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DOCÊNCIA EM SAÚDE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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DOCÊNCIA EM

SAÚDE

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Portal Educação

P842e Educação a distância / Portal Educação. - Campo Grande: Portal

Educação, 2012.

153p. : il.

Inclui bibliografia

ISBN 978-85-66104-05-9

1. Ensino a distância. 2. Tecnologia educacional. I. Portal Educação. II.

Título.

CDD 371.35

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SUMÀRIOS SUMÁRIO

1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ............................................................................ 4

1.1 Educação a Distância no mundo ............................................................................................. 6

1.2 Educação a Distância no Brasil............................................................................................. 13

2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS ........................................ 19

2.1 Abordando conceitos ............................................................................................................. 19

2.2 Características da Educação a Distância .............................................................................. 22

2.3 Ensino e aprendizagem com qualidade na Educação a Distância ...................................... 25

2.4 Ambiente virtual de aprendizagem ........................................................................................ 32

2.5 Características de alguns ambientes virtuais ....................................................................... 32

3 LEGISLAÇÃO QUE FUNDAMENTA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ....................................... 38

4 TECNOLOGIAS UTILIZADAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .............................................. 39

4.1 Ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet no processo de ensino-

aprendizagem ..................................................................................................................................... 48

4.2 Conhecendo as ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet (wiki, blog,

chats e fóruns), no processo de ensino-aprendizagem ................................................................ 49

4.3 Por que utilizar uma ferramenta colaborativa? .................................................................... 49

4.4 Didática no uso de ferramentas de aprendizagem colaborativa: processo e avaliação .. 51

4.5 Blog.......................................................................................................................................... 55

4.6 Chat.......................................................................................................................................... 59

4.7 Fórum ...................................................................................................................................... 62

4.8 Wiki .......................................................................................................................................... 66

4.9 Alguns exemplos de práticas educativas colaborativas ..................................................... 68

4.10 Conhecendo e explorando as ferramentas de aprendizagem colaborativa na internet ... 82

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5 DOCÊNCIA, DISCÊNCIA E TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ................................. 105

5.1 Docência: o perfil do educador ............................................................................................. 105

5.2 O ator do processo: o discente ............................................................................................. 112

5.3 Tutoria, novo personagem na Educação a Distância .......................................................... 121

5.4 Avaliação em Educação a Distância ..................................................................................... 135

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 146

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1HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A Educação a Distância no Brasil não é uma prática recente. Existindo hoje instituições

conceituadas com milhares de alunos à distância, em cursos de graduação utilizando diversas

mídias e estruturas (RODRIGUES, 1998, p.19).

No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Monitor, em 1939, várias experiências

na área de Educação a Distância foram iniciadas. Em que utilizam diferentes mídias e materiais

para levar a Educação a Distância aos mais diferentes locais do Brasil, permitindo o acesso e a

democratização do ensino superior a aqueles que por diversos motivos se encontram

impossibilitados de freqüentar a universidade diariamente.

Partindo do pressuposto de que a formação acadêmica é uma questão de suma

importância, a Educação a Distância deve então ser vista como uma estratégia e uma

possibilidade democratizadora de acesso à universidade.

A humanidade sempre produziu conhecimentos, mas hoje com um expressivo

diferencial, o acesso e a rapidez da transmissão dessas informações acontecem em tempo real.

E esses são fatores fundamentais que devem ser levados em consideração quando se faz uma

EaD

=

Educação a

Distância!

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análise do processo de conhecimento, informação e educação que a universidade se propõe a

oferecer aos seus acadêmicos em cursos a distância.

O avanço tecnológico imposto pelo mercado capitalista e as transformações sociais

ocorridas em virtude dessas tecnologias e das rápidas transformações do mercado e da

sociedade. Certamente forçaram mudanças no modo de vida da população e em conseqüência

essas mudanças também atingiram os sistemas de ensino, que buscam por inovações e novas

formas de trabalhar as necessidades educacionais que não podem ser satisfeitas somente pelos

sistemas tradicionais de ensino.

O século que se inicia pode caracterizar-se por uma particularidade no âmbito

educacional, a demanda sem precedentes pelo acesso a educação. Esta demanda deve-se à

consciência do direito a educação e a certeza de que sem escolarização não contribuímos com

uma sociedade justa e igualitária.

Saímos do século da produção e iniciamos o século do conhecimento, século que

exige da sociedade uma revisão e reavaliação de posicionamentos, de atitudes e posturas. Exige

também maior abertura de espaços educativos para que possa agregar maior número de

pessoas possíveis. Prosseguindo nesse pensamento, podemos levantar questionamentos tais

como: as escolas, em seu espaço físico, estão capacitadas para atender essa demanda? Que

escola estaria preparada para atender uma diversidade cultural tão grande? Como a escola pode

superar possíveis limitações de tempo, de espaço e a falta de profissionais qualificados?

Percebemos então que a escola, na forma que se encontra estruturada hoje, não

consegue atender a demanda pela educação que a sociedade necessita. É necessário que se

(re) pense em uma nova modalidade de educação, que seja capaz de atender o grande

contingente de pessoas existente, esperando pelo acesso a educação.

Esta modalidade pensada é a Educação a Distância, que cresceu de forma

surpreendente nos últimos tempos e alcança os mais diferentes lugares do mundo, devido ao

uso das novas tecnologias da informação e da comunicação.

A diferença entre a educação presencial e a educação a distância se dá pelo fato de

que na modalidade presencial o aluno tem acesso ao conhecimento em um espaço previamente

determinado, ou seja, todos os dias na universidade, em um espaço físico determinado.

Na modalidade à distância o aluno desenvolve capacidades e habilidades no tempo e

no local que lhe são adequados, com mediação de professores e tutores, utilizando-se de

variados materiais didáticos, como: cadernos pedagógicos, fitas de vídeo, teleconferências,

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videoconferências, teleaudiovideoconferências, acompanhamento tutorial, internet, utilização de

hipertextos e todas as formas disponíveis dos meios de comunicação.

O desafio de educar e educar-se a distância é grande, pois o acadêmico deverá

desenvolver competências e habilidades inerentes a sua profissão, ser mais reflexivo quanto a

sua ação e mediação, uma vez que será ele próprio o autor das práticas educativas que serão

embasadas nas teorias estudadas. No ensino a distância, o aluno fará uso da teoria para

amparar sua prática pedagógica ou então a sua prática será início de uma nova teorização. Mas

ambas deverão estar pautadas nos pilares da reflexão/ação/reflexão.

Os cursos superiores buscam por indicadores de qualidade para se firmar no mercado

e a educação a distância não é diferente.

Viabilizar cursos na modalidade de Educação a Distância no Brasil, onde a diversidade

de contextos e experiências mal sucedidas na educação criou uma imagem de descrédito e

resistência perante as universidades. Implica um trabalho cauteloso de pesquisa e avaliação das

iniciativas que estão surgindo no Brasil, na busca da estruturação de modelos que sejam

adequados a realidade brasileira e que consolidem a Educação a Distância enquanto prática

educativa (RODRIGUES, 1998, p.16).

A Educação a Distância é caracterizada pela separação do professor e aluno no

espaço e no tempo, pelo controle do aprendizado realizado mais intensamente pelo aluno do que

pelo instrutor distante, também pela comunicação entre professores e alunos sendo mediada por

documentos impressos ou alguma forma de tecnologia.

1.1Educação a distância no mundo

Quando falamos em Educação a Distância nos parece ser um elemento inovador e

uma proposta mágica no cenário educacional, porém, a Educação a Distância apresenta uma

longa história. Nesta trajetória, se destacam modelos de Educação a Distância que foram

marcados pelo sucesso da atividade realizada, bem como pelo fracasso no processo, devido a

vários fatores. Sua origem remonta as experiências de educação por correspondência iniciadas

no final do século XVIII e com amplo desenvolvimento a partir de meados do século XIX.

De acordo com alguns autores, Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de

ensino tão antiga quanto às primeiras epístolas bíblicas.

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Segundo Chaves (1999, p.22), a Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de

ensino bastante antiga, sendo uma forma de ensino que ocorre quando o aluno e professor se

encontram separados no tempo ou no espaço, entre outros vários fatores também determinantes

e decisivos para o sucesso ou fracasso deste modelo de educação. Obviamente, para que possa

haver Educação a Distância, é necessária a utilização de alguma tecnologia.

A primeira tecnologia que permitiu as pessoas comunicar-se sem estarem face a face

foi à escrita. A tecnologia tipográfica, posteriormente, ampliou grandemente o alcance da

Educação a Distância.

Landim (1997, p.36) menciona que as mensagens trocadas pelos cristãos para difundir

a palavra de Deus são a origem da comunicação educativa, por intermédio da escrita, com o

objetivo de propiciar aprendizagem aos discípulos.

De acordo com Chaves (1999, p.24):

A invenção da escrita possibilitou que as pessoas escrevessem o que antes só

podiam dizer e, assim, permitiu o surgimento da primeira forma de EAD: o ensino por

correspondência. As epístolas do Novo Testamento (destinadas a comunidades

inteiras), que possuem nítido caráter didático, são claros exemplos de EAD. Seu

alcance, entretanto, foi relativamente limitado – até que foram transformadas em

livros.

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A modalidade de Educação a Distância, impulsionada pelos avanços das novas

tecnologias deslanchou em meados do século XX, embora os registros apontem para as cartas

de Platão e as Epístolas de São Paulo.

A Educação a Distância começou no século XV, quando Johannes Gutenberg, em

Mogúncia, Alemanha, inventou a imprensa, com composição de palavras com caracteres

móveis. Desta forma, o livro manual deu lugar ao livro copiado, sendo desnecessário ir às

escolas para assistir o venerando mestre ler, na frente de seus discípulos, o raro livro copiado,

surgindo assim à possibilidade da leitura acontecer fora da sala de aula.

Para Sartori (2002, p.12) e Saraiva (1996, p.18) um dos primeiros acontecimentos da

Educação a Distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston. No início do século XVIII,

onde o professor de taquigrafia Cauleb Phillips anunciava que toda pessoa da região, desejosa

de aprender a arte da taquigrafia, podia receber em sua casa várias lições semanalmente e ser

perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston.

Rodrigues (1998, p.23) ao fazer referências a vários autores em seu texto diz que:

Dentro da evolução da comunicação baseada na escrita, o marco importante foi à

criação em 1840, na Inglaterra, do Penny Post (Moore e Kearsley, 1996, p.21 e

Mattelart 1994, p. 21), que entregava correspondência, independente da distância,

ao custo de um penny, o equivalente a 10 centavos.

Landim (1997, p.37) também menciona o anúncio da Gazeta de Boston de 1728 que

oferecia material para ensino e tutoria por correspondência e Alves (1994) citado por Rodrigues

(1998, p.23) considera como a primeira experiência de Educação a Distância um curso de

contabilidade na Suécia em 1833.

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Sartori (2002, p.14) ressalta que no final do século XIX, foi criada a divisão de Ensino

por Correspondência no Departamento de Extensão da Universidade de Chicago, sendo que já

haviam sido capacitados professores de escolas dominicais com a utilização de

correspondência. Na mesma época, Hans

Hermond, diretor de uma escola que ministrava

cursos de línguas e cursos comerciais, publicou

o primeiro curso por correspondência,

inaugurando o famoso Instituto Hermond, na

Suécia.

Rodrigues (1998, p.24) faz menção

aos cursos por correspondência formalmente

reconhecidos quando o estado de Nova Iorque autorizou o Chatauqua Institute em 1883 a

conferir diplomas através deste método.

Alves (1994) citado por Rodrigues (1998, p.26) menciona a Illinois Wesleyan University

como a primeira Universidade Aberta no mundo, tendo iniciado em 1874 cursos por

correspondência. Landim (1997) citado por Rodrigues (1998, p.27) considera que a primeira

instituição a fornecer cursos por correspondência foi a Sociedade de Línguas Modernas, em

Berlim, que em 1856 iniciou cursos de francês por correspondência.

Em 1938, na cidade de Vitória, no Canadá realizou-se a Primeira Conferência

Internacional sobre Educação por Correspondência e mais países foram adotando a Educação a

Distância, os quais abrigam culturas diferentes e sistemas políticos diferentes, como: África do

Sul e Canadá, em 1946; Japão, em 1951; Bélgica, em 1959; Índia, em 1962; França, em 1963,

Espanha, em 1968; Inglaterra, em 1969; Venezuela e Costa Rica, em 1977. Nesses países, os

cursos superiores à distância tornaram-se bastante populares. Os programas e cursos adotados

nessas universidades foram decisivos para validar a Educação a Distância, dando-lhes

credibilidade e aceitabilidade.

Sartori (2002, p.16) destaca a importância das universidades que oferecem cursos à

distância. Ressalta que foi a partir de 1969, com a criação da pioneira Universidade Aberta

(Open University) na Inglaterra, que teve como objetivo principal à democratização da educação,

que ocorreu a significativa expansão dessa modalidade de educação.

Rodrigues nos dá uma importante contribuição ao enfatizar que:

Mesmo que possa haver divergências quanto à primeira instituição e ao primeiro

curso a distância, a bibliografia é unânime quanto à importância da Open University

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da Inglaterra, criada em 1969 como um marco e um modelo de sucesso, que tem

atuação destacada até hoje. A novidade foi o uso integrado de material impresso,

rádio e Televisão (através de um acordo com a BBC) e de contato pessoal. Através

de centros de atendimento espalhados no país, o fato dos alunos não necessitarem

apresentar certificado de formação escolar anterior (ter 21 anos é suficiente para

ingressar na universidade) e o alto nível dos cursos. (1998, p.29).

A seguir serão destacadas algumas das maiores e mais tradicionais instituições que

tem programas de Educação a Distância nos três últimos séculos. Os dados a seguir são de

autoria de Rodrigues (1998) e Sartori (2002, p.19). Como destaca Rodrigues (1998, p.30):

A análise de algumas das maiores e mais tradicionais universidades que tem

programas de Educação a Distância contribui para um referencial teórico e

operacional, onde estão apresentadas num panorama para destacar as várias

formas possíveis de atuação em diferentes contextos. O contato com outras

experiências permite a visão de procedimentos e técnicas que, com certeza, criam

atalhos e indicam caminhos que podem ser considerados quanto à viabilidade de

implantação no Brasil.

1856: em Berlim foi criada a Sociedade de Línguas Modernas, que ensina

Francês por correspondência.

1892: Penn State University - USA. Uma das Universidades pioneiras em cursos

à distância, tendo iniciado o primeiro curso por correspondência em 1892. Hoje a Universidade

oferece cursos com e sem créditos especialmente modelados para EAD com o objetivo de ajudar

as pessoas a aprender sem interromper suas agendas de trabalho, compromissos de família,

responsabilidades na comunidade ou outros interesses educacionais. As metodologias de

educação à distância incluem aprendizado independente e aberto; teleconferências; televisão

interativa; programas internacionais e de pesquisas especialmente contratados. A Penn State

sedia o CREAD - Inter-American Distance Education Network, um consórcio de mais de 60

universidades e outras organizações no Canadá, Estados Unidos, México e América do Sul.

1910: Professores rurais do curso primário começam a receber material de

educação secundária pelo correio, em Vitória, Austrália;

Nasce o centro Nacional de Ensino a Distância na França (CNED).

A rádio Sorbonne transmite aulas de matérias literárias da Faculdade de

Letras e Ciências Humanas de PARIS.

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1951: A Universidade de Sudafrica dedica-se exclusivamente a desenvolver cursos

à distância.

1958: University of Wisconsin – EUA. A University of Wisconsin iniciou seu

programa de Educação a Distância em 1958. Gerencia uma rede com pontos de

videoconferência e sites com tele/audioconferência no estado. A Cooperativa de Extensão

desenvolve programas educacionais especialmente modelados para as necessidades locais e

baseados no conhecimento e pesquisa da universidade.

1962: a Universidade de Dehli cria um departamento de Estudos por

correspondência.

1963: inicia-se, na França, o ensino universitário, por rádio, em cinco faculdades de

letras.

1971: Canadá, Athabasca University – a Universidade iniciou seu programa de

educação a Distância em 1971 e sua missão. Formulada em 1985, apresenta como objetivo a

remoção das barreiras que tradicionalmente restringem o acesso e o sucesso em estudos de

nível universitário e aumentar a igualdade de oportunidades de educação para todos os seus

cidadãos adultos, independente da sua localização geográfica e currículo acadêmico anterior.

Em comum com todas as Universidades, Athabasca University tem comprometimento com

excelência em ensino, pesquisa e auxílio financeiro aos alunos e na prestação de serviços ao

público em geral.

1971: Open University – Inglaterra. A Open University, é possivelmente a maior e

mais tradicional instituição de Educação a Distância do Ocidente, em 1971 os primeiros 24.000

estudantes ingressaram em diversos cursos. Em 1996 mais de 150.000 alunos se matricularam

em cursos de graduação e pós-graduação da universidade. Foram vendidos mais de 50.000

pacotes de materiais de aprendizado.

1972: cria-se em Madri, Espanha, a Universidade Nacional de Educación a

Distância (UNED). Canadá inicia uso de satélites de telecomunicações só para educação.

1974: cria-se a Universidade Aberta de Israel.

1974: Fernuniversität - Hagen – Alemanha. A universidade iniciou seus trabalhos

em 1974 e funciona igual às demais instituições alemãs em termos de estrutura, pessoal,

pesquisa, currículo, critérios de admissão e avaliação dos alunos.

1979: cria-se o Instituto Português de Ensino a Distância, cujo objetivo é lecionar

cursos superiores para os professores.

1979: Rádio e Television Universities – China. A rede nacional de Rádio e

Television Universities (RTVU) foi criada em 1979 para atender a crescente e urgente demanda

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por pessoas qualificadas e educação de adultos que o sistema convencional não conseguia

satisfazer.

1983: implanta-se a Associação Sueca de Educação a Distância.

1984: The Open University of the Netherlands – Holanda. A Universidade Aberta da

Holanda iniciou suas atividades em 1984. O governo holandês criou uma instituição

independente com o objetivo de tornar acessível educação científica para todas as pessoas com

os interesses e capacidades compatíveis, para as pessoas que não podem ou não querem

freqüentar cursos regulares porque elas não têm a formação acadêmica adequada ou porque

não dispõe do tempo necessário. Assim, a Open University se dirige a dois grupos principais: os

que necessitam de uma "segunda chance" e os que preferem uma "segunda alternativa".

1987: Indira Gandhi National Open University - Índia (IGNOU). A programação

acadêmica da IGNOU começou em 1987 com o objetivo de prover oportunidades de educação

superior a grandes segmentos da população incluindo os grupos em desvantagem educacional

(mulheres, deficientes físicos e pessoas com baixa renda), promover o conceito de Educação a

Distância e prover educação de alta qualidade a nível universitário.

1988: o Instituto Português de Ensino a Distância da origem a Universidade Aberta

de Portugal.

2000: cria-se a Universidade Virtual Euromediterrânea.

Para Volpato (2005, p.2):

A sistematização da Educação a Distância deu-se com a necessidade de

treinamento dos recrutas durante a II Guerra Mundial, quando o método foi aplicado

tanto para a recuperação social dos vencidos egressos desta guerra, quanto para o

desenvolvimento de novas capacidades profissionais para uma população oriunda do

êxodo rural. Porém, a Educação a Distância não ficou restrita ao momento pós-

guerra. Foi amplamente utilizada por diversos países, independentemente do seu

poder econômico ou detenção de tecnologia, tendo sempre como escopo à

minimização de seus problemas sociais. Atualmente, mais de 80 países atende

milhares de pessoas, com sistemas de ensino a distância em todos os níveis, em

sistemas formais e não formais.

A Educação a Distância no mundo protagonizou um dos papéis mais distintos no setor

educacional, o acesso e a democratização universal do ensino para as pessoas que por diversos

motivos não conseguiram terminar ou quem sabe começar um curso, seja ele superior, técnico

profissionalizante ou do ensino fundamental.

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1.2 A Educação a Distância no Brasil

A Educação a Distância brasileira é uma novidade que causa dúvidas quanto a sua

eficiência, conforme nos alerta Sartori (2002, p.20), ao afirmar que desde a fase de implantação

até o momento, algumas iniciativas de Educação a Distância tiveram sucesso e outras não.

Embora não haja, ainda, uma tradição dessa modalidade educativa, ela já se fez presente no

processo educacional brasileiro, em instituições públicas e privadas.

No Brasil, o início da Educação a Distância não está associado ao material impresso, e

sim ao rádio, conforme aponta Sartori (2002, p.21) lembrando a fundação da Rádio Sociedade

do Rio de Janeiro em 1923 por Roquete Pinto como o marco inicial da Educação a Distância que

tinha como objetivo utilizar o rádio como forma de ampliação do acesso à educação, ou

"transmitindo programas de literatura, radiotelegrafia e telefonia, de línguas, de literatura infantil

e outros de interesse comunitário" (ALVES, 1994, p.25).

A emissora foi doada ao Ministério da Educação e Saúde em 1936 e no ano seguinte

foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação (ALVES, 1994, p.26).

Para Volpato (2005, p.14) a Educação a Distância no Brasil surgiu por volta do ano de

1936, com a criação do Instituto Rádio Monitor, seguida das experiências do Instituto Universal

Brasileiro, a partir de 1941. Destaca ainda que, na década de 50, outras instituições motivadas

pela necessidade de democratizar o saber e tomando como realidade às dimensões continentais

brasileiras, passou a fazer uso do ensino a distância via correspondência.

Para Alves (1994, p.27):

Inexistem registros precisos acerca da criação da Educação a Distância no Brasil.

Tem-se como marco histórico à implantação das “Escolas Internacionais” em 1904,

representando organizações norte-americanas. Entretanto, o Jornal do Brasil, que

iniciou suas atividades em 1891, registra na primeira edição da seção de

classificados, anúncio oferecendo profissionalização por correspondência

(datilógrafo), o que faz com que se afirme que já se buscavam alternativas para a

melhoria da educação brasileira, e coloca dúvidas sobre o verdadeiro momento

inicial da Educação a Distância.

Alves (1994, p.29) ressalta que a crise na educação nacional já era notada na época,

buscando-se desde então opções para a mudança do status quo. Transcreveu a citação contida

no relatório de 1906, do Dr. Joaquim José Seabra, Ministro da Justiça e Negócios Interiores (que

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abrangia a Educação), ao Presidente da República. Textualmente, assim manifestava o titular da

pasta: “O ensino chegou (no Brasil) a um estado de anarquia e descrédito que, ou faz-se a sua

reforma radical, ou preferível será aboli-lo de vez”.

A educação a distância começou, portanto, num momento bastante conturbado da

educação brasileira, tendo sua instituição em 1936, com a criação do Instituto Rádio Técnico

Monitor, com programas dirigidos ao ramo da eletrônica (RODRIGUES, 1998, p.34).

Em 1939 a Marinha e o Exército brasileiros utilizavam a Educação a Distância para

preparar e admitir oficiais na Escola de Comando do Estado Maior, utilizando basicamente

material impresso, via correspondência (SARTORI, 2002, p.24).

Em 1941, foi criado o Instituto Universal Brasileiro, instituído como entidade livre, com

sede em São Paulo e filiais no Rio de Janeiro, dedicado à formação profissional de nível

elementar e médio utilizando material impresso (SARTORI, 2002, p.25).

Em 1943, Alves (1994, p.31) destaca que a Igreja Adventista lançou no Brasil

programas radiofônicos através da Escola Rádio-Postal de “A Voz da Profecia”, com a finalidade

de oferecer aos ouvintes os cursos bíblicos por correspondência.

Em 1946 tem início às atividades do SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem

Comercial - que desenvolveu no Rio de Janeiro e São Paulo, a Universidade do Ar, que em 1950

já atingia 318 localidades e 80 alunos; em 1973, iniciou os cursos por correspondência, seguindo

o modelo da Universidade de Wisconsin - USA (ALVES, 1994, p.32).

Rodrigues (1998, p.37) aponta a Diocese de Natal, no Rio Grande do Norte como

criadora das escolas radiofônicas que deram origem ao Movimento de Educação de Base - MEB

em 1959 e coloca entre as experiências de destaque em Educação a Distância não formal no

Brasil.

Rodrigues (1998, p.37) cita Nunes (1992) quando o mesmo diz que a preocupação

básica do Movimento de Educação de Base - MEB era alfabetizar e apoiar os primeiros passos

da educação de milhares de jovens e adultos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do

Brasil. O projeto foi desmantelado pela ação do governo pós 1964.

De acordo com Sartori (2002, p.27) na década de 60, foi criado o Programa Nacional

de Teleducação (Prontel) no Ministério da Educação e Cultura, sendo responsável em coordenar

e apoiar a Educação a Distância no país, sendo substituída pela Secretaria de Aplicação

Tecnológica (SEAT), extinta posteriormente.

Em 1962 foi fundada, em São Paulo, a Ocidental School, de origem americana, sendo

atuante no campo da eletrônica. Possuía, em 1980, alunos no Brasil e em Portugal (ALVES,

1994, p.33).

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Alves, (1994, p.33) Na área de educação pública, o IBAM - Instituto Brasileiro de

Administração Municipal - iniciou suas atividades de EAD em 1967, utilizando a metodologia de

ensino por correspondência.

Em 1970 surge o Projeto Minerva irradiando cursos de Capacitação Ginasial e

Madureza Ginasial produzidos pela Fundação Padre Landell de Moura - FEPLAM e pela

Fundação Padre Anchieta. Foi um programa implementado como possível solução aos

problemas do desenvolvimento econômico, social e político que o país atravessava. Tinha como

cenário um período de crescimento econômico, conhecido como o milagre brasileiro, onde a

ênfase na educação era preparar mão de obra para atender a este desenvolvimento e a

competição internacional. Este projeto foi mantido até o início dos anos 80, apesar das severas

críticas e do baixo índice de aprovação, 77% dos inscritos não conseguiu obter o diploma

(RODRIGUES, 1998).

A história da Educação a Distância no Brasil registra também que, nas décadas de 60

a 80, novas entidades foram criadas com fins de desenvolvimento da educação por

correspondência, sendo que algumas já estão desativadas. Um levantamento feito com apoio do

Ministério da Educação, em fins dos anos 70, apontava a existência de 31 estabelecimentos de

ensino utilizando-se da metodologia de EaD, distribuídos em grande parte nos Estados de São

Paulo e Rio de Janeiro (ALVES, 1994, p.34).

Entre elas podemos destacar as seguintes unidades educacionais:

Associação Mens Sana, com cursos a partir de 1967;

Centro de Ensino Técnico de Brasília, em 1968;

Cursos Guanabara de Ensino Livre, em 1969;

Instituto Cosmos, em 1970;

Centro de Socialização, em 1972;

Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, em 1973;

Universidade de Brasília, em 1973;

Centro de Estudos de Pessoal do Exército Brasileiro, em 1974;

Universal Center, em 1974;

Fundação Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos, vinculado ao

Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 1975;

Cursos de Auxiliares de Clínica e de Cirurgia, em 1975;

Instituto de Radiodifusão da Bahia, em 1975;

Empresa Brasileira de Telecomunicações - EMBRATEL, em 1976;

Banco Itaú, em 1977;

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Associação Brasileira de Tecnologia Educacional - ABT, em 1980;

Centro Educacional de Niterói, em 1980;

Banco do Brasil, em 1981;

Universidade Federal do Maranhão, em 1981;

Colégio Anglo-Americano, em 1981;

Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior, em 1982;

Escola de Administração Fazendária, em 1985;

Projeto Rondon, em 1986.

Sartori (2002, p.29) destaca a importância do projeto LOGUS II, desenvolvido nas

décadas de 70 e 80, habilitando mais de 60 mil professores em todo o Brasil especificamente em

Santa Catarina. Destinava-se a habilitação de professores leigos para atuarem nas séries iniciais

do ensino fundamental. Posteriormente foi substituído pelo Programa de Valorização do

Magistério, sendo que o mesmo está praticamente desativado.

No início dos anos 70 o número de analfabetos no Brasil foi um obstáculo à

modernização do país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O governo optou pela

adoção das primeiras experiências de educação por satélite, baseado no relatório Advanced

System for Comunications and Education in National Development - ASCEND, idealizado pela

Stanford University, que preconizava a eficácia de um protótipo de sistema total de utilização do

audiovisual com a finalidade de educação primária (RODRIGUES, 1998, p.39).

Em 1974 surge então o projeto SACI que atendia as quatro primeiras séries do

primeiro grau. O projeto foi interrompido em 1977-1978 sob o pretexto oficial de que seria

demasiado dispendioso comprar outro satélite; colocando em evidência às contradições nas

diferentes instâncias do Estado brasileiro entre as estratégias em matéria de telecomunicações,

educação e política científicas (RODRIGUES, 1998, p.41).

Em 1974 a Fundação de Teleducação do Ceará - FUNTELC, também conhecida como

Televisão Educativa - TVE do Ceará desenvolve ensino regular de 5a a 8a Série e em 1993 tinha

102.170 alunos matriculados em 150 municípios (ALVES, 1994, p.34).

Em 1978, a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e a Fundação Roberto Marinho

lançaram o Telecurso 2o. Grau, utilizando programas de TV e material impresso vendido em

bancas de jornal, para preparar os alunos para o exame supletivo em 1995 foi lançado o

Telecurso 2000, nos mesmos moldes (ALVES, 1994, p.34).

Em 1991 foi lançado o programa Um Salto para o Futuro, uma parceria do Governo

Federal, das Secretarias Estaduais de Educação e da Fundação Roquette Pinto dirigido à

formação de professores e veiculado através de emissoras de televisão educativas. Este

Page 18: Educacaoadistancia.pdf

17

programa vem crescendo e aprimorando o atendimento aos professores, aumentando o número

de telepostos organizados pelas Secretarias de Educação dos Estados, contando com

orientadores de aprendizagem nos telepostos. Esses orientadores assumem o papel de tutores

do curso (SARTORI, 2002, p.32).

O MEC, através da Secretaria de Educação a Distância, oferece o curso Proformação.

Apresenta como objetivo habilitar professores em nível de ensino médio.

Mas e a Educação Superior?

Em que momento da história brasileira a Educação Superior a Distância surgiu?

Na década de 70, uma das primeiras experiências com Educação Superior a Distância

ocorreu na Universidade de Brasília, que ofereceu cursos na área de ciências políticas. Porém,

somente no final da década seguinte que são credenciadas as primeiras universidades

brasileiras para desenvolver cursos superiores de graduação, na modalidade à distância,

conforme nos apresenta Sartori (2002, p.33):

Em 1988 a Escola do Futuro-USP, que é um laboratório interdisciplinar

de pesquisa da Universidade de São Paulo e iniciou seus trabalhos e tem como

meta investigar tecnologias emergentes de comunicação e suas aplicações

educacionais (RODRIGUES, 1998, p.44).

Em 1995 a Universidade Federal de Santa Catarina estruturou o

Laboratório de Ensino a Distância no Programa de Pós-Graduação em Engenharia

de Produção. Os cursos são customizados e permitem atender as necessidades de

diversas clientelas (RODRIGUES, 1998, p.44).

1999, a Universidade Federal do Pará – UFP.

1999, a Universidade Federal do Paraná.

Em 2000 a Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

Em 2001 a Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT.

A Educação a Distância tem avançado de forma gradativa e muitas foram às

experiências observadas. No cenário internacional adquiriu com o passar dos tempos qualidade

e credibilidade para a sua expansão.

