“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.” (Apocalipse 1:7)

A Bíblia inteira focaliza o futuro. Deus é eterno, como diz o Salmista: “De eternidade a eternidade Tu és Deus.” Ele não teve princípio de dias nem terá fim. Transcende o tempo e o espaço. Ao criar o homem, colocou dentro dele a eternidade, embora não no sentido Divino. O homem tem princípio de dias, mas não terá fim, ainda que o seu corpo prove a morte física, e volto ao pó, seu espírito viverá por toda a eternidade

A vida, portanto, continua após a morte. Nossa existência terrena é apenas o início da nossa vida. Assim sendo, quando abraçamos a Jesus Cristo, a nossa esperança se projeta na eternidade, e é neste contexto que estudamos a bendita esperança do regresso de Cristo à terra para consumar a sua eterna redenção.

Todo discípulo é cidadão do céu e tem seu nome escrito no Livro da Vida (Filipenses 4:3). É um peregrino e estrangeiro destinado para a Eterna e Santa Cidade que está sendo edificada por Cristo. Todas as aspirações do discípulo estão dirigidas para aquela bendita esperança e o glorioso aparecimento do Senhor Jesus Cristo, quando a morte será destruída e os justos prevalecerão.

O estudo sobre a vida após a morte e as últimas coisas, é chamado escatologia. Começaremos por introduzir o assunto falando sobre a morte, para então abordar o regresso de Cristo ou Sua segunda vinda ao mundo.

Como já foi estudado, morte quer dizer separação. A Bíblia fala de três tipos de morte, as quais são: 1. Morte Física (Hebreus 9:27), que é a separação entre o espírito e o corpo. Todos morreremos. “Se olharmos para trás, a morte física pode ser considerada o fim de uma carreira, mas se olharmos para o futuro pode ser considerada o início de uma nova carreira.

2. Morte Espiritual, que é a separação entre Deus e o homem (Gênesis 2:17). Este é o estado em que todos os homens pecadores vivem na terra.

3. Morte Eterna. Os mortos espiritualmente, que provarem a morte física, morrerão eternamente. Esta é chamada a “segunda morte” (Apocalipse 20:13,14). Convém lembrar que morte não é inexistência, mas existência separada de Deus (Tiago 5:2; 2 Tessalonicenses 1:7-9).

Para descrever esse estado final a Bíblia usa várias expressões: No juízo final, diante do grande

trono branco, os ímpios serão julgados e lançados no lago de fogo, a “segunda morte” (Apocalipse 20:13,14);

Fogo eterno (Mateus 25:41); Castigo eterno (Mateus 25:46); Juízo eterno (Hebreus 6:2); Eterna destruição (2

Tessalonicenses 1:9); Condenação eterna - (Marcos

3:29).

O estado do espírito entre a morte física e a ressurreição, no qual os crentes gozam a presença de Deus e os ímpios sua ausência, é chamado “estado intermediário.” O Paraíso é o lugar dos salvos e o Hades o lugar dos ímpios. Há várias idéias errôneas sobre ele. Citamos algumas: A idéia do Purgatório, defendida

pela Igreja Católica (2 Macabeus 12);

Sono da Alma, defendida pelos Adventistas do Sétimo Dia;

A reencarnação, defendida pelos espíritas.

Todo o ensino bíblico não deixa sombra de dúvidas: “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo” (Hebreus 9:27). Os crentes vão de imediato para um lugar e um estado de bem-aventurança, enquanto os incrédulos passam a experimentar dor, tormento e punição. A eternidade de todos nós é determinada enquanto estamos vivos na terra. O estado após a morte é a continuação do que se alcançou enquanto em vida.

Implicações das Doutrinas da Morte e do Estado Intermediário Em seu livro Introdução à Teologia Sistemática, Erickson (1992), apresenta uma conclusão relevante, que aqui apresentamos: 1. A morte deve ser esperada por todos, crentes e incrédulos. ... É importante que levemos esse fato a sério, vivendo de acordo com ele. 2. Embora a morte seja um inimigo, agora ela já foi vencida, tendo sido aprisionada por Deus. Portanto, não é preciso temê-la, pois sua maldição foi removida pela morte e ressurreição de Cristo.

