Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

8
Especial MANAUS, DOMINGO, 7 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial H á anos na política amazonense, eles não são equipados de grandes estru- turas de campanha, não costumam receber apoios partidários, mas nunca de- sistem de tentar o tão so- nhado mandato eletivo. In- cansáveis, os candidatos ao governo Luiz Navarro (PCB), Herbet Amazonas (PSTU) e a candidata ao parlamen- to federal, Riogocelia Costa (PRP), a “Mulher de Branco”, são exemplos de políticos que levam, há anos, ideolo- gias que não são respondidas com vitória nas urnas. Figura lendária da política amazonense, o falecido pro- fessor Raimundo de Freitas Barboza, que ficou conhecido como “Barbozão”, ilustra tam- bém o espírito incansável de políticos que não desistem das disputas. Sem grandes estru- turas, “Barbozão” repetiu em suas diversas candidaturas ao parlamento a mesma fórmula pela qual ficou conhecido e res- peitado: Um fusca branco e um boneco carnavalesco gigante. Às vezes, para ir até os ribeiri- nhos, usava uma canoa. Discípulos de “Barbozão”, a disputa pelo governo nestas eleições reúne dois candida- tos que tentam um mandato eletivo há pelo menos nove anos. Luiz Manoel Navar- ro (PCB), conhecido apenas como “Navarro”, dissemina os seus ideais esquerdistas desde 1986. Em 2006, estreou nas disputas se candidatando ao Senado e continuou tentan- do em 2008, na disputa pela prefeitura, em 2010, pelo go- verno, e em 2012, novamente candidato à prefeitura. Em todas as disputas de que participou, Navarro nun- ca chegou nem ao terceiro lugar, tendo ficado em quinto (2008), quarto (2010) e oitavo (2012), sucessivamente. Pre- sidente estadual do partido, o candidato, todos os dias, agenda reuniões com grupos comunitários e conversa com populares da capital. Neste ano, Navarro achou que pre- cisava reforçar a campanha no interior e então fez um emprésti- mo de R$ 30 mil para enviar panfletos aos muni- cípios. “Nesse ano resol- vi fazer di- ferente, fiz esse empréstimo para levar os panfletos para o interior. Mas nós não temos recursos para ir às ruas, viajar ao interior, nos limitamos à campanha no interior”, disse. O candidato, no entanto, diz que parar de disputar eleições não está nos seus planos prio- ritários. Segundo ele, é neces- sário, primeiro, encontrar um talento na juventude do parti- do que possa substituí-lo. Também na disputa pelo governo, o funcionário dos Correios, Herbert Amazonas (PSTU), tem registros de can- didaturas no Tribunal Regio- nal Eleitoral (TRE-AM) desde 2006, quando foi candidato ao governo. Desde lá, o militante do movimento operário foi candidato a vereador (2008), não tendo figurado nem en- tre os 40 mais votados, ao governo novamente (2010), atingindo o quinto lugar e a prefeitura, em 2012. Parte da ala de políticos que não recebe financiamen- to para as campanhas, o mi- litante, então, busca entre ativistas e operários do Polo Industrial de Manaus (PIM) as doações para manter as atividades. “Nossos amigos nos ajudam com R$ 100 ou R$ 50 reais, é o que eles podem”, afirma. Desistir das disputas também não está nos planos do candidato, mas, segundo ele, é hora de disputar “um cargo menor”. Eles nunca ganham, mas também jamais desistem Veja as histórias dos tradicionais candidatos a cargos eletivos no Amazonas que estão há décadas na disputa eleitoral RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO BARBOSÃO Figura lendária da política amazonense, Barbosão ficou co- nhecido por atuar nas campanhas políticas sempre carregando um boneco de orelhas grandes na mala do seu carro pela cidade Mulher de Branco tenta agora, pela primeira vez, uma cadeira em Brasília e diz estar confiante FOTOS: DIVULGAÇÃO Famoso por seu boneco, Barbozão nunca ganhou um pleito Taxista há 46 anos, Riogocelia Costa (PRP), conhecida como a “Mu- lher de Branco”, por pou- co não desistiu de no- vamente disputar estas eleições. Segundo ela, a candidatura a depu- tada federal só se tor- nou realidade por muita “insistência do partido”. Conhecida por ter ado- tado o exótico nome fic- tício, ela disputou por três vezes uma vaga no parlamento munici- pal: em 1996, 2000 e 2004, sem sucesso em todas as tentativas. A “Mulher de Branco” diz que o nome adotado não tem nada a ver com a lenda da mulher que assombra noites escu- ras. “Um dia eu simples- mente resolvi me vestir toda de branco e então todos os meus colegas taxistas resolveram me chamar assim, gritando esse nome na rua. Minha mãe dizia que esse meu gosto por roupas bran- cas é de família. Meu pai foi dentista e ele sempre só usava branco”, afir- mou a candidata. Candidata à disputa- da vaga no parlamento federal, a taxista diz que, neste ano, está mais confiante na vitó- ria. “Eu tenho o apoio dos taxistas, e es- tou muito confiante”, declarou. Mulher de Branco ainda persiste Luiz Navarro na primeira foto de campanha, feita em 1986 Herbert Amazonas diz que não deverá desistir dos seus ideais ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 5/9/2014 22:38:51

description

Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

Transcript of Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

Page 1: Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

Espe

cial

MANAUS, DOMINGO, 7 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

cial

Há anos na política amazonense, eles não são equipados de grandes estru-

turas de campanha, não costumam receber apoios partidários, mas nunca de-sistem de tentar o tão so-nhado mandato eletivo. In-cansáveis, os candidatos ao governo Luiz Navarro (PCB), Herbet Amazonas (PSTU) e a candidata ao parlamen-to federal, Riogocelia Costa (PRP), a “Mulher de Branco”, são exemplos de políticos que levam, há anos, ideolo-gias que não são respondidas com vitória nas urnas.

Figura lendária da política amazonense, o falecido pro-fessor Raimundo de Freitas Barboza, que fi cou conhecido como “Barbozão”, ilustra tam-bém o espírito incansável de políticos que não desistem das disputas. Sem grandes estru-turas, “Barbozão” repetiu em suas diversas candidaturas ao parlamento a mesma fórmula pela qual fi cou conhecido e res-peitado: Um fusca branco e um boneco carnavalesco gigante. Às vezes, para ir até os ribeiri-nhos, usava uma canoa.

Discípulos de “Barbozão”, a disputa pelo governo nestas eleições reúne dois candida-tos que tentam um mandato eletivo há pelo menos nove anos. Luiz Manoel Navar-ro (PCB), conhecido apenas como “Navarro”, dissemina os seus ideais esquerdistas desde 1986. Em 2006, estreou nas disputas se candidatando ao Senado e continuou tentan-do em 2008, na disputa pela prefeitura, em 2010, pelo go-verno, e em 2012, novamente candidato à prefeitura.

