EmFoco - ISCA Faculdades - Edição 65 - Outubro 2012

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Ano 12 - Edição 65 Outubro de 2012 relacionamentos Meu cãozinho é mais que amigo, é saúde emocional. P. 03 Contexto das amizades nas escolas, respeito já! P. 8 Crônica: Última sessão cinema. P. 10 Novos papéis na família abrem outros espaços de construções culturais de amizade. P. 04 e 05 Psicóloga reforça a importância dos vínculos de amizade para o convívio em sociedade. P. 06 e 07 Respeito e confiança? Valores permanecem na atualidade como características de um bom relacionamento. P. 09

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Ano 12 - Edição 65 - Outubro de 2012 Jornal EmFoco é uma publicação dos alunos do curso de Jornalismo do ISCA Faculdades de Limeira, nas disciplinas Jornal Laboratorial e Produção Gráfica. Coord. Comunicação Social:Profº. Renato [email protected]ção e Orientação de textos:Profª. Drª. Ingrid Gomes MTB 41.336Planejamento Gráfico:Prof º. Renato FabregatReportagens: Andrea Ignatti | Jéssica Geniseli | Letícia Benetton | Luane Tenório | Matheus Fonseca | Marianne Aroca | Natália Campos.Foto capa: Alunos dos 1º e 3º semestres de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do ISCA FaculdadesTelefone: (19) 3404.4700Endereço: Via Deputado Laércio Corte,3000 - Chácara Boa Vista da Graminha –CEP: 13482-383 – Limeira - SPwww.iscafaculdades.com.br

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Ano 12 - Edição 65 Outubro de 2012

relacionamentos

Meu cãozinho é mais que amigo, é saúde emocional.

P. 03

Contexto das amizades nas escolas, respeito já!

P. 8

Crônica: Última sessão cinema.

P. 10

Novos papéis na família abrem outros espaços de construções

culturais de amizade.

P. 04 e 05

Psicóloga reforça a importância dos vínculos de amizade para o convívio

em sociedade.

P. 06 e 07Respeito e confiança? Valores

permanecem na atualidade como características de um bom

relacionamento.

P. 09

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relacionamentos

Ano 12 - Edição 65 - Outubro de 2012

Os f ilmes “O casamento do meu melhor amigo”, “A escola de Rock”, “Em boa com-panhia” e “Sempre a seu lado”; e as músi-cas “Pais e Filhos” e “Canção da América” são bons exemplos que enfocam os di-versos tipos de relacionamento que uma pessoa pode ter durante a vida. Os alu-nos do 4º semestre de jornalismo do ISCA Faculdades trabalharam, nesta edição do Jornal Laboratór io “EmFoco”, esse assun-to tão presente na sociedade.O que você caro leitor vai acompanhar nesta edição são matérias sobre amizade entre homens e mulheres, existem pesso-as que acreditam numa relação honesta de amizade entre os sexos opostos, por outro lado há os que acham impossível a existência sem outros interesses. De lon-ga data ou pela internet, uma relação de companheir ismo e respeito. A amizade como fonte de enriquecimento pessoal e

amadurecimento coletivo. Relacionamento entre pais e f ilhos, quando falamos neste tipo de relacionamento lembramo-nos da velha discussão sobre “qual a melhor ma-neira de educar os f ilhos?”. É ser f irme e ver seu f ilho frustrado ou ser liberal e correr o r isco de perder as “rédeas da situação”? O ambiente inf luencia na educação? Pergun-tas como essas serão respondidas e pode-rão ajudar pais e f ilhos a melhorarem seu relacionamento. O seu animalzinho de casa pode não ser apenas uma simples compa-nhia, a medicina descobriu que eles tam-bém podem trazer benéf icos para a saúde humana, por meio da chamada Pet Terapia. E o relacionamento professor e aluno, a convivência escolar, especialistas explicam a existência de conf litos entre alunos e pro-fessores, e em contrapar tida propõem es-tratégias para superar dif iculdades.

Os tipos de relacionamento

Jéssica Geniseli

Jornal EmFoco é uma publicação dos alunos do curso de Jornalismo do ISCA Faculdades de Limeira, nas disciplinas Jornal Laboratorial e Produção Gráf ica.

Coord. Comunicação Social:Profº. Renato Fabregat

[email protected]

Edição e Orientação de textos:Profª. Drª. Ingrid Gomes MTB 41.336

Planejamento Gráf ico:Prof º. Renato Fabregat

Reportagens: Andrea Ignatti | Jéssica Geniseli | Letícia Benetton | Luane Tenório | Matheus Fonseca |

Marianne Aroca | Natália Campos.

Foto capa: Alunos dos 1º e 3º semestres de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do ISCA Faculdades.

Telefone: (19) 3404.4700Endereço: Via Deputado Laércio Corte,

3000 - Chácara Boa Vista da Graminha –CEP: 13482-383 – Limeira - SPwww.iscafaculdades.com.br

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Meu bichinho, meu remédioNovos estudos ligam a Pet terapia com melhoras físicas e psicológicas nos humanos

Ter um bicho de estimação pode não ser apenas uma questão de lazer ou de companhia. A medicina des-cobriu que eles também podem

ser benéficos para a saúde humana, por meio da chamada Pet Terapia, ou Terapia Assistida por Animais. A Pet Terapia é um método que foi primeiramente desenvolvi-da em São Carlos, interior de São Paulo. No estudo, a pessoa com algum problema de saúde tem o contato direto com os animais para f ins terapêuticos. Questões relacio-nadas à autoestima e à qualidade de vida podem contar com este método no trata-mento.Segundo os estudiosos do método da Pet Terapia deficiências mentais e físicas, au-tismo, esquizofrenia, síndrome de Down, ansiedade, síndrome do pânico, estresse, alergias, baixa autoestima e depressão são exemplos de males que podem ser melhor tratados com a utilização da Pet Terapia. Além disso, doenças como, hiper-tensão, paralisias, inclusive a cerebral, ar-trite, câncer, alzheimer, derrame e doenças cardíacas também têm o tratamento com-plementado com o método. Estudos do American Journal of Cardiolo-gy mostram que as pessoas, ao interagi-rem com animais, constantemente, tendem a apresentar níveis controlados de estres-se e de pressão arterial, além de estarem menos propensas a desenvolver proble-mas cardíacos. Em termos psicológicos, os cães e gatos, por meio de sua pureza e espontaneidade instintiva, resgatam a criança interior da pessoa e aumentam a sua capacidade de amar.De acordo com o pesquisador da aérea e estudante de medicina veterinária Paulo Navarri, qualquer cão pode participar da Terapia Assistida por Animais, independen-te de raça, tamanho ou sexo. “Aconselha--se o uso de fêmeas por serem mais cal-mas, mas o que vale na terapia é a índole e o temperamento do animal. Geralmente, as raças mais utilizadas são Labrador Retri-

