EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR...

42
UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Fisioterapia IVANISE BUENO BORGES DUARTE IVONE VELLUTO DE PAIVA EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR (EENM) ASSOCIADA AO MÉTODO KLAPP PARA A REDUÇÃO DO ÂNGULO DA CURVATURA ESCOLIÓTICA RELATO DE CASO Bragança Paulista 2011

Transcript of EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR...

Page 1: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Curso de Fisioterapia

IVANISE BUENO BORGES DUARTE

IVONE VELLUTO DE PAIVA

EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR

(EENM) ASSOCIADA AO MÉTODO KLAPP PARA A

REDUÇÃO DO ÂNGULO DA CURVATURA ESCOLIÓTICA –

RELATO DE CASO

Bragança Paulista

2011

Page 2: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

IVANISE BUENO BORGES DUARTE - R.A. 001200600899

IVONE VELLUTO DE PAIVA - R.A. 001200600067

EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR

(EENM) ASSOCIADA AO MÉTODO KLAPP PARA A

REDUÇÃO DO ÂNGULO DA CURVATURA ESCOLIÓTICA –

RELATO DE CASO

Monografia apresentada à Disciplina de

Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de

Fisioterapia da Universidade São Francisco sob

orientação temática do Prof. Ms. Cláudio

Fusaro como exigência parcial para conclusão

do curso de graduação.

Orientadora Metodológica: D.ra Rosimeire

Simprini Padula.

Bragança Paulista

2011

Page 3: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

DUARTE, Ivanise Bueno Borges; PAIVA, Ivone Velluto de. Efeitos da Eletroestimulação

Neuromuscular (EENM) associada ao método Klapp para a redução do ângulo da

curvatura escoliótica- relato de caso. 2011. 40f Monografia - Curso de Fisioterapia da

Universidade São Francisco, Bragança Paulista.

___________________________________________________________________________

Prof. Ms. Cláudio Fusaro

USF – Orientador Temático

___________________________________________________________________________

Prof.ª D.ra Rosimeire Simprini Padula

USF – Orientadora Metodológica

___________________________________________________________________________

Prof. Ms. Sérgio Jorge

USF – Banca Examinadora

Page 4: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos
Page 5: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me presenteado com uma vida repleta de realizações,

pela oportunidade do estudo e pela proteção nos momentos difíceis e conflitantes.

A minha amada filha Ana Luiza, pelo amor e compreensão nas horas em que tive que

me dedicar aos estudos e quando nas minhas ausências.

Em especial ao meu marido Ricardo, meu fiel companheiro, o qual sempre esteve

presente nos difíceis momentos encontrados nesta jornada, agradeço pelo amor e incentivo,

estímulos fundamentais para minha formação.

Aos Professores Rosimeire Simprini Padula, Cláudio Fusaro e Sérgio Jorge, pelo

apoio e incentivos fundamentais para a elaboração deste trabalho.

Ao voluntário L. H. P. pela confiança e colaboração.

A todos aqueles que torceram a favor deste trabalho, que contribuíram de forma direta

ou indireta para a realização deste sonho.

Meu muito obrigada!

Page 6: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

AGRADECIMENTOS

A DEUS, pela presença constante em minha vida e em meus pensamentos.

A meus pais, Antônio e Helena, pelo exemplo de vida e caráter, em minha formação

pessoal.

E, em especial, ao meu marido, Marcelo, pelo amor, paciência, companheirismo e

incentivo constante nesta minha nova formação pessoal.

E aos meus, filhos, Carolina e Gabriel pela compreensão das minhas ausências em

alguns momentos.

Page 7: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

DUARTE, Ivanise Bueno Borges; PAIVA, Ivone Velluto de. Efeitos da Eletroestimulação

Neuromuscular (EENM) associada ao método Klapp para a redução do ângulo da

curvatura escoliótica- relato de caso. 2011. 40f Monografia - Curso de Fisioterapia da

Universidade São Francisco, Bragança Paulista.

RESUMO

Introdução: A coluna vertebral pode ser acometida por vários desvios posturais, sendo a

escoliose uma das alterações com maior incidência nos indivíduos. Trata-se de um desvio

látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos vertebrais. Diversos

são os fatores etiológicos desta afecção, sendo o mais comum as idiopáticas, atingindo cerca

de 70% a 90% das escolioses. A faixa etária mais acometida é entre 9 a 16 anos de idade,

onde ocorre a fase de crescimento e desenvolvimento do sistema músculo-esquelético.

Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da eletroestimulação (EENM)

associado ao método Klapp no tratamento conservador de um voluntário portador de escoliose

idiopática do adolescente, através de análise e comparações realizadas em radiografias pré e

pós-tratamento. Metodologia: O estudo foi realizado com um voluntário do sexo masculino,

com 16 anos de idade, portador de escoliose idiopática do adolescente, submetido a exames

radiológicos na fase pré e pós-tratamento conservador. Foram realizadas 24 sessões de

fisioterapia, três vezes por semana, aplicando a EENM associado ao método Klapp adaptado

ao espaldar, em seguida foram analisadas e comparadas às radiografias pré e pós-tratamento,

sendo aplicado o método Cobb para mensuração das curvaturas. Resultados: Através do

estudo foi possível observar uma redução das curvaturas escoliótica da região torácica de 35°

para 25° (28,6%) e da região tóracolombar de 40° para 37° (7,5%). Conclusão: Podemos

concluir que o tratamento conservador por meio da EENM associado ao método Klapp foi

eficaz na redução das curvaturas escoliótica do voluntário, porém em diferentes magnitudes.

Palavras chaves: escoliose idiopática do adolescente. eletroestimulação neuromuscular.

método Klapp.

Page 8: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

ABSTRACT

Introduction: The spine can be affected by different postural deviations, having the scoliosis

one of the most higher incidences in individuals. It is a lateral-lateral deviation in the spine

associated or not to the rotation of the vertebral bodies. There are several etiologic factors for

this disease, being the most common the idiopathic, affecting about 70% to 90% of scoliosis

cases. The most affected age group is between 9-16 years of age, when occurs the phase of

growth and development of the musculoskeletal system. Objective: This study aimed to

evaluate the effect of electrical stimulation (NMES) associated with the Klapp method in a

conservative treatment of a volunteer patient with adolescent idiopathic scoliosis, through

analysis and comparisons made on radiographs before and after treatment. Methodology: The

study was conducted with a male volunteer, 16-year-old boy with adolescent idiopathic

scoliosis, underwent radiological examinations in the pre-and post-conservative treatment.

There were performed 24 sessions of physical therapy three times a week, applying NMES

associated with Klapp method adapted to the back rest. Then, the radiographs before and

after treatment were analyzed and compared. The Cobb Method was applied for measuring

the curvatures. Results: Through the study it was noticed a reduction of the scoliotic

curvatures of the thoracic region from 35 ° to 25 ° (-28.6%) and thoracolumbar region from

40 ° to 37 ° (-7.5%). Conclusion: We can conclude that the conservative treatment by NMES

associated with Klapp Method was effective in reducing scoliotic curvatures of the volunteer,

but in different magnitudes.