Em todas as disputas de que participou, Navarro nun-ca chegou nem ao terceiro lugar, tendo fi cado em quinto (2008), quarto (2010) e oitavo (2012), sucessivamente. Pre-sidente estadual do partido, o candidato, todos os dias, agenda reuniões com grupos comunitários e conversa com populares da capital. Neste ano, Navarro achou que pre-cisava reforçar a campanha no interior e então fez um

emprésti-mo de R$ 30 mil para e n v i a r panfletos aos muni-cípios.

“ N e s s e ano resol-vi fazer di-ferente, fi z esse empréstimo para levar os panfl etos para o interior. Mas nós não temos recursos para ir às ruas, viajar ao interior, nos limitamos à campanha no interior”, disse. O candidato, no entanto, diz que parar de disputar eleições não está nos seus planos prio-ritários. Segundo ele, é neces-sário, primeiro, encontrar um talento na juventude do parti-

do que possa substituí-lo.Também na disputa pelo

governo, o funcionário dos Correios, Herbert Amazonas (PSTU), tem registros de can-didaturas no Tribunal Regio-nal Eleitoral (TRE-AM) desde 2006, quando foi candidato ao governo. Desde lá, o militante do movimento operário foi candidato a vereador (2008), não tendo fi gurado nem en-tre os 40 mais votados, ao governo novamente (2010), atingindo o quinto lugar e a prefeitura, em 2012.

Parte da ala de políticos que não recebe fi nanciamen-to para as campanhas, o mi-litante, então, busca entre ativistas e operários do Polo Industrial de Manaus (PIM) as doações para manter as atividades. “Nossos amigos nos ajudam com R$ 100 ou R$ 50 reais, é o que eles podem”, afi rma. Desistir das disputas também não está nos planos do candidato, mas, segundo ele, é hora de disputar “um cargo menor”.

Eles nunca ganham, mas também jamais desistemVeja as histórias dos tradicionais candidatos a cargos eletivos no Amazonas que estão há décadas na disputa eleitoral

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

BARBOSÃO Figura lendária da política amazonense, Barbosão fi cou co-nhecido por atuar nas campanhas políticas sempre carregando um boneco de orelhas grandes na mala do seu carro pela cidade

Mulher de Branco tenta agora, pela primeira vez, uma cadeira em Brasília e diz estar confi ante

FOTO

S: D

IVU

LGAÇ

ÃO

Famoso por seu boneco, Barbozão nunca ganhou um pleito

Taxista há 46 anos, Riogocelia Costa (PRP), conhecida como a “Mu-lher de Branco”, por pou-co não desistiu de no-vamente disputar estas eleições. Segundo ela, a candidatura a depu-tada federal só se tor-nou realidade por muita “insistência do partido”. Conhecida por ter ado-tado o exótico nome fi c-tício, ela disputou por três vezes uma vaga no parlamento munici-pal: em 1996, 2000 e 2004, sem sucesso em todas as tentativas.

A “Mulher de Branco” diz que o nome adotado não tem nada a ver com a lenda da mulher que assombra noites escu-ras. “Um dia eu simples-mente resolvi me vestir toda de branco e então todos os meus colegas taxistas resolveram me chamar assim, gritando esse nome na rua. Minha mãe dizia que esse meu gosto por roupas bran-cas é de família. Meu pai foi dentista e ele sempre só usava branco”, afi r-mou a candidata.

Candidata à disputa-da vaga no parlamento federal, a taxista diz que, neste ano, está mais confiante na vitó-ria. “Eu tenho o apoio dos taxistas, e es-tou muito confiante”, declarou.

Mulher de Branco ainda persiste

Luiz Navarro na primeira foto de campanha, feita em 1986 Herbert Amazonas diz que não deverá desistir dos seus ideais

ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 5/9/2014 22:38:51

Page 2: Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

2 MANAUS, DOMINGO, 7 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

‘Falta de concorrência eleva tarifa de passagens aéreas’Alto custo das passagens aéreas dentro do Estado é o tema proposto esta semana pelo EM TEMPO aos candidatos ao governo

As pessoas que pre-tendem ou precisam viajar de avião de Manaus para cida-

des do interior do Amazonas pagam uma tarifa mais cara do que sair de Manaus para outros lugares para o ex-terior, como Miami. Diante dessa realidade do cidadão amazonense, o EM TEMPO buscou conhecer com os can-didatos ao governo do Estado se há propostas para tentar baratear esses vôos ao inte-rior do Estado. Os candidatos justifi caram a baixa concor-rência como um dos fatores para o elevado preço das tarifas aéreas regional.

Para o governador do Es-tado e que busca à reeleição, José Melo (Pros), a concorrên-cia no mercado é o principal indutor da baixa de preços no setor de aviação no Amazo-nas. Segundo ele, para que novas empresas apostem no mercado de vôos regionais, é preciso melhorar a infraes-trutura dos aeroportos, me-dida que inclui a efetivação de investimentos anunciados pelo governo federal na ade-quação de aeroportos em 18 municípios e a construção de novos terminais em sete cidades do interior.

“O governo federal tem que cumprir esse compromisso

feito com o povo do Amazonas para que a gente tenha segurança e esses aero-portos pos-sam ser ho-mologados. Acontecendo isso, acredito que as empresas serão atra-ídas, uma vez que oferece-mos alíquota diferenciada de ICMS no combustível para vôos regionais. Penso que incentivos tributários tam-bém podem vir do governo federal e defendo que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) avalie a abertura de novas linhas para gerar con-corrência, porque é somente assim que a passagem baixa. É mais barato ir a Miami que para Eirunepé e isso precisa mudar”, disse.

Melo lembrou que, durante o governo Omar Aziz (PSD), a aviação aérea interesta-dual ganhou incentivo com a aprovação pelo Conselho de Desenvolvimento do Ama-zonas (Codam), responsável pela análise de novos ne-gócios a serem instalados no Estado com incentivos fi scais, do projeto da em-presa MAP Linhas Aéreas. O projeto da empresa foi aprovado em reunião presi-dida por José Melo, à época vice-governador.

O candidato pelo PSB, deputado Marcelo Ramos, criticou o governo Braga, o qual benefi ciou, à épo-ca, apenas uma empresa para atuar no Amazo-nas. Para ele, a questão da concorrência também será responsável para di-minuir essa alta dos voos domésticos na região. “O governo de Eduardo Braga criou uma lei alfaiate que só benefi ciou uma empresa e permitiu a constituição de um monopólio na aviação regional”, disse.

Marcelo acrescentou ainda que, como deputa-do, apresentou projeto que

mudou essa realidade e que com ação conjunta com o governo federal será possí-vel executar reformas e ma-nutenção nos aeroportos. “Como deputado, mudei a lei e hoje outras empresas têm acesso ao incentivo e, com isso, alguns mu-nicípios já têm mais de uma empresa operando e isso aumenta a frequ-ência de voos e reduz o preço. Vamos estimular a concorrência atraindo mais empresas para a aviação regional. Também vamos executar, em conjunto com a nossa presidente Marina (Silva), obras de reformas

e manutenção dos aeropor-tos do interior, com recur-sos do Programa Federal de Auxílio aos Aeropor-tos (Profaa), para garan-tir segurança, conforto e frequência de voos.

