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E D U C A R P R A V A L E R 2 0 1 8
R E V I S T A D A E S C O L A
A L F A B E T I Z A Ç Ã O
P r o g r a m a E d u c a r p r a V a l e r
2 0 1 8
Revista da Escola Lingua Portuguesa - Alfabetização
FICHA CATALOGRÁFICA
ONG Associação Bem Comum.
Educar pra Valer – 2018/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
V. 1 (2018), Juiz de Fora – Anual
Conteúdo: Revista da Escola – Língua Portuguesa – Alfabetização
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
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8
9
2 6
3 6
4 6
Apresentação
Resultados da escola
Itinerário de apropriação dos resultados
Avaliação somativa
Padrões de desempenho e itens
Anexos
S U M Á R I O
Objetivos gerais da Revista da Escola
– Orientar a leitura, a apropriação e a util ização
dos resultados da escola nos testes de Língua
Portuguesa aplicados no âmbito do Programa
Educar pra Valer 2018.
– Contribuir para a reflexão sobre o uso dos
resultados de Língua Portuguesa na avaliação
externa.
A p r e s e n t a ç ã o
R e s u l t a d o s d a e s c o l a
A v a l i a ç ã o s o m a t i v a
I t i n e r á r i o d e a p r o p r i a ç ã o d o s r e s u l t a d o s
P a d r õ e s d e d e s e m p e n h o e i t e n s
A n e x o s
6
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Olá, educador(a)!
Apresentamos a você a Revista da Escola do Programa Educar pra Valer (EpV) 2018.
Esta publicação tem como objetivo principal orientar a leitura, a apropriação e a utiliza-
ção dos resultados da sua escola na avaliação de Língua Portuguesa - Alfabetização
do Educar pra Valer 2018 apresentados no portal do programa. Para que esses resul-
tados adquiram significado em sua atuação profissional, disponibilizamos, nas seções
que compõem esta edição, conteúdos que visam a auxiliá-lo(a) na compreensão dos
indicadores apresentados e nas possibilidades de uso que oferecem.
Uma sugestão de itinerário que contribuirá para a leitura, a apropriação e o uso dos
resultados da avaliação abre esta edição. Para tanto, esse itinerário está organizado
em três etapas, de modo a proporcionar um percurso que vai da leitura e do conheci-
mento dos indicadores apresentados, passando pela análise desses indicadores, até
a apresentação de sugestões de como utilizá-los na prática pedagógica, subsidiando
a formulação de estratégias direcionadas à melhoria do desempenho dos estudantes.
A seção seguinte consiste em um relato de experiência do uso pedagógico dos resulta-
dos da avaliação educacional em larga escala. Especificamente no relato apresentado,
discute-se sobre habilidades desenvolvidas e, em especial, as que ainda estão por se
desenvolver à época da avaliação, considerando sua evolução durante a trajetória es-
colar dos estudantes.
Desejamos que esta publicação seja útil ao trabalho cotidiano da escola, colaborando
para o redirecionamento das ações pedagógicas, com vistas ao pleno desenvolvimento
dos estudantes. Se esse objetivo for alcançado, teremos cumprido nossa tarefa en-
quanto educadores: garantir aos nossos estudantes o direito de aprender.
Bom trabalho!
7
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
A p r e s e n t a ç ã o
R e s u l t a d o s d a e s c o l a
O acesso aos resultados da sua escola nos
testes de Língua Portuguesa do Programa
Educar pra Valer 2018, em cada etapa de
escolaridade avaliada, deve ser realizado no
menu Resultados , disponível no ambiente
restrito do portal.
Clique nos l inks abaixo para acessar o ambiente
restrito:
E S C O L A A L U N O
As informações apresentadas no link Escola corres-
pondem à participação e ao desempenho dos estu-
dantes nos testes. Observe, em primeiro lugar, a pro-
ficiência média alcançada pelos estudantes em seu
município e sua escola. Em seguida, confira as infor-
mações referentes à participação dos estudantes na
avaliação: número previsto e número efetivo de estu-
dantes, bem como o percentual total de participação.
Na sequência, é possível verificar a distribuição dos
estudantes por padrão de desempenho.
Os resultados das turmas e dos alunos também po-
dem ser consultados no menu Resultados, por meio
do link Aluno. Selecionando a turma desejada, você
poderá conferir os resultados de cada aluno: per-
centual de acerto por descritor e percentual total de
acerto no teste, além da categoria de desempenho,
da proficiência e do padrão de desempenho alcan-
çados pelo estudante.
A v a l i a ç ã o s o m a t i v a
I t i n e r á r i o d e a p r o p r i a ç ã o d o s r e s u l t a d o s
P a d r õ e s d e d e s e m p e n h o e i t e n s
A n e x o s
8
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
A p r e s e n t a ç ã o
Objetivos específicos desta seção
– Orientar a leitura, a interpretação, a análise
e o uso dos resultados de Língua Portuguesa
- Alfabetização do Programa Educar pra Valer
2018.
– Contribuir para a construção de um plano
de intervenção pedagógica com base nos
resultados da avaliação.
I t i n e r á r i o d e a p r o p r i a ç ã o d o s r e s u l t a d o s
A v a l i a ç ã o s o m a t i v a
P a d r õ e s d e d e s e m p e n h o e i t e n s
A n e x o s
R e s u l t a d o s d a e s c o l a
9
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
Leitura e interpretação dos
indicadores
1 ª E T A P A
D i v u l g a ç ã o d o s r e s u l t a d o s
nesta seção, é proposto um itinerário
que orientará a leitura, a interpretação e
o uso dos resultados alcançados pelos
estudantes da sua escola nos testes de
Língua Portuguesa - Alfabetização do
Programa Educar pra Valer 2018.
O objetivo desta proposta é a construção
de um plano de intervenção pedagógica,
com vistas ao aprimoramento das
práticas pedagógicas e à garantia dos
direitos de aprendizagem dos estudantes.
Três etapas compõem este itinerário e, em
cada uma delas, há tarefas importantes a
serem realizadas, a fim de que você possa
se apropriar das informações produzidas
pela avaliação em larga escala.
RERS
RS
RE . Revista da Escola
. Revista do Sistema
1 0
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
A c o m p a n h a m e n t o e a v a l i a ç ã o d a s a ç õ e s d e i n t e r v e n ç ã o p e d a g ó g i c a
Análise dos resultados da escola
2 ª E T A P A Possibilidades de uso dos resultados (plano de intervenção pedagógica)
3 ª E T A P A
1 1
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
1 ª E T A P A
Leitura e interpretação dos indicadores apresentados
Para dar início ao itinerário de apropriação e uso dos resultados da
avaliação externa, é preciso entender o significado dos indicadores
que constituem esses resultados. Esse é o objetivo da primeira eta-
pa deste percurso: conhecer e compreender os principais indicado-
res dos resultados da sua escola na avaliação.
P a r t i c i p a ç ã o
Percentual de participação%
Nº previsto de estudantes
Nº efetivo de estudantes
D e s e m p e n h o
XXX,X Proficiência média
Distribuição dos estudantes por
padrão de desempenho
Percentual de acerto por descritor% D01
1 2
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Os indicadores de participação e de desempenho da sua escola
divulgados no portal do programa devem ser lidos, inicialmente,
considerando sua caracterização, apresentada a seguir.
P a r a d a 1 - P a r t i c i p a ç ã o
Esse indicador é muito importante, uma vez que, por se tratar de
avaliação censitária, quanto maior a participação dos estudan-
tes, mais fidedignos são os resultados dos testes cognitivos. Isso
significa dizer que é possível generalizar os resultados quando a
participação efetiva for igual ou superior a 80% do total de alunos
previstos para realizar a avaliação. Entretanto, esse percentual é o
mínimo para que se possa generalizar os dados produzidos pela
avaliação externa. É muito importante que a escola se empenhe
para que todos os alunos sejam avaliados, alcançando 100% de
participação.
