Educação Continuada em Medicina Sexual3 Para pacientes com câncer de próstata, a escolha do...

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Sexual Medicine Review Educação Continuada em Medicina Sexual FASCÍCULO 2 MAR . MAI | 2017

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Sexual MedicineReview

Educação Continuada

em Medicina Sexual

FASCÍCULO 2MAR . MAI | 2017

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MARÇO . MAIO 2017

Sexual MedicineReview

PresidenteArchimedes Nardozza Jr.

Vice-PresidenteWagner Coelho Porto

secretário GeralSamuel Dekermacher

1º secretárioDante Sica Filho

2º secretárioJosé Eduardo Fernandes Távora

3º secretárioJulio Resplande de Araújo Filho

1º tesoureiroAlfredo Félix Canalini

2º tesoureiroSebastião José Westphal

3º tesoureiroAntonio Cesar M. da Costa Cruz

diretor de PesquisaRomolo Guida Jr.

diretor de comunicaçãoCarlos Alberto Ricetto Sacomani

Presidente eleitoSebastião José Westphal

editor cHeFe

Eduardo Bertero, MD, PhDChefe do departamento de Andrologia /Sexualidade Humana da SBU

editores auXiliares

Eduardo de Paula Miranda, MD, PhDMemorial Sloan Kettering Cancer Center,NY, EUA

Jose Bessa Junior, MD, PhDUniversidade Estadual de Feira de SantanaBA, Brasil

eXPediente

Patrícia Gomes / SecretáriaBruno Nogueira / Designer gráfico

diretoria eXecutiVa

conselHo editorial

FASCÍCULO 2

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sumárioFASCÍCULO 2 | MARÇO . MAIO 2017

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3 PREVALÊNCIA E FATORES PREDITIVOS DOS NORMALMENTE NEGLIGENCIADOS EFEITOS COLATERAIS SEXUAIS RELACIONADOS À RADIOTERAPIA EXTERNA PARA O CÂNCER DE PRÓSTATAAnders Frey, Christian Pedersen, Henriette Lindberg, Rasmus Bisbjerg, Jens Sønksen, Mikkel Fode comentário Final: marcelo cabrini

4 REVISÃO CONTEMPORÂNEA DAS TÉCNICAS DE ENXERTO PARA O TRATAMENTO CIRÚRGICO DA DOENÇA DE PEYRONIEGeorgios Hatzichristodoulou, Daniar Osmonov, Hubert Kubler, Wayne J. G. Hellstrom, Faysal A. Yaficomentário Final: marcelo cabrini

5 NÍVEIS SÉRICOS DE ENCLOMIFENO E ZUCLOMIFENO EM HOMENS COM HIPOGONADISMO EM TRATAMENTO DE LONGO PRAZO COM CITRATO DE CLOMIFENOSevann Helo, Joseph Mahon, Joseph Ellen, Ron Wiehle, Gregory Fontenot, Kuang Hsu, Paul Feustel, Charles Welliver,5, Andrew McCulloughcomentário Final: Geraldo Faria

6 SEXUALIDADE E FERTILIDADE EM HOMENS COM HIPOSPÁDIA; RESULTADO MELHORADOL. Ortqvist, M. Fossum, M. Andersson, A. Nordenstrom, L. Frisén, G. Holmdahl, Nordenskjoldcomentário Final: eduardo auGusto c. barros, md & sidneY Glina, md, PHd

7 ALONGAMENTO, PRESERVAÇÃO DE CALIBRE E TAMANHO PENIANO DURANTE O IMPLANTE DE PRÓTESE PENIANAHenry Tran, Robert Goldfarb, Anika Ackerman, Robert J. Valenzuelacomentário Final: eduardo auGusto c. barros, md & sidneY Glina, md, PHd

