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Eficácia da acupuntura no tratamento das lombalgias
Rossinê Carvalho Ramires1
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-graduação em Acupuntura – Faculdade Fasam
Resumo
A lombalgia é uma patologia muito comum atualmente, causada não somente por traumas na
coluna lombar, como também gestação e até mesmo sedentarismo. Por consequência, há um
aumento na procura de tratamentos não medicamentosos para o alívio da dor, sendo assim a
acupuntura é um tratamento que se faz eficaz para muitos dos indivíduos que procuram alivio
rápido e prolongado.Seus efeitos analgésicos dão bem-estar aos pacientes, fazendo com que
a procura desta técnica tenha aumentado nos últimos anos. Sendo assim o objetivo deste
artigo é confirmar a eficácia da acupuntura no tratamento das lombalgias. A metodologia
adotada foi revisão da bibliografia que consistia nos artigos nos seguintes assuntos:
acupuntura, dor lombar, lombalgia e medicina alternativa. Os artigos escolhidos tiveram
relevância, pois, chegaram à conclusão de que o tratamento com acupuntura é eficaz para
minimizar a dor lombar apesar de haver variabilidade metodológica e diferenciação na
população estudada e alguns artigos não detalham com clareza o procedimento utilizado.
Palavras-chave: Lombalgia; Dor lombar; acupuntura.
1. Introdução
A dor lombar, ou lombalgia, acompanha o homem desde que este assumiu a postura ereta.
Inúmeros fatores têm contribuído para um aumento na prevalência da dor lombar, entre eles o
estilo de vida urbano sedentário, a obesidade, as novas exigências do trabalho (doenças
ocupacionais). O aumento da sobrevida média da população e as alterações degenerativas
associadas ao envelhecimento (RIGO et al,2011).
A lombalgia é um termo utilizado para a dor na região da coluna lombar. De acordo com
Briganó e Macedo (2005) a lombalgia afeta com maior frequencia a população, levando a um
maior custo à sociedade.
A dor lombar é um importante problema de saúde pública nos países desenvolvidos e é uma
das principais razões pelas quais adultos procuram tratamento médico (MONTEIRO E
RIBEIRO, 2010).
A lombalgia pode ser classificada como primária ou secundária, com ou sem
comprometimento neurológico; mecânico-degenerativa; não mecânica; inflamatória, infecciosa, metabólica, neoplásica ou secundária a repercussão de doenças sistêmicas.
Ainda há o importante grupo das lombalgias não orgânicas, de extrema importância
no contexto ocupacional ou pericial, à custa dos frequentes ganhos secundários
pertinentes a essas situações. Entre as lombalgias não orgânicas há aquelas
secundárias à síndrome de Munchausen (pouco frequente), as lombalgias simuladas
com interesse direto e consciente de ganhos secundários óbvios (usualmente
financeiros) e as lombalgias psicossomáticas, secundárias a conflitos psicológicos
usualmente inconscientes, podendo ou não ser acompanhadas de queixas somáticas.
Os ganhos secundários também podem ter relação com estre último tipo
1 Pós-graduando em Acupuntura. 2 Orientadora: Graduada em Fisioterapia; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda em
Bioética e Direito em Saúde.
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(psicossomático), porém, de maior complexidade que aqueles com simples simulação.
Também pode ser classificada sob o ponto de vista do comprometimento dos tecidos
como de origem muscular e ligamentar: lombalgia por fadiga da musculatura; de
origem no sistema de mobilidade e estabilidade da coluna: lombalgia por torção da
coluna lombar ou ritmo lombo-pélvico inadequado e lombalgia por instabilidade
articular; de origem no disco intervertebral: lombalgia por protrusão intra discal do
núcleo pulposo e lombalgia por hérnia de disco intervertebral; e como
predominantemente psíquica: lombalgia como uma forma de conversão
psicossomática ou objetivando ganhos secundários (JUNIOR; GOLDENFUM E
SIENA, 2010).
A principal queixa relacionada à região lombar é a dor, caracterizada por experiência
sensorial e emocional suscitada por uma lesão tecidual, real ou potencial. A etiologia da dor
lombar não está claramente definida, devido aos múltiplos fatores de risco. Citam-se, entre
eles, os trabalhos repetitivos, ações de empurrar e puxar, quedas, postura de trabalho estáticas
e sentadas, tarefas onde há vibração em todo o corpo, trabalhos que envolvem o agachamento
e torção ou levantamento repetitivo de objetos pesados, principalmente quando as cargas
ultrapassam a força do trabalhador (ANTÔNIO, 2002 apud BRINAGÓ E MACEDO, 2005).
A maioria dos pacientes melhora apenas com tratamento sintomático para a dor. De fato,
cerca de 60% dos pacientes com dor lombar referem melhora da dor em 7 dias apenas com
tratamento conservador, e a maioria melhora em até 1 mês (FILHO et al, 2006).
