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“Eficácia da reabilitação da disfagia orofaríngea neurogênica em pacientes atendidos na assistência domiciliária privada” Ana Paula Ferreira Opaso Alvarez Elaine Saubo do Nascimento São Paulo 2009

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“Eficácia da reabilitação da disfagia orofaríngea neurogênica em

pacientes atendidos na assistência domiciliária privada”

Ana Paula Ferreira Opaso Alvarez

Elaine Saubo do Nascimento

São Paulo

2009

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Principais diagnósticos médicos dos pacientes com disfagia, São Paulo,

ano de 2003 a 2008 ........................................................................................................................ 37

Gráfico 2: Classificação do grau de comprometimento da disfagia apresentado pelos

pacientes do G1 no momento pré e pós fonoterapia, São Paulo, ano de 2003 a 2008

............................................................................................................................................................... 40

Gráfico 3: Classificação do grau de comprometimento da disfagia apresentado pelos

pacientes do G2 no momento pré e pós fonoterapia, São Paulo, ano de 2003 a 2008

............................................................................................................................................................... 41

Gráfico 4: Tempo de terapia fonoaudiológica realizada pelo G1 e G2 na ..................... 45

assistência domiciliária privada, São Paulo, ano de 2003 a 2008 ................................... 45

Gráfico 5: Número de sessões de terapia fonoaudiológica realizadas pelo G1 e G2

na assistência domiciliária privada, São Paulo, ano de 2003 a 2008 ............................. 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação do grau de comprometimento da disfagia apresentado

pelos pacientes do G1 e G2 no momento pré fonoterapia – São Paulo – de 2003 a

2008 ..................................................................................................................................................... 38

Tabela 2 – Classificação do grau de comprometimento da disfagia apresentado

pelos pacientes do G1 e G2 no momento pós fonoterapia – São Paulo – de 2003 a

2008 ..................................................................................................................................................... 39

Tabela 3 – Níveis da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) apresentados

pelos pacientes do G1 e G2 no momento pré-fonoterapia – São Paulo – de 2003 a

2008 ..................................................................................................................................................... 42

Tabela 4 – Níveis da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) apresentados

pelos pacientes do G1 e G2 no momento pós-fonoterapia – São Paulo – de 2003 a

2008 ..................................................................................................................................................... 43

Tabela 5 - Evolução dos pacientes seguindo os níveis da escala funcional de

ingestão por via oral – São Paulo – de 2003 a 2008 ............................................................ 44

Tabela 6: Condições de alta fonoaudiológica dos pacientes do G1 e G2 atendidos na

assistência domiciliária privada, São Paulo, ano de 2003 a 2008 ................................... 47

Tabela 7: Motivos das reinternações durante o processo terapêutico do G1 e G2 na

assistência domiciliária privada, São Paulo, ano de 2003 a 2008 ................................... 48

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RESUMO

ALVAREZ, Ana Paula Ferreira Opaso; NASCIMENTO, Elaine Saubo do. Eficácia da reabilitação da disfagia orofaríngea neurogênica em pacientes atendidos na assistência domiciliária privada. 62f. São Paulo, 2009.

O controle da eficácia na reabilitação da disfagia orofaríngea tem apresentado

progressos, embora ainda necessite de estudos, principalmente no que diz respeito

à atuação fonoaudiológica na assistência domiciliária privada, que qualitativamente

tem se mostrado responsável pela melhora da qualidade de vida de muitos

pacientes com quadro de disfagia e pela redução de custos para as empresas

privadas de assistência à saúde. Objetivo: descrever a eficácia da reabilitação da

disfagia orofaríngea neurogênica em pacientes atendidos na assistência domiciliária

privada. Método: Foi realizado um trabalho retrospectivo, com levantamento de

dados de 200 prontuários de pacientes com disfagia orofaríngea neurogênica,

atendidos em fonoterapia em assistência domiciliária e comparada a escala de

ingestão de alimentação por via oral pré e pós fonoterapia – FOIS, (mede a

quantidade e tipo de alimento que o paciente consegue ingerir por via oral de forma

segura), também foi analisada a classificação do grau de comprometimento da

disfagia (SILVA, 1998). Dos 200 prontuários analisados, 116 foram excluídos, por

motivos como: dados incompletos, outras doenças que não neurológicas e por

apresentarem registro de desligamento do paciente da assistência domiciliária pela

empresa de saúde. Sendo analisados 84 prontuários de pacientes com diagnóstico

médico de doença neurológica, que foram submetidos à avaliação clínica da disfagia

orofaríngea. Os dados dos prontuários dos pacientes foram coletados em dois

momentos: pré-fonoterapia (dados da avaliação clínica da deglutição) e pós-

fonoterapia (dados da alta fonoaudiológica). Também foram utilizados os seguintes

marcadores: diagnóstico neurológico; número total de sessões terapêuticas; tempo

de terapia (semanas) até a alta fonoaudiológica; ocorrência de internações,

reinternações e seus motivos; aceitação da ingesta por via oral; motivo da alta

fonoaudiológica. Para melhor discussão das doenças de base encontradas, estas

foram divididas em dois grupos a fim de analisar o impacto da evolução ou

estabilidade da doença frente à reabilitação da disfagia orofaríngea na assistência

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domiciliária, sendo Grupo l (G1) para pacientes que apresentavam doenças

progressivas e Grupo II (G2) para pacientes que apresentavam lesões adquiridas

cerebral. Resultados: os pacientes descritos como G1- 4 (5%) pioraram, 11 (13%)

pacientes melhoraram e 26 (31%) pacientes mantiveram-se no mesmo nível; Nos

pacientes descritos como G2, 13 (16%) pacientes melhoraram, 28 (33%) pacientes

mantiveram-se no mesmo nível e 2 (2%) pacientes pioraram. Conclusão: esta

pesquisa aponta a eficácia da reabilitação da disfagia orofaríngea neurogênica, com

pacientes em atendimento na assistência domiciliária privada, uma vez que houve

alteração no grau de comprometimento da disfagia e no nível da escala FOIS pós-

fonoterapia sendo, que a maioria dos pacientes se mantiveram e alguns melhoraram

quanto ao grau de comprometimento da disfagia e mudança do nível da escala

FOIS. Sugerimos mais estudos na área, pois há pouca literatura voltada para o

assunto.

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ABSTRACT

ALVAREZ, Ana Paula Ferreira Opaso; NASCIMENTO, Elaine Saubo. Efficacy of

the rehabilitation of the neurogenic oropharyngeal dysphagia in patients

attended in home care. 2009. 66 l. Work of Conclusion of Course (Graduation in

speech therapy)– Centro Universitário São Camilo, São Paulo, 2009.

The control of the efficacy of rehabilitation in oropharyngeal dysphagia has made

progress but still needs study, especially in the topic of speech therapist performance

in private home care, that quality has been responsible for the improved quality of life

of many patients with dysphagia and reduction of costs for private medical care

companies. Objective: To describe the efficacy of rehabilitation of neurogenic

oropharyngeal dysphagia in patients in home care treatment. Method: We conducted

a retrospective study, with survey data from 200 patients with neurogenic

oropharyngeal dysphagia, seen in speech therapy in home care and compared the

level of intake of food by mouth before and after speech therapy - FOIS (measures

the amount and type of food that patient can ingest orally in a secure) also examined

the classification of the degree of dysphagia (SILVA, 1998). Of 200 medical records

reviewed 116 were excluded for reasons such as: incomplete data, no neurological

diseases and shutdown of the patient's by home care company. And analyzed 84

medical records of patients with diagnosis of neurological disease which were

submitted to clinical evaluation of oropharyngeal dysphagia. The data from medical

records were collectd on two occasions: pre-speech therapy (data from the clinical

evaluation of swallowing) and post-speech therapy (data from released patients).

They also used the following markers: neurological diagnosis; total number of

therapeutic sessions; time of therapy (weeks) to release the patient; occurrence of

hospitalizations; rehospitalizations and their reasons; acceptance of oral intake;

reasons of the release of the patient; To improve the discussion of the basic disease

found, these were divided into two groups to analyze the impact of the development

or stability of disease facing the rehabilitation of oropharyngeal dysphagia in home

care, been the first group (G1) patients who had progressive disease and the second

group (G2) patients who had acquired brain injury. Results: The patients described

as G1 - 4 (5%) worse, 11 (13%) improved and 26 (31%) patients maintained the

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same level; In the patients described as G2 - 13 (16%) patients improved, 28 (33%)

patients maintained the same level and 2 (2%) patients worsened. Conclusion: This

research shows the efficacy of rehabilitation of neurogenic oropharyngeal dysphagia,

with patients in care in home, because there was change in the degree of dysphagia

and the level of FOIS scale post-speech therapy and that most patients remained

and some improvements in the degree of dysphagia and the change in the level of

FOIS scale. We suggest further studies in the area, because there is little literature

devoted to the subject.

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RESUMEN

ALVAREZ, Ana Paula Ferreira Opaso; NASCIMENTO, Elaine Saubo do. Eficacia de

la rehabilitación de la disfagia orofaríngea neurogenica en pacientes en

asistencia domiciliar privada. 2009. 66 h. Trabajo de Finalización de Curso

(Programa de Postgrado en voz)– Centro Universitário São Camilo, São Paulo,

2009.

El control de la eficacia de la rehabilitación de la disfagia orofaríngea ha hecho

progresos pero aún necesita estudio, especialmente con respecto al discurso de

actuación en las residencias, que cualitativamente ha sido responsable de la mejora

de la calidad de vida de muchos pacientes con disfagia y la reducción de los costes

de la atención privada. Objetivo: Describir la eficacia de la rehabilitación de la

disfagia orofaríngea neurogénica en pacientes en asistencia domiciliar privada.

Objetivo: Describir la eficacia de la rehabilitación de la disfagia orofaríngea

neurogénica en pacientes en asistencia domiciliar privada. Método: Se realizó un

estudio retrospectivo, con datos de la encuesta de 200 pacientes con disfagia

orofaríngea neurogénica, visto en la terapia del habla y comparada el nivel de

ingesta de alimentos por la boca antes y después de la terapia del habla - Fois,

(mide la cantidad y tipo de alimento que el paciente puede ingerir por vía oral Del

uma forma segura), examinó también la clasificación del grado de disfagia (SILVA,

1998). Sendo revisados 200 pacientes, 116 fueron excluidos por razones tales como

datos incompletos, otras enfermedades neurológicas no presentes en el registro y el

cierre de la asistencia domiciliar privada del paciente por la empresa del salud. Y se

analizaron 84 pacientes con diagnóstico de enfermedad neurológica, que se

presentaron a la evaluación clínica de la disfagia orofaríngea. Los datos de historias

clínicas de los pacientes se recogieron en dos momentos: antes de la terapia del

habla (datos de la evaluación clínica de la deglución) y después de la terapia del

habla (para datos de alta expresión). También se utilizaron los siguientes

marcadores: diagnóstico neurológico, el número total de sesiones de terapia, la

duración del tratamiento (semanas) hasta la alta del Foniatría; incidencia de

hospitalizaciones, reingresos y sus motivos; aceptación de la ingesta oral, los

motivos del alta. Para obtener más información sobre las enfermedades

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encontradas, fueron divididos en dos grupos para analizar el impacto de la evolución

de la enfermedad o la estabilidad frente a la rehabilitación de la disfagia orofaríngea

en la asistencia domiciliaria, el grupo I (G1) para los pacientes con enfermedad

progresiva y Grupo II (G2) para los pacientes con lesiones cerebrales adquiridas.

