EM TEMPO - 31 de março de 2014

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FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA, FOLHAINVEST E PÓDIO. MÁX.: 34 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS ANO XXVI – N.º 8.310 – SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 1,00 DENÚNCIAS • FLAGRANTES 8177-2096 TRISTE REGRESSO REVOLTA E DOR Mesmo o sol voltando a brilhar, o domingo em Manaus foi de muita tristeza e dor. Cinco, das 16 vítimas fatais da tragédia do ônibus 825, ocorrida na última sexta-feira (28), foram sepultadas na tarde de ontem, no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã. O desespero, a tristeza e a revolta marcaram os sepultamentos. O corpo da acreana Gabriela Teles Messias, de 26 anos – grávida de 8 meses que morreu no acidente –, chegou ao município de Cruzeiro do Sul (AC), por volta das 17h30 de sábado. Em clima de comoção, familiares e amigos receberam o corpo no aeroporto. O inquérito policial do acidente será encaminhado hoje à Delegacia Especializada em Acidente de Trânsito (Deat). Os peritos têm o prazo de 30 dias úteis, para apresentar o re- sultado do laudo técnico. Na dia seguinte à tragédia do ônibus 825, a Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) recebeu quase 600 doadores, que se mobilizaram para ajudar os feridos, que seguem internados nos hospitais 28 de Agosto e João Lúcio. Caderno Especial O governador Omar Aziz inau- gurou neste sábado, o hospital Dra. Maria Luíza da Conceição Fernandes. O investimento foi de R$ 9,7 milhões. Dia a dia A7 Novo hospital em Humaitá OMAR AZIZ Lewis Hamilton, da Merce- des, venceu a segunda etapa do campeonato mundial da Fórmula 1, Grande Prêmio da Malásia. Pódio D8 Hamilton de ponta a ponta F-1 Vasco da Gama venceu a 4ª Copa Brasil de Beach Soccer, disputada em Manaus, ao derrotar o Sport Recife. Um público de aproximadamente 3 mil pessoas lotou a praia da Ponta Negra. Pódio D3 Vasco vence Beach Soccer em Manaus BICAMPEÃO O Nacional atropelou o Sul-Amé- rica, por 4 a 0, pela segunda rodada do Campeonato Amazonense. Com isso, o time lidera o Grupo B, com quatro pontos. Pódio D3 Naça atropela Sul-América LIDERANÇA Travesti acusado de assassinato A PEDRADAS Dia a dia A8 SEM DISPARAR UM TIRO Sem disparar um tiro, 1,2 mil policiais, com o apoio da Marinha, ocuparam neste domingo, o complexo da Maré, um grupo de 15 favelas considerado o mais perigoso do Rio de Janeiro. A operação começou às 5h, com a entrada de 21 blindados da Marinha à frente das tropas, e foi encerrada às 7h. País B1 Jeone Mário Araújo Ro- drigues foi morto pelo ex- companheiro de sua atual namorada. Dia a dia A8 Pastor é morto a facadas ASSEMBLEIA SEMCOM DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO ANTONIO LIMA SEMJEL DIVULGAÇÃO As forças de segurança entraram na Maré com armamento pesado, mas não houve confronto Jogadores do Vasco erguem a taça na arena montada na Ponta Negra Os filhos de Carlos Alberto e Rosângela, no adeus aos pais A cada enterro, a comoção tomava conta dos parentes e amigos Flores, mensagens e lágrimas no local da tragédia do ônibus 825 “Garantido Fé” O Garantido abriu, no sábado, a temporada para o Festival Folclórico de Parintins 2014 com o lançamento do DVD “Garantido Fé”. A festa aconteceu no curral Lin- dolfo Monteverde, em Parintins. Plateia B5 O grande momento foi quando o Boi Garantido surgiu INQUÉRITO POLICIAL IRMÃOS DE SANGUE IONE MORENO ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA, FOLHAINVEST E PÓDIO. MÁX.: 34 MÍN.: 23

TEMPO EM MANAUS

ANO XXVI – N.º 8.310 – SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

1,00

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

8177-2096

TRISTE REGRESSO

REVOLTA E DORMesmo o sol voltando a brilhar, o domingo em Manaus foi de muita tristeza e dor. Cinco, das 16 vítimas fatais da

tragédia do ônibus 825, ocorrida na última sexta-feira (28), foram sepultadas na tarde de ontem, no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã. O desespero, a tristeza e a revolta marcaram os sepultamentos.

O corpo da acreana Gabriela Teles Messias, de 26 anos – grávida de 8 meses que morreu no acidente –, chegou ao município de Cruzeiro do Sul (AC), por volta das 17h30 de sábado. Em clima de comoção, familiares e amigos receberam o corpo no aeroporto.

O inquérito policial do acidente será encaminhado hoje à Delegacia Especializada em Acidente de Trânsito (Deat). Os peritos têm o prazo de 30 dias úteis, para apresentar o re-sultado do laudo técnico.

Na dia seguinte à tragédia do ônibus 825, a Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) recebeu quase 600 doadores, que se mobilizaram para ajudar os feridos, que seguem internados nos hospitais 28 de Agosto e João Lúcio. Caderno Especial

O governador Omar Aziz inau-gurou neste sábado, o hospital Dra. Maria Luíza da Conceição Fernandes. O investimento foi de R$ 9,7 milhões. Dia a dia A7

Novo hospital em Humaitá

OMAR AZIZ

Lewis Hamilton, da Merce-des, venceu a segunda etapa do campeonato mundial da Fórmula 1, Grande Prêmio da Malásia. Pódio D8

Hamilton de ponta a ponta

F-1

Vasco da Gama venceu a 4ª Copa Brasil de Beach Soccer, disputada em Manaus, ao derrotar o Sport Recife. Um público de aproximadamente 3 mil pessoas lotou a praia da Ponta Negra. Pódio D3

Vasco venceBeach Soccerem Manaus

BICAMPEÃO

O Nacional atropelou o Sul-Amé-rica, por 4 a 0, pela segunda rodada do Campeonato Amazonense. Com isso, o time lidera o Grupo B, com quatro pontos. Pódio D3

Naça atropela Sul-América

LIDERANÇA

Travesti acusado de assassinato

A PEDRADAS

Dia a dia A8

SEM DISPARAR UM TIROSem disparar um tiro, 1,2 mil policiais, com o apoio da Marinha, ocuparam neste

domingo, o complexo da Maré, um grupo de 15 favelas considerado o mais perigoso do Rio de Janeiro. A operação começou às 5h, com a entrada de 21 blindados da Marinha à frente das tropas, e foi encerrada às 7h. País B1

Jeone Mário Araújo Ro-drigues foi morto pelo ex-companheiro de sua atual namorada. Dia a dia A8

Pastor é morto a facadas

ASSEMBLEIA

SEMCOM

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AÇÃO

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AÇÃO

As forças de segurança entraram na Maré com armamento pesado, mas não houve confronto

Jogadores do Vasco erguem a taça na arena montada na Ponta Negra

Os fi lhos de Carlos Alberto e Rosângela, no adeus aos pais A cada enterro, a comoção tomava conta dos parentes e amigos Flores, mensagens e lágrimas no local da tragédia do ônibus 825

“Garantido Fé” O Garantido abriu, no sábado, a temporada para o

Festival Folclórico de Parintins 2014 com o lançamento do DVD “Garantido Fé”. A festa aconteceu no curral Lin-dolfo Monteverde, em Parintins. Plateia B5

O grande momento foi quando o Boi Garantido surgiu

INQUÉRITO POLICIAL IRMÃOS DE SANGUE

IONE MORENOALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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A2 Última Hora MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Empresários discutem o futuro do setor oleiro local

Proprietários de olarias de Iranduba se reuniram, no fi -nal de semana, para discutir o futuro do setor com o líder do governo Dilma, senador Eduardo Braga. A categoria levantou três pontos princi-pais: a criação de um dis-trito industrial voltado prin-cipalmente ao setor oleiro, a criação de uma mina de argila coletiva para atender todas as olarias e a criação de uma política de preser-vação ambiental com um tratamento específi co para o setor oleiro, com um pro-jeto para recuperação dasáreas degradadas.

De acordo com a presiden-te do Sindicato das Cerâmi-cas do Amazonas, Hyrlene Ferreira, o setor precisa de uma atenção especial com relação às licenças para a atividade. “Sem a licença ambiental, por exemplo, as empresas não têm a se-gurança jurídica necessária para investir em um estoque de argila para a produção. Isso difi culta o nosso traba-

lho e representa um entrave para o setor”, afi rmou.

O senador Eduardo Braga considerou justa a reivindi-cação dos oleiros afi rmando que o poder público precisa ser mais ágil para facilitar a vida do empresariado. “O Estado precisa ser menos bu-rocrático. Segundo pesqui-sa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o excesso de burocracia é apontado por grandes, mé-dios, pequenos e micro em-presários, como um dos prin-cipais entraves da economia brasileira”, destacou.

Porém, o senador foi en-fático ao afi rmar que as empresas da região terão que se atualizar para per-manecerem em um mercado cada moderno e competitivo. Braga destacou o potencial econômico da região com a construção da Ponte Rio Negro, a interligação do sistema elétrico Iranduba-Manaus e o gasoduto que está trazendo o gás natural de Coari.

IRANDUBA

Donos de olarias se reuniram com senador Eduardo Braga

DIV

ULG

AÇÃO

SAÚDE

Vacina contra o HPV é seguraApós seis ocorrências de

reações à vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde enfatiza para a população que a imunização é segura. “É uma vacina que tem quase dez anos de uso no mundo inteiro. É uma vacina nova aqui no Brasil, mas há 50 países no mundo que utilizam, quase 175 milhões de doses da vacina aplicadas”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. A vacinação segue normalmente no país.

Até o último dia 28, cerca de 2,3 milhões de meninas fo-ram vacinadas contra o HPV, doença que pode ocasionar câncer de colo de útero. A meta é que até o fi nal de 2014 sejam vacinados 4,2 milhões de meninas entre 11 e 13 anos de idade.

Segundo Barbosa, é co-mum os jovens terem medo de vacina, e pode ter casos de tontura, e em raras vezes desmaio, mas acontece “com qualquer injeção”. “O Minis-

tério da Saúde recomenda que a menina seja vacinada sentada e que não faça esfor-ços físicos logo após tomar a vacina”, ressaltou.

Casos de vermelhidão e pequeno inchaço na região onde foi aplicada a vacina

são comuns, e não devem ser motivo de preocupação. Mesmo assim, Barbosa ga-rante que os 35 mil postos de saúde onde há vacinação são orientados a registrarem reações ligadas às vacinas, não só a do HPV.

Essa semana foram notifi -cados seis casos de reações adversas depois da aplicação da vacina contra o HPV que são investigados. Desses, três meninas de 13 anos tiveram mal estar, dores musculares, dor de cabeça, náusea. Elas foram atendidas por médico, e melhoraram sem hospitali-zação. Outras duas apresen-taram mesmos sintomas com menor intensidade.

O sexto caso registrado é de uma menina de 11 anos que mora em Veranópolis. Na última quinta-feira, depois de ser vacinada, ela teve uma crise convulsiva. A menina foi atendida, passa bem e está sob acompanhamento neurológico. “Algumas das meninas podem apresentar problemas de saúde que te-riam sem tomar a vacina e isso muitas vezes é confundido. O Ministério da Saúde investiga rigorosamente todas reações adversas que possam estar relacionada à imunização”, explicou Barbosa.

Efeitos colaterais foram registrados em meninas de 13 anos que receberam doses da vacina

ASCOM/SESAU

NOTIFICAÇÕESSeis meninas foram vacinadas com do-ses do mesmo lote, composto por 89 mil doses, com uso sus-penso no Rio Grande do Sul como medida de precaução enquanto ocorrem investigações

Governo quer alfabetizar 26 mil pessoas no EstadoAnúncio foi feito pelo vice-governador, José Melo, durante formatura de grupo com 10 mil alfabetizados no Amazonas

Após concluir a forma-ção de 10 mil pesso-as, o programa Ama-zonas Alfabetizado,

do governo do Amazonas, vai ajudar mais 26 mil pessoas em 33 municípios a ler e escrever, em nova etapa que será preparada pela Secre-taria Estadual de Educação (Seduc), coordenadora do projeto que é realizado em parceria com o Ministérioda Educação..

O anúncio da expansão foi feito, ontem, pelo vice-go-vernador José Melo, durante a formatura de pelo menos 800 alunos das turmas da capital, em evento no Clube do Trabalhador do Sesi, na Zona Leste. Os outros diplo-mados são de 28 municípios que receberam seus certi-ficados nas cidades onde foram alfabetizados. “É uma enorme alegria, minha e do governador Omar Aziz, da Secretaria de Educação e de todo o nosso governo poder proporcionar a todos eles essa oportunidade ím-par. Como ser cidadão se eu vivo ainda na treva da escu-ridão, de não saber ler nem escrever?”, disse Melo, ao lembrar que foi alfabetizado

aos 12 anos de idade.A aposentada Francisca

da Costa Araújo, 75 anos. Nascida no interior do Cea-rá, contou que, por ter que trabalhar no roçado com os pais e pelo fato da escola ser longe, não foi alfabe-tizada. “Depois me casei, tive meus filhos e tinha que

cuidar da educação de-les. Nunca tive tempo de ir para a escola”, revelou Francisca que agora sabe assinar o nome e ler o es-sencial para ela. “Antes não sabia sequer pegar um ônibus sozinha. Até a as-sinatura dos documentos era no dedinho (impressão digital). Era constrangedor ter na identidade que você

é analfabeto”. Para o orador da turma,

José Garcia, 76, nunca é tarde para aprender a ler e escrever. Ele se disse orgu-lhoso de poder ler o texto preparado para a ocasião da formatura e poder fazê-lo ao lado da esposa Maria Barbosa, 74, que também foi alfabetizada na mesma turma. “Nunca é tarde para aprender. Meu orgulho é saber que meus quatro fi-lhos estão formados hoje”, disse.

InteriorNa nova etapa, que vai

alcançar 26 mil pessoas, o programa atenderá 33 mu-nicípios. As aulas iniciam em abril nos municípios de Anamã, Anori, Apuí, Atalaia do Norte, Autazes, Barcelos, Caapiranga, Carauari, Coda-jás, Eirunepé, Envira, Fonte Boa, Guajará, Humaitá, Ipi-xuna, Itamarati, Juruá, Ju-taí, Lábrea, Manaus, Maraã, Maués, Nhamundá, Pauini, Santa Isabel do Rio Negro, Santo Antônio do Içá, São Ga-briel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, São Sebastião do Uatumã, Tefé, Tonantins, Uarini e Urucará.

ALFR

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José Melo anunciou, ontem, nova etapa do Programa Amazonas Alfabetizado em 33 municípios

METODOLOGIAO programa do gover-no federal, mas co-ordenado pela Seduc, alfabetiza pessoas com idade superior a 15 anos que não tiveram a oportunidade de se dedicar aos estudos na idade convencional

Concurso n. 556 (29/03/2014)

Concurso n. 1036 (28/03/2014)

Extração n. 04853 (29/03/2014)

FEDERALFEDERAL

Prêmio Bilhete Valor (R$)

1º 32.743 500.000,00

2º 20.058 34.200,00

3º 22.354 33.600,00

4º 15.214 32.800,00

5º 11.870 31.940,00

Concurso n. 1267 (28/03/2014)

09 12 15 36 49 50

DUPLA-SENADUPLA

Primeiro sorteio

02 07 18 19 39 42

Segundo sorteio

Concurso n. 1439 (29/03/2014)

LOTOMANIALOTOMANIA

03 04 05 09 14

19 23 24 27 28

36 51 55 58 68

74 76 79 92 98

Concurso n. 3452 (29/03/2014)

04 05 45 48 75

QUINAQUINA

LOTOFÁCILLOTOFÁCIL

04 05 07 09 10

11 12 14 17 18

19 20 21 22 24

TIMEMANIATIMEMANIA

10 21 25 30 55 57 65

Time do coração

MARÍLIA/SP

LOTERIAS

Concurso n. 1586 (28/03/2014)

08 39 43 46 47 58

MEGA-SENAMEGA-SENA

FONTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

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Page 3: EM TEMPO - 31 de março de 2014

MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014 A3Opinião

Parece, mas se passaram 50 anos, desde que a “sociedade civil organizada” marchou nas ruas com Deus, família e propriedade contra o comunismo e outros devoradores de crianças (sim, os comunistas jogavam as pobrezinhas para o ar, aparavam-nas com uma espada e as assavam como se assam churrascos – de onde vem mesmo e de quem é essa carne? – nas esquinas de Manaus, hoje); contra os que distribuíam pílulas anticoncepcionais às namoradas (nas marchas, ninguém se referia aos fabricantes das pílulas e quem os financiava com dinheiro público).

Parece que foi ontem. Olhando pelo retrovisor da história – mas sem perder de vista para ondo se está indo – tem-se a impressão de que foi construída, nesse período de trás, a mais longa experiência ficcional do país. Um projeto maluco de fazer presencial, os medos virtuais dos maiores delírios reprimidos dentro da sociedade civil. Olhando-se para o percurso que se tem feito para frente, o que resultou desse terrorismo de Estado?

Em recente retrospectiva sobre os acontecimentos que sucederam o golpe de Estado, a rádio Senado reviveu o momento em que a campanha pelas “Diretas, Já!” foi derrotada dentro do Congresso pelos mesmos parlamentares que se orgulhavam de constituir uma Frente Única pela Democracia e aceitava (e depois engoliria como presidente) José Sarney, como vice de Tancredo Neves, em uma eleição indireta. O comentário do radialista: “Venceu a Nação, mas não a socie-dade”, não exatamente nestas palavras, mas neste exato sentido.

Sim, o Estado se reconstituía em regime de direito. Mas a sociedade permaneceria como permanece – à mercê das conciliações e reconciliações que sustentam governabilidades suspeitas à base de coalizões que fazem inveja ao crime organizado dentro das penitenci-árias. Parece que foi ontem.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Nada pode apagar tanta dor e tris-teza, mas foi comovente a imagem da população de Manaus levando flores ao local da tragédia do ônibus 825.

Flores tristes

APLAUSOS VAIAS

Pela culatra 2

Agora veja o que o jorna-lista do “The Independent”, Ian Herbert, escreveu de sua passagem por Manaus:

“O novo terminal do ae-roporto de Manaus, onde 2 mil fãs passarão para ver a Inglaterra enfrentar a Itália, no dia 14 de junho, permanece inacabado, e até mesmo em uma tarde normal de quarta-feira houve uma espera de 45 minutos para o check–in”.

Olho no Siddharta

Está na hora dos patrocina-dores olharem com mais ca-rinho o manauense Siddharta Almeida, 13, considerado o novo fenômeno do tênis de mesa.

Em busca de seu lugar ao sol na carreira, o garoto se transferiu para Santos (SP) e está precisando de patro-cinadores.

Menino de ouro

Siddharta tem apenas 1 ano de competições ofi ciais do tê-nis de mesa e já foi convocado pela Confederação Brasileira do desporto para a seletiva 2013 da seleção brasileira.

Se não for patrocinado por Manaus, vai acabar defen-dendo outros Estados nas competições.

Alô secretários!

Fala aí secretário Fabrí-cio Lima! Fala aí Alessandra Campelo!

Manaus já patrocina tanta gente, dá dinheiro até para lutadores do UFC, por que não ajudar nosso menino de ouro, o Siddharta?

Assistência

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (Seminfh), tem acompanhado e prestado toda a assistência às famílias das vítimas da tragédia do ônibus 825.

Etacom

A Seminfh informa ainda que está auxiliando todas as ações que a empresa Etacom, responsável pelo caminhão envolvido no acidente, presta aos parentes das vítimas.

Doendo no bolso

O Manaustrans descobriu que só vai educar os violadores da lei do trânsito, quando co-meçar a fazer doer no bolso.

Baseado nisso, já tem re-gistrado 25 multas a carros e motos, por estacionamento na calçada recém-construída da nova avenida Djalma Batista.

Para caminhar

A estratégia do Manaustrans está mais do que certa.

Calçada foi feita para as pessoas caminharem. Princi-palmente a nova calçada da Djalma Batista, que está com 60% concluída. Faz parte de um projeto que oferece aos transeuntes passeios livres de 3 metros de largura, com acessibilidade universal.

E agora, doutor Nogueira?

A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) sofrerá grandes impactos com o desligamento de cerca de 80 funcionários que atuavam no contrato de informática da autarquia com a Fundação

Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica (Fucapi).

Contestado

O contrato, encerrado nes-ta sexta-feira (28), vinha sen-do contestado judicialmente pelo Ministério Público Federal (MPF).

Colapso

A área de operações da Su-frama, que inclui a fi scalização da entrada de mercadorias e serviços de cadastro e reca-dastro de empresas incenti-vadas pela ZFM, será a mais afetada.

Aliás, já está com parte das atividades paralisadas.

E o Gil, hein?!

O cantor e compositor baiano declarou seu voto, para presi-dente na próxima eleição, ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Isso por ser apoiador incondicional da ex-senadora Marina Silva, líder da Rede, que deve ser anunciada como vice na chapa do pré-candidato.

