Educação infantil

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EDUCAÇÃO INFANTIL FORMAÇÃO CONTINUADA BERNARDO SAYÃO / 2012

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EDUCAÇÃO INFANTIL

FORMAÇÃO CONTINUADABERNARDO SAYÃO / 2012

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A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

(LDB Art. 29)

OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

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O papel da educação infantil é o CUIDAR da criança em espaço formal, contemplando a alimentação, a limpeza e o lazer (brincar). Também é seu papel EDUCAR, sempre respeitando o caráter lúdico das atividades, com ênfase no desenvolvimento integral da criança.

Não cabe à educação infantil alfabetizar a criança. Nessa fase ela não tem maturidade neural para isso, salvo os casos em que a alfabetização é espontânea.

Devem ser trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.

O objetivo é o de desenvolver algumas capacidades, como: ampliar relações sociais na interação com outras crianças e adultos, conhecer seu próprio corpo, brincar e se expressar das mais variadas formas, utilizar diferentes linguagens para se comunicar, entre outros.

A ênfase da educação infantil é ESTIMULAR as diferentes áreas de desenvolvimento da criança, aguçar sua curiosidade, sendo que, para isso, é imprescindível que a criança esteja feliz no espaço escolar.

(Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil)

OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

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As creches e instituições de educação infantil surgiram com o objetivo de atender exclusivamente crianças de famílias de baixa renda.

A estratégia era combater a pobreza e a mortalidade infantil.

EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

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entendido como troca de favores; poucas unidades e por isso excluía a

maioria das crianças dessa política pública; não havia profissionais qualificados; assistencialista; autoritária – crianças espancadas; número elevado de crianças por adulto; não transmitia segurança e alegria.

O atendimento nas instituições mantidas pelo poder público:

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Pressão dos movimentos sociais pela expansão e qualificação do atendimento;

Ampliação gradativa da oferta; Prática educativa aliada às pesquisas (LDB art. 62);

Primeira etapa da Educação Básica (LDB art. 21);

Direito da Criança, dever do estado (LDB art. 4º);

Legislação específica (ECA, LDB, RCNs, PNE); Ensino Fundamental de 9 anos.

O que mudou?

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Assim, podemos afirmar que com o avanço na Educação, torna-se merecida a valorização da Educação Infantil, sendo ela a base do desenvolvimento da sociedade.

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CONCEITOS BÁSICOS DO DESENVOLVIMENTO

INFANTIL

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O que é Desenvolvimento

Infantil?

•A criança precisa ser estimulada para que se desenvolva de forma saudável e inteligente.

•Cada gesto do adulto é muito valioso para a criança, segundo Vigotsky a criança se desenvolve de acordo com os estímulos que recebe.HHHHHHHHHHHHHHHHHHH

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

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É estimulada pelos gestos; Fase das imitações: bater palmas, fazer

caretas, virar de um lado para o outro, levantar a cabeça;

Essas reações preparam a criança para a locomoção e sustentação do próprio corpo.

PRIMEIRO ANO DE VIDA

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Fase marcada pela curiosidade; Andar, falar... Tudo o que importa é

movimentar-se (ufa haja fôlego); Com o controle do movimento é motivada a

exploração do ambiente; Tudo é brincadeira – não tem noção do que é

certo e errado; O adulto precisa estar atento para explorar

essa fase de curiosidade e exploração para que a criança sinta ainda mais desejo de pesquisar e descobrir o novo.

UM A TRÊS ANOS DE VIDA

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Fase do repertório dos gestos; Desenvolve senso de humor, imitações; Gosta de espelhar-se no adulto; Aprende a usar objetos pessoais como roupas e calçados; Todos os atos exigem uma coordenação motora, como

recortar, andar em linha reta, montar quebra-cabeça, ou seja, encaixar pequenas peças, colar, contornar e pintar desenhos;

Poder imaginativo para utilizar os objetos com outras funções: um lápis pode ser uma espada, uma caixa transforma-se em navio...

O adulto precisa enriquecer a tendência lúdica da motricidade, precisa ter dinamismo para prender a atenção para que as crianças se concentrem um pouco mais.