Keywords: adolescent idiopathic scoliosis. neuromuscular electrical stimulation. Klapp

method.

Page 9: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Exercícios do método Klapp ............................................................... 23

FIGURA 2- Posicionamento dos eletrodos da EENM ........................................... 24

FIGURA 3- Análise das radiografias pré e pós-tratamento .................................... 24

FIGURA 4- Mensuração das curvaturas escoliótica ............................................... 25

Page 10: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 10

1.1 Postura Corporal ................................................................................................ 10

1.2 Escoliose ............................................................................................................ 11

1.3 Maturidade esquelética ...................................................................................... 15

1.4 Tratamento ......................................................................................................... 15

2 HIPÓTESE ....................................................................................................... 18

3 OBJETIVOS .................................................................................................... 19

3.1 Objetivo geral .................................................................................................... 19

3.2 Objetivo específico ............................................................................................ 19

4 METODOLOGIA ............................................................................................ 20

4.1 Desenho do estudo ............................................................................................. 20

4.2 Amostra .............................................................................................................. 20

4.3 Critério de inclusão ............................................................................................ 20

4.4 Critério de exclusão ............................................................................................ 20

4.5 Materiais e equipamentos ................................................................................... 21

4.6 Procedimentos .................................................................................................... 21

5 RESULTADOS ................................................................................................ 25

6 DISCUSSÃO .................................................................................................... 27

7 CONCLUSÃO .................................................................................................. 30

8 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 31

9 ANEXOS ........................................................................................................... 34

Anexo I ............................................................................................................... 35

Anexo II ............................................................................................................. 36

Anexo III ........................................................................................................... 39

Page 11: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos
Page 12: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

10

1 INTRODUÇÃO

1.1 Postura Corporal

A postura é definida como uma posição ou atitude do corpo, a disposição relativa das

partes para uma atividade específica, ou uma maneira característica de sustentar o próprio

corpo (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 2005; KISNER e COLBY, 2005). A postura é a

posição que o corpo assume no espaço, e é dependente do equilíbrio da coluna vertebral,

prepara o indivíduo para realização de um movimento, proporcionando conforto, economia e

sustentação deste corpo, é a harmonia dos segmentos do corpo entre si em determinada

posição. Assim entende-se que ao mesmo tempo em que a postura corporal é uma

característica individual e depende da imagem que o próprio indivíduo faz do seu corpo, é

também um arranjo relativo das partes do corpo em busca do equilíbrio (SANTOS et al.,

2009; XAVIER et al., 2011).

Uma boa postura é aquela que mantém o esforço mínimo sobre as estruturas

distribuindo as forças para as estruturas mais aptas a suportá-la. A boa postura pode ser

definida como uma situação em que o centro de gravidade de cada segmento corporal esta

localizado verticalmente acima do segmento abaixo (SAAD, 2008).

A coluna vertebral possui características anatômicas ideais para que uma boa postura

seja mantida, apresentando curvaturas normais e ossos dos membros inferiores em

alinhamento ideal para sustentação de peso, uma posição neutra da pelve proporcionando um

bom alinhamento de abdome, de tronco e dos membros inferiores, a função dos órgãos

respiratórios é favorecida pelo posicionamento do tórax e da coluna superior, já a cabeça

mantida ereta, equilibra e minimiza a sobrecarga sobre a musculatura cervical (SANTOS et

al., 2009).

A má postura aumenta o estresse total e distribui para estruturas menos capazes de

suportá-lo. Alguns fatores intrínsecos e extrínsecos podem influenciar na má postura, sendo

eles: hereditariedade, meio ambiente, condições físicas, alterações fisiológicas, além de

processos álgicos e algumas patologias (SAAD, 2008).

A grande maioria dos problemas posturais dos adultos, cerca de 80%, teve seu início na

infância, e consolidação na adolescência, devido aos maus hábitos durante o crescimento e

desenvolvimento, produzindo assim uma maior tensão sobre as estruturas de suporte, e

quando ocorre desequilíbrio do corpo, ocasionam os desvios posturais. Os desvios posturais

Page 13: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

11

decorrem não somente das alterações e adaptações dos seres humanos, mas também das

influências sociais, culturais, constituindo uma das mais graves doenças do grupo das crônico-

degenerativas (XAVIER et al., 2011; IUNES et al., 2010).

A identificação dos padrões posturais de crianças e adolescentes são muito importantes

para a prevenção das alterações na postura corporal, sejam elas funcionais ou estruturais.

Alguns países desenvolvidos, já adotaram a realização sistemática de avaliações posturais

durante a fase escolar para identificar e acompanhar a progressão das alterações da postura em

geral e principalmente da coluna vertebral. Atualmente, o diagnóstico clínico das alterações

posturais é realizado através de exames radiológicos, onde é possível conhecer a gravidade da

alteração da coluna e também, por meio de avaliações posturais, onde os indivíduos são

submetidos a testes não invasivos, para avaliar possíveis alterações na postura corporal

(DETSCH et al., 2007).

1.2 Escoliose

A coluna vertebral pode ser acometida por desvios posturais, sendo um deles

denominado escoliose, onde ocorre uma curvatura lateral da coluna vertebral, ou seja, uma

curvatura anormal, visto que, a coluna apresenta curvatura fisiológica no sentido ântero-

posterior (CARNEIRO et al., 2005). As alterações posturais presentes na coluna vertebral

pode ocasionar dores, desconfortos relativamente leves até lesões mais graves, como doenças

osteoarticulares (ARAÚJO et al., 2010).

A escoliose é o termo utilizado para denominar uma curvatura lateral da coluna

vertebral maior que 10°. É uma alteração das costelas e das vértebras com rotação vertebral

no plano transverso, desvio lateral no plano frontal e lordose no plano sagital com caráter

evolutivo (BONORINO et al., 2007).

O indivíduo que apresenta uma curvatura escoliótica, além da estética prejudicada pela

deformação corporal, pode apresentar como uma importante conseqüência o

comprometimento cardiorrespiratório, ocorrendo em maior escala nas escolioses graves e

iniciadas em idade precoce. As curvaturas presentes possuem tendência de evolução no plano

frontal, axial e sagital, ocasionando a diminuição dos diâmetros da caixa torácica, redução do

gradil costal e perda da flexibilidade. Assim, as disfunções ventilatórias restritivas podem

ocorrer nesta patologia, além de diminuição da força e resistência da musculatura respiratória

e redução da capacidade de exercício (TREVISAN et al., 2010). Outras alterações que podem

Page 14: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

12

estar presente, dependendo da causa da escoliose, são os neuromusculares que afetam a

musculatura do tronco ou causam encurtamento de membros inferiores ou comprometimento

da visão ou audição (CARNEIRO et al., 2005).

Um dos fatores que pode ser relevantes para o surgimento da escoliose é a fraqueza dos

músculos paravertebrais, sendo que à presença de músculos paravertebrais mais fracos na

convexidade da curva quando comparados aos músculos da concavidade da curva escoliótica,

havendo na concavidade músculos mais encurtados (retraídos) quando comparados aos

músculos da convexidade (KISNER e COLBY, 2005).

