentação saudável com enfoque na

prevenção dos distúrbios nutricionais e das doenças associadas à alimentação,

nutrição, baixo peso, sobrepeso, obesidade, hipertensão e diabetes; e

suplementação de ferro, ácido fólico e vitamina A, para as áreas e regiões

endêmicas (BRASIL, 2005).

Encontramos na literatura científica da área um estudo por exemplo que

monitorou os cuidados domiciliares do recém-nascido prematuro, intencionando

analisar as práticas educativas realizadas pelos enfermeiros direcionadas ao

cuidado domiciliar (VICTORA, BARROS, 2005) e que em alguns aspectos pode

dialogar com a pesquisa que projetamos.

Os cuidados à saúde do recém-nascido começam bem antes do

nascimento. Eles começam com os cuidados às mães grávidas, pois durante a

gravidez, a mãe precisa estar adequadamente orientada, receber cuidados no

Pré-Natal e se houver complicações, necessita ser monitorada (SIMÕES, 2002).

As grávidas devem ter acesso a medidas preventivas, tratamento quando

necessário e aconselhamento de saúde, incluindo instrução sobre sinais de

perigo. Os cuidados com as mamas durante a gestação e o preparo das roupas

e materiais se fazem necessário para o primeiro passo para uma boa atenção

ao recém-nascido (FONSECA et al., 2004).

A Educação em Saúde objetiva promover transformações na compreensão da

saúde, relacionando à qualidade de vida e compromisso com a vida, ocasionando

novas atitudes no trato das doenças, de maneira que a saúde seja encarada como

responsabilidade de todos e não somente atribuição do Governo. Essa discussão se

amplia quando consideramos os resultados de uma revisão de literatura sobre

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artigos referentes à sobrevivência neonatal, eficazes contra os óbitos neonatais

(FONSECA et al., 2004).

Candeias (1997) já refletia na prática da educação em saúde conferindo que

constitui apenas uma fração das atividades técnicas voltadas para a saúde,

prendendo-se especialmente à habilidade de organizar logicamente o componente

educativo de programas que se desenvolvem em quatro diferentes ambientes:

escola, o local de trabalho, o ambiente clínico, em seus diferentes níveis de atuação

e a comunidade entendida como população-alvo.

1.1.3 Cuidados com a Amamentação

A amamentação é recomendada para que até os seis meses o leite materno

seja a fonte de alimentação exclusiva, pois este contém todos os nutrientes de que

ele precisa. O Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde advertem que

a amamentação deve ser exclusiva até os 6 meses e deve continuar, se possível,

até os 2 anos de idade da criança, dependendo da vontade do bebê e da

disponibilidade da mãe. A quantidade de leite é um fator que independe das mães,

quando a mãe desconfia que este leite produzido não está sendo suficiente para

alimentação do bebê, deve procurar o pediatra e descobrir juntos a melhor

alternativa. A recomendação é de livre demanda sem um horário rígido para

alimentar o bebê: o intervalo das mamadas pode ser de duas horas e meia a quatro

horas. Até os três meses é normal o pequeno manter este ritmo até durante a noite.

Deve alternar os seios a cada 15 minutos, ou antes, se tiver sensação de

esvaziamento. O leite é composto por 90% de água, por isso é importante que a

mãe se mantenha hidratada. De acordo com a Organização Mundial de Saúde

(OMS), é considerado aleitamento materno o processo pelo qual o lactente recebe

leite materno independentemente de consumir outros alimentos. O aleitamento

materno exclusivo é o processo em que o bebê recebe leite materno de sua mãe ou

nutriz ou leite materno extraído, sem receber nenhum outro líquido ou sólido, exceto

vitaminas, complementos minerais ou medicamentos. É considerado interrupção

precoce do aleitamento materno antes dos quatro meses de vida do lactente

(AMORIM, ANDRADE, 2009).

O aleitamento materno é alimentação mais apropriada para atender aos

aspectos nutricionais, imunológicos e psicológicos da criança em seu primeiro ano

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de vida, sendo uma prática natural e eficaz, que favorece o vínculo mãe-filho quando

o ato de amamentar é bem vivenciado pelas mães. O sucesso da amamentação

depende de fatores históricos, sociais, culturais, e psicológicos da puérpera,

depende de compromisso e conhecimento técnico-científico dos profissionais de

saúde envolvidos na promoção, incentivo e do apoio ao aleitamento materno

(ALMEIDA, FERNANDES, ARAUJO, 2004). A amamentação é altamente

significativa ao proteger a saúde do bebê de doenças como diarreia, distúrbios

respiratórios, otites e infecção urinária e, ao mesmo tempo, o bebê que é

amamentado é protegido de doenças cardiovasculares.

Entre as vantagens da amamentação para o bebê, podemos citar prevenção

de doenças e alergias, diminuição da mortalidade infantil, diminuição das chances

de desenvolver alergias, diminuição das chances de morte súbita do bebê,

diminuição das chances de ter diarreias ou prisão de ventre, diminuição de chances

de desenvolver asma, eczemas, obesidade, proporciona ao bebê ficar mais calmo e,

logo, chora menos (DIAS et al., 2016).

Já entre as vantagens para as mães, podemos destacar que proporciona a

redução do sangramento após o parto, diminuição da incidência de anemia, câncer

de ovário e mama, proporciona o sentimento segurança e menos ansiosa, menos

propensa à osteoporose, retorno ao peso normal mais rapidamente e está protegida

de engravidar (PARIZOTTO, ZORZI, 2008).

Dada à importância da atuação do profissional de enfermagem frente à

amamentação, visto que o enfermeiro é o profissional que mais estreitamente se

relaciona com a mulher durante o ciclo gravídico puerperal e tem importante papel

nos programas de educação em saúde, durante o pré-natal, ele deve preparar a

gestante para o aleitamento, para que no pós-parto o processo de adaptação da

puérpera ao aleitamento seja o mais adequado possível, evitando assim, dúvidas,

dificuldades e possíveis complicações (ALMEIDA, FERNANDES, ARAUJO, 2004).

Viu-se a necessidade de descrever através de um estudo exploratório

embasado em levantamento teórico científico a importância da assistência de

enfermagem no aleitamento materno, bem como a necessidade e importância da

amamentação com orientações básicas à puérpera e familiares Sono. Os recém-

nascidos dormem cerca de 90% do tempo e só permanecem acordados para

mamar. Por isso, nada de pânico. Os períodos de sono vão se encurtando até

alcançar sua normalidade em torno dos seis meses de idade.

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1.1.4 Cuidados com o Coto Umbilical

Na gestação, mãe e feto estão ligados pelo cordão umbilical, o sangue que

vai ao bebê é rico em nutrientes e oxigênio. Ao nascer, o bebê se encontra apto a

retirar do ambiente o alimento e os gases de que necessita para sua sobrevivência e

esse cordão umbilical já pode ser cortado. O cordão é cortado cerca de dois

centímetros acima de sua imersão no corpo do bebê, restando uma pequena parte

dele presa ao corpo, a qual se degenerará e se desprenderá dentro de 7-15 dias

(em alguns casos, essa queda pode demorar até 25 dias). É essa pequena parte

do cordão umbilical, ainda presa ao corpo do bebê, que se denomina coto umbilical.

A limpeza do coto e da base umbilical deve ser realizada corretamente. A

limpeza será realizada após banho e cada troca de fralda, ao realizar o cuidado com

o coto umbilical estamos prevenindo o tétano, que é uma doença causada por uma

bactéria que vive na terra, em fezes de animais, na pele, na poeira, em pregos

enferrujados, em galhos de árvores, em instrumentos de trabalho não esterilizados,

em espinhos etc. Os antigos descrevem a doença como “Mal de sete dias” porque

se manifesta, geralmente, sete dias após o parto, mas pode acometer o RN de 2 a

28 dias de vida. A criança doente de tétano neonatal fica irritada, chorando muito e

deixa de mamar. A mãe necessita observar estes cuidados com a limpeza do coto e

da base umbilical, mas deve saber que para eliminar o tétano neonatal é preciso

tomar a vacina contra o tétano (LINHARES, 2011).

Principais cuidados com Coto umbilical:

Lavar bem as mãos antes de fazer a higiene do coto umbilical;

Há fraldas descartáveis com um recorte na altura do umbigo do bebê para

não comprimi-lo, deixá-lo arejado e evitar infecções;

Para a limpeza, usar um cotonete umedecido em álcool a 70% e lembre-

se de que é a base do umbigo, junto ao corpo, que deve ser mantida

limpa. Por isso, a limpeza deve começar por ela;

Para proteger o coto, após a limpeza, enrole uma gaze ao seu redor.

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Sempre posicionar a fralda abaixo do umbigo a fim de evitar a

contaminação do coto por urina e fezes;

Nunca puxar o coto umbilical. Deixe que ele se desprenda sozinho;

Desde o início, o bebê pode tomar seus banhos diários sem nenhuma

proteção especial do coto umbilical. Caso o coto seja molhado durante a

higiene, seque-o suavemente com um pano ou toalha limpos;

Se seu bebê for um menino, aponte o pênis dele para baixo, de modo que

a urina não seja vertida na direção do coto umbilical.

