Empreender nº 12

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www.vidaeconomica.pt NEWSLETTER N.º 12 | MARçO/ABRIL 2012 CASO EM DESTAQUE Proprietários da Quinta da Magantinha foram atrás do sonho de produzir produtos hortícolas P. 9 Índice Atualidade................................. 1 Opinião....................................... 2 Editorial ...................................... 2 Opinião....................................... 3 Opinião....................................... 4 Gestão ........................................ 5 Artigo .......................................... 6 Breves ......................................... 7 Caso em destaque.................. 9 A Oliva & Co abriu este mês no Porto e é a primeira loja nacional especializada na fileira da oliveira. Neste novo espaço, podem adquirir-se e degustar-se vários produtos, quer da marca Oliva & Co, quer de outros produtores. Obrigatório mesmo é serem nacio- nais. Várias gamas de azeite virgem extra, cosméticos à base de azeite, conservas de peixe, vegetais, queijos e enchidos em azeite, doçaria variada, chá de oliveira, azeitonas, pastas e patês de azeitonas são alguns dos produtos disponíveis neste espaço situado numa per- pendicular à Rua do Rosário. “Em plena loja pode to- mar-se um chá e comer-se um pudim azeitado. A lite- ratura, o artesanato e os demais utensílios deste tema também farão parte do quadro que compõe a Oliva & Co” , como se pode ler no comunicado de imprensa. Segundo a mentora do projeto, Helena Ferreira, esta “não é uma loja gourmet. Pretende ser uma loja de- mocrática que abrange diferentes públicos, com preços diversos, mas em que a qualidade é sempre garantida. Esta primeira loja é um laboratório de ex- periências para otimização dos produtos da fileira da Porto recebe primeira loja especializada na fileira da oliveira ACTUALIDADE oliveira para testar a reação e aceitação do público” . Neste novo espaço com uma decoração dedicada à oliveira, também se vão realizar debates, provas e de- gustação de azeite, workshops e cursos de azeite. PUB ORGANIZAÇÃO: Apoio: AEP 27 dE mARÇO 17:50h Felicidade nas Organizações PEssOAs FElIZEs GERAm mElhOREs REsultAdOs A Inscrição neste Evento reverte na totalidade a favor da ACREDITAR 10J O desafio deste Evento: - Inspira-lo a descobrir todo o seu Potencial - Encontrar em si as respostas para a Sustentabilidade Social - Descobrir os princípios duma Liderança Inspiradora - Reforçar atitude positiva nas Organizações - Promover o Empreendedorismo e Auto-Liderança 17h50 - Abertura – AEP 18h10 - Felicidade nas Organizações –1.ª parte Sérgio Almeida – Orador Motivacional 18h50 - Testemunho “Felicidade na Economia” Dr. João Luís de Sousa – Director Vida Económica 19h10 - Testemunho Acreditar – “Atitude Positiva” 19h30 - Felicidade nas Organizações – 2.ª parte 17h30 - Encerramento PROGRAmA Este evento reverte a favor da: INsCRIÇÕEs: http://eventos.aeportugal.pt/ [email protected] tel: 229981753 NIB: 0033 0000 0011 7854 0310 5 3ª Edição

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www.vidaeconomica.ptnewsletter n.º 12 | Março/abril 2012

Caso em destaque

Proprietários daQuinta da Magantinha foram atrás do sonho de produzir produtos hortícolas