Mudou de abadá

Engraçado, quando estava aboletado na cadeira de minis-tro da Cultura por 8 anos, Gil era petista desde pequenininho.

Quer, mas não quer

Hoje, ele diz que não aceitaria mais um cargo no governo caso Campos e Marina vencessem a eleição.

— Pensando em hoje, não. Pensando em amanhã, não sei. Amanhã é amanhã. Amanhã será outro dia.

Então tá, hein Gil.

Para os inescrupulosos que continuam passando trote para o sistema do Samu. Enquanto as equipes deslocam ambulân-cias, embarcando numa mentira, uma vida deixa de ser salva.

Trotes ao Samu

Governo brasileiro custeou a viagem do jornalista Ian Herbert, do jornal britânico “The Independent”, ao Brasil, para mudar a imagem do país da Copa 2014.

Mas tudo saiu pela culatra. Ao resolver fazer um passeio ousado pelo calçadão de Copacabana, no Rio, às 2h, o jornalista foi assaltado.

Pela culatra

SEMCOM IONE MORENO

[email protected]

Parece que foi ontem

O grupo “Justiça de Transição”, do Ministério Público Federal, está preparando denúncia con-tra os agentes do regime militar envolvidos na morte de Rubens Paiva, ocorrida entre os dias 20 e 22 de janeiro de 1971. Quatro mi-litares poderão ser denunciados: José Antônio Nogueira Belham, Raimundo Ronaldo Campos e os irmãos Jacy e Jurandyr Ochsen-dorf, também envolvidos na frau-de (vejahttp://oglobo.globo.com/pais/mp-vai-denunciar-4-milita-res-pela-morte-de-rubens-paiva 11891519#ixzz2wGAq262W).

Pelo direito vigente, os crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar podem sim ser processados criminal-mente. Fundamentos: por força do art. 5º, § 2º, da CF, os direitos re-conhecidos na Constituição brasi-leira não afastam outros direitos previstos em tratados internacio-nais. O Brasil é livre para assinar (ou não) tratados internacionais. Quando o faz, para não perder sua reputação internacional, deve cumpri-los (pacta sunt servanda). O Brasil era livre para aderir ou não ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Já que a ele aderiu (em 1998), agora tem que cumprir suas decisões, sob pena de validar as palavras de Bolívar (citado por Huntington) que, num momento de desencanto, disse: “[Na América Latina] os tratados são papéis, as constituições não passam de livros, as eleições são batalhas, a liberdade é anarquia e a vida um tormento. A única coisa que se pode fazer na América é emigrar”.

A corte Suprema brasileira, em 2010, reconheceu a validade jurí-dica da lei de anistia dos crimes praticados durante a ditadura (lei 6.683/1979). Com base nessa lei e nesse entendimento do STF, os

juízes não estão recebendo as denúncias oferecidas pelo Minis-tério Público (nos casos de crimes contra a humanidade). Mas estão juridicamente equivocados. Por quê? Porque a corte Interame-ricana dos Direitos Humanos, em 24.11.10, no caso Araguaia, reconheceu a invalidade jurídica da lei de anistia brasileira (que viola os tratados internacionais fi rmados pelo Brasil).

A corte determinou, em res-peito às vítimas dos crimes per-petrados, investigar e denunciar tais delitos contra a humanidade, afi rmando (a) não só a invalidade da lei de anistia (autoanistia), como (b) a inocorrência de pres-crição (porque os crimes contra a humanidade não prescrevem nunca). Sublinhou ainda que o STF deixou de fazer o contro-le de convencionalidade da lei de anistia, que confl ita com os tratados internacionais, que o próprio Supremo afi rmou ter va-lor jurídico superior às leis (RE 466.343-SP).

Quando um país fi rma um tra-tado internacional ele está rela-tivizando sua soberania (veja art. 4º da Convenção de Viena). Em matéria de violação de direitos humanos a última palavra já não é do STF, sim, do Sistema Inte-ramericano de Direitos Humanos (vários casos já foram julgados por ele e o Brasil cumpriu: Maria da Penha, Ximenes Lopes etc.). Toda violação não amparada no direito interno pode ser levada ao conhecimento da Comissão Interamericana, que está sediada em Washington (EUA). Já não se trata de um “domestic aff air”. Agora vigora o princípio do “Inter-national Concern”. Se o Brasil não cumprir a decisão da corte está sujeito a várias sanções (podendo ser excluído da OEA).

Luiz Flávio Gomes [email protected]

Luiz Flávio Gomes

jurista e coeditor do portal

“atualidades do direito.com.br”

Militar pode ser processado?

[email protected]

Regi

Quando um país fi rma um tratado inter-nacional ele relativiza sua soberaniaEm matéria de violação de direitos humanos a última pala-vra já não é do STF, sim, do Sistema Interamerica-no de Direitos Humanos (vários ca-sos já foram julgados por ele e o Bra-sil cumpriu: Maria da Pe-nha, Ximenes Lopes etc.)”

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A4 Opinião MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Frasea

PainelVERA MAGALHÃES

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anuncia hoje que vai ampliar para toda a região metropolitana de São Paulo a oferta de desconto a consumidores que reduzirem em 20% o uso de água. Atualmente, o bônus de 30% na conta vale só para regiões abastecidas pelo sistema Cantareira. O governo decidiu estender a campanha ao constatar a queda dos níveis de reservatórios depois que passou a usar a água de outros sistemas para abastecer as casas onde havia risco de racionamento.

No cano Alckmin também vai apresentar uma nova obra do governo que vai transferir água do rio Grande para o sistema Alto Tietê, aumentando sua capacidade de abastecimento. O projeto, que prevê a cons-trução de uma estação de tratamento, deve ser concluído em um mês.

Manobra... Em reunião na última semana, o núcleo da campanha de Alexandre Padilha (PT) ao governo de São Paulo disse temer que Alckmin tente dividir com Dilma o desgaste por um possível racionamento este ano.

... hidráulica Se a ANA (Agência Nacional de Águas) não aprovar o pedido paulista de transposição do rio Paraíba do Sul, o tucano poderia dizer que o governo federal recusou ajudar o sistema de abastecimento do Estado.

Pouso O PSB encontrou um fl at de três quartos para Eduardo Campos morar em São Paulo du-rante a campanha presidencial. O apartamento fi ca em Moe-ma, bairro conhecido por abrigar “forasteiros”, por ser perto do aeroporto de Congonhas.

... autorizado O próprio Campos visitou o endereço an-tes de dar aval à nova casa.

De casa A Consulplan, empre-sa que projetou uma obra para o governo Campos com preço R$ 700 milhões mais alto do que o refeito pelo Dnit, auxilia projetos viários de Pernambuco desde 2010. A fi rma já recebeu R$ 25 milhões do Estado.

Nuevos... O PSDB promove em maio um seminário sobre política na América Latina, reu-nindo ex-presidentes e novas li-deranças do continente. A ideia é projetar Aécio Neves fora do país e fazer um contraponto às alianças do PT na região.

... hermanos A mesa dos veteranos contará com FHC, Álvaro Uribe (Colômbia) e Ri-cardo Lagos (Chile). A dos no-vatos reunirá o presidenciável tucano, o venezuelano Henrique Capriles e Sergio Massa, opo-sitor de Cristina Kirchner na Argentina.

Surpresa O governo pediu que senadores sejam mais discretos sobre as manobras contra a CPI da Petrobras, para evitar que a oposição se arme

para um contra-ataque.

A sério Do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), sobre a declaração de Eduardo Campos de que a ampliação da CPI “cheira a infantilidade”: “Va-mos mostrar à oposição que não estamos para brincadeira”.

De perto Líderes da base foram avisados de que a pre-sidente Dilma Rousseff pode chamá-los para uma reunião hoje à tarde. O tema não foi anunciado, mas parlamentares creem que a mudança na ar-ticulação política do governo estará em pauta.

Número dois O secretário-executivo de Ricardo Berzoini na Secretaria de Relações Ins-titucionais será Luiz Azevedo, que trabalhou na pasta nas gestões de Alexandre Padilha e Luiz Sérgio.

Fator RH Em 2011, Aze-vedo pediu demissão de ou-tro cargo da secretaria após enviar, por engano, um e-mail a deputados e senadores com as explicações do então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre suas atividades de consultoria.

Torneira fechada

Contraponto

Os convidados de Dilma Rousseff no avião presidencial conversavam descontraídos na ma-nhã do dia 20 de março, quando a comitiva viajava de Belém a Marabá – cidade ao sul da capital paraense. No meio do voo, a aeronave sacolejou ao enfrentar turbulência. A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) brincou: – Seria horrível se esse avião caísse... Quando alguém morre numa tragédia com gente importante, os jornais só noticiam: “morreram fulano de tal e outros políticos”. Jader Barbalho (PMDB-PA) arrematou: – Vamos ter que disputar até o público do enterro!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Palanque fúnebre

Tiroteio

DO DEPUTADO CARLOS ZARATTINI (PT-SP), sobre os ataques de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) aos governos petistas neste ano eleitoral.

Em 1964, as elites combatiam as reformas de Jango. Hoje, a coligação PSDB-PSB combate as conquistas sociais de Lula e Dilma.

Nasci em São Paulo, 1958. Faz as contas aí. Então, em 1964 eu tinha só 6 anos e nessa época de março daquele ano era apenas uma meni-ninha pentelha, de Maria Chiquinha, indo para a escola pela primeira vez, abrindo berreiro.

Dito isso, recorrerei necessariamente a uma forma muito pessoal para relatar o resultado, o clima e o tanto de mal que causou esse estrupício do golpe de Estado que o Brasil tomou na cabeça há 50 anos; esse buraco em que fomos jogados e que se refl ete até hoje nesse nosso infeliz subdesenvolvimento, não só social, como político e econômico. Ainda hoje, 50 anos depois, minha memória de criança e, depois, de adoles-cente, se reativa com pequenos relan-ces que certamente também marcaram você e o resto de nossas vidas.

Se é jovem, nem me venha com mu-xoxos de “eu ainda não tinha nascido”. Aqui, ó!

Da minha memória, ali na rua Augusta, por onde minha mãe me arrastava para eu ir à escola, lembro do ambiente pesado, que só foi piorando à medida que eu fazia o primário. Antes era mais ou menos assim: pré-primário, um ano. Primário, 4 anos. Ginásio, 4 anos. E aí vinha o “Clássico” ou o “Científi co”, já que o “Normal”, que formava as pro-fessorinhas, já começava a entrar em decadência. Em 1969, quando o caldo entornou de vez, me preparava para minha adolescência. Não esqueçam que foram praticamente 20 anos de sofrimento, quase 20 anos totalmente de censura, maldade, mortes, torturas, exílios, desinteligências.

Acredite: é daí que se acentua essa cultura que ainda temos, de corrupção, desmandos policiais, esquerda x direita – coisas que foram jogadas como sujeira para debaixo de um tapete que ainda teimam em levantar de vez em quando. Uma sujeira indelével. Outro dia mesmo, revirando alfarrábios, achei os livros de Educação moral e cívica que éramos obrigados a decorar, capítulos inteiros

de “organização política e social”, como era descrito. Enormes. Carregávamos para lá e para cá. Normas, ordens, ditames. E toma Hino Nacional entoado com a mãozinha para trás todos os dias no pátio. Ai de quem saísse desse círculo de soldadinhos.

Quanta coisa não li, não aprendi, não pude conhecer, saber, viver. Nunca chegou aqui. E como tudo tem seu tempo, muito disso o pessoal de minha geração não conseguiu recuperar. A coisa só foi piorando e aos 11 anos, já em outra escola e morando em outra rua, as tais sombras nos envolveram de forma ainda mais tenebrosa. Vi amigos mortos pela Rota 66. Em uma semana, matavam o Marighella, que ainda fui ver, caído e baleado em um Fusca, na esquina de cima.

Já devia até ter um pouco de jornalista no sangue, coisa que puxei de minha mãe, sempre curiosa. Tanto que dias depois, da janela, ela assistia sem querer ao tiroteio, na esquina de baixo, em um dia de feira. Era o “justiçamento” (a esquerda chamava assim) de Henning Albert Boilesen, do Grupo Ultra, fi nan-ciador da repressão.

Foi esse ambiente que, porque nasci em um ano de glórias, 1958, enfrentei. Não é de admirar que com pouco mais de 17 anos eu também já estivesse na luta, pelos direitos das mulheres, pela anistia ampla geral e irrestrita, pelas eleições diretas, pela volta dos que foram, com o movimento estudantil, nessa que foi a segunda fase antes do fi m da ditadura. Menos cruel, e até mais vitoriosa porque levou, enfi m, à abertura.

O dia 31 de março de 1964 não é uma data que se comemore. É a data para que nunca mais, nem em pensamento, nada daquilo retorne, aconteça o que acontecer. Nosso país nunca mais será o mesmo, nem que se retorne à gloria de uma seleção campeã, que possa se sobressair. Perdemos 20 anos de nossas vidas, que não voltam jamais. Nem para quem ainda nem nasceu.

Marli Gonç[email protected]

Marli Gonçalves

Marli Gonçalves

Jornalista

A coisa só foi piorando e aos 11 anos, já em ou-tra escola e morando em outra rua, as tais sombras nos envolve-ram de forma ainda mais tenebrosa. Vi amigos mortos pela Rota 66. Em uma semana, matavam o Marighella, que ainda fui ver, caído e baleado em um Fusca, na esquina de cima”

Os 50 anos da maldita

Olho da [email protected]

Renato Souza Pinto, deputado, conseguiu escapar da cassação generalizada que o golpe militar de 1964 disseminou pelo país. Mas não sairia ileso dessa aventura: seu nome hoje identifi ca um conjunto residencial na Zona Norte da cidade, onde os esgo-tos clandestinos, a chuva e a péssima conservação não projetam nada de bom

IONE MORENO

Já há muitas investigações sobre o apoio civil ao golpe. Já se sabia da participação de políticos e personalidades, mas a

intenção agora é identifi car a responsabilidade de empresá-rios no fi nanciamento. Há uma nova perspectiva de estudos na qual se fala do golpe empresarial-militar. Agora é a busca

de empresários que apoiaram também a repressão

Martina Spohr, historiadora e pesquisadora do núcleo de documentação da Fundação Getulio Vargas, diz para a agência

francesa que existem, hoje, novos enfoques sobre os prota-gonistas do golpe de Estado de 1964 que sugerem que os militares não estiveram sozinhos em tudo o que aconteceu.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Page 5: EM TEMPO - 31 de março de 2014

MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014 A5Política

TRE divulga resultado do recadastramento no AMNa última sexta-feira, tribunal já havia concluído trabalhos em Itacoatiara e Manacapuru. Iranduba também está quite

O Tribunal Regional Eleitoral do Ama-zonas (TRE-AM) irá divulgar nesta terça-

feira, dia 1, o balanço final do recadastramento biométrico nos municípios de Itacoatiara e Manacapuru. A operação encer-rou na última sexta-feira (28) nas duas cidades. Em Iranduba o processo terminou no dia 21 deste mês e atingiu 73,02% do eleitorado. A meta para os três municípios era de 80%.

O diretor-geral do TRE-AM, Henrique Levy avaliou como positivo o processo biométri-co. Ele ressaltou que a par-ceria entre as prefeituras dos municípios contemplados pelo recadastramento reduziu cus-tos para órgão. “O trabalho foi relevante, uma parceria feliz entre o TRE e as prefeituras que cederam o seu pessoal, para somar os esforços no sentido de atingir esse projeto. Com isso, mostrar que o Amazonas está bem conduzido, para atingir as metas previstas pela Justiça na implementação desse novo projeto revolucionário que é a biometria”, enfatizou Levy.

O diretor ressaltou que o órgão ficou sensibilizado com a procura do eleitor. Ele es-clareceu que os eleitores que não fizeram o recadastramento terão o título cancelado. Para regularizar a situação, devem comparecer aos cartórios elei-

torais até 7 de maio de 2014 e pagar a multa de R$ 3,56.

Para os municípios contem-plados pelo recadastramento biométrico, as eleições, deste ano já serão através do siste-ma. O procedimento se iniciou no município de Presidente Fi-gueiredo (78,23%), seguido de Careiro da Várzea (77,07%), Rio Preto da Eva (73,57%) e Novo Airão (89,13%).

DificuldadesPara o diretor-geral do TRE-

AM, as dificuldades foram às pe-culiaridades de cada município, onde se concentra várias áreas rurais, como em Itacoatiara e

Manacapuru, com diversas co-munidades.

A cidade de Manacapuru, o maior colegiado da Região Metropolitana de Manaus, com mais de 63 mil eleito-res foi o que enfrentou mais dificuldade para finalizar a operação, devido à qualidade do serviço de internet.

A meta do TRE-AM é de prio-rizar a biometria em Manaus. De acordo o diretor-geral do órgão, a implementação da operação do sistema na capi-tal depende da decisão do Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE). Se aprovado pelo órgão, o processo deve começar depois

das eleições de 2014. “Caso a capital não seja contempla-da, iremos estabelecer quais os municípios farão parte da operação”, informou.

O recadastramento biomé-trico faz parte do programa de identificação biométrica da Justiça Eleitoral.

Título de eleitorAté o dia 7 de maio, os elei-

tores podem tirar a primeira via do título de eleitor, trans-ferência e segunda via. Para quem precisa tirar a segunda via pode ser feito até o dia 27 de setembro. O horário de funcionamento nas sedes

eleitorais é de segunda a sex-ta-feira, das 7h às 13h.

Para o eleitor que tiver alguma dúvida sobre como regularizar sua situação, podem ligar para o Dis-que-eleitor: 3664-2774 ou na Central de Atendimento: 3663-4948/4240.

Manaus iniciará processo ainda este ano

Apesar das dificuldades encontradas para deslocamento das equipes, TRE, avalia o trabalho de recadastramento como positivo

IONE MORENO

Senador esteve reunido na manhã de sábado com empreendedores do ramo oleiro de Iranduba

DIVULGAÇÃO

Braga reúne com oleiros de IrandubaO senador Eduardo Braga es-

teve, na manhã deste sábado (29/03), reunido com empresá-rios proprietários de olarias de Iranduba, para discutir alguns assuntos relacionados ativida-de no município.

A categoria levantou três pontos principais relativos ao setor: a criação de um distri-to industrial voltado princi-palmente ao setor oleiro; a criação de uma mina de argila coletiva para atender todas as olarias; e a criação de uma polí-tica de preservação ambiental com um tratamento específico para o setor oleiro, com um projeto para recuperação das áreas degradadas.

De acordo com a presidente do Sindicato das Cerâmicas do Amazonas, Hyrlene Ferreira, o setor precisa de uma atenção especial com relação às licenças

para a atividade. “Sem a licen-ça ambiental, por exemplo, as empresas não têm a segurança jurídica necessária para investir

em um estoque de argila para a produção. Isso dificulta o nosso trabalho e representa um entra-ve para o setor”, afirmou.

O senador Eduardo Braga considerou justa a reivindica-

ção dos oleiros afirmando que o poder público precisa ser mais ágil para facilitar a vida do empresariado. “O Estado precisa ser menos burocrá-tico. Segundo uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o exces-so de burocracia é apontado por grandes, médios, pequenos e microempresários, como um dos principais entraves da eco-nomia brasileira”, destacou.

Porém, o senador foi enfático ao afirmar que as empresas da região terão que se atualizar para permanecerem em um mercado cada vez mais mo-derno. “ Serão cada vez mais restritivas as atividades que não estão legalizadas. O Brasil caminha para esse progresso nafiscalização, com a utilização de novas tecnologias como as notas eletrônicas”.

PROPOSTA

DESTAQUE O senador Eduardo Braga destacou o po-tencial econômico da região com a cons-trução da ponte Rio Negro, a inteligação do sistema elétrico Iranduba-Manaus e o gasoduto

INVESTIMENTOSegundo o diretor-ge-ral do TRE, Henrique Levy, os custos da ope-ração até agora nos municípios do Ama-zonas já estão em R$ 500 mil. Parceria das prefeituras tem sido fundamental

GLÁURIA SOBREIRAEquipe do AGORA

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Page 6: EM TEMPO - 31 de março de 2014

A6 Política MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Cunha recua de CPI de olho em presidir a Câmara

Líder do PMDB e articulador do “blocão” que tentou empare-dar o governo, o deputado Edu-ardo Cunha (RJ) quer mais do que se acertar com o Planalto, saindo da linha de frente da CPI da Petrobras: ele pretende dis-putar a presidência da Câmara, em substituição ao parceiro Henrique Alves (PMDB-RN). Mas terá de ignorar o acordo de revezamento que dá ao PT o direito de apontar o próximo presidente.

PT fez sua parteO acordo PT-PMDB, forma-

lizado por escrito, devolveu o ex-presidente Marco Maia (PT-RS) ao baixo clero e garantiu o cargo a Alves.

Estou em outraSignatário do acordo com o

PT, Henrique Alves já prioriza a campanha ao governo poti-guar, e não ousaria contrariar seu líder Eduardo Cunha.

Maior bancadaÉ da tradição da Câmara e

do Senado a maior bancada escolher o presidente da Casa. Na Câmara, a maior bancada é a petista.

