Eleições 2014 - 14 de setembro de 2014

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Especial MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial O desafio de levar o Amazonas além da Zona Franca de Ma- naus, com a explo- ração de diferentes potenciais econômicos, tem feito parte dos planos de governo ao longo de muitas décadas eleitorais. En- tretanto, sem êxitos relevan- tes, as intenções divulgadas por candidatos, de um modo especial pelos que concorrem ao governo do Estado, ainda deixam carente o setor primário, que sofre com a falta de estímu- los e de políticas claras para o seu desenvolvimento. Somente a área rural do Esta- do abriga 2.755.490 habitantes, conformedadosdoCensodemo- gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010. Existência, que representou, em 2013, um montante de R$ 4 bilhões aos cofres do Estado, como divulgou para a imprensa o ex-secretário de Produção Rural do Amazo- nas, Eron Bezerra. Levando em conta o expressivo número de eleitores, em 2014, os sete can- didatos à vaga, ocupada por José Melo (Pros), propõem projetos arrojados visando o resgate e a modernização de atividades como as da agroindústria; bioin- dústria; fruticultura; artesanato; mineração; madeira e mobiliá- rio; pesca e piscicultura; turismo e cerâmica. Marcelo Ramos (PSB) aposta em seis ações para implemen- tar novos modelos econômicos nas áreas rurais do Estado. O candidato socialista apresenta como urgente a formulação e um zoneamento ecológico econômico do Amazonas. Para ele é fundamental identificar a vocação de cada região. “Esse será o primeiro passo do nosso governo. Somente com esse mapeamento, poderemos prestar assistência técnica e subsidiar financiamento para os produtores e pequenos em- presários”, explicou. Agilizar os processos de re- gularização fundiária e a apro- vação de planos de manejo, que permitam o trabalho dentro das regras ambientais vigen- tes, também fazem parte das propostas de Marcelo Ramos. “A última década foi perdida para o nosso setor primário. Já chegamos a representar 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas, atualmente um pouco mais de 5%. Sintonizar os trabalhos de órgãos como Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam) e Instituto de Proteção Ambiental do Esta- do do Amazonas (Ipaam) tam- bém construirão nosso projeto para a economia do interior do Estado”, comentou. Na campanha defendida pelo peemedebista Eduardo Braga, que concorre ao cargo pela terceira vez, o tema é tratado como desafio, pela necessidade de alinhar consumo e produção com o uso sustentável dos re- cursos naturais. Em seu plano de governo, Eduardo Braga, remete os entraves do setor ao problema de gestão e de planejamento estratégico. Braga reconhece o baixo aces- so do cidadão à regularização fundiária, a burocratização do licenciamento ambiental, a reduzida prestação técnica de serviços de assistência técnica aos produtores, a baixa incor- poração de tecnologia, além da deficiência na infraestrutu- ra dos ramais de transporte. Como ações de governo, Eduar- do Braga, sinaliza a aceleração da regularização fundiária e ambiental, implantado centros multifuncionais em áreas es- tratégicas do interior. Garantir a elevação do or- çamento do setor produtivo, estabelecendo metas. Além de construir e priorizar a agricultura familiar nas compras regulares dos órgãos do governo esta- dual. Priorizar a produção de milho, para reduzir a depen- dência da importação, fazem parte da lista de intenções do candidato, que contam com um total de 21 ações. Presente nas discussões, o deputado estadual e candidato ao governo pelo Partido da Mo- bilização Nacional (PMN), Chico Preto, pontua a necessidade de aumentar o repasse orçamentá- rio do setor em pelo menos 2,5%. A reestruturação dos ramais que servem para escoamento das cargas, uma gestão técnica e não político/ partidária da Secretaria de Produção Rural são apontadas por ele como essenciais para o aque- cimento da economia rural. “Tivemos a Sepror coman- dada durante anos por um partido, nesse período anterior não conseguimos transformar o Amazonas no maior exporta- dor de peixes do país. No meu governo, pretendo mudar essa realidade, em 10 ou 15 anos isso vai acontecer, frisou. Responsável por administrar o Estado e visando a reeleição, José Melo (Pros), destaca que durante a gestão que fez ao lado de Omar Aziz (PSD), ampliou as linhas de crédito dos produtores rurais, com financiamentos na ordem de R$ 207 milhões. “Até o final do ano R$ 150 milhões estarão disponíveis 2,5 mil fa- mílias foram beneficiadas com a regularização fundiária e outras 8,6 mil devem ter suas proprie- dades legalizadas. Expandimos o Programa de Regionalização da Merenda Escolar-Preme, de 39 para todos os 62 municí- pios. Implantamos nove unida- des de produção de alevinos e um Centro de Tecnologia de Aquicultura”. Dentre as pro- messas para um novo governo, Melo salienta o programa Terra Produtiva, que visa expandir a produção de peixe, açaí e outras culturas. Transformar o lago de Balbina, área de produção de peixe em tanque rede; realizar concurso público em órgãos como o Ipaam. Zona rural sobre a falta de estímulos na política Candidatos ao governo apresentam propostas para o setor primário. Área que ainda enfrenta carência de infraestrutura Os sete candidatos ao governo do Estado propõem projetos arrojados visando o resgate e a modernização de atividades como as da agroindústrias, bioindústria, fruticultura e artesanato RICARDO OLIVEIRA Pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), Luiz Na- varro salienta que o modelo Zona Franca apenas tem enriquecido os industriais e nada tem colaborado para a formação de uma economia consolidada no interior. “É necessário que com conselhos de desenvol- vimento econômico, nós possamos encontrar uma forma de fazer com que os empresários passem a pagar melhores salários, passem a contribuir com o desenvolvimento do Es- tado. Precisamos reforçar por meio da Agência de Fomento do Amazonas (Afeam), o setor primário. Voltarmos à vista para os nossos processos antigos de exportação de castanha, juta, borracha. Temos que nos voltar ao extrativismo, que é onde está nossa ri- queza. Queremos incenti- var a exploração do nióbio, que por sinal tem jazida incomensurável. Não en- tendo o porquê o governo não coloca isso às claras, parece até que o nióbio está sendo explorado as escon- didas”, pontuando que no plano de governo comunis- ta, é destaque a intenção de uma “reforma agrária radical no Estado”. A intensificação da refor- ma agrária, com a regula- rização da legalização de terras, está incluso nos pla- nos de Herbert Amazonas (PSTU). Com a pretensão de entregar o comando do Estado aos trabalhadores, o candidato de esquerda espera que ao criar um terminal pesqueiro os pro- blemas com o escoamen- to do peixe pescado no Amazonas, seja resolvido. Amazonas visa ainda, a construção de feiras muni- cipais, onde os produtores poderão ter a oportunidade de vender seus produtos sem intermediação. Candidato ao governo do Amazonas, pela primeira vez, Abel Alves (Psol) sus- tenta no slogan “O Amazo- nas soberano com o povo no comando”, seu desejo de fortalecer o interior. Reconhecendo que é di- fícil o desafio de levar o progresso econômico ao in- terior, o candidato promete desenvolver a agricultura, por meio da economia so- lidária. Alves pretende pro- mover a produção agrícola regional. “Podemos ver que as festas regionais como a da banana, não existem mais, pois o produto agora está sendo importado de outros Estados”, reclamou em reunião com empresá- rios da Câmara dos Diri- gentes Lojistas de Manaus (CDL/Manaus). Esquerda também tem proposta CRESCIMENTO Somente a área ru- ral do Estado abriga 2.755.490 mil habi- tantes, conforme os dados do Censo em 2010. Existência que representou, em 2013, um montante de R$ 4 bilhões ao Estado JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 12/9/2014 22:07:49

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

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O desafi o de levar o Amazonas além da Zona Franca de Ma-naus, com a explo-

ração de diferentes potenciais econômicos, tem feito parte dos planos de governo ao longo de muitas décadas eleitorais. En-tretanto, sem êxitos relevan-tes, as intenções divulgadas por candidatos, de um modo especial pelos que concorrem ao governo do Estado, ainda deixam carente o setor primário, que sofre com a falta de estímu-los e de políticas claras para o seu desenvolvimento.