Resultados: Los pacientes describen como G1-4 (5%) empeoró, 11 (13%) pacientes

mejoraron y 26 (31%) de los pacientes mantuvo el mismo nivel, los pacientes

describen como G2, 13 (16%) de los pacientes mejoró, 28 (33%) de los pacientes

mantuvo el mismo nivel y 2 (2%) de los pacientes empeoró. Conclusión: Esta

investigación demuestra la efectividad de la rehabilitación de la disfagia orofaríngea

neurogénica, con los pacientes em asistencia domiciliar privada, ya que fue el

cambio en el grado de disfagia y el nivel de escala Fois después de la terapia del

habla y que la mayoría de los pacientes se han mejorado y algunos sobre el grado

de disfagia el cambio en el nivel de escala Fois. Sugerimos estudios adicionales en

la zona, porque hay muy poca bibliografía sobre el tema.

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SUMÁRIO

LISTA DE GRÁFICOS

LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

RESUMEN

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1.1 Justificativa ...................................................................................................... 13

1.2 Objetivo ............................................................................................................ 14

1.3 Material e método ............................................................................................ 15

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 18

2.1 Assistência Domiciliária e Fonoaudiologia ....................................................... 18

2.2 Perfil dos pacientes atendidos na Assistência Domiciliária .............................. 22

2.3 Disfagia ............................................................................................................ 26

2.4 Avaliação clínica da disfagia ............................................................................ 31

2.5 Eficácia da reabilitação fonoaudiológica em pacientes com disfagia ............... 33

3 RESULTADOS ....................................................................................................... 37

4 DISCUSSÂO .......................................................................................................... 50

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 56

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1 INTRODUÇÃO

Assistência Domiciliária ou Home Care é a provisão de serviços de saúde à

pessoas no domicílio ou em outro local não institucional (DIECKMANN, 1997) que

visa melhorar a qualidade de vida de pacientes, dar autonomia a suas famílias e

reduzir custos com os tratamentos, assegurando e restabelecendo, no próprio

ambiente doméstico, a integridade física e psíquica desses indivíduos, minimizando

assim os efeitos de suas enfermidades (SANT´ANA E HENRIQUE, 2008).

Embora o perfil dos pacientes admitidos em Home Care (HC) seja, em sua

grande maioria, de idosos com patologias crônico-degenerativas, doenças

neurológicas, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e insuficiência cardíaca

congestiva (ICC), há estudos revelando que 91% do pacientes avaliados no âmbito

domiciliar apresentam disfagia orofaríngea, principalmente em indivíduos

acometidos por acidente vascular encefálico e demência (FERREIRA; MORAIS;

CAVALCANTE, OLIVEIRA; NUNES; SILVA; 2008). A disfagia orofaríngea deve ser

entendida como um distúrbio de deglutição com sinais e sintomas específicos

caracterizados por alterações em qualquer etapa e/ou entre as etapas da dinâmica

da deglutição, que podem ser congênitas ou adquiridas, após comprometimento

neurológico, mecânico ou psicogênico e trazer prejuízos aos aspectos nutricionais,

de hidratação, no estado pulmonar, prazer alimentar e social do indivíduo (FURKIM;

SILVA, 1999).

O fonoaudiólogo tem se apresentado determinante no que se diz respeito à

avaliação, diagnóstico e reabilitação da disfagia orofaríngea na assistência

domiciliária (FREITAS; RIBEIRO, CHIBA; MANSUR, 2007) e o fonoaudiólogo é em

92% dos casos, o profissional mais diretamente envolvido na equipe interdisciplinar

para o diagnóstico e reabilitação desta manifestação clínica (GROHER, 1997). As

pesquisas acerca da reabilitação das disfagias orofaríngeas, vem discutindo e

aprimorando métodos que controlem sua eficácia. Alguns pesquisadores revelam

que a eficácia da reabilitação em disfagia orofaríngea está relacionada às melhoras

no quadro geral do indivíduo, independente da permanência do distúrbio, desde que

os procedimentos garantam ingesta oral segura, manutenção da condição nutricional

e estabilização de comprometimentos pulmonares (PROSIEGEL; HOLING;

HEINTZE; WAGNER-SONNTAG; WISEMAN, 2005). Segundo SILVA (2007) para

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controlar a eficácia desta reabilitação, as pesquisas atuais têm se dedicado a

estabelecer escalas de controle funcional da deglutição, utilizando os seguintes

critérios: tempo de reabilitação comparado a seus efeitos funcionais, tipo de via de

alimentação que o paciente iniciou a reabilitação e quais as mudanças observadas

durante o processo, aumento de volume ou mudança da consistência na ingesta

oral, manutenção da condição nutricional, ausência de complicações

broncopulmonares e grau de manutenção do prazer alimentar. O controle da eficácia

na reabilitação da disfagia orofaríngea tem apresentado progressos, embora ainda

necessite de estudos, principalmente no que diz respeito à atuação fonoaudiológica

na assistência domiciliária privada, que qualitativamente tem se mostrado

responsável pela melhora da qualidade de vida de muitos pacientes com quadro de

disfagia e pela redução de custos para as empresas privadas de assistência à

saúde.

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1.1 Justificativa

Não há estudos que revelem a eficácia da reabilitação da disfagia orofaríngea

neurogênica em pacientes atendidos nos programas de assistência domiciliária

privada, ou mesmo os benefícios e resultados da terapia fonoaudiólogica no âmbito

domiciliar.

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1.2 Objetivo

Este trabalho tem por objetivo descrever a eficácia da reabilitação da disfagia

orofaríngea neurogênica em pacientes atendidos na assistência domiciliária privada.

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1.3 Material e método

Será realizado um trabalho retrospectivo, no qual houve levantamento de

dados de 200 prontuários de pacientes com diagnóstico médico prévio de doença

neurológica e disfagia orofaríngea, atendidos por uma empresa privada de

assistência domiciliária no período de janeiro de 2003 a novembro de 2008, na

cidade de São Paulo.

Dos 200 prontuários analisados, foram excluídos 116 prontuários, dos quais

87 (75%) apresentavam dados incompletos, 25 (22%) apresentavam outras doenças

que não neurológicas e 4 (3%) apresentavam registro de desligamento do paciente

da assistência domiciliária pela empresa de saúde.

Para este estudo, foram analisados 84 prontuários de pacientes com

diagnóstico médico de doença neurológica, que foram submetidos à avaliação

clínica da disfagia orofaríngea, ao acompanhamento fonoaudiológico realizado por

um fonoaudiólogo com no mínimo 2 anos de formação na área de disfagia e que

receberam alta fonoaudiológica do programa de assistência domiciliária privada. Da

amostra analisada, 55 (65%) eram do gênero feminino e 29 (35%) do masculino. A

média de idade foi de 82 anos.

Os dados dos prontuários dos pacientes foram coletados em dois momentos:

pré-fonoterapia (dados da avaliação clínica da deglutição) e pós-fonoterapia (dados

da alta fonoaudiológica). À partir do estudo dos prontuários, foram coletados os

seguintes dados: diagnóstico neurológico, número total de sessões terapêuticas,

tempo de terapia (meses) até a alta fonoaudiológica, ocorrência de reinternações e

de complicações broncopulmonares e; aceitação da ingesta por via oral. Além

destes, foi analisada a classificação do grau de comprometimento da disfagia

(SILVA, 1998) e realizada a conversão dos dados da avaliação clínica funcional da

deglutição para os níveis da escala funcional de ingestão por via oral – FOIS

(CRARY, MANN, GROHER, 2005), conforme descrição abaixo:

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Classificação quanto ao grau de comprometimento da disfagia (SILVA, 1998):

Disfagia leve: quando o controle oral é incoordenado e a ejeção oral é lenta, sem

sinais sugestivos de penetração laríngea ou aspiração. Achados: alteração de

esfíncter labial, incordenação de língua, alteração no reflexo de deglutição, ausência

de tosse, sem redução acentuada da elevação da laringe, sem alteração do

comportamento vocal após a deglutição e ausculta cervical normal.

Disfagia moderada: quando o controle e a ejeção oral do bolo alimentar estão lentos,

com sinais sugestivos de penetração laríngea e aspiração. Achados: alteração de

esfíncter labial, incoordenação de língua, alteração ou ausência do reflexo de

deglutição, ausência de tosse, presença de tosse antes, durante ou após a

deglutição, redução na elevação da laringe, alteração do comportamento vocal após

a deglutição e ausculta cervical alterada.

Disfagia grave: quando há presença de aspiração substancial e ausência ou falha na

deglutição completa do bolo alimentar. Achados: atraso ou ausência do refluxo de

deglutição, redução na elevação da laringe, ausência de tosse, presença de tosse

durante ou após a deglutição, alteração do comportamento vocal após a deglutição,

alteração respiratória evidente, ausculta cervical alterada e deglutição incompleta.

Níveis da escala funcional de ingestão por via oral – FOIS (CRARY, MANN,

GROHER, 2005):

Nível 1: nenhuma dieta por via oral

Nível 2: via alternativa de alimentação + oferta mínima de alimento ou líquido

Nível 3: via alternativa de alimentação + oferta de alimento por via oral, com

restrição de consistência

Nível 4: Oferta da dieta total por via oral com uma única consistência

Nível 5: Oferta da dieta total por via oral com múltiplas consistências, mas com

adaptação da consistência e ou compensações

Nível 6: Oferta da dieta total por via oral com múltiplas consistências, sem adaptação

de consistência, mas com restrição de alguns alimentos

Nível 7: Oferta da dieta por via oral sem restrições

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Os dados coletados dos prontuários foram registrados no protocolo elaborado

pelas pesquisadoras (ANEXO 1) e posteriormente armazenados em banco de dados

eletrônico.

Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro

Universitário São Camilo sob o número 207/08 .

Foi realizada uma análise descritiva-quantitativa dos dados deste estudo.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Assistência Domiciliária e Fonoaudiologia

A assistência domiciliária é uma empresa formada por multiprofissionais, que

tem como propósito tornar efetiva a internação do paciente em seu domicílio, para

que este tenha toda assistência necessária, seja ela médica, paramédica e/ou

hospitalar (RIOS, 2004, p.285).