Em relação ao banho de Imersão no RN (O termo RN consiste no período que

se estende desde o nascimento até o 28º dia de vida) o vernix caseoso deve ser

limpo com uma toalha. Entretanto, o momento certo para o primeiro banho do RN é

recomendado de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é que seja

dado apenas seis horas após o parto, devido ao risco de hipotermia durante e após

o banho. Behringet al. (2003) demonstrou que não houve diferença significativa de

temperatura entre os RNs que tomaram banho uma hora após o parto e os que

tomaram banho entre quatro e seis horas após o parto, corroborando os achados de

trabalhos anteriores feitos por Penny-Mac Gillivray (1996) e Varda e Behnke (2000),

que também não encontraram diferença de temperatura relacionada ao momento do

primeiro banho. O banho dos recém nascidos visa, especialmente, as zonas que

necessitam maior atenção, como face, pescoço, pregas e área das fraldas. Quanto

ao banho de rotina, foi demonstrado que ele, em si, é superior à esfregação com

esponja ou algum outro tecido. O ato de esfregar com esponja ou tecido promove

maior perda de temperatura, maior perda de água transepidérmica e menor

hidratação do estrato córneo. A duração do banho deve ser curta, de no máximo

cinco minutos, principalmente, se for usado algum sabonete. Isso ajuda, também, a

evitar a maceração da pele. A frequência do banho varia muito entre determinadas

regiões e países, dependendo da cultura de cada local. A criança deve ser lavada

normalmente, cabeça e tronco, com um sabonete preferencialmente neutro. Para

enxugá-la, utiliza-se uma toalha felpuda e uma fralda para limpar os ouvidos. Nada

de cotonete, pois eles podem machucar o canal auditivo (CARVALHÊDO, 2010).

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Banho de Ofurô consiste na imersão do recém-nascido em uma banheira que

se assemelha ao útero materno, permitindo ao bebê ficar com o corpo submerso em

água, em posição flexionada, mantendo a cabeça fora da água, apoiado pelo

cuidador. Este tipo de banho tem como finalidade principal promover o relaxamento

do recém nascido. O banho de ofurô é contra indicado para os prematuros, pois

apresentam um sistema musculoesquelético em desenvolvimento e tônus muscular

diminuído (BRASIL, 2013).

1.1.5 Higiene e Cuidados do Corpo

Outros cuidados que se devem ter com a pele do bebê, no intuito de

preservar a sua integridade cutânea, são: as unhas dos bebês devem ser mantidas

limpas e curtas, para evitar que machuquem a pele; as fraldas - preferencialmente,

as descartáveis superabsorventes, que são as que têm maior capacidade de manter

seca a área correspondente, devem ser trocadas com frequência; a higiene da área

da fralda com água morna e algodão, sem sabonetes, é suficiente na limpeza diária

da urina. Para as fezes, sabonetes brandos são recomendados; a higiene íntima nas

meninas deve ser feita entre os grandes lábios, sempre de frente para trás para

evitar a contaminação com bactérias do ânus; o uso rotineiro de preparações tópicas

para prevenir dermatite da área das fraldas não é necessário para crianças com a

pele normal (FERNANDES et al, 2011).

Para higiene bucal prepare uma solução de meio copo de água e uma colher

rasa de bicarbonato de sódio e limpe as gengivas do bebê com um chumaço de

algodão umedecido. Isso deixará o pH da boca desfavorável para a proliferação de

fungos. Em relação as roupas o bebê deve ser vestido de acordo com a sensação

térmica da mãe. Agasalhá-lo em um dia quente vai fazer com que ele se irrite e

chore. É importante sempre optar por roupas confortáveis.

Antes de frequentar lugares públicos, recomenda-se que a criança tenha

tomado pelo menos a primeira dose das vacinas. Nas primeiras semanas o bebê

precisa de tranquilidade e só deve ser levado a passeios simples, como a casa dos

avós.

Já a alimentação na gravidez é um dos melhores momentos para se pensar

em alimentação saudável, pois não só a mãe se beneficiará dela, como também, e

principalmente, o bebê. Uma mãe bem nutrida é capaz de fornecer todos os

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nutrientes necessários e pode proporcionar as condições ideais para o

desenvolvimento de seu filho. Há estudos atualmente que revelam, inclusive, que

um desajuste alimentar intra-útero pode levar a disfunções tanto ao nascimento

quanto na fase adulta, como a maior tendência à obesidade, hipertensão, diabetes e

outras doenças. Assim recomenda-se:

a) Fazer pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois

lanches saudáveis por dia, evitando ficar mais de três horas sem comer. Entre

as refeições, beba água, pelo menos 2 litros. Fazendo todas as refeições,

você evita que o estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de

sentir náuseas, vômitos, fraquezas ou desmaios. Os excessos podem causar

desconforto abdominal, principalmente nos últimos meses de gestação,

quando o útero está maior e comprime o estômago. Beber água entre as

refeições é importante para o organismo, pois melhora o funcionamento do

intestino e hidrata o corpo.

b) Incluir diariamente nas refeições alimentos do grupo de cereais (arroz,

milho, pães e alimentos feitos com farinha de trigo e milho), tubérculos, como

as batatas, e raízes, como a mandioca – também conhecida como macaxeira,

aipim. Devendo dar preferência aos alimentos na sua forma mais natural, pois

são boas fontes de fibras, vitaminas e minerais. Esses alimentos são a fonte

de energia mais importante da nossa alimentação e devem estar em maior

quantidade nas refeições.

c) Três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três

porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches. Frutas, legumes e

verduras são boas fontes de vitaminas, minerais e fibras. Esses alimentos

devem estar presentes em todas as refeições e lanches do dia, porque são

essenciais para a formação saudável do feto, além de proteger a saúde

materna. Monte um prato colorido.

d) Diminuir o consumo de gorduras. Fique atenta aos rótulos dos alimentos e

prefira aqueles livres de gorduras trans.

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e) Evitar refrigerantes e sucos industrializados, biscoitos recheados e outras

guloseimas no seu dia-a-dia. O consumo frequente e em grande quantidade

de sobremesas aumenta o risco de complicações na gestação, como excesso

de peso, obesidade, diabetes gestacional e pressão alta, que prejudicam o

adequado crescimento do feto. Além disso, o excesso de açúcar está

relacionado ao surgimento das cáries dentárias. Por isso, prefira consumir

frutas como sobremesa.

f) Diminuir a quantidade de sal na comida. Evitar consumir alimentos

industrializados com muito sal (sódio) como hambúrguer, charque, salsicha,

linguiça, presunto, salgadinhos, conservas de vegetais, sopas prontas,

molhos e temperos prontos. O consumo excessivo de sódio (presente no sal

de cozinha) aumenta o risco de pressão alta, doenças do coração e rins, além

de causar ou agravar (SENADO FEDERAL, 2015).

1.1.5 Doenças Sazonais

O aumento de casos de microcefalia em bebês, relacionada ao vírus Zika,

está preocupando as gestantes. O risco maior foi identificado nos primeiros três

meses de gravidez, mas as investigações sobre o tema continuam para esclarecer

questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a

infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante.

a) Dengue: em gestantes, a dengue pode aumentar o risco de trabalho de

parto prematuro, de óbito fetal intra-uterino, de sofrimento fetal agudo e,

quando a infecção na gestante ocorre na última semana de gestação, pode

ocorrer a transmissão do vírus da dengue para o feto (dengue congênita).

Quando a infecção ocorre próxima ao parto, é maior o risco de hemorragias

materna e fetal. As manifestações hemorrágicas da dengue em gestantes

podem se manifestar já no primeiro dia da doença. O profissional de saúde

deve estar mais atento à avaliação clínica inicial e ao acompanhamento,

devido às alterações fisiológicas da gravidez, que, apesar de não interferirem

na doença, podem interferir na sua apresentação clínica. Conforme

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recomendação do protocolo do Ministério da Saúde, a gestante que

apresentar qualquer sinal de alarme ou de choque e que tiver indicação de

reposição volêmica, deverá receber volume igual àquele prescrito aos demais

pacientes, de acordo com o estadiamento clínico. Em gestantes, deve-se ter

atenção redobrada para evitar a hiper-hidratação quando da reposição

volêmica (BRASIL, 2016).

b) A chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus chikungunya (CHIKV).