O petróleo é delesDo advogado Luiz Fernan-

do Pereira, sobre o escândalo na Petrobras: “Alguns levaram muito ao pé da letra o lema ‘o petróleo é nosso’”.

Lobby veda mini-produ-ção e venda de energia

Se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o go-verno não fossem tão suscetí-veis à infl uência de geradoras e distribuidoras, o Brasil poderia fazer uma revolução na área de energia. Era só permitir, como na Alemanha, que cida-

dãos comuns e até empresas vendessem energia excedente que produzissem (eólica, solar etc). Hoje, resolução nº 482 da Aneel proíbe isso. Admite só “desconto” na conta mensal.

Renda extraNa Europa, as famílias são

estimuladas a produzir a ener-gia que consomem e vender o excedente, garantindo-lhes renda extra.

Lobby poderosoCondomínios e produtores

rurais poderiam ser estimula-dos a produzir e vender energia. Mas o lobby de geradores e distribuidores não deixa.

A revoluçãoO estímulo à instalação de

painéis de energia solar em unidades do “Minha Casa, Mi-nha Vida” garantiria renda para pagar as prestações.

Pulga na orelhaGerou desconfi ança o sumiço

do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), dedicado com afi n-co ímpar à MP 627, que trata da bilionária tributação de lucros de empresas brasileiras com operação no exterior.

Cheque em branco O deputado Rodrigo Maia

(DEM-RJ) critica a pressa para aprovar a MP 627 sobre tri-butação de lucros de empre-sas com operação no exterior: “Nem discutimos os artigos novos. Não vamos dar cheque em branco”.

VídeoO deputado Jair Bolsona-

ro (PP-RJ) promete celebrar o aniversário da ditadura divulgando vídeo “com per-sonagens de esquerda que, com desassombro, confes-sam execuções sumárias,

assaltos e sequestros”.

Sem medo de ser felizSeguindo exemplo dos artis-

tas que se utilizavam de pseu-dônimos para burlar a censura do regime militar, as “dilmas boladas” proliferam hoje e en-ganam a Justiça Eleitoral fa-zendo campanha antecipada sem medo.

Verdes na CPIO líder do PV, Sarney Filho

(MA), pediu ao líder do PPS, Ru-bens Bueno (PR), para entregar só esta semana as assinaturas dos nove deputados do partido favoráveis à criação da CPMI da Petrobras.

Repulsa recordeO jovem governador do Ama-

pá, Camilo Capiberibe (PSB), não será exatamente um cabo eleitoral dos sonhos para o presidenciável Eduardo Cam-pos: seus índices de rejeição superam os 80%.

Sem consideração O ex-prefeito Cesar Maia

(DEM), que mantém a pré-can-didatura ao governo do Rio, é só mágoas com o senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG), que até agora não o procurou para discutir aliança.

Educação do fi ngimentoAlém da iminente greve antes

do recesso de 32 dias, na Copa do Mundo, professores do DF já têm defi nido: começa em 23 de dezembro a “reposição das aulas” perdidas no Mundial e sua paralisação anual.

O piloto sumiuO governo da Malásia

informa: fotos de satélite mostram dezenas de obje-tos boiando que podem ser destroços da Petrobras.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

O ex-futuro ministro

www.claudiohumberto.com.br

Pena que veio muito tarde”

Deputado Danilo Forte (PMDB-CE) sobre a substituição da ministra Ideli Salvatti

Jânio Quadros era prefeito de São Paulo, em 1988, e recebeu o jovem secretário muni-cipal João Mellão, 31, com uma novidade:

- O senhor é o mais novo ex-futuro ministro da Administração!

Explicou que recebera um telefonema do presi-dente José Sarney pedindo sua liberação para o ministério. “Recusei de pronto!”, avisou.

- Mas, prefeito, eu seria o mais jovem ministro da História...- É... – concordou Jânio – e com certeza a carreira política mais curta também... Relaxe,

rapaz. E volte ao trabalho!

Com a pauta trancada há cinco meses, Câmara espera a partir de terça-feira iniciar a votação de projetos polêmicos

Pauta destrancada libera análise de ‘projeto-bomba’

Líderes de partidos afi rmam que vão pressionar pela votação do piso salarial dos agentes de saúde

Após cinco meses de pauta trancada por projetos com urgên-cia constitucional, a

Câmara dos Deputados está perto de liberar as votações em plenário e poderá iniciar a análise de propostas que geram mais despesas para o governo federal. Líderes de partidos da base aliada e da oposição disseram que vão pressionar pela votação de pi-sos salariais para agentes de saúde, policiais e bombeiros.

A análise dessas matérias será possível a partir desta terça (1º), quando será votado o último projeto que tranca a pauta. O texto reabre o prazo para adesão das instituições de ensino ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Insti-tuições de Ensino Superior, do Ministério da Educação.

Vice-líder do PMDB, o de-putado Danilo Forte (CE), afi rmou que a bancada de-fende colocar, em seguida, em votação a proposta que estabelece piso salarial para agentes comunitários de saú-de. “A nossa bancada tem 12 médicos, então a questão da saúde é importante para nós. Vamos, com certeza, apoiar essa proposta”, disse.

Pelo projeto, o piso salarial seria de R$ 950 em 2014, R$

1.012 em 2014 e reajustes conforme a infl ação a partir de 2015. Atualmente não há um mínimo salarial, mas o governo federal repassa por meio de portaria R$ 950 por mês aos municípios para cada agente comunitário.

Preocupado com a pressão pela análise de textos que geram despesas, o líder do governo na Câmara, deputa-

do Arlindo Chinaglia (PT-SP), advertiu que poderá obstruir as votações em plenário, o que deve paralisar os últimos esforços da Casa em aprovar projetos antes da campanha para as eleições de outubro. “Os mecanismos de obstru-ção são múltiplos e variados. Qualquer exagero paralisa a Câmara”, declarou Chinaglia.

O petista disse acreditar que o ideal neste momento seja

dialogar para propor uma pau-ta de comum acordo. “Qual-quer um pode propor qualquer pauta, não questionamos. O que vamos fazer junto a líderes da base e oposição é tentar defi nir uma pauta importante para o país, de comum acor-do”, declarou.

PolêmicosLíder do Solidariedade, o

deputado Fernando Francis-chini (SDD-PR), disse que não abrirá mão de votar projetos que benefi ciam os trabalha-dores, ainda que eles possam gerar polêmica.

Além da proposta referente aos agentes comunitários, o partido irá defender a votação de piso nacional para policiais e bombeiros, e o texto que altera o cálculo do fator previ-denciário- fórmula criada em 1999 para reduzir o valor do benefício de quem se aposen-ta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos, no caso de homens, ou 60, no caso das mulheres.

O projeto em tramitação na Câmara prevê que, para obter aposentadoria com 100% do valor do benefí-cio, a soma do tempo de contribuição e da idade do trabalhador deve totalizar o número 85 para mulheres e 95 para os homens.

PROJETOS Entre os projetos que deverão ser votados após o destrancamen-to da pauta a partir desta terça-feira está a proposta que estabe-lece piso salarial para agentes comunitários de saúde

Oposição discutirá criação de CPI

Mesmo com o número mí-nimo de assinaturas para abertura da CPI no Senado para investigar denúncias en-volvendo a Petrobras, e com continuidade da coleta de apoio para outra CPI na Câ-mara, deputados de oposição começam a se mobilizar para tentar unir esforços e priorizar o requerimento por um cole-giado misto de investigação. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), convo-

cou uma reunião para a pró-xima terça-feira com outros líderes de oposição, como An-tonio Imbassahy (PSDB-BA), Fernando Francischini (SDD-PR) e Rubens Bueno (PPS-PR) para tentar ajustar o acordo.

“A proposição central é apurar as denúncias envol-vendo irregularidades na Petrobras. São episódios nebulosos e complicados que exigem essa apuração”, explicou Mendonça Filho.

Roberto Freire (SP), presi-dente nacional do PPS, de-fendeu a formação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI), que só será instalada se 27 sena-dores e 171 deputados e 27 senadores assinarem um requerimento específi co. “O mais importante é criar a comissão e investigar. Até porque teremos a tentativa do governo de empastelar a CPMI”, avaliou.

PETROBRÁS

Líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, convocou uma reunião com a oposição na terça-feira

ELEIÇÕES

Candidatos entregam as pastasO prazo para o afasta-

mento de cargos públicos por quem vai disputar a eleição de outubro entra em sua reta fi nal esta semana e, com ele, uma debandada no primeiro escalão de go-vernos estaduais é espera-da nos próximos dias.

Quase uma centena de secretários — um em cada quatro — vão deixar suas funções este ano, em pelo menos 16 Estados, para concorrer a um mandato ou trabalhar em alguma campanha. O desfalque não acaba aí. Sete dos 12 go-vernadores que não podem se candidatar à reeleição já anunciaram que se afasta-rão do comando de seus es-

tados até sexta-feira para novos voos políticos.

A lei eleitoral exige que ocupantes de cargos pú-blicos deixem suas funções seis meses antes da eleição se quiserem se candidatar. A exceção só existe para casos de reeleição. Nes-te ano, o prazo fi nal é 5 de abril. Em sua maioria, os secretários que estão abandonando suas pastas são políticos interessados em uma cadeira de depu-tado federal ou estadual. Alguns deles já têm man-dato e, agora, retornam ao cargo para o qual foram eleitos em 2010 para tentar a reeleição. Outros são no-vatos ou tiveram mandato

no passado.Além das baixas no pri-

meiro escalão, os gover-nadores dos três Estados também estão entre os que se desincompatibilizarão para lançar-se candida-to. No Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Já Wilson Martins (PSB), do Piauí, decidiu que vai disputar uma cadeira de senador e, no caso de Per-nambuco, Eduardo Campos (PSB) será candidato à Pre-sidência da República.

Outros quatro governa-dores que renunciarão, são Antonio Anastasia (Minas Gerais), André Puccinelli (Mato Grosso do Sul), Omar Aziz (Amazonas) e José An-chieta (Roraima).

GUSTAVO LIMA / CÂMARA DOS DEPUTADOS

GUSTAVO LIMA / CÂMARA DOS DEPUTADOS

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Page 7: EM TEMPO - 31 de março de 2014

A7Dia a diaMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Unidade de saúde do município contou com investimentos na ordem de R$ 9,7 milhões, em estrutura e equipamentos, por parte do governo do Amazonas

Omar Aziz inaugura novo hospital em Humaitá

Governador Omar Aziz descerra a placa de inauguração do hospital Dra. Maria Luíza da Conceição Fernandes, em Humaitá

O governador Omar Aziz inaugurou no último sábado (29), no município de Hu-

maitá - a 600 quilômetros de Manaus -, o hospital Dra. Maria Luíza da Conceição Fernandes. A nova unidade vai substituir as instalações do antigo hospital regional da cidade, com oferta amplia-da de atendimento e exames cardíacos e de imagem re-alizados com equipamentos modernos. Para a construção e equipagem do hospital o Governo do Estado investiu R$ 9,7 milhões.

Acompanhado da presiden-te do Fundo de Promoção So-cial (FPS) e primeira-dama do Estado Nejmi Aziz, do vice-go-vernador do Amazonas José Melo, deputados estaduais e federais, além de secretários de governo, Omar Aziz desta-cou que a estrutura do novo hospital segue a premissa de fornecer um atendimento

mais completo e humanizado. ”Um bom hospital não deve ser bom só porque é bonito, não adianta ter leitos e ar condicionados se não tiver funcionários para atender as pessoas. O que salva vida não é prédio bonito, o que salva vida são médicos e profissionais de saúde que atendam bem a população”, declarou.

A unidade dispõe de 52 leitos para internação e atendimento de urgência e emergência atendendo o pú-blico adulto, infantil e, tam-bém, área de maternidade. O hospital ainda é equipado com mamógrafo, aparelho de raio-x e ultrassonografia computadorizada, além de realizar exames de eletrocar-diograma. Todos os exames de imagem estarão disponíveis em sistema digitalizado e in-terligado à Central de Laudos, que funciona no Hospital Fran-cisca Mendes, em Manaus.

InvestimentosApós descerrar a placa de

inauguração do hospital de Humaitá, Omar mencionou im-portantes obras no município com investimento do governo do Estado. Foram mais de R$

70 milhões nos últimos qua-tro anos investidos na área de infraestrutura, educação, saúde, segurança e no setor primário.

O sistema viário da cidade, que está em obras, recebeu

investimento de R$ 22 mi-lhões. Na educação, estão sen-do investidos cerca de R$ 17 milhões para a construção de um Centro de Tempo Integral (Ceti), cujas obras já iniciaram, além da construção de duas escolas indígenas e reforma de mais três escolas estadu-ais. A infraestrutura da orla de Humaitá também está sendo executada com investimentos na ordem de R$ 20 milhões. O município também foi con-templado com a instalação do Ronda no Bairro.

CheiaDurante o evento o gover-

nador revelou ter conversado com o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, ao qual fez uma solicitação para ajudar em torno de 30 mil famílias que devem ser afetadas nessa cheia em todo Estado. Só em Humaitá mais de 4 mil famílias já foram atingidas pela enchente.

UNIDADESO hospital Dra. Maria Luíza foi inaugura-do em Humaitá, pelo governador Omar Aziz, neste primeiro trimes-tre de 2014. Os demais foram em Silves, São Paulo de Olivença e Tabatinga

Hora do Planeta lembra as vítimas de acidente

Realizado na noite do úl-timo sábado (29), no Par-que Lagoa do Japiim, Zona Centro-Sul de Manaus, o movimento mundial Hora do Planeta, que visa pro-mover uma reflexão sobre a necessidade de redução do consumo, além das mu-danças climáticas, prestou homenagem às vítimas do acidente ocorrido na noite de sexta-feira (28), na ave-nida Djalma Batista.

Na capital amazonense, a Hora do Planeta foi pro-movida pela Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sem-mas), além da ONG WWF.

O ato contou com o apa-gar das 47 lâmpadas que iluminam o parque. Neste momento, os participantes acenderam velas e fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas e seus familiares.

A secretária municipal de Meio Ambiente e Sustenta-bilidade, Kátia Schweickar-dt, conclamou a todos a aproveitarem o movimento para uma reflexão sobre a cidade que se quer para as futuras gerações.

“Estamos aqui para refle-

tir sobre o futuro da cidade e o que estamos construin-do para as gerações futu-ras”, disse a secretária.

No ato, o secretário mu-nicipal do Centro, Rafael Assayag, ressaltou ainda que a Hora do Planeta foi um momento no qual a população pôde parar e re-fletir em meio à neurose vivida hoje.

DadosRepresentante da WWF

em Manaus, Jaze Abreu fez um agradecimento à Prefeitura de Manaus, por meio da Semmas, pelo quarto ano consecutivo de realização da Hora do Pla-neta na Lagoa do Japiim.

Conforme os números apresentados por Jaze, neste ano, 140 cidades de todo o Brasil se mobiliza-ram para participar da Hora do Planeta. A adesão refle-tiu em mais de 400 monu-mentos apagados de forma simultânea pelo país.

O ato também contou com a presença do sub-secretário municipal de Meio Ambiente e Sus-tentabilidade, Itamar de Oliveira Mar.

HOMENAGEM

Secretários instauraram os presentes a refletir sobre a cidade

ALEX PAZUELLO/AGECOM

JÚLIO PEDROSA/SEMMAS

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A8 Dia a dia MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Jeone Mário conversava com um amigo, em frente a casa dele, quando foi surpreendido por “Jaca” e o comparsa Chico, que lhe aplicou nove golpes de faca

Pastor é morto a facadas, enquanto conversava

Segundo a família, o pastor Jeone Mário vinha sofrendo intimidações desde que iniciou o relacionamento com a ex de “Jaca”

O pastor Jeone Má-rio Araujo Rodri-gues, 39, da Igre-ja Assembleia de

Deus, foi morto com nove facadas pelo ex-compa-nheiro de sua atual namo-rada, identificado apenas pelo apelido de “Jaca”. O crime aconteceu aconteceu, no último sábado à noite (29), em frente da residên-cia da vítima, localizada na rua Hermínio Barbosa, no bairro Morro da Liberdade, Zona Sul.

De acordo com os rela-tos da irmã da vítima, a dona de casa Jaine Mike-len Rodrigues, 24, o pas-tor estava conversando com um amigo, em frente a residência deste, quando

“Jaca”, acompanhado de um homem identificado apenas como Chico, chegou apon-tando um revólver para ele. Na ocasião, o assassino co-meçou a esfaqueá-lo.

“Meu irmão se escondeu dentro da casa do amigo, mas o “Jaca” apontou o revól-ver para as pessoas e pediu que ninguém se metesse, enquanto o Chico desferia os golpes de faca”, contou.

Após aplicar as facadas, a dupla fugiu em um veículo modelo Uno, de cor branca e de placa JWP 7266. O pastor ainda chegou a ser socorrido por seus familiares e levado ao Serviço de Pronto Aten-dimento (SPA) da Zona Sul, no bairro Colônia Oliveira Machado, onde deu entrada já sem vida.

“O ‘Jaca’ mora aqui perto de casa e após cometer o

crime fugiu com o amigo dele. A polícia ainda che-gou a procurar ele em vá-

rios endereços que supos-tamente ele estaria, mas não conseguiu prendê-lo”, comentou Jaine.

IntimidaçõesAinda de acordo com ela,

o autor do homicídio não

aceitava a separação e ame-açava de morte o pastor há algum tempo.

“Há dois meses meu ir-mão tinha voltado com a ex-namorada dele (‘Jaca’), chamada de Eliane. Ela já havia terminado o relacionamento com o “Jaca” para voltar com meu irmão. Desde então o “Jaca” rondava nossa casa fazendo ameaças de morte”, disse.

A família afirmou que o pastor era uma pessoa tranquila e não tinha vícios e nem rixa com ninguém.

A irmã de Jeone pediu jus-tiça e celeridade nas in-vestigações para chegar até a dupla de assassinos. O caso será investigado pela Delegacia Especia-lizada de Homicídios e Sequestros (DEHS).

AÇÃONa ocasião do crime, a vítima conversava com um amigo. Dupla chegou ao local armada com um revólver, e enquan-to “Jaca” desferia os golpes, Chico ameaçava as pessoas com a arma para ninguém reagir

Travesti mata cliente a pedradas após programa

Um travesti, ainda não identificado, é suspeito de matar a pedradas, o Anderson Cleiton Fernan-des da Silva, 42. O crime aconteceu na madrugada de ontem, em um terreno abandonado, localizado na avenida Grande Cir-cular, no bairro Tancre-do Neves, Zona Leste de Manaus. As pancadas na cabeça da vítima foram tão fortes que deixou o crânio esfacelado.

De acordo com inves-tigadores da Polícia Ci-vil, Anderson teria ido ao terreno para contratar os serviços sexuais do travesti, mas após uma discussão, por conta do pagamento, o suspeito desferiu os golpes na ca-beça da vítima, que teve morte intantânea.

Segundo a polícia, An-derson apresentava mar-cas de violência no ânus, o que levanta a suspeita de violência sexual. No

local do crime a polícia recolheu diversos pre-servativos usados. Um

exame de DNA vai aju-dar a polícia a identificar o criminoso.

Moradores das proximi-dades do terreno, onde o corpo foi encontrado, disseram não ter ouvido gritos e nem pedido de socorro da vítima. Entre-tanto, segundo elas, o terreno é usado por usuá-rios de drogas e homosse-xuais que fazem programa na área.

“Vi quando a vítima che-gou ao portão do terreno e conversou com o travesti. Eles discutiram e depois desapareceram. Quando foi de madrugada soube-mos que um homem tinha sido morto a pedradas”, contou um vizinho que não quis se identificar.

O caso foi registrado na Delegacia Especializada em Homicídios e Seques-tros (DEHS), onde até o fechamento desta edição não havia pista do autor do crime.

ZONA LESTE

Marcas de sangue no local em que ocorreu o assassinato

ARTHUR CASTRO/AGORA

ARTHUR CASTRO/AGORA

Blitz lacra bar no Dom PedroEm uma ação conjunta,

órgãos da Prefeitura de Ma-naus interditaram na última sexta-feira (28), o Eleven Bar, localizado no Dom Pe-dro, Zona Centro-Oeste de Manaus. A blitz no local foi comandada pelo Gabinete de Gestão Integrada (GGI) da prefeitura e contou com a participação de fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Susten-tabilidade (Semmas), do Instituto Municipal de Or-dem Social e Planejamento Urbano (Implurb), do Depar-tamento de Vigilância Sa-nitária (DVisa) e também da Secretaria Municipal de

Finanças, Tecnologia da In-formação e Controle Inter-no (Semef).

O coordenador do GGI, An-tônio Peixoto, explicou que a casa de show já havia sido interditada no ano passado e, desde lá, não recebeu qualquer autorização para voltar a funcionar.

“Nós recebemos a de-núncia de que a casa es-tava funcionando e fomos averiguar. A Semef solicitou Alvará de Funcionamento, o que não foi apresentado. A Semmas também solici-tou a licença ambiental e o único papel apresentado foi o protocolo de entrada

na prefeitura, o que não é suficiente, não tem valida-de”, informou Peixoto.