P. 9

Índice

atualidade ................................. 1

opinião....................................... 2

editorial ...................................... 2

opinião....................................... 3

opinião....................................... 4

Gestão ........................................ 5

artigo .......................................... 6

breves ......................................... 7

Caso em destaque .................. 9

a oliva & Co abriu este mês no Porto e é a primeira loja nacional especializada na fileira da oliveira. neste novo espaço, podem adquirir-se e degustar-se vários produtos, quer da marca oliva & Co, quer de outros produtores. obrigatório mesmo é serem nacio-nais. Várias gamas de azeite virgem extra, cosméticos à base de azeite, conservas de peixe, vegetais, queijos e enchidos em azeite, doçaria variada, chá de oliveira, azeitonas, pastas e patês de azeitonas são alguns dos produtos disponíveis neste espaço situado numa per-pendicular à rua do rosário. “em plena loja pode to-mar-se um chá e comer-se um pudim azeitado. a lite-ratura, o artesanato e os demais utensílios deste tema também farão parte do quadro que compõe a oliva & Co”, como se pode ler no comunicado de imprensa. segundo a mentora do projeto, Helena Ferreira, esta “não é uma loja gourmet. Pretende ser uma loja de-mocrática que abrange diferentes públicos, com preços diversos, mas em que a qualidade é sempre garantida. esta primeira loja é um laboratório de ex-periências para otimização dos produtos da fileira da

Porto recebe primeira loja especializada na fileira da oliveira

aCtualidade

oliveira para testar a reação e aceitação do público”. neste novo espaço com uma decoração dedicada à oliveira, também se vão realizar debates, provas e de-gustação de azeite, workshops e cursos de azeite.

PUB

ORGANIZAÇÃO:

Apoio:

AEP27 dE mARÇO17:50h

Felicidade nas OrganizaçõesPEssOAs FElIZEs GERAm mElhOREs REsultAdOs

A Inscrição nesteEvento reverte natotalidade a favorda ACREDITAR

10JO desafio deste Evento: - Inspira-lo a descobrir

todo o seu Potencial- Encontrar em si as

respostas para a Sustentabilidade Social

- Descobrir os princípios duma Liderança Inspiradora

- Reforçar atitude positiva nas Organizações

- Promover o Empreendedorismo e Auto-Liderança

17h50 - Abertura – AEP18h10 - Felicidade nas Organizações –1.ª parte Sérgio Almeida – Orador Motivacional 18h50 - Testemunho “Felicidade na Economia” Dr. João Luís de Sousa – Director Vida

Económica19h10 - Testemunho Acreditar – “Atitude Positiva”19h30 - Felicidade nas Organizações – 2.ª parte17h30 - Encerramento

PROGRAmA

Este evento reverte a favor da:

INsCRIÇÕEs:http://eventos.aeportugal.pt/[email protected]: 229981753NIB: 0033 0000 0011 7854 0310 5

3ª Edição

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Os jOvens,O emPregO e as Tic

“Os jovens precisam de ter em conta os aspetos profissionais do novo mundo digital”, afirmou Antonio Tajani, vice-pre-sidente da Comissão Europeia, mostran-do-se preocupado com a falta de compe-tências em Tecnologias da Informação e Comunicação. Para colmatar este problema de 26 a 30 de março a Direção Geral das Empresas e da Indústria, da Comissão Europeia, e coordenado pela Digitaleurope e pela European Schoolnet, vai realizar-se a Semana Europeia eSkills Week2012. Esta iniciativa tem como objetivo apoiar a Europa e, mais concretamente, os jovens europeus a agarrar as oportunidades de emprego geradas pelas tecnologias digi-tais (http://eskills-week.ec.europa.eu).Portugal junta-se à Semana Europeia eSkills Week2012 promovendo várias iniciativas que se poderão prolongar até maio sobre a temática.Ora como é do conhecimento geral a tecnologia interfere cada vez mais no nosso dia a dia e isto aplica-se também aos nossos jovens. Uma vez que são especialistas sobre videojogos e sobre as redes sociais, é importante (senão urgente), no entanto, direcionar este co-nhecimento para o emprego, Numa altura em que o desemprego atin-ge níveis históricos, exige-se a todos que se reinventem, que sejam empreende-dores e criativos, mas mais do que isso é importante usar todas as armas que possuímos para nos distinguirmos dos nossos pares, para mostramos valor num mercado cada vez mais competitivo e com menos oportunidades. Recorde-se que os jovens portugueses são os que mais usam as TIC. Relembre-se que um estudo divulgado o ano pas-sado, chegou a esta conclusão após a divulgação dos relatórios do Instituto Na-cional de Estatística e da Agência para a Sociedade e Conhecimentos segundo os quais, entre os jovens dos dez aos 15 anos, 91 por cento utilizam internet. Mas como podemos potenciar este conheci-mento na procura de emprego? Como podem os jovens aplicar este conheci-mento nas empresas onde trabalham?Até porque, como noticiou o Destak na edição de 21 de março, 90% dos empre-gos vão exigir competências em tecnolo-gias em 2015.Conclusão torna-se portanto urgente po-tenciar este conhecimento em tecnologia, utilizá-lo da melhor forma e em proveito próprio e das nossas empresas. Aproveitámos ainda para convidá-lo para mais um debate do Empreender à 5ª que decorrerá a 12 de abril sobre o tema “Empreendedorismo e a Gestão dos Re-cursos Humanos”. Mais uma vez iremos focar a importância das pessoas para o sucesso das empresas.