Alto custoO senador Eduardo Bra-

ga (PMDB), candidato ao governo pela coligação Renovação e Experiência, alega que o alto custo da aviação regional se dá pe-las defi ciências na infra-estrutura aeroportuária. Segundo ele, é preciso ir-radiar o desenvolvimento econômico do Estado, por

meio dos modais de trans-porte rodoviário, portuário, aeroportuário e hidrovi-ário, visando justamente reduzir os custos e ele-var a competitividade dos bens e serviços.

Como plano de governo, Braga pretende implantar infraestrutura aeroportuária de pequeno porte, incluindo a sinalização da pista e do pátio de estacionamento, em parceria com a Infraero e prefeituras. O candidato pretende implantar tam-bém o Programa de Forma-ção de Brigadas Especiais de Combate a Incêndios em Aeródromos (Beca).

Voos domésticos no AM podem ser barateados

Já para o candidato pelo PMN, deputado Marco Anto-nio Chico Preto, os tributos estaduais ainda são grandes causas dos valores elevados entre voos de Manaus para cidades do interior do Es-tado. Para ele, somente a partir da desoneração des-ses tributos, a população

amazonense poderá contar com passagens mais bara-tas. “Desonerar os tributos estaduais e estimular a com-petição entre as empresas que operam nos roteiros au-torizados pela Agência Na-cional de Aviação Civil (Anac). Dessa forma trabalharemos para que a população tenha

uma tarifa aérea regional mais barata”, explicou.

Hoje, as passagens entre o trecho de Manaus para o município de Eirunepé, dis-tante a 1.159 quilômetros e Manaus, estão em torno de R$ 2.5 mil ida e volta, enquanto que ir de Manaus para Miami, que tem o dobro

de distância (3.880 km), são encontrados vôos em baixa temporada de pouco mais de R$ 1 mil.

A reportagem tentou contato com o candidato Abel Alves (Psol), pelo te-lefone celular 99XX-XX21, mas as chamadas não foram atendidas.

Tributos estaduais ajudam a elevar os preços

O custo dos preços das passagens dentro do Estado chega, em certos casos, a ser mais elevado do que valores pagos em vôos para outros locais do país e até do exterior

RAIMUNDO VALENTIM

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

ELEIÇÕES 2014 - 02.indd 2 5/9/2014 23:38:47

Page 3: Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

3MANAUS, DOMINGO, 7 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Presidente estadual do Partido Socialista Brasileiro no Ama-zonas (PSB-AM), ex-

deputado federal e atual-mente vereador na Câmara Municipal de Manaus (CMM), Marcelo Serafi m é o primeiro dos candidatos ao Senado Fe-deral que serão convidados a marcar presença na série do “Com a Palavra”, reservada para a apresentação de pro-postas eleitorais.

Com a carreira política ini-ciada por meio de militância em movimentos estudantis, Marcelo Serafi m é fi lho do ex-prefeito Serafi m Corrêa e junto com o pai e o candidato do grupo ao governo do Esta-do, Marcelo Ramos, diz que en-campou a missão de trabalhar no palanque pró-Marina Silva, (candidata à Presidência da República), para dar uma nova cara ao país e especialmente ao Amazonas.

Defendendo a renovação política, Marcelo Serafi m sustenta coerência na defe-sa de seus projetos e ressal-ta que com calma derrotará velhas oligarquias instaladas durante décadas no Estado. “Nós iremos derrotar as ve-lhas oligarquias que estão no poder. Essa campanha é para senador, e tem candidato ao Senado que não sabe nem o que faz um senador”.

EM TEMPO - O senhor já foi deputado federal, agora exerce o mandato de vere-ador em Manaus. O que lhe motiva a brigar pela única vaga disponível ao Estado no Senado?

Marcelo Serafi m - Quando fui deputado federal tive um bom trabalho, bem avaliado na capital e no interior do Estado. Uma eleição de depu-tado federal é extremamente difícil, e complicada, não fui reeleito, mas fi quei como 1º suplente. Depois disso, o pre-feito Arthur Virgílio Neto me chamou e conversou comigo sobre a possibilidade de eu voltar para Brasília, caso ele nomeasse o deputado fede-ral da nossa coligação como secretário municipal, mas eu disse que não queria.

Meu objetivo era recons-truir a minha vida política a partir do parlamento munici-pal. No mês de março o ex-governador de Pernambuco, meu amigo Eduardo Campos, me chamou no Rio de Janei-ro e pediu que disputasse a eleição para o Senado, que desse a ele a oportunidade de ter um palanque aqui dentro do Estado. Então, eu acatei e passei a disputar a candi-datura para o Senado.

Quando a Marina se uniu à nossa chapa e me fez o mes-mo pedido. Infelizmen-te, tivemos todos os acontecimentos tristes com o Eduardo, mas eu vou con-tinuar levantando a bandeira da ética e moralidade, que as nossas candidaturas majori-tárias sempre levantaram.

EM TEMPO - Muitos dão como ganha a candidatura de um dos seus principais oponentes, o ex-governa-dor Omar Aziz. O senhor enxerga essa uma luta en-tre David e Golias?

MS - Com muita tranquili-dade derrotarei o Omar Aziz e o Francisco Praciano nas urnas. A nossa candidatura representa coerência política dentro do Estado. Nós não mudamos de lado, o nosso lado sempre foi o lado das oposições, eu e Serafi m Cor-rêa, Marcelo Ramos e tantos outros companheiros continu-amos na mesma trincheira de batalha. Nós iremos derrotar as velhas oligarquias que es-tão no poder. Essa campanha é para senador, e tem candi-dato ao Senado que não sabe nem o que faz um senador.

Tem candidato que já de-fendeu em entrevistas que o Senado deveria ser extinto, mas quer ser senador. Eu serei senador pelo Estado do Ama-zonas, e serei senador durante os oito anos de mandato para defender que o Brasil tenha escola de tempo integral, uma realidade que o Edu-ardo Campos implantou em seu Estado, e que precisa ser estendida para o restante da República. Serei senador para brigar com o governo federal, para que os medicamentos não tenham impostos, que as pessoas tenham direito de descontar do seu imposto de renda os valores gastos com medicamentos.

EM TEMPO - O senhor tem mantido contato com a candidata Marina Silva. Quais os apontamentos dela para a campanha do PSB aqui no Amazonas?

MS - Falei com ela ao telefo-ne durante o fi nal de semana. E ela me dizia da importância do Amazonas me levar para o Senado. E por essa afi na-ção que estamos mantendo, temos confi anças da vitória no dia 5 de outubro.

EM TEMPO - O PSB no Amazonas vem com candi-datos em várias frentes, e o que o eleitor pode con-siderar o carro-chefe do

partido nesse momento eleitoral?