Para a medicina moderna, a assistência domiciliária a saúde é uma

seqüência de serviços residuais a serem oferecidos, depois que o indivíduo

já recebeu atendimento primário e prévios, ou seja, aquele que já recebeu

atendimento primário com conseqüente diagnóstico e tratamento; bem

como para as pessoas cujas condições desobriga-as de manter-se sob um

período maior de intervenção por apresentarem um quadro crônico

debilitante. (BENJAMIN,1993 apud AMARAL et al., 2001, p.113).

Essa equipe é constituída por profissionais como fonoaudiólogos, médicos,

enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistente social (OLIVEIRA; BALDERRAIN,

2004, p.1422) e psicólogos, que geralmente faz reuniões semanais onde discutem

os casos clínicos que estão sendo atendidos naquele momento e decidem em

conjunto, qual conduta a ser tomada. O serviço fonoaudiológico normalmente é

terceirizado, bem como as outras áreas afins (RIOS, 2004, p.285).

“A Assistência Domiciliária é um modelo de qualidade de gestão de saúde que

permite um tratamento mais humanizado e uma recuperação mais rápida da saúde

do paciente com a colaboração da família” (OLIVEIRA; BELDERRAIN, 2004,

p.1422).

Para Laham (2003, p.2), a assistência domiciliária é destinada a pessoas com

doenças crônicas. Para as doenças ditas “agudas”, a necessidade de cuidar se

restringe a um período indeterminado, até que se consiga uma recuperação da

saúde e do ritmo de vida da pessoa.

A promoção da assistência domiciliária reduzirá as despesas com internações

hospitalares e por esse motivo, determinadas empresas que oferecem esse serviço,

já prevendo as tendências, estão investindo na área de atendimento domiciliário

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19

preventivo, gerando com isso, redução de custos de re-internação (BONONI, 2006,

p.40).

Para Tavolari, Fernandes e Medina (2000, p.16), a assistência domiciliária é

definida como “qualquer ação de saúde realizada a domicílio, independente de seu

grau de complexidade ou objetivo”. Já para o atendimento domiciliário, os autores

utilizam a expressão “consultório em casa”, pois, para eles, esse atendimento

envolve ações menos complexas e pode ser realizado por uma equipe

multiprofissional ou não.

Após a transferência do paciente do hospital para casa, um médico responsável

solicita se necessário, uma avaliação fonoaudiológica. Após essa avaliação, o

fonoaudiólogo emite um relatório com o quadro do paciente e o diagnóstico. Esse

relatório é enviado ao convênio e aguardada a autorização para os atendimentos.

Em seguida, inicia-se o:

Gerenciamento fonoaudiológico, que inclui: compreensão das causas,

eliminação ou mudanças de algumas delas, preocupação em providenciar

alimentação e consistência adequadas, ensino de enfermeiras, da família e

de outros sobre como alimentar o paciente (CAMPBELL TAYLLOR, 1996

apud RIOS, 2004, p.285).

De acordo com Bononi (2006, p.30), “cuidar da saúde do cidadão em sua

própria residência aumenta a capacidade de atendimento da rede pública e

humaniza o tratamento”. A autora também refere que na busca contínua de redução

dos custos na área de saúde, a internação domiciliária é vista como uma excelente

alternativa para os planos de saúde e o Estado. Porém, a atenção domiciliária passa

para a família custos que não cairiam sobre ela se os pacientes estivessem em

hospitais.

As vantagens para os pacientes e seus familiares são as que mais se destacam,

segundo Tavolari, Fernades e Medina (2000, p.16), pois internados em hospitais, os

pacientes estão diariamente em contato com a doença e convivem com o

afastamento da família/lar, dos amigos e do trabalho. Sentem medo, insegurança,

apreensão pelo futuro e pela doença, pois no hospital as ações de saúde que são

realizadas estão alheias a seu controle. Em casa, os atendimentos são realizados de

acordo com o que é conveniente para o paciente e/ou família e é a equipe e o

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tratamento que se adaptam ao estilo de vida deles. Para os autores também é

necessário que os profissionais da saúde que vão ao domicílio, tenham a

preocupação de dar informações detalhadas em uma linguagem fácil sobre a

doença, o tratamento e o prognóstico, pois isso fará com que todos contribuam para

o restabelecimento da saúde.

Segundo Bononi (2006, p.31), apesar das vantagens, a implantação e gestão de

serviços da assistência domiciliária exigem muita atenção. Desde a assistência

domiciliária mais simples até a mais complexa, só pode ser concebida a partir da

existência da rede de unidades de saúde, que funciona como a principal porta de

entrada, pois oferece um respaldo hospitalar e ambulatorial para os pacientes. A

autora também refere que “para a prestação de serviços especializados e a

internação domiciliária, é importante observar as condições existentes na residência

do paciente, avaliando se é possível receber cuidados em casa”.

O programa de internação domiciliária não substitui a hospitalização

quando ela é necessária, mas é um processo de complementação, gerido

por uma equipe técnica e multidisciplinar. Embora o papel do hospital, ao

centralizar o atendimento ao paciente instável é primordial para o sucesso

de seu tratamento, existe uma resistência natural do ser humano em ser

internado (BONONI, 2006, p.36).

De acordo com Oliveira e Belderrain (2004, p.1424), algumas das dificuldades

observadas na implantação da assistência domiciliária são a ausência de

indicadores específicos de avaliação, de condições de elegibilidade de alguns casos,

em que as condições de moradia do paciente não são adequadas, a família não está

estruturada para realizar os cuidados ao paciente, há riscos para a atuação da

equipe multidisciplinar e definição mais clara do papel do cuidador.

Segundo Furkim (2004, p.229), para que o fonoaudiólogo seja capaz de fazer um

prognóstico realista e possa orientar familiares e cuidadores de forma adequada no

que diz respeito à disfagia, é necessário que ele conheça a etiologia das doenças

neurológicas que levam a tal manifestação.

Depois de realizada a avaliação, devem ser traçadas as condutas

fonoaudiológicas em pacientes com disfagia. Para isso, é necessário pensar se

existe a possibilidade de liberar a alimentação por via oral exclusiva ou não, se há

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necessidade de manutenção da sonda enteral ou colocação dela, e a

impossibilidade de via oral, permanente ou não, com necessidade de colocação de

gastrostomia (BUSCH; FERNANDES; SIMÕES, 2005, p.839).

Para De Renzo (1997) apud Furkim (2004, p.230), antes que a terapia tenha

início, o fonoaudiólogo, a família e o paciente devem ter claro o motivo pelo qual ele

está em tratamento, eles devem concordar com as condutas, procedimentos

planejados pelo fonoaudiólogo e devem dar anuência às modificações que possam

vir a ocorrer nos planos de terapia, bem como o objetivo a ser atingido. Esses

aspectos, segundo os autores, devem ser discutidos antes do início do tratamento

para que não haja frustrações.

A resistência dos familiares ao tratamento e a inserção dos profissionais da

assistência domiciliária em sua residência. é significativa e, por isso, faz-se

necessária muita experiência, eficiência e competência da equipe de assistência

domiciliária, com os familiares, e em especial, com os cuidadores do paciente, que,

muitas vezes assume um caráter de dependência (BONONI, 2006, p.32).

Segundo Silva (1999, p.147), a alta acontece quando o paciente e o cuidador

estiverem educados, orientados e treinados para realizar uma deglutição eficiente,

onde o paciente consiga melhorar sua condição nutricional.

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22

2.2 Perfil dos pacientes atendidos na Assistência Domiciliária

No estudo realizado por Silva; Musse e Nemr (2009, p.9), o perfil dos pacientes

atendidos em assistência domiciliária inclui na maioria mulheres, idosas, com

diagnóstico de comprometimento neurológico e acometimento da cognição-

linguagem - deglutição.

No estudo realizado por Ferreira et al. (2008, p.1040), observou-se a

prevalência do gênero feminino, sendo que as doenças de base mais encontradas

foram acidente vascular encefálico (AVE) e demências.

Para Rios (2004, p.286), as hipóteses diagnósticas mais freqüentes atendidas

pelo fonoaudiólogo em assistência domiciliária são afasias e disfagias.

“As enfermidades mais freqüentes em home care são aquelas advindas do

progressivo envelhecimento da população, as ditas crônicas, como hipertensão

arterial sistêmica, câncer, seqüelas de AVC, doença de Alzheimer e escleroses”

(BONONI, 2006, p.31).

De acordo com o estudo realizado por Santoro (2008, p.2), freqüentemente a

disfagia associa-se a doenças sistêmicas ou neurológicas como acidente vascular

cerebral (AVC), câncer de cabeça e pescoço, efeitos colaterais aos medicamentos

ou quadro degenerativo próprio do envelhecimento. Segundo este estudo, a disfagia

acomete 16% a 22% da população com mais de 50 anos, alcançando índices de

70% a 90% nas populações mais idosas. Estima-se que 20% a 40% dos pacientes

após AVC apresentam disfagia, sendo que até 55% destes apresentam aspiração.

Nos pacientes com doença de Parkinson a disfagia acomete mais de 95%, sendo

que apenas 15% a 20% percebem sua limitação funcional, queixando-se

espontaneamente. A autora refere que a broncopneumonia aspirativa é a principal

causa de mortalidade na população parkinsoniana.

Segundo Dantas (1999, p.20), as causas mais freqüentes de disfagia orofaríngea

neurogênica são AVC, poliomielite bulbar, ELA, doença de Parkinson, Paralisia

Cerebral e tumor.

Groher (2004, p.97) refere que os sintomas da disfagia têm prioridade na

população idosa, pois as causas como o AVC ou doenças esofágicas, são mais

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comumente encontradas em idosos. Em conseqüência do envelhecimento, o

mecanismo da deglutição está mais vulnerável em função das pequenas alterações

de saúde, como infecções de vias aéreas superiores.

“O perfil dos pacientes admitidos em assistência domiciliária é em sua grande

maioria, de idosos com patologias crônico-degenerativas, acidente vascular

encefálico (AVE), DPOC e ICC” (SANT’ANA; HENRIQUE, 2008, p.80).

Problemas com a deglutição em pacientes com seqüelas neurológicas são

queixas freqüentes e com graves complicações. Geralmente o diagnóstico da

disfagia não é precoce e geralmente já estão instaladas as seqüelas pulmonares e a

desnutrição se encontra em evidência (FURKIM; MANRIQUE; MARTINEZ, 1999,

p.119).

As doenças neurológicas afetam a deglutição, uma vez que causam interrupção

ou distúrbio em um ou mais estágios da complexa cadeia neuromuscular

responsável pela deglutição (BUCHCHOLZ; ROBBINS, 1997 apud SANTINI, 2004,

p.22).

Segundo Moschetti (2003, p.210), as doenças neurológicas que desencadeiam

distúrbios da deglutição são: Acidente Vascular Encefálico (AVE), doença de

Parkinson, trauma cranioencefálico, doença do neurônio motor, demência de

Alzheimer, esclerose múltipla, tumores cerebrais, polineuropatias, meningite,

encefalite viral, botulismo, miastenia grave, miopatias, entre outras.