QUATRO A SEIS ANOS DE VIDA

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CUIDAR, EDUCAR E BRINCAR

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VÍDEO 1 VÍDEO 2

Que definições temos para o cuidar, o educar e o brincar?

Como deve ser o planejamento das atividades na Educação Infantil para atender o entrelaçamento entre o cuidar, educar e brincar?

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Educar no sentido amplo significa proporcionar situação de cuidados, com brincadeiras que desenvolvam a evolução da criança e jamais a regressão. Com isso, estaremos estimulando-as ao aprendizado significativo nas relações interpessoais e sociais, como a ética e os valores.

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Como educadores devemos ter uma nova concepção para que as instituições incorporem à educação infantil uma prática integrada. Além de acolher todas as crianças de maneira igualitária, sendo cuidadas e educadas.

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TROCA DE FRALDAS

Casa casa casa casa casa

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Há uma diferença fundamental entre ir ao banheiro em casa, em seu espaço familiar, e na Creche, em espaço socializado com outros. O uso do banheiro, acompanhado por alguém, pressupõe a “exposição genital”. Por que em casa isso não é um problema e na Creche pode se transformar. O sentimento de vergonha pode estar presente.

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

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Orientar a criança a fazer a higiene bucal, considerando que a primeira dentição também precisa de cuidados especiais. Os dentistas recomendam a limpeza das gengivas com uma gaze enrolada no dedo do adulto para limpar os resíduos de alimentos. E para crianças que já tem seus dentes, é recomendado fazer a higienização com escovas de cerdas macias e com pequena quantidade de pasta dental, pois a criança, como não sabe ainda, poderá engolir, mas sendo em pequena quantidade,não haverá problema.

Cuidados Com os Dentes

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Gosta de criança; Visão ampla e atualiza-se sempre; Amoroso, carismático, dinâmico e criativo; Profissional multi; Trabalha em equipe; Bom senso e colaboração; Engajado no Projeto Político Pedagógico.

AGENTES DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL

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Viva com alegria!

Use a imaginação. O primeiro passo é imaginar.

Faça AS COISAS DE MODO DIFERENTE.

Arrisque-se.

Elogie-se. Reconheça o que você faz de bom.

Aja. Não espere as coisas acontecerem. Tome a frente e faça você mesmo a mudança.

O professor JC Bemvenutti é uma das maiores autoridades do Brasil em criatividade.

Veja o que ele sugere para aumentar a sua capacidade de ter boas ideias:

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AGRESSIVIDADE NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

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“...agressão é ad gradior = mover-se para adiante assim como regressão indica o movimento para trás.

A violência (vis, bia, hybris, dynamis) é a agressão destrutiva que busca aniquilar, desintegrar. Nem toda agressividade é violência, mas toda violência é,sim, agressividade”.

SANTOS, M. C. C. L. (2002).Raízes da Violência na Criança e Danos Psíquicos.

Maria Faria Westphal (Org.) Violência e Criança. São Paulo:

Editora da Universidade de São Paulo.

ETIMOLOGIA DA PALAVRA

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“... todo o bem e o mal encontrados no mundo das relações humanas serão encontrados no âmago do ser humano... no bebê existe amor e ódio com plena intensidade humana”. (Winnicott)

“De todas as tendências humanas, a agressividade, em especial, é escondida, disfarçada, desviada, atribuída a agentes externos, e quando se manifesta é sempre uma tarefa difícil identificar suas origens”. (Winnicott)

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“Observa-se que a atividade de um bebê sadio caracteriza-se por movimentos naturais e uma tendência para bater contra as coisas; isso é gradualmente usado pelo bebê, ao lado dos gritos, cuspidas, de passar fezes e urina, a serviço da raiva, do ódio e da vingança. A criança passa a amar e a odiar simultaneamente, e a aceitar a contradição. Um dos mais importantes exemplos da conjugação de amor e agressão surge com o impulso para morder, que passa a ter um sentido aproximadamente a partir dos cinco meses de idade. Por fim integra-se no prazer que acompanha o ato de comer qualquer espécie de alimento. Originalmente, porém, é o objeto bom, o corpo materno, que excita o morder e produz idéias de morder. Assim, o alimento acaba por ser aceito como um símbolo do corpo da mãe, do corpo do pai ou de qualquer outra pessoa amada”. (Winnicott, 1964:101)

