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CIDADE & REGIÃO CORREIO DE UBERLÂNDIA www.correiodeuberlandia.com.br A8 DOMINGO 14/4/2013 NEGÓCIOS Produtos artesanais chegam a 11 estados EMPRESA ENVASA PIMENTA E OUTROS CINCO VEGETAIS JOÃO PAULO FELICIANO | REPÓRTER A Ibisco Indústria de Con- servas, com sede localizada no bairro Pampulha, na zona sul de Uberlândia, está ofi- cialmente no mercado de ali- mentos há 20 anos com nome definido. A história do negócio começou no fim da década de 80. A formalização veio no ano de 2000, quando o empresário uberlandense Gilson Men- donça Guirelli expandiu a em- presa, construindo uma sede com tamanho suficiente para abrigar todos os processos de conserva. Atualmente, os po- tes de pimenta e legumes da marca são comercializados em 11 estados, distribuídos nas cinco regiões do país. No início, os produtos eram ven- didos apenas em Uberlândia. A origem do negócio, que teve início em 1986, é uma plantação de pimenta que a família de Guirelli ainda man- tém, em fazenda própria loca- lizada no município de Estrela do Sul, a 80 km de Uberlândia. Segundo o empresário, eram colhidos na época cerca de 50 kg de pimenta por sema- na para serem vendidos nas feiras livres de Uberlândia. Os tipos de pimenta cultiva- dos eram malagueta, bode e cumari. Até hoje, o cultivo das pimentas é feito na mes- ma fazenda, mas o número de variedades aumentou para nove. Todo fim de semana, o em- presário vai até a propriedade rural para buscar as pimen- tas. Os outros produtos que são transformados em con- servas - palmito, jiló, juru- beba, pequi e guariroba - são adquiridos de fornecedores. “Percebemos que tinha mer- cado e consumidor, então resolvemos aproveitar para aumentar a produção”, disse Gilson Guirelli. O processo de conserva das pimentas passou a ser feito em 1988. Naquele ano, o aumento da produção das la- vouras levou o empreendedor a procurar uma indústria de Goiânia, que fornecia os potes e os materiais e produtos ne- cessários para realizar o en- vasamento das pimentas. Ha- via uma parceria para comer- cialização dos frutos curtidos, na época, em vinagre. O tra- balho junto à indústria goiana foi interrompido em 1992. Em 1993, a Ibisco passou a caminhar no ramo de pimen- tas em conserva com as pró- prias pernas. Em Uberlândia, o foco se tornou a Central de Abastecimento (Ceasa) da cidade, sacolões e outros es- tabelecimentos de varejo. A atuação na Ceasa ajuda a di- vulgar o nome da marca, com isso, estabelecimentos de ci- dades de cinco estados, além de Minas Gerais, passaram a comprar as pimentas Ibisco. No fim dos anos 90, o em- presário Gilson Guirelli per- cebeu a necessidade de for- malizar o negócio e, em 2000, fez um investimento de R$ 150 mil na sede para atender às normas da vigilância sani- tária. Nessa mesma época, ele ampliou a gama de produtos regionais comercializados e apostou nessa característica como diferencial da marca em relação às grandes indústrias de alimentos em conserva. Também são vendidos mo- lhos de pimenta até hoje. EMPREENDEDORISMO IBISCO INDÚSTRIA DE CONSERVAS Queremos manter a característica artesanal GILSON GUIRELLI O uso de pimenta para dar sabor picante a pratos sal- gados é comum no Brasil, mas em sobremesas ainda é uma novidade. É exatamen- te nesta área que a Ibisco Indústria de Conservas quer apostar. A empresa deve começar a produzir sorvete com pimenta no fim deste ano, em Uberlândia. Testes relacionados ao novo produto têm sido rea- lizados e a construção da in- dústria para a produção já foi iniciada. O prédio se localiza atrás da sede da empresa. Até agora, foram investidos R$ 200 mil no novo empre- endimento e orçamento to- tal estimado é de R$ 350 mil. De acordo com o em- presário Gilson Mendonça Guirelli, a ideia de produzir sorvete com pimenta veio da pretensão de aumentar a linha de produtos feitos com o condimento. “Nós pensa- mos o que mais daria para fazer com pimenta. Afinal, geleia já tem”, disse. Atualmente, a sorvete- ria da família, localizada no Mercado Municipal, na re- gião central da cidade, já co- mercializa a sobremesa com toque picante. Segundo Gui- relli, os clientes têm aprova- do o sabor, apesar de não ser o mais vendido. EMPRESA VAI AUMENTAR PORTFÓLIO COM A PRODUÇÃO DE SORVETE APIMENTADO NOVIDADE Gilson Guirelli cultiva nove variedades de pimenta na fazenda da família e faz as conservas na indústria, em Uberlândia Palmito é um dos seis vegetais que compõem as conservas da marca Ibisco, que conta com a mão de obra de 12 funcionários FOTOS MARCOS RIBEIRO A evolução dos números da Ibisco Indústria de Con- servas é percebida a partir da formalização da empre- sa. De acordo com o empre- sário uberlandense Gilson Mendonça Guirelli, em 2000, o empreendimento contava com dois funcionários. Atu- almente, a mão de obra é for- mada por 12 pessoas. A quantidade de forne- cedores também aumentou nos últimos 13 anos. Quando a empresa foi regularizada, Guirelli era o único agricul- tor a oferecer seus produtos para conserva. Hoje, mais oito fornecedores fazem parte do grupo. Segundo Guirelli, o au- mento dos números da Ibis- co refletiu no caixa da em- presa. Em 2000, foram fatu- rados R$ 50 mil. Para 2013, seguindo o comportamento dos últimos anos, o valor deve ser dez vezes maior - R$ 500 mil. “Pensamos em ampliar mais, mas sem per- der a característica do ‘feito à mão’”, disse. FORMALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA CONTRIBUIU PARA A EVOLUÇÃO DOS NÚMEROS SALDO POSITIVO Ibisco NÚMEROS 13 anos de formalização da empresa 11 estados de abrangência da marca 9 pos de pimenta culvados 8 fornecedores 12 funcionários R$ 500 mil de faturamento anual R$ 350 mil de invesmento para viabilizar um novo produto

