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Universidade Candido Mendes
Pós Graduação “Lato Sensu”
Projeto A Vez do Mestre
Educação Infantil, a importância de avaliar
Márcia Helena Cantarino Leal
Maria Esther de Araújo Oliveira
Rio de Janeiro, Junho 2003
- 8 -8
Universidade Candido Mendes
Pós Graduação “Lato Sensu”
Projeto A Vez do Mestre
Educação Infantil, a importância de Avaliar.
Trabalho monográfico
apresentado ao término do curso
de pós graduação Lato Sensu,
habilitação Supervisão escolar da
Universidade Cândido Mendes
- 9 -9
Dedico este trabalho a meu
marido e a minha filha que
Compreendem a necessidade e
importância de sempre estar
estudando.
- 10 -10
Agradeço a Deus, por sempre me
dar força para alcançar meus
objetivos, pois sem ele muitas
vezes o caminho seria muito difícil
de seguir.
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“Se não morre aquele que escreve um
livro ou planta uma árvore, com mais razão,
não morre o educador, que semeia vida e
escreve na alma.”
Jean Piaget
- 12 -12
RESUMO
O objeto de estudo deste trabalho é a avaliação na
Educação infantil e seu objetivo consiste em demonstrar sua importância
refletindo sobre a observação da criança em seu cotidiano. E para a
desenvoltura desse trabalho procurou-se utilizar publicações contidas na
parte bibliográfica que tanto acrescentou no sentido de melhor entendimento
ao tema em questão. Ressalta-se com atenção a importância deste tema
para o uso equivocado da avaliação educacional na Educação Infantil e
acredita-se que somente refletindo sobre as ações infantis é que será uma
avaliação educacional significativa. A reflexão sobre a prática pedagógica
que envolve o ato de avaliar sobre uma avaliação transformadora, e não
tradicional, desafia o educador a adquirir novos procedimentos, métodos, de
modo que se garanta ao educando de 0 a 6 anos, vivências enriquecedoras
e construtivas.
- 13 -13
SUMÁRIO
Introdução
1 – Histórico da Educação Infantil
1.1 – LDB – 9394/96
2 – Desenvolvimento da Criança de 0 a 6.
3 – Educação Infantil
3.1 Professor de Ed. Infantil
3.2 Escola de Ed. Infantil
4 – Avaliação Educacional
4.1 Avaliação na educação Infantil
4.2 Uma nova proposta de Avaliação na Ed. Infantil
4.3 Enfoque da Avaliação psicopedagógica
Conclusão.
Referências bibliográficas
- 14 -14
Introdução
A avaliação são dados obtidos ao decorrer do processo
ensino-aprendizagem que reflete o nível de qualidade do trabalho
educacional servindo para detectar progressos e dificuldades e em seguida
tomarmos decisões partindo de dados obtidos.
As funções da avaliação se encontram presentes nas
diversas atividades diárias e seu principal objetivo é verificar. o grau de
conhecimento e a necessidade do educando; analisando, observando e
refletindo sobre suas ações na intenção de dar continuidade a um trabalho
significativo e importante para o seu crescimento em relação a si próprio e
aos objetivos propostos tendo como meta a evolução do seu
desenvolvimento.
O problema central da avaliação, portanto é o seu uso como
instrumento de discriminação e seleção social, na medida que a tarefa
primordial é separar os "aptos" dos "inaptos", os "capazes" dos "incapazes".
A avaliação, é um processo contínuo que ocorre em
variados momentos do trabalho educacional e a observação é um dos
importantes métodos da avaliação que permite um melhor aprofundamento
individual da criança, porém para isso o educador não deve ter preconceitos
respeitando assim as características individuais do educando para trabalhar
num clima amigável e de diálogo.
1
- 15 -15
Um equívoco perigoso da avaliação na educação infantil é a
distorção da perspectiva de observação e acompanhamento por uma prática
já ultrapassada negando os princípios básicos da educação infantil.
A ação avaliativa na educação infantil deve ser contrária a
concepção de julgamento de resultado, o que se busca é a valorização das
manifestações infantis.
Precisa-se repensar o significado da avaliação e se
distanciar do modelo do ensino regular possibilitando a criança vivenciar
situações de forma própria diferenciada do adulto. O Educador deve refletir
sobre suas crianças em particular e sobre seu cotidiano desvelando
caminhos para ajudá-la a ampliar suas conquistas.
Redimensionar a prática avaliativa da educação infantil consiste em
compreender sua própria especificidade sobre a dimensão da problemática
de se garantir a criança seu direito de ser verdadeiramente "uma criança".
Portanto o problema objetivo do estudo é até que ponto os professores de
educação infantil avaliam o desenvolvimento integral de seus alunos
utilizando uma nova .proposta de avaliação.
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1 – Histórico da Educação Infantil do Brasil
Com base no que diz Sonia Kramer (1989) observa-se que
no Brasil, do seu descobrimento até 1874 pouco se fazia quanto as
iniciativas voltadas à infância, tanto do ponto de vista jurídico, quanto de
atendimento.
De 1874 a 1899 grupos particulares compostos
principalmente por médicos de atendimento à crianças, elaboraram projetos
que nunca foram concretizados.
A partir daí aumentaram progressivamente o campo da
higiene infantil, médica e escolar .
Em 1899 foi criado o Instituto de Proteção e Assistência à
Infância no Brasil, que tinha como principal objetivo:
Preservar a infância da destruição a que a condena o
desamparo dos cuidados de que ela carece, é garantir a sociedade a
permanência e a sucessão das vidas que hão de, ser sustentáculo de sua
estabilidade e os elementos do seu progresso e engrandecimento.