1. ProficiênciaMédia
2. Participação(número de alunos)
3. Evolução do Percentual de Alunospor Padrão de Desempenho
SPAECE 2017
Ceará
Escola
REDE ESTADUAL - REGULAR
Os resultados desta escola
Previsto
Efetivo
Percentual
Escola:
Município:
CREDE:
Previsto
Efetivo
Percentual
CREDE
Previsto
Efetivo
Percentual
Muito Crítico
Crítico
Intermediário
Adequado
270,7
2016 264.6 19,6 38,2 32,7 9,5
2017 273.4 14,8 35,7 36,3 13,2
Edição Proficiência % por Padrão de Desempenho
2017 265.9 19,8 35,7 34,3 10,1
2018 313,4 16,0 33,6 37,5 12,9
Edição Proficiência % por Padrão de Desempenho
93,7
86996
92825
272,8
LÍNGUA PORTUGUESA3ª SÉRIE EM
273,4
2139
97,2
2079
2016 265.2 16,1 44,3 33,3 6,3
2017 270.7 15,4 36,9 37,3 10,4
Edição Proficiência % por Padrão de Desempenho
98,0
241
246
CANINDEITATIRA
EEM NAZARE GUERRA
Número de estudantes previstos
para realizar a avaliação
Número de estudantes que de fato
realizaram a avaliação
Percentual de participação dos
estudantes na avaliação
Confira, nos resultados da sua escola, os dados de participação
dos estudantes na avaliação desta disciplina
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E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
P r o f i c i ê n c i a
Saberes estimados a partir
das tarefas que o estudante
é capaz de realizar na reso-
lução dos itens do teste
P a r a d a 2 – D e s e m p e n h o
Os indicadores de desempenho obtidos por meio da Teoria da Res-
posta ao Item (TRI) e da Teoria Clássica dos Testes (TCT), divulgados
no portal do programa, são:
I . P r o f i c i ê n c i a m é d i a
A proficiência média da escola corresponde à média aritmética das
proficiências dos estudantes, em cada disciplina e etapa avaliadas.
T R I T C T
P r o f i c i ê n c i a m é d i a
P e r c e n t u a l d e a c e r t o p o r d e s c r i t o r
D i s t r i b u i ç ã o d o s e s t u d a n t e s p o r p a d r ã o d e d e s e m p e n h o
1 4
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
191,2 260,6 374,5 427,8
313,5
Este indicador contribui para o monitoramento da qualidade da
educação ofertada pela escola, especialmente quando se observa
sua evolução entre ciclos de avaliação sucessivos.
Previsto
Efetivo
Percentual
1. ProficiênciaMédia
2. Participação(número de alunos)
3. Evolução do Percentual de Alunospor Padrão de Desempenho
SPAECE 2017
Ceará
Escola
REDE MUNICIPAL - REGULAR
Os resultados desta escola
Previsto
Efetivo
Percentual
Escola:
Município:
CREDE:
Município
Previsto
Efetivo
Percentual
Muito Crítico
Crítico
Intermediário
Adequado
212,0
219,117344
103,1
17874
2015 218.9 18,0 44,0 38,0
2016 219.6 15,4 42,3 42,3
2017 212.0 4,1 18,9 37,8 39,2
Edição Proficiência % por Padrão de Desempenho
101,4
74
73
2015 203.7 2,2 23,5 44,1 30,2
2016 214.4 1,5 17,3 41,9 39,3
2017 219.1 1,9 16,3 36,3 45,5
Edição Proficiência % por Padrão de Desempenho
2016 210.9 2,2 21,6 38,9 37,3
2017 214.4 2,1 18,8 39,2 39,9
2018 225.3 2,2 16,3 31,1 50,4
Edição Proficiência % por Padrão de Desempenho
101,8
103697
101869
225,3
LÍNGUA PORTUGUESA5º Ano do Ensino Fundamental
FORTALEZAFORTALEZA
ESCOLA MUNICIPAL ALMERINDA DE ALBUQUERQUE
Para entender a relação entre a proficiência e o desempenho dos estu-
dantes, é importante observar essa proficiência na escala de proficiência.
1 5
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
A escala de proficiência do 5º ano do ensino fundamental do Programa
Educar pra Valer é a mesma utilizada pelo Sistema de Avaliação da Edu-
cação Básica (Saeb), cuja variação vai de 0 a 500 pontos. Essa escala é
dividida em intervalos de 25 pontos, chamados de níveis de desempenho.
Os resultados do 2º ano do ensino fundamental, por sua vez, são calcu-
lados por meio de uma escala própria de alfabetização, que varia de 0 a
1.000 pontos e é dividida em intervalos de 50 pontos.
Com base nas expectativas de aprendizagem para cada etapa de escolarida-
de e nas projeções educacionais estabelecidas pelo programa, os níveis da
escala são agrupados em intervalos maiores, chamados de padrões de de-
sempenho. Os padrões de desempenho são, portanto, estabelecidos pelo pro-
grama, e cada um deles corresponde a um conjunto de tarefas que os alunos
são capazes de realizar, de acordo com as habilidades que desenvolveram.
Essa escala possibilita relacionar a proficiência (medida) a diagnósticos
qualitativos do desempenho escolar (desenvolvimento de habilidades e
competências).
Você pode conferir as escalas de proficiência no link a seguir.
E S C A L A S I N T E R A T I V A S
COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Identifica letras Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação Identifica tema Realiza inferência Identifica gênero, função e destinatário de um texto Estabelece relações lógico-discursivas Identifica elementos de um texto narrativo Estabelece relações entre textos Distingue posicionamentos Identifica marcas linguísticas
PADRÕES DE DESEMPENHO '
DOMÍNIOS
Apropriação do sistema da
escrita
Estratégias de leitura
Processamento do texto
1 6
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
É importante observar que a média de proficiência da escola a colo-
ca em um determinado padrão de desempenho. Mas isso não signi-
fica que todos os estudantes obtiveram o mesmo desempenho. Por
isso, é fundamental conhecer a distribuição dos estudantes pelos
padrões de desempenho, de acordo com a proficiência alcançada
no teste. É isso o que veremos a seguir.
P a d r õ e s d e d e s e m p e n h o
Intervalos da escala
de proficiência
correspondentes a
conjuntos de determinadas
habilidades e
competências, nos quais
estão reunidos estudantes
com desempenho similar
P r o f i c i ê n c i a e d e s e m p e n h o
Para entender a relação
entre a proficiência e
o desempenho dos
estudantes, é importante
observar essa proficiência
na escala de proficiência
N í v e i s d e d e s e m p e n h o
COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Identifica letras Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação Identifica tema Realiza inferência Identifica gênero, função e destinatário de um texto Estabelece relações lógico-discursivas Identifica elementos de um texto narrativo Estabelece relações entre textos Distingue posicionamentos Identifica marcas linguísticas
PADRÕES DE DESEMPENHO '
DOMÍNIOS
Apropriação do sistema da
escrita
Estratégias de leitura
Processamento do texto
313,5
191,2 260,6 374,5 427,8
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E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
I I . D i s t r i b u i ç ã o d o s e s t u d a n t e s p o r p a d r ã o d e d e s e m p e n h o e s t u d a n t i l
De acordo com a proficiência alcançada no teste, o estudante apre-
senta um perfil que nos permite alocá-lo em um dos padrões de
desempenho. Em uma mesma turma e escola, podemos ter vários
alunos distribuídos em cada um dos padrões de desempenho. Essa
distribuição é representada em percentuais. É importante saber
quantos estudantes se encontram em cada padrão e o que eles
são capazes de realizar, tendo em vista o seu desempenho.