MS - A nossa meta prin-cipal é levar Marina Silva à Presidência da República. Eu e o Marcelo Ramos estamos focados não só nas nossas campanhas, mas em ajudar a Marina a passar por essa disputa. Tenho convicção que o Brasil não vive uma peque-na onda de Marina Silva, o Brasil vive uma onda pela ética, pela moralidade, pela coerência na política.

Os nossos adversários ao Senado demonstram ao longo da vida vários momentos de incoerência. A principal de-las é de um candidato que sempre combateu os corrup-tos e que agora está com duas muletas ao seu lado. De um lado, Eduardo Braga e do outro Amazonino Mendes. Esses mesmos políticos que o Francisco Praciano tanto condenou ao longo da sua vida pública.

EM TEMPO - Nossa ban-cada federal sempre foi bastante criticada e por vezes intitulada de inope-rante. Caso eleito, como o senhor pretende se relacio-nar com os demais pares? O senhor almeja obter o posto de líder do grupo?

MS - Sempre tive uma ótima relação com todos os seto-res da bancada amazonense quando fui deputado federal. Essa ótima relação perdura até hoje, chegando a Brasília não tenho a pretensão de ser líder de uma bancada, minha pretensão é de ajudar a pre-sidente Marina a governar esse país. Com esse foco, com essa pretensão, nós chega-remos lá, conscientes de que é preciso unir o Estado do Amazonas.

As duas candidaturas que são diretamente minhas ad-versárias para o Senado são duas candidaturas que desu-nem o nosso Estado. Não pro-duzem a união, um brigando com A e outro brigando com B. Eu atuando na linha pro-positiva chegarei ao Senado para fazer a grande união que o Estado precisa.

EM TEMPO - A palavra renovação faz parte da li-nha defendida amplamen-te pelo Partido Socialista Brasileiro. Mas, além de novos nomes, como o PSB pretende trabalhar a reno-vação no Estado?

MS - O momento pede re-novação e nós pedimos uma chance para fazê-la. Não adianta nós irmos aos mi-lhares para as ruas, há um ano, e hoje não darmos a resposta nas urnas. O PSB é um partido de resistência, não se coligou aquelas velhas

raposas políticas que nada fi zeram. Por isso representa-mos a renovação e por isso pedimos essa chance.

EM TEMPO - Como o se-nhor, como senador, pre-tende trabalhar em prol do crescimento social e econômico do interior do Amazonas?

MS - O interior é algo que conheço de maneira muito abrangente, quando fui de-putado federal todos os me-ses do meu mandato, viajava pelo menos duas vezes para uma calha de rio do inte-rior. As cidades do interior estão abandonadas e não é de hoje, estão abandonadas desde a época do terceiro ciclo, implantado pelo gover-nador Amazonino Mendes. O abandono é geral, não há uma política desenvolvimentista para o interior do Estado.

Não defendo a devastação da fl oresta amazônica, defen-do que a pessoa no interior tenha a oportunidade de viver do extrativismo e da explora-ção sustentável da madeira que nós temos. Não dá para as pessoas continuarem passan-do fome e abandonadas, por conta de regras ambientais. O Amazonas tem um potencial hídrico enorme, um potencial de piscicultura enorme e nós não produzimos peixe. A nossa farinha é uma das mais caras do país, a famosa farinha Ua-rini, chegou a R$ 12 o quilo e isso aconteceu por conta de uma política equivocada do governo estadual, que vem desde a época de Eduardo Braga. Ele entregou a secre-taria da Produção Rural nas mãos de um partido político e o Omar Aziz manteve o erro.

EM TEMPO - Recente-mente, o EM TEMPO re-alizou um levantamento sobre a qualidade dos projetos elaborados pelos parlamentares em Brasília. No estudo dos dados dis-ponibilizados pelos portais da transparência mantidos pela Câmara Municipal e Senado Federal, observa-mos que em boa parte dos projetos faltou qualidade. Caso eleito, quais serão suas primeiras iniciativas na casa?

MS - Nossos primeiros pas-sos serão em prol do desconto no Imposto de Renda dos seus gastos integrais com a edu-cação dos seus fi lhos e com medicamentos. O Brasil não fornece para a sociedade bra-sileira educação de qualidade que ela almeja, então ela tem que escapar para a educação particular. O senador é sena-dor da República e não só do seu Estado, temos que discutir grandes temas brasileiros.

Marcelo SERAFIM

‘IREMOS derrotar AS velhas OLIGARQUIAS’

Eu serei senador pelo Estado do Amazonas, e permanecerei no cargo durante os oito anos para defedender que o Brasil tenha escola de Tempo Integral. Serei senador para brigar para que os medica-mentos não tenham impostos altos”

JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO

Os nossos adversários ao Senado demostram ao longo da vida vários momentos de incoerên-coa. Temos até um candidato que comba-tia corruptos e agora está com duas muletas”

O momento é de reno-vação e nos pedimos uma chance de fazê-la. O PSB é um partido de resistência e não se coligou com velhas rapo-sas da polí-tica”

FOTOS: DIEGO JANATÃ

ELEIÇÕES 2014 - 03.indd 3 5/9/2014 22:48:39

Page 4: Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

4 MANAUS, DOMINGO, 7 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Liberação de inibidores pode ser lobby de Youssef

Documentos apreendidos pela Polícia Federal na Ope-ração Lava Jato, aos quais esta coluna teve acesso, re-velam grande interesse de uma empresa investigada, Piroquímica, no sal químico sibutramina, inibidor de ape-tite. O mega-doleiro Alber-to Youssef fazia lobby para reverter a proibição desse comércio bilionário. Investi-gadores suspeitam que ele está por trás da liberação de inibidores, defi nida pelo Senado no dia 2.

ProibiçãoPor oferecerem riscos à

saúde, os inibidores tiveram a comercialização proibida em 2011, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

ArrumadinhoO laboratório Labogen, de

Youssef, importava químicos, revendia à Piroquímica, que revendia a outra empresa, que vendia ao governo.

A favoritaA empresa Labogen é uma

das principais investigadas na Operação Lava Jato, envol-vendo inclusive o deputado André Vargas (ex-PT-PR).

Eles sabem maisOs senadores alegaram

que a Anvisa “extrapolou” ao proibir inibidores de apetite. A Anvisa, na verdade, exerceu suas prerrogativas.

PMDB pode conquistar oito governos estaduais

Maior aliado do governo Dilma, o PMDB pode ser o grande vencedor da eleição 2014, nos Estados. Se os ce-nários previstos nas pesqui-sas se mantiverem, o partido de Michel Temer pode eleger até oito governadores, dois a mais que o PSDB, segundo colocado nas projeções das pesquisas de Ibope e Data-

folha. O PT lidera em quatro Estados, o PSB de Marina Silva não lidera, mas pode levar três.

Quatro no NordesteNo Nordeste, o PMDB tem

grande chance de eleger Re-nan Filho (AL), Eunício Olivei-ra (CE), Henrique Alves (RN) e Jackson Barreto (SE).

