EM TEMPO - 8 de junho de 2014

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 MONTAGEM SOBRE FOTOS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA E ELENCO. ANO XXVI – N.º 8.379 – DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ D O M I N G O 8177-2096 MÁX.: 33 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS Revista de humor publicada em Buenos Aires tira sarro do Brasil e apresenta uma montagem do Cristo com a camisa da argentina e uma arma na mão. Ilustríssima G6 Além de benefícios como perda de peso, redução do colesterol ruim e con- trole da pressão arterial, o chá-verde tem uma substância que pode comba- ter o câncer de pele. Saúde F2 DIVULGAÇÃO A construção e a demanda por apar- tamentos de tamanho menor – ideal para solteiros ou casais sem filhos – têm crescido em ritmo acelerado, em Manaus. Salão Imobiliário 1 ILUSTRAÇÃO: ELVIS BRAGA A revista Elenco elaborou algu- mas sugestões de presentes para deixar o Dia dos Namorados – co- memorado em 12 de junho – ainda mais romântico. Elenco 4 e 5 DIVULGAÇÃO RICARDO OLIVEIRA O mundo agora se chama Brasil A cinco dias do início da Copa do Mundo no Brasil, a população se veste de patriotismo para receber as melhores se- leções de futebol do mundo e os turistas que vêm prestigiar o Mundial. Expectativa pela conquista do hexacampeonato dentro de casa ressurge da criança ao idoso, todos brasileiros apaixonados por futebol. Pódio E6 As ruas de Manaus e do restante do país já estão enfeitadas para reforçar a torcida pela seleção brasileira, que pode conquistar o hexa em casa HORROR NA SALA DE AULA O RESPEITO DOS ALUNOS PELOS EDUCADORES – TÃO COMUM EM DÉCADAS PASSADAS – DEU LUGAR À AGRESSÃO, AO DEBOCHE E ATÉ MESMO A AMEAÇAS DE MORTE. A SALA DE AULA VI- ROU CENÁRIO DE VIOLÊNCIA, CUJA MAIOR VÍTIMA É O PROFESSOR. DIA A DIA C1 A C5 Craque do Inter morre em acidente FERNANDÃO Ex-atacante Fernandão (foto), ídolo do Internacional, morreu em um acidente de helicóptero, na madrugada de ontem, aos 36 anos. Última Hora A2 Sem demonstrar arrependi- mento, Miguel Capobiango (foto) conta por que tomou a decisão de sair da Unidade Gestora do Proje- to Copa. Com a palavra A7 “A minha saída era previsível” CAPOBIANGO DIEGO JANATÃ DIVULGAÇÃO

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA E ELENCO.

ANO XXVI – N.º 8.379 – DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

D O M I N G O

8177-2096

MÁX.: 33 MÍN.: 23TEMPO EM MANAUS

Revista de humor publicada em Buenos Aires tira sarro do Brasil e apresenta uma montagem do Cristo com a camisa da argentina e uma arma na mão. Ilustríssima G6

Além de benefícios como perda de peso, redução do colesterol ruim e con-trole da pressão arterial, o chá-verde tem uma substância que pode comba-ter o câncer de pele. Saúde F2

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AÇÃO

A construção e a demanda por apar-tamentos de tamanho menor – ideal para solteiros ou casais sem fi lhos – têm crescido em ritmo acelerado, em Manaus. Salão Imobiliário 1

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A revista Elenco elaborou algu-mas sugestões de presentes para deixar o Dia dos Namorados – co-memorado em 12 de junho – ainda mais romântico. Elenco 4 e 5

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O mundo agora se chama BrasilA cinco dias do início da Copa do Mundo no Brasil, a população se veste de patriotismo para receber as melhores se-

leções de futebol do mundo e os turistas que vêm prestigiar o Mundial. Expectativa pela conquista do hexacampeonato dentro de casa ressurge da criança ao idoso, todos brasileiros apaixonados por futebol. Pódio E6

As ruas de Manaus e do restante do país já estão enfeitadas para reforçar a torcida pela seleção brasileira, que pode conquistar o hexa em casa

HORROR NA SALA DE AULAO RESPEITO DOS ALUNOS PELOS EDUCADORES – TÃO COMUM EM DÉCADAS PASSADAS – DEU

LUGAR À AGRESSÃO, AO DEBOCHE E ATÉ MESMO A AMEAÇAS DE MORTE. A SALA DE AULA VI-ROU CENÁRIO DE VIOLÊNCIA, CUJA MAIOR VÍTIMA É O PROFESSOR. DIA A DIA C1 A C5

Craque do Inter morre em acidente

FERNANDÃO

Ex-atacante Fernandão (foto), ídolo do Internacional, morreu em um acidente de helicóptero, na madrugada de ontem, aos 36 anos. Última Hora A2

Sem demonstrar arrependi-mento, Miguel Capobiango (foto) conta por que tomou a decisão de sair da Unidade Gestora do Proje-to Copa. Com a palavra A7

“A minha saída era previsível”

CAPOBIANGO

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ANO XXVI – N.º 8.379 – DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO:

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A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

País tem 233 mil ‘fichas’ sujas’ inscritas, diz MPFDe acordo com o órgão ministerial, aproximadamente 88% dos casos cadastrados foram enviados pelo Poder Judiciário

O sistema criado pelo Ministério Público Federal (MPF) para identificar pessoas

potencialmente inelegíveis devido à Lei da Ficha Limpa já tem 233 mil inscritos.

A base de dados será usada para futuros pedidos de im-pugnação de candidaturas.

De acordo com o MPF, con-denações por improbidade administrativa, por crimes comuns, e demais casos que possam impedir uma candida-tura com base na Ficha Limpa, estão sendo computados no sistema, que ainda está re-cebendo informações.

Até o momento 204,9 mil registros de condenações que podem impedir candidaturas foram enviadas ao MPF pelo Poder Judiciário. O Legislati-vo colaborou com o cadastro com 14.773 registros e o Executivo com 13.862.

Como o Ministério Públi-co Eleitoral só tem cinco dias a partir do registro das candidaturas para impugnar candidatos, o sistema, cha-

mado de Sisconta Eleitoral, será usado para agilizar o trabalho dos procuradores.

Caso uma candidatura seja impugnada pelo Ministério Público o caso é avaliado pela Justiça, que pode ou não concordar com o pedido da procuradoria.

AmazonasQuase 1% dos “fichas sujas”

no país estão no Amazonas. No Estado há 2.064 políticos e servidores públicos com al-gum tipo de condenação judi-cial, conforme o cadastro do Sistema de Investigação de Contas Eleitorais.

De acordo com o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM), entre os principais políticos que estão nesta lista constam o nome do ex-prefei-to de Coari, Adail Pinheiro, do ex-deputado estadual, Nelson Azedo, da ex-vereadora Reja-ne Pinheiro, do ex-vereador Luiz Fernando, do apresenta-dor Ronaldo Tabosa, que tenta retomar sua vaga na Câmara Municipal de Manaus (CMM). O ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, é um dos políticos que possui a ficha suja no Amazonas

ARQUIVO EM TEMPO/MARCELL MOTA

O ex-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (PP) saiu ontem da cadeia, após o minis-tro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sebas-tião Reis, conceder li-minar num pedido de habeas corpus e deter-minar sua liberdade.

Octávio foi preso pre-ventivamente acusado de integrar uma orga-nização criminosa que falsificava documentos e corrompia servidores para obtenção de al-varás para empreendi-mentos imobiliários.

Ele deixou a prisão, mas ainda corre o risco de voltar a ser preso.

Acusado de corrupção já está solto

Táxi atropela e mata travesti na Compensa

Um homem que atuava como travesti e que até o fechamento desta edi-ção ainda não tinha sido identificado morreu após ser atropelado por volta de 5h da manhã do sá-bado (7), próximo a loja Maesb Materiais de Cons-trução, na avenida Brasil, bairro Compensa, Zona Oeste da cidade.

De acordo com um po-pular, um táxi avançou o sinal e atropelou o travesti. O impacto foi tão forte que a vítima foi jogada a aproximadamente seis metros de distância e caiu na calçada em frente a uma drogaria.

Ainda conforme as in-formações do popular, o travesti que era conhecido por atuar na área próximo do acidente não resistiu aos ferimentos e morreu

no local. O Instituto Mé-dico Legal (IML) fez a remoção do corpo por

volta de 6h30.

AssassinatoUm dos corpos encon-

trados no quilômetro 52 da AM-010 (Manaus - Itacoatiara) foi identi-ficado ontem pelo Insti-tuto Médico Legal (IML). Segundo insformações do órgão, a vítima iden-tificada é Thiago Mota, 29, morto por agressão e enforcamento.

O segundo corpo en-contrado no local tinha as mesmas característi-cas da causa morte de Thiago, mas o nome da vítima ainda não foi re-velado. O IML informou ainda que familiares de Mota já fizeram a remo-ção do corpo.

Colaborou Stenio Urbano do EM TEMPO ON-LINE

CRIME

IML fez remoção da vítima ainda pela manhã de ontem

Morre Fernandão, ídolo do Internacional, aos 36 anos

O ex-atacante Fernandão, ídolo do Internacional, morreu em um acidente de helicóptero na madrugada deste sábado, aos 36 anos. A tragédia ocor-reu na região de Aruanã, inte-rior de Goiás, onde o jogador possuía casa, por volta da 1h (horário de Brasília).

“Estou acordado desde às 5h da manhã, quando me li-garam. Ele estava com mais quatro pessoas, uma delas um vereador lá de Goiás. Nenhum deles sobreviveu. Eles tinham saído da fazenda de um amigo lá em Aruanã e o helicóptero caiu cerca de 20 quilômetros do local da decolagem”, con-firmou o presidente da Fe-deração Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto.

O vereador que estava com o atacante era Edmilson Le-mes (PSDB), do município de Palmeiras de Goiás. De acordo com Ronaldo Pereira Soares, te-nente-coronel da Polícia Militar de Goiás e um dos responsáveis pelo resgate, Fernandão foi a

única das vítimas do acidente que ainda foi retirada com vida dos destroços do helicóptero. O atacante foi levado ao hospital, mas chegou morto ao local. Técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) são es-perados para fazer a perícia no helicóptero e determinar as causas do acidente.

ÍdoloFernandão é considerado

um dos maiores ídolos da his-tória do Internacional. Foi o capitão do clube na conquista da Libertadores e do Mundial de clubes de 2006, este últi-mo com uma vitória histórica sobre o Barcelona de Ronaldi-nho Gaúcho. Ainda sagrou-se duas vezes campeão estadual (2005 e 2008) e ganhou a Recopa sul-americana (2007) pela equipe colorada.

“O momento é de profundo pesar pela partida prematu-ra do ídolo de 36 anos” disse um trecho do comunicado do Inter.

ACIDENTE AÉREO

Helicóptero que levava Fernandão caiu no interior de Goiás

ARTHUR CASTRO/AGORA

DIVULGAÇÃO

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 A3Opinião

Agora já se pode dizer o que o Amazonino Mendes fez durante 4 anos como prefeito de Manaus: pensar no futuro do Amazonas, ao lado de Eduardo Braga, a quem trata, agora, como “um homem que nasceu deste coração (batendo no próprio peito)” e que “eu observava aquele jovem de futuro radiante; trocávamos ideias e, naqueles momentos, eu já conhecia o futuro do Amazonas, já enxergava o futuro da nossa história”, esquecidos os desgastes de uma longa convivência dos dois no mesmo grupo político.

O afago ao líder do governo Dilma Rousseff no Senado foi feito na manhã de sexta-feira 6, quando Amazonino Mendes e seu partido, o PDT, e alguns outros nanicos, declararam apoio à candidatura de Braga ao governo do Estado. Até aquele momento, o ex-prefeito de Manaus, que guardava um enig-mático silêncio, era tratado como o objeto de desejo de vários pretendentes ao mesmo cargo, à direita e à esquerda, se ainda se pode defi nir esses campos na política amazonense, claramente inclinada ao continuísmo, em uma postura mimética do que sucede pela disputa presidencial.

Ao contrário da imagem de quem se desiludira com a política, como a que mostrou durante o exercício da prefeitura, Amazonino Mendes voltou ao palanque mais uma vez energizado. Em um documento de quatro páginas, “que deve ser fartamente distribuído e comunicado”, ele se revela disposto, ao lado de Eduardo Braga, à implementação de “um novo tipo de governo que contemplasse valores fundamentais” para o desenvolvimento e bem-estar da população do Estado do Amazonas.

O “apoio com vistas ao futuro e bem-estar do povo do Amazonas” tem oito itens apresentados todos eles em letras maiúsculas, para tornar ainda mais claras as intenções do seu autor, todas elas discutidas com o candidato majoritário. Amazonino está de volta.

Contexto3090-1016 [email protected]

Para a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que per-mite a expropriação de imóveis onde forem fl agrados trabalhadores em si-tuação análoga à escravidão.

PEC do trabalho escravo

APLAUSOS VAIAS

Disque 100

Gestores de escolas pú-blicas das redes municipal e particular terão que divul-gar o Disque 100 em salas de aula para denúncias de abusos, violência e assédio sexual infantojuvenil. É o que estabelece o Projeto de Lei (PL) 330/2013, aprovado na Câmara Municipal de Ma-naus (CMM) e encaminhado para sanção do prefeito Ar-thur Virgílio Neto.

Repúdio

O vereador Ednailson Roze-nha (PSDB) apresentou uma moção de repúdio, na CMM, contra os deputados federais baianos Luiz Alberto e Zezéu Ribeiro (ambos do PT), que votaram contra a PEC da Zona Franca.

Cinema

As escolas de educação bá-sica – até o 9º ano – podem fi car obrigadas a exibir, pelo menos duas horas por mês, fi lmes de produção nacional. A mudança na lei nº 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacio-nal, foi aprovada no plenário do Senado e será enviada à sanção presidencial. O autor do projeto é o senador Cristo-vam Buarque (PDT-DF).

Idosos na Copa

A prefeitura, por meio da Fundação Doutor Thomas (FDT), vai realizar, no par-que do Idoso, a transmissão dos jogos da Copa do Mun-do. Telões, quiosques com iguarias da região e músi-ca vão compor o cenário do evento, denominado “Idosos

na Copa”.

Punição

A Câmara dos Deputados analisa um projeto que cas-sa o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do es-tabelecimento que comprar, distribuir, transportar ou es-tocar produtos roubados ou falsifi cados (PL 7143/14).

Inativos

Pela proposta, do deputa-do Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), os só-cios da loja penalizada se-rão proibidos de pedir nova inscrição para empresa no mesmo ramo de atividade por 5 anos.

Carapanã bateu...

A prometida semana de “esforço concentrado” no Congresso, com votações de segunda a sexta-feira, termi-nou antes do previsto, com o esvaziamento antecipado da Câmara e do Senado. Não houve votações nos plenários das duas casas, na sexta-fei-ra (6), e os corredores fi ca-ram vazios, com a presença apenas de funcionários do Legislativo. E a gente vai levando...

Alarmante

Com 715,6 mil presos, o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, conforme o Centro Internacional de Estudos Pri-sionais (ICPS), do King’s Colle-ge, de Londres, na Inglaterra. Os EUA lideram a lista com 2,2 milhões, seguidos pela China, com 1,7 milhão.

Mudança rejeitada

A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados rejei-tou a proposta que fi xa em 23h15 (fuso de Brasília) o horário máximo para o tér-mino de jogos de futebol realizados em estádios com capacidade superior a 10 mil pessoas.

Fuso horário

Atualmente, as partidas re-alizadas à noite começam às 21h50 e terminam às 23h35, se não houver atraso nem prorrogação. Uma das críti-cas diz respeito à existência de quatro fusos horários dife-rentes no país, o que tornaria difícil a execução da lei.

A queda

Pesquisa Datafolha, divul-gada na sexta-feira (6), con-fi rma a tendência de queda nas intenções de voto pela reeleição da presidente Dil-ma Rousseff . Na compara-ção com maio, ela variou de 37% para 34%, mas desde fevereiro, já caiu dez pontos percentuais.

Porém...

Os principais adversários de Dilma, no entanto, não estão conseguindo tirar pro-veito da situação. Juntos, eles somavam 38% na pesquisa anterior. Agora, recuaram para 35%. Comparando a maio, os dois principais ri-vais da presidente variaram negativamente. O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à presidência, os-cilou um ponto para baixo. Agora está com 19%.

Para os que reclamam levianamente do “des-caso” do poder público, mas não contribuem para a limpeza do bairro onde moram. Com a cheia, o acúmulo de lixo se torna tão evidente quanto a falta de zelo de alguns moradores.

Acúmulo de lixo

O bicho vai pegar. O procurador regional eleitoral do Amazonas, Ageu Florêncio da Cunha, recebeu do presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Josué Filho, a lista com 241 nomes de gestores públicos que sofreram condenações pelo tribunal, sem possibilidade de recurso, de 2006 até hoje. Os gestores são potencialmente inelegíveis e os dados encaminhados pelo TCE-AM serão utilizados pela Procuradoria Regional Eleitoral do Amazonas (PRE/AM) para apresentar impugnação caso esses gestores entrem com pedidos de registro de candidatura.

Mais de 240 estão inelegíveis

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO IONE MORENO

[email protected]

A ressurreição de Amazonino

É realmente uma ocorrência inu-sitada, algo estranho que exige uma explicação e pressupõe análise e reflexão. Estou a referir-me a esse estado de espírito que motiva e move o torcedor de um esporte, no nosso caso com arrasadora predo-minância do futebol.

Não que outras modalidades es-portivas estejam isentas da capaci-dade de polarizar e magnetizar suas plateias. Apenas, como acontece, por exemplo, com o voleibol, com o basquetebol e mais ainda com o tênis, o golfe e competições esportivas variadas, essas práti-cas ainda se mantêm distantes do gosto e da vivência das massas e, deste modo, restritas a parcelas e a nichos sociais mais limitados. Falta-lhes ainda atingir a alma popular e, daí, passar a fazer parte do cotidiano e a ser combustível capaz de inflamar os sentimentos e as emoções do povo.

Mas, fazendo o recorte e o des-taque do futebol, unanimemente reconhecido como paixão nacional e assim vivenciado praticamente por todos os brasileiros de todos os estratos sociais, vamos, após um mínimo de análise, encontrar o espectro de um mistério que precisa ser desvelado.

Dentre as quase duas centenas de milhões de brasileiros que formam o universo dos torcedores do futebol, sabemos que a absoluta maioria se constitui de pessoas que jamais foram praticantes desse tal “es-porte bretão”, talvez nunca tenham pisado num campo de futebol ou, quando muito, bateram na infância ou batem ainda hoje simplórias peladas na areia das praias, nos campinhos improvisados, nos es-paços das pracinhas urbanas.

Isso nos diz que, considerando a realidade nua e crua, o futebol em si mesmo nunca fez parte da con-cretude da vida da grande maioria

desse imenso mar de gente que lota os estádios, que se deixa prender irresistivelmente às telas dos tele-visores, que faz dele o obrigatório assunto das conversas e das discus-sões. E é exatamente desse modo paradoxal que as pessoas, pelo menos na sua grande maioria, saem do sério, abandonam seus padrões normais de comportamento, se dei-xam dominar por intenso fanatismo e assumem comportamentos en-louquecidos, muitas vezes violento, dentro dos estádios ou fora deles, chegando a pôr em risco a vida própria e a dos outros.

Em resumo, o que faz de alguém um torcedor é uma energia emotiva, que leva a uma autorrealização pela via da identifi cação, como no antiquíssimo mito do herói. E há aí duas vertentes a considerar que, inclusive, se unem e se somam para, ao fi m, potencializarem-se reciprocamente.

Em primeiro lugar, o tomar um time como seu, como objeto da sua torcida, é uma ação intei-ramente emocional, condicionada culturalmente de tal modo que é valorizada em sociedade pela in-tensa vibração e pelo empenho sem limites. Em segundo lugar, mas não em segundo plano, como em todo comportamento que se deflagra e se governa pelo emocional impera o chamado processo primário, ou seja, o reinado dos impulsos, para que a conduta se mantenha como social e “civilizada”, dependerá de uma anterior ação educativa efi-ciente, que leve a consciência mais desenvolvida a assumir o controle e a estabelecer o predomínio do comportamento regido pelo pro-cesso secundário.

Lamentavelmente, não é o caso nosso, dos brasileiros, cujo Estado ainda não percebeu que nenhuma sociedade atinge o padrão desejado, sem a valorização da educação.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

A síndrome do torcedor

[email protected]

Regi

Em resumo, o que faz de alguém um torcedor é uma energia emotiva, que leva a uma autorrealiza-ção pela via da identifi ca-ção, como no antiquíssimo mito do herói. E há aí duas vertentes a considerar que, inclusive, se unem e se somam para, ao fi m, po-tencializarem-se reciproca-mente”

[email protected]

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

FrasePainelVERA MAGALHÃES

O PV quer usar a campanha presidencial para dar um troco em Marina Silva, que deixou o partido depois das eleições de 2010. Seu novo candidato ao Planalto, Eduardo Jorge, diz que os verdes exage-raram nas concessões à ex-senadora. Para ele, Marina defendeu “ideias fundamentalistas” e aceitou o apoio de “pastores reacionários”. A sigla promete retomar bandeiras que guardou no armário há quatro anos, como a liberação do casamento gay, das drogas e do aborto.

Sem recreio Eduardo Jorge não perdoa Marina por ter bar-rado uma adesão do PV a José Serra (PSDB) no segundo turno de 2010. “Ela fi cou emburrada porque o povo não a elegeu e foi para casa. Foi uma posição infantil”.

Com carinho O verde se diz amigo da ex-senadora e ressalva que as divergências são políti-cas. Ele é aliado de José Luiz Penna, que comanda o partido desde 1999 e foi o pivô da saída de Marina.

Sem ambição O pré-candi-dato do PV tem apenas 1% no Datafolha. Ele espera crescer, mas admite que fi cará longe dos 19,6% que a sigla alcançou há quatro anos.

Nela, não Os eleitores que pretendem votar nulo ou em branco estão mais irritados com Dilma Rousseff (PT): 46% dizem que não a apoiarão de jeito nenhum.

Neles, talvez No mesmo gru-po de desiludidos, 22% rejeitam votar em Aécio Neves (PSDB) e 18% descartam Eduardo Cam-pos (PSB).

Indignados Analistas da campanha tucana atribuem o aumento do “não-voto” à tensão pré-Copa e ao medo de novos protestos violentos.

O bruxinho vem aí Randolfe Rodrigues (PSOL) virou cliente de Jassa, o famoso cabeleireiro de Silvio Santos. “Como todo mundo me acha parecido com o Harry Potter, ele fez um corte para me deixar mais velho, res-saltando os poucos fi os bran-cos...”

Bola nas costas O Planalto foi surpreendido com a adesão do PDT a Paulo Skaf (PMDB) na disputa pelo governo de São Pau-lo. Lula se dizia empenhado em garantir o tempo de TV da sigla para Alexandre Padilha (PT).

A fi la... A Advocacia-Geral da União detectou que funcionários da Receita Federal ameaçam realizar operação-padrão antes da Copa.

... não anda O temor é que a manifestação cause atrasos no desembarque de turistas em portos e aeroportos. O governo ainda não decidiu se vai re-correr à Justiça para impedir o movimento.

Melhor evitar A Prefeitura de Manaus distribui um guia para orientar vendedores e taxistas no atendimento a estrangeiros na Copa. O panfl eto ensina a distinguir croatas, sérvios e bie-lorrussos e sugere “não discutir a crise econômica na Europa”.

Chicote aéreo O ministro Moreira Franco (Aviação Civil) determinou que a Anac passe a fi scalizar obras em aeroportos administrados pela Infraero, como já faz com terminais concedidos à iniciativa priva-da. A agência deverá cobrar prazos e aplicar penalidades à empresa.

Faz o DOC O governo federal atribui a demora nas obras do aeroporto de Cuiabá a atrasos em pagamentos pelo governo de Mato Grosso. Sem dinheiro, a empresa responsável chegou a paralisar os trabalhos.

Conta salgada Apesar de ainda não ter sido aprovado, o projeto que institui o pagamento de bônus a juízes já rachou o go-verno. O Planalto teme detoná-lo e se indispor com o Judiciário. Miriam Belchior (Planejamento) está em pânico com seu impacto no Orçamento.

V de Vingança

Contraponto

Presidido pelo deputado estadual Baleia Rossi, o PMDB paulista reuniu, durante a sema-na, seus pré-candidatos à Câmara e à Assembleia para uma palestra sobre marketing político. Gaudêncio Torquato apresentou as características do pleito deste ano:- Estamos vendo o casamento de bode com zebra, jacaré com elefante, touro com cobra d’água. Nunca tivemos alianças tão desprovidas de sentido.O dirigente peemedebista interrompeu:- Professor, por razões óbvias, peço que o senhor evite usar a baleia como exemplo nas comparações!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Jogo do bicho

Tiroteio

DO DEPUTADO BETO ALBUQUERQUE (RS), líder do PSB na Câmara, sobre queda nas intenções de voto do candidato do partido à Presidência, de 11% para 7%.

Quando a campanha começar, o eleitor vai se dar conta de que os tucanos são fregueses do PT e que só Eduardo poderá bater Dilma.

Uma das festas mais tradi-cionais no interior do Brasil e do Amazonas em particular é a Festa do Divino. Uma coroa com uma pequena pomba no alto é conduzida com todas as honras durante muitos dias, visitando as casas dos devotos. Nas suas andanças é acompanhada por porta-bandeiras e tocadores de instrumentos de percussão.

Os cantos são muitas vezes cantados em latim. As coreo-grafi as são precisas e obedecem a um ritual bem determinado. Tudo que é arrecadado serve para a grande partilha fi nal. É a religiosidade popular que tem sua hierarquia própria e sobrevive à margem das instituições reli-giosas, dando corpo a um cato-licismo popular que sobreviveu à falta de padres nas comunidades ribeirinhas e a seu modo guardou a fé recebida da igreja.