9 INVESTIGAÇÃO MULTICÊNTRICA DOS MICRORGANISMOS ENVOLVIDOS NAS INFECÇÕES DE PRÓTESE PENIANA: ANÁLISE DA EFICÁCIA DAS DIRETRIZES DA AUA E DA EAU SOBRE ANTIBIOTICOPROFILAXIA NAS PRÓTESES PENIANASMartin S. Gross, Elizabeth A. Phillips, Robert J. Carrasquillo, Amanda Thornton, Jason M. Greenfield, Laurence A. Levine, Joseph P. Alukal, William P. Conners III, Sidney Glina, Cigdem Tanrikut, Stanton C. Honig, Edgardo F. Becher, Nelson E. Bennett, Run Wang, Paul E. Perito, Peter J. Stahl, Mariano Rosselló Gayá, Mariano Rosselló Barbará, Juan D. Cedeno, Edward L. Gheiler, Odunayo Kalejaiye, David J. Ralph, Tobias S. Köhler, Doron S. Stember, Rafael E. Carrion, Pedro P. Maria, William O. Brant, Michael W. Bickell, Bruce B. Garber, Miguel Pineda, Arthur L. Burnett II, J. Francois Eid, Gerard D. Henry, Ricardo M. Munarrizcomentário Final: eduardo miranda, md, PHd

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10 O TRATAMENTO COM ONDA DE CHOQUE EXTRACORPÓREA DE BAIXA INTENSIDADE MELHORA FUNÇÃO ERÉTIL: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISEZhihua Lu, Guiting Lin, Amanda Reed-Maldonado, Chunxi Wangb, Yung-Chin Lee, Tom F. Luecomentário Final: eduardo miranda, md, PHd

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Para pacientes com câncer de próstata, a escolha do tratamento passa muito pelo risco de ocorrência dos efeitos secundários. Apesar das limitações inerentes ao desenho transversal, esse estudo tem grande importância em destacar que os efeitos colaterais da RT vão além da DE, e reforçar a necessidade de se discutir rotineiramente suas possíveis consequências, para que os doentes possam decidir qual o tratamento a seguir.

PREVALÊNCIA E FATORES PREDITIVOS DOS NORMALMENTE NEGLIGENCIADOS EFEITOS COLATERAIS SEXUAIS RELACIONADOS À RADIOTERAPIA EXTERNA PARA O CÂNCER DE PRÓSTATAPrevalence and Predicting Factors for Commonly Neglected Sexual Side Effects to External-Beam Radiation Therapy for Prostate Cancer.J Sex Med. 2017 Apr;14(4):558-565

Anders Frey 1, Christian Pedersen 2, Henriette Lindberg 3, Rasmus Bisbjerg 4, Jens Sønksen 5, Mikkel Fode 5

1 Department of Urology, Herlev and Gentofte Hospital, Herlev, Denmark; 2 Department of Urology, Zealand University Hospital, Roskilde, Denmark; 3 Department of Oncology, Herlev and Gentofte Hospital, Herlev, Denmark; 4 Department of Urology, Herlev and Gentofte Hospital, Herlev, Denmark; 5 Department of Urology, Herlev and Gentofte Hospital, Herlev, Denmark; Department of Urology, Zealand University Hospital, Roskilde, Denmark

resumo:

Este estudo foi parte de uma investigação transversal de um único centro, realizada através da aplicação de um questionário especifico, entre Maio e Novembro de 2015, em pacientes submetidos a radioterapia externa (RT) para o tratamento de câncer de próstata, na dose de 78Gy. O objetivo foi avaliar as taxas de prevalência e fatores preditores das alterações na função sexual, como disfunção erétil (DE), disfunção orgásmica, incontinência urinária durante a atividade sexual, alterações morfológicas e distúrbios sensoriais do pênis.Um total de 109 pacientes sexualmente ativos foram incluídos no estudo, com uma idade média de 71 anos e um tempo médio desde o fim da RT de 50 meses. A prevalência de DE foi de 50%. Vinte e seis pacientes (24%) reportaram anorgasmia, 44% diminuiram a intensidade do orgasmo e 40% referem um aumento no tempo para se atingir o orgasmo. Anejaculação foi relatada por 11% dos pacientes e 15% relataram dor associada ao orgasmo. Somente 4% reportaram incontinência urinária durante atividade sexual. Dentre as alterações morfológicas do pênis, 42% reportaram encurtamento maior que 1 cm e 12% relataram curvatura, e dentre as alterações de sensibilidade, ereções dolorosas foram observadas em 6%, diminuição da sensibilidade peniana em 27%, sensação de pele fria e parestesia em 2% dos pacientes. A análise de regressão logística mostrou que quanto maior o tempo desde o final da RT, maior a chance de distúrbios sensoriais no pênis. Os autores concluem que as disfunções orgásmicas, alterações morfológicas e sensoriais no pênis são efeitos colaterais comuns da RT.

