Embriologia da audição

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Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Fonoaudiologia Docente: Denise Menezes Desenvolvimento da Audição Embriologia Alunas: Aline Ferraz Juliana Dias Fonoaudiologia 2010.1

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Trabalho disciplina: desenvolvimento da audiçãoprof- Denisejuliana e aline

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Page 1: Embriologia da audição

Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Fonoaudiologia

Docente: Denise Menezes

Desenvolvimento da AudiçãoEmbriologia

Alunas: Aline Ferraz Juliana Dias

Fonoaudiologia 2010.1

Recife2010

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Embriologia da Audição

Conforme Advíncula, Griz, Menezes (2001, p.28) “O estudo da origem das estruturas,

que formam o sistema auditivo, é de fundamental importância para o diagnóstico

clinico”. Por isso o conhecimento que o fonoaudiólogo precisa ter sobre a embriologia

auditiva contribui para ajudar no diagnóstico audiológico e também quando necessário,

realizar uma intervenção terapêutica, quando houver uma alteração auditiva.

A embriologia é uma ciência que sempre encontra muitas dificuldades, uma delas, é que

durante o processo gestacional faz-se de forma dinâmica e se desenvolve a cada dia as

estruturas do feto. No ser humano de uma célula cria-se toda uma infinidade de células

que se agrupam em tecidos, diferenciando-se em órgãos, que acontece gradativamente.

No aparelho auditivo as características são “visíveis”, devido à forma mínima de

elementos, aos inúmeros detalhes anatômicos e a grande quantidade de diferentes

tecidos envolvidos.

O ouvido compõe-se de três estruturas, a saber: orelha externa; media; interna. O

desenvolvimento embrionário de cada segmento segue a ordem inversa, ou seja, da

orelha interna para a externa.

Primeiramente um dos importantes acontecimentos que acontece com o embrião

humano é a diferenciação das células em três camadas germinativas, o ectoderma dela

deriva-se as porções externa e interna da orelha, o mesoderma dela origina-se os

ossículos e osso que envolve a orelha interna e mais um tecido o endodérmico.

A orelha interna:

O sistema endolinfático é derivado do placóidio ótico, uma condensação ectodérmica

que nasce na região paraoccipital, ao lado do tubo neural, e inicia uma invaginação para

dentro do mesoderma formando a fosseta ótica que posteriormente fecha para formar o

otocisto. Este vai se diferenciando em divertículos que darão futuramente a cóclea, o

saco endolinfático e os canais semicirculares. Temos então, a cóclea, com suas espiras

assentada sobre a lâmina espiral óssea presa ao modíolo (ambas as formações derivadas

do tecido mesenquimal- desmocrânio). Naregião vestibular se formam duas formações,

e o sáculo, unido a cóclea por um estreito canal, o ductus reuniens. Dentro destas

formações vamos encontrar as máculas do sáculo e do utrículo, com suas otocônias.

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Cápsula Ótica- É um osso com características peculiares em nosso organismo. É

embriologicamente um osso condocrânio. A cápsula ótica vai englobar a orelha interna,

temos, portanto, o sistema endolinfático recoberto pela cápsula ótica. Em torno deste

sistema vai se forma o sistema perilinfático. O sistema perilinfático esta em contato com

a orelha média através das duas janelas: oval e a redonda.

De acordo com Northern e Downs (1989), Moore (1974) esclarece, que a extremidade

dorsal da cartilagem do primeiro arco de cartilagem de Meckel, relaciona-se

intimamente com a orelha em desenvolvimento e se ossifica para formar dois ossículos

da orelha média, o martelo e a bigorna. A porção intermediária da cartilagem regride, e

seu pericôndrio forma o ligamento anterior do martelo e o ligamento esfenomandibular.

A extremidade dorsal da cartilagem do segundo arco, ou cartilagem de Reichert

ossifica-se para formar o estribo e o processo estilóide do osso temporal. Por volta da

metade da nona semana, a bigorna e o martelo já atingiram a forma cartilaginosa total,

semelhante à do adulto. O estribo cresce como uma estrutura cartilaginosa até a décima

quinta semana. Da décima quinta à décima sexta, começam a ocorrer ossificações na

superfície cartilaginosa do martelo e da bigorna, que se completam por volta da

trigésima segunda semana. O estribo não começa a ossificação antes da décima oitava

semana e continua a se desenvolver mesmo depois da completa ossificação. O estribo