Três no NorteNo Norte, são favoritos

Eduardo Braga (AM) e Marce-lo Miranda (TO). Helder Bar-balho (PA) não lidera, mas tem chance. Todos do PMDB.

Mão na taçaNo Espírito Santo, Paulo

Hartung (PMDB) lidera com folga espantosa, em relação ao rival Renato Casagrande (PSB), o atual governador.

Aero-corrupaChegam a ser engraçados

os codinomes utilizados pe-los envolvidos no escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato. Há emis-sários batizados de “Gran-dão” e “Careca”, que faziam o transporte do dinheiro sujo, em jatos, para o exterior e de lá para o Brasil.

RigidezUma das empreiteiras in-

vestigadas pela Policia Fe-deral na Operação Lava Jato também tem nome esquisito: Rigidez. Nome que certamen-te não foi inspirado na ati-tude eticamente rígida dos responsáveis.

Figurões na escutaA Operação Lava Jato leva

pânico a vários fi gurões do Paraná que aparecem em escutas, ora em conversas indecorosas com o mega-doleiro Alberto Youssef, ora com o deputado André Var-gas (ex-PT).

Lula candidato?Os aliados do governo no

Nordeste, inclusive petistas, estão se lixando para a can-didatura de Dilma à reeleição. Nem usam sua imagem, nem pedem votos para ela. Só querem saber de Lula.

PT lipoaspiradoO PT deve eleger a 2ª maior

bancada de deputados fede-rais, segundo políticos ex-perientes. A Operação Lava Jato inibiu o “caixa 2” e Dilma não abriu o cofre. O PMDB sairá das urnas com a maior bancada.

Propaganda enganosaO Itaú anunciou redução

para 0,99% ao mês os ju-ros do financiamento de veículos, até o dia 10. No rodapé do anúncio, em le-tras miúdas, a real: a taxa soma 12,55% ao ano, mas, somadas tarifas e otras co-sitas, vai a 27,66%, mais que o dobro. E 27,66% ao ano são 2,06% ao mês.

VassalagemAo atacar Marina Silva

(PSB), apostando na sua “der-rubada”, caso eleita, o gover-nador do Ceará, Cid Gomes (Pros), prestava vassalagem à presidenta Dilma. Na visita a Fortaleza, ela desabafou que não se sentia bem ata-cando Marina. Ele se pronti-fi cou a fazer o serviço.

DesconstruçãoOs ataques do ex-ministro

Ciro Gomes a Marina fazem parte do “pacote” oferecido à presidente Dilma pelo irmão governador. Até se dispôs a percorrer o país tentando “desconstruir” a candidata do PSB.

Últimos a saberSe Lula demitiu Cristovam

Buarque da Educação por te-lefone e Dilma demitiu Guido Mantega pela imprensa, os ministros devem fi car ligados para não serem demitidos por sinais de fumaça.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Conversa de pescador

www.claudiohumberto.com.br

Nenhuma das negociações de hoje passa a ter credibilidade”

AÉCIO NEVES, sobre a demissão do ministro da Fazenda 4 meses antes de sair do cargo

Nos tempos de ditadura, dois can-didatos da Arena disputavam a pre-feitura de Conceição do Mato Den-tro (MG), onde vivia Chiquito, cabo eleitoral particularmente esperto. Na campanha, ele não hesitou em subir no palanque e pedir votos para Sebastião Soares, da Arena 2, mas uma semana depois lá estava ele no outro palanque, de José Mascarenhas, da Arena 1, implorando os votos dos conterrâneos. Um deles, curioso, questionou a repentina mudança. Chiquito não se fez de rogado:

- Eu não mudei, pesquei. Joguei o anzol no ceveiro do Soares, esperei e não deu peixe. Joguei no ceveiro do Mascarenhas, logo veio peixe.

DIVULGAÇÃO

Candidato declarou que uma das prioridades dele será o combate à violência contra idosos

Candidato ao governo apresentou suas propostas para o ramo da segurança pública e o combate ao tráfi co de drogas

Marcelo Ramos debate sobre segurança pública

O candidato ao gover-no Marcelo Ramos (PSB) participou do programa “Se-

gurança Agora”, da TV EM TEMPO, onde entre outros as-suntos falou sobre a questão da violência contra o idoso.

De acordo com o candidato, um governo tem que comba-ter todos os tipos de violên-cia, entretanto, salientou que existem grupos mais vulnerá-veis, como LGBT, mulheres, crianças e idosos. “Temos que reconhecer que esses grupos precisam de tratamento dife-renciado”, disse.

Num eventual governo, Marcelo Ramos salientou que os Distritos de Policia serão

t r a n s f o r -mados num Centro com ações trans-versais com psicólogos, a s s i s t e n -tes sociais e médicos, além de atender as famílias em casa. “Transformaremos os DIPs em centros de aten-ção aos idosos com intera-ção com as famílias”, afi rmou, completando que quando há violência contra os idosos as famílias também tem que ser tratadas.

Sobre segurança na fron-teira, Ramos avaliou que nas áreas internas das cidades

que fazem fronteira com ou-ros países, a obrigação de garantir segurança é do go-verno estadual e completou que o sistema penitenciá-rio no Amazonas precisa ser humanizado. “O preso entra num presídio e sai muito pior do que entrou porque não existem projetos para ele. No nosso governo investiremos em programas para fi car ocupado”, disse.

Também voltou a argumen-tar que o programa “Ronda no Bairro” não combate tráfi co de droga, crime organizado e homicídio e completou que o programa deve ser reformu-lado restabelecendo a sua ló-gica de polícia comunitária.

Dilma diz que não vai desempregar A presidente Dilma Rous-

seff afi rmou ontem que tem compromisso com a meta da infl ação, de 6,5%, mas que para isso não vai desempre-gar o “povo brasileiro”.

A presidente criticou aque-les que, segundo ela, sugerem que a pressão infl acionária pode ser causada pelo ple-no emprego. Na última sex-ta-feira, dia 5, o Instituto Brasileiro de Geografi a e

Estatística (IBGE), divulgou a infl ação dos últimos 12 meses, que chegou em 6,51% em agosto. O teto da meta é de 6,5%.

“Meu compromisso é com a meta de infl ação. Eu procura-rei sistematicamente buscar o centro da meta. Agora, para isso, não vou desempregar o povo brasileiro porque mui-tas vezes o que está por trás dessa discussão é: ‘vocês não

acham necessário desempre-gar um pouco, porque está muito alto o emprego? ”, disse a presidente.

“A verdade é que no período de mais ou menos nos 15 anos em que temos meta de infl ação, em nove anos sem-pre estivemos pouco acima do centro da meta. Nunca estivemos sistematicamente no centro, a não ser em três anos se não me engano”.

PROMESSA

ELEIÇÕES 2014 - 04.indd 4 5/9/2014 22:53:37

Page 5: Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

5MANAUS, DOMINGO, 7 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato faz visitas a comunidades do Médio Soli-mões.

EDUARDO BRAGA

Candidato pela manhã faz “adesivaço” da candidata Marina Silva na praia da Ponta Negra. À tarde, faz ca-minhada no município de Itacoatiara.