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CIDADE & REGIÃO CORREIO DE UBERLÂNDIA www.correiodeuberlandia.com.brA8 DOMINGO

14/ 4/2013

NEGÓCIOS

Produtos artesanais chegam a 11 estadosEMPRESA ENVASAPIMENTA E OUTROSCINCO VEGETAIS

JOÃO PAULO FELICIANO | REPÓRTER

A Ibisco Indústria de Con-servas, com sede localizada no bairro Pampulha, na zona sul de Uberlândia, está ofi -cialmente no mercado de ali-mentos há 20 anos com nome defi nido. A história do negócio começou no fi m da década de 80. A formalização veio no ano de 2000, quando o empresário uberlandense Gilson Men-donça Guirelli expandiu a em-presa, construindo uma sede com tamanho sufi ciente para abrigar todos os processos de conserva. Atualmente, os po-tes de pimenta e legumes da marca são comercializados em 11 estados, distribuídos nas cinco regiões do país. No início, os produtos eram ven-didos apenas em Uberlândia.

A origem do negócio, que teve início em 1986, é uma plantação de pimenta que a família de Guirelli ainda man-tém, em fazenda própria loca-lizada no município de Estrela do Sul, a 80 km de Uberlândia. Segundo o empresário, eram colhidos na época cerca de 50 kg de pimenta por sema-na para serem vendidos nas feiras livres de Uberlândia. Os tipos de pimenta cultiva-dos eram malagueta, bode e cumari. Até hoje, o cultivo das pimentas é feito na mes-ma fazenda, mas o número de variedades aumentou para nove.

Todo fi m de semana, o em-presário vai até a propriedade rural para buscar as pimen-tas. Os outros produtos que são transformados em con-servas - palmito, jiló, juru-beba, pequi e guariroba - são adquiridos de fornecedores. “Percebemos que tinha mer-cado e consumidor, então resolvemos aproveitar para aumentar a produção”, disse

Gilson Guirelli.O processo de conserva

das pimentas passou a ser feito em 1988. Naquele ano, o aumento da produção das la-vouras levou o empreendedor a procurar uma indústria de Goiânia, que fornecia os potes e os materiais e produtos ne-cessários para realizar o en-vasamento das pimentas. Ha-via uma parceria para comer-cialização dos frutos curtidos, na época, em vinagre. O tra-balho junto à indústria goiana foi interrompido em 1992.

Em 1993, a Ibisco passou a caminhar no ramo de pimen-tas em conserva com as pró-prias pernas. Em Uberlândia, o foco se tornou a Central de Abastecimento (Ceasa) da cidade, sacolões e outros es-tabelecimentos de varejo. A atuação na Ceasa ajuda a di-vulgar o nome da marca, com isso, estabelecimentos de ci-dades de cinco estados, além de Minas Gerais, passaram a comprar as pimentas Ibisco.

No fi m dos anos 90, o em-presário Gilson Guirelli per-cebeu a necessidade de for-malizar o negócio e, em 2000, fez um investimento de R$ 150 mil na sede para atender às normas da vigilância sani-tária. Nessa mesma época, ele ampliou a gama de produtos regionais comercializados e apostou nessa característica como diferencial da marca em relação às grandes indústrias de alimentos em conserva. Também são vendidos mo-lhos de pimenta até hoje.

EMPREENDEDORISMO IBISCO INDÚSTRIA DE CONSERVAS

Queremos manter a característica artesanal GILSON GUIRELLI

O uso de pimenta para dar sabor picante a pratos sal-gados é comum no Brasil, mas em sobremesas ainda é uma novidade. É exatamen-te nesta área que a Ibisco Indústria de Conservas quer apostar. A empresa deve começar a produzir sorvete com pimenta no fi m deste

ano, em Uberlândia. Testes relacionados ao

novo produto têm sido rea-lizados e a construção da in-dústria para a produção já foi iniciada. O prédio se localiza atrás da sede da empresa. Até agora, foram investidos R$ 200 mil no novo empre-endimento e orçamento to-

tal estimado é de R$ 350 mil. De acordo com o em-

presário Gilson Mendonça Guirelli, a ideia de produzir sorvete com pimenta veio da pretensão de aumentar a linha de produtos feitos com o condimento. “Nós pensa-mos o que mais daria para fazer com pimenta. Afi nal,

geleia já tem”, disse.Atualmente, a sorvete-

ria da família, localizada no Mercado Municipal, na re-gião central da cidade, já co-mercializa a sobremesa com toque picante. Segundo Gui-relli, os clientes têm aprova-do o sabor, apesar de não ser o mais vendido.