Por não apresentar uma causa aparente, a escoliose pode surgir devido a distúrbios

proprioceptivos e de equilíbrio, por anomalias do tecido de colágeno, nos discos e corpos

vertebrais. Concluem também que existe uma retração dos transversos espinhais,

principalmente os multífidios, tendo a capacidade de produzir rotação para um lado e látero-

flexão para o outro lado (MANHÃES et al., 2009). A tentativa de manter o alinhamento

postural faz com que ocorra um tensionamento dos músculos multífidios contralateral

ocasionando fadiga e dores musculares. Além disso, pode ocorrer o comprometimento de

outros músculos relacionados ao alinhamento látero-lateral da coluna, como os oblíquos

abdominais, tornando a escoliose permanente na postura do indivíduo (ARAÚJO et al., 2010).

A escoliose apresenta um caráter compensatório, apresentando uma retração assimétrica

dos músculos espinhais, tais como: resistência fibroelástica, tônus dos músculos da estática

dependente da nossa ereção antigravitacional, uma função estática de suspensão e a sua boa

tensão dependem do equilíbrio e da rotação articular. Possuem duas forças intervertebrais que

obriga a decomposição das forças nessa musculatura gerando uma coaptação dos processos

articulares de um lado, enquanto decoaptação do lado oposto. Após certo grau de retração

desse músculo, constitui-se uma escoliose tridimensional, onde apresentam uma rigidez das

partes moles posteriores, levando a um assincronismo do crescimento dos corpos vertebrais

anteriores e posteriores, induzindo uma rotação, promovendo uma diminuição ou

desaparecimento da curvatura fisiológica (MANHÃES et al., 2009).

A classificação da escoliose ocorre de acordo com a faixa etária de estabelecimento,

podendo ser denominada escoliose Infantil acometendo crianças de 0 a 3 anos de idade;

Juvenil acometendo crianças de 3 a 10 anos de idade; Adolescente em crianças com mais de

10 anos de idade e em escoliose Adulta, onde acometem indivíduos após o final do

crescimento (TUREK, 1991).

A escoliose progride devido ao crescimento esquelético, ocorrendo uma rotação das

partes moles posteriores, que é acrescentado por um desequilíbrio estrutural e não estrutural

Page 15: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

13

(MANHÃES et al., 2009). Na escoliose estrutural a curva não se retifica na inclinação lateral,

o que significa que se desenvolveram deformidades ósseas vertebrais e do tecido mole, a

perda da flexibilidade normal é o primeiro sinal da curva estrutural. Já a não estrutural,

apresenta uma curva flexível e se corrige inclinando-se para o lado convexo. A escoliose

estrutural é subdividida em: idiopática, neuromuscular, congênita, neurofibromatose doenças

mesenquimatosas, doenças reumáticas, traumáticas, contraturas extra-espinhais,

osteocondrodistrofias, infecciosas, doenças metabólicas, relacionadas à articulação

lombosacra ou oncogênicas. A escoliose estrutural possui como característica a presença da

proeminência costal do lado convexo da escoliótica, sendo denominada gibosidade, surgindo

devido à rotação das vértebras e do gradil costal, no sentido posterior, para o lado da

convexidade da curva. A gibosidade se acentua no movimento de flexão de tronco e informa

se a escoliose é verdadeira ou falsa. Na região torácica, a gibosidade é reproduzida pela

rotação vertebral e das costelas posteriormente, já na região lombar, é devido à

posteriorização dos processos transversais das vértebras e por uma elevação dos músculos

eretores da espinha (MIRANDA, 2006). Já a escoliose não-estrutural pode ser causada

devida: discrepância de membros inferiores, postural, causas psicológicas (histérica),

irritações nervosas, inflamatórias e contratura ao redor do quadril (BONORINO et al.; 2007).

De acordo com a magnitude da curva, a escoliose é classificada em: Grupo I onde

apresenta angulação de 0º a 20º, Grupo II com angulação de 21º a 30º, Grupo III com

angulação de 31º a 50º, Grupo IV com angulação de 51º a 75º, Grupo V com angulação de 76º

a 100º, Grupo VI com angulação de 101º a 125º e Grupo VII onde apresenta angulação de

126º em diante. Quanto à localização da escoliose, a classificação é realizada observando o

nível da curvatura e o ápice da curvatura, podendo ser denominada: Cervical (ápice da

curvatura C1-C6), Cervicotorácica (ápice da curvatura C7-T1), Torácica (ápice da curvatura

T2-T11), Tóracolombar (ápice da curvatura T12-L1), Lombar (ápice da curvatura L2-L4) e

Lombosacra (ápice da curvatura L5-S1). O lado para qual se dirige a convexidade da

curvatura, pode ser designada em direita ou esquerda. Quando ocorre apenas uma curvatura é

denominada curva simples. Já aquelas que apresentam desvios tanto para direita como para

esquerda é denominada de curvas compostas ou duplas. A curvatura que se desenvolveu

primeiro é denominada de primária e a curvatura que se formou em resposta da curva primária

é denominada de curva secundária ou compensadora (TUREK, 1991).

Cerca de 70% a 90% dos tipos de escoliose, receberam a designação de idiopáticas,

casos leves a moderados são tratados com fortalecimento, porém os casos graves com órtese

ou cirurgia (MANHÃES et al., 2009).

Page 16: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

14

A escoliose idiopática do adolescente (EIA) é uma alteração tridimensional da coluna

vertebral, sendo diagnosticada no adolescente com idade igual ou superior a 10 anos. Sua

prevalência varia de 1 a 3% da população, sendo as meninas mais afetadas, numa proporção

de 4/1. Apresenta etiologia desconhecida, tais como teorias biomecânicas e neuromusculares,

anormalidades do crescimento, distúrbio do tecido muscular, fibroso e ósseo, além de fatores

genéticos e hormonais, com surgimento na puberdade e progressão na fase do estirão de

crescimento. Apresenta como características clínicas posturas assimétricas, deformidades

torácicas, disfunção proprioceptiva, vestibular, sistema vestíbulo-espinhal e equilíbrio

postural. Por falta de informação muitos indivíduos apresentam a forma avançada da doença

(MANHÃES et al., 2009).

Vários fatores associados têm sido correlacionados com o avanço da curvatura, como

diagnóstico precoce, diagnóstico antes da menarca, a presença de dupla curvatura, alta

magnitude da curvatura, baixo sinal de risser e gênero feminino. A grande maioria das EIA

são assintomáticas antes de atingir altas angulações, normalmente de 40°, sua detecção

precoce aumenta em três vezes o número de pacientes tratados de maneira convencional,

diminuindo o percentual de pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico. Trata-se de uma

patologia progressiva que compromete a postura corporal, necessitando de uma avaliação

decisiva buscando referências funcionais ou estruturais, para que possa intervir, evitando a

progressão desta deformidade (DOHNERT e TOMASI, 2008).

É necessário um diagnóstico antecipado e uma avaliação fidedigna para que se possa

realizar não apenas o tratamento, mas também a prevenção da escoliose. Têm sido utilizados

vários recursos para visualizar as alterações posturais, dentre eles a análise fotográfica, sendo

realizada em vista anterior, posterior e lateral, enfatizando a assimetria de ombros e crista

ilíaca e o raio-X, que avalia com precisão a extensão, grau e mobilidade das curvaturas,

auxiliando a medir a deformidade e a determinar as curvaturas com relação a sua correção e

potencial progressão (CARDOSO et al., 2011).