Page 19: Educacaoadistancia.pdf

18

No Brasil, a Educação a Distância

principalmente a que atende o ensino superior

ainda é vista com resistência e descrédito, sendo

motivada pela forte concorrência com as

instituições privadas de ensino. Por ser uma

modalidade que irá atender a grande massa

populacional, necessita passar por ajustes que

dêem condições de a mesma estar transitando de

forma normal pela sociedade, de ser aceita como

uma modalidade inovadora e democratizadora do ensino e da educação.

Page 20: Educacaoadistancia.pdf

19

2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS

2.1 Abordando conceitos

Para Chaves (1999, p.27) se faz necessário distinguir o que seja Educação a

Distância, Aprendizagem à distância e Ensino a Distância. Ele caracteriza Educação e Ensino

como sendo processos que acontecem dentro das pessoas e não existe a possibilidade de ser

realizada a distância. Portanto, considera as expressões Educação a Distância e Aprendizagem

a Distância totalmente inadequada ao propósito que se propõe. Pois educação e aprendizagem

acontecem onde quer que o indivíduo esteja se educando ou aprendendo. Segundo ele não há

como fazer e entender teleducação e teleaprendizagem.

Ainda, segundo Chaves (1999, p.27), o Ensino a Distância é perfeitamente possível

acontecer. Pois ocorre o tempo todo, como, por exemplo, quando utilizamos um livro que foi

escrito para nos ensinar alguma coisa, ou quando assistimos ou temos acesso a uma

informação. Para ele, a expressão “Ensino a Distância” faz perfeito sentido porque quem está

ensinando, o ensinante, está espacialmente distante (geograficamente) de quem está

aprendendo, o aprendente. Percebe-se, portanto divergências sobre o que seja Educação,

Ensino e Aprendizagem à Distância. Portanto é necessário buscar auxílio em outros autores para

reforçar ou refutar tais idéias ou termos utilizados.

Se educar e aprender são processos internos e que independem do espaço e do

tempo, podemos então pensar que esses processos acontecem à distância sim. Aprendemos ou

Page 21: Educacaoadistancia.pdf

20

educamos e também ensinamos com o auxílio de tecnologias, através da nossa postura e de

nossas palavras e até mesmo com o nosso silêncio. Então, dependendo da estrutura que o

curso adota, com certeza também adotará uma terminologia, como Ensino, Educação e

Aprendizagem a Distância, mas é interessante pensarmos que independente de lugar, espaço,

tempo, tecnologias ou denominações, quando falamos em educação, estão automaticamente

falando em ensino, aprendizagem e educar. Pois esses são termos que não podem ser

desvinculados, um está interligado com o outro.

Para Barros (2003, p.15) na sociedade da informação e do conhecimento todas as

definições expressas sobre o que seja Educação a Distância trazem diversas formas de relação

entre tecnologia, educação, processo ensino aprendizagem e ação docente, num determinado

tempo e espaço diferenciados.

Várias são as discussões conceituais

sobre os termos utilizados, e para Barros (1999,

p.15) em relação ao conceito de Educação a

Distância, as diferenças estão presente na

terminologia educação e ensino a distância.

Barros (1999, p.16) chama a atenção para a diferença entre ensino e educação. Para

ele o ensino caracteriza-se pela instrução, transmissão de conhecimentos e informações,

adestramento, treinamento. E a educação pelo processo de ensino-aprendizagem que leva o

indivíduo a aprender a aprender, a saber, pensar, criar, inovar, construir conhecimentos,

participar ativamente de seu próprio crescimento.

Para que possamos entender as diferenças conceituais é interessante observar o que

dizem diferentes autores, iniciando por Niskier apud Barros (1999, p.17).

Educação a distância é a aprendizagem planejada que geralmente ocorre num local

diferente do ensino e, por causa disso, requer técnicas especiais de desenho de

curso, técnicas especiais de instrução, métodos especiais de comunicação através

da eletrônica e outras tecnologias, bem como arranjos essenciais organizacionais e

administrativos.

Netto apud Barros (1999, p.17):

Educação a distância refere-se a ensino e aprendizagem em circunstâncias nas

quais o professor e o aprendiz estão separados um do outro no tempo e no espaço;

inclui telecursos, estudos por correspondência, ensino aprendizagem por meio de

computador como parte de um sistema abrangente de educação ou treinamento que

Ensino-Aprendizagem

É o método baseado na solução

de problemas.

Page 22: Educacaoadistancia.pdf

21

culmina com a complementação de uma tarefa, curso, currículo ou programa de

treinamento.

Chermann e Bonini apud Barros (1999, p.18):

Educação/ensino a distância é um método racional de partilhar conhecimentos,

habilidades e atitudes através da aplicação da divisão de trabalho e de princípios

organizacionais, tanto quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação,

especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os

quais tornam possível instruir um grande número de estudantes. Ao mesmo tempo,

enquanto esses materiais durarem é uma forma industrializada de ensinar e

aprender.

Aretio apud Sartori (2002, p.36):

Educação a distância é um sistema tecnológico e de comunicação de massa

bidirecional, que substitui a interação pessoal, em aula, de professor e aluno, como

meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos

didáticos e o apoio de uma organização tutorial, que propiciam a aprendizagem

autônoma dos estudantes.

Segundo Laaser apud Sartori “o termo educação a distância é usado para abranger

variadas formas de estudo, em todos os níveis, nas quais os estudantes não estejam em contato

direto com os seus professores” (2002, p.36).

Para Lobo apud Sartori “a educação a distância é uma modalidade de realizar o

processo educacional quando (...) promove-se à comunicação educativa, através de meios

capazes de suprir a distância que os separa fisicamente” (2002, p.37).

Sartori (2002, p.37) fazendo referência ao Ministério de Educação e Cultura – MEC,

através do Decreto nº. 2494/98, em seu artigo primeiro, oferece a seguinte definição oficial para

Educação a Distância:

A EaD é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação

de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes

suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos

diversos meios de comunicação.

Page 23: Educacaoadistancia.pdf

22

Moore apud Rodrigues (1998, p.45):

O ensino a distância é o tipo de método de instrução em que as condutas docentes

acontecem à parte das discentes, de tal maneira que a comunicação entre o

professor e o aluno se possa realizar mediante textos impressos, por meios

eletrônicos, mecânicos ou por outras técnicas.

Para Holmberg apud Rodrigues (1998, p.45):

O termo “educação à distância” esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários

níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com

seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. A educação a distância se

beneficia do planejamento, direção e instrução da organização do ensino.

E, pela Lei Francesa, França apud Belloni “Ensino a distância é o ensino que não

implica a presença física do professor indicado para ministrá-lo no lugar onde é recebido, ou no

qual o professor está presente apenas em certas ocasiões ou para determinadas tarefas” (2001,

p.25).

Se observadas as diferentes bibliografias, veremos que os conceitos são os mais

variados possíveis para o termo Educação à Distância. Não é nossa intenção aqui definir qual

seja o mais correto utilizar, pois isso cabe a instituição que oferece os cursos nessa modalidade.

Apenas gostaríamos de ressaltar que ambas as definições estão preocupadas em destacar o

sistema que cada instituição oferece.

O que faz a diferença em cursos a distância não é o conceito adotado pela instituição,

mas sim a credibilidade e a seriedade com que apresenta e dirige o seu trabalho.

2.2 Características da Educação à Distância

A Educação a Distância é caracterizada basicamente pela separação do professor e

aluno no tempo e no espaço (geograficamente), sendo que o controle do aprendizado é

realizado de forma mais intensa pelo aluno, o que caracteriza como estudo independente. A

Page 24: Educacaoadistancia.pdf

23

Educação tradicional ou convencional -

Em EaD, geralmente quer dizer educação

presencial. Ver

“conventional education”

comunicação entre alunos e professores é mediada por documentos impressos ou alguma forma

de tecnologia, sendo o tutor o elo entre a universidade, professor e aluno.

Sartori (2002, p.39) destaca pontos fundamentais que caracterizam a Educação a

Distância. Um dos pontos é a simultaneidade que ocorre entre o estudo e o trabalho. O aluno

consegue estabelecer horários de estudo que não impliquem em seu trabalho, criando dessa

forma a autonomia em seus estudos, uma vez que não precisa estar presencialmente na

universidade para estudar.

Outro fator destacado é a possibilidade de acesso à educação por uma população

mais ampla, que se encontra geograficamente distante. Também existe a possibilidade de os

estudantes percorrerem trajetórias diferentes de

estudo, de acordo com suas necessidades

sociais, culturais e educacionais.

Percebemos que o acadêmico da

Educação a Distância desenvolve habilidades

que implicam em certas capacidades que não são observadas na educação presencial. O aluno

desenvolve a autonomia em seus estudos, pois é possível estabelecer horários e locais que lhe

são convenientes e oportunos, respeitando o seu ritmo de aprendizagem. Desenvolve a

capacidade auto-organizativa e o aprendizado autodirigido, justamente pelo fato da distância

geográfica que impede que professores e alunos estejam no mesmo espaço e no mesmo tempo.

Page 25: Educacaoadistancia.pdf

24

Uma das características essenciais da Educação a Distância são a interatividade e o

trabalho colaborativo que surge entre os alunos. Essa interatividade acontece entre professores

por meio de alguma tecnologia, com o tutor e aluno-aluno, o que faz com que o termo “à

distância” indique apenas a separação física entre ambos, sendo superada pela mediação e a

interatividade.

O autoconhecimento, a disciplina e a determinação são fatores característicos da

Educação a Distância, desenvolvidos e motivados pela separação física e geográfica entre

professores e alunos. Esses fatores são desenvolvidos conforme as necessidades de cada

indivíduo, que inseridos em contextos diferenciados e diversificados apresentam também graus

diferentes de necessidades.

Também podemos destacar como característica da Educação a Distância o fato do

aluno adequar-se aos modelos de ensino propostos pela instituição, utilizando para isso,

diferentes meios tecnológicos. São competências que o indivíduo desenvolve para viver em

sociedade, principalmente em uma sociedade que a todo instante modifica-se e exige indivíduos

capazes, capacitados para viver em grupo e desenvolver atividades voltadas para o coletivo.

Belloni (2001, p.5) enfatiza que os indivíduos das sociedades contemporâneas

necessitam desenvolver competências múltiplas, aprender a trabalhar em equipe, capacidade de

aprender e de adaptar-se a situações novas. Para sobreviver na sociedade e integrar-se no

mercado de trabalho o indivíduo precisará desenvolver uma série de capacidades novas, como a

autogestão, resolução de problemas, adaptação e flexibilidade diante de novos desafios,

responsabilidade e aprender por si próprio e constantemente trabalhar em grupo de modo

cooperativo e pouco hierarquizado.

Page 26: Educacaoadistancia.pdf

25

Os cursos em Educação a Distância priorizam essas competências e habilidades, que

por si só são desenvolvidas pela necessidade imposta pelo curso, à superação do ensino

presencial.

2.3 Ensino e aprendizagem com qualidade na Educação a Distância

A Educação à Distância, contemplada no Plano Nacional de Educação (PNE) recebe

especial atenção como forma de atingir com qualidade, um número cada vez maior de

beneficiários, vencendo as barreiras das distâncias geográficas e obtendo melhor adaptação aos

horários de vida dos trabalhadores que necessitam estudar.

Para Oliveira (2001), são diversos os condicionamentos e circunstâncias que estão

interferindo na consolidação da educação superior à distância. A Educação à Distância vem se

consolidando como alternativa para o aperfeiçoamento profissional e a aprendizagem inicial e

continuada, na dimensão da educação permanente.

De acordo com Delors (2000, p.144) a experiência do ensino a distância demonstrou

que, no nível do ensino superior, uma dose sensata de utilização dos meios de comunicação

social, de cursos por correspondência, de tecnologias de comunicação informatizadas e de

contatos pessoais. Pode ampliar as possibilidades oferecidas, a um custo relativamente baixo se

comparado à educação presencial.

Alguns países, entre eles o Brasil, atendem hoje a um segmento da sociedade de

forma significativa, graças às instituições de ensino superior à distância. Ampliar e democratizar

o acesso ao ensino superior é uma necessidade cada vez maior, e os estabelecimentos

encontram-se pressionados para poder fazer jus a uma demanda sempre mais acentuada na

oferta dessa forma de estudo.

Sendo assim, cria-se uma expectativa muito grande quanto a um ensino de qualidade

que está sendo apresentado à sociedade, uma vez que a exigência de qualidade tornou-se uma

preocupação essencial no ensino superior por parte dos órgãos competentes e da própria

sociedade. Educar dentro do contexto da educação a distância requer desenvolver princípios,

diretrizes ou critérios que possam assegurar um ensino de qualidade.

Page 27: Educacaoadistancia.pdf

26

Para se mencionar garantia de qualidade na educação, um leque de estratégias se faz

presente para que o progresso de um projeto em Educação a Distância possa incluir alguns

tópicos como: o desenvolvimento do curso, a formação dos professores, o atendimento oferecido

aos estudantes, os recursos de aprendizagem, a infra-estrutura e os resultados da avaliação de

forma substancial.

A exigência de qualidade tornou-se uma preocupação essencial no ensino superior. A

exigência da qualidade e de políticas que busquem assegurar qualidade exige que se procure

melhorar simultaneamente cada um dos componentes da instituição, considerada como entidade

global que funciona como um sistema coerente (UNESCO, 1998, p.97).

Ao mencionar ensino de qualidade, Moran (1999), estabelece algumas variáveis:

Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto

pedagógico coerente, participativa com infra-estrutura adequada, atualizada,

confortável; tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas;

Uma organização que reúna docentes preparados comunicacional,

intelectual, emocional e eticamente bem remunerados, motivados e com boas

condições profissionais;

Uma organização que tenha alunos motivados, preparados intelectual e

emocionalmente com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal (MORAN,

1999, p.14);

Ainda que para designar qualidade, educação tem sido o termo para tal

função, Demo (1994) aponta uma série de razões por considerar;

Como instrumento, demonstrando a construção do conhecimento e,

como fim, a preocupação em torno da realidade e da vida;

Page 28: Educacaoadistancia.pdf

27

Como expediente formativo, apresenta procedimentos pertinentes em

termos de qualificar a população tanto para fazer os meios quanto para atingir os

fins;

Estando na base da formação do sujeito histórico crítico e criativo,

educação perfaz a estratégia mais decisiva de fazer oportunidade.

Os dois termos, educação e qualidade se implicam intrinsecamente, já que não há

como chegar à qualidade sem educação, bem como não será educação aquela que não se

destina a formar o sujeito crítico e criativo.

No futuro ninguém sobreviverá, em meio à competitividade crescente do mercado, sem

uma educação fundamental que lhe entregue os instrumentos para a satisfação de suas

necessidades básicas de aprendizagem no que se refere a competências mínimas e flexíveis, no

fundo, é a isso que se refere à questão da qualidade (ASSMANN, 1998, p.159).

Em termos de qualidade voltada para o cenário da universidade, apontados por Demo

(1994), pode ser retratada também nas iniciativas que tomar a serviço da sociedade,

demonstrando utilidade prática, destacando:

Socialização do conhecimento construído: a universidade deve

colocar, à disposição o conhecimento que constrói, através de publicações,

seminários e conferências, eventos de promoção, atingindo, sobretudo a grande

população;

Educação à distância: com o objetivo de diplomar ou conferir

certificados, dirigida ao aperfeiçoamento do conhecimento, baseando-se em

didáticas construtivas realizadas por meios eletrônicos como também por correio ou

similares;

Cursos de formação permanente: a primeira necessidade é a de

atender profissionais da ativa (privada ou pública) que reclamam capacitação; para

Page 29: Educacaoadistancia.pdf

28

ex-alunos que pretendem regressar do ambiente acadêmico para aprimoramentos,

recapacitação; ser procurada por quem necessite de competência sempre

atualizada, como a economia competitiva, as empresas públicas, as entidades de

serviço público e assim por diante;

Pesquisa básica ligada à pesquisa operacional: a universidade deve

dominar o processo de gerar o conhecimento; caso contrário, as empresas tendem a

substituir as instituições acadêmicas com a intenção de pesquisar apenas o que as

interessa economicamente; desse modo, permite valorizar de modo incisivo a forma

universitária de pesquisar, que privilegia, sobre o fazer e o saber fazer;

Fomento à criatividade empresarial: tendo em vista que, diante dos

desafios econômicos modernos, a oferta de trabalho tenderá a decrescer. Há

universidades que se propõem fomentar entre os diplomados, empreendimentos

próprios, sob todas as formas sejam elas individuais ou em grupo, tornando o

conhecimento adquirido uma fonte produtiva;

Humanização do progresso: uma das expectativas mais explícitas da

sociedade é que a universidade tenha a devida competência para dominar a técnica

e fazê-la instrumento de humanização do progresso.

A qualidade do ensino superior é uma noção pluridimensional, que depende muito do

ambiente de um dado sistema, da missão de cada estabelecimento ou ainda das normas e

condições que regem as diversas disciplinas.

A aptidão para responder às necessidades e expectativas da sociedade depende, em

última análise, da qualidade do pessoal, dos programas e dos estudantes, como também da

infra-estrutura e do ambiente universitário (UNESCO, 1998, p.98).

A educação, em sua etimologia, de educare (ato de criar, de alimentar) ou também de

educere (conduzir para fora) no sentido de ser para fora da “forma” da estrutura, propondo uma

relação muito íntima e até afetiva entre o educador e o educando, ambos influenciando-se e

transformando-se mutuamente. Na visão de Landim (1997), educação é a prática educativa na

Page 30: Educacaoadistancia.pdf

29

Interação é a troca de informação

entre os participantes do processo

de ensino/aprendizagem.

Em EAD, existem várias formas de

interação: (guidance; conversation;

guided conversation; feedback;

feedforward; etc).

sua essência, o processo ensino-aprendizagem, que leva o indivíduo a aprender a aprender, ao

saber pensar, criar, inovar.

Portanto, é um processo de humanização que alcança o pessoal e o estrutural,

partindo da situação concreta em que se dá a ação educativa numa relação dialógica. Portanto,

quando falamos em educação estamos nos referindo a todas as concepções que ela nos

envolve na vida, nas relações sociais, pessoais, políticas e juntamente com a natureza.

A educação, porém, não é um conceito moralmente neutro. Educar (alguém ou a si

próprio) é, por definição, fazer algo que é considerado moralmente correto e valioso. Usamos

outros conceitos para nos referir a processos de certo modo parecidos com a educação, mas

que não são moralmente aprovados, como, por exemplo, doutrinação.

A aprendizagem está presente em qualquer atividade humana em que possamos

aprender algo. A aprendizagem pode ocorrer de duas formas: casual, quando for espontânea ou

organizada quando for aprender um conhecimento específico.

Com isto defini-se ensino aprendizagem com qualidade como um processo de

assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física e mental. Isto significa que

podemos aprender conhecimentos sistematizados, hábitos, atitudes e valores. Neste sentido,

temos o processo de assimilação ativa que oferece uma percepção, compreensão, reflexão e

aplicação que se desenvolve com os meios intelectuais, motivacionais e atitudes do próprio

aluno, sob a direção e orientação do professor. Podemos ainda dizer que existem dois níveis de

aprendizagem humana: o reflexo e o cognitivo. Isto determina uma interligação nos momentos

da assimilação ativa, implicando nas atividades mentais e práticas.

O ensino aprendizagem com qualidade é uma atividade planejada, intencional e

dirigida, não sendo em hipótese alguma casual ou espontânea. Com isto, podemos pensar que o

conhecimento se baseia em dados da realidade.

Para que esse processo de aprendizagem com qualidade ocorra na Educação a

Distância se faz necessário dois componentes fundamentais: a interação a autonomia.

A comunicação e interação estão intimamente relacionadas. A teoria de Piaget

afirma que a interação interindividual é concebida em uma

dimensão coletiva, estabelecida por relações sociais,

permitindo um entendimento na direção de uma explicação,

não apenas psicológica, mas também sociológica, da

construção do conhecimento. Belloni (1999) reforça

Page 31: Educacaoadistancia.pdf

30

afirmando que a aprendizagem é um processo social que envolve a atividade de construção de

novo conhecimento e compreensão por intermédio do trabalho individual, em grupo e também

através de interação entre os pares. Tal afirmação é apoiada por Peters (2001) com a adição de

que, para este autor, a socialização dos indivíduos se dá pela aprendizagem de símbolos e

papéis.

Com relação à autonomia, Ramos (1996, p.245) define como sendo a capacidade de

pesquisar, de se organizar e de pensar de forma crítica e independente. De acordo com Ramos,

a autonomia não significa isolamento, pelo contrário, “é a capacidade de superação de pontos de

vistas, de compartilhamento de escalas de valores e de sistemas simbólicos, de estabelecimento

conjunto de metas e estratégias, que está presente nas relações cooperativas”.

Assim sendo, a autonomia significa assumir a aprendizagem através das metas e

propósitos da mesma. Essa atitude leva a uma mudança externa de consciência, na qual o

estudante vê o conhecimento como contextual e livre de perguntas do que foi aprendido.

Na educação à distância, a possibilidade de comunicação caracteriza não somente

uma importante interação humana, mas também a interatividade com o material de ensino. O

conceito de interação envolve a ação recíproca entre dois ou mais sujeitos e ela pode ser direta

ou indireta (quando mediada por algum veículo técnico de comunicação). No contexto da

educação à distância, a interação entre os indivíduos tende a ser indireta devido ao fato de

dependerem do uso de alguma tecnologia de comunicação.

A interatividade, por sua vez, é a atividade humana frente à máquina, isto é, o sujeito

age sobre a máquina e esta lhe envia de volta uma retroação (BELLONI, 1999). O grau de

interatividade é permitido de acordo com a flexibilidade oferecida por cada componente didático

utilizado em uma determinada atividade, apesar de permitir uma adaptação das necessidades

individuais. Por outro lado, a flexibilidade exige novos perfis, tanto do professor quanto do aluno.

Há uma conexão conceitual entre educação e aprendizagem: não há educação sem

que ocorra aprendizagem. Ou,

invertendo, se não houver

aprendizagem, não haverá

educação. A aprendizagem, por seu

lado, pode resultar de um processo

"de fora para dentro", como o ensino

ou de um processo gerado "de

AUTO-APRENDIZAGEM

Modalidade em que o aprendiz

partir de material didático

disponível e orientações

pedagógicas específicas,

aprende e constrói seu próprio

conhecimento.

Page 32: Educacaoadistancia.pdf

31

Ambiente Virtual de Aprendizagem -

É um site ou ambiente na Internet cujas

ferramentas e estratégias são elaboradas

para propiciar um processo de

aprendizagem, através de trocas entre os

participantes, incentivando o trabalho

cooperativo.

dentro para fora" auto-aprendizagem, ou aprendizagem não decorrente do ensino. Aprendemos

muitas coisas sem que ninguém nos ensine.

Tanto o ensino como a aprendizagem são conceitos moralmente neutros. Podemos

ensinar e aprender tanto coisas valiosas como coisas sem valor ou mesmo nocivas, pois a

aprendizagem é um processo que ocorre dentro do indivíduo. Mesmo quando a aprendizagem é

decorrente de um processo bem-sucedido de ensino, ela ocorre dentro do indivíduo, e o mesmo

ensino que pode resultar em aprendizagem, em algumas pessoas pode ser totalmente ineficaz

em relação a outras.

Ambiente Virtual de Aprendizagem

A expressão Ambiente

Virtual de Aprendizagem (AVA) refere-se ao

amplo conceito de espaço de aprendizagem

possibilitado pelas tecnologias informáticas e

que se caracteriza por ser, antes de tudo, um

espaço “onde acontecem interações cognitivo-

sociais, possibilitadas pela interface gráfica” (VALENTINI; SOARES, 2005). Estes espaços

propiciam o uso de ferramentas especialmente produzidas ou adaptadas para a finalidade

educativa, criando oportunidades para que a aprendizagem aconteça de formas diversas.

A origem dos sistemas de gerenciamento de aprendizagem remonta aos anos 80 e aos

sistemas de conferência por computador, bulletin board ou groupware, que rodavam em redes

internas, já que ainda não existia a Internet. Esses meios caracterizavam-se como ferramentas

de comunicação predominantemente assíncronas, que viabilizavam o envio de mensagens em

tempos e espaços diversos. - A criação da Internet, no final dos anos 80 e, mais tarde, a

tecnologia de janelas gráficas, alteraram significativamente a funcionalidade desses sistemas.

Atualmente, os ambientes de aprendizagem se configuram e se caracterizam como

espaços que organizam recursos e ferramentas que englobam elementos técnicos - como

computadores, softwares e servidores, entre outros; humanos – alunos, professores e demais

profissionais envolvidos no processo; e suas relações – troca de e-mails, discussões em fóruns e

listas, construção coletiva de texto, etc.

Page 33: Educacaoadistancia.pdf

32

Se inicialmente as experiências educativas por meio de computador preocupavam-se

em disponibilizar materiais, privilegiando experiências mais diretivas, aproximando-se da

modalidade a distância até então praticada, como o envio de materiais por correspondência ou

aulas através de TV ou rádio, o uso das ferramentas viabilizadas pelas tecnologias de

informação e comunicação fez com que, rapidamente, “interatividade” se tornasse a palavra de

ordem e as experiências colaborativas e cooperativas passaram então a ganhar espaço, numa

sociedade que deseja a criação de comunidades virtuais e valoriza as construções conjuntas e

as trocas de conhecimento.

Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) devem estar em sintonia a um projeto

político-pedagógico construído de forma lúcida e criativa por interessados em EaD. Desta

maneira o AVA precisa refletir em suas estratégias de ensino e aprendizagem o esboço de

mundo desejado e atualizar a expectativa de constituir um elo para a inovação pedagógica. O

uso de ambientes virtuais de aprendizagem vem se destacando, nos mais diversificados

contextos educativos, como forma de aumento dos espaços pedagógicos, promovendo o acesso

à informação e à comunicação em tempos diferenciados e sem a necessidade de professores e

alunos partilharem os mesmos espaços geográficos.

2.5 Características de alguns ambientes virtuais de Aprendizagem

AulaNet:

O AulaNet é um ambiente baseado na Web, desenvolvido no Laboratório de

Engenharia de Software - LES - do Departamento de Informática da PUC-Rio, para

administração, criação, manutenção e participação em cursos à distância. Os cursos criados no

ambiente AulaNet enfatizam a cooperação entre os aprendizes e entre aprendiz e docente e são

apoiados em uma variedade de tecnologias disponíveis na Internet. Ao criar este ambiente, a

equipe do LES tinha como objetivos contribuir com mudanças pedagógicas, promover a adoção

da web como um ambiente educacional e criar comunidades de conhecimento.

Page 34: Educacaoadistancia.pdf

33

O AulaNet se fundamenta nas seguintes premissas:

O autor do curso não precisa ser um especialista em Internet;

O autor do curso deve enfatizar a interatividade de forma a atrair a

participação intensa do aprendiz;

Deve ser possível a reutilização de conteúdos já existentes em mídia

digital, através, por exemplo, da importação de arquivos. O ambiente AulaNet é

encontrado em diversas universidades como na UFRGS

(http://aulanet.cinted.ufrgs.br/aulanet2/). O AulaNet também possui seu próprio domínio

(http://www.aulanet.com.br/) e oferece diversos cursos e tutoriais para os alunos

cadastrados.

O sistema possui dois perfis de usuários:

Professores: Nesse ambiente os professores possuem acesso aos

recursos para administrar o grupo, avaliar o progresso do aluno e acesso

ao ambiente educacional

Alunos: Ambos possuem acesso ao ambiente educacional que dispõe os

meios para que haja um aprendizado colaborativo.

Moodle:

O Moodle (http://moodle.org) é um ambiente de gerenciamento de aprendizagem (LMS

– Learning Management System) ou ambiente virtual de aprendizagem de código aberto, livre e

gratuito. Os usuários podem baixá-lo, usá-lo, modificá-lo e distribuí-lo, seguindo apenas os

termos estabelecidos pela licença GNU GPL. O ambiente possui poucas restrições quanto às

especificações técnicas do ambiente, ele pode ser executado, sem nenhum tipo de alteração, em

vários sistemas operacionais como o Unix, Linux, Windows, Mac OS X, Netware e outros

sistemas que suportem a linguagem PHP. Os dados são armazenados em bancos de dados

MySQL e PostgreSQL, mas também podem ser usados Oracle, Access, Interbase, ODBC e

outros. Além disso, o sistema conta com traduções para 50 idiomas diferentes, dentre eles, o

português (Brasil), o espanhol, o italiano, o japonês, o alemão, o chinês e muitos outros.

Page 35: Educacaoadistancia.pdf

34

O Moodle possui três perfis de usuários:

Administrador: responsável pela administração, configurações do sistema,

inserção de participantes e criação de cursos;

Tutor: responsável pela edição e viabilização do curso;

Estudante/Aluno: ambiente de aula; Os usuários do Moodle são globais no

servidor. Isso significa que eles têm apenas um login para todos os cursos.

A função permite, por exemplo, que um usuário seja aluno em um curso e

professor/tutor em outro curso. O Moodle permite criar três formatos de

cursos: Social, Semanal e Modular. O curso Social é baseado nos recursos

de interação entre os participantes e não em um conteúdo estruturado. Os

dois últimos cursos são estruturados e podem ser semanais e modulares.

Esses cursos são centrados na disponibilização de conteúdos e na

definição de atividades. Na estrutura semanal informa-se o período em que

o curso será ministrado e o sistema divide o período informado,

automaticamente, em semanas. Na estrutura modular informa-se a

quantidade de módulos. Algumas das instituições brasileiras que utilizam o

Moodle são: UFLA, UNB, PUC-SP, USP, UFBA e UFV.

Teleduc:

O ambiente de Ensino Teleduc está sendo desenvolvido conjuntamente pelo Núcleo de

Informática Aplicada à Educação (NIED) e pelo Instituto de Computação (IC) da Universidade

Estadual de Campinas (Unicamp).

O Nied, como uma de suas linhas de pesquisa, tem realizado diversos cursos a

distância através do TelEduc desde 1998, acompanhando progressivamente o desenvolvimento

do ambiente. Da mesma forma que os outros ambientes analisados, o Teleduc possui um

esquema de autenticação de acesso aos cursos, com um usuário e uma senha que é fornecido

quando se cadastram no ambiente. O Teleduc é um software livre, portanto pode ser

redistribuído e/ou modificado sob os termos da GNU General Public License versão 2, como

publicada pela Free Software Foundation.

Page 36: Educacaoadistancia.pdf

35

O sistema oferece dois perfis de usuários:

Alunos: É o ambiente educacional onde os alunos possuem os recursos

para trabalhar e estudar seus conteúdos dos cursos. Os usuários com

perfis de alunos possuem os seguintes recursos: o Diário de Bordo: O

aluno pode descrever, registrar, analisar seu modo de pensar,

expectativas, conquistas, questionamentos e suas reflexões sobre a

experiência vivenciada no curso e na atividade de cada dia; o Portfólio.

Nesta ferramenta os participantes do curso podem armazenar textos e

arquivos a serem utilizados ou desenvolvidos durante o curso, bem como

endereços da Internet; o Mural: Espaço reservado para todos os

participantes disponibilizarem informações consideradas relevantes no

contexto do curso; as Listas de Atividades: Apresenta as atividades a

serem realizadas durante o curso;

Formadores: Permite aos formadores disponibilizar materiais nas

diversas ferramentas do ambiente, bem como configurar opções em

algumas delas, permite ainda gerenciar as pessoas que participam do

curso. Os usuários com perfis formadores possuem os seguintes

recursos: os Acessos: Permite aos fornecedores acompanhar a

freqüência de acesso dos usuários ao curso e às suas ferramentas; o

Intermap: Permitem aos formadores visualizar a interação dos

participantes do curso nas ferramentas, Grupos de Discussão e Bate-

Papo; o Administração: Permite aos formadores disponibilizar materiais

nas diversas ferramentas do ambiente, bem como configurar opções em

algumas delas. Permite ainda gerenciar as pessoas que participam do

curso. o Suporte: Permite aos formadores entrar em contato com o

suporte do Ambiente (administrador do TelEduc) através de e-mail.

