Eleições 2014 - 19 de agosto de 2014

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Especial MANAUS, TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Propaganda eleitoral será estratégica nesta eleição Veiculação que inicia hoje em todo país será o mote de arrancada para alavancar as campanhas dos candidatos no AM DIVULGAÇÃO D ada a largada para veiculação da pro- paganda eleitoral na TV e rádio, que inicia hoje, os principais candidatos ao governo nestas eleições veem o novo momento da campanha como importante ciclo para fortalecer estra- tégias rumo à conquista do eleitorado amazonense. Só para os candidatos ao go- verno serão no total, 21 dias de conteúdo eleitoral dissemi- nado na mídia, em 40 minutos todas as quartas, sextas e segundas-feiras. Até o dia 2 de outubro, os candidatos terão apresentado 1,6 mil minutos de propaganda. Dono da maior fatia do tem- po para veiculação, o senador Eduardo Braga (PMDB) deverá exibir propostas carros-chefe do seu programa de governo, em visual moderno, projetan- do a imagem de uma adminis- tração arrojada. Assessores do peemedebista apostam na dedicação de trechos da propaganda para explorar problemas em setores da ad- ministração do ex-governador Omar Aziz (PSD), desgastando a imagem do rival, o governa- dor José Melo (Pros). Pelo menos quatro peças do programa peemedebista já passaram pela aprovação do coordenador de marke- ting do senador, o publicitá- rio Carlos Colonesse, mentor dos blocos 7 minutos e 41 segundos de Braga. Segundo o secretário-geral do PMDB, Miguel Capobiango, a exibi- ção de problemas da gestão anterior é natural. “Mostrar isso (os problemas) trará a tese dos trabalhos que propo- mos. Mostrar o quadro atual é importante para explicar o caminho certo a ser seguido”, disse ele. Alertado por pesquisas in- ternas da necessi- dade de ampliar o conhe- cimen- to entre eleitores amazo- nenses, o governador José Melo (Pros) deverá dedicar grande fatia do tempo de 6 minutos e 41 se- gundos em uma apresentação pessoal. A campanha do go- vernador levou para as peças os mantras de que o candidato é natural do interior, filho de seringueiro e professor, estra- tégia presente em eventos do bloco como aposta de aproxi- mação ao eleitorado. Assessores de José Melo confirmaram que duas peças já foram finalizadas pelo mar- queteiro oficial da campanha, o nordestino Raimundo Lue- dy. A propaganda do gover- nador terá forte presença do candidato ao Senado Omar Aziz, que terá programas em- placados no governo desta- cados nas peças veiculadas. Interlocutores do governador apostam que a constante as- sociação é benéfica para o candidato, visto a boa apro- vação do governo Omar e a sua liderança nas pesquisas de intenção de votos. A largada da campanha do deputado Marcelo Ramos (PSB) na TV e rádio passa agora por ajustes de última hora devido ao falecimento do ex-presidenciável do partido, Eduardo Campos. O deputado deverá exibir uma homena- gem ao pernambucano, vítima de um acidente aéreo na últi- ma semana. A campanha deve ainda reproduzir peças em que Ramos figurava ao lado de Campos e da provável candi- data do partido, Marina Silva, gravadas durante a passagem de ambos pelo Amazonas no início deste ano. RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO Programa eleitoral inicia hoje no rádio e na televisão em todo país. Programação deverá seguir até o dia 2 de outubro Rádio TV Terça, quinta e sábado Quarta, sexta e segunda- feira Às 6h e às 11h Às 12h e às 19h30 Presidente e depu- tados federais Governador, sena- dor e deputados estaduais HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO O sociólogo, cientista po- lítico e professor do depar- tamento de ciências sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcelo Seráfico, afirmou que acredi- ta que a campanha de José Melo e Eduardo Braga na TV e rádio terá dificuldades em sustentar embates, visto o histórico de ambos, ante- riormente aliados. Já na cam- panha da oposição, Seráfico acredita que a aposta será na exploração de problemas clássicos do Estado. “A polarização entre Melo e Braga terá dificuldades em apresentar críticas, sem se desvincular do passado aliado. Eles vão centrar os embates em críticas geren- cialistas, não há como pas- sar disso. Já a oposição, irá surfar na temática da falta de crescimento do Estado desde a entrada deste grupo no poder, na década de 80. A oportunidade da TV e rá- dio e de falar com o público maior e aumentar o eco da exposição”, afirmou. Melo e Braga terão dificuldades, diz analista O horário eleitoral gratui- to, na verdade, não é gratuito – não para os eleitores, pelo menos. A legislação eleito- ral garante às emissoras de rádio e TV que veiculam os programas partidários uma isenção fiscal de 80% do valor que as empresas re- ceberiam caso vendessem o espaço para a publicidade, o que corresponde a cerca de R$ 840 milhões, de acordo com o levantamento da ONG Contas Abertas. Cada eleitor paga cerca de R$ 5,90 em impostos para assistir ao horário eleitoral. O cálculo feito pela Contas Abertas leva em considera- ção a perspectiva nacional. No Amazonas, no entanto, não é possível saber o valor do impacto dessa isenção no bolso dos eleitores. A assessoria do Tribunal Re- gional Eleitoral (TRE-AM) afirmou que o órgão “não tem nenhum interesse” na contabilização do impacto da isenção, visto que é uma previsão em lei. Já a presiden- te da corte, desembargadora Socorro Guedes, afirmou que o benefício contribui no pro- cesso eleitoral. “Na verdade o que tem é uma regulamentação da isenção, que é a contrapar- tida que a Justiça Eleito- ral dá para as emissoras. Não posso precisar valores porque essa informação eu não tenho nesse momento. O importante é sabermos que os meios de comunicação recebem do Estado a possi- bilidade de entrar nas nossas casas, participar da vida em sociedade e são chamados a colaborar e assim o fazem”, afirmou Guedes. Eleitores pagam para assistir à programação Analistas políticos ouvidos pela reportagem afirmam que a associação de Ramos com a figura do ex-candidato poderá estender a comoção em torno da tragédia a cam- panha local do candidato. Na primeira pesquisa Datafolha após o acidente, divulgada ontem, Marina Silva aparece com 21% das intenções de votos, empatada com Aécio Neves (PSDB). Os comitês nacionais, no entanto, não apostam que o clima de co- moção possa perdurar. No bloco de candidatos com menos de um minuto de propaganda, a aposta será alternar peças com as principais propostas de go- verno. A dinâmica deverá ser adotada pelo candidato do PMN, deputado Chico Preto, e os candidatos Luiz Navar- ro (PCB), Herbert Amazonas (PSTU) e Abel Alves (Psol). O tempo de cada partido e coligação é calculado a partir do número de repre- sentantes de cada partido na Câmara Federal. Porém, há um tempo mínimo desti- nado para cada candidato. Na manhã de ontem, o TRE deu abertura à audiência para a verificação de foto- grafias e dados dos candi- datos que constarão na urna eletrônica. Cada candidato pode conferir o nome para urna, o cargo, o número, o partido, o sexo e a fotografia. Na ocasião, os candidatos ou seus representantes te- rão oportunidade de conferir estes dados. Ontem também foi inaugurada a sala de edi- ção dos programas eleitoral dos partidos, coligações e candidatos, na sede do Tribu- nal. A ilha deverá concentrar a administração das peças de propaganda, reduzindo a possibilidade de eventuais falhas de exibição. Nanicos driblam curto tempo Horário local ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 18/8/2014 21:31:23

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

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Propaganda eleitoral será estratégica nesta eleiçãoVeiculação que inicia hoje em todo país será o mote de arrancada para alavancar as campanhas dos candidatos no AM

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Dada a largada para veiculação da pro-paganda eleitoral na TV e rádio, que inicia

hoje, os principais candidatos ao governo nestas eleições veem o novo momento da campanha como importante ciclo para fortalecer estra-tégias rumo à conquista do eleitorado amazonense. Só para os candidatos ao go-verno serão no total, 21 dias de conteúdo eleitoral dissemi-nado na mídia, em 40 minutos todas as quartas, sextas e segundas-feiras. Até o dia 2 de outubro, os candidatos terão apresentado 1,6 mil minutos de propaganda.