vier, Golden Retrivier, Collie, BorderCollie, Mini Collie e Beagle, mas nada impede que os cachorros sem raça definida atuem também, desde que seguidas as devidas orientações”.Pesquisas feitas pelo Centro de Pesquisas Waltham (EUA) mostraram que pessoas que têm animais de estimação possuem pressão arterial e níveis de colesterol mais baixos do que as que não têm. Os estudos também identif icaram que um animal de estimação pode proporcionar uma melhor recuperação após ataques cardíacos, re-duzindo as chances de morte em 3%. Na-varri explica que uma possível razão para isso é que acariciar um animal de estima-ção faz com que o cérebro produza endor-f ina, também conhecida como o “hormônio da felicidade”, que proporciona bem estar. Este “sentir-se bem” pode reduzir o ritmo cardíaco de uma pessoa.“Na maioria das vezes a relação entre um animal e um paciente é positiva e a me-lhora no quadro das pessoas é alta. Mas é aconselhável que antes de introduzir um bichinho a um paciente seja feita uma ava-liação para constatar se o paciente está apto a se aproximar do animal”, explica o pesquisador.Informações que a médica veterinária Anabelle Pellegrini também acredita. “É uma relação de amor, muito carinho, sem

preconceitos e sem esperar nada em tro-ca, uma verdadeira doação de ambas as partes. A pessoa dá carinho ao animal e ele retribui”, explica.Para Navarri, não se pode dizer ao certo qual é a colaboração dos animais para a recuperação das pessoas. “Acredito que seja a troca de energias entre ambas as partes. Normalmente aos nos aproximar-mos de algum animal sentimos uma energia boa. Quem possui animais e sente afeição por eles, sabe do que estou falando”, diz.Anabelle complementa dizendo que é essa troca harmoniosa de energia que propor-ciona uma melhora no quadro dos pacien-tes, pois quando as pessoas estão bem, felizes ou até mesmo tranquilos, o sistema imunológico atua de maneira mais eficien-te. “A alegria que os animais transmitem aos humanos faz com que seu organismo libere ‘hormônios do bem’, como a seroto-nina, que geram bem estar e, consequente-mente, melhora da imunidade”.Isso ocorreu com Laís dos Santos, 7 anos, que é autista. Sua irmã, Pâmela dos Santos, buscou informações sobre a Pet Terapia e incentivou a mãe a adotar o tratamento com Laís. “Sempre me preocupei em ajudá-la de alguma forma”, diz Pâmela. A estudante de pedagogia insistiu com a mãe, Márcia Apa-recida Barbosa dos Santos, para adotar também um animal de estimação.

“Minha mãe concordou com a terapia, mas não com o animal em casa. Como minha mãe não gosta muito de cachorro cheguei de surpresa com o primeiro gatinho, o Lu-quinha. A Laís simplesmente amou. Agora, já são dois, sendo o último muito especial, o Nino. Ele perdeu a patinha e agora anda somente com três patas. Ela ama seus ani-mais, faz carinho, chama pelo nome, brin-ca. Percebemos que eles fazem muito bem a ela. E com a Pet Terapia ela melhora a cada dia e não vive mais somente em seu ‘mundinho’”, explica Pâmela.Para a psicóloga Laiza Jardim, os ani-mais podem ajudar no desenvolvimento da criança. Na Pet Terapia se estabelece uma relação entre homem e animal; geralmente é utilizada em casos de patologias que são consideradas crônicas, sem reversão, e pode-se notar que há resultados que acar-retam não só numa evolução no quadro patológico, mas na evolução no sentido de melhoria. “Alguns resultados como melhora de autes-tima, crescimento no sistema imunológico do paciente, uma comunicação maior com o social, um aumento na autoconfiança, signif icantes mudanças quando se trata de questões motoras, cognitivas, sensoriais atuando também como um facilitador no processo de aprendizagem do paciente, onde ele passa a demonstrar sentimentos e motivação. Desta forma, a família sempre está em acompanhamento da evolução do paciente, onde também é uma força moti-vadora de grande signif icação”, comple-menta Laiza.A psicóloga aconselha a quem não tem, adotar um animal de estimação e com isso ganhar o carinho e companhia. Para isso, nada melhor que o Centro de Controle Zoonoses (CCZ), onde existem em média 150 animais alojados, entre cães e gatos esperando um lar. Às vezes um animal sem raça definida, e mesmo adulto, pode ser um companheiro tão bom quanto um filhotinho de raça.

Os bichinhos de estimação já não são mais somente companhia, agora eles também são bons para a saúde

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De uns anos para cá, a relação entre pais e f ilhos mudou, e para melhor. Até pouco tempo atrás o diálogo entre gerações era muito

mais difícil. Educação signif icava rigidez. Assuntos como a sexualidade, por exem-plo, passavam longe da mesa de jantar.Ao analisar o contexto histórico, percebe--se que a estrutura familiar se desloca junto a cultura da sociedade. No Brasil colonial as famílias eram numerosas e centradas na f igura paterna, as crianças não tinham lugar ou valor social, então os pais, principalmente o pai, era a autorida-de determinante. Mas esse tipo de relação foi se alterando e pode ser vista com cla-reza na Idade Média, em que vão surgindo modif icações sociais, por conta da revo-lução industrial e da formação capitalista, chegando ao modelo atual.A antiga família estruturada com pais e f ilhos acabou sofrendo transformações culturais e em alguns casos resumida aos retratos de paredes. Atualmente é muito

comum encontrar recasamentos, lares chef iados por mulheres, f ilhos de outros casamentos. Ou seja, a concepção de fa-mília mudou. Mas, com toda essa mudan-ça, qual é a melhor conduta dos pais em relacionar-se com seus f ilhos? Qual a me-lhor maneira de educar? Endurecer o jogo, como no passado, e com isso ressuscitar alguns conf litos de gerações? Ou assumir uma postura liberal e correr o risco de per-der as rédeas da situação? A resposta é mais simples do que parece.De acordo com a psicóloga e psicanalista, Conceição Tomazini, os pais devem fazer papel de pais e precisam censurar quan-do for necessário, não ceder e aguentar f irme as provocações. “A relação entre pais e f ilhos são complexas, mas um pon-to que julgo importante é a culpa dos pais pela ausência, onde, na intenção de dar uma melhor qualidade de vida material, por não conseguirem estar juntos com os f ilhos, não tendo tempo para par ticipar de suas vidas”, diz ela.

Conceição complementa que muitos dos pais acabam “terceirizando” a educação dos f ilhos, pagando babás para educá--los. “No contexto da globalização, as famílias estão perdidas em meio aos acontecimentos, tanto sociais como eco-nômicos, acabando assim, terceirizando a educação dos f ilhos, sem se preocupar com os resultados, como na inter ferência de valores e ética”, analisa ela.Ao olhar um pouco para trás, percebe-se que a par tir da década de 60 e da revo-lução sexual, teve-se início uma trans-formação nos costumes e valores váli-dos na sociedade. Entre tantos outros conceitos questionados, os modos de educação mais repressores foram pos-tos em cheque, e começou a se erguer a bandeira da educação mais liberada para prevenir os “traumas” que uma educação muito repressora poderia causar na vida emocional dos f ilhos. Ainda, enfatizando a importância da inf luência do ambiente na formação de um indivíduo, a questão

da educação dos f ilhos tem merecido um maior cuidado por par te de educadores, psicólogos e estudiosos de várias áreas. Muitas são as novas teorias que surgem sobre o que fazer, como proceder, tudo na tentativa de orientar os pais nessa difícil tarefa.Mas, e o bom relacionamento? “É comum ouvirmos que pais e mães precisam ser amigos de seus f ilhos, mas, antes de qual-quer outra coisa, por amor as crianças, os pais têm o dever de educá-los, de colocar limites, estabelecer proibições”, af irma a psicóloga e psicanalista, Conceição.A psicóloga e psicanalista complemen-ta que “a criança e o jovem precisam de orientação adequada e segura, além de alguém que apenas os ouça e os aconse-lhe como um amigo faria. Precisam, sim, de alguém que funcione como um porto seguro para recorrer, quando surgem os problemas e não sabem o que fazer, mas precisam que esse porto seguro seja suf i-cientemente f irme e for te para orientá-los

Será que a relação entre pais e f ilhos continua delicada?