Grupos: Permite a criação de grupos de pessoas para facilitar a

distribuição de tarefas;

BlackBoard:

É um programa desenvolvido pela University of British Columbia, que permite a criação

de ambientes educacionais baseados na web. Mais de 3 mil instituições de ensino utilizam esta

Page 37: Educacaoadistancia.pdf

36

ferramenta para o gerenciamento de cursos à distância. Possuindo cerca de 70% do mercado

nos Estados Unidos.

O professor pode criar caminhos de aprendizagem personalizados, de acordo com o

perfil dos alunos e das disciplinas. O docente pode estabelecer critérios como: data, usuário,

afiliação a grupo específico, instituição, perfil, notas, desempenho em testes ou trabalhos ou

histórico de visualização de conteúdo para disponibilizar itens de conteúdo, para discussões

avaliações ou tarefas ao aluno.

Permite criar cursos seqüenciais e determinar se os estudantes devem progredir por

esta seqüência ou se podem escolher qualquer tópico.

Os docentes podem organizar grupos de alunos com áreas próprias para troca de

arquivos, painel de discussão, sala virtual e e-mails entre membros.

Perfis de disciplina:

Conceptor da disciplina – O utilizador pode aceder a várias áreas do painel

de controle, mas não pode aceder às notas dos alunos;

Avaliador – Este tipo de utilizador pode aceder a todas as áreas dentro dos

assessments e a algumas ferramentas da disciplina;

Visitante – Podem aceder a conteúdos da disciplina que não estejam

bloqueados pelo docente da disciplina;

Aluno – Este utilizador pode aceder a todos os conteúdos do curso e vai ser

avaliado através de assessments (trabalhos, exames e inquéritos);

Docente – Este utilizador controla a disciplina, é ele que disponibiliza os

conteúdos e controla os acessos à disciplina;

Assistente – Este utilizador pode controlar alguns aspectos da disciplina

através do painel de controle. Não podem alterar o perfil de um utilizador da

disciplina e não podem modificar a password do docente.

Page 38: Educacaoadistancia.pdf

37

Perfis administrativos:

Gestor de disciplina – Este tipo de utilizador consegue aceder a

ferramentas, existentes na área de administração, que permitem

administrar as disciplinas.

Visitante – Este perfil de utilizador não tem acesso à área de administração.

Têm acesso as áreas das disciplinas se os docentes assim o permitirem.

Nenhum – Este perfil de utilizador não tem acesso à área de administração,

aos alunos e docentes, por default, é lhes atribuído este perfil.

Observador – Este perfil pode fazer de sombra a outro utilizador do

sistema. Um observador pode visualizar todas as disciplinas do utilizador a

que está associado. Não tem acesso à área de administração. Este perfil

pode ser atribuído a uma equipe de monitorização do docente da disciplina.

Gestor do portal – Este perfil de utilizador tem acesso à área de

administração do portal.

Suporte técnico – Este perfil limita o acesso à área de administração a

tarefas de administração das disciplinas.

Administrador de sistema – Este perfil acede à área de administração e ao

painel de controle de todos os cursos. Em certas áreas das disciplinas o

administrador pode inscrever-se na disciplina de forma a ter acesso, a

essas áreas, basta aceder ao Realizar inscrição, podendo depois fazer ou

Anular inscrição.

Assistente de sistema – Este perfil tem acesso a todas as ferramentas da

área de administração, mas não tem acesso ao painel de controle de cada

disciplina.

Gestor de utilizadores – Este perfil de utilizadores acede à área de

administração, mas só as ferramentas relacionadas com os utilizadores.

Page 39: Educacaoadistancia.pdf

38

3 LEGISLAÇÃO QUE FUNDAMENTA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático-

pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios,

tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo

atividades educativas em lugares ou tempos diferentes. Essa definição está presente no Decreto

5.622, de 19.12.2005 (que revoga o Decreto 2.494/98), que regulamenta o Art. 80 da Lei 9394/96

(LDB).

Vale salientar que antes da lei nº. 9.394 de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, a Educação a Distância não era nem sequer mencionada. Com a

promulgação da LDB, pela primeira vez se fala em incentivo ao desenvolvimento e veiculação de

programas de ensino a distância.

As bases legais da Educação a Distância no Brasil foram estabelecidas pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, pelo

Decreto nº. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, publicado no Diário Oficial da União de 11/02/98,

também pelo Decreto nº. 2.561, de 27 de abril de 1998, publicado no Diário Oficial da União de

28/04/98 e pela Portaria Ministerial nº. 301 de sete de abril de 1998 publicada no Diário Oficial da

União de 09/04/98, que tratam do sistema de credenciamento de instituições de ensino para

oferta de cursos à distância.

O decreto nº. 2.494 de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o Art. 80 da lei nº.

9.394, de 20 de dezembro de 1996, versa o seguinte conteúdo: “Art. 80 - o poder público

incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino à distância, em todos os

níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”.

Page 40: Educacaoadistancia.pdf

39

4 TECNOLOGIAS UTILIZADAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Em frente a tantas inovações, o cenário social, tecnológico, político e econômico têm

sofrido grandes mudanças neste final de século promovendo o surgimento de novas atividades,

ao mesmo tempo em que outras funções desaparecem ou são transformadas. O crescimento

exponencial do volume de informação, a geração de novos produtos, o advento de novas teorias

ou a nova aplicação de teorias já conhecidas, tem acarretado constantes reavaliações do

processo de trabalho, e por conseqüência o processo de educação.

A tecnologia está mudando tão rápido, a competição global está forçando uma

dramática redução nos tempos decorridos entre o surgimento de uma inovação, sua entrada no

mercado, eliminando a oportunidade do sujeito compreender e acompanhar as novas

tecnologias da informática e da comunicação. Atualmente, uma das soluções para a globalização

dos mercados, são as associações. Portanto, os conceitos chave desta nova era é a

colaboração/cooperação entre os sujeitos e a comunicação virtual, eliminando distâncias,

aproximando as pessoas e aumentando a produtividade através de métodos cooperativos de

trabalho virtual.

Fato este marcado por fazermos parte da sociedade do conhecimento, da informação e

da comunicação, o que pressupõe que vivemos em rede. Rede no sentido de estarmos

Page 41: Educacaoadistancia.pdf

40

constantemente interligados entre a informação e a comunicação e o processamento dessa

gama de informações em conhecimento. Estamos em rede em tempo real e virtual.

Com isso vislumbramos que a sociedade tem passado e passa por transformações

radicais. Essas transformações se dão em âmbito político, social e educacional. Parte dessas

transformações se dá devido ao desenvolvimento tecnológico que de forma qualitativa e

quantitativamente melhoram a capacidade de comunicação entre instituições, organizações e

indivíduos. Esse é o sentido da rede, a capacidade de comunicação.

E a Educação a Distância faz uso dessa comunicação, e retrata os diversos períodos

da evolução tecnológica ao longo da história, através das mídias como telefone, a televisão e a

internet (comunicação digital) como tecnológicas essenciais de todo processo evolutivo. As

novas tecnologias não são apenas um meio para distribuir as informações e conhecimento, mas

tem o papel de facilitadora indispensável à interação em qualquer processo educativo, dando a

visão de novas atitudes e novos enfoques metodológicos.

Devemos então entender por tecnologia o conjunto de ferramentas – livros, giz e

apagador, papel, caneta, lápis, televisor, telefone, videocassete, computador - e os usos que

destinamos a elas, em cada época (TV NA ESCOLA, 2001, p.8).

Diferentemente, em cada época da nossa história percebemos que as tecnologias

exerceram e exercem influência no comportamento do indivíduo e na sociedade, modificando

concepções e paradigmas existentes.

Essa nova realidade redefine o perfil do sujeito deste fim de século. É preciso formar

profissionais que aprendam de forma não convencional e que saibam trabalhar

cooperativamente para gerar soluções inovadoras e competitivas.

O ensino convencional não tem dado condições aos sujeitos de se prepararem no

tempo adequado a todas essas transformações. O conceito de Educação ainda está associado

com treinamento, baseado fisicamente em instituições, restrito a cronogramas pré-definidos de

cursos; essa estrutura implica em deslocamento de aprendizes e de professores. Nesta estrutura

é difícil manter-se constantemente atualizado em relação a novas informações que acarretam

novas relações e, portanto, a geração contínua de conhecimentos.

E a Educação, conhecida pelo espaço escola, universidade? Como ela responde ou

deve responder ao desafio de preparar o homem para este novo mundo onde a cooperação

substitui a competição e o presencial pelo virtual, como modelo básico nas relações entre os

Page 42: Educacaoadistancia.pdf

41

sujeitos? Esta é uma das questões para pensar em um novo modelo de formação e atualização

profissional do indivíduo da nova era.

Cabe a escola formar o novo sujeito que será capaz de participar ativa e criativamente

deste processo, criticá-lo e refiná-lo. A Educação precisa se reorganizar para incluir em seu

processo educativo uma pedagogia, metodologias, técnicas e recursos que permitam um novo

paradigma que substitui a competição pela cooperação entre os sujeitos e a necessidade do

físico pelo virtual.

Sabemos que uma das alternativas para modificar este quadro é trabalhar com uma

tecnologia de ponta aplicada à educação, que é a Educação à Distância, como uma

possibilidade para construção de um novo modelo educacional. A Educação a Distância se

constitui em necessidade pelas razões que sempre a justificaram e ainda porque o ritmo

acelerado de mudanças sociais, políticas, econômicas, culturais, educacionais, entre outras,

passa a exigir uma educação continuada de todos os sujeitos.

Neste cenário de mudanças, alguns historiadores dizem que a humanidade passou por

três revoluções industriais. A primeira ocorreu no século XVIII, com a substituição das

ferramentas manuais por máquinas a vapor, o tear mecânico e o surgimento de ferrovias. A

segunda revolução data do século XIX, com a combinação de avanços múltiplos, entre eles pode

destacar a geração da eletricidade, o motor de combustão interna, o telefone e o telégrafo sem

fio. E a terceira revolução industrial, é quem sabe a mais polêmica, contundente e até mesmo

excludente. É a revolução da tecnologia da informação, possibilitada pelo desenvolvimento da

eletrônica (PERRENOUD, 2004, p.3).

Atualmente, na passagem da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento,

ela tem funções fundamentais como: garantir a atualização de informações e o desenvolvimento

de novos talentos em todas as áreas, impedindo que as defasagens aumentem; ajudar a

desenvolver novas habilidades para uma mesma profissão cujas atividades variam e se

transformam rapidamente e ajudar a desenvolver competências que permitam mudanças de uma

profissão para outras emergentes, no curso da vida.

Assim, a Educação a Distância assume novas concepções, não só podendo atender

sujeitos em interação social de modo cooperativo, mas também passando a servir à

aprendizagem contextualizada, na vida. Tanto para as novas gerações como para os sujeitos em

atividades que precisam constantemente reaprender o antes aprendido, ou aprender novas

representações e novas formas de conhecimentos e de práticas.

Page 43: Educacaoadistancia.pdf

42

Plataforma de comunicação de EaD com valor agregado e o aluno no centro do

processo educacional.

A Educação a Distância introduz novas concepções de tempo e de espaço em

educação e contribui para mudanças substanciais nas instituições de ensino. Esta pode ser

desenvolvida para formar profissionais, desenvolvendo com eles novos talentos, mecanismos

cognitivos, atitudes, valores e novas teorias, que dizem respeito à autonomia na aprendizagem e

na construção de conhecimentos dos sujeitos. Mas para isso, é preciso utilizar as novas

tecnologias da informática e da comunicação na Educação a Distância.

Porém, a de se ter cuidado quando falamos em tecnologia, para não restringirmos o

termo ao computador e a internet.

Analisando que toda a tecnologia empregada na educação deve ser utilizada com a

visão de formação do pensamento crítico de professores e estudantes para a resolução de

problemas, por isso é necessário avaliar e escolher a mídia adequada de acordo com o tipo de

aluno e infra-estrutura disponível.

Page 44: Educacaoadistancia.pdf

43

Na atualidade a Educação a Distância mostra-se como um componente fundamental

de mudanças a educação, associando transformações não só no sentido educar, mas também

no aprender.

A integração de meios de comunicação de massa tradicionais como a internet,

associada à publicação de materiais didáticos provocou a expansão da educação a

distância a partir de instituições de ensino e produção de cursos, os quais emitem as

informações de maneira uniforme para todos os alunos (DE ALMEIDA, 2003).

O aparecimento de cursos on-line no mundo globalizado vem possibilitando a oferta de

conhecimento em todas as áreas. Surge então, a necessidade do refinamento tecnológico no

decorrer do tempo para acompanhar as inúmeras transformações educacionais. É muito

importante e necessário, ainda que existam profissionais com conhecimento de informática,

princípios da Educação a Distância e principalmente uma visão atualizada e progressista da

educação.

O advento das tecnologias de informação e comunicação reavivou as práticas de

Educação a Distância devido à flexibilidade do tempo, quebra de barreiras espaciais,

emissão e recebimento instantâneo de materiais, o que permite realizar tanto as

tradicionais formas mecanicistas de transmitir conteúdos [...]. (De ALMEIDA, 2003,

p.04).

O Texto impresso, telefone, correio terrestre e aéreo, gravador, retroprojetor, rádio,

televisão, fax, videocassete, todas são tecnologias já testadas. Mas essas tecnologias não

serviram para alterar a hierarquização do ensino. Suas possibilidades de uso expressam um

paradigma empiricista de dependência do aprendiz a uma organização lógica, social, psicológica

de ensino, que concebe a aprendizagem como uma mudança imposta de fora para dentro.

Page 45: Educacaoadistancia.pdf

44

Como vimos anteriormente, tecnologia é o conjunto de ferramentas e o uso que

fazemos delas, portanto, o livro e até mesmo o giz são ferramentas da tecnologia. E na

educação, que visão tem a tecnologia?

Parece restringir-se ao uso do computador e a internet. Se considerada desta forma,

então veremos que existe mesmo a exclusão e que negamos nossa história, pois é grande o

número de escolas que não dispõem dessas ferramentas. E o que entendemos e consideramos

tecnologia em Educação a Distância?

Para termos uma noção da evolução da comunicação à distância vale salientar que em

Nova Escola, setembro de 2005, foi destacado:

1440: invenção da imprensa;

1844: primeira transmissão pública por telégrafo elétrico;

1876: invenção do telefone;

1896: patente do telégrafo sem fio;

1915: primeira transmissão de voz a longa distância pela rádio;

1936: começam as transmissões públicas de TV;

1943: invenção do computador digital eletrônico;

1962: lançado o primeiro satélite internacional de

telecomunicações;

1973: TV cabo comercial começa a operar;

1975: surgimento do computador pessoal;

1977: primeiras aplicações comerciais de fibra óptica;

1980: padronização mundial dos aparelhos de fax;

1983: lançamento dos primeiros celulares;

1991: Surge a World Wide Web;

Notamos que em pequenos intervalos de tempo a evolução da tecnologia ascendeu de

forma extraordinária, proporcionando aos indivíduos maior acesso e rapidez às informações, por

isso estamos na era da comunicação, do conhecimento.

De acordo com Sartori (2002, p.43), o século XIX trouxe grandes avanços científicos e

tecnológicos que deram impulso inigualável para a capacidade humana de se comunicar,

contribuindo também para Educação à Distância. E é na tecnologia que a Educação a Distância

se sustenta, quebrando paradigmas, como por exemplo, que só se aprende e se ensina na

escola, especificamente entre quatro paredes, a sala de aula. O telégrafo, por exemplo, criado

Page 46: Educacaoadistancia.pdf

45

por Morse, é um dos primeiros passos para o crescimento rumo aos meios de comunicação

modernos que utilizamos hoje.

Como a humanidade passa por estágios, e estes estágios se caracterizam por

determinadas revoluções e invenções, a Educação a Distância utilizou material impresso quando

a imprensa era a tecnologia mais moderna, entregando seus impressos via correio postal. Hoje

também permanece esta forma de comunicação na Educação a Distância, são os chamados

cadernos pedagógicos ou fascículos, que dão sustentação aos cursos, devido à facilidade e a

linguagem acessível usada para transmitir as informações.

Para Sartori (2002, p.44) do texto impresso, a Educação a Distância passou a utilizar

todos os meios de comunicação que já forem inventados. Dos meios de comunicação individual,

como o fax, o videotexto e o telefone, aos meios coletivos como videoconferências e

teleconferência, até meios de comunicação de massa, como o rádio e TV. Mas a Educação a

Distância utiliza, também, os meios de comunicação que são portadores de conteúdos e

mensagens, como fitas-cassete, fitas de vídeo, CD-ROM, cadernos pedagógicos, estes últimos

são chamados de recursos tecnológicos ou recursos didáticos e suas contribuições para

Educação à Distância são mais conhecidas entre nós.

Em seguida, com o surgimento do cinema, foi à vez dos filmes instrucionais cumprirem

com seu papel educacional. Posteriormente foi à vez do rádio, por volta de 1915, primeira grande

tecnologia eletrônica de comunicação de massa. O rádio reinou e ainda é um meio muito

utilizado como tecnologia que consegue transmitir a notícia ao vivo, imediatamente. Transmitiu

muitas aulas e orientações pedagógicas em países diversos como a Alemanha, EUA e muitos

outros. Cedeu espaço, no entanto, para a televisão. De acordo com Sartori (2002, p.44) o uso da

TV, como recurso educativo data da década de 40.

A imagem televisiva superpõe linguagens e mensagens, somando-as, sem,

entretanto separá-las. Isso facilita a interação com a audiência e aumenta seu poder

de influência. Somos tocados pela comunicação televisiva sensorial, emocional e

racionalmente. Sua linguagem poderosa, dinâmica, responde tanto a sensibilidade

das crianças e dos jovens quanto à dos adultos, dirigindo-se antes a afetividade que

a razão, interferindo nas atividades perceptivas, imaginativas e comportamentais.

(TV NA ESCOLA, 2001, p.10).

Percebemos o grande potencial e influência que exerce a televisão na educação de

forma geral, mas parece que ainda é um meio pouco explorado.

Page 47: Educacaoadistancia.pdf

46

O vídeo tem um papel tão importante quanto às aulas presenciais, os cadernos

pedagógicos e os recursos de informática aplicados a distância através da internet.

Os vídeos têm como função o enriquecimento dos temas e das atividades propostas

aos alunos, significando, pois, que a tônica dos encaminhamentos pedagógicos está centrada no

material escrito. Derivando dele as solicitações de esclarecimento pelo aluno junto à equipe

orientadora, procedimento fundamental que possibilita o acompanhamento constante do aluno

em todo o seu percurso acadêmico.

O computador e a Internet são ferramentas que estão contribuindo para aumentar as

possibilidades comunicativas entre estudantes, professores e tutores, com o uso do correio

eletrônico, dos fóruns e das listas de discussão, dos ambientes virtuais de aprendizagem e

outros.

Para Sartori (2002, p.46) essas são formas não simultâneas de estabelecer

comunicação, no entanto, a Internet está permitindo que a comunicação ocorra de forma

simultânea, o que é possível através da sala de bate-papo, das videoconferências e

teleconferências.

Quando falamos aqui de novas tecnologias, estamos significando as tecnologias

interativas da informática e da comunicação, as tecnologias eletrônicas que estão tornando

possível a inteligência distribuída na sociedade. À inteligência coletiva, os computadores, os

sistemas de simulações, os hipertextos, as multimídias, as redes de computadores que

asseguram a interconectividade, ultrapassando os limites de espaço e tempo físico.

Essas novas tecnologias, os computadores e as redes internacionais de computadores

aportam recursos completamente inusitados e transformadores que poderão dar à Educação a

Distância uma concepção totalmente nova.

Aretio (2001) destaca que assim como outras tecnologias como imprensa, telefone,

rádio, cinema e televisão causaram autênticas revoluções quando surgiram, as novas

tecnologias possuem maior impacto devido às “suas características de globalização, rapidez e

capacidade de crescimento".

A área educacional, inserida na base da sociedade, não pode ignorar essa realidade

tecnológica e deverá incorporar gradativamente a modalidade de Educação a Distância em suas

atividades didático-pedagógicas, como forma de atender a um grande número de pessoas e de

democratizar o acesso ao conhecimento.

Page 48: Educacaoadistancia.pdf

47

Mas é necessário ressaltar que os alunos que freqüentam a Educação a Distância

ainda não desenvolveram totalmente o hábito de se comunicar via computador e internet,

preferem com certeza o material impresso, que lhes da maior segurança.

Para Sartori (2002, p.46):

Na medida em que as tecnologias foram sendo desenvolvidas, a Educação a

Distância as incorporou de modo mais ou menos imediato. A busca em proporcionar

o acesso ao conhecimento a pessoas geograficamente distantes dos centros de

ensino, ou com qualquer outro impedimento para freqüentar a escola presencial, fez

com que fossem utilizados todos os recursos tecnológicos existentes que viabilizam

a troca eficiente de informação, a comunicação multidirecional e a crescente

interatividade entre alunos, corpo docente, tutoria e administração do curso. Desta

maneira, a Educação a Distância está profundamente relacionada aos meios de

informação e comunicação, sejam eles meios de comunicação de massa ou não.

Quem está ganhando com isso é o aluno de curso a distância, pois o grau de

interatividade está cada vez maior.

De forma efetiva, a tecnologia foi absorvida pela Educação a Distância. Não só as

tecnologias mais recentes, mas a primeira forma de comunicação, a escrita.

O caderno pedagógico e os guias de estudo são materiais com características auto-

instrucionais, que contêm resumos, exercícios, bibliografias para aprofundamento de estudos e

apresenta função formadora.

As fitas de vídeo e de áudio com aulas elaboradas pelos professores da disciplina têm

como objetivo o enriquecimento dos temas e atividades propostas aos alunos, para melhor

compreensão dos cadernos pedagógicos.

O Telefone, fax, videoconferências, teleconferências, e-mail, chats, fóruns, internet,

computador são instrumentos que devem ser usados para sanar dúvidas referentes aos

conteúdos abordados nos cadernos pedagógicos ou nos vídeos.

Esses meios de comunicação e informação devem ser utilizados de forma harmônica,

entendidos como meios facilitadores de aprendizagem, de interação, cooperação e uma forma

de superar as distâncias geográficas, umas usadas com maior intensidade do que outras, de

acordo com a realidade de cada turma, cada município e de cada aluno.

No ambiente virtual podem ser disponibilizados vários espaços que permitem ao

professor interagir com os alunos, respondendo as dúvidas, enviar e-mail, receber e corrigir

trabalhos, atribuir notas, editar e publicar avisos, participar de fóruns. Disponibiliza também os

Page 49: Educacaoadistancia.pdf

48

conteúdos da disciplina, com indicativos de sites para acesso a conteúdos complementares,

dados da turma, lista de alunos, enfim, uma forma de interação e permanente comunicação que

ameniza a distância geográfica (CECHINEL, 2000, p.9).

Cabe destacar que o foco de todo o programa educacional é o aluno, e independente

das tecnologias utilizadas, "... é a interação entre professores e alunos um dos grandes pilares

para garantir à qualidade do trabalho pedagógico de um curso a distância”. (FERREIRA

REZENDE, 2003).

4.1 Ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet no processo de ensino-

aprendizagem

Vamos abordar as ferramentas de aprendizagem colaborativa no processo de ensino-

aprendizagem escolar. Você irá conhecer melhor cada uma delas, suas contribuições,

especificidades e saber como e quando recorrer ao seu uso pedagógico para dinamizar,

estimular e potencializar suas aulas.

Page 50: Educacaoadistancia.pdf

49

4.2 Conhecendo as ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet (wiki, blog,

chats e fóruns), no processo de ensino-aprendizagem.

Antes de iniciarmos a descrição das ferramentas colaborativas de aprendizagem na

Internet, vamos entender melhor o que é uma aprendizagem que ocorre de forma

colaborativa.

Seu embasamento teórico está calcado na teoria construtivista de aprendizagem,

pois visa em primeiro lugar à interatividade como fonte para a aquisição do conhecimento.

“Todo e qualquer crescimento cognitivo só ocorre a partir de uma ação, concreta ou

abstrata, do sujeito sobre o objeto de seu conhecimento. Por conseqüência a teoria

construtivista de aprendizagem baseada na Epistemologia Genética tem este

pressuposto como sua pedra estrutural, colocando a ação, ou mais especificamente

a interação como requisito fundamental para sua prática”. (NITZKE, CARNEIRO,

GELLER, 1999, p. 1)

Por isso o trabalho de forma cooperativa, com o sujeito da aprendizagem em interação

com o objeto de conhecimento e os outros sujeitos, faz com que o pensamento e o convívio

social aumente e melhore, pois é necessário elaborar regras comuns, colaborar com

pensamentos e idéias úteis ao grupo sendo que estas, devem circular sem hierarquia, havendo

respeito e liberdade para expressão. Desenvolvendo estas atitudes o trabalho do grupo cresce e

cada indivíduo amadurece, tanto no sentido individual quanto o sentimento de estar e fazer parte

de uma comunidade.

Um “ambiente colaborativo de aprendizagem” com o uso do computador é aquele

que permite uma comunicação e uma ação igualmente divididas e hierarquizadas, com o

suporte de alguns recursos tecnológicos, auxiliando várias pessoas a manterem suas

participações.

Esta participação deverá, portanto, ocorrer de forma não-linear, em “mão-dupla”,

assim todos podem interagir no processo de comunicação. Por isso, os ambientes

colaborativos dizem respeito ao processo, produto e avaliação. Dessa forma, existe um

único objetivo a ser alcançado por todos os participantes, que deverão trabalhar juntos para

a execução destes.

Portanto, diferente de trabalhos em grupo tradicionais cujas tarefas são divididas e

os resultados posteriormente agrupados, na aprendizagem colaborativa todas as tarefas

são executadas por todos os participantes.

Page 51: Educacaoadistancia.pdf

50

Como estamos abordando a tecnologia para potencializar os processos de ensino -

aprendizagem, vê-se que nos últimos tempos a Internet tem oferecido diversos recursos

que permitem a interação entre os usuários. Com isso surge a possibilidade de utilizar tais

recursos para criar ambiente de aprendizagem colaborativa.

Dentre estes recursos estão os blogs, chats, fóruns e wiki. Cada um possui uma

lógica de utilização diferente, por isso cada um é indicado para situações pedagógicas

específicas, porém pode haver diferentes conjugações entre eles.

Estes recursos possuem em comum um aspecto dinâmico de comunicação, se

mostrando atraente, pois têm o poder de aproximar as pessoas, seus pensamentos e

sentimentos. Por isso podem ser utilizados como grandes aliados no processo educacional,

pois são motivadores e fazem parte do mundo, do repertório e das necessidades de grande

parte dos estudantes.

É importante destacar também que o uso de tais ferramentas é mais bem utilizado

quando integrado a um projeto interdisciplinar. Desta maneira, para que o trabalho

colaborativo funcione é preciso trabalhar uma visão holística da realidade, pois a vivência em

comunidade é muito complexa (todos juntos, em prol de um objetivo), tornando qualquer

situação de aprendizagem muito mais significativa, por isso o trabalho por Projetos se justifica.

Os projetos irão dar o suporte para que os conteúdos deixem seu estado estanque e assumam

uma visão transdisciplinar, cuja aquisição se fará através do diálogo e interações, ou seja, uma

aprendizagem que se dá de forma ativa.

4.3 Por que utilizar uma ferramenta colaborativa?

Esta é uma questão que pode ser respondida por diversos ângulos. Um deles é o

desenvolvimento do “aprender a conviver”, uma das competências fundamentais para o cidadão

do século XXI. Nos trabalhos colaborativos, os estudantes aprendem a conviver, a debater, a

discernir e a elaborar regras. Trabalham com o diferente (pensamentos, posturas, valores, etc.),

para chegar a UM pensamento: o pensamento coletivo. Este é mais que todos os outros juntos,

é fruto da interação e da aprendizagem.

Outro motivo para a utilização das ferramentas colaborativas é seu aspecto dinâmico,

criativo, divertido e lúdico. Aspectos estes que estimulam e motivam os alunos. Hoje existem

Page 52: Educacaoadistancia.pdf

51

muitos recursos que possibilitam criar páginas com visuais diferentes, utilizando fotos, vídeos e

animações, criando espaço para o aluno deixar a criatividade livre.

Um terceiro fator é o grande potencial que as ferramentas colaborativas oferecem para o

desenvolvimento da linguagem. Nas conversas síncronas o pensamento deve ser rápido e o uso

da linguagem escrita se funde com a linguagem oral, ocasionando um processo de comunicação

extremamente ágil e complexo, fazendo com que o aluno seja levado a organizar pensamentos e

a comunicar-se de forma clara e rápida. Nas outras ferramentas assíncronas o desenvolvimento

da linguagem escrita é estimulada e com isto os alunos são levados a fazerem maior uso da

leitura, pois precisam ler as contribuições dos outros colegas e precisam redigir também,

melhorando a capacidade de lógica e estrutura da língua formal.

Um quarto fator é desenvolver uma Educação e uma Cultura Digital nos alunos, esta tão

importante no nosso tempo. Sabe-se que o mundo atual é dominado por tecnologias que

facilitam e incluem sujeitos nos processos sociais, econômicos e políticos, por isso temos que

integrar e unir a escola e as práticas pedagógicas a esta nova lógica, formando cidadãos que

saibam utilizar e que sejam críticos no uso destas novas tecnologias.

Há ainda a possibilidade das ferramentas colaborativas “quebrarem os muros” da escola

devido às suas possibilidades temporais e geográficas. Assim os alunos de uma escola podem

conversar em diferentes horários (extra-escolares) e manter contato com povos e pessoas de

outros contextos.

Estas ferramentas serão sempre úteis quando o objetivo do processo de ensino-

aprendizagem for à construção coletiva de conhecimentos, que sejam construídos através de

conteúdos significativos e do diálogo, que visem uma aprendizagem verdadeira, na qual todos

podem participar.

Outros fatores você irá constatar, aplicando e avaliando as ferramentas colaborativas

nas suas aulas. Existem muitas outras possibilidades. Mãos à obra!

4.4 Didática no uso de ferramentas de aprendizagem colaborativa: processo e avaliação

Alguns aspectos didáticos devem ser observados quando se aplicam ferramentas

colaborativas no processo de ensino aprendizagem. Veja abaixo alguns deles e adapte à sua

prática.

Page 53: Educacaoadistancia.pdf

52

Num ambiente colaborativo os papéis são relativizados, há uma

flexibilização de papéis, dessa forma o professor aprende junto com os

alunos e estes aprendem em interação uns com os outros;

Devem-se valorizar diferentes autorias e idéias elaboradas pelos alunos;

O ambiente colaborativo é democrático;

As colaborações podem ser individuais ou coletivas;

Questões e as situações de aprendizagem devem levar a novos debates

e idéias;

A avaliação deve ser contínua, tanto dos grupos quanto individualmente.