Dono da maior fatia do tem-po para veiculação, o senador Eduardo Braga (PMDB) deverá exibir propostas carros-chefe do seu programa de governo, em visual moderno, projetan-do a imagem de uma adminis-tração arrojada. Assessores do peemedebista apostam na dedicação de trechos da propaganda para explorar problemas em setores da ad-ministração do ex-governador Omar Aziz (PSD), desgastando a imagem do rival, o governa-dor José Melo (Pros).

Pelo menos quatro peças do programa peemedebista já passaram pela aprovação do coordenador de marke-ting do senador, o publicitá-rio Carlos Colonesse, mentor dos blocos 7 minutos e 41 segundos de Braga. Segundo o secretário-geral do PMDB, Miguel Capobiango, a exibi-ção de problemas da gestão anterior é natural. “Mostrar isso (os problemas) trará a tese dos trabalhos que propo-mos. Mostrar o quadro atual é importante para explicar o caminho certo a ser seguido”, disse ele.

Alertado por pesquisas in-

ternas da n e c e s s i -dade de a m p l i a r o conhe-c i m e n -to entre eleitores a m a z o -nenses, o governador José Melo (Pros) deverá dedicar grande fatia do tempo de 6 minutos e 41 se-gundos em uma apresentação pessoal. A campanha do go-vernador levou para as peças os mantras de que o candidato é natural do interior, fi lho de seringueiro e professor, estra-tégia presente em eventos do bloco como aposta de aproxi-mação ao eleitorado.

Assessores de José Melo confi rmaram que duas peças já foram fi nalizadas pelo mar-queteiro ofi cial da campanha, o nordestino Raimundo Lue-dy. A propaganda do gover-nador terá forte presença do candidato ao Senado Omar Aziz, que terá programas em-placados no governo desta-cados nas peças veiculadas. Interlocutores do governador apostam que a constante as-sociação é benéfi ca para o candidato, visto a boa apro-vação do governo Omar e a sua liderança nas pesquisas de intenção de votos.

A largada da campanha do deputado Marcelo Ramos (PSB) na TV e rádio passa agora por ajustes de última hora devido ao falecimento do ex-presidenciável do partido, Eduardo Campos. O deputado deverá exibir uma homena-gem ao pernambucano, vítima de um acidente aéreo na últi-ma semana. A campanha deve ainda reproduzir peças em que Ramos fi gurava ao lado de Campos e da provável candi-data do partido, Marina Silva, gravadas durante a passagem de ambos pelo Amazonas no início deste ano.

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

Programa eleitoral inicia hoje no rádio e na televisão em todo país. Programação deverá seguir até o dia 2 de outubro

RádioTV

Terça, quinta e sábado

Quarta, sexta e segunda-

feira

Às 6h e às 11hÀs 12h e às 19h30Presidente e depu-tados federaisGovernador, sena-dor e deputados estaduais

HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO

O sociólogo, cientista po-lítico e professor do depar-tamento de ciências sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcelo Seráfi co, afi rmou que acredi-ta que a campanha de José Melo e Eduardo Braga na

TV e rádio terá difi culdades em sustentar embates, visto o histórico de ambos, ante-riormente aliados. Já na cam-panha da oposição, Seráfi co acredita que a aposta será na exploração de problemas clássicos do Estado.

“A polarização entre Melo e Braga terá difi culdades em apresentar críticas, sem se desvincular do passado aliado. Eles vão centrar os embates em críticas geren-cialistas, não há como pas-sar disso. Já a oposição, irá

surfar na temática da falta de crescimento do Estado desde a entrada deste grupo no poder, na década de 80. A oportunidade da TV e rá-dio e de falar com o público maior e aumentar o eco da exposição”, afi rmou.

Melo e Braga terão difi culdades, diz analista

O horário eleitoral gratui-to, na verdade, não é gratuito – não para os eleitores, pelo menos. A legislação eleito-ral garante às emissoras de rádio e TV que veiculam os programas partidários uma isenção fi scal de 80% do valor que as empresas re-ceberiam caso vendessem o espaço para a publicidade, o que corresponde a cerca de R$ 840 milhões, de acordo

com o levantamento da ONG Contas Abertas. Cada eleitor paga cerca de R$ 5,90 em impostos para assistir ao horário eleitoral.

O cálculo feito pela Contas Abertas leva em considera-ção a perspectiva nacional. No Amazonas, no entanto, não é possível saber o valor do impacto dessa isenção no bolso dos eleitores. A assessoria do Tribunal Re-

gional Eleitoral (TRE-AM) afi rmou que o órgão “não tem nenhum interesse” na contabilização do impacto da isenção, visto que é uma previsão em lei. Já a presiden-te da corte, desembargadora Socorro Guedes, afi rmou que o benefício contribui no pro-cesso eleitoral.

“Na verdade o que tem é uma regulamentação da isenção, que é a contrapar-

tida que a Justiça Eleito-ral dá para as emissoras. Não posso precisar valores porque essa informação eu não tenho nesse momento. O importante é sabermos que os meios de comunicação recebem do Estado a possi-bilidade de entrar nas nossas casas, participar da vida em sociedade e são chamados a colaborar e assim o fazem”, afi rmou Guedes.

Eleitores pagam para assistir à programação

Analistas políticos ouvidos pela reportagem afi rmam que a associação de Ramos com a fi gura do ex-candidato poderá estender a comoção em torno da tragédia a cam-panha local do candidato. Na primeira pesquisa Datafolha após o acidente, divulgada ontem, Marina Silva aparece com 21% das intenções de votos, empatada com Aécio Neves (PSDB). Os comitês nacionais, no entanto, não apostam que o clima de co-moção possa perdurar.

No bloco de candidatos com menos de um minuto de propaganda, a aposta será alternar peças com as principais propostas de go-verno. A dinâmica deverá ser adotada pelo candidato do PMN, deputado Chico Preto, e os candidatos Luiz Navar-ro (PCB), Herbert Amazonas (PSTU) e Abel Alves (Psol). O tempo de cada partido

e coligação é calculado a partir do número de repre-sentantes de cada partido na Câmara Federal. Porém, há um tempo mínimo desti-nado para cada candidato.

Na manhã de ontem, o TRE deu abertura à audiência para a verifi cação de foto-grafi as e dados dos candi-datos que constarão na urna eletrônica. Cada candidato pode conferir o nome para urna, o cargo, o número, o partido, o sexo e a fotografi a. Na ocasião, os candidatos ou seus representantes te-rão oportunidade de conferir estes dados. Ontem também foi inaugurada a sala de edi-ção dos programas eleitoral dos partidos, coligações e candidatos, na sede do Tribu-nal. A ilha deverá concentrar a administração das peças de propaganda, reduzindo a possibilidade de eventuais falhas de exibição.

Nanicos driblam curto tempo

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2 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Braga fi rma compromisso com a PM nas redes sociaisSenador usou as redes sociais para desmentir boato de que os policiais seriam desvalorizados caso seja eleito governador

O senador Eduardo Braga, candidato ao governo do Amazo-nas, postou no do-

mingo (17), em todas as suas redes sociais, um vídeo no qual fi rma um compromisso com a Polícia Militar do Amazonas. Utilizando os mesmos canais que seus adversários escolhe-ram para disseminar o boato de que a Polícia Militar (PM) será desvalorizada, caso ele seja eleito, Braga não apenas desmentiu o que foi inventado sobre ele, como se compro-meteu a valorizar e resgatar a imagem da PM no Estado. Para conferir o vídeo, basta acessar o link www.youtube.com/watch?v=haE0t362Z10.

No vídeo, Eduardo Braga la-menta o fato de que, em época de campanha, surjam tantas fofocas, mentiras e boatos nas redes sociais e desmente que vá perseguir os policiais militares, se for eleito. “Soldado, praça, cabo, sargento da Polícia Mili-tar, eu tenho um compromisso com você”, afi rma.