Especialista aponta novas construções culturais que colaboram no processo dos relacionamentos familiares

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Banco de imagensBanco de imagens

De acordo com Conceição, há alguns casos em que

o comportamento dos adolescentes se torna tão

difícil que os pais sentem que não conseguem lidar com os

f ilhos. “Conversar com alguém que não seja da família pode

ajudar, no caso um prof issional especializado é quem poderá resolver o problema, será ele

quem dará as orientações sobre a maneira de lidar melhor

com os f ilhos adolescentes”, explica a psicóloga e

psicanalista.

quando não souberem como proceder, para repreendê-los quando estiverem errados e para ensiná-los a respeitar a si mesmos, e aos outros, preparando-os para a vida em comunidade”, explica a es-pecialista.Outro ponto apresentado é a separação dos pais. Para Conceição, quando há separação dos pais o foco deve f icar em como ocorre o processo. “O entendimento entre os pais, mesmo se há divergências entre o casal, dará aos f ilhos a segurança e tranquilidade para vencerem juntos, o momento”, diz ela. Assim, a par tir de divór-cios, também nascem duas outras famílias mono parentais (chef iada por apenas uma pessoa). De acordo com dados do Insti-tuto Brasileiro de Geograf ia e Estatística (IBGE), a cada ano, 200 mil crianças veem seus pais se separar nas regiões metro-politanas do Brasil.

Como é o caso de R.B.Z., 40 anos. R. foi casada há mais de 15 anos e está sepa-rada há 4 anos. “Tenho meus f ilhos como minha base e sempre procuro educá-los da melhor forma. Converso, explico o cer to e o errado. Deixo claro para eles o porquê da ausência do pai em nosso dia--a-dia. Meu ex- marido não ajuda na edu-cação deles e também não paga pensão. O pensamento dele com as crianças é ou-tro. É raro quando ele vem buscá-los para passear ou até mesmo passar um dia com eles, na maioria das vezes sou mãe e pai ao mesmo tempo”, relata ela.C.M.C.A., de 51 anos, explica que também é mãe e pai muitas vezes. “Eu não traba-lho fora, sou do lar. Há anos faço papel de mãe e pai em casa, já que meu marido se encontra ausente por conta do trabalho, de onde provém nosso sustento f inancei-ro. Apesar da ausência do pai, por mais

difícil que seja, consigo ‘segurar as pontas’ por aqui”, conta ela. C. explica que mora em Limeira com seus três f ilhos, enquanto o pai, C.G.A., 48 anos, mora em São Pau-lo há 5 anos. “Ele atualmente trabalha em uma empresa no mercado de construção pesada no Brasil e no exterior, em que de-senvolve projetos nos segmentos de cons-trução”. ”De mês em mês, meu marido vem nos visitar aqui em Limeira. E posso dizer que é bom meu relacionamento com meus f ilhos, seguro a barra no que for preciso, converso com eles, os apoio sempre quan-do necessário. Eles são minha vida, faço tudo para vê-los sorrir. Afinal, que mãe não faria isso?”, conta C. sorrindo. Quanto ao relacionamento do pai com os f ilhos, a mãe explica que sempre que pos-sível conversa sobre a educação deles por telefone com esposo. E sobre a relação di-reta dos f ilhos com o pai: “hoje o telefone

facilita isso”, f inaliza ela.Uma das f ilhas de C., N.C.A, 23 anos, conta que sua relação com a mãe não é tão aber-ta como gostaria que fosse. “Não é tudo que conto para ela, minhas particularida-des tenho vergonha de contar, mas, quan-do preciso de uma palavra amiga, corro conversar com ela. Quando brigamos, briguigas bobas, logo fazemos as pazes”, explica a jovem.Portando, para educar um filho não há fór-mula ou manual que se possa seguir, pois cada família é única em sua natureza. To-dos precisam ser respeitados. Uma coisa é certa, e precisa ser lembrada: educar é preciso; é dizer não e contrariar a vontade do f ilho, quando necessário, é importante para o próprio bem dele no futuro, ainda que isso, na maioria das vezes, custe muito caro aos corações dos pais e mães, afirma a especialista Conceição.

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O que séries como “Friends”, “Jack e Jill” e “Sex and the city”; e os f ilmes “Thelma e Louise”, “O ca-samento do meu melhor amigo”,

“Conta comigo” e as sequências de “Se beber não case” e “American Pie” tem em comum? A resposta é a amizade. São per-sonagens diferentes, com personalidades diferentes, mas cada um respeita a dife-rença do outro. Isso é amizade, respeitar o outro na sua diferença. A amizade está presente em na vida desde sempre. Da infância, passando pela ado-lescência e chegando a idade adulta. Com o passar do tempo começa-se a selecionar melhor as amizades e a criar um vínculo mais for te, um vínculo de respeito, com-panheirismo e conf iança. Para a psicóloga Gislaine Licatta a amizade traz benefícios para a vida em sociedade. “É uma expe-riência de fundamental impor tância, de aprendizado de um para com o outro e que inf luencia no desenvolvimento humano ao longo da vida, trazendo amadurecimento e enriquecimento pessoal.”A psicóloga desenvolve na Escola Muni-cipal de Ensino Fundamental “Amália Ma-lheiro Moreira”, em Cordeirópolis, o projeto “Campanha: Sou a favor da Amizade” que está em vigor desde 2010 e promove a conscientização, ref lexão e for talecimento dos valores humanos acerca das relações estabelecidas dentro do ambiente escolar. “O objetivo deste Projeto é promover uma ação coletiva, reforçando as relações de amizade estabelecidas no ambiente es-

colar e atuando na prevenção de práticas não amigáveis”. Neste projeto há o envol-vimento dos prof issionais e das salas de aula. São executadas diversas atividades, como: dinâmicas, vídeo, confecção coleti-va de trabalhos relacionados ao tema ami-zade, exposição entre outros.Amizades de longa data são provas de que as diferenças não são empecilhos para uma relação saudável e faz da nossa vida uma experiência melhor.Vinte e seis anos é o tempo que dura a amizade de Silmara Priminini, coordena-dora pedagógica e Rogiane Cor te, agente administrativo. Para elas a amizade é es-sencial e duradoura, pois há cumplicidade e sinceridade. A amizade das duas fez com que Silmara convidasse Rogiane para ser madrinha de casamento. “O marido da Sil faz par te dessa amizade, hoje é um amigo e compadre” af irma Rogiane. Amizades assim têm muitas histórias para contar, Silmara relatou um acontecimento engraçado que f icou marcado: “Nós es-távamos na praia, nossas amigas saíram com uns mocinhos, e f icamos sozinhas em um barzinho, quando começou uma super briga que veio em nossa direção, nos perdemos. Então comecei a procurar a Rogiane e de repente vejo a bonita enf iada com uma galera dentro do por ta-malas de uma caravan”. Rogiane af irma que Silmara a confundiu com outra pessoa, e as duas riem muito do desfecho.O segredo da amizade de mais de 20 anos de Deize Bettin Carron, assessora parla-