A experiência cristã de Deus é trinitária. O Deus revelado por Jesus é amor e amor signifi ca relações e relações são pessoais, portanto na natureza divina sub-sistem três pessoas. Uma delas é o amor entre as duas primeiras e é este amor que vem habitar nos corações e nas consciências entrando na história e transfor-mando-a por dentro. E este amor é poder, tão bem representado na coroa do Divino. Ele está no meio do povo que é empoderado por ele. Por isso, Ele é chamado de pai dos pobres e luz dos co-rações.

Num dia de Pentecostes, que era uma festa judaica, um grupo de discípulos de Jesus estava reunido a portas fechadas em Jerusalém. O Mestre havia sido crucifi cado. Mesmo tendo feito a experiência de sua ressurrei-ção estavam com medo, o que era natural. De repente, criaram

coragem, abriram as portas e com ousadia começaram a anun-ciar que aquele Jesus que havia sido barbaramente assassinado depois de um arremedo de jul-gamento tinha sido constituído Senhor e estava vivo, e mais ainda, voltaria para o julgamento fi nal. Iniciaram uma transforma-ção histórica virando tudo de cabeça para baixo.

Os que entenderam isto e acei-taram a proposta se reuniram em comunidades onde tudo passou a ser comum e os necessitados desapareceram. Viviam cheios do Espírito, deixavam-se condu-zir por ele e não resistiam à sua ação. Hoje uma multidão imensa se reúne no centro histórico da ci-dade. Outra multidão acompanha pela mídia. Reunidos expressam o sonho de um mundo governa-do pelo amor e conduzido pelo Espírito, um mundo onde poder seja serviço e que o serviço seja à base da fraternidade. Sempre haverá resistências e tentativa de manipulação.

Num século onde o pentecos-talismo dentro e fora da igreja tornou-se uma forma cristã de viver, onde o espírito parece estar movimentando vidas e institui-ções como em raras ocasiões, é preciso discernir os frutos da sua presença. E o fruto maior é o da liberdade.

A manipulação das consciên-cias em vista de lucro e de poder é um pecado contra o espírito. A mentira leva à morte e o abuso é resistência ao amor. O povo que carrega a coroa é um sinal elo-quente de esperança num poder libertador, e os ritos anuais lem-bram aos poderes de plantão que são passageiros e que provarão do próprio veneno, pois não se abusa impunemente dos fi lhos e fi lhas do Divino.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

Num século onde o pen-tecostalismo dentro e fora da Igreja tor-nou-se uma forma cristã de viver, onde o Espírito parece estar movimen-tando vidas e instituições como em raras ocasi-ões, é preciso discernir os frutos da sua presença. E o fruto maior é o da liberda-de”

Pentecostes

Olho da [email protected]

A torcida brasileira abre as portas e as janelas e põe as unhas de fora: verde, amare-lo, azul e branco. De repente é aquela corrente para frente, parece que todo o Brasil deu a mão e fi cou sem os anéis, todos ligados na mesma emoção. Salve a seleção! Salve a seleção! Salve a seleção!

IONE MORENO

Precisamos defi nir o que é uma jornada exaustiva e o que é um trabalho degradante, que pode mudar de um estado para outro [...]. Em São Paulo, por exem-

plo, um trabalhador pode achar degradante trabalhar sem ar-condicionado e sem água. No Amazonas, tem trabalhador que trabalha precisando dormir em rede

Romero Jucá, senador (PMDB-RR) intervém na discussão sobre a promulgação da PEC que permite a expropriação

de imóveis onde forem fl agrados trabalhadores em situação análoga à escravidão. Romero encontra difi culdades em

defi nir “jornada exaustiva” e “trabalho degradante”, que, para ele, não seriam iguais em todo o país.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 A5Política

Orçamento impositivo na pauta

CÂMARA FEDERAL

O plenário da Câmara dos Deputados pode vo-tar na próxima semana os destaques à proposta do orçamento impositivo de emendas parlamentares (PEC 358/13). A propos-ta, de autoria do Senado, obriga a União a executar as emendas parlamentares no montante de até 1,2% da receita corrente líquida.

Os destaques pendentes pretendem retirar do texto regras sobre os limites mí-nimos de aplicação de recur-sos federais em saúde. Esse ponto faz parte do acordo fechado pelo governo com o Senado quando a matéria

tramitou naquela casa. A ma-téria está pautada para ses-são extraordinária marcada para terça-feira à noite.

FarmacêuticoNa sessão ordinária de ter-

ça-feira, os deputados po-dem analisar o projeto de lei 4385/94, do Senado, que re-gulamenta a presença de far-macêuticos em farmácias.

De acordo com o substitu-tivo da Comissão de Defesa do Consumidor, de autoria do deputado Ivan Valente (Psol-SP), o estabelecimento deverá ter um farmacêutico exclusivo de plantão durante todo o funcionamento e não

poderá exibir propaganda de medicamentos.

Ministro do TCUAinda na sessão ordinária,

o plenário precisa votar o projeto de decreto legisla-tivo 1.472/14, do Senado, que indica Bruno Dantas Nascimento para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), na vaga que cabe àquela casa indicar.

Bruno Dantas Nasci-mento já foi conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Deputados planejam votar pautas pendentes nesta semana que se inicia na Câmara Federal

JBATISTA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

MPF quer evitar manobras de candidatos fichas sujasÓrgão federal quer fazer valer a Lei da Ficha Limpa nestas eleições e criou sistema para cadastrar potenciais inelegíveis

O cenário para candi-datos fichas sujas será ainda mais difícil nas eleições

deste ano. Pelo menos é que planeja o Ministério Público Federal (MPF). Aprovada em 2010 e, em vigor desde 2012, quando aconteceu as eleições municipais, a Lei da Ficha Limpa deve ser testada, nova-mente, no pleito de 2014.

Para evitar que candida-tos potencialmente inelegí-veis consigam liminares para suspensão de condenações na Justiça e, assim, driblar a impugnação de suas can-didaturas, o Ministério Pú-blico Eleitoral irá detectar as manobras a partir de um sistema de acompanhamento junto aos Tribunais de Contas do Estado e da União.

Em fase de construção do esquema de operação que será executado nas eleições, a Procuradoria Regional Elei-toral (PRE) deverá mapear junto aos tribunais todas as liminares de suspensão de condenações, concedidas no último pleito e ainda em vi-gor para, desta forma, criar um banco de dados atrelado ao levantamento dos fichas sujas do Estado. Para eventu-ais manobras de potenciais inelegíveis, a PRE pedirá à Justiça que notifique o órgão quando houver tentativas de burlar a lei.

A Procuradoria aposta que o acompanhamento dará mar-gem de atuação para recor-rer dos pedidos antes que os inelegíveis prossigam com a candidatura. A lei foi feita para barrar nas urnas pessoas con-

denadas em órgão colegiado, mesmo sem o trânsito em jul-gado, por crimes graves como: racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas. A inelegibili-dade é de 8 anos.

Haverá novidades também no sistema de coleta das fi-chas criminais estaduais. No início de maio, o MPF enviou requerimentos a 18 órgãos do Estado para que alimentem o sistema Sisconta com os dados criminais de cidadãos, servidores públicos e políticos. Até o início deste mês, quase 6 mil potenciais fichas sujas foram cadastrados no sistema por nove órgãos. O restante das entidades consultadas não soube usar o sistema e tiveram o prazo prorrogado.

O MP ainda espera aumen-tar essa lista após o envio dos dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) e a da Jus-tiça Federal, antes de revisar o sistema. O Poder Judiciário local cadastrou 1.054 nomes, a maioria não pertencente à classe política, que tiveram condenações nos últimos anos. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM), enviou 3 nomes; Tribunal de Contas do Estado (TCE), 241; Ministério Público do Estado (MPE), 5; governo, 435; Controladoria-Geral do Estado (CGE), 377. A Câmara Municipal de Manaus (CMM) cadastrou 13 nomes e a Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), 5 inelegíveis. Os dados são do Ministério Público Federal.

Nas eleições municipais de 2012, 600 nomes estiveram na lista de fichas sujas, com 81 pedidos de impugnação, dos quais dez atingiam candidatos à prefeituras municipais. Ministério Público Federal está montando base de dados com nomes de pessoas que foram condenadas e que ficarão inelegíveis

DIVULGAÇÃO

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

A05 - POLÍTICA.indd 5 7/6/2014 11:08:47

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Governo pagou (sem sa-ber) protesto dos índios

A manifestação de um grupo de índios, em 27 de maio, que fi cou conhecida pelas fl echas atiradas con-tra policiais e motoristas, foi bancada com recursos federais. E sem que o gover-no soubesse. Acionada para investigar o caso, a Polícia Fe-deral identifi cou servidores e antropólogos ligados ao go-verno federal ou fi nanciados com recursos públicos, por trás do inesperado protesto dos índios.

Como gadoRecursos públicos tam-

bém foram usados pelos antropólogos ligados à Fu-nai e Funasa, ilegalmente, para levar índios a Brasília como gado.

Causa própriaONGs fi zeram os índios pro-

testar contra o projeto de transferir a demarcação de terras ao Congresso. O proje-to retira poder das ONGs.

Bucha de canhãoExibindo cocares que lem-

bravam fi lmes de faroeste americano, índios foram conduzidos à passeata que acabou em pancadaria e fl e-chadas.

HesitaçãoO Planalto avalia a opor-

tunidade de a PF indiciar e entregar à Justiça servido-res e antropólogos que es-tavam por trás da baderna indígena.

Maus-tratos de Dilma po-dem virar atração na TV

A oposição trabalha para levar à TV, na campanha, testemunhos de funcionários dos palácios do Planalto e da Alvorada supostamente ofendidos pela presidente Dilma. Como o caso da ca-

mareira que teria tomado uma bordoada, após pegar um colar diferente do soli-citado pela patroa tempera-mental. Ou os médicos e mi-litares, ajudantes de ordem, que, maltratados, passaram a enfrentar até problemas emocionais.

InsuportávelEntre as histórias mais mar-

cantes de bullying de Dilma: levou uma ofi cial da Marinha, indignada, a abandonar sua ajudância de ordens.

Eu avisei...Ex-ministro muito ligado a

Dilma, hoje em campanha no seu Estado, chegou a adverti-la para possível denúncia de serviçais maltratados.

ExcessosImpaciente e intolerante

a falhas, Dilma dá broncas consideradas desproporcio-nais sem olhar a quem, de ministros à camareiras.

Boca malditaNelson Bocaranda, o blo-

gueiro do jornal El Universal (Venezuela), que primeiro anunciou o câncer de Hugo Chávez, diz que a doença de Lula voltou, obrigando visitas de madrugada ao hospital Sírio Libanês.

Temer faz ofensivaÀs vésperas da convenção

do PMDB, nesta terça (10), o vice Michel Temer passa o fi m de semana em Brasília ao telefone, em busca de votos favoráveis à reedição da aliança com a presidenta Dilma.

Viés de baixaEduardo Campos (PSB)

perdeu 4 pontos percentu-ais e Dilma (PT) 3, na dispu-ta presidencial, segundo o Datafolha. Ambos fora da margem de erro. Aécio Neves

(PSDB), mais estável, oscilou apenas 1%.

Nova sensaçãoO presidenciável Pastor

Everaldo (PSC) caminha para se transformar na sensação da campanha. Sua ligação a Marcos Feliciano (PSC-RJ), terror do mundo gay, não parece atrapalhar seu de-sempenho.

PP de voltaFilho do senador Benedito

de Lyra (PP-AL) e enrolado com o doleiro Alberto Yous-sef, preso pela Polícia Fede-ral, o deputado Arthur Lira apareceu na última reunião do blocão, que se rebelou contra o Dilma.

SansãoO senador Renan Calheiros

(PMDB-AL), neo-cabeludo após implante, tenta desco-brir quem o apelidou de “San-são”, após a valentia contra servidores. A brincadeira é dos amigos da “governança” do Senado.

Areia movediça O PT-SC, que lançou Cláu-

dio Vignatti ao governo, está uma arara com a presidenta Dilma, que rasgou seda na última sexta ao governador Raimundo Colombo, do PSD, que está longe de apoiá-la no Estado.

CirculandoDe nada resolveu a car-

teirada de Marcio Lacerda (PSB), prefeito de BH, na tentativa de receber a se-leção chilena no aeroporto. Foi barrado por militares da Aeronáutica para não “atra-sar o desembarque”.

Pensando bem......teremos Copa com fatura-

mento Fifa, estádios padrão Lula, transportes estilo Cuba e preços nível Noruega.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Não pretendemos que este tema se sobre-ponha aos demais”

PRÉ-CANDIDATO A PRESIDENTE DO PARTIDO VERDE, Eduardo Jorge, sobre a “natureza”

PODER SEM PUDOR

Bisturi rápidoApós uma homenagem ao Dia da

Mulher, na Assembleia Legislativa da Paraíba, uma loura estonteante de “magnífi cos e exuberantes seios”, como relatou Hélder Moura no Correio da Paraíba, passou pelo médico e deputado Antônio Ivo. Boquiaberto, cutucou o deputado Inaldo Leitão:

- Eu em cima de uns peitos desses...Só então Ivo notou que sua própria mulher ouvira o gracejo. E o desafi ou:- O que é que você fazia, Antônio Ivo?!...Ele, em cima da bucha:- ...eu pegava o meu bisturi e fazia uma plástica de torar!

A convocação da presidente da Petrobras para abrir a fase de depoimentos da CPI Mista é uma surpresa para a casa

CPI da Petrobras ouvirá Graça Foster na quarta

Graça Foster volta a depor no Congresso sobre a compra da Refi naria de Passadena, nos EUA

A presidente da Petro-bras, Graça Foster, será ouvida pela CPI Mista da Petrobras

na quarta-feira (11), às 14h. Será a quarta vez que Graça Foster comparecerá ao Con-gresso Nacional para explicar a compra da Refi naria de Pa-sadena, nos Estados Unidos, além de outras denúncias con-tra a estatal.

A convocação da presiden-te da Petrobras para abrir a fase de depoimentos da CPI Mista é uma surpresa, uma vez que o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou em entrevista, na terça-feira passada, dia 27, que a fase de depoimentos poderia co-meçar com o ex-diretor Paulo Roberto Costa, que chegou a ser preso pela Polícia Federal na operação Lava a Jato.

“Vamos analisar todas as informações, mas acho que Paulo Roberto Costa, que já está convocado pela CPI do Senado, pode ser um bom começo para a CPI mista. Isso dependerá de outras decisões” disse o relator.

O presidente da CPI Mis-

ta, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) considerou que o “ponta pé” inicial não poderia ser outro, senão com a Gra-ça Foster. Apesar de ela já comparecido para apresen-tar explicações ao Congres-so, Vital do Rêgo aposta que pode haver novidades.

“A presidente reiterará o

seu posicionamento, até por-que ela vem tomando essa posição ao longo das últimas presenças em comissões. Só que nós vamos ter um debate e os senadores e deputados que solicitaram a presen-ça dela acreditam que isso suscitaria, efetivamente, um novo direcionamento, por-

que outros deputados e se-nadores estão com dúvidas”, declarou.

Ao depor à CPI da Petrobras do Senado no final de maio, Graça Foster reafirmou que a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), “não foi um bom negócio” e que hoje a estatal brasileira não o realizaria.

“À luz da situação atual, os números mostram que não foi um bom negócio. Num fu-turo próximo é possível que haja melhorias, mas hoje, com a decisão do refino no Brasil, com a descoberta do pré-sal e com um mercado interno crescente, não é mais prioridade. Mas lá atrás em 2006, foi considerado [um negócio] potencialmente bom”, afirmou Graça.

ConvocadosNa terça passada (3), foi

aprovado um bloco com cerca de 230 requerimen-tos para ouvir dezenas de pessoas e para obter acesso à cópia das investigações da operação Lava a Jato, incluindo as quebras de sigilo dos envolvidos.

CONVOCAÇÃONa terça-feira pas-sada, dia 3, foi apro-vado um bloco com cerca de 230 reque-rimentos para ouvir dezenas de pessoas e obter acesso à cópia das investigações da operação Lava a Jato

DIVULGAÇÃO

O ex-diretor de Abasteci-mento da Petrobras Paulo Roberto Costa depõe à CPI da Petrobras no Senado na terça-feira (10), a partir de 10h15.

Ele deve prestar infor-mações sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, entre outros temas.

O ex-diretor da estatal foi preso em março pela

Polícia Federal, na opera-ção Lava a Jato, que inves-tigou esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele acabou solto, dois meses depois, por uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.

Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo” no início de junho, Paulo Roberto Costa assegurou que não houve superfaturamento nas obras de Abreu e Lima.

Segundo ele, a Petrobras divulgou o valor da obra em US$ 2,5 bilhões, sem saber quanto a refinaria custaria de fato: “Foi conta de padeiro”, disse.

O ex-executivo declarou ainda que recebeu do do-leiro Alberto Youssef, em 2013, uma proposta para prestação de consultoria, pois o doleiro estava com-prando a empresa Ecoglo-bal, que assinaria um con-trato com a Petrobras.

Ex-diretor depõe na terça-feira

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MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 A7Com a palavra

O Gilberto conseguiu montar uma filosofia políti-ca e as cam-panhas que vieram depois exigiu uma mudança de comportamen-to. Acabou-se a questão de administrar a cidade dentro de um gabi-nete”

Fui apre-sentado ao segmento pelo saudo-so Gilberto Mestrinho, que era meu tio e padri-nho de ba-tismo. Talvez eu seja o único dis-cípulo dele ainda em atividade”

Descendente de uma família política tradi-cional do Amazonas, Miguel Capobiango

Neto, tinha tudo para ser o “ho-mem da Copa”. Mas, faltando 15 dias para o início do Mundial entregou sua carta-renúncia do cargo de coordenador-geral da Unidade Gestora da Copa (UGP-Copa). Sem demonstrar nenhum arrependimento, decla-rou que resolveu tomar essa atitude porque sentiu que já havia cumprido a sua missão.

Sobrinho e afilhado do ex-governador Gilberto Mestrinho – morto em 2009 - Biango, como é mais conhecido, se diz um discípulo do “boto navegador” e confessa que tudo que aprendeu sobre o cenário político foi com Mestrinho. Filiado há 30 anos no PMDB, ele ocupa há duas déca-das o cargo de secretário-geral do partido e afirma estar se preparando para encarar mais uma campanha política.

Com um vasto currículo na carreira pública, o ex-deputado estadual já atuou com todos os políticos após a era Mestri-nho. “Tenho boas entradas com todos. Trabalhei com Eduardo Braga, José Melo, Omar Aziz, Serafim Corrêa, Amazonino Mendes e Luiz Alberto Carijó”, disse.

Apaixonado por futebol e o torcedor do Fluminense, ele dis-se que independente de cargo estará na Arena da Amazônia nos quatro dias de jogos como um torcedor. Em uma entrevista ao EM TEMPO dois dias após anunciar oficialmente sua saída, o ex-gestor da UGP Copa falou sobre futebol, da construção da arena, dos desafios políticos no Amazonas, da sua ligação com Gilberto Mestrinho, e dos 3 anos e meio em que esteve à frente da UGP-Copa.

EM TEMPO – Faltando 15 dias para o início dos jogos na Arena da Amazônia o senhor deixou o cargo. Por que tomou essa decisão?

Miguel Capobiango – Esta-va aguardando o momento em que eu sentisse que o projeto não precisaria mais de mim. Estimava que no dia 22 de maio, quando passássemos a Arena da Amazônia para a Fifa, eu poderia ter a tranquilidade de sair e as coisas continuassem no rumo certo. Mas, antes de sair consegui distribuir todos os pro-jetos e planos operacionais para as secretarias que já vinham nos ajudando em todos esses anos. Fazendo isto, fiquei bem à vontade para deixar a pasta e intensificar meu trabalho em outras ações.

EM TEMPO – O senhor é secretário-geral do PMDB,

partido do senador Eduar-do Braga e trabalhava em uma secretaria ligada a José Melo, principal opositor de Braga nas próximas elei-ções. Houve pressão política para deixar a UGP?

MC – Não. Na verdade, a minha saída era uma situação que eu já havia previsto desde o início do ano, quando percebi que essa conjuntura política iria ocorrer no mesmo período dos jogos. Quando houve o desliga-mento do ex-governador Omar Aziz (PSD) e a passagem de comando para o atual gover-nador José Melo (Pros) essa minha situação foi bastante conversada com ambos e com o presidente do meu partido, Eduardo Braga. Todos queriam que tudo ocorresse bem durante os jogos, por isso, aceitei ficar até o momento de entregar o estádio para Fifa.

EM TEMPO – No fim do mês passado o senhor entregou uma carta-renúncia na sede do governo e depois voltou atrás, ficou mais uma sema-na no cargo e se desligou novamente. O que aconteceu de fato?

MC – Eu renunciei ao cargo há 15 dias, mas fiz isso devagar. Antes da última reunião com a Fifa, que estava marcada para dia 19 de maio, conversei com o governador José Melo e anunciei que aquele encontro seria o úl-timo. No dia 28 dei entrada na minha carta e, na mesma noi-te, o secretário Extraordinário, Evandro Melo, convocou uma reunião com todas as pastas envolvidas para definir sobre essa transição dos trabalhos. Mas eu me coloquei à dispo-sição a todo o momento para resolver dúvidas e questões li-gadas à UGP Copa. Não foi uma questão de voltar atrás. Estava apenas colaborando para que tudo ocorresse bem. E no dia 2 de junho, o governador José Melo anunciou a minha saída definitiva.

EM TEMPO – E em que con-dições a Arena da Amazônia foi entregue para a Fifa?

MC – Passamos a obra pra-ticamente pronta, o que está sendo feito agora são apenas preparações para que o está-dio possa atender a todas as demandas operacionais de um evento desta magnitude, mas esses são elementos de res-ponsabilidade da própria Fifa. Situações como as instalações das operadoras de celulares e questão de internet. Estão acon-tecendo também ações no en-torno da arena para dar melhor comodidade ao público.

EM TEMPO – Durante mais de 3 anos e meio o senhor respirou futebol e na hora de ver o resultado deste traba-

lho saiu de campo. Não sentiu arrependimento?

MC – Não, sempre fui muito dedicado às questões públicas. Fui apresentado ao segmento pelo saudoso Gilberto Mestri-nho, que era meu tio e padrinho de batismo. Talvez eu seja o único discípulo dele ainda em atividade, e essa vaidade de querer ser o nome da Copa não me seduz. Para mim foi tranquilo tomar essa decisão.

EM TEMPO – O senhor vai acompanhar os jogos na arena?

MC – Sem sombra de dúvi-das, vou como torcedor, sou um dos maiores entusiastas desta competição.

EM TEMPO – Qual será o legado na Copa do Mundo para o Amazonas?

MC – Com certeza a oportu-nidade de mostrar o Amazonas para o mundo. Neste período de Copa vamos receber pes-soas e jornalistas de todos os lugares do planeta e essa será uma grande vitrine para atrair investimentos turísticos. Que-remos deixar a sensação de que o nosso Estado merece ser visitado, que moramos em um local lindo que contempla o maior Distrito Industrial e que tem a capacidade de multipli-car investimentos e negócios. Será a nossa oportunidade de mostrar que somos uma cidade cosmopolita e não regional.

EM TEMPO – Ainda duran-te a construção da arena hou-ve acidentes que vitimaram alguns trabalhadores. Como lidou com isso?

MC – Foi muito crítico. Os dois trabalhadores que falece-ram dentro da arena eu não tive a oportunidade de conhecê-los pessoalmente, mas sei da cola-boração individual que cada um deu para aquela construção. O primeiro caso foi do Raimundo Nonato, que caiu à noite de uma laje, até hoje de forma inexplicável. O acidente dele ocorreu no momento em que os demais operários estavam em um horário de descanso e ninguém sabia o que o Rai-mundo estava fazendo sozinho naquele local. Esse fato ocasio-nou um clima terrível na arena durante semanas. O segundo, foi do cearense Marcleudo, que iria fazer aniversário no dia seguinte da sua morte (lágri-mas). Isso foi muito doloroso a todos. Teve também o caso do operador Antônio Martins, que não morreu na dentro da obra, mas sim no entorno, quando es-tava desmontando o guindaste. Ele foi quem fez a montagem instrumentária da arena. Sou muito grato a todos.

EM TEMPO – E como foi o trabalho de adequação com

os outros setores?MC - Conseguimos fazer um

trabalho integrado muito bom. Seja na segurança ou saúde. As entidades de classe também estiveram permanentemente conosco. Fizemos um trabalho muito grande com as Forças Armadas. A Prefeitura de Ma-naus também esteve a todo o momento muito presente e aliada ao nosso trabalho. Foi o trabalho de muita gente, e que deu certo.

EM TEMPO – O senhor teme que possíveis manifes-tações durante os jogos pos-sam atrapalhar o evento?

MC – As manifestações são direitos conquistados com mui-ta dificuldade pela população brasileira. É legítimo e deve ser garantido a todos e temos que estar atentos para corrigir rumos que não estão bem. O que precisa ser evitado são as badernas e manifestações com agressões.

EM TEMPO – Quando se construiu a arena houve mui-ta discussão sobre a demoli-ção do “Vivaldão”. O senhor acredita que acertou em ter derrubado o antigo estádio e levantar outro?

MC – A maior certeza de que fiz o melhor foi quando o Ama-deu Teixeira, que era um dos grandes críticos sobre a demo-lição do antigo estádio, entrou na arena. Depois que ele viu o que conseguimos e percebeu que não teríamos condições de fazer no antigo Vivaldão o que fizemos com a arena, mudou o conceito. Vi isso nos olhos dele. E foi neste momento que tive a conclusão que estávamos no caminho certo.

EM TEMPO – Outra crítica é sobre o que será feito com o estádio após a Copa do Mundo. Falam que será um novo “elefante branco”...