COMENTÁRIO FINAL

marcelo cabriniResearch Fellow - Medicina Sexual

Johns Hopkins HospitalDoutor em Urologia - EPM / UNIFESP

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A experiência do cirurgião, a cuidadosa seleção do paciente e o tipo de deformidade peniana afetam a escolha da abordagem cirúrgica e do enxerto a ser utilizado. O enxerto ideal precisaria estar prontamente disponível, ser resistente a infecção, ser livre de contração, preservar a ereção e ser custo-efetivo. Até o momento, nenhum enxerto disponível parece ser superior aos demais para o reparo da túnica albugínea.

REVISÃO CONTEMPORÂNEA DAS TÉCNICAS DE ENXERTO PARA O TRATAMENTO CIRÚRGICO DA DOENÇA DE PEYRONIEContemporary Review of Grafting Techniques for the Surgical Treatment of Peyronie’s Disease.Sex Med Rev. 2017 Feb 28. pii: S2050-0521(17)30008-2

Georgios Hatzichristodoulou 1, Daniar Osmonov 2, Hubert Kubler 3, Wayne J. G. Hellstrom 4, Faysal A. Yafi 5

1 Department of Urology and Pediatric Urology, Julius Maximilians University of Wurzburg, Wurzburg, Germany;2 Department of Urology and Pediatric Urology, University Hospital Schleswig-Holstein, Kiel, Germany; 3 Department of Urology and Pediatric Urology, Julius Maximilians University of Wurzburg, Wurzburg, Germany; 4 Department of Urology, Tulane University, New Orleans, LA, USA; 5 Department of Urology, University of California-Irvine, Irvine, CA, USA

resumo:

Neste estudo foi realizada uma revisão da literatura através do PubMed, selecionando trabalhos publicados entre 2011 e 2016, com o objetivo de fornecer uma visão geral de estudos recentes que relatam resultados de técnicas de enxerto para correção cirúrgica da doença de Peyronie. A cirurgia com enxerto é uma opção em pacientes com uma curvatura peniana maior que 60° ou deformidades complexas. Dentre as considerações pré-operatórias, destaca-se a importância de se criar expectativas realistas. O risco de recorrência de curvatura está entre 10% a 33%. O risco de encurtamento embora teoricamente menor com as técnicas de enxerto, é um evento adverso associado a qualquer terapia cirúrgica. A disfunção erétil pós-operatório pode chegar a 67%. Devido às menores taxas de disfunção veno-oclusiva é mais recomendada a incisão da placa do que a excisão. Várias técnicas cirúrgicas e materiais de enxerto podem ser usados para a cobertura do defeito da túnica albugínea com resultados semelhantes. Uma grande vantagem dos enxertos não autólogos e sintéticos é que eles não exigem retirada de tecido do próprio paciente, diminuindo assim a morbidade e o tempo operatório. A engenharia de tecidos parece representar o futuro, mas pesquisas ainda são necessárias. No pós-operatório, apesar da limitação dos dados da literatura até o momento, a reabilitação pós-operatória é recomendada para diminuir o risco de disfunção erétil, como massagem e alongamento do pênis ou dispositivos externos de tração peniana, iniciados entre 2 a 4 semanas após a cirurgia, associado ao uso de inibidores da PDE5 para melhorar o fluxo arterial cavernoso.