Apenas recentemente têm-se observado iniciativas quanto à aplicação de programas de
exercícios físicos relacionados à promoção da saúde, sendo a grande maioria direcionada a
combater agravos crônico-degenerativos de característica cardiovascular e metabólica, como
as doenças do coração e obesidade; pouco esforço é despendido, ainda, em programas de
atividade física relacionada à saúde, envolvendo o sistema osteomioarticular, tendo com
exemplo a lombalgia (TOSCANO E EGYPTO, 2001).
A acupuntura é um sistema médico complexo integral, sem semiologia e diagnósticos
específicos, sendo considerada uma parte integrante da medicina tradicional chinesa,
praticada há 2.500 anos. A intervenção pela acupuntura consiste na inserção de agulhas para
estímulos em determinados pontos da superfície corporal. Esses pontos fazem parte de uma
rede de meridianos interconectados entre si e com os órgãos, por onde flui a energia vital do
organismo (Qi). Atuando sobre esses pontos, é possível interferir na função dos órgãos,
buscando corrigir desequilíbrios no fluxo de energia, promovendo a melhora do indivíduo
(RIGO et al, 2011).
Segundo Yuan, Kerr e Liu (2008) apud Monteiro e Ribeiro (2010), é uma técnica alternativa
que tem grande popularidade no mundo ocidental e vem se disseminando por diversos países
do mundo.
Prática milenar, fazendo parte da chamada Medicina Tradicional Chinesa, a acupuntura tem
experimentado um aumento expressivo de adeptos, tanto em números dos que praticam, como
número dos que se submetem ao seu tratamento (LIN, HSING e PAI, 2008).
Em acupuntura, o objetivo do tratamento é recuperar a circulação normal do Qi. Os pontos de
acupuntura (Figura 1) são locais onde o Qi percorre os meridianos é transportado à superfície
do corpo (DAVIS, 2006).
Em 1912, o médico inglês Willian Osler descreveu o uso da acupuntura em sua primeira
edição do The principles and practices of medicine, indicando-a como “o melhor tratamento”
para a dor lombar (RIGO et al, 2011).
A importância do estudo das lombalgias se justifica pela sua alta prevalência na população e
pelo expressivo impacto socioeconômico negativo gerado pelos casos de incapacidade física,
sintomas de dor, alta morbidade, podendo ser considerado um problema de saúde pública em
nosso país (FEITAL, 2011).
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Fonte: (DAVIS, 2006:358)
Figura 1- Pontos da Acupuntura
Esta revisão bibliográfica tem o intuito de fornecer dados positivos sobre a eficácia da
acupuntura como tratamento das lombalgias, para que a mesma seja utilizada sozinha como
tratamento ou em conjunto com outras técnicas.
2. Anatomia e Fisiologia
A coluna vertebral é o eixo do corpo e deve conciliar dois imperativos mecânicos
contraditórios: a rigidez e a flexibilidade. Ela consegue esta façanha graças à sua estrutura
mantida (KAPANDJI, 2000).
A coluna lombar de um adulto consiste tipicamente em 33 vértebras dispostas em cinco
regiões: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas (MOORE e DALLEY,
2001) (Figura 2).
A região cervical, que contém sete vértebras cervicais, no pescoço. A região torácica,
que contém doze vértebras torácicas, localizadas na região posterior da cavidade
torácica. A região lombar, que conte, cinco vértebras lombares, que sustentam a região
posterior do dorso. A região sacral, que é o sacro, osso formado por cinco vértebras
sacrais fundidas. A região coccígea, que contém um osso chamado cóccix, formado,
normalmente, por quatro vértebras coccígeas. Assim, antes da fusão das vértebras
sacrais e coccígeas, o número total de vértebras é 33 (TORTORA e GRABOWSKI,
2002:183).
As vértebras nas diferentes regiões da coluna vertebral apresentam alguma modificação das
vértebras típicas. As vértebras em cada região normalmente podem ser identificadas por causa
de características especiais (MOORE e DALLEY, 2001).
As vértebras lombares são as maiores e mais fortes vértebras da coluna vertebral,
porque a quantidade de peso corporal que tem que ser suportado, pelas vértebras, vai
aumentando conforme descemos para a extremidade distal da coluna vertebral. As
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várias projeções das vértebras lombares são curtas e grossas. Os processos articulares
superiores são direcionados medialmente, em vez de superiormente, e os processos
articulares inferiores são direcionados lateralmente, em vez de inferiormente. Os
processos espinhosos têm forma quadrangular, são grossos e largos, e projetam-se
quase horizontalmente. Os processos espinhosos são bem adaptados para a inserção
dos grandes músculos do dorso (TORTORA e GRABOWSKI, 2002:186-187).
As curvaturas da coluna vertebral de um adulto são classificadas da seguinte forma: cervical e
lombar, em lordose e torácica e sacral juntamente com o cóccix, em cifose. Já as curvaturas
anormais da coluna vertebral são as acentuações de casa curvatura: hipercifose, hiperlordose e
também a escoliose que é a anormalidade lateral juntamente com a rotação das vértebras.