Patricia Flores [email protected]

editorial

Vou iniciar este artigo com uma verdade incon-testável que todos nós conhecemos e ninguém nos deixa esquecer, não porque considere essa verdade um “destino” ou mesmo um “fado”, mas sim porque considero que deve ser aproveitado mais do que isso, como o “rastilho”, o combustí-vel, o ponto de partida para a acção.O cenário em Portugal não é o mais animador e 2012 está a ser e vai ser certamente um ano particularmente difícil, todos os indicadores dis-poníveis nos mostram isso mesmo:• Taxa de desemprego a aumentar;• Medidas de contenção orçamental e austeridade;• Redução do consumo dos particulares e redu-ção do investimento das empresas.A comunicação social transmite-nos constantemente notí-cias que reforçam esta mesma ideia, através dos jornais, da televisão, rádio e internet. Nos cafés, na rua, nos meios de transporte, as palavras que mais ouvimos são: austeridade, crise, “troika. Nós precisamos, no entanto, de ouvir: “Pensa, cria, inova. Eu, tu, nós, podemos!! Vamos todos contribuir para alterar o cenário actual”.O que podemos nós fazer? Não podemos ficar de braços cru-zados, à espera que a situação melhore; temos irremediavel-mente de ser, apesar de todas as dificuldades e obstáculos, os agentes da mudança, temos que empreender!Cada um de nós pode construir o seu futuro e assim também o futuro de Portugal. Se não o fizermos, se não desenharmos o nosso plano de vida, o que nos pode acontecer é cair no plano de outra pessoa e aí não podemos certamente esperar o melhor, como diz Jim Rohn (empreendedor, autor e orador motivacional):“If you don’t design your own life plan, chances are you’ll fall into someone else’s plan. And guess what they have planned for you? Not much.”É crucial por isso promover a criação de empresas em Portu-gal. Felizmente têm sido lançadas cada vez mais iniciativas em contexto empresarial e também universitário; não podemos, no entanto, nos esquecer de que em Portugal uma grande per-centagem de empresas encerra logo no 1º ano de actividade e apenas um número muito reduzido chega ao 5º ano de existên-cia. Para que seja possível alterarmos esta relação devemos criar condições, não apenas com o objectivo de criar empre-sas, mas também de garantir a sua sustentabilidade.Saliento aqui cinco eixos fundamentais e críticos para o sucesso e sustentabilidade dos projetos empresariais e empresas: Planifica-ção, Formação; Dinamização comercial; Networking e Mentoring.

Planificação:

A definição clara de uma estratégia é fundamental. Deve existir um planeamento cuidado; a planificação constitui-se, então, numa ferramenta de apoio à gestão, visando o desenvolvi-mento futuro da organização da empresa, especificando as grandes orientações que lhe permitirão, de forma sustentada, construir, modificar, melhorar ou fortalecer a sua posição face à concorrência. O processo de planificação (estratégico) divide-se em três grandes fases – a análise, a formulação, a implementação. Da eficácia e eficiência com que esta última for elaborada, na pas-sagem da teoria à prática, dependerá o sucesso.Deste processo resultará o Plano de Negócios da empresa, o

Pensar, criar, inovar e empreender

opinião

qual deverá ter como principais objectivos:• Testar conceito de negócio;• Orientar as operações;• Atrair recursos financeiros;• Transmitir credibilidade;• Desenvolver a equipa de gestão.