EMPRESA VAI AUMENTAR PORTFÓLIO COM A PRODUÇÃO DE SORVETE APIMENTADO

NOVIDADE

Gilson Guirelli cultiva nove variedades de pimenta na fazenda da família e faz as conservas na indústria, em Uberlândia

Palmito é um dos seis vegetais que compõem as conservas da marca Ibisco, que conta com a mão de obra de 12 funcionários

FOTOS MARCOS RIBEIRO

A evolução dos números da Ibisco Indústria de Con-servas é percebida a partir da formalização da empre-sa. De acordo com o empre-sário uberlandense Gilson Mendonça Guirelli, em 2000, o empreendimento contava

com dois funcionários. Atu-almente, a mão de obra é for-mada por 12 pessoas.

A quantidade de forne-cedores também aumentou nos últimos 13 anos. Quando a empresa foi regularizada, Guirelli era o único agricul-

tor a oferecer seus produtos para conserva. Hoje, mais oito fornecedores fazem parte do grupo.

Segundo Guirelli, o au-mento dos números da Ibis-co refl etiu no caixa da em-presa. Em 2000, foram fatu-

rados R$ 50 mil. Para 2013, seguindo o comportamento dos últimos anos, o valor deve ser dez vezes maior - R$ 500 mil. “Pensamos em ampliar mais, mas sem per-der a característica do ‘feito à mão’”, disse.

FORMALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA CONTRIBUIU PARA A EVOLUÇÃO DOS NÚMEROS

SALDO POSITIVO

Ibisco

NÚMEROS 13 anos de formalização da empresa

11 estados de abrangência da marca

9 � pos de pimenta cul� vados 8 fornecedores 12 funcionários R$ 500 mil de faturamento anual R$ 350 mil de inves� mento para viabilizar um novo produto

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16/9 /2012

NEGÓCIOS

Cera caseira dá origem à marca reconhecidaEMPRESÁRIA CONTASUA HISTÓRIA EMPALESTRAS PELO PAÍS

SIMONE ROSINI ESPECIAL PARA O CORREIO

“O empreendedor não nasce pronto. Vai nascen-do conforme as necessi-dades e possibilidades.” Assim o define a empre-sária que chegou a Uber-lândia em 1980, então com 28 anos, em busca de um recomeço. Vinda de Coro-mandel, a 160 quilômetros de Uberlândia, Maria Efi-gênia Nunes é hoje dona de uma marca de cera de-pilatória que está presen-te em quase todas as lojas de cosméticos do país, se-gundo ela.

Para chegar a este ponto, a empresária sempre tra-balhou muito. Quando che-gou à cidade trouxe ape-nas dívidas de um negócio que não deu certo no ramo de alimentação. “Vim com uma sacolinha de super-mercado, com duas trocas de roupa. Conhecia Uber-lândia só de passagem. O dinheiro que eu tinha dava para pagar só 15 dias de pensionato”, afirmou.

Tão logo se instalou foi à procura de emprego. Ma-

ria Efi gênia é enfermeira e conseguiu trabalho em um hospital. Como o salário era pouco, as dívidas muitas e ainda tinha que ajudar a família porque o pai estava doente, ela foi obrigada a arranjar mais trabalho. “Era difícil. O trem era custoso”, disse, esbanjando mineiri-dade. Passou a conciliar a enfermagem com a venda de água mineral. Como as vendas davam mais dinhei-ro, saiu do hospital. Quando as vendas caíram voltou para a enfermagem.

Em 1984, o pai doente e as difi culdades fi nanceiras a levaram a arriscar todas as suas economias em equipa-mentos para estética facial. “Não foi intuição, foi necessi-dade.” Maria Efi gênia Nunes ainda trabalhava com en-fermagem e morava em uma casa alugada no Centro da cidade. Lá, fazia limpeza de pele, massagem, depilação. “Eu mesma fazia a minha cera, do meu jeito”, disse.

Depois, conseguiu em-prego para dar aulas de es-tética facial em um salão de cabeleireiro. O dono do esta-belecimento a humilhara na frente das clientes porque ela levara suas alunas para conhecer o equipamento que havia comprado. Foi de-mitida. “Contava com o di-nheiro daquele mês. Sai de lá e, na rua, eu só chorava. Caiu

CLEITON BORGES

Maria Efi gênia Nunes ampliou mix de sua indústria e quer investir em cremes sofi sticados

EMPREENDEDORISMO IPHIGENY KOSMETIC

Agindo corretoe fazendo benfeito dá certoMARIA EFIGÊNIA NUNES

uma chuva e fi quei parada numa banca de revistas. Aí me perguntei, ‘por que estou chorando? Se ele me demitiu é porque está com medo, se está com medo é porque sou capaz, e se sou capaz, por-que não ter a minha própria escola?”.