Tem início em 1908 a primeira creche popular para filhos de
operários de até dois anos de idade e em 1909 finalmente o primeiro Jardim
de Infância Campos Salles, no Rio de Janeiro, pois a primeira tentativa em
1875 não foi à frente por falta de apoio do Poder público.
No período de 1919 a 1975 vários órgãos sã criados como
Sônia Kramer cita no quadro a seguir:
Quadro 1 – A criação de diferentes departamentos
responsável pela Educação Infantil através da História da Educação.
3
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Órgão
Ano de
criação
Vinculação
Departamento da
Crença do Brasil
1919 (Setor privado) Instituto de
Proteção e Assistência a Infância
Departamento nacional
da Crença (DNCr)
1940 (Setor Público_ Ministério da
Educação e Saúde Pública
Serviço de Assistência
a menores (SAM)
1941 (Setor Público_ Ministério da
Educação e Negócios Interiores
Fundo das Nações
Unidas para Infância
(UNICEF)
1946 (Internacional) Organização das
Nações Unidas (ONU)
Organização Mundial
de Educação Pré-
Escolar (OMEP)
1948 (Internacional/Setor privado)
Instituto Nacional de
Alimento e Nutrição
(INAN)
1972 (Setor Público) Ministério da
Saúde
Projeto Casulo 1974 (Setor Público) Legião Brasileira e
assistência (LBA)
Coordenação de
Educação Pré-Escolar
1975 (Setor Público) Ministério da
Educação e Cultura
Nesse período o atendimento as crianças de zero à seis
anos era basicamente médico, assistencial e nutricional.
Dentro desse período também entra em vigor as Leis de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961 e dez anos depois em
1971, as Leis de n° 4024 e n° 5992 respectivamente.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 4024
de 20/12/1961, são dois artigos 23 e 24 do Cap.I, Título VI referente a
Educação Pré-Primária:
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- 18 -18
“Artigo 23 - A Educação pré-primária destina-se aos
menores até sete anos, e será ministrada em escolas maternais ou Jardim
de Infância.
“Artigo 24- As empresas que tenham a seu serviço mães de
menores de sete anos serão estimulados a organizar a manter por iniciativa
própria ou em cooperação com os poderes públicos, instituições de
educação pré-primária."
A educação "Pré-primária" é citada superficialmente? sem
ao menos definir quem é responsável por tal educação.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 5692
de 11/08/1971 Cap. II, artigo 19, § 2° :
"Os sistemas de ensino velarão para que as crianças de
idade inferior a sete anos recebam conveniente educação em escolas
Maternais, Jardins de Infância e Instituições equivalentes. "
Há uma nítida regressão na Lei, pois é mencionado de
maneira bem simplória a assistência das crianças de idade "inferior a sete
anos."
Alguns pareceres do Conselho Federal de Educação são
inseridos a Lei,como um exemplo o de n° 2018 de 05/07/74.
É, pois, como verdadeira terapêutica de tão dolorosa e inaceitável realidades que se colocam a necessidade e a urgência do fortalecimento e da difusão da educação pré-escolar em todo o Brasil. Quer Jardins de Infância, para a população dos três anos, há que interessar os poderes públicos, notadamente estaduais e municipais, bem como as entidades empresariais e comunitárias a traçarem as linhas de um programa de efeito atendimento educacional dessa faixa etária. Trata-se de implementar uma verdadeira política de educação compensatória, que vise a equalizar as oportunidades educacionais não apenas em termos qualitativos, de preparo global da população para o inicio do processo regular da escolaridade, ou seja, colocar a grande massa de crianças culturalmente marginalizada mim nível de relativa igualdade de desenvolvimento de que disputam pela riqueza do "currículo escondido", as crianças das classes média e alta.
5
- 19 -19
Nesse texto a criança é colocado como culpada pelo seu
fracasso, não cabendo a escola nenhum tipo de questionamento, muito
menos, as causas sócio - econômicas determinantes de seu desempenho. O
que se reafirma no parecer a seguir:
O de n.º 1038 de 13/04/77: Ninguém mais coloca em dúvida o fato de que a pré - escola, se viesse a formular e executar programas de compensação das carências culturais trazidas pela.. criança oriundas de meios sociais menos privilegiados que se situam na periferia urbana e nas zonas rurais, poderia oferecer uma eficaz terapêutica para debelação das mais gigantes deficiências de aprendizagem que essa população apresenta ao iniciar, aos sete anos, o processo formal de escolarização(...).
O que prevalece em tais pareceres entre outros e
consequentemente nessa Lei, é a educação compensatória, baseados na
falta de cultura, no nível sócio econômico (menos privilegiados), e em
carências nutricionais, dizendo ser estes, os principais motivos da não
aprendizagem nas escolas dos mais desfavorecidos
1.1 - LDB: LEI N° 9394/96
“Ärt.29--.4 educação infantil. primeira etapa da educação
básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da Criança até seis
anos de idade, em seu aspecto físicos, psicológicos, intelectual e .Social,
complemento a ação da família e da comunidade.
“Art.30- A educação infantil será oferecida:
I - em creches, ou entidades equivalentes, para criança de
até três anos de idade;
II - em pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de
idade;
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- 20 -20
Art.31- Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante
acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.
Há um grande avanço com relação a educação de zero a
seis anos com essa Lei, pois pontos importantes são definidos. A então
educação "Pré- primária" recebe uma nomenclatura digna de respeito
"Educação Infantil".