A cifose é caracterizada por um aumento anormal na curvatura torácica: a coluna
vertebral se curva posteriormente. Esta anormalidade pode resultar da erosão da parte
anterior de uma ou mais vértebras. A lordose é caracterizada por uma rotação anterior
da pelve nas articulações do quadril, produzindo um aumento anormal da curvatura
lombar: a coluna vertebral curva-se mais anteriormente. Essa deformidade de extensão anormal é frequentemente associada com a fraqueza da musculatura do tronco,
especialmente os músculos abdominais ântero-laterais. Escoliose é caracterizada por
uma curvatura lateral anormal que é acompanhada pela rotação das vértebras. Os
processos espinhosos voltam-se para a cavidade da curvatura anormal e, durante a
flexão para frente, as costelas giram posteriormente sobre o lado de convexidade
aumentada (MOORE e DALLEY, 2001:382).
Fonte: (MOORE e DALLEY, 2001:382)
Figura 2 – Coluna vertebral e o número de vértebras por suas regiões.
Toda a coluna é percorrida por uma complexa rede de músculos, tendões e ligamentos que
sustentam o corpo, e ao mesmo tempo, proporcionam força e flexibilidade, sendo os
principais músculos responsáveis pelas posturas, os músculos flexores, os extensores, os retos
abdominais, os oblíquos internos e externos e os rotadores (PUTZ e PABST, 2000 apud
FEITAL, 2011).
De acordo com Tortora e Grabowski (2002) os músculos que movem a coluna dorsal são: o
eretor da espinha, o grupo iliocostal, o grupo longuíssimo, o grupo espinhal, os transverso-
espinhais, o multífido, os interespinhais, intertransversais e o grupo de escalenos.
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3. Dor
A dor é um mecanismo protetor. A dor ocorre sempre que qualquer tecido é lesionado,
fazendo com que o indivíduo reaja para remover o estímulo doloroso (GUYTON e HALL,
2006).
A dor é indispensável à sobrevivência. Ela serve como função protetora por sinalizar a
presença de condições nocivas, lesivas aos tecidos. Do ponto de visa médico, a descrição e a
indicação subjetivas da dor podem ajudar, com precisão, a determinar a causa subjacente da
doença (TORTORA e GRABOWSKI, 2002).
O corpo humano possui terminações nervosas livres que são denominadas
nociceptores ou receptores algésicos, e que quando estimuladas, geram a sensação de
dor. Elas se distribuem por todo o organismo, com algumas raras exceções. A
densidade de receptores algésicos não é alta na maior parte dos tecidos, mas quando o
estímulo doloroso é aplicado sobre uma superfície ampla, as respostas podem ser
somadas, causando dores intensas. Esse processo é bastante evidente nas vísceras,
onde perfurações e cortes geralmente não geram dor, ao contrário das distensões de
áreas amplas, que geram dores intensas (FARIA et al, 2009).
Existem dois tipos de dor: a dor rápida e a dor lenta. A percepção da dor rápida ocorre com
muita rapidez, em geral dentro de 0,1 segundo após a aplicação do estímulo. A percepção da
dor lenta, ao contrário, começa um segundo ou mais após o estímulo ser aplicado (TORTORA
e GRABVOWSKI, 2002).
Os nociceptores das terminações Aẞ e Aẟ são responsáveis pela geração da chamada dor
aguda, rápida ou primária. A dor lenta ou crônica é gerada pela estimulação de fibras do tipo
C, recebendo também nomes de dor pulsante, em queimação ou nauseante (FARIA et al,
2009).
O sistema de analgesia consiste em três grandes componentes: (1) As áreas
periventricular e da substância cinzenta periaquedutal do mesencéfalo e região superior da ponte que circundam o aqueduto de Sylvius e porções do terceiro e do
quarto ventrículos. Os neurônios destas áreas enviam sinais para (2) o núcleo magno
da rafe, um fino núcleo da linha média localizado nas regiões inferior da ponte e
superior da medula oblonga, e o núcleo reticular paragigantocelular, localizado
lateralmente na medula oblonga. A partir destes núcleos, os sinais de segunda ordem
são transmitidos através das colunas dorsolaterais da medula espinhal, para (3) um
complexo inibitório da dor localizado nos cornos dorsais da medula espinhal, Neste
ponto, os sinais de analgesia podem bloquear a dor antes de esta ser transmitida para o
encéfalo (GUYTON e HALL, 2006:602).
É postulado pela Teoria da Comporta que as fibras de grosso calibre, como as responsáveis
pela mecanorrecepção de baixo limiar, estimulam interneurônios inibitórios na medula espinal
que bloqueiam o repasse dos sinais da dor (FARIA et al,2009).
