EM A01 Funcoes Da Moeda

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INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES DA AMAZÔNIA - IESAM CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS DISCIPLINA: ECONOMIA MONETÁRIA – 60 H PROFESSOR: RINALDO MORAES Nota: Este texto deve ser entendido como um apêndice, um complemento, das bibliografias sugeridas em sala de aula para esta disciplina. Aqui só se encontra os aspectos norteadores, apenas. O aluno deve fazer, com efeito, o uso do livro para um maior aprofundamento, pois nada o substitui. Leia livros! ORIGENS, FUNÇÕES E CARACTERÍSTICAS DA MOEDA . ÍNDICE 1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA E CONCEITOS DE MOEDA 2. AS FUNÇÕES DA MOEDA 3. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA MOEDA 4. A MOEDA E OS BANCOS CENTRAIS 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA E CONCEITOS DE MOEDA No alvorecer dos tempos, na formação dos primeiros agrupamentos humanos, época do nomadismo, a figura da moeda que conhecemos hoje não existia. Não existia e nem se imaginava, pois as necessidades manifestadas pelo grupo eram limitadas. Mas quando se recorria à atividade da troca de mercadorias, a forma utilizada era a troca direta, denominada de ESCAMBO. O escambo era a solução dada a pequena diversidade de produtos disponíveis. Ou, de uma outra forma: é o nome que se dá ao comércio realizado sem uso da moeda. Todavia, essa forma rudimentar de relacionamento econômico foi profundamente alterada, onde o nomadismo foi cedendo lugar a uma forma sedentária de vida. Com o homem fixo em um lugar, a vida social passou a se tornar mais complexa. Aumentou, inclusive, o número de bens e serviços e a troca simples deixou de ser um acessório. Tornou-se fundamental...e o jeito, então, era aposentar o escambo. A troca DEIXA DE SER DIRETA. Com a troca já não sendo feita na forma de escambo, surgem novas medidas de valor, de aceitação geral, entendidas como novas expressões monetárias. Vista assim, mesmo em seu estágio mais primitivo e usada para intermediar processos rudimentares de troca, a moeda pode ser conceituada COMO UM BEM ECONÔMICO QUALQUER que desempenha 3 ( três) funções básicas: i) intermediário de trocas; ii) medida de valor e; iii) aceitação geral. Mas vejamos, primeiro, a evolução histórica da moeda AS MERCADORIAS-MOEDA; METALISMO; MOEDA-PAPEL; MOEDA-PAPEL (MOEDA FIDUCIÁRIA); MOEDA ESCRITURAL OU BANCÁRIA.

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As Funcoes da Moeda

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  • INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES DA AMAZNIA - IESAMCURSO DE BACHARELADO EM CINCIAS ECONMICASDISCIPLINA: ECONOMIA MONETRIA 60 HPROFESSOR: RINALDO MORAES

    Nota: Este texto deve ser entendido como um apndice, um complemento, das bibliografias sugeridas emsala de aula para esta disciplina. Aqui s se encontra os aspectos norteadores, apenas. O aluno deve fazer,com efeito, o uso do livro para um maior aprofundamento, pois nada o substitui. Leia livros!

    ORIGENS, FUNES E CARACTERSTICAS DA MOEDA .

    NDICE1. EVOLUO HISTRICA E CONCEITOS DE MOEDA2. AS FUNES DA MOEDA3. CARACTERSTICAS ESSENCIAIS DA MOEDA4. A MOEDA E OS BANCOS CENTRAIS5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1. EVOLUO HISTRICA E CONCEITOS DE MOEDA

    No alvorecer dos tempos, na formao dos primeiros agrupamentos humanos, poca donomadismo, a figura da moeda que conhecemos hoje no existia. No existia e nem se imaginava, pois asnecessidades manifestadas pelo grupo eram limitadas. Mas quando se recorria atividade da troca demercadorias, a forma utilizada era a troca direta, denominada de ESCAMBO. O escambo era a soluodada a pequena diversidade de produtos disponveis. Ou, de uma outra forma: o nome que se d aocomrcio realizado sem uso da moeda.

    Todavia, essa forma rudimentar de relacionamento econmico foi profundamente alterada, onde onomadismo foi cedendo lugar a uma forma sedentria de vida. Com o homem fixo em um lugar, a vidasocial passou a se tornar mais complexa. Aumentou, inclusive, o nmero de bens e servios e a trocasimples deixou de ser um acessrio. Tornou-se fundamental...e o jeito, ento, era aposentar o escambo. Atroca DEIXA DE SER DIRETA.