NÚMEROS

25 anos de mercado

Mix de

50 produtos

30 tipos de cera depilatória

A demissão da escola de estética onde trabalhava foi o impulso que faltava para que Maria Efi gênia Nunes montasse seu próprio ne-gócio na mesma área. Ela comprou móveis, anunciou na televisão e quando es-tava na fase de inscrições o pai dela morreu. “Enter-rei meu pai e fui trabalhar.” Pouco tempo depois, a em-presária deu emprego a um professor da França e apro-veitou para também anun-ciar a novidade na televi-são. “A escola bombou.”

Em 1985, as pessoas já conheciam e queriam comprar a cera que ela ha-via criado. “Levavam em latinha de margarina, de leite em pó e o negócio foi melhorando.” O dono de uma das maiores lojas do ramo da época na cidade a incentivou a vender a cera na sua loja. “Saí e comprei marmitas para embalar a cera. Todo tanto que pu-nha lá vendia. Depois fo-mos para os potes de plás-tico.” Nesta época, Maria Efigênia ainda fabricava a

cera sozinha. Em 1987, em troca da

propaganda do seu negó-cio, ela apresentava pro-gramas de horóscopo, culi-nária e de dicas de beleza em uma emissora de rádio. No ano seguinte, depois de um casamento mal-sucedido, com dois filhos pequenos, ela recomeçou mais uma vez. “Quando separei, estava na pinda-íba novamente. Não tinha nem o que comer. Quem me tratou por uma semana foi minha vizinha.”

DEMISSÃO IMPULSIONOU ABERTURA DE NEGÓCIO PRÓPRIO

NECESSIDADE

Hoje, Maria Efigênia Nu-nes tem uma área constru-ída de 2.500 m² - no bairro Santa Mônica, na zona leste - laboratório de desenvol-vimento, sala de treina-mento para profissionais, linha de produção, mix com 50 produtos. Só em cera, são mais de 30 variações, além de uma marca de creme para o rosto e outra para os pés. A empresa, que come-çou com a cera em latinhas de margarina, é conhecida em todo o país.

Os estados de São Pau-

lo, Minas Gerais, Tocantins, Goiás, Maranhão são seus maiores compradores. “In-visto mais em tecnologia. Tenho só quatro funcioná-rios. É tudo automatizado”, disse. O próximo passo da empresa de Maria Efigênia Nunes, previsto para 2013, é desenvolver uma linha de cremes nobres.

O sucesso como empre-sária levou a mineira a se tornar palestrante e a levar sua história por todo o país. Ela fala como alguém que aprendeu a contornar as

dificuldades e seguir seus objetivos.

Quando ela olha para traz, diz sentir saudade do tempo em que sua história de em-preendedora começou. Aos 60 anos, Maria Efi gênia diz que tudo foi aprendizado. Para ela, ser empreendedor é começar certo. “Fazendo coisas boas, agindo correto e fazendo benfeito dá cer-to”, disse. “A maior ilusão é achar que ganha muito dinheiro. Ninguém ganha muito porque o dinheiro é repassado de mão em mão.”

MIX DE PRODUTOS CRESCE E DEVE AGREGAR NOVO PRODUTO

EXPANSÃO

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23/ 9/2012

NEGÓCIOS

Balas de coco abrem caminho para fábricaEMPRESA DISTRIBUIDOCES PARA CIDADESDE VÁRIOS ESTADOS

FLÁVIA FERRAZ | REPÓRTER

Durante quatro anos, a então dona de casa Maria Odete da Silva fabricou ar-tesanalmente, e vendeu ba-las de coco de porta em por-ta como forma de aumentar a renda da família. Como o produto tinha uma boa aceitação no mercado, ela e o marido Francisco Mame-de, o Chicão, decidiram ou-sar e ampliar a produção de doces, dando origem à Abe-lhinha Indústria e Comércio de Doces Caseiros.

Há quase 20 anos, a em-presa abastece o mercado de padarias, lanchonetes, supermercados e restau-rantes de Uberlândia e de cidades de Minas, Goiás e São Paulo. Entre os produ-tos que saem da fábrica lo-calizada no bairro Martins, setor central de Uberlândia, estão ameixinha de queijo, cocada e doces de leite, fi go, abóbora, mamão e goiaba. Os doces são fabricados na forma cristalizada e em cal-da.

Hoje, Maria Odete, de 56 anos, e o marido, de 63, contam com cinco funcio-nários. O carro chefe da empresa é a ameixinha de queijo, com uma produção média de 3,5 mil unidades por dia, cerca de 70 quilos. “Nos meses de maio a julho a produção chega a 100 qui-los por dia”, disse a empre-sária. Segundo ela, o tempo frio e as festas juninas au-mentam a demanda.