E fica clara também as entidades competentes a assistirem
as crianças dessa faixa etária, sendo até três anos as creches e de quatro a
seis as pré-escolas Tendo o principal avanço no que diz respeito a definição
do processo pedagógico, onde a criança deve ser observada e
acompanhada como "um todo", em todos os aspectos"( acompanhar o
desenvolvimento da criança em seus aspectos físicos, psicológicos,
intelectual e social (...)” (1). Com isso se diz claramente o que se espera da
educação.
2 - O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE O A 6 ANOS
O desenvolvimento humano se dá através de um processo
individual, esse processo é longo e derivado de mudanças. Cada fase do
desenvolvimento humano possui formas de comportamentos já definidas
pela sociedade. No caso da criança, a infância é a fase da brincadeira, a
cada membro é estabelecida uma norma de comportamento dependendo da
fase que está inserida.
Para PIAGET (1988), a infância vai representar "uma etapa
biologicamente útil, cujo significado é o de uma adaptação progressiva ao
meio físico e social ".
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- 21 -21
A criança nessa etapa (infância) de desenvolvimento
atravessa vários períodos e a aprendizagem através da percepção é uma
forma de conhecer não só o mundo, mas a si próprio.
Segundo VIGOTSKY (1989) , o aprendizado e o
desenvolvimento então inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da
criança.
Em fase de desenvolvimento, a criança, necessita de
compreensão e de pessoas como pais, professores e orientadores que
permitam que seu desenvolvimento seja ampliado, não esquecendo que elas
possuem características individuais e portanto ritmos de aprendizagem
diferentes, por isso antes de avaliar deve haver uma cooperação entre pais e
professores, onde devem ser obtidas informações para um melhor
acompanhamento da criança e um método de avaliação claramente bem
definido. A aquisição da linguagem é um dos fatores de grande importância
para as crianças, pois é através da fala que ela pode expressar opiniões,
seus sentimentos, idéias, emoções, antes transmitidas através de desenhos,
gestos, além de formar seus primeiros conceitos através da interação com o
meio.
Para PIAGET (1988 pág 18), "educar é adaptar o indivíduo
ao meio .social ambiente ". A escola tradicional impõe ao aluno a sua tarefa
enquanto a escola moderna, ao contrário, apela para o trabalho espontâneo
baseado na necessidade e no interesse pessoal.
É preciso que pais e professores criem um clima favorável,
pois o ambientes é um dos fatores que influenciam o desenvolvimento do
educando.
Nessa etapa da vida, O a 6 anos, a criança é influenciada
pelos seus próprios desejos e vontades, estabelecendo relação com
brinquedos, animais, objetos e até amigos imaginários, e ainda não é capaz
de chegar a sínteses; possuem percepções imediatas, às vezes distorcidas
da realidade e necessitam de atenção dos pais principalmente para sanarem
suas dúvidas e curiosidades intelectuais, os pais e os demais adultos na
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- 22 -22
qual a criança convive devem ajudá-la na construção de conhecimentos
ajudando de modo adequado, corrigindo conceitos e modificando atitudes,
por ser um ser ainda dependente e possuir vários momentos de dificuldades
de adaptação.
Enquanto PIAGET (1988), entende a adaptação do indivíduo
ao meio social como finalidade da educação, Vygotsky chama a atenção
para as infinitas possibilidades contidas nas interações sociais, de mudança
e questionamento de sentidos e significados que perpassam tais interações.
A criança necessita de estimulo, por isso é importante que
sua convivência com pessoas que estimulem sua autonomia, autoconfiança
e auto-estima propondo tarefas que não excedam as suas capacidades.
A boa aprendizagem é aquela que promove .e se adianta ao
desenvolvimento, levando O autor a criar o conceito de Zona de
desenvolvimento Proximal, onde "o que a criança é capaz de fazer hoje em
cooperação, .será capaz de fazer .sozinha amanhã ".
(VYGOTSKY, 1989 pág 30 )
O desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor da
criança é algo muito difícil de se "ler", onde devem ser observadas formas
simbólicas. Suas imagens mentais e sua linguagem fazem parte das ações
sensório-motoras, um dos períodos que a criança passa de adaptação à
realidade, após passarmos para o período operatório que possibilita ao
educando lidar com a escuta e com os números, passando assim a mexer
com o lado afetivo-emocional onde a criança se vê interagindo com a
sociedade. Esses processos fazem com que tenha uma visão de como a
criança se organiza e se adapta ao meio. A brincadeira passa a ser um ato
auto-revelador porque é onde a criança se expressa, se comunica, exercita
ações sensório-motoras e aprende que para viver em grupo, é necessário
ceder, e cedendo, convivendo em grupo ela desenvolve aspectos cognitivos
9
- 23 -23
e afetivos-emocionais. Acompanhando sua evolução nas brincadeiras e sua
interação com o meio podemos observar transformações e compreender a
importância de sua adaptação ao meio, a vida. A brincadeira é uma forma de
comunicação que visa o relacionamento em grupo, o crescimento e a saúde.
PIAGET argumenta que a atitude mental se inicia desde
nascimento e que a inteligência tem um desenvolvimento espontâneo para
o qual contribuem fatores internos e externos. (2)
Já para VYGOTSKY (s.d.), "o desenvolvimento mental é o
processo de assimilação ou "apropriação" da experiência acumulada pela
humanidade no discurso da história social." (2)
O que visamos ao observar a brincadeira da criança, é a
forma que ela se envolve no mundo externo e interno. Faz parte do
desenvolvimento, do crescimento lidar com a frustração que ocorre algumas
vezes, quando a criança se depara com situações novas situações
ameaçadoras, onde elas tem que se organizar e manter o equilíbrio.