O s q u a t r o p a d r õ e s d e d e s e m p e n h o e s t a b e l e c i d o s p a r a o P r o g r a m a E d u c a r p r a
Va l e r s ã o :
A b a i x o d o
b á s i c o
Estudantes apresentam
carência de
aprendizagem em
relação às habilidades
previstas para sua
etapa de escolaridade,
evidenciando
necessidade de
recuperação.
B á s i c o
Estudantes ainda
não demonstram um
desenvolvimento
adequado das
habilidades esperadas
para sua etapa
de escolaridade,
demandando reforço para
uma formação adequada.
I n t e r m e d i á r i o
Estudantes revelam
ter consolidado as
habilidades consideradas
mínimas e essenciais
para sua etapa de
escolaridade, o que
requer empenho
para aprofundar a
aprendizagem.
A d e q u a d o
Estudantes conseguiram
atingir um patamar um
pouco além do que é
considerado essencial
para sua etapa de
escolaridade, exigindo
novos estímulos e
desafios.
Percentuais de estudantes
em cada padrão de
desempenho2018 213.7 4,1 28,6 53,1 14,3
Edição Proficiência % por Padrão de Desempenho
1 8
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Esse indicador é imprescindível ao monitoramento da equidade
da oferta educacional em sua escola, ao se constatar que os dois
primeiros padrões de desempenho sinalizam para a necessidade
de ações de intervenção pedagógica. Porém, ainda que os dois
últimos padrões correspondam ao desempenho esperado para a
disciplina e etapa avaliada, é necessário estabelecer ações espe-
cíficas para o aprofundamento da aprendizagem dos estudantes
alocados nesses padrões.
I I I . P e r c e n t u a l d e a c e r t o p o r d e s c r i t o r
Além da proficiência, da distribuição dos estudantes pelos padrões
de desempenho e da participação, nos resultados da avaliação do
Programa Educar pra Valer, você pode conferir quais foram as ha-
bilidades avaliadas e o desempenho dos estudantes em relação a
cada uma. Essas habilidades vêm descritas na matriz de referência
por meio dos seus descritores.
Com base nos percentuais de acerto em cada descritor, é possível
estabelecer as habilidades que necessitam de maior atenção, tan-
to em relação à escola como um todo, quanto em relação a cada
turma e a cada aluno individualmente. Para conhecer esses resul-
tados, acesse a página de resultados no link abaixo.
M AT R I Z D E R E F E R Ê N C I A - L í n g u a Po r t u g u e s a
Turma D01 D02 D03 D04
A - TARDE 78,45 68,49 62,97 74,52
B - TARDE 68,37 67,54 61,12 54,44
A L U N O
Consulte as matrizes de refe-
rência no site do programa
M A T R I Z D E
R E F E R Ê N C I A
1 9
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
2 ª E T A P AAnálise dos resultados da escola
O objetivo desta etapa é a análise dos resultados da sua esco-
la. Para auxiliar o desenvolvimento desta fase do itinerário, serão
apresentadas orientações de execução e disponibilizados formu-
lários para registro das informações levantadas e analisadas, que
compõem os Anexos desta publicação.
Para tanto, é fundamental que a escola pare, olhe para os seus
resultados e organize-se para analisá-los e planejar estratégias, de
acordo com o que se pretende alcançar.
Sugerimos, a seguir, um passo a passo para a realização deste iti-
nerário.
P a r a d a 1 – R e u n i ã o c o m a e q u i p e p e d a g ó g i c a e a e q u i p e g e s t o r a
A primeira parada desta etapa consiste na realização de uma reu-
nião entre a equipe pedagógica, você, professor, e a equipe gesto-
ra da escola, para a análise dos resultados alcançados pela escola
na avaliação.
Nossa sugestão é que coordenação pedagógica e professores or-
ganizem as informações sobre os resultados alcançados pela es-
cola e apresentados nessa reunião pela equipe gestora. A partir da
análise realizada, é possível partir para a elaboração de planos de
intervenção pedagógica adequados às situações detectadas.
P a r a d a 2 – R e a l i z a ç ã o d a a n á l i s e d o s r e s u l t a d o s
Após a apresentação dos resultados por parte da equipe gesto-
ra, sugerimos que, com o apoio do coordenador pedagógico, seja
realizada a reunião de análise dos resultados. A seguir, listamos
alguns procedimentos importantes para que o processo de análise
dos resultados da avaliação permita a produção de um diagnóstico
consistente sobre o desempenho dos estudantes.
O t r a b a l h o d e
a p r o p r i a ç ã o e u s o
d o s r e s u l t a d o s
d a a v a l i a ç ã o
d e v e s e r f e i t o
c o l e t i v a m e n t e !
20
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
1. Providenciar cópias impressas das matrizes de referência.
2. Imprimir, no portal do programa, os resultados de todas as
turmas e alunos para os participantes ou ter à disposição
computadores com acesso à internet para que os próprios
professores naveguem pelos resultados. Para isso, a senha
de acesso ao sistema de resultados do Programa Educar
pra Valer precisa ser disponibilizada para os professores.
3. Providenciar cópias do Formulário de registro 1 – Análise
dos resultados (Anexo I) para cada grupo de trabalho.
4. Muito importante: convidar e motivar os professores a par-
ticiparem desse momento.
P a r a d a 3 – O r i e n t a ç õ e s p a r a a r e a l i z a ç ã o d a a n á l i s e d o s r e s u l t a d o s
Para que o momento de análise seja produtivo, é fundamental que
todos os professores tenham orientações claras sobre o que devem
fazer. Para isso, listamos algumas sugestões para esse momento.
Novamente, reforçamos que o coordenador pedagógico deverá
apoiar esse processo. Para tanto, ele deve ajudar os professores a:
1. Organizarem-se em grupos, de acordo com as definições es-
tabelecidas na reunião realizada pelo gestor escolar. O crité-
rio para a organização dos grupos deve levar em considera-
ção as áreas de conhecimento com as quais cada professor
trabalha, bem como as especificidades das ações previstas
para a intervenção pedagógica.
2. Com todo o material em mãos, procederem à análise dos
resultados, de acordo com as orientações a seguir.
a. Identificar o padrão de desempenho em que cada estu-
dante se encontra.
b. Organizar, em cada turma, grupos de estudantes de
acordo com o padrão e pensar em estratégias de in-
tervenção específicas para cada um desses grupos. É
fundamental, para isso, utilizar as orientações sobre os
tipos de estratégias, conforme o padrão de desempe-
nho (recuperação, reforço, aprofundamento ou desafio).
O objetivo de organizar
os estudantes em grupos
não é o de enquadrá-los
de forma estrita, mas o
de verificar, ao analisar o
desempenho dos estudan-
tes na avaliação, qual foi o
desempenho predominan-
te em cada turma e buscar
intervenções que sejam
adequadas às necessi-
dades de cada grupo de
estudantes ou de cada
estudante em particular
2 1
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
c. Identificar, com base nos resultados de cada turma, os descrito-
res em que os estudantes alcançaram menos de 50% de acer-
to nos testes de Língua Portuguesa.
d. Verificar se as habilidades avaliadas estão contempladas no
planejamento curricular da escola e nas atividades desenvol-
vidas na sala de aula, sobretudo aquelas que os estudantes
apresentaram maiores dificuldades (menos de 50% de acerto).
É importante, para isso, buscar responder a algumas pergun-
tas, tais como:
» Que tipo de descritores os estudantes menos acertaram?
» O que esse tipo de erro indica, com relação ao processo
de ensino-aprendizagem?
» São habilidades que estão contempladas nos conteú-
dos previstos no planejamento geral da disciplina e nas
atividades propostas nos planos de aula?