EMPREENDEDORISMO DOCES ABELHINHA

Só nãoexpandimosmais porfalta demão de obraMARIA ODETE DA SILVA

Na fábrica, o casal tem também um espaço para vendas no varejo. De acor-do com Francisco Mamede, o comércio em poucas uni-dades não representa muito no faturamento, mas é uma forma de o cliente lembrar-se da marca quando estiver em um dos pontos de distri-buição dos doces.

“Nosso produto chega a Araguari, Uberaba, Itum-biara [GO], Catalão [GO] e Ribeirão Preto [SP]. Os ven-dedores buscam os produ-tos na fábrica para reven-der nessas cidades”, disse o empresário.

Para não perder espaço para a concorrência, Fran-cisco Mamede também faz questão de manter o conta-to com os clientes. A entre-ga dos doces em Uberlândia é feita pelo irmão de Maria Odete, Bené Ferreira, que compra a produção e dis-tribui em diversos pontos, mas Chicão reserva três dias da semana para entre-gar doces. “Converso com a clientela para me certifi car da qualidade do meu produ-to e da satisfação de quem consome.”

Por meio da administra-ção familiar, o casal Fran-cisco Mamede e Maria Ode-te da Silva é responsável por todo o processo de produção que envolve desde a com-pra da matéria-prima para a fabricação dos doces até a embalagem do produto.

Segundo Maria Odete, a maioria das frutas utili-zadas na fábrica são com-pradas em São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas Gerais. “Hoje temos condi-ção de comprá-las pré-co-zidas. Nos primeiros anos

da empresa, tínhamos o trabalho de prepará-las para o ponto de doce”, disse a empresária.

Para conseguir cumprir o prazo de entrega dos doces, a jornada de trabalho do ca-sal é de 16 horas por dia. De acordo com Maria Odete, ainda há espaço no merca-do para ser explorado, mas a difi culdade em encontrar funcionário qualifi cado difi -culta a expansão. “Não con-seguimos expandir mais o negócio por conta da falta de mão de obra.”

CASAL TRABALHA 16 HORAS POR DIA

PROCESSO DE PRODUÇÃO

Em busca de melhores condições de estudo para os quatro fi lhos, Francisco Mamede e Maria Odete da Silva se mudaram de Ituiu-taba, no pontal do Triângulo, para Uberlândia em 1993. A mudança para uma cida-de maior também permi-tiu ampliar o comércio dos produtos. Em Uberlândia, o casal criou a marca Doces Abelhinha. A empresária lembra que a primeira re-ceita de bala de coco foi fei-ta com muita difi culdade. “Comprei os ingredientes para pagar no dia seguinte. Estava confi ante na minha venda”, afi rmou Maria Ode-te que, logo no primeiro dia, conseguiu vender oito qui-

los de bala batendo de porta em porta na vizinhança.

Aos poucos, a produção expandiu para a cocada e a ameixinha de queijo, sen-do sufi ciente para pagar a matéria-prima. “Dois anos depois dessa experiência, meu marido deixou o tra-balho em uma loja de sapato para me ajudar na produ-ção”, disse.

Hoje, o casal tem orgulho de dizer que criou os quatro fi lhos, dos quais três pos-suem curso superior, tra-balhando dentro da fábri-ca. “Eles mexiam os doces e ajudavam no preparo das frutas. No fi m da semana re-cebiam o salário deles”, afi r-mou Francisco Mamede.

FAMÍLIA BUSCOU MUDANÇA DE VIDA

OPORTUNIDADE

Francisco Mamede e Maria Odete da Silva mantêm ponto de venda de doces no varejo como forma de fi delizar consumidores à marca

NÚMEROS

Tempo de atuação

20 ANOSNa produção

3,5 MIL unidades de ameixinha por dia

200 LITROS de leite por dia

2 MIL quilos de fi go utilizados a cada

15 dias

FOTOS MARCOS RIBEIRO

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CORREIO DE UBERLÂNDIA www.correiodeuberlandia.com.br CIDADE & REGIÃO A9DOMINGO

27/ 1/2013

Da banca de feira à distribuição em todo o paísFÁBRICA PRODUZ100 TONELADAS DEDOCES POR MÊS

RENATA TAVARES ESPECIAL PARA O CORREIO

O cheiro de doce é um con-vite para conhecer a empresa e está presente em todas as partes desde a expedição até o escritório. É tão intenso que a proprietária, Márcia Maria Mendes, costuma dizer que as vendas são doces. Ela e o ma-rido, Fausto Gabriel dos San-tos, são sócios proprietários da Fama Doces, localizada no bair-ro Segismundo Pereira, na zona leste, que leva o tradicional sa-bor das guloseimas mineiras a todo o país, de Norte a Sul.

A empresa tem 40 funcio-nários, produz 100 toneladas de doces de diferentes sabores por mês e fabrica para outras quatro marcas conhecidas na-cionalmente. Todo esse suces-so começou a ser construído nos fundos da casa do casal, em tachos de cobre, em 1998. Um vizinho de Márcia Mendes decidiu vender o ponto na feira livre e ofereceu a eles, como a necessidade de trabalhar falou mais alto, a empresária apren-deu a fazer doces e foi vender na feira.

