EM TEMPO - 26 de agosto de 2012

32
ANO XXIV – N.º 7.745 – MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO TEM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, LANCE!, ELENCO E CONCURSOS MÁX.: 34º MÍN.: 25º TEMPO EM MANAUS Elenco 8 Manaus vai ganhar lojas em contêineres EMPREENDIMENTO O perigo mora nas portas das escolas Pais denunciam que adolescentes têm sido abordados por desconhecidos que, pessoalmente ou por meio de redes sociais, têm seduzido e levado muitas delas a marcar encontros. PM e Secretaria de Educação pretendem combater o aliciamento desses estudantes nas escolas públicas. Dia a dia C7 Eleições 1 Herbert, o último dos militantes ELEIÇÕES 2012 Exercício ao ar livre ganha adeptos do circuito noturno ‘FORA STRESS’ Grupo trabalha dentro do conhecido treinamento em circuito, que alterna de ma- neira elaborada atividades aeróbicas e anaeróbicas. Saúde e bem-estar E1 IONE MORENO Os números provam que o Rubro-negro está em vantagem e atravessa uma me- lhor fase. O Alvinegro terá que mudar seu sistema defensivo. Lance! 4 e 5 Fla e Botafogo fazem clássico da recuperação NESTE DOMINGO ANDRÉ LUIZ MELL/AE MANACAPURU Milagre dos peixes na comunidade Coração de Jesus Economia B4 e B5 Desembargadora Graça Figueiredo (foto) lança o livro “Senhoras da Justi- ça”, que conta a trajetória das mulheres no Judiciário. Com a Palavra A7 Graça lança ‘Senhoras da Justiça’ LIVRO ALEX PAZUELLO

description

EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

Transcript of EM TEMPO - 26 de agosto de 2012

ANO XXIV – N.º 7.745 – MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO TEM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, LANCE!, ELENCO E CONCURSOS MÁX.: 34º MÍN.: 25º

TEMPO EM MANAUS

Elenco 8

Manaus vaiganhar lojas em contêineres

EMPREENDIMENTO

O perigo mora nasportas das escolas

Pais denunciam que adolescentes têm sido abordados por desconhecidos que, pessoalmente ou por meio de redes sociais, têm seduzido e levado muitas delas a marcar encontros. PM e Secretaria de Educação pretendem combater o aliciamento desses estudantes nas escolas públicas. Dia a dia C7

Eleições 1

Herbert, o último dos militantes

ELEIÇÕES 2012

Exercício ao ar livre ganha adeptos do circuito noturno

‘FORA STRESS’

Grupo trabalha dentro do conhecido treinamento em circuito, que alterna de ma-neira elaborada atividades aeróbicas e anaeróbicas. Saúde e bem-estar E1

ION

E M

ORE

NO

Os números provam que o Rubro-negro está em vantagem e atravessa uma me-lhor fase. O Alvinegro terá que mudar seu sistema defensivo. Lance! 4 e 5

Fla e Botafogo fazem clássico da recuperação

NESTE DOMINGO

Os números provam que o Rubro-negro está em vantagem e atravessa uma me-lhor fase. O Alvinegro terá que mudar seu sistema defensivo

Fla e Botafogo fazem clássico da recuperação

AND

RÉ L

UIZ

MEL

L/AE

MANACAPURU

Milagre dos peixes na comunidade Coração de Jesus

Economia B4 e B5Desembargadora Graça Figueiredo (foto) lança o livro “Senhoras da Justi-ça”, que conta a trajetória das mulheres no Judiciário. Com a Palavra A7

Graça lança ‘Senhoras da Justiça’

LIVRO

ALEX

PAZ

UEL

LO

ION

E M

ORE

NO

Capa DOMINGO 26_08.indd 3 25/8/2012 13:04:08

A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a comunidade Coração de Jesus, em Manacapuru, que tem re-tirado da piscicultura a sua sobre-vivência econômica.

CORAÇÃO DE JESUS

APLAUSOS VAIAS

Será que vem?Lula não veio a Manaus na

campanha de Vanessa ao Se-nado.

Mas agora pode ser que venha, porque tem em Artur Virgílio um de seus principais adversários.

Pau comendoLula não perdoa as críticas

que recebeu quando o tuca-no era líder do governo no Senado.

Quando Artur subia na tri-buna era cachorro amarrado e pau comendo.

RepublicanaArtur Virgílio, por sua vez,

destaca a amizade pessoal com Omar Aziz.

E garante que, se eleito, Dil-ma terá com ele uma relação “republicana”, em prol dos in-teresses de Manaus.

DobradinhaVanessa aponta outro dife-

rencial em sua candidatura.A possibilidade de uma ação

integrada entre governo federal, governo estadual e prefeitura, isto se chegar à prefeitura.

— O melhor exemplo é o do Rio de Janeiro, que disparou depois que os poderes para-ram de brigar ente si –, diz a senadora.

AliadoA candidata do PCdoB tam-

bém conquistou o apoio do pre-feito do Rio – Eduardo Paes.

Convidado para reforçar o time, ele gravou um depoi-mento em apoio a ela.

ReaçãoNo fi m da tarde da sexta-

feira, vários representantes de sindicatos ligados a CTB e a CUT e alguns líderes de movimentos sociais estiveram reunidos no auditório do Sindi-cato dos Metalúrgicos.

Na pauta da reunião, a or-ganização de atos de protesto que pretendem realizar contra a Ação Direta de Inconsti-tucionalidade (ADIN), que o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB) moveu contra o Polo Industrial de Manaus.

Estopim Dentre as atividades pro-

gramadas, os sindicalistas pre-tendem chamar a atenção da sociedade e autoridades para uma ameaça de paralisação e um grande ato de protesto que provavelmente irá acontecer em setembro

Coisa linda Em caminhada pelas ruas

do centro da cidade, Vanessa foi chamada pela vendedora Lucelene Ribeiro que traba-lha numa loja de roupas na Marechal Deodoro e que fez a seguinte pergunta para a candidata:

— Se eleita, o que a senhora pretende fazer com a feira da Manaus Moderna?

□Vanessa pegou na mão da

trabalhadora e a tranquilizou.— Você precisa ver o meu

projeto para a feira da Manaus Moderna. Ela vai fi car a coisa mais linda, pretendemos fazer um grande projeto arquitetôni-co com a estrutura semelhante à do Mercado Municipal.

AliviadaAo ouvir isso, a vendedora

sorriu aliviada. O marido de Lucilene é um

dos permissionários da feira da Manaus Moderna.

— Ele trabalha lá há mais de 40 anos, e foi por meio desse serviço que conquistamos tudo o que temos –, comentou a vendedora.

Quero nãoEm 1990, o então prefeito de

Manaus, Artur Virgílio (PSDB), teve a oportunidade de dei-xar o mandato pela metade e embarcar na disputa pelo governo do Estado. Pesquisas de intenção de voto e popula-ridade diziam isso.

— A vitória era certa. Dei-xaria a prefeitura nas mãos de um vice sério, o advogado Félix Valois, e teria a chance de derrotar nas urnas meu querido e grande amigo Gilberto Mes-trinho. Mas não foi isso que fi z – disse Artur.

Diga que fi coMesmo com “a faca e o

queijo na mão”, Virgílio preferiu continuar à frente do Executivo municipal no que ele denomi-nou de “paixão por Manaus para honrar com os votos que a população lhe deu”.

Fora do SenadoO tucano questiona no

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a validade das eleições de 2010, na qual ele perdeu nas urnas para a senadora Vanessa Grazziotin. O pro-cesso deve ser julgado no início de 2013 e Artur ga-rantiu que ,caso o mandato da senadora comunista seja cassado, ele não retornará ao Senado. “Se eu for elei-to à Prefeitura de Manaus, permanecerei pelos quatro anos, inclusive sem reelei-ção, e no Senado, assumirá o suplente”, garantiu.

AnalfabetosSete candidatos tiveram o

registro de suas candidaturas deferido, apesar de o grau de instrução estar apontado como “Analfabeto”.

Mas calma, isso foi lá no Paraná. Os dados estavam dis-poníveis no Sistema de Divul-gação de Candidaturas 2012 (DivulgaCand), do Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE).

Para os pais que deixam os fi lhos irem sozinhos para a escola. Essa prática pode resultar na perda da guarda da criança, alertou o EM TEMPO.

PAIS AUSENTES

A eleição para prefeito de Manaus está ganhando caráter nacional.Em sua campanha, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) garante que vai contar com

um empurrão do presidente Lula. — Já falei com o ex-presidente e ele tem a intenção de vir a Manaus. Mas tudo vai

depender da orientação médica. Vanessa destaca que, no seu time, ela conta com o ex-presidente Lula, com a presidente

Dilma Rousseff , com o líder do governo e ex-governador amazonense Eduardo Braga, bem como com o atual governador Omar Aziz.

Chame o Lula

IONE MORENO IONE MORENO

A solicitação dos empresários, representantes dos ônibus Executivo, é que eles possam recuperar as rotas originais

Executivos querem voltar a circular pelo Centro

Representantes das 18 cooperativas do transporte execu-tivo, associados à

Federação das Cooperati-vas de Transporte do Estado do Amazonas (Fecootram), se reuniram durante toda a manhã de ontem, para mais uma vez debater as difi culda-des da categoria. Na pauta principal estava o acesso dos ônibus executivos ao Cen-tro, que por determinação da Superintendência Munici-pal de Transportes Urbanos (SMTU) só podem circular até a rua Dez de Julho. A reunião ocorreu a portas fechadas, na sede da federação, localiza-da na avenida Noel Nútels,

n.º 2.619, Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.

De acordo com a presi-dente da Fecootram, Wal-deriza Melo, caso a SMTU não reavalie o estudo de mobilidade urbana para a área central da cidade, a ca-tegoria estuda uma possível mobilização. “Vamos espe-rar que o superintendente, pelo menos, nos receba até o fim dessa semana, já que qualquer solicitação proto-colada junto à instituição fica sem retorno”, critica.

Na reivindicação dos co-operados são oferecidas duas opções de rotas para os ônibus executivos. Uma, que eles circulem pela rua Epaminondas, seguindo pela rua da Instalação, Sete de Setembro (sentido praça do

Relógio), passando pela Flo-riano Peixoto, até chegar à Getúlio Vargas. Na segunda opção de rota os executivos também trafegariam pela Epaminondas, pegando a rua 15 de Novembro, Floriano Pei-xoto e também seguindo para a avenida Getúlio Vargas.

Por meio de assessoria, a SMTU afi rma que esse já é um assunto resolvido, uma vez que os ônibus do transporte alterna-tivo podem circular até a rua Dez de Julho, situada nas proximida-des do Teatro Amazonas, além disso, a superintendência afi r-ma que a decisão foi embasada em um estudo técnico realizado por especialistas vindos de fora do Estado, que comprovam a efi cácia da medida, valorizan-do a massa que necessita do transporte coletivo.

Sábado jácomeça comduas vítimas

Duas mortes foram regis-tradas na manhã de ontem, nas zonas Leste e Norte da cidade. A primeira foi um homicídio com arma branca, que vitimou o servente Luiz Cláudio Nunes Oliveira, 54. O assassinato ocorreu por volta das 5h de ontem, dentro da residência de Oliveira, na rua Ágata, 118, bairro Nova Floresta, Zona Leste.

Segundo informações re-passadas por policiais, o ser-vente foi surpreendido dentro do próprio quarto, onde levou várias facadas pelo corpo. O autor do homicídio ainda não foi identifi cado. O assassinato é investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

FatalidadeNo outro caso, um rapaz

morreu após acidente de moto, por volta das 6h de sábado, no bairro Cidade Nova, Zona Norte. Segundo informações de testemunhas, o motoboy Jorge Luiz Rabelo da Silva, 23, bateu a cabeça após cair da motocicleta, na avenida Noel Nutels, próximo ao Centro de Convivência da Família Padre Pedro Vignola. Ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Pronto Socorro Da-nilo Corrêa, mas, não resistiu aos ferimentos e morreu.

De acordo com pessoas que presenciaram o acidente, o motoboy estava sem capacete no momento da queda.

TRAGÉDIA

Vigilante dá adeus ao ‘busão’ após sorteio

Na manhã de ontem, o vigilante Sinei Perei-ra Laranjeira, 22, fa-turou uma motocicleta da promoção “Busão Nunca Mais”, da rádio Transamérica Manaus 95,1. Com a frase “Venho aqui me despedir a quem muito me ajudou, mas também me aborreceu, pelas vezes que atrasou. Adeus !”, ele levou para casa uma Dafra modelo Zig Mais, cor vermelha.

Sinei inscreveu quatro frases, e a última que ele depositou na urna, no último dia da promoção, foi escolhida. “Tenho o hábito de ler jornal todo dia, e sempre gostei de escrever, por isso num momento de inspiração resolvi participar”, disse. O rapaz reconheceu que o prêmio veio em boa hora. Ele pretende vender a moto, para arcar com as taxas e poder tirar a carteira de habilitação.

“Nunca tinha ganho nada antes, nem em bingo ou rifa. Quando me ligaram foi uma emoção muito grande. Eu já estava con-vencido a fazer um em-préstimo, agora não vou precisar mais”, afi rmou.

ParticipaçãoA cerimônia de en-

trega foi realizada na loja “Atração Motos”, no bairro Grande Cir-cular, Zona Leste.

O gerente Heldimar Coelho surpreendeu-se com o número de partici-pantes. Foram recebidos cerca de oito mil cupons. “Teve gente que chegou a entregar 150 cartões. Foi uma promoção muito boa na qual tivemos opor-tunidade de premiar os leitores e divulgar nosso produto”, comentou. Ele anunciou novas promo-ções para os próximos meses, com o sorteio de bicicletas elétricas.

PROMOÇÃO

Os Executivos, que passavam na praça da Matriz, agora só podem circular até a Dez de Julho

Sinei Laranjeira foi o grande sorteado da promoção

DIEGO CAJA/FREE LANCER

IONE MORENO

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

A02 - OPINIÃO - ÚLTIMA HORA.indd 2 25/8/2012 13:11:26

MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 A3Opinião

Editorial

O empresário Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho de Administração da Gerdau, quando foi convidado pela presidente Dilma Rousseff a fazer parte do seu governo, avisou-a de que era impossível governar com tantos ministérios. Mas Gerdau é um empresário e Dilma, política. Sem querer forçar muito uma conclusão: dois bicudos. O empresário continua consultor da presidente política, mas a advertência so-bre a quantidade desproporcional de ministros continua soando bastante oportuna até para outras atividades menos altaneiras, como a dos debates na televisão entre candidatos a cargos eletivos.

O Brasil é um país de enormidades. Dentro do Brasil, o Amazonas exerce com dignidade a sua mania de grandeza. Por isso, os debates dos prefeituráveis de Manaus na “telinha” ressoam tediosos e, sem querer diminuir a boa vontade dos organizadores, inúteis. Nove candidatos disputam a Prefeitura de Manaus, mas, feliz ou infelizmente, apenas seis têm sido privi-legiados com participação nos debates, cada um mais chato do que o outro.

Pense num jogo de bingo e eis a metáfora. Alguém mete a mão numa sacola e grita um número, um nome e um assunto. O resultado é o que se tem visto, morrendo de sono: todos os candidatos têm a mesma plataforma de governo, menos por um que se apresen-ta aos espectadores como se tivesse saído, naquele momento, de uma noitada de libações greco-romanas: esse se limita a debochar das fartas promessas dos outros e acaba prometendo que não fará promessas, e não faz. Queixa-se de uma brutal e inoportuna dor de cabeça, e ponto final.

É difícil estabelecer uma dinâmica com essa quantida-de de debatedores e nem se pode dividi-los em grupos sem prejudicar o bom andamento da oportunidade democrática de um defrontar os outros e vice-versa. Mas não é impossível. Não mais do que governar um país com tantos ministros, alguns dos quais nunca se teve notícia e nunca terá. Os desequilíbrios do país também são enormes e repercutem em todos os seus quadrantes.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

No sentido diametralmente oposto ao esperado pela maciça parcela da sociedade, o governo federal pagou até 163 vezes mais do que municípios desem-bolsam pelos medicamentos que são distribuídos gratuitamente nos postos de saúde de todo o país. Um mapeamento feito pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, com base em dados de um banco público de compras, mostra que o Ministério da Saúde pagou mais

comprar o mesmo produto.Talvez fosse o caso de trazer

à tona as inúmeras e gritantes falhas na gestão do PAC da Saúde que por terem sido acobertadas pelo governo de igual forma ge-raram prejuízos ao erário.

Gil Meizler – gil.meiz [email protected]

www.emtempo.com.br

O Taj Mahal que se vê aí não tem exatamente a linha arquitetônica que o celebrizou desde uma história na Índia. Pode-se suspeitar, também, dessa cúpula da Igreja de São Sebas-tião, aqui mesmo na Manaus de todos os contrastes. Sim, o contraste é o que une.

Um convite para dormirno sofá, diante da TV

“É no tranco da carroça que as abóboras se ajeitam”, gosta de lembrar o presidente do Supre-mo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto. Condutor das formalidades do julgamento, Ayres Britto está pronto para aplicar o lema ao impasse posto na última sessão do exame do processo do men-salão, quando o ministro relator anunciou que na segunda-feira vai contraditar o voto do revisor no episódio da contratação de serviços de publicidade na Câmara dos Deputados na gestão de João Paulo Cunha.

Pedida a réplica por Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski reivindicou a tréplica e, naque-le momento, foi informado pelo presidente: a condição de revisor não o põe em posição de igual-dade com o relator que continua com a prerrogativa de conduzir o processo. É a opinião preponde-rante no colegiado. A insistência de Lewandowski em se “ombrear” ao relator funcionando como con-traponto a ele, mesmo depois de iniciado o julgamento do mérito da ação, causa estranheza e pro-voca constrangimento entre os demais ministros. “Nunca se viu uma queda de braço dessa natu-reza”, diz um deles, ressaltando a diferença entre a normalidade das divergências entre os julgadores e atos que se confi guram como fonte permanente de dissenso.

Assim tem sido visto Lewando-wski. Não pelo conteúdo do voto em que discordou de Barbosa e absolveu réus condenados pelo colega, mas por estar levando ao pé da letra o termo “revisão” e, com isso, criando ambiente para um duelo de posições entre revisor e relator. Isso preocupa o colegia-do e suscita comentários sobre o risco de os outros ministros serem transformados em meros coad-

juvantes do processo, relegados à condição de espectadores de uma situação já qualifi cada por Ayres Britto como inconveniente “vaivém de divergências”.

De onde o presidente dará um “tranco” na carroça de modo que as abóboras se ajeitem até o início da sessão na tarde de segunda-feira. Ao jeito dele, ameno. “Não vou criar um caso”, pondera. Vai apenas combinar com Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski um rito de procedimento: dará a palavra ao relator, autorizará a tréplica ao revisor e, em seguida, passará a palavra à ministra Rosa Weber, primeira a votar na ordem de precedência.

Afi nal, o show tem que continu-ar. O julgamento não pode fi car emperrado. Uma situação de pane processual é algo que o presidente não cogita nem como hipótese re-mota. “As coisas não podem, nem vão, se prolongar ao interminá-vel”, assevera, para acrescentar: “O processo precisa seguir adiante porque seu propósito é chegar a uma decisão e não se deter em trocas argumentativas”.

Marco Aurélio Mello concorda. Não por acaso tem alertado para a possibilidade de o julgamento se estender para muito além do previsto. Ele discorda, porém, da visão de que o relator seja a figura central. “Não existe centralidade nem forças antagô-nicas em disputa, quem decide é a maioria e, nesse sentido, o colegiado precisa se mani-festar”. Há consenso quanto à resolução do que os ministros chamam de “incidentes”, mas há ciência também sobre os limites do contraditório, que começam a ser ultrapassados quando o antagonismo obstrui a sequên-cia dos trabalhos. A partir daí o desgaste recai sobre a corte.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

Marco Au-rélio Mello tem alertado para a pos-sibilidade de o julgamen-to se es-tender para muito além do previsto. Ele discor-da, porém, da visão de que o relator seja a fi gura central”.

O tranco da carroça

por 17 dos 21 itens analisados. A diferença entre o que saiu do caixa do governo e o menor preço encontrado no mercado, em compras feitas este ano no programa, é R$ 504,5 milhões.

Não é demais lembrar que o programa “Aqui tem Farmácia Popular” foi criado pelo Minis-tério da Saúde, em 2006, com o propósito de ampliar o acesso aos medicamentos para algu-mas doenças, dentre as quais

hipertensão e diabetes. Ocorre que não bastasse a diferença apontada no levantamento cita-do, diversos medicamentos en-contrados no “Farmácia Popular” são de igual modo encontrados para distribuição gratuita nos serviços públicos de saúde. O que signifi ca dizer que em virtude de falhas de comunicação entre os setores e esferas governamen-tais dois programas desembol-sam quantias diferentes para

RICARDO OLIVEIRA

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

Os artigos assinados nesta página são de responsabilidade de seus autores e não refl etem necessariamente a opinião do jornal.

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

CENTRAL DE RELACIONAMENTOAtendimento ao leitor e assinante

ASSINATURA e

[email protected]

CLASSIFICADOS

3211-3700classifi [email protected]

www.emtempo.com.br @emtempo_online /amazonasemtempo /tvemtempo/

[email protected]

REDAÇÃO

3090-1010

[email protected]

CIRCULAÇÃO

3090-1001

Presidente: Otávio Raman NevesDiretor-Executivo: João Bosco Araújo

Diretor de RedaçãoMário [email protected]

Editores-ChefesAldisio Filgueiras — MTB [email protected] Náis Campos — MTB [email protected] Cabral — MTB [email protected]

Chefe de ReportagemMichele Gouvêa — MTB [email protected]

Diretor AdministrativoLeandro [email protected]

Diretor de Marketing/ComercialRenato [email protected]

Diretor de ArteKyko Cruz [email protected]

EM Tempo OnlineYndira Assayag — MTB [email protected]

A03 - OPINIÃO.indd 3 8/25/2012 11:28:04 AM

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Quando se enfrentam sofrimentos ou coisas desagra-dáveis, a tentação é de achar que nada é belo. A mancha na roupa bran-ca causa a sensação de estarmos sujos”.