Smithard et al. (1997, p.188), realizou um estudo utilizando 121 pacientes, para

avaliar a história natural de problemas da deglutição pós ocorrência de um AVC

agudo. O estudo confirmou que são comuns os pacientes apresentarem disfagia

especialmente durante os primeiros dias subseqüentes ao AVC, estando presente

em cerca de 51% dos sujeitos estudados; após sete dias esse número teve uma

redução para 27;cerca de 8% dos pacientes ainda mantiveram disfagia orofaríngea.

Aparentemente a disfagia pode apresentar flutuações, ou seja, alguns pacientes

apresentam alterações na deglutição com o tempo, no percurso da doença.

Em estudos relatados por Barros, Fábio e Furkim (2006, p.1009), mostram que a

localização hemisférica não está associada com a presença ou não de disfagia,

porém a maioria dos pacientes disfágicos, estudados apresentou alterações no

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território carotídeo, notadamente na artéria cerebral média (ACM). Nesse estudo

foram incluídos 27 indivíduos (acima de 18 anos) com histórico de primeiro acidente

vascular cerebral isquêmico (AVCi) na fase aguda da doença (entre o 2º e o 9º dia

após o AVCI). Os pacientes foram submetidos à avaliação clínica da deglutição no

leito e os resultados dessa avaliação foram confrontados com o exame de

tomografia computadorizada de cranio (TC), relacionados à localização da lesão, a

qual é realizada de rotina nas primeiras 24 horas. Em seguida, os pacientes foram

divididos em 2 grupos, sendo Grupo 1 pacientes com deglutição funcional e Grupo 2

pacientes com disfagia orofaríngea neurogênica. Referente à avaliação clínica

fonoaudiológica a beira do leito, 14 (56%) apresentaram deglutição funcional e 13

(48%) disfagia orofaríngea neurogênica. Em 84% dos pacientes disfágicos foram

observados alterações no território carotídeo, sendo 76% na artéria cerebral média

(ACM). Nos pacientes com deglutição funcional 57% apresentaram alterações em

ACM e 22% em artéria cerebral posterior. O hemisfério esquerdo foi afetado em 50%

dos pacientes com deglutição funcional e em 46% dos disfágicos.

O traumatismo cranioencefálico pode comprometer o córtex cerebral, o tronco

cerebral ou os nervos cranianos, causando disfagia orofaríngea. As considerações

sobre disfagia depois do traumatismo são parecidas às das disfagias após AVC.

Com a melhora do quadro neurológico é esperada que a disfagia se resolva. Por

isso há importância de um diagnóstico e um tratamento adequado durante o período

de disfagia aguda, contribuindo para diminuição do risco de complicações

secundárias. A orientação a família / cuidador se faz necessária, uma vez que

déficits cognitivos podem estar presentes e o paciente pode não perceber suas

limitações (SANTINI, 2004, p.25).

Nos pacientes com doença de Parkinson, nas fases faríngeas e esofágicas,

aparecem as desordens na deglutição associada à progressão da doença. Sendo

que inicialmente os sintomas são tremor no repouso, movimentos de membros

lentos e diminuídos, alteração da marcha, articulação da fala diminuída, volume

vocal diminuído e mímica facial pobre (SANTINI, 2004, p.25).

Buchholz e Robbins (1997) apud SANTINI (2004, p.26), relatam que o

Parkinson como uma doença progressiva, apresenta a pneumonia aspirativa como

principal causa de morte nos estágios avançados da doença.

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Doença de Alzheimer é considerada o tipo de demência mais freqüente, que tem

como característica a perda difusa de neurônios corticais, que em seu estágio mais

avançado afeta funções sensorimotoras, podendo ocasionar disfagias oromotoras.

Com o rebaixamento significativo dos aspectos cognitivo altera os hábitos de

alimentação, tornando o paciente dependente de outro para ser alimentado, antes

mesmo dos sintomas orofaríngeos. (SANTINI, 2004, p.26).

Anormalidades da deglutição, incluindo aspiração, são mais prevalentes em

pacientes com demência de Alzheimer do que indivíduos idosos normais. As

conseqüências adversas da disfagia são geralmente ignoradas, mas podem levar a

morte. (KALIA, 2003 apud FREITAS et al., 2007, p.52).

O prognóstico dos pacientes portadores de disfagia neurológica varia de acordo

com o tipo de doença e a fase que ela se encontra. Afecções com comportamento

que tendem a estabilizar ou regredir apresentam melhores resultados fonoterápicos.

As doenças progressivas possuem pior prognóstico, com tendência de piora das

deficiências e com maiores limitações durante a reabilitação (BUSCH; FERNANDES;

SIMÕES, 2005 p.847).

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2.3 Disfagia

“O ato de engolir, sinônimo de deglutir, define-se como a passagem do alimento

da boca ao estômago, caracterizado pelas fases preparatória, oral, faríngica e

esofágica da deglutição, até a entrada do material no estomago” (ANGELIS;

MOURÃO; FURIA, 2000, p.155).

Para Marchesan (2004, p.25), a deglutição tem a função de transportar o bolo

alimentar da cavidade oral para o estômago, não permitindo a entrada de substância

na via aérea. Para uma deglutição segura, é necessária uma coordenação precisa,

principalmente entre a fase oral e faríngea. A passagem do bolo sem ter riscos de

aspiração é o resultado da interação complexa entre os diversos músculos e nervos

que estão envolvidos na deglutição.

“A deglutição normal ocorre como um processo fisiológico ordenado, que

transporta material deglutido e saliva da boca ao estômago” (MACEDO FILHO,

2003, p.19)

Silva (2004, p.35-36), define a deglutição como o processo que se caracteriza

levar o alimento da boca ao estômago, por meio de fases que se inter-relacionam. É

uma continuação de fenômenos inter-relacionados em que as fases presentes são

acontecimentos sincronizados.

Segundo Marchesan (2003, p.3), as pessoas saudáveis deglutem

inconscientemente, pois é um ato involuntário, apesar da primeira fase, a oral, poder

ser realizada de forma voluntária. A deglutição ocorre de forma seqüencial e envolve

uma série de estruturas moles e duras. Quando ocorre o mau funcionamento de

uma dessas estruturas, a deglutição pode ficar prejudicada.

De acordo com Kowacs (1999, p.11), o ato de mastigar e deglutir envolve

diversos circuitos neurais. Para que ocorram de forma harmônica e por ser uma

atividade eferente, é necessária a integridade das vias motoras. O processo motor

depende de uma retroalimentação aferente, sensitiva, que permita a avaliação

constante de sua execução corrigindo os erros se eles acontecerem. Uma

interferência em qualquer um desses níveis pode resultar em disfagia.

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Disfagia é o termo estabelecido para dificuldade de deglutir, decorrente de

processo agudo ou progressivo, que dificulta ou impossibilita o transporte do bolo da

boca ao estômago. A deglutição pode ser prejudicada devido a processos

mecânicos que dificultam a passagem do bolo, falta de secreção salivar, fraqueza

das estruturas musculares responsáveis pela propulsão do bolo ou disfunção da

rede neuronal que coordena e controla a deglutição. Alguns autores classificam a

disfagia de acordo com a etiologia (MACEDO FILHO; GOMES; FURKIM, 2000, p.29-

30).

A disfagia pode ser um sintoma de várias doenças subjacentes a condições

psiquiátricas ou problemas psicológicos. A avaliação deve, no mínimo, fornecer ao

paciente orientações sobre a sua alimentação, o quanto ele pode comer mais segura

e eficientemente com o uso de modificações alimentares e estratégias

comportamentais (LANGMORE, 2003, p.485).

Para Zaffari (2003, p.197) a disfagia orofaríngea neurogênica tem sua origem

nas doenças neurológicas, pois ocorrem lesões no sistema nervoso central que

afetam o controle neuromotor da deglutição.

Santini (2004, p.19) descreve as disfagias neurogênicas como desordens no

processo de deglutição e/ou alimentação que tem como origem doença ou trauma

neurológico. A ação muscular que é responsável pelo transporte do bolo alimentar

da boca para o esôfago, pode ser afetada pelas disfunções neurológicas. A maioria

dos pacientes com disfagia neurogênica apresentam alterações na fase oral e/ ou

faríngea.

Para Macedo Filho, Gomes e Furkim (2000, p.30), a disfagia neurogênica é

causada por doenças neurológicas ou trauma. As doenças do sistema nervoso

central podem resultar em disfagia, sendo as mais freqüentes: Acidente Vascular

Cerebral, Poliomielite, Esclerose Lateral Amiotrófica, Doença de Parkinson, paralisia

Cerebral e Trauma Cranioencefálico.

Oliveira (2003, p.117) relata que as manifestações comumente encontradas

nos pacientes com disfagia são: sonolência, tosse freqüente durante e/ou após as

refeições, aumento do tempo para se alimentar, ingestão de volume pequeno por via

oral, deglutição adequada para algumas consistências e outras não e perda de peso.

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Para Santini (2004, p.19) as manifestações da disfagia podem aparecer por meio

de uma série de sintomas como: desordem na mastigação, dificuldade em dar início

a deglutição, regurgitação nasal, controle da saliva diminuído, tosse e/ou engasgos

durante a alimentação. O paciente pode se queixar de dor no peito, sensação de

alimento parado na “garganta” e algum tipo de desconforto, além de apresentar

perda de peso lenta e gradual, tempo da alimentação prolongada, diminuição no

apetite, desidratação, desnutrição, pneumonia aspirativa ou qualquer outro problema

pulmonar.

A desidratação é um fator de risco, ocasionada pela perda líquida, contração dos

volumes vasculares, redução do turgor dos tecidos, redução do volume de fluxo

salivar que leva à proliferação bacteriana. A desnutrição aumenta a suscetibilidade

para uma colonização alterada de orofaringe e a diminuição da resistência à

infecção por depressão do sistema imunológico, além de levar a letargia e à redução

da força muscular, que compromete a tosse e os mecanismos de clearance

pulmonar, aumentando as possibilidades de desenvolver uma complicação pulmonar

(MACEDO FILHO; GOMES; FURKIM, 2000, p.107).

No estudo realizado por Lourenço, Santos e Silva (2005, p.11) foi observado que

as manifestações vocais de pacientes com disfagia neurogênica apresentadas foram

rouquidão, soprosidade, tensão e voz úmida.

Para Marik e Kaplan (2003, p.333), a disfagia é a principal patologia que leva a

pneumonia aspirativa em idosos.

Segundo Padovani et al. (2007, p.200), a disfagia ou dificuldade na deglutição

pode resultar na entrada de alimento na via aérea, ocasionando tosse, sufocação /

asfixia, problemas pulmonares e aspiração. Também, pode gerar déficits

nutricionais, desidratação tendo como conseqüência a perda de peso, pneumonia e

morte.