Fausto dos Santos conta que por dois anos foi assim, até ter

sido demitido do banco onde trabalhava. “Sabia que quando eu saísse do mercado iria criar algo para mim. Eu administra-va o dinheiro dos outros e po-deria muito bem administrar algo meu.”

Foi então que ele começou a vender os quatro tipos de doce que a mulher fabricava nos fundos da casa. “Enquan-to a Márcia ia para as feiras, eu vendia o doce no comércio da cidade. Eu nunca tinha traba-lhado com vendas. Foram tem-pos difíceis”, afi rmou.

Um dos primeiros clientes foi o Mercado Municipal de Uberlândia e hoje é o único que compra direto da fábrica, já que a empresa conta atualmente com seis representantes e 22 estabelecimentos que reven-dem seus produtos. “Como lá passa gente de várias partes do país, a marca começou a sair do Estado e muitas pessoas de fora, como São Paulo, ligavam para elogiar o produto.”

Fausto dos Santos investiu o dinheiro do acerto em fun-ção da demissão na compra de um terreno em 2000. No local, ele construiu um galpão para aumentar a produção e logo depois conseguiu a autoriza-ção e o certifi cado do Ministé-rio da Agricultura para levar os produtos para fora de Minas Gerais. “Cheguei a pensar em desistir nos primeiros anos de tão difícil que foi”, disse o em-presário.

MARCOS RIBEIRO

Fausto dos Santos, Márcia Mendes e Rafael Santos comandam fábrica de doces na zona leste

EMPREENDEDORISMO FAMA DOCES

Não existe mágica em negócios. É preciso trabalhar muitoFAUSTO DOS SANTOS

O casal Márcia Mendes e Fausto dos Santos tem dois fi -lhos, uma jovem de 18 anos e Rafael Mendes Santos, de 24, que hoje é administrador na empresa.

O rapaz conta que acompa-nha a luta dos pais desde os 7 anos e que aos 18 decidiu cur-sar Administração de Empre-sas para dar continuidade aos negócios da família.

Para Rafael Santos é uma responsabilidade grande sa-ber que no futuro a empresa poderá ser cuidada por ele. “Me sinto privilegiado por fa-zer parte dessa história, mas ao mesmo tempo me sinto pressionado, porque tenho que fazer jus ao esforço deles”, afi r-mou.

FILHO ADMINISTRA EMPRESA DOS PAIS

RESPONSABILIDADE

NEGÓCIOS

Treze anos depois de industrializar e profi ssio-nalizar a produção dos do-ces, os empresários Márcia Mendes e Fausto dos Santos se preparam para dar um passo a mais, a construção de um novo galpão em Tu-paciguara, a 73 km de Uber-lândia.

Há dois anos, o casal com-prou um terreno de 22 mil m² naquela cidade. A área

construída será duas vezes maior que a de Uberlândia. “Nós acreditamos no cresci-mento do mercado e por isso investimos”, disse Fausto dos Santos.

Ao ver o quanto o negó-cio prosperou nos últimos 17 anos, Márcia Mendes diz que não esperava. “Come-çamos por uma necessida-de e eu não tinha ideia de que poderia crescer tanto.”

O marido complementa “Quem vê a empresa do jei-to que está não imagina que a Márcia acordava às 5h e ficava até as 20h mexendo doce.”

O segredo, segundo o casal, é não desistir. “Não existe mágica em negócios. É preciso trabalhar muito, ter dedicação, persistência e acreditar que tudo vai dar certo.”

CRESCIMENTO LEVOU EMPRESA A INVESTIR EM TUPACIGUARA

NOVA UNIDADE

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26/ 8/2012

NEGÓCIOS

Família une experiência e visão de futuro EMPRESÁRIOS ERAMGERENTES DE LOJAE ABRIRAM EMPRESA

SIMONE ROSINI ESPECIAL PARA O CORREIO

O sucesso de uma em-presa, sendo familiar ou não, depende de alguns fatores. Entre eles estão a dedicação ao negócio, a sintonia com o mercado, a vontade de traba-lhar e de crescer, o espírito de equipe e a visão de futuro. Foi assim que o casal Silvio José de Paula e Regina Lopes Oli-veira educou seus dois fi lhos para serem empreendedores. Os dois cresceram dentro do pequeno negócio da famí-lia e, hoje, ajudam os pais na administração da empresa. “Somos os primeiros a che-gar e os últimos a sair”, disse Rangel de Paula, de 22 anos, que cuida das compras e da administração da Pétala Cos-méticos.

Seu irmão mais novo, Re-nan de Paula, de 21 anos, é gerente da divisão de móveis para salão de beleza. Os pais ainda trabalham no escri-tório, mas, aos poucos, estão transferindo o negócio para as mãos dos fi lhos. “Tem que dedicar mesmo”, afi rmou Rangel de Paula. “Tem que ter vontade de crescer e conhe-cimento.” A força dos fi lhos e a abertura dos pais para a ino-vação, têm ajudado a famí-lia a expandir o negócio. “Se precisar, a gente descarrega um caminhão e faz qualquer serviço”, disse.