3. Entre a morte e a ressurreição há um estado intermediário em que crentes e incrédulos experimentam, respectivamente, a presença e a ausência de Deus. Embora essas experiências sejam menos intensas que nos estados finais, são iguais quanto à natureza qualitativa. 4. Tanto nesta vida como na vida do porvir, a base do relacionamento do crente com Deus é a graça, não as obras. Não precisamos temer, portanto, que nossas imperfeições venham a exigir algum tipo de purgação após a morte, antes de podermos entrar na plena presença de Deus (p.493).

A segunda vinda de Cristo é a base da esperança cristã, o evento que marcará consumação do plano de redenção.

Importância do Evento: A segunda vinda de Cristo é mencionada mais de 300 vezes no Novo Testamento. Cinquenta vezes no NT os crentes são exortados a ficarem prontos para a vinda do Senhor. A posição do crente é de “esperar dos céus seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos: Jesus, que nos livra da ira que há de vir” (1 Tessalonicenses 1:10). A esperança da segunda vinda está associada às duas ordenanças: Batismo (Mateus 28:19-20) e Ceia (1 Coríntios 11:26). Na ordenança do batismo Jesus declara que estaria com os discípulos “até o fim dos tempos,” que é uma referência ao Seu regresso. Na ordenança da Ceia Ele diz que ela deve ser celebrada “até que Ele venha.”

Definição do Evento Jesus disse que voltaria: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória” (Mateus 24:30). A segunda vinda fazia parte da pregação (kerygma) apostólica (Atos 3:19-21).

Tempo do Evento O tempo não foi revelado por Jesus. Ele disse: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mateus 24:36). Todavia Ele deixa claro, pela parábola dos talentos, referente ao Seu regresso, que demoraria: “Depois de muito tempo, voltou o senhor...” (Mateus 25:19). Ao falar do plano da pregação do Evangelho a todas as nações, Jesus deixa também implícito que Sua segunda vinda aconteceria em um tempo distante (Mateus 24:14).

O caráter de Sua vinda • Sua vinda será Pessoal (João

14:3). • Sua vinda será Física. (Atos 1:11). • Sua vinda será Visível

(Apocalipse 1:7). • Sua vinda será (Mateus 24:27). • Sua vinda será Triunfante e

(Mateus 24:30). • Ele virá acompanhado de Seus

anjos. (1 Tessalonicenses 4:16 e Mateus 25:31a).

• Ele se assentará em Seu trono (Mateus 25:31b).

As Fases da Vinda de Jesus Jesus voltará em duas fases. Na primeira, Ele virá nos ares para buscar Seus santos. Chamamos esse evento de Arrebatamento da Igreja: “Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre” (1 Tessalonicenses 4:16-17).

A segunda fase do regresso de Jesus será na companhia de Seus santos (Zacarias 14:5). Esta é a segunda vinda para todo o mundo, seguida da derrota do anticristo e das nações perversas e o estabelecimento do Seu reino milenar (2 Tessalonicenses 1:7-9). Contrastando, no arrebatamento, Cristo vem buscar os Seus santos; na Sua revelação, Ele vem com os Seus santos. No arrebatamento, Ele vem nos ares; na Sua revelação, Ele vem à terra para reinar em glória.

O arrebatamento é seguido pelo julgamento das recompensas dos crentes e da ceia das bodas do Cordeiro; a revelação é seguida pela derrota do anticristo e das nações perversas, assim como pelo estabelecimento do Seu reino milenar

A MORTE A 2ª VINDA

A

penalidade

imposta

contra o

pecado

(Romanos

6:23)

Os

pensament

os e

experiência

s relativos à

morte são

dolorosos

(João 11:31)

Olhamos

para baixo e

choramos

(João 11:35)

O corpo é

semeado

em

corrupção e

desonra (1

Coríntios

15:42-43)

Livra-nos do

pecado e da

penalidade da

morte (1

Tessalonicense

s 4:17)

Em relação à

vinda de Cristo

nos são muito

caros (Tito

2:13)

Olhamos para

cima e nos

regozijamos

(Filipenses

2:16)

Será

ressuscitado

em

incorrupção e

glória (1

Tessalonicense

s 4:16-17)

