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Emergências no Bloco Operatório
Reflexão I – Papel do Enfermeiro Perioperatório em situação de emergência no Bloco Operatório 1
Reflexão I – Papel do Enfermeiro Perioperatório em situação de emergência no Bloco Operatório
“Num bloco operatório é necessário estar preparado para mudanças rápidas e
inesperadas, as emergências ocorrem com frequência, o tempo de reacção é fundamental
para dar resposta a essas situações de forma eficaz e eficiente” (Vargas, 2010,p.19).
Ao refletir nas situações de emergência que experienciei durante a minha prestação
de cuidados no BO, uma das características que ressalta é a necessidade de responder de
forma rápida, precisa e segura. No entanto, esses momentos são vividos com ansiedade e
stress por todos os intervenientes (enfermeiros, anestesistas, cirurgiões, assistentes
operacionais).
Segundo a AESOP (2006) espera-se que o Enfermeiro Perioperatório saiba “saber
ser” no Bloco Operatório tendo “(…) consciência cirúrgica, motivação, espírito de equipa,
rigor profissional, autodomínio, destreza, facilidade de adaptação, espírito crítico,
facilidade de concentração, resposta rápida a emergências e controlo de stress” (p.8). Nas
situações de emergência a resposta do Enfermeiro Perioperatório deve garantir a segurança
do doente e dos profissionais e actuar, mantendo a comunicação entre os vários
profissionais, que nas situações de emergência, assume ainda mais relevância.
As emergências no Bloco Operatório podem ocorrer em qualquer momento do
perioperatório na sala operatória ou na UCPA. Estas emergências podem ter uma
multiplicidade de causas, anestésicas, cirúrgicas ou situacionais (inerente à própria
condição clínica do doente).
Durante a minha experiência profissional de três anos como enfermeira no Bloco
Operatório, já me deparei com situações de emergência anestésica (situações de via aérea
difícil, broncoespasmo, hipoventilação, paragem cardíaca), situações cirúrgicas
(hemorragia maciça, abordagem ao politraumatizado) e doentes com antecedentes de
alergia ao látex. A maioria destas situações ocorre sem um “aviso prévio”, no decorrer de
um dia normal de trabalho, no domínio da anestesia, na circulação, na instrumentação ou
na Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos, exigindo naquele momento, uma resposta
específica.
Quando o bloco operatório tem conhecimento prévio de um doente considerado
emergente, a equipa coordenadora de enfermagem ou chefe de equipa, reorganiza os
recursos humanos, no sentido de dotar a sala operatória com as pessoas mais “peritas”, que
como citado anteriormente, saibam dar uma resposta rápida a emergências e controlo de
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stress, nos domínios da anestesia, circulação e instrumentação. Assim, procura-se que os
profissionais consigam antecipar as necessidades ao nível dos equipamentos e material de
consumo clínico e instrumental, diminuindo o tempo de resposta. A comunicação entre os
vários profissionais é essencial para o sucesso que se pretende obter. Neste sentido, o
diálogo entre enfermeiros, anestesistas, cirurgiões, assistentes operacionais possibilita a
elaboração de um plano de actuação coordenado e a divisão de tarefas. O enfermeiro de
anestesia assume um papel de relevo na colaboração com o anestesista. O enfermeiro
instrumentista através do diálogo com a equipa cirúrgica antecipa as suas necessidades,
organizando a mesa cirúrgica e gerindo a instrumentação para que esta decorra
adequadamente. O enfermeiro circulante assume-se como um verdadeiro mediador gerindo
o ambiente e garantindo que a cirurgia decorra em condições de segurança, colabora na
anestesia se necessário, no posicionamento do doente e na abertura do material esterilizado
para a enfermeira instrumentista,
Todas as emergências devem ser entendidas como situações formativas, devendo
existir uma avaliação dos pontos positivos e negativos, no sentido não de culpabilização,
mas de planear a resposta mais adequada a cada contexto.