Somente a área rural do Esta-do abriga 2.755.490 habitantes, conforme dados do Censo demo-gráfi co do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), realizado em 2010. Existência, que representou, em 2013, um montante de R$ 4 bilhões aos cofres do Estado, como divulgou para a imprensa o ex-secretário de Produção Rural do Amazo-nas, Eron Bezerra. Levando em conta o expressivo número de eleitores, em 2014, os sete can-didatos à vaga, ocupada por José Melo (Pros), propõem projetos arrojados visando o resgate e a modernização de atividades como as da agroindústria; bioin-dústria; fruticultura; artesanato; mineração; madeira e mobiliá-rio; pesca e piscicultura; turismo e cerâmica.

Marcelo Ramos (PSB) aposta em seis ações para implemen-tar novos modelos econômicos nas áreas rurais do Estado. O candidato socialista apresenta como urgente a formulação

e um zoneamento ecológico econômico do Amazonas. Para ele é fundamental identifi car a vocação de cada região. “Esse será o primeiro passo do nosso governo. Somente com esse mapeamento, poderemos prestar assistência técnica e subsidiar fi nanciamento para os produtores e pequenos em-presários”, explicou.

Agilizar os processos de re-gularização fundiária e a apro-vação de planos de manejo, que permitam o trabalho dentro das regras ambientais vigen-tes, também fazem parte das propostas de Marcelo Ramos. “A última década foi perdida para o nosso setor primário. Já chegamos a representar 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas, atualmente um pouco mais de 5%. Sintonizar os trabalhos de órgãos como Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam) e Instituto de Proteção Ambiental do Esta-do do Amazonas (Ipaam) tam-bém construirão nosso projeto para a economia do interior do Estado”, comentou.

Na campanha defendida pelo peemedebista Eduardo Braga, que concorre ao cargo pela terceira vez, o tema é tratado como desafi o, pela necessidade de alinhar consumo e produção com o uso sustentável dos re-cursos naturais. Em seu plano de governo, Eduardo Braga, remete os entraves do setor ao problema de gestão e de planejamento estratégico.

Braga reconhece o baixo aces-so do cidadão à regularização fundiária, a burocratização do licenciamento ambiental, a

reduzida prestação técnica de serviços de assistência técnica aos produtores, a baixa incor-poração de tecnologia, além da defi ciência na infraestrutu-ra dos ramais de transporte. Como ações de governo, Eduar-do Braga, sinaliza a aceleração da regularização fundiária e ambiental, implantado centros multifuncionais em áreas es-tratégicas do interior.

Garantir a elevação do or-çamento do setor produtivo, estabelecendo metas. Além de construir e priorizar a agricultura familiar nas compras regulares dos órgãos do governo esta-

dual. Priorizar a produção de milho, para reduzir a depen-dência da importação, fazem parte da lista de intenções do candidato, que contam com um total de 21 ações.

Presente nas discussões, o deputado estadual e candidato ao governo pelo Partido da Mo-bilização Nacional (PMN), Chico Preto, pontua a necessidade de aumentar o repasse orçamentá-rio do setor em pelo menos 2,5%. A reestruturação dos ramais que servem para escoamento das cargas, uma gestão técnica e

não político/partidária da Secretaria de Produção Rural são apontadas por ele como essenciais para o aque-cimento da economia rural.

“Tivemos a Sepror coman-dada durante anos por um partido, nesse período anterior não conseguimos transformar o Amazonas no maior exporta-dor de peixes do país. No meu governo, pretendo mudar essa realidade, em 10 ou 15 anos isso vai acontecer, frisou.

Responsável por administrar o Estado e visando a reeleição, José Melo (Pros), destaca que durante a gestão que fez ao lado de Omar Aziz (PSD), ampliou as linhas de crédito dos produtores rurais, com fi nanciamentos na ordem de R$ 207 milhões. “Até o fi nal do ano R$ 150 milhões estarão disponíveis 2,5 mil fa-mílias foram benefi ciadas com a regularização fundiária e outras 8,6 mil devem ter suas proprie-dades legalizadas. Expandimos o Programa de Regionalização da Merenda Escolar-Preme, de 39 para todos os 62 municí-pios. Implantamos nove unida-des de produção de alevinos e um Centro de Tecnologia de Aquicultura”. Dentre as pro-messas para um novo governo, Melo salienta o programa Terra Produtiva, que visa expandir a produção de peixe, açaí e outras culturas. Transformar o lago de Balbina, área de produção de peixe em tanque rede; realizar concurso público em órgãos como o Ipaam.

Zona rural sobre a falta de estímulos na políticaCandidatos ao governo apresentam propostas para o setor primário. Área que ainda enfrenta carência de infraestrutura

Os sete candidatos ao governo do Estado propõem projetos arrojados visando o resgate e a modernização de atividades como as da agroindústrias, bioindústria, fruticultura e artesanato

RICARDO OLIVEIRA

Pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), Luiz Na-varro salienta que o modelo Zona Franca apenas tem enriquecido os industriais e nada tem colaborado para a formação de uma economia consolidada no interior.

“É necessário que com conselhos de desenvol-vimento econômico, nós possamos encontrar uma forma de fazer com que os empresários passem a pagar melhores salários, passem a contribuir com o desenvolvimento do Es-tado. Precisamos reforçar por meio da Agência de Fomento do Amazonas (Afeam), o setor primário. Voltarmos à vista para os nossos processos antigos de exportação de castanha, juta, borracha. Temos que nos voltar ao extrativismo, que é onde está nossa ri-queza. Queremos incenti-var a exploração do nióbio, que por sinal tem jazida incomensurável. Não en-tendo o porquê o governo não coloca isso às claras, parece até que o nióbio está sendo explorado as escon-didas”, pontuando que no plano de governo comunis-ta, é destaque a intenção de uma “reforma agrária radical no Estado”.

A intensifi cação da refor-ma agrária, com a regula-

rização da legalização de terras, está incluso nos pla-nos de Herbert Amazonas (PSTU). Com a pretensão de entregar o comando do Estado aos trabalhadores, o candidato de esquerda espera que ao criar um terminal pesqueiro os pro-blemas com o escoamen-to do peixe pescado no Amazonas, seja resolvido. Amazonas visa ainda, a construção de feiras muni-cipais, onde os produtores poderão ter a oportunidade de vender seus produtos sem intermediação.