Na avaliação dos pacientes com escoliose e dos resultados dos procedimentos, tem se

utilizado o método Cobb, que avalia a intensidade da deformidade angular na escoliose sendo

o método mais mencionado na literatura para avaliação de Escoliose Idiopática do

Adolescente (EIA). Ele é usado tanto nas radiografias convencionais como nas radiografias

realizadas em aparelhos digitais. O ângulo de Cobb é medido de modo manual pela

demarcação das vértebras limites das curvas, e a determinação do valor angular com o auxílio

de goniômetro. É utilizado tanto para documentação da progressão da curva como para

selecionar e avaliar a efetividade do tratamento. Muitas vezes, a decisão sobre o tratamento

Page 17: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

15

vai depender dos valores angulares obtidos nas diferentes radiografias (CUNHA, ROCHA e

MUNHOZ DA CUNHA, 2009).

1.3 Maturidade esquelética

Devemos acompanhar a velocidade do crescimento vertebral e o ganho em altura do

paciente para podermos observar a potencialidade e a malignidade da curvatura escoliótica

presente. A calcificação da epífise de crescimento encontrada na borda superior da asa ilíaca

determinará o grau da maturidade esquelética, é medida em graus variando de I a IV de

acordo com a porcentagem de ossificação do núcleo de crescimento da crista ilíaca. Para

classificá-lo segundo Risser, basta dividir a asa ilíaca em quatro segmentos, a linha de

calcificação aparecerá na borda lateral e migrará para a borda medial. Sua classificação se da

seguinte forma: quando a linha de calcificação não for visível é denominado Risser 0; quando

a linha de calcificação atingir o primeiro quarto da asa ilíaca (25%) teremos Risser I; ao

atingir a metade (50%) teremos Risser II; ao atingir três quatros da asa ilíaca (75%) teremos

Risser III; quando atingir a borda medial (100%) é denominado de Risser IV e ao fechar a

linha de crescimento, teremos Risser V (fusão da apófise à asa do ilíaco) (CARVALHO,

2006).

É por meio de exame radiográfico da pelve que é possível verificar e mensurar a

maturidade esquelética pela classificação do sinal de Risser, porém muitas das vezes, não são

visualizadas nas radiografias, devido à má qualidade técnica ou porque nos raios-X da coluna

não foram incluídas (LANDIM et al., 1998).

Segundo Turek (1991) é indispensável para pacientes com escoliose o acompanhamento

da maturidade esquelética, sendo útil para o planejamento do tratamento terapêutico. Já que a

escoliose deixa de progredir significamente quando o paciente atingir a maturidade

esquelética, ocorrendo aos 16 anos e meio no sexo feminino e aos 17 anos e meio no sexo

masculino.

1.4 Tratamento

O tratamento da escoliose pode ser realizado de forma conservadora ou cirúrgica, o que

definirá qual o tratamento que será empregado, é a gravidade do paciente e da patologia, visto

que, independente de qual o tipo de tratamento escolhido, todos almejam os mesmos

Page 18: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

16

objetivos, que são corrigir os desvios posturais presentes na coluna e quando irreversíveis,

evitar a sua progressão (IUNES et al., 2010).

O tratamento cirúrgico consiste na correção das deformidades, apresentando como

objetivo impedir a progressão da curvatura, adquirir a máxima correção da deformidade nas

três dimensões e manter o balanço da coluna vertebral com a menor fusão possível (CABRAL

et al., 2009; RODRIGUES et al., 2009).

Existe uma relação entre o ângulo da curvatura encontrada na escoliose através do

método Cobb e a intervenção que será utilizada para o tratamento da escoliose, onde

angulações menores que 25º, será realizado tratamento fisioterapêutico; angulações de 25º a

45º, será utilizado fisioterapia e a utilização de colete, sendo os mais utilizados Milwaukee, o

de Boston Overlap Brace (BOB) e o de Charleston, e acima de 45º o tratamento será cirúrgico

(CARDOSO et al.,2011; HAJE et al., 2008).

A fisioterapia é parte integrante do tratamento conservador, sendo realizado através de

várias técnicas, tais como: a Reeducação Postural Global (RPG), Osteopatia, Isostretching,

Cadeias Musculares, Pilates, e o método Klapp, sendo este muito utilizado (IUNES et al.,

2010).

O método Klapp é uma técnica antiga, criada por Rudolph Klapp em 1940, ele observou

que os quadrúpedes não apresentavam escoliose, enquanto os humanos, pela ação da

gravidade na posição bípede, desenvolviam essa patologia. Consiste em exercícios de

fortalecimento e alongamento da musculatura de tronco, através de posições em gatas e

ajoelhados semelhantes aos quadrúpedes, tendo como objetivo amenizar os desvios posturais

e baseia-se no treinamento e fortalecimento da musculatura do tronco, esses exercícios

possuem grande credibilidade diante dos profissionais, vez que além de melhorar a postura,

também aumenta a flexibilidade, a tonicidade muscular bem como melhora o estado

psicológico devido ao aumento da sensação de bem-estar vivenciado pelo paciente logo após

a prática da técnica (IUNES et al., 2010). Outro recurso que vem sendo muito utilizado para o

tratamento da escoliose é a Eletroestimulação Neuromuscular (EENM) de média freqüência

(2500 Hz) conhecida como corrente russa (MANHÃES et al., 2009). Sendo inicialmente

utilizada pelo pesquisador soviético chamado Yakov Kots na década de 70, para promover

maior ganho de força muscular que aquela obtida através da contração muscular voluntária

(BORGES et al., 2007). A EENM é uma técnica de fortalecimento baseada na estimulação

dos ramos intramusculares dos motoneurônios, que induz à contração muscular e é utilizada

na reabilitação para o tratamento de hipotrofia, elasticidade, contraturas e fortalecimento,

Page 19: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

17

além de programas de treinamento em atletas, gerando um ganho de torque isométrico

(PICHON et al.,1995).

A corrente russa, estimula os nervos motores, despolarizando as membranas, induzindo

assim uma contração muscular mais forte sincronizada, resultando em um fortalecimento

muscular. Tem efeito no músculo normal, como nas desordens musculares, na escoliose

idiopática tem sido usada com um tratamento na redução das curvas escolióticas (MANHÃES

et al., 2009).

Habitualmente tem sido aplicada para ganho de força em músculos com predominância

de fibras glicolíticas, tipo IIA, trabalhando dessa forma a melhoria de sua função primordial

que é o desenvolvimento de força muscular. Os músculos com predominância de fibras

oxidativas tem sido pouco utilizados em estudos de EENM. A eteletroestimulação pode ser

utilizada como método suplementar muito útil de treinamento de força. Ela pode aumentar

não somente a força máxima estimulada como também a força voluntária, a velocidade do

movimento e a resistência muscular (FLECK e KRAEMER, 2004).