A Pétala Cosméticos foi fundada por Sílvio de Pau-

la e Regina Oliveira em julho de 2000, quando eles tinham respectivamente 28 e 18 anos de experiência no ramo. Os dois eram gerentes de loja de uma rede do segmento que dominou o mercado em Uberlândia por muitos anos, mas que veio a falir.

O casal juntou suas eco-nomias, aproveitou a opor-tunidade e arriscou tudo em um pequeno comércio. A primeira loja foi aberta no Centro da cidade, com 80 m². Depois de dois anos, o casal pensou em criar um dife-rencial, oferecendo outros produtos, como na rede onde trabalhavam. Apostaram na venda de móveis e acessó-rios para salões de beleza. “Do mesmo jeito, igualzinho à loja; aos poucos, tudo mui-to pequeno”, disse Rangel de Paula. Seis anos depois, os empresários abriram mais uma loja, também no Centro, com 150 m².

Em 2010, Sílvio de Paula e Regina Oliveira perceberam que muitas empresas esta-vam investindo nos bairros e resolveram fazer o mesmo. Abriram a terceira loja, há um ano e meio, no Jardim Patrícia, zona oeste. Essa última, mais ambiciosa, com 250 m². “A pessoa que mora na região do Luizote não sai de lá para vir ao Centro porque lá tem tudo”, disse Rangel de Paula. Levar a loja para perto dos clientes era uma lógica interessante. “Nos bairros também é mais barato manter um negócio”, afi rmou. Segundo ele, a em-presa pretende continuar expandindo em direção aos bairros. “A gente tem como meta abrir uma loja no São Jorge até o fi m deste ano.”

EMPREENDEDORISMO PÉTALA COSMÉTICOS

O funcionárioprecisa se sentir feliz onde trabalhaRANGEL DE PAULA

FOTOS CLEITON BORGES

EMPRESA APOSTA NOS PÚBLICOS C E D PARA CRESCER

ESTRATÉGIA

O empresário Rangel de Paula, gerente da Pétala Cos-méticos, disse que uma das apostas bem-sucedidas da empresa foi investir no con-sumidor certo. “Nosso mix atende qualquer público, mas o público maior é C e D, das pessoas que realmente mo-vimentam a economia bra-sileira.” Além disso, como no comércio o atendimento é fa-tor preponderante para o su-cesso, as reclamações e críti-cas do consumidor são vistas como incentivo pela empresa. “A gente vai atrás para cortar o mal pela raiz”, afi rmou.

Para ele, o treinamento e o aprimoramento profi s-sionais de gerentes e ven-dedores e a eliminação de barreiras entre donos e fun-cionários da empresa tam-bém são importantes para a qualidade dos serviços. “O nosso funcionário se sente totalmente à vontade para vir conversar com a gente”, disse.

FUNCIONÁRIOS

Segundo Rangel de Paula, o negócio hoje vive um novo e importante momento. A mudança da política interna

Loja oferece um mix de 33 mil itens de beleza e higiene pessoal

Renan de Paula (E), o pai Silvio (C) e o irmão Rangel (D) comandam empresa de cosméticos

12 anos de mercado

De

80 m² da primeira loja para

1,5 mil m² de área hoje

De

7 para

60 funcionários

33 mil itens à venda

NÚMEROS

e a retenção de funcionários são prioridades. “É difícil en-contrar mão de obra qualifi -cada. Muitas vezes, quando o funcionário está melhoran-do ele sai e tem que começar todo o processo de novo.” Sendo assim, a empresa tem oferecido incentivos, benefí-cios e ganhos fi nanceiros. “O funcionário precisa se sentir feliz onde trabalha.”

Para o empresário, três coisas são essenciais no co-mércio. A primeira é ter mer-cadoria. “Não adianta nada atender bem e não ter o pro-

duto que o cliente busca.” A segunda é o atendimento. “Ainda mais no ramo de cos-méticos, o mix é muito gran-de e a pessoa quer explicação sobre o produto.” E a terceira é o preço. “Tem situações em que a gente deixa de ganhar a nossa margem para oferecer um preço mais baixo que a concorrência”, disse. “Muitas vezes, a pessoa tem dinheiro e monta um negócio, mas se ela não se dedicar, vai que-brar. Não é porque é dono que não vai por a mão na massa. Não tem disso não”, afi rmou.

Page 6: EMPREENDEDORISMO IBISCO INDÚSTRIA DE CONSERVAS … · mentos há 20 anos com nome ... nos últimos 13 anos. Quando a empresa foi regularizada, ... ainda trabalhava com en-

CORREIO DE UBERLÂNDIA www.correiodeuberlandia.com.br CIDADE & REGIÃO A9DOMINGO

16/ 12/2012

NEGÓCIOS

Sucesso vem do trabalho desde a adolescência EMPRESÁRIA TEMMETA DE EXPORTAR ITENS DA SUA MARCA

SIMONE ROSINI ESPECIAL PARA O CORREIO

Quando pegou o primei-ro mostruário de bijuterias para revender, a empre-sária Marielle Vilela, hoje com 35 anos, não imagi-nava que daquela iniciati-va de adolescente surgiria uma empresa e uma marca reconhecidas no segmen-to de semijoias, bijuterias e acessórios femininos e masculinos. Isso foi há mais de 20 anos, quando uma colega de trabalho a convidou para ajudá-la nas vendas de bijuterias em sistema de consigna-ção. Marielle Vilela aceitou a proposta para “ganhar um dinheirinho extra”. Desde os 13 anos, ela tra-balhava em uma escola de idiomas onde dava aulas de inglês para crianças.