É imoral e ilegítimo, até capitulado na legislação eleitoral, que um líder reli-gioso, chefe de uma ‘igreja’, pro-meta adesão política a um candida-to, em nome de milhares de pessoas fi éis”.

João Bosco

Araújo

Há muitas maneiras de ver os que nos rodeiam ou o mundo em que estamos mergulhados. Existe o olhar do interes-seiro que busca sempre tirar proveito em benefício próprio das pessoas e das coisas.

Existe o olhar do poeta que contempla a beleza em tudo e em todos que encontra vida a fora. Existe o olhar do caridoso que deseja amar e tudo realizar por amor.

O olhar do interesseiro produz frutos de egoísmo e, por consequência, atos de rivalidade. Jesus nos liberta deste tipo de olhar para abrir-nos à contemplação e ao amor dos seres humanos e da natureza.

Diz serem felizes os que têm coração puro porque esta é a condição para ver a Deus. Convida a contemplar as fl ores do campo e os passarinhos, dos quais o Pai cuida e a descobrir a beleza, por vezes, escondidas em realidades tão próximas.

Somente quem consegue olhar sem interesse, ter sossego para admirar e amar sem segundas intenções, poderá dizer como nem sempre as aparências expressam maravilhas escondidas. Os poetas são pessoas que sabem con-templar e expressar de maneira bonita o contemplado.

E, como de poeta e de louco todos têm um pouco, despertemos nosso lado poé-tico para embelezar a sociedade ou, ao menos o círculo de nossos amigos.

Quando se enfrentam sofrimentos ou observam-se coisas desagradáveis, a ten-tação consiste em achar que nada é belo. A pequena mancha na roupa branca causa a sensação de que estamos sujos. As cores escuras, ao lado das tonalidades claras e fortes, fazem parte da tela pintada da existência humana.

O poeta português Fernando Pessoa, em poesia inspirada, responde à pergunta se valeram a pena as lágrimas das viúvas e órfãos, os sangues e as mortes dos portu-gueses durante o período das conquistas coloniais. “Valeu a pena? Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena”.

Em outra poesia, ele dizia que “Deus ao mar o perigo e o abismo deu/Mas nele é que se espelhou o céu”. Saber descobrir a beleza em pessoas, coi-sas e acontecimentos feios foi o que ensinou Jesus com palavras, com sua vida, morte e ressurreição.

Mário Quintana, poeta gaúcho, em escrito intitulado “Defi ciências”, faz-nos pensar sobre os preconceitos. “Defi ciente é aquele que não consegue mudar sua vida, aceitando as imposições de outras pesso-as ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de seu destino. Louco é quem não procura ser feliz no que possui.

Cego é aquele que não vê seu próximo a morrer de frio, de fome, de miséria e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. Surdo é aquele que não tempo de ouvir um desabafo de um amigo ou o apelo de um irmão.

Mudo é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. Paralítico é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

Miseráveis são todos os que não con-seguem falar com Deus”. E ele termina afi rmando que a amizade é o amor que nunca morre. É isso aí.

PainelRENATA LO PRETE

O PT prepara contra-ataque ao bombardeio que sofre na campanha com o julgamento do mensalão. Tão logo saia o veredito, petistas pressionarão o STF para julgar em 2014, também ano eleitoral, o mensalão mineiro, que tem o PSDB no olho do furacão e o mesmo Joaquim Barbosa como relator. No Supremo há avaliação de que o julgamento agora “desequilibra” o pleito nos grandes centros. “Será constrangedor se os ministros não agirem com isonomia”, diz um cacique petista.

Banho-maria Apesar das especulações e da iminente aposentadoria de Cezar Peluso, Dilma Rousseff ainda não cha-mou os conselheiros para assuntos de Supremo para conversar. Mas os “cur-rículos’’ de interessados não param de chegar aos escaninhos do governo.

Longo prazo Quem acompanhou as primeiras indicações de Dilma aposta que ela deve esperar o fi m do julgamento do mensalão para nomear o substituto de Peluso. “Ela não vai jogar a pessoa no fogo para ser sabatinada em meio a men-salão e eleições”, pondera o observador.

O pai da noiva Às voltas com a revisão do mensalão, Ricardo Lewandowski pas-sa ao largo dos preparati-vos para o casamento da fi lha, que está próximo. É o segundo fi lho do ministro que se casa em dois me-ses. A amigos, brinca que sua participação se limita a assinar cheques.

Já pensou? No auge da indignação com a greve da Polícia Federal, Dilma se queixou a um ministro e comparou: “Imagina só se uma pessoa chega aos EUA e é recebida por uma greve do FBI!”.

Timing O governo já es-tuda o momento em que acabará a suspensão do Paraguai, do Mercosul. A condição para a volta do país ao bloco é que seja restabelecida a normalida-de democrática. Há dúvidas se para isso valem as elei-ções, em março, ou a posse, em novembro de 2013.

Caiu a fi cha Com apoio interno do PMDB penden-do para Renan Calheiros (AL), o Planalto já avalia que comprar briga com o partido para instalar

o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) na pre-sidência do Senado será uma “batalha perdida”.

Inimigo real Interlo-cutores do governo ale-gam, nos bastidores, que o PMDB não criou tantos problemas para o PT e que o foco da articulação polí-tica de Dilma será pacifi car as alas da sigla.

Volta ao mundo No-vamente na mira da CPI do Cachoeira, Agnelo Quei-roz (PT-DF) comemorou o aniversário de 56 anos da primeira-dama, Ilza, em Buenos Aires, onde mora a fi lha. Antes, o governador e comitiva fi zeram tour de 13 dias pela Ásia e Europa para visitar projetos de in-teresse do governo.

Onde está... Critica-do pela amplitude de seu recém-lançado programa de governo, Fernando Ha-ddad pretende reunir espe-cialistas amanhã na sede do Secovi, para detalhar as metas e a origem dos recursos de cada item do “Arco do Futuro”.

...o dinheiro? Entre outras fontes de verba, o petista citará as opera-ções urbanas e a perspec-tiva de amealhar até R$ 7 bilhões em parcerias com o governo federal.

Copyright José Fer-nandes, marqueteiro do DEM, acusa Haddad de copiar lema da propagan-da paulistana. Em maio, o comercial do partido dizia: “Depois do Real, a vida das pessoas melhorou da porta para dentro de casa. Lá fora é outra coisa”.

Copyright 2 Geraldo Al-ckmin avisou a aliados de Gabriel Chalita que reprova o uso de sua imagem no pro-grama do peemedebista, seu ex-secretário, na TV.

Tiroteio

Depois de fazer tanto doce, lá vai a Marta acordar abraçada ao ‘pesadelo’ Maluf na elei-ção, assim como fez no 2º turno em 2004.

Contraponto

A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), desceram ao saguão do Planalto após reunião com líderes aliados. Depois das explicações sobre a pauta do encontro, um jornalista quis saber de Ideli se a relação dela com Chinaglia havia melhorado, após as desavenças que começaram quando o deputado viajou para os EUA. - Estamos muito bem! Diante dos olhares desconfi ados, a ministra disse: - Precisa de beijo, é?, perguntou, aos risos, mirando as câmeras e abraçando o petista.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

DA CANDIDATA DO PPS À PREFEITURA PAULIS-TANA, SONINHA FRANCINE, sobre o engajamento da senadora na campanha de Fernando Haddad (PT).

Eu já receio que não termine até o fi m do ano. Hoje, o plenário é um tribunal de pro-cesso único, e temos aguardando na fi la a pauta dirigida, cerca de 800 processos

Aproximam-se as eleições municipais. Prefeitos e respectivos parlamentos se-rão constituídos e legitimados pelo voto popular, como determina a Constituição de qualquer república democrática como a que ora felizmente vivemos.

Neste regime, é pelo voto que outorga-mos o poder político àqueles que deverão administrar e imprimir um direcionamen-to à sociedade e, consequentemente, às nossas próprias vidas. Por isso exige-se o voto como gesto responsável e neces-sariamente antecedido por cuidadosa re-fl exão crítica, cujos elementos de análise serão principalmente a história de vida, a postura ideológica, os créditos e débitos funcionais, as credenciais decorrentes da formação escolar, tudo em relação a cada um dos candidatos.

O único elemento que pode e deve ga-rantir o êxito de um regime democrático, no sentido de que nele uma sociedade venha a encontrar a qualidade de vida que almeja, reside necessariamente também no êxito com que essa sociedade venha a assegurar o desenvolvimento cultural de cada um dos seus membros e de todos eles como um universo, ou seja, do nível que a educação tiver alcançado dentro dessa nação.

Somente pelo desenvolvimento da consciência social de cada um (e do todo) é que o sistema político da democracia poderá alcançar o seu nível de excelência, porque este sempre dependerá daquilo que se defi ne como responsabilidade social.

O que cabe a cada líder comunitário, a cada educador, a cada padre ou pastor, a cada governante, a cada parlamentar, a cada dirigente de partido político, não é tentar usurpar o direito e o dever que cada cidadão tem, de decidir com respon-sabilidade para onde irá o seu voto.

Se não for assim, estará sendo perpe-tuado ou ressuscitado o velho regime do “curral eleitoral”, em que os “coronéis” decidiam os votos de todos que se en-contravam sob a sua “jurisdição”. Com certeza, não é esse o caminho republicano a ser preferido pelos que visam o desen-volvimento humano de uma nação.

É imoral e ilegítimo, até capitulado na legislação eleitoral brasileira, que um líder religioso, chefe de uma “igreja”, prometa adesão política a um candidato, em nome de milhares de pessoas, cer-ceadas da liberdade de decisão, como recentemente fi zeram um “apóstolo” e um “pastor” de duas seitas protestantes. Nada contra as candidaturas, sejam elas quais forem, mas tudo contra a usurpação da liberdade alheia.

Não vivo hoje nenhuma religião, mas não percebo atitude como essa nos meios católicos, batistas, presbiteria-nos, adventistas, judeus, muçulmanos, budistas, e sim apenas nas seitas cristãs pentecostais, onde viceja a chamada “teologia da prosperidade”. Religião e política (com p minúsculo) no mesmo tacho, na mistura fatal de alhos e bu-galhos. Na verdade, ainda precisamos chegar ao ponto de participar, numa etapa anterior, da própria escolha das candidaturas dentro dos partidos, o que hoje, cá no Brasil, ainda transcorre sem a participação da sociedade.

A cada qual o que lhe cabeconforme a natureza e fi m

Contemplar o mundo com os olhos de poeta

Sua hora vai chegar

Brasil carinhoso

FrasesÉ um manual de instrução para um indivíduo abu-sivo praticar tortura sexual com uma jovem vulne-rável. Será que as pessoas poderiam tentar reler o

livro e pensar: ‘Qual é a desse cara?’

Clare Phillipson, diretora da Wearside Women, instituição que auxilia vítimas de violência doméstica, ameaça queimar cópias de “Cinquenta Tons de Cinza”,

livro de E. L. James, que “erotiza a tortura sexual”.

A logística é similar de quando eles atuavam em Goiás, com as mesmas máquinas e funcionários.

Aqui já havia uma clientela fi el, viciada. Iam buscar clientes em casa e levavam até o local do jogo

Henry Lopes, chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, investiga indícios de que o grupo de Carlos Cachoeira continuava a atuar com máqui-nas de jogo, com a participação do empresário de

dentro da prisão.

Marco Aurélio Mello, ministro, teme que, se continuar no ritmo atual, o

julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal poderá não terminar

até o fi m do ano, como é desejo dentro e fora do tribunal.

Diretor Executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom Luiz Soares Vieira

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

A04 - OPINIÃO.indd 4 8/25/2012 11:30:30 AM

MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 A5Política

Candidatos solteiros são maioria nestas eleiçõesCenso eleitoral realizado pelo EM TEMPO mostra a predominância ainda de jovens e homens que concorrem neste pleito

Ela se chama Maria, tem 37 anos, estudou até o ensino médio, ganha seu sustento

como agricultora, é casada, tem três fi lhos e decidiu dis-putar uma das cadeiras do Le-gislativo municipal pelo PT.

Essa é a média do perfi l dos 6,8 mil dos 7,2 mil can-didatos no Amazonas que já estão aptos a disputar as próximas eleições, segundo Censo Eleitoral realizando pelo EM TEMPO, por meio de um levantamento feito no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre muitas “Marias”, “Josés” e “Antônios” uma vontade em comum: o desejo de mudança.

Dos 6,3 mil candidatos a vereador em todo o Esta-do, dois têm menos de 18 anos. Ingrid Rodrigues (PP) e Salomão Silva (PSDB), têm 17 anos, e estão disputando - pela primeira vez - com outras 108 pessoas uma das 11 vagas no Legislativo de Benjamin Constant. “Can-

sei de esperar pelos outros, quero entrar (para a Câmara) para tentar mudar a vida da população”, disse o tucano com extrema convicção.

Eles fazem parte de um universo de menos de 10% dos jovens que ingressam na disputa eleitoral. Este ano,

segundo dados do TSE, há 328 candidatos entre 18 e 24 anos disputando a vere-ança, o equivalente a 5,13% e apenas 17 na faixa etária entre 25 e 34 anos, que cobi-çam um cargo majoritário nos municípios amazonenses. Os números representam menos de 15% do total de candidatos

nas próximas eleições.Dos 220 postulantes a pre-

feito que já tiveram seus regis-tros de candidatura deferidos pelo Tribunal Regional Eleito-ral do Amazonas (TRE-AM), 119 ou 54,09% tem entre 45 e 59 anos. Em Manaus, a faixa etária dos nove concorrentes à Prefeitura de Manaus vai de 48 anos, como o deputado federal Sabino Castelo Branco (PTB), a 70 anos, na fi gura do líder do PCB, Luiz Navarro. “A idade não importa, o prefeito tem de saber quais são os problemas da cidade e ter as soluções para resolvê-los. Eu presenciei de perto muita coisa, já fui pobre e tive uma vida sofrida, sei as dores da população”, avaliou Sabino.

O desejo de mudança pode esbarrar na vontade do elei-tor que, no dia 7 de outubro, pode optar por um dos 26 candidatos ao Executivo que disputam a reeleição no inte-rior do Estado, o que repre-senta 11,81% dos que alme-jam chegar às prefeituras e só “perdem” numericamente para os 27 candidatos que são empresários.

CAMILA CARVALHOEquipe EM TEMPO

A Lei das Eleições (lei nº 9.504/97) exige que ao menos 30% dos candidatos a vereador sejam de um dos sexos. Como não há a mesma exigência para a disputa majoritária, o número de candidatas às prefeituras é bem menor.

Dos 6,8 mil candidatos no Amazonas, 2 mil são mulheres. Deste universo, apenas 19 mulheres dis-putam as prefeituras e 1,9 mil tentam chegar aos Le-gislativos municipais.

DesigualElas disputam em desi-

gualdade numérica com os 201 homens que tentam abocanhar os Executivos e os 4,4 mil que pleiteiam as cadeiras do Legislativo. A “briga” entre os sexos nas urnas é protagonizada por 3,4 mil candidatos soltei-ros, 3 mil casados, 206

divorciados, 84 viúvos e 56 separados judicialmente.

Entre os prefeituráveis, 133 - 60,45% - são casa-dos e, segundo estimativa do TSE, utilizam temas re-lacionados à família du-rante a campanha. Entre os candidatos às Câmaras municipais ocorre o inver-so: 2,7 mil - 43,48% - são solteiros e utilizam como plataforma de campanha temas relacionados à ju-ventude, acessibilidade, transporte público, acesso à saúde e educação.

No que diz respeito à educação, o Amazonas tem três postulantes ao Legis-lativo que se declararam analfabetos; 296 informa-ram só saber ler e escrever; 655 concluíram o ensino fundamental; 2,7 mil ter-minaram o ensino médio e 1,4 mil tem um diploma de nível superior.

Mulheres ainda é minoria

Nos dez maiores colégios eleitorais do Amazonas - Manaus, Manacapuru, Parin-tins, Itacoatiara, Co-ari, Tefé, Maués, Ta-batinga, Iranduba e Humaitá - a maioria dos candidatos se cha-ma “José” ou “Maria”.

As “Marias” são 169. Destas, 30 não têm “Ma-ria” no nome de batismo, mas optaram por ir para as urnas e ser identifi -cadas dessa forma. Já os “Josés” representam 98 candidatos, mas Des-tes, apenas dez não têm “José” no nome de batis-mo, mas informaram à Justiça Eleitoral que nas urnas querem ser identi-fi cados como José.

‘Marias’povoam as candidaturas

RAIO XEntre os candidatos a vereador, a média de idade é de 35 a 44 anos. De todos os concorren-tes deste pleito, 14,35% são servidores públicos; 623 são agricultores; 9% são professores e 5% buscam a reeleição

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 - 7,2 mil candidatos se registraram no TRE-AM2 - 6,8 mil tiveram os registros deferidos3 - 6,3 mil são candidatos a vereador4 - 4,8 mil do sexo masculino5 - 3,4 mil candidatos são solteiros6 - 3 mil candidatos são analfabetos7 - 3 mil são casados8 - 2 mil são candidatos do sexo feminino9 - 835 candidatos são servidores públicos10 - 623 candidatos são agricultores11 - 328 candidatos a vereador têm idades entre 18 e 24 anos12 - 119 candidatos a prefeito têm idades entre 45 e 59 anos

A05 - POLÍTICA.indd 5 8/25/2012 11:32:11 AM

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

PSDB tenta de Pagot con-fi ssões contra governo

Os membros do PSDB na CPI mista do Cachoeira tentarão arrancar do de-poimento de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit, afirmações que possam comprometer o governo fe-deral. Em reunião na quarta, os tucanos decidiram tentar aproveitar possíveis mágo-as de Pagot, defenestrado do Dnit após denúncias de corrupção supostamente plantadas por Cachoeira, para desgastar o PT nas eleições municipais.

Em boca fechada...Pagot disse a amigos que

negará qualquer acusação contra o governo, o PT e o próprio PSDB em seu depoi-mento na CPI do Cachoeira.

...não entra moscaPor outro lado, o ex-di-

retor do Dnit vai confi rmar que arrecadou dinheiro para fi nanciar campanhas do PT. Segundo ele, tudo legal.

Quem cala, consente PSDB usará a fala do líder

e questões de ordem para interrogar Fernando Caven-dish, da Delta. Mas terá o silêncio como resposta.

Tormento sem fi mO ex-ministro José Dirceu

torce para que o julgamen-to do mensalão acabe logo. Manobras protelatórias só atormentam os réus, diz.

Política de alianças es-panta pernambucanos

Em Pernambuco, muita gente mal acredita na aliança costurada por Eduardo Cam-pos (PSB), atual governador, com inimigos do avô dele Miguel Arraes, como Jarbas Vasconcelos (PMDB), sena-dor que também tem dife-

renças inconciliáveis com o ex-presidente Lula. Jarbas levou para aliança Antonio Lavareda, o marqueteiro que o ajudou na implacável opo-sição ao então governador Arraes e ao seu neto.

ContágioVirou bagunça: o consulado

dos Estados Unidos avisou a uma leitora, com visto obtido há dois meses, que a DHL vai entregar o documento.

Caixa forradoUltrapassou R$ 1 bilhão a

arrecadação em royalties do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no primeiro semestre de 2012.

Letra mortaO bufão da Venezuela, Hugo

Chávez, e o ditador aposen-tado de Cuba, Fidel Castro, vão escrever um livro. Lula se oferecerá como revisor.

ConstrangimentoAs gargalhadas de advoga-

dos de mensaleiros, quinta, no plenário do Supremo Tri-bunal Federal, deixaram os ministros indignados e tam-bém envergonhados, quando viram o fl agrante estampado nos jornais.

Quem ri melhor?Para um polêmico minis-

tro do Supremo, que pediu para não ter seu nome infor-mado, as gargalhadas dos advogados causaram mais estragos aos réus que a denúncia da Procuradoria-Geral da República.

Na moitaO líder do PMDB, Henrique

Eduardo Alves (RN), decidiu dar um pausa na campanha pela presidência da Câma-ra: “Vou esperar o resulta-do das eleições municipais, para então buscar o voto de

cada deputado”.

Parte sensívelRéu no mensalão, o ex-depu-

tado Roberto Jeff erson come-morou em seu blog o acordo que obriga Luiz Estevão a de-volver meio milhão ao erário: “É aplicar o castigo no bolso, parte sensível do ser humano”.

Dia a diaPara o advogado do publi-

citário Duda Mendonça no mensalão, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, “não há nada de incomum” nas divergências entre o relator Joaquim Barbosa e o revisor Lewandowski.

Catarinense no STFO ministro Teori Zavascki,

o primeiro que Lula nomeou para o Superior Tribunal de Justiça, é cotado para uma das vagas a serem abertas este ano no Supremo Tribunal Federal. Santa Catarina, seu Estado, até hoje somente em-placou um ministro no STF, Luís Gallotti, em 1949.

Qualifi cação Em assembleia, esta se-

mana, grevistas da Polícia Federal apoiavam a parali-sação de todas as ativida-des, enfrentando as conse-quências. Só não queriam interromper as aulas e cur-sos de formação.

É a leiÉ inédito na história do

Itamaraty, desde o barão do Rio Branco, o corte do ponto dos servidores em greve no Itamaraty nas embaixadas, consulados e delegações mundo afora. Dura Lex, sed Lex.