4. Lombalgia
As partes do pescoço e do dorso onde a coluna vertebral possui a maior liberdade de
movimentos – as regiões cervical e lombar – são os locais mais frequentes de dor
incapacitante (MOORE e DALLEY, 2001).
As causas podem ser multifatoriais e incluem: postura inadequada, sobrecarga local, trauma,
alterações degenerativas da coluna, doença inflamatória, infecciosa ou neoplásica, sendo que
em 80% dos casos o diagnóstico etiológico é praticamente impossível de se determinar
(FEITAL, 2011).
Os tratamentos convencionais, no que diz respeito aos tratamentos medicamentosos e
cirúrgicos para a dor lombar, nem sempre conseguem atingir os objetivos do paciente
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de aliviar o desconforto físico e psicológico, o que o mantém limitado para
desenvolver a prática de suas atividades cotidianas como as atividades de vida diárias
e laborais. A abordagem terapêutica do portador desta patologia é essencialmente
difícil, devido à dificuldade no diagnóstico bem como à multiplicidade de fatores
envolvidos, como os ambientais, psicológicos e socioeconômicos. No entanto, novas
propostas de tratamento devem ser apresentadas pela sociedade científica objetivando
uma abordagem terapêutica satisfatória em sua aplicação (FEITAL, 2011).
A região lombar é onde estão localizados os rins e a área suprida pelo meridiano do rim, por
isso a dor lombar está estreitamente relacionada aos rins. A dor lombar é uma doença
comumente vista na clínica. Distúrbios e lesões dos meridianos, regiões musculares e dos
colaterais que suprem a região lombar também podem levar a essa dor (MAO-LIANG, 2001)
A dor referida se projeta da coluna para as vísceras e outras estruturas situadas no
território dos dermátomos lombar e sacral superior, e outro que se projeta das vísceras
pélvicas e abdominais para a coluna. A dor causada por doença da região superior da
coluna lombar é, com frequência, referida para o flanco, a parte lateral do quadril, a virilha e a parte anterior da coxa. Isto tem sido atribuído à irritação dos nervos clúnios
superiores, derivados das divisões posteriores dos três primeiros nervos espinhais
lombares e que inervam as partes superiores das nádegas. A dor proveniente da região
inferior da coluna lombar, em geral, referida para a parte inferior das nádegas e
posterior das coxas (NASCIMENTO, AGUIAR E FERREIRA, 1999 apud SILVA et
al, 2005).
Os indivíduos portadores de lombalgia crônica podem manter a sensação de dor mesmo após
a fase resolutiva da causa primária da dor, sendo a sensação dolorosa pode ser
desproporcional à lesão do tecido (LORENZETTI et al, 2006).
Sofrer exposição à vibração por longo prazo combinada com levantamento de peso, ter como
profissão dirigir e realizar freqüentes levantamentos são os maiores fatores de risco para lesão
da coluna lombar (COX, 2002).
5. Acupuntura
A aplicação de técnicas tradicionais ocidentais associadas às técnicas orientais como a
Acupuntura é uma tendência que tem se demonstrado bastante usual entre os profissionais
acupunturistas durante o tratamento de diversas patologias, devido à viabilidade e eficácia
apresentadas na obtenção dos resultados, além da ausência de efeitos colaterais, diferente de
que ocorre com o tratamento convencional (FEITAL, 2011).
A acupuntura existe há pelo menos 2000 anos. Ela faz parte da medicina tradicional chinesa,
que se baseia nos conceitos de yin, yang, Qi (que se pronuncia chi), meridianos e muitos
outros (DAVIS, 2006).
Pelo princípio de Yin e Yang podem-se explicar os fenômenos que ocorrem nos órgãos
através dos conceitos de superficial e profundo, de excesso e deficiência, de calor e frio.
Desse modo, se as energias Yin e Yang estiverem em perfeita harmonia, o organismo,
certamente estará com saúde (WEN, 1985).
Só há uma energia que é a matéria fundamental que constitui o universo, e tudo no
mundo é o resultado de seus movimentos e transformações. Para o homem,
microcosmo no macrocosmo, só existe um Qi que é a raiz dele. Esse Qi se apresenta
de dois modos: 1. O Qi participando na formação dos elementos constitutivos do
corpo e permitindo à vida de se manifestar. É ele representado seja pela “essência”,
por exemplo, o Qi da respiração (Qi céu), de natureza Yang, seja pela “substância”,
por exemplo, o Qi da alimentação (Qi da terra) de natureza Yin. 2. O Qi constituído
pela atividade fisiológica dos tecidos orgânicos, por exemplo, o Qi dos órgãos, o Qi
dos vasos. Esses dois aspectos do Qi tem relações recíprocas; o primeiro é a base
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material do segundo, o segundo é a manifestação da atividade do primeiro
(AUTEROCHE e NAVAILH, 1992:33-34).