Estudos mostram que a maioria dos indivíduos infectados pelo vírus, cerca de

70%, desenvolve sintomas da doença. O percentual é significativo quando

comparado às demais arboviroses. A doença persiste por até dez dias após o

surgimento das manifestações clínicas. A transmissão se dá através da

picada de fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus infectadas

pelo CHIKV. Casos de transmissão vertical podem ocorrer e, muitas vezes,

provocam infecção neonatal grave. Pode ocorrer também transmissão por via

transfusional, considerada rara de acordo com protocolos analisados. Os

sinais e sintomas são clinicamente parecidos aos da dengue – febre de início

agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A

principal manifestação clínica que a difere são as fortes dores nas

articulações, que muitas vezes podem estar acompanhadas de inchaço.

c) O vírus Zika é transmitido por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, o

mesmo que transmite o vírus da dengue e o vírus Chikungunya. Por esse

motivo, as medidas de prevenção e controle são as mesmas já adotadas

contra a dengue e para o Chikungunya. Assim, deve-se evitar a multiplicação

do mosquito, eliminando os locais em que ele prolifera. Na realidade esta é a

única forma efetiva de controlar estas infecções. Não há tratamento específico

contra o vírus Zika. O tratamento sintomático baseia-se no uso de analgésico

(paracetamol) para febre e dor, conforme orientação médica. Sabe-se que ele

entra no organismo materno pela picada do Aedes aegypti e após, pela

circulação sanguínea, chega ao feto. Como este vírus tem predileção pelo

tecido nervoso, esse é o tecido no qual ele provocará o dano que resulta na

microcefalia. A infecção por zika vírus pode prejudicar o feto em qualquer fase

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da gravidez, não apenas se a mãe adoecer nas primeiras semanas de

gestação, como se imaginava inicialmente (BRASIL, 2016).

1.2 Justificativa

A problemática de pais que levam mães de RNs ao PS (Pronto Socorro) e ou

PA (Pronto Atendimento) tem sido muitas vezes a ansiedade por não entender o que

está acontecendo com seus filhos e a possibilidade de eles estarem sofrendo de

algo mais grave pode desestabilizar os pais que assumem a atitude de resolver o

problema. Estas mães apresentam perguntas sobre o cuidado com o coto,

amamentação e outros que podem ser sanados nas oficinas educativas em cada

unidade de saúde durante o pré-natal.

A educação em saúde vem a considerar que profissionais da saúde podem

ser capazes de atuar na promoção da saúde com mudanças nas práticas de saúde

a partir da construção de um trabalho educativo e colaborativo atribuindo à pessoa

sob seus cuidados e formação a corresponsabilidade pelas ações de saúde.

Cursar um Mestrado em Promoção da Saúde aguça ainda mais o interesse

por projetos educativos e a crença de que a educação em saúde pode favorecer a

construção e reflexão crítica sobre métodos e prover conhecimentos para melhoria

da saúde. Pode-se assim aprimorar subsídios, criar e inovar na educação e

participação educativa com gestantes e mães sobre cuidados com o Recém-

Nascido.

Entendemos que a participação e envolvimento da comunidade por meio das

famílias que recebem orientações sobre saúde vêm resultando em mudanças

concretas com benefício para a saúde que poderão impactar na qualidade de vida

dessas mães e seus recém-nascidos.

O Programa de Mestrado Profissional em Promoção da Saúde tem

como foco a qualidade e o estilo de vida, o que se harmoniza com a realização de

investigação e avaliação de projetos educativos nessa direção. Trata-se de

pesquisar práticas educativas inovadoras na promoção da saúde de gestantes,

mães e do Recém-Nascido.

Compreendendo a educação em saúde como uma ferramenta para a

formação de habilidades junto aos familiares de forma dialógica, integrada e

conscientizada desde o início da pesquisa, houve a intenção de desenvolver e

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avaliar um processo de educação em saúde com gestantes e mães sobre o Recém-

Nascido.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

• Avaliar os resultados da implementação de uma intervenção em

educação e saúde com gestantes e mães sobre noções de cuidado

com o neonato na perspectiva das participantes.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Diagnosticar o interesse e necessidade de mães e gestantes em

relação ao cuidado da sua saúde e do futuro bebê ou recém-nascido

com relação à alimentação, higiene e proteção.

• Implementar intervenção educativa fazendo uso de estratégias ativas

por meio de oficinas sobre noções e cuidados com o neonato

(alimentação, higiene e proteção).

• Avaliar os resultados da intervenção educativa na perspectiva das

participantes.

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2 MÉTODO

2.1 Casuística

Trata-se de investigação exploratória de abordagem qualitativa, delineada a

partir de pressupostos da pesquisa participante, realizada por meio de grupos focais

como estratégia para implementação e avaliação dos resultados de uma intervenção

em educação em saúde com gestantes e mães sobre noções de cuidado com o

neonato na perspectiva das participantes.

Segundo Brandão (1984) utiliza-se pesquisa participante quando se busca o

envolvimento da comunidade na análise de sua própria realidade. Ela se desenvolve

a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas.

Assim a pesquisa participante caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e

membros das situações investigadas. A pesquisa participante é um processo de

pesquisa no qual a comunidade participa na análise de sua própria realidade, com

vistas a promover uma transformação em benefício dos participantes.

O Grupo Focal por sua vez é uma técnica de investigação qualitativa

comprometida com a abordagem de pesquisa a fim de gerar dados. É importante

para valorizar a interpretação grupal a respeito de um tema em que estejam

habilitados a expressar sua perspectiva (POPE, MAYS, 2009). O grupo focal como

técnica para coleta de dados foi utilizado antes e após a intervenção educativa. Os

grupos focais diagnóstico e de avaliação foram gravados, transcritos e discutidos

com a literatura.

2.2 Procedimentos de Rotina na Abertura de Pré-Natal

Para as gestantes/mães realiza-se abertura de pré-natal como primeira

consulta com a Enfermeira e nesta consulta são solicitados exames de sangue

(glicemia, ureia, creatinina, NA, K, hemograma, sorologias para HIV, sífilis, hepatite

A,B,C, Citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola ), urina (urina I e Urocultura), fezes

(PPF) e USG (Ultrassonografia ) (obstétrico de 1º trimestre), também realiza-se teste

rápido de HIV, sífilis, hepatite B e C. Realiza-se encaminhamento para odontologia,

pois sabe-se que a higiene bucal adequada e tratamento preventivo e corretivo são

importantes para que agravos possam ser minimizados/sanados. Encaminha-se

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para ginecologia com acompanhamento do pré-natal, o qual se dá por consulta

programada em período 25 a 30 dias, tempo necessário para que a gestante possa

ter em mãos todos os resultados de exames solicitados. Na primeira consulta é

ressaltada a importância do acompanhamento pré-natal e sua relevância para mãe e

para o bebê. Oferta-se ainda para as gestantes o preenchimento da solicitação do

cartão de gestante da SPTRANS onde a gestante tem direito de 4 passagens em

toda a gestação para a realização de duas ultrassonografias que são realizadas fora

da Unidade Básica de Saúde. Quando o pré-natal é de alto risco este cartão é

ampliado de acordo com a necessidade de deslocamento.

2.3 Materiais e Métodos

Participaram deste estudo 40 gestantes/mães pertencentes a uma Unidade

de Assistência Médica Ambulatorial/Unidade Básica de Saúde Integrada localizada

na Zona Sul da cidade de São Paulo. A investigação foi organizada em momentos

específicos, a saber, diagnóstico, intervenção e avaliação. Todo o percurso da

execução deste estudo, ou seja, entre a etapa de diagnóstico e avaliação durou seis

meses. Os grupos de mães participantes foram assim subdivididos:

• Etapa 1 – Oito a doze mães e gestantes que frequentavam a unidade de

saúde e aceitaram participar do grupo focal diagnóstico;

• Etapa 2 – Todas as mães que participaram da(s) consulta(s) pré-natal na

unidade no período de três meses e aceitaram participar de uma ou mais

aulas de sessenta minutos com a enfermeira educadora antes da consulta;

• Etapa 3 – Oito a doze mães que participaram de uma ou mais intervenções

na unidade e aceitaram participar do grupo focal de avaliação.

As gestantes participantes estavam em diferentes semanas de gestação,

algumas primigestas outras multíparas com diferentes graus de escolaridades e

diferentes níveis sociais. Todas receberam as mesmas orientações. A intervenção

educativa compreendeu orientações como:

- Amamentação

- Cuidados com o coto umbilical;

- Proteção – vacinas e banho e higiene intima;

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- Alimentação da gestante;

- Prevenção de acidentes na infância;

- Doenças Sazonais – Dengue, Zika Virus e Chikungunya; gripe e vacina h1n1

- Outras orientações quando solicitadas pela gestante.

Realizou-se ainda o levantamento do perfil geral das participantes (idade,

primigestas/ multíparas1, e escolaridade) das intervenções no período de três meses

mediante análise das fichas na unidade, com prévia autorização. Em sintonia com o

que se espera de uma AMA/UBS Integrada os questionamentos e demandas

que emergem do próprio contexto podem ser resumidas em três frentes:

Amamentação (leite materno e mamilo); Higiene Corporal (banhos e cuidado

com o coto umbilical) e Proteção (vírus). Esses três eixos de trabalho estão

diretamente relacionados a conteúdos de promoção à saúde materna e neonatal

(CARVALHO, SANTANA, OLIVEIRA, 2016). Essas linhas temáticas integradas

foram trabalhadas na direção de uma metodologia de pesquisa

interventiva/participativa em educação e saúde com esse grupo específico de

gestantes e mães.