SILVA (1998, p.??) classifica o grau de comprometimento da disfagia em leve,

moderada e grave:

- Disfagia leve: quando o controle oral é incoordenado e a ejeção oral é lenta,

sem sinais sugestivos de penetração laríngea ou aspiração. Achados: alteração de

esfíncter labial, incoordenação de língua, alteração no reflexo de deglutição,

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ausência de tosse, sem redução acentuada da elevação da laringe, sem alteração

do comportamento vocal após a deglutição e ausculta cervical normal.

- Disfagia moderada: quando o controle e a ejeção oral do bolo alimentar estão

lentos, com sinais sugestivos de penetração laríngea e aspiração. Achados:

alteração de esfíncter labial, incoordenação de língua, alteração ou ausência do

reflexo de deglutição, ausência de tosse, presença de tosse antes, durante ou após

a deglutição, redução na elevação da laringe, alteração do comportamento vocal

após a deglutição e ausculta cervical alterada.

- Disfagia grave: quando há presença de aspiração substancial e ausência ou

falha na deglutição completa do bolo alimentar. Achados: atraso ou ausência do

refluxo de deglutição, redução na elevação da laringe, ausência de tosse, presença

de tosse durante ou após a deglutição, alteração do comportamento vocal após a

deglutição, alteração respiratória evidente, ausculta cervical alterada e deglutição

incompleta.

Para Padovani et al. (2007, p.203) a classificação da disfagia se divide em sete

níveis: nível I: deglutição normal, nível II: deglutição funcional, nível III: disfagia

orofaríngea leve, nível IV: disfagia orofaríngea leve a moderada, nível V: disfagia

orofaríngea moderada, nível VI: disfagia orofaríngea moderada a grave, nível VII:

disfagia orofaríngea grave.

Para a classificação do grau de comprometimento da disfagia, avaliam-se cada

caso isoladamente, com critérios quanto ao desempenho da deglutição, condição

nutricional, questões pulmonares e o prazer alimentar de cada paciente (SILVA,

2000, p.115).

Nos casos em que os sintomas clínicos observáveis não oferecem informações

detalhadas para permitir a identificação do problema anatômico ou neuromuscular

específico, serão solicitados exames complementares como procedimento

necessário ao diagnóstico e ao tratamento das disfagias (ANGELIS; MOURÃO;

FURIA, 2000, p.159).

Quantos antes forem detectados os sinais clínicos no acompanhamento do

paciente disfágico, maiores as possibilidades de reverter complicações clínicas que

poderão levar o paciente a óbito, como por exemplo, as questões pulmonares. A

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equipe multidisciplinar deve estar atenta à detecção e à valorização desses sinais

durante as avaliações periódicas. Macedo Filho, Gomes e Furkim (2000, p.105),

listam como sinais de alerta a modificação no nível de consciência, causadas por

comprometimento cognitivo grave, em situações decorrentes de coma, estupor,

delírio, demência grave, sedação intensiva, não devendo receber dieta via oral, pois

existe um grande risco de complicações aspirativas. A oferta de alimentos e a

reintrodução da dieta por via oral acontecerá quando ouver uma melhora do quadro

cognitivo associada à melhora global.

A presença do sintoma de tosse, nos pacientes com disfagia orofaríngea ou

esofágica, neurogênica ou mecânica é um sinal de alerta para a presença de

potencial aspiração, principalmente se ocorre durante as refeições. A aspiração

pode ocorrer antes, durante e após o ato da deglutição, seja por qual mecanismo ela

ocorrer, aumenta o risco de pneumonia aspirativa (MACEDO FILHO; GOMES;

FURKIM, 2000, p.106).

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2.4 Avaliação clínica da disfagia

O exame clínico da disfagia neurogênica em adultos é realizado por informações

detalhadas colhidas na anamnese e por procedimentos clínicos específicos, sendo

necessário após o exame clínico identificar a fase comprometida, e estabelecer

critérios quanto ao grau de severidade, para a classificação da disfagia e definição

de condutas (SILVA, 2004, p.37).

Para Macedo Filho, Gomes, Furkim (2000, p.33), a avaliação clínica da

deglutição deve ser anterior a qualquer avaliação instrumental, pois ela indica com

precisão qual exame complementar será mais viável para cada caso. Deve ser

realizada em três etapas: anamnese cuidadosa, exame do paciente e avaliação

funcional da alimentação.

Marques; Andre e Rosso (2008, p.109) refere que os testes funcionais são

instrumentos importantes na investigação dos distúrbios da deglutição, não

demonstrando oferecer risco para o paciente, apresentando sua importância na

definição de condutas na fase inicial do AVE. Possui um valor clínico, porém, faz-se

necessário a aplicação de métodos complementares para ampliar a avaliação e

obter um diagnóstico seguro.

Almeida (2003, p.374) relata a ausculta cervical como um promissor método de

diagnóstico e monitoramento terapêutico, tanto em adultos como em crianças e

bebês por não ser um procedimento invasivo e ter um baixo custo. Por se tratar de

um método subjetivo, as informações extraídas irão depender da experiência do

examinador e utilização de técnica e instrumento apropriado.

A avaliação da deglutição deve ser realizada utilizando diferentes consistências

(líquido fino e espessado, pastoso e sólido), monitorando através da ausculta

cervical, oximetria de pulso e monitoramento vocal. De forma que os achados

clínicos possibilitam na determinação do prognóstico e métodos de intervenção

Ribeiro (2003, apud MARQUES; ANDRE; ROSSO, 2008)

A avaliação das disfagias tem por objetivo identificar a possível causa da

disfagia; avaliar a habilidade de proteção da via aérea e os possíveis riscos de

aspiração; determinar a possibilidade de alimentação via oral e a melhor

consistência da dieta alimentar; indicar a realização de testes complementares e

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procedimentos necessários ao diagnóstico e ao tratamento da disfagia; estabelecer

o tipo de terapia indicada para cada caso (MILLER, 1992 apud ANGELIS; MOURÃO;

FÚRIA, 2000, p.155).

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2.5 Eficácia da reabilitação fonoaudiológica em pacientes com disfagia

É importante diferenciar os conceitos de eficácia e de eficiência para reabilitação

da disfagia orofaríngea. Eficácia é utilizada quando ocorre o retorno da via oral com

o valor nutricional e com segurança na deglutição. Eficiência é definido como

impacto positivo causado pelo exercício, aumentando a força e precisão de

movimentos de determinados grupos musculares, sem que o paciente retorne a via

oral de alimentação (FURKIM; SACCO, 2008, p.504).

Para Zaffari (2003, p.201), a eficácia da reabilitação dependerá do estado

clínico, exames complementares e do estado nutricional e funcional do paciente. A

família tem participação importante para a conquista diária do trabalho terapêutico.

“A eficácia da reabilitação em disfagia orofaríngea pode ser comprovada quando

o paciente alimentar-se eficientemente por via oral ou ganhar peso, ou com a

redução na ocorrência de pneumonia aspirativa” (SILVA, 2007, p.2).

Furkim e Sacco (2008, p.503) realizaram um estudo, utilizando a escala FOIS

como instrumento, onde os pacientes neurológicos com disfagia atendidos pelo

serviço de fonoaudiologia progrediram de nível quanto a reintrodução ou aumento da

ingestão de alimentos por via oral de forma segura.

CRARY; MANN; GROHER, (2005, p.1516) a partir de estudos elaborou e validou

a FOIS – Functional Oral Intake Scale que possui adequada confiabilidade, validade,

e sensibilidade na ingestão oral, pode ser aplicada ao longo do processo de

fonoterapia, documentando a mudança na alimentação e habilidades funcionais do

paciente com acidente vascular cerebral.

Níveis da escala funcional de ingestão por via oral – FOIS (CRARY, MANN,

GROHER, 2005, p.1519):

- Nível 1: nenhuma dieta por via oral

- Nível 2: via alternativa de alimentação + oferta mínima de alimento ou líquido

- Nível 3: via alternativa de alimentação + oferta de alimento por via oral, com

restrição de consistência

- Nível 4: Oferta da dieta total por via oral com uma única consistência

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- Nível 5: Oferta da dieta total por via oral com múltiplas consistências, mas com

adaptação da consistência e ou compensações

- Nível 6: Oferta da dieta total por via oral com múltiplas consistências, sem

adaptação de consistência, mas com restrição de alguns alimentos

- Nível 7: Oferta da dieta por via oral sem restrições

Silva et al (2008, p.974) realizou um estudo com objetivo de apresentar uma

proposta para controle de eficácia em disfagia orofaríngea neurogênica. Participou

desse estudo um individuo pós AVEI comprovado por tomografia computadorizada

de crânio, com disfagia orofaríngea grave crônica, apresentando aspiração

laringotraqueal para mais que uma consistência, em tempo de trânsito faríngeo de

13 segundos, em uso de sonda nasoentérica exclusiva pré-fonoterapia e FOIS nível

1. O Protocolo para Controle de Eficácia em Disfagia Orofaríngea Neurogênica

(PROCEDON) foi aplicado para comprovar a eficácia terapêutica do programa de

reabilitação fonoaudiológica, pré e pós-fonoterapia. Foram utilizados como

procedimentos: a classificação do grau de comprometimento da disfagia orofaríngea,

a functional oral intake scale (FOIS) e avaliação videofluoroscópica da deglutição

com medida de trânsito faríngeo da deglutição por meio de software. Após

fonoterapia o paciente apresentou disfagia orofaríngea moderada, FOIS nível 5,

ausência de aspiração laringotraqueal e tempo de trânsito faríngeo de 4 segundos.

Foi possível comprovar através do protocolo proposto as mudanças ocorridas pós-

fonoterapia na disfagia orofaríngea neurogênica no AVE, tanto nas mudanças

ocorridas na fisiopatologia da deglutição quanto na ingestão oral do indivíduo.

Pinto et al. (2008, p.1152), descreveram e verificaram a eficácia do programa de

reabilitação fonoaudiológica em um individuo após AVE pseudobulbar com disfagia

orofaríngea grave, em uso de sonda nasogástrica e, traqueostomia, ausência de via

oral parcial e disartria flácida. Neste estudo foi realizada uma análise retrospectiva,

pré e pós-fonoterapia, dos protocolos de avaliação fonoaudiológica clínica (Silva,

2004) e videoendoscopia de deglutição (VED), além da aplicação da Functional Oral

Intake Scale (FOIS) proposta por Crary et al. (2005) composta por sete níveis. O

programa de reabilitação teve 21 sessões de 50 minutos durante oito meses,

utilizando terapia indireta e direta para a deglutição orofaríngea (Logemann, 1983;

Logemann (1991). Após fonoterapia o paciente apresentou disfagia orofaríngea

moderada para líquido ralo e leve para demais consistências, VED constatado

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35

ausência de aspiração para consistência pastosa e liquido espessado e FOIS nível

5. Dessa forma foi confirmada a eficácia da reabilitação fonoaudiológica com a

mudança no grau de comprometimento da disfagia orofaríngea e na FOIS, neste

indivíduo com AVE pseudobulbar mesencefálico e disfagia orofaríngea.