» Os descritores menos acertados estão relacionados a
um mesmo tópico da matriz de referência?
» Esses descritores estão relacionados a habilidades com
grau de complexidade maior que as demais habilidades
apresentadas no teste?
» Refletir se os conteúdos avaliados foram trabalhados em
sala de aula.
e. A partir das respostas a esses questionamentos, definir as
ações de intervenção pedagógica, os conteúdos e as com-
petências que serão desenvolvidos, tomando como referên-
cia as necessidades dos estudantes. Para tanto, deverá ser
elaborado um plano de intervenção pedagógica.
2 2
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
P a r a d a 4 – D e f i n i ç ã o d a s a ç õ e s d e i n t e r v e n ç ã o p e d a g ó g i c a
O quarto momento desta etapa do itinerário consiste na definição
das ações de intervenção pedagógica que serão contempladas no
plano de intervenção pedagógica. Para tanto, busque:
1. Conversar sobre o trabalho pedagógico realizado com cada
turma, verificando se esse trabalho tem sido adequado para
o alcance dos objetivos de aprendizagem esperados.
2. Identificar e registrar as práticas pedagógicas consideradas
eficazes.
3. Definir as ações de intervenção pedagógica que deverão
ser contempladas no plano de intervenção pedagógica.
3 ª E T A P APossibilidades de uso dos resultados
O objetivo desta etapa é a construção de um plano de intervenção
pedagógica. Após a análise dos resultados e a identificação das
habilidades com menores percentuais de acerto nos testes de Lín-
gua Portuguesa, é hora de planejar, executar, acompanhar e avaliar
as ações de intervenção pedagógica, com vistas à melhoria dos
processos de ensino e de aprendizagem.
As ações de intervenção pedagógica serão registradas no Formu-
lário de registro 2 – Plano de intervenção pedagógica (Anexo II).
Realizar o registro de todas
as informações levantadas,
utilizando o Formulário de
registro 1 (Anexo I)
2 3
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
P a r a d a 1 – D e t a l h a m e n t o d a s a ç õ e s d e i n t e r v e n ç ã o p e d a g ó g i c a
A finalidade desta parada é o detalhamento das ações de in-
tervenção pedagógica que foram definidas na etapa anterior. É
importante que essa tarefa seja feita pelos grupos de trabalho
definidos anteriormente, de acordo com os critérios: áreas de co-
nhecimento com as quais cada um trabalha e as especificidades
das ações. As orientações abaixo os ajudarão na elaboração, na
execução e no acompanhamento de um bom plano de interven-
ção pedagógica. Para isso, é necessário:
1. denominar as ações de intervenção pedagógica, especifi-
cando os conteúdos, as competências e habilidades que
serão trabalhadas a partir da implementação de cada ação;
2. elaborar a justificativa para a implementação das ações de
intervenção pedagógica. Para isso, utilizar como referência
o diagnóstico realizado na análise dos resultados;
3. definir estratégias para a execução das ações;
4. nomear o responsável pela implementação das ações;
5. estabelecer o período de realização de cada ação;
6. registrar o público-alvo das ações;
7. levantar os recursos materiais e humanos necessários e dis-
poníveis para a execução de cada ação.
P a r a d a 2 – D e f i n i ç ã o d a s t a r e f a s
Esta parada refere-se ao planejamento para a implementação das
ações de intervenção pedagógica, bem como à definição das es-
tratégias de acompanhamento e avaliação das ações.
2 4
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Para isso, cada grupo de trabalho deverá realizar as seguintes tarefas:
1. Definir os resultados esperados para cada ação de inter-
venção proposta.
2. Detalhar as tarefas de preparação, informando as condições
para a execução de cada ação, tais como: capacitação dos
profissionais, elaboração de material didático, escolha dos
estudantes que serão alvo da ação, divulgação etc.
3. Detalhar as tarefas de implementação, aquelas centrais
que se referem a cada ação de intervenção.
4. Especificar as tarefas de avaliação, que são aquelas que
objetivam a observação dos resultados da ação.
5. Definir, também, dentre os membros do grupo, o profissional
que será responsável por conduzir os processos de avalia-
ção e acompanhamento de cada ação.
6. Avaliar o tempo necessário para a execução de cada ação.
Outro ponto fundamental!
Esse é um trabalho que deve ser realizado de maneira
colaborativa. Sobretudo, é essencial que professores e
coordenação pedagógica trabalhem juntos, com o apoio
da direção da escola!
Vamos lá?
Não deixe de realizar o
registro das informações
no Formulário de registro
2 – Plano de intervenção
pedagógica (Anexo II).
Utilize também esse formu-
lário para registrar as infor-
mações de monitoramento
e avaliação das ações
2 5
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
A p r e s e n t a ç ã o
R e s u l t a d o s d a e s c o l a
A v a l i a ç ã o s o m a t i v a
I t i n e r á r i o d e a p r o p r i a ç ã o d o s r e s u l t a d o s
P a d r õ e s d e d e s e m p e n h o e i t e n s
A n e x o s
Objetivos específicos desta seção
- Apresentar os padrões de desempenho
estabelecidos para o Programa Educar
pra Valer 2018.
- Detalhar as habilidades referentes a
cada padrão de desempenho, de acordo
com os níveis da escala de proficiência.
- Relacionar itens exemplares a seus
respectivos padrões de desempenho.
2 6
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Os padrões de desempenho estudantil consistem em uma caracterização do desenvolvimento de habilida-
des e competências, correspondente ao desempenho esperado dos estudantes que realizaram os testes
cognitivos do Programa Educar pra Valer 2018.
De acordo com sua proficiência, cada estudante é alocado em um determinado padrão. Desse modo, tor-
na-se possível orientar as ações de intervenção pedagógica para os grupos de estudantes com resultados
similares.
Esta seção apresenta a descrição pedagógica dos padrões de desempenho estabelecidos para o Programa
Educar pra Valer 2018.
Confira, nas próximas páginas, a descrição das habilidades referentes a cada padrão, e observe os itens
exemplares que ilustram cada padrão/nível de desempenho.
O s i n t e r v a l o s d e p r o f i c i ê n c i a c o r r e s p o n d e n t e s a o s p a d r õ e s d e d e s e m p e n h o e m
L í n g u a Po r t u g u e s a , d e a c o r d o c o m a e t a p a a v a l i a d a , s ã o :
Abaixo do básico
Básico Intermediário Adequado
2º Ano EF Até 500Maior que
500 a 600
Maior que
600 a 700Maior que 700
2 7
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
Abaixo do básico
2º ano do Ensino Fundamental
ATÉ 500 PONTOS
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
C Os estudantes que se encontram no padrão de desempenho Abaixo do básico apresentam ma-
nifestações de habilidades relacionadas à apropriação do sistema de escrita, como também aos
processos iniciais de leitura. Dado o caráter inicial do processo de alfabetização, esses estudantes
necessitam de uma intervenção pedagógica focada tanto em tarefas que possibilitem o desenvol-
vimento das habilidades do eixo da matriz de referência “Apropriação do sistema alfabético” como
àquelas que dizem respeito ao eixo “Leitura: compreensão, análise e avaliação”.
C A partir dos 250 pontos de proficiência, os estudantes já identificam algumas letras do alfabeto
(especialmente as letras iniciais), quando apresentadas isoladamente ou em um conjunto de letras
(sequência de três letras).
C Os estudantes com proficiência a partir de 300 pontos, além das habilidades descritas anteriormen-
te, identificam a sílaba inicial de uma palavra, especialmente em palavras formadas exclusivamente
por sílabas no padrão CV (consoante/vogal). Esse fato indica que os estudantes os quais se encon-
tram nesse nível de proficiência percebem as relações entre fala e escrita de forma mais sistemática.