MC - Falavam a mesma coisa do sambódromo quando estava em construção, e hoje aque-le espaço é uma das áreas mais utilizadas da cidade para grandes eventos. Tenho certeza que a arena também será bem utilizada.

EMTEMPO – Herdeiro po-lítico de Gilberto Mestrinho, como analisa o cenário polí-tico atual?

MC – O Gilberto conseguiu montar uma filosofia política. Todas as campanhas que vie-ram depois exigiu uma mudança de comportamento. Acabou-se aquela questão de administrar a cidade dentro de um gabinete. E isso se manteve até hoje, pas-sando por Amazonino Mendes, Eduardo Braga e Omar Aziz, que inclusive saiu com uma popu-laridade alta. Todos tiveram a mesma origem política.

‘Sou UM discípulo de GILBERTO Mestrinho’

Miguel CAPOBIANGO

Estava aguardando o momento em que eu sentisse que o projeto não precisaria mais de mim. Estimava que no dia 22 de maio quando passássemos a Arena da Amazônia para a Fifa, eu poderia ter a tranquilidade de sair e as coisas continuassem no rumo certo”

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

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EconomiaCa

dern

o B

[email protected], DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

Mercado de fl ores no Dia dos Namorados

DIEGO JANATÃ

EconomiaCa

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o B

[email protected], DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

Mercado de fl ores no Dia dos Namorados

DIEGO JANATÃ

A venda direta é um mercado de rápido al-ternativo de fonte de renda extra que passa

a ser ocupado por pessoas com ocupação de trabalho formal, mas, que adotam a opção para assegurar um incremento nas fi nanças do mês. Consultoras de diversas marcas ouvidas pelo EM TEMPO afi rmaram que, quem revende produtos ou serviços do segmento pode garantir um ganho maior até 300% o valor da folha de pa-gamento do emprego.

A comerciária Rodiane Guer-reiro Gomes conta que há 6

anos entrou para esse mer-cado de vendas in-

dependentes e não saiu mais.

De acordo ela, tudo co-meçou pela s i m p l e s curiosida-de, mas, depois das primeiras ve n d a s

percebeu que o negócio era vantajoso. “Vi que era possível ter uma renda igual e às vezes superior ao meu salário”, diz Rodiane, que conseguiu conci-liar o emprego com as vendas diretas e atualmente revende produtos de maquiagens, per-fumes e joias.

O faturamento com as ven-das diretas, de acordo Rodiane varia mês a mês, contudo, ela afi rma que geralmente conse-gue alcançar 100% de lucro. “Às vezes brinco dizendo que tenho dois empregos”, comenta Rodiane. A consultora ressalta que em mês que tem datas especiais, como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Natal,

ela consegue ultrapassar esse percentual por conta do cres-cimento na demanda. “Quando têm datas importantes no mês, o faturamento chega a mais de 200%”, revela.

Outra que também não largou o emprego formal por conta das vendas diretas foi a assessora parlamentar da Câmara Muni-cipal de Manaus (CMM), Joana D’Arc de Souza Pinho. Ela lembra que há 6 anos revende produtos de beleza, perfumes e bijuterias. “A alternativa possibilita que eu trabalhe em horários fl exíveis, desta forma, consigo conciliar

com outras atividades”, avalia.Joana D’Arc afi rmou que o

resultado da venda indepen-dente de perfumes, produtos de beleza e bijuterias sempre é superior ao obtido em seu emprego normal. Segundo ela, o ganho é aproximadamente de 40% a 50% superior ao seu salário. “Esse valor pode ser ultrapassado nos meses com datas comemorativas”, frisa.

ExclusividadeO mercado de vendas diretas

em Manaus se mostra forte como nas outras cidades do país. Estudo divulgado em abril pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) mostrou que o mer-cado de vendas diretas atingiu no planeta R$ 41,6 bilhões em volume de negócios, em 2013, um crescimento de 7,2% em relação ao ano anterior.

Os números do segmento são atrativos a ponto de fazer com pessoas como a matemática Vanessa Maquiné deixasse os negócios da família no ramo do comércio para se dedicar exclusivamente ao segmento, e alcançar novos níveis na car-reira. Depois de iniciar como consultora, Vanessa descobriu o lado lucrativo das vendas di-retas e chegou ao posto de diretora independente.

Segundo ela, logo que se tor-nou consultora de uma marca de maquiagem, os ganhos com as vendas ultrapassaram em até 300% o valor dos seus ganhos no negócio familiar. “Com a pos-sibilidade de ser diretora local da marca, saí do trabalho que estava e fi quei apenas reven-dendo os produtos. Desta forma consegui triplicar a minha renda e alcançar o posto de diretora”, conta Vanessa.

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

Segmento que rendeu R$ 41,6 bilhões no mundo, em 2013, garante até 300% lucros sobre o salário de emprego formal

Vendas diretas que criam mulheres empreendedoras

RANKINGA Direct Selling News apontou as dez maio-res empresas de venda direta do mundo. São elas: Amway, Avon, Herbalife, Vorwerk, Mary Kay, Natura, Nu Skin, Tupperware, Bel-corp e Orifl ame

O atendimento personali-zado, a exclusividade e a falta de tempo são alguns dos principais motivos que fazem as pessoas recorrerem aos serviços de vendas diretas. “O atendimento realizado em casa ou no trabalho faz a diferença. O cliente sente-se importante. Além disso, essa é uma tendência das grandes cidades”, afi rmou Dauditis Soares, consultora Natura.

Os principais clientes de acordo com as consultoras são as pessoas que fazem parte das relações de ami-zade, colegas de trabalho, vizinhos e familiares em ge-ral. “Existem épocas que saio para captar novos clientes

como, por exemplo, no Dia das Mães. Monto uma expo-sição com os produtos em um determinado local e divulgo o meu trabalho para pessoas que não fazem parte do meu dia a dia”, diz Rodiane.

Joana revela que, além dos clientes fi xos, ela é procurada por pessoas que recebem indicação de amigos sobre o trabalho dela. “Faço de tudo para atender a todos e como, às vezes, não dá para ir para a casa das pessoas, monto pacotes com os produtos dis-poníveis e envio por e-mail, redes sociais e whastapp para meus clientes. Assim, eles analisam os produtos e fazem os pedidos”, conta.

Atendimento é o diferencial

Vanessa lidera grupo de mulheres que conquistam mercado

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

UNI LA SALLE

PÁGINADIGITAL [[email protected]]Tricia Cabral

Layout: Mário Henrique Silva

>>>> O game “Plants vs. Zombies Garden Warfare” será lançado para PlaySta-tion 3 e PlayStation 4 no dia 19 de agosto, anunciou a Sony em seu blog ofi cial. Até então, a adaptação para o gênero de tiro em tercei-ra pessoa da guerra entre plantas e zumbis só estava disponível para Xbox 360 e Xbox One.

> > > > C u i d a d o , companheiro(a)! O Face-book Brasil e pelo menos quatro usuários vão ser investigados pela Polícia Federal por causa de ata-ques ao PT e ao ex-mi-nistro Fernando Pimentel, que deve se candidatar ao governo de Minas Gerais nas eleições deste ano. O Partido dos Trabalha-dores entrou com uma ação pedindo que seja apurada a responsabili-dade da rede social em crimes eleitorais que estariam sendo come-tidos por usuários anô-nimos em grupos do Fa-cebook. Esses usuários, de acordo com o partido, estariam caluniando e difamando o PT.

Bits &bytes

1) Cristiano Ronaldo (Por-tugal/foto ao lado): 26,5 mi-lhões de seguidores

2) Neymar Júnior (Brasil): 10,7 milhões de seguidores

3) Wayne Rooney (Ingla-terra): 8,76 milhões de se-guidores

4) Andrés Iniesta (Espa-nha): 8,65 milhões de se-guidores

5) Mesut Özil (Alemanha): 5,78 milhões de seguidores

6) Sergio Ramos (Espa-

nha): 4,42 milhões de se-guidores

7) Daniel Alves (Brasil): 4,36 milhões de seguidores

8) Juan Mata (Espanha): 3,58 milhões de seguidores

9) David Luiz (Brasil): 2,45 milhões de seguidores

10) Iker Casillas (Espanha): 1,6 milhão de seguidores

11) Miguel Layun (México): 414 mil seguidores

FONTE: EXAME

∞ Os 11 jogadores de futebol mais seguidos no Twitter

A Apple já prepara a aplicação do iOS 8, sistema para iPhone e iPad. A

principal novidade diz respeito às noti-fi cações “inteligentes”. Ao receber uma mensagem, por exemplo, o usuário não precisará sair do aplicativo que está

usando para interagir com ela. Será ne-cessário apenas arrastar a janela para baixo para responder.

Outra novidade do iOS 8 é uma “central de saúde”, chamada Health – já disponível

em aparelhos da Samsung. Na essência, ele coletará informações de alimentação, bati-mento cardíaco e atividade física de outros sistemas e fará gráfi cos interativos. Destaque

também para o novo teclado do iOS 8, chamado QuickType, que vai sugerir palavras enquanto o usuário digita.

Moral da história: enquanto a Ap-ple ia com o trigo, a Samsung voltava com o pão.

∞ ‘Novidades’ da Apple ∞ Vem aí o Galaxy S5 Mini

A incansável Samsung não para de lançar um aparelho atrás do outro e como já virou costume – vide S3 e S4 -, vem aí o fi lhote do S5, o S5 Mini (foto). Ele vem equipado com tela de 4,5 polegadas, display de 720p Super Amoled e câmera de 8 megapixels. Igualzinho ao irmão mais velho, o S5 Mini também vem com o painel traseiro perfu-rado. Se será à prova d’água ainda não se sabe ao certo, assim como o preço defi nido do novo brin-quedinho da multinacional sul-coreana.

A Apple já prepara a aplicação do iOS 8, sistema para iPhone e iPad. A

principal novidade diz respeito às noti-fi cações “inteligentes”. Ao receber uma mensagem, por exemplo, o usuário não precisará sair do aplicativo que está

usando para interagir com ela. Será ne-cessário apenas arrastar a janela para baixo para responder.

Outra novidade do iOS 8 é uma “central de saúde”, chamada Health – já disponível

em aparelhos da Samsung. Na essência, ele coletará informações de alimentação, bati-mento cardíaco e atividade física de outros sistemas e fará gráfi cos interativos. Destaque

também para o novo teclado do iOS 8, chamado QuickType, que vai sugerir palavras enquanto o usuário digita.

Moral da história: enquanto a Ap-ple ia com o trigo, a Samsung voltava com o pão.

∞ ‘Novidades’ da Apple

B02 - ECONOMIA.indd 2 6/6/2014 23:51:16

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Gado ‘made in Amazonas’Apesar da pouca tradição na pecuária, o Estado tem exportado bovinos para outras regiões brasileiras para auxiliar no abastecimento do país com a carne produzida em Boca do Acre, município que é dono do maior rebanho no interior

Apesar da pouca tra-dição na pecuária, o Amazonas tem ex-portado bovinos para

auxiliar no abastecimento do país. O feito vem dos produ-tores de Boca do Acre (1.028 quilômetros de Manaus), onde a atividade pecuária repre-senta em torno de 85% da economia do município.

De janeiro a maio, o mu-nicípio, que possui rebanho de 365 mil cabeças de gado, exportou 988 bovinos para abate e 5.924 animais para engorda. A negociação é fei-ta, principalmente, com Acre, Rondônia e Minas Gerais.

O presidente da Agência Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), Sérgio Mu-niz, explica que o interesse do mercado nacional pelo gado de Boca do Acre está relacionado a um produto de excelente qualidade.

O município é reconhecido como área livre de febre af-tosa com vacinação, conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Ministé-rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“Nosso gado está isento de hormônio ou contaminantes, além de estar numa região que é rica em matéria-prima com água em abundância, pastagem adequada e clima bom para o rebanho”, afirma o presidente da Adaf.

Para ser aceito pelos fri-goríficos nacionais, o animal tem que ter carcaça superior a 250 quilos e o gado do su-deste brasileiro, neste período de estiagem, segundo Sérgio Muniz, não atinge o peso ideal para o abate, dando vez ao re-banho de Boca do Acre que se torna alternativa por possuir as condições exigidas.

O governo investe na qua-lidade do rebanho bovino de Boca do Acre, por meio de trei-namentos, cursos e palestras ministradas pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuá-rio e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam).

O Estado é o único do país onde o governo subsidia a vacina contra a febre astosa, principal doença que acomete o rebanho. O valor comercial da dose é de R$ 1,54. Com o subsídio, porém, o produtor paga só R$ 0,60.

Gado criado em Boca do Acre é cobiçado por outros Estados devido a sua qualidade e ao fato de estar livre da febre astosa

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ULG

AÇÃO

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LEITEA pecuária leiteira no AM, também, está em expansão com ani-mais de alto padrão leiteiro e a tendência desses animais se-rem exportados para Acre, Rondônia e Minas Gerais

Termina hoje a 3ª Exposi-ção Agropecuária de Boca do Acre (Expoboca), que é realizada no parque de ex-posições agropecuárias do município localizado no qui-lômetro 12 da BR-317.

A feira conta com exposi-ção da agricultura familiar, leilão, rodeio, cavalgada,

shows musicais com atra-ção nacional, exposição de animais, insumos, produtos veterinários e maquinário agrícola, além de financia-mentos. Durante o evento acontece palestras com te-máticas voltadas ao setor primário, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR).

A Expoboca é realizada pelo Sindicato Rural de Boca do Acre, com apoio do Sis-tema Federação de Agricul-tura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea) e do Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural (Senar Ama-zonas), governo do Estado, por meio do Sistema Sepror,

prefeitura de Boca do Acre e empresas privadas.

ExpectativaSegundo o presidente do

Sindicato Rural do município e coordenador da feira, Ildo Gardingo, a expectativa é re-ceber quase 30 mil pessoas e movimentar R$ 3 milhões.

Expoboca deve movimentar R$ 3 milhões

B03 - ECONOMIA.indd 3 6/6/2014 23:29:43

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 B5MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 B5

As fl ores como um presente apaixonadoMercado aponta que no Dia dos Namorados a procura por buquês e arranjos é maior que no Dia das Mães e aposta em vendas maiores 15% frente ao mesmo período de 2013

As mães talvez não sai-bam disso, mas, são as namoradas dos fi lhos que ganham mais fl o-

res que elas. É o que afi rmam proprietários de fl oriculturas de Manaus, que esperam com otimismo para o próximo dia 12 de junho, Dia dos Namora-dos, um crescimento na venda de buquês de até 15% com relação ao ano passado.

Segundo a empresária do ramo, Márcia Barros, há pelo menos duas semanas, a sua fl oricultura iniciou o registro de encomendas de arranjos fl orais a serem entregues nos dias 11 e 12 de junho. Mas conforme a proprietária da Laços Eter-nos Floricultura, localizada à rua Capibaribe, conjunto Águas Claras, bairro Novo Aleixo, Zona Norte, o movimento fi cará mais forte a partir do dia 10.

Para a proprietária da Flori-cultura Cidade Nova, avenida Noel Nutels, bairro Cidade Nova, Zona Norte, Silvia Cruz, os namorados sempre dei-xam as compras para a última hora. Ela acredita que a partir da próxima semana as vendas fi carão mais fortes. “Ouvimos que o movimento desse ano será melhor, apesar de a data

ser no mesmo dia do jogo do Brasil”, observa.

Se por um lado, a abertura da Copa do Mundo deixa al-guns empresários otimistas, por outro o tempo é de pes-simismo em relação às ven-das. Segundo o gerente da fl oricultura Flora Orquídea da Amazônia, Ronaldo Araújo do Nascimento, no ano passado, nesse período, os enamorados

fi zeram encomendas de mais de 80 pacotes de fl ores e não sobrou nenhuma.

Já nesse ano, as solicitações alcançaram apenas 60 paco-tes, segundo ele, por conta da Copa do Mundo. “Acreditamos que o evento infl uenciará um pouco nas vendas de forma negativa”, avalia o gerente da fl oricultura localizada na praça Chile, bairro Adrianó-

polis, Zona Centro-Sul, que está há de mais de 37 anos no mercado em Manaus.

Os fl oristas foram unânimes em afi rmar que a maior procura ainda é por rosas vermelhas. Mas há também outras opções, além das rosas, como as fl ores do campo. O valor varia entre as fl oriculturas, mas o preço fi nal quem faz é o cliente.

Na Flora Orquídea, por exemplo, a dúzia de rosas custa R$ 70, meia dúzia R$ 35, enquanto o valor do buquê de fl ores do campo sai ao valor de R$ 25 e os arranjos a partir de R$ 40. A fl oricultura oferece ainda cestas com fl o-res, chocolates e vinhos com preços entre R$ 500 e R$ 600. “O valor fi nal depende muito da vontade do cliente”, comentou Nascimento.

A fl oricultura Laços Eternos oferece os buquês de fl ores a partir de R$ 80 a e cestas que chegam a R$ 580. A em-presa também vende fl ores importadas cujo custo é maior. “Enquanto uma dúzia de fl o-res nacionais custa R$ 80 a de fl ores importadas varia de R$ 90 a R$ 120. A diferença está no tamanho, os botões importados são quase o do-bro dos nacionais”, explica a proprietária Márcia, que atua como fl orista há 14 anos.

ORIGEMAs fl ores nacionais en-contradas nas fl oricul-turas locais são culti-vadas em Holambra, a “Cidade das Flores”, interior do Estado de São Paulo. As impor-tadas vêm do Canadá, Equador e Colômbia

Para incrementar na ren-da, as fl oriculturas de Ma-naus oferecem no espaço diversos artigos que sim-bolizam o momento apai-xonado como ursinhos e coração de pelúcia, cartões e caixa de chocolate. Esses objetos estimulam o cres-cimento das vendas, uma vez que os consumidores compram para deixar as cestas mais românticas.

“Quando o cliente vem comprar fl ores, acaba le-vando outras coisas para tornar o presente ainda mais especial”, contou o Nascimento. O fl orista re-velou que na Flora Orquídea da Amazônia, os ursinhos de pelúcia custam a partir de R$ 70, os corações e as caixas de chocolates em torno de R$ 20 e os cartões entre R$ 15 e R$ 18.

Na Floricultura Cidade Nova, também há outros objetos para incrementar o pacote de presentes. Conforme a fl orista Silvia

Cruz, os artigos de pelúcia servem para montar cestas e arranjos especiais.

Em outras floriculturas, além dos tradicionais enfeites, os empresários investem ainda em ou-tros itens para atrair os consumidores. “O cliente tem à disposição vinho e serviço de telemensagem. Também entregamos em domicílio e não cobramos taxa de entrega”, informa a florista da Laços Eter-nos Floricultura.

A fl oricultura Flora Tropi-cal, localizada na rua Reci-fe, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul, está preparada para as encomendas do Dia dos Namorados. A empresa que trabalha somente com fl ores naturais oferece o ser-viço de Assinatura de Flores. Por meio dele é possível fazer pedidos corporativos e a empresa receberá perio-dicamente fl ores especiais no endereço cadastrado, de maneira prática e segura.

Uma cesta mais romântica

Conjuntos de rosas e fl ores do campo em fl oriculturas variam de R$ 25 a R$ 600

FOTOS: DIEGO JANATÃ

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 B5MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 B5

As fl ores como um presente apaixonadoMercado aponta que no Dia dos Namorados a procura por buquês e arranjos é maior que no Dia das Mães e aposta em vendas maiores 15% frente ao mesmo período de 2013

As mães talvez não sai-bam disso, mas, são as namoradas dos fi lhos que ganham mais fl o-

res que elas. É o que afi rmam proprietários de fl oriculturas de Manaus, que esperam com otimismo para o próximo dia 12 de junho, Dia dos Namora-dos, um crescimento na venda de buquês de até 15% com relação ao ano passado.

Segundo a empresária do ramo, Márcia Barros, há pelo menos duas semanas, a sua fl oricultura iniciou o registro de encomendas de arranjos fl orais a serem entregues nos dias 11 e 12 de junho. Mas conforme a proprietária da Laços Eter-nos Floricultura, localizada à rua Capibaribe, conjunto Águas Claras, bairro Novo Aleixo, Zona Norte, o movimento fi cará mais forte a partir do dia 10.

Para a proprietária da Flori-cultura Cidade Nova, avenida Noel Nutels, bairro Cidade Nova, Zona Norte, Silvia Cruz, os namorados sempre dei-xam as compras para a última hora. Ela acredita que a partir da próxima semana as vendas fi carão mais fortes. “Ouvimos que o movimento desse ano será melhor, apesar de a data

ser no mesmo dia do jogo do Brasil”, observa.

Se por um lado, a abertura da Copa do Mundo deixa al-guns empresários otimistas, por outro o tempo é de pes-simismo em relação às ven-das. Segundo o gerente da fl oricultura Flora Orquídea da Amazônia, Ronaldo Araújo do Nascimento, no ano passado, nesse período, os enamorados

fi zeram encomendas de mais de 80 pacotes de fl ores e não sobrou nenhuma.

Já nesse ano, as solicitações alcançaram apenas 60 paco-tes, segundo ele, por conta da Copa do Mundo. “Acreditamos que o evento infl uenciará um pouco nas vendas de forma negativa”, avalia o gerente da fl oricultura localizada na praça Chile, bairro Adrianó-

polis, Zona Centro-Sul, que está há de mais de 37 anos no mercado em Manaus.

Os fl oristas foram unânimes em afi rmar que a maior procura ainda é por rosas vermelhas. Mas há também outras opções, além das rosas, como as fl ores do campo. O valor varia entre as fl oriculturas, mas o preço fi nal quem faz é o cliente.

Na Flora Orquídea, por exemplo, a dúzia de rosas custa R$ 70, meia dúzia R$ 35, enquanto o valor do buquê de fl ores do campo sai ao valor de R$ 25 e os arranjos a partir de R$ 40. A fl oricultura oferece ainda cestas com fl o-res, chocolates e vinhos com preços entre R$ 500 e R$ 600. “O valor fi nal depende muito da vontade do cliente”, comentou Nascimento.

A fl oricultura Laços Eternos oferece os buquês de fl ores a partir de R$ 80 a e cestas que chegam a R$ 580. A em-presa também vende fl ores importadas cujo custo é maior. “Enquanto uma dúzia de fl o-res nacionais custa R$ 80 a de fl ores importadas varia de R$ 90 a R$ 120. A diferença está no tamanho, os botões importados são quase o do-bro dos nacionais”, explica a proprietária Márcia, que atua como fl orista há 14 anos.

ORIGEMAs fl ores nacionais en-contradas nas fl oricul-turas locais são culti-vadas em Holambra, a “Cidade das Flores”, interior do Estado de São Paulo. As impor-tadas vêm do Canadá, Equador e Colômbia

Para incrementar na ren-da, as fl oriculturas de Ma-naus oferecem no espaço diversos artigos que sim-bolizam o momento apai-xonado como ursinhos e coração de pelúcia, cartões e caixa de chocolate. Esses objetos estimulam o cres-cimento das vendas, uma vez que os consumidores compram para deixar as cestas mais românticas.

“Quando o cliente vem comprar fl ores, acaba le-vando outras coisas para tornar o presente ainda mais especial”, contou o Nascimento. O fl orista re-velou que na Flora Orquídea da Amazônia, os ursinhos de pelúcia custam a partir de R$ 70, os corações e as caixas de chocolates em torno de R$ 20 e os cartões entre R$ 15 e R$ 18.

Na Floricultura Cidade Nova, também há outros objetos para incrementar o pacote de presentes. Conforme a fl orista Silvia

Cruz, os artigos de pelúcia servem para montar cestas e arranjos especiais.

Em outras floriculturas, além dos tradicionais enfeites, os empresários investem ainda em ou-tros itens para atrair os consumidores. “O cliente tem à disposição vinho e serviço de telemensagem. Também entregamos em domicílio e não cobramos taxa de entrega”, informa a florista da Laços Eter-nos Floricultura.

A fl oricultura Flora Tropi-cal, localizada na rua Reci-fe, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul, está preparada para as encomendas do Dia dos Namorados. A empresa que trabalha somente com fl ores naturais oferece o ser-viço de Assinatura de Flores. Por meio dele é possível fazer pedidos corporativos e a empresa receberá perio-dicamente fl ores especiais no endereço cadastrado, de maneira prática e segura.

Uma cesta mais romântica

Conjuntos de rosas e fl ores do campo em fl oriculturas variam de R$ 25 a R$ 600

FOTOS: DIEGO JANATÃ

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Greves agravam problemas em SP às vésperas da CopaCidade acumula uma série de problemas, como greve dos metroviários, que deve se acirrar com o início dos jogos do Mundial

A quatro dias da abertu-ra da Copa do Mundo, o Estado que rece-berá 15 delegações,

além de milhares de turistas, acumula uma série de proble-mas na capital. E os transtor-nos, que não pouparam nem integrantes da Fifa, devem continuar, já que metroviários decidiram, na noite de ontem, manter a greve. No último amistoso da seleção brasileira no estádio do Morumbi, São Paulo registrou o maior con-gestionamento do ano: foram 204km de lentidão.

Houve quebra-quebra em uma estação de metrô, bate-boca entre dirigente e sindica-lista, além de muita dificuldade para 4,6 milhões de usuários do transporte público. Agen-tes de trânsito também cruza-ram os braços. E o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ameaçavam dificultar o acesso ao Morumbi quando o Brasil jogou com a Sérvia, às 16h, no último amistoso antes do Mundial.

O entrave entre metroviários, que querem aumento de 12,2%, e representantes do metrô, cuja oferta chega ao índice máximo de 8,7%, não foi vencido nem com uma audiência na Justi-ça. Vice-presidente do Tribunal

Regional do Trabalho, a de-sembargadora Rilma Aparecida Hemetério advertiu as partes de que, se não houver consen-so, a legalidade da greve será julgada. A corte avaliará se os funcionários desrespeitaram decisão liminar, proferida na quarta-feira (4), que determinou circulação de 100% dos trens nos horários de pico, das 6h às 9h e das 16h às 19h, e 70% nos demais períodos.