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O ambiente familiar é extremamente relevante no desenvolvimento psicológico das crianças. Desde o primeiro momento em que a criança precisa ser cuidada por um adulto e ao longo dos seus primeiros anos de vida, as relações que estabelece no ambiente familiar devem possibilitar a construção de um sentimento de segurança e de amparo, somente desse modo a criança poderá se sentir a vontade porque sabe que a despeito de toda sua capacidade destrutiva (fantasiada) o ambiente se mantém estável. Entretanto quando isso não ocorre, a criança vai manifestar sua agressividade em outros ambientes, diante de outras pessoas para tentar encontrar um outro quadro de referências: tios, avós, escola...

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“Os pais terão que ser capazes de mostrar força e firmeza em suas atitudes para com os filhos, e também compreensão e amor”. (Winnicott)

“Em resumo, a agressão tem dois significados. Por um lado, constitui direta ou indiretamente uma reação à frustração. Por outro lado, é uma das muitas fontes de energia de um indivíduo”. (Winnicott)

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Pode ser que uma criança tenda para a agressividade e outra dificilmente revele qualquer sintoma de agressividade, desde o princípio, embora ambas tenham o mesmo problema. Acontece simplesmente que essas crianças estão lidando de maneiras distintas com suas cargas de impulsos agressivos.”

(Winnicott, 1964:97)

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Na teoria de Wallon a passagem de um estágio para outro não se dá linearmente, por ampliação, mas por reformulação, instalando-se no momento da passagem de uma etapa a outra, crises que afetam a conduta da criança. Os conflitos, propulsores do desenvolvimento, que se instalam nesse processo podem ser de origem exógena, quando resultantes dos desencontros entre as ações da criança e o ambiente exterior, estruturado pelos adultos e pela cultura; ou de origem endógena, quando gerados pelos efeitos da maturação nervosa (Galvão, 1995).

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Erikson denomina Confiança Básica versus Desconfiança.

Nesse período, referente ao primeiro ano de vida, se a mãe (ou cuidador

primário) oferece satisfação em relação às necessidades físicas e

emocionais básicas, o bebê desenvolve um senso de confiança básica no

outro e no "self".

Esse sentimento de confiança está relacionado com a persistência,

continuidade e uniformidade da experiência de cuidado, que proporciona

um sentimento primitivo de identidade do ego. Sentimento esse que

futuramente combinará o sentimento de ser “aceitável”, por ser ela mesma,

e de se transformar naquilo que os demais acreditam que chegará a ser.

Primeiro estágio, ou idade

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Denominado Autonomia versus Vergonha e Dúvida.

Corresponde ao período de dois a três anos de idade.

Nessa fase, as trocas com o ambiente, ocorrem por meio de agarrar

(retenção) e soltar (eliminação).

Nessa idade a criança sente necessidade de testar os limites e explorar; se

a dependência é estimulada, a autonomia da criança é inibida.

O controle externo deve ser firmemente tranqüilizador.

A criança deve sentir que não terá sua existência ameaçada.

O ambiente deve tanto encorajá-la a se manter sobre seus próprios pés,

como protegê-la contra as experiências arbitrárias e esporádicas de se

envergonhar e sentir-se em dúvida precocemente.

Segundo estágio

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Corresponde ao período de três a cinco anos de idade,

Denominado Iniciativa X Culpa.

A partir dessa fase a criança começa a reconhecer as instituições, funções

e papéis que permitem sua participação responsável,

graças ao desenvolvimento gradual de um senso de responsabilidade

moral.

Encontra prazer no manejo de ferramentas, na manipulação de brinquedos

e no cuidado de crianças menores. Portanto, ao lado da fixação opressiva

de um senso moral que restringe o horizonte do que é permitido, essa

etapa possibilita também a determinação da direção para o que é possível

concretamente, permitindo relacionar os sonhos das primeiras fases da

infância com os objetivos da vida adulta.

Terceiro estágio

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TEMPESTADE DE IDEIAS

CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS

AGRESSIVAS

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A criança é caracterizada como agressiva principalmente porque morde os colegas; algumas vezes apresenta um comportamento diferenciado dos demais no tocante à linguagem e a interação com as outras crianças.