Devem-se avaliar posturas, colaboração e contribuições individuais e o

crescimento cognitivo e afetivo do grupo;

A avaliação deve servir para reorientar e dar feedback. Dessa maneira,

os erros são corrigidos a tempo e os resultados são positivos. Além

disso, o professor pode acompanhar o processo de aprendizagem e

Page 54: Educacaoadistancia.pdf

53

pensamento do grupo;

Todas as situações de aprendizagem devem ser devidamente planejadas

e ter objetivos claros. Assim os alunos poderão construir metas e não

correr o risco de se perderem;

Deve-se escolher a ferramenta interativa mais apropriada para cada

situação de aprendizagem, ou seja, escolher uma ferramenta síncrona ou

assíncrona e suas devidas variações de estilo, combinando-as com os

objetivos das aprendizagens.

Preocupação em garantir o máximo de comunicação e boas relações

interpessoais;

Combinar avaliação qualitativa com avaliação somativa, ou seja, a

quantidade de participações e sua produção caminham junto com a

postura do grupo;

Construir o sentimento de confiança e respeito nos companheiros de

grupo;

Page 55: Educacaoadistancia.pdf

54

Para o trabalho colaborativo (e por projetos) dar certo, os professores

trabalham em equipe;

O tamanho dos grupos é um fator decisivo para os trabalhos

colaborativos. Com até duas pessoas há forte interação social; a partir

daí, quanto mais componentes tiver o grupo, maiores são as diversidades

de opiniões, porém a partir de 10 participantes o grupo poderá ficar

disperso.

Avaliar com suporte das ferramentas escolhidas e a partir dos objetivos

esperados. Lembramos que as ferramentas tecnológicas permitem um

monitoramento de freqüência de acesso, postagens, etc., por isso fica

muito mais fácil avaliar continuamente e monitorar participações e

contribuições;

O professor precisa conhecer as características da aprendizagem

colaborativa e manipular a ferramenta escolhida para poder facilitar o

processo de ensino-aprendizagem.

A utilização destas ferramentas pode ocorrer tanto nos Laboratórios de

Page 56: Educacaoadistancia.pdf

55

Informática da escola (ou em um computador que esteja disponível)

quanto em horários extra-escolares. A escolha dependerá dos objetivos a

serem atingidos ou da proposta de aprendizagem. Mas é preciso lembrar

que antes do aluno manipular estas ferramentas em horário extra-

escolar, o professor deverá ter orientado o aluno anteriormente, para que

este faça o bom uso dos recursos colaborativos.

Portanto, agora que você já conhece alguns dos benefícios de se trabalhar por

ferramentas colaborativas de aprendizagem, acompanhe no próximo módulo um a um sua

descrição.

4.5 Blog

“Um weblog ou blog é uma página web com notas colocadas em ordem cronológica

inversa, de forma que a anotação mais recente é a primeira que aparece (GONZÁLEZ, 2005 p.

3)”.

Um blog é uma espécie de diário virtual, mas que tem sua lógica invertida, ou seja,

num diário tradicional o autor não tem a intenção de que leiam suas anotações. Porém num blog

a intenção é justamente contrária, quanto mais lido e visitado é um blog, melhor ele é.

Os serviços de blog permitem atualizações (que podem ser quase que instantâneas),

comentários por parte dos visitantes, postagem de fotos e músicas, e possui também um recurso

chamado lista de links. Nesta, o autor do diário pode colocar links para outros blogs, formando

uma teia de comunicação.

Este recurso é um meio de comunicação bastante democrático e difundido pelos

usuários da web, pois em sua maioria são oferecidos de forma gratuita e permitem aos usuários

a possibilidade de expressarem suas idéias na rede, vendo e sendo vistos, criando até redes de

interesses e relacionamentos.

Page 57: Educacaoadistancia.pdf

56

Uma das principais características do Blog é que estes pequenos textos, nele

apresentados, podem ser lidos e comentados pelas pessoas que tenham acesso ao

mesmo. Os Blogs podem ser utilizados no contexto educacional (em instituições

acadêmicas ou empresariais) para várias finalidades. Dentre elas é possível destacar

os trabalhos em equipe, anotações de aula, discussão e elaboração de projetos

acompanhados ou não de imagens. Estas possibilidades, além da facilidade de

utilização, organização de conteúdos e comentários, ampliam as possibilidades de

complementar as aulas dos professores de forma inovadora e atraente.

BERTOCHI, 2004. Disponível em:

http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principa

l&id_inf_escola=68. Acesso out. 2007

Quando utilizar um blog?

Se o objetivo da proposta de atividade ou do projeto forem as descritas abaixo, o

blog é uma boa ferramenta e permitirá:

- Aumentar e aproximar a relação professor-aluno, professor-família, ou escola-

família, pois o blog permite uma interação que ultrapassa o horário escolar, ou seja, as

interações podem ser feitas em casa, onde os alunos poderão mostrar tudo o que é

produzido nas aulas. Permitindo à família maior participação no processo;

- Incentivar o uso de diários e agenda. Um blog é uma ótima ferramenta para

estimular organização e reflexão diárias. Pode ser utilizado como auxiliar na organização

dos estudos e do acompanhamento por parte do professor;

- Organização de portfólios (webfólios). Os webfólios poderão ser ótimas

medidas avaliativas do tipo qualitativas, visto que valoriza as produções dos alunos de

forma a criar uma reflexão destes sobre sua própria ação (leia página 21);

- Alfabetização digital. Uma vez que estimula à escrita e a leitura, estas que

possuem também suas características próprias do uso da Internet, como: ícones,

abreviações e palavras próprias do meio;

- Utilizar diferentes níveis de linguagem. Esta ferramenta irá aproximar e

favorecer o diálogo e a interatividade (através dos comentários) de alunos em diferentes

fases de desenvolvimento, assim todos poderão aprender mutuamente. Outra vantagem é

a possibilidade de utilização de diversos gêneros, como: relatos, narrações, descrições,

crônicas, etc.;

Page 58: Educacaoadistancia.pdf

57

- Criação de jornal ou revista online. O blog permite atualização constante.

Essa atividade possibilitará aos alunos estarem sempre atualizados e criará a noção de

responsabilidade, na medida em que o jornal for visitado por outras pessoas;

- Desenvolver a noção de tempo. O blog, pelo caráter temporal, permite aos

alunos criar e estimular a noção de tempo. Deve-se ressaltar que o tempo na Internet é

muito “ágil”, por isso é importante manter o blog sempre atualizado;

- Publicar produções. O blog permitirá a publicação dos materiais produzidos

pelos alunos, dando papel de destaque e relevância a estes, o que estimula e motiva os

alunos no processo ensino-aprendizagem;

- Cria identidade (individual ou grupal). O aluno e o grupo se sentirão

responsáveis por criar e manter a atualização do seu blog, criando sua identidade,

utilizando e criando para isso o visual do blog, seu estilo de publicação, sua relação de

links, etc.;

- Espaço para o aluno se expressar livremente, valorizando suas idéias e

suas produções. Esta medida aumenta a auto-estima e estimula o aluno;

- Criar redes de afinidade. Este é um dos objetivos ao se implantar o blog no

processo educativo, pois os alunos poderão se concentrar em assuntos do seu interesse,

mantendo e estabelecendo contato com outras pessoas de diversos lugares, idades,

classes, etc.

Como proceder didaticamente com blog?

Existem diversos tipos de blog, com diversos tipos de gerenciamentos e

criações:

- Blog criado pelo professor: nele coloca-se o programa, com conteúdos e orientações

de estudo, materiais para suporte, atividades propostas, espaço para sugestões, tira-dúvidas,

resolução de exercícios, etc. Ele deve estar aberto às opiniões dos alunos e da família.

- Blog criado pelo aluno: é importante salientar que o aluno pode ter um blog na

Internet, independente da ação do professor, porém deve ser estimulada a criação de um blog

específico para o uso educativo, seja para desenvolvimento de um Projeto, para a realização de

uma atividade ou como meio avaliativo. Nele o professor interage, encaminhando, sugerindo,

Page 59: Educacaoadistancia.pdf

58

Assíncrona

O que não é síncrono, que não se realiza ao

mesmo tempo. Processo de comunicação em

qual a mensagem emitida por uma pessoa é

recebida e respondida mais tarde pelas outras.

Exemplos: curso por correspondência

(correspondence course); correio eletrônico (e-

mail); algumas teleconferências

computadorizadas (computer conference).

Contrastar com comunicação sincrônica

(synchronous communication).

elogiando e questionando os trabalhos. A família também deve interagir e acessar, mantendo-se

atualizada, participando da vida escolar de seus filhos.

Veja como deve ser a ação do professor e sua postura diante do blog como ferramenta

colaborativa de aprendizagem:

- Avalie os temas dos blogs. São relevantes? Os blogs partirão de uma atividade

direcionada ou poderão ser de criação e responsabilidade do aluno? Promova, sempre que

possível, debates e questionamentos nos blogs. Incite-os a acessarem e comentarem o blog dos

outros colegas;

- Crie regras de utilização, como o código de conduta. Exemplifique como poderão

ser as postagens e os comentários. Para um blog em comum para toda turma, crie uma única

senha para todos os blogs ou divulgue as senhas, dessa maneira todos terão acesso e com isso

evitarão comentar e postar materiais indevidos;

- O professor pode ainda, montar vários grupos, com blogs com um mesmo tema,

(confrontando as diferentes visões dos diversos blogs) ou para discutir diferentes áreas

(diversificando as atividades).

Nesta última opção pode-se

fazer um rodízio, sempre

trocando os blogs para que

todos tenham a oportunidade

de abordar diferentes

assuntos;

- Como o blog é uma

ferramenta assíncrona (pode ser

utilizado em diferentes momentos, por diversas pessoas), potencializa a união do grupo, por

isso estimule seus alunos a acessarem o blog fora da escola;

- Coloque “medidores de acesso” nos blogs dos seus alunos. Esta medida irá

estimulá-los;

- Avalie a escrita (hipertextual), a capacidade de fazer ligações entre as diversas

postagens e publicações e sobre os comentários nos outros blogs. Você como professor pode

permitir o uso próprio da linguagem da Internet (com abreviações e códigos) ou não,

estimulando o uso da linguagem formal. Porém não se esqueça de que a linguagem típica da

Internet irá motivar, pois faz parte da cultura dos alunos;

Page 60: Educacaoadistancia.pdf

59 Síncrona

O que se realiza ao mesmo tempo, em

tempo real. Termo utilizado em educação

a distância para caracterizar a

comunicação que ocorre exatamente ao

mesmo tempo, simultânea. Dessa forma,

as mensagens emitidas por uma pessoa

são imediatamente recebidas e

respondidas por outras pessoas.

Exemplos: ensino presencial,

conferências telefônicas e

videoconferências. É o oposto de

comunicação assíncrona.

- Não se esqueça que um blog pode ser gerenciado por e-mail e só os

comentários autorizados pelos usuários estarão no ar. Dessa maneira, você irá criar

responsabilidade e respeito entre os usuários dos blogs;

- Avalie também a atualização de um blog e seu número de postagens, o que é

imprescindível. Esta avaliação pode ser considerada somativa e qualitativa, uma vez que

observa as atitudes e ações (construções de pensamento) dos alunos;

- Avalie o nível de análise crítica através dos comentários e de publicações;

- Avalie também a

capacidade de trabalhar em grupo,

verificando se todos os componentes

do grupo comentam e postam

materiais;

4.6 Chat

O chat ou a sala de bate-papo é uma ferramenta colaborativa onde o diálogo é

feito de forma síncrona. Já é utilizada e conhecida há algum tempo pelos internautas. É muito

utilizada para entretenimento e conversas informais. Porém pode ser utilizada como recurso

educativo.

Num chat a conversa é feita através de trocas de mensagens escritas, entre

duas ou mais pessoas, mas com o desenvolvimento de novas tecnologias outros recursos além

da escrita podem ser usados, tais como: áudio, vídeo e envio de arquivos. Tudo isso “aproxima”

os participantes, podendo ouvir, ver e serem vistos.

É preciso lembrar que chats são meios comunicacionais que exigem rapidez e

velocidade de pensamento. Por isso seu ritmo é bastante ágil, como em uma conversa real.

Quando utilizar um chat?

Os chats serão úteis quando:

- A atividade planejada requerer um diálogo rápido e/ou informal, como um bate-papo;

Page 61: Educacaoadistancia.pdf

60

- Interpretação e formulação de idéias que se dêem em curtos espaços de tempo,

auxiliando no desenvolvimento da linguagem (oral e escrita que se fundem neste tipo de

comunicação);

- A criação e a execução de regras forem necessárias para o amadurecimento do

grupo. Neste tipo de ferramenta o cumprimento de regras é essencial para o bom funcionamento

da conversa;

- Houver um especialista ou quando um ou mais estudantes forem tratar de algum

assunto específico;

- A intenção é aproximar os participantes do chat e, por conseqüência, da Internet. Por

ser uma ferramenta que possibilita conversas informais, ela aproxima e cria laços afetivos nos

participantes.

Como proceder didaticamente com chat?

Veja alguns procedimentos úteis ao utilizar um chat como recurso educativo.

- Diferente de outras ferramentas, o chat (uma ferramenta síncrona) depende de

agendamento prévio para acontecer, pois todos os convidados devem estar conectados ao

mesmo tempo e alguns deles podem estar geograficamente distantes;

- O chat é mais bem utilizado quando os estudantes são divididos em pequenos

grupos. Assim, a interação e a comunicação ocorrem com mais facilidade e objetividade;

- Como já foi dito anteriormente, este é um recurso no qual é fundamental

estabelecer regras claras para sua boa utilização, tais como: o autor e os diferentes grupos

do chat devem utilizar cores (para a digitação) diferentes, facilitando a identificação dos

autores das mensagens; não utilizar letras maiúsculas, pois sinalizam que o usuário está

“gritando”; utilizar emoticons (ícones como rostos felizes, beijos, etc.) sempre que possível,

identificando e facilitando a interpretação das mensagens; combinar regras de conduta e de

linguagem;

- É importante um estudo prévio quando o chat for abordar um assunto específico,

pois assim a conversa poderá ser mais bem direcionada, proporcionando maiores

esclarecimentos;

Page 62: Educacaoadistancia.pdf

61

- O professor ou o aluno (ou grupo de alunos) responsável por guiar a conversa

deverá ter um domínio amplo sobre o assunto tratado, pois no momento da conversa várias

perguntas e direcionamentos podem ser tomados;

- Deve-se explorar a conversa de maneira que todos dialoguem entre si, não

hierarquizando nenhum participante ou idéia debatida;

- Divida previamente os alunos em grupos que ficarão responsáveis por algumas

funções, tais como: observação e síntese/problematização/conclusão. Dessa maneira, ao

término ou no momento do chat estes deverão elaborar relatórios e/ou agirem de acordo

com suas funções. Esta providência irá contribuir para uma melhor organização e

aproveitamento do chat. Por exemplo: o aluno responsável pela problematização deverá

questionar e criar situações que estimulem o diálogo; o aluno responsável pela conclusão,

ao final do chat, pode encerrar a discussão e “fechar” os assuntos discutidos, clareando e

organizando-os; já o aluno responsável pela observação e síntese elaborará um relatório ou

uma ata do chat que pode ser publicado posteriormente;

- Elabore junto com os alunos um planejamento ou cronograma dos temas a

serem abordados. Estipule o início e o término da conversa e ainda o tempo necessário

para conversar sobre determinados assuntos;

- Eleja um mediador. Este aluno ou especialista irá encaminhar as discussões;

- No início do chat todos os participantes devem apresentar-se. E ao final do

mesmo, todos devem despedir-se. Com esta medida a harmonia e o respeito irão perpassar

toda a conversa;

- O professor pode elaborar uma tabela para avaliar a performance dos alunos. Veja o

exemplo:

Participante/aluno Participação (nº de opiniões

colocadas).

Nenhuma – 0

Pouca – 1 a 3

Grau de pertinência das

contribuições para o assunto.

Nenhuma – 0

Page 63: Educacaoadistancia.pdf

62

Média – 4 a 7

Muita – 8 a 10

Pouca – 1 a 3

Média – 4 a 7

Muita – 8 a 10

José Média Muita

- O professor pode pedir relatórios e auto-avaliações posteriormente à execução dos

chats. Por ser um meio comunicacional muito dinâmico, não permitindo muita reflexão, é

necessário que esta se dê posteriormente à sua realização.

Muitas atividades podem ser desenvolvidas com o uso dos chats. Pode-se

utilizá-lo na culminância de Projetos, os pais conectados ouvem e conversam com seus filhos a

respeito de suas produções, sendo que estas podem ser enviadas como arquivos durante a

conversa. Outra opção são as conversas, os debates e os seminários “intersalas” ou entre

colégios diferentes. Escolhe-se um tema em comum aos estudantes e estes trocam informações.

O uso de “palestras” ou debates com especialistas sobre um determinado assunto também

funcionam muito bem. O chat também pode ser usado como recurso para “plantão”, no qual o

professor dispõe de um horário marcado (extra-escolar) para tirar dúvidas. Agindo assim o

professor extrapola sua ação pedagógica em horários e locais diferentes da escola.

4.7 Fórum

Os fóruns e as listas de discussão são espaços online que permitem discussões

assíncronas. Eles funcionam a partir de temas específicos. As listas de discussão são

socializadas através do correio eletrônico e os fóruns funcionam com espaço próprio, onde as

contribuições são arquivadas em uma seqüência que mostra a continuidade de uma discussão.

Possuem ainda facilidades, como poder visualizar mensagens que já foram lidas, o que colabora

para o acompanhamento do debate. Alguns deles permitem também anexar arquivos (textos,

fotos, slides, etc.) que podem complementar o diálogo.

Page 64: Educacaoadistancia.pdf

63

O fórum, por ser assíncrono, permite ao usuário um maior aprofundamento do tema

para o debate. Sua linguagem é semelhante à escrita, porém pode-se utilizar emoticons ou

recursos próprios do meio, pois o que se espera é se fazer compreender e compreender também

os outros participantes.

Estes recursos são muito eficientes para se criar comunidades virtuais, isto é, pessoas

que possuem algo em comum e desejam compartilhar conhecimentos.

Como nos fóruns ocorre a interatividade e discussão sobre determinados assuntos,

estes se mostram como ambientes muito ricos no processo de ensino-aprendizagem, pois as

participações, as interpretações e as trocas de idéias, fazem mais que um somatório de opiniões,

sendo o produto desta interação superado, contribuindo com as idéias iniciais.

Quando utilizar um fórum?

A grande diferença entre um fórum e um chat é o seu modelo temporal, ou seja,

o fórum é um meio assíncrono e o chat é síncrono.

O que decorre disto é que nos fóruns os debates são mais embasados teoricamente e

também mais elaborados, permitindo maiores reflexões e estudos, enquanto no chat, pela sua

agilidade, não permite este tipo de aprofundamento.

Por isso, quando a intenção das atividades for um maior aprofundamento a cerca de

um determinado assunto, sendo promovido através de debates e trocas idéias, o fórum é a

melhor opção.

Veja abaixo outros objetivos que podem ser alcançados com o trabalho nos fóruns:

- Criar hábito de pesquisa para fundamentação teórica no diálogo nos debates;

- Aprimorar o uso da linguagem escrita. Nos fóruns é preciso habilidade para escrever

e interpretar, pois o que se deseja é firmar sua opinião e discutir visões e posições com outros

participantes;

- Alfabetizar digitalmente, pois com a utilização dos fóruns os alunos irão se apropriar

de hábitos, particularidades e linguagem, próprias do meio digital;

Page 65: Educacaoadistancia.pdf

64

- Criar laços afetivos com os participantes, que através dos debates irão firmando

pontos em comum;

- Aprimorar a capacidade de argumentação, fundamental para a participação em

fóruns;

- Adquirir espírito de equipe e trabalho colaborativo, onde todos aprendem juntos. Nos

fóruns a própria aprendizagem e a aprendizagem dos colegas dependem da participação de

cada um;

- A utilização do fórum é sempre interessante quando aborda um tema inquietador,

desafiador, com múltiplas visões, ou quando engloba temas do interesse do público-alvo, que se

mostrará motivado em participar.

Como proceder didaticamente com fórum?

Abaixo estão algumas maneiras de proceder didaticamente em fóruns ou listas

de discussão.

- O professor pode ser o moderador da discussão ou escolher um aluno para assumir

esta função. O moderador encaminha o debate, interfere quando há divergências, sugere leituras

e provoca novas problematizações;

- O tema de um fórum deve ser desafiador e estimulante, preferencialmente formulado

através de questionamentos;

- Escolha um aluno ou um grupo para fazer uma síntese ao final do fórum, contendo os

pontos de vista discutidos e se possível alguma conclusão sobre o tema;

- Utilize no fórum um tipo de tabela para avaliar o desempenho dos alunos. Veja o

exemplo:

Participante/ Participação (nº de opiniões Grau de pertinência das

Page 66: Educacaoadistancia.pdf

65

aluno colocadas).

Nenhuma – 0

Pouca – 1 a 3

Média – 4 a 7

Muita – 8 a 10

contribuições para o assunto.

Nenhuma – 0

Pouca – 1 a 3

Média – 4 a 7

Muita – 8 a 10

José Média Muita

- O fórum pode utilizar grupos pequenos ou vários alunos para discutirem os temas.

Caberá ao professor definir quantos integrantes poderão debater ao mesmo tempo. Esta variável

depende da complexidade do tema e dos objetivos a serem alcançados;

- Utilize os fóruns para realizar enquetes na escola ou fora dela. Para isso use um tema

de grande amplitude, que esteja sendo mostrado pela mídia ou que faça parte do cotidiano dos

participantes;

- Como o fórum é uma ferramenta assíncrona, a família também pode participar das

discussões, o que a aproxima da escola e do aluno;

- Outra opção é entrar em uma lista de discussão ou grupo já criado, dessa maneira os

alunos irão precisar conhecer e adaptar-se a pessoas diferentes e novas;

- Os fóruns também servem para aplicar o modelo de “plantão” na escola. A diferença

é que este pode ser permanente, diferente dos chats que devem acontecer em um determinado

horário;

- Um fórum pode movimentar e incluir a opinião de toda uma escola, entre classes,

entre pais, entre professores, enfim, escolha a melhor opção, não se esquecendo de planejar

cuidadosamente sua atividade, para avaliá-la corretamente.

Page 67: Educacaoadistancia.pdf

66

4.8 Wiki

Um wiki (significa rápido em havaiano) é uma página web

colaborativa. É elaborada através do trabalho coletivo de

diversos autores. É similar a um blog na sua lógica e

estrutura, porém nesse caso, qualquer um pode editar

seus conteúdos mesmo que estes tenham sido criados

por outra pessoa. Permite que se vejam rascunhos ou

modificações do texto até que se tenha a versão

definitiva. O termo wiki se refere tanto ao site web como

ao software utilizado para criar e manter o site.

(GONZÁLEZ, 2005, p. 7)

É uma ferramenta colaborativa assíncrona que se destina ao registro e produção de

comentários e textos com caráter coletivo, facilitando e possibilitando sistematizar e explorar

idéias, formando um único texto, com a colaboração de todos.

Sua vantagem é a possibilidade de edição de textos hipertextuais e publicá-los

posteriormente (em páginas específicas). O wiki é uma ferramenta muito interessante ao

processo educativo uma vez que sem ela a realização de determinadas atividades online seriam

impossíveis, pois nela os alunos podem ser ao mesmo tempo, leitores, editores e autores de um

texto.

Permite ainda postar textos e fotos, colocar links para outras páginas e para

desdobramentos da própria página da wiki. Alguns wikis permitem também postar comentários.

No wiki não existe um mecanismo de revisão, esta fica por responsabilidade dos

autores do texto. Um wiki famoso é o site do Wikipédia, uma enciclopédia online colaborativa, ou

seja, qualquer usuário pode editar e modificar seu conteúdo, num trabalho de aperfeiçoamento

contínuo.

Há duas visões a respeito desse tipo de ferramenta. Em uma delas estão os que não

acreditam na veracidade das informações, devido à possibilidade de edição por qualquer

usuário, porém há outros que afirmam que quanto mais pessoas acessam e modificam um texto,

mais correto e atualizado ele fica.

Page 68: Educacaoadistancia.pdf

67

Quando utilizar um wiki?

O wiki poderá ser útil quando a atividade proposta for um trabalho em grupo. Dessa

maneira o professor pode acompanhar todo o processo de construção, elaboração e edição. É

uma forma nova de realizar trabalhos em grupo e irá motivar os alunos, pelos recursos que

oferece e também porque torna o trabalho colaborativo mais fácil e ágil.

Veja algumas competências e objetivos a serem alcançados pelos alunos ao usarem

wikis:

- A utilização de wikis leva e proporciona a oportunidade de aprimorar a organização, a

reflexão e a cooperação;

- Com o wiki há a possibilidade dos alunos construírem e ter a co-criação de conteúdos

de apoio para seu próprio estudo;

- O professor e os alunos devem juntos, por ser uma ferramenta colaborativa,

exercer o gerenciamento e serem responsáveis pelos seus wikis;

- Como um wiki pode ser modificado por qualquer usuário deve-se trabalhar a

confiança mútua;

- Para utilizar um wiki deve-se fazer um planejamento do seu assunto,

materiais que estarão disponíveis, quais serão seus componentes, etc.;

- O professor deve criar nos alunos uma familiaridade com a ferramenta antes

de sua utilização, pois é preciso aprender a colaborar e editar os conteúdos;

- Um wiki pode ser usado também pela equipe de professores para elaborar

colaborativamente os planejamentos escolares;

- A utilização de wikis irá formar alunos autônomos, participativos e com

senso crítico;

- Escolha junto com os alunos as discussões, temáticas, reflexões e sínteses

para os wikis.

- Num wiki não existe autoria. Os tratamentos e papéis assumidos são

horizontais. O que existe é o “nosso”.

Page 69: Educacaoadistancia.pdf

68

Como proceder didaticamente com wiki?

Observe algumas sugestões de procedimentos didáticos para utilizar wikis:

- Os trabalhos em grupo poderão ser feitos fora do horário escolar e com supervisão do

professor e de outros colegas;

- Crie um ambiente lúdico, com colaborações espontâneas e de forma prazerosa;

- Compartilhe idéias, sentimentos, conteúdos, informações, etc., criando um espaço

livre para a turma;

- Publique trabalhos e produções. Os pais também podem colaborar postando

produções elaboradas colaborativamente;

- O professor deve acessar e comentar as produções e as interações dos alunos,

acompanhando de perto a produção dos trabalhos;

- Crie um wiki todo ano para cada turma e mantenha-o como forma de manter a

comunicação entre os alunos e os professores;

- Crie regras para a utilização de wikis. Esta ferramenta, como as demais,

também irá proporcionar a vivência destas.

- Avalie participações, contribuições e intermediações feitas pelos alunos.

Observe ainda sua criatividade ao elaborar e postar materiais, seu espírito de equipe,

respeito com o colega, etc.

4.9 Alguns exemplos de práticas educativas colaborativas

Webfólio: o portfólio da era digital

Sônia Bertocchi (26/03/2004)

Antes de falarmos de Webfólio, temos de relembrar o conceito de portfólio: porta-folha,

ou álbum usado geralmente por artistas para guardar seus esboços, ensaios e trabalhos mais

significativos.

Page 70: Educacaoadistancia.pdf

69

Em uma situação de ensino-aprendizagem, o portfólio funciona como um recurso para

registro organizado de projetos e trabalhos produzidos por alunos durante um período. Constam

dele também os instrumentos de observação e avaliação aplicados. Assim, o portfólio

proporciona uma visão geral das atividades desse aluno e demonstra o desenvolvimento de suas

competências.

Encarado dessa forma, o portfólio tem sido utilizado pelos educadores como um

excelente instrumento de avaliação. Quando bem planejado, permite ao professor visualizar o

percurso do aluno e ajustar suas intervenções; possibilita avaliar o produto e acompanhar o

processo de aprendizagem.

Com a chegada da Internet à escola, surgiu a versão eletrônica do portfólio: o

Webfólio. Ou seja, no lugar da publicação em papel, páginas publicadas na Web.

Assim, o Webfólio é um instrumento de avaliação que oferece condições para o aluno

revelar habilidades e competências que não são facilmente observáveis através de outros meios

de avaliação.

Durante o trabalho de construção de seu Webfólio, ele torna-se agente efetivo do seu

processo de aprendizagem. Para o professor, o Webfólio apresenta-se como um recurso

oferecido pela tecnologia para observação de percursos em constante revisão e avaliação.

Uma das maneiras mais simples de fazer essa publicação na Web é através de blogs.

Para saber mais sobre blogs, como e onde criar, como publicar, inserir comentários e ter uma

lista completa de FAQ´s sobre o assunto, você pode visitar os sites Interney ou The Blog. Neles

você encontrará também endereços de blogs interessantes para visitar e avaliar.

Outra maneira é participar de projetos colaborativos que oferecem a ferramenta para

registro do percurso, como a Oficina de Criação do EducaRede.

Para começar, o professor poderia criar um blog para sua disciplina ou projeto e

convidar os alunos a visitarem e participarem dele. Aproveitar esse momento e mostrar o

caminho das pedras para a publicação de blogs. Com certeza, cada aluno ou grupo vai querer

construir o seu, e o professor contará com uma boa e agradável opção para usar a Internet como

recurso pedagógico.

Bom trabalho!

Page 71: Educacaoadistancia.pdf

70

Disponível em:

http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_es

cola=53

Acesso em set. 2007

É conversando que a gente se entende

Daniela Bertocchi Seawright (28/05/2002 )

Imagine um grupo de pessoas compartilhando informações e debatendo temas de

interesse comum. E de forma assíncrona, ou seja, na hora e até mesmo no local que for mais

conveniente para cada uma. Essa comunicação bidirecional existe. E fica aqui mesmo, neste

mundo digital, neste vai-e-vem de mensagens eletrônicas entre servidores (computadores).

Refiro-me aqui aos grupos de discussão da Web, as "mailing lists" (listas de endereços

eletrônicos).

A idéia é simples e barata: uma pessoa se cadastra em uma lista de discussão

disponível na Internet, sobre Educação Infantil, por exemplo, e passa a receber, por e-mail,

mensagens de outros usuários que se interessam pelo mesmo assunto. Essa pessoa pode, por

outro lado, enviar suas opiniões, dicas, críticas e sugestões para todos os membros do grupo por

meio de um único endereço eletrônico.

Está criado um espaço virtual de intercâmbio de experiências. Começa aí, podemos

arriscar, uma forma de educação continuada a distância, a partir de uma multiplicidade de

conexões. A melhor notícia é que os profissionais da educação estão dentro deste processo.

(...).

O uso educativo dos GD nem de longe está descartado. O espanhol Victor Feliu

Jornet, especialista em educação a distância, aponta pelo menos duas atividades que podem ser

desenvolvidas entre professores e alunos.

A primeira é a comparação entre língua escrita e oral. É possível encontrar nas

mensagens eletrônicas características dessas duas modalidades, como os "emoticons",

símbolos que servem para expressar emoções tradicionalmente usadas em linguagem oral e

mesmo não-verbal.

Page 72: Educacaoadistancia.pdf

71

E a segunda diz respeito aos projetos colaborativos que podem ser desenvolvidos

entre alunos de diferentes classes, escolas e até países. Jornet considera ainda que os GD, de

um modo geral, ampliam o debate participativo entre os estudantes fora do horário da aula e

facilitam o contato individualizado entre professor e aluno.