2.3.1 Etapa 1 – Grupo Focal diagnóstico

Objetivo específico:

o Diagnosticar o interesse e necessidade de mães e gestantes com o

cuidado da sua saúde e do futuro bebê ou recém-nascido com relação

à alimentação; higiene e proteção.

Roteiro do grupo focal diagnóstico:

o Eixo 1 - Alimentação (leite materno e mamilo):

Boa pega e papel do aleitamento materno.

Cuidados com os mamilos durante a gestação.

1 Classificação da Gestante segundo o número de gestações: Primigesta (Primigrávida) descreve a mulher que se encontra grávida pela primeira vez. A Multípara é a mulher que já teve mais de um filho ou a mulher que pode parir mais de um bebê por vez (RICCI, 2008).

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o Eixo 2 - Higiene Corporal (banhos e cuidado com o coto umbilical)

Higiene do RN (banho, limpeza do coto umbilical e higiene

íntima).

o Eixo 3 - Proteção (vírus)

2.3.2 Etapa 2 – Intervenção e enquete

Objetivo específico

o Compreender e aplicar noções e cuidados com o RN (alimentação,

higiene e proteção) oficinas de 60 minutos/Intervenção educativa

fazendo uso de estratégias ativas.

Estratégias:

o Primeiro uma estratégia com teatro de acolhimento às mães/gestantes

com fantoches, seguida de uma dinâmica com caixa surpresa para

conhecer a participante e despertar seu interesse, formando um

vínculo inicial em duas pequenas intervenções com as mães; a terceira

aula foi demonstrativa com simulação e participação das mães fazendo

uso de bonecos e objetos: bebê, leite, banheira, produtos de higiene,

mosquito tridimensional ampliado e por último as participantes

estiveram envolvidas na simulação e resolução de uma pequena

situação problema.

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2.3.2.1 Detalhamento das Intervenções Educativas

As oficinas educativas iniciaram-se em 4 de julho de 2016, realizando-se um

total de 13 oficinas ocorridas em um período de 60 minutos cada. Com as

gestantes/mães procurou-se dialogar sobre as etapas do pré-natal e que a gestação

é marcada por eventos e com diversas mudanças que interferem na vida da mulher,

mesmo sendo um fenômeno fisiológico onde ocorre uma série de modificações no

organismo materno com a finalidade de garantir o crescimento fetal, proteger e

possibilitar a recuperação da mulher e garantir a saúde do recém-nascido.

O trabalho no grupo com gestantes e mães de recém-nascidos teve o cunho

de orientar cuidados ao recém-nascido. Iniciamos como forma de cardápio onde

ofertamos orientações de forma lúdica com uso de fantoches e cartões com figuras e

breves palavras relevantes às orientações.

Dialogou-se com elas sobre os cuidados com RN, a partir do que foi

diagnosticado no grupo focal sobre seus anseios, dúvidas e necessidade de

conhecimento.

Como responsáveis pela abertura de pré-natal na unidade básica de saúde,

explicou-se como funciona o pré-natal na unidade, tornando-se profissionais de

referência para as gestantes/mães.

Durante as orientações educativas foram realizadas as sequências didáticas a

seguir:

a. Teatro

Uso de fantoches

Os fantoches foram utilizados em três momentos, primeiramente nas

boas vindas como sendo parte da equipe do grupo. Segundo momento

durante as oficinas de orientações. E, no grupo de avaliação, o boneco

era parte da demonstração de aprendizagem para o banho do RN.

LUCHETT (2011) relata que a forma de abordagem lúdica, por meio do

teatro de fantoches, é uma excelente ferramenta para desenvolver as

atividades de educação em saúde por ser relevante para o despertar

da criatividade e manter a atenção dos participantes, além de estimular

com maior facilidade a participação ativa.

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Caixa com espelho dentro, onde foi apresentado às mães para que

vissem a foto de “uma mulher que quer amamentar”.

A caixa com espelho foi utilizada como descontração e quebra gelo. Escolhia-

se algumas para verem figuras de mulheres prontas para amamentar, e ao abrir

encontravam o auto reflexo de sua imagem. Essa dinâmica introduziu a aula

interativa sobre o cuidado com o mamilo e aleitamento materno. Compartilharam-se

também, além do conteúdo formal, algumas dicas como a de que quanto mais o RN

mamar, mais leite a mãe terá. Não precisa colocar tempo certo para as mamadas,

mas o seio deve esvaziar antes de passar para o outro. Caso não esvazie um peito

numa mamada, retorne ao mesmo peito na mamada seguinte. Amamentando toda

vez que seu bebê tiver fome, ele não precisará tomar chá, suco, água ou outro leite

nos primeiros seis meses de vida.

b. Oficinas demonstrativas e participativas em que foram utilizados como

recursos

Baldes e bonecos para o banho de ofurô (balde) em que as mães

simularam a experiência do banho com o boneco, a higiene íntima do

RN e cuidados com o coto umbilical. Orientou-se também sobre evitar

pessoas com tosse e se a mãe ou outra pessoa fosse pegar seu bebê,

deveria antes lavar as mãos com água e sabão.

Mosquito tridimensional que circulou entre o grupo para introduzir a

problematização a respeito de vacinas e proteção (vírus).

A disposição de todos os equipamentos e recursos na sala da Unidade de Saúde

foi elaborada para aguçar a curiosidade das mães e gestantes sobre o uso dos

objetos e o que seria discutido, tornando aconchegante o espaço da intervenção e

favorecendo uma melhor ambiência para a aprendizagem.

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c. Situações problemas e dilemas

Problematizou-se situações cotidianas como nesses exemplos:

O que fazer se o RN cair da cama?

A partir de que temperatura o RN está com febre? Como devo

proceder?

Posso levar o RN ao Shopping?

Após a amamentação os seios se tornam flácidos?

Há mães com leite fraco?

Amamentar emagrece ou engorda?

A situação problema vem a ser útil na reflexão de que a situação pode acontecer

e alertar sobre a necessidade de estarem ávidos nos cuidados com o RN.

Preenchimento de breve enquete ao final da aula

o Enquete:

Você conhecia essas orientações sobre o cuidado com o recém-

nascido?

( ) SIM ( ) NÃO

Recomendaria essa aula para uma amiga?

( ) SIM ( ) NÃO

Tem o desejo de cuidar mais da sua saúde?

( ) SIM ( ) NÃO

A enquete foi organizada por meio de estatística descritiva que depois foi

discutida com o conjunto de dados coletados.

2.3.3 Etapa 3 – Grupo focal de avaliação

O processo avaliativo formal foi realizado após as avaliações por meio da

enquete que foi complementada com o grupo focal de avaliação.

Objetivo específico

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o Avaliar resultados da intervenção educativa na perspectiva das

participantes.

Roteiro do grupo focal:

• Aleitamento Materno

• Cuidados com os mamilos e higiene corporal (banhos e cuidado com o coto

umbilical).

• Proteção (vírus).

2.4 Implicações Éticas

A carta de autorização, o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE)

e o projeto foram submetidos à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa do

Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP) com registro na

Plataforma Brasil. O trabalho foi apresentado para apreciação do Comitê de Ética

em pesquisa do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP),

recebendo a aprovação com o parecer de numero 1542.129. Foram seguidas as

normas da Resolução 510/16, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2016) que

norteia todos os direitos e deveres dos pesquisadores e dos participantes envolvidos

numa pesquisa.

Desta forma, acordando com os princípios éticos, este projeto de pesquisa foi

aprovado em primeira instância pelo comitê de ética em pesquisa do Centro

Universitário de São Paulo UNASP-SP, com parecer nº 1572408.

O projeto reformulado foi apresentado à supervisora da SPDM (Associação

Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) que enviou para o setor de Educação

Permanente, para solicitação de autorização para realização da pesquisa na

unidade de saúde na região do Ipiranga que responde à Secretaria Municipal de

Saúde do município de São Paulo. A aprovação do parecer pelo comitê de ética em

pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo pela instituição

coparticipante na pesquisa, foi publicada em 26.07.2016 com parecer nº 1.629.676.

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RESULTADOS

Esta pesquisa avaliou os resultados da implementação de uma intervenção

educativa com gestantes e mães sobre noções de cuidado com o neonato na

perspectiva das participantes em uma Unidade Assistência Médica

Ambulatorial/Unidade Básica de Saúde Integrada na cidade de São Paulo. Sendo

uma investigação qualitativa, desenvolveu-se um trabalho de educação e saúde com

gestantes e mães com a finalidade de analisar suas percepções, necessidades e a

impressão inicial e final que tiveram na aula que participaram na unidade de saúde.

O estabelecimento de vínculo entre as gestantes/ mães e os profissionais da

saúde envolvidos no acompanhamento educativo no período pré-natal foi relevante

para a garantia do retorno das participantes à unidade e envolvimento em todas as

etapas da pesquisa.