mentar e Ariena Geniseli, assistente social é caracterizado pelo meio termo. Deize é mais extrover tida e a Ariena é menos. “Sempre levei em consideração os palpites de Ariena pra enxergar a situação de outra forma” declara Deize. A assessora é casa-da e tem três f ilhos, sendo que sua primeira gravidez foi na adolescência “Ariena sem-pre esteve presente na minha vida”. Ariena declara que as amigas passaram “essa fase descobrindo outras formas de vida como o casamento e o nascimento dos f ilhos”. Essa amizade também tem histórias engraçadas, Ariena conta uma em que o aparelho odon-tológico da Deize sumiu. “Tínhamos por vol-ta dos 17 anos, Deize usava aparelho móvel nos dentes e um sábado à noite, Deize me pediu para guardar o aparelho no bolso da jaqueta. Curtimos a noite e quando eu es-tava indo embora vi que só havia uma parte do aparelho no bolso, f iquei desesperada!” af irma Ariena. Elas f izeram o caminho a pé para ver se achavam, mas foi em vão, o apa-relho nunca foi encontrado.

Existem amigos de longa data, amigos de festa, amigos próximos, amigos que estão longe, amigos que se vêem sempre, ami-gos que não se vêem mais, mas são todos amigos que fazem a alegria estar presente em suas vidas.A amizade também pode surgir quando menos você espera. É o caso de Geana Cazali da Silva, de Casa Branca – SP e, Vanessa Araujo Leite, de Dourados – MS, que se conheceram em um trote da “Uni-versidad Del Pacif ico” no Paraguai, onde cursam medicina. Elas f izeram amizade por meio de uma amiga em comum e, des-de então, cultivam essa amizade. “Hoje so-mos inseparáveis... mas foi uma amizade cativada pelo tempo” diz Geana. “Me iden-tif iquei muito com ela. (...) Nunca achei que encontraria uma amizade grande, e tenho cer teza que vai ser pra sempre” completa Vanessa.Pelo fato de serem estrangeiras as amigas contam que sofrem preconceito por não fa-larem a língua, mas com a ajuda de outros

brasileiros conseguem passar por essa dif iculdade. “Fazer novos amigos para-guaios é bem difícil, não se misturam, mas com os brasileiros foi fácil, mesmo por que sempre temos que estar nos ajudando pela dif iculdade de estar sozinhos aqui” declara Geana. A língua é o empecilho maior para fazer amizades segundo Vanessa “Os pa-raguaios têm um cer to receio de pessoas que não falam a língua deles, tornando muito difícil a adaptação. Eles não fazem questão alguma de se comunicar em ou fazer amizades”. Mesmo passando por di-f iculdades na adaptação em outro país es-sas amigas sabem que podem contar uma com a outra.

A m i z a d e V i r t u a lSabe-se que depois da chegada da internet e com o boom dos sites de relacionamen-tos f icou mais fácil fazer amizades. Você cria uma conta no Facebook, Twitter, MSN e começa a tentar realizar outras amizades é o caso do estudante Eduardo Pazotto e de Joyce Paulino, estudante de Engenharia Mecatrônica, eles usam as redes sociais e jogos online para fazer amizades. Joyce conta que as amizades começam por terem gostos em comum. “Às vezes as pessoas que eu não conheço acabam me adicionan-do por verem no meu per f il que temos algo em comum (gosto musical, jogos...). Quan-do essas pessoas fazem uma apresentação educada e satisfatória acabo adicionando”. Os estudantes relatam que já conheceram pessoas com quem conversavam pela inter-net e que continuam tendo contato apesar da falta de tempo. “Já encontrei com pes-

soas pessoalmente pouco tempo depois de conhecer via internet e também até anos de-pois, devido minha rotina de estudos acaba f icando raro” diz Joyce. Eduardo conta que com suas amizades acontece a mesma coi-sa “Não nos falamos com tanta frequência, às vezes pela falta de tempo”.Para a psicóloga Gislaine Licatta as ami-zades feitas por meio da internet requerem precaução. “Desde que o seu uso ocorra de forma e cautelosa (quanto à exposição, ao conhecimento entre os envolvidos, tempo de uso, entre outros aspectos), ela pode ser uma boa mediadora de amizades”. É como faz Joyce Paulino “O cuidado que eu tenho é sempre buscar referências em redes so-ciais, para checar se a pessoa é realmen-te quem diz ser. Além disso, evito marcar encontros, dar endereço físico, número de telefone e esse tipo de informações”. O es-tudante Eduardo Pazotto também procura saber quem sãos os amigos da pessoa, e recomenda: “Tente conhecer pessoas próxi-mas a esse amigo(a) para saber se é ver-dade, acho que é a coisa mais correta a se fazer”. Joyce ainda alerta: “Qualquer sinal de interesse exagerado por parte da pessoa com quem conversa, corte completamente o contato”. Não importa quantos amigos as pessoas têm o importante é saber que podem contar com eles. Ter sua companhia em momentos felizes e tristes. Poder relembrar no futuro que tiveram momentos importantes com-partilhados com pessoas que realmente consideram.

Amizade: uma relação de companheirismo e respeito

D e l o n g a d a t a o u v i r t u a l o im p o r t a n t e é t e r um a m i g o . Ps i c ó l o g a a f i r m a q u e um a c o n s t r u ç ão d e a m i z a d e é f o n t e d e e n r i q u e c im e n t o p e s s o a l e a m a du r e c im e n t o c o l e t i v o

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Jéssica Geniseli

Trabalhos feitos com os alunos e a psicóloga Gislaine Licatta Trabalhos feitos com os alunos e a psicóloga Gislaine Licatta

Silmara e Rogiane: Vinte e seis anos de amizade e cumplicidade

Vanessa e Geana: amizade conquistada em outro país

As amigas com personalidades diferentes Deize e Ariena

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O que séries como “Friends”, “Jack e Jill” e “Sex and the city”; e os f ilmes “Thelma e Louise”, “O ca-samento do meu melhor amigo”,