MARCELO RAMOS

Candidato não divulgou agenda.

HERBERT AMAZONAS

Candidato não divulgou agenda.

ABEL ALVES

Candidato faz caminhada em bairros da Zona Sul de Manaus.

JOSÉ MELO

Candidato não divulgou agenda.

CHICO PRETO

Candidato fará visita ao município de Presidente Figueiredo.

NAVARRO

Marina Silva diz ter vida ‘vasculhada’ por rivais Candidata socialista à Presidência diz que há quase CPIs paralelas informais fi scalizando sua vida em todos os lugares

A candidata do PSB à Presidência da Repú-blica, Marina Silva, disse que está sofren-

do “perseguição em todos os níveis” e que no momento “há quase que CPIs paralelas, in-formais vasculhando a minha vida em todos os lugares”.

A candidata deu a declara-ção ao ser questionada sobre palestras que proferiu. O tema levantado por reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, se-gundo a qual entre março de 2011 e junho de 2014 a candidata recebeu R$ 1,6 milhão em palestras, o que, conforme o jornal, foi mantido “em segredo” por Marina.

“Isso é um factóide que o PT está criando, é uma atitude lamentável, é uma verdadei-ra perseguição em todos os níveis. Neste momento tem quase que CPIs paralelas in-formais vasculhando a minha vida em todos os lugares mas eu tenho a consciência livre e tranquila com relação à minha honestidade”, afi rmou.

Marina disse ainda que os adversários estão “quase em desespero” e que, por serem “tão grandes e poderosos, conseguem ocupar todos os espaços para dizer inverdades a meu respeito”.

“O que está acontecen-do é que há uma situação quase que de desespero por parte dos meus adversários [...] Obviamente que eles são tão grandes e poderosos que conseguem ocupar todos os espaços para dizer inverdades a meu respeito. Eu não tenho a mesma estrutura que eles têm. A presidente Dilma tem 11 minutos de programa de tele-visão, o governador Aécio tem quase cinco. Eu tenho apenas dois minutos”, afi rmou.

AgronegócioNa entrevista, a candidata

também foi questionada sobre o agronegócio. Ela disse que

o país deve ter ganho de produção com aumen-to da pro-dutividade. A candidata afi rmou de-fendeu ain-da a agricultura sustentável.

“Nós queremos é incentivar, sim, a agricultura brasileira. Porque ela é muito importan-te para o nosso país e para o suprimento de alimento, a segurança alimentar, de boa parte do mundo. E o que nós queremos é com o investi-mento, com crédito, com o apoio à ciência e tecnologia, inovação, que a gente possa aumentar a produção por ga-nho de produtividade. Os re-gramentos para que se tenha uma agricultura sustentável em todos os aspectos devem ser observados”, disse.

Setor de energiaA candidata foi questio-

nada sobre críticas de que em sua gestão no Ministério do Meio Ambiente licencia-mentos ambientais demora-ram para serem liberados e que isso pode ter contribuído para uma crise no setor ener-gético. Marina negou que tenha atrasado licenciamen-tos e alegou ter saído do governo em 2008, por isso não pode ser responsabiliza-da por problemas que acon-tecem na gestão atual.

Ela também disse que falta “visão estratégica” ao governo ao não combinar diversos tipos de energia, como a eólica, a solar e a de biomassa. “O problema é que nós temos uma si-tuação em que a falta de visão estratégica está nos levando a poucas fontes de

relação. E quando não tem as chuvas, que não é culpa de ninguém, aí a gente fi ca na dependência apenas das termoelétricas tradicionais, que precisam ser acionadas para complementar o supri-mento de energia”, concluiu. “Quantos anos já fazem que eu saí? Os licenciamentos

mais difíceis foram dados durante a minha gestão. Quando eu cheguei no mi-nistério, existiam 40 hidrelé-tricas, 40 licenças que esta-vam paralisadas e algumas delas com questionamento do Ministério Público. [...] O setor elétrico é responsabili-dade dela há 12 anos, Como

chefe da Casa Civil e como presidente da República. Ela esteve nos espaços de po-der mais importantes para a agenda de energia. Como podem dizer que a respon-sável pelos problemas que têm no setor elétrico é uma pessoa que saiu do governo desde 2008?”, questionou.

Candidata diz que falta ‘visão estratégica’

Marina Silva disse que situação está sendo ocasionada por conta do desespero dos seus adversários no pleito deste ano

DIV

ULG

AÇÃO

DESESPERO Marina disse ainda que os adversários estão quase em desespero e que, por serem tão grandes e poderosos, conseguem ocupar todos os espaços para dizer inverdades ao seu respeito

ELEIÇÕES 2014 - 05.indd 5 5/9/2014 22:55:40

Page 6: Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

6 MANAUS, DOMINGO, 7 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Por delação premiada, 61 políticos são denunciadosEx-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa entregou à PF o nome de parlamentares que se benefi ciavam com a Petrobras

O ex-diretor da Petro-bras Paulo Roberto Costa deu o nome de 12 senadores,

49 deputados federais e um governador na parte de sua delação premiada que trata de políticos, segundo a repor-tagem apurou. Os envolvidos seriam de três partidos, ainda de acordo com a apuração da reportagem: PT, PMDB e PP. Costa dizia na cela em que está preso na Polícia Federal em Curitiba que não teria eleições neste ano se ele revelasse tudo o que sabe.

Os políticos receberiam, se-gundo Costa, 3% do valor dos contratos da Petrobras na épo-ca em que ele era diretor de distribuição da estatal, entre 2004 e 2012.

O depoimento chegou no co-meço desta semana ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que o ministro Teori Za-vascki homologue o acordo.

Redução de penaDelação premiada ou colabo-

ração com a Justiça é a fi gura jurídica que prevê a redução de pena quando um réu fornece informações que possam es-clarecer outros crimes.

Costa decidiu fazer uma de-lação premiada no último dia

22, depois que a Polí-cia Federal fez buscas em empre-sas de suas fi lhas, de seus gen-ros e de um amigo dele, todas no Rio de Janeiro. Em uma das empresas, a Po-lícia Federal encontrou indícios de que Costa tem mais contas no exterior.

Em junho, a Suíça comu-nicou às autoridades bra-sileiras que Costa e seus familiares tinham US$ 23 milhões em contas secretas naquele país. O ex-diretor havia negado à polícia que tinha recursos no exterior.

A existência das contas na Suíça foi o motivo alegado pelo juiz federal Sergio Moro para decretar a prisão de Costa pela segunda vez, em 11 de junho.

Costa também estava em pânico com a perspectiva de ser condenado a mais de 30 anos de prisão.

A delação do ex-diretor da Petrobras é sigilosa e o teor de todos os depoimentos não foi revelado até agora.

Operação Lava JatoA “Folha de S.Paulo” revelou

que a prioridade dos procura-dores da Operação Lava Jato era descobrir como o esquema de desvio na Petrobras ali-mentava políticos e como as empreiteiras operavam para fazer os recursos chegaram até os parlamentares.