O Qi percorre trajetos existentes no corpo, que são conhecidos como meridianos (Figura 3). A
circulação do Qi pelos meridianos é semelhante à circulação do sangue pelos vasos
sanguíneos. Se houver um impedimento ou bloqueio do fluxo sanguíneo, o indivíduo adoece
(DAVIS, 2006).
Com efeito, a acupuntura é uma técnica antiga que objetiva diagnosticar doenças e
promover a cura pela estimulação da força de autocura do corpo. Esse processo se dá
pelo realinhamento e redirecionamento da energia, por meio da estimulação de pontos
de acupuntura por agulhas finas metálicas, laser, pressão e outras formas de
abordagem. A acupuntura, entretanto, é somente uma das terapêuticas da Medicina
Tradicional Chinesa, pois essa medicina inclui ervas, dietas, massagem e exercícios.
Todas essas técnicas são desenvolvidas com base no princípio da indissociabilidade
do corpo com o ambiente, das relações intrínsecas entre o microcosmo e o universo,
permeado com a mesma energia (KUREBAYASHI, FREITAS e OGUISSO, 2006:931).
O Yang – Yin – Conceito básico e fundamental de todas as ciências orientais que
corresponde à condição primordial e essencial para origem de todos os fenômenos
naturais como princípio da energia e da matéria; Cinco Movimentos – por meio deste
conceito, procura-se explicar os processos evolutivos da natureza, do universo, da
saúde e da doença; o conceito do Zang/Fu aborda a fisiologia energética dos órgãos,
vísceras e dos Canais Curiosos do ser humano, que constituem o alicerce para a
compreensão da fisiologia e da propedêutica energética e da fisiologia das doenças e
seu tratamento na Acupuntura (FEITAL, 2011).
A medicina chinesa considera a função do corpo e da mente como resultado da interação de
determinadas substâncias vitais, que se manifestam em vários níveis de “substancialidade”,
sendo uma delas rarefeita e outras totalmente imateriais. Para o pensamento chinês o corpo e a
mente não são feitos como um mecanismo complexo, mas como um círculo de energia e
substâncias vitais interagindo uns com os outros para formar o organismo (SILVA et
al,2005).
Fonte: (DAVIS, 2006:357)
Figura 3- A) Meridianos da Bexiga e B) meridianos da vesícula Biliar.
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Inúmeros estudos sobre acupuntura e modernos experimentos clínicos comprovaram que a
acupuntura tem efeito analgésico satisfatório. Isso pode ser observado no tratamento de dores
de cabeça, nos flancos, gástricas, abdominais, lombares, nevralgia do trigêmeo, ciática,
dismenorreia e pós-operatória. A analgesia por acupuntura se baseia nisso, e daí foi
desenvolvida, resultando bons efeitos analgésicos do tratamento por acupuntura (MAO-
LIANG, 2001). Pesquisas recentes visam a entender o mecanismo de ação da acupuntura:
- A acupuntura altera a circulação sanguínea. A partir da estimulação de certos
pontos, pode-se alterar a dinâmica da circulação regional proveniente de
microdilatações. Outros pontos promovem o relaxamento muscular, sanando o
espasmo, diminuindo a inflamação e a dor.
- O estímulo de certos pontos promove liberação de hormônios, como o cortisol e
as endorfinas, promovendo a analgesia.
- A acupuntura ajuda a aumentar a resistência do hospedeiro. Quando há agressão
externa, alguns sistemas orgânicos são prejudicados. Há uma regulação interna
para oferecer resistência à doença. A acupuntura exacerba estes mecanismos para
que em menos tempo o equilíbrio e a saúde sejam restabelecidos. Muitas pesquisas revela, ser possível o estímulo do hipotálamo, da hipófise e de outras
glândulas que atuam na recuperação.
- A acupuntura regula e normaliza as funções orgânicas. As diversas funções no
homem são inter-relacionadas. Se há algum distúrbio alterado esse inter-
relacionamento, ocorre à manifestação de sintomas e a doença se estabelece. O
estímulo pela Acupuntura pode dinamizar e restabelecer os relacionamentos
anteriores e apressar a recuperação.
- A acupuntura promove o metabolismo. O metabolismo é fundamental na
manutenção da vida. Em certas condições de doença, há alteração do
metabolismo dos diversos órgãos, com consequência prostração e deficiência do
organismo. A acupuntura permite a recuperação desse metabolismo importante no processo de cura (WEN, 1985).
O acupunturista deve tomar a decisão de quais pontos de acupuntura precisam ser
estimulados. Em seguida, ele também deve decidir quanto à própria técnica de estimulação
(DAVIS, 2006).
É importante que esta técnica milenar seja sempre realizada com serenidade, profundidade
científica e respeito. Para que seja, capazes de esclarecer completamente suas bases cientificas
(FEITAL, 2011).
6. Acupuntura na Lombalgia
De acordo com a Medicina Chinesa, o tratamento através da Acupuntura visa à normalização
dos órgãos doentes. Segundo a teoria da Acupuntura, todas as estruturas do organismo se
encontram originalmente em equilíbrio pela atuação das energias Yin (negativas) e Yang
(positivas) (FEITAL, 2011).