O horário dos encontros foi escolhido no período da manhã em que a

movimentação na Unidade de Saúde que serviu como ambiente de pesquisa tem um

maior número de usuários. Os grupos aconteceram na forma de “rodas de

conversa”, em que o diagnóstico (grupo focal) instigou o relato de dúvidas e

aparentes certezas sobre o cuidado com o recém-nascido. Já no acolhimento e

atividades do grupo focal inicial planejou-se a forma de trocar conhecimentos para

conquistar as futuras mães para os próximos encontros.

3.1 Perfil das Participantes da Pesquisa

Com relação à caracterização das participantes da pesquisa fizeram parte

desse estudo apenas mulheres, embora os pais também possam acompanhar

orientações na Unidade de Saúde. Todas as 40 gestantes ou/e mães participantes

realizavam tratamento/acompanhamento em uma Unidade Básica de Saúde da zona

sul em São Paulo-SP.

A maior parte das participantes apresentou idade entre 14 a 25 anos (72%)

como pode ser observado na tabela 01.

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Tabela 01: Idade das gestantes/mães participantes da intervenção educativa na

Unidade Básica de Saúde.

Idade N Porcentagem

14 anos 01 2,5%

15 anos 02 5,0%

17 anos 03 7,5%

18 anos 05 12,5%

19 anos 02 5,0%

20 anos 04 10,0%

21 anos 01 2,5%

23 anos 04 10,0%

24 anos 01 2,5%

25 anos 03 7,5%

26 anos 03 7,5%

27 anos 01 2,5%

29 anos 04 10,0%

30 anos 02 5,0%

32 anos 01 2,5%

33 anos 01 2,5%

35 anos 01 2,5%

39 anos 01 2,5%

Fonte: Elaboração própria, São Paulo, 2017.

No perfil sobre número de gestações temos 20 primigestas correspondendo a

50% das participantes e 20 multíparas correspondendo também a 50% como pode

ser observado na tabela 02.

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Tabela 02: Classificação do número de gestações das participantes na intervenção

educativa na Unidade Básica de Saúde

Gestações N Porcentagem

Gestantes

01 20 50,0%

Mães

01 10 25,0%

02 05 12,5%

03 04 10,0%

04 01 2,5%

Fonte: Elaboração própria, São Paulo, 2017.

No perfil escolaridade das gestantes/mães encontramos: 01 cursando ensino

superior (2,5%), 25 apenas com escolaridade no ensino fundamental (62.5%) e 14

com ensino médio (35%).

Tabela 03: Escolaridade das gestantes/mães participantes da intervenção educativa

na Unidade de Saúde.

Escolaridade N Porcentagem

Superior incompleto 01 2,5%

Médio completo 07 17,5%

Médio incompleto 07 17,5%

Fundamental completo 05 12,5%

Fundamental incompleto 20 50,0%

Fonte: Elaboração própria, São Paulo, 2017.

3.2 Síntese do Grupo Focal Diagnóstico

Dentro da programação das consultas pré-natal das gestantes/mães, com

uma estratégia de abordagem mais personalizada, focamos em proporcionar para

essas mães orientações desde sua gestação até o puerpério, abrindo um leque de

informações que serão oferecidas a cada abordagem de forma a se tornarem

atrativas e de fácil entendimento.

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A partir do roteiro base planejado anteriormente sobre os eixos do

Aleitamento Materno, da Higiene do Recém Nascido e de Fatores de Proteção

(vírus).

Introduziu-se o grupo questionando sobre o desejo de amamentar e a

experiência de cada uma sobre a amamentação, podendo ser dela própria e/ou de

acompanhar alguém que amamentou. Foram convidadas a expor dificuldades ou

mesmo quem achou fácil esse processo em experiência anterior, poderia se

manifestar e comentar.

Instigou-se ainda que discorressem sobre possíveis mitos na amamentação

como: seios flácidos após a amamentação, e alimentação da mãe que amamenta,

mitos e dúvidas. Podem ter lesões nos seios? Há mães com leite fraco? Amamentar

emagrece ou engorda?

Com relação à higiene do RN interrogou-se a respeito dos conhecimentos

sobre o banho, facilidades e dificuldades.

No diagnóstico sobre cuidados e higiene com o coto umbilical, perguntou-se

sobre o tempo necessário para cair o coto umbilical e quais os cuidados que

conheciam e se já ouviram falar também sobre o uso de faixas.

Com respeito a vacinas e proteção, questionou-se sobre cuidados de

proteção já conhecidos. Quais vacinas o RN pode tomar? Quando levar o RN nos

lugares com muitas pessoas?

No grupo focal diagnóstico foi possível iniciar o entendimento do que estas

mães não sabiam, o que as afligia e o medo que verbalizaram.

As gestantes/mães se pronunciaram ao conduzir-se o roteiro no grupo focal

diagnóstico desta forma com relação à amamentação:

Desejam amamentar?

A maioria respondeu afirmativamente.

Já amamentaram? Quais as experiências? Quais as dificuldades?

“Foi desesperador”2

“Tive muito sangramento e o peito doía muito, mesmo tendo bico”

2 As falas das mães estão relatadas em itálico e entre aspas.

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“Só conseguia amamentar de um lado, outro sentia aflição”

“Eu fiquei com sangramento no bico do seio”

“Tive sangramento e lesão no bico do seio”

“Tive que fazer aquela sucção, pois o leite não saía, o meu peito estava deste

tamanho (demonstrou expressão de inchaço) ”

“Fez casquinha”

Quem já pensou em só usar a mamadeira? Apenas uma mãe respondeu de

maneira afirmativa embora várias ainda pensavam se amamentariam no peito ou

não.

“Eu vou ter que introduzir a mamadeira porque eu trabalho, aí eu vou ter que

intercalar, o meu primeiro filho ele pegou até um ano e dois meses, eu tirei

porque não tinha muito leite. Ele pegava, mas aí não acostumou com o leite

eu dava suco de soja para ele, até hoje ele toma leite com nada”.

Amamentar pode deixar o seio cair? As jovens mães sorriam bastante e

demonstravam em suas expressões faciais acreditar nessa crendice.

“ Sim acho que cai pela lei da gravidade”

“Muita gente acha que cai”

“Muitas não amamentam, pois tem medo de cair o seio”

“Se é que vai cair pelo menos alimenta”

Já a menor parte das mães observou que:

“Eu acho que vai ficar grande para sempre”

Também houve o comentário:

“Ah! O que faz cair é engordar e emagrecer”

“De inchar (expressão de grande) ”

“Engorda e emagrece, acho que é isso”

“Minha mãe amamentou e ficou maior”

“Minha mãe não caiu, parece de silicone”

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Sobre o banho e higiene foi questionado:

Já deram banho?

Algumas participantes mesmo sem ter exercido a maternidade referiram já ter

participado do banho:

“ Sim dei banho no meu irmão”

“Dei banho no primeiro filho”

“Nunca dei”

Então acrescentou-se a pergunta, sobre as dificuldades em dar o banho.

Tivemos falas como:

“Não tive dificuldades”

“O bebê se mexia muito”

“Eu dava banho, mas com a minha mãe do lado, sentia dor nos pontos da

cesárea”

Acrescentou-se a pergunta - Alguém achou fácil o banho?

“Fácil, fácil, não era”

Nos cuidados com o coto umbilical perguntou-se:

Como era o cuidado do coto umbilical?

“Durante o banho passava água com sabonete”.

A maioria relatou que:

“Passava algodão com álcool ”

Questionou-se a respeito do conhecimento sobre outro tipo de cuidado com o

coto como umbigueira (faixa).

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“ Sim, usei moeda após a queda do coto, minha avó disse ser bom”.

Indagou-se sobre o conhecimento do tempo em número de dias para a queda

do coto, as respostas foram variadas.

“4 dias”

“Uma semana”

“Da minha filha caiu com 15 dias”

“De 7 a 15 dias”

Sobre vacinas e proteção perguntou-se se o RN pode tomar vacinas.

Precisamos ter algum cuidado para a proteção do RN, o que acham de levar o RN

para o shopping?

“Acho que precisamos lavar as mãos”

“Evitar pessoas gripadas perto do bebê”

“Levar ao shopping só após um mês”

“Não levar o RN na praia”

3.3 Avaliação da Intervenção

Realizou-se enquete com as mães/gestantes composta por 3 perguntas

fechadas questionando se conheciam as orientações sobre o cuidado com o recém-

nascido, se recomendariam essa aula a uma amiga, se teriam o desejo de cuidar

mais de sua saúde.

O terceiro objetivo específico nessa pesquisa tratou da avaliação que foi

realizada por meio da enquete e do grupo focal de avaliação.

Na primeira pergunta da enquete questionou-se se as gestantes/mães

conheciam as orientações sobre o cuidado com RN desenvolvidas e 28 (70%)

relataram que conheciam e 12 (30%) relataram não conhecer ( Gráfico 01).

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Gráfico 01: Você conhecia essas orientações sobre o cuidado com o recém-

nascido?