Braga também lembra que realizou a promoção de policiais militares quando foi governa-dor. “Existiam soldados que estavam esperando há mais de 20 anos por uma promoção para ser cabo. Tinha cabo há 18 anos esperando para ser pro-movido a sargento; sargento que esperava há décadas para ser subtenente. E eu fi z isso no meu governo”, disse.

O senador credita a seus adversários a disseminação do boato nas redes sociais. “Ago-ra, às vésperas das eleições, os meus adversários, depois de

terem fi ca-do quase 5 anos no governo e não faze-rem a valo-rização do so l dado , do praça, do cabo, só para tentar te enganar e mexer com teu voto, estão querendo espalhar uma men-tira de que, se eu for governa-dor, eu não vou prestigiar os soldados, cabos e sargentos

da PM”, afi rma no vídeo.

CompromissosEduardo Braga aproveita para

fi rmar com os policiais militares um compromisso de valorização e resgate da autoestima e ima-gem positiva da Polícia Militar do Amazonas. “Eu não apenas vou valorizar você, como vou valorizar toda a PM. Vou resgatar a credi-bilidade de uma instituição que precisa ser respeitada como uma polícia cidadã e uma polícia justa e honesta”, afi rma, ao se dirigir diretamente aos policiais e fi rmar um compromisso com eles.

MENTIRASNo vídeo, Braga la-menta o fato de que, em época de campa-nha, surjam tantas fofocas, mentiras e bo-atos nas redes sociais e desmente que vá perseguir os policiais militares, se for eleito

Senador e candidato ao governo do Amazonas, Eduardo Braga usou as redes sociais para tranquilizar os policiais do Estado

Melo afi rmou que sua meta no governo é explorar novas bases econômicas no Estado e promover inovação nas políticas públicas

Melo apresenta propostas para mobilidade urbana

Desenvolvimento econô-mico, infraestrutura logística e mobilidade urbana foram destaques na entrevista do governador e candidato à re-eleição José Melo (Pros) para uma rádio local, ontem (18). Abrindo a série de entrevistas da emissora com os majori-tários, Melo afi rmou que sua meta no governo é explorar novas bases econômicas no Estado, promover inovação nas políticas públicas e fazer um governo mais técnico e menos político.

Candidato da coligação Fa-zendo Mais Por Nossa Gente, com Henrique Oliveira (SD) como vice-governador e Omar Aziz (PSD) concorrendo ao Se-nado, José Melo disse que a prorrogação da Zona Fran-ca de Manaus até 2073 e o fi m da guerra fi scal com São Paulo criam o ambiente ideal para explorar outras bases econômicas no Estado, como as riquezas minerais. “Temos ainda uma farmacopeia, fru-tas que podem se transformar em produtos, riquezas imen-sas, frisou.

No último mês, Melo entrou em acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e conseguiu encerrar a guerra fi scal que onerava a entrada de produtos oriundos da ZFM na maior economia do país. Com isso, São Paulo reduziu a

alíquota do ICMS de 18% para 12%. Segundo o governador, a expectativa é que a nova fase, somada ao ambiente da prorrogação do modelo, gere crescimento em torno de 70% na economia do Polo Industrial de Manaus, com atração de novas empresas e a diversifi cação da matriz das fábricas instaladas. “Es-sas vitórias deram novo ânimo para a Zona Franca e a con-sequência é que virão muitos recursos. Vamos aplicá-los em Ciência e Tecnologia para ter uma base tecnológica forte e criar uma Zona Franca que venha das nossas riquezas regionais”, defendeu.

Visita à fábrica do PIM Em seu segundo encontro

com a classe trabalhadora do Polo Industrial de Manaus, ontem, Melo conversou com trabalhadores da empresa Elgin Industrial da Amazônia, especializada na fabricação de condicionadores de ar. Ele foi recebido pela direção da empresa e cumprimentou um a um os trabalhadores. Na semana passada, José Melo tomou café da manhã com operários da empresa Ama-zon Postes para apresentar sua plataforma de governo em áreas como saúde, educação, segurança pública, cultura e desenvolvimento econômico.

ENTREVISTA

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3MANAUS, TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

O candidato, pela manhã, participa de atividades em Brasília e no fi m da tarde realiza caminhada na Zona Norte.

EDUARDO BRAGA

Candidato participa em Brasília de uma missa em me-mória ao presidente do seu partido Eduardo Campos.

MARCELO RAMOS

Candidato fará gravação do programa eleitoral.

HERBERT AMAZONAS

Candidato está viajando de barco para o município de Coari, onde deverá fazer caminhada na cidade, na tarde de hoje.

ABEL ALVES

Candidato cumpre agenda administrativa como go-vernador pela manhã. Ao meio-dia faz gravação para o programa eleitoral. Às 13h30 vai a sede do TRE para conferência de dados eleitorais nas urnas e no restante da tarde concede entrevistas para emissoras locais.

JOSÉ MELO

Candidato concede entrevista para uma rádio local às 7h. Em seguida vai para Assembleia Legislativa do Amazonas. Depois fará uma caminhada no bairro da Compensa 2. Às 15h participa de um debate político e faz caminhada no bairro Mauzinho.

CHICO PRETO

Candidato não divulgou agenda até o fechamento desta edição.

NAVARRO

Projetos não são votados por falta de vereadoresNa sessão de ontem, quatro projetos de lei foram tirados de pauta porque os propositores não estavam no plenário

Quatro projetos de lei não foram votados ontem, na Câmara Municipal de Manaus

(CMM), porque os vereadores que apresentaram as propostas estavam ausentes do parla-mento durante a sessão ple-nária. Esta medida, de caráter disciplinar, vem sendo adotada pela mesa diretora da CMM para evitar que os vereadores apenas registrem presença no painel eletrônico e não partici-pem das discussões.

Um dos projetos de lei retira-dos da pauta foi à criação do programa educativo Pequeno Agricultor Sustentável, de au-toria do vereador Massami Miki (PSL). O parlamentar, on-tem, registrou presença do painel eletrônico, discursou na tribuna, foi embora e não re-tornou mais ao plenário. Boa parte da sessão plenária foi conduzida pelo primeiro vice-presidente da CMM, vereador Sildomar Abtibol (Pros), pois o presidente da casa, vere-ador Bosco Saraiva (PSDB), também se ausentou. Sildo-

mar chamou três vezes os vereadores que estavam nos gabinetes para retornarem ao plenário. O corregedor, vereador Francisco Jornada (PDT), chamou a atenção dos parlamentares, por causa das constantes ausências, mas de nada adiantou. Apesar de o painel eletrônico apontar a presença de 41 vereadores, menos da metade estava presente no plenário.

“Estamos começando a agir dessa forma: se o vere-ador não estiver presente no plenário, seu projeto de lei, moção, requerimento ou indi-cação não entra na pauta do dia. Esse foi um acordo feito com o presidente e o vice-presidente da casa,” explicou o corregedor.

Terrenos para o CotamOntem, um dos projetos

votados pela casa foi o en-caminhamento para san-ção do prefeito Arthur Neto (PSDB) o Projeto de Lei (PL) nº 105/2014, que concede o direi-to de uso real de dois terrenos à Cooperativa de Consumo dos Taxistas Autônomos de Manaus (Cotam) para fi ns co-

merciais. De acor-do com a proposta, o Poder Executivo fi ca auto-rizado a conceder o direito real de uso de dois lotes a Cotam, no Dis-trito Industrial 1, um de 888,5 metros quadrados, na avenida Buriti, e outro com área de 602,48 metros quadrados, na avenida Manaus 2000.

As concessões se dão por meio do pagamento do per-centual de 5% incidente sobre o valor do terreno, de acordo com avaliação do município em cada um dos imóveis, de-vidamente atualizado e con-vertido em Unidade Fiscal do Município (UFM), a ser pago todos os anos pelo concessio-nário por prazo indetermina-do, conforme o inciso terceiro do artigo quarto da lei 1.322, de 12 de dezembro de 1977. Mesmo com a concessão do direito de uso do terreno, a área continua sendo proprie-dade do município. Para forçar os políticos a fi carem no plenário, só serão votados projetos dos vereadores presentes

ROBERVALDO ROCHA / CMM

Nejmi marca presença nas ruasEla chegou a ser bastante

cogitada para disputar um cargo político nas eleições deste ano. Entre a classe po-lítica e a população, a expec-tativa era a das maiores para saber se a ex-primeira-dama Nejmi Aziz iria entrar na dis-puta eleitoral, em decorrência da sua expressiva atuação na gestão do seu esposo, o ex-governador Omar Aziz

(PSD), candidato ao Senado Federal. O fato é que Nejmi não deixou a esperança ser frustrada, após ir para as ruas defender a bandeira da coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente.