Se a paralisação for conside-rada abusiva, as punições vão desde a aplicação de multa diária de R$ 100 mil ao sin-dicato, além de descontos dos dias parados, até demissão por justa causa.

O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Alex Fernandes, trocam acusações. Jurandir disse que os grevistas deixaram a paralisação para as vésperas da Copa. Alex acusou a secretaria de estar “alamada na corrupção”. Em declarações à imprensa, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a greve dos metroviários é motivada por questões políticas. Ele consi-derou a mobilização “sem o menor sentido”. São Paulo vai receber, durante a Copa do Mundo, 15 delegações que vão disputar o torneio e vive um caos no transporte público

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B7MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 País

MAQUIPEL

Lei da Palmada: ‘conversar apenas nem sempre resolve’Projeto de lei que pune famílias que usam violência física na educação dos filhos divide opiniões de país no Brasil

O administrador de em-presas Carlos Damas-ceno, 40, é pai de três meninas e confessa:

“Uma das minhas filhas é bem danada e já levou muita pal-mada”. Perguntado se concorda com o projeto de lei que pune famílias que usam violência física na educação dos filhos, aprovado na última quarta-feira (4), pelo Senado, ele garantiu ser contra agressões pesadas, mas avaliou que conversar com as fi-lhas nem sempre é suficiente.

“A gente quer educar e sabe dos nossos limites. Tem que haver limite. Afinal, não vai ser nem a polícia nem o Estado que vão educar nossos filhos”, disse, apoiado pela amiga Flá-via Passos, 37, enfermeira e mãe de um rapaz de 21 anos. Para ela, agressão física que deixa hematomas e fraturas devem ser punidas, mas pal-madas ocasionais não fazem mal à criança.

“Minha avó apanhou, minha mãe apanhou, eu e minhas ir-mãs apanhamos e somos, hoje, todas muito bem resolvidas. Pai e mãe querem sempre o melhor para o filho, mas há momentos em que o castigo não resolve e a palmada, sim”, explicou.

Já a carteira Valquíria Alves, 37, acredita que todo tipo de

agressão física contra crianças e adolescentes deve ser com-batido e punido rigorosamente. Mãe de um menino de 8 anos e de uma menina de 13, ela garante que nunca encostou a mão nos filhos e que pretende manter a conduta. “Eu apanhava quando criança e não acho que esse seja o modo de ensinar ou educar. Hoje, adulta, não bato nos meus filhos. Minha estratégia é conversar. Só isso e mais nada”, disse.

Como punir?Manuel Silva, 41, pai de

duas meninas, concorda com Valquíria, mas defende que cada pai tenha a opção de decidir a melhor forma de punir os filhos. “Eu apanhava quando pequeno. Hoje, acho que não é correto. Palmada é uma coisa de outra época e não deve mais ser aplicada como punição”, defendeu.

Acompanhada da pequena Ana Clara, 3, a dona de casa Adriana Teles, 39, admite que já deu “algumas palmadas” na filha. Perguntada se a punição resolveu o problema, ela ava-liou: “É melhor a gente corrigir do que os outros. Resolver não resolve, mas ela fica com medo e não faz mais por um tempo. Doí, né, filha?”

Pais defendem limites na disciplina dos filhos, mas outros discordam da interferência do Estado no modo de educar as crianças

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ULG

AÇÃO

Diante de grande polêmica, o plenário do Senado apro-vou o projeto de lei que pune famílias que usem violência física na educação dos fi-lhos. Conhecida como Lei da Palmada, o projeto foi apro-

vado primeiro na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da casa, após intervenção do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) para que o pro-jeto fosse aprovado a tempo de chegar à apreciação do

plenário ainda hoje.A proposta segue para

análise da presidenta Dilma Rousseff, que terá até 15 dias úteis para vetar even-tuais trechos ou sancionar integralmente o texto.

O texto altera o Estatuto da Criança e do Adolescen-te e prevê que eles sejam educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante.

Educados sem uso de violência e castigos físicos

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Em breve diálogo, Putin e Poroshenko pronunciaram-se pelo fim o mais rapidamente possível do derramamento de sangue

Russos e ucranianos apelam para término dos combates

O presidente russo, Vla-dimir Putin, e o ucrania-no, Petro Poroshenko, apelaram esta semana

para o fim dos combates na Ucrâ-nia, durante um encontro de 15 minutos que ocorreu no âmbito das cerimônias de comemoração dos 70 anos do desembarque na Normandia. “Na sequência

de um breve diálogo, Putin e Poroshenko pronunciaram-se pelo fim o mais rapidamente possível do derramamento de sangue no sudeste da Ucrânia”, declarou Dmitri Peskov, o porta-voz de Putin citado por agências noticiosas russas. Os presidentes também se pronunciaram pelo “fim das ações armadas dos dois

lados, quer do lado das forças armadas ucranianas quer dos apoiantes da federalização da Ucrânia”, acrescentou.

Dezenas de chefes de Estado, incluindo o anfitrião e presidente francês François Hollande, o pre-sidente dos EUA Barack Obama e a chanceler alemã Angela Merkel participam das cerimônias. Vladimir Putin (à dir.) e Petro Poroshenko apelaram para o fim dos combates na Ucrânia

DIVULGAÇÃO

Na reunião, que ocor-reu na véspera da pos-se de Poroshenko no parlamento de Kiev, os dois responsáveis abor-daram a possibilidade de um cessar-fogo” nos “próximos dias”, de acordo com os círculos próximos de Hollande. Fontes da presidência francesa asseguraram ainda que Moscou vai enviar, no sábado, um embaixador a Kiev.

O presidente francês, François Hollande, que articulou, juntamente com a chanceler alemã, Angela Merkel, o encon-tro entre os mandatá-rios, ainda disse que, durante o evento, foi dis-cutida a possibilidade de a Rússia reconhecer as eleições presidenciais de maio na Ucrânia.

Cessar-fogo começa a ser uma realidade

Interferência política: papa quer evitar

O papa Francisco espera que a reunião inédita com os presidentes israelense e pa-lestino no Vaticano hoje possa ajudar a encerrar as “eternas negociações” e levar à paz, mas não deseja se intrometer na política do Oriente Médio, informou o Vaticano.

Atendendo a um convite ines-perado do papa feito durante sua viagem à Terra Santa no mês passado, o presidente isra-elense, Shimon Peres, e o líder palestino, Mahmoud Abbas, irão orar pela paz juntos.

“Este é um momento para invocar Deus pela dádiva da paz. É uma pausa na política”, disse o padre Pierbattista Pizzaballa, autoridade da igreja a cargo de sítios católicos na Terra Santa e fundamental na organização do encontro de domingo.

“Este é também um convite para que os políticos parem e olhem em direção ao céu”, afir-mou Pizzaballa em declaração à imprensa no Vaticano. “Todos querem que algo aconteça, que algo mude. Todos estão cansa-dos destas eternas negociações que nunca terminam.”

Os dois presidentes pas-sarão cerca de duas horas nos jardins do Vaticano em uma cerimônia de planeja-mento complexo que incluirá orações e meditações de ju-deus, cristãos e muçulmanos na presença uns dos outros.

O papa, Peres e Abbas irão ler invocações individuais à paz, apertar as mãos e plantar uma oliveira “cujos ramos simboli-zam a paz” nos jardins.

ABBAS/PERES

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Dia a diaCade

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C

[email protected], DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 (92) 3090-1041

Espaço pode ressurgir das ruínas

Dia a Dia C6

IONE MORENO

Educadores em desesperoViolência - física ou psicológica - contra profi ssionais da área de educação, praticada por estudantes ou até mesmo por seus pais, indicam uma engrenagem de agressões que afetam o desempenho e começam no seio da família do aluno

REPRODUÇÃO

A sensação de seguran-ça expressa na impo-nente muralha recém-pintada com as cores

e a logo ofi cial da Secretaria de Educação se dissipam após uma rápida volta no interior do colégio. As siglas PCC e FDN pichadas nas paredes dos ba-nheiros revelam a ousadia e o perigo iminente à vida de professores e alunos. O terror diário é imposto pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e Família do Norte (FDN), duas facções criminosas que dis-putam o mercado do tráfi co de drogas em Manaus. Em busca de novos consumido-res, eles ignoram qualquer autoridade, invadem as es-colas e fazem dos professo-res, do próprio gestor e corpo técnico, reféns.

“Temos duas facções que cooptam adolescentes. Nos banheiros das escolas, tem pichado FDN e PCC. Essa vio-lência gerada por dois grupos está aí, atacando as escolas com os jovens. A violência física é uma verdade, mas quando acontece, você não vai saber, porque vão procurar esconder, a não ser que al-guém mate alguém na escola”, informou um professora que pediu para não ter a identi-dade revelada.

Em 19 anos dedicados a lecionar na rede pública de ensino, Maria (nome trocado a pedido da entrevistada) se viu numa situação jamais experi-mentada antes. Ela viveu sob intensa ameaça fora e dentro

da própria escola, caso inter-ferisse de qualquer maneira no mercado de drogas que se instalou dentro da instituição. “Em 3 anos, pegamos 5,320 quilos de entorpecentes, entre cocaína e maconha, dentro da escola. Também pegamos alunos portando quatro revól-veres calibre 38 municiadas, quatro facas estilo peixeira e oito estoques”, computou.

A professora sofreu ameaça de morte quando surpreen-deu, dentro da sala de aula, um estudante de 15 anos de idade, vendendo drogas para os colegas. “Já sabíamos que ele vendia. Pegamos com ele 320 gramas de maconha prensada. Ele me desafi ava, ameaçava a pedagoga, tinha certeza de que não ia fi car lá. Encaminhamos o mesmo para a gestora que o conduziu para a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai). Acho que é quem deve resolver isso”, salientou.

O estudante foi revistado por policiais militares, que identifi caram a droga e o con-duziram à delegacia. Além de sofrer ameaça do adolescen-te, a professora também so-freu ameaça do pai do aluno. “Brigas entre adolescentes acontecem e acho que com a pedagogia ainda se resolve. Mas hoje eles estão descam-bando para a violência mais acirrada, ferindo os outros com armas. Isto não é coisa de adolescente. Chamamos a PM que fez averiguação e conduziu o adolescente. O pai fi cou me ameaçan-do, disse que ia me matar”, lembrou a professora.

Com as ameaças do pai e de traficantes, a professora e os res-ponsáveis pela escola tiveram que mudar a rotina e até adotar co-lete à prova de balas e segurança 24 horas.

O caso do adoles-cente não foi isola-do: outros estudantes também têm envolvi-mento com o tráfi-co na escola em que Maria lecionava.

“Tem crianças com 10 anos dentro do trá-fico, adolescentes de 13, 14 anos. Se ele não vender, o trafican-te vai cobrá-lo e ele vai usar da forca para fa-zer com que os outros consumam junto com ele”, denunciou.

MedoSeis meses após o

episódio com o estu-dante, Maria foi rema-nejada de colégio bem como outros profissio-nais que vinham so-frendo ameaça. “São colegas pedindo para sair da escola porque são ameaçados por alunos. A realidade é essa”, afirmou Maria.

Ameaças mudam rotina

“Acredito que o Estado precisa agir de verdade, pa-rar de estar mascarando, de achar que o profi ssional de educação é o culpado por todas as mazelas que acon-tecem dentro da escola. Nós não somos. A violência não é instituída pelo professor. Quando a violência acontece contra o professor, ninguém se propõe a resolver”, denun-ciou Maria.

Relatos de agressão a pro-fessores são comuns. Em uma

escola na Zona Leste, uma professora jogou o apaga-dor em um aluno que passou as mãos nas partes íntimas dela. Outra professora, em uma escola na Zona Norte de Manaus, levou coronhadas de trafi cantes dentro da sala de aula. O caso aconteceu em 2010, quando seis indivídu-os, envolvidos em uma “boca” atrás do colégio – estudantes da escola – entraram na ins-tituição por volta das 7h30, alvejaram um aluno dentro de

sala e deram coronhadas na docente. “A violência dentro da escola está imperando. Trafi cantes donos das áreas no entorno das escolas moles-tam diretores e professores. Vejo muitos colegas em es-tado de depressão profundo, dando aula chorando, porque chegaram ao limite. E esse professor sem plano de saúde vai procurar o SUS? É compli-cado viver isto”, questionou.

Segue nas págs. C2 a C4

‘Ninguém se propõe a resolver’

ALEXANDRE FONSECA/ARQUIVO EM TEMPO

Relação entre professores e estudantes é determinada também pelas relações familiares

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Agressão entre alunos: primeiro passo de um problema que, se não observado com a devida seriedade, resulta em perigo potencial para as relações entre estudantes, professores e famílias

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

A culpa também é dos paisFalta de acompanhamento e controle sobre o comportamento dos filhos cria o fator essencial para que estudantes acabem sendo vítimas de pessoas de má índole, arrastando-as para um mundo onde imperam falta de respeito e agressividade

A professora Maria apontou que há inú-meros fatores que contribuem para o

crescimento da violência con-tra os profissionais de educa-ção, entre eles a ausência do acompanhamento dos pais que dá margem para a “adoção” dos traficantes. “A gente sofre dentro das escolas com proble-ma da violência, por conta do afastamento da família e da mãe que permitiu que crianças vivam soltas. E outro problema que é o tráfico de drogas e não temos poder de evitar: quando você tenta fazer, entra em cho-que com o traficante”, disse.

Para ela, outra dificuldade está na ação de muitos pais que buscam se eximir da responsa-bilidade atribuída a eles. “Não temos obrigação de ensinar o que o lar tem que ensinar. A escola complementa e não tem como obrigação utilizar papel de pai e mãe e reverter para o papel da escola. A violência vem de desvirtuar o papel da escola”, afirmou.

Além disso, convencer os pais de que o adolescente tem mau comportamento ou mes-

mo envolvimento com drogas não é tarefa fácil. “Têm pais ameaçando, querendo bater no professor, mesmo mostrando que os filhos estão errados. Chamávamos os pais, mas eles não acreditavam. O pai e a mãe até o final não acreditam que seu filho é usuário, é traficante, só acreditam quando a coisa acontece e a verdade vem à tona. A gente sabe também que muitos adolescentes não entraram porque quiseram, mas era a única via de es-cape deles. Quando a família falta, o traficante se torna o ‘melhor amigo’. Nós estamos amarrados, mas se amanhã um professor tocar num aluno, todo mundo quer sacrificá-lo e não vão nem tentar entender o que aconteceu”, desabafou.

Para ela, o processo de violên-cia não se estabelece de dentro para fora, mas de fora para dentro. E quando o profissional tenta enfrentar, sofre represá-lias, assim como o próprio aluno que não entra também é ame-açado. Mas Maria apontou que os professores também são ameaçados por coisas banais. “Professor não pode chamar a atenção do aluno que é amea-çado”, disse.

As ameaças não se restrin-

gem aos professores, mas a todos os profissionais que tra-balham na escola. “O próprio gestor tem medo de se expor, porque é muito cobrado. Ele é uma figura pública que tem que carregar o piano nas cos-tas sem dizer que está sentin-do peso. Não pode reclamar para ninguém. Tenho certeza que ninguém chega dentro de uma delegacia para molestar o delegado, mas o cara pode ‘dar’ no professor ou diretor dentro da escola e fica por isso mesmo”, lamentou.

Para ela, parte do problema está no comportamento da sociedade em tratar o me-nor como se fosse incapaz de reconhecer a extensão do certo e do errado. “Aviltam até a competência intelectual do menor em saber que trafi-car ou praticar qualquer tipo de violência contra colegas e professores é uma coisa errada. Essa insistência de achar que menor não tem competência de saber o que é certo, o que é o bem e o mal, está gerando um problema dentro das escolas, porque eles acham que podem tudo e os pais também acham que os filhos podem fazer tudo”, critica a professora.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Sala de aula destruída por alunos vândalos em escola no Nordeste: falta de controle dos pais

REPRODUÇÃO

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

A culpa também é dos pais“Hoje não se respeita mais

nem a casa que moramos, nem os profissionais e, de certa forma, o Estado tenta mascarar isso. Um líder do executivo não quer contra si a ideia de que as esco-las estão violentas porque o próprio Estado se eximiu da responsabilidade de cuidar desse espaço”, afirmou. a professora Maria.

ExemploPai de estudante de 12

anos, o caminhoneiro João Marques, 39, reconheceu a postura de alguns pais que tentam se eximir da res-ponsabilidade e “entregar” à escola a educação dos filhos. “Muitos pais confun-dem que a escola tem que dar educação social. A obri-gação de conduzir o filho é de inteira responsabilidade dos pais. Na escola ele vai desenvolver o conhecimen-to intelectual. Se o filho tem o conhecimento básico vindo da educação do lar, de respeitar as pessoas, com certeza não vai ter pro-blema com professores ou amigos e viver em harmonia

com a sociedade. Ele vai conquistar respeito porque vai saber respeitar. Educa-ção é um conjunto, tem a que se aprende na escola que considero que seja a intelectual, mas a principal vem da família, passada pelos nossos pais”, disse.

Para o caminhoneiro, o maior envolvimento dos pais pode contribuir com a maior proteção dos ado-lescentes contra o domínio dos traficantes. “Todos es-tão passíveis de acontecer na família, por mais que os pais deem amor e atenção. O importante é perceber o movimento dos filhos e, se souber que eles estão errados, não apoiá-los. E ser claro: você está pagando porque fez isto, e se perma-necer nesse erro é porque escolheu esse caminho”, apontou.

Além de atuar verdadei-ramente na criação dos próprios filhos, Marques acredita que os pais e a escola poderiam ter apoio jurídico e psicológico para auxiliar no desenvolvimento dos jovens.

Respeito desaparece na escola

“Muitos pais só defendem os filhos sem querer saber do comportamento deles den-tro da escola. E também há muitos pais querendo atribuir as obrigações dele para os professores. Seria importante que o poder pú-blico pudesse oportunizar que profissionais com co-nhecimento jurídico e psicó-logos estivessem presentes

nas escolas para ajudar aos jovens e, principalmente, os pais, e explicar que o dever de educar o filho em casa é somente dos pais e não dos professores”, disse.

SeducA reportagem entrou em

contato com a Secretaria de Estado da Educação (Se-duc) para levantar alguma

estatística de registros de violência contra educadores e como o problema vem sen-do resolvido. Em resposta, a assessoria informou que Seduc está implantando em um prazo de dois meses uma ouvidoria para atendimentos desta natureza e de outras eventuais demandas.

A secretaria informou tam-bém que dispõe de um setor

chamado Centro de Atendi-mento ao Escolar (Caes) que desenvolve uma monitoria junto às escolas em alguns casos que seja necessária algum tipo de intervenção.

A reportagem encaminhou os mesmos questionamen-tos aos representantes do Caes, mas até o fecha-mento desta matéria não recebeu resposta.

Familiares ignoram maus comportamentos

Manifestação de professores em março: muitos dos que sofrem as agressões acabam se omitindo para evitar exposição

DIEGO JANATÃ/ARQUIVO EM TEMPO

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 C5

Sem políticas públicas acessíveisNa opinião do sociólo-

go, por muitas vezes essa falta de acessibilidade a políticas públicas, como por exemplo, a insuficiência de creches e outras estruturas necessárias ao desenvolvi-mento das atividades inte-lectuais tanto de estudan-tes quanto de professores, colabora para essa transfe-rência de responsabilidade para a escola. “Isso gera vulnerabilidade e acaba colocando em risco a har-monia dentro do ambiente escolar. A violência na es-cola não é caso de polícia e sim de falta de políticas adequadas à realidade de hoje”, comentou.

Muitas vezes, a escola não está aparelhada e prepa-

rada para lidar com situa-ções desse tipo. “Não existe estrutura para acompanhar esses jovens, nem profissio-nais que dediquem atenção a essas problemáticas. A proposta seria adotar a figu-ra de uma espécie de agente comunitário de educação, a exemplo dos agentes comu-nitários da área de saúde que pudessem monitorar esses estudantes desde o seio familiar até o local onde estudam”, comparou Ademir Ramos. “Outra boa iniciativa são as escolas de período integral, onde esses estudantes exercem sua in-telectualidade de forma re-creativa e educacional, além de esportivas”, contou.

Em relação à situação

dos educadores que sofrem essas violências, o soci-ólogo também criticou a ausência do governo que trata esses casos de vio-lência de maneira pontual e não como um agravo à saúde dos profissionais, como também o controle social, representado pe-las associações de pais, mestres e comunitários.

“O controle social que deveria atuar nessas situa-ções perdeu totalmente a sua identidade. Está mais voltado à preocupa-ção em angariar recursos e realizar movimentos contábeis do que propria-mente colaborar no apri-moramento do processo educacional”, destacou.

Ademir Ramos, sociólogo e professor: harmonia dentro do ambiente escolar está em risco

REPRODUÇÃO

A escola, que por excelên-cia é o local dedicado à educação e à socializa-ção de crianças, adoles-

centes e jovens de modo geral, transformou-se num cenário de agressão, autoritarismo e des-respeito mútuo, onde diversos fatores influenciam para essa realidade. O comportamento agressivo é, na maioria das vezes, contra aqueles que por sua vez emanavam, até essa ruptura, autoridade máxima em sala de aula: o professor.

Estudiosos atribuem es-ses acontecimentos a uma aparente inversão de valores vivida na atualidade.

O fenômeno da violência no cenário escolar é mais antigo do que se pode pensar. O assunto já é tema de estudo nos Esta-dos Unidos desde a década de 1950. No Brasil, ainda ocorre uma abordagem tímida, e em âmbito local o poder público sequer dispõe de informações a respeito. Na análise do sociólo-go e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, a ausência de políticas públicas específicas que beneficiem tanto docen-tes quanto estudantes, aliada

à desestruturação que hoje atinge muitas famílias são fatores que colaboram para a incidência desses casos.

O professor analisa que, muitas vezes, as escolas não dão a devida atenção a vio-lências menores que aconte-cem em sala de aula, e elas acabam se transformando em algo maior. “A agressão física muitas das vezes é precedida

de agressões menores como a agressão verbal, que não são tratadas”, observou. Há de se levar em conta, ainda, como a função da escola é entendida hoje em dia. “A escola é por muitas vezes entendida como uma extensão da família e se essa família encontra-se deses-truturada, é a primeira a sofrer violência”, apontou. Relação de autoridade do professor e de outros profissionais da educação fica abalada com episódios de violência escolar

DIVULGAÇÃO

Mundo de valores invertidosComportamento agressivo demonstrado nas escolas por estudantes minam a autoridade do educador, mas não se trata de um fenômeno novo, apenas com maior ocorrência na atualidade em razão de valores invertidos na sociedade

A relação ideal entre professores e alunos: profissionais em situações de ameaça podem passar até por transtornos mentais

O presidente do Sindica-to dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), Mar-cos Libório, informou que a entidade não possui regis-tros expressivos de casos de violência cometidos contra professores. Ele informou que muitos procuram o sin-dicato apenas para pedir orientações de como pro-ceder, mas que na maioria das vezes não querem se expor. “Auxiliamos por meio da assessoria jurídica, mas a demanda aqui é pequena em casos assim, mas sabemos que a realidade pode ser maior”, diz. Libório ressaltou que as próprias secretarias - tanto do Estado quanto do município - não dispõem de registros, nem acompa-nhamentos de casos dentro dos estabelecimentos de ensino. “Muitas das vezes só tomam conhecimentos pela imprensa”, explicou, acrescentando que sequer os órgãos dispõem de um se-tor específico para atender esses casos. “O professor fica à mercê”, lamentou.

Conforme dados do Sin-team, cerca de 12 mil pro-

fissionais estão vinculados à rede municipal e 25 mil à estadual de ensino.

De acordo com o psicólo-go do Sistema Hapvida de Saúde de Manaus, Moisés Pereira, o acompanhamen-to profissional é fundamen-tal para a saúde de qualquer educador que se sinta ame-açado ou esteja com proble-mas de relacionamento com os seus alunos. “Caso não seja acompanhado por um profissional, isso pode oca-sionar transtornos mentais, que vão desde estresse agu-do até estresse pós-traumá-tico, e isso prejudica signi-ficativamente a qualidade de vida desses profissionais, interferindo até mesmo na vida familiar”.

Moisés salientou que o apoio da família é funda-mental para que o educador consiga manter o equilíbrio mental e profissional, vis-to que o ambiente escolar é altamente estressante, com inúmeras cobranças e pressões. “Muitos des-ses profissionais precisam lidar com um ambien-te de extrema violência e desequilíbrio”.

Orientação, mas em exposição

REPRODUÇÃO

FLÁVIO GUIMARÃESEspecial para o EM TEMPO

HISTÓRICOO fenômeno da violên-cia no cenário escolar é mais antigo do que se pode pensar. O assunto já é tema de estudo nos Estados Unidos desde a década de 1950. No Brasil, há uma abordagem tímida

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 C5

Sem políticas públicas acessíveisNa opinião do sociólo-

go, por muitas vezes essa falta de acessibilidade a políticas públicas, como por exemplo, a insuficiência de creches e outras estruturas necessárias ao desenvolvi-mento das atividades inte-lectuais tanto de estudan-tes quanto de professores, colabora para essa transfe-rência de responsabilidade para a escola. “Isso gera vulnerabilidade e acaba colocando em risco a har-monia dentro do ambiente escolar. A violência na es-cola não é caso de polícia e sim de falta de políticas adequadas à realidade de hoje”, comentou.

Muitas vezes, a escola não está aparelhada e prepa-

rada para lidar com situa-ções desse tipo. “Não existe estrutura para acompanhar esses jovens, nem profissio-nais que dediquem atenção a essas problemáticas. A proposta seria adotar a figu-ra de uma espécie de agente comunitário de educação, a exemplo dos agentes comu-nitários da área de saúde que pudessem monitorar esses estudantes desde o seio familiar até o local onde estudam”, comparou Ademir Ramos. “Outra boa iniciativa são as escolas de período integral, onde esses estudantes exercem sua in-telectualidade de forma re-creativa e educacional, além de esportivas”, contou.