“Conta comigo” e as sequências de “Se beber não case” e “American Pie” tem em comum? A resposta é a amizade. São per-sonagens diferentes, com personalidades diferentes, mas cada um respeita a dife-rença do outro. Isso é amizade, respeitar o outro na sua diferença. A amizade está presente em na vida desde sempre. Da infância, passando pela ado-lescência e chegando a idade adulta. Com o passar do tempo começa-se a selecionar melhor as amizades e a criar um vínculo mais for te, um vínculo de respeito, com-panheirismo e conf iança. Para a psicóloga Gislaine Licatta a amizade traz benefícios para a vida em sociedade. “É uma expe-riência de fundamental impor tância, de aprendizado de um para com o outro e que inf luencia no desenvolvimento humano ao longo da vida, trazendo amadurecimento e enriquecimento pessoal.”A psicóloga desenvolve na Escola Muni-cipal de Ensino Fundamental “Amália Ma-lheiro Moreira”, em Cordeirópolis, o projeto “Campanha: Sou a favor da Amizade” que está em vigor desde 2010 e promove a conscientização, ref lexão e for talecimento dos valores humanos acerca das relações estabelecidas dentro do ambiente escolar. “O objetivo deste Projeto é promover uma ação coletiva, reforçando as relações de amizade estabelecidas no ambiente es-

colar e atuando na prevenção de práticas não amigáveis”. Neste projeto há o envol-vimento dos prof issionais e das salas de aula. São executadas diversas atividades, como: dinâmicas, vídeo, confecção coleti-va de trabalhos relacionados ao tema ami-zade, exposição entre outros.Amizades de longa data são provas de que as diferenças não são empecilhos para uma relação saudável e faz da nossa vida uma experiência melhor.Vinte e seis anos é o tempo que dura a amizade de Silmara Priminini, coordena-dora pedagógica e Rogiane Cor te, agente administrativo. Para elas a amizade é es-sencial e duradoura, pois há cumplicidade e sinceridade. A amizade das duas fez com que Silmara convidasse Rogiane para ser madrinha de casamento. “O marido da Sil faz par te dessa amizade, hoje é um amigo e compadre” af irma Rogiane. Amizades assim têm muitas histórias para contar, Silmara relatou um acontecimento engraçado que f icou marcado: “Nós es-távamos na praia, nossas amigas saíram com uns mocinhos, e f icamos sozinhas em um barzinho, quando começou uma super briga que veio em nossa direção, nos perdemos. Então comecei a procurar a Rogiane e de repente vejo a bonita enf iada com uma galera dentro do por ta-malas de uma caravan”. Rogiane af irma que Silmara a confundiu com outra pessoa, e as duas riem muito do desfecho.O segredo da amizade de mais de 20 anos de Deize Bettin Carron, assessora parla-

mentar e Ariena Geniseli, assistente social é caracterizado pelo meio termo. Deize é mais extrover tida e a Ariena é menos. “Sempre levei em consideração os palpites de Ariena pra enxergar a situação de outra forma” declara Deize. A assessora é casa-da e tem três f ilhos, sendo que sua primeira gravidez foi na adolescência “Ariena sem-pre esteve presente na minha vida”. Ariena declara que as amigas passaram “essa fase descobrindo outras formas de vida como o casamento e o nascimento dos f ilhos”. Essa amizade também tem histórias engraçadas, Ariena conta uma em que o aparelho odon-tológico da Deize sumiu. “Tínhamos por vol-ta dos 17 anos, Deize usava aparelho móvel nos dentes e um sábado à noite, Deize me pediu para guardar o aparelho no bolso da jaqueta. Curtimos a noite e quando eu es-tava indo embora vi que só havia uma parte do aparelho no bolso, f iquei desesperada!” af irma Ariena. Elas f izeram o caminho a pé para ver se achavam, mas foi em vão, o apa-relho nunca foi encontrado.

Existem amigos de longa data, amigos de festa, amigos próximos, amigos que estão longe, amigos que se vêem sempre, ami-gos que não se vêem mais, mas são todos amigos que fazem a alegria estar presente em suas vidas.A amizade também pode surgir quando menos você espera. É o caso de Geana Cazali da Silva, de Casa Branca – SP e, Vanessa Araujo Leite, de Dourados – MS, que se conheceram em um trote da “Uni-versidad Del Pacif ico” no Paraguai, onde cursam medicina. Elas f izeram amizade por meio de uma amiga em comum e, des-de então, cultivam essa amizade. “Hoje so-mos inseparáveis... mas foi uma amizade cativada pelo tempo” diz Geana. “Me iden-tif iquei muito com ela. (...) Nunca achei que encontraria uma amizade grande, e tenho cer teza que vai ser pra sempre” completa Vanessa.Pelo fato de serem estrangeiras as amigas contam que sofrem preconceito por não fa-larem a língua, mas com a ajuda de outros

brasileiros conseguem passar por essa dif iculdade. “Fazer novos amigos para-guaios é bem difícil, não se misturam, mas com os brasileiros foi fácil, mesmo por que sempre temos que estar nos ajudando pela dif iculdade de estar sozinhos aqui” declara Geana. A língua é o empecilho maior para fazer amizades segundo Vanessa “Os pa-raguaios têm um cer to receio de pessoas que não falam a língua deles, tornando muito difícil a adaptação. Eles não fazem questão alguma de se comunicar em ou fazer amizades”. Mesmo passando por di-f iculdades na adaptação em outro país es-sas amigas sabem que podem contar uma com a outra.

A m i z a d e V i r t u a lSabe-se que depois da chegada da internet e com o boom dos sites de relacionamen-tos f icou mais fácil fazer amizades. Você cria uma conta no Facebook, Twitter, MSN e começa a tentar realizar outras amizades é o caso do estudante Eduardo Pazotto e de Joyce Paulino, estudante de Engenharia Mecatrônica, eles usam as redes sociais e jogos online para fazer amizades. Joyce conta que as amizades começam por terem gostos em comum. “Às vezes as pessoas que eu não conheço acabam me adicionan-do por verem no meu per f il que temos algo em comum (gosto musical, jogos...). Quan-do essas pessoas fazem uma apresentação educada e satisfatória acabo adicionando”. Os estudantes relatam que já conheceram pessoas com quem conversavam pela inter-net e que continuam tendo contato apesar da falta de tempo. “Já encontrei com pes-

soas pessoalmente pouco tempo depois de conhecer via internet e também até anos de-pois, devido minha rotina de estudos acaba f icando raro” diz Joyce. Eduardo conta que com suas amizades acontece a mesma coi-sa “Não nos falamos com tanta frequência, às vezes pela falta de tempo”.Para a psicóloga Gislaine Licatta as ami-zades feitas por meio da internet requerem precaução. “Desde que o seu uso ocorra de forma e cautelosa (quanto à exposição, ao conhecimento entre os envolvidos, tempo de uso, entre outros aspectos), ela pode ser uma boa mediadora de amizades”. É como faz Joyce Paulino “O cuidado que eu tenho é sempre buscar referências em redes so-ciais, para checar se a pessoa é realmen-te quem diz ser. Além disso, evito marcar encontros, dar endereço físico, número de telefone e esse tipo de informações”. O es-tudante Eduardo Pazotto também procura saber quem sãos os amigos da pessoa, e recomenda: “Tente conhecer pessoas próxi-mas a esse amigo(a) para saber se é ver-dade, acho que é a coisa mais correta a se fazer”. Joyce ainda alerta: “Qualquer sinal de interesse exagerado por parte da pessoa com quem conversa, corte completamente o contato”. Não importa quantos amigos as pessoas têm o importante é saber que podem contar com eles. Ter sua companhia em momentos felizes e tristes. Poder relembrar no futuro que tiveram momentos importantes com-partilhados com pessoas que realmente consideram.