Candidato ao governo do Amazonas, pela primeira vez, Abel Alves (Psol) sus-tenta no slogan “O Amazo-nas soberano com o povo no comando”, seu desejo de fortalecer o interior. Reconhecendo que é di-fícil o desafi o de levar o progresso econômico ao in-terior, o candidato promete desenvolver a agricultura, por meio da economia so-lidária. Alves pretende pro-mover a produção agrícola regional. “Podemos ver que as festas regionais como a da banana, não existem mais, pois o produto agora está sendo importado de outros Estados”, reclamou em reunião com empresá-rios da Câmara dos Diri-gentes Lojistas de Manaus (CDL/Manaus).

Esquerda também tem proposta

CRESCIMENTO Somente a área ru-ral do Estado abriga 2.755.490 mil habi-tantes, conforme os dados do Censo em 2010. Existência que representou, em 2013, um montante de R$ 4 bilhões ao Estado

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

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2 MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014 MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Pela manhã, o candidato tem reunião marcada com sua coordenação de campanha e à tarde grava programa para o horário eleitoral gratuito.

EDUARDO BRAGA

Às 8h, o candidato faz caminhada no bairro Cidade de Deus, na Zona Norte e, às 9h, caminhada em Taba-tinga.

MARCELO RAMOS

NÃO DIVULGOU AGENDA.

HERBERT AMAZONAS

NÃO DIVULGOU AGENDA.

ABEL ALVES

O candidato cumpre agenda em Barreirinha e, à tarde, em Boa Vista do Ramos. À noite estará em Maués.

JOSÉ MELO

NÃO DIVULGOU AGENDA.

CHICO PRETO

Candidato participa de reunião com moradores de Petrópolis, na Zona Sul da cidade.

NAVARRO

Amuleto, superstição ou apenas acaso, alguns candidatos que concor-rem ao pleito deste ano

terão em suas legendas números de políticos que já foram eleitos em eleições anteriores. O can-didato ao governo do Estado do Amazonas, senador Eduardo Braga (PMDB), que disputa a vaga pela coligação Renovação e Experiência, usa o número 15, que já foi de um dos maiores caciques da política baré, o ex-governador Gilberto Mestrinho, que conquistou o terceiro e últi-mo mandato como governador do Amazonas em 1983, usando o número 15.

Mestrinho usou o mesmo nú-mero que representa a sigla do PMDB (15) nas duas últimas vezes, das três que disputou as eleições ao governo do Estado e conquistou a vitória. No primeiro mandato, o “Boto” pertencia ao PTB. (1º mandato: 1959-1963, 2º mandato: 1983-1987 e 3º mandato: 1991-1995).

Além do senador Eduardo Braga, outros candidatos ten-tam vencer as eleições de 2014 com números pertencentes a políticos que conquistaram a vitórias nas urnas. A deputada estadual Conceição Sampaio (PP), por exemplo, está usando

o mesmo nú-mero (1122) na disputa a vaga de de-putada fede-ral que levou a vitória do atual gover-nador e can-didato a reeleição, José Melo (Pros), quando disputou a vaga em 1994 e foi eleito pelo (PPR) com 45.104 mil votos. Assim também, o número deu sorte e vitória para Rebecca Garcia (PP), candidata à vice na chapa de Eduardo Braga, nas eleições de 2006 para a Câmara Federal.

Outro número conhecido, o 4545, que no pleito deste ano é usado pelo deputado esta-dual Arthur Bisneto (PSDB), o qual disputa uma das oito vagas na Câmara Federal. O número acompanhou o atual prefeito de Manaus, Arthur Neto, quando venceu as eleições em 1994 com 69.924 mil votos ao cargo de deputado federal.

Número da esposaCandidato à vaga de deputado

federal pelo PCdoB, o ex-secretá-rio de Produção Rural, Eron Be-zerra, está com o mesmo número (6565) utilizado por sua esposa, a senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB), nas eleições de 2008, 2002 e 2006, quando foi eleita e reeleita ao cargo de federal.

O candidato Carlos Porta (PSB), que disputa pela primeira vez uma vaga a Câmara Federal com o número 4040, tenta a mesma sorte que teve o atual vereador e candidato ao Sena-do, Marcelo Serafi m, em 2006, quando conquistou a vaga com pouco mais de 92 mil votos. Também novato na disputa, o candidato Zé Nascimen-to disputa a vaga pelo PT com o número 1313, a qual levou a vitó-ria de Fran-cisco Pra-ciano, que d i s p u t a uma vaga no Senado. “Praça” foi o mais votado no pleito de 2010 com o nú-mero 1313, o qual arrastou mais de 166 mil votos. Coincidência ou não, os números tiveram resultados positivos aos políticos, os quais, alguns deles permaneceram no car-go por mais de um mandato, resta saber se os atuais postulan-tes dos números te-rão a mesma sorte de seus antecessores.

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

O candidato Carlos Porta (PSB), que disputa pela primeira vez uma vaga a Câmara Federal com o número 4040, tenta a mesma sorte que teve o atual vereador e candidato ao Sena-do, Marcelo Serafi m, em 2006, quando conquistou a vaga com pouco mais de 92 mil votos. Também novato na disputa, o candidato Zé Nascimen-to disputa a vaga pelo PT com o número 1313, a qual levou a vitó-ria de Fran-cisco Pra-ciano, que d i s p u t a uma vaga no Senado. “Praça” foi o mais votado no pleito de 2010 com o nú-mero 1313, o qual arrastou mais de 166 mil votos. Coincidência ou não, os números tiveram resultados positivos aos políticos, os quais, alguns deles permaneceram no car-go por mais de um mandato, resta saber se os atuais postulan-tes dos números te-rão a mesma sorte de seus antecessores.

Números que já foram sucessos em outras eleições estão de voltaCandidatos usam números que foram usados por adversários na tentativa de ganhar uma vaga parlamentar nas próximas eleições

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3MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Cearense, 62 anos, o deputado federal Francisco Praciano (PT) circula a polí-

tica amazonense pelo menos desde o início da década de noventa. Eleito vereador por quatro mandatos consecu-tivos, Praciano estreou na Câmara Federal em 2006 e foi reeleito em 2010, com recorde de votações. Antes disso, em 2008, o petista havia tentado emplacar a Prefeitura de Manaus, mas ficou em quarto lugar no placar, atrás do seu atual adversário na disputa pelo Senado, o ex-governador Omar Aziz (PSD).

Neste ano, o deputado via-bilizou a sua candidatura ao Senado vestindo-se da cam-panha do PMDB, do senador Eduardo Braga, candidato que já foi alvo dos seus ataques no passado próxi-mo a militância esquerdista. A aliança que surpreendeu aliados próximos, segundo ele, foi uma “consequência lógica”. Aos petistas, Pra-ciano reserva o que cha-ma de “fidelidade”, mas não esconde contradições ao partido e diz combater as “incoerências”.

EM TEMPO - O senhor é presidente da Comissão de Combate à Corrupção da Câmara, onde pelos menos 300 projetos so-bre o assunto estão enca-lhados há 6 anos. Faltou articulação política para destravar essas pautas?