As alterações da coluna vertebral mais especificamente os desvios látero-laterais,

denominados escoliose, têm acometido um grande número de indivíduos, causando uma série

de complicações que prejudicam a saúde geral deste indivíduo. Podendo a fisioterapia ser uma

importante aliada para combater a progressão desta patologia, através de diversas técnicas

com o objetivo de corrigir a postura, realinhar a coluna, melhorar a flexibilidade muscular,

evitar o desenvolvimento da curvatura escoliótica, dentre outros benefícios que colaboram

para a melhora do quadro clínico do paciente.

Tendo em vista o crescimento da atuação da fisioterapia nos desvios da coluna

vertebral e a pequena quantidade de estudos existentes a respeito da eficácia da EENM, o

presente estudo utilizou a associação entre o método Klapp e a EENM com o intuito de

contribuir com a prática fisioterapêutica para o tratamento da escoliose.

Page 20: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

18

2 HIPÓTESE

Espera-se com o estudo, uma redução de ambas as angulações das curvaturas

escolióticas presentes na coluna vertebral.

Page 21: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

19

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Avaliar o efeito da Eletroestimulação Neuromuscular (EENM) associado ao método

Klapp, no tratamento conservador de um voluntário portador de Escoliose idiopática do

adolescente.

3.2 Objetivo Específico

Analisar e comparar através das radiografias pré e pós-tratamento conservador, as

angulações das curvaturas escolióticas utilizando o método Cobb para mensuração das

curvaturas.

Page 22: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

20

4 METODOLOGIA

4.1 Desenho do Estudo

Trata-se de um estudo de caso descritivo.

4.2 Amostra

Após a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São

Francisco (USF), Bragança Paulista, SP, sob protocolo CAEE: 0025.0.142.000-10. A amostra

foi composta por um voluntário de 16 anos de idade, do sexo masculino, portador de escoliose

idiopática do adolescente. O responsável pelo menor assinou o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (ANEXO II), de acordo com as orientações da Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde.

4.3 Critério de Inclusão

Foi incluído no estudo um voluntário que apresentava escoliose estrutural classificada

como idiopática com ângulo de Cobb maior que 15º, portando em mãos o encaminhamento

médico para início de tratamento fisioterapêutico e apresentando RX panorâmico ou digital,

sendo possível visualizar toda a coluna vertebral em uma única imagem radiológica. O

responsável pelo menor apresentou ter a capacidade de entender o teor que envolve o estudo,

confirmando seu aceite através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO II).

4.4 Critério de Exclusão

Foram excluídos do estudo portadores de escoliose Congênita, Neuromuscular,

Oncogênicas, Inflamatórias, entre outras classificações diferentes daquela definida pelo

critério de inclusão, além daqueles que apresentaram problemas cardiorrespiratórios,

neurológicos, fratura de coluna, implantes metálicos na coluna ou dores crônicas nos joelhos.

Page 23: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

21

O voluntário não estava realizando nenhum outro tipo de tratamento fisioterapêutico e não

fazia uso de órtese para redução da curvatura escoliótica.

4.5 Materiais e equipamentos

Foram utilizados os seguintes materiais: toalha de papel, lápis dermatográfico,

travesseiro, gel condutor hipoalergênico, tapete etil vinil acetato (EVA), espaldar e maca

(divã).

Em relação aos equipamentos foram utilizados: aparelho negatoscópio para leitura das

radiografias, goniômetros para mensuração da angulação das curvas escoliótica, aparelho de

eletroestimulação neuromuscular ENDOPHASYS R® versão 6.0 da marca KLD Biossistemas

Equipamentos Ltda. e câmera fotográfica da marca SONY Cyber-shot 7.2 Mega Pixels.

4.6 Procedimentos

Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO II), pelo

responsável do menor, o tratamento foi iniciado em 01 de setembro de 2008 e finalizado em

24 de outubro de 2008. O tratamento fisioterapêutico foi realizado em três dias da semana,

sendo realizados 20 minutos de eletroestimulação seguido de 30 minutos de exercícios do

método Klapp, somando um total de 50 minutos dispensados em cada sessão fisioterapêutica.

O estudo foi realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco

(USF), compreendendo o estudo em fase de pré e pós-tratamento fisioterapêutico.

Foi iniciado o estudo de caso através da análise do raio-X pré-tratamento, onde foi

aplicado o método de Cobb para determinar o grau das angulações das curvaturas escolióticas.

O método Cobb consiste em traçar uma linha vertical no platô inferior da vértebra que mais se

inclina, (vértebra limite inferior) e no platô da vértebra que mais se inclina na região superior

(vértebra limite superior), a seguir é traçado uma perpendicular ao traço superior e inferior,

partindo de um ângulo de 90º, obtendo assim um cruzamento das perpendiculares já traçadas.

O ângulo dessas linhas, que se cruzam foi anotado e registrado. O procedimento de

mensuração das angulações das curvaturas foi realizado na região torácica e na região

tóracolombar, devido à presença de dupla curvatura na coluna vertebral. Após foi iniciado o

tratamento fisioterapêutico com a aplicação dos exercícios do método Klapp, sendo realizados

através de comandos verbais do terapeuta, fazendo com que o voluntário conseguisse manter-

Page 24: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

22

se nas posturas sem compensações, sendo realizadas 6 repetições, mantendo cada posição por

15 segundos. Os exercícios do método Klapp utilizados neste estudo foram os seguintes:

(FIGURA 1)

-Engatinhar ou marcha em 4 apoios:

Posição inicial: 4 apoios;

Deslocamento feito em marcha cruzada em avanço alternado com mão e joelho

do lado oposto;

Ao avançar, o joelho deverá estar inteiramente ao lado da mão; os joelhos

deslizam sem deixar o chão;

Os cotovelos permanecem estendidos;

A cabeça segue a movimentação lateral do tronco;

Olhar em direção ao joelho avançado;

O braço impulsionado descreve um semicírculo com a curva fora rasantes ao

chão;

Dedos voltados para frente.

-Arco grande:

Posição inicial: 4 apoios;

Alongar o braço esquerdo na diagonal e à frente enquanto os joelhos e o

cotovelo contra lateral estará em uma flexão de 90º;

Estender a perna direita levando a ponta do pé direito para trás da perna

esquerda;

Fazer a rotação externa coxofemoral direita;

O tronco permanece bem inclinado;

Ombros em linha horizontal: cabeça erguida olha mão esquerda, levar a mão

esquerda para frente e segurar no espaldar;

A perna estendida (direita) dá um passo;

O braço esquerdo volta à direção do joelho esquerdo;

Fisioterapeuta posiciona-se em cima do voluntário para mobilização das

extremidades coxofemorais e escapulo- umerais.

Page 25: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

23

(a) (b)

(c)

FIGURA 1: Exercício do método Klapp: (a) e (b) exercício de engatinhar ou marcha em 4

apoios, (c) arco grande adaptado ao espaldar.