Em decorrência da irre-gularidade, fiscais da Sem-mas apreenderam a mesa de som do bar.

Fiscais do Implurb tam-bém questionaram a pro-prietária da casa sobre o Habite-se, que não foi apresentado.

“O procedimento ago-ra é o mesmo da outra vez, quando a casa foi in-terditada. O responsável pelo local deve procurar os referidos órgãos para garantir a regularização”, alertou Peixoto.

IRREGULAR

Estabelecimento foi lacrado por não apresentar as certidões necessárias para funcionar

DIVULGAÇÃO

Mulher é presa com drogas

Policiais do 22º Distri-to Integrado de Polícia (DIP) prenderam, na manhã de ontem, Érica Barroso das Chagas, 34, no beco do Igarapé, lo-calizado no bairro Nos-sa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul.

De acordo com os investigadores, a pri-são ocorreu após dois meses de investiga-ções iniciadas a partir de denúncias feitas ao DIP, informando sobre a comercialização de dro-gas no local. Érica era considerada gerente do tráfico daquela área.

Érica foi surpreendida em casa, pelos policiais que em revista no local apreenderam 391 trou-xinhas de pasta-base de cocaína, 40 trouxinhas de maconha, 200 gra-mas e duas trouxinhas de cocaína, três pedras de oxi, além de R$ 171 em espécie. Conduzida ao 20º DIP, Érica foi autuada por tráfico de drogas, e em seguida encaminhada à cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro.

TRÁFICOAdvogada alega ter sido agredida por militares

A advogada Islene Marques Setubal, 38, afirmou ter sido vítima de violência policial na madrugada de ontem, duran-te o exercício da profissão. A advogada alega ter sido agredida fisicamente por um policial militar, quando busca-va comprovar a autenticidade do Alvará de Funcionamento da casa de show do seu cliente, que estava sendo lacrada pela Polícia Militar. O presidente da OAB/AM, Alberto Simo-netti Neto, exigiu a apuração do caso e a punição dos agressores, se comprovada a violência e o desrespeito aos direitos e prerrogativas da advogada. O caso está sendo investigado pela Corregedo-ria da Polícia Militar.

De acordo com a advoga-da, uma equipe de policiais militares lacrou uma casa de shows sob a alegação de que o Alvará de Funcionamento apresentado pelo proprietá-rio seria falso. A advogada foi chamada ao local, por volta de 3h50 de ontem, pelo pro-prietário, para intermediar o caso. Ao questionar a análise feita pelo policial militar, so-bre a falsidade documental, a advogada alega ter sido humi-lhada verbalmente e agredida fisicamente. O dono da casa de shows foi conduzido para uma delegacia, acusado pela falsidade do documento. No

local, o proprietário foi libera-do diante da confirmação da autenticidade do documento pelo delegado.

Alberto Simonetti Neto e o vice-presidente da OAB/AM, Marco Aurélio Choy, acompa-nham o caso de perto, em fun-ção do aumento de denúncias de violência policial, por parte da PM, contra advogados.

Ocorrências

De acordo com o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas, Christhian Na-ranjo, cresceu o número de denúncias. Em alguns casos, foi registrado, inclusive, dis-paro de arma de fogo contra um profissional.

Noutro incidente, um ad-vogado teve a carteira da OAB quebrada por um po-licial militar, quando apre-sentou a identificação.

ABUSO

APURAÇÃOConforme o presidente da OAB/AM, o secretá-rio de Estado de Segu-rança Pública, coronel Paulo Roberto Vital, assegurou que o caso será apurado rigoro-samente, com punição dos envolvidos

MCHELLE FREITASEquipe DO AGORA

MICHELLE FREITASEquipe DO AGORA

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plateia@emtempoºcomºbrMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014 (92) 3090-1042 País B2

Piloto da Avianca nega ser herói

JOSÉ CRUZ/ABR

PM do RJ ocupa complexo da Maré sem resistênciaQuase 1,2 mil policiais ocuparam 15 comunidades da região, que abrigam 130 moradores, e demoraram só 15 minutos

A ocupação do complexo da Maré, na Zona Nor-te do Rio de Janeiro, demorou 15 minutos,

segundo a Secretaria de Se-gurança. A ação, que contou com a participação da Polí-cia Militar, Civil, além de ho-mens da Marinha, começou às 5h de ontem.

Ainda pela manhã, uma ce-rimônia de hasteamento da bandeira do Brasil encerrou a ação no complexo. O ato é um simbolismo de que o espaço foi totalmente ocupado pelas forças de segurança.

“A ocupação foi extremamen-te tranquila. Os agentes já estão em todas as 15 comunidades, mas cada uma tem sua realida-de e esse momento é de cautela e esperamos que os moradores colaborem denunciando’’, disse o coronel Cláudio Costa, porta-voz da Polícia Militar.

A pasta informou que os po-licias que participam da ação não encontraram resistência para ocupar a área. As forças de segurança fi zeram buscas de criminosos e apreensão de ar-mas, drogas e objetos roubados. Dezenas de homens do Bope (tropa de elite da PM do Rio) circulam com fuzis nas favelas. Três pessoas foram detidas na operação. Um menor também foi apreendido.

A Polícia Federal, que tam-bém participou da ação, en-controu grande quantidade de drogas escondida em um bueiro na Vila Olímpica da Maré. Os presos foram levados para o 22º batalhão da PM (Maré), na favela Nova Holanda.

Apreensivos, moradores não falam com a imprensa com medo de retaliação. A auxiliar de serviços gerais J. R. S., 50, clas-sifi cou como positiva a ação. “Por enquanto, está tranquila (a ocupação). A gente não escutou nenhum tiro até agora. Nada que amedrontasse”, disse.

Ela é moradora há mais de 20 anos da Vila do Pinheiro, no complexo da Maré. “Mesmo com desconfi ança acho legal (a ocupação) porque é muito bandido armado na rua. A gente não dorme direito quando tem

tiroteio. É horrível”, afi rmou.

AutorizaçãoA Justiça do Rio expediu man-

dado de busca e apreensão coletivo autorizando a Polícia Civil a fazer revista nas ca-sas nas favelas Nova Holanda e Parque União, subúrbio do Rio, no complexo da Maré, mas apenas os delegados de polícia estão autorizados a entrar nas residências. A medida é para evi-tar eventuais excessos durante revista e procura de criminosos, armas e drogas.

Policiais e militares agiram em conjunto para levar a presença da autoridade do Estado em áreas dominadas pelo tráfi co no Rio

SALVADOR SCOFANO/GERJ

Ação é um legado, diz BeltrameRIO

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse ontem, ao fazer um balanço da ocupação do complexo da Maré, que as forças de segurança ocuparam as 15 favelas da região para fi car e que a partir de agora a área será devolvida à população. Beltrame iniciou a entrevis-ta agradecendo à presidente Dilma Rousseff pelo apoio dado ao governo do Estado.

Segundo ele, o complexo da Maré tem papel importante, porque em suas imediações estão situados centros e ins-talações vitais para o desen-volvimento do Estado.

Ele citou o aeroporto in-ternacional do Rio de Janeiro (Galeão), as vias expressas avenida Brasil e Linha Verme-lha, a Universidade Federal do Rio e o Centro de Pesquisa da Ilha do Fundão, com alguns dos maiores e mais modernos laboratórios de pesquisa do mundo. “A proposta da ação não foi exclusivamente visan-do à Copa do Mundo em junho, ou mesmo às Olimpíadas de 2016, até porque ambos são eventos passageiros. A nossa proposta é a do legado, a de devolver a região para a po-pulação e livrá-la do julgo do tráfi co” disse o secretário.

Ele garantiu que, mesmo com a ocupação da área pe-las forças federais, a Polícia Militar vai trabalhar nas 15 favelas, mantendo uma base de 1, 6 mil a 1,7 mil homens, “porque a segurança pública é um problema muito gran-de; é de todos nós, e exige

um trabalho permanente, com base na racionalidade e na inteligência”.

Mesmo comemorando o êxito da ação, o secretário Beltrame fez questão de lan-çar um alerta. Para ele, não é com a ocupação do complexo da Maré que a segurança do Estado vai melhorar. “Só acontecerá em sua plenitu-de, de fato, quando outras respostas forem dadas à sociedade; quando tivermos

uma reforma penal, reforma nos presídios, uma política visível e objetiva voltada para os menores, uma polí-tica clara para o combate ao uso do crack, quando facções não comandarem o tráfi co de dentro dos presídios e quando tivemos um controle efetivo das fronteiras - aí sim estaremos realmente avan-çando no combate ao crime organizado”, disse.

OperaçõesO Bope fazia operações

diárias nas favelas Nova Ho-landa e Parque União, desde o último dia 21, onde prendeu 57 pessoas, além de apreen-der armas, drogas e carros e motos roubados, em poder da quadrilha que controlava o tráfi co na área.

No último dia 26, a Polí-cia Federal no Rio, prendeu Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfi co no complexo da Maré, em uma cobertura em Jacarepaguá, Zona Oeste.

As lideranças da quadri-lha deixaram o complexo da Maré, no início da semana, e teriam ido para o morro da Serrinha, em Madurei-ra, dominado pela mesma facção criminosa. Cúpula das forças de segurança do Rio concedeu entrevista para falar da ocupação de favelas

SHANA REIS/GERJ

CRONOGRAMAO Exército deve entrar no complexo da Maré dentro de uma semana, depois que as forças de segurança do Esta-do fi zerem a varredura em toda a área, que conta com mais de 130 mil moradores

A operação teve a partici-pação de 1.180 homens de batalhões especializados da Polícia Militar, além de 132 policiais civis, apoio de 21 blindados da Marinha, utiliza-dos para caso de barricadas nas ruas, além de aviões não tripulados das Forças Arma-das e da Polícia Federal.

Depois de ocupada, a co-munidade, que possui 130 mil moradores, irá passar por uma varredura em busca de armas e drogas, e a polícia fi cará responsável pelo con-trole da área. Para a ação, foram interditadas a Linha Vermelha, no sentido centro, e a pista lateral da avenida

Brasil, sentido Zona Oeste, das 4h40 às 6h50.

Parte dos policiais do Ba-talhão de Operações Espe-ciais (Bope) utiliza óculos com câmeras de visão noturna, capazes de fi lmar as ações de combate até mesmo durante à noite. Os blindados inicia-ram a ocupação na frente das

tropas, mas tiveram difi cul-dade no acesso por conta da grande quantidade de carros estacionados nas ruas da co-munidade.

“Os senhores daqui para a frente terão segurança’’, dis-se o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame.

‘Operação de guerra’ para dominar favelas

IMPORTÂNCIAO complexo da Maré é estratégico para forças de segurança porque fi ca às margens da avenida Brasil, linhas Vermelha e Amarela e perto do acesso ao ae-roporto internacional do Rio (Galeão)

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B2 País MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Piloto da Avianca descarta ser tratado como ‘herói’Eduardo Verly, 45, afirma que apenas seguiu os procedimentos necessários que são adotados em casos de emergência

Menos de dois dias depois de ter feito um bem-sucedido pouso de emer-

gência no aeroporto de Bra-sília, o comandante Eduardo Verly, 45, diz que não se sente um herói. “Sei que as pes-soas me acham herói, mas não me sinto um herói. Dou risada quando ouço porque acho engraçado. Sou uma pes-soa normal, que foi treinada e seguiu os procedimentos em casos assim.’’

Na hora, diz, o “pouso foi o mais manteiga da minha vida’’ “pouso manteiga’’ é um pouso suave, no jargão da aviação.

A “ficha’’, diz o comandante, só caiu no hotel, mais de duas horas depois de o Fokker-100 da Avianca ter aterris-sado sem o trem de pouso dianteiro na pista de Brasília -ninguém se feriu no acidente. “Fiquei um tempo embaixo do chuveiro, aí que veio o filme e relembrei a proporção, como que foi o negócio. Ouvi o áu-dio da conversa com a torre e não me reconheci.’’

Católico não praticante, dis-se que “conversou bastante’’ com Deus depois que tudo acabou bem. “Tenho que agra-decer pela frieza, pela calma e pelas tomadas de decisões. Mas na hora, dentro do avião, não pensei em nada.’’

A aeronave da Avianca fez

o pouso forçado de “barriga’’ na pista do aeroporto de Bra-sília, na tarde de anteontem, porque o trem de pouso não funcionou. O avião fazia o voo O6 6393, que saiu de Petrolina (PE) com 44 passageiros e cinco tripulantes a bordo.

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o pi-loto informou o problema à torre de comando às 17h05 e pousou às 17h55.

A pista onde o avião pousou Só reabriu três horas depois. Antes do pouso forçado, Ver-ly foi obrigado a gastar o combustível do avião, para a aeronave aterrissar de manei-ra mais leve e reduzir a velo-cidade do pouso e o risco de explosão. Para tal, voou sobre Brasília por 50 minutos.

Durante esse período, o piloto declarou à tripulação e passageiros que faria um pouso de emergência. Em ter-ra, equipes do Corpo de Bom-beiros ficaram de prontidão para despejar espuma sobre a pista. O procedimento reduziu o atrito do avião com o solo.

Os passageiros foram re-tirados por escorregadeiras infláveis acionadas nas duas portas dianteiras do avião.

A FAB considera que, diante da emergência, o pouso foi satisfatório. Ao aterrissar, o avião tocou o solo primeiro com o trem traseiro.

Avião da Avianca foi obrigado a pousar de “barriga” após falha na abertura do trem de pouso na hora de aterrissar em Brasília

Calmo e sereno, o piloto da Avianca que fez o pouso forçado de ‘barriga’ no aero-porto de Brasília, anteontem, adotou um protocolo de se-gurança para não assustar os passageiros.

A bordo estavam 49 pes-soas - a capacidade da ae-ronave é para 100.

Durante a conversa com a torre de controle do aero-porto para definir a melhor forma de pousar, o piloto do voo O6 6393 descreveu a falha e todos os procedi-mentos adotados.

Quando verificou que o trem de pouso dianteiro não iria funcionar, o piloto soli-

citou a presença de equipes do Corpo de Bombeiros e ambulâncias em terra.

Ele também evitou fazer manobras bruscas para man-ter os passageiros calmos.

Com apenas o trem de pou-so traseiro em funcionamen-to, a aeronave da Avianca, um Fokker-100, pousou às

17h55. Ninguém se feriu. O Centro de Investigação

e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) irá apurar o acidente. Entre as possibilidades estão falha hidráulica, elétrica ou me-cânica. O órgão disse que não tem prazo para concluir a investigação.

Serenidade contribuiu para pouso tranquilo

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Presídio de Pedrinhas tem quatro fugas de detentos

Quatro detentos fugiram da maior unidade prisional do Maranhão, o Complexo de Pedrinhas, localizado em São Luís. De acordo com a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária do Estado, a fuga aconteceu durante a madrugada de sá-bado para domingo na uni-dade São Luís I, que integra o complexo prisional.

Para escapar, os detentos utilizaram um túnel que foi escavado em uma cela do Bloco B. A secretaria afirmou que a unidade passou por uma revista após a fuga.

Foram apreendidas armas artesanais e pequenas por-ções de drogas.

Os fugitivos foram identifi-cados e, até o início da noite de hoje, não foram recaptu-rados, segundo informou o Comando da Polícia Militar do Maranhão.

A secretaria que adminis-tra o sistema prisional disse em nota que abriu uma sin-dicância para investigar se a fuga foi facilitada.

O sistema prisional do Maranhão está superlo-tado. Dados atualizados pelo Ministério da Justi-ça mostram que há quase dois presos para uma vaga disponível no Estado.

CriseO Complexo de Pedrinhas

é o retrato do problema. Desde 2013, a unidade já soma 64 mortes.

Na maior parte delas, hou-ve decapitações e esquarte-jamentos. Só neste ano, o número de mortos chega a seis casos.

A crise no sistema prisional no Maranhão foi denunciada à Organização dos Estados Americanos (OEA).

MARANHÃO

Desde 2013, prisão registrou 64 mortes, seis delas neste ano

Proposta prevê fim de taxa

A proposta de conver-são da medida provisória 627 em lei, aprovada na Comissão Mista cria-da no Congresso para apreciá-la, prevê o fim da cobrança de taxas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para aplicar o Exame de Ordem. Sem a aprovação no exame, os bacharéis de direito não têm permissão para advogar no país.

A isenção aplica-se a todas as vezes que o bacharel queira realizar a prova “até a sua final aprovação”. A extinção do pagamento foi incluída no relatório por iniciativa do relator da MP no Con-gresso, o deputado Edu-ardo Cunha (PMDB-RJ). Ele afirmou que acabaria com o próprio exame, mas como o tema não tem relação com a MP em debate, propôs apenas o fim do pagamento.

Editada ano passado, a MP 627 modifica a tribu-tação de empresas no ex-terior, põe fim ao “Regime Tributário de Transição”, alterando a contabilidade das empresas, e reabre o programa de parcela-mento de débitos (Refis). Ela seguirá agora para votação no plenário da Câmara dos Deputados. A MP tem de ser apro-vada nas duas casas do Congresso até 21 de abril ou perde validade.

EXAME OAB

CNV quer criminalizar homofobia A Comissão Nacional da

Verdade (CNV) poderá incluir no relatório sobre as viola-ções dos direitos humanos, no período da ditadura militar (1964-1985) a ser concluído, no início do segundo semestre, a proposta de criar penalida-des contra atos homofóbicos. A informação foi dada pelo cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, um dos membros da CNV. “Vinte e cinco anos depois da Constituição de 1988 não existe uma legislação que puna o delito de discriminação por homofobia”, disse Pinheiro.

Ele acrescentou que no pe-ríodo em que foi baixado o Ato Institucional nº 5 (AI-5), em 13 dezembro de 1968, houve um freio ao movimen-to contra a discriminação por orientação sexual.

O pesquisador da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC),Rafael Freitas in-formou ter tido dificuldades para obter dados oficiais so-bre as torturas, perseguições

e outras atrocidades sofridas pela militância - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transsexuais e Transgêneros naquele período, após cinco anos, os arquivos podem ser expurgados.

Segundo ele, os apontamen-tos que conseguiu relativos as ações desenvolvidas em São Paulo, dizem respeito a política de repressão durante os go-vernos de Paulo Egídio e Paulo Maluf, entre o final da década de 70 e o início de 1980.

O pesquisador relatou na audiência que uma portaria de 1976 criou no âmbito do 4º Distrito Policial, localizado na região central foi usada para perseguir homossexuais, que eram levados presos a pretex-to de contravenção penal por vadiagem e, depois, obrigados a declarar quanto ganhavam, e em alguns casos, passavam também a ser vítimas de ex-torsão. Quando a Secretaria de Segurança Pública era coman-dada pelo coronel Erasmo Dias, “muitos travestis cortavam os pulsos para evitar a prisão”.

Era a Operação Limpeza, desenvolvida pelo delegado José Wilson Richetti, em maio de 1980, com o propósito de prender homossexuais, traves-tis e prostitutas, no centro da capital paulista, e mais de 1,5 mil pessoas foram detidas, esclareceu James Green, ho-mossexual norte-americano, professor de história e cultura brasileira na Brown University, nos Estados Unidos.

Cientista político Paulo Sérgio Pinheiro é um dos membros da Comissão Nacional da Verdade

RODRIGO FREITAS/CCOM/MPMA

EBC

REPRESSÃOSegundo testemunhas, durante a ditadura militar, no Itamaraty havia uma campanha para expulsar do órgão aqueles que eram con-siderados subversivos, viciados em álcool e homossexuais

DITADURA

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B3MundoMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

EUA devem apresentar proposta sobre a Ucrânia Pedido foi feito pelo presidente russo Waldimir Putin, ao presidente norte-americano Barack Obama, para pôr fim à crise

O presidente russo, Wladmir Putin, pe-diu ontem ao chefe de Estado norte-

americano, Barack Obama, para apresentar uma proposta com o objetivo de pôr fim à crise na Ucrânia, que teme uma invasão da parte oriental após a perda da Crimeia.

A proposta estará sujeita a negociações diretas en-tre os chefes da diploma-cia dos dois países, John Kerry e Sergei Lavrov, res-petivamente, anunciou a Presidência americana.

Em Nova York, o secretá-rio-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse ter recebido ga-rantias de Vladimir Putin de que ele “não tem intenção de realizar quaisquer opera-ções militares no Sul ou no Leste da Ucrânia”.

As autoridades militares americanas estimam em 20 mil o número de soldados russos ao longo da fronteira, enquanto Kiev calcula que o total de soldados russos passe de 100 mil. para a Ucrânia

A diplomacia russa acu-sa os dirigentes ocidentais de estarem mal informados e acrescenta que as inspe-ções internacionais feitas em março perto da fronteira não

detectaram quaisquer prepa-rativos de agressão.

NegociaçõesO contato telefônico entre

Obama e Putin, por iniciativa de presidente russo, foi o pri-meiro desde que Washington impôs novas sanções a diri-gentes russos e a um banco.