Em relação à situação

dos educadores que sofrem essas violências, o soci-ólogo também criticou a ausência do governo que trata esses casos de vio-lência de maneira pontual e não como um agravo à saúde dos profissionais, como também o controle social, representado pe-las associações de pais, mestres e comunitários.

“O controle social que deveria atuar nessas situa-ções perdeu totalmente a sua identidade. Está mais voltado à preocupa-ção em angariar recursos e realizar movimentos contábeis do que propria-mente colaborar no apri-moramento do processo educacional”, destacou.

Ademir Ramos, sociólogo e professor: harmonia dentro do ambiente escolar está em risco

REPRODUÇÃO

A escola, que por excelên-cia é o local dedicado à educação e à socializa-ção de crianças, adoles-

centes e jovens de modo geral, transformou-se num cenário de agressão, autoritarismo e des-respeito mútuo, onde diversos fatores influenciam para essa realidade. O comportamento agressivo é, na maioria das vezes, contra aqueles que por sua vez emanavam, até essa ruptura, autoridade máxima em sala de aula: o professor.

Estudiosos atribuem es-ses acontecimentos a uma aparente inversão de valores vivida na atualidade.

O fenômeno da violência no cenário escolar é mais antigo do que se pode pensar. O assunto já é tema de estudo nos Esta-dos Unidos desde a década de 1950. No Brasil, ainda ocorre uma abordagem tímida, e em âmbito local o poder público sequer dispõe de informações a respeito. Na análise do sociólo-go e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, a ausência de políticas públicas específicas que beneficiem tanto docen-tes quanto estudantes, aliada

à desestruturação que hoje atinge muitas famílias são fatores que colaboram para a incidência desses casos.

O professor analisa que, muitas vezes, as escolas não dão a devida atenção a vio-lências menores que aconte-cem em sala de aula, e elas acabam se transformando em algo maior. “A agressão física muitas das vezes é precedida

de agressões menores como a agressão verbal, que não são tratadas”, observou. Há de se levar em conta, ainda, como a função da escola é entendida hoje em dia. “A escola é por muitas vezes entendida como uma extensão da família e se essa família encontra-se deses-truturada, é a primeira a sofrer violência”, apontou. Relação de autoridade do professor e de outros profissionais da educação fica abalada com episódios de violência escolar

DIVULGAÇÃO

Mundo de valores invertidosComportamento agressivo demonstrado nas escolas por estudantes minam a autoridade do educador, mas não se trata de um fenômeno novo, apenas com maior ocorrência na atualidade em razão de valores invertidos na sociedade

A relação ideal entre professores e alunos: profissionais em situações de ameaça podem passar até por transtornos mentais

O presidente do Sindica-to dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), Mar-cos Libório, informou que a entidade não possui regis-tros expressivos de casos de violência cometidos contra professores. Ele informou que muitos procuram o sin-dicato apenas para pedir orientações de como pro-ceder, mas que na maioria das vezes não querem se expor. “Auxiliamos por meio da assessoria jurídica, mas a demanda aqui é pequena em casos assim, mas sabemos que a realidade pode ser maior”, diz. Libório ressaltou que as próprias secretarias - tanto do Estado quanto do município - não dispõem de registros, nem acompa-nhamentos de casos dentro dos estabelecimentos de ensino. “Muitas das vezes só tomam conhecimentos pela imprensa”, explicou, acrescentando que sequer os órgãos dispõem de um se-tor específico para atender esses casos. “O professor fica à mercê”, lamentou.

Conforme dados do Sin-team, cerca de 12 mil pro-

fissionais estão vinculados à rede municipal e 25 mil à estadual de ensino.

De acordo com o psicólo-go do Sistema Hapvida de Saúde de Manaus, Moisés Pereira, o acompanhamen-to profissional é fundamen-tal para a saúde de qualquer educador que se sinta ame-açado ou esteja com proble-mas de relacionamento com os seus alunos. “Caso não seja acompanhado por um profissional, isso pode oca-sionar transtornos mentais, que vão desde estresse agu-do até estresse pós-traumá-tico, e isso prejudica signi-ficativamente a qualidade de vida desses profissionais, interferindo até mesmo na vida familiar”.

Moisés salientou que o apoio da família é funda-mental para que o educador consiga manter o equilíbrio mental e profissional, vis-to que o ambiente escolar é altamente estressante, com inúmeras cobranças e pressões. “Muitos des-ses profissionais precisam lidar com um ambien-te de extrema violência e desequilíbrio”.

Orientação, mas em exposição

REPRODUÇÃO

FLÁVIO GUIMARÃESEspecial para o EM TEMPO

HISTÓRICOO fenômeno da violên-cia no cenário escolar é mais antigo do que se pode pensar. O assunto já é tema de estudo nos Estados Unidos desde a década de 1950. No Brasil, há uma abordagem tímida

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Espaço pode ‘ressuscitar’Local onde um dia existiu o balneário do Parque 10, na Zona Centro-Sul, é alvo de projetos para revitalização de sua área

O cemitério de car-caças de carros ve-lhos divide espaço com o lixo, que pela

quantidade, parece “adubar” o matagal predominante por todo o local onde um dia existiu o balneário Parque 10 de Novembro, na aveni-da Mário Ypiranga Monteiro. Um dos locais de lazer mais disputados e tradicionais da cidade, há mais de 30 anos, tornou-se ponto de encontro de usuários de entorpecentes e, hoje, raramente é visitado por moradores da redondeza, testemunhas da ascensão e do abandono do local.

O parque foi inaugurado em 10 de novembro de 1938 pelo então governador do Amazonas, Álvaro Maia, che-gou até a ser remodelado pelo “arquiteto da floresta”, Severiano Porto, no final dos anos 1960. Mas, foi no início da década de 1970 que os cerca de 500 metros qua-drados do banho se trans-formaram no local favorito do autônomo Pedro (nome fictício), 44, e de todos os me-ninos da vizinhança. “Eu tinha uns 11 anos, nasci aqui e me criei, era acostumado a vir todos os dias nadar. A água era transparente, dava para ver peixe e areia branca no fundo do rio”, lembrou-se.

O local, além de comportar

o igarapé do Mindu, com águas cristalinas, acredite, também abrigava um peque-no lago, um zoológico com mostra da fauna da região, restaurante e museu. “No museu tinha um mapa com toda a área do balneário descrita. Do outro lado do rio ficava o zoológico com tartaruga, anta, arara e até onça e jacaré de uns três metros. Aqui era muito mo-vimentado. Tinha pista de skate e quadra para o pessoal brincar”, disse.

Dois tanques com quatro peixes-bois e um lago co-berto de marrecos também atraiam a atenção dos vi-sitantes. Sobre o igarapé também havia uma ponte. “Era muito divertido. Pas-sava o sábado e o domingo aproveitando o parque. Vivia cheio. Quem cuidava era a Sedema (Secretaria Munici-pal de Desenvolvimento e Meio Ambiente)”, apontou.

Havia também um pal-co, onde era apresentados shows de artistas locais e também era ocupado pelos grupos do festival folclórico em junho. O local era movi-mentado de dia e de noite.

Cerca de três décadas de-pois, o ambiente pouco se parece com o descrito pelo morador. Com as águas tur-vas, por vezes amareladas e com forte odor, o local em nada lembra o que já foi. “A água do rio ficou poluída

depois da invasão na Zona Leste. Quando ela começou a ficar contaminada, o parque foi ‘morrendo’”, lamentou.

Da área onde ficava o zo-ológico, restou apenas uma clareira. A ponte foi retirada e, dos prédios, só ficaram as ruínas. No lugar em que foi erguido o museu sobra-ram apenas as colunas e, do restaurante, somente uma calçada. A pista usa-da pelos skatistas está toda esburacada. O mato e o lixo tomaram conta de tudo.

Lixo doméstico, embala-gens de alumínio, isopor e plástico, carcaça de eletro-eletrônicos e até de veículos ocupam o espaço disputa-do, antes, pelos nossos avós e pais. Entre o matagal, é possível perceber também o descarte de dezenas de pitos de cigarros, material usado para confecção de fumo e preservativos usados. À noite, o trânsito de pessoas é dificul-tado pela ausência de ilumina-ção. Os postes que restaram, tiveram a fiação cortada e as lâmpadas roubadas.

E, é neste cenário que Pe-dro (nome fictício) leva o filho, David César, 11, para passear todas as manhãs. “Meu filho gosta muito de passear aqui. Mas hoje está tudo depredado, é perigoso, tem mato em toda a parte. Meus filhos não puderam aproveitar o que eu aprovei-tei. É lamentável”, afirmou.

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Ruínas do antigo museu da área do balneário: se concretizado, projeto beneficiará a capital

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Na tentativa de revitali-zar o balneário, um grupo vem apoiando projetos que propõem a recuperação e preservação do igarapé e da área verde que agasalha o leito do Mindu.

A equipe “Defesa do Patri-mônio”, por exemplo, defende a integração de áreas, como o antigo balneário do Parque 10, ao projeto de revitaliza-

ção do corredor do Mindu. Para eles, criação de um novo parque seria importante para resgatar a área que precisa ser preservada pelo seu va-lor ambiental e pela memória afetiva da sociedade com o antigo espaço de lazer.

O projeto propõe integrar o antigo balneário ao Corredor do Mindu, formando um par-que de grande valor ambiental

e cultural, além de reconstruir e preservar as antigas estru-turas, que hoje se encontram em ruínas.

Em nota, o Instituto Munici-pal de Planejamento Urbano (Implurb) explicou que existe um projeto de requalificação do Passeio do Mindu, que abrange o antigo parque, pronto, dependendo de libe-ração de recursos.

Equipe quer integração de áreas

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

A ameaça sobre a GlóriaRumores de extinção do bairro e sua fusão ao São Raimundo levam moradores a se mobilizarem contra a ideia com realização de abaixo-assinado e reforço sobre a importância histórica da Glória para a capital amazonense

Imagine um dia acordar e perceber que o bairro cen-tenário em que você cresceu desapareceu do mapa? Esse

é o dilema que, da noite para o dia, surgiu na vida dos mo-radores da Glória, Zona Oeste. Indignados com a novidade, eles orquestram uma luta em defesa da autonomia de um dos bairros mais antigos da capital amazonense.

A história, que tem tirado o sono dos moradores do bairro, é real. Começou com a mu-dança no nome de algumas ruas por um grupo de pessoas, coisa corriqueira na Manaus de hoje, até que tomou proporções maiores, surpreendeu, virou no-tícia entre os moradores da Glória e se estendeu entre os vizinhos no São Raimundo e Aparecida. “Querem extinguir o bairro da Glória e anexar ao São Raimundo. Ficaria só São Raimundo, sumiria a Glória. Há 67 anos moro aqui, quando ouvi que criaram o movimento, se eu não tivesse ido para cima eles teriam conseguido”, situou um dos moradores mais antigos do bairro, Alonso Gomes da Silva, 67, mais conhecido como seu Nato, quem lidera a campanha contra a extinção do bairro.

Mas por quê? Quem seria o autor deste assustador en-redo? Segundo seu Nato, três pessoas, moradoras de outras comunidades, teriam lançado a proposta. “Ninguém che-gou à conclusão do motivo”, afirmou seu Nato.

Em defesa da hegemonia da Glória, os moradores foram à luta. Desde o início do ano, eles vêm se organizando para for-talecer o movimento, fizeram até um abaixo-assinado que já alcançou 485 assinaturas repudiando o projeto. “Com-prei a briga, discuti, esperneei, fui à Câmara Municipal e à Assembleia Legislativa. Fiquei sabendo que eles não deram en-trada no documento até agora.

Mas nós já demos entrada na Câmara, indo contra a mudança de nome do bairro. Cheguei até a falar que se ninguém me apoiasse eu ia fazer uma greve de fome, parar o trânsito, seria meu último protesto em vida”, anunciou Nato.

Mas nem foi necessário ape-lar para tal sacrifício, porque o apoio à causa foi unânime, até mesmo entre os ex-moradores da Glória. “Fiquei feliz quando moradores do bairro São Rai-mundo mandaram um lembre-te de que estão nos apoiando também, caso haja necessida-de de eu fazer o movimento”, comoveu-se.

Jovens da Glória, percebendo a inquietação e coragem de seu Nato, também resolveram arre-gaçar as mangas e partir para o combate. “Apagar o nome de um bairro não é apenas apagar a minha cultura, a do seu Nato e a de várias pesso-as que moram aqui dentro, é apagar a história de Manaus, porque nosso bairro tem mais de 100 anos de história. A gen-te briga e dá a cara a tapa, o movimento está sendo puxado por este velhinho, pai do bairro que a gente considera muito. A gente briga não somente pelo nome, mas por um bairro com uma educação, saúde e segu-rança melhor. Vamos continuar reivindicando nossos direitos”, argumentou o autônomo Al-deyves Gomes, 28.

A reportagem tentou, sem sucesso, localizar a pessoa res-ponsável pelo projeto.

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Moradores do bairro da Glória, na Zona Oeste de Manaus, iniciaram uma campanha para evitar a fusão com o São Raimundo, na busca pela origem dos rumores de extinção da localidade

A história ameaçada: livro guardado por moradora revela a origem e formação do bairro

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

ESFORÇOSDesde o início do ano, os moradores da Glória vêm se organizan-do para fortalecer o movimento contrário à possível extinção do bairro, com um abaixo-assinado que já alcan-çou 485 assinaturas

A proposta de extinção do bairro é para muitos mora-dores um desrespeito a um capítulo da construção da capital. “O bairro da Glória é para mim o cartão-pos-tal de Manaus”, defendeu seu Nato. E esta história se confunde com a dele e de dezenas de outros mo-radores descendentes dos migrantes que povoaram o pedaço de chão de 115 hectares, esquecido entre a Aparecida e o rio Negro.

O local começou a ser habitado no início do século 20, quando a população da calha do Baixo Solimões - vinda principalmente dos municípios de Fonte Boa, Tefé, Coari e Codajás - fu-giam da alagação em busca de uma vida melhor. “Na época, o pessoal que perdia a plantação de banana e macaxeira com a alagação

vinha para Manaus. Quando chegaram aqui encontra-ram o matadouro Curro, onde hoje é o prédio do Mi-nistério da Saúde, além das juteiras e serrarias. Vendo oportunidade de trabalho, povoaram. Em 1943 era só mata aqui. A Apareci-da já era desenvolvida e o povo que chegava via casas de alvenaria bonitas e aqui (do lado da Glória) só mata, e o caboclo acabou povoando”, narrou.

DesbravadoresDentre esses desbrava-

dores estavam a mãe e o tio de seu Nato, ele e dois irmãos, que vieram de Fon-te Boa (a 678 quilômetros da capital) no início da década de 1940. “Aprendi a amar o bairro que moro, já vim para nascer e mo-rar aqui, vim do Solimões.

Minha mãe e meu tio tra-balharam no matadouro, tinha muito trabalho na época, tinha a olaria. E aqui ficamos”, disse.

A área comportou o pri-meiro matadouro de Ma-naus, o Curro, construído pela Manaus Marqueth Ltda. e inaugurado em 1912. De lá saíam os gados, porcos, carneiros abatidos para toda capital. Além do abate dos animais, o prédio do matadouro – construído em arquitetura europeia – era uma espécie de atração turística da época. Além do Curro, que se transformou em Frigomasa e em segui-da no prédio do Ministério da Saúde, também havia as juteiras Lustoza e Ei-foll e a serraria Califórnia, além de uma catraia para o transporte dos moradores e trabalhadores.

Capítulo na construção da cidade

O bairro hoje em nada lembra a faixa de mata esquecida. Foram cons-truídas quatro escolas públicas, sendo uma para deficientes visuais, duas casinhas de pronto atendimento e um pos-to médico, o mercado, a igreja de Nossa Senhora da Glória e o campo de futebol Sul-América Es-porte Clube.

Contudo, a luta dos mo-radores é diária para ter os direitos respeitados. Eles reivindicam mais investimentos na saúde. “Nossa saúde está fali-da, ela (dona Sebastiana) paga R$ 10 para o menino ir para a fila no posto marcar um exame. Daqui fomos para UBS da Colô-nia Oliveira Machado (em busca de atendimento), depois de ter um posto bem aqui”, reclamou.

Ele também pede por um patrulhamento mais ostensivo dos policiais militares e fiscalização de agentes da Manaustrans. Além de manutenção nas ruas e limpeza. “Temos um esgoto a céu aber-to na praça São José, e uma montanha de lixo na rua 1º de Julho que está virando uma selva”, pontuou Nato.

A construção de creche - para que desde peque-nos as crianças tenham acesso ao estudo e o tem-po ocupado com ativida-des que contribuam para sua educação - e área de lazer também constam na lista dos moradores.

Luta diária por respeito aos direitos

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Centro Aberto de Mídia será inaugurado amanhãEspaço é destinado a jornalistas locais ou visitantes não credenciados para a cobertura dos jogos da Copa do Mundo

Amanhã começa a fun-cionar o Centro Aber-to de Mídia (CAM) de Manaus na Copa do

Mundo da Fifa. O espaço des-tinado aos jornalistas locais ou visitantes foi desenvolvi-do pelo governo do Estado, Prefeitura de Manaus e go-verno federal, por meio do Ministério do Esporte. O CAM funcionará no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, na Zona Sul de Manaus, das 8h às 18h e das 8h às 23h, nos dias de jogos na capital.

O CAM da sede Manaus vai oferecer atendimento das assessorias de Comunicação do governo e prefeitura e estrutura completa de tra-balho para os profissionais de veículos de comunicação locais, nacionais e interna-cionais, especialmente os não credenciados pela Fifa, entre os dias 9 e 26 de junho, data posterior à última partida da Copa do Mundo realizada na Arena da Amazônia.

De acordo com a subche-fe da Agência de Comunica-ção do Amazonas (Agecom), Cristiane Mota, a intenção é oferecer uma boa estrutura para que os jornalistas não

credenciados pela Fifa pos-sam desenvolver suas ativida-des de maneira satisfatória. “Nós abrimos o credencia-mento esta semana e já temos mais de 200 solicitações. O espaço é aberto, mas esse procedimento é necessário para conhecermos o público que fará a cobertura aqui em Manaus”, afirmou.

No CAM, os profissionais te-rão acesso à internet Wi-Fi de 300 MB disponível em todas as áreas, sala de imprensa com 40 bancadas para tra-balho, computadores, impres-soras e televisores. Há ainda à disposição um estúdio para gravação de programas de TV e rádio e auditório para entre-vistas coletivas. A estrutura também possui uma recep-ção, onde serão entregues as credenciais aos profissionais, com colaboradores do Progra-ma Amazonas Bilíngue para dar informações; lounge com sofás e uma sala de apoio onde podem ser realizadas entrevistas. Também estarão disponíveis para uso da im-prensa restaurante e bar, que será reinaugurado.

De acordo com a gerente de comunicação da Manaus-

cult, Mayara Brilhante, a es-trutura do Centro de Mídia foi elaborada com base no que foi visto no Centro de Mídia do Rio de Janeiro, no ano passado, durante a Copa das Confederações. “Governo do Estado e prefeitura estão trabalhando em conjunto para que possamos fazer o melhor evento do país”.

O Programa Amazonas Bi-língue, realizado pelo governo do Amazonas, oferece curso de inglês para estudantes do ensino médio da rede pública estadual. Mais de dois mil alunos participam do projeto. Durante o período de funcio-namento do Centro Aberto de Mídias, 90 colaborado-res irão ajudar os jornalis-tas, prestando informações e orientações.

Segundo o coordenador do programa, Duanes Santos, os alunos que têm entre 16 e 17 anos trabalharão em turnos de quatro horas e receberão transporte e refeição. Quin-ze estudantes dos cursos de letras, turismo e jornalismo, do programa Bolsa Univer-sidade, da Prefeitura de Ma-naus, também atuarão como colaboradores no CAM.

Durante a Copa, a Secre-taria de Estado da Cultura tem uma extensa progra-mação de espetáculos, shows e entretenimento acontecendo no CCPA, um espaço de difusão da cul-tura amazônica com mais de 68,2 mil metros quadra-dos, e em todos os espa-ços culturais do governo

do Amazonas.As exposições perma-

nentes do espaço também estarão disponíveis para visita dos profissionais de Comunicação, como o Mu-seu do Homem do Norte, com aproximadamente 2 mil peças representati-vas da cultura do homem amazônico; o Cine Silvino

Santos, destinado à exi-bição de filmes e docu-mentários com a temática amazônica; e o Espaço Rio Amazonas, semelhante a uma maloca indígena, re-vestida externamente por palha trançada de aru-mã (uma fibra regional), destinado a exposições e conferências.

Programação extensa da SEC

O Centro Aberto de Mídias funcionará no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, na Zona Sul da capital, em horário comercial e até as 23h em dias de jogos que aconteçam em Manaus

Cristiane Mota, subchefe da Agecom: boa estrutura para profissionais realizarem seu trabalho

FOTOS: ROBERTO CARLOS/AGECOM

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MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1010

3 Um debate capitalSamuel Pessôa analisa obra de Thomas Piketty. Pág. 4

2 Pra que mentir?Silviano Santiago tece o romance da vida real. Pág. 3

1

4

A chegada dos black blocsE outras 8 indicações culturais. Pág. 2

5 Do arquivo de Raul Mourão

Pra gozar uma relação muito quenchiDiário de Buenos Aires. Pág. 6

Rio de Janeiro, 2001. Pág. 7

CapaFoto da série “The Fundamental Unities” (detalhe), de Martin John Callanan

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G2 MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Ilustríssima SemanaO MELHOR DA CULTURA EM 9 INDICAÇÕES

Ilustríssimos desta edição

Folha.com

ÚLTIMA SEMANAObras da galeria suíça Chris-tinger de Mayo

FOLHA.COM/ILUSTRISSIMAAtualização diária da página da “Ilustríssima” no site da Folha

ECSTASYObituário do químico america-no Alexander Shulgin, pioneiro em alucinógenos

>>folha.com/ilustrissima

ALVARO COSTA E SILVA, o Marechal, 51, é jornalista.

CELSO MAURO PACIORNIK, 68, é tradutor de livros como “Luz em Agosto” (Cosac Naify), de William Faulkner.

JOHN BANVILLE, 68, escritor irlandês, recebeu na quarta (4) o Prêmio Príncipe de Astúrias de literatura de 2014.

LAURA TEIXEIRA, 38, ilustradora, participa até 18/6 da expo-sição “SP Estampa 2014” na galeria Gravura Brasileira.

LOURIVAL CUQUINHA, 39, é artista plástico. Inaugura neste sábado a individual “Territórios e Capital: Extinções”, no MAM-Rio, e participa da coletiva “Multitude”, no Sesc Pompeia.

BRASILEIRO

ESTRANGEIRO

ERU

DIT

O POP

DANILO VERPA - 06.07.2013/FOLHAPRESS

MÚSICA | DEBATEO Clube da Música discute neste

mês a composição “Atmosphères”, de 1961, do romeno de origem húngara György Ligeti (1923-2006), presente no fi lme “2001 - Uma Odisseia no Espaço”, de Kubrick. O mediador será Silvio Ferraz, professor de composição da Unicamp.

Sesc Carmo | tel. (11) 3111-7000 | ter. (10), às 19h | grátis

“Escada Rolante”(2014), de

Mauro Restiffe

MARTIN JOHN CALLANAN, 32, artista britânico, ganhou neste ano o Prêmio Philip Leverhulme. Na série “The Fundamental Units”, fez macro-fotografi as das moedas de menor valor ativas em 166 países, como a de 1 centavo de euro. Capa

RAFAEL CAMPOS ROCHA, 44, é ilustrador, autor de “Deus, Essa Gostosa” (Quadrinhos na Cia.).

RAUL MOURÃO, 46, artista plástico, participa da mostra “All the Best Artists Are My Friends” na Mana Contemporary, em Newark (EUA).

SAMUEL PESSÔA, 51, é pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia/FGV, sócio da consultoria de investimentos Reliance e colunista da Folha.

LIVRO | RIO 400+50Organizado pela historiadora Maria

Inez Turazzi e com textos do designer João Souza Leite e da também histo-riadora Claudia Mesquita, o volume, que será lançado nesta semana, res-gata as comemorações do 4º cente-nário do Rio de Janeiro, em 1965, e marca o início das festas pelos 450 anos da capital carioca. A cidade de então aparece ali não apenas em fotos, mas também em campanhas publicitárias, jornais e revistas.

Livraria da Travessa Ipanematel. (21) 3205-9002 | ter. (10),

às 19h | Edições de Janeiro | R$ 59,90 | 288 págs.

CD | DUO CALAVENTOOs músicos Diogo Carvalho, ao violão, e Leonar-

do Padovani, ao violino, gravaram, nesse primeiro álbum do duo, composições suas e clássicos como “Nightclub 1960”, de Piazzolla. Entre as autorais, está a intrigante “Suíte da Sogra”, que tem como movimentos “A Chegada”, “Convívio”, “Ladainha” – descrita por eles, no encarte, como “sermão infi nito, o papo irritante, a discussão bizantina” – e “A Comemoração da Partida”.

Tratore | R$ 19,90

EXPOSIÇÃO | MAURO RESTIFFE“São Paulo, Fora de Alcance”, em exposição a partir de

hoje no Instituto Moreira Salles do Rio, inaugura um pro-grama da instituição que trará, a cada ano, um projeto inédito de um fotógrafo brasileiro. Neste caso, reúnem-se 18 das imagens que Restiff e fez na capital paulista com sua câmera Leica e fi lme preto e branco de alta sensibili-dade. Um livro homônimo trará 50 fotos, além de texto de Thyago Nogueira, curador da mostra.

IMS - Rio | tel. (21) 3284-7400 | ter. a dom., das 11h às 20h | grátis | até 28/9 IMS | R$ 89,90 | 112 págs.