O frio é a manifestação de uma abundância de Yin Qi, sua natureza é então o Yin e de
frio manifesta um enfraquecimento do Yang Qi e pode-se dizer. “A abundancia de Yin
produz o frio”. O Yang Qi estando diminuído não pode mais realizar sua função normal aquecimento
e mutação do Qi, e ao aparecem às doenças frias devidas a diminuição da atividade do
organismo.
- Se o frio externo penetrar no invólucro muscular, o Yang Wei fica congestionado
e poder-se-á sentir temor do frio.
- Se o ataque do frio for diretamente dirigido ao baço e ao estômago, o Yang do
baço será danificado e como reação observa-se cavidade estomacal e ventre frios
e doloridos, vômitos e diarreia.
- Se o Yang do baço e dos rins estiver vazio, a capacidade de “aquecer e
transportar” falta, há diminuição da atividade funcional, suscitando os sintomas,
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temor do frio, membros frios, lombos e coluna vertebral frios e doloridos, edema,
ascite (Fu Shui), diarreia de alimentos não digeridos, poliúria (AUTEROCHE e
NAVAILH, 1992).
Maciocia (2007) explica:
Padrões de deficiência
o Deficiência do Yang do Rim
- B-23 tonifica o Yang do Rim.
- Du-4 fortalece o Fogo da Porta da Vida. A moxa é aplicável.
- Ren-4 (com moxa) tonifica o Yang do Rim e o Qi Original, (sem moxa)
tonifica o Yin do Rim e a essência, acalma a mente, nutre o Yin do Rim e
conduz o calor para baixo.
- Ren-6 (com moxa) tonifica o Yan do Rim.
- R-3 tonifica o Rim.
- R-7 é específico para tonificar o Yang do Rim.
- B-52 tonifica o Rim e, em particular, seu aspecto mental, ou seja, a Força
de vontade.
- Jinggong tonifica o Yang do Rim e aquece a Essência.
o Deficiência do Yin do Rim
- Ren-3, sem moxa, tonifica o Yin do Rim e a Essência do Rim (com moxa,
pode tonificar o Yang do Rim).
- R-3 tonifica o Rim.
- R-6 é específico para tonificar o Yin do Rim e beneficia a garganta
(particularmente indicado para tratar boca seca à noite).
- R-10 é específico para tonificar o Yin do Rim.
- R-9 tonifica o Yin do Rim, particularmente útil no caso de ansiedade e
tensão emocional de origem do Rim.
- BP-6 tonifica o Yin do Fígado e do Rim e acalma a mente.
- Ren-7 nutre o Yin.
- P-7 e R-6, em combinação, abrem o Vaso Diretor (Ren Mai) e nutrem o
Yin do Rim.
o Falta de Firmeza do Qi do Rim
- B-23 tonifica yang do Rim e firma o Qi.
- Du-4 tonifica o Yang do Rim e o Fogo da Porta da Vida. É um ponto
importante para interromper incontinência, enurese, micção excessiva, etc.
- R-3 tonifica o Rim.
- B-52 tonifica o Yang do Rim e fortalece a força de vontade.
- Ren-4 com moxa tonifica o Yang do Rim e o Qi Original.
- Jinggong tonifica o Yang do Rim e firma a porta do esperma.
- Ren-6 tonifica e firma o Qi.
- Du-20 eleva o fundamento do Qi.
- R-32 firma o Qi nos órgãos sexuais.
o Rim Falhando em Receber o Qi
- R-7 fortalece a recepção do Qi do Rim.
- R-3 tonifica o Rim.
- P-7 e R-6, em combinação, abrem o Vaso Diretor, estimulam a descida do
Qi do Pulmão e a recepção do Qi do Rim e beneficiam a garganta.
- E-36 tonifica o Qi em geral e é importante para tratar condições crônicas.
- B-23 e Du-4 tonificam o Yan do Rim
- Ren-6 (com moxa) tonifica o Yang do Rim e puxa o Qi até o abdome.
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- Ren-17 tonifica o Qi e estimula a descida do Qi do Pulmão.
- R-25 é um importante ponto local do tórax do canal de Rim para estimular
a recepção do Qi do Rim e melhorar a respiração.
- Du-12 e B-13 tonificam o Qi do Pulmão; é importante nas condições
crônicas.
- Ren-4 e R-13 tonificam o Rim e, especificamente, R-13 fortalece a
recepção do Qi do Rim.
o Deficiência da Essência do Rim
- R-3 tonifica o Yin do Rim e a Essência
- R-6 tonifica o Yin do Rim
- Ren-4 e R-13 tonificam a Essência.
- B-23 tonifica o Rim.
- Du-4 tonifica o aspecto Yang da Essência. Esse ponto ;e usado apenas se a
deficiência da Essência do Rim acontecer contra uma base de deficiência de
Yang pronunciada.