Costa foi responsável pela obra mais cara da Petrobras, a refi naria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo preço fi -nal pode ultrapassar R$ 40 bilhões. Segundo a Polícia Federal, os contratos eram superfaturados e o sobrepre-ço era repassado pelas em-preiteiras ao doleiro Alberto Youssef. O doleiro, por sua vez, cuidaria da distribuição do suborno aos políticos.

EBC

Paulo Roberto Costa foi benefi ciado por ter relacionado políticos envolvidos com a Petrobras

DISTRIBUIÇÃOOs políticos receberiam, segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberta Costa, 3% do valor dos contratos da Petrobras na época em que ele era diretor de distribui-ção da estatal, entre 2004 e 2012

RIO

AD

OLF

O/A

DYE

L V

IEIR

A

Só não vale chutar na canela! Mas discutir propostas, programas de governo, dar respostas às demandas apresentadas pela

sociedade, discutir os problemas do nosso Estado e apontar as possíveis soluções, isso pode!

Por entender que o momento eleitoral é crucial para o futuro do Amazonas, a TV EM TEMPO/SBT, do Grupo Raman Neves de Comunicação, que será realizado dia 9 de setembro às 21h30, vai colocar José Melo (Pros), Eduardo Braga (PMDB), Marcelo Ramos (PSB), Chico Preto (PMN) e Abel Alves (Psol) frente à frente. Será uma oportunidade

única para que a sociedade conheça o potencial dos homens que querem governar o Amazonas. Eleição é coisa séria, debate também. Ao co-nhecer as propostas e perfi s dos candidatos em 2h30 de debate, o eleitor vai identifi car o seu potencial como gestor e suas qualidades, como a inteligência e a experiência.

Agende esse programa. Depois do Debate TV EMTEMPO/SBT, que terá como mediador o jorna-lista Marcelo Torres – âncora do Jornal do SBT –, você terá maior convicção para digitar o número de seu candidato e a tecla CONFIRMA!

ELEIÇÕES 2014 - 06.indd 6 5/9/2014 22:58:31

Page 7: Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

7MANAUS, DOMINGO, 7 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Aborto, maconha e religião segundo os presidenciáveisCandidatos à Presidência da República debatem assuntos controversos e dão sua opinião sobre temas polêmicos

REPR

OD

UÇÃ

O

CANDIDATOS SE POSICIONAM, OU NÃO, SOBRE TEMAS CONSIDERADOS CONTROVERSOS E POLÊMICOS

Com o início da cam-panha eleitoral, te-mas controversos passaram a fazer

parte do debate político e os candidatos são instados

a todo momento a se po-sicionar sobre polêmicas. Dez dos 11 candidatos à Presidência da Repúbli-ca falam sobre alguns as-suntos acalorados, como a

descriminalização da maco-nha, do aborto e o ensino religioso obrigatório.

Os candidatos também foram questionados sobre a redução da maioridade

penal, o fi m da reeleição, a ampliação do Bolsa Família, a diminuição do número de ministérios e aspectos da economia como a reforma tributária, a meta de infl ação

ideal e a independência do Banco Central.

As respostas foram colo-cadas em ordem alfabética pelo nome do candidato. O candidato Rui Costa Pimen-

ta (PCO) ainda não havia res-pondido à solicitação de entrevista até a publicação desta reportagem.

Aécio Neves (PSDB) É contra.“Sou a favor da legislação atual, sem mudanças”, afi r-mou o tucano em entrevista a uma revista em junho de 2013.

Aécio Neves (PSDB) É contra.A posição difere daquela adotada por FHC, seu pa-

drinho político.

Aécio Neves (PSDB) Não se pronunciou sobre o assunto.

» Descriminalização do aborto

Pesquisa com 10 dos 11 candidatos à Presidência da República responderam questões consideradas polêmicas e que são controversas entre os eleitores brasileiros

» Descriminalização da maconha » Ensino religioso obrigatório

Dilma Rousseff (PT) É contra.“Defendo a manutenção da legislação atual sobre o

assunto”, afi rmou em 2010, quando era candidata ao Planalto.

Dilma Rousseff (PT) Afi rmou ser contra nas eleições de 2010, quando era candidata. Na campanha atual, não se pronunciou.

Dilma Rousseff (PT) Não se pronunciou sobre o assunto.

Marina Silva (PSB) Afi rma “não defender” a des-criminalização do aborto, mas diz ser favorável à realização de um plebiscito sobre o tema.

Marina Silva (PSB) Pessoalmente, se diz contrária ao uso da maconha. Apesar disso, defende a realização de plebiscitos para que a população se posicione sobre a possibilidade de descriminalização da droga.

Marina Silva (PSB) Embora, na campanha presidencial de 2010, tenha defendido o ensino religioso nas escolas, atualmente se coloca contrária à obrigatoriedade. “Tive 16 anos de atividade parlamentar e ninguém me viu apresentar nenhum projeto de lei defendendo a religião; respeito o Estado laico”.

Eduardo Jorge (PV) É a favor. Defende a legalização do aborto, estabelecendo regras e limites de

idade gestacional. “Não estimulamos a prática do aborto, pois ele sempre é traumático para a mulher... Porém, não podemos ignorar essa realidade de muitas mulheres que por algum motivo recorrem a ele a cada ano. Não concordamos em criminalizá-las”, diz o programa de governo do PV.

Eduardo Jorge (PV) É a favor. Defende a legalização da maconha para uso medicinal e

recreativo, outras drogas mais pesadas devem ter estratégias para reduzir os danos de uso. Acredita que o uso da maconha deve ser tratado como o uso do tabaco e do álcool.

Eduardo Jorge (PV) É contra.“O Estado brasileiro é laico. Proponho ensino da história

das religiões como um exercício de tolerância e respeito à diversidade. Deus está onde o amor está (Tolstói)”.

Eymael (PSDC) É contra.“A posição da democracia cristã é a manutenção das três

hipóteses que hoje existem (para o aborto): o estupro, o perigo de vida [para a mulher] e o feto destituído de cérebro”.

Eymael (PSDC) É contra.“[A descriminalização] é um equívoco. A maconha é a porta

de entrada da droga”.

Eymael (PSDC) Para ele, deve ser seguida a Constituição. “A Constituição diz que é possível. [Mas] não obrigatório”.

José Maria (PSTU) É contra. José Maria (PSTU) A favor. José Maria (PSTU) É contra. “A escola tem que ser laica”, diz.

Levy Fidelix (PRTB) É contra.“Sou a favor que a legislação permaneça como está. Hoje é

permitido fazer aborto em casos de anencefalia, risco de vida [à mãe]. No caso de estupro, não. Violenta o moral dela, mas não [pode] matar a criança”.

Levy Fidelix (PRTB) É contra.“Maconha? Pra mim, maconheiro, prendia todos. Todo mun-

do.”