LIVRO | KURT SCHWITTERSO volume “Contos Mércio” reúne

poemas e contos do artista alemão feitos por meio de colagens verbais, frases feitas e expressões coloquiais. O dadaísta, que infl uenciou artistas como Robert Rauschenberg, criou o movimento Merz, que buscava inserir objetos do cotidiano urbano no mundo das artes.

trad. Maria AparecidaBarbosa | Editora da UFSC | R$

38 | 180 págs.

EXPOSIÇÃO | SUÍÇA - BRASILSeis artistas representados pela

galeria Christinger de Mayo, em Zu-rique, expõem seu trabalho na Pilar, que, por sua vez, levará seus artistas à Suíça em novembro. São eles os ingleses Justin Hibbs e Clare Goodwin, os chilenos Johanna Unzueta e Felipe Mujica, e os suíços Monica Ursina Jäger e Michael Günzburger.

galeria Pilar | tel. (11) 3661-7119 | de ter. a sex., às 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h grátis | até 14/6

EXPOSIÇÃO | FRANK THIELO fotógrafo alemão apresenta

em “Nowhere Is a Place” uma série de imagens em grande escala de geleiras na Patagônia argentina. As fotos foram feitas entre 2011 e 2013, 15 anos depois da primeira visita do artista ao local.

Galeria Leme | tel. (11) 3093-8184 | seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10 às 17h grátis | até 21/6

LIVRO | CHOMSKYNo volume “Mídia - Propaganda Política e

Manipulação”, o linguista americano propõe um questionamento sobre a infl uência que tem a propaganda política em uma democracia. Encerra a publicação o texto de uma palestra proferida por ele em 2002 sobre a cobertura jornalística da “guerra ao terror” americana.

trad. Fernando Santos | WMF Martins Fontes | R$ 24,50 | 112 págs.

MAURO RESTIFFE/DIVULGAÇÃO

LANÇAMENTO | BLACK BLOCSO livro do cientista político

canadense Francis Depuis-Déri aborda as origens do movimen-

to que ganhou os holofotes com as manifestações de junho de 2013. O evento terá bate-papo com o fi lósofo Pablo Ortellado e com a cientista social Esther Solano.

Livraria da Vila - Fradique | tel. (11) 3814-5811 | amanhã (9), às 18h30

trad. Guilherme Miranda | Veneta R$ 34,90 | 270 págs.

1

“Perito Mo-reno #03” (2013), de Frank Thiel

FRANK THIEL/DIVULGAÇÃO

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2Segredos de liquidifi cador

Literatura

“Bispo Macedo da músi-ca popular brasileira”: assim Zeca chamava o compositor Renato Russo, de cujas letras “debochava”. A inconfi dência é coletada, de forma “não autorizada”, pelo biógrafo do produtor cultural em “Mil Ro-sas Roubadas” [Companhia das Letras, R$ 42,50, 280 págs.], novo romance de Sil-viano Santiago.

O exagerado Zeca – que “não tinha como escapar, ao dobrar da esquina, da inevitabilidade dos paraísos artifi ciais” – é explicitamente calcado em um personagem de carne e osso: Ezequiel Neves, morto em 2010, aos 74 anos.

Jornalista musical da cena underground nos anos 1970 que assinava seus artigos como Zeca Jagger (pela adoração que professava aos Rolling Stones) ou An-gela Dust (em referência ao “angel dust” ou pó de anjo, droga sintética pesadíssima, em voga na época), letrista, descobridor e produtor do Barão Vermelho, parceiro e mentor de Cazuza, Ezequiel conheceu Silviano em Belo Horizonte, quando ambos ti-nham 16 anos. Foram amigos íntimos até o fi m da vida.

“O emblemático no Ezequiel era menos o desespero e o deboche e mais ter instituí-do formas de comportamento para a juventude, o que ele co-meçou a fazer ainda no tempo em que nos conhecemos. O que fez na imprensa alter-nativa e no rock do Brasil ele já havia feito antes, quando era um garoto de província”, afi rma o escritor.

O narrador em primeira pessoa do livro, salpicado de referências culturais, tem muito ou quase tudo de Sil-viano Santiago, 77, um dos mais astutos críticos literá-rios do país, a par de rea-lizar uma obra ficcional de experimentação.

“O confl ito no romance os-cila entre o enrustido e o desbundado, entre o funcio-nário público assalariado com aposentadoria garantida e o

ALVARO COSTA E SILVA

Silviano Santiago processa verdade e invenção

RESUMO“Mil Rosas Roubadas”, novo livro do crítico literário e fi ccionista, é um romance “à clef” baseado na amizade de toda a vida entre o autor e o produ-tor cultural Ezequiel Neves. Em entrevis-ta à Folha, escritor aborda a mescla entre realidade e fi c-ção, fala da biogra-fi a como gênero e comenta a literatura brasileira atual.

ator que sobrevive com a bilheteria diária e vive num apartamento em sistema de comodato, entre o universi-tário bem posto na vida e o artista que vive como agre-gado. No fundo, “’Mil Rosas Roubadas’ é um livro senti-mental”, defi ne o escritor.

Folha - O romance pro-põe um jogo ao leitor: o da verdade na ficção. O que é falso e o que é verdadeiro?

Silviano Santiago - O ro-mance – ou a obra de arte – ludibria as categorias opos-tas e excludentes de verdade e de mentira para nos retirar do ramerrão de uma visão de mundo precária de ética. A verdade é a obra de arte enquanto tal.

Romancista algum pede ao leitor para assimilar a verdade como se ela viesse da boca de jurista íntegro. Tampouco lhe pede para acre-ditar na mentira tal como dita por boquirroto. O romance é descendente da técnica da meia-tinta na pintura. Leo-nardo da Vinci lembra que, “para desenhar em relevo, os pintores devem aplicar uma meia-tinta sobre a superfície de um papel de modo a locali-zar as sombras mais escuras e depois o lugar das luzes prin-cipais”. O romancista aplica a meia-tinta a um tema po-lêmico para localizar melhor as sombras mais densas e acentuar o lugar inquietante em que pode jogar a luz re-veladora. Compete ao leitor, e só a ele, afi ançar, abonar ou não, a verdade naquela fi cção e a vida naquela mentira.

“O Falso Mentiroso” e “Histórias Mal Contadas” levam a experiência da “meia-tinta” ao extremo. O novo livro se aproxima também de “Em Liberdade” e “Viagem ao México”, por ser um romance narrado em forma de biografi a, quase um pastiche do gê-nero. Em que ponto se situa “Mil Rosas Roubadas”?

Como a maioria dos roman-cistas, sou um falso men-tiroso. Ao dizer que, como autor, minto, é porque digo a verdade da “fi cção”, da li-teratura. Uso e abuso dos dados acontecidos que me são oferecidos pela minha experiência de vida (auto-biografi a) e pela experiência de vida das pessoas que co-nheço (biografi a). Ponho-os a trabalhar no liquidifi cador da prosa literária e, no processo de estilização, escorrem mil rosas roubadas.

O romance se assemelha aos exemplos dados porque, afi nal, foram escritos pelo mesmo autor. No entanto deles se diferencia porque eu nunca tinha sido tão con-fessional. Ou seja, sempre deixava os dados biográfi cos ocuparem o lugar de honra. Agora, não.

O narrador se pergunta se todo biógrafo “não será monstruoso por defi ni-

ção?”. Qual sua avaliação do gênero biográfi co?

Biografi a é um gênero em si. A autobiografi a também. O romance – pelo menos desde Daniel Defoe, passando por Gustave Flaubert e Machado de Assis – usou o gênero bio-grafi a ou autobiografi a como suporte. Suporte é como a moldura que envolve uma tela. Mas a tela/romance não se confunde com o suporte/biografi a. O estilo, os recursos retóricos, os efeitos buscados etc., são outros e diferentes. Se o romance for escrito na terceira pessoa, tem como suporte a biografi a (“Madame Bovary”). Na primeira pes-soa, a autobiografi a (“Dom Casmurro”).

Meu narrador é um biógrafo autobiógrafo, ou vice-versa. É uma fi gura monstruosa: duas cabeças e um só olho. Acredito, no entanto, que a imagem estrambótica revela os truques (de estilo, retóricos etc.) de qualquer biógrafo. É impossível escrever uma biografi a que não seja mi-nimamente autobiográfi ca. Elevei a contradição entre a terceira e a primeira pessoa ao extremo. Para tal, usei o gênero romance.

Qual é sua opinião sobre a produção biográfi ca no Brasil?

Aclaremos antes um pon-to. Se o romance tem como suporte o gênero biográfi co ou autobiográfi co, a biografi a tem como suporte o verbete enciclopédico. Tenta narrar os fatos particulares das vá-rias fases de uma vida real. De maneira objetiva, ela dá nome aos bois.

Ao contrário da enciclopé-dia, que encontra no estilo enxuto e conciso sua reden-ção, os parâmetros da escrita biográfi ca tendem a ser dita-dos pela diversidade do jor-nalismo moderno. Algumas têm como herança o bom jornalismo que herdamos do antigo “Diário Carioca”. Ou-tras têm como modelo os escandalosos tabloides ingle-ses. Outras mais têm como modelo “Contigo” ou “Caras”. Há de tudo.

No novo milênio, o crítico mapeia. Indica o que pode ser aquilo que é e o que pode ser aquilo que parece ser. Assim sendo, diz que há fi lmes recentes mais interes-santes para a discussão sobre a biografi a: “Madame Satã”, de Karim Aïnouz, “Diários de Motocicleta”, de Walter Sal-les, e “Capote”, de Bennett Miller. Aprendam com eles, futuros biógrafos.

Seu narrador é um histo-riador. Isso o afasta do bió-grafo, digamos, mais ligado à produção jornalística?

De modo algum. O narrador é historiador porque, enquan-to personagem, tinha de ser historiador.

Paradoxalmente, ele se re-vela mais emotivo e mais apaixonado que o artista. Se-ria ele o verdadeiro artista? Seus confl itos são também

o alicerce para um dos ca-pítulos mais importantes do romance, “Estilo”. A questão do estilo, a meu ver, é a principal do gênero romance, questão muitas vezes esca-moteada no gênero biografi a. Com que estilo o narrador de biografi a ou de romance (pou-co importa o gênero) escreve a vida de outra pessoa bem diferente dele?

Como analisa a chama-da polêmica das biografi as não autorizadas?

A moda da biografi a seria alguma coisa a mais que o sinal dos tempos? O gosto do leitor pela biografi a é, por um lado, tão contempo-râneo quanto a internet e o Google e, por outro, está tão enraizado na sociedade pós-1968 quanto o narcisismo. Combine os dois.

No retângulo designado à pesquisa no Google, insira o nome de político com impor-tância no cenário nacional. Acompanhe-o da palavra nar-cisismo. Não há livro, jornal, revista, site, ou blog que não lhe forneça rico material para uma biografi a. Em seguida, in-sira o nome de fi gura notória das artes e dos esportes. Não será diferente o resultado. Na sociedade midiática e infor-matizada, o narcisismo ata o político à fi gura notória e, ao defi nir a ele e a ela como celebridade, os individualiza

e os entrega de bandeja aos biógrafos, de JK a Roberto Carlos e a Paulo Coelho.

E a literatura brasileira, de maneira geral, como anda?

No momento, é de qualidade mediana. Alguém vai pular. Dos que estão tentando esse salto, acho Michel Laub o melhor. Se ele vai conseguir, ninguém sabe.

De que maneira se revela, em “Mil Rosas Roubadas”, o peso da tradição literária brasileira, que transparece em sua obra fi ccional?

Desta vez sentei-me com mais prazer à mesa da literatura mineira. Ela produziu os mais instigantes romances “à clef”, ou seja, aquela prosa literária que transita com coragem e galhardia entre as pessoas do cotidiano do autor.

Lembro dois nomes: Cyro dos Anjos, com o notável “O Ama-nuense Belmiro”, e Fernando Sabino, com o sempre moderno e atual “O Encontro Marcado”. Quem não reconhece os quatro cavaleiros do Apocalipse (Otto Lara Resende, Hélio Pellegrino, Paulo Mendes Campos e ele próprio) na trama do roman-ce de Sabino? Não ouso citar Guimarães Rosa, mas deveria. Aliás, o toque não é privilégio dos romancistas. Nosso poeta maior, Carlos Drummond, ter-mina sua brilhante carreira de poeta com os livros “Boitempo”,

“Menino Antigo” e “Esquecer para Lembrar”.

Não escondo o fato de que minha tese de doutorado foi sobre André Gide. Não é difí-cil reconhecer no romance “Os Moedeiros Falsos”, Jean Coc-teau, Tristan Tzara etc. Mas a leitura única do romance pelas carteiras de identidade é pobre, evidentemente.

Hoje o entretenimento venceu?

Não compete ao crítico de literatura e das artes ser censor. Compete-lhe mapear o estado atual da produção cultural, seja no Brasil, seja no estrangeiro. Diante da realidade que é a nossa cotidiana, estamos fe-lizes por saber que as classes C e D entram no mercado de consumo. Natural que o entre-tenimento passe a ser o pão nosso de cada dia.

Mais do que ao crítico cul-tural, compete ao educador – em qualquer nível da escola – ser a bola da vez. Ele é que deve vencer a parada. Não o artista. Este deve evitar a todo preço a solução de conti-nuidade que poria ponto fi nal no curto e notável percurso da arte brasileira. No mais, é tirar da manga a carta de Oswald de Andrade: a mas-sa ainda comerá do biscoito fi no que fabrico. Utopia por utopia, por que não apostar também na utopia artística? Eu e muitos apostamos.

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Economia

RESUMOLançado na França em 2013, livro de Thomas Piketty estourou ao sair em inglês nes-te ano. Pesquisa do francês e sua equipe gerou valiosa base de dados sobre desigual-dade, mas livro, que recupera ideia mar-xista de compulsão à acumulação, falha ao desconsiderar efeitos do comércio interna-cional na evolução do capitalismo.

3História da riqueza

“O Capital no Século 21” consolida década e meia de trabalho do pesquisador fran-cês Thomas Piketty ao lado de uma equipe de colaboradores, cujos achados foram publica-dos em outros dois volumes e em diversos artigos acadêmi-cos nas melhores revistas inter-nacionais. A maior contribuição desse esforço coletivo de pes-quisa é um exaustivo trabalho historiográfi co que resultou na construção de bases de dados de desigualdade de renda e de riqueza, para diversos países e

SAMUEL PESSÔAILUSTRAÇÃO LOURIVAL CUQUINHA

Erros e acertos do fenômeno “O Capital no Século 21”

ao longo de décadas.É difícil fazer uma avaliação

criteriosa do ainda recente vo-lume, que, lançado originalmen-te em francês, em 2013, pela Seuil, explodiu em nível global a partir de sua tradução para o inglês, neste ano, pela Harvard University Press. A obra chegou às listas de mais vendidos e gerou tal comoção que a editora Intrínseca, que deve lança-lo no Brasil em novembro, já colocou o título em pré-venda em sites de livrarias.

Se o resultado cristalizado na publicação ainda é passível de controvérsias, e elas têm apare-cido, provavelmente o esforço coletivo de pesquisa justifi caria um prêmio Nobel para a equi-pe capitaneada pelo docente francês – Piketty, 43, leciona

na Escola de Economia de Paris desde 2007 e na Ehess (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais) desde 2000.

Em artigo publicado há duas semanas, o jornal britânico “Fi-nancial Times” questionou a credibilidade dos dados usados na pesquisa e, em sua edição de junho, a revista conserva-dora “The American Spectator” afi rmou que Piketty propõe um “confi sco” de fortunas. Mas é di-fícil imaginar que haja erros de fato grosseiros, a ponto de des-qualifi car os achados do grupo, e que tenham escapado aos pareceristas dos conceituados “Journal of Political Economy”, “Quarterly Journal of Econo-mics” ou “American Economic Review” – publicações em que Piketty e colaboradores publi-

caram várias das conclusões que estariam no livro.

PropósitosA publicação de “O Capital

no Século 21” parece atender a dois objetivos de seu autor. Primeiro, defender uma posição política muito clara. O texto é um manifesto de defesa da so-cial-democracia europeia con-tinental com Estado grande e provedor dos serviços e seguros sociais básicos – saúde, educa-ção, previdência e assistência social – e de instrumentos tri-butários que impeçam a con-centração excessiva de renda e riqueza. O volume cumpre muito bem esse objetivo normativo. Os autores liberais e libertá-rios terão trabalho e gastarão muito tutano respondendo ao

libelo de Piketty. Trata-se de contribuição importantíssima ao debate público.

O segundo objetivo foi cons-truir uma narrativa do desenvol-vimento do capitalismo desde meados do século 19 até os dias de hoje e, possivelmente, para o resto do século 21. Uma narrativa que permita organizar e dar coerência ao conjunto de evidências empíricas desven-dadas ao longo do trabalho dos pesquisadores nos arquivos.

Trata-se de uma obra de sis-tematização. É nesse sentido que o volume assume a grandi-loquência de clássicos como “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, “Princípios de Economia Política e Tributação”, de David Ricardo, ou “O Capital”, de Karl Marx. Embora, claro, somente a passagem do tempo dirá se o livro é o clássico que promete ser. Por ora é possível afi rmar que a narrativa que o livro nos

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oferece para organizar os inú-meros achados e fatos empíricos descobertos por Piketty e seus colaboradores é, na melhor das hipóteses, muito incompleta.

Do ponto de vista teórico, o autor parte da rejeição da teoria padrão que os economistas cons-truíram para explicar a poupança, que é a forma de transmissão in-tertemporal de renda, e, portanto, a acumulação de capital.

Segundo a teoria padrão, a principal motivação para a acu-mulação de capital é a transfe-rência de renda de um indivíduo para si mesmo, de sua idade ativa para a velhice. A teoria de poupança ao longo do ciclo de vida – que rendeu o Prêmio Nobel de 1985 ao economista ítalo-americano Franco Modi-gliani – sustenta que as pesso-as poupam enquanto trabalham para consumir na velhice.

Entre muitas outras, a teoria de ciclo de vida prevê que a parcela da riqueza transmitida por meio de herança tem que ser relativa-mente pequena. A herança seria riqueza não intencional deixada pelos pais aos fi lhos em função de incerteza com relação à data da morte. Como não sabemos o momento exato da morte, ao morrer sempre sobra algo que os fi lhos herdam.

AcumulaçãoPara Piketty, a partir de certo

nível de riqueza, a renda gerada pelo capital é tão elevada que é possível sustentar com ela níveis elevadíssimos de consumo e si-multaneamente acumular e legar para seus herdeiros mais do que se recebeu. O capital se acumula de forma automática. Aqui Piketty ecoa Marx.

Para os que muito têm, é re-lativamente barato gerir o patri-mônio e conseguir retornos ele-vados, fato não possível para os pequenos poupadores. O elevado retorno à escala da indústria de gestão de riqueza exerce pres-são concentradora adicional. Está criado o capitalismo rentista e patrimonialista no qual o acesso à riqueza depende cada vez mais da sorte de nascer na família certa do que de seu esforço e mérito.

É evidente que Piketty se preo-cupa com o início do patrimônio. Ele argumenta que a acumulação inicial deve-se a sorte, acaso e, muitas vezes, a mérito – esfor-ço, trabalho diligente e inovador, talento. Mas diz que a riqueza, meritória ou do acaso (e, muitas vezes é impossível distingui-las), transforma-se rapidamente em riqueza sem risco e de rendimento perpétuo. A taxa de retorno do capital é a renda percentual do capital, ou seja, uma taxa de retorno de 5% ao ano signifi ca que o fl uxo de renda gerado pelo capital equivale a 5% do valor do capital.

Uma vez constituído o patrimô-nio, a descendência proprietária passa a pertencer ao invejado clube dos indivíduos que, pelo nascimento ou casamento, não precisarão pelo resto de seus dias se preocupar com como pagarão suas contas.

Apesar das diferenças – a acumulação primitiva de Marx resultava de roubo, pirataria e expropriação (aparentemente o capitalismo melhorou) –, para ambos o capital acumula-se au-tomaticamente. O paralelismo com Marx termina aqui. Piketty considera que a economia de mer-cado com propriedade privada dos meios de produção é a forma mais efi ciente de organização da atividade econômica.

Neste aspecto a quarta e fi nal parte do livro tem paralelismo com a Teoria Geral de Keynes: mensagem reformista, que re-conhece os méritos, mas iden-tifi ca falhas no funcionamento da economia de mercado e su-

gere políticas para “consertar” a máquina.

DistribuiçãoOs economistas trabalham com

dois conceitos de distribuição de renda. A distribuição interpessoal da renda descreve como a renda gerada, de capital e de trabalho, é distribuída entre as famílias. A distribuição funcional da renda descreve a divisão da renda entre capital e trabalho.

A distribuição funcional da ren-da é um conceito simples. Um único número – a parcela do capital na renda, ou seu comple-mento, a parcela do trabalho na renda – descreve-a integralmen-te. A distribuição interpessoal da renda é um conceito matemático muito mais complexo do que um número. Para facilitar a análise, os estatísticos inventaram números que sintetizam a desigualdade. Os mais conhecidos são os índices de desigualdade de Gini e de Theil.

Piketty prefere outros indicado-res. Para descrever a desigualda-de interpessoal de renda, acom-panha particularmente a parcela da renda apropriada pelos 50% mais pobres, pelos que estão entre os 50% e 90% mais ricos, os 10% mais ricos, o 1% e o 0,1%.

O autor assevera que o ca-pitalismo tende à concentração de ambas as distribuições, in-terpessoal e funcional. Ao longo das três primeiras partes do livro, apresenta para os países euro-peus e para os EUA a evolução do produto per capita; a evolução da riqueza da economia e da sua natureza, se pública ou privada, da terra, do capital físico ou dívida pública; a evolução da renda do capital; da relação capital-produ-to; da participação do capital na renda; e, fi nalmente, a evolução da distribuição interpessoal da renda e da riqueza.

Piketty e seus colaboradores encontraram um ciclo de con-centração de renda que termina com a Primeira Guerra. Entre 1914 e 1974 toda a dinâmica se inverte. Há redução da rela-ção capital-produto, reduz-se a participação do capital na renda, e a distribuição interpessoal da renda e da riqueza melhora para os diversos indicadores de desi-gualdade interpessoal de renda empregados na obra, além da parcela da riqueza existente de-rivada de herança ter se reduzido expressivamente. A partir de 1974 a dinâmica do capitalismo retorna ao seu curso normal. Há um novo ciclo concentrador.

Segundo o estudioso, a melhora distributiva nas seis décadas entre 1914 e 1974 deveu-se à sucessão de tragé-dias – duas guerras mundiais e, entre elas, a Grande Depressão – que destruíram muito capital. Adicionalmente, no pós-Guerra houve em diversos países a imposição de impostos confi s-catórios sobre a riqueza, além de apoio a instituições que au-mentaram o poder de barganha do trabalho frente ao capital e a criação do Estado de bem-estar social. Finalmente, a repressão fi nanceira das décadas de 50, 60 e 70 promoveu redução forçada do endividamento pú-blico e houve a estatização de diversos setores.

Essa dinâmica foi quebrada pelo neoliberalismo de Reagan e Thatcher. O pacote de políticas que inclui a desregulamentação dos diversos mercados, forte re-dução das barreiras comerciais nos anos 80, e, nos anos 90, das barreiras à mobilidade in-ternacional de capitais, além da privatização de diversos setores produtivos, alterou o poder de barganha do trabalho nos países centrais. Sem a regulação estatal, o capitalismo retomou seu rumo concentrador. Voltamos à dinâ-mica da “belle époque”.

PorénsSe nada for feito retornaremos

ao mundo de Jane Austen ou Balzac, no qual a melhor forma de alcançar uma vida confortável é casar com a pessoa certa. O livro documenta em detalhes a familiaridade que os escritores do século 19 tinham com o funcionamento do capitalismo patrimonialista.

O elemento fi nal de preocupação de Piketty é a manutenção das ins-tituições democráticas. Para ele, a dinâmica normal de uma economia de mercado que resulta necessaria-mente no capitalismo patrimonia-lista coloca em risco a democracia como a conhecemos. Ele afi rma que a democracia seria incompatível com excessiva concentração de riqueza.

O primeiro reparo que se pode opor à narrativa de Piketty se re-fere à tendência de elevação da participação do capital na renda

conforme a quantidade de capital cresce. Evidentemente, quando a quantidade de capital se eleva, sua taxa de retorno cai.

A questão é a intensidade dessa queda. Se a taxa de retorno cair proporcionalmente menos do que a quantidade de capital, a partici-pação do capital na renda se eleva. Se a queda da taxa de retorno for proporcionalmente maior do que a elevação da quantidade de capital, a participação dele na renda se reduzirá “pari passu” à elevação da relação capital-produto.

Em qual mundo vivemos? Segun-do o livro, em um mundo no qual a acumulação de capital eleva a participação do capital na renda.

O autor considera que a forte fl e-xibilidade tecnológica permite que a queda do retorno do capital, diante do aumento de sua quantidade, seja pequena. A fl exibilidade tecnológica

signifi ca que é relativamente simples substituir trabalho por capital. Ou seja, quando a quantidade de capi-tal se eleva, o retorno não se reduz muito, pois seria relativamente fácil transferir atribuições do trabalho ao capital.

Diversas estimativas sugerem, no entanto, o oposto. Não seria tão fácil assim substituir trabalho por capital. Portanto, conforme o esto-que de capital cresce, seu retorno cai mais do que proporcionalmente. Por que motivo Piketty obteve resul-tado oposto? A maior falha analítica de uma narrativa tão abrangente do desenvolvimento do capitalismo desde o século 19 até hoje é não ter incorporado a questão do comércio internacional de bens e serviços e da mobilidade internacional de capital.

Um dos períodos de plena preva-lência do capitalismo patrimonialista é, segundo Piketty, a “belle époque”, fi nal de um período que os histo-riadores econômicos conhecem por Pax Britannica. Essa época se inicia com o fi m das guerras napoleônicas, seguido pela suspensão das leis que impediam a Inglaterra de importar cereais (as “Corn Laws”) e pelo desen-volvimento do telégrafo e do navio a vapor e de casco de metal.