    Com a troca j no sendo feita na forma de escambo, surgem novas medidas de valor, de aceitaogeral, entendidas como novas expresses monetrias. Vista assim, mesmo em seu estgio mais primitivoe usada para intermediar processos rudimentares de troca, a moeda pode ser conceituada COMO UMBEM ECONMICO QUALQUER que desempenha 3 ( trs) funes bsicas: i) intermedirio de trocas;ii) medida de valor e; iii) aceitao geral.

    Mas vejamos, primeiro, a evoluo histrica da moeda

    AS MERCADORIAS-MOEDA; METALISMO; MOEDA-PAPEL; MOEDA-PAPEL (MOEDA FIDUCIRIA); MOEDA ESCRITURAL OU BANCRIA.

  • AS MERCADORIAS-MOEDA. Para que uma mercadoria pudesse servir como moeda, ela teriaque ser suficientemente rara e Ter alguma utilidade intrnseca, para que fosse demandada de formageneralizada. Os bens utilizados como meio de troca variavam segundo a regio e a poca. Na IdadeAntiga, na ndia, as mercadorias moedas utilizadas eram os animais domsticos. Na Idade Moderno, nosEstados Unidos, era o fumo a moeda. Na China, desde a Idade Antiga at a Contempornea, a moeda erao sal termo salrio vem de sal. Mas, em geral, AS MERCADORIAS-MOEDAS apresentavam diversosdefeitos e muitas limitaes: no tinham valor constante e eram indivisveis e perecveis. J imaginourealizar o pagamento de um quarto de cavalo para adquirir 25 quilos de acar? Por outro lado, um cavalomorre aps certo tempo, o que impossibilitava a sua utilizao como reserva de valor.

    METALISMO. Esta forma de moeda surgiu para tentar eliminar os inconvenientes acima. Decerto, mesmo, os metais preciosos foram amplamente utilizados como moeda porque no apresentavamos inconvenientes de outras mercadorias-moedas. Os metais eram muito utilizados porque tinham valor deuso e valor de troca, e com eles se podia adquirir outros produtos. Prata e ouro eram utilizados comopadro monetrio, desde o fim da Idade Mdia at o fim do sculo XVIII. Mas existiam muitasfalsificaes desses metais, onde se misturava com metais de baixa qualidade. A cunhagem foi a soluoencontrada pelos governos.

    MOEDA-PAPEL. Com o desenvolvimento dos mercados nos sculos XVIII e XIX e com oacentuado aumento das operaes de trocas locais e internacionais, o volume de moeda em circulaoaumentou consideravelmente. Era difcil e muito arriscado portar ouro e prata nos navios. Surgiu, ento, anecessidade de se criarem novos instrumentos monetrios. Nesta esteira, os banqueiros passaram afornecer um BILHETE s pessoas que depositavam moedas de ouro e prata em seus cofres. Com o tempoesses bilhetes passaram a circular como se fossem a prpria moeda. Surgia, assim, a MOEDA-PAPEL,que eram certificados de depsitos TOTALMENTE lastreados em ouro. A confiabilidade na reconversodos bilhetes em ouro ou prata transformaram a moeda-papel em um instrumento monetrio de uso amploe generalizado.

    PAPEL-MOEDA OU MOEDA FIDUCIRIA. Esses eram certificados de depsitos lastreadosAPENAS PARCIALMENTE EM OURO. Foi constatado que o valor do dinheiro no depende daquantidade do lastro de ouro a ele associado, mas do fato de ser aceito como pagamento. Eram inmerasas vantagens do papel-moeda como meio de troca. Podia ser transportado e armazenado com facilidade. Ogoverno era o agente responsvel pela emisso. No Brasil, as cdulas de papel comearam a ser cunhadasem 1694, com a criao da Casa da Moeda da Bahia.

    MOEDA ESCRITURAL OU BANCRIA. Trata-se de um instrumento monetrio inovador, como destaque para o uso do cheque e os depsitos a vista. Permite que, com uma simples operao de dbitoe crdito, se efetiva uma transao. As razes da preferncia pelas formas escriturais de pagamento soexpressivas: maior segurana, facilidade na transao, manuseio fcil, possibilidades de emprstimos,comprovao de pagamentos, etc. O uso da moeda bancria to intenso que os depsitos a vista (emconta corrente) representam parcela muito maior do que o prprio papel-moeda em circulao.

    2. AS FUNES DA MOEDA

    As funes da moeda so:i) intermediria de trocas;ii) medida de valor;iii) reserva de valor;iv) funo liberatria;

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  • v) padro de pagamentos diferidos;vi) instrumento de poder.