Em seguida foi utilizado o protocolo de aplicação de EENM (corrente Russa) (ANEXO

III), sendo o voluntário posicionado na maca em decúbito ventral, com as costas despidas e

travesseiro sob a região abdominal no intuito de proporcionar um maior conforto e alinhar a

coluna lombar de forma apropriada. Os eletrodos foram posicionados por intermédio de um

gel hipoalergênico e específico para a utilização de eletroterapia, sendo estabilizados por uma

fita adesiva e posicionados transversalmente ao ventre da musculatura eretora da coluna

vertebral, no lado convexo das curvaturas escoliótica em uma distância de 10 cm acima e

abaixo da vértebra ápice da curvatura.

Após o procedimento de posicionamentos do voluntário e ajustes dos eletrodos, foi

iniciada a aplicação do protocolo estabelecido (ANEXO III), sempre respeitando o limiar de

tolerância do voluntário (FIGURA 2).

Page 26: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

24

FIGURA 2: Posicionamento dos eletrodos da EENM

Realizada as 24 sessões de fisioterapia, iniciou-se a fase pós-tratamento, onde o

voluntário foi submetido à realização de um novo raio-X, onde se obteve a visualização de

toda coluna vertebral, sendo aplicado na radiografia o método Cobb para mensuração da

angulação das curvaturas escoliótica. Após foi realizado uma comparação das radiografias pré

e pós-tratamento conservador (FIGURA 3).

(a) (b)

FIGURA 3: Análise das Radiografias: (a) pré- tratamento fisioterapêutico e (b) pós-

tratamento fisioterapêutico.

Page 27: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

25

5 RESULTADOS

A figura abaixo demonstra a dupla curvatura escoliótica (curva em “S”) presente no

voluntário do estudo de caso, avaliado através da mensuração do ângulo de Cobb realizado

nas radiografias na fase pré e pós-tratamento conservador, utilizando a EENM com corrente

de média freqüência associado ao método Klapp.

FIGURA 4: Mensuração das curvaturas escolióticas

Em azul e em verde estão identificados respectivamente os momentos pré-tratamento e

pós-tratamento na região torácica (T8) e região tóracolombar (T12). Na fase pré-tratamento na

região torácica o voluntário apresentava 35º graus de angulação da curvatura e após 24

sessões de tratamento apresentou 25º de angulação da curvatura escoliótica, obtendo-se uma

redução de 28,6% da curvatura escoliótica superior na fase pós-tratamento. Na região

tóracolombar o voluntário apresentava na fase pré-tratamento 40º graus de angulação e na

Page 28: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

26

fase pós-tratamento 37º, obtendo-se 7,5% de redução da angulação da curvatura escoliótica

inferior.

Page 29: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

27

6 DISCUSSÃO

O presente estudo foi realizado com um voluntário portador de escoliose estrutural, ou

seja, a do tipo idiopática, onde não há uma causa estabelecida, sendo o tipo mais incidente

entre as escolioses, atingindo cerca de 70% a 90% dos casos. Sua classificação ocorre em três

categorias: infantil, juvenil e do adolescente.

Neste estudo o voluntário apresentava-se com 16 anos de idade, sexo masculino, com

presença de dupla curvatura escoliótica (curva em “S”), com altas magnitudes, apresentando a

curvatura torácica uma angulação de 35° e a curvatura tóracolombar 40° de angulação.

Segundo a Sociedade de Pesquisa em Escoliose, a escoliose idiopática do adolescente ocorre

entre 10 e 17 anos de idade, com curvas maiores de 10°. Apresentando de 0,1% a 0,3% de

prevalência na população entre 10 e 16 anos, sendo a incidência de curvas maiores no sexo

feminino (JÚNIOR et al., 2011).

Apesar de sua etiologia desconhecida, sabe se que o estirão de crescimento está

relacionado à progressão das curvaturas escoliótica e que seu início ocorre principalmente

durante a puberdade. A probabilidade de progressão das curvaturas está relacionada com a

idade do indivíduo no momento do diagnóstico, maturação sexual, sinal de Risser (análise da

ossificação da crista do ilíaco), e fatores específicos da curva, como padrão, magnitude e

localização da curvatura (JÚNIOR et al., 2011). Um dos fatores que interfere no diagnóstico é

o quadro assintomático presente na grande maioria das escolioses idiopáticas antes de

atingirem grandes angulações, geralmente acima de 40º na mensuração do ângulo Cobb

(DÖHNERT e TOMASI, 2008).

No presente estudo pode-se observar um diagnóstico tardio da escoliose idiopática do

adolescente, ocorrendo aos 16 anos de idade, quando as curvas já apresentavam grandes

angulações. Segundo Ylikoski (2011) apud Júnior et al. (2011) fatores como menarca,

velocidade de crescimento e sinal de Risser, são fatores confiáveis para predizer a progressão

da curvatura escoliótica.

Neste estudo foi realizada análise radiográfica aplicando o método Cobb para

mensuração das curvaturas escolióticas. De acordo com Cunha, Rocha e Cunha (2009) o

método de Cobb é o mais utilizado para avaliação da escoliose idiopática do adolescente,

sendo utilizado tanto para documentar a progressão da curva como para selecionar o

tratamento e avaliar sua efetividade. É considerado pela Sociedade de Pesquisa em Escoliose

como o melhor método para determinação da magnitude da curva escoliótica.

Page 30: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

28

Segundo Turek (1991) as curvaturas duplas são na maioria delas uma curva torácica

direita e uma curva lombar esquerda, e esse padrão ocorre quando há duas curvas de grau

elevado e igual magnitude. O padrão típico é de uma curva torácica direita de T5 a T11 ou

T12, e uma curva lombar esquerda de T11 ou T12 a L4 ou L5. O que corrobóra com o estudo

realizado, onde o voluntário apresentava uma curva dupla, sendo a torácica direita em T8,

com vértebra limite superior em T5 e vértebra limite inferior em T9. Já a curvatura

tóracolombar esquerda em T12, apresentava vértebra limite superior T9 e vértebra limite

inferior em L2.

Ao início do tratamento a curvatura torácica estava com 35º de angulação e a

tóracolombar estava com 40º de angulação. De acordo com Turek (1991) curvaturas com

angulações entre 31º e 50º são pertencentes ao Grupo III, e já a partir do Grupo IV não é

possível correção por meio de tratamento conservador sendo necessário tratamento cirúrgico,

o que demonstra a grande magnitude destas curvaturas.

O presente tratamento mostrou-se eficaz, pois atingiu uma redução de 10º no ângulo da

curvatura torácica e 3º na curvatura tóracolombar, e consistiu em 24 sessões de EENM

associado ao método Klapp.

A obtenção da diminuição de 10° na região torácica e apenas 3° na curvatura

tóracolombar pode ser explicada pelo fato de se ter utilizado uma menor intensidade da

corrente na região tóracolombar, ou seja, uma amplitude menor em comparação a intensidade

ajustada na região torácica. Isso se deve ao fato do desconforto sensorial relatado pelo

voluntário ao ajustar os parâmetros de intensidade.

O desconforto sensorial gerado pela estimulaçãoelétrica neuromuscular (EENM) é um

fator limitante para a utilização da corrente elétrica, ocasionando alteração no desempenho

muscular. Estudo realizado por Liebano e Alves (2009), relata o grau de desconforto sensorial

gerado pela estimulaçãoelétrica neuromuscular (EENM) de baixa e média freqüência no

músculo quadríceps femoral, para ganho de força muscular em mulheres saudáveis, e

concluem que se comparadas as correntes de baixa e média frequência, ambas não apresentam

diferenças significativas no grau de desconforto gerado, porém o desconforto ocasionado

pode limitar a aplicação terapêutica.