Francisco Praciano - Colocar esses assuntos na pauta não faz o perfil do Congresso, dos deputados. Lá, de cada cinco parla-mentares, um responde à processo. Não são mais de 300, são mais de 500 proje-tos desse tipo. Buscamos a mídia nacional, o presidente da Câmara, do Senado, mas a coisa não anda. Tenho reclamado incansavelmente disso nos rádios, mas isso é

tudo que podemos fazer.

EM TEMPO - O senhor costuma culpar o governo federal pela falta de enga-jamento nesse assunto e até já votou contra a presidente Dilma na Câmara em pauta de corrupção. No entanto, o senhor se diz fi el ao PT e a presidente, mesmo reco-nhecendo essa postura. Não é contraditório?

FP- O governo federal está sendo mal traduzido nesse assunto. Quero dizer que, no governo de Fernando Henri-que Cardoso (FHC), a Polícia Federal fez somente 20 gran-des operações contra cor-rupção. Já no governo Dilma e Lula esse número saltou para mais de duas mil. O que acontece é que a sensação de corrupção aumentou. A PF ficou livre, sem amarras. Temos mensalão em todos os partidos e em todos os lugares. O que eu defendo é que fosse feito um pacto para combater a corrupção, que reside na fragilidade do Estado. Os três poderes de-veriam se unir, fortalecendo os órgãos de controle.

EM TEMPO - E o que garante que depois de 6 anos com essas pautas da comissão na Câmara, o senhor poderá destravar esse debate no Senado?

FP - No Senado a coisa é mais rápida. São somente 81 senadores. A comunicação é mais próxima e eficaz com a sociedade. Exemplo disso é a Rádio Senado, que dá um show de comunicação e proximidade com a socieda-de. A voz no Senado é mais ouvida. E nós não temos nenhum senador insistindo nessa pauta no Senado, esse é o lugar que eu vou ocupar. A mídia, sem dúvida, dará ouvidos a esse assunto.

EM TEMPO - Recente-mente, ao lado do ex-pre-sidente Lula e do senador Eduardo Braga (PMDB), o senhor, durante discurso,

sugeriu que a população devesse aceitar propi-na em troca de votos para candidatos. Essa é uma postura condizen-te com o seu discurso contra a corrupção?

FP - Eu quis dizer que isso é uma imoralidade, praticada nos quatro cantos do país. Eu quis dizer que se um safado qualquer oferecesse dinheiro, a população deve-ria aceitar e ser esperta, mas não votar no candidato. O dinheiro que eles oferecem vem dos cofres públicos. A população deveria deixar o cara liso e ainda sem o man-dato. Foi isso mesmo.

EM TEMPO - O senhor, por diversas vezes, já criticou o financiamento privado das campanhas políticas e defende o fi-nanciamento público dos gastos com campanha. No entanto, a campa-nha da sua coligação é a que mais arrecadou, até agora, com os empresá-rios locais e nacionais. O senhor defende mesmo essa bandeira?

FP - Eu acho que o jogo é esse. Ou você faz esse jogo, ou sai dele. A refor-ma política, que eu defendo, tem que ser ampla. Eu acho que ou deveriam permitir só o financiamento público, com limites, ou só o privado, mas sem as empresas, com indivíduos. Essa questão en-tra na minha proposta de acabar com as coligações, que hoje misturam alhos e bugalhos. As ideias parti-dárias acabam fincando em segundo plano. Hoje, você tem um amontoado de par-tidos, onde os candidatos se misturam entre fichas-sujas e limpas. A coerência política tem que ser maior.

EM TEMPO - O senhor, neste ano, se posiciona diferente do registrado ao longo da sua vida política, sempre mais ligado à mi-litância radical e esquer-

dista. O senhor inclusive já chegou a apresentar denúncias contra o seu atual candidato ao gover-no, Eduardo Braga. O que o fez mudar de ideia quanto ao seu perfil criado ao longo da carreira?

FP - A nossa aliança com o PMDB é lógica. O partido mantém a governabilidade de Lula e Dilma. Braga in-clusive é líder de Dilma, uma liderança forte no PMDB. Ou eu aceitaria a aliança, ou pegaria um pijama e iria para casa dormir. Eu não quis vestir o pijama, então aceitei. Não dá para sair avulso, essa aliança é lógica. Eu fiz sim oposição ao Edu-ardo, como já fiz ao Arthur, ao Serafim, ao Alfredo e ao Amazonino, que hoje pedem votos para mim. O meu papel é fiscalizar e quem é de-nunciado tem direito de se defender. Sou Lula e Dilma e não abro mão. Sempre fui muito coerente.

EM TEMPO - Quais são as principais propostas que o senhor planeja levar para o Senado caso seja eleito? O senhor pode fa-lar de pelo menos cinco.

FP - Já falei um pouco sobre a reforma política, que ainda está engatinhando no Congresso. Essa reforma po-lítica inclui a questão do financiamento das campa-nhas. Também defendemos a reforma tributária, mas precisamos, primeiro, redu-zir a sonegação fiscal no Brasil. O país tem todos os anos um prejuízo de mais de R$100 bilhões com so-negação. Também queremos rever para baixo os impostos sobre os remédios, que são essenciais para a popula-ção. Os impostos sobre os alimentos também precisam de cortes. O Brasil é um dos maiores produtores ali-mentícios do mundo, não há porque o povo pagar mais caro. Para os aposentados, queremos defender o fim do fator previdenciário.

Francisco PRACIANO

‘Ou eu ACEITAVA a aliança, OU PEGARIA um pijama’

Nossa aliança com o PMDB é lógica. O parti-do mantém a governa-bilidade de Lula e Dil-ma, inclusive o Eduardo Braga é líder da presi-dente no Senado. Ou eu aceitaria essa aliança ou iria colocar o pijama e teria que ir para casa dormir”

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

FOTOS: IONE MORENO

Quero ir para o Se-nado porque lá as coisas andam mais rápido. São somente 81 senadores. A comunica-ção é mais próxima com a sociedade. A voz do Senado é mais ouvida”

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4 MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Protógenes acha que atentado matou Eduardo

Conhecido por haver pren-dido o banqueiro Daniel Dan-tas, o delegado federal e de-putado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) suspeita que a morte de Eduardo Campos nada teve de acidental, foi um atentado, segundo segredou a colegas da PF. Ele chegou a Santos logo após a tragédia, colheu indícios e depoimen-tos e os enviará à Procurado-ria-Geral da República, com o pedido para aprofundar as investigações.

EstranhoProtógenes disse a poli-

ciais ter fi cado intrigado porque o local nem sequer foi preservado. Delegados da PF somente apareceriam à noite.

Aí tem coisaEntre os objetos colhidos, o

delegado Protógenes encon-trou na lama a capa de um livro do piloto, intacta, mas sem as páginas internas.

ReencontroNo dia da tragédia, Protó-

genes estava na expectativa de rever Eduardo Campos, com quem se encontrou em 1o de maio e na Semana Santa.

Levando a sérioA hipótese de atentado

contra Eduardo sempre foi mencionada, mas ninguém a levou tão a sério quan-to o delegado Protógenes Queiroz.

Dilma agora fala mal dela, mas já foi Marina

Não é de hoje que o nome Marina ronda a vida da pre-sidente Dilma. Sua fi cha na operação Bandeirantes (a temida Oban, um dos mais cruéis órgãos de repressão da ditadura militar) revela que Dilma Vana Rousseff Li-nhares, quando militava na

organização clandestina Var Palmares, usava os nomes falsos “Maria Lucia Santos” e “Marina de Castro”, além dos já conhecidos codinomes “Vanda” ou “Luiza”.