Os estudos de Silva (2007, p.4) referem que a eficácia da reabilitação em

disfagia orofaríngea necessita da elaboração de um programa terapêutico que eleja

um grupo de procedimentos que possa causar efeitos benéficos na deglutição,

refletindo-se de maneira satisfatória no quadro geral do indivíduo.

A palavra “reabilitação”, quando utilizada no âmbito da Neurologia, deve ser

compreendida, acima de tudo, como o programa terapêutico que possibilitará ao

indivíduo conquistar independência funcional motora ou comunicativa. (SILVA, 1999,

p.145)

Segundo Silva (2000, p.130), existe uma diferença entre a intervenção no

tratamento da disfagia em pacientes com doenças não-progressivas e doenças

progressivas. A reabilitação das disfagias orofaríngeas neurogênica em adultos com

doenças neurológicas não progressivas permite ao terapeuta, no planejamento de

estratégias terapêuticas, utilizarem recursos que, apesar de compensar, maximizem

o desempenho dos mecanismos da dinâmica da deglutição. Quanto á atuação com

disfagia neurogênica em doenças progressivas há uma discussão sobre se os

exercícios podem ou não retardar a evolução das dificuldades orofaríngeas.

Relacionando as disfagias orofaríngeas neurogênica nas doenças progressivas com

a questão do tempo e da qualidade de vida, muitas vezes, é necessário optar por

manobras terapêuticas de compensação e gerenciamento das disfagias, nos

desvinculando de qualquer intensivo trabalho muscular que, embora possa gerar

algum ganho a longo prazo, não contribuirá de imediato para a eficiência da

deglutição funcional.

Para facilitar a reabilitação é importante fornecer informações e esclarecimentos

necessários aos familiares e responsáveis sobre a doença e suas características

principais. A presença da família no atendimento fonoaudiológico auxilia a terapia e

diminui a apreensão em relação à doença instalada (BUSCH; FERNANDES;

SIMÕES, 2005 p.847).

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36

A reabilitação de pacientes neurológicos, considerando a necessidade de

acompanhamento freqüente, pressupõe auxílio de um responsável colaborativo na

execução dos procedimentos, principalmente em âmbito domiciliar. Na intervenção

da disfagia é necessário um agente reabilitador comprometido com o processo de

reabilitação para que as orientações quanto à introdução de dieta e o treinamento

dos exercícios sejam rigorosamente seguidos conforme orientação do terapeuta

(SILVA, 2000, p.131).

Para Busch, Fernandes e Simões, (2005, p.847) a reabilitação fonoaudiológica

tem como meta melhorar a função e a mobilidade das estruturas que desencadeiam

a deglutição, capacitando o paciente a se alimentar por via oral.

As propostas de reabilitação que tem como base a independência funcional do

paciente, através de seus programas, devem propiciar a capacitação do cuidador ou

o próprio paciente como o instrumento fundamental da reabilitação. Faz-se

necessário realizar programas de reabilitação, da disfagia orofaríngea neurogênica

em adultos, tendo como propósito educar, orientar e treinar o paciente disfágico e

seu cuidador na reorganização de uma deglutição eficiente (SILVA, 1999, p.146).

As possibilidades de tratamento ao paciente disfágico são diversas, desde

questões relacionadas à via alternativa de alimentação (SNE, gastrostomia,

jejunostomia), reabilitação fonoterápica e todos os meios de atuações como:

alterações dietéticas, manobras de proteção, terapias sensóriais, utilização de

válvula de fala, entre outras. Como também as condutas clínicas, medicações

xerostômicas, tratamento clínico da doença do refluxo gastroesofágico, aplicação de

toxina botulínica em glândulas salivares e no músculo cricofaríngeo, além das

condutas cirúrgicas, propostas nos casos em que o tratamento da reabilitação

fonoterápico e condutas conservadoras não funcionam no controle da aspiração

(SANTORO, 2008, p.3).

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Para melhor discussão das

divididas em dois grupos a fim de analisar o impacto

doença frente à reabilitação

- Grupo l (G1) - pacientes com

de Alzheimer, doença de Parkinson,

neurofibromatose.

- Grupo II (G2) -

(AVE), traumatismo cranioencefálico

Na figura 1, podemos observar que os diagnósticos encontrados nesta

amostra foram: 37 indivíduos (44%)

acidente vascular encefálico

traumatismo cranioencefálico

1 (1%) com neurofibromatose

Gráfico 1: Principais diagnósticos médicos dos pacientes com disfagia

Paulo, ano de 2003 a 2008

3%

1%

1%

44%

2%

Para melhor discussão das doenças de base encontradas, estas foram

em dois grupos a fim de analisar o impacto da evolução ou estabilidade da

reabilitação da disfagia orofaríngea na assistência

pacientes com doenças progressivas que

doença de Parkinson, esclerose lateral amiotrófica (ELA)

lesões adquiridas que incluiu: acidente vascular encefál

nioencefálico (TCE) e aneurisma cerebral.

1, podemos observar que os diagnósticos encontrados nesta

amostra foram: 37 indivíduos (44%) com demência de Alzheimer, 37 (44%)

ncefálico (AVE), 4 (5%) com doença de Parkinson, 2 (2%)

ncefálico (TCE), 1 (1%) com esclerose lateral

eurofibromatose e 2 (2%) com aneurisma cerebral.

Principais diagnósticos médicos dos pacientes com disfagia

Paulo, ano de 2003 a 2008

44%

5%

ANEURISMA CEREBRAL

NEUROFIBROMATOSE

ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÉLICO

DEMÊNCIA DE ALZHEIMER

DOENÇA DE PARKINSON

TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO

37

3 RESULTADOS

doenças de base encontradas, estas foram

da evolução ou estabilidade da

na assistência domiciliária:

que inclui: a demência

esclerose lateral amiotrófica (ELA) e

acidente vascular encefálico

(TCE) e aneurisma cerebral.

1, podemos observar que os diagnósticos encontrados nesta

emência de Alzheimer, 37 (44%) com

Parkinson, 2 (2%) com

ateral amiotrófica (ELA),

Principais diagnósticos médicos dos pacientes com disfagia, São

ANEURISMA CEREBRAL

NEUROFIBROMATOSE

ESCLEROSE LATERAL

ACIDENTE VASCULAR

DEMÊNCIA DE ALZHEIMER

DOENÇA DE PARKINSON

TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO

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38

No levantamento de dados dos prontuários, os graus de comprometimento da

disfagia encontrados no momento pré-fonoterapia do G1 foram: 18 (21%) leve, 9

(11%) moderado e 16 (19%) grave e no G2: 15 (18%) leve, 10 (12%) moderado e 16

(19%) grave, segundo a escala proposta por Silva (1998).

Tabela 1 – Classificação do grau de comprometimento da disfagia apresentado

pelos pacientes do G1 e G2 no momento pré fonoterapia – São Paulo – de

2003 a 2008

Classificação G1

N %

G2

N %

Leve 18 21 15 18

Moderada 9 11 10 12

Grave 16 19 16 19

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39

Após fonoterapia, os graus de comprometimento da disfagia encontrados no G1

foram: 5 (6%) normal, 21 (25%) leve, 3 (4%) moderado e 14 (17%) grave; e no G2

foram: 3 (4%) normal, 19 (23%) leve, 10 (12%) moderado e 9 (11%) grave, segundo

a escala proposta por Silva (1998).

Tabela 2 – Classificação do grau de comprometimento da disfagia apresentado

pelos pacientes do G1 e G2 no momento pós fonoterapia – São Paulo – de

2003 a 2008

Classificação G1

N %

G2

N %

Normal 5 6 3 4

Leve 21 25 19 23

Moderada 3 4 10 12

Grave 14 17 9 11

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Gráfico 2: Classificação do grau de comprometimento da d

pelos pacientes do G1 no momento pré e pós fonoterapia

2003 a 2008

Normal

0%

6%

Classificação do grau de comprometimento da disfagia

pacientes do G1 no momento pré e pós fonoterapia, São Paulo, ano de

Leve Moderada Grave

21%

11%

19%

25%

4%

17%

40

isfagia apresentado

, São Paulo, ano de

Pré-Fonoterapia

Pós-Fonoterapia

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Gráfico 3: Classificação do grau de comprometimento da d

pelos pacientes do G2 n

2003 a 2008

Normal

0%

18%

4%

Classificação do grau de comprometimento da disfagia

pacientes do G2 no momento pré e pós fonoterapia, São Paulo, ano de

Leve Moderada Grave

18%

12%

19%

23%

12%

11% Pré

Pós

41

isfagia apresentado

o momento pré e pós fonoterapia, São Paulo, ano de

Pré-Fonoterapia

Pós-Fonoterapia

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42

Quanto aos níveis da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) no

momento pré fonoterapia foram encontrados os seguintes resultados: no G1: 23

(27%) estavam no Nível 1, 1 (1%) no Nível 2, 2 (2%) no Nível 3, 14 (17%) no Nível 5,

1 (1%) no Nível 6 e 2 (2%) no Nível 7. No G2: 17 (20%) estavam no Nível 1, 2 (2%)

no Nível 2, 3 (4%) no Nível 3, 17 (20%) no Nível 5 e 2 (2%) no Nível 6.

Tabela 3 – Níveis da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS)

apresentados pelos pacientes do G1 e G2 no momento pré-fonoterapia – São

Paulo – de 2003 a 2008

FOIS G1

N %

G2

N %

Nível 1 23 27 17 20

Nível 2 1 1 2 2

Nível 3 2 2 3 4

Nível 4 - - - -

Nível 5 14 17 17 20

Nível 6 1 1 2 2

Nível 7 2 2 - -

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43

Quanto aos níveis da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) no momento

pós fonoterapia foram encontrados os seguintes resultados no G1: 15 (18%)

estavam no Nível 1, 3 (4%) no Nível 2, 3 (4%) no Nível 3, 17 (20%) no Nível 5, 1

(1%) no Nível 6 e 4 (5%) no Nível 7. No G2 foram encontrados os seguintes

resultados: 13 (15%) estavam no Nível 1, 1 (1%) no Nível 2, 4 (%) no Nível 3, 18

(21%) no Nível 5, 4 (5%) no Nível 6 e 1 (1%) no Nível 7.