Tais inovações tecnológicas, em associação com o domínio britânico sobre os mares, geraram a primeira grande globalização, inaugurando o comércio de longo curso de commo-dities agrícolas e minerais, além de forte mobilidade de capital. Havia investimentos britânicos em ferro-vias mundo afora.

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A Copa pelo olhar cáustico dos hermanos

Favelito, o mascote

Diário de Buenos AiresO MAPA DA CULTURA

“Barcelona” é uma publi-cação de humor criada há mais de dez anos e que, pelo estilo das pautas, textos, títulos e montagens gráfi -cas, lembra o antigo jornal brasileiro “Casseta Popu-lar”. A edição que está nas bancas de Buenos Aires é sobre a Copa, “uma opor-tunidade histórica pra gozar uma relação muito quenchi”, explicam eles no subtítulo, no portunhol que marca boa parte das piadas.

Na publicação há monta-gens fotográfi cas, como a de uma bandeira do Brasil com uma banana no meio e a do Cristo Redentor com uma camisa da seleção argenti-na e uma arma na mão. “Bar-celona” também apresenta um mascote extra-ofi cial da Copa: o Favelito.

Uma chamada da edição de 30 de maio afi rma que “cada vez mais argentinos de classe média viajam ao Brasil, se hospedam em favelas e saem para roubar para conseguir se manter”. É tema frequente na mídia argentina o custo elevado da hospedagem nas cidades-sede e os preços dos ingressos.

FELIPE GUTIERREZ

“Barcelona” elenca ainda os sonhos de consumo do brasileiro: “Está confi rmado que ele [o brasileiro] só quer praia, um violão (e/ou um berimbau), uma mulata de-liciosa, um copo de cachaça, um prato de feijoada, uma turbina de avião e pronto: não precisa mais do que isso para ser feliz”.

O sarro não é só com os rivais: sobra até para Lionel Messi, cuja mentalidade é descrita como “indecifrá-vel; quando quer, ganha so-zinho, quando não, perdem 11”. Na ficha do camisa 10, o item “sex appeal” diz: “Quase nulo”.

O periódico traz ainda outros temas, como um “projeto de lei” que proi-biria tomar mate, fumar e comer enquanto se envia um SMS ao volante. “Foi aprovada uma medida que castigará quem se distrair com outras atividades en-quanto redige um SMS ao dirigir”, explica.

Carta da discórdiaÀs vésperas do feriado da

Independência, o governo, por meio da equipe de re-lações públicas de Cristina Kirchner, divulgou uma car-ta do papa Francisco felici-tando o povo argentino.

A autenticidade da mis-siva, porém, foi questiona-da por Guillermo Karcher, argentino que trabalha no cerimonial do Vaticano. O texto seria coisa de um “artista da colagem”, que a fez com más intenções,

disse ele, ao vivo, no canal de TV C5N.

O Vaticano afirmou que o documento era, sim, verda-deiro –e começou a dispu-ta. Na TV pública, em um programa ultrakirchneris-ta chamado “678”, um con-vidado, o jornalista Orlan-do Barone, criticou o C5N, afirmando que o episódio da carta foi uma tentativa da mídia de prejudicar o go-verno. Um apresentador do canal, Eduardo Feinmann, resolveu responder, cha-

mando Barone de “ameba, ‘comemierda’ e parasita do Estado”.

PachamamaO circuito de cinemas da

cidade exibe muitos fi lmes nacionais, incluindo alguns documentários, vários deles sobre temas da natureza.

“Cuerpos de Agua” é so-bre o transbordamento de água que inundou a cida-de de Bolívar, no Estado de Buenos Aires, nos anos 1980, arrasando a região produtora de trigo. O do-

cumentário mostra como o governo local ficou atônito, e a população, perdida à espera da ajuda. Uma das histórias narradas é a de dois irmãos atingidos pela cheia que decidem caçar, pela primeira vez na vida, para ter o que comer. Em meio à névoa, um acaba por atirar no outro.

Em “El Cielo Otra Vez”, o tema é um projeto ambien-tal para levar o condor a re-povoar o interior argentino. Outro animal protagoniza “Buscando al Huemul” –este, já fora do circuito, contava a história de dois amigos em uma viagem para avistar um veado das montanhas do sul, o huemul, que corre risco de extinção.

Da cor ao PBO Museu de Arte Contem-

porânea de Buenos Aires abriga uma exposição do lado menos conhecido do venezuelano Carlos Cruz-Diez, considerado um dos principais artistas latino-americanos vivo.

Famoso por suas pintu-ras e esculturas coloridas, ele tem exibidas cerca de 50 fotografias em preto e branco. Cruz-Diez, que tem 90 anos, foi repórter foto-gráfico em Paris na década de 1960.

Entre as muitas imagens da mostra estão retratos de dois colegas que, como ele, foram fundamentais na criação da própria arte cinética: Alexander Calder e Jesús Soto.

FELICIDADEÀs vésperas do feria-do da Independência, o governo, por meio da equipe de relações públicas de Cristina Kirchner, divulgou uma carta do papa Francisco felicitando o povo argentino.

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5 Se essa rua fosse dele

Arquivo AbertoMEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIAS

Rio de Janeiro, 2001

Há 34 anos meu pai me levou pela primeira vez ao restaurante Nova Capela, na rua Mem de Sá, no bairro da Lapa. Foi um almoço entre pai e fi lho para conhecer o tradicional estabelecimento que nunca fecha as portas, frequentado por artistas, jornalistas e outras fi guras boêmias. Foi nessa ocasião que ouvi falar pela primeira vez do pintor chileno Selarón, que vendia seus quadros de mesa em mesa pelos restau-rantes da região.

Em 1990, Selarón se mu-dou para a Escadaria do Con-vento de Santa Teresa, dei-xou de perambular com suas pinturas debaixo do braço e iniciou sua grande obra. Com um balde de cimento, espá-tula e suas próprias mãos azulejou os 215 degraus da escadaria onde morava e tra-balhava. Construiu uma obra de arte pública conhecida no mundo inteiro sem lei de incentivo, sem produto-

RAUL MOURÃO

res, sem patrocínio. Contou apenas com a colaboração de sua audiência, pois, ao longo dos anos, centenas de pessoas enviaram azulejos de suas cidades.

A escadaria de azulejos se tornou então uma obra co-laborativa, interativa e em permanente processo. (Se-larón nunca a considerava pronta; isso era, inclusive, um argumento para ele dizer: “Compre uma pintura mi-nha, que eu preciso concluir a obra”). O artista de rua criou de uma só tacada uma gigantesca obra de arte, um marco urbanístico e um pon-to turístico.

Um novo ponto turístico numa cidade já repleta de pontos turísticos. Sob o pris-ma comercial, a escadaria era seu golpe de mestre: funcio-nava como um engenhoso chamariz para atrair clientes diariamente ao seu ateliê.

Em 2001, meu ateliê co-meçou a funcionar na rua Joaquim Silva e nos tornamos vizinhos. Nesse período de convivência tivemos vários encontros, tomamos deze-nas de cervejas, escutei mui-tas histórias e fi z centenas

de fotos. A maior parte delas é de turistas fotografando a escada, mas fi z alguns retra-tos do artista trabalhando ou simplesmente observando sua obra e seu público.

Selarón era um sujeito de-lirante, compulsivo e mega-lomaníaco. Considerava-se o maior artista do mundo e era comum vê-lo afirmar sua superioridade em relação a Leonardo da Vinci, Michelan-gelo, Picasso, Gaudí, entre outros. Achava a estátua do Cristo Redentor no Cor-covado uma obra menor e menos importante que sua escadaria.

Em uma noite de setembro de 2012, eu estava tomando cerveja no bar do Ximenes, na esquina da rua Joaquim Silva com a Teotônio Rega-das, junto dos artistas paulis-tas Marcelo Cidade e André Komatsu, que acabavam de visitar o meu ateliê.

Conversávamos sobre a escadaria e sobre Selarón, quando o próprio artista passou esbravejando sobre como os japoneses haviam destruído a Capela Sistina.

Pedi explicação e então tivemos contato com sua

teoria de que a restauração da pintura do teto da cape-la, realizada na década de 1980, com o patrocínio de japoneses, havia descarac-terizado a obra de Michelan-gelo. Emendou perguntando ainda se Picasso havia feito uma escultura tão importan-te quanto sua escadaria e espinafrando Gaudí por ter usado pouco vermelho no parque Güell, de Barcelona.

Selarón amava o Rio e a Lapa. Sua intenção era clara: ao azulejar sua rua, desejava que esse gesto reverberasse pela região na forma de ou-tras melhorias.

Infelizmente isso nunca aconteceu. Na manhã do dia 11 de janeiro de 2013, há quase um ano e meio, seu corpo foi encontrado carbo-nizado por volta das 7h20, na escadaria que hoje todos chamam de Selarón. Morreu sobre sua própria obra. No dia seguinte à morte, uma estranha tese de suicídio co-meçou a circular nos jornais, sites e televisão e a inves-tigação policial tomou esse rumo. Assim como muitos moradores da região, não acredito nessa hipótese. Artista chileno Jorge Selarón em sua obra no Rio, em 2010

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‘Retro Gamers’Independente das novidades do mundo dos videogames, há quem prefi ra os “clássicos” que marcaram gerações

Os videogames de última geração Playstation 4 e Xbox One certa-

mente são os atuais “sonhos de consumo” de muitos joga-dores. Mas existem aqueles que ainda preferem os bons e velhos consoles clássicos como Super Nintendo e Mega Drive na hora do entrete-nimento. Esses jogadores mais nostálgicos são os chamados “retro gamers”.

Eles não se atraem mui-to com gráfi cos bonitos dos games modernos e optam por continuar com a expe-riência dos jogos antigos. “Levo mais em consideração as mecânicas e difi culdades dos jogos antigos. Não levo tanto em conta os gráfi cos”, explica Amélio Belchior, 28. Ele, juntamente com outros amantes de jogos eletrônicos do passado, formam o “Retro Games Manaus”, grupo que organiza campeonatos de jogos como Mortal Kombat, Mário Kart e Bomberman em importantes eventos locais como Anime Jungle Party e Manaus Game Party.

Os campeonatos são uma forma de manter viva a me-mória de games antigos e os jogos presentes nos torneios são escolhidos pelo próprio público, em enquetes realiza-das pela internet. “A grande maioria prefere os jogos para videogames da Nintendo, principalmente, Super Nintendo

e Nintendo 64”, diz Belchior.Por serem videogames

lançados no início dos anos 1990, é normal que eles es-tejam na faixa etária dos 30 anos, mas Belchior conta que jogadores mais novos também se interessam pelas “antiguidades”. “Os campeo-natos já tem um público fi el com “caras” que têm mais de 30 anos, mas sempre apa-recem pessoas mais novas, adolescentes ainda, que que-rem participar e conhecer”.

Outra característica bas-tante forte entre esse tipo de gamer é o hábito de co-lecionar. O próprio Belchior, é dono de um Super Nin-tendo, um Nintendo 64, um Sega Saturno e, até mesmo, um Atari, que possui cente-nas de jogos para cada um deles, todos originais. “Para Super Nintendo tenho mais de cem “fi tas”. Ganhei quan-do era criança, tenho ele há mais de 18 anos e funciona perfeitamente”, fala.

Ser retro gamer não signifi -ca só jogar ou gostar de jogos do passado. Felipe Nascimen-to, 26, é dono de um Dre-amcast, último videogame lançado pela empresa Sega (que fazia rivalidade com a Nintendo nos anos 1990), mas também não deixa de jogar games recentes em seu Playstation 3. “Tem muito re-tro gamer, principalmente os mais velhos, que acham que só os jogos antigos que são bons. Sinceramente, acho até uma atitude meio ig-norante,

porque se “abrissem mais a cabeça” iriam ver que existem muitos jogos interessantes atualmente”, fala. Nascimen-to cita o game “The Last of Us”, lançado no ano passado para Playstation 3, como um exemplo de um bom jogo.

Assim como Belchior, Nas-cimento gosta de colecio-nar videogames antigos que usam como mídia o CD. “Não prefi ro muito Mega Drive ou Super Nintendo porque precisam de cartuchos e eles não são tão bara-tos assim e estão cada vez mais difíceis de achar, por isso, prefi ro vide-o g a m e s

que rodam CD”, conta. O so-nho dele é poder comprar os raros 3DO (da Panasonic) e o PC Engine/TurboGrafx-16 (lançado no fi nal dos anos 1980 e considerado o primei-ro console a rodar CD).

É normal que videoga-mes antigos, assim como qualquer equipamento ele-trônico, deixe de funcionar com o passar do tempo, mas para aqueles que ain-da sentem aquela saudade de jogar Super Nintendo, Mega Drive e outros, há uma opção, o RetroN.

O RetroN é um video-game que pode rodar vá-rios jogos antigos em um único aparelho, já que ele possui entradas de cartu-chos como Nintendo 8 bits (também chamados de Nin-tendinho), Master System e outros. O produto possui diversas versões, indo do RetroN 1 ao 4. A diferença entre eles é a quantidade de encaixes de cartuhcos de diferentes videogames.

Em Manaus, a loja Player Games, comercializa o Re-troN 2, que consegue rodar

jogos de Nintendinho e Super Nin-

tendo. Segundo o gerente Fabrício Simões, o videoga-me veio com unidades limi-tadas. “O que nos impediu de trazer mais aparelhos foi a parte burocrática, já que eles são aprova-dos pelo Inmetro e Anatel. Além do videogame preci-sar do uso dos cartuchos originais, algo que nem todos possuem”, fala.

Para tentar contornar essa difi culdade, Simões diz que a loja já está ne-gociando a venda de um cartucho especial que pode ser utilizado no RetroN 2 e possui leitor de cartão SD (como os de celular), que armazena diversos jogos baixados online. “A previsão é que ele chegue nos pró-ximos 60 dias”, fala. Além disso, o gerente adianta que a loja deve passar a vender jogos antigos como cartuchos de Super Ninten-do, Mega Drive e outros, até o fi m do ano.

Novidades no mundo ‘retrô’BRUNO IZIDRO Equipe EM TEMPO ONLINE

Mesmo sem gráfi cos perfeitos, jogos do passado atraem

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Loja em Manaus pretende trazer produtos novos dentro do univer-so de “antiguida-des” de cartuchos como de Mega Drive

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Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

Público poderá conferir jogos da Copa na telona

As partidas de futebol das seleções que vão disputar a Copa do Mundo Fifa não serão exibidas apenas pe-las emissoras de televisão. Quem não puder ir tor-cer nas arquibancadas dos estádios nas cidades-sede vai ter a oportunidade de assistir aos jogos também nas telas dos cinemas. Em Manaus, nem todas as re-des com salas disponíveis na capital transmitirão as disputas do mundial.

Segundo o gerente de programação da empresa Cinépolis do Shopping Pon-ta Negra, Wanderson Ale-xandre Ferreira, uma das salas foi reservada e está sendo preparada para exi-bir alguns dos jogos durante o campeonato, mas ainda sem defi nição das seleções que passarão pela telona e os dias dos jogos.

“Até o momento, apenas uma sala do cinema foi reservada, mas essa situ-ação poderá mudar tanto no número de salas quan-to em relação às partidas que serão exibidas. Mas o jogo do Brasil com certeza será transmitido”, diz.

Estreante na cidade no dia 15 de maio, o cinema Kino-plex não exibirá nenhuma disputa do mundial por moti-vos tecnológicos. De acordo com a assessoria da empre-sa, devido a rede ter sido inaugurada recentemente as salas ainda são carentes de um tipo de equipamento, uma espécie de antena, para que possa captar e transmitir as imagens ao vivo.

Os ingressos que podem ser adquiridos na bilheteria de cada cinema ou pela internet, com o valor que varia de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

CINEMA

Em Manaus, nem todas as redes de cinema mostrarão as partidas, mas a Cinépolis vai reservar uma sala para exibir alguns jogos

DIVULGAÇÃO

. A Melissa já conquistou os pés e os corações de fãs pelo mundo e, desta vez, cria novo projeto que será sinônimo de desejo entre as colecionadoras fashionistas. O projeto Melissa Miniatures tem como objetivo combinar arte, design, moda e arquitetura transformando modelos icônicos da marca em objetos decorativos e colecionáveis que cabem na palma da mão.

. Para a primeira edição, a Melissa homenageia os designers e arquitetos que colaboraram com a marca – Irmãos Campana, Karim Rashid, Zaha Hadid e Gaetano Pesce – com cinco miniaturas.

>> Objeto de desejo

MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

>> Objeto de desejo

. Será uma noite brasileira, a Festa dos Namorados, na próxima quarta-feira, no Diamond.

. Como a coluna já entrou no ritmo da Copa, a festa fará um ‘esquenta’ para o primeiro jogo do Brasil – no dia seguinte – e fará uma noitada com ambientação nas cores da bandeira do Brasil, jantar com cardápio verde e amarelo e apresentação da grupo ‘Samba e Cevada’, que tocará sambinhas no estilo Lapa carioca, além do DJ Pratinha, que foi convocado para sacudir a pista de dança. Imperdível.

. Os ingressos para a festa podem ser adquiridos pelos nú-meros 8118-9717 ou 9985-1422.

>> Festa brasileiríssima

. Será no dia 16, a abertura do novo restaurante da cida-de, no Shopping Ponta Negra, com especialidades árabes.

. Quem assina o cardápio do restaurante é o chef sic Gabrielovich Marzan, que trabalha com eventos pa-lestinos há mais de 35 anos. O novo local contará ainda com um empório para venda de produtos árabes.

. O empreendimento assinado pelos empre-sários Murad Aziz e Ma-rília Zuazo oferecerá cha-rutos em conversa, doces, CDs e DVDs e acessórios do universo árabe.

>> Empório Árabe

O chef sic Gabrielovich Marzan

. A versão 2014 da famosa festa junina da ótima Charufe Nasser, no Parque do Idoso, manteve a tradição da movimentação e alegria.

. Um quilométrico bufê apresentava as delícias juninas sempre apreciadíssimas nesta temporada, além do alto astral da noite e dos convidados. Forrós e músicas da época animavam a noite, que tinha ambientação de bandeirinhas e fogueira. Noitada das boas.

>> Arraial da Cha-Chá

Luis Antonio e Socorro Vasconcellos Dias emoldurando a querida Charufe Nasser, em sua festa de aniversário com sabor junino

Zeca Nascimento com Olinda e Hirói

Francisco e Graziela Nogueira

David e Jéssica TayahAntonio e Norma Silva

Rosele e Ruizinho Franco de Sá

Marlídice Peres e Lourdinha Archer Pinto

A querida Marilena Perales

FOTOS: MAURO SMITH

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Apresentação do musical, selecionado por meio de edital da Secretaria de Estado da Cultura (SEC), acontece hoje à noite no palco do Teatro da Instalação, que fi ca no Centro de Manaus, a partir das 20h, com entrada gratuita

Espetáculo homenageia ‘Chicos’

Hoje, retorna aos palcos amazo-nenses o musical “...Mas podem me

chamar de Chico”, espe-táculo estreado em julho de 2012 no Teatro Amazo-nas, tendo realizado uma temporada no Teatro da Instalação no mesmo ano e diversas apresentações em outros espaços.

O musical “...Mas podem me chamar de Chico” apre-senta um repertório dos “Chicos” da música brasi-leira: Chico Buarque, Chico César e o amazonense Chico da Silva. Com uma hora e meia de duração, a mon-tagem entremeia canções desses três artistas, com dramaticidade, irreverência e leveza, isto é, com todas as nuances que as músicas que são executadas pedem.

Para dar conta do reca-do, um elenco de grandes nomes da música local foi escalado: Zezinho Corrêa, Márcia Siqueira, Marcos Paulo, Lucilene Castro e Cinara Nery. Quem assina a direção do espetáculo é o paulista William Perei-ra e o manauense Márcio Braz. As coreografi as são de Monique Andrade, di-retora do Corpo de Dança do Amazonas (CDA). O fi -gurino foi concebido por Rizzo Andrade e a direção

musical é de Hudson Alves. Reldson de Paula é quem fi ca na sonorização.

O repertório escolhido busca defi nir cada um dos três ícones da música bra-sileira. Chico Buarque com toda sua alma “feminina”, um nordestino com a veia poética latente, sendo con-siderado um dos grandes compositores surgidos na década de 1990 e, claro, o Chico da Silva, às vezes sambista, às vezes român-tico e uma das maiores re-ferências no que se refere a compositor de boi-bumbá.

Fazem parte do repertó-rio, obras como “Olho nos olhos”, “Vai passar”, “Cálice”, “Mama África”, “A primeira vista”, “Pensar em você”, “Vermelho”, “Sufoco” e “Pan-deiro é meu nome”.

A apresentação de hoje acontece no palco do Te-atro da Instalação, loca-lizado à rua Frei José dos Inocentes, 129, no Centro, às 20h, com entrada gratuita.

DIVULGAÇÃO

Exposição mostra início do futebolPara atender ao público for-

mado por turistas brasileiros e estrangeiros que virão as-sistir aos jogos e conhecer a cidade, durante a Copa do Mundo, além do próprio resi-dente de Manaus que deseja um programa diferenciado, o Millennium Shopping pre-parou uma programação especial. Até este domingo (8), acontece a exposição “Manaós 1914 – Uma Pai-xão Pelo Foot-Ball”. Trata-se de um verdadeiro pas-seio pelo início do futebol na capital amazonense.

A exposição mostra o pri-

meiro Campeonato Amazo-nense de Futebol disputado há exatos 100 anos com o Manaós Athletic Club, Manaos Sporting, Nacio-nal, Rio Negro e o Club Vasco da Gama.

De acordo com o empresá-rio Joaquim Souto Loureiro, responsável pela exposição e proprietário do acervo, na-quela época a presença ingle-sa era forte na cidade, que vivia o início da decadência do Ciclo da Borracha, perío-do em que a capital teve a economia impulsionada pela venda do látex extraído das

seringueiras amazônicas.Loureiro ressalta que, inclu-

sive, é o látex que é o persona-gem principal dessa história, pois, graças à matéria-prima, foi possível a origem e ascen-são dos jogos com bola.

Além da bola, a exposição também traz a Taça Willian Gordon, de prata, encomen-dada pelo comerciante inglês chamado William Gordon, que ofereceu o prêmio para a organização do campeonato, a Liga Amazonense de Foo-tball, que, em sinal de agra-decimento, resolveu batizá-la com o nome dele.

MANAUENSE

A mostra apresenta o primeiro Campeonato Amazonense de Futebol, disputado há 100 anos

DIVULGAÇÃO

Zezinho Corrêa, Márcia Siquei-

ra, Marcos Paulo, Lucilene

e Cinara dão voz ao show

D03 - PLATEIA.indd 3 7/6/2014 00:53:48

D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Jantar romântico em clima de CopaRealizado anualmente por Fernando Coelho, colunista do EM TEMPO, a festa tem como objetivo celebrar o Dia dos Namorados, data tradicional e comemorada em todo o país

Na próxima quarta-feira, dia 11, o Dia-mond Convention Center (Tarumã)

será palco de mais uma edi-ção da tradicional Festa dos Namorados, realizada anual-mente por Fernando Coelho, colunista do EM TEMPO. Um dos diferenciais deste ano é que toda a decoração será baseada na Copa do Mundo e, também por esse motivo, o jantar que sempre é realizado dia 12 foi antecipado, pois neste dia haverá o primeiro jogo da seleção brasileira.

“Há uma campanha em todo o país para que as festas sejam antecipadas devido ao jogo. Com isso, o dia 12 acabou virando um feriado no qual o casal poderá se divertir com outras opções. E aproveitando o momento, decidimos que este ano o cardápio da festa contará com ‘comidinhas’ de diversas partes do país, dan-do um charme na comemora-ção e oferecendo ainda mais opções aos casais”, explica Fernando Coelho.

Sobre a decoração do local, Coelho enfatiza o uso das

cores da bandeira do Bra-sil – verde, amarelo, azul e branco. “Toda a ornamen-tação está sendo feita pelo Bandeirão Decorações. Nada de usar somente o verde e amarelo, queremos que todas as cores façam parte dessa comemoração tão especial”. Vale destacar que o convite do jantar inclui, além do bufê, água, refrigerante e cerveja.

AtraçõesE festa que é festa não

pode faltar música anima-da. Coelho adianta que en-tre as atrações estarão a banda Samba & Cevada e o DJ Alexandre Prata. “A noite começa com um sambinha carioca da melhor qualidade. Esse grupo é conhecido por sempre usar branco em suas apresentações, dando um ar moderno no visual. A outra atração é Pratinha, que parti-cipa das festas mais descola-das da cidade e que promete um setlist que colocará todo mundo para dançar”.

E para quem está sempre ocupado pela rotina diária, existe um serviço exclusivo

de delivery. “Sabemos que as pessoas passam o dia todo trabalhando e não encontram tempo de parar para adquirir algo. Então usamos o serviço de delivery. Os interessados entram em contato conosco e mandamos entregar os convi-tes onde quer que elas estejam. É uma maneira de facilitar a vida das pessoas”, comenta.

O evento conta com o apoio do jornal Amazonas EM TEM-PO, Yara, Shopping Ponta Ne-gra, Magistral, Fametro, Con-tém 1g e Salvare.

SERVIÇOFESTAS DOS NAMORADOS EM RITMO DE COPA

Quando

Onde

Quarta-feira, dia 11, a partir das 21hDiamond Conven-tion Center (ave-nida do Turismo, Tarumã)(92) 8118-9717 ou 9985-1422

O DJ Alexandre Prata foi convidado para comandar o som eletrônico da Festa dos Namorados

Os integrantes da banda Samba & Cevada apresentam-se sempre com roupas brancas

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

A realização do primeiro voo direto entre Manaus e Euro-pa (Lisboa) ofertado pela TAP Linhas Aéreas tem provocado polêmicas nas redes sociais a partir de uma montagem digital onde há uma comparação entre a chegada dos lusos nas terras tropicais no ano de 1500 e o re-ferido voo onde ambos, segundo o que a charge nos sugere, os portugueses se deparam com índios, no primeiro caso, arredios e em situação de combate e, no segundo, cordiais com belas índias do folclore de Parintins recepcionando os turistas.