A Formação

A criação de valor na sociedade actual resulta sem dúvida da inovação, da consequente pro-dutividade, dimensões estas que resultam da aplicação pragmática do conhecimento, isto é, do desenvolvimento de competências. O grau de

eficácia e eficiência das organizações em potenciar o “seu” capital humano e em desenvolver competências ditará o seu sucesso ou insucesso. Deve assim haver uma aposta contí-nua em apreender mais e melhor, numa clara atualização de conhecimento e desenvolvimento de competências tanto téc-nicas como comportamentais.

A dinamização comercial

Este é um dos factores que levam ao insucesso de muitas em-presas. A ideia pode ser excelente e a oportunidade existe, os produtos ou serviços são fantásticos, no entanto, sem uma rede comercial eficaz e eficiente, isso não é suficiente, pois vivemos numa era de grande competitividade e de muita ofer-ta. A dinamização comercial é crucial, se não existem essas competências internamente, devem ser procurados parceiros que desenvolvam essa vertente.

O Networking

Esta é uma palavra cada vez mais ouvida, começa a ser con-sensual a importância e relevância atribuída ao Networking. Não se trata de colecionar números de telefone, endereços de correio eletrónico ou “amigos” nas redes sociais, mas sim utilizando essas várias ferramentas de construir relações que permitam aos empreendedores integrar redes de partilha de conhecimento, potenciar parcerias e negócios bem como ex-plorar novas oportunidades.

O Mentoring

Nunca somos detentores da verdade absoluta, principalmen-te no início de um novo desafio, no lançamento de um novo projeto ou criação de empresa. Quem inicia o seu percurso empreendedor não tem experiência, não conhece o mercado e, em alguns casos, não tem conhecimentos de gestão. O que fazer? Pedir ajuda, sugestões ou conselhos, procurar quem tenha um percurso académico também, mas principalmente empresarial, acumulado de experiências positivas e porque não, também negativas. Alguém que seja capaz de orientar e ajudar a tomar decisões, não apenas nos maus momentos, mas em todos.Para terminar, não nos podemos esquecer que a criatividade e inovação devem estar na base de qualquer projecto, temos de nos diferenciar, não podemos simplesmente fazer mais do mesmo e devemos ainda apostar em algo que realmente gos-temos de fazer, pois a paixão move montanhas.Bom trabalho! Empreendam! E divirtam-se!

Marco laMas

Managing Partnerda IncubIT

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temos assistido nos últimos anos, a um aumento considerável de organizações que certificaram o seu sistema de gestão da Quali-dade e mais recentemente tam-bém o seu sistema de gestão da Inovação.Diz-nos o bom senso que a pri-meira coisa que deve ser feita, é: Planear – definir os objetivos a melhor estratégia e o plano certo para os alcançar, tendo sempre em linha de conta que devemos prevenir os riscos asso-ciados de modo a que o Plane-amento seja o máximo possível à prova de falha. em seguida, devemos executar com excelên-cia as atividades ou tarefas de-finidas e Controlar com rigor os respetivos resultados. este um momento também muito impor-tante, pois sempre que controla-mos vem aquele grito que todos conhecemos: AI…se os resultados foram alcança-dos, gritamos por que poderiam ser ainda melhores, senão, além da frustração, o choro de quem não atingiu os objetivos ou quem falhou….eis resumidamente o modo de proceder para melhorar continu-amente o desempenho de uma qualquer organização ou pessoa.

Este AI exige muita força

para vencer a adversidade,

para Agir e Inovar…

a integração destes dois referen-ciais normativos permite-nos lan-çar um novo Ciclo de Melhoria Continua: o PDC AI. Muitos estudos feitos por esse mundo fora demonstram que apenas um número reduzido de organizações e de pessoas apli-cam na prática o PDCa e muito menos o novo PD CAI… mas os mesmos estudos também reve-lam que a sua aplicação produz resultados extraordinários…não podem portanto restar quais-quer dúvidas que a Qualidade e a Inovação são essenciais para o

progresso de organização, pessoa ou nação.