Pensando bem......todos os Cunha são iguais,

mas há Cunha mais iguais que os outros.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Meu pai já foi condenado, destruíram a imagem dele”

DEPUTADO ZECA DIRCEU (PT-PR), sobre as acusações contra José Dirceu no mensalão

PODER SEM PUDOR

Ao defender seu cliente Duda Mendonça na tribuna do Supremo Tribunal Federal, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro (“Kakay”) reclamou da dificulda-de de enfrentar o procurador-geral da República, destacando que enquanto Roberto Gurgel toma cafezinho com os ministros, ele não tem acesso nem mesmo a barrinha de cereais. Assistentes do colega dele José Luís de Oliveira Lima, que defende José Dirceu, não resistiram à brincadeira: compraram-lhe uma barrinha de cereais. Mas, ao entregá-la, Kakay agradeceu e recusou:

- Eu não gosto de barrinhas de cereais...

Barrinhas no discurso

Presos provisórios deverão votarO Tribunal Regional Elei-

toral do Ceará (TRE-CE) ins-talará seções eleitorais em quatro presídios no Estado, benefi ciando 214 presos pro-visórios, que estarão aptos a votar nestas eleições.

As seções eleitorais serão instaladas no Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, em Aquiraz; na Penitenciária Industrial Re-gional do Cariri, em Juazeiro do Norte; e nas Casas de Privação Provisória de Liberdade, em Itaitinga e Caucaia.

A iniciativa é fruto de um convênio entre o TRE-CE e a Secretaria de Justiça e Ci-dadania do Estado do Cea-rá, assinado em dezembro de 2011. Este convênio tem como objeto viabilizar, em unidades carcerárias do Es-tado, o direito ao voto dos presos provisórios que os-tentem a condição de eleitor, bem como daqueles que pre-encham os requisitos legais para exercer esse direito.

O convênio se fundamenta no art. 15, inciso 111, da

Constituição Federal, que exi-ge o trânsito em julgado da sentença criminal para a sus-pensão de direitos políticos dos condenados, na iniciativa dos presidentes do Conselho Nacional de Justiça e do Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE) para viabilizar o direito a esse voto, concretizada com a edição da portaria conjun-ta CNJITSE nº 1/2009, nas determinações da resolução do TSE nº 23.219/2010 e na lei nº 8.666/1993, e suas alterações posteriores.

TRE-CE

A iniciativa do Conselho Nacional de Justiça terá como foco juízes e desembargadores que atuam na Região Centro-Oeste

CNJ lança programa para valorizar magistrados

A carreira de magistratura está em queda nos Estados da Região Centro-Oeste, diz CNJ

O Programa “Valorização dos Magistrados: Juiz Va-lorizado, Justiça Completa”, do Conselho Nacional de Justiça, lançado na última sexta-feira, será voltado aos juízes e desembargadores da região Centro-Oeste. A sole-nidade aconteceu na sede da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) e foi conduzida pelo con-selheiro José Lucio Munhoz, presidente da Comissão Per-manente de Efi ciência Ope-racional do CNJ.

Segundo Munhoz, o progra-ma surgiu da constatação de que as pessoas têm uma com-preensão equivocada da atu-ação do magistrado, somada

à percepção de que os juízes estão sobrecarregados de trabalho, sem estrutura para dar conta dele. “O magistrado sofre ameaças, sofre violência e é pressionado por uma es-trutura interna que privilegia a quantidade e não a qualidade do trabalho do profi ssional. E isso vai causando problemas de toda ordem”, afi rmou.

Durante o evento, também foi exibido um vídeo do mi-nistro Ayres Britto, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, que chamou atenção para o decrescente interesse pelo ingresso na magistratu-ra. Além de Munhoz, fi zeram parte da mesa de abertura do evento o conselheiro Emma-

noel Pereira; o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, desembargador Le-obino Valente Chaves; o pre-sidente do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, desembargador Mário Sér-gio Bottazzo; Félix de Sousa, presidente da Asmego; e o presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 18ª Região (Anamatra), Platon Teixeira de Azevedo Neto.

O encontro regional Centro-Oeste do programa foi feito por meio de parceria entre o CNJ, TJ-GO, Anamatra e As-sociação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Participaram das discussões juízes e desem-bargadores do Centro-Oeste.

JOSÉ CRUZ/ABR

A06 - POLÍTICA.indd 6 8/25/2012 11:34:07 AM

MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 A7Com a palavra

Quarta mulher no Amazonas a ocupar um assento na corte do Tribunal de Justi-ça do Amazonas (TJAM), a

desembargadora Graça Figueiredo fala da profissão com paixão nos olhos e como se estivesse iniciando na carreira jurídica. Com 30 anos de profissão, a magistrada resolveu presentear suas colegas juízas e desembargadoras, ao contar, num livro, a trajetória feminina no Poder Judiciário do Brasil.

O “Senhoras da Justiça”, lança-do este mês em Brasília, em seu processo de pesquisa revelou à Graça Figueiredo diversas his-tórias sobre a inserção do sexo feminino no meio jurídico.

Durante entrevista concedida ao EM TEMPO em seu gabinete na sede do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Graça Figueiredo falou não somente de seu livro, mas da família e do orgulho que tem de seus filhos.

EM TEMPO - A senhora lançou recentemente o livro “Senhoras da Justiça”, que descreve a trajetória das mulheres no Poder Judiciário em todo o país. Como surgiu a ideia de fazer essa narrativa?

Graça Figueiredo – Sempre de-sejei fazer uma abordagem sobre a trajetória da mulher que estuda a ciência do direito e que, após a conclusão do curso ingressa em uma carreira jurídica. A mulher, ao assumir a magistratura, assume a missão de distribuir justiça e isso nunca havia sido contado de forma aberta. Esse trabalho realça toda essa questão da participação da mulher na magistratura de carreira em todos os tribunais, e também revela a difícil inserção da mulher no mercado de trabalho jurídico, antes ocupado apenas por homens. Outro destaque é a missão da mulher, esposa e mãe, que muitas vezes precisa se ausentar da companhia da família para trabalhar no interior. A obra é finalizada apresentando uma avaliação da presença da mulher no Poder Judiciário, desde a criação dos cursos jurídicos no país.

EM TEMPO - Como foi o tra-balho de captação dos fatos e quanto tempo foi necessário para elaboração desse livro?

GF – Foi uma tarefa difícil, mas muito prazerosa. Passei cinco anos construindo esse livro e precisei

viajar para Fortaleza, onde me deslo-quei até a comarca de Várzea Alegre para conhecer a história de vida da primeira juíza do Brasil, doutora Auri Moura Costa. Também fui várias vezes a Brasília pesquisar sobre a ministra Ellen Gracie, que depois de 200 anos após a instalação do curso de direito, foi a primeira mulher do Supremo Tribunal Federal (STF); e a ministra Eliana Calmon, a primeira mulher no Superior Tribunal de Jus-tiça (STJ) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ouvi histórias de vida que me deixaram extremamente emocionada e orgulhosa, como o caso da doutora Joesy Camargo, do Paraná, que trabalhou como diarista para bancar os estudos, e se tornou desembargadora.

EM TEMPO - A senhora já so-freu alguma discriminação por ser mulher e ocupar um cargo importante no Judiciário?

GF – Entrei no meio jurídico em 1978 e sempre fui uma mulher muito determinada e destemida e, talvez isso tenha ofuscado um pouco essa questão da discriminação. Sempre me vi igual diante dos meus pares, nunca atrás ou na frente. Sou uma mulher normal como todas. Faço questão de cuidar da minha casa todos os dias antes de vir ao tra-balho, e tenho um contato muito próximo com os meus filhos. Claro que, diante do cargo que ocupo tenho minhas limitações e evito ter rea-ções públicas que possam refletir em minha carreira. Meu trabalho in-terfere na vida das pessoas, por isso minha conduta é muito importante. A população não dissocia a minha imagem de pessoa à de magistra-da. Não posso me sentar em uma mesa de bar e ficar embriagada ou ser vista em meio a uma baderna ou batucada. Essas ações refletem em minha postura profissional. É o ônus da profissão.

EM TEMPO – Como é o seu trabalho no Tribunal de Justiça do Amazonas?

GF – Faço julgamento de causas que mudam o destino de muitos, por isso até hoje quando vou pegar uma causa para avaliar eu não leio o nome das partes. Tudo para manter uma imparcialidade na hora da decisão. Não faço “corpo mole” dentro do meu gabinete, se precisar carrego os processos e passo do meu horário de trabalho sem reclamar. Faço jus ao salário que recebo. Seria muito difícil ser apontada como corrupta.

Eu escolhi servir a Deus e a Justiça e amo muito a profissão que abra-cei. Batalhei muito para ter um bom conceito na minha carreira, mas se fosse preciso faria tudo de novo.

EM TEMPO - Entre os desta-ques do livro estão histórias das mulheres pioneiras na Justiça brasileira. A senhora acredita que essas precursoras trilharam um caminho difícil?

GF – A primeira mulher que surgiu no Judiciário brasileiro foi em 1939. A doutora Auri Moura, e justamente ela, só conseguiu esse cargo por-que seu nome dava ambiguidade e parecia ser de homem. Naquela época, ainda nem existia a palavra juíza, era apenas juiz. Durante as pesquisas para esse livro acompa-nhei todo esse trajeto enfrentado por elas. Foi um momento difícil sim, e ainda precisamos avançar muito mais. Ainda somos um número inexpressível no Judiciário de todo país. Em São Paulo, temos 350 de-sembargadores, sendo que apenas 14 são mulheres. Em Pernambuco são 39 magistrados homens para apenas uma mulher e, no Amazonas, são 19 homens e quatro mulheres.

EM TEMPO - A primeira de-sembargadora que ingressou no Tribunal de Justiça do Amazonas na vaga destinada ao Ministério Público foi Nayde de Vasconcelos, em 1981. Nesses 30 anos esse espaço feminino cresceu no Judi-ciário amazonense?

GF – Sim, se abriu mais um espaço para o sexo feminino. Vemos a parti-cipação muito grande de mulheres na realização de concursos para a área jurídica. Porém, ainda é preciso muito mais. Na capital do Amazonas, de 78 pessoas que ocupam o cargo de juiz, 28 são mulheres. No interior, 60% de magistrados são homens e 40% mu-lheres. Quando decidi fazer esse livro não foi como uma forma de afrontar o sexo masculino, e sim exaltar o gênero feminino. Todos nós temos qualidades, independentemente de sexo.

EM TEMPO – Quando será lança-do o seu livro aqui no Estado?

GF – Estou conversando com a edi-tora para agendarmos uma data para esse lançamento. Já recebi convites para fazer o lançamento também em outras capitais, como Belém. Mas, aviso que esses exemplares não serão vendidos, e sim distribuídos. Quero espalhar a histórias dessas “Senhoras da Justiça” em o todo país.

Graça FIGUEIREDO

Ser MAGISTRADA É UMA missão

Entrei no meio jurídi-co em 1978 e sempre fui uma mulher muito determinada e destemi-da e, talvez isso tenha ofuscado um pouco essa questão da discri-minação. Sempre me vi igual diante dos meus pares, nunca atrás ou na frente. Sou uma mu-lher normal como to-das”

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

• Nayde de Vascon-celos: Em 1981 foi a primeira desembarga-dora a ingressar no Tribunal de Justiça do Amazonas na vaga des-tinada ao Ministério Público, e foi também a primeira promotora de Justiça do Amazonas.

• Marinildes Mendon-ça: segunda desembar-gadora. Assumiu suas funções no tribunal em 1989, vindo a ser a primeira mulher – e a única até o momento - a presidir a corte de Justiça do Estado.

• Liana Belém de Sou-za: terceira desembar-gadora empossada no cargo em 1991, apo-sentando-se quase 11 anos depois.

• Maria das Graças Figueiredo: quarta de-sembargadora, juíza de carreira, tomou posso em 2004, e atuou como corregedora-geral dos Juizados Especiais Cí-veis e Criminais do Amazonas e exerceu a função de presidente do Tribunal Regional Elei-toral do Amazonas.

• Maria do Perpétuo Socorro Guedes: quin-ta desembargadora, oriunda do Ministério Público em 2004, tendo ocupado a função de ouvidora-geral e cor-regedora-geral.

• Euza Naide de Vas-concelos: sexta de-sembargadora, juíza de carreira, foi pro-movida ao TJAM em 2009, vindo a falecer em abril de 2010.

Pioneiras na Justiça do Amazonas

FOTOS: MÁRIO OLIVEIRA

A07 - POLITICA.indd 5 8/25/2012 11:36:44 AM

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

A tática da ‘ação conjunta’Candidatos a prefeito de Manaus têm massificado o discurso da parceria com governos estadual e federal no êxito da administração. Mas, em nível de Brasil, as boas administrações são de prefeitos que não cultuam aliança regional com o PT

Levantamentos socio-econômicos do Insti-tuto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística

(IBGE) e do Programa das Nações Unidas para o De-senvolvimento (Pnud) contra-

riam o argumento utilizado por alguns dos candidatos à Prefeitura de Manaus, de que pertencer às bases dos governos federal e estadual é determinante para o êxito na administração municipal.

Das 26 capitais brasilei-ras (exceto Brasília), 25 são administradas por prefeitos

dos partidos de sustentação ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e apenas uma por legenda de oposi-ção: São Luís (PSDB).

Apesar disso, as capitais paranaenses e mineira - ad-ministradas pelo PSB - que não mantém aliança regio-nal com o partido de Dilma

Rousseff, aparecem entre os cinco maiores PIBs do país conforme o IBGE, e entre os melhores Índices de Desen-volvimento Humano (IDH), de acordo com as informações divulgadas pelo Pnud.

Curitiba é o 4° PIB do Brasil (R$ 45.762,418) com o IDH de 0,857, seguida por Belo

Horizonte, que apresenta um PIB de R$ 44.595,205, com 0,839 de IDH entre as cem maiores cidades do Brasil.

Durante os dois debates televisivos que aconteceram este mês, entres seis dos nove candidatos à Prefeitura de Manaus, entre uma resposta e outra, um comentário e outro,

os prefeituráveis citaram por diversas vezes a necessidade da parceria com a presidente Dilma Rousseff (PT) e o gover-nador Omar Aziz (PSD), para um maior desenvolvimento social e econômico da cida-de, como mostra de algumas das vantagens de pertencer ao grupo governista.

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

A candidata Vanes-sa Grazziotin (PCdoB), por exemplo, é que mais enfatiza essa parceria em seus discursos de campanha, num for-te apelo a uma “ação conjunta” entre as três administrações munici-pal, estadual e federal, caso seja eleita prefeita de Manaus. “É impos-sível governar uma ci-dade sozinha, preciso da ajuda da presidente Dilma, do governador Omar Aziz e do senador Eduardo Braga. Somos um time”, frisou.

Outro candidato a prefeito que tem lança-do mão desse artifício, mesmo de uma forma mais tímida é o de-putado federal Sabino Castelo Branco (PTB). No último debate te-levisivo, realizado na quinta-feira passada, ele deixou claro a todos de que também tem proximidade com esses governantes (Omar e Dilma) e não somente sua adversária, Vanes-sa Grazziotin.

Ele frisou que seu par-tido integra a base de Dilma e que terá apoio do governo, se eleito.

Vanessa se ‘apega’ a essa ferramenta

Na avaliação do cien-tista político Gilson Gil, esse tipo de argumento nada mais é do que uma estratégia política para impressionar o eleito-rado, porque atualmen-te a participação ou não nos governos federal ou estadual, não tem inter-ferência no crescimen-to da cidade.

“O apoio do governo federal é essencial a qualquer governante. Porém, creio que de-vemos relativizar esse apoio da forma como alguns políticos o usam nas campanhas. Isso é apenas uma arma do marketing político”, analisou.

Gil observou que os repasses constitucio-nais de recursos às prefeituras são fixos, portanto, essa estra-tégia não passa de uma maneira de per-suadir a população.

Estratégia política para impressionar

A08 - POLITICA.indd 6 8/25/2012 11:38:22 AM

EconomiaCa

dern

o B

[email protected], DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

A piscicultura de formasustentável

IONE MORENO

Contratos abusivos levamempreiteiras ao prejuízoPequenas empresas, terceirizadas em obras, denunciam “manobra” nos contratos fechados com grandes construtoras

Os empreendimen-tos erguidos nos quatro cantos da cidade são teste-

munhas do “boom” da cons-trução civil em Manaus. Po-rém, nos bastidores desse crescimento, nem tudo são fl ores. Isso porque gigan-tes do setor aplicam contra as pequenas empreiteiras e chegam a causar prejuízos de até R$ 30 mil.

Empresários de pequeno porte denunciam que nos serviços terceirizados são explorados pelas grandes construtoras com exigên-cias contratuais abusivas, as quais os obrigam a arcar com custos pesados que con-somem o lucro.

“As grandes empresas da construção civil enganam ao omitir pontos do contrato. Elas se aproveitam das pres-tadoras de serviços peque-nas para progredir dentro da construção sem informar todos os custos envolvidos no empreendimento. Os emprei-teiros só descobrem essas “nuances” depois que colo-cam os trabalhadores nos canteiros de obras”, denuncia o proprietário de uma fi rma que presta serviço de alve-naria no geral, que se iden-tifi cou apenas como Marcos, por temer retaliações, como a perda de negócios no setor.

O empresário comenta que recentemente fechou um contrato por seis me-ses, que ainda está em vi-gência, com uma conhecida construtora da cidade para

realizar serviços de alvena-ria em uma obra na Zona Centro-Sul da cidade.

Para ele, o que parecia ser um bom negócio se transfor-mou em uma verdadeira dor de cabeça. Ele foi obrigado a cobrir os custos de gas-tos que, na avaliação dele, deveriam ser pagos pelas construtoras. Segundo ele, somente com equipamentos de segurança os prejuízos somaram R$ 7 mil. Com material de construção e ferramentas foram desem-bolsados mais R$ 5 mil.

“Pensava que teria lucro, mas no fi nal do contrato terei prejuízos de R$ 30 mil. Sou obrigado a pagar por gastos

que não estão especifi cados no contrato. Equipamentos de segurança e ferramentas quem tem que comprar são as construtoras. Eu só entro com a mão de obra. O jeito é administrar o prejuízo. Se recorrer à Justiça, posso fi car queimado e não fechar novos negócios futuramente”, enfa-tiza Marcos.

O engenheiro que se iden-tifi cou como Francisco pas-sou pelo mesmo problema.

Ele fechou um contrato de seis meses com uma grande construtora e reclama que foi obrigado a pagar por gastos não determinados no con-trato. O empresário calcula prejuízos de R$ 20 mil.

“As grandes empresas da construção civil não falam quais são as obrigações do pequeno empreiteiro. Só quando começamos a obra é que somos avisados que gastos com segurança e ferramentas são de nos-sa responsabilidade. Essa prática onera muito o or-çamento das pequenas em-preiteiras”, ressalta.

O engenheiro civil da construtora Aliança, Char-les Menta, destaca que os gastos com serviços de pequeno porte, depen-dendo da empresa, variam conforme o acordo es-pecifi cado no contrato. Ele ressalta que as fer-ramentas de uso coleti-vo são fornecidas pelas construtoras. Já as de uso individual como colher de pedreiro ou martelo do carpinteiro, por exemplo, são propriedades dos próprios trabalhadores.

“Às vezes, a contratan-te arca com os gastos, outras é a contratada. Tudo depende do acor-do fechado. Gosto de organização. Pre-fi ro trabalhar com uma em-presa pequena organizada do que com uma em-presa grande que não é organizada”, frisa o gerente de obra.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

MANOBRAPequenas empreiteiras alegam que, somente após o fechamento dos contratos com as grandes construtoras, tomam conhecimento de cláusulas que não foram acertadas, o que acaba em prejuízos

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sindus-con-AM), Eduardo Lopes, reconhece que é comum haver um “cabo de guerra” por causa de dúvidas sur-gidas sobre as cláusulas de um contrato fechado entre empresas do setor.

Ele destaca que a enti-dade tem o poder de in-tervir para evitar um con-flito entre as pequenas e grandes construtoras caso haja necessidade, porém ressalta que o ideal é haver bom senso entre as partes envolvidas.

“É uma questão de diálo-

go. É fundamental amarrar todos os pontos na hora de fechar o contrato. É preciso deixar tudo claro, pois podem surgir dúvidas”, explica.

Eduardo Lopes afi rma que as obrigações e di-reitos de cada empresa devem estar especifi cados no contrato.

De olho nas cláusulas do acordo

ALB

ERTO

CÉS

AR A

RAÚ

JO

B01 - ECONOMIA.indd 1 25/8/2012 01:40:19

B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Baixo preço deixa TVs de tubo entre as ‘queridinhas’ Com valor mais acessível, os “velhos” televisores ainda disputam as vendas com os de alta tecnologia, como os de LCD e LED

Mesmo com a ven-da de TVs de LCD, LED e Plasma em alta, os “velhos”

televisores de tubo ainda es-tão entre as preferências de consumidores amazonenses. Com preços acessíveis, entre R$ 379 e R$ 599, o eletroe-letrônico representa até 50% das vendas de TVs nos poucos estabelecimentos que ainda comercializam o produto.

O gerente da Apa Móveis, Antônio França, diz que as TVs de tubo da Toshiba e CCE disputam espaço com os televisores de tela e não fazem feio quando o assunto é venda de eletroeletrônicos. Segundo ele, a procura por esses produtos é grande, na maioria pelo valor mais em conta. “A procura não ocorre apenas por pessoas de me-nor poder aquisitivo, mas sim por todas as classes sociais. Enquanto alguns compram o equipamento para a casa, ou-tros levam esses modelos para ser utilizado em escritórios e consultórios”, ressalta.