Tabela 4 – Níveis da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS)

apresentados pelos pacientes do G1 e G2 no momento pós-fonoterapia – São

Paulo – de 2003 a 2008

FOIS G1

N %

G2

N %

Nível 1 15 18 13 15

Nível 2 3 4 1 1

Nível 3 3 4 4 5

Nível 4 - - - -

Nível 5 17 20 18 21

Nível 6 1 1 4 5

Nível 7 4 5 1 1

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44

Quanto à evolução dos pacientes conforme os níveis da escala funcional de

ingestão por via oral (FOIS) os resultados encontrados pré-fonoterapia no G1 foram:

23 (27%) pacientes encontravam-se no nível 1, 1 (1%) no nível 2, 2 (4%) no nível 3,

14 (17%) no nível 5, 1 (1%) no nível 6 e 1 (1%) no nível 7 e no G2: 17 (20%)

encontravam-se no nível 1, 2 (2%) no nível 2, 3 (4%) no nível 3, 17 (20%) no nível 5

e 2(2%) nível 6. Pós-fonoterapia, os resultados encontrados foram: 15 (18%)

estavam no nível 1, 1(1%) no nível 2, 4 (5%) no nível 3, 18 (21%) no nível 5, 4 (5%)

no nível 6 e 1 (1%) no nível 7. A evolução dos pacientes seguindo os níveis da

escala FOIS no G1 foram: 11 (13%) pacientes melhoraram; 26 (31%) pacientes

mantiveram-se no mesmo nível e 4 (5%) pacientes pioraram: 1(1%) por

broncopneumonia aspirativa, 1(1%) por rebaixamento do nível de consciência, 1

(1%) não foi especificado no relatório e 1 (1%) por questões pulmonares não

especificadas. No G2 os resultados encontrados foram: 13 (16%) pacientes

melhoraram, 28 (33%) pacientes mantiveram-se no mesmo nível e 2 (2%) pacientes

pioraram: 1(1%) não foi especificado no relatório e 1 (1%) por rebaixamento do nível

de consciência.

Tabela 5 - Evolução dos pacientes seguindo os níveis da escala funcional de

ingestão por via oral – São Paulo – de 2003 a 2008

FOIS G1

Antes Depois

N % N %

G2

Antes Depois

N % N %

Nível 1 23 27 15 18 17 20 13 15

Nível 2 1 1 3 4 2 2 1 1

Nível 3 2 2 3 4 3 4 4 5

Nível 4 - - - - - - - -

Nível 5 14 17 17 20 17 20 18 21

Nível 6 1 1 1 1 2 2 4 5

Nível 7 2 2 4 5 - - 1 1

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Pode-se observar que o tempo de terapia fonoaudiológica (número de semanas

distribuiu-se da seguinte maneira no G1: 29 pacientes (35%) ficaram em terapia de 1

a 4 semanas, 10 (12%) de 5 a 10 semanas e 4 (5%) de 11 a 18 semanas. No G2: 22

pacientes (26%) ficaram em terapia de 1 a 4 semanas, 12 (14%) de 5 a 10 semanas

e 5 (6%) de 11 a 18 semanas e 2 (2%) de 19 a 28 semanas.

Gráfico 4: Tempo de terapia

assistência domiciliária privada

1 - 4 Semanas

35%

26%

se observar que o tempo de terapia fonoaudiológica (número de semanas

se da seguinte maneira no G1: 29 pacientes (35%) ficaram em terapia de 1

a 4 semanas, 10 (12%) de 5 a 10 semanas e 4 (5%) de 11 a 18 semanas. No G2: 22

pacientes (26%) ficaram em terapia de 1 a 4 semanas, 12 (14%) de 5 a 10 semanas

11 a 18 semanas e 2 (2%) de 19 a 28 semanas.

erapia fonoaudiológica realizada pelo G1 e G2

assistência domiciliária privada, São Paulo, ano de 2003 a 2008

5 - 10 Semanas

11 - 18 Semanas

19 - 28 Semanas

35%

12%

5%

0%

26%

14%

6%

2%

45

se observar que o tempo de terapia fonoaudiológica (número de semanas)

se da seguinte maneira no G1: 29 pacientes (35%) ficaram em terapia de 1

a 4 semanas, 10 (12%) de 5 a 10 semanas e 4 (5%) de 11 a 18 semanas. No G2: 22

pacientes (26%) ficaram em terapia de 1 a 4 semanas, 12 (14%) de 5 a 10 semanas

G1 e G2 na

, São Paulo, ano de 2003 a 2008

G1

G2

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Quanto ao número de sessões de terapia fonoaudiológ

assistência domiciliária, observou

sessões, 14 (17%) de 6 a 12 sessões, 7 (8%) de 13 a 25 sessões e 3 (4%) de 26 a

40 sessões. No G2 11 pacientes

12 sessões, 8 (10%) de 13 a 25 sessões

60 sessões e 1 (1%) de 61 a 87 sessões.

Gráfico 5: Número de s

G2 na assistência domiciliária privada

1 - 5 Sessões

6 - 12 Sessões

23%

17%

13%

Quanto ao número de sessões de terapia fonoaudiológica realizadas durante a

assistência domiciliária, observou-se que no G1 19 pacientes (23%)

sessões, 14 (17%) de 6 a 12 sessões, 7 (8%) de 13 a 25 sessões e 3 (4%) de 26 a

pacientes (13%) tiveram de 1 a 5 sessões, 16 (

12 sessões, 8 (10%) de 13 a 25 sessões, 4 (5%) de 26 a 40 sessões, 1 (1%) de 41 a

60 sessões e 1 (1%) de 61 a 87 sessões.

sessões de terapia fonoaudiológica realizadas pelo

G2 na assistência domiciliária privada, São Paulo, ano de 2003 a 2008

12 Sessões

13 - 25 Sesões

26 - 40 Sessões

41 - 60 Sessões

61 - 87 Sessões

17%

8%

4%

0% 0%

10%

5%

19%

1% 1%

46

ica realizadas durante a

19 pacientes (23%) tiveram de 1 a 5

sessões, 14 (17%) de 6 a 12 sessões, 7 (8%) de 13 a 25 sessões e 3 (4%) de 26 a

de 1 a 5 sessões, 16 (19%) de 6 a

4 (5%) de 26 a 40 sessões, 1 (1%) de 41 a

de terapia fonoaudiológica realizadas pelo G1 e

Paulo, ano de 2003 a 2008

G1

G2

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47

Na tabela 7, podemos observar que os motivos de alta no G1 foram: 3 (4%) por

reinternação hospitalar; 21 (25%) por objetivo alcançado; 6 (7%) por ausência de

resposta ao tratamento; 9 (11%) por encaminhamento para gastrostomia e 4 (5%)

por óbito. No G2 os resultados encontrados foram: 4 (5%) por motivo de

reinternação hospitalar; 23 (26%) por objetivo alcançado; 2 (2%) por ausência de

resposta ao tratamento; 9 (11%) por encaminhamento para gastrostomia e 3 (4%)

por óbito.

Tabela 6: Condições de alta fonoaudiológica dos pacientes do G1 e G2

atendidos na assistência domiciliária privada, São Paulo, ano de 2003 a 2008

Motivos de Alta G1

N %

G2

N %

Reinternação hospitalar 3 4 4 5

Objetivo alcançado 21 25 23 26

Paciente sem evolução

no processo terapêutico

6 7 2 2

Encaminhamento para

gastrostomia

9 11 9 11

Óbito 4 5 3 4

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48

Com relação ao número de internações durante o processo terapêutico,

podemos observar que no G1, 12 (14%) foram reinternados e no G2 houveram 16

(19%) reinternações. Os motivos destas internações no G1 foram: 2 (2%) por

anemia; 1 (1%) por AVCi (acidente vascular encefálico isquêmico); 1 (1%) por BCP

(broncopneumonia aspirativa); 3 (4%) por ITU (infecção do trato urinário); 1 (1%) por

motivo não especificado; 2 (2%) por questões pulmonares não especificadas; 1 (1%)

por rebaixamento do nível de consciência; 1 (1%) para retirada de sonda e 1(1%)

por trombose venosa profunda. No G2 os motivos encontrados foram: 1(1%) por

AVE (acidente vascular encefálico); 1 (1%) por BCP (broncopneumonia aspirativa); 1

(1%) por crise convulsiva; 1 (1%) por debridamento de úlcera; 1 (1%) por fibrilação

arterial; 3 (4%) por infecção do trato urinário); 5 (6%) por motivo não especificado; 1

(1%) para passagem de sonda nasoenteral; 2 (2%) por questões pulmonares não

especificadas e 1 (1%) por rebaixamento do nível de consciência.

Tabela 7: Motivos das reinternações durante o processo terapêutico do G1 e

G2 na assistência domiciliária privada, São Paulo, ano de 2003 a 2008

G1

N %

G2

N %

Anemia 2 2 - -

AVCi 1 1 - -

AVE - - 1 1

BCP - - 1 1

BCP aspirativa 1 1 - -

Crise convulsiva - - 1 1

Debridamento de úlcera - - 1 1

Fibrilação arterial - - 1 1

Infecção do trato urinário 3 4 3 4

Não especificado 1 1 5 6

Passagem de sonda

nasoenteral

- - 1 1

Questões pulmonares não

especificadas

2 2 2 2

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49

Rebaixamento do Nível de

consciência

1 1 1 1

Retirada de sonda 1 1 - -

Trombose venosa

profunda

1 1 - -

Dos pacientes que foram internados durante o processo terapêutico, 11% foram

reinternados por uma segunda vez, tendo como motivos: 1 (33,33)% por ITU

(Infecção do trato urinário), 1 (33,33%) por questões pulmonares não especificadas

e 1(33,33%) por rebaixamento do nível de consciência.

Em 7% dos pacientes foram observadas complicações broncopulmonares, porém

1% dos pacientes tiveram diagnóstico de broncopneumonia aspirativa (diagnóstico

realizado por um médico não vinculado a empresa de assistência domiciliária).

De todos os prontuários analisados, constatou-se que durante o processo de

terapia fonoaudiológica, 2 pacientes (2%) foram encaminhados para a avaliação

nutricional com profissional externo, devido a suspeita de desidratação. Nos

relatórios de avaliação e alta dos pacientes atendidos, houve registro de 1 (1%)

paciente que apresentava recusa alimentar devido ao rebaixamento do nível de

consciência. O peso dos pacientes não foi descrito, pois os pacientes não foram

submetidos à avaliação e acompanhamento nutricional no domicílio.

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50

4 DISCUSSÂO

Foi estudado um grupo de 84 indivíduos atendidos em assistência domiciliária

privada, 55 (65%) do gênero feminino e 29 (35%) do gênero masculino. Nesta

amostra ocorreu o predomínio da disfagia orofaríngea neurogênica em indivíduos do

gênero feminino, o que também foi constatado em outros estudos (SILVA; MUSSE e

NEMR, 2009, p.9; FERREIRA et al.,2008, p.1040). A média de idade encontrada foi

de 82 anos. Os estudos realizados por Santoro (2008, p.2); Groher (2003, p.1997);

Sant’ana e Henrique (2008, p.80) confirmam os achados dessa pesquisa, onde a

disfagia acomete as populações mais idosas, pois as estruturas envolvidas para

realização da deglutição estão fragilizadas em conseqüência do envelhecimento.

Os diagnósticos encontrados nessa amostra foram: 37 indivíduos (44%) com

demência de Alzheimer, 37 (44%) com acidente vascular encefálico (AVE), 4 (5%)

com doença de Parkinson, 2 (2%) com traumatismo cranioencefálico (TCE), 1 (1%)

com esclerose lateral amiotrófica (ELA), 1 (1%) com neurofibromatose e 2 (2%) com

aneurisma cerebral. Após análise, foi constatada a necessidade de separar os

indivíduos em dois grupos: G1(pacientes com doenças progressivas) e G2

(pacientes com lesões neurológicas adquiridas). Foi possível averiguar que houve

uma maior incidência de demência de Alzheimer no G1 e de Acidente vascular

encefálico no G2, estando de acordo com o estudo realizado por Moschetti (2003).