Mas o mais importante

não é a Produtividade?

lamentavelmente, embora tenha crescido o número de empresas certificadas, o aumento da Produ-tividade não é muito percetível…se perguntarmos a um gestor de recursos humanos qual é o seu maior objetivo, a resposta aplican-do o conceito de valor:

(+) TrabalhoValor RH = ----------------- (-) Custos

em Gestão pelo Valor, o conceito de “custo”, aplica-se a qualquer unidade de medição: euros, me-tros, horas, etc., pelo que de facto o que se pretende de um colabo-rador é que ele produza o mais possível, consumindo cada vez menos recursos, ou “custos”… Para clarificação, entendo por “trabalho”: toda a atividade ou tarefa que realizamos com qua-lidade e que é compensada pelo cliente…

P

DC

A I

Planear - Fazer - Controlar - Agir - Inovar

Melhororia contínua

ao longo dos últimos anos, e numa amostra de cerca de 60 empresas

da indústria, constatámos que em média, por cada 100 horas de tra-balho, apenas são efetivamente aproveitadas cerca de 30 horas! Clarificando, apenas cerca de 30% da capacidade produtiva instalada é efetivamente apro-veitada.Quando tentamos perceber as causas deste desperdício, a que mais se destaca é sem qualquer dúvida a questão da falta ou de-ficiência de Planeamento, o que, desde logo, impede de efetuar um Controlo rigoroso e efetivo e para permitir agir e inovar de modo a melhorar o desempenho.aprofundando ainda mais as cau-sas, constatamos também que não mais 30% das empresas certifi-cadas utilizam as Ferramentas da Qualidade e muito menos Ferra-mentas de Criatividade e inovação, como a análise do Valor, a aMFe / FMea, entre muitas outras…Constatámos também que na maioria dos casos, são tomadas decisões para aumentar a capa-cidade instalada (mais máquinas, linhas de produção, postos de trabalho, etc.), em vez de decisões

que visam o aumento do aprovei-tamento da capacidade existente, a que eu gosto mesmo muito de chamar: produtividade.

O que é que acontece quando se

reúne uma equipa pluridisciplinar,

a ensinamos e estimulamos para

INOVAR?

os resultados são de facto fan-tásticos. o pior caso até à data, através da utilização da análise de Valor conjugada com a aMFe, foi um aumento de produtividade de 11%. o que foi um sucesso enorme, pois foi conseguido apenas com os custos relativos ao tempo des-pendido pela equipa de trabalho, permitiu reduzir os preços e os prazos, e logo aumentar a com-petitividade e a rentabilidade, aumentar os salários, recrutar co-laboradores e acima de tudo evi-tou um investimento de cerca de meio milhão de euros.Uma das chaves do sucesso é sem dúvida a inovação organizacional e o PDC ai.

Qualidade e inovação: as ferramentas da produtividade

opinião

rui VerdascaConsultor

www.vergoconsultores.com

(+) Qualidade e Inovação Produtividade = -------------------------------------------------------- (-) Custos

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Conheço pessoas que andam na rua como se fizessem um favor ao ato de andar. É perigoso julgarmo-nos maiores do que a nossa tarefa –explicava o senhor Valéry.

Gonçalo M. Tavares in ‘O Senhor Valéry’

Querer ganhar sempre, querer ficar sempre bem na “fotografia”, querer ter sempre a última palavra, vai retirar-lhe criatividade e impacto na comuni-cação porque vai estar mais preocupado em ter razão do que em ser espontâneo. Quando nos le-vamos demasiado a sério, temos a tendência para querer dizer e fazer as coisas “certas” e estas não são necessariamente as mais criativas ou as mais adequadas para motivar e mobilizar as emoções das equipas.ao longo da minha carreira como formador, te-nho reparado que os grupos me aceitam melhor, e obtenho melhores resultados, quando tenho uma atitude rigorosa, mas humilde. isto é, quan-do estou disposto a ouvir os outros, a valorizá-los e a adaptar as minhas propostas de acordo com as suas necessidades. Concluo que, quando uso o humor e não estou demasiado preocupado com a minha imagem ou com aquilo que possam pensar sobre mim, é curiosamente quando tenho ideias mais originais e sinto mais sintonia com as pes-soas. o ideal é não querer parecer, simplesmente ser. É que, por muito que tentemos, nunca vamos conseguir controlar totalmente a perceção que os outros têm de nós e às vezes o melhor caminho para que nos recusem é querer agradar a todo o custo, engrandecer o ego, vender qualidades, con-tar feitos, ofuscar com o brilho pessoal.o ego pode ser um grande amigo no ato da lide-rança criativa porque nos dá confiança, autoesti-ma e ajuda a lidar com as criticas que sempre es-peram os pioneiros e aqueles que remam contra a maré, mas pode também ser um grande obstácu-lo quando nos leva a olhar apenas para o umbigo.recordo-me do programa de humor dos Gato Fedorento nas últimas eleições legislativas que consistia em fazer entrevistas sobre um assun-to sério a gente séria de forma brincalhona. Um enorme sucesso de audiência. Porquê? talvez por-que queríamos ver se os nossos políticos teriam a humildade e a inteligência de se rir de si próprios, e entrar na lógica espontânea e clownesca do ri-cardo araújo Pereira, ou se iam continuar a levar-se demasiado a sério. o facto de alguns políticos surpreenderem pela positiva, mudando a imagem “cinzentona” que tinham noutros contextos, ao entrar no jogo do humor à custa do próprio, não lhes retirou qualquer legitimidade ou profissiona-lismo.baseando-se em cinco anos de pesquisa exaustiva,