COMENTÁRIO FINAL

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marcelo cabriniResearch Fellow - Medicina Sexual

Johns Hopkins HospitalDoutor em Urologia - EPM / UNIFESP

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O citrato de clomifeno (CC) é um agonista parcial do receptor do estrogênio e sua administração inibe os efeitos dos estrógenos na hipófise. Esta ação reduz o feedback negativo sobre a glândula que passa a excretar maiores quantidades de FSH e LH. Concentrações mais elevadas de LH irão estimular as células de Leydig a produzir mais testosterona. O CC tem sido utilizado no tratamento de homens hipogonádicos, especialmente nos indivíduos que ainda tem a perspectiva de gerar prole. No entanto, o presente artigo alerta sobre eventuais efeitos deletérios da droga (por ação do ZUC) sobre os testículos e a espermatogênese.

NíVEIS SÉRICOS DE ENCLOMIFENO E zUCLOMIFENO EM hOMENS COM hIPOGONADISMO EM TRATAMENTO DE LONGO PRAzO COM CITRATO DE CLOMIFENOSerum levels of enclomiphene and zuclomiphene in men with hypogonadism on long-term clomiphene citrate treatment.BJU Int. 2017 Jan;119(1):171-176

Sevann Helo 1, Joseph Mahon 1, Joseph Ellen 2, Ron Wiehle 3, Gregory Fontenot 3, Kuang Hsu 3, Paul Feustel 4, Charles Welliver 1,5, Andrew McCullough 1,5

1 Division of Urology, Albany Medical College, Albany, NY, USA; 2 Virginia Urology Center, Prince George, VA, USA;3 Repros Therapeutics, The Woodlands, TX, USA; 4 Department of Neuropharmacology and Neuroscience, Albany Medical College, Albany, NY, USA; 5 Urological Institute of Northeastern New York, Division of Urology, Albany, NY, USA

resumo:

O citrato de clomifeno (CC) é uma mistura de dois isômeros, 62% de enclomifeno (ENC) e 38% de zuclomifeno (ZUC) determinando uma relação ENC:ZUC de 3:2. As meias-vidas de ENC e ZUC são de 10,5 horas e 30 dias respectivamente.Este estudo teve como objetivo determinar as concentrações plasmáticas dos isômeros em homens hipogonádicos em tratamento com CC há pelo menos seis semanas e determinar se a idade, o índice de massa corpórea (IMC) ou a duração da terapia eram preditivos das concentrações séricas de ENC e ZUC. Foram avaliados 15 homens recebendo diariamente 25 mg de CC por pelo menos seis semanas. A caracterização do hipogonadismo foi determinada por níveis séricos de testosterona total <300 ng/dL. As dosagens de ENC e ZUC foram realizadas durante o tratamento e mostraram uma concentração plasmática média de 44.0 ng/ml de ZUC e 2.2 ng/ml de ENC. A idade, o tempo de terapia, o IMC e os níveis de testosterona não foram preditivos das concentrações dos isômeros. O estudo demonstrou que durante a terapia com CC ocorre uma inversão importante da relação original dos isômeros (ZUC:ENC = 20:1).Os autores concluíram que a terapia prolongada com CC resulta em uma significante alteração das concentrações séricas de ZUC e ENC, com predominância do isômero ZUC. Estudos anteriores demonstraram que elevadas taxas séricas de ZUC estão associadas a um potencial risco de degeneração testicular e interrupção da espermatogênese. Esta ação deletéria não foi observada com ENC. Preconizam a necessidade de mais estudos investigando os efeitos do isômero puro ENC em substituição ao CC no tratamento de homens hipogonádicos.