Silva (2000) refere que para a classificação do grau de comprometimento da

disfagia, devem-se avaliar isoladamente cada paciente, com critérios quanto à

deglutição e seu desempenho, questões nutricionais, pulmonares e o prazer de se

alimentar de cada paciente. No nosso estudo, os pacientes foram classificados

quanto ao grau de comprometimento da disfagia orofaríngea neurogênica da forma

descrita por Silva (1998): leve, moderada e grave. Os achados pré-fonoterapia em

relação ao grau de disfagia foram: G1 - 18 (21%) leve, 9 (11%) moderado e 16

(19%) grave e no G2 - 15 (18%) leve, 10 (12%) moderado e 16 (19%) grave. Pós-

fonoterapia os achados foram: 5 (6%) normal, 21 (25%) leve, 3 (4%) moderado e 14

(17%) grave; e no G2 - 3 (4%) normal, 19 (23%) leve, 10 (12%) moderado e 9 (11%)

grave. Foram avaliados cada caso isoladamente, utilizando critérios pré-

estabelecidos como controle oral, ejeção oral, sinais sugestivos de penetração

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laríngea ou aspiração, esfíncter labial, coordenação de língua, reflexo de deglutição,

elevação da laringe, comportamento vocal e ausculta cervical. Já para Padovani et

al. (2007), a classificação da disfagia se divide em sete níveis, pois os autores

acreditam que entre um nível e outro, existe os níveis intermediários. Alguns autores

classificam a disfagia conforme a etiologia encontrada (MACEDO FILHO, GOMES e

FURKIM, 2000, p.29-30).

Na revisão de literatura houve uma concordância entre os autores referente à

avaliação clínica anteceder e ser importante na investigação dos distúrbios da

deglutição, porém os autores Miller (1992); Marques, Andre, Rosso (2008) e

Macedo Filho, Gomes, Furkim (2000, p. 33), referem que em alguns casos faz-se

necessário o exame complementar, no sentido de estabelecer um diagnóstico

preciso. Porém no presente estudo, podemos observar que os pacientes em

atendimento fonoterápico domiciliário, foram avaliados pelo terapeuta por avaliação

funcional da deglutição, utilizando diferentes consistências como: líquido fino e

espessado, pastoso e sólido), monitoramento da ausculta cervical e monitoramento

vocal; referido pelo autor Ribeiro (2003 apud MARQUES; ANDRE; ROSSO, 2008),

não há relatos de pacientes que apresentaram necessidade de exames

complementares.

Fica evidenciado nessa pesquisa que pacientes com distúrbios neurológicos

estão mais propensos a desenvolver disfagia orofaríngea neurogênica, o que

coincide com os achados de Furkim, Manrique e Martinez (1999, p. 119). Já o autor

Smithard et al. (1997) após estudo realizado, confirmou que há uma prevalência dos

pacientes pós acidente vascular encefálico apresentarem disfagia especialmente

durante os primeiros dias, ou no percurso da doença. Para Santini (2004, p. 25) as

considerações sobre disfagia depois do traumatismo crânio encefálico são parecidas

às das disfagia após acidente vascular cerebral.

Busch, Fernandes e Simões (2005, p. 847), referem que o prognóstico dos

pacientes com disfagia orofaríngea neurogênica, varia de acordo com o tipo de

doença e da fase evolutiva em que se encontra. Segundo o autor os pacientes que

apresentam doenças progressivas possuem pior prognóstico, com tendência de

piora das deficiências e com maiores limitações durante a reabilitação. Este estudo

se contrapõe aos nossos achados, pois observamos os pacientes que apresentavam

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disfagia orofaríngea neurogênica resultantes de doenças progressivas descritas

como G1 e apenas 4 (5%) pioraram, sendo que 11 (13%) pacientes melhoraram; 26

(31%) pacientes mantiveram-se no mesmo nível com relação aos pacientes que

apresentavam disfagia orofaríngea neurogênica devido lesões adquiridas descritas

como G2, onde os resultados encontrados foram: 13 (16%) pacientes melhoraram,

28 (33%) pacientes mantiveram-se no mesmo nível e 2 (2%) pacientes pioraram.

Pinto et al. verificaram em seu estudo a mudança no grau de comprometimento da

disfagia orofaríngea e no nível da escala FOIS em paciente com AVE, o que entra

em acordo com o nosso estudo. Nesta pesquisa foi constatado, com a ajuda da

escala FOIS, a eficácia da terapia fonoaudiológica em pacientes atendidos em

assistência domiciliária privada e o estudo realizado por Pinto et al. (2008), relatou a

mesma eficiência.

Os resultados deste estudo demonstram a melhora dos pacientes com disfagia

orofaríngea neurogênica em atendimento domiciliário privado, pois o paciente que

estava recebendo a alimentação exclusivamente por via alternativa, descrito como

nível 1 na escala FOIS, mudaram para o nível 5, onde o paciente se alimenta por via

oral com múltiplas consistências, mas com adaptações dessas consistências e ou

compensações. No G1: 9 (11%) pacientes mudaram de nível na escala FOIS, sendo

que 6 (7%) foram para o nível 5 e no G2: 7 (8%) pacientes mudaram de nível na

escala FOIS, sendo que 3 (4%) foram para o nível 5. O estudo realizado por Silva

(2007) define a eficácia da reabilitação como a capacidade do paciente se alimentar

por via oral de forma eficiente. Furkim e Sacco (2008) também estão de acordo,

porém utilizam o termo eficiência como o impacto positivo causado pelo exercício,

provocando muitas vezes aumento de força e precisão de movimentos de

determinados grupos musculares, sem necessariamente visar à alimentação do

paciente por via oral. Já os autores Motta e Viegas (2003, p.366) utilizam o termo

eficácia para descrever sobre a indicação de exercícios vocais no tratamento dos

pacientes disfágico.

Silva et al (2008), realizaram estudos para verificar a eficácia da reabilitação da

disfagia orofaríngea neurogênica e concluíram que há a necessidade de estudos

que possam incluir a condição nutricional e pulmonar do paciente no controle da

eficácia em disfagia orofaríngea. Em nosso estudo foi possível constatar que o

paciente, ao chegar para atendimento domiciliário privado, já estava com a avaliação

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nutricional realizada no hospital e o encaminhamento a avaliação nutricional externa

ocorreu no caso de suspeita de desnutrição. Também encontramos relatos onde a

questão pulmonar era referida, porém sem especificação de qual era o problema

pulmonar.

Nesse estudo foi possível observar a reabilitação de pacientes com disfagia

orofaríngea neurogênica, considerando a necessidade de acompanhamento

freqüente. O tempo de fonoterapia foi entre 1 e 28 semanas, sendo a média de

tempo de 4 semanas, apresentando melhora desses pacientes com disfagia

orofaríngea neurogênica. Os autores Silva, (1999, p. 145.); Busch, Fernandes e

Simões (2005, p.847) citados nessa revisão, relatam a necessidade de um cuidador

que possa auxiliar a terapia para a reabilitação dos pacientes com disfagia

orofaríngea neurogênica.

Na literatura pesquisada, não foram encontrados dados em relação ao número

de internações durante o processo terapêutico. Em nossa pesquisa, apenas 12

(14%) dos pacientes do G1 e 16 (19%) dos pacientes do G2, foram internados. Os

motivos dessas internações na maioria dos pacientes, tanto no G1 quanto no G2,

foram por infecções do trato urinário (ITU), sendo que no G1: 3 (4%) pacientes e no

G2: 3 (4%) pacientes. Outras motivos apareceram, no G1: 2 (2%) por anemia; 1

(1%) por AVCi (acidente vascular encefálico isquêmico); 1 (1%) por BCP

(broncopneumonia aspirativa); 1 (1%) por motivo não especificado; 2 (2%) por

questões pulmonares não especificadas; 1 (1%) por rebaixamento do nível de

consciência; 1 (1%) para retirada de sonda e 1(1%) por trombose venosa profunda.

No G2 foram: 1(1%) por AVE (acidente vascular encefálico); 1 (1%) por BCP

(broncopneumonia aspirativa); 1 (1%) por crise convulsiva; 1 (1%) por debridamento

de úlcera; 1 (1%) por fibrilação arterial; 5 (6%) por motivo não especificado; 1 (1%)

para passagem de sonda nasoenteral; 2 (2%) por questões pulmonares não

especificadas e 1 (1%) por rebaixamento do nível de consciência. Para Marik e

Kaplan (2003), a disfagia é a principal patologia que leva a pneumonia aspirativa em

idosos, porém esse estudo nos mostrou o contrário, pois somente 1% dos pacientes

tiveram diagnóstico de brocopneumonia aspirativa (diagnosticada por um médico

externo).

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Em nosso estudo, a alta fonoaudiológica ocorreu depois que os pacientes,

familiares e/ou cuidadores receberam orientações e treinamento, para que eles

realizassem uma deglutição eficiente, quando o paciente apresentasse melhora ou

um quadro clínico estabilizado e os riscos de aspiração dos alimentos ingeridos

estivessem eliminados. No estudo realizado por Furkim e Silva (1999), elas

acrescentam que para ocorrer à alta também é necessário melhorar a condição

nutricional do paciente, a hidratação e a estabilização do quadro pulmonar, com a

melhora da ventilação.

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CONCLUSÃO

Esta pesquisa aponta a eficácia da reabilitação da disfagia orofaríngea

neurogênica, com pacientes em atendimento na assistência domiciliária privada,

uma vez que houve alteração no grau de comprometimento da disfagia e no nível da

escala FOIS pós-fonoterapia. A maioria dos pacientes se mantiveram e alguns

melhoraram quanto ao grau de comprometimento da disfagia e mudança do nível da

escala FOIS. Os pacientes que pioraram, no G1: 1(1%) foi por broncopneumonia

aspirativa, 1(1%) por rebaixamento do nível de consciência, 1 (1%) por questões

pulmonares não especificadas e 1 (1%) não foi especificado no relatório o motivo da

piora. No G2: 2 (2%) pacientes pioraram: 1(1%) não foi especificado no relatório o

motivo da piora e 1 (1%) por rebaixamento do nível de consciência.

Sugerimos mais estudos na área, pois há pouca literatura voltada para o assunto.

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PINTO, A.R. et al.. Programa de reabilitação da disfagia orofaríngea no acidente vascular encefálico pseudobulbar mesencefálico: estudo de caso. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FONOAUDIOLOGIA. 16, 2008. Campos do Jordão, SP. p.1152. Disponível em: <http://www.sbfa.org.br/portal/anais2008/anais_select.php?op=buscaresultado&cid=1152&tid=2>. Acesso em 09 out.2008.