Os perigos do ego na liderança

gestão

David Marcum e steaven smith estudaram a forma como a má gestão do ego pode ser um grande obs-táculo ao sucesso e os cuidados que devemos ter. o seu livro tem um título sugestivo: “egonomics – o que torna o ego o nosso maior ativo (ou o nosso mais elevado passivo)”. Concluíram que podemos numa simples reunião ou conversa observar indí-cios claros das atitudes que manifestam um ego que se está a tornar um obstáculo:- ser comparativo – Disse william saroyan que ‘todo o homem no mundo é melhor do que al-guém, e não tão bom como alguém’. estar cons-tantemente a comparar-se com os outros é uma terrível armadilha da competição, pois está a per-der tempo a querer ser tão bom ou melhor do que alguém que deixa de estar focado em expandir o seu potencial único, o seu próprio caminho. a comparação não dever ser com o outro, mas sim com aquilo que já fez e que quer ainda vir a atingir.- ser defensivo - este é um dos indícios mais ob-servado em más reuniões: ver alguém que está mais preocupado em defender-se a si próprio do que em defender as suas ideias. Quando defende-mos os nossos argumentos como se fosse a nossa identidade, estamos tão preocupados em querer ficar bem vistos e em não admitir um eventual erro ou a necessidade de mudar algo, que o centro passa ser apenas a nossa necessidade de autoa-firmação e não gerar soluções criativas para a re-solução do problema de todos. lembre-se de que não é de si que eles não gostam, é das suas ideias.–exibir brilhantismo – o que é paradoxal nes-te indício é que, como dizem Marcum & smith: ‘Quanto mais queremos e esperamos que as pes-soas reconheçam, apreciem, ou fiquem espanta-

Vítor BrigaFormador de Criatividade e Comunicação

www.vitorbriga.eu

das perante a nossa esperteza, menos elas ouvi-rão, mesmo que tenhamos as melhores ideias’. assim há que distinguir a atitude de exibir – que nos coloca numa posição de superioridade e nos afasta do outro, da atitude de partilhar – que nos conecta com os outros e nos coloca em sintonia. os bons líderes sabem que precisam dos outros para terem e aplicarem as melhores ideias.- buscar aceitação – este indício pode não decor-rer de um ego excessivo, mas antes de um ego insuficiente. Pode manifestar uma baixa autoes-tima, que procura constantemente ser valorizada pelos outros. o maior obstáculo à liderança aqui centra-se na tendência para se ser mais simpático e menos eficaz, uma obsessão para agradar que impede de contribuir criativa e positivamente. o que é irónico é que quanto menos estivermos preocupados em sermos aceites pelos outros, mais aceitação e confiança verdadeira vamos ob-ter. Cuidado que uma das estratégias mais vulga-res para tentar recuperar o valor é tentar diminuir o valor dos outros. toda a gente perde.Quais são, então, as melhores atitudes para man-ter o ego como um aliado? segundo Marcum & smith: a humildade, a curiosidade e a verdade. ‘a verdadeira humildade é autoestima inteligente que nos impede de termos uma ideia excessi-vamente boa ou má a respeito de nós próprios. lembra-nos quão longe chegámos e, ao mesmo tempo, ajuda-nos a ver quão longe estamos da-quilo que podemos ser’, lembram os autores.Quando sentir estes indícios de que se está a levar demasiado a sério, e por isso não lhe surgem boas ideias nem consegue mobilizar o melhor das pes-soas, relativize (se) para ganhar perspetiva. brin-que, ria-se das suas situações embaraçosas, ouça (mesmo) os outros, peça ajuda… enfim, compre-enda que enquanto está a carregar esse peso so-zinho, está um mundo de múltiplas possibilidades a passar-lhe ao lado.É que, como escreveu alain de botton, ‘não existe nada mais nobre, ou mais profundamente huma-no, do que a perceção de que somos, de facto, e no essencial, fundamentalmente iguais a toda a gente’.