Só falta puxar cabelosArlindo Chinaglia (SP) e

Marco Maia (RS) se engal-fi nham para serem o can-didato do PT à sucessão do presidente da Câmara, Hen-rique Alves.

Disputa de egosO líder do PMDB na Câ-

mara, Eduardo Cunha, briga com Marco, fi lho do enrolado ex-governador Sergio Cabral, pelo título de mais votado.

Pré-candidatoO governador cearense Cid

Gomes presta serviço a Dil-ma, comprando brigas contra adversários, para se creden-ciar a cargo no ministério.

Espelho meuNossos leitores sabem

desde 12 de agosto que o megadoleiro Alberto Youssef deu ao deputado baiano Luiz Argôlo um helicóptero. A “Fo-lha de S. Paulo” noticiou o fato na sexta-feira (12), um mês depois, citando revelação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Sem protelação Relator do processo de

cassação de Luiz Argôlo no Conselho de Ética, o depu-tado Marcos Rogério (PDT-RO) não revela as conclusões do parecer, que já está nos fi nalmentes. Mas garante: “entrego nesta terça”.

Até CerveróO Senado nega combi-

nação, até porque criou a CPI para fazê-la acabar em pizza, mas o ex-diretor Nes-tor Cerveró contou ter sido submetido a “treinamento” pago pela Petrobras antes de depor.

Dinheiro desaparecidoO ministro Edison Lobão

(Minas e Energia) sustenta aos colegas de Senado que não fi cou com os recursos arrecadados e que deveriam ter sido divididos com a ban-cada. Mas a cúpula do PMDB não acredita.

Azul é sérioHabituada a vestir ver-

melho, Dilma guarda ternos azuis para ocasiões espe-ciais. Como a entrevista para o Jornal Nacional e a estreia da temporada de ataques a Marina Silva (PSB), seus maiores temores.

Culpa dos partidos A construtora Andrade

Gutierrez informou que as doações eleitorais “são fei-tas conforme a legislação” e direcionadas aos partidos, responsáveis por defi nir para quem a verba é encaminha-da.

Mordeu a isca A campanha de Dilma

comemorou o fato de Ma-rina Silva ter mordido a isca sobre a autonomia do Banco Central e sobre pré-sal. A candidata do PSB abandona a ofensiva e perde tempo reagindo às acusações.

Somos tão jovensCondenado na Justiça

Eleitoral por irregularida-des na campanha de 2010, o deputado mais jovem da legislatura, Wilson Fi-lho (PTB-PB), desistiu da reeleição. Cedeu a vaga ao irmão William Santia-go, 21.

FumacêO governador cearense

Cid Gomes passou a de-fender a legalização da maconha. Deve ter fumado a mesma coisa que FHC, pioneiro na asneira.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Ah, bom

www.claudiohumberto.com.br

Petistas querem tirar o foco da roubalheira usando a causa gay”

PASTOR SILAS MALAFAIA, em mensagem no Twitter contra os métodos da campanha do PT

Candidato ao Senado pelo PMDB do Paraná em 1990, Waldyr Pugliesi convocou coletiva para explicar que era injusta sua fama de “pavio curto”. Na coletiva, um militante do PMDB puxou uma conversa cabulosa e ele a encerrou com um soco na mesa. Refeito, contou que só perdeu a cabeça uma vez, em Arapongas, quando esmurrou um verea-dor que o criticara. Mas observou:

- Aquele soco foi com o braço de-mocrático...

A grande novidade prometida pelo candidato será a criação do Banco do Povo, que irá oferecer fi nanciamento ao povo

Melo anuncia programa para as microempresas

O governador José Melo (Pros), candi-dato à reeleição, di-vulgou esta semana

seu plano de governo dedicado às microempresas e ao in-centivo a novos negócios. A grande novidade é a criação do programa Banco do Povo para oferta de crédito e consulto-ria de atividades econômicas de pequeno porte. Outras dez medidas para o segmento fazem parte do pacote, en-tre elas a criação da Secre-taria de Estado da Micro e Pequena Empresa.

Com o Banco do Povo, Melo pretende facilitar o acesso ao crédito concedido através da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) oferecendo fi nanciamento exclusivo para trabalhadores autônomos e acompanha-mento empresarial. As ope-rações terão juros de 3% ao ano, sete vezes menor que as condições dos bancos pri-vados. Outra facilidade é a dispensa de consulta aos ór-gãos de restrição de crédito, como SPC e Serasa.

“É um banco comunitário onde a gente garante mais facilidade na hora de acessar os recursos e menos burocra-cia. Aliado a isso, haverá um acompanhamento especiali-zado para que o trabalhador consiga sobreviver na fase que é a mais sensível para um novo empreendimento que é a inicial”, ressalta José Melo.

Na área urbana, a expec-tativa é atender com o Banco do Povo pequenos empreen-dimentos de bairros, como salões de beleza, lanchone-tes, bancas de churrasco e

confecções. No setor rural, os recursos podem atender a compra de insumos, combus-tíveis, motores, material de pesca e sementes, por exem-plo. Unidades do Banco serão instaladas nos bairros de Ma-naus. No interior, o atendimen-to será feito através da Casa do Produtor, outra novidade de Melo para o setor primário que vai reunir em um só lugar todos os órgãos ligados à assistência ao produtor.

Os empréstimos podem che-gar a até R$ 15 mil por pessoa, de acordo com o perfi l do negó-cio. A expectativa é fi nanciar

70 mil empreendimentos em todo o Estado, investimentos que devem alcançar R$ 1,2 bilhões em quatro anos de governo.

O plano para fortalecer e impulsionar novos empreen-dimentos inclui ainda linha de crédito diferenciado para mulheres empreendedoras, o fi nanciamento de cooperati-vas de cadeias produtivas, o fomento a incubação de em-presas inovadoras e o aumen-to da participação das micro e pequenas empresas nas com-pras governamentais. Melo

t a m b é m propôs arti-cular a im-p l a n t a ç ã o de um Fundo de Aval para P e q u e n a s Empresas e aumentar o percentual do FMPES.

Para reduzir a burocracia, a proposta do plano de governo de José Melo é informatizar procedimentos e criar uma Central de Negócios Com-partilhados, uma espécie de PAC (Pronto Atendimento ao Cidadão) direcionado ao se-tor empresarial que vai reu-nir órgãos como o Corpo de Bombeiros, a Sefaz e a Jucea. Outro ponto do programa de Melo para o setor é a im-plantação de cursos volta-dos ao empreendedorismo na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a inclusão de disciplinas sobre o assunto no ensino médio.

Outra medida para fortale-cer o setor e incentivar o sur-gimento de empreendimentos é a criação da Secretaria de Estado para as Micro e Peque-nas Empresas e a ampliação das unidades do Núcleo de Apoio ao Empreendedor, em diferentes zonas da capital.

“Temos uma economia mui-to forte e pretendo trazer essas pessoas para a for-malidade. Para tanto, preci-so de políticas públicas. Vou criar uma secretaria que cui-de especifi camente disso. A empresa quando vem para a formalidade tem muitas vantagens. Criar uma eco-nomia que formule políticas públicas”, afi rmou.