Fonte: Elaboração própria, São Paulo, 2017.

Na segunda pergunta sobre a recomendação das oficinas as amigas, obteve-

se 40 (100%) das gestantes/mães respondendo positivamente e demonstrando

satisfação com a aprendizagem ao referir que indicariam as oficinas para amigas.

Gráfico 02: Recomendaria essa oficina para uma amiga?

Fonte: Elaboração própria, São Paulo, 2017.

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Na terceira pergunta sobre o desejo de cuidar mais da sua saúde, 36 (90%)

das gestantes/mães responderam que desejam cuidar melhor da sua saúde e 4

(10%) responderam não ( Gráfico 3).

Gráfico 03: Tem o desejo de cuidar mais da sua saúde?

Fonte: Elaboração própria, São Paulo, 2017.

3.3.1 Grupo Focal de Avaliação.

No formato de uma roda de conversa se desenrolou o roteiro do grupo focal de

avaliação dirigido pela pesquisadora com as mães participantes após as oficinas de

intervenção.

Ao serem questionadas sobre:

A. Como foi amamentar?

Obteve-se as respostas:

“Foi bom”

“Ardia meu peito”

“No começo foi um pouco dolorido, ardia, comprei o bico de silicone”

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Interessante observar que algumas gestantes/mães não tiveram lesões nos

seios pois referem não ter utilizado óleos e hidratantes durante a gestação, pois

receberam orientação prévia de como cuidar dos seios com uso de bucha vegetal

e/ou apenas sabonete:

“Cuidava do seio com sabonetes, passavam óleo”

“Passava óleo”

No grupo focal de avaliação a experiência antes apavorante mostrou-se

atenuada e com redução de dor.

Houve um incentivo especial nas oficinas para que as gestantes/ mães não

deixassem de amamentar e as que tinham introduzido o leite de fórmula, poderiam

realizar a relactação mesmo entendendo que a criança que não tem baixo peso não

necessita amamentar de 2/2 horas no período noturno:

“Não passei nada nos seios”

“Seio machucou um pouquinho”

“Foi bom amamentar quando não estava machucado, comprei o bico de

silicone, mas não adiantou”

Um relato positivo do ato de amamentar evidenciou uma influência positiva

dos incentivos durante as oficinas. Mesmo assim os conflitos foram apontados:

“Amamento quando melhora aí eu dou para ela”

“Procurava não usar o sabonete, pois falaram que rachava”

“Amamentar tem sido cansativo”

“Durante o dia amamento toda vez que ele chora”

“Amamentei de 2/2 horas e/ou 1/1 hora em alguns períodos que o bebe

chorava”

“Amamentar está sendo cansativo, de 3/3 horas”.

Observamos nos dois relatos acima que estas mães com dificuldade de

alcanças as expectativas de aprendizagem esperadas, mesmo com dor, não

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desistiram de amamentar. Entendemos, no entanto, que toda mudança envolve um

contexto familiar e de apoio à mãe do RN. Há situações em que as participantes

estão imersas envolvendo fatores sociais, com um perfil de mães com baixa

escolaridade e uma formação na Unidade de Saúde que necessita ser mais

frequente.

B. Quanto tempo demorou para cair o coto? 20 dias, 15 dias, 16 dias

“Demorou bastante para cair o coto e ainda ficou um pedacinho”

“Usei álcool 70% e cotonete”

“No banho passava a mão com sabonete”

“Cuidei com álcool 70% também e cotonete e no banho com sabonete e

demorou 15 dias para cair”

“Demorou 16 dias para cair”

“Tinha aflição em passar álcool parece que ia doer sei lá”

“Começou a sair um pouco de sangue”

“Fiquei com medo, será que machucou? Pois saía um pouco de sangue

toda vez”

As orientações para cuidado do coto umbilical foram apenas as recebidas na

unidade de saúde e maternidade.

C. Resultados do banho/ higiene

Deram banho no balde ou banheira?

“Só banheira”

“Usei pomadas e lenços umedecidos”

Alguém ficou assado?

“Ficou assado quando usei lenço umedecido”.

Na higiene do RN houve demonstração de maior consciência do processo

mesmo quando o comportamento ainda era inadequado como no caso de uso dos

lenços umedecidos, que por serem perfumados não são apropriados para pele de

RN e podem inclusive aumentar o risco de assadura.

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D. Vacinas/ Proteção

O RN tomou vacinas no hospital? Quais foram?

“Tomou a do bracinho e a outra. ”

“Tomou a BCG e hepatite B”

Observamos que na questão referente à vacina do RN, houve demonstração

de conhecimento sobre as vacinas.

Questionou-se se um RN pode sair logo que nasce para a rua e constatou-se o

engajamento por parte das mães em geral quanto à preocupação:

“Quanto tempo posso sair com o RN? ”

“Minha mãe mora na mesma rua que eu, faz mal ir na casa dela?”

3.4 Participação e Premiação no Desafio SUS: desdobramento da

investigação.

O Projeto da Secretaria da Saúde da Prefeitura de São Paulo (2016)

intitulado “Desafio mais saúde na cidade”, foi lançado para as UBS da cidade de

São Paulo em 29 de fevereiro de 2016. A iniciativa contemplou projetos

inovadores nas seguintes modalidades: 1. Avanços na consolidação dos atributos da

Atenção Primária: Acesso, Integralidade, universalidade e Coordenação do Cuidado;

2. Promoção da Saúde; 3. Resultados Epidemiológicos no Território de Abrangência

da Unidade Básica de Saúde.

O lançamento desse projeto e concurso na cidade de São Paulo coincidiu

com o período de realização dessa investigação inovadora em educação e saúde.

Foi então selecionado o projeto com gestantes e mães para representar a Unidade

de Saúde, recebendo ao final da premiação o terceiro lugar na cidade de São Paulo.

Houve participação de mais de 400 Unidades Básicas de Saúde (UBS).

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No âmbito das políticas públicas de saúde há um projeto de âmbito

nacional que tem sido fortemente trabalhado e fomentado pela Secretaria

Municipal de Saúde (SMS) da região do Ipiranga. O curso Fortalecendo à Atenção

básica iniciou-se em novembro de 2015, onde alguns profissionais da AMA/UBS de

São Paulo participaram. O curso veio para contribuir com a revisão do processo de

trabalho nas Unidades Básicas de Saúde, em especial da recepção, tendo como

princípio orientador a integralidade do cuidado e as necessidades de saúde da

população. As diretrizes gerais objetivam levar ao trabalhador da saúde e ao usuário

as diretrizes da secretaria. Apresenta-se como a Atenção Básica pode ser

fortalecida, além de atender o usuário de forma humanizada e resolutiva.

Fortalecimento este em que devemos:

Ao participar de encontros quinzenais, desenvolvem-se ações práticas para

trabalhar com os demais profissionais das unidades sempre apresentando a

sistematização das atividades que acontecem dentro das UBS, a fim de facilitar o

trabalho dos gerentes e dos trabalhadores de cada unidade. É esse o objetivo do

documento de Diretrizes Operacionais do projeto “Fortalecendo a Atenção Básica”.

Isso entra em sintonia com a proposta de educação em saúde proposta nesta

pesquisa.

No Desafio SUS cada UBS (Unidade Básica de Saúde) apresentou sugestões

para intervenções com Gestantes e seus Bebês, partilhando orientações sobre os

cuidados com o bebê, preparo de cardápios de orientações sobre alimentação da

gestante, cuidados e alterações do corpo, higiene do bebê, com cuidados no banho,

limpeza do coto umbilical e higiene bucal, amamentação (posição e cuidados).

Realizar educação em saúde com esse grupo específico envolvido no

cotidiano profissional e com essa dissertação de mestrado veio ao encontro do

Projeto Fortalecendo a Atenção Básica, revitalizando o SUS, curso ofertado pela

Secretária Municipal da Saúde (2015) que também lançou o Desafio SUS. Unidades

AMA/UBS Integradas organizaram movimentos com dois desafios locais, em que um

dos desafios propostos por mim com a mesma temática deste projeto, onde já

estamos realizando as intervenções junto às gestantes na Unidade com o mesmo

objetivo, mas com tema "Promoção a Saúde da mãe e seu bebê". ¨O desafio mais

Saúde na Cidade¨ coordenado pela CRS Sudeste e STS Ipiranga e Prefeitura de

São Paulo, (SÃO PAULO, 2015).

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O Desafio trouxe um olhar mais ampliado sobre o nosso programa de

gestantes, proporcionou uma experiência inesquecível para todos na Unidade,

possibilitando entender suas dúvidas e poder saná-las e sentir o resultado desse

trabalho foi muito gratificante. Ver também que no pronto atendimento essas mães

não precisaram mais sair de casa por sentirem-se mais seguras já que estavam

mais bem orientadas mostra que todo o esforço valeu a pena.

O Desafio SUS teve término em dezembro de 2016 e o trabalho de

educação em saúde com gestantes e mães sobre o neonato foi parte integrante

do trabalho que recebeu o 3º lugar no prêmio Integração na cidade de São

Paulo.