Da mesma forma, as listas podem ser usadas por escolas para melhorar a

comunicação entre os profissionais de educação. Estão aí várias formas de estimular uma

cultura de participação na escola.

Um exemplo de lista para o(a) caro(a) leitor(a) se interessar mais: Temas Transversais

espaço promovido pela revista Nova Escola Online para o debate e a troca de informações. (...)

Disponível em:

http://www.educarede.org.br/educa/internet_e_cia/informatica.cfm?id_inf_escola=6

Acesso em set. 2007

No mundo dos blogs–

o diário virtual na escola

(26/07/2007 )

Blog é uma abreviação da palavra Weblog: Web (rede, teia) e log (registro). É um

diário virtual que pode ser educacional, familiar, pessoal e comunitário. Sua principal

característica é a facilidade de criação e publicação de novos conteúdos na Internet pelo criador

do blog e pelos visitantes, possibilitando a comunicação rápida, simples e organizada.

No âmbito educacional, o uso do blog pode potencializar processos de colaboração, o

exercício da expressão criadora, a valorização da produção com significado social, a autoria e o

protagonismo. Estimula também a leitura, a escrita e produção em outras linguagens, podendo

constituir redes sociais e de saberes.

Nesse sentido, é uma importante ferramenta que possibilita o desenvolvimento de

aprendizagens relativas à comunicação digital e à postura autoral na Internet, por meio da

publicação de conteúdos.

Page 73: Educacaoadistancia.pdf

72

PÚBLICO–ALVO

4º ano do Ciclo I, Ciclo II do Ensino Fundamental e Ensino Médio

OBJETIVOS

Exercitar a produção e troca de mensagens entre os alunos no meio virtual.

Potencializar a colaboração e o intercâmbio de idéias entre os alunos.

Conhecer e explorar os recursos das ferramentas de blogs.

Desenvolver práticas de leitura e escrita que contribuam na produção de textos e

compreensão do que se lê.

Aprender a criar blogs e ser produtor de conteúdo na Internet.

RECURSOS NECESSÁRIOS

Computadores conectados à Internet, projetor multimídia, câmera digital, escâner e

programa de edição de fotos.

PROGRAMAS UTILIZADOS

Sites de produção de blogs, processador de texto e navegador de Internet (Internet

Explorer).

FONTES DE PESQUISA

Para criar seu blog, sugerimos os seguintes sites:

http://www.blogger.com/start

http://weblogger.terra.com.br/

http://www.blogs.com.br/oqueeblog.php

Page 74: Educacaoadistancia.pdf

73

METODOLOGIA

ANTES

Conhecendo o que os alunos sabem e o que desejam saber a respeito de blogs e

dos recursos utilizados para sua elaboração

Exponha o projeto aos alunos, seus objetivos e duração. Em seguida, faça um

levantamento dos conhecimentos prévios da classe. Salve o registro dessa conversa. Peça aos

alunos que também registrem, individualmente, o que sabem sobre blogs e salvem em pasta

própria.

Sugestão de roteiro para registro

O que você sabe sobre blogs?

Quais blogs você conhece e visita?

Você costuma enviar textos para blogs?

Quando você visita um blog, seu objetivo é...

Você já criou um blog?

Você já utilizou um blog na escola? Como?

DURANTE

Conhecendo blogs e combinando algumas regras

Converse com a classe para a definição do tema do blog.

Exponha aos alunos quais programas serão utilizados no projeto, explicando o

uso do Internet Explorer e a criação de pastas nas quais cada aluno salvará seus textos.

Combinem posturas que devem ter ao publicar e comentar na Internet e

estabeleça regras de ética e de utilização do blog, formuladas juntamente com eles.

Para ampliar o repertório dos alunos, indique a leitura de textos sobre blogs e

aproveite para indicar exemplos de blogs na Internet.

Page 75: Educacaoadistancia.pdf

74

Dica

No Portal EducaRede, você encontra conteúdos que podem ajudá–lo na realização da

atividade.

No canal Ensinar com Internet, veja os textos:

“Educar para o uso responsável dos meios digitais”

“Blog: diário virtual que pode ser usado na escola”

No canal Educalinks, confira as categorias:

Blogs de Professores

Blogs de Projetos

Criando o blog

Defina com os alunos o nome do blog, o tema a ser trabalhado, a descrição e o

template (modelo da página).

Com auxílio do projetor multimídia, crie o blog com os alunos, acompanhando o

processo.

(Sugestão: http://weblogger.terra.com.br/, http://www.blogger.com/start).

Construam o texto de apresentação do blog coletivamente.

Os alunos devem se cadastrar no site que hospeda o blog da turma.

Produzindo os textos

Apresente as ferramentas de edição e publicação, divida os alunos em duplas e

oriente-os para a elaboração de um texto e de uma imagem a serem publicados no blog.

Para produzir os textos, é importante dividir os temas entre as duplas. Os alunos

digitam o texto no Word e salvam na pasta indicada anteriormente pelo professor.

As duplas devem revisar o texto produzido, preocupando–se com a norma culta

da língua.

Os alunos também devem escolher uma imagem na Internet, cuja reprodução

seja autorizada, nomeando-a, salvando no computador. Eles devem indicar crédito (o site do

Page 76: Educacaoadistancia.pdf

75

qual copiou a imagem) e legenda (uma breve descrição da foto).

Publicando os textos

Quem publica?

Esse é um blog coletivo e, geralmente, algumas ações só podem ser feitas pelo criador

do blog, no caso, o professor. São elas: publicar texto inicial, publicar mensagens, publicar

imagens. Por isso, esses materiais serão publicados pelo professor. Em alguns provedores de

blog, o “criador” pode alterar as configurações para permitir que outros usuários também

publiquem imagens e mensagens.

Para publicar o texto inicial de cada tema, peça aos alunos que enviem o material por

e-mail para o professor. Com esse material em mãos, o criador do blog deve inserir as novas

postagens (cada uma apresenta o título do subtema da dupla). Copie o texto, insira a imagem e

publique no blog.

Comentando as produções

Após publicar as primeiras mensagens no blog, peça aos alunos que comentem os

textos dos colegas. Todos os usuários podem comentar as mensagens.

Organização das mensagens

Esse é um blog coletivo e está dividido em temas. Portanto, oriente os alunos na

organização das mensagens e comentários.

DEPOIS

Sistematizando o processo

Esse projeto pode ser estendido até o professor achar que é à hora de parar ou iniciar

Page 77: Educacaoadistancia.pdf

76

outro tema. Para finalizar, proponha à classe a construção de um texto coletivo sobre o processo

de construção e uso do blog, retomando os registros iniciais para serem publicados no blog.

AVALIAÇÃO

Retomando registro inicial

A sistematização coletiva do processo de criação e uso do blog pode ser um

instrumento de avaliação do professor.

Outra estratégia possível e complementar são os alunos fazerem uma auto-avaliação,

retomando seus registros iniciais e respondendo a questão “O que aprendi com esse projeto?”

Eles podem comparar com o que já sabiam e avaliar se suas expectativas de aprendizagem

foram contempladas.

Retomando os objetivos

Depois que os alunos retomarem seus registros individuais, amplie a conversa com a

classe e socialize os ganhos que os alunos apontam as dúvidas e dificuldades no processo.

Aproveite para retomar os objetivos e problematizar se eles:

exploraram blogs;

ampliaram o repertório sobre funções e recursos dos blogs;

produziram conteúdo para publicação na Internet;

inseriram comentários nos textos e imagens dos colegas;

pesquisaram imagens na Internet;

publicaram imagens no blog;

criaram as legendas e citaram os créditos das imagens.

DESDOBRAMENTOS DA PROPOSTA

Utilizar o blog com outros objetivos educativos: relato diário de projetos

escolares, trabalhos em equipe com as diferentes áreas do conhecimento, anotações de aula,

etc.

Page 78: Educacaoadistancia.pdf

77

Lançar uma proposta de blogs individuais com temas livres. Se o blog for

individual, os alunos devem trocar o endereço entre eles (registram no caderno, no processador

de textos e inserem no recurso “Favoritos” do navegador de Internet). Em duplas, eles podem

comentar o blog um do outro.

No caso dos blogs individuais, cada aluno ou dupla será o “criador” do blog.

Com esse perfil será permitida a publicação de fotos digitais. Essa é uma boa oportunidade para

exercitar com os alunos o processo de criação e publicação de imagens digitais. Pode-se utilizar

máquina digital ou escâner.

Utilizar o fotoblog (um registro publicado na Internet com fotos colocadas

geralmente em ordem cronológica, de forma parecida com um blog). Nesse caso, explore um

site de publicação de fotos (por exemplo: http://fotolog.hyperfotos.com.br/), discutindo as

diferenças entre blogs e fotoblogs e os objetivos de cada um, e inicie a produção nessa outra

ferramenta.

O professor também pode utilizar o blog como um roteiro de aula. Ele constrói o

blog com orientações para atividades e fontes para pesquisas e os alunos registram comentários

e resultados das atividades.

DICAS

É preciso tomar muito cuidado com direitos autorais, principalmente no que se

refere às imagens pesquisadas na Internet. Combine com os alunos o uso de legendas e

créditos.

O professor deve ter uma ficha com todo o cadastro dos alunos: nome, e-mail,

nome do blog, assunto, endereço do blog. Oriente os alunos a registrarem suas senhas.

Sempre registre os nomes dos blogs utilizados e pesquisados.

Combine com eles a utilização da norma culta. Esteja sempre intermediando

esta questão (uso de maiúsculas, acentuação, pontuação, ortografia etc.).

Oriente para que os textos não sejam muito curtos (duas linhas, por exemplo) ou

muito longos, respeitando as características dessa ferramenta.

Disponível em:

http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_es

cola=639. Acesso em set. 2007

Page 79: Educacaoadistancia.pdf

78

Tecnologia ao alcance de todos

Débora Menezes, de Mangaratiba (RJ) e Joinville (SC) (setembro 2006).

Alunos de Joinville usam blog para conversar com estudantes de outras cidades.

Interação é a palavra-chave dos projetos nesse estágio

Crianças e jovens em rede trocam informações e experiências ou simplesmente

participam de conversas animadas graças ao projeto O Lugar Onde Moro, uma iniciativa do Caic

Mariano Costa, de Joinville (SC), voltado para 3ª e 4ª séries. Assim, em Cataguases, na Zona da

Mata mineira, Lorena Narciso de Oliveira, 9 anos, da 4ª série da EE Guido Marliére, descreve o

bairro onde vive e o compara com o de amiguinhos virtuais. Não só de Joinville, mas também de

Fortaleza, Marabá (PA), Charneca de Caparica e Vila do Conde (ambas em Portugal). São

alunos de escolas onde os computadores não constituem novidade e que já desenvolvem

projetos interativos, trabalhando diretamente com publicação e edição de textos e imagens

(fotos, desenhos e animações). É o que se pode chamar de estágio intermediário da utilização

de tecnologia digital no ensino.

A garotada se sente estimulada a pesquisar, ler e escrever melhor com o bate-papo e

uma farta produção de textos publicados em blogs - ferramenta do mundo virtual que permite

aos usuários colocar conteúdo na rede e interagir com outros internautas, enriquecendo os

relatos com links, fotos, ilustrações e sons. Mas só há ganhos em aprendizado se os professores

desempenharem seu papel de mediadores, isto é, se acompanham e sugerem atividades,

ajudam a solucionar dúvidas e estimulam a busca de novos conhecimentos. É o que afirma

Gládis Leal dos Santos, professora de Língua Portuguesa que coordena o laboratório de

informática do Mariano Costa. Ela é autora dos projetos que formaram a rede de escolas

interligadas. "Quando os alunos vêem que estão escrevendo para outros colegas lerem, e não

só para o professor avaliar, preocupa-se mais com a qualidade e a precisão do texto", afirma.

Para elaborar essas experiências de escrita colaborativa, Gládis utiliza recursos

gratuitos disponíveis na internet. O projeto O Lugar Onde Moro é realizado como auxílio do

Writely, editor de texto com recursos de formatação, além de inserção de imagens e tabelas.

Já a Palavra Aberta é um blog. Nele, grupos do Ensino Fundamental e do Médio

comentam vídeos, animações e reportagens que Gládis seleciona. A reflexão sobre o

Page 80: Educacaoadistancia.pdf

79

preconceito é o eixo central dessa atividade. Um dos debates recentes foi em torno de uma

charge animada. Nela, pessoas passam por uma rua indiferente à visão de uma família

miserável e, mais adiante, param para ver um jogo de futebol nas TVs de uma vitrine. "Existem

pessoas que dão importância ao futebol, mas não aos pobres", comentaram no blog as

estudantes Camila Jaini Schmidt e Morgana Floriano, ambas de 12 anos e cursando a 6ª série.

Anéis de Saturno

Os participantes dessas atividades em rede perceberam que seu alcance vai

aumentando como uma bola de neve de conhecimento. Fabrícia Ricobom, também professora

de Língua Portuguesa do Mariano Costa, transportou a idéia da Palavra Aberta para trabalhar

com classes de outra escola em Joinville, a EM Avelino Marcante, e montou o blog Mergulhando

nas Palavras, com as turmas de 5ª, 6ª e 7ª séries. "O blog é um ótimo complemento para as

aulas", atesta Fabrícia. "Os alunos percebem a função social da escrita e entendem que

escrever é comunicar."

Já a turminha de 4ª série do Guido Marliére, de Cataguases - que não tem laboratório

próprio, mas usa o da biblioteca digital do Instituto Francisca Floriano Peixoto, do outro lado da

rua -, aproveitou a inclusão no projeto O Lugar Onde Moro para realizar uma grande pesquisa de

campo sobre o entorno. Orientados pela professora Mônica Rodrigues, eles entrevistaram ex-

alunos, antigos moradores das proximidades e funcionários da prefeitura e, entre outras coisas,

descobriram a origem do nome da instituição, publicando em seguida o resultado na internet.

Mônica, que aprendeu a usar o computador há quatro anos, encontra na tecnologia um

meio de ao mesmo tempo saciar e provocar a curiosidade da meninada. Para responder à

pergunta dos estudantes sobre como são formados os anéis de Saturno, ela e a classe de 2ª

série escreveram um e-mail para o Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. O recurso das

entrevistas virtuais passou a fazer parte de projetos de pesquisa posteriores.

Fonte: Revista Nova EscolaDisponível em:

http://www.iia.com.br/educacaoampliada/Revistaescola.abril.com.br(educa%C3%A7%C3%A3o).

doc

Acesso em: set. 2007

Page 81: Educacaoadistancia.pdf

80

Pesquisa e bate-papo na Internet

Mílada Tonarelli Gonçalves

(21/10/2004)

Fórum, bate-papo, blog, comunidade virtual, busca... são tantas as opções

disponibilizadas pela Internet que, às vezes, ficamos sem saber qual e como usá-las nas aulas.

O professor Antonio Sérgio Pereira Ramos, de São Paulo, conhece todas essas

ferramentas e, diante da variedade, não escolheram uma só, mas duas. Resolveu integrar bate-

papo e pesquisa para trabalhar com os alunos da 8ª série da Escola Municipal de Ensino

Fundamental Pracinhas da FEB.

O professor de Ciências já tinha decidido pedir a eles que realizassem pesquisa na

Internet quando viu na Agenda de Bate-Papos do EducaRede um chat marcado com o

especialista em Energia Vinícius Ítalo Signorelli. Era o mesmo tema que ele iria trabalhar com os

alunos naquele semestre.

Para aproveitar a oportunidade, o professor preparou o cronograma das aulas de modo

que, até a data do bate-papo, os alunos já tivessem aprendido o conteúdo e pudessem participar

da discussão.

As atividades

O estudo sobre Energia começou na sala de aula, mas a primeira atividade foi

realizada na sala de informática. Os alunos navegaram na seção Assunto é... do portal

EducaRede e leram os materiais a respeito.

Na segunda semana, os alunos foram divididos em grupos. Cada um ficou responsável

por um subtema: calor, energia sonora, magnetismo, eletricidade e luz. Na sala de informática,

eles realizaram pesquisas na Internet a respeito do subtema de seu grupo. O professor Sérgio

teve a preocupação de, antes dessa aula, escolher os sites nos quais os alunos deveriam

realizar a busca.

É importante que o educador faça esse trabalho para poder orientar os estudantes a

navegarem em conteúdos confiáveis. No dia da atividade, os estudantes tinham 28 endereços

selecionados por Sérgio e puderam realizar um bom trabalho.

Depois das pesquisas sobre Energia, os alunos estavam preparados para o “grande

dia”. E, para que tudo corresse bem, o educador pediu-lhes que organizassem as perguntas a

serem feitas ao especialista, antes de irem para a sala de informática. Também combinou regras

Page 82: Educacaoadistancia.pdf

81

de comportamento no ambiente virtual.

O bate-papo foi agendado pela equipe do EducaRede e, por isso, contou com a

participação de um moderador, cujo papel é selecionar as perguntas que são enviadas pelos

internautas e repassá-las ao entrevistado. Se você quiser saber como foi esse chat, clique aqui.

Para usar o bate-papo, os professores não precisam esperar que ele seja agendado

pelo EducaRede. Com o trabalho planejado, basta escolher uma data, reservar uma sala para

discutir virtualmente e utilizar essa ferramenta com os alunos. No lugar do especialista, o

educador pode convidar um colega para ser entrevistado ou ele mesmo responder às questões.

Uma das vantagens é que, em uma conversa virtual os estudantes ficam mais desinibidos para

fazer os questionamentos.

Dicas para incluir o bate-papo nas aulas

Antes do bate-papo:

Faça uma motivação com a turma fora do computador;

Oriente os alunos durante as pesquisas sobre o tema;

Teste a ferramenta antes da aula para entender todos os recursos;

Combine regras de conduta durante o bate-papo;

Durante o bate-papo:

Peça aos alunos para que se identifiquem pelo nome e não por apelidos para

que você possa acompanhar a participação deles;

Oriente os estudantes no envio das perguntas ao entrevistado.

Depois do bate-papo:

Retome o tema a partir da íntegra do bate-papo disponível no Baú dessa seção

(só para os agendados pelo EducaRede);

Avalie com os alunos as dúvidas não respondidas;

Organize atividades nas quais os alunos tentem responder às dúvidas restantes;

Oriente os estudantes para que registrem mensagens no Fórum do EducaRede, de

acordo com o tema debatido.

Disponível em :

http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_es

cola=78 .

Acesso em set. 2007

Page 83: Educacaoadistancia.pdf

82

Integre wiki, vídeo e blog para alunos e professores

Fátima Cechinel

(19/09/2007)

Notícia - A professora Fátima Cechinel enviou o relato de uma experiência que muitos

professores e alunos irão achar interessante. O projeto Rolando na Minha Escola integra um

wiki, vídeo, relatos e desafios de uma maneira simples e divertida. O wiki, um espaço

colaborativo, foi criado no Wikispaces.com. Já o vídeo, foi embutido na página do projeto que

tem ainda relatos e fotos de oficinas e aulas com professores e alunos. Veja o relato enviado

através do canal Participe pela professora Fátima.

"Acho relevante e importante as oportunidades em tecnologia e educação para

trabalharmos com professores e alunos", conta Fátima. "Atuo com oficinas de inclusão digital

junto aos professores e alunos, e sempre busco montar um blog, ou trabalhar com vídeos",

relata ainda a professora.

O vídeo da oficina de inclusão digital é leve e animado. Um relato da experiência pode

ser lido rapidamente e é escrito de modo descomplicado e leve. Estão em foco também os

participantes e alunos.

Disponível em:

http://br.buscaeducacao.yahoo.com/mt/archives/2007/09/integre_wiki_va.html

Acesso em out. 2007

4.10 Conhecendo e explorando as ferramentas de aprendizagem colaborativa na internet

Blog

Page 84: Educacaoadistancia.pdf

83

Veja abaixo os sites indicados para a utilização de blogs. Existem muitos outros sites

disponíveis, porém os aqui indicados são gratuitos. É importante lembrar que para alguns deles

você terá que possuir uma conta de e-mail.

- Blog Terra

Esta opção tem o visual interessante e pode ser bem utilizado com fins educativos,

pois existe uma opção no qual há explicação sobre blogs e pode-se buscar um blog pelo mundo

ou por diversos países.

Qualquer pessoa pode utilizar o blog do Terra, pois este aceita usuários de qualquer

provedor. A inscrição é fácil e o site oferece ainda diversos templates (layout da página).

Acesse: http://blog.terra.com.br

Clique aqui para

cadastrar-se

Serviço de busca

de blogs

Clique aqui para se

informar sobre o

serviço de blog

Depois de

cadastrado é só

entrar com login

e senha

Page 85: Educacaoadistancia.pdf

84

- Blog Uol

Nesta opção também se pode fazer busca de blogs. A inscrição no blog UOL é

bastante simples e o site oferece ainda diversos templates (layout da página) além de oferecer

diversos recursos como: criar um perfil, comentários sobre as postagens, colocar lista de links

preferidos, editar mensagens, postar fotos, etc.

Acesse: http://blog.uol.com.br

- Blog Ig

Serviço de busca

de blogs

Clique aqui para

cadastrar-se

Recursos que o

Uol oferece para

o seu blog

Depois de

cadastrado é só

entrar com login

e senha

Page 86: Educacaoadistancia.pdf

85

Esta opção tem o visual simples e instrutivo e pode ser usada com fins educativos, pois

existe uma opção que oferece uma explicação sobre blogs.

Para usar o blog da Ig você terá que usar uma conta de email da Ig também. Quando

for fazer a inscrição já existe uma opção que facilita este processo, pois na mesma janela existe

um “botão” no qual você cria um e-mail ig.

O site oferece ainda diversos templates (layout da página) e outros recursos como:

moderador, contador, podcasting, agendamento, newsletter e outros.

Você ainda pode dar maior visualização para seu blog usando o recurso de “seleção

Blig”.

Acesse: http://blig.ig.com.br

Acesse: http://www.maisblog.com para usar mais recursos como templates, cursores,

relógios, calendários, etc.

Recursos que

o Ig oferece

para o seu

blog

Clique aqui para se

informar sobre o

serviço de blog

Clique

aqui

para se

cadastr

ar

Depois de cadastrado é só

entrar com login e senha

Page 87: Educacaoadistancia.pdf

86

Chat

Veja as indicações dadas para a utilização dos chats. Há dois deles que são sites onde

você pode abrir uma nova sala de bate papo gratuitamente e agendar sua conversa e existe

também a indicação de dois programas próprios para este fim.

- Brasil Chat

Neste site, para abrir sua sala de bate-papo, você terá que primeiramente se cadastrar.

O cadastro é simples e é necessário ter uma conta de e-mail. Outra opção é utilizar as salas já

abertas, mas observe o tema e se a interação é própria para fins educativos.

Acesse: http://www.brasilchat.com.br

Clique aqui para criar

sua sala de bate-papo Clique aqui iniciar seu

cadastro Salas oficiais do site

Depois de

cadastrado é

só entrar

com senha e

login

Page 88: Educacaoadistancia.pdf

87

- Sala de Aula Interativa

Este é um site bastante interessante, pois trata do assunto “interatividade” e quem o

administra é o professor Marco Silva. Possui textos, entrevistas, entre outros. Nele você também

terá que fazer um registro (com conta de email) para usar o Chat. A janela de registro é em

inglês. Nela você escolhe o idioma em que o bate-papo ocorrerá.

Acesse: http://www.saladeaulainterativa.pro.br

Figura 7

Clique em chat

Clique em

entrar no chat

Se já for

cadastrado

é só entrar com login e senha

Para se

cadastrar clique

aqui

Page 89: Educacaoadistancia.pdf

88

- Comic Chat

O Comic Chat ou Microsoft Chat é um programa desenvolvido pela Microsoft

Corporation. Para utilizá-lo, o usuário deve ter o programa cliente Comic Chat instalado em seu

computador e acessar um dos servidores existentes disponíveis em rede.

Por ser um produto Microsoft, a ferramenta segue o padrão Windows, o que facilita o

acesso ao ambiente. Os ícones são intuitivos e correspondem às funções mais utilizadas,

semelhante a um editor de textos, porém com algumas funções específicas de chat como sala,

participantes e favoritos. Na opção de salas podem-se configurar diversas propriedades, por

exemplo, criar uma sala com senha e com um número máximo de usuários.

Este ambiente tem duas opções de comunicação: modo texto e modo quadrinhos. A

segunda opção propicia um diálogo semelhante às histórias em quadrinhos, pois permite que o

usuário escolha um, entre os vários personagens disponíveis no ambiente, com diferentes

expressões faciais, assim como permite a escolha de um cenário onde o diálogo se desenvolve.

Nesse modo é possível se expressar usando alguns gestos padrões como

apontamento com as mãos sempre que é mencionada a palavra você e o ato de acenar quando

usado tchau e oi. "Os sinais de pontuação quando usados ao final de uma frase alteram a face

dos personagens. Por exemplo, vários pontos-de-exclamação seguidos (!!!!!) fazem o

personagem expressar ira. Além dos sinais de pontuação, quando são utilizados os emoticons,

as expressões faciais também são alteradas de acordo". As mensagens são enviadas dentro de

balões, semelhantes às histórias em quadrinhos, sendo que esses podem representar uma fala,

pensamento, sussurro ou ação.

Embora a opção em quadrinhos seja mais lúdica e interessante que a textual, só é

recomendável quando há poucas pessoas na sala, pois o acompanhamento da conversa se

torna difícil com muitas pessoas.

O modo texto possui as características comuns aos diversos chats: as mensagens são

enviadas seqüencialmente, as conversas podem ser de um para todos ou em particular. Porém,

dependendo do que se quer comunicar, é necessário conhecer alguns comandos, por exemplo,

"/msg Paulo Tudo bem?" resulta no envio da mensagem "Tudo bem?" em particular para Paulo.

No modo texto também é possível configurar a cor e o tipo de letra a serem usadas, fator que

ajuda a comunicação dentro de uma sala com muitas pessoas.

Page 90: Educacaoadistancia.pdf

89

Esse programa permite que as conversas sejam gravadas, tanto no modo texto quanto

no modo quadrinhos.

Disponível em:

http://www.ccuec.unicamp.br/ead/index_html?foco2=Publicacoes/78095/121137&focomenu=Publ

icacoes. Acesso em out. 2007

O Microsoft Chat é gratuito e seu download pode ser efetuado no endereço

http://www.tucows.com/preview/193891.

- The palace

THE PALACE é um Chat com interface gráfica de excelente qualidade e vários

recursos, como: Script, Multimídia e comandos.

Esta modalidade de Chat (Bate-papo) se difundiu rapidamente pelo mundo e também

no Brasil, aqui você encontrará uma lista de endereços de server's do Palace, como também um

questionário com as dúvidas mais freqüentes dos usuários iniciantes.

Existem atualmente várias modalidades de Chat; como, o NetMeeting, IRC e outros. O

IRC é na atualidade o mais difundido pela sua facilidade de criação do ambiente nos servidores

e também por ter sido um dos primeiros nesta modalidade, mas o IRC não oferece nenhuma

interface gráfica ou imagem dos seus visitantes. Estas imagens são denominadas de avatar,

sem levar em consideração que cada servidor de Palace pode ter imagens de diferentes

ambientes ou lugares, imagens estas que na sua maioria são de ótima qualidade e grande

beleza.

Page 91: Educacaoadistancia.pdf

90

Aqui você encontrará as respostas para as dúvidas mais freqüentes para quem

quer começar a utilizar o THE PALACE.

1- Onde consigo o software?

Você pode fazer um download na minha área de download ou ainda ir direto ao SITE

do THE PALACE (http://www.thepalace.com)

2 - Como me conecto?

Click no ícone do programa em seguida vá à opção FILE em seguida na opção

CONNECT e digite um dos endereços que você pode pegar na minha lista de endereços de

servidores Palace.

3 - Como entrar nas salas existentes nos Palaces?

Observe quando o cursor se transforma em mão e dê um click ou então vá à opção

OPTIONS e clique GOTO e dê um duplo click sobre a sala escolhida.

4 - Quantas salas existem no palace?

Existem mais de 20 salas, podendo ser criadas outras salas, caso o servidor preferir.

5 - O que é um avatar?

Avatar é uma imagen que você usa quando está em um chat na internet, esta figura

representa você dentro do chat.

6 - Como escolho minhas roupas e outros acessórios (prop's) no Palace?

Observe que existe um ícone de uma maleta no rodapé direito da tela, click nessa

maleta e irá se abrir no lado direito da tela várias opções de roupas e acessórios para você

escolher. Dê um duplo click sobre o prop escolhido e ele automaticamente será transferido para

o seu avatar, lembre-se que você pode usar vários itens ao mesmo tempo. Para tirar um prop

que está sobre o seu avatar basta dar um click sobre ele e arrastá-lo para a lixeira, não se

preocupe você não o perderá, pois o mesmo continua na sua maleta. Caso você deseje pegar

algum prop deixado por outra pessoa, basta clicar sobre o prop e arrastá-lo para cima do seu

avatar.

Page 92: Educacaoadistancia.pdf

91

7 - Como faço para conversar com as outras pessoas?

Escreva a mensagem e dê um ENTER, sua mensagem irá aparecer em forma de balão

como nos gibis (quadrinhos).

8 - Como faço aparecer pensamento para minha mensagem?

O balão em forma de pensamento é feito usando dois pontos (:), antes da sua

mensagem. Exemplo: hoje tem muita gente !!!!

9 - Como deixo uma mensagem fixa até que escreva outra mensagem?

Na mesma filosofia do item 8, digite o acento circunflexo (^), antes da sua mensagem.

Exemplo ^Estou no telefone!!!!

10- Para a frase aparecer no canto esquerdo superior da tela, como faço?

Digite o símbolo arroba (@) antes da sua mensagem. Exemplo: @Tchau pessoal!!!!

11- Como posso ver os nomes das pessoas que estão no palace?

Use a tecla F3 ou simplesmente click sobre a lixeira, que está localizada no canto

inferior direito da sua tela.

12- Como sei quantas pessoas estão no Palace naquele momento?

Observe que na parte inferior direita da sua tela existe uma numeração separada por

uma barra, o primeiro valor indica a quantidade de pessoas que estão na sala com você e o

segundo valor indica a quantidade total de pessoas que se encontram no palace neste momento.

13- Como emito sons no palace?

Digite ")" antes de um dos nomes de sons que existe no palace. Exemplo: )kiss

Outros sons existentes : - amen, belch, boom, crunch, debut, fazien, guffaw, kiss, no,

ow, pop, teehee, weti, wind e yes.

Disponível em:

http://www.nlink.com.br/~harlanfr/palace.htm

Acesso em out. 2007

- Breeze

Page 93: Educacaoadistancia.pdf

92

O Breeze fornece um sistema de comunicação pela web que permite aos usuários

promover reuniões em tempo real, aulas e seminários, assim como disponibilizar apresentações

sob demanda e cursos de e-learning.

Acesse: http://www.classroom.com.br/breeze/index.php

Você pode optar por usar um sistema de Messenger

- Yahoo! Messenger

Seu ponto forte realmente é a conferência de voz, inexistentes em outros

grandes mensageiros. Em uma janela de bate-papo em que é possível conversar por

mensagens de texto também. Ele possui muitos plugins interessantes e você pode personalizá-lo

do modo que quiser.

Quem quer apenas teclar, pode usar emoticons animados, mandar mensagens

animadas com som, semelhantes aos winks do MSN, compartilhar fotos e consultar o histórico

de mensagens das pessoas com quem conversou.