EXPECTATIVA A proposta do Banco do Povo será atender pequenos empreen-dimentos de bairros, como salão de beleza, lanchonete e bancas de churrasco. No setor ru-ral, recursos será para compra de insumos

Investimento no Mais MédicosSenadores querem melho-

rar o desempenho e tornar mais transparentes os gas-tos e a execução das ações do programa Mais Médicos. Para isso, estão analisando propostas que alteram a lei nº 12.871/2013.

O Mais Médicos é apontado pelo governo federal como parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O programa

prevê mais investimentos em infraestrutura de hospitais e unidades de saúde e busca levar mais médicos para re-giões onde há escassez de profi ssionais. A grande maio-ria dos profi ssionais é de estrangeiros, principalmente cubanos. O projeto prevê também a expansão do nú-mero de vagas nos cursos de residência médica e gra-duação em Medicina, além do aprimoramento da formação

médica no Brasil.Uma das propostas que

tratam do Mais Médicos foi apresentada pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) com o objetivo de dar mais transparência ao programa (PLS 266/2014). O texto estabelece a obrigação de, a cada seis meses, ser en-viado um relatório para o Conselho Regional de Medi-cina (CRM) de cada Estado com o número do registro

único dos médicos inter-cambistas participantes e o nome e a inscrição no CRM do supervisor e dos tutores acadêmicos.

A proposta está em análi-se na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde aguarda o recebimento de emendas. Se aprovada, poderá seguir diretamente para a Câmara dos Deputados, se não for apresentado recurso para votação em Plenário.Projeto quer tornar o programa muito mais transparente

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SENADO

Candidato deverá investir na criação da Secretaria de Estado para as Micro e Pequenas Empresas

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5MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Chico da SilvaDizem que santo de casa não faz milagre. Talvez

seja verdade, pois se o Amazonas respeitasse seus artistas, o parintinense Chico da Silva seria recebido com tapete vermelho. Sua saga

de compositor fez história entre os bambas do samba e suas toadas de boi cruzaram fronteiras

e hoje são tocadas nos mais longínquos lugares do mundo. Onde houver uma camisa da cor

vermelha, lá vai estar o refrão “meu coração é vermelho/ hey, hey. hey/ de vermelho vive o coração...”, da antológica toada “Vermelho”, composta em 1989 para o boi bumbá Garantido.Aos 65 anos, o compositor já deixou seu nome gravado para sempre na constelação de estrelas da MPB. Agora parte para um novo desafi o, o batismo das urnas, disputando uma vaga para a Assembleia Legislativa pelo Partido Verde,

um sigla que defende a vida, o planeta Terra, seus índios, fl orestas, rios e animais, como as

toadas que escreveu sobre universo amazônico, onde foi curumim mergulhando nas águas do

Rio Amazonas.Chico da Silva é querido por seu povo. Demonstra isso nos shows em que continua

fazendo. Ultimamente, um vídeo com Os Trapalhões,

onde ele canta “Esquadrão do Samba”, enquanto Didi, Dedé, Muçum e Zacarias fazem palhaçadas com a bola, vem fazendo o maior

sucesso no YouTube, já tendo sido curtido por mais de 50 mil internautas. — Estou entrando na política porque temos que acreditar que podemos melhorar muito, com boas ideias e bons projetos de políticas públicas – diz Chico da Silva, candidato a deputado estadual com o número 43433.Confi ra a entrevista completa:

NO RITUAL DAS URNASEM TEMPO – O que leva um

artista que tem alma de poeta a se meter em política, em prin-cípio uma atividade criticada pela sociedade?

Chico da Silva – Sempre de-fendi a renovação das ideias e dos quadros da política. Sendo assim, sou também, por vocação, um ser político.

EM TEMPO – Qual o foco de sua campanha?

Chico da Silva – Minha inten-ção, com mandato de deputado estadual, é atuar na área cultural. Fortalecer a cultura na vida do ci-dadão amazonense, especialmente na vida dos jovens e crianças.

EM TEMPO – Concorda com o slogan do Tiririca, “pior do que tá não fica”?

Chico da Silva – Não, sou oti-mista. O Brasil é um país em desen-volvimento e cabe a nós brasileiros procurar e encontrar soluções para melhorar as nossas condições de vida. Temos que acreditar que po-demos melhorar muito, com boas ideias e bons projetos de políticas públicas.

EM TEMPO – Todos os artistas que se meteram com política sa-íram frustrados: Moacir Franco, Gilberto Gil, Agnaldo Timoteo,

Beth Mendes. Você acha que isso pode acontecer com você?

Chico da Silva – A frustração advém de algum fracasso do ser humano. Talvez eles não consegui-ram colocar suas ideias em prática ou não tinham boas ideias para transformá-las em projetos que beneficiassem a sociedade, daí a frustração. Tenho um conjunto de ideias que eu quero transformar em grandes projetos que possam vir de encontro aos anseios da sociedade. Isso é possível, basta ter vontade política e o apoio do povo que mudar, de verdade, o estado de coisas que ainda impe-dem o crescimento do país, como a corrupção, a falta de ética e os desmandos administrativos.

EM TEMPO – Você fez um jingle para sua própria campanha?

Chico da Silva – Sim. Mas não veiculei no Amazonas, porque não tenho tempo no programa de TV – meu tempo é de somente 1 minuto –, e não tenho dinheiro para pagar carros de som que possam rodar com o jingle. Mas está tocando bem em Parintins, executada por amigos que não me cobram nada e sendo conhecido por meus irmãos que acreditam no meu trabalho e na minha vontade de dar o melhor de mim pro meu povo. Parintins é o meu planeta verde, a minha casa, a minha vida. Aliás, o refrão diz o que eu penso da ilha: “43 433/ Parintins com altivez...”

EM TEMPO – Você acha que o eleitor brasileiro amadure-ceu ou ainda vota pela máxi-ma de São Francisco “É dando que se recebe”?

Chico da Silva – Acredito que, com o exercício do voto, com as informações políticas mais acessí-veis, o eleitor vem amadurecendo, embora ainda eleja muito ficha suja que não merecia estar no Congres-so, ou em nossa casas legislativas. Mas, aos poucos está havendo uma conscientização, com a ajuda da imprensa que vem passando o país a limpo, já é possível votar em nomes de políticos honestos. Hoje, só elege ficha suja quem quer, as informa-ções existem. Com isso, a prática do “toma lá, da cá” está perdendo, mas ainda existe infelizmente.

EM TEMPO – Qual o can-didato a presidente, em sua avaliação, tem compromisso com a Amazônia?

Chico da Silva – Um presidente da República é o representante máximo de um país, acredito que ele não deve ter preferências por esse ou aquele Estado, deve tratar todos igualmente.

EM TEMPO – Todo mundo conhe-ce o compositor, mas qual o perfi l político de Chico da Silva?

Chico da Silva – Me considero um social-democrata que respeita as opiniões. A opinião é a verdadeira liber-dade, tanto a minha quanto a sua.