C Aqueles que estão no intervalo entre 350 e 400 pontos, além de terem consolidado as habilidades
relacionadas à identificação de letras do alfabeto, reconhecem uma mesma letra, ou sequência de
letras, grafada em diferentes padrões gráficos (maiúscula, minúscula, de imprensa, cursiva). Esses
estudantes leem palavras dissílabas e trissílabas, especialmente as paroxítonas, quando formadas
exclusivamente por sílabas no padrão CV (consoante/vogal), ou por sílaba formada exclusivamente
por uma vogal. Tal constatação indica que esses estudantes desenvolveram habilidades iniciais de
leitura de palavras, sendo esse um marco importante de seu processo de alfabetização.
C Os estudantes com nível de proficiência entre 400 e 450 pontos realizam a leitura de palavras dissí-
labas ou trissílabas, paroxítonas, formadas por diferentes estruturas silábicas (sílaba no padrão CV,
CVC, ditongo).
2 8
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
C Os estudantes que estão no nível de proficiência entre 450 e 500 pontos identificam o gênero ao
qual pertencem alguns textos mais familiares. Surgem, nesse nível, as primeiras ocorrências de ha-
bilidade de leitura de frases na ordem direta (sujeito, verbo, objeto). Também aparecem as primeiras
ocorrências de localização de informações explícitas (que se encontram na superfície textual) em
textos curtos e de gênero familiar ao contexto escolar, como parlendas e textos que informam sobre
curiosidades. Em textos narrativos curtos (entre três e quatro linhas), os estudantes que apresentam
este nível de proficiência identificam elementos como o tempo em que ocorre um determinado fato
e a personagem principal da narrativa.
C Em seu conjunto, o desenvolvimento das habilidades de leitura relacionadas a este padrão de de-
sempenho caracteriza um leitor que lê e interpreta pequenos textos com alguma autonomia.
(P020303ES) Veja a palavra abaixo.
BOTE
Faça um X no quadradinho onde aparece a palavra que você viu escrita de outra forma.
bote
cote
dote
pote
Esse item avalia a habilidade de distinguir, como leitor, diferentes tipos de letras. Essa habilidade é ne-
cessária, já que em seu cotidiano, o estudante tem contato com palavras grafadas em diferentes padrões
gráficos e reconhecê-las contribui para a apropriação do sistema alfabético.
Para resolver a tarefa proposta pelo item, os estudantes precisam identificar, dentre as alternativas,
aquela que apresenta a forma gráfica em minúscula da palavra presente no suporte na sua representa-
ção em letra maiúscula.
Os estudantes que assinalaram a alternativa A identificaram corretamente a representação no padrão
gráfico minúsculo de imprensa da palavra “BOTE”.
2 9
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
Básico
2º ano do Ensino Fundamental
> 500 A 600 PONTOS
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
C Os estudantes que apresentam o padrão de desempenho Básico desenvolveram todas as habilidades de
leitura descritas no padrão Abaixo do básico. Além daquelas habilidades, estudantes com proficiência entre
500 e 550 pontos identificam o número de sílabas de palavras formadas por diferentes padrões silábicos e
identificam sílabas no padrão CV no final de palavras.
C Neste padrão de desempenho os estudantes localizam informações explícitas em textos curtos e realizam
inferências a partir da leitura de textos que conjugam linguagem verbal e não verbal, como histórias em qua-
drinhos e tirinhas.
C Com relação às habilidades relacionadas aos usos sociais de gêneros e suportes textuais, inicia-se o desenvol-
vimento da habilidade de identificar gêneros textuais menos familiares, como a carta e a finalidade de textos,
como bilhete, lista de compras, folheto, tabela de preços. Os estudantes que se encontram neste padrão de
desempenho identificam também o assunto de textos de pequena extensão.
C Os estudantes com proficiência entre 550 e 600 pontos, que se encontram, portanto, no limite para a passa-
gem ao próximo padrão de desempenho, consolidaram habilidades relacionadas à consciência fonológica,
como a de identificar sons iniciais e/ou finais de palavras formadas por sílabas no padrão CV, e também as
relativas à leitura de palavras em diferentes extensões e padrões silábicos.
C As habilidades relacionadas à localização de informações em texto se ampliam, uma vez que os estudantes
que se encontram nesse nível localizam informações em textos de diversos gêneros, podendo tal informação
estar no início, meio ou fim do texto. Esses estudantes identificam o espaço entre os elementos que compõem
uma narrativa. Ampliam-se, também, aquelas habilidades relacionadas à identificação de gênero, finalidade e
assunto de textos, assim como se amplia a extensão dos textos que esses estudantes conseguem ler.
C Além de inferirem informações em textos exclusivamente não verbais, os estudantes que apresentam esse
nível de proficiência inferem o sentido de uma palavra ou expressão. Eles reconhecem o local de inserção de
determinada palavra numa sequência em ordem alfabética, considerando sua letra inicial.
30
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Esse item avalia a habilidade de identificar o número de sílabas
de uma palavra. Trata-se de uma atividade que contribui para o
processo de alfabetização, pois está diretamente relacionada à for-
mação da consciência silábica. O fato de a palavra ouvida pelos
estudantes e destacada na imagem ser monossílaba, de estrutura
não canônica e com marca de nasalização pode ter dificultado a
realização da tarefa proposta pelo item.
Para acertar o item, os estudantes precisam ouvir a palavra ditada
pelo professor, atentando-se para a nasalização que marca a pro-
núncia correta da palavra “PÃO”.
Os estudantes que marcaram a alternativa A, o gabarito, desenvol-
veram a habilidade avaliada pelo item, identificando que a palavra
ditada pelo aplicador possui uma sílaba.
(P020305ES) Veja a fi gura abaixo.
Quantas sílabas (pedaços) tem o nome dessa fi gura?
1
2
3
4
3 1
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
Intermediário
2º ano do Ensino Fundamental
> 600 A 700 PONTOS
C Os estudantes que apresentam padrão de desempenho Intermediário desenvolveram, além das ha-
bilidades de leitura descritas anteriormente, outras, que ampliam suas possibilidades de interação
com os textos, como leitores. Os estudantes que se encontram no nível até 650 pontos, além de
localizarem sílabas iniciais e finais de palavras formadas exclusivamente pelo padrão CV, reconhe-
cem sílabas mediais dessas palavras.
C Quanto às habilidades de leitura, elas se ampliam, tanto aquelas que se referem à apreensão de
elementos que se encontram na superfície textual e à identificação de elementos da narrativa, quan-
to aquelas que dizem respeito à realização de inferências.
C Ampliam-se também as habilidades relacionadas aos usos sociais da leitura e da escrita, isso indica
que esses estudantes demonstram ter maior familiaridade com gêneros textuais diversos.
C Os estudantes com proficiência entre 650 e 700 pontos desenvolveram habilidades mais sofisti-
cadas, ligadas à consciência fonológica, como a habilidade de identificar o número de sílabas de
palavras de diferentes extensões e formadas por padrões silábicos diversos.
C Em relação à leitura, a interação com textos narrativos revela que tais estudantes identificam o con-
flito gerador em narrativas. As habilidades de realização de inferências também se ampliam, pois
os estudantes que se encontram nesse nível de proficiência desenvolveram a habilidade de inferir o
assunto de um texto a partir de seu título, de perceber o que provoca o efeito de humor num texto e
de reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de onomatopeias em poesias.
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
3 2
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Esse item avalia a habilidade de identificar o efeito de sentido de-
corrente do uso de recursos gráficos, da pontuação, da seleção
lexical e das repetições. Trata-se de uma habilidade sofisticada em
que os estudantes precisam mobilizar a estratégia leitora de inter-
pretar elementos verbais e não verbais da cena para compreender
o sentido da expressão no contexto apresentado, reconhecendo,
assim, recursos utilizados de forma intencional pelo autor para cha-
mar a atenção do leitor.