PIAGET (s.d.) diz que aprender é conquistar, por si mesmo,
o saber, com a realização de pesquisas a partir do esforço espontâneo. (3)
Outra forma de expressão importante é o desenho, onde a
criança desenvolve todos os aspectos afetivos, psicomotor e cognitivo, A
expressão gráfica é importante quando a criança é livre para criar,
envolvendo-se com o que está sendo feito. A professora não deve 1evar
modelos prontos para serem copiados.
Segundo PIKLER IN VAYER (1985 pág 31)
a liberdade assegurada a criança é Condição básica para que esta adquira a consciência de si mesma e do ambiente. A presença do adulto deve satisfazer a necessidade infantil da verbalização, de esclarecimento frente a curiosidade, de encorajamento de aceitação de regra sociais, mas não deve intervir na atividade física da criança.
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(2) e (3) PIAGET e VYGOTSKY In: Psicologia do desenvolvimento.
São Paulo: Ática. 1997.
Após o desenho, a criança passa, notando assim o processo
percorrido pela criança a expressão gráfica que ocorre dos 4 aos 6 anos,
sendo assim mais tardia do que a lúdica e a verbal. A expressão gráfica da
criança dessa faixa etária não é toda coerente, ela passa a organizar mais
seus desenhos no período operatório onde perde o caráter mágico e
anêmico do período pré-operatório. A professora deve estar atenta caso
ocorra conflitos internos ou até externos diariamente, no entanto se há
omissões, distorções ou outras formas de comportamento antes não
apresentadas através da observação de desenho, da
brincadeira, o professor analisa mais claramente a estimulação mental da
criança observando-a diariamente.
WATSON ln: SABINl (1998pág20) afirma que “a
aprendizagem. Seria responsável pelas mudança que ocorrem ao longo da
vida de uma pessoa, modelando, assim sua conduta social seus
pensamentos, e valores.´
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- 25 -25
3 – EDUCAÇÃO INFANTIL
Na etapa de educação de vida de 0 a 6 anos., a criança
precisa de adultos no qual ela conviverá que a ajudem na construção de
conhecimentos de modo adequado, com isso a ed. infantil é essa etapa na
qual ela se relacionará com esses profissionais.
3.1 – O professor de Educação Infantil
Muitos profissionais de educação infantil possuem uma
formação adequada. A realidade atual determina reformulações sobre a
atuação do profissional de educação determinando a formação de um novo
profissional que responda as demandas atuais da educação da criança de
zero a seis anos. Cabe a ele trabalhar diversos conteúdos, refletindo sobre
sua prática, debatendo com outros profissionais e dialogando com a família
e a comunidade estando ciente da atualização permanente de sua prática.
Os instrumentos para reflexão da prática pedagógica são observação,
registro, planejamento e “avaliação”. Vasconcelos (1995)
O professor deve ser mediador entre crianças e objetivos de
conhecimento organizando e propiciando espaços e situações de
aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas,
psicomotoras, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos
prévios e aos conteúdos referentes aos campos de conhecimento humano.
Na instituição de educação infantil o professor constitui-se,
portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar
e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de
experiências educativas e sociais variadas organizando situações
diversificadas, para propiciar às crianças a possibilidade de elaborarem de
forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e
regras sociais trabalhando objetivos didático em questão.
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- 26 -26
A proposta do educador sobre avaliação, o mesmo não deve
considerá-la como uma forma a controlar o educando intimidando-o . O que
se espera do educador é que ele avalie seus alunos através de vários
aspectos como a compreensão, processo de ensino, capacidade de resolver
problemas etc..., motivando-os sempre a fim de que se consiga despertar
neles interesses que se ausentes são capazes de interferir no processo de
aprendizagem As crianças não são iguais nem em suas características
individuais, nem no nível sócio-econômico, portanto independentemente a
avaliação deve fazer com que todos cresçam e desenvolvam capacidades
físicas e mentais.
A observação auxilia o professor no ato de avaliar a criança
por estarem sempre interagindo juntos em diversas situações escolares e o
educador deve estar ainda mais atento a alunos que não manifestam suas
necessidades, a percepção do professor deve ser cuidadosa, minuciosa
devendo evitar preconceitos ou discriminações individuais, o professor deve
avaliar, ou seja, chegar a alguma conclusão após observar os alunos através
do relacionamento do mesmo com colegas da classe e com o professor.
Toda atividade prevista visa um clima favorável e amigável
entre o educador e o educando de modo que O desempenho escolar da
criança avance sempre.
3.2 - Escola de Educação infantil
O papel da escola é favorecer o desenvolvimento e a
aquisição de conhecimentos, vendo a criança não só como seres que
compõem a sociedade, mas como futuros cidadãos. A ação dos membros
que constituem a instituição portanto, devem guiar-se pelo currículo escolar
que apesar de não ser substituído pela prática pedagógica, ou seja, pela
prática cotidiana desenvolvida, serve para redefinir; reelaborar e refletir
sobre a prática em execução.
13
- 27 -27
A escola deve estar centrada na criança. levando em
consideração principalmente suas características individuais e condições de
vida; visando através disso criar alternativas que atendam seus verdadeiros
interesses e ampliem seus conhecimentos oferecendo-lhes não só um
ambiente propício contendo disponibilidade de materiais e espaço físico para
que tais atividades sejam efetuadas como um diálogo propício da escola
com a família para que haja um elo que beneficie a criança.