Hoje, depois de con-quistar clientes em todo o país, a empresária se pre-para para novos desafios. A meta para o próximo ano é a exportação. “Esta-mos nos organizando para comprar e vender fora do Brasil. Vai ser um ano de expansão mesmo”, disse a idealizadora da Lela Aces-sórios. “Queremos abrir novos horizontes tanto para vender quanto para comprar.”

Com peças cujo pre-ço varia de R$ 5 a R$ 3,5

MARCOS RIBEIRO

Marielle Vilela começou a vender bijuterias com 13 anos de idade e, aos 21, abriu a primeira loja

EMPREENDEDORISMO LELA ACESSÓRIOS

A empresária Marielle Vilela sempre foi ”aluci-nada” por joias. Enquanto revendia as bijuterias da colega, ela já sentia neces-sidade de oferecer produ-tos mais elaborados. Aos 15 anos passou a comprar diretamente de fornece-dores. “Antes, bijuteria não tinha muita qualidade, hoje tem. Era 90% de se-mijoias e uma coisinha ou outra de biju.”

Quando foi estudar Ad-ministração de Empresas continuou trabalhando na escola de idiomas, À noite ia para a universidade. “O volume ficou muito grande e eu não tinha tempo para atender as clientes. Não tinha mais fim de semana porque trabalhava na ven-da das peças”, disse.

Apesar da correria, ela conseguiu conciliar tudo e concluiu o curso superior.

Foi quando decidiu inves-tir em seu próprio negócio. “Hoje são 13 anos de loja, mais sete que trabalhei sem loja.”

A primeira ela abriu no bairro Lídice, no fim de 1999. Dois anos depois, veio a segunda loja, no Centro. Em 2003 abriu a terceira, no Center Shop-ping; em 2010, na cidade de Itumbiara (GO) e em 2012 no Uberlândia Shopping.

EMPRESÁRIA ENXERGOU OPORTUNIDADE NO MERCADO

DEMANDA

mil, a empresa vende para consumidores de todas as classes. Para fidelizar o cliente, Marielle Vilela aposta na qualidade dos produtos e no atendimen-to. “Bijuteria tem em toda esquina. Não adianta só abrir uma loja e por o pro-duto lá”, disse.

Para ela, o mais impor-tante é acreditar no traba-lho e procurar se diferen-ciar da concorrência. “Ela pode até vender o mesmo produto, mas você tem que passar para o cliente que o seu é diferenciado. Tem que investir na marca e agregar valor a esse pro-duto.”

Hoje, a empresa vende em média 3 mil peças por mês em três lojas próprias e pelo site de vendas. Para isso, emprega 18 pessoas entre funcionários diretos e terceirizados nas lojas do bairro Lídice, do Cen-ter Shopping e do Shop-ping Uberlândia. Entre os terceirizados estão duas representantes da marca, sendo uma em Brasília (DF) e outra em Itumbiara (GO).

A empresa mantém atu-almente uma estrutura fí-sica que abrange mais de 500 metros quadrados de loja e escritório. O patri-mônio já conquistado re-sultou em uma casa e um carro, mas segundo a em-presária, o maior investi-mento é feito em viagens dentro e fora do país onde ela sempre vai em busca de novas mercadorias e se atualiza quanto as tendên-cias e novidades para tra-zer aos seus clientes.

Números

3 lojas

13anos de mercado

18 funcionários

Mais de

3 mil peças vendidas por mês

Ao longo de sua trajetória como empresária, Marielle Vilela enfrentou três mo-mentos marcantes. O pri-meiro foi ao abrir seu pró-prio negócio. Com 21 anos e formada em Administração, sua família queria que ela administrasse os negócios familiares, porém ela se re-cusou e preferiu se arriscar em uma empresa própria. “Foi o principal desafi o, além de ter que largar a escola de línguas que era minha pri-meira casa”, disse.

O segundo momento foi quando decidiu apostar em uma loja de shopping. “Era equipe grande, horário dife-renciado, despesa alta, mas deu certo.”

O terceiro desafi o é atu-al veio com a maternidade. Agora ela está aprendendo a se dividir como empreende-dora e mãe. “Tive que abrir mão da loja de Itumbiara, da do Centro e passar as duas para o Uberlândia Shopping [junto com a loja aberta nes-te ano], além de me afastar para ser mãe.”

“Era hora de deixar um pouco a empreendedora e viver a vida pessoal. Isso é uma confusão muito gran-de para a mulher: ter o lado mulher e o lado profi ssional e saber conciliar”, disse Ma-rielle Vilela que, hoje, cuida do fi lho de dois meses e, aos poucos, reassume a admi-nistração de seus negócios.

VIDA MARCADA POR DESAFIOS

ESCOLHAS