Ainda conforme França, as vendas de TVs de tubo são bem equilibradas em relação

aos modelos de tecnologia avançada. “De cada dez TVs que comercializamos diaria-mente, cinco são de tubo. Isso demonstra que tão cedo não deixaremos de vender esses modelos que têm enorme acei-tação pelo público”, observa o gerente, ao informar que na Apa Móveis é possível encontrar TVs de tubo de 21 polegadas a partir de R$ 369 e de 29 polegadas por R$ 599.

Oferta garantidaNa loja Romera, deixar de

vender TVs de tubo está fora de cogitação. “Pelo preço mais acessível, a saída do produto é grande. Além dos clientes manauenses, moradores do in-terior também procuram bas-tante esses modelos de tele-visores”, destaca o gerente da loja, Alcimar Campelo.

Sobre os modelos e preços praticados na Romera, Cam-pelo informa que podem ser encontradas na loja TVs de tubo da Philco e da Toshiba a preços a partir de R$ 369. “Como o produto vende bem, vamos continuar a comercialização enquanto ele for produzido, pois as TVs de tubo represen-tam até 30% dos televisores que comercializamos diaria-mente”, completa o gerente.

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Além das lojas, uma gran-de rede de supermercado da cidade também aposta na venda de TVs de tubo, mes-mo que o foco seja comer-cializar televisores de tela fina. “A procura é intensa e a prova disso é que dispomos, no momento, de apenas um

modelo de tubo”, comenta o vendedor do estabelecimen-to, Rafael Braga.

Braga aponta, ainda, que como a demanda pelos mo-delos é alta, a rede de su-permercados providenciou o abastecimento dos estoques. “De cada dez TVs vendidas por

dia, quatro são de tubo. Acre-dito que em breve teremos novos modelos de televisores de tubo para oferecer aos nossos clientes”, completa o vendedor, ao informar que no supermercado é possível encontrar TVs de tubo Semp a partir de R$ 429.

Aposta dos supermercados

Embora ainda seja possível encontrar TVs de tubo em algumas lo-jas da cidade, grandes redes varejistas não dis-põem do produto. O EM TEMPO percorreu lojas como a Bemol, Ramsons e o supermercado Carre-four e constatou que só há espaço para as TVs de LCD, LED e Plasma.

Produção reduz 60%Apesar de as TVs de

tubo ter produção ga-rantida no Polo Industrial de Manaus (PIM), de ja-neiro a maio deste ano, houve redução de 60% na fabricação do item, em relação ao mesmo período de 2011. Neste ano, foram fabricadas 519.340 unidades, se-gundo a Superintendên-cia da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Sem espaço em grandes varejistas

IONE MORENO

Nas lojas do centro de Manaus foi possível encontrar televisores de tubo a um preço de R$ 379

B02 - ECONOMIA.indd 2 25/8/2012 01:41:36

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Na semana passada, enquanto o Palácio do Planalto era cercado por grevistas ensandecidos, dispos-tos a paralisar o país a qualquer custo, a presidente Dilma juntava no salão nobre os maiores empre-sários da economia nacional para oferecer-lhes concessões públicas sob a condição, ironicamente, de ajudá-la a fazer o Brasil andar. Era o lançamento do Programa de Investimentos em Logística do Governo Federal, anunciando a apli-cação preliminar de R$ 133 bilhões em rodovias, ferrovias, aeroportos e terminais portuários. Perdemos o trem dessa história porque des-cuidamos de construir locomotivas. Somos o maior produtor mundial de comodities, em descompasso com uma logística precária e nada com-petitiva de distribuição e negócios. Será que agora vai? Temos tudo pra entender que não quando essas ações se referem à Amazônia em geral e à Zona Franca de Manaus, senão vejamos.

Recentemente, uma campanha publicitária paga pela estrutura portuária local, se antecipou ao coro do boicote crônico à moderni-zação, ampliação e competitividade logístico-portuária local e regional. Foi um não antecipado ao Porto da Siderama - desferido pelo arcaísmo lucrativo - que a presidente vem lançar nos próximos dias, após mais de dois anos de idas e vindas. Uma delonga que só não interessa a ninguém. A estrutura logística da ZFM é a mais cara do país, alvo de frequentes desastres que ceifam vidas, ameaçam o abastecimento da cidade, o funcionamento da indús-tria e da economia local, entre outros desalinhos. Um coro orquestrado por forças poderosa s e interesses muito

maiores que o imperativo categórico da infraestrutura logística que fa-zem a ZFM navegar à deriva. Razões e práticas inconfessas, semelhantes às que fizeram a opinião pública colocar recentemente a Suprema Corte sob suspeita, a congregar par-lamentares, ministros, magistrados, intelectuais meia-boca, acadêmicos de meia tigela e burocratas mal intencionados, a serviço da obscura (des) ordem financeira.

Em abril de 2011, uma comiti-va do Amazonas, capitaneada pelo Governo do Estado - e formada por representantes da sociedade, incluindo Assembleia Legislativa, Câmara Municipal de Manaus, Su-perintendência da Zona Franca de Manaus - Suframa, Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Amazonas, da Federação e Centro das Indústrias do Estado do Amazonas e de São Paulo, Confede-ração Nacional da Indústria, além de membros da Universidade do Ama-zonas e da Academia Amazonense de Letras, jornalistas e empresários foi debater com as autoridades responsáveis pelo tombamento do Encontro das Águas, a ministra da Cultura e representantes do Ins-tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A conversa era simples, objetiva e pública: escla-recer as implicações econômicas e sociais da área pré-determinada pelo IPHAN para tombamento. O objetivo era propor a alteração da poligonal original por um novo pe-rímetro, ligeiramente menor, menos de 2%, para permitir a estrutura e o funcionamento das operações comerciais, industriais, que dão su-porte da economia local. Entre esses empreendimentos, está o Terminal Portuário das Lajes, que simboliza

a modernização portuária, coerente com os esforços de Dona Dilma a favor da competitividade na política industrial do país.

Quer saber o resultado disso? O Tombamento, sob aplausos dos ambientalistas de ocasião, se deu à revelia do debate, ou seja, do interes-se do Amazonas, de sua gente, cuja cesta básica, o arroz com feijão, é uma das mais caras do país por conta dos custos portuários da ZFM. Foi dada importância nenhuma ao fato da poligonal definida inviabilizar a área onde se localiza o Polo Industrial de Manaus, que responde por mais 90% da economia local. Vão demo-nizar, portanto, e também, o Porto da Siderama como demonizaram o Terminal Portuário das Lajes, um projeto gerado no âmbito da Sufra-ma, para atender a demanda das mais de 400 em presas instaladas no Polo Industrial de Manaus, com peculiaridades arrojadas do ponto de vista da sustentabilidade, mo-dernização e cumprimento de todos os itens da legislação em vigor. O empreendimento é referencial para atuais e futuros projetos na orla de Manaus. E vai reduzir o tráfego de grandes carretas pelas vias urbanas da cidade e das grandes embarca-ções do epicentro de contemplação do Encontro das Águas, onde navios de grande calado, alguns com cargas perigosas, como os da Refinaria, estão ancorando há muitas décadas sem qualquer indício da destruição inventada. Quem sabe agora, em vez de reivindicar a prorrogação dos incentivos, seria o caso de denunciar à Dona Dilma os autores das estra-tégias de boicote e protelação da modernização portuária local, cerne de suas corajosas concessões, que fazem parte do entourage oficial?

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

Perdemos o trem da his-tória porque descuidamos de construir locomotivas. Somos o maior produ-tor mundial de como-dities, em descompas-so com uma logística precária”

Estratégias de concessão e protelação

Falta de infraestrutura está na lista dos problemas que afastam consumidores

Comércio centralestá sob ameaça

Embora esteja no rotei-ro do manauense na hora de ir às compras, o Centro aos poucos

perde espaço para os comér-cios de bairro. Lojistas afirmam que o “reinado” da área central está comprometido por falta de infraestrutura, o que faz os consumidores pensar duas vezes em ir até o local.

A gerente de vendas da loja Nova Jambo, Gláucia Fonseca, ressalta que, só neste ano, o fluxo de clientes caiu 10% por conta da comodidade que os shoppings e que o comércio de bairro oferecem aos clientes. “Estacionar no Centro é quase uma aventura e isso afasta os compradores”, reclama.

A subgerente da Top Interna-cional, Edilen Freitas, destaca

que o Centro não vive um dos seus melhores momentos. “A falta de estacionamento, au-sências de local para abrigar os camelôs e ruas esburacadas são apenas alguns dos proble-mas que afetam o desempenho das lojas do Centro”, observa.

Atenção diferenciadaPara o presidente da Câma-

ra de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), Ralph Assayag, o Centro precisa de atenção, caso contrário os lojis-tas da área terão que enfrentar no futuro problemas maiores e a situação de infraestrutura do local ficará ainda mais crítica.

Entre os problemas enumera-dos por Assayag estão a falta de local para estacionar, paradas de ônibus inadequadas e falta de estrutura para abrigar os camelôs instalados nas calça-das das ruas do local.

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Na lista dos problemas está a falta de paradas adequadas

JOEL ROSA

B03 - ECONOMIA.indd 3 25/8/2012 01:38:33

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 B5

Uma das espécies de peixe mais nobres consumidas pelo amazonense, o tambaqui virou fonte renda para uma comunidade na Zona Rural do município de Manacapuru

forma sustentávelA piscicultura de

Com a produção de tambaqui estabelecida, foco agora é atuar na criação da espécie matrinxã

Até o pescado produzido na comunidade chegar à mesa do consumidor pas-sa por um longo processo. Quando estão do tamanho ideal os peixes são retirados dos tanques-rede com auxí-lio de uma rede. Depois, são levados para um fl utuante de tratamento. Em seguida, passam por um processo de lavagem e tratamento, para serem ensacados e conge-lados até chegar à mesa do amazonsense. “Para fazer o transporte até o comprador, usamos caixas de isopor, Tudo de forma higiênica e com agilidade”, destaca Le-andro Silva Souza, um dos fundadores do projeto.

Uma das características marcantes da piscicultura na comunidade do Sagra-do Coração de Jesus é a estruturação em pequenas

propriedades. Mais de 50% da produção vêm de empre-endimentos familiares, com o predomínio da produção em regimes pequenos. Rosa-li Melo está casada há nove anos com Alberto de Souza e entrou para a associação por meio do incentivo do marido. “Ele ia para o tra-balho e eu fi cava em casa sem fazer nada. Até que

um dia ele fi cou doente e eu fui substituí-lo. Desde então aprendi o serviço e entrei para o projeto. Hoje, eu tenho a minha renda e ele a dele. Um dinheiro extra que entra para nossa casa e nossa família”, ressalta.

O trabalho também é de-senvolvido pelas mulheres da comunidade. Segundo a moradora Dorotília de Oli-veira, apesar do trabalho árduo e cansativo, elas parti-cipam de todo o processo de desenvolvimento dos peixes. “Não temos regalias. Vamos para dentro dos tanques e também jogamos as redes. É um trabalho cansativo de-vido à força que precisamos fazer e também à exposi-ção ao sol, mas trabalhamos para nós mesmo e para o desenvolvimento de nossa comunidade”, destaca.

Etapas de benefi ciamento rigorosas

PROCESSOMais de 50% da produção de pescado na comunidade Sagra-do Coração de Jesus ocorre em pequenos empreedimentos familiares. No local, mulheres também de-senvolvem a atividade

A piscicultura de

Mais de 50% da produção de peixes na comunidade é realizada por empreendimentos familiares

O objetivo da comunidade agora é investir na produção do matrinxã. Para isso, os fundadores fazem investi-mentos estruturais para ins-talar mais um tanque-rede. “Queremos expandir a pro-dução e também entrar em outro segmento que é bem consumido aqui na região, como a espécie do matrinxã”, explica Leandro Souza.

Segundo ele, na comunida-de o trabalho na piscicultura garante uma renda fi xa de até R$ 800 para cada fa-mília. Atualmente o projeto tem o reforço de 10 famílias. Para associação, o negócio é um sucesso, visto que o quilo do peixe está mais em conta do que carne bovina de segunda. “É um negócio bom, que vem funcionando.

Comecei por esporte. Hoje, meu ganha pão é esse”, diz Leandro.

A cada dois meses, a pro-dução de tambaqui curumim é de aproximadamente 1 to-nelada, a qual é destinada ao comércio local. Do total, aproximadamente 70% é lu-cro, garantia de que, para os comunitários, a piscicultura é um negócio rentável.

Planos de expandir produção

Após atingir tamanho ideal, peixes são retirados com auxílio de rede e tratados em um fl utuante

A atividade da piscicul-tura foi implantada na comunidade Sagrado Coração de Jesus, na

Zona Rural de Manacapuru (a 79 quilômetros de Manaus) como uma alternativa de complementar as atividades de subsistência da popula-ção local. Com o crescimento do projeto e a elevação da produtividade, auxiliados pela introdução de novos sistemas e a potencialidades da re-gião, o local ganhou o título de “comunidade do tambaqui curumim”.

Segundo um dos diretores da associação dos moradores do Lago do Santana, Carlos Alberto de Souza Martins, o “Cardoso”, esse projeto da piscicultura foi apresentado à comunidade em 2006, por meio de uma moradora da região como opção de alter-nativa para as famílias. Após realizar um estudo na área, seis famílias decidiram to-mar a iniciativa. “No início fomos desacreditados pela

comunidade, diziam que nossa ideia não iria trazer retorno fi nanceiro e ainda iria acabar com os peixes do lago. Porém, decidimos seguir em frente e começamos com um pequeno tanque-rede e poucos peixes. O tempo de reprodução não

foi conforme esperávamos, mas nem assim desistimos do projeto”, lembra.

Dois anos depois a asso-ciação decidiu investir em tanques berçários, onde pu-deram duplicar a produção e dar mais agilidade ao proces-so. Atualmente a comunidade

dispõe de quatro desses tan-ques, onde reproduzem mais de dois mil alevinos, além de dez maiores, onde estão mais de 7 mil peixes da espécie do tambaqui curumim.

Para cuidar de toda essa produção, os associados se revezam nas tarefas semanais e também na organização da carta de clientes, adquirida pela comunidade. “Realiza-mos um sistema de rodízio onde cada dia um membro da associação fi ca responsável pela organização do local, ali-mentação dos peixes e obser-vação dos alevinos”, explica Dorotília de Oliveira, uma das fundadoras do programa.

Os primeiros alevinos che-garam à comunidade com ajuda da Secretaria de Es-tado da Produção Rural (Se-pror) medindo entre 5 e 10 centímetros. Ao tomar maior proporção eles foram trans-feridos para tanques-rede e em seguidas revendidos para feiras da capital e também de Manacapuru. Atualmente, a oferta de três tambaquis curumins, já tratados, sai em torno de R$ 10.

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

Começamos com um pequeno tan-

que, rede e poucos peixes. O tempo de reprodução não foi como esperávamos, mas não desistimos

Carlos Martins, diretor da associação

Comunidade Sagrado Coração de Jesus produz 1 tonelada de tambaqui a cada dois meses

As mulheres da comunidade também reforçam o processo de produção do tambaqui curumim

FOTOS: IONE MORENO

B04 e 05 - ECONOMIA.indd 4-5 25/8/2012 00:40:00

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 B5

Uma das espécies de peixe mais nobres consumidas pelo amazonense, o tambaqui virou fonte renda para uma comunidade na Zona Rural do município de Manacapuru

forma sustentávelA piscicultura de

Com a produção de tambaqui estabelecida, foco agora é atuar na criação da espécie matrinxã

Até o pescado produzido na comunidade chegar à mesa do consumidor pas-sa por um longo processo. Quando estão do tamanho ideal os peixes são retirados dos tanques-rede com auxí-lio de uma rede. Depois, são levados para um fl utuante de tratamento. Em seguida, passam por um processo de lavagem e tratamento, para serem ensacados e conge-lados até chegar à mesa do amazonsense. “Para fazer o transporte até o comprador, usamos caixas de isopor, Tudo de forma higiênica e com agilidade”, destaca Le-andro Silva Souza, um dos fundadores do projeto.

Uma das características marcantes da piscicultura na comunidade do Sagra-do Coração de Jesus é a estruturação em pequenas

propriedades. Mais de 50% da produção vêm de empre-endimentos familiares, com o predomínio da produção em regimes pequenos. Rosa-li Melo está casada há nove anos com Alberto de Souza e entrou para a associação por meio do incentivo do marido. “Ele ia para o tra-balho e eu fi cava em casa sem fazer nada. Até que

um dia ele fi cou doente e eu fui substituí-lo. Desde então aprendi o serviço e entrei para o projeto. Hoje, eu tenho a minha renda e ele a dele. Um dinheiro extra que entra para nossa casa e nossa família”, ressalta.

O trabalho também é de-senvolvido pelas mulheres da comunidade. Segundo a moradora Dorotília de Oli-veira, apesar do trabalho árduo e cansativo, elas parti-cipam de todo o processo de desenvolvimento dos peixes. “Não temos regalias. Vamos para dentro dos tanques e também jogamos as redes. É um trabalho cansativo de-vido à força que precisamos fazer e também à exposi-ção ao sol, mas trabalhamos para nós mesmo e para o desenvolvimento de nossa comunidade”, destaca.

Etapas de benefi ciamento rigorosas

PROCESSOMais de 50% da produção de pescado na comunidade Sagra-do Coração de Jesus ocorre em pequenos empreedimentos familiares. No local, mulheres também de-senvolvem a atividade

A piscicultura de

Mais de 50% da produção de peixes na comunidade é realizada por empreendimentos familiares

O objetivo da comunidade agora é investir na produção do matrinxã. Para isso, os fundadores fazem investi-mentos estruturais para ins-talar mais um tanque-rede. “Queremos expandir a pro-dução e também entrar em outro segmento que é bem consumido aqui na região, como a espécie do matrinxã”, explica Leandro Souza.

Segundo ele, na comunida-de o trabalho na piscicultura garante uma renda fi xa de até R$ 800 para cada fa-mília. Atualmente o projeto tem o reforço de 10 famílias. Para associação, o negócio é um sucesso, visto que o quilo do peixe está mais em conta do que carne bovina de segunda. “É um negócio bom, que vem funcionando.

Comecei por esporte. Hoje, meu ganha pão é esse”, diz Leandro.

A cada dois meses, a pro-dução de tambaqui curumim é de aproximadamente 1 to-nelada, a qual é destinada ao comércio local. Do total, aproximadamente 70% é lu-cro, garantia de que, para os comunitários, a piscicultura é um negócio rentável.

Planos de expandir produção

Após atingir tamanho ideal, peixes são retirados com auxílio de rede e tratados em um fl utuante

A atividade da piscicul-tura foi implantada na comunidade Sagrado Coração de Jesus, na

Zona Rural de Manacapuru (a 79 quilômetros de Manaus) como uma alternativa de complementar as atividades de subsistência da popula-ção local. Com o crescimento do projeto e a elevação da produtividade, auxiliados pela introdução de novos sistemas e a potencialidades da re-gião, o local ganhou o título de “comunidade do tambaqui curumim”.

Segundo um dos diretores da associação dos moradores do Lago do Santana, Carlos Alberto de Souza Martins, o “Cardoso”, esse projeto da piscicultura foi apresentado à comunidade em 2006, por meio de uma moradora da região como opção de alter-nativa para as famílias. Após realizar um estudo na área, seis famílias decidiram to-mar a iniciativa. “No início fomos desacreditados pela

comunidade, diziam que nossa ideia não iria trazer retorno fi nanceiro e ainda iria acabar com os peixes do lago. Porém, decidimos seguir em frente e começamos com um pequeno tanque-rede e poucos peixes. O tempo de reprodução não

foi conforme esperávamos, mas nem assim desistimos do projeto”, lembra.

Dois anos depois a asso-ciação decidiu investir em tanques berçários, onde pu-deram duplicar a produção e dar mais agilidade ao proces-so. Atualmente a comunidade

dispõe de quatro desses tan-ques, onde reproduzem mais de dois mil alevinos, além de dez maiores, onde estão mais de 7 mil peixes da espécie do tambaqui curumim.

Para cuidar de toda essa produção, os associados se revezam nas tarefas semanais e também na organização da carta de clientes, adquirida pela comunidade. “Realiza-mos um sistema de rodízio onde cada dia um membro da associação fi ca responsável pela organização do local, ali-mentação dos peixes e obser-vação dos alevinos”, explica Dorotília de Oliveira, uma das fundadoras do programa.

Os primeiros alevinos che-garam à comunidade com ajuda da Secretaria de Es-tado da Produção Rural (Se-pror) medindo entre 5 e 10 centímetros. Ao tomar maior proporção eles foram trans-feridos para tanques-rede e em seguidas revendidos para feiras da capital e também de Manacapuru. Atualmente, a oferta de três tambaquis curumins, já tratados, sai em torno de R$ 10.

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

Começamos com um pequeno tan-

que, rede e poucos peixes. O tempo de reprodução não foi como esperávamos, mas não desistimos

Carlos Martins, diretor da associação

Comunidade Sagrado Coração de Jesus produz 1 tonelada de tambaqui a cada dois meses

As mulheres da comunidade também reforçam o processo de produção do tambaqui curumim

FOTOS: IONE MORENO

B04 e 05 - ECONOMIA.indd 4-5 25/8/2012 00:40:00

B6 País MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Uso de amianto em escalaindustrial divide opiniões OMS atribui um terço dos cânceres ocupacionais à inalação da fibra usada na construção civil

A divergência de opi-niões sobre o uso de amianto em escala industrial foi reprodu-

zida sexta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), em au-diência pública convocada pelo ministro Marco Aurélio Mello. Ele é relator de uma ação sobre o tema, que tramita na Cor-te desde 2007, e busca mais elementos científicos antes de preparar voto sobre o uso da substância no país.