COMENTÁRIO FINAL

Geraldo eduardo FariaDiretor Médico da Master Clínica – Rio Claro – SP

Membro Titular Vitalício da Academia Internacional de Sexologia Médica

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A análise da sexualidade e da fertilidade de homens hipospádicos é fundamental, visto que sua incidência não é incomum. Os resultados apresentados já eram esperados, uma vez que pacientes com hipospádias proximais apresentam maiores deformidades penianas e muitas vezes estão associadas com alterações genéticas capazes de comprometer a fertilidade masculina. O seguimento, desde o nascimento, especializado e multiprofissional é fundamental.

SEXUALIDADE E FERTILIDADE EM hOMENS COM hIPOSPÁDIA; RESULTADO MELhORADOSexuality and fertility in men with hypospadias; improved outcome. Andrology. 2017 Mar;5(2):286-293

L. Ortqvist 1,2, M. Fossum 1,2, M. Andersson 3,4, A. Nordenstrom 1,5, L. Frisén 6,7, G. Holmdahl 3,4, Nordenskjold 1,2

1 Department of Women’s and Children’s Health and Center for Molecular Medicine, Karolinska Institutet, Stockholm, Sweden; 2 Unit of Pediatric Surgery, Astrid Lindgren Children’s Hospital, Karolinska University Hospital, Stockholm, Sweden; 3 Sahlgrenska Academy, Women’s and Children’s Health, Gothenburg, Sweden; 4 Department of Pediatric Surgery, Queen Silvia’s Children’s Hospital, Gothenburg, Sweden; 5 Department of Pediatric Endocrinology, Astrid Lindgren Children’s Hospital, Karolinska University Hospital, Stockholm, Sweden; 6 Department of Clinical Neuroscience, Karolinska Institutet, Stockholm, Sweden; 7 Child and Adolescent Psychiatry Research Center, Karolinska Institutet, Stockholm, Sweden

resumo:

Trata-se de um estudo sueco com objetivo de investigar a função sexual e a fertilidade de homens adultos nascidos com hipospádia. Esses foram comparados com 2 grupos (homens normais não circuncisados e circuncisados) através do preenchimento de questionário que refletia sua fertilidade e situação psicossexual. Além de questionamentos como identidade de gênero, orientação e comportamento sexual. 167 homens hipospádicos (63% distal, 24% medial e 13% proximal), 169 homens normais não circuncisados e 47 homens normais circuncisados por fimose na infância preencheram o questionário. Não houve diferença na dificuldade de se obter um parceiro, fertilidade, idade de início da vida sexual (média 17,8), número de parceiras ou interesse sexual quando comparados aos controles. Mais pacientes hipospádicos reportaram anejaculação. Diminuição da sensibilidade glandar foi mais comum nos homens hipospádicos e circuncisados. A probabilidade de uma vida sexual satisfatória está diretamente relacionada com o aspecto cosmético peniano (Penile Perception Score elevado, OR = 1.54, p = 0.01). Não há associação entre o comprimento peniano. Identidade de gênero, orientação e comportamento sexual foram semelhantes entre homens hipospádicos e os controles. Homens com hipospádia proximal reportaram menor fertilidade, anejaculação e se demonstraram menos satisfeitos com sua vida sexual. Conclui-se que homens nascidos com hipospádia têm uma boa vida sexual e fertilidade. Homens nascidos com hipospádia proximal são mais insatisfeitos com sua vida sexual e fertilidade. A satisfação com a estética peniana é importante na promoção de uma vida sexual satisfatória, sendo primordial o seguimento clínico e psicológico de meninos nascidos com hipospádia, principalmente as proximais.

COMENTÁRIO FINAL

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eduardo auGusto c. barros, mdDisciplina de Urologia,

Faculdade de Medicna do ABCSanto André, SP, Brasil

sidneY Glina, md, PHdProfessor Titular,

Faculdade de Medicina do ABC,Santo André, SP, Brasil

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Apesar dos resultados relatados, o uso de técnicas voltadas para o aumento peniano ainda é bastante questionável. Nenhuma sociedade urológica utiliza e aprova tais procedimentos em seus guidelines. Isso porque tais procedimentos podem levar a consequências estéticas e funcionais graves. Portanto, tais técnicas devem ser utilizadas apenas em casos devidamente selecionados e por profissionais experientes.