Para resolver a tarefa proposta pelo item, os estudantes precisam
realizar a leitura da tirinha quadro a quadro, atentando-se, em es-
pecial, à expressão da mãe no primeiro quadro, diante do fato de
o filho vir correndo e chamando insistentemente seu nome, para
inferir que a mãe havia se assustado com o acontecimento.
Os estudantes que assinalaram a letra D, o gabarito, identificaram
o efeito de sentido utilizado diante da expressão “ARGH” na tirinha.
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://iguinho.com.br/tirinhas/tirinha_gui-estopa_11.png>. Acesso em: 23 jan. 2015. (P040323G5_SUP)
(P040323G5) Nesse texto, a expressão “ARGH!” indica
a alegria do fi lho.
a preocupação da mãe.
o esquecimento do fi lho.
o susto da mãe.
3 3
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
Adequado
2º ano do Ensino Fundamental
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
> 700 PONTOS
C Os estudantes que se encontram no padrão Adequado, a partir dos 700 pontos, ampliam a habili-
dade de inferir informações em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal, como tirinhas.
Outra habilidade desenvolvida nesse nível é a de identificar a relação entre pronomes pessoais e
seus referentes.
C A partir dos 750 pontos de proficiência, amplia-se a habilidade de inserção de uma palavra na or-
dem alfabética, tendo como referência a segunda ou a terceira letra da palavra. Amplia-se também
a habilidade de inferir o sentido de uma palavra ou expressão em texto curto.
C A partir dos 800 pontos de proficiência, observa-se a ampliação das habilidades de leitura anterior-
mente referidas, especialmente aquelas ligadas ao estabelecimento de relações lógico- discursivas
entre partes ou elementos dos textos, como relações de causa-consequência e relações lógico-dis-
cursivas marcadas por conjunção temporal ou advérbio de tempo.
C Observa-se, portanto, que as principais conquistas a partir desse nível de proficiência dizem respei-
to à capacidade de interagir com os textos, percebendo as relações existentes entre as diferentes
partes que os constituem.
3 4
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Esse item avalia a habilidade de identificar assunto de textos. A
compreensão do sentido global de um texto é uma habilidade que
requer dos estudantes a mobilização de estratégias leitoras que
lhes permitam identificar, dentre informações secundárias que con-
correm para o sentido global, aquela que indica o assunto principal.
Nesse caso, o texto escolhido para avaliar a tarefa proposta pelo
item possui estrutura curta, com uma linguagem mais complexa,
com o objetivo de informar sobre a profissão do médico veterinário.
Os estudantes que marcaram a alternativa C, o gabarito, demons-
traram ter desenvolvido a habilidade avaliada, reconhecendo cor-
retamente o tema central do texto entre as demais alternativas, que
apresentaram informações pontuais presentes no texto.
Leia o texto abaixo.
O médico veterinário é o profi ssional responsável por estudar e cuidar da saúde dos animais silvestres, de estimação, de rebanhos, de zoológico ou de laboratórios.
Em fazendas e sítios, o veterinário cuida da higiene, alimentação e condições de abrigo da criação.
Disponível em: <www.smartkids.com.br/especiais/profi ssoes-veterinario.html>. Acesso em: 6. jun. 2012. Fragmento. (P010305E4_SUP)
(P010305E4) Qual é o assunto desse texto?
Fazendas e sítios.
Higiene e alimentação.
O médico veterinário.
Os animais silvestres.
3 5
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
Objetivos específicos desta seção
- Apresentar um relato de boas
práticas vinculadas aos resultados da
avaliação externa em larga escala.
- Refletir sobre a relação entre
currículo e avaliação.
- Refletir sobre o desenvolvimento
de habilidades, considerando sua
evolução entre as diferentes etapas de
escolaridade.
- Propor práticas que mobilizem as
diferentes áreas do conhecimento para
o desenvolvimento de determinadas
habilidades.
A p r e s e n t a ç ã o
R e s u l t a d o s d a e s c o l a
A v a l i a ç ã o s o m a t i v a
I t i n e r á r i o d e a p r o p r i a ç ã o d o s r e s u l t a d o s
P a d r õ e s d e d e s e m p e n h o e i t e n s
A n e x o s
O q u e o p r o f e s s o r p o d e f a z e r
c o m o s r e s u l t a d o s
3 6
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
As avaliações externas em larga escala, ou avaliações somativas,
são muito importantes para a escola, pois oferecem diversas pos-
sibilidades para o trabalho dos gestores e professores. Avaliações
de caráter formativo, que ocorrem durante o ano letivo, permitem ao
professor obter resultados mais imediatos e, portanto, intervenções
mais rápidas. Entretanto, é possível extrair informações relevantes
das avaliações somativas – que ocorrem ao final do ano letivo – e
utilizá-las para rever as práticas pedagógicas.
A avaliação somativa está preocupada com os resultados das
aprendizagens. Sua principal característica é a capacidade de in-
formar, situar e classificar o avaliado. Desse modo, a avaliação so-
mativa é essencialmente objetiva, tendo em vista sua capacidade
de sintetizar o que o aluno aprendeu ou não, o que é ou não capaz
de fazer, ao final de cada ciclo de aprendizagem. Além disso, quan-
do há parâmetros sólidos de análise, com base nos indicadores de
desempenho, essa avaliação fornece informações substanciais que
auxiliam na verificação da qualidade da educação ofertada.
Com a ajuda dos indicadores de desempenho, a avaliação soma-
tiva permite situar e informar as escolas se houve avanço efetivo,
pois possibilita a comparabilidade dos dados ao longo do tempo,
em série histórica. Pela diversidade de informações divulgadas,
serve também como devolutiva para professores e gestores, a fim
de ajudá-los a superar as dificuldades de ensino e aprendizagem,
fornecendo subsídios para (re)planejamento de práticas pedagógi-
cas e de gestão.
3 7
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
R e l a t o d e e x p e r i ê n c i a
Apresentamos, nesta seção, um relato de experiência que ilustra si-
tuações vivenciadas por grande parte das escolas, no que se refere
ao percurso realizado pela comunidade escolar para se apropriar
dos resultados das avaliações externas em larga escala e utilizá-
-los para aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem.
A fim de destacar aspectos importantes dos resultados da escola,
a experiência relatada mostra, a partir de um contexto ficcional, as
etapas referentes aos processos de leitura, apropriação e uso dos
resultados.
É sempre bom conhecer projetos de sucesso, não exatamente
com a intenção de copiá-los, desconsiderando a diversidade
existente entre as escolas, mas com o intuito de aperfeiçoar as
práticas pedagógicas com base em experiências bem-sucedidas,
em exemplos de estratégias encontradas por profissionais que
proporcionaram, de alguma forma, avanços relacionados à
aprendizagem dos estudantes. Esses relatos de sucesso podem
ser utilizados como motivadores e como ideias a serem adaptadas
para cada realidade.
Os profissionais de cada escola são as pessoas mais indicadas
para avaliar as possibilidades de melhoria da aprendizagem;
são eles que conhecem os seus alunos, a comunidade, a equipe
e os recursos disponíveis. No entanto, compartilhar ideias torna-
se importante para a compreensão de que, apesar dos diversos
desafios encontrados, há muitos profissionais e escolas fazendo a
diferença, e pequenas ações podem gerar resultados significativos.
Ainda nesta seção, sugerimos práticas pedagógicas que visam ao
desenvolvimento de determinadas habilidades, relacionando-as a
outras áreas do conhecimento, bem como à Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), ao currículo da rede e às matrizes de referência
da avaliação externa.