Amizade: uma relação de companheirismo e respeito

D e l o n g a d a t a o u v i r t u a l o im p o r t a n t e é t e r um a m i g o . Ps i c ó l o g a a f i r m a q u e um a c o n s t r u ç ão d e a m i z a d e é f o n t e d e e n r i q u e c im e n t o p e s s o a l e a m a du r e c im e n t o c o l e t i v o

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Jéssica Geniseli

Trabalhos feitos com os alunos e a psicóloga Gislaine Licatta Trabalhos feitos com os alunos e a psicóloga Gislaine Licatta

Silmara e Rogiane: Vinte e seis anos de amizade e cumplicidade

Vanessa e Geana: amizade conquistada em outro país

As amigas com personalidades diferentes Deize e Ariena

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Natália Campos

Convivência escolar: construindo um relacionamento saudável

entre pais, alunos e professores

A interação social é foco de aten-ção em razão da convivência em sociedade, principalmente de-pois de alguns casos emblemáti-

cos aqui no Brasil de violência nas escolas e confronto físico entre alunos, e alunos e professores. Quando o assunto vincula-se à educação, retoma-se a valoriza-ção do ser humano e suas interações no coletivo. Atualmente pergunta-se: por que há conf litos no âmbito escolar e fora dele? O que define a qualida-de de vida escolar? E quais seriam as dicas de como construir uma relação saudável entre alunos, professores e escola? Especialistas explicam a existência de conf litos, e em con-trapartida propõem estratégias para superar dif iculdades.O signif icado do termo relacionamento é a capacidade de relacionar-se, conviver ou comunicar-se com os outros; ligação de amizade afetiva e prof issional, condicio-nada por uma série de atitudes recíprocas. Para compreender o processo de relacio-namento é preciso entender, primeiramen-te, que as pessoas são seres individuais e que isso se dá ao fato de viverem diferen-tes experiências, por isso que as visões na forma cognitiva e emocional levam a diferentes atitudes.

Família e escolaHá poucos anos atrás, a escola possuía um status de valorização em termos de instituição acadêmica e a família a enca-rava confiante em seus atos e orientações oferecidas aos alunos. Hoje, devido aos novos métodos pedagógicos adotados pela escola e pelo processo cultural, a fa-

mília assume esse papel principal, sendo responsável por oferecer cuidado, prote-ção, sustento, bem como a educação ética e moral.No campo educacional, a escola é uma pequena representação de mundo e tudo que acontece fora desse espaço, certa-mente irá ref letir depois em seu interior.

Para entender a escola como um meio de relaciona-mento tem-se que observar primeiro aqueles que são os objetivos de sua existência: os alunos. Segundo a psicóloga Roseli Coelho Radaic, os alunos são repre-sentantes do mun-do. “Se o mundo estiver violento, as atitudes dos alunos serão vio-

lentas. Se a família estiver desestruturada, eles também estarão desestruturados. Ou seja, os alunos são indivíduos altamente estressados”, diz a especialista.Portanto, a escola se torna um campo de batalha, em vir tude de distúrbios de comportamento aliados à falta de interes-se dos pais na educação dos f ilhos e no seu futuro. Mas, diferentemente disso, a realidade de Adrielle Ribeiro, de 17 anos, por exemplo, é positiva. Ela enfatiza que seu convívio com professores e colegas de classe é positivo. “Às vezes acontece alguma discussão ou outra com algum professor, mas com a maioria deles, meu relacionamento é saudável, assim como os meus colegas de classe também”, conta a adolescente.Para Maria Cristina da Silva, mãe de Adrielle, uma das maiores dif iculdades en-contradas em se tratando de estudos, é a

falta de interesse da f ilha. “Algumas vezes há falta de interesse, de não querer ir à es-cola, de não querer estudar”.

O papel do professor Do outro lado Marilda Lipp, em seu livro “Stress do professor”, o educador tem uma função importante em relação aos alunos, pois seu contato é direto. Por exemplo, auxilia na solução de problemas, é amigo, confidente, substituto da mãe ou do pai, um transmissor de informações e confron-ta diariamente o stress dos alunos. O professor é a peça-chave da equipe es-colar, mas sofre com uma pressão interna para cumprir todas essas exigências, as burocracias do cargo, carga horária pesa-da, desvalorização da prof issão e o regi-me de progresso continuado. Marilda Lipp ainda ressalta que os pro-fessores tendem a desenvolver o stress ocupacional, que se constitui de experiên-cias individuais desagradáveis associados a sentimentos de hostilidade, ansiedade e frustração. Portan-to, neste ambiente há professores e alunos estressados. Esse é o resultado de uma clas-se de aula: ambos des-motivados.Para Fabiola Deiusti Custódio, professora do Ensino Médio de Filosof ia em duas es-colas situadas em Rio Claro, interior de São Paulo, não existe aluno problema. “O que existem são problemas e eu não tenho medo deles. Acho que eles estão aí e fa-zem parte de qualquer prof issão”, diz a professora.Disputas internas, autoritarismo, incom-petência são resultados de uma política hierarquizada. O governo toma decisões à Educação, estruturando a forma de traba-lho do professor. No entanto, nenhum pro-

fessor é ouvido para avaliar se tal decisão é viável. “A progressão continuada veio re-solver alguns problemas e criou outros. Há falta de diálogo também entre o governo e a escola”, aponta Fabiola.

Resolução de conf litosÉ possível perceber que a sala de aula precisa ser encarada como um espaço de humanização, em que o respeito mútuo deve prevalecer para o desenvolvimen-to humano. O diálogo é fundamental na Educação, pois gera ideias, crescimento e possibilidades. O vínculo com o aluno é construído dia a dia, quando ele percebe que o professor é uma referência. Para Luís Antônio Vieira, f ilósofo, profes-sor e vice-diretor de uma escola estadual em Limeira, é possível tirar proveito de conf litos. “Crises na escola ou fora dela são sempre oportunidades para ref letir sobre valores, mudança de foco, senso de justiça, ética e autoconhecimento”. Para os professores, é preciso prepará-los

para o manejo do stress em sala de aula, direcio-nada à complexa realida-de dos desafios que este trabalho oferece e progra-mar estratégias e méto-dos saudáveis para lidar com o stress do trabalho e valorização da vida pes-soal. Já para os alunos, a escola deve envolvê-los em atividades esportivas, artísticas, promovendo

atitudes mais adequadas entre eles e a comunidade, assim como atividades para os pais e familiares, com a intenção de in-tegração e conhecimento interno.Quando pensado como um todo, essas e outras medidas podem reduzir conf litos a partir do envolvimento de pais, alunos e professores em discussões permanentes sobre o assunto, promovendo assim uma saudável convivência escolar.

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A professora Fabiola Deiusti Custódio.