O presidente Barack Oba-ma ameaçou atacar seto-res-chave da economia russa caso Moscou não mudasse de atitude, tendo dedicado grande parte da visita fei-ta esta semana à Europa à busca de aliados contra as tentativas do Kremlin. Ainda ontem Obama exortou Putin a mandar retirar as tropas da fronteira da Ucrânia.

Nesse domingo estava pre-visto um encontro entre o ministro das Relações Exterio-res russo, Sergei Lavrov com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em Paris. Ainda segundo Lavrov Moscou não teria intenção de invadir a Ucrânia. Em entrevista à TV estatal russa Rossiya 1, Lavrov afirmou que a Rússia “não tem nenhuma intenção” ou interesse – de cruzar as fronteiras da Ucrânia”, e que o país está pron-to para proteger “os direitos dos russos na Ucrânia. Putin entrou em contato com o presidente norte-americano e propôs fim ao conflito na Ucrânia

As sanções do Oci-dente à Rússia geraram algum transtorno, mas não têm trazido danos consideráveis para o país, disse ontem o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, antes do encon-tro que ele teria à tarde com o secretário de Es-tado norte-americano, John Kerry, em Paris. O encontro entre Lavrov e Kerry estava previsto para ontem em Paris. Os dois lados se movi-mentam para aliviar as tensões no pior impas-se entre o Ocidente e Oriente desde a Guerra Fria. Os Estados Unidos e a União Europeia im-puseram duas rodadas de sanções à Rússia, que incluíram proibi-ções de viagem e con-gelamento de bens.

Sanções são minimizadas por ministro

NATALIA KOLESNIKOVA/AFP

Número de mortos sobe para 39O governo venezuelano

confirmou a morte de duas pessoas na madrugada de sábado (29) em meio a pro-testos. Franklin Romero, de 44 anos, morreu eletrocu-tado no estado de Táchira (fronteira com a Colômbia) e Roberto Annese, de 33 anos, foi morto no estado de Zulia, após uma explosão. Agora são 39 mortes no país e mais de 560 feridos.

De acordo com o minis-tro do Interior, Justiça e Paz no país, Miguel Rodríguez Torres, um homem de 48 anos e um adolescente de 16 anos, também foram feridos em Táchira. Em declarações às emissoras de TV esta-tais, Miguel Rodríguez disse que, em Táchira, o homem morreu quando tentava armar uma barricada.

“O Ministério Público está investigando as causas das mortes”, explicou. Mas o mi-nistro disse que as mortes

foram causadas por protes-tos nestas regiões. Os dois estados são importantes redutos opositores no país e, apesar da realização de conferências regionais de paz, o governo não consegue dialogar nestes locais.

DenúnciasPelas redes sociais cida-

dãos venezuelanos denun-ciam que francoatiradores do exército venezuelano estariam utilizando mis-seis Dragunov, modelo SVDS, cujo alcance é de até 3 mil metros.

Conforme os iternautas, nos últimos cinco anos, o exército do país teria criado vários pilotões e companhias independentes de francoa-tiradores, os quais seriam dotados principalmente de fusis russos Dragunov SVDS. Aproximadamente 5 mil exemplares teriam sido adquiricos em 2007.

VENEZUELA

Francoatirador portando um fusil Dragunov SVDS nas costas

REPRODUÇÃO

Objetos recuperados não pertencem a aeronave

A Autoridade Australia-na de Segurança Marítima (AMSA), que coordena as buscas pelo avião da Ma-laysia Airlines no Oceano Ín-dico, confirmou ontem que os objetos encontrados perto da costa da Austrália não pertencem à aeronave desa-parecida no último dia 8.

O órgão explicou ser mais provável que estes objetos, recuperados ontem por um navio chinês, sejam lixo ou artigos de pesca.

A busca pelo avião, reali-zada em uma área de 319 mil quilômetros quadrados, continuará enquanto as condições meteorológicas permitirem, pois estavam previstas chuvas leves e céu encoberto para ontem.

Na área, trabalham uma embarcação australiana e outros três navios da Chi-na. Outras seis embarca-ções devem atuar na bus-ca de objetos avistados pelos aviões há dois dias,

informou a AMSA.Outra embarcação aus-

traliana, o Ocean Shield, que leva um detector de caixas-pretas e um subma-rino não-tripulado, irá se juntar aos esforços para encontrar o avião.

O ex-chefe das Forças Ar-madas da Austrália, Angus Houston, dirigirá o Centro de Coordenação de Agên-cias Conjuntas, criado re-centemente para resgatar o avião, embora a Malásia continue a ser a responsável pela busca de acordo com as leis internacionais.

DesaparecimentoO voo MH370 decolou de

Kuala Lumpur com 239 pes-soas a bordo na madrugada de 8 de março, com desti-no a Pequim e desapareceu dos radares civis da Malásia aproximadamente 40 minu-tos após a decolagem. Des-de então as buscas tiveram ínicio, sem êxito.

VOO MH370

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B4 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014Mundo

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B5PlateiaMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Segunda edição do evento, hoje, reúne música, circo, literatura e outras manifestações culturais no Parque Paulo Jacob

A segunda edição do Festival Cultural do Pirão, promovida pelo projeto Pirão AM,

será realizada hoje, na Parque Desembargador Paulo Jacob, Centro, com a participação de 20 atrações musicais, entre elas, o cantor Cileno e as bandas Cabocrioulo, Tucuma-nus e Alaídenegão. Além dos shows também haverá apre-sentações de grafi tti, artistas circenses e literários e uma ofi cina de maracatu.

O festival organizado por músicos amazonenses, tem o objetivo de divulgar as di-ferentes vertentes da arte amazônica. “Nossa intenção é fortalecer os trabalhos musicais autorais e unir os movimentos independentes

do cenário artístico cultural do Estado”, explica o cantor Denilson Novo, um dos idea-lizadores do evento.

Por meio do projeto, os orga-nizadores pretendem ocupar os espaços públicos de Ma-naus, levando a arte para toda a população, sem distinções. “Nós queremos ocupar espa-ços ociosos e mostrar para os moradores desses lugares como a arte atrai, mostrar o poder que ela tem. Vamos rea-lizar o festival todos os meses e sempre em pontos diferen-tes”, ressalta Denilson.

Sobre a escolha do dia da semana para a realização do evento, uma segunda-feira, Denilson explica que é uma nova proposta de arte do Pirão AM. “Todo dia é dia de arte. Queremos mostrar que a arte não é apenas en-tretenimento e que tem um

papel social muito forte. É mais do que simplesmente fazer um show”, diz.

A primeira edição do festi-val ocorreu no mês passado, na Praia da Lua. “Superou nossas expectativas, recebe-mos um público de mais de mil pessoas. Além de bene-fi ciar os canoeiros e donos de barraca que trabalham no local. Esse é o poder da arte”, afi rma Denilson.

E a expectativa para esta edição é ainda maior. “Ne-nhum artista é melhor do que todos juntos. Nossa maior ex-pectativa é que os envolvidos se fortaleçam na importância desse trabalho. Nos já te-mos um programa de rádio na web e vamos lançar um canal do You Tube, estamos trabalhando com parcerias. É um trabalho em equipe”, destaca o artista.

MARIANE BARROCOEspecial EM TEMPO

DIVULGAÇÃO

No mês passado, o público de mil pessoas, na Praia da Lua, surpreendeu os organizadores

SERVIÇO2º FESTIVAL CUL-TURAL DO PIRÃO

Quando

Onde

Quanto

hoje, às 17hParque Desem-bargador Paulo Jacob (acesso pelas ruas Sete de Setembro e Major Gabriel, Centro)entrada gratuita

B5PlateiaMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Ditadura é tema de teatro, em SPOs 50 anos do golpe de 1964

está sendo lembrado de di-versas maneiras por todo o país. Em São Paulo, o Instituto Vladimir Herzog e a Cia Livre promovem, no teatro TucAre-na, duas leituras encenadas de peças históricas da resis-tência à ditadura, com pontos de vista distintos sobre a vida e o assassinato do jornalis-ta Vladimir Herzog: “Ponto de Partida” e “Patética”. As peças estreiam para o público hoje e amanhã, respectivamente.

Com a participação de Denise Fraga e Edgar Castro no elen-co, “Ponto de Partida” é uma obra escrita por Gianfrancesco Guarnieri, em 1976, que narra a história da aparição repentina de um corpo enforcado numa árvore, localizada no centro da praça de uma aldeia. A partir daí, coloca-se a questão: o perso-nagem Birdo teria se enforcado ou foi assassinado? Na peça, Denise Fraga interpreta Maira, que é esposa de Birdo, em um dos papeis centrais.

Toda a obra é uma clara referência à ditadura e suas consequências, num texto pro-fundo e politizado, que teve como inspiração principal o as-sassinato do jornalista Vladimir

Herzog, torturado no Doi-Codi em 25 de outubro de 1975. Segundo a diretora das peças, Cibele Forjaz, trata-se de uma fábula que pode tanto represen-tar a história de Herzog, como também a história de outras vítimas de violência.

“Patética”, peça escrita por João Ribeiro Chaves Neto em 1978, apresenta uma trupe de artistas circenses que represen-ta, pela primeira e última vez, a história de Glauco Horowitz. Seu início é em um navio atra-cado no porto do Rio de Janeiro e termina em uma tarde escura em São Paulo. Por meio de uma estrutura metateatral, a peça discute a censura, ao mesmo tempo em que conta a vida de Vladimir Herzog. No fi m, o espetáculo da trupe é proibido e o próprio circo é fechado.

As peças marcam a progra-mação especial do Instituto Vladimir Herzog para a data dos 50 anos do golpe, lembra-da pelos jovens de cinquenta anos atrás e, principalmente, contada e recontada para os jovens do século 21, que inte-gram a primeira geração que nasce e cresce sob o regime democrático em toda a História da República brasileira.

ENCENAÇÃO

A atriz Denise Fraga está no elenco de “Ponto de Partida”

DIVULGAÇÃO

DVD ‘Garantido Fé’ é lançado em Parintins

Com o lançamento do DVD “Garantido Fé”, o boi-bumbá vermelho e branco abriu, no último sábado, a temporada para o Festival Folclóri-co de Parintins 2014. A festa aconteceu no curral Lindolfo Monteverde, na Cidade Garantido, em Pa-rintins, e reuniu mais de cinco mil pessoas.

Num dos momentos da apresentação, o boi Ga-rantido surgiu, suspenso por um guindaste, a mais de 20 metros de altura e “fl utuou” sobre a arena até o palco. Também do meio do público, surgiu a cunhã-poranga, Tatiane Barros.

No palco, o levantador Sebastião Júnior, o apre-sentador Israel Paulain, o amo do boi Tony Medei-ros e a “Rosa Vermelha”, Márcia Siqueira, inter-pretaram as toadas que guiaram a apresentação do boi. A rainha do folclore Patrícia Góes, a porta es-tandarte, Verena Ferreira e o pajé André Nascimen-to também deram uma mostra do que o Garantido irá apresentar nas três noites de festival.

Em Manaus, o lança-mento do DVD acon-tece no dia 12 de abril, no sambódromo (Centro de Convenções).

BOI-BUMBÁ

DIVULGAÇÃO

Festival do Pirão abre espaço para a arte local

A festa foi realizada no sábado, na Cidade Garantido

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A mistura musical dos rapazes da banda Alaídenegão faz parte doroteiro de atrações do segundo Festival Cultural do Pirão

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B6 Plateia MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoQuestionamentoNa Band, especial-

mente na sua área co-mercial, existem queixas muito sérias em relação às férias prolongadas de alguns programas.

O “CQC” é o exemplo mais usado. Segundo comentários internos, três meses fora do ar é um tempo por demais exagerado. O público acaba esquecendo.

Questionamento 2Ainda em relação a este

assunto e mantida a atual ordem das coisas, se con-sidera que as perdas serão sempre inevitáveis.

Como tem acontecido agora, tanto na audiência quanto no faturamento do programa.

Agora vaiO SBT iniciou o trabalho

de produção do novo paco-te gráfi co do jornal diário do César Filho.

Tudo isso valendo ou como parte das reformu-lações que serão colocadas em prática, possivelmente a partir do começo de maio. Ainda não será uma revista, mas terá todo o jeitão.

Confl itoDirigida por Luiz Henri-

que Rios e roteiro de Ro-

sane Svartman, a próxima temporada de “Malhação”, na Globo, vai apostar em fortes confl itos.

Todos os seus persona-gens irão transitar por uma escola de artes, com dan-ça, teatro, circo, música e uma academia de lutas marciais. Os confrontos serão inevitáveis.

Viagem de negóciosUma equipe do SBT, lide-

rada pelo diretor Fernando Pelégio, seguiu na última sexta-feira para o México.

No roteiro, uma bateria

de reuniões e troca de informações com os exe-cutivos da Rede Televisa, que retomou parceria com a emissora brasileira.

Viagem de voltaAs férias de Silvio Santos

nos Estados Unidos estão chegando ao fi m.

Ele enviou uma men-sagem para os princi-pais executivos do SBT, na qual informa que vol-tará ao Brasil no meio de semana.

Uma volta sempre cerca-da de muitas expectativas.

Duas sériesPaola Rodrigues, a Manu do premiado comercial do

posto Ipiranga, direção do Fernando Meirelles, tem agora dois trabalhos pela frente.

A série “O Negócio”, que vai estrear na HBO, e “De-sencontro”, na Sony.

Bate-rebate• Milhem Cortaz e Neco Villa

Lobos também integram o elenco de “A Magia do Mundo Quebrado”, fi lme de José Edu-ardo Belmonte, com Rosanne Mulholland, Ingrid Guimarães e Alice Braga.

• Novo trabalho de Cauã Rey-mond, a série “O Caçador”, que estreia dia 11, fi cará no ar até 11 de julho, em 14 episódios. Sempre às sextas-feiras.

• A nova temporada do “Es-quenta”, da Regina Casé, na Globo, irá de 13 de abril a 30 de novembro...

• ... O programa voltará ao ar com novos cenários, quadros e integrantes fi xos, como é o caso do comediante Luís Lobianco...

• ... Segundo a Globo, o cenário do “Esquenta”, mais tecnológico, vai mudar a cada domingo.

• Emílio Orciollo Netto e Nathalia Dill começam a fi lmar na Paraíba, dia 14, o longa “Por Trás do Céu”, do diretor Caio Sóh.

Band prepara novo jornal

A Bandeirantes ainda tem alguns problemas para tirar da frente antes de promover a estreia do “Café com Jornal”, o seu novo programa de todas as manhãs. O lançamento, a princípio planejado para o começo de janeiro passado, agora está previsto para acontecer na terceira semana de abril. Ainda resta defi nir como fi cará a situação do Luciano Faccioli.

China, Alemanha e Jamaica serão os próximos destinos do programa “O Mundo Segundo os Brasileiros”, produção da Band e Eyeworks Cuatro Ca-bezas. Complicado é o horário de exibição: depois da uma da manhã de terça-feira, com o número de ligados próximo de zero. Ficamos assim. Tchau!

C’est fi ni

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Golpe de 64 invade a TV aberta

CULTURA

Almino Aff onso foi minis-tro do Trabalho durante o governo de João Goulart e era deputado federal quan-do os militares tiraram o então presidente do poder, há 50 anos. É sobre o gol-pe que o político fala no “Roda Viva”, hoje, às 21h, na TV Cultura.

Aff onso conta que, em-bora o dia 31 de março de 1964 seja tratado como a data do golpe, a tomada do poder só ocorreu na madru-gada de 2 de abril, quando o senador Moura Andrade convocou o Congresso para uma sessão extraordinária. Na ocasião, Andrade disse que Jango estava viajando e o governo, abandonado, lembra Aff onso.

Em “Provocações”, ama-nhã, às 22h30, o fi lho de Jango, João Vicente Gou-lart, fala sobre a impos-sibilidade do pai ter re-sistido ao golpe e da suspeita de que ele tenha

morrido envenenado.Na quarta, às 22h30,

será exibido o documentá-rio “Tempo de Resistência” (2003), de André Ristum, com depoimento de 30 pessoas que fi zeram resis-tência à ditadura. Também

passeia pelo tema o fi lme “Cara ou Coroa” (2012), de Ugo Giorgetti, sobre mili-tantes escondidos na casa de um general, que vai ao ar na quinta, às 21h30. Toda a programação será exibida

na TV Cultura.

Philos TVEleito o melhor documen-

tário pela Apca (Associa-ção Paulista dos Críticos de Arte), “O Dia que Durou 21 Anos”, dirigido por Ca-milo Galli Tavares, mostra como os Estados Unidos se organizaram para apoiar o golpe de 1964 e sustentar o governo militar de Castello Branco (1964-1967).

A narrativa da produção, porém, vai desde a renún-cia de Jânio Quadros, em 1961, até 1969, ano em que foi sequestrado o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, o ameri-cano Charles Elbrick.

Os argumentos do fi l-me encontram respaldo em documentos secretos e gravações da época. O documentário fi ca disponí-vel no serviço de vídeo por demanda da Globosat até 1º de março de 2016.

O fi lme “Cara ou Coroa”, de Ugo Giorgetti, aborda a resistência à ditadura brasileira

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O professor Henrique beija Renata e diz a ela que agora já tem um motivo para ir se quei-xar com o Sr. Mendiola. Sarcás-tica, Renata responde que eles não falam sobre bobagens. Mia, nervosa, diz a Miguel que ele não soube escolher a namorada e que por culpa dela seu pai a proibiu de cantar na banda. Goivanni admite para Tomás e Diego que se portou muito mal com seus pais, colocou em risco a vida de Téo e traiu seus ami-gos. Arrependido, ele diz que não sabe como consertar o estrago que fez. Tomás e Diego dizem a Giovanni que ele errou, mas estarão sempre a seu lado e o convidam para viajar.

Junior diz para Maria Cecília que acha que o pai, José Ricar-do, mandou matar Miguel para lhe afastar de Gabriela. Maria Cecília diz que não acredita que José Ricardo seja capaz disso e pede para o noivo não exa-gerar. Eduarda transforma o visual de Shirley Santana para o chá de panela do casamento de Maria Cecília. Shirley deixa a roupa brega de lado e usa uma linda roupa branca. Os meninos fazem as vontades das chiquititas, como cozinhar com a supervisão de Chico. Tudo faz parte da aposta que eles perderam junto com a partida de futebol. Tati e Ana discutem com Dani.

Resumo das novelas

Manfred insiste para Pérola acompanhá-lo. Amélia se de-sespera ao ver que Pérola su-miu e deduz que Manfred está com ela. Marlene se assusta quando percebe que Manfred está fora de si. Dália esconde de Ernest que sua neta está com Manfred. Marlene apro-veita a ausência de Manfred para comprar comida e foge com Pérola, mas é surpreen-dida com a presença dele no meio da estrada.

Jairo fi ca surpreso com a su-gestão de Juliana de se casar com ele. Clara fi ca preocupada com a insufi ciência cardíaca de Cadu, que reclama de suas novas restrições alimentares. Juliana diz a Jairo que precisa ter Bia de volta. Branca su-gere que Gisele leve Murilo para conhecer sua casa. Ma-rina manda de presente para Cadu uma foto dele com Clara. Helena e Virgílio cuidam de Ivan. Clara volta ao trabalho no estúdio. Juliana pede que Luiza seja testemunha de seu casamento.

Palhares livra Antônio de um acidente com os carros, e o menino o chama de pai. Anita reconhece no motorista do carro o rosto de um de seus agressores. Antônio ajuda So-fi a, que machucou a mão, e Ben se irrita com a situação. Gus-tavo é galanteador durante o encontro com Solange. Anita diz que vai seguir plano para descobrir todas as maldades de Antônio. Sofi a agradece An-tônio, e Vera dá uma bronca em Ben por ter levado a fi lha para fazer parkour. Sofi a pensa em terminar seu relacionamento com Ben. O time de futebol do Destaque perde para os visitantes, e Bárbara chama a atenção de Sidney e Ben, que discutem durante o jogo.

LC se anima com o plano de Angelique para forçar Lili a trair William. Inês se encan-ta com Jorge. Nilson, Selma e Rita se despedem de Jéssica, Sandra e Osvaldo. Lili descobre que a missão de levar William até a Comunidade é um teste imposto por LC e Angelique. Álvaro fi ca irritado com o estado que Inês sai da conversa que teve com Jorge. Kleber conta a verdade para Fátima sobre a morte de Ana Rosa. Priscila tenta acalmar Marcelo antes do seminário. Rafa consola Fátima. Heloísa chega para o seminário e fi ca incomodada com os elogios que Thomaz faz para Fernanda. Depois de conversar com Marlon, Lili toma uma decisão e procura LC.

DEBATENo programa “Roda Viva”, hoje, o político Almino Aff onso conta que a tomada do poder pelos militares ocorreu na madrugada de 2 de abril de 1964, embora a data do golpe seja o 31 de março daquele ano

Atriz Paola Rodrigues, ladeada por Kiko Meirelles e pelo pai dele, o cineasta Fernando Meirelles

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A procura-dora chefe da Procura-doria da Re-pública no Amazonas, T a t i a n a Dorne l les , recebeu a visita da s e n a d o r a V a n e s s a Grazziotin.