A

MORTE

A 2ª

VINDA Somos

despidos

(2 Coríntios

5:4)

Há triste

separação

entre

amigos

(Ezequiel

24:16)

Entramos

no

descanso (1

Tes. 4:13)

Vem como

nosso

grande

inimigo (1

Coríntios

15:26)

Somos

revestidos

(2 Coríntios

5:4)

Alegre reunião

(1

Tessalonicense

s 4:13-14)

Seremos

coroados

(Apocalipse

14:13)

Cristo, como

nosso grande

amigo

(Provérbios

14:27)

A

MORTE

A 2ª VINDA

O rei dos

terrores

(João 18:14)

Satanás

tem o

poder da

morte

(Hebreus

2:14)

Na morte

partimos

para estar

com Cristo

(Filipenses

1:23)

Cristo é o Rei

da glória

(Salmo 24:7)

Cristo é o

Príncipe da

vida (Atos

3:15)

No Seu

retorno ele

virá até nós

(João 14:3)

• Os céus se abrem e Cristo aparece montando um cavalo branco, com uma coroa em sua cabeça e vestes salpicadas de sangue; seu nome é anunciado como sendo “o Verbo de Deus” (Apocalipse 19:11-13).

• Ele é acompanhado por exércitos de santos, também montando cavalos brancos (Apocalipse 19:14-16).

• Um anjo anuncia que Ele está pronto para lutar contra a besta e seus exércitos que se reúnem em oposição ao Senhor (Apocalipse 19:19-21).

• Os céus se abrem e Cristo aparece montando um cavalo branco, com uma coroa em sua cabeça e vestes salpicadas de sangue; seu nome é anunciado como sendo “o Verbo de Deus” (Apocalipse 19:11-13).

• Ele é acompanhado por exércitos de santos, também montando cavalos brancos (Apocalipse 19:14-16).

• Um anjo anuncia que Ele está pronto para lutar contra a besta e seus exércitos que se reúnem em oposição ao Senhor (Apocalipse 19:19-21).

O Antigo Testamento o prediz. “Naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, do oriente para o ocidente...” (Zacarias 14:4). Os Evangelhos ensinam-no. “Quando, pois, vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória...” (Mateus 25:31-34).

As Epístolas explicam-no. “...e a vós, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de fogo, e tomar vingança dos que não conhecem a Deus... quando naquele dia ele vier para ser glorificado nos seus santos e para ser admirado em todos os que tiverem crido” (2 Tessalonicenses 1:7-10). O Apocalipse descreve-o. “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém” (Apocalipse 1:7; 19:11-16).

• Para receber os que são Seus. (João

14:1-3). • Para livrar Israel. “...e assim todo o

Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades” (Romanos 11:26).

• Para punir os ímpios. (Judas 14, 15). • Para separar os ímpios dos justos.

“Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos” (Mateus 13:49).

• Para inaugurar o Reino. (Apocalipse 11:15; ver 2 Timóteo 4:1).

• Num tempo de progresso científico (Daniel 12:4).

• Num tempo de decadência moral. (2 Timóteo 3:1-5).

• Num tempo em que haverá zombadores. (2 Pedro 3:3).

• No tempo das últimas chuvas. (Tiago 5:7).

• Num tempo de apostasia religiosa. (2 Tessalonicenses 2:3).

• Num tempo de perturbação mundial. (Lucas 21:25-26).

• Haverá moradias suficientes para

todos. (João 14:2). • Os discípulos ficarão juntos para

sempre. Nossos corpos serão incorruptíveis. (Filipenses 3:21).

• Terminarão toda dor, tristeza e morte. (Ap. 21:4).

• Tudo será novo. (Apocalipse 21:5). • Serão distribuídos os galardões.

(Ap. 11:18). • “Eis que cedo venho e está comigo a

minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra” (Ap. 22:12).

• Nenhum pecado jamais entrará ali. (Ap. 21:27).

• Não os injustos. (1 Coríntios 6:9). • Não os que fazem as obras da

carne. (Gálatas 5:19-21). • Só os redimidos. (Isaías 35:9-10).

• Os que chegarem ali por meio de Cristo. “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas, se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. E para onde eu vou vós conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:1-6).