Para MARIA LÚCIA L. WElSS (1991 pág 18) cabe à escola conhecer o modelo de aprendizagem de cada aluno para poder ampliá-lo 10 ou reformulá-lo. A partir da análise dos aspectos orgânicos, cognitivos, afetivos e sociais a escola terá condições de identificar como o aluna pode aprender e como realmente aprende, que recursos mobiliza, o que já conhece e como se utiliza do que conhece, quais são seus interesses e motivações:. identificar o aluno através de seu modelo de aprendizagem significa compreender o que pode servir de entrave ou de reforço para ação educativa: permite também discriminar dificuldades geradas na escola e aquelas que já acompanham a criança antes da fase escolar e para os quais a escola pode concorrer, ampliando- as ou colaborando na sua solução. A pré-escola deve deixar de ser vista como um passatempo,
para ser vista como um ambiente que promoverá a autonomia através de
atividades desafiadoras e possíveis para que as crianças possam construir
seu próprio conhecimento como sujeito ativo, interagindo com outras
crianças; com o grupo, desenvolvendo seu processo de socialização (
domínio afetivo ) construindo conhecimento, e desenvolvendo pensamentos
( domínio cognitivo) e ampliando movimentos ( domínio psicomotor). A pré-
escola portanto serve para ampliar conhecimento, construir, autonomia,
auto-estima, ampliar o desenvolvimento, desenvolver a responsabilidade,
criatividade e a cooperação tendo como principal objetivo desenvolver os
aspectos afetivos, cognitivos e psicomotores, através de atividades que
desafiam e incentivam tais como trabalhar, com temas geradores, com datas
14
- 28 -28
comemorativas e temas gerados pelas crianças na sala de aula, além de
atividades que respeitem seus interesses.
Toda prática pedagógica deve ter objetivos a serem
atingidos e é necessário que haja condições básicas para que seja possível
por em prática a proposta prevista e atingir as suas metas. O planejamento
deve ser apresentado no início do ano as crianças, esse planejamento deve
ser flexível de modo que possa ser alterado no decorrer do ano, dependendo
das necessidades do educando. É necessário que o educador além de
atender as necessidades das crianças interaja, junto a equipe pedagógica
educacional, para que exista uma troca de experiência favorável a fim de
sanar diferenças existentes entre a prática e a proposta pedagógica
existente.
As atividades previstas devem possuir objetivos claros tanto
para o educador como para o educando, levando em consideração
principalmente a fase na qual a criança se encontra onde estão se
desenvolvendo e construindo noções, as atividades previstas devem ser
atraentes, desafiadoras e interessantes, de modo que todas as crianças
participem tendo seus conhecimentos e interesses expandidos, as crianças
precisam de amor, apoio e incentivo de forma que prossigam suas
descobertas. É importante o professor incentivar os pontos positivos
atingidos pela criança evitando colocar em evidência na maioria das vezes
apenas pontos negativos; as atividades devem ter graus variados de
dificuldades de maneira que todas as crianças possam ser atendidas em
suas necessidades até devido a heterogeneidade existente nas classes. É
fundamental trabalhar as diferenças existentes entre elas (crianças). Ex..
agitada, calma, gorda, magra e etc mostrando-lhes que somos todos
iguais e ao mesmo tempo diferentes por possuirmos características
individuais.
A questão primordial que se coloca a pré-escola é o que
fazer e como fazer para que o aluno se desenvolva independente de sua
condição, classe, raça ou característica individual levando-se em conta que
15
- 29 -29
sua alfabetização inicia-se antes dela iniciar seu processo escolar e que o
papel da escola não é dar continuação a escuta e a leitura, mas sim
contribuir para que o educando aprenda através das mesmas. As atividades
propostas devem abranger o trabalho em grupo, a troca. É necessário dar
sentido as atividades sabendo um educador competente que aprendizagens
novas provocam desenvolvimentos novos. Deixando de estimular o
individualismo, a competição e o consumismo os alunos devem compartilhar
seus saberes com os demais educandos) de modo que se adquira novos
conhecimentos.
A pré-escola tem como principal função favorecer a
aprendizagem, não esquecendo que a pré-escola não possui um programa a
ser seguido e que é considerada diversas vezes como algo que antecede a
escola e não como escola propriamente dita.
Ela auxilia junto à família a criança em seu desenvolvimento
social na fase em que ela se encontra. que é de individualidade. já que pais.
tios. avós e outros membros familiares mantém sua atenção voltadas para
ela; agora na pré-escola, ela tem que esperar para ser atendida nessa hora
ela deve deixar de lado a individualidade e se adaptar as diferenças que ela
vai se deparar como: diferenças culturais. diversas formas de linguagem,
comunicação e a diversidade também de crença de valores.
( . . ) a hora é de se superar uma prática pedagógica marginalizada, em que se predomina O exercício de poder da classe dominadora para a construção de uma prática pedagógica mais democrática, (GARCIA, 2000 pág 15). As pessoas possuem uma visão distorcida sobre o papel da
pré-escola, desvalorizando-a e desqualificando-a como um local que não
existe aprendizagem, portanto não existe programas, objetivos ou até
mesmo avaliação. A escola em si precisa dar ao educando o acesso a todas
as linguagens usando variados e importantes recursos pedagógicos de
modo que ela amplie seu referencial do mundo e sua capacidade
16
- 30 -30
comunicativa Os dois erros cometidos pela escola são: não trabalhar e nem
explorar as diferentes linguagens e não enriquecer a linguagem escrita.