Esteve presente também no encontro o procurador-chefe substituto da PR/AM, Edimilson da Costa Barreiros Junior. Durante o encontro, foi apre-sentado pela senadora o livreto “+Mulheres na Política” e foi discutida a questão da estruturação do MPF no Amazonas

NA QUINTA (20), o governador Omar Aziz partici-pou da formatura de 89 novos de-legados da Polícia Civil do Amazonas, que vão atuar no interior do Estado. Omar explicou que, em seu primeiro ano de governo, o número de dele-gados em todo o Estado era de 153 profissionais. Nes-se mesmo ano foram nomeados 100 delegados e agora outros 89, somando 189. Ao todo, o Amazonas tem, a partir da posse, 341 delegados. Também participaram da solenidade o vice-governador José Melo, o senador pelo Estado de Roraima, Romero Jucá, o presidente da Aleam, deputado Josué Neto, o secretário de Segurança, Paulo Roberto Vital, e o delegado-geral adjunto, Mario Aufiero

B7PlateiaMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Sérgio [email protected]

@sergiopromoter

ARLESSON SICSÚ/AGECOM

O GOVERNADOR OMAR AZIZ acompanhado do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, do vice-governador José Melo, da primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz e do secretário de Saúde, Wilson Alecrim, inaugurou, na terça (25), a obra de expansão do hospital Francisca Mendes, na Cidade Nova 2. Em sua nova estrutura, a unidade passará também a realizar cirurgias em crianças portadoras de cardiopatias congênitas incluindo recém-nascidos. Na ocasião, o governador ainda assinou mensagem com o projeto de lei, a ser encaminhado a Aleam, que transforma o HFM em Fundação do Coração Francisca Mendes

O GOVERNADOR Omar Aziz acompanhado do vice-governador José Melo, durante a aula inaugural do programa Amazonas Bilíngue que foi transmitida ao vivo e via internet para 1.140 jovens da capital e do interior. O evento foi realizado no Círculo Militar de Manaus

Governador Omar Aziz, é com o sentimento de órfãos que nos senti-mos neste momento em que antecede sua saída no dia 4, do governo do Amazonas. Tendo ao lado a incansável primeira-dama Nejmi Aziz, que lhe ajudou muito em seu governo. Aceite os nossos mais profundos e sinceros agradecimentos, por dar ao povo do Amazonas mais oportunidade de cres-cimento e desenvolvimento. Obrigado pelo tratamento digno em que você dispensou aos colunistas da nossa cidade. Falo por mim, mais tenho certeza que é o mesmo sentimento de todos os colegas. Obrigado pela gran-deza de espírito ao olhar pelos mais necessitados e abrir uma porta para aqueles que bateram em sua porta. Obrigado pelas grandes obras, mas principalmente pelas obras sociais. Tenho certeza que ao ser escolhido como o melhor governador do nosso país, a pesquisa estava corretíssima e representa o nosso verdadeiro senti-mento. Tenho certeza de que ao passar o governo ao professor José Melo, você também fez uma boa escolha, e no Senado você saberá defender os nossos interesses. Espero que Deus lhe dê proteção junto com sua família e que possamos estar um dia de novo em sua posse assumindo o governo do Amazonas. Mais sucesso!

ALEX PAZZUELLO/AGECOM

VALDO LEÃO

SECRETÁRIO de Pro-dução Rural, Eron Bezerra agora é também doutor em ciências do ambien-te e sustentabilidade na Amazônia. Ao lado de sua orientadora, a doutora em sociologia, Therezinha Pinto Fraxe, ele comemora a aprovação com louvor pela banca

FELIX MAUÉS

DURANTE o encontro com a reitora da Ufam,

Márcia Perales, na terça (25), no Palácio Rio

Branco, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio

Neto, anunciou que a prefeitura, por meio da Seminfh, vai realizar a

revitalização da entrada do Campus Universitário

AÇÃO DE CIDADANIA marca a reativação da Comissão da Mulher de Itacoatiara. A deputada Conceição Sampaio participou da Caravana da Mulher Cidadã, com inúmeros programas e projetos em benefício da mulher itacoatiarense. O evento em prol da cidadania contou com profis-sionais da SEPM e da Comissão da Mulher da Aleam, com atendimento médico, jurídico, psicológico e social destinado a mulheres de baixa renda ou em situação de risco por violência doméstica e familiar, inclusive com atendimento feito pelo ônibus do programa Mulher, Viver Sem Violência, do governo federal. A ação conjunta de cidadania foi realizada pelo Cham e da Comissão da Mulher, das Famílias e do Idoso da Aleam, pela SEPM, vinculada à Casa Civil do governo do Amazonas. O evento foi realizado na sede do Cetam de Itacoatiara e reuniu mais de 250 pessoas

DIVULGAÇÃO

ROBERTO CARLOS/AGECOM

ACOMPA-NHADO pelo presidente do TCE/AM, conse-lheiro Josué Fi-lho, o vice-go-vernador José Melo conversou com prefeitos do interior que vieram a Manaus para a capacitação da gestão administrativa promovida pelo tribunal

VALDO LEÃO

SECRETÁRIA municipal de Ação Social e Direitos Humanos, Goreth Gar-cia Ribeiro foi uma das agraciadas pelo Conselho Regional de Administração do Amazonas pelo seu presidente José Carlos de Sá Colares. Durante o 5º Encontro das Mulheres Administradoras do Estado, a secretária se destacou em função dos relevantes trabalhos que realiza a frente da Semasdh

DIEGO ANDREOLETTI

ASCOM/PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO AMAZONAS

Obrigado governador

Quatro projetos de leis, de autoria do deputado Arthur Bisneto foram apro-vados na CCJ da Aleam, na segunda (24), durante reunião de deliberação das propostas. O primeiro dispõe sob a garantia de escolaridade às crianças internadas para tratamento de saúde por tempo indeterminado e superior a 90 dias. O segundo assegura aos porta-dores de defi ciência visual o direito de receber os boletos de pagamentos de suas contas confeccionados em Braille. O terceiro projeto obriga, em todos os estabelecimentos que comerciali-zam bebidas alcóolicas, no Estado do Amazonas, disponibilizar informações por meio de placas, folders ou adesivo, dos números de telefone de centrais de radiotáxi. E, o quarto, que torna de utilidade pública o Instituto Ler para Crescer

DIVULGAÇÃO

O vice-governador José Melo, acompa-nhado do diretor do Hemoam, Nelson Fraiji. Melo explicou que o valor do investimento do hospital está em torno de R$ 45 milhões e será construído na área que pertencia ao Centro Psiquiá-trico Eduardo Ribeiro. Sua inauguração está prevista para o fi m do primeiro semestre de 2015

VALDO LEÃO

MARIO OLIVEIRA/AGECOM

VICE-GOVERNADOR José Melo esteve ao

lado a primeira-dama do município, Goreth Garcia Ribeiro, e do

secretário de Saú-de, Wilson Alecrim,

durante o lançamento da Pedra Fundamen-

tal, que precede a ex-pansão da Fundação Hospitalar de Hema-tologia e Hemotera-pia do Amazonas, na

quinta (20)

VALDO LEÃO

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B8 Plateia MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Programação da TV

5h – JORNAL DO SBT 6h – IGREJA UNIVERSAL7h – JORNAL DO SBT 8h – BOM DIA & CIA10h05 – WAISSER 10h55 – PROGRAMA A VOZ DA ESPERANÇA 11h35 – PROGRAMA AGORA 12h25 – PROGRAMA LIVRE 13h15 – AS VISÕES DA RAVEN13h30 – CAFÉ COM AROMA DE MULHER14h30 – POR ELA... SOU EVA15h45 – POR TEU AMOR16h30 – EU A PATROA E AS CRIAN-ÇAS17h20 – JORNAL EM TEMPO 17h45 – SBT BRASIL 18h30 – CHIQUITITAS19h15 – REBELDE 21h – PROGRAMA DO RATINHO 23h – JORNAL DO SBT23h45 – BIG BANG A TEORIA23h53 – “THE NOITE” COM DANILO GENTILLI

SBT

GLOBO

6h30 – RECORD KIDS 7h40 – FALA BRASIL 9h – HOJE EM DIA 11h – MAGAZINE 12h – ALÔ AMAZONAS 13h30 – PROGRAMA DA TARDE 16h20 – CIDADE ALERTA 18h55 – A CRÍTICA NA TV 19h40 – JORNAL DA RECORD 20h15 – TODO MUNDO ODEIA O CHRIS21h15 – PECADO MORTAL 22h15 – ERA UMA VEZ 23h15 – HEROIS CONTRA O FOGO 0h15 – ROBERTO JUSTUS + 1h15 – PROGRAMAÇÃO IURD

4h55 – TELECURSO EDUCAÇÃO BÁSICA5h10 – TELECURSO PROFISSIONALI-ZANTE5h25 – TELECURSO ENSINO MÉDIO5h45 – TELECURSO ENSINO FUNDA-MENTAL6h – GLOBO RURAL6h30 – BOM DIA BRASIL7h30 – BOM DIA AMAZÔNIA8h30 – MAIS VOCÊ9h57 – BEM-ESTAR10h40 – ENCONTRO COM FÁTIMA BERNARDES12h – AMAZONAS TV12h45 – GLOBO ESPORTE13h20 – JORNAL HOJE13h50 – VÍDEO SHOW14h35 – SESSÃO DA TARDE 16h30 – CARAS & BOCAS17h50 – MALHAÇÃO18h20 – JOIA RARA19h10 – JORNAL DO AMAZONAS19h30 – JORNAL NACIONAL20h08 – ALÉM DO HORIZONTE21h – EM FAMÍLIA22h15 – BIG BROTHER BRASIL 1422h40 – TELA QUENTEDanilo Gentilli apresenta mais uma rodada de entrevistas

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Se você acalentava uma visão erroneamente positiva a respeito de algum lado de sua personalidade, isto hoje vem por água abaixo. Uma autodesilusão pode acontecer.

TOURO - 20/4 a 20/5 Sua relação com o prazer sensual está sendo refi nada. Seus afetos não podem se realizar como gostaria. Risco de perdas materiais ao teimar impor suas vontades.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 As relações sociais e fi nanceiras lhe reservam uma mudança difícil de ser aceita. As amizades e as reações instintivas estão em momento de transformação.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 As ilusões que você pudesse alimentar no trabalho serão transfi guradas pelo aspecto de Plutão e Vênus. Momento para olhar de perto a realidade que vive neste âmbito.

LEÃO - 23/7 a 22/8 As questões que envolvam amigos e dinheiro provocam confl itos e prejuízos, a você ou a eles. O cultivo intelectual tende a ser interrompido bruscamente por urgências práticas.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Momento de confronto com autoridades no trabalho. Talvez você use de sua autoridade de modo inconveniente. Sentimentos fortes mudam a frágil harmonia de suas relações.

LIBRA - 23/9 a 22/10 O momento requer uma revisão de seu pla-nejamento, nos assuntos materiais. É preciso que a relação a dois coloque os pés no chão, para evitar que vocês se desiludam.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Vênus sob forte aspecto com Plutão indica mudança imprescindível na atitude diante do trabalho e do conforto material. Não tente idealizar condições que você não tem.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Você vive momento de confl ito no amor, pela distância entre seus sentimentos e a condição concreta com a pessoa amada. Idealizar a beleza não a torna mais possível.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Não se iluda quanto a certas conquistas. Uma forte ansiedade ou uma inquietação, como se nada lhe agradasse ou fosse satisfatório, toma conta de você neste dia.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Mesmo os obstáculos mais difíceis de lidar trabalham para refi nar seus sentimentos e afetos. Momento para você aprender sobre a comunicação e a troca com as pessoas.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Seu gosto pessoal com relação a objetos e bens materiais será contrariado. Você terá que se adequar a situações contrárias à sua vontade pessoal.

BAND

CruzadinhasCinema

S.O.S. Mulheres ao Mar: BRA. 12 anos. Cinemark 8 – 11h45 (somen-te sábado e domingo), 14h, 16h30, 19h, 21h30 (diariamente), 0h (somente sábado); Cinépolis 2 – 16h45, 22h35 (diariamente); Cinépolis 6 – 15h, 20h (diariamente); Playarte 4 – 12h50, 14h50, 16h50, 18h50, 20h50 (diaria-mente), 22h50 (somente sexta-feira e sábado).

Namoro ou Liberdade?: EUA. 14 anos. Cinemark 2 – 13h40, 16h, 18h15, 20h45 (dub/diariamente), 23h15 (dub/somente sábado); Cinépolis 10 – 21h45 (leg/diariamente); Playarte 3 – 13h15, 15h15, 17h15, 19h15, 21h15 (dub/dia-

riamente), 23h15 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Alemão: BRA. 16 anos. Cinemark 3 – 17h20, 19h50, 22h20 (dub/diariamen-te); Cinépolis 6 – 17h30, 22h30 (diaria-mente); Playarte 10 – 13h55, 16h10, 18h25, 20h40 (diariamente), 22h55 (somente sexta-feira e sábado).

Need For Speed – O Filme: EUA. 12 anos. Cinemark 4 – 21h (3D/dub/dia-riamente); Cinépolis 2 – 13h40, 19h20 (leg/diariamente).

Doze Anos de Escravidão: EUA. 14 anos. Playarte 2 – 17h30, 20h10

(leg/diariamente), 22h45 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Tinker Bell - Fadas e Piratas: EUA. Livre. Cinemark 3 – 12h55, 15h10 (dub/diariamente).

300 – A Ascensão do Império: EUA. 16 anos. Cinemark 1 – 11h55 (dub/somente sábado e domingo), 14h20, 16h45, 19h15, 21h45 (dub/diariamente), 0h10 (dub/somente sá-bado); Cinépolis 7 – 14h45, 19h45 (dub/diariamente), 17h15, 22h15 (leg/diariamente); Playarte 1 – 21h (3D/dub/diariamente), 23h10 (3D/dub/so-mente sexta-feira e sábado), Playarte

7 – 20h05 (leg/diariamente), 22h15 (leg/somente sexta-feira e sábado), Playarte 9 – 14h, 16h10, 18h20, 20h30 (dub/diariamente), 22h40 (dub/so-mente sexta-feira e sábado).

As Aventuras de Peabody e Sher-man: EUA. Livre. Playarte 2 – 13h10, 15h15 (diariamente).

Sem Escalas: EUA. Livre. Playarte 8 – 15h20, 20h20 (dub/diariamente), 22h30 (dub/somente sexta-feira e sá-bado).

Robocop: EUA. 14 anos. Playarte 8 – 13h30, 18h (dub/diariamente).

CONTINUAÇÕES

Rio 2: EUA. Livre. Em “Rio 2”, Blu e sua família embarcam em uma aventura para provar que sabem viver além da vida domesticada. Mas Nigel, nosso vilão preferido, está de volta e buscando vingança, então vai garantir que as férias em família se tornem uma jornada selvagem. Blu, Jade e todos os seus amigos irão levar o público a mais risos, a novos personagens, música, e mais ação, à medida que descobrimos que Blu é capaz de tudo para salvar sua família. Cinemark 4 – 11h05 (3D/dub/somente sábado e domingo), 13h25, 15h55, 18h25 (3D/dub/diariamente), Cinemark 5 - 12h10 (3D/dub/somente sábado e domingo), 22h (3D/dub/diariamente), Cinemark 6 – 10h40 (3D/dub/somente sábado e domingo), 13h, 15h30, 18h, 20h30 (3D/dub/diariamente), 23h (3D/dub/somente sábado), Cinemark 7 – 11h30 (3D/dub/somente sábado e domingo), 13h50, 16h20, 18h50, 21h20 (3D/dub/diariamente), 23h50 (3D/dub/somente sábado); Cinépolis 1 – 13h05, 15h45, 18h45, 21h35 (3D/dub/diariamente); Cinépolis 3 – 14h40, 17h50, 20h35 (dub/diariamente), Cinépolis 4 – 13h30, 16h, 18h30, 21h (3D/dub/diariamente), Cinépolis 5 – 12h (3D/dub/somente sexta-feira e sábado), 14h30, 17h, 19h30, 22h (3D/dub/diariamente), Cinépolis 8 – 14h, 16h30, 19h, 21h30 (dub/diarimente), Cinépolis 9 – 12h45, 15h15, 17h45, 20h15 (dub/diariamente), 22h40 (dub/somente sexta-feira e sábado), Cinépolis 10 – 13h, 15h30, 18h (dub/diariamente); Playarte 1 – 12h30, 14h35, 16h40, 18h50 (3D/dub/diariamente); Playarte 5 – 12h50, 14h55, 17h, 19h10, 21h20 (dub/diariamente), 23h25 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 6 – 13h30, 15h40, 17h50, 20h (dub/diariamente), 22h10 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 7 – 13h31, 15h41, 17h51 (dub/diariamente).

DILVULGAÇÃO

ESTREIA

1h10 – JORNAL DA GLOBO1h40 – PROGRAMA DO JÔ3h17 – SESSÃO BRASIL

5h – MINÚSCULOS

5h15 – SÓ RISOS

RECORD

DIVULGAÇÃO

0h30 – A GAROTA DO BLOG2h – BIG BANG3h30 – IGREJA UNIVERSAL

6h – NOSSO TEMPO6h30 – PRIMEIRO JORNAL7h – DIA DIA8h10 – BAND KIDS10h10 – JOGO ABERTO 11h30 – TELESHOW FESTA CLUBE11h35 – COMUNIDADE ALERTA12h10 – NOTÍCIAS DE AGORA12h25 – EXIJA SEUS DIREITOS13h05 – CÂMERA 1313h50 – NA MIRA DA NOTÍCIA13h55 – CIDADE URGENTE14h20 – AÇÃO NA TV15h – SABE OU NÃO SABE16h15 – OS SIMPSONS16h50 – BRASIL URGENTE18h50 – BAND CIDADE - Local19h20 – JORNAL DA BAND 20h25 – MINUTO DA COPA - boletim20h28– SHOW DA FÉ21h20 – ZOO21h30 – COMO EU CONHECI SUA MÃE22h – OS SIMPSONS22h30 – CQC – CUSTE O QUE CUSTAR0h30 – JORNAL DA NOITE 1h15 – QUE FIM LEVOU? – boletim1h20 – O MUNDO SEGUNDO OS BRASILEIROS2h25 – MINUTO DA COPA – boletim2h30 – ROSÁRIO2h55 – MINUTO DA COPA - boletim3h – IGREJA UNIVERSAL

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[email protected], SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014 (92) 3090-1045

Veja comoeconomizarno IR

JACK WEINBERG/IMAGE SOURCE/FOLHAPRESS

Página C6

Petrobras: investimentoagora só em longo prazoControle de preço de combustíveis, polêmica sobre refi naria nos Estados Unidos e corte em nota de risco prejudicam estatal

No centro da polêmi-ca sobre a compra de uma refi naria nos EUA, a Petrobras é

cada vez mais vista como um investimento para quem pode esperar retorno no longo pra-zo (mínimo cinco anos).

As ações mais negociadas da estatal recuaram 15% em 12 meses até a última sexta-feira, para R$ 15,66. Mas os papéis chegaram a valer R$ 12,57 em meados deste mês, o menor patamar desde 2005.

O quadro ao lado mostra que quem investiu R$ 5.000 nas ações mais negociadas da Petrobras em 12 meses até 26 de março viu o capital diminuir para R$ 3.940.

Os cálculos consideram os dividendos (parte do lucro distribuída aos acionistas). A

infl ação do período, de 5,68%, não foi descontada.

Também houve redução dos valores nos fundos que apli-cam recursos do FGTS na Pe-trobras. Se o investidor tives-se deixado a mesma quantia parada no FGTS, o valor teria subido para R$ 5.169.

O FGTS rende 3% ao ano mais TR (Taxa Referencial). O mesmo raciocínio se aplica para investimentos na Vale.

Como o dinheiro resgata-do desses fundos específi cos volta diretamente para o sal-do do FGTS, que rende menos que a infl ação, consultores recomendam a quem aplica nesses produtos que man-tenha os investimentos com foco no longo prazo.

Alívio pontual As ações da Petrobras

tiveram um alívio nas últi-mas duas semanas, subindo

22,5%. Mas o movimento, dizem analistas, é pontual. “Refl ete a perspectiva de que, caso um novo governo seja eleito em outubro, as esta-tais seriam menos utilizadas como instrumento político”, diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.

A tese ganhou força na se-mana passada, quando pes-quisa mostrou piora na avalia-ção da presidente Dilma e as ações da estatal subiram.

A petroleira não escapou de ter sua nota de risco reduzi-da pela agência Standard & Poor’s, após o rebaixamento dos títulos do governo brasi-leiro – ambos, porém, mantêm o chamado “grau de investi-mento”, que é uma espécie de selo de bom pagador.

Para Luana Helsinger, ana-lista do GBM (Grupo Bursátil Mexicano), o cenário para a Petrobras é nebuloso. “Ela

deve ampliar a produção, o que é bom. O problema é que o consumo de combustíveis também sobe e, enquanto não houver reajuste nos preços, ela vai continuar sofrendo.”