    A MOEDA COMO INTERMEDIRIA DE TROCAS. Trata-se de uma funo que sinaliza que aprincipal funo da moeda de intermediar a troca, mesmo. Essa funo permite a superao da economiade escambo e a passagem economia monetria. O Beneficio claro dessa funo a diversificao daproduo e maior grau de especializao do produto.

    A MOEDA COMO MEDIDA DE VALOR. Trata-se de uma funo que indica que os valores decada bem ou servio so expressos em relao aos valores dos demais bens e servios com os quaispossam ser diretamente trocados. Ora, cada produto tem o seu valor expresso em relao a todos osdemais produtos disponveis.

    A MOEDA COMO RESERVA DE VALOR. Trata-se de uma funo que indica uma formaalternativa de guardar riqueza, pois a moeda um reservatrio por excelncia de poder de compra,principalmente em razo de sua total liquidez. Qual a principal razo que leva preferncia da utilizaoda moeda como reserva de valor? A imprevisibilidade do valor futuro de outros ativos.

    A MOEDA COMO PODER LIBERATRIO. Trata-se de uma funo que se explica na prpriamoeda, pois apenas esta apresenta o grande poder que a distingue de quaisquer outras formas de riqueza- de saldar dvidas, de liquidar dbitos, etc. Este poder de grande aceitabilidade da moeda garantido peloEstado, mas respaldado pela sociedade.

    A MOEDA COMO PADRO DE PAGAMENTOS DIFERIDOS. Trata-se de uma funo quetem o poder de saldar dvidas. Ou seja, trata-se de uma funo que resulta de sua capacidade de facilitar adistribuio de pagamentos ao longo do tempo, quer para a concesso de crdito ou de diferentes formasde adiantamentos. Os salrios, de forma geral, constituem um exemplo bastante claro de um pagamentodiferido, pois estes representam, na essncia, um adiantamento.

    A MOEDA COMO INSTRUMENTO DE PODER. Trata-se de uma funo que no pode sernegligenciada, pois, com efeito, a moeda representa um instrumento de poder econmico, poltico esocial.

    3. CARACTERSTICAS ESSENCIAIS DA MOEDA

    Para o bom desempenho das funes que acabam de ser examinadas acima, a moeda deve reuniruma srie de caractersticas essenciais. As mais relevantes, estudadas desde Adam Smith, so:

    Indestrutibilidade e inalterabilidade; Homogeneidade; Divisibilidade; Transferibilidade; Facilidade de manuseio e transporte.

    INDESTRUTIBILIDADE E INALTERABILIDADE. A moeda deve ser suficientemente durvel,a tal que no se destrua com o manuseio dos agentes econmicos na intermediao das trocas.

    HOMOGENEIDADE. Duas unidades monetrias distintas, de igual valor, devem serrigorosamente iguais.

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  • DIVISIBILIDADE. A moeda deve conter mltiplos e sub-mltiplos em quantidade e variedade, detal forma que todas as transaes, de grande ou pequeno porte, possam se realizar.

    TRANSFERIBILIDADE. Esta caracterstica diz respeito facilidade com que se deve processarsua transferncia, de um possuidor para outro.

    FACILIDADE DE MANUSEIO E TRANSPORTE. O manuseio e o transporte da moeda nopodem prejudicar nem dificultar sua utilizao.

    4. A MOEDA E OS BANCOS CENTRAIS

    Se existe alguma relao entre a moeda e o bancos centrais? Toda. Um banco central pode serdefinido como uma instituio financeira de propriedade do governo, CUJO O OBJETIVO ASSEGURAR A ESTABILIDADE DA MOEDA. Cabe, tambm, ao bancos centrais, o monoplio daemisso de papel-moeda. No Brasil, o Banco Central tm as seguintes atribuies: emitir papel-moeda,autorizar o funcionamento de instituies financeiras e fiscalizar suas operaes, realizar operaes decompra e venda de ttulos pblicos federais, entre outras.

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICASLB Leitura BsicaLC Leitura Complementar

    BERCHIELLI. F. Economia monetria. So Paulo: Saraiva, 2000. (LB).CARVALHO, F. et. al. Economia monetria: teoria e prtica. Rio de Janeiro: Campus, 2000. (LC).DA COSTA, F. Economia monetria e financeira: Uma abordagem estruturalista. So Paulo: Makron

    Books do Brasil Ed, 1999. (LC).LOPES, J. & ROSSETTI, J. Economia3 monetria. So Paulo: Atlas, 1998. (LB).TEIXEIRA, E. Economia monetria: a macroeconomia no contexto monetrio. So Paulo: Saraiva,

    2002. (LC).WILLIAMSON, J. A economia aberta e a economia mundial. Rio de Janeiro: Campus, 1988. (LC).

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