Acesse: http://br.messenger.yahoo.com/webmessengerpromo.php

- MSN Messenger

É hoje o programa de bate-papo instantâneo mais popular da Internet. Ele

permite conversar em tempo real com seus amigos, familiares e colegas. Com ele você pode

ainda, através de uma webcam, transmitir sua imagem, mostrando seu rosto para as pessoas

com quem você conversa. Se essa pessoa também possuir uma webcam será possível vê-la e

mantiver conversas com imagem e som! Com um microfone e caixas de som, a experiência

também fica próxima do real, possibilitando uma interação parecida com uma conversa por

telefone.

Page 94: Educacaoadistancia.pdf

93

Acesse: http://get.live.com/messenger/overview

Fórum

Nesta lista de indicação existem opções nas quais você pode montar um fórum e outras

para se montar um grupo ou participar de um já existente. Experimente as diversas opções e

escolha qual é a melhor para suas aulas.

- Fórum Now

Para iniciar a construção de um fórum você deve ter uma conta de e-mail. O

cadastro neste site é bastante simples e gratuito. Você também pode ter acesso a outros fóruns

e ficar por dentro do assunto, pois o próprio site traz informações sobre os fóruns. Há ainda uma

opção de busca de fóruns.

Acesse: http://www.forumnow.com.br

- Meu Grupo

Você pode

administrar e

entrar no fórum

em que está

cadastrado

Clique aqui

para se cadastrar

Page 95: Educacaoadistancia.pdf

94

Neste site você também deve ter uma conta de email. O cadastro neste site

também é bastante simples e gratuito. Você também pode ter acesso a outros grupos e ainda

buscar por grupos.

Acesse: http://www.meugrupo.com.br

- Quero um Fórum

É um site gratuito onde o cadastro é fácil (é necessário ter endereço de

e-mail) e oferece várias vantagens, tais como: suporte técnico, oferecido pelo próprio site; não

tem limite de espaço; pode ser usado em três línguas (português, inglês e espanhol); entre

outras.

Depois de

cadastrado é

só entrar com

email e senha

Cadastre-se

Procure um

grupo

Depois de

cadastrado

crie um

grupo

Page 96: Educacaoadistancia.pdf

95

Figura 11

Acesse: http://www.queroumforum.com/web/index.php

Pode optar por usar o sistema de Grupos do Yahoo! e do Google.

- Yahoo Grupos

Funciona como os outros sistemas de grupos, mas você deve ter um e-mail do Yahoo.

Sistema de busca

de fóruns

Para administrar

o fórum depois

de cadastrado.

Para criar um fórum

Cadastro para novo usuário

Page 97: Educacaoadistancia.pdf

96

Acesse: http://br.groups.yahoo.com

- Google Grupos

Também funciona como os outros sistemas de grupos, mas você deve ter um e-mail do

Google (Gmail).

Acesse: http://groups.google.com.br

Wiki

Abaixo está a lista de indicação de wikis. Você também precisará ter conta de e-mail

para se cadastrar nos wikis. Os sites estão disponíveis em inglês, porém é fácil o seu uso. Siga

as orientações e escolha a melhor opção.

- Pb wiki

Este wiki é gratuito para uso educativo e ainda dá idéias, exemplos e dicas

pedagógicas (em inglês).

Cadastro para

novo usuário

Page 98: Educacaoadistancia.pdf

97

Acesse: http://pbwiki.com/business.wiki

- Wiki spaces

Neste site para criar uma wiki pública o serviço é gratuito (é necessário ter um

endereço de email). Também dá auxílio e dicas pedagógicas do uso de wikis (em inglês).

Escolha o

modo

Educação

Depois de

cadastrado use o

login

Clique aqui para se

cadastrar

Depois de

cadastrado é

só clicar aqui

Clique aqui

para se

cadastrar

Page 99: Educacaoadistancia.pdf

98

Acesse: http://www.wikispaces.com

- Zoho

Neste é gratuito criar uma wiki, de forma bem simples. É necessário ter um

endereço de e-mail.

Acesse: http://wiki.zoho.com/jsp/wikilogin.jsp?serviceurl=%2Fregister.do

Alguns sites interessantes

Escola 2000

Agende um Chat:

http://www.escola2000.org.br/interaja/reuniao/reuniao_agende.aspx

Participe dos Fóruns: http://www.escola2000.org.br/interaja/forum/forum.aspx

Revista Nova Escola

Participe dos Fóruns: http://din.abril.com.br/novaescola/forum/forum_index.asp

Clique aqui para

se cadastrar

Depois de

cadastrado é só

clicar aqui Clique aqui para se

cadastrar

Page 100: Educacaoadistancia.pdf

99

Educacional

Participe dos Fóruns e Chats: http://www.educacional.com.br/comunicacao

Educa Rede

Agende um Chat:

http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=batepapo.ds_home&id_comunidade=0

Participe dos Fóruns:

http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=forum.ds_forum&id_comunidade=0

Revista Veja

Participe dos Fóruns: http:// www.vejaonline.abril.com.br

Blogs que tratam de Educação e Tecnologias

Educação Digital: http://educacao-digital.blogspot.com

Blogosfera Marli: http://blogosferamarli.blogspot.com

Blog da Professora Andréa: http://professoraandrea.blogspot.com

Adoro Física: http://www.adorofisica.com.br

Trocando Letras: http://www.trocandoletras.blogspot.com

Internet e Web na Educação: http://www.internetnaeducacao.blogspot.com

Outros sites citados

Escola 2000

Agende um Chat:

<http://www.escola2000.org.br/interaja/reuniao/reuniao_agende.aspx>

Participe dos Fóruns: <http://www.escola2000.org.br/interaja/forum/forum.aspx>

Revista Nova Escola

Participe dos Fóruns: <http://din.abril.com.br/novaescola/forum/forum_index.asp>

Page 101: Educacaoadistancia.pdf

100

Educacional

Participe dos Fóruns e Chats: <http://www.educacional.com.br/comunicacao>

Educa Rede

Agende um Chat:

<http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=batepapo.ds_home&id_comunidade=0>

Participe dos Fóruns:

<http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=forum.ds_forum&id_comunidade=0

>

Revista Veja

Participe dos Fóruns: <http:// www.vejaonline.abril.com.br>

Blogs que tratam de Educação e Tecnologias

Educação Digital: <http://educacao-digital.blogspot.com>

Blogosfera Marli: <http://blogosferamarli.blogspot.com>

Blog da Professora Andréa: <http://professoraandrea.blogspot.com>

Adoro Física: <http://www.adorofisica.com.br>

Trocando Letras:<http://www.trocandoletras.blogspot.com>

Internet e Web na Educação:<http://www.internetnaeducacao.blogspot.com>

Mais Blog: <http://www.maisblog.com>

É possível imaginar aprendizagem sem professor? Há quem questione que isso seja

possível de acontecer, outros garantem que sim, que a aprendizagem ocorre em diferentes

ambientes e se utilizando diferentes ferramentas, sem necessariamente a presença de um

professor. Quebram-se paradigmas e procura-se romper com a linearidade do ensino tradicional.

Para aprender algo sem professor, podemos utilizar vários meios e recursos. Desse

modo, num curso de Educação a Distância, no qual o professor está distante geograficamente

do aluno, é possível também estudar e aprender. E podemos estudar na escola, na biblioteca,

Page 102: Educacaoadistancia.pdf

101

em casa ou no local de trabalho. Prova-se então que a aprendizagem não depende da presença

de um professor, não que ele não seja necessário, mas pode encontrar-se geograficamente

distante, se fazendo presente por meio de tecnologias, como espaço virtual ou

videoconferências.

A Educação a Distância apresenta certas características, entre as mais significativas

podemos destacar a ausência física do professor durante o processo de aprendizagem. O aluno

estuda de acordo com seu próprio ritmo de aprendizagem, no local e horário que lhe são mais

convenientes, também devemos destacar a simultaneidade entre o estudo e o trabalho. O estudo

autônomo, o atendimento ao aluno que está distante da instituição de ensino, utilização

sistemática de meios e recursos tecnológicos de comunicação, apoio de uma organização de

caráter tutorial e comunicação bidirecional.

Uma das características fundamentais da Educação a Distância é o fato de o aluno

adulto poder autogerir seus estudos sem a presença física do professor, o que lhe proporciona

capacidades e habilidades que deverão ser desenvolvidas no decorrer do curso, como a

autonomia.

A Educação a Distância iniciou suas experiências de formação educacional, com o uso

de material impresso, enviado pelo correio. Posteriormente, utilizou-se de multimeios, como a

TV, o rádio, a telefonia e fitas de áudio e vídeo. Mais recentemente agregou os recursos da

informática e das telecomunicações.

Enquanto modalidade educacional ofereceu, desde cursos rápidos de atualização ou

aperfeiçoamento, até cursos superiores de graduação e, mesmo de pós-graduação, atendendo

geralmente alunos adultos, público alvo principal da Educação a Distância. Pode-se dizer que as

grandes empresas estão optando por aperfeiçoamento via internet, ou seja, à distância.

A Educação a Distância teve muitos projetos voltados à formação profissional,

atendendo, em sua maioria, alunos adultos, consolidando-a como modalidade educacional capaz

de responder aos desafios da educação contemporânea.

Nesta modalidade de ensino o professor da disciplina tem o papel de gestor do

conhecimento, com relação ao professor tutor, é fundamental compreender o seu papel de

mediador, pois estará indicando caminhos para a aprendizagem.

Na Educação a Distância, os alunos geralmente são adultos e afastados das salas de

aula por um grande período, e sabemos que o adulto de hoje precisa estar preparado para

Page 103: Educacaoadistancia.pdf

102

situações que exigem constante renovação, precisando continuar a aprender por todo a sua vida

e aprender bem. Isso motivou o aumento do número de adultos buscando cursos, com a

expectativa de mudar para melhor, e a Educação a Distância mostrou-se uma modalidade

educativa apropriada para adultos. A de se ressaltar aqui a preocupação com a crescente

demanda e oferta de cursos via Educação a Distância, faz-se necessário que um fator primordial

seja analisado constantemente: a qualidade dos cursos ofertados, pois devido à demanda,

muitas são as instituições que oferecem esses cursos e a qualidade fica muito distante do

mínimo exigido pelo mercado.

O aluno adulto enfrenta dificuldades quando retoma seus estudos, inclusive por ter

pouco tempo livre para estudar. Por outro lado, tem ampla experiência de vida e profissional, o

qual lhe possibilita uma aprendizagem mais significativa, permitindo uma maior aproximação

entre a teoria e a prática.

Na Educação a Distância, as aulas presenciais foram substituídas pelo material auto-

instrucional (cadernos pedagógicos, fitas de vídeo), permitindo ao aluno determinar horários e

locais para realizar seu estudo autônomo. Isso requer do aluno capacidade de organização,

determinar objetivos claros do que realmente quer e que técnica de estudo melhor se adéqua a

sua condição de estudante.

É possível adquirir habilidades de estudar sozinho. Adquire-se essa habilidade

planejando suas atividades, desenvolvendo o hábito de leitura, escolhendo o ambiente de

estudo, buscando interação junto ao tutor e participando dos encontros presenciais com os

professores das disciplinas.

De modo geral, a Educação a Distância utiliza textos didáticos e científicos, a técnica

para estudar esses textos divide-se em etapas que vão desde a pré-leitura, passando pela

primeira leitura, para inteirar-se do assunto, fazendo uma segunda mais cuidadosa. Destacando

as partes mais importantes e chegando a síntese, identificando as idéias principais e fazendo

seu próprio resumo, com isso o aluno que ficou distante da sala de aula por muito tempo

consegue desenvolver suas estratégias de estudo, geralmente obtendo êxito nas atividades.

A utilização de tecnologias em processos educativos tem como objetivo, desde tornar

uma aula mais atraente e motivar os alunos, como usos de vídeo e aparelhos de som, por

exemplo, até atingir um grande contingente populacional. Para cumprir essa última tarefa,

necessitamos de tecnologias de informação e comunicação.

Page 104: Educacaoadistancia.pdf

103

As tecnologias da informação e da comunicação são nossas conhecidas do dia-a-dia,

algumas mais como a TV, o rádio, e outras menos, como por exemplo, o ambiente virtual. A

Educação a Distância é difundida no mundo todo e se serve de todas as tecnologias já

desenvolvidas em prol da educação.

A Educação a Distância sempre incorporou as tecnologias da informação e da

comunicação na medida em que foram sendo desenvolvidas. Do texto impresso a

videoconferência, a Educação a Distância passou a utilizar todos os meios de comunicação que

já foram inventados, os quais possibilitam a troca eficiente de informação, a comunicação

multidirecional e a crescente interatividade entre alunos, corpo docente, tutoria e administração

do curso.

Atualmente, o computador e a internet estão contribuindo para aumentar as

possibilidades comunicativas entre estudantes, professores e tutores, com o uso do correio

eletrônico, dos fóruns e das listas de discussão, dos ambientes virtuais de aprendizagem e

outros.

Fala-se em inclusão digital, em utilizar tecnologias como ferramentas de aprendizagem

na Educação a Distância, mas é preocupante o fato de que as tecnologias são vistas só como

ferramentas ou como um fim em si mesmo, fazendo com que sejam deixadas de lado e que

prevaleça o material impresso somente.

A Educação a Distância encontra-se em franca expansão no Brasil e mundo, essa

expansão deve-se, por um lado, ao crescente papel que as novas tecnologias da informação e

da comunicação vêm desempenhando junto à educação e, por outro, a crescente demanda por

um trabalhador com formação diferenciada. Esse trabalhador precisa desenvolver a capacidade

de aprender novas funções, para acompanhar o ritmo das mudanças que vem ocorrendo no

mundo do trabalho. O sistema educacional vem sendo desafiado a formar esse trabalhador,

capacitando-o e fornecendo possibilidade de aperfeiçoamento permanente. Como resposta a tal

desafio, a Educação a Distância tem se revelado como modalidade educativa consistente e

eficiente. Isso decorre de suas características básicas de atender ao contingente de

trabalhadores adultos que não podem freqüentar cursos presenciais ou se encontram

geograficamente distanciados dos centros fornecedores de educação ou, ainda, que prefiram

estudar com metodologia diferenciada da convencional.

Page 105: Educacaoadistancia.pdf

104

Para cumprir sua tarefa, a Educação a Distância desenvolve sistemas de tutoria

responsáveis pela produção, acompanhamento e avaliação de programas, bem como

acompanhamento direto dos estudantes, baseando sua estrutura em meios de comunicação

eficientes e utilizando toda a tecnologia disponível.

Com mais de dois séculos de tradição, essa modalidade de educação atinge,

atualmente, a formação superior, despontando como promessa de levar a educação a um

número maior de pessoas.

Page 106: Educacaoadistancia.pdf

105

Internet - A internacional "rede das

redes" de computadores que possibilita a

comunicação global entre milhões de

usuários. Recentemente, a Internet, e

especialmente a WWW ou World-Wide-

Web virou o meio de EAD de maior

crescimento.

5 DOCÊNCIA, DISCÊNCIA E TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

É necessário refletirmos acerca da função e do perfil do educador na Educação a

Distância, bem como o ator desse novo processo de ensino e aprendizagem. O aluno, que na

Educação a Distância é chamado a desempenhar um novo papel, sendo ator de sua própria

trajetória de ensino, onde é amparado pela figura do tutor, elemento mediador do processo.

5.1 Docência: o perfil do educador

A formação a distância supre as

mesmas necessidades que a formação

presencial? Como selecionar a informação na internet? O que é preciso incluir na sala de aula

informatizada e o que é preciso manter da escola tradicional para que ambas trabalhem

embasadas em parâmetros de qualidade e não quantidade? De que maneira o papel do

professor vai transformando-se com a inclusão da escola na cibercultura?

O professor deve repensar a sala de aula e sua própria função como um espaço que

não seja fechado e isolado do mundo. Desta forma pode destacar que na figura do professor

foram agregadas novas habilidades e competências, e podemos dizer também que o professor

não perdeu seu espaço, apenas esse espaço redimensionou-se e ampliou-se, e com o advento

da tecnologia, tomou novas proporções e significações.

De acordo com dados do Ministério da Educação (2000, p.12) é engano considerar que

programas a distância podem dispensar o trabalho e a mediação do professor. Nos cursos de

graduação à distância, os professores vêem suas funções se expandirem. Essa expansão se dá

pelo fato de serem também produtores quando elaboram suas propostas de cursos; conselheiros

quando acompanham os alunos; parceiros, quando constroem com os especialistas em

tecnologia, abordagens inovadoras de aprendizagem. Portanto, são muito mais que simples

tutores como tradicional e de forma reduzida os professores-orientadores que atuam a distância

vem sendo denominados.

O professor passa a desempenhar um novo papel na Educação a Distância, vê o

redimensionamento de sua função. Não é mais o centralizador do saber, mas sim

descentralizador, ou seja, delega poderes e competência a quem está a sua volta e assume

Page 107: Educacaoadistancia.pdf

106

também a coordenação de um novo projeto, mais dinâmico e ousado. Onde o espaço de sala de

aula é ampliado, tendo o mundo e a tecnologia como janela e ferramenta.

Pelo fato de não estar presencialmente em sala de aula, deve preocupar-se com a

forma que seu conhecimento e sua disciplina chegarão até seus alunos. Que pode ser através

de material impresso, audiovisual, telefone, e-mail, ou outra tecnologia adotada pela

universidade. Para isso é primordial que a linguagem utilizada seja acessível a quem destinada,

pois o aluno a distância apresenta características distintas, e muitas vezes é aquela pessoa que

se encontra fora da sala de aula há muito tempo.

Para Alava (2002, p.7) a expansão dos sites de formação na internet e o crescimento

dos campos numéricos na tela estimulam-nos a diversificação das práticas escolares. Nesse

novo redimensionar da educação e facilidade de acesso aos meios de comunicação, é pertinente

dizermos que o professor com certeza também deverá estar aberto a novas práticas educativas.

Ainda, para Alava (2002, p.8) o ciberespaço é um vetor de abertura das formações e

de valorização das formas autônomas de aprendizagem. Será o fim do professor? Na sua

estrutura atual, detentor do saber, sim. Com certeza esse perfil passará por transformações

radicais, onde deverá adotar a postura de um agente coletivo, em contínua formação, por isso a

importância de vivermos em rede, conectados.

Na visão de Alava (2002, p.9):

Em uma situação de formação presencial se observa um conjunto de condutas, onde

o professor é ao mesmo tempo o produtor de seu curso, o responsável pela

midiatização do conteúdo e mediador da situação. Às vezes, em situações

midiatizadas, ao contrário, as posições do professor são distribuídas entre pessoas

complementares. Nesse caso, ele participa das primeiras fases das práticas

midiáticas, e é desincumbido da engenharia pedagógica e da animação da situação

de aprendizagem. Ele é idealizador do curso e às vezes autor, mas não acompanha

a animação do curso, os fóruns ou as sessões de correção. Essa virtualização das

posições do professor produz não só um questionamento sobre seu estatuto, mas

também nos esclarece sobre distribuições diferentes da mesma função de ensino.

A inovação da prática pedagógica na Educação a Distância supõe uma renovação

pedagógica, uma divisão no trabalho docente, e reflexão acerca das práticas, concepções e

mecanismos de ensino e aprendizagem e paradigmas educacionais.

Para Belloni (2001, p.8), como resultado desta divisão de trabalho, as funções

docentes vão separar-se e fazer parte de um processo de planejamento e execução dividido no

Page 108: Educacaoadistancia.pdf

107

tempo e no espaço onde as atividades de selecionar, organizar e transmitir o conhecimento. Os

quais acontecem nas aulas presenciais corresponde na Educação a Distância à preparação e

autoria de unidades curriculares, de textos que constituem a base dos materiais pedagógicos

realizados em diferentes suportes. A função de orientação do processo de aprendizagem passa

a ser exercida não mais em contatos pessoais e coletivos de sala de aula ou atendimento

individual, mas em atividades de tutoria à distância, em geral individualizada, mediatizada

através de diversos meios acessíveis.

O ato de ensinar é um ato coletivo e comunicativo. Os processos de ensino e

aprendizagem são dois processos de interação em situação mediadora. Na verdade, não se

ensina no absoluto, assim como não se aprende sem um espaço e uma base de informação. Até

porque aprender é um ato intrínseco, você aprende quando se sente motivado para algo e se

ensina quando a condição para esse fato esteja estabelecida.

Para Alava (2002, p.11) o professor terá que aprender a comunicar-se com as

“máquinas”, ou seja, o computador. Essa fase de recontextualização das habilidades

comunicativas geralmente é difícil, requer instrumentalização. O ciberespaço afeta o modo de

comunicação dos atores, abre possibilidades, mas também impõe uma dinâmica e

especificidades comunicativas que devem ser senão dominadas, pelo menos de conhecimento

do professor.

A questão da transformação ou redimensionamento do ofício do professor é colocada,

então, tanto pela introdução das mídias e das tecnologias, quanto pela diversificação das

situações de formação e pelo momento que a sociedade se encontra, com certeza não é mais

possível ser professor como há certo tempo atrás. Para alguns profissionais, esse novo

momento representa sinal de perigo, para outros, sinal de abertura das equipes pedagógicas e

de uma diversificação das modalidades de acesso aos saberes.

Sabemos que a pedagogia da transmissão prevalece também na universidade e nos

cursos à distância, fato este constatado e explicado por dois motivos: 1º, o professor sente-se o

todo poderoso, o centro do processo de ensino e aprendizagem, centralizador de conteúdos,

conhecimento e conceitos, e não existe a interação com o aluno. Detalhe este que requer

especial atenção na elaboração do material pedagógico, para que o mesmo não se torne apenas

um veículo de transmissão. Quando na verdade deveria ser este o elemento capaz de fazer com

que o aluno obtivesse uma visão mais crítica acerca dos fatos que o cerca.

Os conteúdos estão distantes da realidade e devem ser decorados e cobrados em

provas, infelizmente este fato é comprovado diariamente, não só no ensino fundamental, mas

também na universidade. Ainda vivemos a cultura da nota, e nada melhor para isentar a

Page 109: Educacaoadistancia.pdf

108

responsabilidade do professor do que um instrumento chamado prova afinal o que prova uma

prova? O 2º motivo a oferta atual de informação e conhecimento é cada vez maior e melhor fora

da escola, graças aos novos recursos tecnológicos, em especial a internet e a multimídia

interativa.

Percebemos então a dicotomia existente entre o modelo tradicional de ensino e os

recursos informacionais disponíveis no cotidiano dos alunos. O professor da Educação a

Distância nesse processo faz a diferença acontecer, porque passa a interagir com os alunos de

forma diferenciada, age entre o saber e o fazer. Passa a existir uma mudança de paradigmas, do

paradigma instrucionista, aquele onde o conhecimento é passado para o aluno, para o

paradigma construcionista, aquele que dá ênfase na aprendizagem e não no ensino. O aluno

constrói seu conhecimento. Mas se faz necessária atenção especial, porque mesmo nesse

processo corre-se o risco de instruir o aluno, dando “dicas” de como fazer, tornando-o

dependente no processo, o que na Educação a Distância preconiza-se que o aluno seja o

próprio elemento construtor de seu conhecimento.

Nessa mudança de paradigmas, de instrucional para construtivista, a figura central

passa a ser a do aluno e a palavra chave é aprender a aprender, onde o professor do ensino a

distância tem a missão de conduzir esse processo. Seja através da linguagem acessível

oferecida pelo material impresso ou das facilidades tecnológicas disponibilizadas.

Para Belloni (2001, p.10) todo o processo é sintetizado com a fórmula ensinar a

aprender. As conseqüências desta nova lógica com relação ao papel do professor são facilmente

identificáveis: de um lado, as múltiplas facetas deste papel, desempenhadas no ensino

presencial por uma pessoa próxima do aprendente, que se separam em funções diferentes mais

ou menos afastadas do aluno. E, por outro lado, a perda da posição central do professor e de

seu estatuto de mestre e sua nova posição de parceiro, de prestador de serviço, recurso ao qual

o aluno recorre quando sente necessidade, ou conceptor, realizador de materiais. Este novo

professor atuará diante de um novo tipo de estudante, mais autônomo, e mais próximo do

usuário/cliente, que do aluno protegido e orientado do ensino convencional.

Para Martin Barbero (2000) citado por Silva (2003, p.12, Revista Pátio) os professores

só sabem raciocinar transmissão linear, separando emissão e recepção. É preciso reinventar a

comunicação na Educação a Distância, o professor precisa dialogar em rede, abrir espaços,

como se estivesse trabalhando em um hipertexto, onde as idéias se complementam se

acrescentam e realmente o aluno aprende a aprender.

Page 110: Educacaoadistancia.pdf

109

Silva (2003, Revista Pátio, p.13) faz uma severa crítica aos modelos de ensino

apresentados até o momento e também ao modelo de Educação a Distância que se encontra no

mercado, quando diz que:

Realmente, a obsolescência do modelo tradicional de ensino escolar vem agravando-

se na cibercultura. Na sala de aula presencial do ensino básico e da universidade,

prevalece à centralidade do mestre, responsável pela produção e pela transmissão

do conhecimento. Na Educação a Distância via internet, os sites educacionais, os

ambientes virtuais de aprendizagem continuam estáticos, ainda centrados na

transmissão de dados, desprovidos de mecanismos de participação, de criação

coletiva, de aprendizagem construída. Ou seja, também na educação on-line o

paradigma permanece o mesmo do ensino presencial tradicional: o professor-tutor-

conteudista é o responsável pela produção e pela transmissão do conhecimento. As

pessoas permanecem como recipientes de informação. A educação continua a ser

mesmo na tela do computador conectado a internet, repetição burocrática ou

transmissão unidirecional de conteúdos empacotados.

Realmente, na Educação a Distância é bem comum incorrer neste erro, pois o

professor-tutor tem em sua formação esta base de professor repassador de conteúdos.

Na Educação a Distância, considerando a sala de aula virtual, Palloff e Pratt (2003,

REVISTA PÁTIO, p.23) destacam que:

Ensinar no ciberespaço envolve muito mais do que simplesmente utilizar os velhos

modelos pedagógicos em outro meio. A sala de aula eletrônica é um meio de ensino

e aprendizagem potencialmente poderoso em que novas práticas e novos

relacionamentos podem gerar contribuições significativas a aprendizagem.

Diferentemente da sala de aula convencional, na Educação a Distância é preciso dar

atenção ao desenvolvimento de um sentido de comunicação entre os participantes

para que o processo de aprendizagem seja bem-sucedido. Nesse meio, os

instrutores precisam ser flexíveis e capazes de jogar fora suas ordens do dia e sua

necessidade de controle a fim de ajustar o processo para todos que dele participam.

Isto significa que a discussão pode tomar um rumo com o qual o instrutor precisa

orientar essa discussão em outra direção, talvez fazendo uma pergunta aberta que

permita aos aprendizes examinar a interação.

É nesse momento que o professor da Educação a Distância precisa quebrar os velhos

paradigmas da educação tradicional. Não que a educação tradicional seja descartada, até

porque se analisarmos os contextos em que se deu ênfase a esse modelo de educação, para a

Page 111: Educacaoadistancia.pdf

110

época serviu, só que hoje, nos modelos atuais de sociedade, muita coisa precisa ser mudada. E

a figura do professor também passa por essa ressignificação. E que ressignificação é essa? Que

qualidades e atributos um professor precisa ter para ser bem-sucedido?

Palloff e Pratt (2003) citando Collins e Berge (1996) categorizam as diversas tarefas e

papéis necessários ao professor on-line, que se evidenciam em quatro áreas gerais: pedagógica,

social, gerencial e técnica.

A função e a tarefa pedagógica estão relacionadas ao educacional. A função e a tarefa

social estão atreladas a questão da promoção de um ambiente social amistoso essencial à

aprendizagem. Já a função gerencial envolve a estipulação do curso, definição de objetivos, de

regras e de normas para a tomada de definições. E a função técnica está diretamente

relacionada à tecnologia. Quer dizer, os professores precisam ser competentes com a tecnologia

para facilitar o curso.

Novas habilidades são necessárias ao professor nesse modelo de educação, e Belloni

(2001, p.83) destaca pontos cruciais para a função de professor, que de acordo com a autora é

necessário que o professor seja:

Formador, aquele que orienta o estudo e a aprendizagem. É a

função pedagógica destacada por Palloff e Pratt anteriormente;

Conceptor e realizador de cursos e materiais, ou seja, é a

função gerencial de Palloff e Pratt;

Professor pesquisador estar constantemente se atualizando com

teorias e metodologias de ensino e aprendizagem;

Professor tutor, no sentido de orientação aos alunos;

Professor tecnólogo educacional é o responsável pela

organização pedagógica dos conteúdos e por sua adequação aos suportes

técnicos a serem utilizados na produção do material, é a função técnica defendida

por Palloff e Pratt;

Professor recurso, espécie de suporte, ou “balcão de respostas”

a dúvidas pontuais dos alunos;

Professor monitor, sua função se relaciona menos com o

conhecimento dos conteúdos e mais com sua capacidade de liderança.

Na Educação a Distância, o professor tem, portanto, o papel de gestor de

conhecimentos. É sua atribuição manter-se atualizado de modo a produzir estudos e pesquisas

em sua área de conhecimento. Além disso, cabe ao professor e ao tutor avaliar

Page 112: Educacaoadistancia.pdf

111

permanentemente os materiais pedagógicos, para que mantenham os padrões de qualidade do

curso.

Para Belloni (2001, p.85):

Para fazer frente a esta nova situação, o professor terá necessidade muito

acentuada de atualização constante, tanto em sua disciplina específica, quanto em

relação às metodologias de ensino e novas tecnologias. A redefinição do papel do

professor é crucial para o sucesso dos processos educacionais presenciais ou à

distância. Sua atuação tenderá a passar do monólogo sábio de sala de aula para o

diálogo dinâmico dos laboratórios, salas de meios, e-mail, telefone e outros meios de

interação mediatizada: do monopólio do saber a construção coletiva do

conhecimento, através da pesquisa; do isolamento individual aos trabalhos em

equipe interdisciplinares e complexos; da autoridade a parceria no processo de

educação para a cidadania.

Sabemos que o professor da Educação a Distância precisa desempenhar várias

funções e nos perguntamos: o professor está apto a desempenhar essas novas funções?

Sabemos que falta muito ainda para que o professor da Educação a Distância esteja

pronto para atuar neste cenário, até porque os modelos existentes de Educação a Distância

estão constantemente se aperfeiçoando, e atendem clientelas distintas. Então podemos dizer

que se faz necessário uma formação continuada, embasada nas inovações tecnológicas e suas

conseqüências pedagógicas, que desenvolvam habilidades essências para ser educador à

distância, entre elas pontuamos as seguintes:

Entender a natureza e a filosofia da educação à distância;

Identificar e desenvolver cursos interativos para satisfazer cada

nova tecnologia;

Adaptar as estratégias de ensino para transmitir instruções à

distância;

Organizar recursos instrucionais de uma forma satisfatória ao

ensino a distância;

Treinar e praticar o uso de sistemas de telecomunicações;

Ficar envolvido na organização, planejamento colaborativo e

decisões;

Page 113: Educacaoadistancia.pdf

112

Avaliar realizações, atitudes e percepções dos alunos à

distância;

Trabalhar com questões de direitos autorais.

Ou seja, estar praticando as quatro categorias destacadas por Palloff e Pratt que se

sintetizam em pedagógica, social, gerencial e técnica.