- VB-39 tonifica a Medula óssea.
- Du-20 estimula a Medula a preencher o Cérebro.
- Du-14 estimula a Medula a alcançar o Cérebro.
- B-15 tonifica o coração a abrigar a Mente, consequentemente tonifica o
cérebro.
- B-11 nutre os Ossos.
- Du-17 e Du-16 são pontos do Mar da Medula e, então, estimulam a
nutrição do cérebro por meio da Medula.
Padrões de Excesso/Deficiência:
o Deficiência do Yang do Rim, Transbordamento da Água
- Du-4 fortalece o Fogo da Porta da Vida que promove a transformação da
água.
- B-23 tonifica o Yang do Rim.
- B-22 estimula a transformação dos fluidos no Aquecedor Inferior.
- B-20 (com moxa) tonifica o Yang do Baço.
- Ren-9 promove a transformação dos fluidos.
- E-28 promove a transformação dos fluidos no Aquecedor Inferior.
- BP-9 e BP-6 solucionam a Umidade do Aquecedor Inferior.
- R-7 tonifica o Yang do Rim e soluciona o edema.
- Du-14 (com moxa direta) tonifica o Yang Coração.
- B-15 (com moxa) tonifica o Yang do Coração.
- P-7 estimula a função do Pulmão de dominar as Passagens das Águas e
soluciona o edema.
- B-13 e Du-12 tonificam o Qi Pulmão.
o Deficiência do Yin do Rim, Agitação do Calor por Deficiência
- R-3 tonifica o Rim.
- R-6 e R-10 nutrem o Yin do Rim.
- R-9 tonifica o Yin do Rim e acalma a Mente.
- Ren-4 tonifica o Yin do Rim e acalma a Mente.
- R-2 clareia o Calor por Deficiência do Rim.
- BP-6 tonifica o Yin do Rim e acalma a Mente.
- C-5 e P-7 são usados para conduzir o Calor para baixo, longe da cabeça
(onde perturba a Mente).
11
- P-10 clareia o Calor do Pulmão e é usado se houver sintomas de Calor no
Pulmão (tosse seca, expectoração com sangue). Também conduz o Calor para
baixo, longe da cabeça.
- C-6 clareia o Calor por Deficiência e acalma a Mente.
- Du-24 acalma a Mente.
- IG-11 clareia o Calor,
Padrões Combinados
o Deficiência do Yin do Rim e do Fígado
- R-3 tonifica o Rim.
- R-6 tonifica o Yin do Rim.
- F-8 tonifica o Sangue do Fígado e o Yin do Fígado.
- Ren-4 tonifica o Yin do Rim, o Yin do Fígado e a Essência do Rim.
- B-23 tonifica o Rim, em doenças crônicas.
- R-13 nutre Yin do Rim e do Fígado.
- B-10 pode ser usado para tratar dor de cabeça occipital.
o Desarmonia do Rim e do Coração
- C-7 acalma a mente.
- C-6 clareia o Calor por Deficiência e nutre o Yin do Coração (combinado
com R-7 (Fuliu) é específico para sudorese noturna).
- C-5 clareia o Calor por Deficiência do Coração e conduz o Calor para baixo,
longe da cabeça.
- Yintang acalma a Mente.
- B-15 clareia o Calor do Coração.
- Ren-15 acalma a Mente e nutre o Yin Coração.
- Du-24 acalma a Mente.
- R-3, R-9 e R-10 tonificam o Yin do Rim; R-9, em particular, acalma a
Mente.
- R-6 nutre o Yin do Rim.
- Ren-4 nutre o Yin do Rim e a Essência do Rim e conduz o Calor para baixo.
- BP-6 nutre o Yin e acalma a mente.
o Deficiência do Yin do Rim e do Pulmão
- R-3 tonifica o Yin do Rim.
- P-7 e R-6, em combinação, abrem o Vaso Diretor, beneficiam a garganta,
estimulam a recepção do Rim do Qi e tonificam o Yin do Pulmão e do Rim.
- Ren-4 e R-13 nutrem o Yin e a Essência do Rim.
- P-9 nutre o Yin do Pulmão.
- P-1 nutre o Yin do Pulmão, restabelece a descida do Qi do Pulmão e
interrompe a tosse.
- BP-6 nutre o Yin do Rim e promove os fluidos.
- B-43 tonifica o Yin do Pulmão e é específico para tratar condições crônicas.
o Deficiência do Yang do Rim e do Baço
- B-23 tonifica o Yang do Rim.
- Du-4 fortalece o Fogo da Porta da Vida.
- Ren-4 tonifica o Yang do Rim (com cones de moxa direta).
- Ren-6 tonifica o Qi em geral e o Yang, se estimulado com moxa direta. É
um ponto importante para tratar diarreia crônica.
- R-3 tonifica o Rim.
- R-7 tonifica o Yang do Rim e soluciona edema.