“Hoje, só elege fi cha suja quem quer, as in-

formações existem. Com isso, a prática do toma lá, da cá está perdendo,

mas ainda existe, infelizmente”

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

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6 MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Governantes e políti-cos ainda não foram capazes de responder às demandas, vindas

principalmente de jovens, por mais representatividade na política, segundo analistas. Para eles, a desconfi ança e a sensação de distanciamento dos jovens em relação ao sis-tema político, expressas prin-cipalmente durante as mani-festações de junho de 2013, ainda estão presentes a três semanas do primeiro turno das eleições.

Para David Fleischer, pro-fessor de ciência política da Universidade de Brasília, a incapacidade de implementar os pedidos das ruas fez com que o sentimento de frustração com as instituições políticas evidenciado em 2013, espe-cialmente entre as gerações mais novas, continuasse neste ano. “Esse foi o grande grito do ano passado: eu não me sinto representado. Os políticos en-saiaram fazer algumas refor-mas no sistema político, mas não deu em nada, não reformou nada”, disse Fleischer.

Segundo Benedito Tadeu César, professor de ciência política da Universidade Fe-deral do Rio Grande do Sul, a juventude se sente distante das formas institucionais de política. “Esta juventude se sente órfã. O jovem não tem interesse por essa política que está aí. Ela não se reconhece nesses instrumentos”, disse, acrescentando que o atual modelo é fruto da sociedade industrial do século 19.

Reforma políticaAs demandas por novas for-

mas de representatividade e participação políticas esta-vam no centro das manifes-tações de 2013 juntamente com reivindicações por me-lhorias na saúde, transporte e

educação.D u r a n t e

as manifes-tações, a presidente Dilma Rous-seff , candi-data à ree-leição pelo PT, propôs a convocação de um plebiscito que autorizas-se uma constituinte exclusiva para a reforma política. Mas a proposta recebeu forte opo-sição no Congresso e acabou

não progredindo. “Fizemos um compromisso com a reforma política. Enviamos para o Con-gresso essa reforma política, não foi aprovada. Aliás, eu acredito que reforma política no Brasil vai exigir a partici-pação popular e a consulta popular por meio de um ple-biscito”, reiterou Dilma durante o primeiro debate presidencial desta campanha, transmitido pela TV Bandeirantes no dia 26 de agosto.

A voz das redesA necessidade da reforma

política foi um ponto levan-tado por leitores nas redes sociais. O leitor Daniel Lopes afi rmou que, se o “sistema não mudar”, novas manifestações podem ocorrer, enquanto que Gean Claudio Araujo chegou a propor até mesmo a extinção dos partidos políticos.

FRUSTRAÇÃOPara David Fleischer, a incapacidade de implementar os pedi-dos das ruas fez com que o sentimento de frustração com as instituições políticas evidenciado em 2013 continuasse neste ano

Diante da insatisfação com o que percebem como promessas não cumpridas, da desconfi ança em relação aos políticos e da cres-cente demanda por repre-sentação, os jovens estão buscando outras formas de participação política, inclu-sive por meio da internet e redes sociais. “Você tem uma enorme massa com anseios (por mudança). (Eles) passaram a ter di-reitos e estão cobrando es-ses direitos, mas não têm canal de expressão disso”, disse Tadeu César.

Isso, diz ele, faz com que o engajamento político da

juventude seja fragmenta-do, em um processo que não ocorre apenas no Brasil, mas também em outras par-tes do mundo. “O grande pa-lanque hoje virou as redes sociais, onde cada um vai e diz o que bem entende”, dis-se ele. “É muito Facebook, eu vou lá, eu digo o que está me incomodando”.

Isso não signifi ca o fi m do distanciamento dos jovens com a política. Apesar do interesse deles ter cres-cido com os protestos, “a alienação continua”, com “uma grande maioria que continua apática e afasta-da”, disse Fleischer.

EleiçõesPara Fleischer, estas ca-

racterísticas do eleitor mais jovem se refl etem também na disputa pela Presidência, em que a candidata Marina Sil-va (PSB), que diz representar “novas formas de fazer políti-ca”, é a maior benefi ciada. “Os governos não entenderam muito bem essas demandas. Então, essa frustração con-tinua. Em parte, nós vemos isso desaguar num grande tsunami de apoio a Marina Silva”, disse.

De fato, segundo pesquisa espontânea feita pelo Data-folha, na qual o nome dos candidatos não é apresen-

tado ao entrevistado, Marina tem 28% das intenções de voto entre os eleitores de 16 a 24 anos.

Dilma (PT) tem 23% e Aécio Neves (PSDB) tem 10% das intenções. A pesquisa, divul-gada no dia 4, tem margem de erro de dois pontos per-centuais. Mas ainda é difícil prever se isso se refl etirá nas urnas. “Você tem uma insa-tisfação que não está mais latente, está manifesta. E me parece que está se expres-sando nessas eleições. A Ma-rina tem sido benefi ciada por isso, mas não sei por quan-to tempo isso se mantém”, diz Tadeu César.

‘É no Facebook que se fala o que se pensa’

Maioria dos jovens passaram a utilizar as redes sociais como ferramenta de protesto contra a política praticada no país

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Desconfi ança e a sensação de distanciamento dos jovens em relação ao sistema político foram expressas durante as manifestações de junho

Políticos do país ignoram o grito da juventude

Pedidos das ruas ainda é ignorado pelos programas políticos

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7MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Eles gastam o equivalente a 1,6 mil casas popularesDilma, Aécio e Marina já gastaram mais de R$ 103 milhões ou 1,6 mil unidades do programa Minha Casa, Minha Vida

Os três candidatos à Presidência da Re-pública mais bem colocados nas pes-

quisas, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), já gastaram mais de R$ 103 milhões na cam-panha eleitoral deste ano, o equivalente a quase 1,6 mil unidades do programa habi-tacional Minha Casa, Minha Vida. Só a petista gastou mais da metade desse total.

Os valores estão na segun-da parcial da prestação de contas, divulgada no sábado (6) pelo TSE (Tribunal Su-perior Eleitoral). Dilma, que busca a reeleição e está em situação de empate técnico com Marina nas pesquisas, gastou até agora R$ 53,8 milhões. Depois vem Aécio (R$ 34,9 milhões), seguido por Marina (R$ 15,1 milhões).

O valor médio de uma uni-dade habitacional do Minha Casa, Minha Vida - que bene-fi cia famílias de todo o Brasil com renda mensal de até R$ 1.600 - é de R$ 65 mil.

Dilma, que busca a reeleição e está em situação de empate técnico com Marina nas pesquisas, gastou até agora R$ 53,8 milhões. Depois vem Aécio (R$ 34,9 milhões), seguido por Marina (R$ 15,1 milhões)

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ULG

AÇÃO

Para chegar ao total gato por cada campanha, foram somados os custos dos próprios candidatos e de seus respectivos comi-tês financeiros. No caso da Marina, que ainda não possui despesas registra-das em seu nome, os cus-tos reportados pelo can-didato Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no mês passado, foram adicionados à conta.

Os outros oito candida-tos à Presidência, Eduardo Jorge (PV), Pastor Everal-do (PSC), Eymael (PSDC), Luciana Genro (Psol), Zé Maria (PSTU), Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO)-- somam R$ 3,56 milhões em despesas, equivalente a 3% dos gastos de to-dos os presidenciáveis (R$

107 milhões).