5.2 O ator do processo: o discente

Pensar em educação hoje implica rever conceitos pré-elaborados a respeito do que

seja educação, seja nos moldes tradicionais ou mais recentes. Implica também repensar o

currículo, ressignificar e repensar na práxis o componente “o que é aprender” e o “que é

ensinar”. Em que pressupostos a avaliação está embasada e para quem é dirigida: para os

alunos ou para o corpo docente, servindo como instrumento de verificação e análise do atual

sistema de ensino e a que realmente se destina à avaliação dentro do contexto educacional.

Pensar em educação e na formação do futuro acadêmico hoje implica também analisar

em que contexto a escola está inserida? Qual clientela está atendendo? Quais objetivos e

anseios esta população está almejando? E se realmente o profissional da educação está

preparado para atender a demanda e as necessidades desta clientela?

Pois, em várias situações diferentes, movidos pelo desejo de aprender ou por

alternativa proposta pelas instituições de ensino, cada vez mais alunos utilizam cursos não

presenciais como alternativa de ensino. Esses cursos combinam recursos educacionais

tradicionais com modernos meios de telecomunicação, oportunizando acesso quase imediato a

uma grande massa da população.

Os alunos que freqüentam Educação a Distância trazem na bagagem pessoal uma

diversidade de culturas que refletem suas origens, conhecimentos adquiridos na história de vida,

formação acadêmica e fatores inerentes ao ser humano. Essa diversidade impossibilita a adoção

de fórmulas para elaboração e aplicação de cursos, que possam ser aplicadas a todos os casos.

À medida que aumenta a demanda por Educação a Distância cresce a necessidade de

diversificação e personalização, segundo Lévy (1999, p.169):

Page 114: Educacaoadistancia.pdf

113

Os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes e rígidos que não

correspondem as suas necessidades reais e à especificidade de seu trajeto de vida.

Uma resposta ao crescimento da demanda com uma simples massificação da oferta

seria uma resposta “industrializada” ao modo antigo, inadaptada à flexibilidade e à

diversidade necessária de agora em diante.

Moore e Kearsley (1996, p.163) mencionam vários fatores extracurriculares que podem

influenciar no desempenho do aluno à distância como: trabalho, família, saúde e interesses e

obrigações sociais podem influenciar positiva ou adversamente o aluno. O melhor indicador do

sucesso de um aluno a distância é sua formação acadêmica. Quanto mais graduado o aluno,

mais chance tem de completar com sucesso o curso.

O trabalho autônomo do aluno na prática do ensino à distância se dá como em

nenhuma outra área educacional.

FONTE: www.fcjp.edu.br/iead.asp

Page 115: Educacaoadistancia.pdf

114

De acordo com Peters (2003, p.156):

Análises nessa área nos dão uma impressão discrepante: por um lado, nele os

estudantes trabalham autonomamente como em nenhuma outra área educacional;

por outro lado, seu estudo no tele estudo corrente é muito mais pré-determinado,

estruturado, amarrado a fatores preestabelecidos e mais regulamentado do que o

estudo com presença, e, portanto em alto grau heteronômico.

A autonomia concede aos estudantes a possibilidade de tomarem iniciativas no

planejamento e organização do seu espaço físico, tempo e métodos de estudo que irão seguir

para pesquisar conhecimentos correlatos de seu interesse, acompanhar o programa proposto,

seguir o roteiro e cronograma pré-determinados pelo curso.

Ao assumir a responsabilidade de estudar longe das salas de aula presenciais, o aluno

se obriga a ter um ambiente e tempo para estudar. Os mesmos são flexíveis e o ritmo é

estabelecido pela capacidade e necessidade individual, mas para a diversidade de

possibilidades que o mesmo encontra em adquirir novos conhecimentos o tempo de estudo é

fundamental. No aprendizado presencial ou à distância, determinação e disciplina são fatores

motivadores, pois o não entendimento dos conteúdos e a perda da seqüência do andamento do

curso são desestimuladores que podem levar ao isolamento e ao abandono dos mesmos.

Não podemos desconsiderar que o ritmo individual de cada um deve ser respeitado na

Educação a Distância e no ensino presencial. Compromissos com o trabalho, família, e

atividades sociais requerem maior tempo dos adultos, conseqüentemente, dificultam o

acompanhamento do cronograma.

Peters (2003, p.158) argumenta que um sistema de ensino que tem respeito pela

liberdade e autonomia dos estudantes não deveria prejudicá-lo por meio de imposições

exteriores.

Até porque, se levarmos em conta que vivemos em processo de globalização, de

informação em tempo real e virtual, e a facilidade do acesso à informação têm provocado

significativas mudanças na educação, a instituição que levar esses fatores em consideração com

certeza perderá este aluno.

Neste cenário surge então a Educação à Distância, que acompanha os avanços da

sociedade e da tecnologia e, é vista como uma alternativa para atender a demanda do grande

Page 116: Educacaoadistancia.pdf

115

contingente de alunos que necessitam de formação superior e por vários motivos são excluídos

dos cursos presenciais.

Mas o que caracteriza a Educação à Distância? O que a diferencia do ensino

presencial?

A Educação à Distância caracteriza-se e difere-se da Educação Presencial pelo fato do

aluno ter autonomia na forma de estudar, liberdade para escolher os melhores horários e locais

para que possa realizar seus trabalhos, não precisando necessariamente estar presente em um

espaço e tempo previamente definidos.

O desafio de educar e educar-se a distância é grande (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,

2000, p.8), pois o acadêmico deverá desenvolver competências e habilidades, ser mais reflexivo

sobre sua prática, uma vez que será ele próprio o autor das práticas educativas que serão

embasadas em teorias estudadas. No ensino à distância o aluno realmente fará uso da teoria

para modificar sua prática ou então sua prática será início de uma nova teoria. Mas ambas

deverão estar pautadas nos pilares da reflexão, ação, reflexão.

A base principal das práticas de qualidade nos projetos e processos de educação

superior é garantir continuamente melhorias na criação, aperfeiçoamento, divulgação de

conhecimentos culturais, científicos, tecnológicos. E profissionais que contribuam para superar

os problemas regionais, nacionais e internacionais e para o desenvolvimento sustentável dos

seres humanos, sem exclusões, nas comunidades e ambientes em que vivem (MINISTÉRIO DA

EDUCAÇÃO, 2000, p.9).

É importante ressaltar que o aluno da Educação à Distância, principalmente aquele

aluno mais adulto, embora pareça isolado do processo educacional, pelo fato de não estar

presencialmente na universidade. Tem a oportunidade de estudar de forma independente,

organizar seu tempo e interagir com os professores das disciplinas, com os colegas do curso,

com o tutor através da incorporação das tecnologias, cadernos pedagógicos, telefone,

videoconferências, fitas de vídeos, e-mails, chats, fóruns, internet.

Existe um grande número de recursos disponíveis para que o aluno sinta-se realmente

aluno de um curso superior e para que possa superar as dificuldades iniciais desta modalidade

de ensino.

Page 117: Educacaoadistancia.pdf

116

Cavalcanti (1999) destaca que a idade adulta traz a independência. O indivíduo

acumula experiências de vida, aprende com os próprios erros, apercebe-se daquilo que não

sabe e o quanto este conhecimento faz-lhe falta.

Para esse aluno torna-se imprescindível o desenvolvimento da capacidade de auto-

regulação da aprendizagem. Perrenoud (1999, p.96) conceitua a auto-regulação da

aprendizagem como "capacidades do sujeito para gerir ele próprio seus projetos, progressos,

estratégias diante das tarefas e obstáculos". Nesse sentido, afirma que é necessário apostar na

auto-regulação que "consiste em reforçar as capacidades do sujeito para gerir ele próprio seus

projetos, seus progressos, suas estratégias diante das tarefas e obstáculos".

Percebemos que desta forma o aluno desenvolve uma atividade de aprendizagem de

forma independente e ao mesmo tempo uma intensa atividade de interação. Mas, o que é uma

atividade de aprendizagem independente? Uma atividade de interação que o aluno deverá

desenvolver no decorrer do curso?

Cechinel (2001, p.12), destaca que a atividade de aprendizagem independente ocorre

quando o aluno estuda o material didático escrito, assiste a uma fita de vídeo, escuta um

programa de rádio, vê um programa de televisão educativo, elabora um trabalho, realiza uma

experiência em casa.

Perrenoud (1999) aponta ainda, com insistência, a importância da participação direta e

planejada do aluno no próprio projeto de aprendizagem. Para isso, utiliza-se dos termos auto-

avaliação, autodesenvolvimento, auto-aprendizagem, Projeto Pessoal do Aluno e auto-regulação

da aprendizagem.

Realmente, o aluno da Educação à Distância, necessita estudar o caderno pedagógico

ou material didático e buscar subsídios em outros meios disponíveis para elaboração dos

trabalhos exigidos pela disciplina, apropriar-se das informações ali contidas e aplicar na prática

de sala de aula, sempre procurando refletir acerca de sua prática.

Cechinel (2001, p.13) diz que uma atividade é interativa quando o aluno assiste as

orientações tutoriais e reúne-se com o tutor e com os colegas do curso. Recebe assessoria para

realizar um trabalho prático, quando recebe ajuda sobre como organizar seus estudos, quando

consulta o professor da disciplina por telefone, fax, correio eletrônico, chats, se vale do ambiente

Virtual, participa de videoconferências e desenvolve atividades coletivas.

Page 118: Educacaoadistancia.pdf

117

Neste sentido o aluno está constantemente assessorado, conta com o trabalho tutorial,

uma espécie de suporte presencial para sanar suas dúvidas em relação a qualquer assunto

condizente com os cadernos estudados. Prioriza-se muito a atividade coletiva, colaborativa, pois

se entende que desta forma o aluno desenvolve a capacidade de trabalho coletivo, essencial

para a educação nos dias atuais e já se prepara para desenvolver futuros projetos em equipe, de

forma interdisciplinar.

Percebe-se então que o aluno que freqüenta esta modalidade de ensino, apesar de

ocorrer à distância, muito de presencial se faz presente, exigindo-se muito mais habilidades e

capacidades para que se possa desenvolver esta forma de estudo.

O fato de o aluno freqüentar um curso na modalidade a distância não reduz em nada a

qualidade do curso, pois com a incorporação dos avanços tecnológicos o acesso à informação

se dá de forma imediatizada, bastando ao aluno processar essas informações e gerenciá-las de

acordo com suas necessidades.

Diante desta “nova modalidade de ensino” (no cenário mundial não é tão nova), é

necessário também que o aluno desenvolva e se aproprie de novos hábitos, habilidades e

atitudes, competências que serão necessárias para desenvolver as atividades propostas e que o

tornará um profissional competente e comprometido com a educação.

Desta forma, é necessária especial atenção ao processo “aprender a aprender”

levando-se em consideração o ritmo de aprendizagem de cada aluno/acadêmico, visto que

muitos se encontram afastados de sala de aula há muito tempo. Também é primordial muita

atenção aos fundamentos e métodos de conhecimento, buscando a apropriação pelos alunos, e

não a simples repetição do conteúdo. Pois o objetivo principal ao se trabalhar determinado

conteúdo é que o aluno construa conceitos e conhecimentos, que compreenda e contextualize o

assunto, e não simplesmente que memorize e não consiga refletir acerca do mesmo.

FONTE: www.fcjp.edu.br/iead.asp

Page 119: Educacaoadistancia.pdf

118

Então podemos deduzir que para aprender, o indivíduo não deixa de operar regulações

intelectuais. Na mente humana, toda regulação, em última instância, só pode ser uma auto-

regulação, pelo menos se aderirmos às teses básicas do construtivismo: nenhuma intervenção

externa age se não for percebida, interpretada, assimilada por um sujeito.

Para isso é necessário buscar apoio no material impresso e demais tecnologias

oferecidas pelas universidades. Com este auxílio é possível despertar nos alunos a capacidade

de auto-aprendizagem, fazendo com que o aluno perceba que o maior responsável pela sua

aprendizagem é ele mesmo, com auxílio dos materiais impressos, tutor, material áudio visual, e

demais tecnologias disponíveis.

Perrenoud (1999, p.96) enfatiza que nessa perspectiva, toda ação educativa só pode

estimular o autodesenvolvimento, a auto-aprendizagem, a auto-regulação de um sujeito,

modificando seu meio, entrando em interação com ele. Não se pode apostar, afinal de contas,

senão na auto-regulação.

Percebe-se no início dos cursos à distância à dependência que os acadêmicos

demonstram em relação à figura do professor - tutor, quando a função tutorial não está em

ministrar aulas, mas sim em serem facilitador e mediador do processo de aprendizagem.

Procurando familiarizar o aluno com a metodologia e o material didático apresentado durante o

curso, sejam eles cadernos pedagógicos, textos auxiliares e as tecnologias propriamente ditas.

A ligação aluno-professor ainda é, no imaginário pedagógico, uma dominante, o que

torna a tutoria um ponto-chave em um sistema de ensino a distância (MAIA, 1998, apud

NISKIER, 1999).

Para sanar essa dependência do aluno, o tutor deve ser um motivador, orientador e

avaliador no sentido de reforçar o processo de auto-aprendizagem, orientando os alunos

constantemente quanto ao que fazer para atingir os objetivos específicos de cada disciplina,

sempre primando pela prática dialógica.

Na avaliação está a responsabilidade maior do tutor e do próprio aluno, pois este

instrumento servirá como termômetro para analisar até que ponto houve avanços ou recuos. De

acordo com Cechinel (2001, p.17), a avaliação é uma atividade que deve ser realizada com

seriedade e qualidade, para efetivamente contribuir com a melhoria de todo o processo ensino-

aprendizagem.

Page 120: Educacaoadistancia.pdf

119

A prática do profissional competente, reflexivo, atuante deve caminhar pelas seguintes

habilidades e competências (CECHINEL, 2001, p.25):

Compreensão ampla e consistente do fenômeno e da prática

educativa que se dá em diferentes âmbitos e especialidades;

Compreensão do processo de construção do conhecimento no

indivíduo inserido em seu contexto social e cultural;

Capacidade e habilidade de formular e encaminhar soluções de

problemas educacionais, condizentes com a realidade sociocultural;

Capacidade e habilidade de estabelecer diálogo entre a área

educacional e as demais áreas do conhecimento;

Capacidade e habilidade de articular ensino, pesquisa e

extensão, na produção do conhecimento e da prática pedagógica;

Capacidade e habilidade de desenvolver metodologias e

matérias pedagógicas adequadas à utilização das tecnologias da informação e da

comunicação nas práticas educativas;

Capacidade e habilidade de desenvolvimento de uma ética de

atuação profissional, e a conseqüente responsabilidade social;

Capacidade e habilidade de articulação da atividade

educacional nas diferentes formas de gestão educacional, na organização do

trabalho pedagógico escolar, no planejamento, execução e avaliação de propostas

pedagógicas da escola;

Capacidade e habilidade de desenvolvimento do projeto

pedagógico, sintetizando as atividades de ensino e administração, caracterizadas

por categorias comuns, como: planejamento, organização, coordenação e

avaliação e por valores comuns como: solidariedade, cooperação,

responsabilidade e compromisso;

Capacidade e habilidade de identificar problemas socioculturais

e educacionais e de propor ações criativas às questões da qualidade do ensino e

medidas que visem superar a exclusão social.

A concepção de competência profissional, por sua vez, implica mudanças nas

práticas de formação, que irão se refletir na organização das instituições formadoras,

nas novas modalidades educativas, nas metodologias, na definição de conteúdos e

Page 121: Educacaoadistancia.pdf

120

na organização curricular. A competência profissional passa, também, pela formação

inicial em nível superior e pela formação continuada ao longo da atuação docente

(FAGHERAZZI, 2002, p.33).

Sabemos que o perfil do profissional, hoje, deveria ser de um profissional

comprometido com as questões educacionais, sociais, culturais e ambientais, que deveria

incorporar em sua prática as características inerentes às atividades, ser consciente da

importância do seu papel social. Isso implica uma postura investigativa e de constante pesquisa,

ultrapassando, portanto, os muros escolares e estendendo sua ação para a comunidade na qual

está inserida. Ou seja, ser um transmissor do ensino, pesquisa e extensão, tripé este que

deveria nortear todo o trabalho acadêmico do aluno e da própria instituição formadora dos

profissionais da educação.

Perrenoud em uma entrevista a Revista Nova Escola (2000, p.9) identificou os saberes

que considera fundamental para autonomia das pessoas. Chegou a oito grandes categorias:

Saber identificar, avaliar e valorizar suas possibilidades, seus

direitos, seus limites e suas necessidades;

Saber formar e conduzir projetos e desenvolver estratégias,

individualmente ou em grupo;

Saber analisar situações, relações e campos de força sistêmica;

Saber cooperar, agir em sinergia, participar de uma atividade

coletiva e partilhar lideranças;

Saber construir e estimular organizações e sistemas de ação

coletiva do tipo democrático;

Saber gerenciar e superar conflitos;

Saber conviver com regras, servir-se delas e elaborá-las;

Saber construir normas negociadas de convivência que superem

as diferenças culturais.

Na Educação a Distância o aluno desenvolve a capacidade de estudo individualizada,

independente. Os alunos reconhecem-se na capacidade de construir seu caminho, seu

conhecimento por ele mesmo, de se tornar autodidata, ator e autor de suas práticas e reflexões.

Page 122: Educacaoadistancia.pdf

121

O uso dos recursos técnicos de comunicação disponíveis, que hoje têm alcançado

avanço espetacular, permite interatividade, a Internet, permite romper com as barreiras das

distâncias geográficas, rompe com as dificuldades de acesso à educação e dos problemas de

aprendizagem por parte dos alunos que estudam individualmente. Mas não isolados, sozinhos,

pois aprendem a ser solidários e formar grupos de estudos.

Com a comunicação bidirecional, o estudante não é um mero receptor de informações,

de mensagens. Apesar da distância, busca estabelecer relações com a instituição e com grupos

de discussões, o que fortalece o elo de comunicação, interação e motivação para os estudos.

A interação entre aluno e mídia é a linha vital dos cursos à distância. É preciso tornar a

tecnologia acessível e transparente para o aluno, a informação recebida através da mídia precisa

ser processada e transformada em conhecimento.

Outra forma de interação que acontece é entre o aluno e o conteúdo, chamada de

interação intelectual, que é aquela em que o entendimento, a percepção e as estruturas dos

alunos são transformados.

Outra forma de interação que acontece é entre aluno e tutor. O papel do tutor é o de

dirigir o fluxo da informação para o estudante, de estimular e motivar o aluno, manter o seu

interesse, dar apoio encorajando-o no processo de aprendizagem.

As interações aluno/aluno acontecem de maneiras diversificadas, possibilitando

contatos com caráter educativo, com trabalhos em grupo, soluções de problemas e de

discussões de casos. Essas interações quando bem projetadas oferecem a oportunidade para o

estudante expandir e aplicar o conhecimento do conteúdo.

5.3 Tutoria, novo personagem na Educação a Distância.

A tutoria tem sua origem em cursos de educação presencial superior. A princípio,

tratava-se do acompanhamento dos alunos com mais tempo de estudo para com os alunos que

estavam iniciando um curso. Com o passar dos tempos, essa função ganhou especial atenção e

a figura do aluno que acompanhava foi substituída por um professor. A tutoria foi introduzida na

Educação a Distância com o objetivo de prestar atendimento individual a cada aluno em

particular ou a grupos de alunos.

Page 123: Educacaoadistancia.pdf

122

Sá (1998) destaca que a tutoria como método nasceu no século XV na universidade,

onde foi usada como orientação de caráter religioso aos estudantes, com o objetivo de infundir a

fé e a conduta moral. Posteriormente, no século XX, o tutor assumiu o papel de orientador e

acompanhante dos trabalhos acadêmicos, e é com este mesmo sentido que incorporou aos

atuais programas de educação a distância.

De acordo com Cechinel (2001, p.8) podemos definir tutoria como um conjunto de

ações educativas de apoio e orientação aos alunos, não apenas de caráter acadêmico, mas

também de caráter pessoal. Desenvolvida individualmente ou em grupo, por um educador, com o

objetivo de ajudá-los a apropriarem-se do conhecimento sistematicamente organizado e a

desenvolverem a interação e a autonomia na aprendizagem.

Ainda, de acordo com Sartori (2002, p.11), a tutoria compõe-se de diversos

profissionais que propõem, acompanham e avaliam programas, cursos e aprendizagem discente.

Também podem produzir materiais didáticos, organizar eventos, publicações, do seu âmbito de

ação. Assim, fazem parte do sistema tutorial à coordenação, os professores de disciplina, os

professores tutores, e o secretário acadêmico do curso.

A idéia de guia é a que aparece com maior força na definição da tarefa do tutor.

Podemos definir tutor como o “guia, protetor ou defensor de alguém em qualquer aspecto”,

enquanto o professor é alguém que “ensina qualquer coisa” (LITWIN, 2001, p.93). Alves (2003)

esclarece que a palavra professor procede da palavra “professore”, que significa “aquele que

ensina ou professa um saber”.

O tutor, ao assumir suas funções, estará buscando construir caminhos para facilitar o

processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, não cabe a ele ministrar aulas, mas criar

condições para que o aluno a partir dos materiais instrucionais tenha condições de construir sua

aprendizagem com autonomia.

Sartori (2002, p.13), ressalta que a atividade do professor tutor é diferente do professor

convencional, porém está estreitamente vinculada a ação docente. Ao professor tutor cabe a

função de mediar e facilitar aos alunos a aprendizagem dos conteúdos científicos, além de

outras tarefas sumamente importantes, portanto, não lhe cabe transmitir conteúdos, mas reforçar

o processo de auto-aprendizagem. Para isso, deve indicar aos alunos o que devem fazer e que

caminhos seguir para o alcance dos objetivos pretendidos em cada momento de seus estudos.

Page 124: Educacaoadistancia.pdf

123

FONTE: www.fcjp.edu.br/iead.asp

A diferença entre o docente e o tutor é institucional, que leva a conseqüências

pedagógicas importantes. As intervenções do tutor na educação à distância, demarcadas em um

quadro institucional diferente distinguem-se em função de três dimensões de análise (LITWIN,

2001, p.102):

Tempo – o tutor deverá ter a habilidade de aproveitar bem seu tempo,

sempre escasso. Ao contrário do docente, o tutor não sabe se o aluno assistirá à

próxima tutoria ou se voltará a entrar em contato para consultá-lo; por esse motivo

aumentam o compromisso e o risco da sua tarefa.

Oportunidade – em uma situação presencial, o docente sabe que o

aluno retornará; que caso este não encontre uma resposta que o satisfaça,

perguntará de novo ao docente ou a seus colegas. Entretanto, o tutor não tem essa

certeza. Tem de oferecer a resposta específica quando tem a oportunidade de fazer

isso, porque não sabe se voltará a ter.

Page 125: Educacaoadistancia.pdf

124

Risco – aparece como conseqüência de privilegiar a dimensão tempo e

de não aproveitar as oportunidades. O risco consiste em permitir que os alunos

sigam com uma compreensão parcial, que pode se converter em uma construção

errônea sem que o tutor tenha a oportunidade de adverti-lo. “O tutor deve aproveitar

a oportunidade para o aprofundamento do tema e promover processos de

reconstrução, começando por assinalar uma contradição” (idem).

Tais conhecimentos em geral nos conduzem à situação específica dos saberes

requeridos ao tutor da Educação a Distância. Nestes ambientes, os contextos educacionais

assumem um valor especial, que requerem do tutor uma análise fluida, rica e flexível de cada

situação, vista sob o ângulo do tempo, oportunidade e risco, que imprimem as condições

institucionais da Educação a Distância.

Sá (1998) elabora um paralelo entre as várias diferenças entre as funções do professor

convencional e o do tutor nos ambientes de Educação a Distância (Tabela I). A atual tendência

de caracterização dos professores de ambientes de Educação a Distância é a de reprodutora do

docente tradicional ou como um suposto tutor, cuja função se limita a auxiliar na aprendizagem,

sem nenhuma identidade específica.

Tabela I – Paralelo entre as Funções do Professor e do Tutor

EDUCAÇÃO PRESENCIAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Conduzida pelo Professor Acompanhada pelo tutor

Predomínio de exposições o tempo

inteiro

Atendimento ao aluno, em consultas individualizadas

ou em grupo, em situações em que o tutor mais ouve

do que fala.

Processo centrado no professor Processo centrado no aluno

Processo como fonte central de

informação

Diversificadas fontes de informações (material

impresso e multimeios)

Convivência, em um mesmo ambiente

físico, de professores e alunos, o tempo

inteiro.

Interatividade entre aluno e tutor, sob outras formas,

não descartada a ocasião para os “momentos

presenciais”.

Page 126: Educacaoadistancia.pdf

125

Facilitador Orientador de aprendizagem.

Geralmente usado quando o processo de

orientação é voltado para facilitar o

processo de construção do conhecimento

pelos próprios alunos. Em alguns sistemas

de EAD, como, por exemplo, o Telecurso

é o responsável pela coordenação,

orientação, acompanhamento, controle e

avaliação da prática pedagógica

desenvolvida na telessala e no centro

controlador.

Ritmo de processo ditado pelo professor Ritmo determinado pelo aluno dentro de seus

próprios parâmetros

Contato face a face entre professor e

aluno

Múltiplas formas de contato, incluída a ocasional face

a face.

Elaboração, controle e correção das

avaliações pelo professor.

Avaliação de acordo com parâmetros definidos, em

comum acordo, pelo tutor e pelo aluno.

Atendimento, pelo professor, nos rígidos

horários de orientação e sala de aula.

Atendimento pelo tutor, com flexíveis horários,

lugares distintos e meios diversos.

Fonte: Sá, Iranita. Educação a Distância: Processo Contínuo de Inclusão Social. Fortaleza, CEC, 1998.

Neste contexto, pode-se redefinir o papel do professor: “mais do que ensinar, trata-se

de fazer aprender (...), concentrando-se na criação, na gestão e na regulação das situações de

aprendizagem” (PERRENOUD, 2000, p.139). O tutor atua como mediador, facilitador,

incentivador, investigador do conhecimento, da própria prática e da aprendizagem individual e

grupal (ALMEIDA, 2001).

Como mediador e facilitador do

processo de aprendizagem, o tutor tem como

função familiarizar o aluno com a metodologia

adotada no curso e o material didático. Também

tem como função auxiliar no planejamento do

estudo individualizado ou em grupo,

acompanhando de forma a superar as dificuldades

apresentadas e orientar na resolução de suas possíveis dúvidas, em atendimento individual ou

em grupo.

O novo papel do tutor precisa ser repensado para que não se reproduzam nos atuais

ambientes de Educação a Distância concepções tradicionais das figuras do professor/aluno.

É preciso superar a postura ainda existente do professor transmissor de

conhecimentos. Passando, sim, a ser aquele que imprime a direção que leva à apropriação do

conhecimento que se dá na interação. Interação entre aluno/aluno e aluno/professor,

valorizando-se o trabalho de parceria cognitiva. Elaborando-se situações pedagógicas onde as

diversas linguagens estejam presentes. As linguagens são, na verdade, o instrumento

Page 127: Educacaoadistancia.pdf

126

fundamental de mediação, as ferramentas reguladoras da própria atividade e do pensamento

dos sujeitos envolvidos (http://www.sesc.org.br).

O papel do professor como repassador de informações deu lugar a um agente

organizador, dinamizador e orientador da construção do conhecimento do aluno e até da sua

auto-aprendizagem. Sua importância é potencializada e sua responsabilidade social aumentada.

“Seu lugar de saber seria o do saber humano e não o do saber informações” (ALVES; NOVA,

2003, p.19), sendo a comunicação mais importante do que a informação. Sua função não é

passar conteúdo, mas orientar a construção do conhecimento pelo aluno.

Para que o curso prime pela qualidade e encontre parâmetros para se pautar, o tutor

desenvolve as atividades necessárias à manutenção dos níveis de qualidade do curso. Faz isso

participando da avaliação do curso ou programa quanto à metodologia, a orientação acadêmica

e ao material didático. Função importante também do tutor é cuidar da parte administrativa do

curso, que envolve o cumprimento de cronogramas, garantia de fluxos de informação,

organização do seu ambiente de trabalho, manutenção e preservação de materiais e

equipamentos.

Acrescentando, Litwin (2001, p.103) enfatiza que para exercer competentemente estas

funções, necessita de formação especializada. Hoje, a idéia da formação permanente vigora

para todas as profissões, mas especialmente para os profissionais da educação. O tutor se

encontra diante de uma tarefa desafiadora e complexa.

Grossi e Bordin (1992) contribuem esclarecendo que o bom desempenho desses

profissionais repousa sobre a crença de que “só ensina quem aprende”, o alicerce do

construtivismo pedagógico.

Construtivismo é a posição teórico-filosófica/teoria de aprendizagem, o

construtivismo considera a construção pelo aluno do seu próprio saber

como o aspecto mais importante do processo de ensino-aprendizagem. A

visão construtivista de cognição não é uma situação nova, já que suas

raízes filosóficas antecedem a moderna psicologia de aprendizagem; mas

está, hoje, recebendo maior atenção por parte dos educadores. Alguns

estudiosos do assunto (Fostnot,1991), por exemplo, mencionam que,

enquanto a epistemologia construtivista vem sendo bem entendida pelos

educadores, suas implicações para o ensino/design instrucional ainda não

estão no mesmo patamar.

Page 128: Educacaoadistancia.pdf

127

Com certeza, a figura do tutor passou a desempenhar um papel essencial na vida

acadêmica e pessoal de cada aluno, o tutor tornou-se um porto seguro para todos.

Sá (1998, p.46) diz que se exige mais do tutor de que de cem professores

convencionais, pois este necessita ter uma excelente formação acadêmica e pessoal. Na

formação acadêmica, pressupõem-se capacidade intelectual e domínio da matéria, destacando-

se as técnicas metodológicas e didáticas. Além disso, deve conhecer com profundidade os

assuntos relacionados com a matéria e área profissional em foco, por este motivo a necessidade

da formação continuada.

Faz-se necessário também a habilidade para planejar, acompanhar e avaliar

atividades, bem como motivar o aluno para o estudo. Na formação pessoal, deve ser capaz de

lidar com o heterogêneo quadro de alunos e ser possuidor de atributos psicológicos e éticos, tais

como maturidade emocional, empatia com os alunos, habilidade de mediar questões, liderança,

cordialidade e, especialmente, a capacidade de ouvir.

Collins e Berge (1996, apud PALLOFF; PRATT, 2002) classificaram as várias tarefas e

papéis exigidos do professor on-line (tutor) em quatro áreas: pedagógica, gerencial, técnica e

social.

Page 129: Educacaoadistancia.pdf

128

Função pedagógica

Diz respeito ao fomento de um ambiente

social amigável, essencial à aprendizagem on-line. O

papel do professor em qualquer ambiente educacional é

o de garantir que o processo educativo ocorra entre os

alunos. No ambiente on-line, o professor torna-se um

facilitador. Ele conduz o grupo de maneira mais livre,

permitindo aos alunos explorar o material do curso, ou a

ele relacionado, sem restrição.

O docente pode trazer assuntos gerais para

serem lidos e comentados, além de fazer perguntas

visando a estimular o pensamento crítico sobre o assunto

discutido. É importante que o professor comente

adequadamente as mensagens dos alunos, as quais

servirão para estimular debates posteriores. Nesse

contexto, o professor atua como animador, tentando

motivar seus alunos a explorarem o material mais

profundamente do que o fariam na sala de aula

presencial.