O amianto é uma fibra mine-ral natural, mais fina que um fio de cabelo, usada na construção civil. Geralmente é associada ao cimento e aplicada como revestimento e isolante em co-berturas, telhados e galpões. Cerca de 2 milhões de toneladas de amianto do tipo crisotila são consumidas no mundo anu-almente. No Brasil, a legisla-ção permite o uso controlado apenas desse tipo de amianto, proibindo os demais.

Apesar dos efeitos positivos do amianto para a economia nacional – o Brasil é o tercei-ro maior exportador mundial do tipo crisotila -, os efeitos da exposição ao material são contestados por órgãos de saúde e por entidades ambien-tais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço dos cânceres ocupacio-

nais é causado pela inalação de fibras de amianto.

No STF, nem mesmo o Exe-cutivo marcou posição unâ-nime sobre o assunto. Os representantes dos ministé-rios da Saúde, do Meio Am-biente e da Previdência Social defenderam o banimento do uso do mineral, enquanto as pastas do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-rior e a de Minas e Energia, argumentaram que é possível negociar o seu controle.

“Está provado cientificamen-te que o produto é cancerígeno e que o Brasil tem tecnologia e matérias-primas para substi-tuí-lo totalmente em seu terri-tório”, disse Guilherme Franco Netto, do Ministério da Saúde. Para o representante do Mi-nistério de Minas e Energia, Cláudio Scliar, estudos sérios sobre o impacto do amianto no corpo humano provam que o “uso controlado do amianto do tipo crisotila é viável”.

As divergências se repetiram entre os outros 12 expositores do dia, divididos entre represen-tantes da indústria, do Estado e de entidades ligadas aos traba-lhadores expostos ao amianto. A segunda parte da audiência continua na próxima sexta-fei-ra (31), com a apresentação de mais 18 expositores.

Cientistas da física entre os melhores

Os cientistas brasileiros Marcelo Gleiser e Márcia Barbosa foram eleitos para o Conselho do American Phy-sical Society, uma das prin-cipais entidades de estudo de física do mundo. Fundada em 1899, reúne mais de 46 mil associados, publica 12 revistas e organiza encon-tros científicos.

O professor da universi-dade americana Dartmouth College, Marcelo Gleiser, ocu-pará o cargo de conselheiro-geral e Márcia Barbosa, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o de conse-lheira internacional.

Ele trabalha com estudos sobre os cruzamentos da te-oria de campo da relatividade e cosmologia. É cientista pre-miado e participou de painéis organizados pela agência es-pacial dos Estados Unidos, a Nasa. Escreveu três livros, nos quais tenta popularizar o estudo da física.

Márcia Barbosa estuda o comportamento termodinâ-mico de fluídos complexos. É diretora do Instituto de Física da universidade gaúcha. Faz parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Conselho Na-cional de Ciência e Tecnologia do Brasil.“A comunidade (cien-tífica) tem de estar preparada para mostrar à sociedade que a física é muito importante, para a economia e modo de vida sustentável”, disse.

ENTIDADES

Está provado cientificamente que a fibra utilizada na Construção Civil é cancerígena

ARQUIVO ABR

B06 - PAIS.indd 6 25/8/2012 01:28:46

B7MundoMANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Confiança em tempos de crise

O diretor do Departamen-to de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depec) do Bra-desco, Octávio de Barros, afirmou que o mercado in-ternacional está indicando “um pouco mais de confian-ça” em relação à crise que afeta a economia global, e em especial a zona do euro. Segundo ele, a desacelera-ção do nível de atividade na Alemanha está levando o governo da chanceler Ange-la Merkel a”flexibilizar” suas posições políticas em rela-ção a programas extraordi-nários de apoio financeiro para países da região.

Apesar da oposição do Bundesbank à compra de tí-tulos soberanos pelo Banco Central Europeu (BCE), como foi manifestado há algumas semanas pelo presidente da autoridade monetária, Má-rio Draghi, há sinais de que assessores de Merkel não vão se opor de forma frontal a este resgate.

O mercado se movimen-tou neste fim de semana, com rumores segundo os quais o BCE iria colocar li-mites ao patamar de juros dos papéis dos governos que vão precisar de auxílio no curto prazo, sobretudo os relativos à Espanha.

Octávio de Barros fez os comentários durante apre-sentação no Encontro Bra-desco Apimec 2012, no Rio de Janeiro.

MERCADO

No total, 22% dos homens e 30% das mulheres já foram vítimas de violência sexual em ataques

No Congo, 48 mulheres são estupradas por hora

Um estudo científico, publicado no “Ameri-can Journal of Public Health”, diz que 48

mulheres são violentadas a cada hora no Congo (África). Organizações não governa-mentais (ONGs) de proteção aos direitos humanos também registram um número elevado de vítimas masculinas. As Na-ções Unidas definiram o país como uma referência mundial de estupro.

No total, 22% dos homens e 30% das mulheres do Congo já foram vítimas de violência se-xual em ataques relacionados ao conflito, segundo números de 2010. Desde os anos 1990, o Congo sofre com a guerrilha urbana. Grupos de milicianos enfrentam as forças do gover-no. As estatísticas levaram a enviada da Organização das Nações Unidas (ONU) ao país, Margot Wallström, a classifi-car Kin Shasa como a “capital mundial do estupro”.

Seis milhões de pessoas já foram mortas no conflito na República Democrática do Congo desde 1996. Hoje, a média de mortos é 54 mil por mês. De acordo com in-vestigações internacionais, os estupros são cometidos tanto por milícias quanto pe-las forças oficiais.

Em documentário de uma emissora de rádio - An Uns-peakable Act (na tradução li-vre, algo como Um Ato sobre o Qual Não Se Pode Falar) - foi ao ar uma série de de-poimentos. Uma das vítimas conta que foi estuprada por quatro homens que mataram seu marido e seus seis filhos enquanto riam e pareciam se divertir.

Uma mulher relata ainda que os estupradores a mu-tilaram, o que, segundo as investigações, costuma ser frequente nos ataques com violência sexual. Um homem disse ter sido vítima de abu-sos sexuais cometidos por integrantes do Exército, in-formando também que teve a família assassinada por seus agressores.

Desde 2009, Dolan diri-ge campanha para ampliar a conscientização sobre o fato de que vítimas de violência sexual podem ser homens, além de mulheres. Sua organização também oferece ajuda às vítimas masculinas, que sofrem com graves sequelas físi-cas, além de serem estig-

matizadas na comunidade.“As sequelas psicológi-

cas de um abuso desses também são terríveis. As pessoas descrevem essa situação como uma tortura interna”, diz William Hopkins, psiquia-tra da organização Free-dom from Torture, expli-cando que a vítima passa

a “odiar a si mesma.”Muitos dos estuprado-

res não demonstram des-conforto em descrever os ataques. Um dos milicianos entrevistados no documen-tário da emissora de rádio disse ter ficado feliz depois dos estupros e comentou que fica mais violento quan-do as vítimas reclamam.

Campanha de conscientização

Violência sexual no Congo faz parte dos ataques. País é definido como referência mundial de estupro

JEROME DELAY/AP

ABUSOSPara Chris Dolan, diretor de um projeto que dá assistência a refugiados congoleses em Uganda, os abu-sos sexuais rompem a harmonia e o tecido social de uma comunidade

B07 - MUNDO.indd 7 25/8/2012 01:36:06

B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

B08 - PUBLICIDADE.indd 8 25/8/2012 01:36:22

Dia a diaCade

rno

C

[email protected], DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 (92) 3090-1041

Amazonense, o baixinho do país

ARQUIVO EM TEMPO/AMAZONAS EM TEMPO

Página C4 e C5

Ida de crianças sozinhas à escola pode custar guardaPais que tiverem os fi lhos fl agrados indo sozinhos às aulas podem responder por abandono de incapaz e fi car sem a criança

É possível ver, diaria-mente, crianças de-sacompanhadas dos pais ou de responsá-

veis circulando pelas ruas de Manaus, a caminho da escola. Algumas delas, na maioria dos casos com idade inferior a 10 anos, saem de bairros de zonas opostas para estudar em escolas localizadas no Cen-tro. O gesto, que virou rotina, no entanto, pode resultar em punição aos pais e respon-sáveis, que podem chegar a perder a guarda da criança sob a acusação de abandono de incapaz.

Guilherme Silva de Andra-de*, de apenas 10 anos, mora no bairro da Paz, Zona Oeste, e cursa o 5º ano do ensino fundamental na Escola Esta-dual Princesa Izabel, Centro. Segundo o menino, todos os dias ela vai para a escola na companhia do irmão de 13 anos e volta sozinho. Mesmo diante da exposição diária, Guilherme alega coragem e garante nunca ter sofrido al-gum tipo de violência.

“Meu irmão estuda em tem-

po integral em uma escola aqui no Centro também. De manhã, eu venho com ele. Só que ele não pode me levar para casa porque sai muito tarde. Eu volto sozinho, en-tão. Ainda bem que nunca fui roubado. Minha mãe pede sempre para eu ter cuidado, principalmente quando for atravessar a rua”, relata.

A autônoma Lourdes Silva, 37, mãe de Guilherme, diz permitir que o fi lho volte so-zinho da escola para que ele aprenda a andar pela cidade e crie responsabilidades. Se-gundo ela, a criança nunca se perdeu no caminho de volta para casa.

“Eu ensino tudo o que ele (fi lho) tem de fazer quando for voltar para casa: não aceitar nada de gente estranha, prin-cipalmente carona, e sempre atravessar na faixa de pe-destres. Faço isso para que ele possa criar responsabili-dade, pois conheço pessoas que são mais velhas do que ele e não sabem pegar um ônibus. Nesse tempo todo que ele vem sozinho para casa, nunca aconteceu nada. Graças a Deus”, relata.

Outra que vai à escola so-

zinha é a estudante Bea-triz Gonzaga*, 10. Ela mora no bairro Armando Mendes, Zona Leste, e cursa o 5º ano do ensino fundamental na Escola Estadual Princesa Izabel, Centro.

Beatriz revela que vai e volta sozinha todos os dias da escola. Em uma dessas

ocasiões, ela teve a bolsa rou-bada por um homem quando saía da escola.

“Uma vez, quando saía da escola, a caminho do ponto de ônibus, um homem me roubou. Ainda bem que a minha car-teirinha não estava na bolsa. Como a minha mãe teve um fi lho há poucos meses e não tem como ela vir me deixar e

me buscar na escola, eu sei voltar. Já estou até acostu-mada”, afi rma.

Segundo a industriária Fer-nanda Gonzaga, 32, mãe de Taciana, a fi lha tem ido sozi-nha ultimamente para a escola porque ela está de resguardo e não tem com quem deixar o bebê. Perto do dia do nas-cimento da criança, a mãe alega ter tentado uma vaga em uma escola do bairro, mas não conseguiu.

“Como não posso deixar e buscar a Beatriz na escola, todos os dias eu a deixo na parada de ônibus. Quando a roubaram, eu fi quei com medo que ela fosse sozinha, mas não tinha outra opção.Já sei a hora que ela tem de chegar em casa. Se ela passar da hora, eu vou atrás”, ressalta.

Liberados com os paisSegundo a diretora da Es-

cola Estadual Princesa Iza-bel, Centro, que leciona para crianças entre o 1º e o 5º ano do ensino fundamental, ainda no início de todos os anos são feitas reuniões com os pais, que são orientados a deixar e a buscar seus fi lhos na escola.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

ALEGAÇÃOA maioria das mães que permitem que os fi lhos pequenos andem sozinhos para as escolas alegam não ter outra opção. Elas dizem fazer por ne-cessidade, mesmo que reconheçam o perigo

De acordo com o conse-lheiro tutelar da Zona Leste, Jhonny Menezes, se alguma criança for fl agrada sozinha a caminho da escola, a fa-mília é primeiramente noti-fi cada. Caso não obedeça a notifi cação, o Ministério Público do Estado do Amazo-nas (MPE-AM) é acionado e

a família pode até mes-mo perder a guarda da criança.

“Se constatarmos ou for de-nunciado que alguma crian-ça está indo sozinha para a escola, a família recebe um documento comunicando a situação. Porque nesse tra-jeto para a escola, a criança passa por diversas pessoas, principalmente pedófi los, e de repente podem ser ali-ciadas”, comenta.

Ainda segundo o conse-lheiro, se acontecer algum

crime, ou algo parecido com a criança, a família também é responsabilizada e pode ser indiciada por abandono de incapaz.

A orientação é que os pais sempre acompanhem as crianças a fi m de que não tenham problemas.

“Já aconteceu em Manaus o caso de uma menina, de 8 anos, que morava no Jorge Teixeira, e estudava no São

José. A mãe só deixava a criança no ônibus e a menina ia para a escola sozinha. Em uma das vezes, a pequena se perdeu e nós a acolhemos no abrigo. Notifi camos a mãe, que alegou que não tinha conseguido vaga na escola próximo à casa deles e por isso deixava a menina ir do-zinha à escola. Eu fui até a escola perto da casa deles e consegui uma vaga”.

Família é notifi cada pelo conselho tutelar

FOTOS: IONE MORENO

Sob a supervisão dos irmãos mais velhos - que também são crianças -, pequenos se aventuram pelas ruas de Manasu até a escola

É possível ver, diaria-mente, crianças de-sacompanhadas dos pais ou de responsá-

veis circulando pelas ruas de Manaus, a caminho da escola. Algumas delas, na maioria dos casos com idade inferior a 10 anos, saem de bairros de zonas opostas para estudar em escolas localizadas no Cen-tro. O gesto, que virou rotina, no entanto, pode resultar em punição aos pais e respon-sáveis, que podem chegar a perder a guarda da criança sob a acusação de abandono de incapaz.

Guilherme Silva de Andra-de*, de apenas 10 anos, mora no bairro da Paz, Zona Oeste, e cursa o 5º ano do ensino fundamental na Escola Esta-dual Princesa Izabel, Centro. Segundo o menino, todos os dias ela vai para a escola na companhia do irmão de 13 anos e volta sozinho. Mesmo diante da exposição diária, Guilherme alega coragem e garante nunca ter sofrido al-gum tipo de violência.

“Meu irmão estuda em tem-

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

É Equipe EM TEMPO

É

De acordo com o conse-lheiro tutelar da Zona Leste, Jhonny Menezes, se alguma criança for fl agrada sozinha a caminho da escola, a fa-mília é primeiramente noti-fi cada. Caso não obedeça a notifi cação, o Ministério Público do Estado do Amazo-nas (MPE-AM) é acionado e

a família pode até mes-mo perder a guarda da criança.

Família é notifi cada pelo conselho tutelar

Sob a supervisão dos irmãos mais velhos - que também são crianças -, pequenos se aventuram pelas ruas de Manasu até a escola

C01 - DIA A DIA.indd 1 25/8/2012 00:25:27

C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Eles reservam tempo da rotina para fazer caridadePessoas que doam parte do seu tempo para ajudar necessitados na capital amazonense dizem fazer isso por amor

A caridade é incentiva-da por religiosos, mas só quem a pratica conhece verdadeira-

mente a sensação de ajudar o próximo sem receber nada em troca ou chamar atenção para que todos saibam. Em Manaus, é possível encontrar pessoas capazes de pararem a rotina louca para estender a mão a alguém necessitado.

Um desses exemplos está no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), na avenida Apurinã, no Centro. O autôno-mo Raimundo Jorge Silva de Oliveira, 58, há 18 anos realiza, diariamente, trabalho social voltado aos pacientes interna-dos no local. Jorge acompanha cada paciente, visita, checa os exames, consultas, remédios e, quando necessário, busca doações de cadeiras de rodas, muletas e materiais. Tudo de graça e com dedicação.

Ele começou a atuar volun-tariamente no hospital, em 1994. Na ocasião, ele tinha ido ao local para levar uma criança conhecida de sua família, que tinha fraturado um dos braços. No momento que aguardava a liberação dela, participou de

uma oração que era realizada dentro do hospital. O ato iso-lado chamou a atenção dele para a viabilidade de ajudar os pacientes internados.

“Aquele serviço me como-veu. A partir desse dia, co-mecei a participar, todos os domingos, daquele momento. Sinto-me bem ao fazer um ato de caridade”, diz Jorge.

Oliveira revela, ainda, que enfrentou momentos difíceis durante a prestação de servi-ços. “Dois anos após chegar ao hospital, tive uma notícia trágica. A criança que me levou ao hospital naquele dia, com o braço fraturado, e me fez aderir a caridade, foi brutal-mente assassinada. Isso aba-lou meu emocional. Fiquei sem chão, não sabia o que

fazer”, lembra.Segundo o autônomo, o pai

da criança tinha envolvimen-to com tráfico de drogas e os homens que atiraram na pequena queriam, na realida-de, matar o pai dela. “Fiquei por um momento afastado de todos os serviços, mas após a implantação da equipe das missões da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Centro, decidi retornar ao hos-pital”, relembra.

Hoje, ele aumenta, a cada dia, o seu trabalho voluntá-rio no HUGV. “Sei a história de cada paciente do hospital Getúlio Vargas. Quando ficam internados sem a presença do acompanhante, me esforço para ajudar. Uma palavra ou um gesto amigo pode co-laborar na melhoria daquela pessoa”, diz Jorge.

Cruzada distribui sopaO militar Adriano de Lira

Almeida, 25, participa da “Cru-zada dos Militares Espíritas”. Ele realiza às quintas-feiras trabalho de doação de sopa em frente ao Corpo de Bom-beiros, na avenida Constanti-no Nery, Zona Centro-Oeste. “Ajudar ao próximo não tem preço, pois aprendemos a dar valor à vida”.

O arcebispo da Arquidio-cese de Manaus, Luiz So-ares Vieira, explica ter se impressionado ao saber de gestos de caridade na capi-tal amazonense.

“Alguns chegam a extre-mos inacreditáveis. Há anos, aqui em Manaus, uma se-nhora se jogou na frente de um ônibus, na avenida

Floriano Peixoto, para sal-var uma criança que ia ser atropelada. Foi o instinto maternal existente em cada mulher”, explica.

O arcebispo explica, ainda, que força leva as pesso-as a tomarem esse tipo de postura. “Qual a força que leva essas e tantas outras pessoas a darem a vida pelos

outros? A resposta é sim-ples: o amor ao próximo no cotidiano”, informa.

Segundo dom Luiz, a so-ciedade humana seria me-lhor se fosse baseada no amor de Deus por nós. “Um amor sem limites e gratui-to. Infelizmente o interesse torna o próximo um mero objeto”, conlclui.

Igreja elogia os atos de amor

GESTOSSeja por meio de um abraço, de uma palavra amiga, de um auxílio na hora de tomar um re-médio, ou na distribui-ção de sopa, voluntá-rios demonstram amor ao próximo de diversas formas na capital

Raimundo Jorge (à direita) é voluntário desde 1994 no Hospital Universitário Getúlio Vargas

DIEGO CAJÁ/FREELANCER

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

C02 - DIA A DIA.indd 2 25/8/2012 00:22:46

C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Quebra-molas, problema para uns, saída para outrosExcesso, dimensão exagerada e localização de lombadas em Manaus irritam motoristas, mas são aliados de moradores

Presença comum nas ruas de Manaus, a maioria dos qubra-molas de Manaus,

popularmente chamados de “lombadas”, é irregular. Isso porque, sem critérios de tama-nho ou dimensão, eles foram instalados pela própria popu-lação e não possuem sinaliza-ção. A existência desses que-bra-molas divide a opinião de motoristas, que reclamam do número exagerado deles nas ruas; e de moradores, que se defendem ao alegar excesso de velocidade nas ruas.

Segundo a aposentada Lei-dimar Souza, que instalou por conta própria um quebra-mo-las na frente de sua casa, na rua Jardim Botânico, no bairro São Jorge, Zona Oeste, os constantes acidentes no local levaram-na a instalar a “lom-bada”. “Os carros passam aqui como loucos. Várias crianças já foram atropeladas”, diz.

Uma vizinha de Leidimar, que não quis se identificar, apoia a medida da aposenta-da, mas também concorda que a quantidade de lombadas na cidade é excessiva. “Eu sou a favor dos quebra-molas, pois é por conta deles que as pessoas respeitam e passam deva-gar pelas ruas. No entanto, é necessário que existam em quantidade moderada”.

Na rua onde moram Lei-dimar e a vizinha, existem pelo menos três quebra-mo-las com distãncia inferior a 100 metros um do outro, o que de acordo com os motoristas que trafegam no local, difi-culta o trânsito. “Esses que-bra-molas deveriam nos fazer diminuir a velocidade e não nos parar de cinco em cinco segundos”, reclama o taxista Francisco Campos.

Ele ressalta, ainda, a péssi-ma sinalização dos quebra-molas, que não obedecem padrão de tamanho. “Alguns são tão absurdos que pare-cem um muro. Muitas vezes, só descobrimos que existem quando já estamos passan-do por cima, destruindo o carro e colocando vidas em risco”, lamenta.

Situação semelhante ocor-re na rua Criciúma, no Alvo-rada 3, Zona Centro-Oeste. Moradores da via decidiram construir uma ondulação, sem sinalização, bem no meio de uma ladeira, sob o mesmo pretexto de falta de segu-rança devido a velocidade excessiva dos motoristas. O resultado dos quebra-molas irregulares aparece nos carros de motoristas que passam por eles

WILLIAM GASPAR=Especial EM TEMPO

JOEL ROSA

Além do perigo e incômo-do, os quebra-molas clan-destinos também geram prejuízos para os motoris-tas. De acordo com o mecâ-nico Marcelo Serafim, 50% dos veículos que chegam à sua oficina apresentaram problemas de suspensão causados por solavancos em lombadas.