Levy Fidelix (PRTB) A favor.“Tem que ter. Agora, naturalmente que não sou a favor que

seja apenas pela maioria (religiosa). Hoje a Igreja Católica tem cerca de 70% dos brasileiros, nós temos os evangélicos... Deve se permitir que, dentro do colégio, a pessoa opte, digamos, pela sua fé”.

Luciana Genro (PSOL) A favor. “Eu vejo que a gente precisa descriminalizar, para quê? Para

acabar com essa hipocrisia e possibilitar uma discussão franca sobre o tema da maternidade, da contracepção”.

Luciana Genro (Psol) A favor. “Nós achamos que o primeiro passo, no sentido de se acabar

com essa guerra às drogas que na verdade se transformou em guerra aos pobres, é a descriminalização da maconha porque a maconha é uma droga que causa tão mal quanto o álcool e o cigarro e deve ser tratada no mesmo patamar”.

Luciana Genro (Psol) Não se pronunciou sobre o assunto.

Mauro Iasi (PCB) É favorável. ”O aborto é um direito da mulher. Dessa forma, ele deve ser

realizado na rede pública de saúde”.

Mauro Iasi (PCB) É favorável. “Quem acaba sofrendo com a criminalização é exatamente

a população pobre”.

Mauro Iasi (PCB) É contra. Pois acredita que, em uma sociedade socialista, o Estado

deve ser totalmente laico.

Pastor Everaldo Pereira (PSC) É contra. “Defendo os princípios cristãos, defendo a vida a partir da con-

cepção, e sou a favor de todas as leis civis e penais que defendam o direito à vida. A criminalização do assassinato de vida intrauterina é tão importante quanto a criminalização do assassinato de vida extrauterina. As exceções que hoje constam no direito brasileiro já são mais do que sufi cientes para regular a questão”.

Pastor Everaldo Pereira (PSC) Não respondeu diretamente. Disse que “devemos reforçar o combate ao tráfi co e ao consumo de

drogas, pois está comprovado cientifi camente que essas substâncias criam dependência química, distúrbios psicológicos e até psiquiátricos. Mais do que se preocupar com a descriminalização da maconha, o desgoverno atual deveria se preocupar com o crescimento do tráfi co de drogas e a explosão de cracolândias”.

Pastor Everaldo Pereira (PSC) É contra. “Somos a favor da descentralização do ensino público e liberdade

educacional, respeitando-se um conteúdo onde o foco, nos ensinos fundamental e médio, deva ser o ensino de língua portuguesa e matemática. Escolas que tenham interesse em oferecer ensino religioso devem ser livres para fazê-lo, sem obrigatoriedade, mas com liberdade”.

ELEIÇÕES 2014 - 07.indd 7 5/9/2014 23:01:01

Page 8: Eleições 2014 - 7 de setembro de 2014

8 MANAUS, DOMINGO, 7 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz, Rapahel Lobato eAssessorias

REVISÃODernando Monteiro e João Alves

DIAGRAMAÇÃOMarconos Freire, Klinger Santiago, Marcelo Robert e Mário Henrique Silva

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

‘Guerra dos artistas’ entranos bastidores da políticaDilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) tentam explorar o apoio das classes artísticas e intelectuais

Rapper Rappin’ Hood já declarou seu voto em Dilma Rousseff Zezé Di Camargo demonstrou que irá votar em Aécio Neves Marina Silva tem o apoio do ator da rede Globo, Caio Castro

Os candidatos à Presi-dência Dilma Rousse-ff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves

(PSDB) deram início à “guerra dos artistas”. Começaram a ex-plorar o apoio das classes artísti-ca e intelectual às suas candida-turas nas redes sociais, em atos de campanha e até no programa eleitoral. Os petistas preparam um evento político com famosos no Rio de Janeiro, previsto para o dia 15 de setembro, e devem contar também com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os convites já começa-ram a ser feitos, mas ainda não há confi rmações.

Na corrida presidencial deste ano, já declararam publicamente apoio a Dilma personalidades como o teólogo Leonardo Boff , o cantor Otto, o cartunista Ziraldo, o cineasta Jorge Furtado e os atores José de Abreu e Henry Castelli. Aécio Neves já adotou estratégia mais agressiva e exi-biu em seu programa eleitoral de TV na quinta-feira (4) um video-clipe com cantores famosos en-toando jingle de sua campanha.

Estrelam: Zezé Di Camargo com a fi lha Wanessa, Chitãozinho e Xororó, Renato Teixeira, Chrys-tian (da dupla com Ralf), inte-grantes da banda Skank, Beto Guedes, Cris do Morro, Velha Guarda da Mangueira e outros. E cantam: “A força que o Brasil precisa, chamou / Aé, Aé, Aécio, eu vou”. A ideia dos marqueteiros do PSDB é dar roupagem mais pop aos programas de rádio e TV, que devem exibir imagens de apoiadores incensados ao menos duas vezes por semana. Em março deste ano, foi veicu-lada uma série de vídeos em homenagem ao aniversário do candidato com manifestações, inclusive, do jogador Ronaldo.

Os ‘marineiros’Desde 2010, Marina Silva con-

tou com forte apoio de artistas, o que ajudou a disseminar sua candidatura, que tinha menos de um minuto de propaganda eleitoral. Agora, já exibe em suas redes sociais a adesão dos can-tores Caetano Veloso, Lenine e Adriana Calcanhoto e do ator Caio Castro, por exemplo.

O Grupo de Articulação Par-lamentar Pró-Música (Gap), formado por nomes como Frejat, Leoni, Ivan Lins e Fer-nanda Abreu, enviou esta se-mana aos candidatos à Pre-sidência da República uma carta aberta com propostas à política cultural defendida nos programas de governo de cada um. Acusando os candi-datos de silenciar sobre seus respectivos projetos para a cultura na campanha feita até o momento, os artistas e produtores que assinam o do-cumento pedem a aprovação da PEC 150; o cumprimento da lei 11.769/2008, que de-termina o ensino da música nas escolas; a criação de um Instituto Brasileiro de Direi-tos Autorais (IBDA) e de uma Agência Nacional da Música; a ampliação de programas de fomento para a música;

a reforma da Lei Rouanet; entre outras propostas.

“Até agora, nenhum can-didato falou sobre suas pro-postas para a cultura, o que é muito preocupante. Nossa intenção é justamente que eles falem, que apresentem seu pensamento em relação a questões fundamentais como o Direito Autoral ou Lei Rouanet”, argumentou Frejat, sobre os motivos que levaram os músicos a formu-lar o documento. “Queremos fazer isso também na esfera estadual. É importante deixar claro que o grupo não vota fechado, mas nós já estamos há um bom tempo atuando junto ao Estado para defen-der nossas posições.

Até o momento, nenhum candidato se manifes-tou em relação à carta”, disse o cantor.

Artistas enviam carta pública

FOTO

S: D

IVU

LGAÇ

ÃO

Frejat encabeça organização em apoio aos artistas no país

ELEIÇÕES 2014 - 08.indd 8 5/9/2014 23:29:51