ALONGAMENTO, PRESERVAÇÃO DE CALIBRE E TAMANhO PENIANO DURANTE O IMPLANTE DE PRÓTESE PENIANAPenile Lengthening, Girth, and Size Preservation at the Time of Penile Prosthesis Insertion.Tran H, Goldfarb R, Ackerman A, Valenzuela RJ. Sex Med Rev. 2017 Feb 23. pii: S2050-0521(17)30004-5.

Henry Tran 1, Robert Goldfarb 2, Anika Ackerman 2, Robert J. Valenzuela 2

1 Department of Urology, Columbia University Medical Center, New York, NY, USA; 2 Department of Urology, Columbia University Medical Center, New York, NY, USA.

resumo:

Trata-se de um estudo norte-americano com o objetivo de identificar e revisar todas as técnicas de alongamento peniano que podem ser realizadas durante o implante de prótese peniana. Uma revisão sistemática de literatura foi realizada através do PubMed com os termos alongamento peniano, prótese peniana inflável, calibre peniano, corporoplastia, aumento glandar, acessório peniano; todos os artigos com relatos de alongamento peniano subjetivos e/ou objetivos foram revisados. Foram identificadas diversas técnicas de preservação de comprimento peniano e dispositivos utilizados no momento do implante da prótese peniana. Os procedimentos variam desde o local de acesso aos corpos cavernosos para o implante da prótese (Implante sub-coronal) até manobras de preservação de comprimento passíveis de realização durante o implante peniano (deslizamento, incisões na albugínea e uso de enxertos). Técnicas que melhoram a percepção de aumento peniano como lipectomia suprapúbica e liberação do ligamento suspensor do pênis também foram descritas. O uso de substâncias para preenchimento peniano, como ácido hialurônico, também podem auxiliar no ganho de calibre. Todas essas técnicas variam em complexidade e necessitam de profissionais especializados e treinados para sua realização. Independente da ténica utilizada, o ganho máximo de comprimento é limitado pelo feixe vasculo-nervoso peniano. Conclui-se que os procedimentos descritos mostram-se seguros e efetivos para o tratamento de pacientes com diminuição do comprimento peniano e disfunção erétil grave. Tais terapias podem melhorar substancialmente a auto-estima e a qualidade de vida de pacientes devidamente selecionados.

COMENTÁRIO FINAL

eduardo auGusto c. barros, mdDisciplina de Urologia,

Faculdade de Medicna do ABCSanto André, SP, Brasil

sidneY Glina, md, PHdProfessor Titular,

Faculdade de Medicina do ABC,Santo André, SP, Brasil

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INVESTIGAÇÃO MULTICÊNTRICA DOS MICRORGANISMOS ENVOLVIDOS NAS INFECÇõES DE PRÓTESE PENIANA: ANÁLISE DA EFICÁCIA DAS DIRETRIzES DA AUA E DA EAU SOBRE ANTIBIOTICOPROFILAXIA NAS PRÓTESES PENIANASMulticenter Investigation of the Micro-Organisms Involved in Penile Prosthesis Infection: An Analysis of the Efficacy of the AUA and EAU Guidelines for Penile Prosthesis Prophylaxis.Gross et al. The Journal of Sexual Medicine 2017. J Sex Med. 2017 Mar;14(3):455-463.