Por política do governo, para não aumentar a pressão sobre a infl ação, a Petrobras importa derivados de petró-leo a valores maiores que os de venda no Brasil.

Mesmo assim, consultores afi rmam que sacar o dinheiro de fundos FGTS de Petro-bras e Vale só compensa para quem vai se aposentar em até três anos ou estará apto em breve para usar os recur-sos do FGTS de outra forma, como para adquirir imóvel. “Petrobras e Vale costumam pagar bons dividendos, o que encorpa a remuneração do investidor no longo prazo”, diz Mauro Calil, consultor em fi nanças pessoais.

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

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Cinco anos é prazo míni-mo de retorno estimado

para quem pensa em investir na Petrobras

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Page 18: EM TEMPO - 31 de março de 2014

C2 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Curta a baixa da BovespaCompanhias readquirem papéis quando avaliam estar mais baratos demais; operações são mais comuns durante crises. Lançamento de ações, um outro indicador de confi ança no mercado, também decepciona: nenhum neste ano

A queda de 3,4% da Bol-sa brasileira neste ano até a última sexta-feira tem favorecido as ope-

rações de recompra de ações pelas empresas. E a tendência deve se manter enquanto durar a maré de desvalorização do mercado, afi rmam analistas.

Em operações assim, as com-panhias com papéis negociados na Bolsa readquirem as pró-prias ações. A decisão é tomada quando o valor praticado está abaixo daquele considerado justo pelas companhias. E o objetivo é mostrar que a saúde fi nanceira das empresas está bem, apesar da queda gene-ralizada do mercado.

O processo é positivo para os acionistas, afi rmam consulto-res, que fi cam com uma parcela maior da empresa nas mãos.

A quantidade de recompras aprovadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em 2014 até o último dia 28 está acima da média do mesmo período nos últimos anos. O mesmo ocorreu em 2008, no estouro da crise global.

Pela evolução dos dados, observa-se que, desde então, a Bolsa nunca diminuiu sig-nifi cativamente o número de operações desse tipo.

Entre 1º de janeiro e 28 de março de 2014, 19 recompras foram aprovadas. No mesmo período de 2008, foram 27. A diferença é grande em relação à média de 10,8 operações por ano – considerando apenas o período entre 1º de janeiro e 28 de março de cada ano – entre 2004 e 2007. “Em momentos de estresse, a fuga de investidores de alternativas de maior risco, como Bolsas emergentes, cas-tiga mesmo as ações de com-panhias com bons resultados fi nanceiros”, diz Marcio Cardo-so, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora.

Leandro Ruschel, diretor da escola de investimentos Le-andro & Stormer, afi rma, no entanto, que a operação de recompra gera um custo para as companhias, o que é um li-mitador. No caso de empresas de médio e pequeno portes, diz, muitas têm de optar entre usar dinheiro na recompra de ações ou investir em suas atividades produtivas.

Neste ano, das 19 recompras aprovadas, 12 foram feitas por empresas consideradas de me-nor porte, como Saraiva, Gren-dene e Helbor, que estão no índice de “small caps” da Bolsa, de papéis menos negociados que os do Ibovespa, principal índice acionário. “Isso indica que as companhias estão efe-tivamente desconfortáveis com o nível atual do merca-do”, diz Ruschel.

CautelaO analista diz, no entanto,

que é preciso tomar cuidado com o “efeito psicológico” das recompras. Isso porque as em-presas não são obrigadas a adquirir todos os papéis que prometem. “Muitas acabam não cumprindo o programa todo. Mesmo assim, o efeito psicológico do anúncio, que si-naliza boa saúde fi nanceira da empresa, serve para chamar atenção do mercado”, diz.

O não cumprimento do pro-grama não signifi ca necessa-riamente algo ruim, acrescen-ta Ruschel. O gesto pode, por exemplo, ser motivado por uma recuperação inesperada do pre-ço das ações.

ANDERSON FIGODE SÃO PAULO

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Page 19: EM TEMPO - 31 de março de 2014

C3MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Custo de obras da Petrobras no PAC tem alta de 30% Atraso na entrega e gastos maiores que os estimados fazem projetos da Petrobras no programa totalizar R$ 182 bilhões

Atrasos na entrega e estouros na previsão de gastos afetam a maioria dos projetos

da Petrobras destacados no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), pacote do governo federal que elenca as principais obras do país.

A Folha comparou os atuais prazos e custos estimados em projetos da estatal com as metas divulgadas anos atrás, quando essas obras passa-ram a fazer parte desse selo federal, o PAC.

Os 14 projetos analisados totalizavam inicialmente des-pesas estimadas em R$ 120 bilhões. Atualmente, após atrasos, expectativas equi-vocadas e variação cambial,

o custo previsto saltou para R$ 182 bilhões.

O valor, que inclui o que já foi gasto e o que ainda será des-pendido, representa avanço de 52% (ou 31%, descontada a infl ação do período).

A diferença, de R$ 62 bi-lhões, equivale a oito vezes a soma das despesas com a construção e reforma dos 12 estádios da Copa de 2014.

Em 8 desses 14 projetos da companhia no PAC, há atrasos que variam de um ano a quatro anos e meio. As obras são de diferentes áreas do setor de energia, como plataformas de petróleo, refi narias, indústria naval e combustíveis renováveis. Em parte delas, a Petrobras não é a única empreendedora.

Quatro dos projetos apa-reciam no balanço inicial do

PAC 1, em 2007 – começo do segundo mandato de Lula.

Os demais passaram a fazer do pacote no PAC 2, nova fase do programa ini-ciada quando Dilma Rous-seff assumiu a Presidência, em 2011.

Problemas O economista Mauricio Ca-

nêdo, professor da Fundação Getulio Vargas, diz que, com a política de preços de com-bustíveis no mercado interno inferiores aos do exterior, há menos caixa e a empresa acaba “fazendo escolhas”. “A prioridade são investimentos na exploração e na produção [de petróleo]. Se ela não fi zer, poderá perder o direito sobre um campo”.

Canêdo também vê uma correlação dos atrasos com a readequação do plano de in-vestimentos da Petrobras na gestão da presidente Graça Foster, iniciada em 2012.

A maior parte dos R$ 62 bi de diferença entre os orça-mentos antigos e os atuais se deve a dois problemáticos projetos: a refi naria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Comperj (Complexo Petroquí-

mico do Rio de Janeiro). A obra em Pernambuco foi

pensada como uma parceria com a Venezuela. O país vi-zinho, no entanto, decidiu se retirar do empreendimento, deixando a íntegra da conta para a estatal brasileira.

A obra do Rio é afeta-da por diversas questões, como problemas ambientais e greves.

Atrasos Presidente da associação

dos engenheiros da estatal, Sílvio Sinedino, que tomará posse no conselho de ad-ministração da companhia nesta semana, diz que os adiamentos nos prazos aca-bam impactando também nos custos dos empreendimen-tos. “Os atrasos dão margem para que as empreiteiras pe-

çam aditivos aos contratos”, afi rma Sinedino.

Câmbio e infl açãoA Petrobras e o Ministério

do Planejamento, responsá-vel pela gestão do PAC, atri-buem a alta nos orçamentos de projetos a fatores como a variação cambial ocorrida desde o anúncio das obras e a infl ação no período.

A Petrobras disse que os empreendimentos da época do PAC 1 estavam “em linha com projeções do mercado”.

Para o ministério, é “in-consistente em termos me-todológicos” comparar da-dos atuais com os de sete anos atrás. A maior parte dos projetos analisados pela Folha leva em conta dados divulgados desde o início do PAC 2 (2011).

CUSTOOs 14 projetos ana-lisados totalizavam inicialmente R$ 120 bilhões em despesas. Hoje, após atrasos, ex-pectativas equivocadas e variação cambial, o custo previsto saltou para R$ 182 bilhões.

FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE

REPRODUÇÃ

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Page 20: EM TEMPO - 31 de março de 2014

C4 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Pequeno investidor ganhadurante recompra de açõesNúmero de ações em circulação diminui após a operação, ampliando valor que o aplicador recebe em dividendo

A recompra de ações na Bolsa pelas empresas aumenta a remunera-ção do pequeno inves-

tidor, afi rmam analistas. Uma razão é que, após o procedi-mento, o número de ações em circulação no mercado diminui, o que benefi cia os minoritários na distribuição de dividendos – parte do lucro da companhia que é paga aos acionistas.

“Suponha que a empresa pa-gava, antes da recompra, R$ 2 milhões em dividendos para 500 mil ações em circulação, o que daria R$ 4 para cada papel. E, após a operação, sobraram 480 mil ações e o valor do benefício não foi alterado. Logo, cada pa-pel receberá cerca de R$ 4,16”, diz Roberto Indech, responsável pela área de estratégias da corretora Rico.com.vc.

A diferença pode não parecer grande, mas, somadas várias ações, o valor pode ser signifi -cativo, destaca.

Preços A recompra também é con-

siderada positiva, afi rmam analistas, por ser entendida como uma espécie de recado das companhias aos investi-

dores de que a saúde fi nan-ceira delas vai bem – tanto que podem investir recursos na operação – apesar de uma queda geral do mercado.

“A recompra demonstra que a empresa toma as medidas necessárias quando avalia que seus papéis estão com um pre-ço muito abaixo de seu valor justo”, afi rma Marcio Cardoso,

sócio-diretor da Easynvest Tí-tulo Corretora.

O valor das ações, porém, não necessariamente sobe ou deixa de cair após uma re-compra, ressaltam economis-tas. Isso porque, em geral, o movimento do mercado está atrelado a fatores abrangen-tes, como o desempenho da economia doméstica ou um cenário internacional de mais

confi ança ou incerteza. Atualmente, por exemplo,

pesa contra os preços na Bol-sa brasileira a recuperação dos EUA, que atraem mais investimentos estrangeiros em detrimento de mercados emergentes, como o Brasil, e também as desconfi anças de investidores globais na capaci-dade brasileira de superar pro-blemas internos, como infl ação em alta e aumento excessivo de gastos públicos.

RiscoNesse contexto é que ocor-

reu o corte da nota de risco dos títulos públicos do país na semana passada pela agência americana de classifi cação de risco Standard & Poor’s.

O consultor de fi nanças pes-soais Mauro Calil diz que em-presas que têm programa de recompra de ações podem ser boa opção aos pequenos inves-tidores, mas que, por si só, esse tipo de estratégia não garante boa rentabilidade.

“É um sinal de que a saúde fi -nanceira dessa companhia está bem, com dinheiro sobrando no caixa para realizar esse tipo de operação, mas é preciso olhar para outros elementos, como o pagamento de dividendos que essa empresa realiza”, afi rma.

ANDERSON FIGODE SÃO PAULO

MÉTODORecompra é considera-da positiva, dizem ana-listas, por ser entendida como um recado das companhias aos investi-dores de que a saúde fi -nanceira delas vai bem, apesar de uma queda geral do mercado.

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Page 21: EM TEMPO - 31 de março de 2014

C5MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Sobe reciclagem de águapara evitar racionamentoDemanda por sistema que reduz consumo chegou a dobrar em 2014, dizem fornecedores. Empresários temem racionamento

O temor de raciona-mento, como acon-tece atualmente na região metropolita-

na de São Paulo, se tornou uma oportunidade para empresas especializadas na implanta-ção de sistemas de reúso de água faturar.

Companhias como General Water, Água P.U.R.A. e Acqua-Controll dizem que o aumento na procura foi de 50% a 100% neste ano na comparação com o ano passado. Manoel de Sou-za, 47, diretor comercial da Água P.U.R.A., diz que as discus-sões sobre um possível racio-namento fazem com que mais pessoas avaliem a opção.

Uma pesquisa feita pelo Sebrae no fi m do ano passado com 2.300 empresários indi-ca que apenas 14,4% das mi-cro e pequenas empresas têm a prática de reutilizar água ou captá-la da chuva. “Normal-mente a gente vai atrás dos clientes, porque o sistema de reúso não é algo em que eles estão pensando. Agora, eles nos procuram para garantir que vão ter sempre água à disposição”, resume Fernan-do Pereira, diretor comercial da General Water.

Quanto mais intenso é o uso de água na atividade da empresa, maior a redução de custos prevista pela implan-

tação do sistema. No caso de lavanderias, a economia pode chegar a 90%, diz Souza.

Para que possa ser reutiliza-da, a água contaminada passa por um processo que inclui fi ltragens e uso de produtos químicos. Entre as funções que ela pode ter estão a de descarga em vaso sanitário, limpeza de pátios e resfria-mento de máquinas.

O processo de tratamento a ser usado depende de origem

e destinação que ela terá. No caso da lavanderia Alba,

de Cuiabá (MT), que instalou o sistema de reúso no fi m de 2013, a conta de água passou de R$ 30 mil para R$ 3.000, diz o proprietário Gustavo Malhei-ros, 39. Ele conta que gastou cerca de R$ 150 mil com a com-pra de equipamentos, mão de obra e reformas necessárias.

ReservatórioA Mecânica Chiquinho, da ci-

dade de Itaquaquecetuba (SP), tem a chuva como principal fonte de água para lavagem de peças de automóveis e de seu estacionamento.

Francisco Alves, 48, conta que instalou um coletor de água de chuva há cerca de dez anos, depois de prejuízos com seguidos períodos de estiagem. Para isso, colocou duas calhas no telhado que direcionam a água da chuva para um reservatório.

Com a mudança, sua conta passou de R$ 400 ao mês para R$ 100. A instalação custou cerca de R$ 3.500.

Ele conta que, mesmo com poucas chuvas no início do ano, seu reservatório não se esvaziou. “Ficou bem baixo, mas não chegou a faltar. Ago-ra, com mais chuvas, ele já está se normalizando”.

Água da chuva A captação de água de chu-

va, por sua simplicidade, pode benefi ciar a maioria dos negó-cios, diz Luiz Barretto, presi-dente do Sebrae Nacional. Já a o reúso da água deve ser acompanhado de uma análise de seus custos e benefícios, por depender de um investi-mento maior.

Sibylle Muller, 54, diretora da AcquaBrasilis, que também realiza instalações, lembra que as empresas devem monitorar a qualidade da água tratada e analisá-la a cada seis meses.

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

ECONOMIAQuanto mais intenso é o uso de água na atividade da empresa, maior a redução de custos prevista pela implantação do siste-ma. No caso de lavan-derias, a economia pode chegar a 90%.

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conta mensal da ofi cina mecânica de Francisco

Alves, em São Paulo, cair de R$ 400 para R$ 100

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Page 22: EM TEMPO - 31 de março de 2014

C6 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

Declare suas perdas ao Fisco para reduzir o imposto no futuro

Marcia DessenFinanças Pessoais

Muita gente perdeu dinhei-ro em 2013 investindo em renda fixa, ações e fundos imobiliários, citando apenas alguns exemplos. O mercado não deu trégua e muitos in-vestidores não aguentaram a pressão e realizaram prejuí-zo, vendendo cotas de fundos e ações por um valor inferior ao de compra.

É bem possível que essas pessoas voltem a investir nos mesmos mercados, ten-tando recuperar as perdas. Se forem bem-sucedidas, pagarão Imposto de Renda sobre lucros.

Ocorre que tudo ou parte do ganho será mera recupe-ração de perdas, não sendo justo pagar IR sobre um cres-cimento de patrimônio que, de fato, não aconteceu.

A Receita Federal concorda com o que acabei de dizer, mas ela precisa conhecer todo o histórico das aplica-ções dos indivíduos para sa-ber se o lucro de um exercício equivale ao prejuízo de ope-rações realizadas no mesmo ou em outro exercício.

AçõesO resultado líquido, po-

sitivo ou negativo, apura-do na venda de ações em Bolsa, deve ser informado no “Demonstrativo de Ren-da Variável “’ Operações Comuns/Day-Trade”. O de-monstrativo é composto por 12 fichas, uma para cada mês

do ano-calendário. O formulário apura auto-

maticamente o resultado fi nal. Se o saldo fi nal for ne-gativo, o programa guardará a informação que será recu-perada na declaração do IR do próximo exercício, mediante importação dos dados. Se o resultado for ganho de capi-tal, o programa calculará o valor do imposto devido.

As operações realizadas no mercado à vista, cujo valor de venda foi inferior a R$ 20 mil no conjunto das operações de cada mês, são isentas do Imposto de Renda.

Mesmo assim, adote o pro-cedimento de declarar vi-sando compensar eventuais prejuízos. No caso de lucro

nessas operações, informe o ganho de capital líquido na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”.

Fundo imobiliário Os fundos imobiliários são

fechados. Para recuperar o dinheiro que aplicou, o inves-tidor deve aguardar o venci-mento do fundo ou vender as cotas em Bolsa.

O ganho de capital apurado na venda das cotas está sujei-to ao pagamento de 20% de IR. Eventuais perdas podem ser compensadas em lucros posteriores, no mesmo ou em outros fundos imobiliá-rios, do mesmo ou de outros administradores.

O procedimento, conduzido

pelo contribuinte, é o mesmo adotado para a carteira de ações. Os resultados são in-formados no “Demonstrativo de Renda Variável – Opera-ções Fundo de Investimento Imobiliário”.

Fundos Diferentemente das ope-

rações de renda variável e fundos imobiliários, o reco-lhimento do IR sobre ganhos em fundos de investimento é feito na fonte, pelo admi-nistrador. Com exceção dos fundos de ações, que pa-gam imposto só no resgate, os demais fundos sofrem a retenção do imposto ante-cipadamente, nos meses de maio e novembro, pelo pro-

cedimento conhecido como “come-cotas”.

O cotista que resgata suas cotas com prejuízo pode rea-ver o imposto recolhido ante-cipadamente sobre um lucro que não se concretizou.

A Receita Federal admite a compensação de perdas na apuração de ganhos fu-turos em fundos do mesmo administrador, desde que o administrador tenha sistema eletrônico para controlar a posição de cada cotista.

O informe de rendimentos emitido pelo administrador do fundo registra se o cotista tem crédito fiscal a ser com-pensado, informando o valor a ser recuperado.

José, por exemplo, tem um

estoque de perdas a com-pensar no valor de R$ 5.320. Significa que, se investir no mesmo fundo ou em outro fundo do mesmo adminis-trador, só pagará Imposto de Renda quando o ganho ultrapassar esse valor.

DireitoSe você resgatou cotas de

fundos com prejuízo e o infor-me de rendimentos enviado não contempla essa informa-ção, solicite esclarecimento e assegure o exercício des-se direito. Se a informação for negada, provavelmente porque o sistema operacio-nal do administrador não foi programado para esse fim, considere a hipótese de tro-car de administrador.

Se você tem perdas conhe-cidas a compensar, avalie a possibilidade de investir em fundos do mesmo admi-nistrador, visando reduzir o imposto a pagar sobre ga-nhos futuros.

Lembre-se de que você pode aplicar em fundos DI para recu-perar perdas de fundos renda fi xa índices ou fundos multi-mercados, desde que ambos sejam de longo prazo.

Pode também recuperar perdas de um fundo de ações aplicando em outro fundo de ações. Em qualquer dos casos, desde que os investi-mentos sejam compatíveis com seus objetivos de inves-timento e perfil de risco.

Líder do simulador aumenta distância em relação ao vice

Roger Thiago Alves Rodri-gues obteve valorização de 52,7% em sua carteira de ações e se manteve na liderança, pela quarta semana seguida, do ranking 2014 do Folhainvest, simulador da Bolsa de Valores feito pela Folha em parceria com a BM&FBovespa.

Em segundo lugar está Mi-chelle Szuecs, com 45,2%. Angelo Siewerdt aparece na terceira colocação, com 44,2%, seguido por José Raimundo Pe-reira, com 42,4%. A relação dos cinco primeiros se completa com Elson Costa, com 41,0%.

No ranking universitário, Ro-drigues lidera, com Siewerdt em segundo. Szuecs é a pri-meira no ranking feminino. No recorte por regiões, Benedito Dalton Goes Neto é o primeiro colocado no Norte, com ganho

de 23,8%. No Nordeste, apa-rece José Raimundo Pereira. Líder geral, Rodrigues é da região Sudeste. No Sul, An-gelo Siewerdt está no topo. E Jácomo Queiroz (29,1%) é o primeiro no Centro-Oeste.

Os interessados em partici-par podem se inscrever gratui-tamente no site do simulador (www.folhainvest.com.br).

O ranking para a premiação do ano começa a ser computado no momento da inscrição. O mensal passou a ser contabili-zado no início de fevereiro.

A premiação mudou em 2014: contempla cursos sobre investimentos, acesso a banco de dados de cotações e iPads, mas pode haver substituição desses itens por outros produ-tos equivalentes ou com valor fi nanceiro similar.

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C7MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014

CARO DINHEIRO Mande sua pergunta para coluna [email protected]

Bruno de Luca,apresentador

Indicadores Econômicos

Invisto a maior parte do dinheiro em minha produto-ra e em uma rede social de viagens. Sou sócio de um bar e de boates no Rio. Aplico o res-tante em imóveis

Vale resgatar dinheiro de fundo DI e aplicar na poupança?

Para saber o ganho efetiva-mente obtido em um fundo DI, é preciso descontar o Imposto de Renda da rentabilidade di-vulgada. Isso porque esse valor já é líquido de taxa de adminis-tração, abatida diretamente da cota, mas não do IR.