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- B-52 e Jinggong tonificam o Yang do Rim, aumentam a força de vontade e
nutrem a Essência; essa combinação é boa para tratar depressão da deficiência
de Yang do Rim.
- Ren-12, E-36 e BP-3 tonificam o Yang do Baço.
- B-20 e B-21 tonificam o Yang do Baço.
- Ren-9 promove a transformação e transporte dos fluidos para solucionar a
Umidade.
- E-37 é o ponto Mar Inferior para o Intestino Grosso e é específico para
interromper a diarreia crônica.
- E-25 interrompe a diarreia.
- B-25 é o ponto de Transporte dorsal para o Intestino Grosso e interrompe a
diarreia (MACIOCIA, 2007:479-495).
7. Metodologia
Para que este artigo de revisão fosse desenvolvido, foram pesquisados artigos científicos,
onde foram feitos levantamentos da literatura. A busca foi realizada nos bancos de dados e
bibliotecas virtuais como, Bireme, Scielo, Pub Med, Medline, entre o período de 2012 a 2014
com as palavras-chave: lombalgia, dor lombar, acupuntura, analgesia e terapias
complementares. Foram também utilizados livros específicos com os conceitos do assunto
para que juntamente com os artigos encontrados fosse elaborado este artigo.
Apesar dos artigos tratarem de dores lombares causadas por fatores etiológicos, métodos e
diferenciação na população, tornou-se irrelevante pois esta revisão se trata da eficácia da
acupuntura nesta patologia sendo ela causada por qualquer fator etiológico.
8. Resultados e Discussão
Na revisão realizada por Monteiro e Ribeiro (2010), não foi possível retirar conclusões claras
sobre a eficácia da acupuntura no tratamento da dor lombar inespecífica aguda. Em questão à
dor lombar inespecífica crônica, a acupuntura tem eficácia, isoladamente ou como
coadjuvante de outros métodos terapêuticos.
Apesar dos diferentes biótipos e aspectos pessoais, no artigo de Silva et al (2005), relataram
que a acupuntura apresentou resultados satisfatórios na redução da dor lombar, obtendo
87,5% de melhora, sendo assim mostraram que a acupuntura é um método seguro, com
resultados rápidos para o alívio da dor, sendo que sugeriram o acompanhamento longitudinal
para que haja controle dos resultados obtidos em seu estudo.
Lorenzetti et al (2006) concluíram que há evidências de que a acupuntura é eficaz no
tratamento de lombalgia crônica, sendo que em alguns casos sugerem que o aprofundamento
das pesquisas seja necessário para que haja caracterização da efetividade da terapêutica.
Em sua revisão bibliográfica, Rigo et al (2011) constataram os efeitos fisiológicos da
acupuntura sendo que muitos estudos os levaram a resultados inconclusivos por causa do
tamanho das amostras, uso de controles inadequados, entre outros. Relatam também que há
dúvidas sobre a necessidade da utilização de pontos específicos para obter analgesia.
Kurebayash, Freitas e Oguisso (2009) em seu estudo confirmaram que a acupuntura pode ser
inserida no tratamento de vários tipos de enfermidades, incluindo a lombalgia, sendo ela
aguda ou crônica. Este tratamento pode ocorrer como técnica preventiva, curativa e
reabilitadora.
Alves (2007) cita que a acupuntura leva vantagens quando relacionada a outras técnicas, pois,
o tempo de ação e intensidade de analgesia e muito rápido e também proporciona
relaxamento. Após a terapia com agulhas o autor recomenda a acupressão para que se
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prolongue o efeito do tratamento, estes efeitos foram descritos pela maioria dos entrevistados
como sendo positivos.
Em seu estudo com mulheres gestantes com lombalgia, Quimelli (2013), relata que o
tratamento com acupuntura foi mais efetivo em relação ao placebo, fazendo com que os
medicamentos utilizados fossem reduzidos ao final do tratamento.
9. Conclusão
A acupuntura, desde os tempos antigos, nos mostra ser uma técnica eficaz em muitas
patologias, nas quais, muitas delas, apesar de haver tratamento médico, faz-se necessário o
tratamento com acupuntura para minimizar a algia sem a utilização de medicamentos, que
acabam por trazer complicações com suas reações, causando desconforto aos indivíduos.
De acordo com o que vimos nos resultados desta revisão, todos os estudos foram claros em
dizer que a acupuntura mostrou-se eficaz no tratamento das lombalgias, atingindo o objetivo
deste artigo.
Apesar de as técnicas realizadas pelos autores não terem sido idênticas umas às outras, pois a
faixa etária, causa e intensidade da dor terem sido totalmente diferenciadas, além do protocolo
do procedimento que foi diferenciado em todos os estudos levantados neste artigo.
A partir deste ponto, portanto, há necessidade de mais estudos científicos que nos tragam mais
evidências para esta patologia em questão, pois a mesma vem crescendo de acordo,
principalmente, com o sedentarismo da população.
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