“Quando eles são gran-des demais, causam tanto estrago quanto os gran-des buracos que existem

por aí. O ideal é passar bem devagar para não haver muito desgaste”, explica o especialista.

Segundo ele, os amor-tecedores são as peças mais danificadas. “Com o constante desgaste, to-das as outras peças vão se danificando”, afirma. Marcelo garante que os estragos causados pelo problema podem superar os R$ 3 mil, dependendo do estado do carro.

Prejuízo para os motoristas

A resolução de nº 39 de 1998, do Conselho Nacio-nal de Trânsito (Contran), considera que a implan-tação das ondulações transversais só deve ocorrer após o estudo de alternativas de engenha-ria de tráfego.

De acordo com o Con-tran, existem dois tipos de ondulações transversais previstas na legislação de trânsito brasileira. Uma deve ter comprimento de

1,50 metro e altura de até 8 centímetros, e a outra pode chegar a 3,7 metros de comprimento e 10 cen-tímetros de altura.

Os quebra-molas devem estar a 15metros de es-quinas ou curvas, e não podem ser implantados em vias utilizadas por ônbus ou onde os limites de veloci-dade sejam superiores a 20 km/h. A fiscalização da instalação de quebra-mo-las é do Manaustrans.

Contran estabelece critérios

Maioria dos quebra-molas instalados na capital foram construídos pelo próprios moradores. Eles alegam temer acidentes pelo excesso de velocidade de carros

IONE MORENO

C03 - DIA A DIA.indd 3 25/8/2012 00:20:53

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 C5

Amazonense, o mais baixinho dos brasileirosDe 20 a 24 anos, o homem amazonense é o que apresenta menor altura no Brasil: sete centímetros a menos que o carioca

“Tampinha”, “Toco de amarrar onça” e um festival de “inhos” e “inhas”.

Decerto você já deve ter tido um amigo que, por motivos óbvios, ganhou algum des-ses apelidos na adolescência. Mas quando você cresceu, “ou não”, percebeu que a baixa estatura não era exclusivi-

dade da “mascote da turma”. Segundo pesquisa realiza-da pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), o Amazonas ocupa a 27ª posição - o último - no ranking dos jovens com idade

de 20 a 24 anos, com altura média de 1,68 metro.

Na mesma lista, o topo é ocupado pelos cariocas com seus 1,75 metro; seguido dos catarinenses com 174,7 centímetros e dos paulistas,

paranaenses e goianos, com 174,5 centímetros.O sexto lu-gar é dos gaúchos com 174,3 centímetros.Entre os brasilei-ros que possuem a menor estatura estão os acreanos com 169,4 centímetros, os

paraenses e piauienses com 168,6 centímetros, e por úl-timo os amazonenses com 168,5 centímetros.

Entre as mulheres de 20 a 24 anos, a colocação é melhor. Do alto dos seus 158,1 centíme-tros, as amazonenses ocupam o 21º lugar. O topo fi ca com as cariocas com 164,1centíme-tros, seguida das catarinenses com 163,4 centímetros e das capixabas com 162,5 centíme-tros. Na quarta posição estão as mineiras e as paulistas com 162,3, centímetros se-guida das paranaenses com 162,2 centímetros. Na lan-terna estão as maranhenses com 157,4 centímetros, as piauienses com 156,7 centí-

metros e as paraenses com 156,2 centímetros.

Na pesquisa com homens adultos de 25 a 29 anos, o amazonense conquistou a 22ª posição com 169,6 centí-metros. O primeiro lugar foi dividido entre os paulistas e catarinenses com 174,7 centímetros, seguido dos cariocas com 174,5 centí-metros e dos gaúchos com 174,3 centímetros.

As amazonenses entre 25 e 29 anos conquistaram a 21ª colocação com 157,8 centímetros.O primeiro lu-gar é das catarinenses com 162,7centímetros, seguido das cariocas com 162,4 cen-tímetros. Com 162,2 centrí-metros a terceira posição foi dividida entre as capixabas, as paulistas e as brasilienses. A 25ª posição é das paraen-ses com 156,8 centímetros, as amapaenses com 156,2 centímetros e as piauienses com 155,4 centímetros.

Baixinho por herançaApesar dos 1,62 o industri-

ário Marcos Miller, 35, afi rma que a estatura não lhe rendeu apelidos na infância. “Não tive apelido porque eu era o mais bagunceiro da classe”, lembra. Ele herdou a característica dos pais e avós amazonenses, com quase o mesmo tamanho.

Para o industriário, o impor-tante é a pessoa perceber as vantagens de ser baixinho.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

LÍDERESOs cariocas, tanto homens quanto mulhe-res, aparecem entre os mais altos do país. No ranking feminino, as amazonenses perdem apenas para as para-enses, as mais baixas

Do alto dos seus 1,83metros, o consul-tor de negócios Luciano Vieira, 36, foge à regra. Bisneto de espanhóis e indígenas, neto e fi -lho de amazonenses, ele lembra que começou a “espichar” somente após os 15 anos.

“Na infância eu tinha estatura mediana, não era o mais baixo da tur-ma, mas também não era alto. Hoje eu e meu irmão somos os mais altos da família”, afi rma.

Ele diz acreditar que a altura foi conquistada por conta do estilo de vida e da herança gené-tica. “Sempre gostava de nadar no rio, jogar fute-bol, correr, ter uma boa alimentação. Não tinha problemas em comer le-gumes, hortaliças, frutas, como muitas crianças têm. Meu pai é alto”.

Mas o crescimento “aci-ma da média” do consultor foi combustível sufi ciente para impulsionar a cria-tividade dos colegas. Os apelidos começaram a fl o-rescer. ‘Belisca lua’ e ‘Salsi-cha’ foram apenas alguns de uma incontável lista. “Já me chamaram de ‘mingau

de arraial, que só tem ca-nela’. Os colegas fi cavam no pé, mas sempre gostei do meu nome e ignorava os apelidos”, lembra.

Para ele, a estatura avantajada pode ser van-tajosa em algumas si-tuações. “Ser alto ajuda em muita coisa, principal-

mente na hora de trocar lâmpada. Mas as vezes atrapalha porque dificul-ta o acesso em deter-minados lugares, como aos assentos em ônibus e avião, fica espremido e dói o joelho. Acho que os padrões deveriam ser revistos, porque as ge-rações estão com altura acima do padrão”.

Consultor é exceção à regra

Ainda acho que esses padrões de-veriam ser revistos, porque as novas ge-rações estão vindo com altura signifi -

cativa

Luciano Vieira, consultor de 1,83 m

Não são apenas carac-terísticas genéticas her-dadas da etnia indígena que contribuem para a baixa estatura do povo amazonense. O ortopedis-ta Nilton Orlando explica que diversos fatores po-dem contribuir para isso, principalmente em cida-des que não oferecem uma infraestrutura adequada aos seus moradores.

Isso talvez possa ex-plicar o motivo das estaturas mais altas serem encontradas nas cidades mais desenvolvidas. “E bem verdade que o amazo-nense tem baixa estatura. Fatores di-versos infl uenciam nisso, como parasitoses in-testinais por falta de saneamento básico, desnutrição crônica, alimentação pobre em proteínas com ingestão exagerada de amido e carboidratos, além claro, da genética herda-da do aspecto indígena”, afi rma.

Além disso, ele salienta que também devem ser considerados como fa-tores preponderantes ao

Fatores além da genética alteram estaturacrescimento da população, doenças nutricionais, hema-tológicas, ortopédicas, en-dócrinas e a qualidade do sono das crianças.

O ortopedista explica que o boom do crescimento ocor-re ainda na adolescência. As meninas crescem signifi cati-vamente até 14 anos de idade e os meninos até 16 anos.

“Após essa idade o cresci-mento continua, porém em menor velocidade e quanti-dade”, aponta. Para ele, ado-tar práticas saudáveis com mudanças na alimentação e uma melhor qualidade de vida, podem fazer a diferença para quem deseja conquistar

os sonhados centímetros a mais. “A miscigenação com povos mais altos tornam novas gerações mais altas, juntamente com a mudança dos fatores citados anterior-mente”, afi rmou.

RJ 1,75m BA 1,72m AM 1,68m PA 1,56m1,56mAM 1,58m

RO 1,60mRJ 1,64m

C04 E C05 - DIA A DIA.indd 4-5 24/8/2012 23:39:39

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 C5

Amazonense, o mais baixinho dos brasileirosDe 20 a 24 anos, o homem amazonense é o que apresenta menor altura no Brasil: sete centímetros a menos que o carioca

“Tampinha”, “Toco de amarrar onça” e um festival de “inhos” e “inhas”.

Decerto você já deve ter tido um amigo que, por motivos óbvios, ganhou algum des-ses apelidos na adolescência. Mas quando você cresceu, “ou não”, percebeu que a baixa estatura não era exclusivi-

dade da “mascote da turma”. Segundo pesquisa realiza-da pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), o Amazonas ocupa a 27ª posição - o último - no ranking dos jovens com idade

de 20 a 24 anos, com altura média de 1,68 metro.

Na mesma lista, o topo é ocupado pelos cariocas com seus 1,75 metro; seguido dos catarinenses com 174,7 centímetros e dos paulistas,

paranaenses e goianos, com 174,5 centímetros.O sexto lu-gar é dos gaúchos com 174,3 centímetros.Entre os brasilei-ros que possuem a menor estatura estão os acreanos com 169,4 centímetros, os

paraenses e piauienses com 168,6 centímetros, e por úl-timo os amazonenses com 168,5 centímetros.

Entre as mulheres de 20 a 24 anos, a colocação é melhor. Do alto dos seus 158,1 centíme-tros, as amazonenses ocupam o 21º lugar. O topo fi ca com as cariocas com 164,1centíme-tros, seguida das catarinenses com 163,4 centímetros e das capixabas com 162,5 centíme-tros. Na quarta posição estão as mineiras e as paulistas com 162,3, centímetros se-guida das paranaenses com 162,2 centímetros. Na lan-terna estão as maranhenses com 157,4 centímetros, as piauienses com 156,7 centí-

metros e as paraenses com 156,2 centímetros.

Na pesquisa com homens adultos de 25 a 29 anos, o amazonense conquistou a 22ª posição com 169,6 centí-metros. O primeiro lugar foi dividido entre os paulistas e catarinenses com 174,7 centímetros, seguido dos cariocas com 174,5 centí-metros e dos gaúchos com 174,3 centímetros.

As amazonenses entre 25 e 29 anos conquistaram a 21ª colocação com 157,8 centímetros.O primeiro lu-gar é das catarinenses com 162,7centímetros, seguido das cariocas com 162,4 cen-tímetros. Com 162,2 centrí-metros a terceira posição foi dividida entre as capixabas, as paulistas e as brasilienses. A 25ª posição é das paraen-ses com 156,8 centímetros, as amapaenses com 156,2 centímetros e as piauienses com 155,4 centímetros.

Baixinho por herançaApesar dos 1,62 o industri-

ário Marcos Miller, 35, afi rma que a estatura não lhe rendeu apelidos na infância. “Não tive apelido porque eu era o mais bagunceiro da classe”, lembra. Ele herdou a característica dos pais e avós amazonenses, com quase o mesmo tamanho.

Para o industriário, o impor-tante é a pessoa perceber as vantagens de ser baixinho.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

LÍDERESOs cariocas, tanto homens quanto mulhe-res, aparecem entre os mais altos do país. No ranking feminino, as amazonenses perdem apenas para as para-enses, as mais baixas

Do alto dos seus 1,83metros, o consul-tor de negócios Luciano Vieira, 36, foge à regra. Bisneto de espanhóis e indígenas, neto e fi -lho de amazonenses, ele lembra que começou a “espichar” somente após os 15 anos.

“Na infância eu tinha estatura mediana, não era o mais baixo da tur-ma, mas também não era alto. Hoje eu e meu irmão somos os mais altos da família”, afi rma.

Ele diz acreditar que a altura foi conquistada por conta do estilo de vida e da herança gené-tica. “Sempre gostava de nadar no rio, jogar fute-bol, correr, ter uma boa alimentação. Não tinha problemas em comer le-gumes, hortaliças, frutas, como muitas crianças têm. Meu pai é alto”.

Mas o crescimento “aci-ma da média” do consultor foi combustível sufi ciente para impulsionar a cria-tividade dos colegas. Os apelidos começaram a fl o-rescer. ‘Belisca lua’ e ‘Salsi-cha’ foram apenas alguns de uma incontável lista. “Já me chamaram de ‘mingau

de arraial, que só tem ca-nela’. Os colegas fi cavam no pé, mas sempre gostei do meu nome e ignorava os apelidos”, lembra.

Para ele, a estatura avantajada pode ser van-tajosa em algumas si-tuações. “Ser alto ajuda em muita coisa, principal-

mente na hora de trocar lâmpada. Mas as vezes atrapalha porque dificul-ta o acesso em deter-minados lugares, como aos assentos em ônibus e avião, fica espremido e dói o joelho. Acho que os padrões deveriam ser revistos, porque as ge-rações estão com altura acima do padrão”.

Consultor é exceção à regra

Ainda acho que esses padrões de-veriam ser revistos, porque as novas ge-rações estão vindo com altura signifi -

cativa

Luciano Vieira, consultor de 1,83 m

Não são apenas carac-terísticas genéticas her-dadas da etnia indígena que contribuem para a baixa estatura do povo amazonense. O ortopedis-ta Nilton Orlando explica que diversos fatores po-dem contribuir para isso, principalmente em cida-des que não oferecem uma infraestrutura adequada aos seus moradores.

Isso talvez possa ex-plicar o motivo das estaturas mais altas serem encontradas nas cidades mais desenvolvidas. “E bem verdade que o amazo-nense tem baixa estatura. Fatores di-versos infl uenciam nisso, como parasitoses in-testinais por falta de saneamento básico, desnutrição crônica, alimentação pobre em proteínas com ingestão exagerada de amido e carboidratos, além claro, da genética herda-da do aspecto indígena”, afi rma.

Além disso, ele salienta que também devem ser considerados como fa-tores preponderantes ao

Fatores além da genética alteram estaturacrescimento da população, doenças nutricionais, hema-tológicas, ortopédicas, en-dócrinas e a qualidade do sono das crianças.

O ortopedista explica que o boom do crescimento ocor-re ainda na adolescência. As meninas crescem signifi cati-vamente até 14 anos de idade e os meninos até 16 anos.

“Após essa idade o cresci-mento continua, porém em menor velocidade e quanti-dade”, aponta. Para ele, ado-tar práticas saudáveis com mudanças na alimentação e uma melhor qualidade de vida, podem fazer a diferença para quem deseja conquistar

os sonhados centímetros a mais. “A miscigenação com povos mais altos tornam novas gerações mais altas, juntamente com a mudança dos fatores citados anterior-mente”, afi rmou.

RJ 1,75m BA 1,72m AM 1,68m PA 1,56m1,56mAM 1,58m

RO 1,60mRJ 1,64m

C04 E C05 - DIA A DIA.indd 4-5 24/8/2012 23:39:39

C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Disque-denúncia resultou em 450 prisões neste anoColaboração anônima da população do Amazonas tem contribuído para a resolução de casos e prisão de marginais

As denúncias feitas pela população do Amazonas por meio do Disque-Denúncia

181, no período de janeiro a julho deste ano, levaram à prisão e apreensão de 450 pessoas. No total, foram feitas 3,5 mil ligações para a Policia Militar (PM) somente neste ano. As denúncias contribuem nas ações realizadas pela For-ça-Tarefa da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP), composta de policiais militares e civis.

De acordo com a SSP-AM, do total das denúncias, cerca de 80% foram relacionadas ao tráfico de drogas, seguidas por casos de violência doméstica, roubos e furtos. O mês de julho foi o que registrou o maior número de denúncias quan-do considerados os primeiros sete meses de 2012.

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Paulo Roberto Vital, disse que a contribuição do cidadão tem sido importante na apuração de casos de corrupção de me-nores de idade, foragidos da Justiça, maus-tratos e tráfico

de drogas. Ele ressalta que qualquer pessoa pode efetuar denúncia sem se identificar, tendo a garantia do sigilo.

Segundo a SSP-AM, atu-almente, o atendimento do Disque-Denúncia é realiza-do por oito operadores de telemarketing, devidamente treinados e capacitados para atender aos denunciantes que

utilizam o serviço. “As denún-cias recebidas via 181, são entregues a agentes das polí-cias Civil e Militar e ao Corpo de Bombeiros, que avaliam as informações recebidas e as enviam aos órgãos compe-tentes”, ressalta.

O secretário destaca a importância do canal com a população e garantiu que o

serviço será expandido devido a grande demanda. “Vamos melhorar a infraestrutura do atendimento, que hoje é res-trito. Também pretendemos manter a linha funcionando 24 horas”, diz.

Esperança de melhoriaMorador da rua 14, no Al-

vorada, o industriário Carlos Mendes* é usuário frequente do Disque-Denúncia, que ele diz ser muito útil. “Essa é uma área vermelha e como eu moro aqui com minha fa-mília, é preciso que tenha um policiamento frequente. Sem-pre que eu ligo aparece uma viatura”, diz.

Apesar de avaliar bem o ser-viço, Carlos reclama de ter de ligar smpre. “O ideal seria que sempre tivesse uma patrulha ou pelo menos dois guardas rondando por aqui. Isso ia impedir muito o tráfico de drogas nessa área”, opina.

O pai diz acreditar que, com a chegada do programa “Ron-da no Bairro”, a criminalidade acabe na área.

“Isso aqui costumava ser tranquilo. Espero que com o projeto novo de segurança, mais de 50% dos bandidos sejam presos”.

WILLIAM PEREIRAEquipe EM TEMPO

O REGISTROQualquer pessoa pode registrar denúncia pelo número 181. Sem ne-cessidade de se iden-tificar, o denunciante terá direito a total sigilo. Ideia da SSP-AM é disponibilizar esse número por 24 horas

De acordo com Paulo Ro-berto Vital, a Força-Tarefa da SSP-AM, formada por policiais civis e militares, tem dado prioridade aos casos de denúncias rece-bidas pelo 181. A atenção extra tem colaborado para a apreensão de drogas e prisão de criminosos.

“Um bom exemplo foi a

prisão da quadrilha que ati-rou no tenente-coronel Luiz Gonzaga. Prendemos todos em menos de uma semana, sem disparar um tiro, graças às boas informações do ci-dadão pelo 181”, afirma.

No início deste mês, a PM apreendeu 50 quilos de droga no porto da feira da Panair, Educandos, Zona

Sul. A investigação come-çou com uma ligação para o Disque-Denúncia. O titular da SSP-AM disse, ainda, que praticamente todos os dias são feitas prisões por meio de informações re-passadas pelo 181.

*nome fictício para res-guardar o personagem

Casos solucionados pelo 181

Ligações anônimas colaboraram para a resolução de inúmeros crimes somente neste ano

DIVULGAÇÃO

C06 - DIA A DIA.indd 6 25/8/2012 00:14:36

C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Aliciamento nas escolasAdolescentes têm sido abordados por desconhecidos que, pessoalmente ou por meio de redes sociais, têm seduzido e levado muitas delas a marcar encontro. Recentemente, mãe de aluno de escola estadual descobriu caso e denunciou ao conselho

Uma parceria entre a Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Educação e Qua-

lidade de Ensino (Seduc) pre-tende combater o aliciamento de estudantes praticados por adultos nas escolas públicas da capital amazonense. Os aliciamentos, segundo o con-selho tutelar e a PM, têm sido feitos pessoalmente, com o aliciador próximo à escola ou, muitas vezes, por redes sociais. Muitos deles culmi-naram em estupros, raptos, cárcere e até em um assas-sinato no ano passado.

O caso mais recente é de-nunciado pela mãe de uma estudante de 15 anos da Esco-la Estadual Professora Fueth Paula Mourão, localizada na rua Dalmir Câmara, no São Jorge, Zona Oeste.

De acordo com a direção da escola, a mãe da aluna decidiu por conta própria investigar o aliciamento da filha, praticado por um homem identificado como “Chocolate”.

A mãe descobriu o caso ao ver o que a filha fazia diaria-mente na internet. Na busca, ela descobriu que o homem trocava mensagens pelo Fa-cebook com a menor de idade e, ainda, mensagens obscenas pelo celular da menina. Ao fim

das investigações, a mãe ain-da constatou que a filha tinha chegado a marcar encontros com o aliciador na entrada ou na saída da escola.

Ela decidiu então, monitorar

os passos da filha, na ida e volta da escola. Com apoio dos policiais da 21ª Companhia In-terativa Comunitária (Cicom), ela tem tentado identificar o aliciador da filha.

A descoberta do aliciamento envolvendo a aluna serviu para que a diretora da escola, que pediu para não ter seu nome divulgado, recorresse à parce-ria com a PM, que tem feito ronda nas escolas públicas.

O comandante da 21ª Cicom, major Saunier, disse que uma das medidas foi reforçar o po-liciamento nas proximidades da escola. Uma guarnição de cinco policiais, em uma viatu-ra, se reveza em frente à escola para evitar outros casos.

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

A conselheira tutelar da Zona Oeste, Kátia Maria Vasconcelos Silva, disse ter atendido, na sede do con-selho localizado no bairro São Jorge, denúncias de pais quanto a possíveis alicia-mentos dos filhos por meio de redes sociais.

Kátia Maria revela que os pais imprimiram e até envia-ram para ela cópias de fo-tos, de e-mails e mensagens comprometedoras.

Após ouvir os responsá-

veis, ela sempre os enca-minha, juntamente como material coletado, para a Delegacia Especialidade em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), a fim de que sejam tomadas pro-vidências. “A internet, todo mundo sabe, que tem seu lado positivo, mas quando é usado como ferramenta para aliciar estudantes e crianças, como tem ocorrido, se torna algo nocivo”, afirma.