Nejmi Aziz vem participan-do das caminhadas pelos bairros de Manaus, com Omar Aziz (PSD) e o governador José Melo (Pros), que dispu-

ta a reeleição ao governo do Amazonas. Ao lado dos candidatos, Nejmi se des-taca por bater de porta em porta e ter um diálogo mais longo com os moradores que aproveitam a oportunidade para expressar indignações, propor mudanças, e, também, reconhecer o papel da ex-pri-meira-dama, quando esteve à frente da presidência do

Fundo de Promoção Social e de importantes ações solidá-rias no Amazonas.

“É muito importante que a população venha conhecer as propostas políticas para que possam votar de ma-neira consciente e saber o que é melhor para seu futuro e, principalmente, para suas famílias”, disse a ex-primeira-dama do Estado.

CABO ELEITORAL

Nejmi tem sido importante peça de campanha nesta eleição

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MÁRCIA OLIVEIRAEquipe DO AGORA

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4 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Contribuinte banca maior parte das cam-panhas

Enquanto brasileiros re-agiam indignados ao “fi -nanciamento público de campanha”, discretamente os políticos engordaram o “fundo partidário”, abas-tecido com recursos do Tesouro. Em 2004, ao ser instituído, o fundo tirou R$ 124,8 milhões do bolso do contribuinte. Isso foi au-mentando até saltar de R$ 197 milhões, em 2010, para R$ 307,3 milhões em 2011. Em 2014, a previsão é que vai a R$ 364,3 milhões.

Rateio do butimDo total, 5% do fundo é ra-

teado entre todos os partidos registrados na Justiça Eleito-ral, e 95% conforme a votação para deputado federal.

Partidos cartoriaisVários partidos nanicos,

sem qualquer expressão elei-toral, são mantidos pelos seus “donos”, interessados apenas no fundo partidário.

Parte do leãoAté julho, os grandes par-

tidos embolsaram a “parte do leão” do fundo: PT (R$ 29,4 milhões), PMDB (R$ 21 milhões) e PSDB (R$ 19,9 milhões).

Sem voto, com granaNanicos não têm votos,

mas fazem festa com o fun-do: PTC (R$ 1,3 milhão), PRTB (R$ 773 mil), PSDC (R$ 618 mil) e PEN (R$ 531 mil).

Fecomércio-MG adquiriu imóveis superfaturados

Investigação de desvios e superfaturamento levaram a juíza Lucimeire Rocha, da Vara de Inquéritos Criminais de BH, a afastar o presidente do sistema Fecomércio-MG, Lázaro Gonzaga, e os direto-res do Sesc, Rodrigo Duarte, e do Senac, Luciano Fagun-

des, aliados do presidente da Confederação Nacional do Comércio, Antônio de Oliveira Santos. Também tiveram os bens bloqueados até o valor de R$ 50 milhões.

Tal qualO Sesc Nacional, de An-

tônio de Oliveira Santos, é acusado de pagar dez vezes mais por uma fazenda no Mato Grosso.

MP investigouA investigação na Feco-

mércio-MG foi iniciada em 2013 pelo promotor Eduardo Nepomuceno, de Defesa do Patrimônio Público de BH.

Tudo erradoAlém de comprar imóveis

sem avaliação ofi cial, a Fe-comércio-MG pagou R$ 30 milhões antecipadamente, antes do registro em car-tório.

Não é MarinaO novo presidente do PSB,

Roberto Amaral, continua dando pistas do seu descon-forto com a candidatura de Marina Silva. Disse ontem que Renata Campos, viúva de Eduardo, “é a maior liderança do PSB”.

Eleição nas redes sociaisO perfi l de Marina Silva

(PSB) no Facebook cresceu 300 mil curtidas, desde quinta passada; tem agora 1,1 mi-lhão de “likes”. Aécio Neves (PSDB) tem 1,13 milhão de curtidas e Dilma Rousseff (PT), 920 mil.

ViradaExperientes políticos

acham que Paulo Câmara (PSB) tem tudo para virar a campanha vencer a disputa pelo governo, até como ho-menagem dos pernambuca-nos a Eduardo Campos, que o escolheu candidato.

Informe a favor

Informe de analistas do banco Credit Susse aponta Dilma como a favorita na disputa. Se escrevessem o contrário, seus patrões se-riam pressionados a demiti-los, como aconteceu no banco Santander?

Ninguém mereceQuem reclamava do as-

sembleísmo do PT antes da chegada ao poder, não viu nada. Os chamados “marinei-ros”, que agem no Rede e no PSB como tutores de Marina Silva, são um pé no saco da objetividade.

AntipetistasEstrelas do PMDB, o vice

de Dilma, Michel Temer, e Paulo Skaf, que disputa o governo paulista, foram a ato antipetista em Mauá (SP). Era o lançamento da candidatura à reeleição da deputada esta-dual Vanessa Damo (PMDB), arquirrival de Donizete Braga, prefeito petista de Mauá.

Petista ‘humilhado’Alexandre Padilha (PT)

sentiu-se “humilhado” com o critério da Globo de fazer co-bertura diária de candidatos acima de 6% nas pesquisas. Padilha deveria se sentir dimi-nuído com o próprio desem-penho: ele não passa dos 5%. Mas foi à Justiça para obrigar a Globo a abrir espaço.

Embate no debateLíder nas pesquisas para o

governo do DF, José Rober-to Arruda (PR) enfrenta hoje os adversários no debate da Band, inclusive Toninho do Psol, autor da representação que fez o TRE impugnar sua candidatura.

Pergunta diante da TVJá que permite que polí-

ticos mintam à vontade no guia eleitoral a partir de hoje, o TSE não deveria julgá-los depois por propaganda enganosa?

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Confusão

www.claudiohumberto.com.br

Não desistiremos do Brasil”

RENATA CAMPOS, VIÚVA DE EDUARDO CAMPOS, dando o mote da campanha do PSB

O falecido ex-governador paulista Fran-co Montoro trocava nomes e pessoas, mas tentava acertar. Até fazia associações. Por isso, sempre chamava o então deputado Flávio Bierrenbach de “Bierrenbrahms”. Associava o sobrenome do ministro apo-sentado do Superior Tribunal Militar com um certo compositor de Hamburgo (Ale-manha), mas novamente trocava Johann Sebastian Bach, nascido em 1685, por Johannes Brahms, de 1833.

Apesar de declarar não ter aproximação com a candidata, o vice-prefeito licenciado disse que vai seguir seu partido

Hissa não descarta apoiar Marina Silva

Hissa teve embate com Marina, que foi favorável à candidatura de Marcelo Ramos ao governo

Candidato a deputado federal, o vice-prefei-to de Manaus, Hissa Abrahão (PPS), asse-

gurou que não deve abandonar o “barco” e seguirá seu partido no apoio ao nome escolhido para ocupar a vaga deixada por Eduardo Campos, que mor-reu vítima de acidente aéreo na última quarta-feira (13), em Santos, interior de São Paulo. Abrahão que também integra a base de apoio à can-didatura do senador Eduardo Braga (PMDB), ao governo do Amazonas, e que por sua vez pede votos ao Partido dos Tra-balhadores (PT), da candidata à reeleição, presidente Dilma Roussef, negou que entraves pessoais e regionais o façam passar por cima das decisões nacionais de sua legenda.

Hissa Abrahão assegurava uma candidatura majoritária ao governo do Estado, até os primeiros meses do ano, mas desistiu quando a coligação Unidos pelo Brasil, decidiu validar o nome do socialista Marcelo Ramos para a vaga. “A relação entre o PPS e o PSB é estável, nossos ideais e programa estão em plena sintonia. Sou um homem de partido, provei isso quando desisti da candidatura ao go-verno e encampei o projeto

do PPS de eleger ao menos 20 deputados federais pelo país”, explicou.