É inevitável ressaltarmos que trabalhar todos os aspectos
"cognitivo, afetivo e psicomotor" é viável para a realização de uma prática
pedagógica eficaz. Não podemos trabalhar apenas um ou dois aspectos,
pois, seria como separar os dois lados de uma mesma moeda. O professor
de hoje precisa saber trabalhar a diferença abrindo mão de fórmulas prontas,
preparadas e etc...; pois isso não garante e nunca garantirá a eficácia da sua
prática educativa, pois cada aluno processará a seu modo as contribuições
oferecidas pelo professor.
O papel da pré-escola, enfim da instituição educacional é
muito importante pois ela pode ajudar corno também atrapalhar o processo
educacional do educando.
É significativo o número de crianças que se encontram fora
da escola, na sociedade em que vivemos. Na pré-escola esse número
infelizmente é ainda mais agravante, apesar de ser a fase onde se trata de
atividades lúdicas, e onde também a criança se desenvolve aprendendo e
aprende se desenvolvendo, essa fase é ainda mais importante na qual ela
se depara com crianças de diferentes linguagens e amplia o conhecimento
do novo
Nessa fase a escola deve levar em conta a história de vida
das crianças, para que não ocorra da escola exigir conhecimentos não
possuídos ainda por ela
E necessário que se trilhe novos caminhos sem medo de
romper com caminhos antigos, trilhados por outros. O educador não deve
nun.ca desqualificar o trabalho da criança e os erros identificados não
devem ser vistos como falha e sem inícios de acertos para melhor
intervenção pedagógica de modo que se acrescente sempre algo para que o
aprendizado e o desenvolvimento infantil avance.
17
- 31 -31
4- Avaliação Educacional.
A avaliação educacional além de refletir o trabalho realizado
pelos educandos como pelo educador. acompanha todo processo de ensino
e aprendizagem a fim de constatar o nível do trabalho realizado, verificando
processos e dificuldades à partir de objetivos propostos com a finalidade de
corrigir sempre que necessário.
Segundo LUCKESI (1989 pág 21) a avaliação é a própria
ação qualitativa sobre dados relevantes ao processo de ensino e
aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho.
A função da avaliação é diagnosticar e constatar o trabalho
realizado verificando os resultados para em seguida darmos continuidade ao
trabalho, por isso a avaliação deve ocorrer durante todo processo das aulas
ou atividades sendo necessário para acompanhar o desenvolvimento da
criança e verificar como está sendo conduzido o trabalho pedagógico do
professor.
Quando fala-se em avaliação é preciso estar ciente que não
há um modelo exatamente correto no ato de avaliar, não podemos julgá-los
como melhor ou pior o ideal é mesclá-lo de acordo com os objetivos
propostos pelo educador e adaptá-los as necessidades e realidades das
crianças possibilitando seu desenvolvimento seu crescimento perante a si
próprio e aos objetivos propostos.
"Avaliar é ato amoroso, diz Luckesi; ( 1989 pág 26) nós
professores, temos de acolher aos acertos e erros do aluno para ajudá-lo a
progredir.”(4)
Os resultados da avaliação interessam não só a professores
e alunos, mas também a equipe docente e pedagógica e aos pais
Os resultados obtidos através da avaliação, visam
demonstrar o nível de desenvolvimento que o aluno atingiu, quando a
criança não chegar ao nível esperado ou não alcançar os objetivos
propostos, o mesmo deve ser sensato, pois o erro não ocorre apenas por
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- 32 -32
parte da criança, mas também pelo educador, pelo padrão da avaliação
estabelecida entre outros fatores.
4.1 Avaliação na Educação Infantil
Segundo Vasconcelos (1995) avaliação na década de 70,
era uma forma de identificar os déficits e supri-los. Esses déficits passam a
ser identificados, através da observação da brincadeira da criança
considerando-a um instrumento de avaliação.
A observação deve-se ater ao comportamento infantil, sua
ação frente a situações diversas, sendo ela "criança" o agente construtor de
sua própria ação. A expressão corporal também é um elemento de
observação, ações psicomotoras como comportamento, comunicação,
instabilidade, são modos de observar a relação do corpo com o mundo
enquanto a criança brinca, ela mostra como está organizando seu mundo,
sua história. E necessário que se tenha olhos para ver, olhos além, para que
se acompanhe o desenvolvimento da criança As crianças passam por fases
onde se adquire maturação, modificam pensamento e reestruturam
hipóteses, aumenta a compreensão até para aceitar explicações adultas. As
ações são reveladoras e é possível e necessário contribuir para um
crescimento e um amadurecimento sadio.
A construção da avaliação se dá através das informações
colhidas ou seja, obtidas a todo momento da criança que é observada em
variadas situações como. seu relacionamento com sua professora e seus
amiguinhos, seu modo de agir frente a seus pais ou pessoas das quais
convivem; é importante também termos ciência de como os pais e pessoas
de seu convívio se relacionam com esta criança, se há uma participação dos
pais com a escola, se há uma super proteção onde a mãe age pela criança,
se existe o convívio mais íntimo com os filhos. É de suma importância que
haja uma integração viável dos pais com a escola, e da escola com os pais e
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(4) LUCKESI IN: Revista Nova Escola. São Paulo: Ed. Abril. Novembro de 2001
a forma de comunicação utilizada por ambas as partes.
Apesar da avaliação tentar compreender através da
observação o desenvolvimento infantil não há um modelo correto e
padronizado de avaliação a ser seguido, através da observação que nos
orienta quanto aos mecanismos e conteúdos a serem melhor pesquisados.