É preciso levantar hipóteses, por exemplo de comprometimento psicofisiológico e sugerir a mãe que procure um neurologista ou psiquiatra infantil.

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De acordo com os psicólogos o comportamento agressivo é freqüente e intencional (criança age por motivação própria e para causar algum dano e não de modo reativo – reação a alguma agressão/frustração).

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Comportamentos que se desviam daqueles desejados pelos adultos, nem sempre significam agressividade.

Ex.: “luta” entre os meninos e outros colegas, significa que estão brincando de brigar, e não necessariamente a intenção de machucar o outro.

Desobediência ou indisciplina X agressividade.

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http://www.youtube.com/watch?v=Tj9BEu75FyA – vídeo agressividade

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Até que ponto a creche propicia um ambiente seguro para as crianças, uma vez que, para ali, vão todos os dias, permanecem quase dez horas diárias sob a tutela de professoras e auxiliares?

Ali são submetidas a modelos de comportamento, a formas de lidar com a corporeidade, a padrões de socialização e convívio social, a processos de desenvolvimento emocional: amor, ódio, prazer, ansiedade, angústia e assim por diante... Diferentes da rotina de suas casas?

PARA REFLETIR...

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A creche oferece um ambiente seguro para que as crianças possam demonstrar sua agressividade sem medo de serem aniquiladas por isso?

Talvez um dos maiores desafios a ser enfrentado, quando examinamos o fenômeno da violência infantil, na perspectiva de Winnicott, seja o da aceitação dos adultos de que tal agressividade é fato normal, que ela é expressão de uma falta, e/ou ausência, e que, no lugar de ser reprimida, ela precisa ser canalizada por meio de um ato criativo.

PARA REFLETIR...

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Que a criança seja responsabilizada pelo que fez.

Liberdade de ação, onde a criança escolha o que fazer, explorando os “cantos” da sala, para permitir a mobilidade da criança e ao mesmo tempo a supervisão do adulto.

O excesso de energia gasto para chamar a tenção das crianças cria um “clima” ruim na sala de aula e ocasiona um desgaste da professora na relação com as crianças, fragilizando sua autoridade, fatores esses que propiciam interações não educativas entre as crianças e entre elas e as professoras.

É importante:

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Que o ambiente ofereça um suporte gradual para as

atividades das crianças de modo que estas se sintam

satisfeitas em realizar sozinhas algumas tarefas.

CUIDADO - O risco de sufocar a criança com uma

superproteção que lhe impeça de fazer suas tentativas, ou

o risco de oferecer um suporte insuficiente que gere na

criança um sentimento de incapacidade. Essas duas

posturas podem gerar sentimentos de dúvida e vergonha

prejudiciais no desenvolvimento da autonomia.

É IMPORTANTE:

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A agressividade pode

perfeitamente funcionar como

uma forma de compensar essa

perda de autonomia e do

sentimento de vergonha.

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O educador infantil é ou não é o mais importante na formação da personalidade de uma criança?????

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É sabido que a criança, como todo ser humano, é

o sujeito do meio histórico e social, faz parte da

junção familiar de maneira organizada, ou seja,

está inserida na sociedade, todavia com

determinada cultura. Pode-se afirmar que a

criança tem na família biológica ou com a qual

convive, um ponto de referência, sendo esse

essencial para sua convivência.

FATO OU BOATO?

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Assim é importante que as profissionais da creche ou educação infantil conheçam o mínimo sobre a vida da criança que está recebendo, cuidando, educando, formando...

COMO: Visita às famílias com questionário; Socialização entre a equipe da instituição; Conversas com o responsável diariamente; Entendimento e aceitação da criança como um

ser em formação.

DICA 1

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A rotina da Creche ou Ensino Infantil interfere no comportamento apresentado pelas crianças?

FATO OU BOATO?

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As atividades devem ser planejadas respeitando a fase em que cada criança se encontra;

Uma ideia interessante é ter caixas na sala com lençóis/tecidos de diferente tamanhos e cores;

A criança precisa experimentar para conhecer... Use muitas atividades com tinta, papel para rasgar...

Os gestos, o olhar e a emoção do professor também são instrumentos que contam muito no ato de educar. Pois a imagem é mais forte!

DICA 2