Professor Luis António Vieira

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to”, brincou Tetzner. O relacionamento precisa ser cultivado. Há exemplos de amigos de idades diferentes, o mais novo e o mais velho. Sabe-se que o mais velho costuma ter mais experiência do que o mais novo, mas o que não deixa de ser diferente em troca de vivência para o mais velho, que sempre aprende e compartilha com o mais novo. O aposentado, de 65, Rubens Aparecido Rodrigues, é amigo do jovem de 22 anos, Samuel Hernane de Souza. Eles possuem um bom relacionamento ape-sar da diferença de idades. “Aprendo muito com o Samuel”, dis-se o aposentado. Para Rodrigues, respeito entre eles parte do conhecimento de entender a linguagem do outro, “o Samuel me faz despertar curiosidades sobre a vida, um bom relacionamen-to a gente não esquece”, concluiu. Já para o jovem, a confiança

parte de entender e respeitar a opinião do mais velho, “o de mais idade sempre entende mais da vida do que eu”. De acordo com Souza, todos os relacionamentos partem do respeito, e da con-fiança, “um bom relacionamento a gente guarda pra vida toda”, finalizou o jovem. Construir um relacionamento duradouro e saudável requer esforço e paciência do casal. De fato, existem inúmeros obs-táculos no percurso, porém, uma perspectiva positiva sobre a relação é o primeiro passo para que dê certo. O namoro ocorre na convivência, para um possível relaciona-mento mais íntimo, o que pode inclusive levar ao casamento. Natália Campos, e Allan Radaic, estão juntos há 2 anos, se conheceram pela internet, por meio de uma amiga em comum. Natália é de Limeira, já Allan é de Mogi Mirim. Porém à distân-cia não os impediu de construírem uma amizade, e daí surgiu o namoro, “sempre fomos muito amigos, começou a surgir o

Respeito e conf iança ainda são marcas principais dos relacionamentos com os outros

Luane Tenór io

Existem amigos que são bem próximos de nós, têm aqueles que são mais, tímidos, os loucos, que to-pam pular de pára-quedas, só pra satisfazer a nossa vontade, têm os nervosos, entre tantos ou-

tros tipos de amigos, mas por trás de um verdadeiro ami-go há o respeito, como base principal para qualquer laço afetivo, seja ele familiar, profissional ou outros. De acordo com a psicóloga e arte terapeuta, Josiane Sanches, os relacionamentos nos dias de hoje, estão se esfriando por causa da falta de amor entre as pessoas. “O egoísmo e a violência tem tomado conta das pessoas, hoje é cada um cuidando de si próprio, acredito que o amor, a índole e o caráter que ainda existe é o que mantém os relaciona-mentos vivos”, declarou Josiane. Existem pessoas que acreditam numa relação honesta de amizade en-tre os sexos opostos, por outro lado há os que acham impossível a existência de um relacio-namento entre homem e mulher sem outros interesses. Os jovens Jéssica Daniela da Silva, 21 e Alex Tetzner, 24, se conheceram há 6 anos, através de uma amiga em comum, “Débora, (amiga em comum), me apresen-tou o Alex, e de imediato, f icamos amigos, me relaciono muito bem com ele, apesar dele já ser casado, ele é como se fosse meu irmão mais velho”, relata Jéssica. Ela conta que sempre houve o respeito entre eles, “ele me entende, e eu sempre procuro entende-lo, sem o respeito é impos-sível haver amizade”, conclui Jéssica. Segundo a psicóloga, todo relacionamento é um jogo de interesses, “nos aproximamos de alguém pensando em que a pessoa tem a nos oferecer, e vice e versa, mas existe amizade que ultrapassa essas barreiras através do companheirismo e do amor que os liga”, relatou Jo-siane. Para Alex Tetzner, amizade com uma pessoa do sexo oposto, possibilita entender, respeitar as diversas opiniões, e entender também o universo feminino, “admiro e respeito muito a Jéssica, minha amiga para todas as ho-ras, até a convidei para ser minha madrinha de casamen-

interesse, começamos a gostar um do outro, aí decidimos namorar”, relata Radaic. Ele conta que eles só se vêem aos f ins de semana, mas à distância não os inibe de ter um relacionamento saudável e respeitoso, para ele a distância traz a saudade, e assim procuram valorizar o tempo de na-moro, “procuro dizer que a distância se assemelha a uma faca de dois gumes; há o inconveniente de f icarmos longe um do outro, vendo somente aos f ins de semana, porém quando nos aproximamos há muito mais profundidade”, declarou Radaic. Natália afirma que existe um respeito mútuo entre eles, “acredito que o respeito é um dos pilares para um bom relacionamento”, disse a jovem. Hoje, nessa esfera tecnológica, com mulheres indepen-dentes e homens de negócios, os casais ainda esperam

viver aquela paixão de cinema ou fazer parte do tradicional “viveram felizes para sempre”. Mas essa não é uma missão fácil quando se trata de sentimentos, pessoas e personali-dades diferentes. Man-ter um relacionamento saudável requer outras condutas além de amar o/a companheiro/a. O casal, Jef ferson e Fernanda Billato, se co-nheceram na van que

os levava à faculdade, Jef ferson estava no último ano de Administração, e Fernanda, no primeiro ano de Serviço Social. Assim, de forma engraçada e surpreendente, co-meçaram as trocas de olhares, a amizade e não demorou muito pra surgir um namoro, que durou cinco anos. Há dois anos estão casados, sem f ilhos e vivem, de forma feliz, sempre buscando a felicidade um do outro. “Somos um casal muito feliz, mas não existe ser humano idêntico ao outro e por isso torna-se necessário a compreensão e o respeito. Administramos muito bem os conf litos que por sinal são poucos”, disse o administrador de empre-sas. Para ele, o respeito é a base para a manutenção e o desenvolvimento de qualquer relacionamento. De acordo com Fernanda, o respeito se constrói a cada dia, dan-do espaço para falar, expressar sentimentos, opiniões e também o saber ouvir.