“Os pais devem ficar aten-

tos e ter cuidados básicos como, por exemplo, controlar o acesso ao computador e as redes sociais. Não custa nada ver regularmente o que o filho tem acessado e fazer com que ele use o computa-dor em um espaço que possa ser visto”, alerta.

Vivo On: exposiçãoEm edição no mês passa-

do, o EM TEMPO denunciou a criação de uma página no Facebook denominada “Vivo

On 69”. Nela, cerca de 95% dos participantes tinham idade entre 14 a 16 anos.

Na página foram postadas fotos de adolescentes semi-nuas, mensagens obscenas e o número de celulares para contato. A delegada de Apoio e Proteção à Criança e ao Adolescente, Linda Gláucia, reconheceu que a página era um apelo à prostituição e ao aliciamento de menores. O caso é investigado pela Dep-ca e conselhos tutelares.

Pais são encaminhados para a delegacia

Seja na saída ou entrada da escola, adolescentes têm sido submetidos a ação de aliciadores que atuam nas redondezas

DIEGO JANATÃ

DENÚNCIAEscola estadual era, se-gundo denúncia da mãe de uma aluna, alvo de aliciadores. Ela disse que descobriu conver-sas via Facebook e até mensagens obscenas no celular da adolescente

C07 - DIA A DIA.indd 7 25/8/2012 00:50:21

C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

C08 - PUBLICIDADE.indd 8 25/8/2012 00:16:29

PlateiaCa

dern

o D

MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1042

Festival de Flauta encerra hoje

Plateia D3

DIEGO JANATÃ

Companhia e apren-dizagem cultural. É o que crianças, ado-lescentes e adultos,

até mesmo os aposentados, encontram durante as aulas de instrumentos musicais transmitidas diariamente pe-los instrutores da Associação Batukada. A instituição, sem fi ns lucrativos, é uma Or-ganização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), localizada na Praça 14 de Janeiro. Ao contrário de es-colas convencionais, onde pais e responsáveis deixam

o pequeno e depois voltam para buscá-los, os adultos são convidados a estudar artes também.

A aposentada Maria Lu-zinete Oliveira, 65, é mora-dora da comunidade. Ela afi r-ma que ao trazer os três netos viu que não poderia perder a oportunidade de aprender a manusear um instrumento musical, daí quis ingressar, primeiramente, em uma tur-ma de sanfona, que funciona pela manhã. E ela gostou tanto que há duas semanas decidiu voltar no horário da tarde, agor, para aprender a tocar violão. “Estou na turma de sanfona há três meses e ter contato com a área musical está sendo uma experiência muito boa. Trago meus netos e também aprendo junto com eles”, afi rmou.

Da mesma forma, a dona de casa Marisa de Oliveira,

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

para todas as idades

ARTE

Associação valoriza o artístico e o social

DESTAQUEA Associação Batukada oferece, gratuitamente, cursos de violão, ca-vaquinho, fl auta doce, percussão, teclado, sanfona, discotecagem, trompete e trombone para crianças a partir dos 5 anos e adultos

los instrutores da Associação Batukada. A instituição, sem fi ns lucrativos, é uma Or-ganização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), localizada na Praça 14 de Janeiro. Ao contrário de es-colas convencionais, onde pais e responsáveis deixam

o pequeno e depois voltam para buscá-los, os adultos são convidados a estudar

A aposentada Maria Lu-zinete Oliveira, 65, é mora-dora da comunidade. Ela afi r-ma que ao trazer os três netos viu que não poderia perder a oportunidade de aprender a manusear um instrumento musical, daí quis ingressar, primeiramente, em uma tur-ma de sanfona, que funciona pela manhã. E ela gostou tanto que há duas semanas decidiu voltar no horário da tarde, agor, para aprender a tocar violão. “Estou na turma de sanfona há três meses e ter contato com a área musical está sendo uma experiência muito boa. Trago meus netos e também aprendo junto com

Da mesma forma, a dona de casa Marisa de Oliveira,

A Associação Batukada oferece, gratuitamente, cursos de violão, ca-vaquinho, fl auta doce,

sanfona, discotecagem, trompete e trombone para crianças a partir dos 5 anos e adultos

Fundada em 2006, a Asso-ciação Batukada deu início aos trabalhos com uma tur-ma de percussão na comuni-dade Japiinlândia, logo após mudou-se para os bairros Cachoeirinha e Crespo, até chegar à instalação atual ,do bairro Praça 14. Sob a condução do percussionista Ewerton Almeida, a insti-tuição carrega o lema “Cultura, cidada-nia e ação social” e trabalha com o in-tuito de oferecer entrete-nimento

e educação cultural de forma a minimizar o risco ao conta-to com a criminalidade.

Atualmente, a associação atende ao público a partir dos 5 anos de idade, que ocupam os lugares distribuídos em 12 salas de aula. Cada turma é composta por no máximo dez alunos, que aprendem, gra-tuitamente, técnicas dire-cionadas aos instrumentos violão, cavaquinho, fl auta

doce, percussão, tecla-do, sanfona, discote-

cagem, trompete e trombone.

Além disso, há o projeto “Telecen-tro”, que é desen-volvido em parceria

com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) e disponibiliza au-las de informática básica por meio do programa de inclusão digital. “Como mú-sico tive a ideia de criar um projeto que atendesse ao público com ensinamentos musicais. Começamos com um instrumento e não de-morou para perceber que havia a demanda da inclu-são de outros instrumen-tos”, disse Almeida, ao frisar que, hoje, a Batukada atua nos três horários, manhã, tarde e noite.

Além do Cetam, o pro-jeto funciona em parceria com a Petrobras, Banco da

Amazônia, Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e Universidade Estadual do Amazonas (UEA).

Novas vagasQuem quiser ingressar

nas turmas da Batukada pode procurar a instituição que está com novas vagas abertas para todas os cur-sos. Os interessados pre-cisam levar cópia do RG, CPF e do comprovante de residência. No caso de me-nores de idade, precisam ir à instituição acompanhados dos pais. Mais informações pelo número (92) 3307-9499 ou pelo endereço eletrônico www.batukada.org.br.

Além de violão, a aposentada,Maria Luzinete Oliveira, 65, toca sanfona. Aci-ma, Marisa e Maíra Oliveria, mãe e fi lha, aprendem, juntas, a tocar piano

FOTOS: MÁRIO OLIVEIRA

31, também acompanha Ma-íra Guimarães, 9, ao curso de teclado. Na primeira aula, a mãe relata que aproveitou o embalo e incentivo da fi lha e explica que por morar dis-tante, no bairro Compensa 1, resolveu participar das aulas. “ Na primeira aula já deu para saber que é muito legal e que ainda existe muita coisa para aprendermos, independente-mente da idade”, afi rma. Para a pequena Maíra a mãe virou uma companheira musical. “Agora vou poder ter acesso aos ensinos junto à minha mãe e isso também é legal porque em casa vamos poder estudar juntas”, comemora.

O estudante Ruan Braga, 15, faz parte da turma de percussão, há dois meses. Ele considera o projeto bom e afi rma que ao invés de es-tar na rua pode ter acesso a bons ensinamentos. “Aqui aprendemos a ser pessoas honestas e boas. Sei que na rua só se aprende coisas ruins”, afi rmou.

Pais e avôs dividem com os fi lhos e netos o desafi o de aprender um instrumento na Associação Batukada

D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

>> Jeff erson Cunha lança a nova edição de sua revista “Em Visão”, com festa ela-boradíssima, quarta-feira no Mon Plaisir. A revista vem com a primeira-dama Nejmi Aziz na capa, numa belíssima foto assinada pelo fotó-grafo Célio Said. O novo número da “Em Visão” surge com um grupo de mulheres da society local em vá-rias matérias.

>> Hoje, acontece o festão de entrega da primeira etapa do Mundi, com show do cantor Dudu Nobre.

>> Na terça-fei-ra na ‘Viúva Negra’, vernissage do artista plástico Jandr Reis, com a exposição ‘Pi-cassianas’.

>> Já começaram a circular os convi-tes para o casamen-to de Aline Jaoudi e Luiz Alberto Procópio Pontes, com cerimô-nia religiosa na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, seguido de re-cepção no Elegance. Os queridos Edward Abou Jaoudi e Eveline Hesse Leão estarão de anfi triões.

>> Aldayr Mon-teiro estreia idade nova hoje.

>> Vitrine

Waleska e Marcelo Macedo, ela ani-versariando, na festa no Touch Down, quinta-feira

Guto Oliveira e Virna Lins no evento em torno do aniversário de Waleska Macedo

. O 2º Sisam - Seminário Internacional de Segurança na Amazônia, acon-tece na próxima semana, entre os dias 29, 30 e 31, no Tropical Hotel.

. O ex-prefeito de Bogotá, Antanas Mockus; o secretário de segu-rança pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame; e o consul-tor de segurança pública Ricardo Balestreri estão com presenças confi rmadas para participar do evento em Manaus.

. O governador Omar Aziz abre o seminário, no dia 29, às 9h, abordando o tema em discussão, especialmente, o programa “Ronda no Bairro”.

>> Seminário

. Os maxicola-res passaram de extravagância fashion para peça essencial no look das mais antenadas.

. Na edição da coluna de hoje, um belo exemplar Valentino. Super-chic, concordam?

>> Objeto de desejo

Dosdie, Waltinho, Walter Vitor e Bárbara Oliva Pinto, no desfi le da Di Bambi, no evento armado por Norma Araújo, no Teatro Direcional

. A Top Internacional lança na terça-feira novo produto de qualidade.

. Apresenta a marca de relógios esportivos Solus, que chega ao mercado nacional com exclusividade pela importadora mais tradicional da Zona Franca de Manaus. Para marcar a ocasião, o produto será apresentado ao público da capital durante pedalada que sairá do Parque dos Bilhares indo até o Teatro Amazonas e retornando para o local de partida. O evento, reunindo centenas de ciclistas, inicia às 20h.

. Além de um acessório de moda, os relógios Solus apresentam fun-ções touch que ajudam no cuidado com a saúde, como medição da frequência cardíaca.

>> Lançamento

. Manaus irá sediar, em 2014, a déci-ma edição do Congresso Brasileiro de Cooperativismo de Crédito (Concred), considerado o maior e mais importante evento do segmento e promovido pela Confederação Brasileira das Coopera-tivas de Crédito (Confebras).

. De acordo com a titular da pasta de turis-mo, Oreni Braga, o 10º Concred deve trazer a Manaus mais de 1,5 mil pessoas.

>> Cooperativismo

Ketlen Cruz e a sobrinha Manuela, no desfi le solidário que reuniu bambinos no Teatro Direcional

Yuri Kisovni e Maria Helena Gesta de Melo no jantar que agitou o Tou-ch Down, no início do fi m de semana

MAU

RO S

MIT

H

MAU

RO S

MIT

H

D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012 D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Para ser bom em algo, você não pode só viver aquilo, senão fi ca muito limita-do. É preciso ter vários interesses, várias pai-xões. Além da fl auta, gosto de cozinhar, viajar”

O fl autista suíço-cana-dense Michel Bellavan-ce é o responsável, ao lado da Orquestra Ama-

zonas Filarmônica e dos solistas convidados Arley Raiol, Toninho Carrasqueira, Manuel Guerrero e Viviana Guzzmann, de encerrar a 11ª edição do Festival Internacio-nal de Flautistas (FIF), a partir das 19h, no hoje no Teatro Amazonas. A entrada é gratuita. Bellavance, que é professor de uma turma internacional no conceituado Conservatório de Música de Genebra e acumula participações por todo o mundo, irá apresentar pela primeira vez na América Latina um concerto do compositor Theo Verhey, de uma partitura do século 19 mas descoberta somente há 20 anos em uma biblioteca da Holanda. Em entrevista ao EM TEMPO, pouco antes de começar um en-saio Bellavance falou sobre a como a internet está mudando a música erudita, a interação

entre sul-americanos e asiáti-cos de sua turma e se a fl au-ta é mesmo sua maior paixão.

EM TEMPO: Você já se apre-sentou no mundo todo, o que espera daqui?

MB: Para todos que conhe-cem um pouco de Manaus sa-bem que aqui há uma cultura musical muito importante. O Teatro Amazonas e a Amazonas Filarmônica são provas disso. Ainda ontem (quinta-feira), a apresentação do Festival In-ternacional de Flautistas esta-va lotada, principalmente por jovens, uma coisa única que não acontece nem na Europa. Lá é um público mais velho, aqui é um povo superativo, que não é chato para nada, e isso para mim é algo único. Manaus é uma cidade longe, das principais capitais mas que valoriza a música.

EM TEMPO: Cada lugar em que você se apresenta é uma particularidade ou a música erudita é universal?

MB: A música não é univer-sal, claro que não, mas agora que temos mais facilidades para todos, como a própria internet que possibilita ouvir música do mundo inteiro, é uma tendência que surjam mais infl uências. Para os europeus principalmente, já que eles gostam de pegar o ritmo brasileiro para fazer uma música para piano, por exemplo. É um intercâmbio que não existia antes. Com certeza a música está mais acessível.

EM TEMPO: Como você, que é professor do Conservatório de Genebra, avalia o interesse pela música erudita atualmente?

MB: Na minha sala tenho 14 alunos, e nenhum é suíço. Têm pessoas da China, Rússia, Estados Unidos, Leste Europeu, até brasi-leiros, argentinos e colombianos. Essa mistura me agrada, porque os estudantes asiáticos e do Leste Europeu são mais “quadrados”, di-gamos assim, e os sul-americanos são um pouco mais fl exíveis, e isso é importante porque um aprende com o outro, trocam informações

quanto à maneira de trabalhar e aprendem a ser músicos melhores, mais completos. A música hoje está virando algo mais universal, mas sem que cada músico esqueça suas raízes.

EM TEMPO: Hoje você irá apresentar um concerto de Theo Verhey, inédito na Amé-rica Latina. Como é isso?

MB: Essa canção, que na ver-dade é um concerto romântico, só é conhecida na Europa e mesmo assim há pouco tempo porque só tem uns 20 anos que a partitura foi descoberta, e só então foi aberta ao público. Ela estava esquecida em uma biblioteca da Holanda.

EM TEMPO: Mas o compo-sitor já é famoso?

MB: Não, a fama foi a desco-berta mesmo. E o Teatro Ama-zonas é o palco perfeito para a apresentação porque a música foi escrita mais ou menos na mesma época em que o teatro estava sendo construído (no fi m do século 19).

Michel BELLAVA

‘A MÚSICA está mais ACESSÍVEL’

O intercâmbio de informações é importante por-que um aprende com o outro e se tornam músicos mais completos. Com certeza a música está mais acessível”

VICTOR AFFONSOEspecial Em Tempo

DIEGO JANATÃ

D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Com diretoria escolhida e aprovada, a Frente Parlamentar de Apoio à Cultura quer discutir planos de cultura e ações para o segundo semestre de 2012

ProCultura realiza nova audiência pública, quarta

Depois de diversos adiamentos para a definição de sua di-retoria, a chamada

Frente Parlamentar Estadual de Apoio à Cultura (ProCultu-ra), aprovada em 5 de julho passado, convida todas as classes artísticas amazonen-ses para participarem de uma audiência pública, na quar-ta-feira (29), na Assembleia Legislativa do Estado do Ama-zonas (Aleam), às 14h.

A audiência foi dada como necessária, após uma reunião entre diretoria da ProCultura

– deputados Tony Medeiros (presidente), Conceição Sam-paio (vice) e Sidney Leite (se-cretário) – e a direção dos segmentos dos artistas e pro-dutores culturais, no último dia 14 (terça-feira), cujo objetivo era planejar o trabalho da ProCultura numa perspecti-va de se reordenar as ações para o segundo semestre parlamentar de 2012. Além da aprovação do regimento, a audiência pública pretende abrir espaço para discussões sobre questões referentes a fomento, aprovação do plano

estadual de cultura, eleições do conselho estadual de cultu-ra, plano municipal de cultura e da institucionalização do sistema estadual e munici-pais de cultura nos termos da política do Ministério da Cultura (MinC).

PrerrogativasEntre as prerrogativas

da ProCultura, já em acor-do com os artistas, estão acompanhar as políticas pú-blicas de cultura, os projetos e programas direcionados à preservação, promoção e in-

centivo à cultura e de todo o patrimônio histórico, arqui-tetônico e cultural amazo-nense, de natureza material e imaterial; incentivar meca-nismos de preservação, di-fusão e fomento da cultura no Estado; e promover en-contros, debates, simpósios, seminários, comemorações e outros eventos, entre outras atribuições. Para a audiência, a frente parlamentar se com-prometeu em convidar secre-tários de Estado da Fazenda e da Cultura e o superinten-dente da Suframa.

ARQUIVO EM TEMPO/ALEXANDRE FONSECA

Entre os temas abordados está o incentivo à cultura e de todo o patrimônio histórico, arquitetônico e cultural amazonense

Biquíni Cavadão retorna a Manaus em outubro

Responsável pela triha sonora de uma geração, a banda de rock oitentista Biquíni Cavadão volta a Manaus para mais uma apresentação, desta vez na Arena Amadeu Teixeira, no próximo dia 5 de outu-bro. O grupo local Official 80 se encarrega do show de abertura, com releitu-ras de músicas clássicas dos anos 80 e 90.

Em 2012, até agora, o Biquíni Cavadão já se apre-sentou ao vivo em mais de 60 cidades de 20 Estados. O grupo carioca, formado por Bruno Gouveia (vocal), Carlos Coelho (guitarra), Miguel Flores (teclado) e Álvaro Birita (bateria), está atualmente trabalhando no seu décimo álbum de estú-dio, o independente “Roda Gigante”, que deve ser lan-

çado ainda este ano. Enquanto não sai, o dis-

co está sendo divulgado aos poucos pela internet e também nos shows, como é o caso do primeiro sin-gle, intitulado “É Dia de Comemorar”, que teve o videoclipe lançado na rede social Youtube. Outras no-vas músicas são a “Acordar Pra Sempre Com Você” e “Agora é Moda”, sendo que esta última contará com uma versão gravada com Rogério Flausino.

Os ingressos já estão sendo vendidos nas Óti-cas Avenida, na unidade 1 da Faculdade Fametro e também pelo site www.ingressorapido.com.br. A entrada VIP custa R$ 80 e a pista sai por R$ 30 (valores já referentes à meia-entrada).

SHOW

O Biquíni Cavadão faz sucesso durante três décadas

DIVULGAÇÃO

D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Parintins serve como tema O humorista Gustavo Mendes que, atualmente, está no “Casseta & Planeta Vai Fundo” estará na cidade hoje com sua personagem mais famosa, no qual satiriza a presidente da República. O show intitulado “Mais que Dilmais” inicia às 19h

O comediante nasceu na cidade de Guarani, em Mi-nas Gerais. O contato com o teatro começou ainda na infância, na escola, onde imi-tou Michael Jackson e chegou a formar dupla sertaneja com o irmão, aos 8 anos de idade. Mendes lembra que sempre gostou de atuar e não tinha dúvidas da profi ssão que queria seguir. “Nunca estudei teatro por falta de tempo, sempre tive que trabalhar. O teatro ainda hoje é minha fonte de renda, de onde sus-tento minha família”.

Em 2005, o mineiro co-meçou a ganhar projeção ao vencer, em primeiro lugar, no Show de Talentos, programa exibido pelo canal SBT de Minas Gerais. Um ano depois lançou o primeiro show de humor solo “Gerações”. Em 2009 deu início a apresenta-ção “Tarja Preta”. Em 2012 surge o convite para integrar o elenco do programa global.

“O sucesso é resultado de trabalho intenso.

Comecei cedo e sem paranoia ou ilusão, mas sem-pre encarando o palco com se-riedade. Contei

com a sorte de ter trabalhado com muitos bons profi ssio-nais”, frisa. A contratação pela TV Globo foi incentivada pelo Casseta Claudio Mano-el, que segundo Mendes, o elogiou e disse que seria di-fícil fazer qualquer imitação a Dilma, após a sua encenação. “A declaração foi feita em um programa televisivo e fi quei feliz ao ouvi-lo porque o tenho como um mestre. Em seguida nos encontramos e ele lançou a proposta e logo a negociação. Rolou uma quí-mica entre nós e ainda hoje aprendo muito com todos”. O novo global adianta que o programa volta às telas até o mês de novembro.

Ator imitava Michael Jackson

SERVIÇOESPETÁCULO COM GUSTAVO MENDES

Quando

Onde

Ingressos

Hoje, a partir das 19hTeatro Direcio-nal (Manauara Shopping)R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)

o teatro começou ainda na infância, na escola, onde imi-tou Michael Jackson e chegou a formar dupla sertaneja com o irmão, aos 8 anos de idade. Mendes lembra que sempre gostou de atuar e não tinha dúvidas da profi ssão que queria seguir. “Nunca estudei teatro por falta de tempo, sempre tive que trabalhar. O teatro ainda hoje é minha fonte de renda, de onde sus-tento minha família”.

Em 2005, o mineiro co-meçou a ganhar projeção ao vencer, em primeiro lugar, no Show de Talentos, programa exibido pelo canal SBT de Minas Gerais. Um ano depois lançou o primeiro show de humor solo “Gerações”. Em 2009 deu início a apresenta-ção “Tarja Preta”. Em 2012 surge o convite para integrar o elenco do programa global.

“O sucesso é resultado de trabalho intenso.

Comecei cedo e sem paranoia ou ilusão, mas sem-pre encarando o palco com se-riedade. Contei

“Admiro o Festival Fol-clórico de Parintins e, com certeza, te-remos cenas base-

adas nas toadas e timbres dos intérpretes. Conto os minutos para conhecer Manaus”. Disse o ator e comediante Gustavo Mendes, ao falar, por telefone, ao EM TEMPO, do sonho de conhecer a cidade, da trajetória da carreira e do show “Mais que Dilmais”, que realiza hoje, às 19h, no Teatro Direcional (Manauara Shopping).