Martin S. Gross 1, Elizabeth A. Phillips 2, Robert J. Carrasquillo 2, Amanda Thornton 2, Jason M. Greenfield 3, Laurence A. Levine 4, Joseph P. Alukal 5, William P. Conners III 6, Sidney Glina 7, Cigdem Tanrikut 8, Stanton C. Honig 9, Edgardo F. Becher 10, Nelson E. Bennett 11, Run Wang 12, Paul E. Perito 13, Peter J. Stahl 14, Mariano Rosselló Gayá 15, Mariano Rosselló Barbará 15, Juan D. Cedeno 16, Edward L. Gheiler 16, Odunayo Kalejaiye 17, David J. Ralph 17, Tobias S. Köhler 18, Doron S. Stember 19, Rafael E. Carrion 20, Pedro P. Maria 21, William O. Brant 22, Michael W. Bickell 23, Bruce B. Garber 23, Miguel Pineda 24, Arthur L. Burnett II 24, J. Francois Eid 25, Gerard D. Henry 26, Ricardo M. Munarriz 2

1 Dartmouth-Hitchcock Medical Center, Lebanon, NH, USA; 2 Boston University Medical Center, Boston, MA, USA;3 Urology Associates of North Texas, Grapevine, TX, USA; 4 Rush Medical College, Chicago, IL, USA; 5 NYU Langone Medical Center, New York, NY, USA; 6 Beth Israel Deaconess Medical Center, Boston, MA, USA; 7 Faculdade de Medicina do ABC/Instituto H. Ellis, Bela Vista, SP, Brazil; 8 Massachusetts General Hospital, Boston, MA, USA; 9 Yale School of Medicine, New Haven, CT, USA; 10 University of Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina; 11 Lahey Hospital and Medical Center, Burlington, MA, USA; 12 The University of Texas Health Science Center at Houston, Houston, TX, USA; 13 Perito Urology, Coral Gables, FL, USA; 14 Columbia University College of Physicians & Surgeons, New York, NY, USA; 15 Hospital Quirón Palmaplanas Salud, Palma, Illes Balears, Spain; 16 Urology Specialists, Hialeah, FL, USA; 17 University College London Hospital, London, UK; 18 SIU School of Medicine, Springfield, IL, USA; 19 Mount Sinai Hospital, New York, NY, USA; 20 USF Morsani College of Medicine, Tampa, FL, USA; 21 Albert Einstein College of Medicine, Bronx, NY, USA; 22 University of Utah Hospital, Salt Lake City, UT, USA; 23 Hahnemann University Hospital, Philadelphia, PA, USA; 24 Johns Hopkins University School of Medicine, Baltimore, MD, USA; 25 Advanced Urological Care, New York, NY, USA; 26 Regional Urology, Shreveport, LA, USA

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resumo:

Apesar dos avanços na técnica cirúrgica e adoção de diretrizes de antibioticoprofilaxia, as infecções de prótese peniana (IPP) ainda permanecem desafiadoras como complicações potencialmente catastróficas. O objetivo do presente estudo foi realizar um investigação microbiológica nos casos de IPP e analisar criticamente as atuais recomendações de profilaxia da AUA e EAU. Para tanto, foram revisados os resultados das culturas obtidas em cirurgias de resgate ou explante como consequência de IPP. As culturas foram obtidas a partir de material purulento no local da infecção e do biofilme do dispositivo. Foram avaliadas 227 culturas intraoperatórias em cirurgias de colocação de prótese inflável provenientes de 25 centros médicos

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Há uma incidência não desprezível de IPP por MRSA, Candida e anaeróbios. Algoritmo sugerido em IPP: 1. Obter culturas por aspiração/swab antes de iniciar tratamento; 2. Iniciar antibioticoterapia de amplo espectro incluindo cobertura para fungos, 3. Realizar cirurgia de explante ou resgate, 4. Ajustar os antibióticos às culturas, mantendo tratamento oral por 1 mês nos casos de cirurgia de resgate