A fisioterapia possui várias técnicas para o tratamento das alterações posturais, mais

especificamente a escoliose, porém poucos são os estudos encontrados na literatura relatando

a eficácia da utilização da corrente russa e do método Klapp para o tratamento da escoliose.

Manhães et al., (2009) realizaram um estudo com adolescentes, onde utilizou-se a

corrente Russa associado à Reeducação Postural Global (RPG) para tratamento da escoliose.

Page 31: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

29

Foram realizadas 8 sessões de fisioterapia, 2 vezes por semana durante o período de 1 mês,

obtendo resultados significativos na redução das curvaturas escolióticas, além de aumento da

flexibilidade de cadeia posterior.

Iunes et al., (2010) realizaram um estudo com 16 indivíduos portadores de escoliose

idiopática, tratados duas vezes por semana, durante 20 sessões com o método Klapp. Foi

observado que o tratamento foi mais eficaz nas assimetrias de tronco em comparação com as

assimetrias de pelve.

Sugere-se que novos estudos sejam realizados para o tratamento da escoliose, com um

número maior de voluntários, sendo verificadas as alterações posturais no início e no final do

tratamento, observando-se além das angulações das curvaturas escoliótica e sinal de Risser, as

alterações posturais decorrentes desta afecção e qual a influência do tratamento

fisioterapêutico sobre as mesmas.

Page 32: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

30

7 CONCLUSÃO

Através do estudo realizado, foi possível concluir que o tratamento conservador por

meio da EENM associado ao método Klapp foi eficaz na redução das curvaturas escolióticas

do voluntário, porém não houve redução total em nenhuma das angulações. As diferentes

proporções de redução das curvaturas podem ter relação dose-dependente uma vez que o

voluntário apresentou maior tolerância à EENM na região torácica.

Page 33: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

31

8 REFERÊNCIAS

ARAÚJO M. E. A. et al. Redução da dor crônica associada à escoliose não estrutural, em

universitárias submetidas ao método Pilates. Motriz, Rio Claro, v.16 n.4 pp.958-966,

out./dez. 2010.

BONORINO C. K.; BORIN G. S.: SILVA A. H. Tratamento para Escoliose através do

Método Isostretching e uso de Bola Suíça. Cinergis, v.8 n.2 pp.1-5, jul./dez. 2007.

BORGES F. S. et al. Parâmetros de modulação na eletroestimulação neuromuscular

utilizando corrente russa – Parte 1. Revista Fisioterapia Ser. Ano 2 n.1 jan./fev./mar. 2007.

CABRAL L. T. B. et al. Avaliação da qualidade de vida em pacientes com escoliose

idiopática do adolescente após tratamento cirúrgico pelo questionário SF-36.

Coluna/Columna, v.8 n.3 pp.315-322, 2009.

CARDOSO L. R. et. al. Análise clínica e radiográfica pré e pós-tratamento conservador

na escoliose idiopática do adolescente: estudo de caso. Conscientiae Saúde, v.10 n.1 pp.166-

174, 2011.

CARNEIRO J. A. O.; SOUSA, L. M.; MUNARO, H. L. R. Predominância de Desvios

Posturais em Estudantes de Educação Física da Universidade Estadual do Sudoeste da

Bahia. Revista Saúde. Com, v.1 n.2 pp.118-123, 2005.

CARVALHO J. A. Um recurso Terapêutico Complementar. 1. ed. São Paulo: Manole, 2006.

CUNHA A. L. L. M.; ROCHA L. E. M.; CUNHA L. A. M. Método de Cobb na escoliose

idiopática do adolescente: avaliação dos ângulos obtidos com goniômetros articulados e

fixos. Coluna/Columna. São Paulo, v.8 n.2 abr./jun. 2009.

DESTCH, C. et al. Prevalência de alterações posturais em escolares do ensino médio em

uma cidade no Sul do Brasil. Revista Panamericana de Saúde Pública, v.21 n.4, 2007.

DÖHNERT. M. B.; TOMASI E. Validade da fotogrametria computadorizada na detecção

de escoliose idiopática adolescente. Revista Brasileira de Fisioterapia. São Carlos, v.12 n.4

pp.290-7, jul./ago. 2008.

FLECK S. J.; KRAEMER W. J. Designing resistance training programs. Champaign

Human Kinetcs, 2004.

HAJE S. A. et al. Órtese inclinada de uso contínuo e exercícios para tratamento da

escoliose idiopática: uma nova proposta. Brasília Med, v.45 n.1 pp10-20, 2008.

IUNES, D. H. et al. Análise quantitativa do tratamento da escoliose idiopática com o

método klapp por meio da biofotogrametria computadorizada. Revista Brasileira de

Fisioterapia. São Carlos, v.14 n.2 mar./abr. 2010.

Page 34: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

32

JÚNIOR P. C. L. et al. Escoliose idiopática do adolescente (eia): perfil clinico e

radiográfico da lista de espera para tratamento cirúrgico em hospital terciário de alta

complexidade do Sistema Público de Saúde Brasileiro. Coluna/Columna. São Paulo, v.10

n.2 2011.

KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 5. ed. São

Paulo: Manole, 2005.

LANDIM E. et al. Classificação da ossificação da crista do ísquio na maturidade

esquelética e sua correlação com o sinal de Risser. Revista Brasileira de Ortopedia v.33 n.2

fev. 1998.

LIEBANO, R. E.; ALVES, L. M. Comparação do índice de desconforto sensorial durante

a estimulação elétrica neuromuscular com correntes excitomotoras de baixa e média freqüência em mulheres saudáveis. Revista Brasileira Medicina do Esporte v.15 n.1 jan./fev.

2009.

MANHÃES, C. S. et al. Efeitos da corrente russa associada à postura sentada da RPG

em pacientes com escoliose juvenil. Revista Perspectivas Online. V.3 n.9 2009.

MIRANDA E. Bases de Anatomia e Cinesiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Sprint Ltda, 2006.

MIRAND Y. Princípios e técnicas de reeducação tridimensional da escoliose idiopática

debutante. Revista Coluna Fisioterápica, v.1 n.1 pp.2-9 set. 2001.

PICHON I. et al. Electrical stimulation and swimming performance. Medicine Science

Sports Exercise, v.27 n.12 1995.

RODRIGUES L. M. R. et al. Escoliose idiopática do adolescente: análise do grau de

correção obtido com o uso de parafusos peliculares. Arquivos Brasileiros de Ciências da

Saúde. V.35 n.1 pp.7-11, 2009.

SANTOS, C. I. S. et al. Ocorrência de Desvios Posturais em Escolares do Ensino Público

Fundamental de Jaguariúna, São Paulo. Revista Paulista de Pediatria. v.27 n.1 pp.74-80,

2009.

SAKAI D. S. et al. Comparação do desfecho radiográfico das escolioses idiopáticas do

adolescente tratadas com instrumentação híbrida, parafusos peliculares ou ganchos.