3 8
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
P r o p o s t a i n t e r d i s c i p l i n a r
Na Escola Municipal Joselino Vieira, reuniões de debate em torno
das informações provenientes da avaliação externa, assim que os
resultados dos testes eram divulgados, já faziam parte das ativi-
dades dos gestores e professores há bastante tempo. Na reunião
daquele ano, a diretora e a coordenadora pedagógica pediram a
atenção de toda a equipe responsável pelos anos iniciais do ensino
fundamental para os resultados dos testes do 3º ano, que revela-
ram um número significativo de estudantes concluindo o ciclo de
alfabetização sem ter desenvolvido satisfatoriamente as habilida-
des esperadas.
Os professores dessa etapa pontuaram que diversos alunos vinham
demonstrando, nos últimos anos, dificuldades com relação a habi-
lidades iniciais da apropriação do sistema alfabético, e alguns não
estavam conseguindo avançar em seu processo de escolarização,
por ainda não terem consolidado essas habilidades. Vários profes-
sores dos anos finais do ensino fundamental presentes à reunião
concordaram com essa afirmação, indicando ainda que essas difi-
culdades se refletiam claramente nas disciplinas do 2º segmento.
Um grupo de professores do Fundamental I e do Fundamental II
começou a debater sobre a possibilidade de um trabalho interdis-
ciplinar, envolvendo todas as etapas oferecidas pela escola, que
tivesse como norte um mesmo tema. A coordenadora pedagógi-
ca sugeriu, então, que esse grupo apresentasse uma proposta, em
duas semanas, para que os demais professores avaliassem sua via-
bilidade. Ficou combinada nova reunião daí a duas semanas.
Os professores apresentaram um projeto que propunha organizar
o planejamento dos conteúdos bimestrais por temas. Esses temas
deveriam ser abordados por todos os professores, em todas as
disciplinas e etapas oferecidas pela escola. A estratégia sugerida
contribuiria para que os professores de Língua Portuguesa utilizas-
sem os textos abordados nas demais disciplinas, enfocando mais
especificamente aquelas habilidades em que os estudantes vinham
demonstrando dificuldades.
Os professores
apresentaram
um projeto que
propunha organizar
o planejamento dos
conteúdos bimestrais
por temas
3 9
E D u C A R P R A V A L E R - 2 0 1 8
Os textos e assuntos desenvolvidos possibilitariam, ainda, o traba-
lho tanto com a escrita, como com a produção de texto, de acordo
com a etapa de escolaridade. Esses textos poderiam fazer parte de
uma exposição, dialogando com a área de Artes.
R e s u l t a d o s d o p r o j e t o
O projeto apresentado pelos professores foi adotado pelos demais,
a partir do 2º bimestre. Ao final desse período, os professores de
Língua Portuguesa começaram a observar que o desempenho dos
estudantes se revelava melhor que no 1º bimestre, e era perceptível
o interesse deles em relação ao trabalho com temas em todas as
disciplinas. As atividades de escrita e de produção de texto também
mostraram um avanço significativo.
Entre o 3º e o 4º bimestre, os docentes sinalizaram progressos re-
levantes também nas demais disciplinas. Os professores de Língua
Portuguesa continuaram indicando os temas, sempre levando em
consideração as habilidades que se desejava enfatizar, de acordo
com a etapa de escolaridade.
Durante a última reunião do ano, os professores foram convidados,
pelos colegas de Língua Portuguesa, a conferir os gêneros textuais
que foram abordados em todas as disciplinas, durante a realização
do projeto. Ficaram bem evidentes as habilidades em que os alu-
nos mais progrediram e aquelas que ainda precisavam de atenção.
Os professores registraram suas impressões sobre o projeto e sua
relação com a melhora no desempenho dos estudantes nas ava-
liações internas. Nessa mesma ocasião, os professores de Língua
Portuguesa mostraram o resultado das atividades de escrita e de
produção de texto que os alunos desenvolveram, e toda a equipe
pedagógica discutiu como seria realizada a exposição acordada
no início do projeto.
A festa de encerramento do ano letivo foi inesquecível. Ao lado de
painéis com as produções escritas dos alunos, toda a comunidade
escolar pôde conferir os trabalhos desenvolvidos durante as aulas
de Artes, relacionados a essas produções. Havia três espaços, um
para cada bimestre, e, no pátio central, os professores de Educação
Física apresentaram, junto a seus alunos, interpretações de dança,
capoeira, caratê, além de pequenos quadros esportivos, que dialo-
gavam com os temas trabalhados durante o projeto.
Durante a última
reunião do ano, os
professores foram
convidados, pelos
colegas de Língua
Portuguesa, a conferir
os gêneros textuais
que foram abordados
em todas as
disciplinas, durante a
realização do projeto
40
R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Percebendo o sucesso da iniciativa, a Escola Municipal Joselino
Vieira resolveu, por unanimidade, transformá-la em um projeto per-
manente, a ser implementado nos anos seguintes, até o momento
em que nova proposta fosse necessária, de acordo com as deman-
das dos estudantes.
T r a b a l h o c o m h a b i l i d a d e s
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), elaborada com a con-
tribuição de especialistas de cada área e de membros da comu-
nidade, tem como finalidade assegurar o desenvolvimento das
habilidades essenciais a cada etapa de escolaridade, em todos
os componentes curriculares, ao longo da educação básica. Esse
documento abrange os objetivos de aprendizagem de cada uma
das etapas da educação básica, e constitui uma referência indis-
pensável para a (re)formulação dos currículos das redes de ensino.
O texto completo da BNCC para o ensino fundamental pode ser
acessado em http://basenacionalcomum.mec.gov.br.
A BNCC registra os conhecimentos que todos os estudantes brasi-
leiros precisam desenvolver, em cada etapa de escolaridade. Essa
proposta objetiva proporcionar um ensino mais equânime para to-
das as regiões do país, mas considerando também as característi-
cas regionais. As redes de ensino e as escolas podem tomar a base
como ponto de partida para a elaboração ou reformulação de seus
currículos.
Para que os estudantes consigam desenvolver as competências
e habilidades essenciais aos estudantes, as escolas devem dire-
cionar seu trabalho para a construção de um currículo alinhado à
proposta da base. É muito importante que todos os professores, de
todas as disciplinas, tomem conhecimento da BNCC e estabeleçam
a ponte entre esse documento e o currículo escolar. É muito importante
que todos os
professores, de todas
as disciplinas, tomem
conhecimento da
BNCC e estabeleçam
a ponte entre esse
documento e o
currículo escolar
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S u g e s t ã o d e a t i v i d a d e s
Levando em consideração a relevância de um trabalho que priorize
a interdisciplinaridade, torna-se necessário romper a ideia de frag-
mentação entre os conhecimentos de diferentes áreas do saber,
prática ainda comum nas salas de aula. Nesse sentido, é impor-
tante planejar atividades que integrem os conhecimentos de forma
articulada, de maneira com que esses conhecimentos possam ser
retomados e aprofundados na medida em que os estudantes avan-
çam no processo de escolarização. Isso vem ao encontro do que
aponta a BNCC quando orienta que, nas propostas pedagógicas,
“devem ser enfatizadas as articulações das habilidades com as de
outras áreas do conhecimento, entre as unidades temáticas e no
interior de cada uma delas”. (BRASIL, 2017, p.273)
Assim, na tentativa de articular habilidades que envolvam as disci-
plinas de Língua Portuguesa e Matemática, apresentamos, a seguir,
uma proposta pedagógica que poderá ser desenvolvida com os es-
tudantes dos anos iniciais do ensino fundamental. Cumpre ressaltar
que algumas habilidades trabalhadas podem ser introduzidas em
uma etapa de escolarização e ser aprofundadas e consolidadas
em etapas seguintes. Dessa forma, a mesma habilidade pode ser
trabalhada em diferentes etapas das séries iniciais, com objetivos
semelhantes, mas com diferentes níveis de aprofundamento.