O vice-prefeito licenciado lamentou a morte prematura de Eduardo Campos, relem-brando a relação amistosa que cultivou com ele, ao lon-go de dois anos. Questionado se manterá a mesma pro-ximidade com Marina Silva, possível sucessora da vaga, ele comentou que as relações são diferentes, já que o con-tato com a idealizadora da Rede Sustentabilidade ainda é muito prematuro. “Não dá para ser a mesma relação que pessoalmente eu tinha com Campos. Nossa amizade foi fortalecida ao longo de dois anos, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, foi quem nos aproximou. Já com a Marina Silva, ainda é muito prematuro, não existe uma relação tão forte”, ponderou.

Em nota ofi cial divulgada à imprensa, o diretório nacional do PPS, afi rmou que o partido “apostou na qualidade políti-ca de Eduardo Campos neste momento em que o país busca alternativas para seu futuro e um novo projeto nacional de desenvolvimento. Embora jovem, o candidato já havia provado sua competência tan-to no parlamento quanto à frente do governo do Estado de Pernambuco (...). Para o PPS, assim como para o Brasil,

a perda de Eduardo Campos tem o peso de uma grande tragédia. Atinge a vitalidade da promessa de renovação que ele signifi cava para um país que clama por mudanças”, assinou o presidente nacional da sigla Roberto Freire.

Reunião em Brasília A cúpula estadual do PSB,

formada pelo vereador e candidato ao Senado, Mar-celo Serafi m, o presidente de honra e ex-prefeito, Serafi m Corrêa, o deputado estadual e candidato ao governo do Estado, Marcelo Ramos, es-tará presente na reunião que uma semana após a morte de Eduardo Campos, homologará o novo candidato à Presidên-cia da República pela sigla. A informação foi confi rmada por Marcelo Serafi m, que é presi-dente estadual do PSB.

O evento, que acontecerá na próxima quarta-feira (20), em Brasília, segundo Marcelo Serafi m, será provavelmente para homologar a escolha de Marina Silva ao cargo. “Ela é a pessoa mais preparada para seguir adiante com o legado deixado por Campos. Nosso projeto de governo foi molda-do a quatro mãos, as dela e as dele. Acredito também que o deputado federal do Rio Gran-de do Sul, Beto Albuquerque seja o nome escolhido para acompanhá-la”, frisou.

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

Muito emocionado, o vere-ador Marcelo Serafi m, pre-sidente estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e líder do partido na Câmara Municipal de Manaus (CMM), ocupou a tribuna da casa le-gislativa, ontem, para falar de Eduardo Campos. Bastante consternado, o vereador de-clarou que o partido vive um momento de extrema dor.

“O meu rumo mudou por conta do Eduardo e no meio desta campanha Deus tira esse homem tão amável como ele era”, disse. De

acordo com o parlamentar daqui para frente não será fácil caminhar sem este grandioso líder, pois não foi perdido apenas um can-didato à Presidência.

“Ele era muito mais que um candidato, era uma liderança que vinha para contribuir com o debate político neste país.Tenho a mais plena convicção que o seu legado continuará por nós que somos PSB de coração. Ficaremos aqui para cumprir as determinações do doutor Arraes, avô de Eduar-do, cumprindo o que o neto

dele sonhou, construiremos um Brasil que ele idealiza-va, eu não sei, mas tenho certeza que todos nós do PSB estaremos irmanados e unidos para que possamos construir”, enfatizou.

O vereador Elias Emanuel (PSB) também ocupou a tri-buna e bastante consternado ele lembrou do momento trá-gico na vida do PSB que foi o falecimento do presidenci-ável Eduardo Campos. “Partiu um guerreiro, fi ca o legado, partiu um grande nome, fi ca a história”, disse.

Morte ainda repercute na Câmara

Marcelo Serafi m usou a tribuna da Câmara para prestar homenagens a morte de Campos

TIAGO CORREA/CMM

Uma missa de 7º dia será realizada pelo Partido Socia-lista Brasileiro no Amazonas (PSB/AM), em memória de Eduardo Campos, Filiados, militantes, simpatizantes e amigos participarão da celebração que acontecerá

às 19h de hoje, na Igreja de Nossa Senhora das Graças, Beco do Macedo.

Militantes do PSB, simpa-tizantes e amigos vão estar com camisas em homena-gem a Eduardo Campos, nela estará escrita a frase:

“Não vamos desistir do Bra-sil” dita pelo então candida-to em sua última entrevista para a TV. Também, durante a cerimônia, uma homena-gem será feita, por meio de um vídeo que será exibido no decorrer da missa.

Missa em homenagem a Campos

ARQUIVO EM TEMPO/ALEXANDRE FONSECA

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5MANAUS, TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Políticos do AM repercutem salto de Marina em pesquisaLevantamento é o primeiro após a morte de Eduardo Campos. Marina aparece com 21%, no 1º turno, e empata com Dilma, no 2º

Na pesquisa Datafo-lha publicada ontem (18), Marina Silva e Aécio Neves apare-

cem em empate técnico na segunda colocação e devem disputar uma das vagas para o segundo turno. Em um even-tual segundo turno, Marina empataria com Dilma. Na pesquisa, a presidente Dilma Rousseff tem 36% das inten-ções de voto, contra 20% do candidato do PSDB, Aécio, e 21% de Marina Silva, possível escolhida do PSB para ocupar a vaga deixada por Eduardo Campos. O levantamento é o primeiro depois da morte do ex-governador em um aciden-te de avião na quarta-feira. O corpo dele foi sepultado neste domingo.

Entre os demais candida-tos, o Pastor Everaldo (PSC) soma 3% das intenções de voto. Zé Maria (PSTU) e Eduardo Jorge (PV) apare-cem com 1%. Luciana Genro (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB) e Mauro Iasi (PCB) não pontuaram.

Com a participação de Mari-na como candidata, os núme-ros de voto nulo ou em bran-co caíram cinco pontos. Na última pesquisa, ainda com Campos, esse grupo somava 13% e, agora, recuou para 8%. Indecisos eram 14%, caindo para 9% nesta pesquisa.

O Datafolha também tes-

tou um ce-nário em que o PSB não apre-senta um substituto para Cam-pos. Nes-sa simula-ção, Dilma tem 41%, Aécio aparece com 25%, Pastor Everaldo com 4%; Zé Maria, Eduardo Jorge, Luciana Genro e Rui Costa Pimenta somam 1% cada. Brancos e nulos registravam 13% e indecisos 12%.

Na resposta espontânea, que soma a intenção de voto sem apresentação dos nomes de candidatos, a presidente Dilma lidera com 24%, Aécio aparece com 11% e Marina com 5%. Na última pesquisa, a candidata do PT tinha 22%, contra 9% do tucano e 0% de Marina.

Na pesquisa anterior, divul-gada pelo Datafolha em mea-dos de julho, quando Campos era o candidato do PSB, Dilma tinha 36% das intenções de voto diante de 20% de Aécio e 8% de Campos. O Pastor Everaldo (PSC) aparecia com 3%. José Maria (PSTU), Eduar-do Jorge (PV), Luciana Genro, Rui Costa Pimenta (PCO) e Ey-mael (PSDC) tinham 1% cada. Levy Fidelix (PRTB) e Mauro Iasi (PCB) não pontuavam. Brancos e nulos somavam 13% e indecisos, 14%.Marina empataria tecnicamente com Dilma em segundo turno Em eventual segundo turno, Dilma bateria apenas Aécio Neves

Na pesquisa Datafolha a presidente Dilma está tec-nicamente empatada com Marina Silva em um even-tual segundo turno. Segundo a pesquisa, Dilma tem 43% contra 47% de Marina. Em um cenário contra Aécio, a petista venceria com 47% das intenções ante 39% do tucano. Em julho, Dilma tinha 44% contra 40% de Aécio, diferença dentro da margem de erro da pesquisa.