A alíquota de IR varia confor-me o prazo da aplicação. Para resgates em até 180 dias, é de 22,5%. Entre 181 e 360 dias, 20%. De 361 a 720 dias, 17,5%. Para mais de 720 dias, a alíquota é de 15%.

Para verifi car as vantagens e desvantagens de aplicar o dinheiro na poupança ou no fundo DI, devemos comparar a rentabilidade oferecida por essas modalidades, já descon-

tado o IR, com a de outras alternativas.

Adotaremos os seguintes parâmetros: TR (Taxa Refe-rencial) de 0,03% ao mês, Selic (juro básico) de 11% ao ano, CDI (taxa média de juros dos em-préstimos entre bancos) anual de 10,5%, CDB (Certifi cado de Depósito Bancário) pagando 95% do CDI, e LCI (Letra de Crédito Imobiliário) ou LCA (Le-tra de Crédito do Agronegócio) de 85% do CDI.

Para o fundo DI, vamos con-siderar rendimento de 92,94% do CDI e taxa de administração de 1% ao ano. O horizonte de investimento comparado é de dois anos.

Nessas condições, o fundo

S. C., DE SÃO PAULO (SP) DI tem rentabilidade líquida (já descontados taxas e IR) de 7,59% ao ano (ou 0,67% ao mês), maior que a da poupança, de 6,55% ao ano (0,53% ao mês).

Mas ela fi ca abaixo da de ou-tras opções de baixo risco, como o Tesouro Direto (pela LFT Letra Financeira do Tesouro) e as das letras de crédito (LCI e LCA).

Considerando isenção de taxa de administração para títulos do Tesouro Direto (como praticam algumas corretoras) e taxa de custódia de 0,30%, obtemos re-tornos líquidos de 9,11% ao ano (0,73% mensais) em aplicações no Tesouro e de 8,86% (0,71% ao mês) com o investimento em letras de crédito.

Vale ainda entender os riscos envolvidos nos fundos DI, que investem pelo menos 95% da

carteira em títulos e operações que acompanham as variações do CDI e da Selic.

Por essa característica, estão sujeitos a oscilações nos valores das taxas e ao risco de crédito das aplicações.

Ou seja, um fundo DI refe-renciado como é o caso do produto em que você investe, de acordo com sua pergunta completa pode ter retorno e risco altos ou baixos, dependen-do da qualidade do crédito dos emissores dos papéis em que o gestor alocou os recursos.

Se os títulos forem de alto ris-co, tenderão a render mais. Com risco menor, renderão menos.

Samy Dana é professor de economia da FGV. Twitter: @samydana. Facebook: fa-cebook.com/CaroDinheiro

Como investir em LCA? As regras são como as de LCI?

RESPOSTA DO PROFESSOR DA PUC-RIO E CERTIFIED FI-NANCIAL PLANNER ALEXAN-DRE CANALINI - A LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e a LCI (Letra de Crédito Imo-biliário) são títulos emitidos por instituições fi nanceiras a fi m de prover recursos para operações nos segmentos do agronegócio e imobiliário, respectivamente.

As regras são as mesmas e você poderá encontrar LCA e LCI nos principais bancos e corretoras.

Embora instituições finan-ceiras façam operações nes-ses setores para gerar lastro para emitir os títulos, o risco incorrido ao comprar uma le-tra é do emissor.

Assim, instituições fi nanceiras com maior risco de crédito ofere-cerão taxas maiores para captar, e emissores com menor risco de crédito, remuneração menor.

A boa notícia é que o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) cobre investimentos de até R$ 250 mil em LCA e LCI por CPF por instituição fi nanceira em caso de quebra. Com isso, você poderá distribuir os seus investimentos aproveitando taxas mais atraen-tes no mercado.

É muito comum o investidor

comparar a rentabilidade de uma LCA ou LCI com a de ati-vos como CDB (Certifi cado de Depósito Bancário) e Operações Compromissadas. Sabendo que as taxas do CDB e de Operações Compromissadas têm incidência de Imposto de Renda para pessoa física e as LCA e LCI são isentas, você precisará fazer uma conta simples para comparar o ganho.

Divida a rentabilidade líquida de impostos de uma LCA ou LCI por um menos a alíquota do IR para uma operação de mesmo prazo.

Imagine, por exemplo, um CDB com vencimento em sete meses e taxa de 100% do CDI bruto de impostos e uma LCA com 89% do CDI líquida de imposto com o mesmo prazo de vencimento. Para saber qual a melhor opção, divida 89% por (1-0,2), o que dá 111,25%.

Isso signifi ca que a rentabili-dade bruta equivalente da LCA seria de 111,25% do CDI bruto de impostos. Como o CDB em ques-tão remunera só 100% do CDI bruto de impostos e representa o mesmo risco, melhor a LCA.

Geralmente as letras são res-gatáveis somente no vencimento, mas alguns bancos já emitem com liquidez diária.

M. M. C., DE BELO HORIZONTE (MG)

Eu invisto em...

Samy Dana

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MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017

825do ônibusFamiliares se despedem das vítimas do acidenteSepultamentos ocorreram durante todo o dia de ontem, nos cemitérios São João Batista e Nossa Senhora Aparecida

No enterro do industriário Ricardo Oliveira, colegas entoaram o nome dele como grito de guerra

Amigos e familiares se despedem de Domingos, enterrado com uma de suas paixões, o violão

Flores, preces e canções estiveram presentes no último adeus às vítimas do acidente envolvendo uma caçamba e o microônibus da linha 825, ocorrido na última sexta-feira na Djalma Batista

Cinco das 16 vítimas fatais do acidente, que ocorreu na última sexta-feira (28), foram

sepultadas na tarde de ontem, no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus.

Cantos emocionados, fi tas pretas amarradas nos pulsos, o nome do companheiro ento-ado com força e o silêncio das lágrimas. Durante toda tarde, as mais variadas homenagens foram prestadas por centenas de parentes e amigos às vítimas do acidente.

Por volta das 15h, o primeiro corpo a ser sepultado foi do industriário Ricardo Oliveira dos

Santos, 34. Ele era jogador do time amador Atlético Transbra-sil. Uma amiga do industriário, Vilma Fernandes, 59, lembrou que gostava de “torcer contra” o Transbrasil para brincar com Ricardo. “Ele era muito gente boa, era meu colega de bola. Eu torcia contra o time dele, só para bagunçar. Toda vizinhança gostava muito dele, da agitação dele”, afi rmou.

Ricardo é o terceiro de cin-co fi lhos. O pai dele, Manoel Carlos Nascimento, 60, contou que na quinta-feira (27) tinha terminado as férias do fi lho e no dia seguinte, o industri-ário foi aconselhado a pegar outro ônibus, mas escolheu ir de executivo para casa. “Era o segundo dia de trabalho dele, depois das férias. Ele tinha saído do trabalho e estava no centro com um amigo. Parou o 210 e logo atrás o 825. O amigo pediu que ele fosse de 210, mas ele decidiu pegar o micro ônibus”, afi rmou.

No coletivo, Ricardo sen-tou na segunda fileira logo atrás do motorista e ligou para a família para avisar que estava a caminho de casa. Ele deixou a esposa e duas crianças de 9 e 1 ano. Na despedida, os amigos do time de Ricardo, entoaram o nome dele em tom de “grito de guerra”.

ViolãoAo som de “Segura na mão

de Deus”, familiares e amigos despedirem-se de Domingos Messias de Souza, 60. Crianças e adultos traziam fi tas pretas amarradas no pulso em sinal de respeito. O sepultamento ocor-reu por volta das16h, na quadra 21. Domingos era maranhense, mas vivia há muitos anos em Manaus e foi um dos primeiros moradores do bairro Hileia. Das lembranças dos amigos, o gosto pelo trabalho mesmo aos 60 anos de idade e, a dedicação à família conduziram a vida de Domingos. De acordo com a vizinha Eneida Maria Gra-ça, Domingos era moveleiro e havia saído na sexta-feira por volta das 16h30, justamente para trabalhar. “Ele foi a um cliente fazer um orçamento no Centro e na volta aconteceu o acidente. O fi lho dele nos falou que ainda pediu para levar o pai de carro, mas ele não quis. Justifi cou que no Centro não teria vaga, o trânsito estaria ruim pelo horário e preferiu ir de ônibus”, explicou.

Os amigos lembraram que Domingos sempre tinha o cui-dado de sentar nos bancos lo-calizados no meio dos coletivos, por acreditar que em caso de acidente, o impacto maior é sofrido nas extremidades. Ele foi enterrado com o violão.

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E2 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014Tragédia 825do ônibus

Familiares lembram os últimos instantes

Sepultamentos ocorreram durante todo o dia de ontem e contaram com o apoio da Secretaria Municipal de Assitência Social e Direitos Humanos (Semasdh)

Colegas de trabalho de Robert demonstraram o luto nos micro-ônibus que circularam ontem pela cidade, com o nome dele

Familiares do vendedor autônomo Sebastião Alves de Araújo, 50, compareceram em

peso para prestar as últimas homenagens. Pai de cinco fi-lhos, de acordo com informa-ções de amigos, ele havia saído de casa – no bairro da Paz - para comprar carne e ingre-dientes para a churrascada em comemoração ao aniversário de um dos filhos, que acon-teceria no dia seguinte. Além de comemorar o aniversário, a família também iria se reunir em lembrança da mãe, que faleceu há 3 anos.

De acordo com um amigo da família, a notícia do desastre foi um choque. “Ele era uma ótima pessoa, um pai preo-cupado e exemplar. Quando a notícia chegou, ficamos muito surpresos. Trabalho junto com a filha dele e quando soubemos, ela passou mal. Procuramos informação e por volta das 3h e tivemos a confirmação do IML”, contou o industriário Edvaldo Lima, 33.

Próximo às 17h, os corpos do casal Rosângela Cardoso Costa, 39, e Carlos Alberto da Silva Silveira, 50, foram levados ao cemitério Nossa Senhora Aparecida. Dezenas de amigos de trabalho, vizinhos e parentes, acompanharam os sepultamentos.

Assim que os corpos chega-ram, desconsolados, os filhos do casal e irmãos cercaram os caixões, para se despedir. A família soube da tragédia após receber uma foto do corpo de Carlos enviado por WhatsApp. “Chegou a foto e achamos que era o Carlos, mas não tínhamos certeza, porque a imagem não estava muito nítida. Daí fomos pesquisar na internet e a foto do meu irmão estava em todos os sites, foi até capa de jornal. Ele era o passageiro da fren-te”, afirmou a irmã de Carlos,

Ademilde Silveira.Segundo familiares, o casal

voltava para casa, no conjun-to Ajuricaba, depois de um dia de trabalho. Os dois tra-balhavam como vendedores ambulantes e possuíam uma barraca na avenida Epami-nondas, próximo ao Colégio Militar de Manaus. Os corpos do casal foram acomodados em covas vizinhas.

ManhãO sepultamento dos dois mo-

toristas aconteceu no cemité-rio Nossa Senhora Aparecida, na manhã de ontem. O primeiro a ser enterrado foi o motorista da caçamba, Ozias Costa de Almeida, 36. A prima da vítima, Jocileide da Costa Souza, em meio a emoção informou que

ele deixou uma esposa e duas filhas, sendo uma de 3 e outra de 7 anos.

Os familiares do motorista do micro-ônibus, Robert da Cunha Moraes, 26, estavam muito abalados. O motorista titular do micro-ônibus, Lin-con Dias, 35, revelou que no dia do acidente, fez duas via-gens antes de passar o serviço para Robert.

O casal, João Jorge Duarte Pi-res, 56, e Clarice Gomes Pires, 58, foram enterrados no jazigo da família Pires, no cemitério São João Batista.

A irmã de João, Socorro Pires, 54, contou que o casal morava no Rio de Janeiro com os filhos Larissa, Breno e Bruno Gomes Pires. O casal estava na cidade para vender uma casa.

APOIOConforme a Semasdh, as famílias das vítimas seguirão acompanha-das por uma assistente social, disponibilizada pelo órgão, e que irá realizar o atendimento individualizado de cada um deles

Filhos do casal Rosângela e Carlos Alberto são amparados por familiares durante o sepultamento dos pais, ontem à tarde

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E3MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014 Tragédia 825do ônibus

Uma das vítimas chega para ser velada em casa Na funerária, parentes e amigos lamentam o trágico acidente Amigos, se despedem do casal velado em uma igreja

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Velórios espalhados pela cidade durante o sábadoIgrejas e residências abrigaram parentes e familiares que ao longo do dia velaram os seus mortos e relembraram histórias

Os velórios das víti-mas do acidente, en-volvendo a caçamba e o ônibus executivo,

aconteceram durante o sába-do (29), e parte do domingo (30). Marcados por forte emo-ção e profunda tristeza, fami-liares e amigos foram prestar suas últimas homenagens aos entes queridos.

Liberado por vota das 18h de sábado, o corpo de Ozaías Almeida, 36, condutor da ca-çamba, foi velado numa igreja na rua de sua casa, no bairro José Bonifácio, Zona Norte. De acordo com Wendel Pereira, 34, vizinho da vítima há mais de 4 anos, Ozaías era uma pessoa querida por todos que o conheciam. “Era um vizinho muito bom, não tinha maldade no coração”, lembrou.

No dia da tragédia, a filha mais nova de Ozaías comple-tou 2 anos. Segundo Wendel, a família o aguardava para cantar os parabéns da me-

nina. “O bolo nem chegou a ser cortado”, revelou. Em seu último contato com o vizinho, o autônomo recorda que o motorista estava alegre. “Es-tava bem, alegre. A mãe dele chegou no último dia 10 do Pará, veio visitá-lo”, frisou.

Quando recebeu a notícia, Wendel disse ter ficado estate-lado e que ainda não conseguia acreditar na morte do amigo. Para ele, fica na lembrança a imagem de um pai de família guerreiro e de um excelente profissional. O autônomo afir-mou ainda que, desde quando

conheceu Ozaías, não se re-corda do colega ter se envol-vimento em qualquer outro acidente de trânsito.

Na igreja Nossa Senhora de Nazaré, no bairro da Paz, Zona Oeste, Sebastião Araújo, 50, recebeu as últimas homena-gens de familiares e amigos. Ele deixou cinco filhos e quatro netos. O sobrinho de Sebas-tião, Giovanni Alves, 24, contou que o tio foi ao Centro comprar o presente para o filho, que fez aniversário no dia seguinte à tragédia. “Foi apenas para comprar o kit de aniversário do filho dele, que completou 16 anos”, destacou.

Amigo da vítima, o tio da cobradora do micro-ônibus, Jair Souza, esteve presente no veló-rio de Sebastião. Segundo ele, a jovem Gisele Almeida, 19, se encontra em casa e fora de perigo. “Ela estava essa sema-na cobrindo a folga do rapaz que trabalha como cobrador. Graças a Deus ela está fora de perigo. Minha sobrinha nasceu de novo”, afirmou Jair.

No bairro da Redenção, a jovem Adriane Fernandes, 20, foi velada em sua casa, na rua Nova. Emocionados, familiares e amigos rezaram e cantaram durante o velório. Audenora Silva, 50, mãe de Adriane, disse que falou pela última vez com a filha no dia do acidente, pela manhã,

ao sair para o trabalho. Ela contou que a jovem tinha ido ao Centro com a comadre, Quézia Souza, 24, e o afilhado, Luís Souza, de 1 ano e seis me-ses, outras duas vítimas fatais do acidente, para comprar o presente do pai, Manoel Fer-nandes, que fez aniversário no sábado (29).

“Foi a pior coisa que aconte-ceu na minha vida, um choque. Eu nunca mais vou pensar em aniversário, acabou para mim”, lamentou Manoel, in-consolável. No momento do acidente, Audenora estava na igreja e recebeu a ligação do marido, pedindo que ela voltasse para casa.

Festa acabou, para pai de vítima

Familiares e amigos de Adriane cantaram e rezaram durante o velório realizado em casa

Na maioria dos casos, familiares mais próximos das vítimas foram amparados por amigos, após o velório e durante o enterro

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E4 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014Tragédia 825do ônibus

Laudo técnico do acidente em 30 diasAfirmação é do Diretor de Polícia Metropolitana, delegado Emerson Negreiros, que acompanha o caso

Dentro de 30 dias úteis o laudo técni-co que apontará as causas do acidente

envolvendo a caçamba de placa NOR 0286 e microôni-bus da linha 825, e que resul-tou na morte de 16 pessoas, será remetido à Justiça,

O Diretor de Polícia Metro-politana, delegado Emerson Negreiros, ressaltou que o caso está sendo investigado, ainda que o possível causa-dor esteja entre as vítimas fatais. Negreiros afirmou que há diversas responsabi-lidades envolvidas no caso e

a Polícia Civil é responsável por juntar as informações que servirão de fonte para o poder judiciário julgá-las.

Durante o período de ives-tigação serão feitas análises mais profundas buscando es-clarecer todos os detalhes do acidente, paralelamente às investigações e apura-ções junto as testemunhas do ocorrido.

“Ainda é cedo para afir-mar de quem é a respon-sabilidade, mas tudo indica que houve alta velocidade de fato. Essa é a grande importância da perícia. Não apenas o testemunhal tem peso, mas a perícia atua de forma científica, provando

ou descartando as hipóte-ses levantadas”, completou o delegado Negreiros.

Peritos do Instituto de Cri-minalística (IC) e Instituto Mé-dico Legal (IML) estiveram no local do acidente, coletando dados e demais informações que possam subsidiar o laudo técnico. Ele determinou que a caçamba fosse recolhida ao parqueamento de Departa-mento Estadual de Trânsito (DEetran/AM), onde serão realizadas as perícias mais aprofundadas.

O inquérito policial do acidente seria encaminha-do hoje à Delegacia Espe-cializada em Acidente de Trânsito (DEAT).

Na manhã seguinte ao acidente que vitimou 16 pessoas, a Fundação de He-matologia e Hemoterapia do Amazonas (FHemoam), localizada no bairro Chapa-da, Zona Centro-Sul, rece-beu aproximadamente 600 doadores, que se mobiliza-ram em prol dos feridos que seguem internados.

De acordo com profis-sionais que trabalham na instituição, o volume de voluntários foi recorde – principalmente para uma manhã de sábado.

A economista Jordana Viei-ra Pacheco, 29, foi uma das que se sensibilizou e compa-

receu ao local. “Fiquei bastan-te compadecida com a situa-ção das famílias. Me coloquei no lugar deles. É o que posso fazer, pois acredito que não basta apenas ficar mandando mensagem de solidariedade e luto nas redes sociais e não fazer nada. Cada um faz um pouquinho e acaba virando um ‘montão’”, disse, acrescentando que é doadora registrada há dois anos.

O sangue coletado durante o final de semana irá ajudar os sobreviventes do grave acidente que aconteceu na noite da última sexta-feira, e cujos sobreviventes conti-nuam internados no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, no bairro Adria-nopólis, na Zona Centro-Sul,

e no HPS Dr. João Lúcio, no bairro São José, Zona Leste de Manaus.

RequisitosQuem puder colaborar com

a doação de sangue, deve comparecer hoje, entre 7h30 e 18h, à sede do Hemoam ou à Maternidade Ana Braga, na Zona Leste.

Todos aqueles que tiverem entre 18 e 65 anos, peso aci-ma de 50 quilos, saudáveis e que não tenham tido doença infecciosa recente - ou façam parte de grupos de risco - podem doar.

O doador deve estar bem alimentado e levar um documento de identi-dade para poder realizar a coleta, na FHemoam.

Acidente movimenta a FHemoam

Na sala de espera do Hemoam doadores acompanham informações sobre o acidente fatal

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Laudo técnico do acidente estará pronto dentro de 30 dias, segundo a polícia, que além das informações técnicas também deverá colher os depoimentos dos sobreviventes do acidente

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Quatro pessoas, das 17 pessoas que ficaram feridas no acidente, permanecem internadas. De acordo com o boletim médico divulgado no início da tarde de ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) três pacien-tes estão estáveis e outra apresenta ainda um quadro um pouco mais debilitado.

Os pacientes foram distri-buídos nos Prontos-Socor-ros 28 de Agosto, na Zona Centro-Sul, e João Lúcio, na

Zona Leste. Na unidade de tratamento

Intensivo (UTI) do 28 de Agosto está Antônio Wilson da Silva que já respira sem ajuda de aparelhos, e de acordo com o boletim mé-dico está lúcido e estável. Contudo, ainda não há pre-visão de alta para ele.

Já no pronto socorro João Lúcio encontram-se três vítimas que so-freram traumatismo cranioencefálico leve.

A primeira delas é Gi-sele de Souza Costa que passou por cirurgia para corrigir fratura exposta de membro inferior esquerdo, mas o quadro é instável e inspira cuidados.

Os demais internados são Claudomiro Gonçalves e Raimundo Nogueira dos Santos, ambos com trauma-tismo cranioencefálico leve e quadro estável.

Coalborou: Ive Rylo

Sobreviventes seguem internadosGLÁURIA SOBREIRAEquipe DO AGORA

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

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