Coluna/Columna. São Paulo, v.9 n.3 jul./set. 2010.

SMITH L. K.; WEISS. E. L.; LEHMKUHL L. D. Cinesiologia Clínica de Brunnstron. 5.

ed. São Paulo: Manole, 1997.

TREVISAN M. E.; PORTELA L. O. C.; MORAES E. Z. C. Ergoespirometria em

indivíduos com escoliose idiopática. Revista Fisioterapia e Pesquisa. São Paulo, v.17 n.2

jun. 2010.

TUREK, S. L. Ortopedia princípios e sua aplicação. 4. ed. São Paulo: Manole, 1991.

Page 35: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

33

XAVIER, C. A. et al. Uma avaliação acerca de incidência de desvios posturais em

escolares.Meta: Avaliação. Rio de Janeiro, v.3 n.7 pp.81-94, jan/abr. 2011.

Page 36: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

34

ANEXOS

Page 37: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

35

ANEXO I

Page 38: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

36

ANEXO II

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Efeitos da Eletroestimulação Neuromuscular (EENM) associada ao método

Klapp para redução do ângulo da curvatura escoliótica-relato de caso

Eu___________________________________________________, RG_____________

responsável legal pelo menor__________________________________ com idade________,

dou meu consentimento livre e esclarecido para o menor participar da pesquisa de aplicação

da eletroestimulação (corrente russa) associado ao método Klapp, nas curvaturas escoliótica,

Sendo que o procedimento será realizado da seguinte maneira:

1. No procedimento de aplicação da EENM o voluntário será posicionado na maca em

decúbito ventral com as costas despidas e travesseiro sob região abdominal no intuito de

proporcionar o maior conforto possível e alinhar a coluna lombar de forma apropriada;

2. Os eletrodos serão posicionados por intermédio de um gel hipoalergênico e específico

para utilização de eletroterapia, sendo estabilizados por uma fita adesiva. Serão posicionados

transversalmente ao ventre da musculatura eretora da coluna vertebral, no lado convexo da

curvatura escoliótica em uma distância de 10 cm acima e abaixo da vértebra ápice das

curvaturas;

3. Depois de realizados o procedimento de posicionamento do paciente e ajuste dos eletrodos

será iniciado a aplicação da terapia com a utilização do protocolo estabelecido, respeitando

sempre o limiar doloroso do voluntário;

4. No procedimento de Klapp o voluntário será posicionado da seguinte maneira:

-Engatinhar ou marcha em 4 apoios:

Posição inicial: 4 apoios;

Deslocamento feito em marcha cruzada em avanço alternado com mão e joelho

do lado oposto;

Ao avançar, o joelho deverá estar inteiramente ao lado da mão; os joelhos

deslizam sem deixar o chão;

Os cotovelos permanecem estendidos;

Page 39: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

37

A cabeça segue a movimentação lateral do tronco;

Olhar em direção ao joelho avançado;

O braço impulsionado descreve um semicírculo com a curva fora rasantes ao

chão;

Dedos voltados para frente.

-Arco grande:

Posição inicial: 4 apoios;

Alongar o braço esquerdo na diagonal e à frente enquanto os joelhos e o

cotovelo contra lateral estará em uma flexão de 90º;

Estender a perna direita levando a ponta do pé direito para trás da perna

esquerda;

Fazer a rotação externa coxofemoral direita;

O tronco permanece bem inclinado;

Ombros em linha horizontal: cabeça erguida olha mão esquerda, levar a mão

esquerda para frente e segurar no espaldar;

A perna estendida (direita) dá um passo;

O braço esquerdo volta à direção do joelho esquerdo;

Fisioterapeuta posiciona-se em cima do voluntário para mobilização das

extremidades coxofemorais e escapulo- umerais.

5. O objetivo da pesquisa é verificar os resultados da aplicação da aplicação da

eletroestimulação neuromuscular (EENM) através da corrente russa na redução dos ângulos

das curvaturas escoliótica;

6. A participação neste estudo acarretará benefício terapêutico;

7. O voluntário obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente

sobre a participação do referido ensaio clínico;

8. O voluntário pode abandonar a qualquer momento o tratamento sem sofrer prejuízo; o

tratamento não acarreta riscos e se interrompido, deixa de ter benefício;

9. Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, e o HUSF e a Clínica

de Fisioterapia da Universidade São Paulo não identificarão o voluntário por ocasião da

exposição;

10. É condição indispensável para a participação no ensaio clínico que esteja em boa saúde,

portanto, não esteja no momento sob tratamento médico ou fazendo uso de qualquer tipo de

medicamento;

Page 40: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

38

11. O voluntário poderá entrar em contato com o Prof. M.e Cláudio Fusaro, responsável pelo

estudo, sempre que necessário na própria Clínica de Fisioterapia do HUSF, (0xx11)4034

8133;

12. Telefone do comitê de ética; (0xx11)4034 8355;

13. O Termo de Consentimento Livre (TCLE) será feito em duas vias permanecendo uma em

poder do voluntário.

___________________________________________

Responsável pelo Menor-Voluntário

____________________________________________

Responsável pela pesquisa: Prof. Ms. Cláudio Fusaro

Bragança Paulista-SP______ de ____________ 20_____.

Page 41: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

39

ANEXO III

O protocolo da EENM foi estabelecido durante 8 semanas de aplicação, somando um

total de 24 sessões, sendo divididos em parâmetros fixos e parâmetros variáveis:

Parâmetros fixos

Corrente portadora

Frequência de modulação

Tempo de aplicação

2500 Hz

30 Hz

20 minutos

Parâmetros variáveis

Semanas

Porcentagem de

treinamento

Tempo de

contração

Tempo de

relaxamento

1ª semana: 1 ª, 2ª e 3ª

sessão

20%

3 seg.

30 seg.

2ª semana: 4ª, 5ª e 6ª

sessão

35%

6 seg.

27 seg.

3ª semana: 7ª, 8ª e 9ª

sessão

50%

9 seg.

24 seg.

4ª semana: 10ª, 11ª e 12ª

sessão

50%

12 seg.

21 seg.

5ª a 8 ª semana: 13ª a 24ª

sessões

50%

15 seg.

18 seg.

Page 42: EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2205.pdf · látero-lateral na coluna vertebral associado ou não à rotação de corpos

40

Intensidade da dose em miliamperes (mA) aplicada no voluntário durante as 24

sessões de tratamento fisioterapêutico.

Região Torácica

Dias

10º

11º

12º

Intensidade

(mA)

121

130

137

140

143

140

136

136

136

140

143

137

Dias

13º

14º

15º

16º

17º

18º

19º

20º

21º

22º

23º

24º

Intensidade

(mA)

130

142

140

144

142

138

142

140

139

139

142

140

Região Torácolombar

Dias

10º

11º

12º

Intensidade

(mA)

126

127

112

134

135

135

112

112

116

134

139

115

Dias

13°

14°

15°

16°

17°

18°

19°

20°

21°

22°

23°

24°

Intensidade

(mA)

127

136

134

137

135

128

126

135

114

114

136

134