RejeiçãoO instituto também apu-

rou a rejeição dos três prin-cipais candidatos na dispu-ta presidencial. A presidente Dilma Rousseff tem a maior taxa de rejeição: 34% dos

eleitores dizem que não vo-tariam nela de jeito nenhum. A taxa de rejeição de Aécio Neves é de 18% e de Mari-na Silva, 11%. Na pesquisa anterior, divulgada no início de julho, quando Eduardo Campos (PSB) fi gurava en-tre os candidatos, a taxa de rejeição de Dilma era de 35%. Aécio tinha 17% e Campos, 12%.

O levantamento do Da-tafolha foi feito entre 14 e 15 de agosto, com 2.843 eleitores em 176 municípios do país. A pesquisa foi regis-trada no TSE sob o proto-colo BR-00386/2014 e tem margem de erro máxima de 2 pontos porcentuais e nível de confi ança de 95%.

No 2º turno, empate é com Dilma

O candidato ao governo do Estado do Amazonas, Mar-celo Ramos (PSB), repercutiu ontem a pesquisa Datafolha de intenção de voto à Presi-dência da República. Apesar do cenário positivo, Ramos avaliou que a escolha de Ma-rina pelo PSB não é baseada apenas em números, mas acima de tudo, no fato que a aliança Campos-Marina é uma união programática e na ausência dele (Cam-pos), ela (Marina) representa essa unidade programática. “Claro que os números ani-mam, mas nos anima ainda mais, a esperança de seguir acreditando no Brasil e na mudança política”, disse.

Ainda segundo o candidato socialista, o PSB não exigiu que Marina fi casse no partido após ser eleita presidente. “Penso, inclusive, que pode-ríamos criar informalmente uma federação de partidos com PSB-REDE-PPS e ou-tros que estejam dispostos a contribuir com o futuro do Brasil”, sugeriu.

Sobre o panorama da si-tuação em Manaus, Ramos enfatizou não ter dúvida que acontecerá um cres-cimento. “Somos a única candidatura ao governo do Estado que representa a mudança que o povo enxer-ga em Marina e na memória de Campos”, concluiu.

Ramos comenta levantamento

O resultado da pesquisa divulgado pelo Datafolha on-tem, apresentando um empate técnico entre Dilma e Marina, em um possível segundo turno, dividiu a opinião de petistas lo-cal. Para o presidente estadual do PT e coordenador da cam-panha de Dilma no Amazonas, Valdemir Santana, a pesquisa foi feita em cima de um veló-rio, em que as pessoas estão comovidas com a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que era candidato a Presidência da República. Segundo Santa-na, a estratégia de campanha

continua a mesma.“Não temos que mudar o

direcionamento da campa-nha, pois essa pesquisa foi feita em cima de um velório, é meio complicado. Nós não estamos sendo prejudicados nesse processo, quem per-de é o PSDB. Por isso, não muda nada na estratégia de campanha”, salientou.

Já para o vereador Walde-mir José é preciso fazer uma campanha mostrando o que já foi feito pelo governo Dilma e o que ainda poderá ser fei-to. Quanto a campanha local, José acrescentou que é preciso atualizar algumas estratégias, mas sem bater em ninguém.

“Agora com o horário elei-

toral teremos como balancear isso tudo que a mídia está fa-lando de negativo do governo, apresentando tudo o que já foi feito e o que está por vir”, disse ao lembrar que “nossa proposta é mostrar o PT e

seus aliados fi zeram nesses 12 anos”, pontuou.

MudançasPara o deputado estadual

que disputa a reeleição, José Ricardo Wendling, com a morte de Campos muita coisa muda e muda para todos os parti-dos. Quanto ao PT, o deputa-do acredita que a mudança é pouca e que a presidente Dilma deverá ter o reconhecimen-to do povo brasileiro depois que começarem os programas eleitorais gratuitos. “Com o programa de TV e rádio será mostrado muito do que foi feito no governo Dilma, como a valorização na educação, na saúde”, destacou.

PT diz que comoção deu vantagem ao PSBOPINIÃOPara o presidente es-tadual do PT e coorde-nador da campanha de Dilma no Amazonas, Valdemir Santana, a pesquisa foi feita em cima de um velório, em que as pessoas estão comovidas

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

PESQUISA 1º TURNO

Intenção de votos - pesquisa Datafolha

36

21 20

3

PT PSB PSDB PSCDILMA MARINA

SILVAAÉCIO PASTOR

EVERALDO

PESQUISA 2º TURNO

Intenção de votos - pesquisa Datafolha

64

PTPSBDILMAMARINA

SILVA

BRANCO NULO

NENHUM

4743

NÃO SABE

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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6 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Antenor Paz pode perder o cargo O embargo de declaração

em recurso eleitoral que tenta reverter a decisão do pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), do dia 2 de junho que cassou o mandato do prefeito de Tefé, Antenor Paz (PSD) foi adiado mais uma vez pelo pleno da corte, por um pedido de vista do relator da maté-ria, juiz Délcio Luis Santos. A expectativa é que o processo entre em pauta na próxima quarta–feira (20).

De acordo com o rela-tor da matéria, a retirada do processo foi necessária, uma vez que os juízes que julgaram no primeiro mo-mento o recurso não esta-vam presentes na sessão de ontem. No entanto, caso o recurso seja negado pelo pleno, Antenor perde a ca-

deira de prefeito, mas ainda poderá recorrer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como Antenor Paz não recebeu mais que 50% dos vo-tos, Jucimar Veloso (PMDB), segundo colocado nas elei-ções poderá assumirá a pre-feitura assim que o acórdão referente à cassação for pu-blicado no Diário Eletrônico de Justiça. Antenor Paz é acu-sado de compra de votos nas eleições de 2012. Segundo o juiz Délcio Luis Santos, a própria vice-prefeita Icléia Pessoa confessou o crime. “O advogado dela, na sessão em que foi julgado o recurso eleitoral, veio à tribuna e ra-tifi cou as declarações dela. A defesa da vice-prefeita disse que ela está se sentindo mal com a situação e que deseja

sair da vida pública de cabeça erguida”, disse o juiz.

Também na sessão de on-tem, os recursos do candidato ao governo do Estado, sena-dor Eduardo Braga (PMDB) e Rebecca Garcia (PP), que compõe como vice na chapa de Braga, também estavam na pauta de julgamento, mas foram adiados.

Os membros do TRE, ne-garam provimento ao recur-so interposto pela coligação Renovação e Experiência, do recurso eleitoral por propa-ganda antecipada negativa contra um portal da cidade. Pelo menos oito embargos de declaração constavam na pau-ta de julgamento, a maioria por ausência de documentação, o que levou o pleno a uma dis-cussão sobre o assunto.

O juiz João Mauro Bessa, alegou que se os embargos fossem considerados como litigância de má fé, não te-riam tantos embargos a se-rem julgados, o magistrado foi acompanhado pelo colega juiz Délcio Luis Santos, mas outros colegas não compartilharam do mesmo pensamento.

Para o juiz, Paulo Fernan-do, se assim pensasse, esta-ria negando sua tese, pois o recurso foi subescrito por um advogado. “Eu tenho a ideia de que a litigância de ma-fé tem declarada quem verdadeiramente lhe te ver dado causa”, disse, acres-centando que a troca de certidões não deve ter sido feito pela parte a penas, mas por advogados que estavam responsáveis por isso.Prefeito de Tefé é acusado de compra de votos em 2012

PREFEITO DE TEFÉ

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ULG

AÇÃO

PT inaugura o comitê de Dilma Rousseff na cidadeDiretório nacional do partido espera alavancar a campanha de reeleição da presidente com a inauguração da base central

O diretório estadu-al do Partido dos Trabalhadores (PT) no Amazonas inau-

gurou na noite de ontem o comitê central da campanha da presidente Dilma Rousse-ff (PT) na cidade. O local, localizado em um prédio no bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul, servirá como “QG” da presidente no Estado. Mas, apesar de todo preparo, não há expectativa da vinda da petista a cidade.