Existe uma certa necessidade de reelaborar-mos a prática pedagógica a fim
de se levar em conta a necessidade e o desejo daquele que aprende.
Através de situações de aprendizagem, ou seja, das primeiras experiências
de aprendizagem é que a criança expressa seu modo particular de se
relacionar; e sua forma de expressão resulta de relações passadas Alguns
dados são relevantes a fim de se organizar atividades mais eficientes para a
aprendizagem, esses dados resultam do dia-a-dia da criança, da avaliação
feita pelo educador e da sua vida pessoal também.
4.2 Uma Nova Proposta de Avaliação Escolar na Educação
Infantil
Analisar. observar e refletir as ações das crianças em seu
cotidiano é importante para danos continuação a um trabalho significativo. A
manifestação infantil requer um olhar atento e cauteloso e sua significação
reflete na evolução do seu desenvolvimento.
Avaliar significa observar, refletir na intenção de dar
continuidade a ações educativas, não sendo destinada a julgar resultados
alcançados em determinados trabalhos. A ação avaliativa na pré-escola
deve ser contrária a concepção de julgamento de resultados, o que se busca
é a valorização das manifestações infantis.
Um equívoco perigoso da avaliação pré-escolar é a
distorção da perspectiva de observação e acompanhamento por uma
avaliação semelhante a avaliação tradicional de ensino regular.
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- 34 -34
Esse fenômeno é gravíssimo por adotar uma prática já ultrapassada
negando os princípios da Educação Infantil.
Uma proposta de avaliação adequada é aquela que
oportuniza vivências enriquecedoras, pelas quais as crianças ampliam
possibilidades de descobrir o mundo e seus resultados dizem respeito a
suas conquistas e avanços. Uma das coisas mais importantes é verificar a
disponibilidade do adulto de conversar e trocar idéias frente as crianças,
através de acompanhamentos reflexivo sobre suas ações.
O professor vem sendo várias vezes a questão-chave. É
necessário que educadores consigam por em prática a proposta elaborada,
colocando de lado a avaliação quantitativa e a resistência quanto ao ato de
mudar e adotar um processo contínuo de avaliação, aqueles que usam
inadequadamente a avaliação estão devidamente inadequadamente
despreparados para fazer uso da mesma O educador de hoje, deve ter
maturidade e usar instrumentos diversificados reorientando sua ação para
que haja .uma melhoria no sistema de ensino; não esquecendo que em todo
processo, existem dois protagonistas, aluno e professor, e que cada um tem
seu papel.
A maneira como o educador era avaliado pode refletir na sua
maneira de avaliar, assim como a maneira da escola avaliar é o reflexo da
educação valorizada por ela.
O papel da avaliação é também de ver a direção seguida
pela criança, não classificá-la, compará-la como acontece muitas vezes, é
importante verificar que crianças de classes populares possuem fama de
pensar e agir diferentes da classe média e portanto suas propostas são
diferentes. Essa diferença é vista como deficiência muitas vezes sendo a
classe média um modelo para classificarmos os demais. Por isso a criança
de classe popular deve ser enquadrada ao modelo proposto e pronto da
classe média, sendo ele visto como "ideal". A avaliação compara os
indivíduos e os discrimina, sendo assim, valorizar a diferença para que haja
a troca e construção de novos conhecimentos é importante para crescimento
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- 35 -35
global "tudo que a criança traz consigo, torna-se conteúdo e o novo nesse
caso é sempre o que se busca alcançar.”
4.3 Enfoque da avaliação Psicopedagógica
Toda e qualquer avaliação infantil numa relação adulto-
criança, avalia a criança do ponto de vista psicomotor, através da
observação de suas ações motoras e através de atividades solicitadas a ela,
além de ser necessário para se revelar aspectos relacionados a sua
capacidade de integração e maturidade tanto em relação a evolução da
coordenação motora para quanto da maturidade corporal é importante por
esse método psicopedagógico ser o mais adequado.
O educador deve dispor de um local adequado para
observação, e o passo inicial é colher dados através dos pais ou guardiões
da criança como: nome, idade, nascimento e etc..., percebendo também a
relação pai - filho frente a atitudes variadas quanto ao comportamento da
criança.
A psicomotricidade é extremamente útil a escola para todas
as crianças sem distinção. Os problemas ou dificuldades não são tidos como
deficiência ou debilidade mental, eles fazem parte de crianças com
capacidade intelectual que não alcançaram um bom aproveitamento pré-
escolar, os mais comuns são adaptação, dificuldade ou lateralização,
dificuldades específicas como. falta de atenção, coordenação visomotora
pobre, concentração e manifestação motora desadaptada.
Acredita-se numa avaliação através da observação que
interfira tanto para suprir as dificuldades quanto para elaborar um programa
pré-escolar, onde a criança explora vivência e conhece seu corpo, se
relacionando de forma saudável, autônoma e confiante; construindo seu
próprio caminho existencial, sendo avaliada não através de uma avaliação
quantitativa que determina a idade adequada que o corpo passa a ser
representado e sim numa avaliação qualitativa, onde o significado dos
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diferentes elementos corporais são valorizados de forma rica e saudável por
todos.
Uma preocupação existente nessa fase é de como a criança
se comunica, como ela constrói e desenvolve a linguagem, já que a
linguagem está ligada a dois aspectos inseparáveis como O cognitivo e o
afetivo, havendo entre eles uma relação de correspondência. A forma de se
expressar deve ser prazerosa. É fator observável constatarmos se a criança
se expressa oralmente lembrando que vocabulário variado não é sinônimo
de domínio de linguagem, devemos observar também se as pessoas
estimulam a fala da criança não atendendo a qualquer gesto ou indicação
expressa por ela.