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Figura 01 – Resumo apresentado no “Desafio mais saúde na cidade” em banner

Fonte: Elaboração própria, São Paulo, 2017.

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Figura 02 – Premiação para unidade de saúde no “Desafio mais saúde na

cidade”.

Fonte: Imagem própria, São Paulo, 2017.

Figura 03 – Premiação destaque no “Desafio mais saúde na cidade”

Fonte: Imagem própria, São Paulo, 2017.

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4 DISCUSSÃO

Ao apresentarmos o perfil das gestantes/mães nos deparamos com grupos de

mães abaixo de 25 anos de idade, sendo muitas delas adolescentes. Pesquisando

sobre os limites cronológicos da adolescência encontramos que são definidos pela

Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 10 e 19 anos (adolescents) e pela

Organização das Nações Unidas (ONU) entre 15 e 24 anos (youth), critério este

usado principalmente para fins estatísticos e políticos. Usa-se também o termo

jovens adultos para englobar a faixa etária de 20 a 24 anos de idade (young adults).

Atualmente usa-se, mais por conveniência, agrupar ambos os critérios e denominar

adolescência e juventude ou adolescentes e jovens (adolescents and youth) em

programas comunitários, englobando assim os estudantes universitários e também

os jovens que ingressam nas forças armadas ou participam de projetos de suporte

social denominado de protagonismo juvenil. Nas normas e políticas de saúde do

Ministério de Saúde do Brasil, os limites da faixa etária de interesse são as idades

de 10 a 24 anos (IBGE, 2004).

Para Gutierrez e et al (1997) a idade materna possui fatores que podem

influenciar a duração do aleitamento materno. As mães adolescentes, a associação

da idade com fatores pessoais aumenta o risco de desmame precoce, quando

comparadas às mulheres adultas. Os hábitos culturais e as normas sociais,

dificuldades nos primeiros dias após o parto e o apoio recebido de familiares, em

especial de suas mães, influenciam o comportamento da adolescente frente ao

aleitamento materno.

Nesta mesma tangente ao aleitamento materno Monteiro, Nakano e Gomes

(2011) apresentam os fatores socioeconômicos, culturais, geográficos,

demográficos, psicológicos como resultantes da interação entre mãe e filhos

atuando conjuntamente, e refletindo no interesse materno e na qualidade da

alimentação infantil. Não podendo descartar o saber popular sobre alimentação

infantil, as mulheres sempre participaram da construção deste senso comum ao

longo da sua trajetória. Com estes aportes teóricos e de pesquisa podemos

compreender de forma ainda mais alargada a dificuldade das mães do RN em

realizar mudanças positivas no processo de amamentação.

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Rigon e Neves (2011) compreendem que educar significa um processo

baseado na reflexão da realidade, no diálogo e na troca de experiências entre

educador/educando e profissional/cliente possibilitando que ambos aprendam juntos,

por meio de processo emancipatório. Essa ideia fundamenta as intervenções

participativas para educação em saúde que respaldaram essa pesquisa, apoiando

assim a ideia de que a educação é troca de conhecimentos e ultrapassa o campo

específico da educação somente, por passar a ser forma de promover saúde.

Guyton e Hall (2017) expressam que o RN é composto por especificidades,

dentre as quais podemos destacar a instabilidade dos diversos sistemas de controle

hormonais e neurogênicos. Em parte, isto decorre, da imaturidade do

desenvolvimento dos diferentes órgãos corporais e, em parte, do fato de que os

métodos de controle simplesmente não se ajustaram ao modo de vida totalmente

novo.

Campos e Cardoso (2004) apresentam a importância de conhecermos e

estarmos atentos à comunicação verbal e não-verbal emitida pelo bebê e pelas

próprias profissionais durante o desenvolvimento do cuidado. O RN recebe

influência do meio ambiente, nos vários contextos que exibem as pessoas e seus

gestos, sons e movimentos, sendo o estímulo importante como eixo para promover

seu bom desempenho, afetivo, cognitivo, psicológico e social.

Identifica-se, assim, a concepção de promoção da saúde como prática de

melhorar as condições de vida do cidadão e da própria sociedade, com maior

participação social no controle desse processo (BRASIL, 2007)

Encontramos com Brasil (2007) uma concepção discutindo a promoção da

saúde como prática de melhorar as condições de vida do cidadão e sociedade a

partir dos conhecimentos recebidos. Logo, Boesh (2007), complementa que cada

indivíduo pode construir no começo da vida uma determinada quantidade de

conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente podendo enriquecer

esses conhecimentos e se adaptar a um mundo em mudança.

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Pereira (2003) defende que a educação em saúde não significa apenas

transmissão de informação nem uma simples orientação, mas a necessidade de

compreensão das pessoas diante das circunstâncias e dos acontecimentos, como,

por exemplo, que as mães precisam incorporar a delicadeza e imperiosidade do

cuidado dedicado a um bebê que necessita de assistência à saúde diferenciada por

se tratar de um recém-nascido prematuro, por exemplo. Neste entendimento

Gazzinelli et al (2005) destacam a relevância da compreensão das enfermeiras a

respeito dos princípios da educação em saúde transpondo o campo da informação,

redirecionando o olhar para a significação do sujeito como um ser envolvido em seus

processos intelectuais, afetivos e culturais, os quais influenciarão na busca de novas

práticas e condutas para obter uma melhor qualidade de vida.

Em confirmação a esse argumento Fernandes e Backes (2010), apresentam

que as ações educativas podem ser reconhecidas como necessárias para o

desenvolvimento do processo educativo, bem como condição para a construção do

conhecimento, na forma de problematização dos conteúdos do saber.

Dos estudos sobre educação em saúde relacionados nesta pesquisa,

somente Mello (2002) abordou as dificuldades relatadas pelas mães no cuidado com

o bebê: amamentação, alimentação e o uso de medicação; preocupações com

intercorrências e desenvolvimento psicomotor, valorizando a mãe como

coparticipante nas escolhas e decisões sobre sua saúde, de seu filho, colocando as

ações do processo educação em saúde como sendo necessárias para possibilitar o

processo de educação em saúde e adequado crescimento e desenvolvimento

infantil.

Em um trabalho sobre os fatores relacionados à auto eficácia na

amamentação, no pós-parto imediato entre puérperas adolescentes encontram-se

relatos como resultado de uma associação significativa entre a auto eficácia na

amamentação e as variáveis sobre a “amamentação na primeira hora de vida” e “tipo

de aleitamento no momento da coleta de dados”. O contato pele a pele e início do

aleitamento precocemente traz inúmeros benefícios para a mãe e para o RN, e

estão relacionados com a maior satisfação materna e o aumento da confiança da

mulher na sua capacidade de amamentar e cuidar de seu bebê. As sensações

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físicas vivenciadas pela mulher logo após o parto podem aumentar ou diminuir a

confiança, mulheres que vivenciam maior ansiedade, estresse e dor tendem diminuir

o nível de ocitocina e o reflexo de ejeção do leite materno, levando à percepção de

leite insuficiente e consequentemente à diminuição dos níveis de auto eficácia na

amamentação (GUTIERREZ e et al, 1997).

Marcacine (2012) assevera que o incentivo à participação da mãe na

construção do cuidado à criança potencializa o sucesso dos resultados das ações

em saúde, uma vez que proporciona a este núcleo autonomia e confiança em seus

atos, em especial, o papel materno e os resultados salientam que as puérperas

devem receber orientações e esclarecimentos em relação aos cuidados com o bebê,

sobretudo quanto às temáticas: nutrição; imunização; uso de medicações;

crescimento e desenvolvimento; prevenção de acidentes e atenção às condições

prevalentes na infância.

Encontram-se estudos que reforçam a necessidade de os profissionais de

saúde orientarem quanto à prevenção e promoção do aleitamento materno

direcionando para a demanda de dúvidas e dificuldades no período gestacional,

objetivando que a gestante tenha boas condições para amamentar e a

conscientização sobre a amamentação natural, chegando ao período puerperal mais

segura e incentivada a manter aleitamento exclusivo até os seis primeiros meses

pós-parto (CASTELLI et al., 2014).

Recomenda-se o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida,

podendo ser dado como suplemento alimentar até os dois anos de idade ou mais.

Então, é papel do profissional de saúde, em qualquer área de atuação, incentivar,

estimular e apoiar o aleitamento materno (ANDRADE, 2014).

Silveira et al (2013) apresentam que a interação mãe-filho durante a amamentação

favorece o desenvolvimento dos laços afetivos para a aprendizagem mútua, visto

que gera afeto, segurança, acolhimento e contribui para o desenvolvimento da

linguagem e a construção da inteligência. A mãe aprende sobre o comportamento do

bebê e sobre seu papel de mãe; o bebê aprende a se relacionar com sua mãe e com

o mundo através dela.