O presidente estadual da sigla, Valdemir Santana, disse que com a inauguração da central será possível identi-fi car “quem realmente está

com a presidente”. “Esse local é independente para todos os partidos da coligação e, é agora que vamos ver de fato quem está apoiando a Dilma, pois tem muita gente que diz estar, mas na ver-dade não declara. Agora é o momento”, cutucou.

Segundo ele, apesar de o comitê está em atraso, ainda dá tempo para levar a cam-panha às ruas e ao interior do estado. “Por mais que seja com atraso, é uma coisa or-ganizada. Esse local, apesar de ser comandado pelo PT, mas é para todos os partidos da coligação e está aberto a quem quiser se juntar a nós”, pontuou.

Feliz com a inauguração, Santana acrescentou que o

espaço também está aberto para os dois candidatos ao governo do Estado do Amazo-nas que estão na coligação da presidente, o senador Eduardo Braga (PMDB), como o gover-nador José Melo (Pros).

“O espaço é para todos os partidos coligados. Assim como para o Eduardo Braga como também para o profes-sor José Melo”, disse.

O prefeito de Maués, padre Carlos Goes, é o responsável por coordenar a campanha da presidente com os prefeitos do interior. Ele não soube in-formar o número de prefeitos que já se uniram a campanha, mas disse que está totalmen-te empenhado na campanha da presidente, bem como de Praciano ao Senado.

“Estamos totalmente em-penhados na campanha dos dois e, paralelo a isso, a gente tem a missão de fazer essa articulação com os prefeitos do Amazonas. Não sei te dizer precisamente a quantidade, mas já fi zemos um bom con-tato e penso que nos próximos

dias vamos fazer uma reunião aqui nesse espaço para que possamos dar uma votação expressiva para nossa presi-dente”, disse o prefeito.

Para Carlos Goés a instala-ção do comitê foi fundamental para se estruturar a campanha de Dilma no Estado. “Esse es-paço caiu na hora certa para que possamos ter um local de referência, não apenas da coligação, mas do partido e acredito que vai facilitar nosso diálogo com os prefeitos do interior”, disse.

Segundo a secretária-geral do PT, Silla Mesquita, o espaço vai abrigar o grupo de mulhe-res que estarão desenvolven-do políticas públicas para as mulheres, bem como os jovens terão espaço, além os partidos

que fazem parte da base alia-da, movimentos sociais, co-ordenação de campanha do Praciano, assessoria jurídica e de comunicação, os Grupos de Trabalho Eleitoral (GTE).

“Haverá também uma coor-denação de municípios peque-nos com até 28 mil eleitores que estarão organizando um grande evento para os dias 30 e 31 de agosto, que são as caravanas que sairão de vários lugares em apoio a candidatura da presidente”, fi nalizou. Estiveram presen-tes ao evento, os deputados estaduais José Ricardo Wen-dling e Sinésio Campos, os vereadores Waldemir José e professor Bibiano.

IMPULSÃO Segundo o presidente estadual do partido, Valdemir Santana, a expectativa é que com a instalação do partido na cidade, a campanha da presidente Dilma ganhe impulso no Estado

Petistas do Amazonas estiveram presentes na inauguração do comitê central da presidente na cidade. Apesar do preparo, não há expectativas da presença de Dilma em Manaus

RAIM

UN

DO

VAL

ETIM

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

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7MANAUS, TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

PPL é o primeiro partido a fi rmar apoio à ex-senadora

O nanico PPL (Partido Pá-tria Livre) ofi cializou ontem (18) o apoio à candidatura de Marina Silva (PSB) à Pre-sidência da República.

A executiva do partido se reuniu em São Paulo para tomar a decisão. A coligação que apoiava Eduardo Cam-pos, morto em um acidente aéreo no dia 13, é composta de seis partidos, sendo qua-tro nanicos (PSB, PPS, PPL, PRP, PSL e PHS).

A legislação eleitoral prevê que a substituição do candi-dato só se dará pela aprova-ção da maioria da coligação, no caso de Marina, pelo me-nos 4 dos 6 partidos.

O nome da ex-senadora deve ser referendado pelo menos por PSB, PPS, que marcaram reuniões de suas executivas para amanhã (20), PPL e PRP.

Já os dirigentes do Partido Social Liberal (PSL), e do Par-tido Humanista da Solidarie-dade (PHS), ameaçam não aprovar o nome de Marina. Eles dizem não ter garantias de que Marina seguirá a linha defendida por Campos.

Se a oposição se resu-mir só a esses dois nanicos, não haverá problemas para a candidatura de Marina.

NANICO

DECISÃOA executiva do parti-do se reuniu em São Paulo para tomar a decisão. A coligação que apoiava Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no dia 13, é composta de seis partidos

O PPL já havia declarado apoio ao presidenciável Eduardo Campos, mas agora fecha com Marina Silva como candidata

EBC

‘Só idiotas acham que eu trabalho contra a Marina’Cúpula do PSB se reuniu ontem, em Recife, em ato político convocado por Renata Campos, viúva de Eduardo

O presidente nacio-nal do PSB, Rober-to Amaral, afir-mou ontem (18)

que “só idiotas” apontam que ele trabalha contra a candidatura de Marina Silva na vaga de Eduardo Campos, morto em aciden-te aéreo na semana passa-da. “Só parte de idiotas”, disse Amaral, irritado com os questionamentos de jor-nalistas que o aguardavam para um ato político em Recife (PE), convocado por Renata Campos, viúva do ex-governador.

A reunião da Executiva Nacional do PSB para ofi-cializar Marina está agen-dada para amanhã (20), em Brasília, mas alguns inte-grantes da sigla resistem ao seu nome – ligado ao ex-presidente Lula, Amaral é apontado internamente como um deles. O partido também discute a indica-ção do novo vice para a chapa – o favorito é o de-putado Beto Albuquerque (RS), caso Renata Campos não queira o posto.

Amaral também comen-tou o resultado da pesquisa feita pelo instituto Data-folha, que mostrou Marina na segunda colocação. Ele disse que o partido não to-mará decisões “em função de pesquisas”. “Não toma-mos decisões em função de pesquisas. Respeito muito os institutos, mas tomamos decisões e escolhemos nos-sos candidatos em função de seus perfis e seus com-promissos”, disse.

Para o presidente esta-dual do PSB, Sileno Gue-des, Renata terá o papel de “aglutinar” o partido após a morte de Campos. “Renata sempre teve papel importante nas campanhas políticas. Agora, terá papel mais importante, de aglu-tinar e garantir à militân-

cia que o legado de Eduardo vai conti-nuar.”

O irmão do ex-go-vernador de Per-nambuco, Antonio Campos, disse que a cunhada ainda resiste à ideia de ser vice: “Mas se ela decidir tem o apoio da família. Ela ainda está impactada, mas não digo que é definitiva”.

DatafolhaNa entrada do evento,

o senador Jarbas Vascon-celos (PMDB-PE) avaliou como “natural” o desem-penho de Marina no Da-tafolha. “É natural que isso aconteça porque an-tes mesmo de se definir a candidatura Marina tinha em torno de 20%. Ela tinha um passivo maior.”

O vice-presidente nacio-nal do PSDB, Bruno Araú-jo, disse que os números apontam a consolidação do eleitorado brasileiro. “Grande parte dos votos em branco, dos indecisos e de uma parte que votaram nos outros candidatos migrou para candidata Marina. A partir de agora temos outro desenho”, disse.

Não tomamos deci-sões em função de pesquisas. Respeito muito os institutos,

mas as decisões têm como base os perfi s e os compromissos

Roberto Amaral (presidente do PSB)

O PSB superou as diver-gências internas e selou acordo para lançar Marina Silva à Presidência da Re-pública no lugar de Eduardo Campos. Ela concordou com a inversão da chapa e deverá ser anunciada ofi cialmente amanhã. Amaral prometeu a Marina que ela não preci-sará permanecer no partido caso seja eleita. O PSB agora discutirá a indicação do novo vice na chapa presidencial. O deputado gaúcho Beto Al-buquerque, hoje candidato

ao Senado, é o mais cotado para a vaga.

Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto ofi cial de três dias e afi rmou que o acidente “tirou a vida de um jovem político promissor”. Também presidenciável, Aé-cio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

Marina declarou que guardará dele a imagem de “alegria” e “sonhos”. Campos morreu em um 13 de agosto em acidente aéreo.

Virada de jogo dentro da chapa O candidato do PSB à Pre-

sidência da República, Eduar-do Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpri-ria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefi xo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

Dois pilotos e quatro as-sessores também morreram, e sete pessoas em solo fi ca-ram feridas. Os restos mor-tais removidos do local do acidente chegaram na noite

de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica inves-tiga a queda.

Governador de Pernambu-co por dois mandatos, mi-nistro na gestão Lula, presi-dente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Data-folha. Conciliador era consi-derado um expoente da nova geração da política.

Morte gerou uma reviravolta

Roberto Amaral acha “picuinha” dizer que ele não apoia Marina Renata Campos expôs seu nome para a disputa presidencial

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8 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa Náis Campos

REPORTAGEMMoara CabralJoelma Muniz Márcia Oliveira

REVISÃODernando Monteiro Gracycleide Drumond

DIAGRAMAÇÃOMário Henrique Silva, Pablo Filard, Kleuton Silva, Marcones Freire e Klinger Santiago

TRATAMENTO DE FOTOSKlinger Santiago

Segundo turno agora é uma certeza, diz AécioEstratégia na retomada da campanha tucana é centrar fogo na presidente Dilma Rousseff (PT)

Jucá muda de lado e vai apoiar PSDBLíder do governo no Se-

nado nas gestões de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) mudou de lado e já prega abertamente voto em Aécio Neves (PSDB) contra a presidente e, por consequência, contra o pre-sidente do PMDB e candidato a vice-presidente na chapa, Michel Temer.

Na noite da última quar-ta-feira (13), data da morte de Eduardo Campos, Jucá participou de um evento or-ganizado pelo Conselho Re-gional de Economia de Ro-raima (Corecon-RR), em Boa Vista. O áudio do discurso de Jucá foi divulgado pela “Rede Brasil Atual”.

No encontro, o senador fez um discurso de mais de 40 minutos recheado de críti-cas às opções ideológicas e ao modo de condução da

economia do governo Dilma. Também prometeu se empe-nhar para que a vantagem da petista sobre Aécio na Região Norte seja reduzida. É a primeira vez que o líder pemedebista declara voto no candidato tucano.

“Fui líder do FHC, líder do Lula e líder no começo do governo da Dilma, mas sou economista. Vou dizer a vo-cês com muita sinceridade: do jeito que o governo tá tocando a economia não voto no PT, não voto na Dilma”, disse. “A gente tinha duas opções de voto: era o Aécio e o Eduardo. Hoje perdemos uma. Não quero infl uenciar ninguém, mas eu vou falar meu voto. Eu vou votar no Aécio”, afi rmou.

Jucá afi rma que Aécio já su-pera as intenções de voto de Dilma no Sul e Sudeste, mas perde com folga no Nordeste,

Norte e Centro-Oeste. “Onde é que a Dilma tá ganhando? Essa diferença tá onde? No Nordeste, que tá 51% [para Dilma] a 16% [para o Aécio]. Vai ter que diminuir a dife-rença. E no Centro-Oeste e no Norte, que é 25 pontos a diferença em prol dela. Se depender de mim, Roraima vai diminuir um pouco essa vantagem”, afi rmou.

AjustesO senador disse que “tem

conversado com Aécio” e, no caso de vitória tucana, já há tratativas para que sejam ajustadas as legislações de PPP (Parceria Público-Priva-das) e de licitação e para que seja resolvido o “problema da legislação de licença am-biental”. O parlamentar de-fendeu também que o Brasil lance um grande programa de concessões em 2015.

REVIRAVOLTA

Líder de Dilma, Romero Jucá muda de lado ao pedir voto para o candidato do PSDB, Aécio Neves

AG/SENADO

No primeiro ato de campanha após a morte do candidato à Presidência Edu-

ardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) afi rmou ontem (18) que a pesquisa Datafo-lha divulgada também ontem “deixou claro” que a disputa só será resolvida no segundo turno. Foi a primeira reação pública do tucano à entrada de Marina Silva (PSB) na corrida presidencial em substituição a Campos. “O segundo turno já era cada vez mais provável. Hoje é uma certeza”, disse.

“Ficou claro nessa pesquisa que teremos segundo turno. Tenho confi ança que esta-remos lá. Nossa proposta é contra o governo que está aí”, afi rmou Aécio. “Marina é uma candidata que tem valo-

res, propostas. Vamos fazer um belo debate. Eu continuo muito determinado a apre-sentar um país que cresce, baseado em gestão pública efi ciente”, acrescentou.

Segundo o Datafolha, Ma-rina aparece com 21% das intenções de voto, em em-pate técnico com Aécio, que marca 20%. Aécio disse “ter confi ança” de que estará no segundo turno e prometeu priorizar o embate com a presidente-candidata Dil-ma Rousseff (PT), que man-teve 36% de intenções de voto no levantamento.

RetomadaGuiado por lideranças co-

munitárias, Aécio fez uma caminhada pelas vielas da favela Dona Marta, em Bo-

tafogo, na Zona Sul do Rio de J a n e i r o , onde cum-primentou morado -res e co-nheceu a base da Unidade de Polícia Pacifi ca-dora (UPP). Foi o segundo ato de campanha em comu-nidades da capital fl uminen-se desde que a campanha começou. Placas espalhadas pela região apresentavam a imagem de Aécio ao lado do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato à reeleição, e do candidato a de-putado federal Marco Antônio Cabral (PMDB), fi lho do ex-governador Sérgio Cabral.

O candidato prometeu levar o programa de uni-dades de polícia pacifi -cadora, criado no Rio de Janeiro, a outras regiões metropolitanas e aglome-rados urbanos que sofram com áreas controladas pelo crime organizado.

Aécio destacou os avan-ços que as UPPS propor-cionaram às comunidades onde foram instaladas, mas disse que é preciso agora cuidar da segunda etapa: “emprego, saúde, educação de qualidade e cuidar das mulheres, pois elas são as

mantenedoras da maioria das casas nessas comunida-des e precisam ter também oportunidade de geração de renda.” O candidato con-versou com o comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas, e com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltra-me, na sede da unidade do Dona Marta. “Meu governo vai planejar e articular uma política nacional de segu-rança e aproveitar de forma muito positiva a experiência das UPPs construída pelo Estado do Rio”.

Promessa: UPPs em todo o país

‘Aliança não será alterada’

O governador de São Paulo e candidato à re-eleição, Geraldo Alck-min (PSDB), disse on-tem (18), que a aliança com o PSB não será alterada após a morte do presidenciável Edu-ardo Campos e uma eventual substituição por Marina Silva na cabeça de chapa na-cional. “Temos em São Paulo coligação com o PSB e ela não se alte-ra”, afi rmou Alckmin, após participar, como governador, de entre-ga de ambulâncias ao Corpo de Bombeiros, no centro da capital paulista. O candida-to a vice-governador do tucano é o depu-tado federal Márcio França (PSB).

Marina sempre foi contrária à aliança com os tucanos e es-tava disposta a não dividir o palanque em São Paulo. Questiona-do se acredita na pos-sibilidade de Marina o apoiar no maior colé-gio eleitoral do país, Alckmin desconver-sou: “Sempre respeitei e tive admiração pela Marina”, disse. “É im-portante que o sonho, o legado e a esperança de Eduardo Campos continuem”, afi rmou.

Mas sobre uma pos-sibilidade de dividir palanque com Marina, caso a ex-senadora declare apoio ao tuca-no, Alckmin disse que o PSDB tem o seu can-didato à Presidência, Aécio Neves (PSDB), e o PSB terá o seu. “Eu fi caria muito honra-do (em caso de apoio de Marina)”, afi rmou. “Mas cada partido faz a sua campanha.”

ALCKMIN

Aécio Neves retomou agenda política ao visitar um conjunto de favelas no Rio. Durante discurso disse que, se for eleito, levará modelo de UPPs para o país

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