eduardo miranda, md, PhdMemorial Sloan Kettering Cancer Center

New York, EUA

entre 2002 e 2016. Gram-positivos e Gram-negativos foram encontrados em 73% e 39% de culturas positivas, respectivamente. As espécies de Candida (11,1%), anaeróbios (10,5%) e Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) (9,2%) constituiu quase um terço das 153 culturas positivas. Múltiplos organismos foram identificados em 25% das culturas positivas. Os regimes de antibióticos utilizados na cirurgia de implante estavam consistentes com as diretrizes da AUA e EAU. No entanto, cobertura adequada dos microrganismos identificados neste estudo foi observada em apenas 62% - 86% dos casos. Além disso, aproximadamente um terço dos casos de IPP apresentaram culturas negativas. Através deste estudo foi possível concluir que os microrganismos identificados não foram cobertos pelas diretrizes de antibioticoprofilaxia da AUA e EAU em até 38% dos casos. Esses achados sugerem que uma ampliação do espectro da antibioticoprofilaxia pode diminuir as taxas de infecção.

COMENTÁRIO FINAL

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Apesar de haver uma utilidade clínica potencial para OCE, o atual estado de evidência não comprova sua eficácia e portanto, não deve ser recomendado fora do ambiente de pesquisa. As populações avaliadas são heterogêneas, a magnitude do efeito é modesta e não há dados sobre os efeitos de longo prazo. Aparentemente há melhor resposta em pacientes com DE menos grave.

O TRATAMENTO COM ONDA DE ChOqUE EXTRACORPÓREA DE BAIXA INTENSIDADE MELhORA FUNÇÃO ERÉTIL: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISELow-intensity Extracorporeal Shock Wave Treatment Improves Erectile Function: A Systematic Review and Meta-analysis. Eur Urol. 2017 Feb;71(2):223-233

Zhihua Lu, Guiting Lin, Amanda Reed-Maldonado, Chunxi Wangb, Yung-Chin Lee, Tom F. Lue1 Knuppe Molecular Urology Laboratory, Department of Urology, School of Medicine, University of California, San Francisco, CA, USA; Department of Urology, The First Hospital of Jilin University, Changchun, People’s Republic of China; 2 Knuppe Molecular Urology Laboratory, Department of Urology, School of Medicine, University of California, San Francisco, CA, USA; 3 Department of Urology, The First Hospital of Jilin University, Changchun, People’s Republic of China; 4 Department of Urology, Kaohsiung Medical University Hospital, Faculty of Medicine, College of Medicine, Kaohsiung Medical University, Kaohsiung, Taiwan; 5 Knuppe Molecular Urology Laboratory, Department of Urology, School of Medicine, University of California, San Francisco, CA, USA

resumo:

O tratamento com ondas de choque extracorpórea (OCE) de baixa intensidade tem sido investigado no contexto da disfunção erétil (DE) sob a prerrogativa biológica de promover neo-angiogênese no tecido erétil e resultados promissores tem sido apresentados recentemente. O presente estudo realizou uma revisão sistemática e metanálise para avaliar a eficácia desse método. Foram incluídos estudos publicados no PubMed e Embase até novembro de 2015 e DE foi avaliada utilizando diferentes questionários, sobretudo o Índice Internacional de Função Erétil (IIEF) e a o Escore de Rigidez Erétil (EHS). Foram incluídos 14 estudos, sendo 7 ensaios clínicos randomizados (ECR) e 7 estudos de coorte que avaliaram 833 pacientes de 2005 a 2015. No entanto tais estudos avaliaram populações diferentes (DE lato sensu, DE associado a doença de Peyronie e DE pós-prostatectomia radical) usando diferentes parâmetros de OCE. Houve melhora significativamente dos escores de IIEF (diferença média: 2,00, 95% IC, 0,99-3,00; P <0,0001) e EHS (diferença de risco: 0,16; IC 95% 0,04-0,29; P = 0,01) por pelo menos 3 meses. A eficácia terapêutica foi maior em pacientes com DE leve a moderada quando comparados com pacientes com DE grave com múltiplas comorbidades. Variações na densidade do fluxo de energia, número de ondas de choque e duração do tratamento tiveram impacto distintos no desfecho clínico.

COMENTÁRIO FINAL

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eduardo miranda, md, PhdMemorial Sloan Kettering Cancer Center

New York, EUA