A avaliação da linguagem da criança que constitui a faixa
etária de O a 6 anos de idade é feita mediante a observação ativa na relação
da criança com o meio, com outros indivíduos e com o brinquedo e mediante
solicitações onde a criança possa criar, explicar ou relatar um fato. A família
constitui um dos papéis mais importantes nesse período e sua definição se
dá através das funções desempenhados por seus membros. O propósito da
família é fornecer bases e suporte afetivo, cognitivo e emocional para que a
criança desenvolva seu sentido de identidade através de um senso de valor
e de afetividade permanente, não dificultando o crescimento e
desenvolvimento da autonomia.
Tanto o ambiente familiar quanto a escola são ambientes
que possuem espaços valiosos para avaliarmos, mas tratamos agora de
uma avaliação voltada para o âmbito familiar onde o ponto primordial
observado é a estrutura e o funcionamento da família dentro das regras que
definem a sociedade O contato da escola com a família permite o
conhecimento do conceito e da relação que os pais tem com seus filhos.
Através da avaliação notamos diversas vezes que a avaliação em vez de ser
feita para os filhos, deveriam ser feita para os pais que fazem variadas vezes
as crianças se sentirem incapazes ou/e incompetente.
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Na avaliação psicopedagógica a aprendizagem é vista como
tarefa a apropriação e de domínio do objeto de conhecimento dedicando-se
ao estudo da aprendizagem com a finalidade de curar ou prevenir
problemas.
Os problemas de aprendizagem são objetos de
conhecimento da psicopedagogia, enquanto as dificuldades de
aprendizagem são relacionados a escola e a família
As escolas à partir da análise dos aspectos afetivos,
cognitivo e psicomotor terão condições de identificar a verdadeira
necessidade e dificuldade da criança para a partir daí, obter um modelo de
aprendizagem uma metodologia adequada, observando sempre a coerência
das ações do educando diariamente.
A avaliação psicopedagógica nos coloca em contato com o
problema, apesar de ser tarefa do psicopedagogo identificá-lo, muitas vezes
explicá-lo será difícil por lidar com diferentes conceitos de normal e
patológico, diagnosticar visa explicitar as condições de aprendizagem do
indivíduo identificando suas áreas de competência e dificuldade.
O fracasso escolar muitas vezes se dá tendo o ensino forte
desde cedo e a competitividade de uma sociedade consumista e prematura
que ensina cedo conteúdos sem respeitar o desenvolvimento e o ritmo
individual da criança, submetendo-a a um stress e desconfiança quanto a
sua competência. As crianças necessitam é de oportunidades de manipular
e experimentar conteúdos escolares além de só brincar.
A avaliação como processo de aprendizagem das crianças
de O a 6 anos é um importante preventivo que se não impede, pelo menos
evita o aprofundamento do déficit. A avaliação deve criar um espaço de
confiança, de jogo e de criatividade sendo indispensável a comunicação
entre os profissionais. Obter informações e colaboração dos pais é um
grande passo para tratamento ou encaminhamento eficaz.
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CONCLUSÃO
O que se pretende é partir dos interesses e necessidades das
crianças em direção a ampliação de sua possibilidades.
Confiar nas crianças e nas suas tentativas significa contribuir para a
ampliação de suas descobertas e não apenas estar ao lado delas permitindo
toda e qualquer ação.
A avaliação utilizada na educação infantil pelos seus educadores,
consiste na desenvoltura de trabalhos cotidianos, trabalhos que muitas
vezes não servem para avaliar o desenvolvimento infantil.
Ela consiste numa visão permanente e aprofundada sobre as
diferentes ações da criança, visando aspectos cognitivos, afetivos e
psicomotores. É necessário ter entendimento de que não existe um
momento adequado para avaliar os educandos; todos os momentos são
propícios para colocar em execução a mesma.
Precisa-se repensar o significado da avaliação e se distanciar do
modelo do ensino regular possibilitando a criança vivenciar situações de
forma própria e diferenciada do adulto.
O educador deve refletir sobre suas crianças, em particular sobre o
seu cotidiano desvelando caminhos para ajudá-la a ampliar suas conquistas.
As informações sobre desenvolvimento infantil precisa ser compartilhadas
por todos que se responsabilizam pela criança no sentido de auxiliá-la em
suas tentativas refletindo sobre suas conquistas.
Redimensionar a pratica avaliativa da educação infantil consiste em
compreender sua própria especificidade sobre a dimensão da problemática
de se garantir a criança seu direito de ser verdadeiramente uma criança.
A psicopedagogia, aliada ao processo, pode facilitar os diagnósticos
explicitando as condições de aprendizagem.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SABINi, M.A.C. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Ática, 1998
KRAMER,S. Com a pré escola nas mãos. São Paulo: Ática, 1989
OLIVEIRA, V.B de e BOSSA, N.A. Avaliação piscopedagógica da criança
de zero a seis anos. Rio de Janeiro: vozes, 1994
VASCONCELOS, C. dos S. Avaliação: Concepção libertadora do processo
de avaliação escolar. São Paulo, 1995
SOUZA, P.N.P. Como entender e aplicar a nova LDB: Lei N.º 9394/96. São
Paulo: Pioneira, 1997
BRASIL.MEC. Secretaria de Educação do Ensino fundamental. Referêncial
curricular nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC /SEF, 1998