desenvolve-se ainda pela vida afora. Pela trigésima semana o desenvolvimento do

tímpano propriamente dito está quase completo. O antro da cavidade da orelha média

pneumatiza-se da trigésima quarta à trigésima quinta semana aproximadamente e o

epitímpano pneumatiza-se durante o último mês fetal. O meato auditivo externo deriva-

se da primeira ranhura da quarta a quinta semana. Na oitava semana, o meato auditivo

emergente afunda em direção à cavidadeda orelha média e torna-se o terço externo do

canal auditivo envolvido por cartilagem. A ranhura ectodermal continua a aprofundar-se

da superfície externa em direção à cavidade timpânica até encontrar um adensamento de

células epiteliais, chamado plug meatal (tampão meatal), surgindo do ectoderma

superficial. O compacto plug meatal,mantém fechado o canal auditivo externo até a

vigésima primeira semana. A essa altura, as estruturas da orelha interna e média estão

formadas e ossificadas. O plug meatal desfaz-se formando o canal, onde a acamada

mais interna do epitélio do plug meatal tranforma-se na camada epitelial escamosa da

membrana timpânica.

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A orelha Média

Tanto a tuba auditiva como a caixa do tímpano e a cavidade da mastóide são

revestidos pela mucosa derivada do endoderma da faringe primitiva. As três primeiras

bolsas braquiais participam do processo, principalmente a primeira. Na faringe

primitiva, o recesso tubotimpânico vai migrando para a região onde aparecerão os

ossículos da orelha média. Esta migração vai se estreitando e origina a tuba auditiva.

Sua porção mais lateral se alarga, originando a caixa do tímpano. Este epitélio começa a

revestir a caixa e os ossículos que estão em formação, apenas no nascimento toda ela e o

antro mastóideo estão revestidos. As células mastóideas continuam este processo após o

nascimento.

Membrana Timpânica- Formada externamente, pelo epitélio que migra pelo conduto

(originário do ectoderma) e, internamente pelo epitélio que migra pelo recesso

tubotimpânico (originário do endoderma). Entre estes dois folhetos forma-se uma

membrana fibrosa originária do mesênquima.

Cadeia Ossicular- O martelo e a bigorna originam-se da porção dorsal da cartilagem

mandibular de Meckel, que é parte do processo inferior do primeiro arco braquial. O

estribo origina-se da cartilagem de Reichert, do segundo arco branquial.

A orelha externa:

O pavilhão auricular desenvolve-se durante a 3° ou 4° semana a partir do primeiro e

segundo arcos branquiais. O segundo arco origina propriamente o pavilhão, e apenas o

trago parece originar-se do primeiro ou segundo arco branquial.

Desenvolve-se a partir de seis saliências auriculares, em torno das margens da primeira

fenda branquial. Com o crescimento da orelha, a contribuição do primeiro arco

branquial torna-se relativamente reduzida. O lóbulo é a última parte da orelha a se

formar. Com o desenvolvimento da mandíbula, as orelhas deslocam-se para os lados da

cabeça e ascendem até o nível dos olhos. O ouvido externo desenvolve-se até a

puberdade. As partes da aurícula derivadas do 1° arco, são supridas pelo nervo

mandibular as do 2° arco são supridas pelos ramos cutâneos do plexo cervical. No fim

do período fetal, as células centrais deste tampão degeneram, formando uma cavidade

que se transforma na parte interna meato acústico externo. Esse meato é relativamente

curto na ocasião do nascimento, e, por isso, é preciso tomar cuidado para não ferir a

membrana timpânica.

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O meato acústico externo alcança o comprimento de um adulto por volta dos nove

meses de idade. Ainda continua amadurecendo até os 7 anos de idade, o pavilhão possui

uma anatomia peculiar que se repete em todos nós, mas com individualidade própria,

servindo até como meio de identificação pessoal em medicina legal.

Russo e Santos (1994) disseram que em geral, as etapas de respostas a sons seguem um

padrão de maturação. Fisiologicamente, a cóclea humana possui função adulta normal

após a vigésima semana de gestação, sendo que o feto reage a estímulos sonoros

intensos. Ao nascer, o ser humano apresenta apenas audição do tipo reflexa; em seguida,

inicia-se o processo de aprendizagem e novas respostas ao som passam a ser

desenvolvidas sendo estas dependentes de experiências auditivas. No quinto mês de

gestação, o feto já tem as estruturas da orelha média e orelha interna formadas, sendo

inclusive possível demonstrar suas funções cocleares.