“Um bom relacionamento a gente nunca esquece”, disse o aposentado Rodrigues

Josiane explica sobre o respeito nos relacionamentos

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Matheus Fonseca

Quem saiu do Cine Jossandra naquela noite, em 1996, não imaginava a carga profética do letreiro The End ao final de “Show Girls”. Sim, o filme de Paul Verho-ven – de qualidade discutível, aliás – marcou a última exibição da sala que viria a encerrar suas atividades no dia seguinte. O centro pirassununguense perdia então uma de suas maiores referências, com o local cedendo espaço para as novas instalações da Rádio Difusora. Mais tarde ainda abrigaria a Igreja Uni-versal. Pois é. Somente após quinze anos percebo a falta que a cultura de um cinema “à moda antiga” fez (e ainda faz) à minha geração! E não é que achei algumas horas para conversar sobre cinema com meus pais?Vamos lá:Eu não tinha mais do que quatro ou cinco anos. Mas lembro-me per feitamente da impressão que a sala escura suscitou. A tela de projeção era, sem dúvida, a maior coisa que já tinha visto. Um misto de noticiário e documentário sobre o espaço, alternando com grandes jogadas do “Canal 100” preparavam o terreno para “Os Vagabundos Trapalhões” – o primeiro filme que degustei no Jossandra. Em seguida vieram “Os 101 Dálmatas”, vários outros filmes da trupe de Renato Aragão, “Uma Cilada para Roger Rabbit” e tantos outros (bons) filmes. Seo Moacyr frisa:- De repente você, o Ricardo e o Fernandão não queriam mais que a gente levasse. Há! Isso mesmo, pai. Nos arrumávamos com roupinhas bonitas, alguns cruzeiros no bolso e seguíamos a pé para a praça central. Pipoca! Bala! Uma verdadeira odisséia que reunia parentes, amigos e qualquer um que esbarrasse na porta de entrada. E o tempo parava...só retomando ao acender das luzes, com a porta de cortininha devolvendo a criançada a uma realidade que não parecia lá muito distante daquela que tinham acabado de vivenciar.Minhas memórias parecem inocentes e até mesmo sem-graça quando compa-radas às histórias e relatos daqueles que, efetivamente, souberam quão ricos foram nossos “cinemões”. A saber: meus pais sempre relembram com saudosis-mo mais do que justificável a época onde ir ao cinema constituía não só a única opção de lazer, mas um verdadeiro ritual da adolescência. Querem ver? Década de 1960. Aos domingos, após praticarem o footing pela praça – garotas andando em círculos, com os meninos passeando no sentido contrário –, os jovens convergiam para um dos três (isso mesmo, três!) cinemas da cidade. Lá, o “flerte” rolava solto pelos corredores da sala de exibição, enquanto grandes produções hollywoodianas e nacionais desfilavam pelo écran. Os “lanterninhas”, cuidadosamente, patrulhavam as sessões, preocupados com assentos vagos e uma ou outra mão boba. Dona Zilda, mãe de memória privilegiada, insiste na qualidade dos cartazes e chamarizes:– Já na segunda-feira a gente saía da aula pra olhar os cartazes. Coisa mais bonita...Eu não perdia uma matinê. Nem a sessão de quarta, que era a “sessão das moças”.– Como assim, mãe?– Moça não pagava.Certo, Dona Zilda. Que mais?– Sábado e domingo lotava. As filas pra comprar entrada davam a volta no quarteirão, principalmente se fosse filme brasileiro.– Não diga!– E o pessoal se arrumava. Ah, era uma exposição de trajes e roupas muito observada por quem estava fora do cinema, esperando pra entrar. E passava

A ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA

cada “fita”, puxa vida...às vezes, a gente nem sabia o que estava passando. Nem importava.(nesse momento meu pai interrompe a conversa)– “O Manto Sagrado. “Os Dez Mandamentos”. Filmes bíblicos. Séries também passavam. Um capítulo por final de semana. Mas a meninada ria mesmo com os Oscarito, Grande Otelo, Mazzaropi, Costinha. E os musicais! Emilinha Bor-ba, Orlando Silva, Nora Nei...Tinha as chanchadas...– Bem-Hur! Eu era apaixonada pelo Charlton Heston! – Já sabemos, mãe!– Puxa vida, que tempo bom...Concordo, Dona Zilda. E faço coro com aqueles que não se conformam com o fato de Pirassununga não ter cinema. Uma mísera sala, que seja. Até o clássico Cine Alvorada, em Leme, fechou suas portas. Enorme, o recinto! Deveriam caber pelo menos 800 pessoas, fácil, fácil. Outras cidades do interior como Araras e São Carlos também não contam mais com os grandes e estilosos cinemas – invariavelmente localizados no centro. Agora, os centros comerciais e shopings agregam as grandes redes distribuidoras e exibidoras da outrora chamada “sétima arte”: assistir a um filme é indissociável de uma visita às lojas e grandes magazines. Mudança de hábitos culturais? Desinteresse? Ou simplesmente tornou-se caro demais a manutenção de um “cinemão”, como diriam os “de antigamente”?É, no interior não tem mais cinema. Há quem prefira alugar e assistir em casa. Respeito. Mas nada, nada se compara à experiência de estar no escurinho da sala de projeção, com ou sem drops de anis. Pois o próprio ato de se arrumar, sair de casa e ir se divertir com um bom filme já conta, já soma, já vale. Sinto que não é a alta dos ingressos nem mesmo os “avanços tecnológicos audiovi-suais” que acabaram com os cinemas clássicos, aqueles mesmo, das praças das Matrizes. O que mudou foi o conceito de lazer, a percepção lúdica do entretenimento. Consigo per feitamente imaginar um diálogo típico da época:– Que tem pra fazer hoje?– Nada. Só ir ao cinema. Meu Deus. Talvez “Show Girls não fosse tão ruim assim...

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Andrea Ignat t i

O poeta estava cer to? Viver junto parece ser uma necessidade latente. Sequer nasce-mos sozinhos. Em circunstâncias normais, os nossos próximos passos serão todos acompanhados — ou seguidos — por alguém. O pai segura o braço para ajudar a manter as pequenas pernas firmes no chão e começar a caminhar. Ou a se erguer, simplesmente, depois de uma queda. A professora segura a mão junto com o lápis para firmar o abecedário no caderno.Quando as dif iculdades de caminhar e escrever são assim superadas, parece fácil esquecer de quão fundamental foi a convivência naqueles momentos. Mais tarde, bem mais tarde, será mais natural entender que um abraço por uma conquista ou como consolo por um fracasso faz par te da convivência, do conviver, da vida.Mas a vida não é passiva. Ao menos, não deve ser. Conviver, muito menos. Conviver é ação, reação, interação. E não é isso que diz o poeta? Que viver é conviver?Os relacionamentos do dia-a-dia — sejam familiares, pessoais, profissionais — não são postos de lado aos olhos do poeta. Não é tão somente a vida como organismo vivo e respirando, cientif icamente falando. Mas a vida-romance, a vida-profissão, a vida--amizade, a vida minha dependendo da vida de mais alguém. Até os desconhecidos tornam-se conhecidos e daí a necessidade da convivência — e a habilidade para isso. O Prof. Dr. Claudio Cohen, em um de seus livros, considera que “nunca somos to-talmente incompetentes, tampouco nunca nos tornamos competentes em tudo”. E justamente a busca pelo for talecimento de um objetivo comum gerado nas relações profissionais nos leva a um certo nível de dependência para complementar conheci-mentos e habilidades, como também reforça Carlos Haroldo Piancastelli em seu ar tigo “O Trabalho Em Equipe”.Cientif icamente, existem técnicas e métodos de trabalho para que a convivência pro-duza frutos, e frutos bons. Mas convenhamos: o poeta fala de algo bem mais complexo do que isso. De uma ciência que passa de ciência exata, e até da ciência humana, e vira ar te. Talvez como uma pintura, uma escultura, uma música.O olhar nos olhos, o desvio de olhar, o aperto de mãos, o virar de costas, o aceno de adeus, o correr para o abraço, o aprender a dizer “não”, o aprender a aceitar o não, o amar, o desamor, o ódio, a tolerância. Conviver é viver agindo, reagindo, interagindo, superando. Umas vezes, a gente consegue agir bem, reagir bem, interagir bem, superar. Noutras, a gente age mal, reage mal, não sabe como interagir, não supera.Uns dizem que a vida começa aos 40 anos. Outros repetem o ditado: “vivendo e aprendendo”. Desde que nascemos, a regra é: viver. Mesmo que cercado de ciências, a beleza da poesia e a força do sorriso se harmonizam e tornam — como dizem — a convivência mais fácil.Viver é uma ar te. Não uma ciência. Nascer talvez faça parte da ciência. Ainda assim, é o início da ar te.O poeta estava cer to.

“A ar te de viver é simplesmente

a ar te de conviver.

Simplesmente, disse eu?

Mas como é difícil!” Mário Quintana

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