Atual integrante do programa humorístico “Casseta & Pla-neta Vai Fundo”, da TV Globo, Mendes fi cou nacionalmente conhecido após ser visualizado por mais de 12 milhões de pes-soas na página do YouTube, em vídeos onde imita a Presidente da República, Dilma Rousse-ff . Ele também afi rma que sempre acom-panha a festa

dos bois parintinenses pela te-levisão e que por várias vezes programou viagens a Manaus, porém, foi impedido por outros compromissos. “É a realização de um sonho. Admiro a voz dos cantores de toadas, assim como a gastronomia, que pude conhecer no Pará”, comenta. O humorista também garante que o público vai assistir e ouvir as melhores piadas e imitações de seu repertório, tudo acompanhado de mú-sica ao vivo, em uma hora e meia de show. “A presidenta fará um “pronunciamento” direcionado aos amigos de Manaus”, adianta.

De acordo com Mendes, a ideia de imitar Dilma sur-giu como uma brincadeira, que ele afi rma ter leva-do a sério

após observar que nenhum ar-tista havia encenado seus com-portamentos e formas de falar. O comediante gravou e postou seus curtas com algumas per-formances da petista e não de-morou a alcançar os primeiros

500 mil acessos. Em uma das principais cenas, a presidente briga com o ministro Antônio Palocci, acusado de multiplicar em 20 vezes seu patrimônio. Em outro momento, mostra a cobrança da chefe do executi-vo ao ministro Guido Mantega sobre a queda da infl ação.

Em entrevista ao jornal “O Globo”, Dilma declarou que o

próprio Mantega lhe mos-trou o vídeo. “Ao ouvir o “engole o choro” não sabia se fi cava séria ou se caía

na gargalhada. Não resisti”, disse a presidente. Mendes

afi rma nunca ter falado pesso-almente com a líder, mas diz que se sente lisonjeado em receber notícias de que agrada a pessoa a quem imita. “Já tive informa-ções por meio dos assessores dela de que gosta de assistir às cenas. Isso é legal, mas não há

nada marcado para nos encontrarmos”,

comenta o humorista.

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

Gustavos Mendes dá vida a persona-gem que satiriza a presidente Dilma

DIVULGAÇÃO

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Programação de TV

05h00 – Aventura Selvagem – reprise06h00 – Pesca Alternativa07h00 – A Grande Ideia07h30 – VRUM08h00 – PGM Manazinha – local08h30 – Chaves09h00 – Sorteio Amazonas dá Sorte - local10h00 – Domingo Legal14h00 – Eliana18h00 – Vamos Brincar de Forca18h40 – Sorteio da Telese-na18h45 – Programa Sílvio Santos23h00 – De Frente com Gabi00h00 – Série: O Mentalista / The Mentalist01h00 – Série: Alvo Humano / Human Target02h00 – Série: Chase03h00 – Encerramento da Programação

SBT GLOBO

REDE TV

04h35 – Santa Missa em Seu Lar05h35 – Sagrado: Compacto – Crianças nas Tradições05h45 – Amazônia Rural06h15 – Pequenas Empresas – Grandes Negócios06h55 – Globo Rural07h55 – Auto Esporte 08h30 – Esporte Espetacular (Stock Car - Salvador – ao vivo / Projeto Natação / Megarampa)11h30 – Show Criança Esperan-ça (Melhores Momentos)12h55 – Temperatura Máxima. Filme: A Casa Monstro15h00 – Futebol 2012: Cam-peonato Brasileiro: Botafogo x Flamengo17h00 – Domingão do Faustão19h45 – Fantástico22h09 – Domingo Maior. Filme: As Branquelas00h05 – Sessão de Gala. Filme: Margot e o Casamento01h37 – Corujão I. Filme: Um Assassino Entre Nós03h15 – Corujão II. Filme: Feito Por Encomenda04h42 – Festival de Desenhos

04h45 – Bíblia em Foco05h00 – Nosso Tempo05h30 – Desenhos Bíblicos08h00 – Record Kids09h00 – Bingo: Amazonas dá Sorte10h00 – Record Kids11h15 – Tudo é Possível – PGM15h00 – Programa do Gugu – PGM19h30 – A Fazenda 5ª Tem-porada – HD20h15 – Domingo Espetacu-lar - HD – PGM22h15 – Repórter Record23h15 – Série: Todo Mundo Odeia o Chris (1ª Tempora-da) – HD00h15 – Programação IURD

TV CULTURA05h55 – Abertura da Estação / Hino Nacional06h00 – Via Legal06h30 – Brasil Eleitor07h00 – Palavras de Vida

08h00 – Santa Missa09h00 – Viola, Minha Viola09h15 – Curta Criança09h30 – Nova Amazônia – local – reprise10h00 – Escola Pra Cachorro10h15 – Meu Amigãozão10h30 – A Turma do Pererê11h00 – ABZ do Ziraldo11h30 – Anima TV Tromba Trem11h45 – Anima TV Carrapatos e Catapultas12h00 – A Turma do Pererê13h00 – Dango Balango13h30 – TV Piá14h00 – Stadium 15h00 – Os Protetores do Planeta16h00 – Ver TV17h00 – De Lá Pra Cá17h30 – Cara e Coroa18h00 – Papo de Mãe19h00 – Conexão Roberto D’Ávila20h00 – Esportvisão21h30 – MPTV – Reprise – local22h00 – Roda Viva Amazonas – local ao vivo23h00 – Doc. Especial00h00 – Hino Nacional / Encerra-mento da Emissora

RECORD

BAND05h00 – Igreja Mundial06h30 – Santa Missa em Seu Lar

06h30 – Igreja Internacional da Graça – local07h30 – Igreja Internacional da

Graça – local09h45 – Break Obrigatório09h50 – TV Kids – local10h00 – Show de Ofertas da Cidade – local10h30 – TV Kids – local11h00 – Igreja da Graça – local12h00 – Fique Ligado – local13h00 – Esporte Performance – local14h00 – Encircuito – reprise15h30 – Despertar – local16h00 – Break Obrigatório16h05 – TV Kids16h45 – Ritmo Brasil17h15 – O Último Passageiro18h30 – Super Bull Brasil19h30 – Saturday Night Live21h00 – Cine Total22h30 – Dr. Hollywood23h15 – É Notícia00h15 – Bola na Rede00h45 – Igreja Internacional da Graça – local

07h30 – Fé na Verdade08h30 – Desenho09h30 – Auto +10h00 – Infomercial11h00 – Fala Malafaia12h00 – Band Esporte Clube14h00 – Gol, o Grande Mo-mento do Futebol14h30 – Futebol 201216h50 – Terceiro Tempo19h00 – Um Tio da Pesada20h00 – Conversa de Gente Grande21h00 – Pânico na Band00h00 – Canal Livre01h00 – Força Secreta01h30 – Show Business – reap.02h15 – Loucos ou Loucu-ras03h00 – Igreja Mundial

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Os romances e amores estão em mo-

mento propício para deslanchar. Mas não apenas no nível dos sentimentos, e sim no convívio real e próximo às pessoas a quem quer bem.

TOURO - 20/4 a 20/5 Momento propício para fortalecer as rela-

ções familiares, para melhorar o ambiente doméstico e para mergulhar fundo nos anseios mais profundos de sua alma.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 As barreiras que encontra para organizar o

viver como realmente quer e deseja podem ser superadas nestes dias. Procure agir nesse sentido, aproveitando a onda favorável.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 É tempo de colocar ordem na vida fi nan-

ceira e material. Não fi que esperando que as coisas aconteçam como você sonha. Arregace as mangas e mãos à obra. Faça por você.

LEÃO - 23/7 a 22/8 A redefi nição de sua identidade acontece

nestes dias, a partir de gestos seus que enfatizem os conteúdos e comportamentos que anseia realçar em sua pessoa.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 O tempo agora é favorável para você se

superar. Está em suas mãos livrar-se de alguns elementos inoportunos e envelheci-dos que só lhe constrangem e atrapalham a vida.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Momento estimulante para as relações

sociais e as amizades. É preciso aproximar-se dos amigos voluntariamente - não fi que esperando ser agraciado, agrade-os!

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Momento decisivo para os rumos futuros

de sua carreira profi ssional. Um gesto fi rme e bem direcionado poderá ser feito por você neste dia. Trabalhe pelo que você quer.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 O cultivo da mente e do espírito está em

seu auge. Atividades culturais e espirituais se desenvolvem melhor e mais satisfato-riamente agora. Aponte sua vida para o bem.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Tem coisas que precisam ser jogadas fora

- radicalmente. Deixe de guardar o que não presta mais. Abra-se a um novo mundo, pois que você está precisando disso.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 As alianças e associações estão em mo-

mento propício para se desenvolverem. É preciso fi rmar as relações nas quais partilhe tudo aquilo que lhe é importante.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Uma nova condição de trabalho pode se

desenvolver neste momento. Os hábitos de saúde devem ser aprimorados - tudo está a favor de você melhorar sua saúde.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2012

BANCO 71

PMTD

D

URODEROERREPETENTEEMASIAIV

AIDTICOPONDERADOR

TEAMDSOESMOLARD

CENAECOPIEDADEAV

SRIOCAPILCAOLAALINHAVARMANODORIEASNOUO

HU

Difícil deexecutarou supor-tar (fam.)

Alimento comum de bebês

Sobrar;restar

O gregoHipó-crates

Heroínade Shake-

speare(Lit.)

Refeita aamizade

Entroncamento deduas ou mais estra-das distintas (bras.)Pertencentes à moral

Diz-se do estudantereprovado

Band-(?),proteçãode feridas

4, emromanos

Artigo de contratoPequenopedaço

Em (?): de forma

exageradaSufixo de "filhote"

Que exa-mina comatenção eminúcia

Time, eminglês

Qualquerface de

um objeto

Modocomo viveo eremita

Mendigar

Capitão(abrev.)

Parte de um filme

Religião principal daArábia Saudita

Ninfa queamou Nar-ciso (Mit.)Ressoado

Pontovisadopelo

atirador

Compai-xão; mi-

sericórdia

Mamíferoseme-

lhante aoantílope

(?) Lanka,país com

capital emColombo

(?) entrenós: emsegredo

"(?) Dou-rados",clássicoda MPB

Sapo dafauna

brasileira

Delinear;esboçar

Um dosCaymmi

Relativoao homem

Montariade Sancho

Pança(Lit.)

Ditongo de"oblíquo"

3/aid — eco — sri. 4/dori — team. 7/demasia — piedade.

CruzadinhasCinemaESTREIA

Outback – Uma Galera Animal – Livre: Playarte 1 – 12h30, 14h30, 16h30, 18h30, 20h30 (3D/dub/dia-riamente) e 22h30 (3D/dub/sex e sáb); Cinemais Plaza 1 – 14h20 e 16h20 (3D/dub/diariamente); Cinemais Millennium 3 – 14h40 (3D/dub/diariamente).

O Vingador do Futuro - 14 anos: Cinemas Amazonas 6 – 13h40, 16h10, 18h50, 21h20 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 18h30 e 21h (dub/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 14h40, 17h, 19h20 e 21h40 (dub/diariamen-te); Cinemais Millennium 1 – 15h, 17h20, 19h40 e 22h (leg/diaria-mente); Cinemais Millennium 8 – 14h, 16h30, 18h50 e 21h20 (dub/diariamente); Cinemark 6 - 12h55, 15h30, 18h10, 20h50 (dub/diariamente) e 23h30 (dub/sex e sab).

360 - 16 anos: Playarte 4 – 13h50, 16h10, 18h30, 20h50 (leg/diariamente) e 23h10 (leg/sex e sáb); Cinemais Millennium 7 – 14h50, 17h15, 19h30 e 21h50 (leg/diariamente).

Um Divã Para Dois - 12 anos: Playarte 7 – 13h40, 15h50, 18h, 20h10 (leg/diariamente) e 22h20 (leg/sex e sáb); Cinemais Millen-nium 7 – 14h30, 16h40, 18h40 e 21h (leg/diariamente); Cinemark 4 - 17h50, 20h (leg/diariamente).

Armadilha: 14 anos. Playarte 9 – 13h20, 15h20, 17h20, 19h20, 21h20 (leg/diariamente) e 23h20 (leg/sex e sáb).

E Aí, Comeu? – 14 anos: Playar-te 2 – 14h10, 16h20, 18h30, 20h40 (diariamente) e 22h50 (sex e sáb); Cinemais Plaza 3 – 15h, 17h20, 19h30 e 21h50 (diariamente).

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge – 12 anos: Playarte 3 – 14h15, 17h30, 20h45 (leg/diariamente) e 23h59 (leg/sex e sáb); Playarte 6 – 13h30, 16h45, 20h (dub/sex e sáb); Cine-mas Amazonas 5 – 20h30 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 6 – 14h50, 18h e 21h10 (dub/dia-riamente); Cinemais Plaza 7 – 14h, 17h10 e 20h20 (dub/diariamente); Cinemais Millennium 6 – 15h10, 18h20 e 21h30 (dub/diariamen-

te); Cinemark 7 - 17h30 e 21h (dub/diariamente).

Valente – Livre: Playarte 5 – 12h30, 14h45, 17h, 19h15, 21h30 (dub/diariamente) e 23h45 (dub/sex e sáb); Cinemais Plaza 8 – 14h10 e 16h30 (dub/diariamente).

O Espetacular Homem-Ara-nha – 10 anos: Playarte 10 – 13h, 15h45, 18h30, 21h15 (dub/diaria-mente) e 23h59 (dub/sex e sáb).

À Beira do Caminho – 12 anos: Cinemark 5 - 12h50, 22h (diaria-mente); Cinemais Plaza 8 – 19h10 e 21h30 (diariamente).

A Era do Gelo 4 – Livre: Ci-nemas Amazonas 5 – 14h30,

16h30, 18h30 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 4 – 14h25, 16h40, 18h50 e 21h15 (dub/diariamente), Cinemark 5 – 15h, 17h20, 19h40 (dub/diariamente).

O Que Esperar Quando Você Está Esperando – 12 anos: Cine-mais Millennium 5 – 14h10, 16h45, 19h e 21h35 (leg/diariamente).

Xingu – 12 anos: Cinemark 4 – 13h05, 22h20 (diariamente).

As Aventuras de Agamenon, o Repórter - 14 anos: Cinemark 7- 13h50, 15h40 (diariamente) e 12h (somente sab e dom).

31 Minutos – Livre: Cinemark 8 - 13h, 15h10 (diariamente).

CONTINUAÇÕES

O Ditador: EUA. 14 anos. A he-roica história do general Aladeen (Sacha Baron Cohen), ditador de um país localizado no Oriente Médio, que colocou em risco a própria vida para que a democracia jamais chegasse ao local que governa. Ele e um pastor de cabras resolvem viajar aos Estados Unidos, onde cruzam o país para co-nhecê-lo melhor. Cinemas Amazonas 4 - 15h, 17h10, 19h15, 21h30 (dub/diariamente); Cinemais Millennium 4 - 15h20, 17h30, 19h30 e 21h40 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 5 - 14h40, 16h50, 19h e 21h20 (dub/diariamente); Cinemark 1 - 13h40, 15h50, 18h, 20h10, 22h25 (dub/dia-riamente) e 11h30 (dub/sab e dom).

Rock of Ages: EUA. 14 anos. Sherrie (Julianne Hough) é uma jovem que chega de uma cidade pequena, na grande Hollywood, e se depara com um cenário musical em plena ebulição, com muitas bandas de rock e com todos os excessos da vida dos grandes músicos. Lá, ela conhece Drew (Diego Boneta), um aspirante a roqueiro, o arrogante rock star, Stacce Jaxx (Tom Cruise) e acaba indo dançar num clube de striptease comandado por Justice (Mary J. Blidge). A vida de Sherrie chega ao limite, mas o verdadeiro amor é capaz de provocar grandes revoluções. Adaptado do musical de sucesso da Broadway, Rock of Ages - O Filme apresenta canções de Journey, Def Leppard, Poison,

Whitesnake, Bon Jovi, Foreigner, Joan Jett e REO Speedwagon. Cine-mais Millennium 2 – 14h20, 16h50, 19h20 e 21h50 (leg/diariamente); Cinemark 3 - 13h30, 16h20, 19h, 21h50 (leg/diariamente).

A Casa Silenciosa: EUA. 14 anos. A jovem Sarah (Elizabeth Olsen) está presa em uma antiga casa de campo da família. Ela, seu pai John (Adam Trese) e seu tio Peter (Eric Sheff er Stevens) estão reformando o imóvel para colocar à venda. Quando os dois homens entram em uma discussão, Peter resolve descansar e ir até à cidade, deixando Sarah e seu pai sozinhos na casa. Aos poucos, a jovem começa a perder o contato com o mundo exterior, aterrorizada por acontecimentos estranhos. Ci-nemais Millennium 3 – 17h, 19h10 e 21h10 (leg/diariamente); Playarte 4 - 13h40, 15h30, 17h20, 19h10, 21h (leg/diariamente) e 22h50 (leg/ sex e sab).

DIVULGAÇÃO

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

D7Plateia

Impressionante a ‘feira livre’ que se arma na esquina da Eduardo Ribeiro com Saldanha Marinho, bem no coração do Centro. Carrinhos de mão cobertos de cebolas, bananas, abacaxi, manga, tucumã, alface entre outros se aglomeram em plena faixa de pedestres, a partir das 16h. Claro que um vistoso ‘churrasco de gato’ com sua indefectível fumaça não poderia faltar. Que venha a Copa. Oremos!

::::: Feira livre

Arlélia e Neto Gusmão estão trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

Amanhã, o advogado Charles Garcia vai ganhar jantarzinho intimista da sua Júlia pela sua sessão parabéns.

Está agendado para acontecer no dia 15 de setembro, durante todo o dia, o 1º Brechó DD&L Advogados, sob o comando de Cláudia Bernardino. Toda a ren-da será revertida para construção de uma qua-dra do projeto do So-

cioeducacional Dom Al-berto Marzi, no Grande Vitória. As coletas serão feitas até o próximo dia 10. Colabore, viu?

Hoje, acontece a esperada festa de entrega da primeira etapa do Mundo Resort, às 17h, no Ephygênio Salles.

Também hoje, acontece o segundo “Café APAExo-nante” da Apae Manaus. Quem convida é o seu presidente-voluntário Manuel Inauhiny.

Manaus vai sediar de 5 a 9 de setembro o Campeo-nato Brasileiro de Formação

em Que-da Livre 2012, reunin-do atletas de todo o país. O ho-tel Go Inn Manaus é um dos apoiadores do evento. Mais informações: 3306-2619 ou 3306-2601.

::::: Sala de Espera

Maria do Céu Athayde mostrou de onde vem sua fama interna-cional de ‘mãos de fada’ à mulher mais infl uente do Amazonas, Nejmi Jomaa Aziz. A chef-gourmet serviu um delicioso almoço amazônico à primeira-dama, durante visita ao Centro de Gas-tronomia da Amazônia, no Studio 5. A senhora Aziz conferiu o trabalho de pesquisa dos hábitos alimentares dos amazônidas, desenvolvido pela festejada quituteira e aplaudiu sua dedicação em defesa da identidade cultural e gastronômica da região

em Que-da Livre 2012, reunin-do atletas de todo o país. O ho-tel Go Inn Manaus é um dos apoiadores do evento. Mais informações: 3306-2619 ou 3306-2601.

Presentinho da sua querida irmã Sandra, Zeca Nascimento aumen-tou sua coleção de obras deseja-

das. Trata-se da poderosa pantera assinada pela renomada artista

Vânia Braga, da galeria paulista Arte Aplicada

Soraya Natasha com os pais Fátima e Ataliba David Antonio Filho, na concorrida sessão début, que movimentou o Dia-mond, com direito a megaprodução assinada pelo Bandeirão e organização de cerimonial do ótimo Alberto Chã Filho

O governador Omar Aziz está determinado a dar um up grade no Festival de Parintins, informa-ções dão conta que equipes de trabalho já chegaram a Parintins para iniciar a reforma do bumbódromo. É preciso mesmo, porque a arena fi cou pequena diante da grandeza do evento.

::::: ReformaComo se não bastasse

os problemas habitués do dia a dia, hoje temos de saber administrar (caute-losamente) a língua bifur-cada e perigosa de algu-mas criaturas da cidade. Não, querido leitor, não existe antídoto para tal mal que assola as pessoas do bem. Elas, as criatu-ras nefastas, já nasceram assim amargas, tétricas, feias por dentro e por fora, adoram semear maldade e inverdades. Lamentável. Creia: nem com todo o dinheiro do mundo você conseguirá trazer a de-sejada felicidade plena, invejada por estes seres-problemas. Aliás, é tão fácil tê-la, basta acordar o Deus que existe dentro de você, amando, doando e respei-tando o próximo, viu?

::::: Olhai por nós, Senhor! Com o início dos progra-

mas eleitorais na televisão e no rádio, é impossível não notar a presença de quatro palavras recorrentes na boca dos candidatos: ‘Deus’, ‘Omar’, ‘acredite’ e ‘juntos’. O primeiro não deu autorização do uso de seu nome; o segundo autorizou poucos; acreditar é difícil e “juntos”...Bem “juntos” só até na hora do voto porque depois:

::::: Glossário

Na concor-rida inau-

guração do Umai, no

Vieiralves: as empresá-rias Betinha Assis e Del-

chelly Oli-veira eram só alegria

FOTOS: JANDER VIEIRA

D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 26 DE AGOSTO DE 2012