Função gerencial

Envolve normas referentes ao agendamento

do curso, ao seu ritmo, aos objetivos traçados, à

elaboração de regras e à tomada de decisões. O

professor de um curso on-line é também seu

administrador. Ele é responsável por enviar um programa

para o curso com as tarefas a realizar e as diretrizes

iniciais para discussão e adaptação. Palloff (2002) sugere

que no começo do curso sejam enviados um plano de

ensino, as diretrizes e o código de normas de

comportamento que deve ser seguido. Em seguida, os

participantes podem comentar e debater sobre suas

expectativas em relação ao curso.

Depende do domínio técnico do professor,

sendo então capaz de transmitir tal domínio da tecnologia

aos seus alunos. Os professores devem conhecer bem a

tecnologia que usam para atuar como facilitadores do

curso. Além disso, deverá haver um suporte técnico

Page 130: Educacaoadistancia.pdf

129

Função técnica

disponível, de modo que, mesmo um professor menos

proficiente, possa ministrar um curso on-line. Semelhante

ao espaço comunitário, Palloff sugere que seja destinado

um espaço em separado para acompanhar o fluxo da

aprendizagem em todo o processo.

Conscientes de que os professores precisam

ensinar diferentemente nesse meio e de que os alunos

também atuam diferentemente, esse espaço adquire

grande importância. Todos precisam estar conscientes

do impacto que a Educação a Distância on-line tem na

aprendizagem e facilitar a mudança de paradigma

necessária ao aluno para que ele tenha maior impacto.

“Usar a tecnologia para aprender exige mais do que

conhecer um software ou do que se sentir à vontade com

o hardware utilizado” (PALLOFF; PRATT, 2002, p.109).

Função social

Significa facilitação educacional. O professor é

responsável por facilitar e dar espaço aos aspectos

pessoais e sociais da comunidade on-line. Collins e

Berge (1996, apud PALLOFF; PRATT, 2002, p.104),

referem-se a essa função como estímulo às relações

humanas, com a afirmação e o reconhecimento da

contribuição dos alunos; isso inclui manter o grupo unido,

ajudar de diferentes formas os participantes a

trabalharem juntos por uma causa comum e oferecer aos

alunos a possibilidade de desenvolver sua compreensão

da coesão do grupo. Esses elementos são a essência

dos princípios necessários para construir e manter a

comunidade virtual.

Para dar um sentido de comunidade ao grupo, o tutor poderá usar algumas estratégias,

como, por exemplo: iniciar seus cursos pelas apresentações dos alunos, para que todos se

conheçam. Dessa forma, cria-se uma atmosfera confiante e aberta, tornando real o fato de que o

grupo é composto por pessoas, com sua própria experiência de vida e saberes. Outra estratégia

utilizada é a de elaborar previamente uma atividade em grupo, com simulações ou projetos,

criando a sensação de trabalho em equipe.

É essencial que o grupo on-line desenvolva uma atitude de confiança, fundamental

para a qualidade da aprendizagem na sala de aula on-line, conclui Palloff.

Page 131: Educacaoadistancia.pdf

130

Gutiérrez e Prieto (1994) nomearam de “assessor pedagógico” o professor de

Educação a Distância. Para ele, sua função é a de fazer a ligação entre a instituição e o aluno,

acompanhando o processo para enriquecê-lo com seus conhecimentos e experiências.

Segundo Gutiérrez e Prieto (1994), suas características são: ser capaz de uma boa

comunicação; possuir uma clara concepção de aprendizagem; dominar bem o conteúdo; facilitar

a construção de conhecimentos, através da reflexão, intercâmbio de experiências e informações;

estabelecer relações empáticas com o aluno; buscar as filosofias como uma base para seu ato

de educar; e constituir uma forte instância de personalização. Dentre as tarefas prioritárias do

“assessor pedagógico”, destacam-se a de estabelecer redes, promover reuniões grupais e a de

avaliar.

Niskier (1999) colabora dizendo o educador a distância reúne as qualidades de um

planejador, pedagogo, comunicador, e técnico de Informática. Participa na produção dos

materiais, seleciona os meios mais adequados para sua multiplicação e mantém uma avaliação

permanente a fim de aperfeiçoar o próprio sistema. Nesta modalidade de ensino, o educador

tenta prever as possíveis dificuldades, buscando se antecipar aos alunos na sua solução.

O tutor de Educação a Distância deve ser valorizado, pois sua responsabilidade, além

de ser maior por atingir um número infinitamente mais elevado de alunos, torna-o mais

vulnerável a críticas e a contestações em face dos materiais e atividades que elabora.

Page 132: Educacaoadistancia.pdf

131

Niskier (1999, p.393) pontua que o papel do tutor é:

Comentar os trabalhos realizados pelos alunos;

Corrigir as avaliações dos estudantes;

Ajudá-los a compreender os materiais do curso através das discussões e explicações

Responder às questões sobre a instituição;

Ajudar os alunos a planejarem seus trabalhos;

Organizar círculos de estudo;

Fornecer informações por telefone, fac-símile e e-mail;

Supervisionar trabalhos práticos e projetos;

Atualizar informações sobre o progresso dos estudantes;

Fornecer feedback aos coordenadores sobre os materiais dos cursos e as

dificuldades dos estudantes;

Servir de intermediário entre a instituição e os alunos.

Page 133: Educacaoadistancia.pdf

132

PERFIS DO

TUTOR

FORMADOR:

Função pedagógica,

estímulo à

aprendizagem através

das interações

concepção e

realização de cursos

e materiais didáticos.

PROFESSOR:

Concepção e realização

de cursos e materiais

didáticos.

PESQUISADOR:

Atualização

contínua,

investigação e

reflexão sobre a

própria prática.

TECNÓLOGO

EDUCACIONAL:

Especialização em

tecnologias

Educacionais.

TUTOR:

Orientação e

Avaliação da

aprendizagem a

Distância.

RECURSO DIDÁTICO:

Resposta às dúvidas

dos

Alunos.

MONITOR:

Exploração de

materiais específicos,

em grupos de

Aprendizagem.

Page 134: Educacaoadistancia.pdf

133

De acordo com Sá (1998), o tutor em Educação a Distância exerce duas funções

importantes, a primeira informativa, provocada pelo esclarecimento das dúvidas levantadas pelos

alunos, e a segunda, orientadora, que se expressa ajudando nas dificuldades e na promoção do

estudo e aprendizagem autônoma.

Para Sá (1998, p.45) “No ensino a distância o trabalho do tutor fica de certo modo

diminuído considerando-se o clima de aprendizagem autônoma pelos alunos”, pois muito da

orientação necessária já se encontra no próprio material didático, sob a forma de questionário,

recomendação de atividades ou de leituras complementares. Constata-se que a função do tutor

deve ir além da orientação. O tutor esclarece dúvidas de seus alunos, acompanha-lhes a

aprendizagem, corrige trabalhos e disponibiliza as informações necessárias, terminando por

avaliar-lhes o desempenho.

Litwin (2001) pontua que os programas de Educação à Distância privilegiam o

desenvolvimento de materiais para o ensino em detrimento da orientação aos alunos, das

tutorias, das propostas de avaliação ou da criação de comunidades de aprendizagem. Os

materiais de ensino se convertem em portadores da proposta pedagógica da instituição.

Esse material se torna objeto de reflexão e análise no âmbito da tutoria. É necessário

que exista coerência entre a atuação do tutor e os objetivos da proposta. A falta de coerência

pode significar um dos problemas mais sérios que pode enfrentar um programa dessa

modalidade. O tutor pode mudar o sentido da proposta pedagógica pela qual foram concebidos o

projeto, o programa ou os materiais de ensino. Sua intervenção poderá melhorar a proposta,

agregando-lhe valor. Se o tutor tiver formação adequada estará apto a entender, melhorar,

enriquecer e aprofundar a proposta pedagógica oferecida pelos materiais de ensino no âmbito de

um determinado projeto (LITWIN, 2001).

Todas as atividades, tarefas e exercícios propostos devem ser cuidadosamente

corrigidos em tempo hábil, para que o tutor tenha a chance de interferir na aprendizagem e fazer

o acompanhamento necessário, mediando o processo. O tutor, ao avaliar o processo de ensino e

aprendizagem, compara o grau de satisfação do aluno com o curso através de métodos

estatísticos, fichas de avaliação e de observação.

A tutoria é o método mais utilizado para efetivar a interação pedagógica, e é de grande

importância na avaliação do sistema de ensino a distância. Os tutores se comunicam com seus

alunos por meio de encontros programados durante o planejamento do curso. O contato com o

Page 135: Educacaoadistancia.pdf

134

aluno começa pelo conhecimento da estrutura do curso, e é preciso que seja realizado com

freqüência, de forma rápida e eficaz. A eficiência de suas orientações pode resolver o problema

de evasão no decorrer do processo.

Maia (2002) destaca que na Educação a Distância a de se pontuar outra diferença, é

entre o professor-autor e o professor-tutor, embora ambos sejam profissionais virtuais. O

professor-autor desenvolve o teor do curso, escreve e produz o conteúdo e atua na organização

dos textos e na estruturação do material. É preciso que ele conheça as possibilidades e

ferramentas do ambiente, pois deverá interagir com a equipe de desenvolvimento para entender

a potencialidade dos recursos a serem utilizados e elaborar o desenho de texto e do conteúdo do

curso, de forma a contemplar todas essas potencialidades.

Após a conclusão do conteúdo pelo professor-autor, entra em ação o professor-tutor

cujo papel é o de promover a interação e o relacionamento dos participantes.

Maia (2002, p.13) enfatiza certas habilidades e competências necessárias ao tutor:

Competência tecnológica: domínio técnico suficiente para atuar com naturalidade,

agilidade e aptidão no ambiente que está utilizando. É preciso ser um usuário dos recursos de

rede, conhecer sites de busca e pesquisa, usarem e-mails, participar de listas e fóruns de

discussão, ter sido mediador em algum grupo. O tutor deve ter um bom equipamento e recursos

tecnológicos atualizados, inclusive com plug-ins de áudio e vídeo instalados, além de uma boa

conexão com a Web. O tutor deve ter participado de pelo menos um curso de capacitação para

tutoria ou de um curso on-line; preferencialmente, utilizando o mesmo ambiente em que estará

desenvolvendo sua tutoria.

Competências sociais e profissionais: deve ter capacidade de gerenciar equipes e

administrar talentos, habilidade de criar e manter o interesse do grupo pelo tema, ser motivador e

empenhado. É provável que o grupo seja bastante heterogêneo, formado por pessoas de regiões

distintas, com vivências bastante diferenciadas, com culturas e interesses diversos, o que exigirá

do tutor uma habilidade gerencial de pessoas extremamente eficientes. Deve ter domínio sobre o

conteúdo do texto e do assunto, a fim de ser capaz de esclarecer possíveis dúvidas referentes

ao tema abordado pelo autor, conhecer os sites internos e externos, a bibliografia recomendada,

as atividades e eventos relacionados ao assunto. A tutoria deve agregar valor ao curso.

Page 136: Educacaoadistancia.pdf

135

O tutor deve deixar claras as regras do curso; ser capaz de comunicar-se textualmente,

com clareza, não deixando margem para questões e colocações dúbias que venham a prejudicar

a aprendizagem.

A tutoria é a função necessária para orientar, dirigir e supervisionar o ensino-

aprendizagem. Ao estabelecer o contato com o aluno, o tutor complementa sua tarefa docente

transmitida através do material didático, dos grupos de discussão, listas, correio-eletrônico, chats

e de outros mecanismos de comunicação. Assim, torna-se possível traçar um perfil completo do

aluno: por via do trabalho que ele desenvolve, do seu interesse pelo curso e da aplicação do

conhecimento pós-curso.

O apoio tutorial realiza, portanto, a intercomunicação dos elementos (professor-tutor-

aluno) que intervêm no sistema e os reúne em uma função tríplice: orientação, docência e

avaliação.

5.4 Avaliação em Educação a Distância

A avaliação em EAD tem algumas características que são resultado do paradigma

educacional proposto ao processo de ensino-aprendizagem e à natureza do processo específico.

Para Gonçalves (1996):

“A avaliação, não importa a missão que se lhe proponha cumprir, parece ter o dom

de despertar nas pessoas suas defesas mais escondidas. É, na educação, um

processo revestido de rituais complexos, que resulta por torná-la um mito. No caso

da avaliação da aprendizagem, tal mitificação ao invés de possibilitar às pessoas

maior consciência de como está se desenvolvendo internamente o processo de

construção do conhecimento, termina por confundi-las, tornando-as dependentes de

algum veredicto externo que determine se estão aprendendo ou não”.

Um ensino centralizado no aluno, como é a EAD, traz intensas transformações no

processo de avaliação. Algumas dessas transformações são fontes de intermináveis debates

entre educadores, políticos e empresários da área de ensino.

Page 137: Educacaoadistancia.pdf

136

Dentre elas podemos citar:

a.

Adoção e conseqüente valoração de uma navegação por

hipertexto dentro do contexto da Internet.

b.

Aceitação de múltiplas tecnologias nos diferentes

momentos de EAD.

c.

Ênfase em tecnologias que estimulem a ambientação e o

apoio socioafetivo, como resultado de pesquisas sobre a

contextualização nos países latinos e africanos.

d.

Previsão de contínuo e permanente apoio ao estudante,

com freqüentes feedbacks.

e.

Entendimento e a prática de vivência de trabalho como um

time integrado.

f.

Necessidade de coordenação e apoio das atividades em

geral e nos diversos ambientes e "sites" em particular;

além da permanente necessidade de avaliação do Ensino

à Distância e da Educação à Distância em particular.

De acordo com Medeiros, cabe a cada ambiente de aprendizagem, no seu sentido

estrito e amplo, a existência de processos do tipo alavancagem, como proposto por Vygotsky em

seu delineamento dos níveis de desenvolvimento proximal em relação ao real/potencial e em

direção a uma aprendizagem autônoma e emancipatória, onde se incluem as idéias de

Habermas.

Na medida em que o desenvolvimento emancipatório e autônomo implica em um

resgate dos conceitos de participação qualificada, de compromisso, de colaboração. Estes

Page 138: Educacaoadistancia.pdf

137

pressupõem uma relação equilibrada, de busca de igualdade real, sem perda da qualidade, da

autoridade, mas, principalmente, sem perda da autoria e da autonomia social e individual

construída pela criação de argumentos. É com base na construção de argumentos que se

trabalha processualmente a aprendizagem e, nela, a avaliação. Nessa perspectiva, a

aprendizagem é continuamente buscada na ação dos sujeitos.

O comentário segundo Gonçalves, tantas vezes repetido, de que não é séria a ação de

Ensino a Distância, dispensa a exigência da avaliação presencial da aprendizagem, confirma a

percepção de uma relação de desconfiança, entre professor e aluno, além de a educação ser

vista como algo externo ao indivíduo. Prossegue ainda em suas assertivas:

“Há situações em que a presencialidade na avaliação é condição de aperfeiçoamento

da aprendizagem - aquelas que envolvem algumas habilidades motoras complexas,

por exemplo. Nestas situações, a não previsão de avaliação ou de avaliação

presenciais poderia ser tida como irresponsável; pois, se é imprescindível para a

aprendizagem, torna-se um direito do aluno a ser respeitado” (Gonçalves).

Na maioria das vezes, para fins de avaliação da aprendizagem na EaD, a presença é

exigida; Isto acontece, menos por ser necessário e mais porque não se conseguiu desenvolver

formas de avaliar que superem da presencialidade. Uma situação de avaliação que, por

exemplo, permita consultas a documentos de qualquer natureza, não tem porque ser presencial

– no entanto, a lógica demonstra que, no Ensino a Distância, é muito difícil avaliar mudanças de

comportamento, memorização e atitudes que não de forma presencial.

O sistema de ensino-aprendizagem tradicional prioriza a transmissão de informações e

imagens mediante definições que devem ser armazenadas progressivamente, considerando o

aluno como receptador passivo.

No entanto esta perspectiva, ainda existe na EAD, que muitas vezes, considera a

avaliação como um momento determinado, separado do processo de aprendizagem. A avaliação

realiza-se a partir de instrumentos de mensuração do conhecimento adquirido em determinados

períodos. Muitas vezes é estabelecida uma data para aplicação do instrumento de avaliação, tais

como prova, trabalho, seminário, cujos resultados são julgados pelo professor, que estabelece

os critérios de julgamento. Na maioria das vezes esses critérios não são conhecidos pelos

alunos, tornando-os subjetivos no entendimento dos estudantes, o que pode levar à

desconfiança em relação à avaliação e provocar desordens entre professor e aluno. Este modelo

Page 139: Educacaoadistancia.pdf

138

possibilita o aparecimento de desconfianças quanto às preferências e simpatias pessoais

dificultando, ainda mais, o relacionamento e o processo de ensino-aprendizagem.

Embora persista o processo baseado em conceitos tradicionais que privilegiam a

relação de autoridade e dependência e objetivam o controle sobre os alunos, distanciando o

professor e conferindo-lhe poder total para julgar. Neste caso são esquecidos fatores

importantes que podem influir negativamente a avaliação, tais como a inadequação do momento,

tempo e local para sua realização.

A avaliação é um processo natural e contínuo, onde o ser humano está

constantemente sendo avaliado e avaliando. Na EAD, devido às questões de distância, o

professor deve perceber que a avaliação independe de utilizar ou não técnicas formais, quando

distribui tarefas, define as normas para sua execução, estabelece o assunto a ser pesquisado,

aprova ou não o trabalho. Necessita perceber que a avaliação é um processo contínuo,

Cumulativo e compreensivo, decorrente do ensino-aprendizagem e que procura verificar as

mudanças no comportamento, no sentido de valorizar e motivar o desenvolvimento de

habilidades e atitudes.

O professor não deve somente comparar resultados obtidos com aqueles esperados.

Para causar um efetivo aprendizado, o aluno deve identificar suas deficiências de aprendizagem

e as causas dessas deficiências, para isso é necessário estabelecer objetivos claros a serem

alcançados dentro do aprendizado referente ao conteúdo de determinada disciplina e acima de

tudo estar determinado.

Ao iniciar um Curso na modalidade de EaD imediatamente devem estar idealizadas as

formas avaliativas no Manual do aluno, com o intuito de tornar melhores os objetivos a serem

atingidos. Além dos objetivos é preciso estabelecer o limite do conteúdo, disciplina que irá ser

avaliado, quais os padrões mínimos de desempenho esperados e que formas de adquirir serão

utilizadas. Pois a avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem, e possibilita o

acompanhamento dos alunos em diferentes momentos, evidenciando os avanços necessários

para que eles continuem no seu processo de crescimento.

A avaliação é um tema de vital importância na EaD, destaca-se como um recurso de:

medidas, objetivos do ensino, de métodos, conteúdos, currículos, programas e das próprias

habilidades do professor.

Os indivíduos buscam seu autodesenvolvimento, procuram atingir seus objetivos,

vencendo limitações e desafios. Porém a forma como atuam tentando atingir suas metas é

diferente. As pessoas têm comportamentos e objetivos diferentes, por isso devem ser tratadas

de formas diferentes. Os educadores devem dar atenção às diferenças individuais, pois por este

Page 140: Educacaoadistancia.pdf

139

ângulo há uma grande possibilidade de fazer com que os alunos produzam com maior

satisfação, alcançando o nível de aprendizagem.

Quando o professor utiliza técnicas abertas para avaliar o crescimento no processo de

aprendizagem do aluno, ele pode obter informações que demonstrem as dificuldades ou o

avanço que cada um atingiu. Essas evidências criam referências para identificar qual a melhor

maneira de desenvolver a potencialidade do estudante, satisfazendo também suas necessidades

de estima e auto-realização “pela valorização dos esforços pessoais, pela abertura de espaços

para a criatividade individual (...)” (Pontes).

O educando deve ser motivado a satisfazer sua necessidade de auto-realização

aprendendo que concorrência pode significar a superação de suas próprias dificuldades, não

valorizando excessivamente os resultados obtidos pelos outros. Cabe ao professor oferecer

condições aos alunos de satisfazê-las. Nesse caso, o docente deve considerar como verdadeira

motivação, aquelas necessidades que são internas, intrínsecas ao indivíduo como a sua própria

constatação de crescimento, o reconhecimento pelos seus esforços, à possibilidade de

empreender algo novo.

As necessidades extrínsecas, mais perceptíveis, são aquelas que promovem a

satisfação a partir de fatores externos à própria pessoa, como a nota atribuída pelo professor ou

as condições ambientais para realizar trabalhos. Esse tipo de satisfação é importante, porém só

estimula as pessoas, levando-as a agir, todavia necessitam de incentivos constantes. Assim, o

aluno poderá deixar de motivar-se a partir do aprendizado em si, que é o fator responsável pelo

seu autodesenvolvimento e que permite a satisfação de suas necessidades internas de auto-

estima e auto-realização.

É essa forma de satisfação que leva o aluno a envolver-se com o processo de

aprendizagem motivando-se a partir de suas próprias carências intrínsecas. Confirma-se, então,

para o aluno que o significado do processo de avaliação é o seu desenvolvimento pessoal e não

apenas a nota obtida em momentos determinados.

O feedback é uma ferramenta disponível para que o aluno tome conhecimento dos

resultados alcançados durante o processo de ensino-aprendizagem, pois analisando os

resultados é possível corrigir falhas, reformular o planejamento proposto e evidenciar os acertos

e resultados positivos, elevando a auto-estima. Permite ao indivíduo a julgamento de seu

comportamento e as correções necessárias para alcançar o objetivo final.

Para tanto o feedback deve ser contínuo, reforçando os acertos, elevando a auto-

estima, e identificando as falhas, possibilitando com isso uma revisão e uma modernização

eficiente por parte do professor ou do tutor. A avaliação contínua e cumulativa é parte do

Page 141: Educacaoadistancia.pdf

140

processo de aprendizagem em EAD, e não somente um momento determinado, desvinculado do

processo.

Dessa forma, as fontes de satisfação e recompensa ocorrem a partir do próprio

aprendizado, desencadeando a motivação interna que surge e se mantém, principalmente,

quando os alunos sabem o que se espera deles e como será orientado e avaliado pelo

professor. Quando o estudante conhece o objetivo e o conteúdo da disciplina e os padrões de

desempenho mínimos que são exigidos, tende a se comprometer buscando realizar um bom

trabalho, e sentindo a alegria de ser bem-sucedido.

O educador/tutor deve estar sempre atento aos progressos dos alunos procurando

orientá-los, e incentivá-los para o desenvolvimento de suas potencialidades, levando-os a atingir

os objetivos propostos. O educador/tutor deve assumir uma postura de motivador do processo,

promovendo a aprendizagem progressiva e efetiva do conteúdo abordado.

O professor deve demonstrar certeza na capacidade dos alunos, elogiarem os

progressos obtidos antes de apontar as deficiências, que devem ser analisadas conjuntamente,

indicando sua disposição de auxiliar o aluno na busca por resultados positivos. Deve destacar a

importância do desenvolvimento da aprendizagem e a satisfação do bom trabalho. Deve ser um

bom ouvinte e comunicador, pois através da participação de um diálogo construtivo, possibilita a

efetivação da aprendizagem de forma mais apropriada e satisfatória.

Quando se pretende avaliar aprendizagens, deve-se primeiro compreender o que é

aprendizagem, como ela ocorre e o que ela acarreta. Diante disso, temos a afirmação de que a

aprendizagem é um processo de aquisição e formulação de novos conhecimentos, de

desenvolvimento de competências e que de certa forma, produz modificações no comportamento

das pessoas. A aprendizagem necessita de fatores e estímulos internos do indivíduo, bem como

dos estímulos externos.

Para se iniciar um processo de avaliação de aprendizagens, em qualquer modelo de

ensino, é imprescindível o planejamento. Através dele pode-se ter claramente a visão dos

objetivos que se pretende alcançar. Para isso, se considera todos os aspectos do processo de

ensino-aprendizagem e todos os elementos que permeiam esta relação. Acompanhar o

desenvolvimento do aluno, conhecer sua postura e procedimento, saber como ele aprendeu o

conteúdo, como o utiliza em determinados contextos e situações requerem auxílio de

ferramentas, meios e procedimentos que auxiliem o professor na busca destas respostas.

Classificar o aprendiz (aluno) neste processo é uma exigência legal dos órgãos de

educação. Mas não é um fim da avaliação, que se propõe a muito mais. Aqui entram também os

Page 142: Educacaoadistancia.pdf

141

aspectos éticos do ato de ensinar, de formar cidadãos conscientes, de dar condições para que o

indivíduo se desenvolva, cresça como pessoa e busque sua autonomia e possa atuar em prol do

conhecimento, modificando realidades, principalmente na Educação a Distância.

Através de uma visão holística, que considera um todo e transcende o fator “nota”, é

possível utilizar a avaliação para diagnosticar problemas no aprendizado e propor as melhorias,

fornecendo o feedback propulsor de ajustes e de potencializações das práticas e métodos

pedagógicos utilizados no processo de ensino-aprendizagem.

Ou seja, além de ser constante, formativa, a avaliação deve ser diagnóstica, levantar

questionamentos e buscar respostas para promover a melhoria dos processos de ensino-

aprendizagem, verificando os sucessos e insucessos de determinadas ações, dos meios,

materiais e recursos utilizados, bem como da atuação.

Segundo PETERS (1997) nas universidades a distância se desenvolvem cursos que

estabelecem o caminho da aprendizagem dos estudantes, onde estes podem acompanhar os

conteúdos oferecidos e exercer sua autonomia. Com este princípio, os cursos são planejados,

desenvolvidos e experimentados conforme esta concepção, apresentando além dos conteúdos,

intervenções didáticas.

No ambiente de EaD, a avaliação precisa ser específica e estender sua análise sobre

os outros tipos e variedades de aprendizados como a questão da tecnologia empregada e sobre

seu mecanismo próprio de ensino-aprendizagem. Atualmente, tanto a percepção e o modo de se

avaliar exigem uma nova postura, uma nova atuação dos avaliadores. Os processos mudaram e

com eles as oportunidades de se levar conhecimento às mais remotas partes do país e do

mundo.

Existem diversas formas de avaliação que englobam tanto as condições qualitativas

quanto as quantitativas. Não se deve restringir o método de avaliação a uma ou outra

modalidade. Na verdade, as combinações de diversos instrumentos podem oferecer subsídios

ao avaliador, dotando-o de conteúdos que possam ajudá-lo a formular um conceito mais

aproximado do real e do ideal.

Não existem fórmulas, e cada caso é um caso. Há de se avaliar o projeto pedagógico

proposto e seus objetivos a que ele se propõe, o ambiente onde será realizada determinada

ação educativa, os recursos e tecnologias envolvidas e muitos outros itens para planejar a

melhor estratégia de avaliação.

Page 143: Educacaoadistancia.pdf

142

Devemos considerar o processo de aprendizagem centralizado no aluno, para

humanizar o processo, visando seu desenvolvimento contínuo. Avaliar dentro destas

possibilidades prevê o melhoramento do processo educacional, admitindo as expressões do

conhecimento do indivíduo e o enriquecimento em todos os sentidos.

Na educação a Distância (online), a avaliação de aprendizagem demanda a

estruturação e a construção de novos conceitos e práticas pedagógicas que possam considerar

os recursos interativos e os processos colaborativos de aprendizagens com as práticas de

avaliação que vislumbrem a construção do conhecimento, e não apenas a sua reprodução

memorizada, como vemos em muitos cursos na modalidade a distância.

A Prática avaliativa deve fazer parte do processo de aprendizagem durante todo o

percurso, e não apenas ser vista como uma atividade externa ao processo pedagógico. Deve ser

formulada especificamente para atender a determinadas características dos cursos e contextos

próprios para poder avaliar de forma a considerar as individualidades e o real processo de

construção do conhecimento, onde se torna mais importante o significado do instrumento dentro

do processo avaliativo, do que o tipo a ser utilizado.

Instrumentos de avaliação

Considerando a variedade de instrumentos em suas interfaces, os mais usuais em EaD

são:

Discussões

Realizados para promover a discussão de temas específicos

do curso. Essas discussões podem ser realizadas de três

formas;

Discussão assíncrona, conduzida pelos formadores, que

incentivam as trocas de idéias e experiências. Favorece a

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143

Fórum

reflexão e a elaboração das participações, possibilitando maior

qualidade e aprofundamento;

Seminário Virtual

Semelhante à atividade Fórum, no entanto nesta modalidade

um ou dois grupos ficam responsáveis por propor as

questões a serem discutidas, conduzir as discussões do

fórum, fazer uma análise e avaliar a participação dos colegas;

Bate-Papo (chat)

Discussão síncrona que gera participações curtas e pouco

elaboradas, no entanto possibilita aumentar a proximidade entre

os participantes do curso, contribuindo para aumentar a

colaboração;

Portfólio

Onde todo processo pode ser comentado pelos formadores e

aprendizes de forma colaborativa e construtiva. O aprendiz é

motivado a entrar num ciclo de revisões, no qual tem a

oportunidade de construir e depurar os novos

conhecimentos;

Provas à distância

ou presenciais

As provas à distância consistem em exercícios contendo questões

que os estudantes terão que responder e enviar ao centro do

curso/tutor. As presenciais, por sua vez, podem ser de vários

tipos: de ensaio ou de resposta livre, prova prática ou de

execução, prova objetiva e prova oral, sendo essa última

raramente utilizada nesta modalidade de ensino, exceto em

provas de idioma, podendo ser feita através de fitas cassete ou de

vídeo.

Reflexões do aprendiz sobre o próprio processo de

aprendizagem, por meio de relatos de suas experiências.

Uma ferramenta interessante é o Diário de Bordo, que permite

leitura e comentário apenas de formadores e também os

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144

Relatos

Blogs que permitem a inserção de fotos, imagens, links,

enquetes e outros.

Na avaliação em Educação a distância o feedback é apontado como um importante

elemento para a aprendizagem independentemente da teoria de educação que o embasa,

embora existam diferenças substanciais na forma como é usado e no lugar que ocupa para cada

diferente referencial teórico. Considerando a EaD, o feedback apresenta importância central no

processo de aprendizagem, potencializando os resultados e motivando o sujeito cognoscente,

pois permite ao “curso” estabelecer um diálogo através do qual o estudante interage com o

objeto de aprendizagem. Sem esta interação, a solução torna-se apenas uma lista de

informações publicada na rede. São formas de feedback:

Informal

É normalmente dado de forma oral, em uma conversa com o

aluno ou o grupo de alunos. Em EAD normalmente é utilizada a

comunicação por e-mail, fórum ou Chat, quando o

professor/tutor dá uma resposta na discussão para estimular a

participação ou corrigir o rumo.

Formal

Nele se encontram todos os testes de aprendizado. E pode ser

encontrado nas respostas aos exercícios de fixação, na

avaliação final e nos medidores de desempenho.

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145

Direto

Quando é direcionado a um aluno, a um grupo (sendo o

trabalho de grupo) ou por conseqüência de uma determinada

atividade/tarefa. O ideal, quando falamos de um ensino a

distância, é que a comunicação sempre seja feita diretamente

ao aluno, pelo seu desempenho. Isto se torna essencial nos

cursos com pouca interação, pois neste caso o aluno está

sozinho no processo de ensino e algo direcionado ao grupo, do

qual ele pouco ou nada sabe, aumenta ainda mais a distância

entre ele e o conteúdo.

Indireto

Direcionado a toda a turma ou para avaliar o desempenho

geral. Não menciona nomes nem tarefas específicas.

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146

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