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Ao se pensar em atividades que estejam de acordo com as orienta-
ções da BNCC, e considerando que, nos anos iniciais, a alfabetização
deve ser o foco da ação pedagógica, sugerimos uma atividade de ar-
ticulação entre Língua Portuguesa e Matemática que leve os estudan-
tes a refletir sobre o Sistema de Escrita Alfabética, ao mesmo tempo
em que os mobilize sobre a forma de organização da escrita, integran-
do esses saberes à unidade temática de “Probabilidade e Estatística”.
A atividade sugerida envolve dois textos que abordam a mesma te-
mática, mas que poderão ser interpretados de maneiras diferentes
pelos estudantes. O professor mediador poderá instigar o poder de
imaginação das crianças, promovendo um momento de imaginado
e vivido, através da leitura dos poemas “Convite”, do autor José
Paulo Paes, e “Infância”, da autora Sônia Miranda.
a mesma habilidade
pode ser trabalhada
em diferentes etapas
das séries iniciais,
com objetivos
semelhantes, mas
com diferentes níveis
de aprofundamento
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R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
CONVITE INFÂNCIA
José Paulo Paes Sônia Miranda
Poesia é brincar com as palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não:
quanto mais se brinca com elas, mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova. Como cada dia que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
Aninha pula amarelinha
Henrique brinca de pique
Marília de mãe e filha
Marcelo é o rei do castelo
Mariazinha sua rainha
Carola brinca de bola
Renato de gato e rato
João de polícia e ladrão
Joaquim anda de patins
Tieta de bicicleta
e Janete’ de patinete
Lucinha!
Eu estou sozinha.
Você quer brincar comigo?
Em ambos os textos, os estudantes são convidados a brincar com
as palavras, podendo, então, ser essa temática a disparadora de
outras brincadeiras que envolvam a leitura de outros poemas e jo-
gos de palavras. Sendo assim, a partir da leitura, o professor po-
derá explorar algumas palavras do texto, refletindo com os estu-
dantes sobre sua dimensão sonora, além de parti-las em sílabas
e compará-las quanto ao tamanho. Dessa forma, por meio de um
jogo com as palavras, os estudantes são levados a refletir sobre o
funcionamento da escrita, desenvolvendo a consciência fonológica
que servirá de base para aprendizagens futuras.
A leitura desses dois textos possibilita o trabalho com algumas ha-
bilidades relacionadas pela BNCC, na área de Língua Portuguesa
– anos iniciais do ensino fundamental, tais como:
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EF15LP02: Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
EF15LP03: Localizar informações explícitas em textos.
EF12LP01: Ler palavras novas com precisão na decodificação, no caso de palavras de uso frequente, ler globalmente, por memorização.
EF12LP18: Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, sonoridades, jogos de palavras, reconhecendo seu pertencimento ao mundo imaginário e sua dimensão de encantamento, jogo e fruição.
EF01LP09: Comparar palavras, identificando semelhanças e diferenças entre sons de sílabas iniciais, mediais e finais.
EF35LP04: Inferir informações implícitas nos textos lidos.
É importante o professor explorar situações cotidianas na sala de
aula que possam se tornar ocasiões interessantes de investigação.
Pensando nisso, a partir da experiência do brincar com as palavras
e da leitura dos poemas “Convite” e “Infância”, o professor poderá
explorar também a formação estatística e científica em uma pers-
pectiva interdisciplinar, por meio de uma pesquisa com os estudan-
tes, investigando quais são suas brincadeiras preferidas.
Tomando, como exemplo, a BNCC para a área do conhecimento de
Matemática nos anos iniciais do ensino fundamental, apresentamos três
habilidades que podem ser desenvolvidas por meio desse trabalho:
EF01MA21: Ler dados expressos em tabelas e em gráficos de colunas simples.
EF01MA22: Realizar pesquisa, envolvendo até duas variáveis categóricas de seu interesse e universo de até 30 elementos, e organizar dados por meio de representações pessoais.
EF02MA22: Comparar informações de pesquisas apresentadas por meio de tabelas de dupla entrada e em gráficos de colunas simples ou barras, para melhor compreender aspectos da realidade próxima..
É importante o
professor explorar
situações cotidianas
na sala de aula que
possam se tornar
ocasiões interessantes
de investigação
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R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Assim, a partir de uma pergunta inicial de investigação: “Qual é a
brincadeira preferida dos alunos da sala?”, os votos dos alunos po-
dem ser registrados em uma tabela para, em seguida, serem sis-
tematizados em um gráfico, que poderá ser organizado em folha
quadriculada ou em um cartaz, o que pode facilitar a visualização
e a compreensão dos estudantes. É importante ressaltar que as in-
formações obtidas na tabela e no gráfico devem ser discutidas e
problematizadas a fim de gerar representações, uma vez que esse
trabalho pode auxiliar os estudantes a consolidarem a noção de
número e de quantidade de forma contextualizada, além de poten-
cializar situações-problema que podem aperfeiçoar o campo das
operações. Posteriormente, as análises dos dados apresentados
na tabela e no gráfico poderão ainda ser o suporte para a constru-
ção de um texto coletivo entre os estudantes a respeito das brinca-
deiras preferidas da turma .
Essa proposta vem ao encontro do que propõe a BNCC quando
aponta que planejar e executar uma pesquisa “ajuda a compreen-
der o papel da estatística no cotidiano dos alunos. Assim, a leitura,
a interpretação e a construção de tabelas e gráficos têm papel fun-
damental, bem como a forma de produção de texto escrito para a
comunicação de dados, pois é preciso compreender que o texto
deve sintetizar ou justificar as conclusões”. (BRASIL, 2017, p. 273)
Um ambiente de aprendizagem interdisciplinar pode ser
adotado em toda e qualquer escola. É importante observar
que essa abordagem, diferentemente das aulas tradicionais
de alfabetização e leitura, tem enorme potencial de sucesso,
em função do diálogo que promove entre as disciplinas. Essa
relação pode se revelar muito produtiva, na medida em que os
estudantes percebam que o conhecimento não é estanque, e sim
compartilhado entre os diversos conteúdos.
Avalie, junto às equipes gestora e pedagógica, as possibilidades
de implantação de projetos similares em sua escola..
as análises dos dados
apresentados na
tabela e no gráfico
poderão ainda ser
o suporte para a
construção de um
texto coletivo entre os
estudantes a respeito
das brincadeiras
preferidas da turma
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R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
A seguir, você encontra os formulários e seus respectivos quadros para
registro das informações levantadas e analisadas durante o percurso
proposto no Itinerário de Apropriação dos Resultados.
São eles:
Anexo I – Formulário de Registro 1 – Análise dos Resultados da Escola
Anexo II – Formulário de Registro 2 – Plano de Intervenção Pedagógica
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R E V I S T A D A E S C O L A - L í n g u A P O R T u g u E S A
Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora
Marcus Vinicius David
Coordenação Geral do CAEd
Lina Kátia Mesquita de Oliveira
Manuel Palácios da Cunha e Melo
Eleuza Maria Rodrigues Barboza
Coordenação da Pesquisa de Avaliação 2016-2019
Manuel Palácios da Cunha e Melo
Coordenação da Pesquisa Aplicada ao Design e Tecnologias da Comunicação
Edna Rezende Silveira de Alcântara
Coordenação da Pesquisa Aplicada ao Desenvolvimento de Instrumentos de Avaliação
Hilda Aparecida Linhares da Silva Micarello
Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública
Eliane Medeiros Borges
Supervisão de Construção de Instrumentos e Produção de Dados
Rafael de Oliveira
Supervisão de Entregas de Resultados e Desenvolvimento Profi ssional
Wagner Silveira Rezende