ValoresA maior parte desse va-

lor (R$ 2,3 milhões) foi

gasto por Eduardo Jorge. Rui Costa Pimenta está no outro extremo, tendo des-tinado apenas R$ 10.450 à campanha.

Custos dos presidenciáveis

PROPAGANDA

2,3foi gasto por Eduardo Jorge; Rui Costa que está no outro extremo da campanha eleitoral

MILHÕES

Grande parte dos custos dos três presidenciáveis mais bem colocados é des-tinada à execução de pro-pagandas eleitorais para TV e rádio, vistas como funda-mentais para conquistar vo-tos de eleitores indecisos.

Dilma, por exemplo, utili-zou R$ 25 milhões, 46% do que gastou até agora, para a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo. O montante foi pago à em-presa Polis Propaganda & Marketing, do marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas eleitorais do PT. Com 11 minutos e 24 segundos, Dilma tem o maior tempo entre os can-didatos para se apresentar na TV e no rádio.

Aécio, por sua vez, gastou pelo menos R$ 6,98 milhões

(19% do orçamento) com esse mesmo tipo de despesa - o tucano conta com quatro mi-nutos e 35 segundos de propa-ganda eleitoral. Marina Silva,

que dispõe de dois minutos e três segundos no horário polí-tico, utilizou R$ 2,79 milhões (18% dos seus custos) para essas despesas.

Entre os outros custos, destacam-se a encomenda de pesquisas e testes elei-torais, além da produção e impressão de material publi-citário, como faixas, panfl e-tos, placas e cavaletes. No caso de Aécio, o candidato do PSDB também se con-centrou nas atividades de militância e mobilização de rua, destinando R$ 2,4 mi-lhões para esse fi m.

Os comitês e as contas dos presidenciáveis tam-bém repassam doações a outros candidatos de suas respectivas coligações, que aparecem na prestação en-viada ao TSE. A reportagem, no entanto, descontou es-ses valores do montante total por não considerar os repasses como gastos efe-tivos na campanha.

Propaganda domina orçamento

PRODUÇÃODilma, por exemplo, utilizou R$ 25 milhões, 46% do que gastou até agora, para a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo. O montante foi pago à empresa Polis Propa-ganda & Marketing

Maioria dos gastos dos presidenciáveis foram destinados às produções de programas de TV

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AÇÃO

Os gastos dos presidenciáveis até agora

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8 MANAUS, DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Mário Adolfo e Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz, Raphael LobatoAssessorias

REVISÃODernando Monteiro e João Alves

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Leonardo Cruz, Klinger Santiafo, Kleuton Silva, Pablo Filard eMário Henrique Silva

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Impasse sobre fi chas-sujas pode provocar nova eleiçãoImpasse em torno dessas candidaturas pode ser resolvido apenas depois das eleições e TRE pode convocar até nova eleição

Políticos considerados “fi -cha-suja”, ou seja, que já foram condenados por tribunais superiores e

não poderiam tentar se eleger por causa da Lei da Ficha Lim-pa, continuam em campanha mesmo após terem as candi-daturas barradas pela Justiça e podem até tomar posse, caso sejam eleitos. Se enquadram nesta situação deputados fe-derais como Paulo Maluf (PP-SP) e Jaqueline Roriz (PMN-DF), que tentam a reeleição. Um dos candidatos, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR), que tenta voltar ao governo, teve um dos recursos negado pelo STJ (Superior Tri-bunal de Justiça) no dia 9.

O imbróglio acontece porque políticos que tiveram o registro de candidatura negado pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) podem manter a cam-panha enquanto estiverem re-correndo ao Tribunal Superior

Eleitoral (TSE) para tentar re-verter a cassação.

O impasse em torno dessas candidaturas pode ser resolvido apenas depois das eleições e, dependendo do entendimento do TSE ou do Supremo Tribunal Federal (STF), novas eleições po-dem ser convocadas ou políticos derrotados nas urnas podem garantir uma vaga no tapetão.

Sem prazoPela legislação eleitoral, não

há prazo máximo para que o TSE julgue os recursos, daí o “limbo” jurídico que se forma. A ordem de julgamentos é defi nida pelo presidente da Corte, ministro Dias Toff oli.

Para o advogado Luciano Santos, especialista em direito eleitoral e membro do Movi-mento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), um dos formu-ladores da Lei da Ficha Limpa, a norma está sendo aplicada corretamente e “tem funciona-

do muito bem”. “Quando um candidato ‘fi cha-suja’ mantém sua campanha e seu recurso é indeferido, ele faz isso por sua conta e risco. Se ele vai até o fi nal, prejudica o partido, o processo político e a própria eleição”, afi rmou Santos.

Garantia de recorrerO advogado explica que o

direito a recorrer é garantido pela legislação brasileira, que permite que o candidato tente reverter as decisões de cassa-ção em instâncias superiores. Esses recursos já valiam para outros casos de inelegibilidade mesmo antes da aprovação da Lei da Ficha Limpa. “É impor-tante ressaltar o que essas im-pugnações provocam no eleitor, pois levanta-se o debate sobre a necessidade de se ter a fi cha limpa. É um processo que não ocorre de um dia para o outro, mas vem melhorando”, defen-deu Santos.

Pela legislação eleitoral, não há prazo máximo para que o TSE julgue os recursos, daí o “limbo” jurídico que se forma. A ordem de julgamentos é defi nida pelo presidente da Corte, ministro Dias Toff oli

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AÇÃO

O TSE ainda não fez um balanço sobre quantos recursos de cassação de registro com base na Fi-cha Limpa chegaram até o tribunal. Também não confi rmou se irá apresen-tar o número de recursos e decisões julgadas até o fi nal das eleições.

Os TREs têm até o dia 21 deste mês para concluir os julgamentos de registro de candidatura, então, novos casos de recursos ainda po-dem chegar ao TSE.

No fi nal de agosto, o Mi-nistério Público Eleitoral di-vulgou um balanço parcial com os pedidos de impugna-ções com base na lei. Foram 497 ações, sendo a rejeição

das contas do candidato o motivo de maior incidência, com 254 questionamentos de registros.

Os candidatos que estão ameaçados de perder a can-didatura, mas que aguar-dam recursos, podem renun-ciar até 15 de setembro. Se o candidato for substituído, os dados e a foto da urna serão atualizados a tempo do primeiro turno das elei-ções, no dia 5 de outubro, conforme o TSE.

Também de acordo com o TSE, não há restrições para que cônjuges assumam as candidaturas de “fi chas-su-jas” que renunciaram. Neste caso, a mulher ou o marido do candidato ou candidata

“fi cha-suja” precisa ser fi -liada ao partido que tem direito à vaga e ser elegível, ou seja, não ser enquadrada nos mecanismos barrados pela Lei da Ficha Limpa, por exemplo.

O mecanismo já foi utili-zado em eleições passadas. Em 2010, o ex-governador do DF Joaquim Roriz (PRTB), que é “fi cha-suja”, colocou sua mulher, Weslian Roriz (PRTB), no seu lugar da can-didatura ao governo do DF a nove dias do pleito. Ape-sar de experiência nenhuma com a política e o pouco tem-po de campanha, Weslian chegou ao segundo turno, mas perdeu para o petista Agnelo Queiroz (PT).

TSE contabiliza irregularidades

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