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O incentivo ao aleitamento vem a ser uma temática frequente em grupo de

gestantes, visto que além de nutrir e fornecer anticorpos necessários à proteção do

bebê contra diversas doenças, é uma forma de estabelecer um vínculo afetivo e de

segurança entre mãe e filho; além de ser prático e econômico. (HENRIQUE et al.,

2015).

Observa-se também vários mitos, crenças e constatações acerca da

amamentação, isso confirma que para um aprendizado das gestantes/mães, os

profissionais de saúde envolvidos no pré-natal da gestante e cuidados pós

nascimento devem enfatizar, orientar e incentivar o aleitamento materno ressaltando

sempre a importância da amamentação.

A conclusão de Soares et al (2016) ao observar que a tarefa não é fácil, os

desafios são contínuos, mas a recompensa consegue ser maior e mais gratificante

do que qualquer dificuldade vivenciada. Acredita-se que trabalhar de forma

humanizada ainda é a forma mais admirável de se proporcionar saúde para uma

comunidade em condição de vulnerabilidade.

Rocha e Costa (2015) concluem que a problemática do desmame precoce,

bem como alcançar o objetivo do incentivo ao aleitamento materno é observada que,

embora as mães orientadas previamente sobre a importância do aleitamento

materno, foram influenciadas pela família e por questões culturais, as quais,

somadas à falta de orientação, fazem-nas achar que o seu leite é fraco, levando ao

desmame precoce, antes do sexto mês de vida do bebê. É possível referir outras

razões que o expliquem, ligadas ao ambiente, ao emocional, à escolha pessoal,

dentre outras questões que não foram aprofundadas neste estudo. Os profissionais

de saúde podem investir na promoção, proteção e apoio ao aleitamento, não

podendo ser discutidos de forma isolada, e sim de forma integral, individual, familiar

e com todos os segmentos da sociedade.

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5 CONCLUSÃO

Podemos compreender que a educação em saúde é o que fomenta esta

pesquisa.

Mello (2002) apresenta uma compreensão da concepção de educação em saúde

como sendo necessária para promover saúde na sociedade contemporânea. Vemos

a educação em saúde compreendida como parte de práticas sociais que

desencadeiam ações transformadoras que compõem a produção da existência

humana.

Necessita-se da prática educativa, como fator inerente e indissociável ao

cuidado do RN, para prevenção de doenças e promoção de saúde, tendendo a uma

perspectiva de ação-reflexão-ação dialógica e conscientizadora das gestantes/mães.

O profissional de saúde enquanto educador, auxilia na transformação, autonomia

e emancipação dos indivíduos. Esta prática de educação em saúde tende a valorizar

os profissionais e assegurar seu papel na saúde.

O educador em saúde é o profissional que usa as palavras e gestos como

instrumentos de trabalho, palavras que fogem de simples termos técnicos

automaticamente proferidos para uma linguagem acolhedora, simples, criativa e

indutora de mudanças nos comportamentos.

A educação em saúde no contexto dos serviços de saúde pública como no

caso da pesquisa em foco pode ser complementada por serviços em saúde que

funcionam como políticas norteadoras dos processos educativos contínuos nos

diferentes arranjos assistenciais do SUS, com suas diversas denominações

(capacitações, treinamentos, cursos, atualizações, aperfeiçoamento entre outros); e

a educação popular em saúde, que reconhece que os saberes são construídos

diferentemente e, por meio da interação entre sujeitos, esses saberes se tornam

comuns ao serem compartilhados.

As atividades educativas fundamentaram-se na metodologia para assistência

de enfermagem em saúde coletiva. Foram métodos ativos e participativos que fogem

ao que Paulo Freire designou como “educação bancária” e de mera transmissão de

conhecimentos (FREIRE, 2014).

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A participação das gestantes/ mães nas orientações em todas as fases veio a

provar que de fato, a educação em saúde é essencial para a reflexão e mudança de

comportamento na vida dos indivíduos.

Discutimos aqui uma educação em saúde que precisa ser sistematicamente

planejada e assumida como um papel importante do profissional de saúde.

Entendemos que isso é promover saúde!

Concluímos que o primeiro objetivo específico foi trabalhado com o grupo

focal diagnóstico em que as mães expressaram suas principais necessidades com

relação ao cuidado do bebê, o que foi incorporado no planejamento da intervenção.

Isso ocorreu no grupo de gestantes em que foram realizadas orientações na

gestação sobre o cuidado com estes RNs. Seus principais medos se referiam à

decisão de amamentar e o receio de sofrer dores, lesões ou prejudicar a estética do

corpo feminino.

O segundo objetivo referiu-se especificamente ao trabalho desenvolvido na

segunda etapa com a intervenção de 60 minutos de educação em saúde que buscou

ensinar os conceitos e procedimentos propostos no grupo de mães/gestantes. Este

objetivo foi alcançado ao serem criadas novas estratégias de ensino para a

integração com as mães como ocorreu no teatro com uso de fantoches, na dinâmica

com a caixa surpresa para conhecer as participantes, na oficina demonstrativa e

simulação fazendo uso de diferentes materiais e recursos auxiliares e a resolução de

situações problemas/ dilemas com questões de cuidado com o RN.

O terceiro objetivo focou a avaliação das mães a respeito dos encontros de

formação e constatamos que 100% indicariam as oficinas para suas amigas, 90%

manifestaram o desejo de cuidar da sua saúde e apenas para 30% os conteúdos

eram desconhecidos. O grupo focal de avaliação revelou que um grupo de mães

estavam envolvidas com o processo de amamentação mesmo os relatos de dor e

lesões, desconforto na equivocada eminência da queda do seio, a expressão do

desejo da amamentação foi positiva. Apesar de conhecerem previamente a

importância do aleitamento materno, as participantes podem ser influenciadas pela

família, por meio de questões culturais como mitos que se constituem em barreiras

para a realização de cuidados adequados com o RN e sobre a amamentação.

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APÊNDICE

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APÊNDICE 1: Estratégias Educativas Ativas de Intervenção

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Apêndice 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidado (a) a participar da pesquisa sobre Promoção da

Saúde com gestantes e Mães sobre o Neonato, de responsabilidade do (a) pesquisador (a) Raquel Pompeu de Miranda Freitas, orientada por Dra. Cristina Zukowsky Tavares. Os objetivos desta pesquisa são fomentar a promoção de saúde do RN por meio de projeto educativo com gestantes e mães, diagnosticar o interesse e necessidades das mães e gestantes com o cuidado da saúde e do futuro bebê com relação a alimentação, higiene e proteção e avaliar resultados da intervenção educativa na perspectiva das participantes, na unidade AMA/UBS integradas Vila Moraes na cidade de São Paulo. Justificamos a pesquisa por vermos que na educação em saúde devemos considerar que profissionais da saúde podem ser capazes de atuar na promoção à saúde com mudanças na qualidade de vida a partir da construção de um trabalho educativo e colaborativo colocando a pessoa cuidada como corresponsável pelas ações de saúde. A sua participação na pesquisa ocorrerá da seguinte forma assistindo as palestras e respondendo a uma breve enquete no final das palestras. Você poderá ter informações de cuidados com seu RN com benefícios para você e sua família. Você terá a garantia de receber esclarecimentos sobre qualquer dúvida relacionada à pesquisa e poderá ter acesso aos seus dados em qualquer etapa do estudo. Sua participação nessa pesquisa não é obrigatória e você pode desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento sem ser prejudicado por isso (essa última informação é fundamental quando houver atendimento). Uma vez que conforme CNS 466/12 fala que o respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe com consentimento livre e esclarecido dos participantes, indivíduos ou grupos que, por si e/ou por seus representantes legais, manifestem a sua anuência à participação na pesquisa. Entende-se por Processo de Consentimento Livre e Esclarecido todas as etapas a serem necessariamente observadas para que o convidado a participar de uma pesquisa possa se manifestar, de forma autônoma, consciente, livre e esclarecida.

Você também não receberá pagamento pela sua participação no estudo e nem haverá custos. Os resultados da pesquisa serão divulgados, mas você terá a garantia do sigilo e da confidencialidade dos seus dados, que possam vir a identifica-lo. Caso você tenha dúvidas sobre o comportamento dos pesquisadores ou sobre as mudanças ocorridas na pesquisa que não constam neste termo e caso se considera prejudicado (a) na sua dignidade e autonomia, você pode entrar em contato com o (a) pesquisador (a) Raquel Pompeu de Miranda Freitas (011) 991459951 ou também pode consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do UNASP, pelo telefone (11) 2128-6230 ou pelo e-mail: [email protected] Diante do exposto, eu concordo em participar da pesquisa, e sei que terei uma cópia deste termo. São Paulo ___/____/______ Nome do (a) participante: ______________________________________ Assinatura: _________________________________________________ Nome do (a) pesquisador (a): Raquel Pompeu de Miranda Freitas Assinatura: __________________________________________________

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ANEXOS

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ANEXO 1: Carta de Autorização da Unidade

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ANEXO 2: Parecer do CEP UNASP

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ANEXO 3: Parecer do CEP Secretaria Municipal da Saúde

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