A charge digital ou même como é chamado, não deixa de ser uma crítica criativa, com uma construção de conteúdo irônica e racional, longe dos pieguis-mos da crítica apaixonada. O même não faz críticas ao voo, evidentemente, mas sim a for-ma com que recepcionamos os turistas onde, de fato, temos insistido na diluição de nossa identidade descambando-a no folclore parintinense.

Talvez o tema da identidade tenha sido o mais explorado por esta coluna, assim como o de po-líticas culturais e o regionalismo. Como sabemos, a identidade tem sido estudada ao longo de muitos anos por um sem-número de es-pecialistas. Sérgio Buaque de Ho-landa, em “Raízes do Brasil”, foi um dos pioneiros no processo de compressão do tema voltado ás questões nacionais, sem sequer usar o termo. A herança ibérica e o personalismo do “homem cordial” (este último, sobretudo), são os principais vetores a mar-car a identidade brasileira, se-gundo Holanda. Gilberto Freyre contribuiu para a identifi cação de nosso tipo nos apresentando estudos relevantes onde a intimi-

dade da casa grande e da senzala, as relações entre o coronel e as mucamas negras, forjaram o mestiço brasileiro identifi cados pelos traçosfísicos, cor, fala e outras formas de expressão.

Neste sentido, cumpre-nos esclarecer que o mestiço é a composição por excelência do brasileiro. Não se enquadra, cla-ro, na categoria de povos ou comunidades tradicionais, afi -nal, não é nem uma coisa e nem outra. É um tipo presen-te em muitas de nossas ações cotidianas e a reproduzimos de forma constante.

Esta digressão sugere que a mestiçagem não só se deu entre negros e brancos, mas inúmeras culturas e povos tam-bém miscigenaram e contribu-íram para a formação cultu-ral do povo brasileiro. Logo, a identidade não deve ser fi xada como algo e imutável. Ela é dinâmica, como a própria vida.

No caso do Amazonas, inú-meros povos contribuíram para a formação social da Amazô-nia. Judeus, mulçumanos, afri-canos, barbadianos, italianos, entre outros, forjaram nossa identidade que podemos bem defi ni-la como diversa e plural. Logo, simplifi carmos a riqueza de nossas expressões culturais, gestos, culinária e artes e redu-zi-la a categoria folclórica es-pecifi camente boi-bumbá e di-zer que esta é nossa identidade soa no mínimo estranho.

A cultura do diálogo é impor-tante para discutirmos o as-sunto e assim refl etirmos sobre quem somos e de onde vie-mos. Parece mesmo que há uma confusão quando falamos de identidade. Já somos bem cres-cidinhos para compreender o tema o superarmos.

Márcio Braz*E-mail: [email protected]

Márcio Braz**ator, diretor, cientista

social e membro do Conselho Municipal de

Política Cultural

No caso do Amazonas, inúmeros povos contri-buíram para a formação so-cial da Ama-zônia. Judeus, mulçumanos, africanos, barbadianos, italianos, entre outros, for-jaram nossa identidade que podemos bem defi ni-la como diversa e plu-ral. Reduzi-la a boi-bumbá é estranho”

A invenção do Amazonas

REGI

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

ELVIS

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoProcura por elencoConflitos à parte, o

diretor Dennis Carvalho trabalha em ritmo forte na formação do elenco de “Babilônia”.

Os testes correm soltos no Projac para diversos personagens.

A pré-produção da nove-la vai começar depois da Copa do Mundo.

Quando a novela do Aguinaldo estrear, “Ba-bilônia” entrará em linha de produção.

Elas também curtemSegundo pesquisa do

Combate, 35% do pú-blico que acompanha as transmissões do UFC no canal é constituído por mulheres, na contramão de muita gente que acha-va que a pancadaria des-pertava interesse apenas dos homens.

De olho na audiência feminina o Combate não descarta agregar novos valores ao seu time, que reúne, atualmente, a co-mentarista Kyra Gracie, as repórteres Caryna Ameri-cano, Laís Lacerda, Carla Tank, a apresentadora Vi-viane Ribeiro e a corres-pondente Ana Hissa.

Início de gravação De acordo com a Globo, o

diretor Mauro Mendonça Filho pretende iniciar no fi m deste mês as gravações da série policial “Dupla Identidade”, escrita por Glória Perez.

Estão confi rmados no elen-co Bruno Gagliasso, Débora Falabella, Luana Piovani, Mar-celo Novaes, Cris Nicolotti, Aderbal Freire Filho e Marisa Orth, entre outros.

Apertem os cintosEsta série policial promete

mostrar um Bruno Gagliasso nunca antes visto na televisão, num trabalho de botar medo. O papel é o de um serial killer.

Bruno encontra-se em Nova York e, na volta ao Brasil, nos próximos dias, irá priorizar “Dupla Identidade”.

Por outro ladoO nome de Vera Fischer

ainda não aparece nas lis-tas de elenco de “Dupla Identidade”.

Cogitou-se a participa-ção da atriz assim que sur-giram as primeiras notícias sobre este trabalho. Porém, Glória Perez, quando con-sultada a respeito, preferiu não se manifestar.

Esperando a vezA Globo, ofi cialmente,

ainda não tem planos de produção para o “The Voice Kids”. O programa está no “pacote” do “The Voice”, mas por enquanto é só isso e apenas isso.

Mudanças Kaká Marques vai dei-

xar a direção do “Ritmo Brasil”, apresentado por Faa Morena.

Visita Fabíula Nascimento,

em passagem por Nova York, para participar do 12º Brazilian Film Fes-tival, representando os filmes “Mato sem Ca-chorro” e “SOS Mulheres ao Mar”, visitou tam-bém os estúdios da TV Globo América.

Lá, a atriz concedeu entrevista a Mila Burns para o “Globo Notícias”, que é transmitido pela Globo Internacional para os países das Américas.

Bate-rebate• Começam hoje as lei-

turas da peça “Retratos e Canções”, com direção de Renato Andrade...

• .... No elenco, Dani Moreno, que esteve em “Salve Jorge” na Globo, mais Paulinho Serra e Rodrigo Sant’anna.

• Chegou ao fi m um romance na nossa televisão com todos os ingredientes de um drama-lhão dos novos tempos...

• .... No “roteiro” prota-gonizado por dois rapazes e um quase senhor, traições e muita choradeira...

• ... Mas o artista central desse drama já dá sinais de recuperação. Deu a chamada volta por cima e está no ataque novamente.

• Rede TV! pretende fazer a coletiva do “Encrenca”, dia 16, em São Paulo.

• O Esporte da Bandeirantes atravessa um dos seus mo-mentos mais tranquilos.

Problemas de ‘Em Família’

A decisão da Globo em acabar com “Em Família” mais cedo, acabou respingando em autores da faixa nobre.

“Império”, escrita por Aguinaldo Silva, próxima atração do horário, entrará no ar dia 21 de julho, uma semana antes do previsto. Pela ordem, “Babilônia”, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, teria que começar em janeiro. Teria.

Os dois autores não consideraram nem um pouco interessante a ideia de estrear antes do Carnaval. Complicado.

Com André Bankoff no elen-co, a segunda temporada da série “O Negócio”, sobre pros-tituição, estreia em agosto no HBO.

Rafaella Mandelli, Juliana Schalch e Michelle Batista fazem as protagonistas.

O canal já negocia uma ter-ceira temporada com a pro-dutora Mixer.

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

DIVULGAÇÃO

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Programação de TV

5h Jornal Da Semana6h Igreja Universal7h Brasil Caminhoneiro7h30 Planeta Turismo8h30 Vrum9h Sorteio Amazonas Da Sorte 10h Domingo Legal 14h Eliana18h Roda A Roda Jequiti18h45 Sorteio Da Telesena19h Programa Silvio Santos23h De Frente Com Gabi0h Nikita1h Alvo Humano2h Cult3h20 Big Bang4h Igreja Universal

SBT

GLOBO5h10 Santa Missa

6h10 Amazônia Rural

6h40 Pequenas Empresas, grandes

Negócios

7h15 Globo Rural

8h10 Auto Esporte

6h30 Igreja Int. Da Graça

7h30 Igreja Int. Da Graça

8h30 Igreja Solidária

9h Rompendo Barreiras

10h Tv Prime

REDE TV

BAND5h Power Ranger – Rpm6h Popeye6h30 Santa Missa No Seu Lar7h30 Sabadão Do Baiano8h Power Ranger + Popeye8h30 Roland Garros – Ao Vivo12h Formula Truck – Ao Vivo13h30 Copa Petrobras De Marcas14h30 Irmão Caminhoneiro - Boletim14h35 De Olho Na Copa - Boletim14h40 Minuto Da Copa - Boletim14h45 Band Esporte Clube15h30 A Informar14h30 Futebol 2014 – Ao Vivo17h 3º Tempo19h Só Risos20h Polícia 24h21h Pânico Na Band0h Canal Livre1h Minuto Da Copa – Boletim1h05 Alex Deneriaz1h40 Show Business2h30 Igreja Universal

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Suas defi ciências estão mais claras e pode organizar o jeito de lidar com elas. O desejo de perfeição deveria tornar-se desejo de estar em processo de aperfeiçoamento.

TOURO - 20/4 a 20/5 As relações afetivas e humanas estão be-nefi ciadas pela compreensão. Um dia para se ter ideias inspiradas, um tanto fora do convencional, mas muito ricas e vibrantes.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 É tempo de se recordar do sentido maior de seu trabalho. Mais do que cuidar das res-ponsabilidades, hoje você pode compreender mais a respeito do que estas signifi cam.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 As imagens mentais aceleram e modifi cam o ritmo de seus ciclos orgânicos, cerebrais e psicológicos. Alterações de percepção e de sensação podem ocorrer neste dia.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Momento de esclarecimento e de clarividên-cia a respeito de pessoas e de si mesmo. Tudo se passa em um plano sutil. Seja compreen-sivo com as pessoas de seu convívio.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 A importância que as pessoas têm em sua vida é algo que precisa ser reconsiderado por você. Uma compreensão maior esclarece a consideração que deveria ter por elas.

LIBRA - 23/9 a 22/10 O uso adequado dos recursos e instrumentos que tem à disposição é algo mais importante do que parece. Há uma harmonia quando se utiliza a ferramenta certa.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Momento estimulante à sutileza da mente, e também aos sentimentos, estimulando a compreensão humana. A relação amorosa é a mais benefi ciada pela inspiração.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Você é capaz de perceber coisas inauditas, que nunca havia percebido - inclusive e em espe-cial das pessoas com quem está em relação próxima. Abra-se à nova compreensão.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Um dia para tratar de temas profundos com os parceiros e a pessoa amada. Criatividade para resolver seus problemas. O bem pensar e a boa comunicação estão a seu favor.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Hoje é um dia para meditar e compreender as situações com as quais normalmente está tão atulhado que acaba não percebendo muita coisa. Sensibilize-se de modo diferente.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Um dia de especial e rara inspiração artística, poética, amorosa e mesmo religiosa, pois que hoje tudo isso tende a se mesclar em uma riqueza de grande amplitude.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

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BANCO 60

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venda docigarro

Completa;inteira

Sãodois nonúmero

100

Mão detinta

colocadana parede

Precisão;exatidão

A forma desenha-

da docírculo

Sílaba de"erguer"

Preferên-cia;

escolhaDar título

de rei

Hiato de "coope-

rar"

Parte dobovino

chamadade mocotó

Diferençade horá-rio entrepaíses

(?) e sal-vos:

ilesos

Estrela,em inglês

Campeãotrês vezes

(red.)

54, em al-garismosromanos

GeovannaTominaga,apresen-tadora

(?) Prado,ator

brasileiro

Partetraseirade cami-

nhões

Foguetebélico

Dois países europeusda Copa de 2014

Aqueleindivíduo

Produtoda olaria

Afetar;atacarDe +uma

Óleo usadono tempe-

ro desaladas

Sua capitalé Goiânia

Orna;enfeita

Esburacar;romper

Carne deassados

A pior reação daplateia a um artista

Soltar;deixar cair

ObjetivoEfeito dosapato

apertado

Detectorde aviõesEm prol; a favor

A sextaletra

Feito empedaços

4/maço — star. 5/opção. 6/coroar. 8/molestar. 10/carroceria.

CruzadinhasCinemaESTREIA

A Culpa é das Estrelas: EUA. 12 anos. A história gira em torno de Hazel e Gus, dois adolescentes que se conhecem em um grupo de apoio a pacientes com câncer, e compartilham, além do humor ácido e do desdém por tudo o que é convencional, uma história de amor que os faz embarcar em uma jornada inesquecível. Cinemark 1 – 12h30 (dub/somente sábado e domingo), 15h30, 18h30, 21h30 (dub/diariamente), 0h30 (dub/somente sábado), Cinemark 6 – 11h20 (dub/somente sábado e domingo), 14h20, 17h20, 20h30 (dub/diaria-mente), 23h30 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 4 – 13h30, 16h15, 19h15, 22h15 (dub/diariamente), Cinépolis Millennium 8 – 12h45, 15h30, 18h30, 21h30 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 1 – 12h45, 15h30, 18h30, 21h30 (dub/diariamente), Cinépolis Plaza 5 – 13h30, 16h15, 19h15, 22h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 3 – 14h10, 17h20, 20h40 (leg/diariamente), Cinépoilis Ponta Negra 5 – 13h30, 19h15 (dub/diariamente), 16h15, 22h (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 7 – 15h30 (dub/diariamente), 18h30, 21h30 (leg/dia-riamente); Kinoplex 1 – 15h40, 18h20 (dub/somente sábado e domingo), 21h (leg/diariamente); Playarte 3 – 13h15, 15h50, 18h25, 21h (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 4 – 13h16, 15h51, 18h26, 21h01 (dub/diariamente), 23h31 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Malévola: EUA. 10 anos. Cinema-rk 4 – 12h50, 15h10, 17h30, 19h50, 22h20 (3D/dub/diariamente), Cinema-rk 7 – 11h30 (dub/somente sábado e domingo), 13h50m 16h20, 18h40, 21h15 (dub/diariamente), 23h40 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 1 – 14h, 16h30, 19h, 21h20, Cinépolis Millennium 3 – 13h45, 15h50, 18h15, 20h45 (3D/dub/diariamente); Cinépolis Plaza 2 – 14h, 16h30, 19h, 21h45 (3D/dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 21h40 (3D/leg/diariamen-te), 15h (3D/dub/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 4 – 14h30, 19h45 (3D/dub/diariamente), 17h, 22h15 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 8 – 13h45 (dub/somente sábado e domin-go), 16h (dub/diariamente), 18h45, 21h (leg/diariamente); Kinoplex 2 – 16h40, 19h (dub/diariamente), Kinoplex 3 – 14h, 16h20, 18h40, 21h10 (3D/dub/diariamente); Playarte 1 – 13h50, 16h, 18h10 (3D/dub/diariamente), Playarte 5 – 13h20, 15h20, 17h20, 19h20, 21h20 (dub/diariamente), 23h20 (dub/somen-te sexta-feira e sábado), Playarte 6 – 13h21, 15h21, 17h21, 19h21, 21h21 (dub/diariamente), 23h21 (dub/somen-te sexta-feira e sábado).

Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou: BRA. 14 anos. Cinemark 2 – 18h (diariamente), Cine-mark 3 – 11h10 (dub/somente sábado e domingo), 14h, 16h30, 19h, 21h40 (dub/diariamente), 0h15 (dub/somente sábado), Cinemark 5 – 13h10 (dub/

diariamente); Cinépolis Millennium 6 – 14h30, 17h, 19h30, 22h (diariamente), Cinépolis Millennium 7 – 12h30, 15h (diariamente); Cinépolis Plaza 3 – 15h30, 21h15 (diariamente), Cinépolis Plaza 4 – 14h30, 20h (diariamente); Ciné-polis Ponta Negra 2 – 16h20, 19h40, 22h10 (diariamente), Cinépolis Ponta Negra 6 – 14h (exceto quinta-feira), 17h30, 20h15 (diariamente); Kinoplex 4 – 14h30, 16h50, 19h10, 21h30 (dia-riamente); Playarte 10 – 12h45, 14h55, 17h05, 19h15, 21h30 (diariamente), 23h40 (somente sexta-feira e sába-do).

No Limite do Amanhã: EUA. 12 anos. Cinemark 2 – 12h55, 15h20, 20h45 (dub/diariamente), 23h20 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 7 – 17h45, 20h15 (leg/diariamente); Ci-népolis Plaza 8 – 13h15, 15h45, 18h15, 21h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 10 – 13h15 (dub/somente sábado e domingo), 18h20 (dub/diariamente), 15h50, 21h15 (leg/diariamente); Kino-plex 2 – 14h10, 21h20 (dub/diariamen-te); Playarte 9 – 14h, 16h15, 18h30, 20h50 (dub/diariamente), 23h05 (dub/somente sexta-feira e sábado).

X-Men – Dias de um Futuro Es-quecido: EUA. 12 anos. Cinemark 5 – 15h50 (3D/dub/diariamente), 18h50, 21h50 (3D/dub/exceto segunda-feira), Cinemark 8 – 17h50 (dub/diariamente), 23h50 (dub/somente sábado), 11h50 (dub/somente sábado e domingo,

CONTINUAÇÕES

DIVULGAÇÃO

Para quem gosta de automóveis, “Vrum” é a pedida pelo SBT

14h50, 20h50 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 2 – 15h40, 18h45, 21h45 (leg/diariamente), Cinépolis Millennium 5 – 14h45, 17h30, 20h30 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 6 – 13h, 16h, 19h30, 22h20 (dub/diariamente), Cinépo-lis Plaza 7 – 14h45 (dub/somente sábado e domingo), 17h45, 20h45 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 18h25 (3D/leg/diaria-mente); Cinépolis Ponta Negra 9 – 14h15, 20h45 (dub/diariamente), 17h15 (leg/diariamente); Kinoplex 5 – 15h50, 18h35, 21h25 (3D/dub/diariamente), 13h10, 15h50, 18h35, 21h25 (dub/somente sábado e do-mingo); Playarte 1 – 20h20 (3D/dub/diariamente), 22h55 (3D/leg/diariamente), Playarte 2 – 14h10, 17h10, 20h10 (leg/diariamente), 22h40 (leg/somente sexta-feira e sábado); Playarte 7 – 12h40, 15h15,

17h50, 20h30 (dub/diariamente), 23h (dub/somente sexta-feira e sábado).

Godzilla: EUA. 12 anos. Ciné-polis Plaza 4 – 17h, 22h30 (dub/diariamente); Playarte 8 – 12h45, 18h05 (dub/diariamente).

O Espetacular Homem Ara-nha 2 – A Ameaça de Electro: EUA. 12 anos. Cinépolis Plaza 3 – 18h (dub/diariamente); Playarte 8 – 15h20, 20h40 (dub/diariamente), 23h25 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Rio 2: EUA. Livre. Cinépolis Millennium 2 – 13h15 (dub/diaria-mente); Cinépolis Plaza 7 – 14h45 (dub/somente sábado e domingo); Cinépolis Ponta Negra 2 – 13h10 (dub/somente sábado e domingo).

10h30 A Questão É

11h Igreja Da Graça

12h Fique Ligado

13h Passaporte Amazônia

14h En Circuito

15h30 A Questão É

16h Ad & D

16h30 Palavra Que Transforma

17h Ritmo Brasil

17h45 Amazonas Dragway E Luta

Tribal

18h45 Muito Show – Edição

Especial

20h15 Gente Da Mata

20h45 Te Peguei Na Tv

21h15 Tv Shopping Manaus

22h15 Teste De Fidelidade

23h35 Ronaldo Castro

0h05 Sob Medida - Reprise

1h É Notícia

2h Bola Na Rede

3h Igreja Int. Da Graça

8h45 Esporte Espetacular - (Stock

Car /Goiânia - Compacto)

11h55 Esquenta

14h Mundial de Fórmula 1 - Grande

Prêmio do Canadá

15h45 Temperatura Máxima - Os

Três Mosqueteiros

17h30 Domingão do Faustão

20h Fantástico

22h25 SuperStar

23h40 Domingo Maior - Bater ou

Correr

1h25 Sessão de Gala - Hanna

3h10 Corujão - Johnny Mnemonic

- O Cyborg do Futuro

4h43 Festival de Desenhos

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

sinhazinha2

Com a presença do governador José Melo, foram entregues dois ônibus adaptados que vão servir para o atendimento itinerante do Procon-AM. Os ônibus serão utilizados, inicialmente, durante a Fan Fest na Ponta Negra, para atender as demandas dos consumidores durante todo o evento da Copa. O atendimento no local começará a partir do próximo dia 12, permanecendo até o dia 13 de julho, das 10h às 17h. O atendimento nos dias de jogos em Manaus e da seleção brasileira se estenderá até 22h. Após o período dos jogos, o Procon-AM utilizará o ônibus no atendimento da Região Metropolitana de Manaus, bem como em ações nos bairros da capital.

Fiscalização

O que são essas plaquinhas que foram confeccionadas para orientar turistas e população local sobre pontos turísticos e vias de Manaus para a Copa? Gente, que criatura foi essa que teve a infeliz ideia? Placas de trânsito do tamanho de uma cartela de ovo. Quem vai ver isso? É preciso uma lupa para ler e na velocidade dos carros ninguém consegue obter a informação, dado o tamanho. Placas têm que ser grandes, quase um outdoor. Por que ainda insis-tem em pensar pequeno para uma cidade grande como Manaus? Pela fé!

Decepcionante

Aplausos

Adriana Brito e Indrid Ben-zecry estão trocando de ida-de hoje. Os cumprimentos da coluna.

Hoje, às 18h, tem o “Pa-raíso Utópico”, show com o vocalista Gustav Cervinka, no Centro Cultural Usina Chami-né; às 19h, no Teatro Ama-zonas, o Corpo de Dança do Amazonas apresenta a releitura de “A Sagração

da Primavera”.

O escritório jurídico Silvei-ra, Athias, Soriano de Mello, Guimarães, Pinheiro & Scaff – Advogados, que possui uma vasta carteira de clientes na sua unidade de Manaus, vai inaugurar fi lial no coração de Nova York. Precisamente em Manhattan, próxima ao Central Park.

Amanhã, das 19h às 22h, começará o curso de culiná-ria intermediária com a chef

Veroka Marques, e segue até o próximo dia 11, no Messer Núcleo de Gastronomia, no Parque 10.

Vai ter festão daqueles no salão de festas, do condomí-nio Aristocrático, no próximo domingo. O bambino Calebe Souza Roberto ganhará ses-são parabéns para celebrar seus cinco aninhos.

A TIM inaugurou mais uma

loja de parceiro em Manaus, desta vez no Uai Shopping. O novo espaço está dentro do novo conceito TIM Store, que oferece layout e mobiliário que valorizam o conforto.

O querido Hamilcar Silva ga-nhou (ontem) jantar de aniver-sário preparado pela mulher-festeira Eliane Schneider, no duplex do Saint Moritz. Encon-tro do tipo intimista somente para 18 convivas.

Sala de Espera

D7Plateia

Fiscalização

Aplausos

Adriana Brito e Indrid Ben-zecry estão trocando de ida-de hoje. Os cumprimentos da coluna.

Hoje, às 18h, tem o “Pa-raíso Utópico”, show com o vocalista Gustav Cervinka, no Centro Cultural Usina Chami-né; às 19h, no Teatro Ama-zonas, o Corpo de Dança do Amazonas apresenta a releitura de “A Sagração

da Primavera”.

Sala de Espera

Os anfi triões-irmãos Gigi e Jeff erson Cunha

celebradíssimos na festa dos 11 anos da

“Em Visão”

Ele e Elas: Christóvão Gomes com Akemi e Harumi Tsuji conferindo a festa luxo da revista “Em Visão”

O presidente da Fieam, Antonio Silva, recebeu na sede da entidade, comitiva de executivos da Yamaha Motor da Amazônia. O encontro marcou a passagem do cargo de diretor da multinacional, Seijiro Teramae, para seu sucessor, Osamu Yabuzaki. “Como entidade representativa da indústria amazo-nense estamos aqui para apoiar e fornecer todas as informações sobre o segmento pro-dutivo do Amazonas. Desejamos boa gestão ao diretor Yabuzaki e que ele possa contar com o Sistema Fieam para o fortalecimento de suas atividades industriais e para o aumento em inovação e competitividade da Yamaha Motor”, disse Antonio.

CordialidadeO curso de Administra-

ção do UniNorte promove hoje a 1ª Caminhada Ver-de com o intuito de levar alunos e professores às ruas da Ponta Negra, em uma caminhada pela preservação do meio am-biente. A atividade come-çará às 7h30 e percorrerá as ruas da cidade com o tema “Administração por uma cidade mais limpa. Sou egresso, faço parte dessa história”.

CoroManaus ganhou a sua primeira delegacia móvel, que vai reforçar

o atendimento da Polícia Civil do Amazonas no período da Copa. Durante a apresentação, o delegado-geral Josué Rocha também anunciou as obras de refor-ma e adequação do prédio onde funciona o Instituto de Identifi cação Ader-son Conceição de Melo e de instalação de uma nova Delegacia Espe-cializada em Crimes Contra a Mulher, na Zona Norte de Manaus.

Moisa Guer-reiro – macér-rima e sem-pre elegante – desfi lando estilo próprio, no lançamento dos parfums da grife Karl La-gerfeld da Top Internacional

Do correto staff da Top Internacional, a simpática Patrícia Berg, na badalada noite Karl Lagerfeld par-fums, da loja do Manauara Shopping

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 8 DE JUNHO DE 2014

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