O ego pode ser um grande amigo no ato da liderança criativa porque nos dá confiança, autoestima e ajuda a lidar com as criticas que sempre esperam os pioneiros e aqueles que remam contra a maré, mas pode também ser um grande obstáculo quando nos leva a olhar apenas para o umbigo.

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artigo

Um dos fatores determinantes para a sustentabilidade de uma empre-sa é a sua capacidade de promover crescimento com performance. Quando falamos em gestão, esta-mos a referir-nos sempre a como atingir resultados superiores, de modo consistente, por um longo período. Como Ceo, o seu principal papel é tornar a sua empresa mais valiosa. recentemente, fui convidado para fazer “coaching” de um presidente cuja a empresa estava a receber o “apport” de capital de uma “priva-te equity”. ele queria saber como mudar a sua gestão face aos novos desafios e requisitos deste setor. o “privite equity” tem dominado as manchetes do mundo dos negó-cios. este setor, que já foi relativa-mente discreto, até mesmo exóti-co, vem ampliando a sua participa-ção, principalmente no brasil. em 2001, os investimentos somaram pouco mais de 300 milhões de dó-lares. em 2008, o total atingiu 3,6 mil milões de dólares. Há um ver-dadeiro fluxo de dinheiro à espera para ser investido lucrativamente. se você ainda não parou para pen-sar neste movimento, talvez deves-se começar a preocupar-se em en-

tender como os líderes de “private equity” trabalham.não pretendo esgotar o tema, mas levá-los refletir sobre como estes novos entrantes no mercado pe-sam e agem, pois mesmo a sua empresa não tendo como sócio um “private equity” estará a competir com uma que está sendo orientada por um. resumindo, algumas das lições soarão familiares e algumas até parecerão óbvias. no entanto, do nosso ponto de vista, elas não estão sendo aplicadas de forma consistentes. Como dissemos acima, a sua prin-cipal tarefa como Ceo é tornar sua empresa mais valiosa. Um líder compromete-se a criar oportuni-dades e recompensas para as pes-soas que ajudam a fazer a empresa

bem sucedida. É importante você reavaliar regularmente qual é o potencial máximo de seu negócio e fazer a organização concentrar--se nas poucas iniciativas que re-almente são cruciais para atingir este potencial máximo. Você tem que estar disposto a desafiar as pessoas em sua organização, com o dever de concentrar-se nos resul-tados de forma obsessiva, severa e entusiasmada. Definir o potencial máximo de uma empresa significa perguntar e responder realistica-mente à pergunta: “Qual é o ponto mais alto?”. lembre-se, nenhuma empresa pode ser bem sucedida se divide seus recursos entre muitas iniciativas.identificar e implementar com sucesso as oportunidades de in-

vestimentos do seu negócio é o único modo de manter-se à frente – este investimentos devem estar alinhados com o princípio funda-mental de agregar valor ao cliente, oferecendo-lhe produtos e serviços atraentes e inovadores. as inicia-tivas devem ser suficientemente ambiciosas para nos diferenciar da concorrência, mas também realis-tas e alcançáveis. lembre-se, só é possível alcançar um desempenho superior através das pessoas e da li-derança tecnológica. Conhecimen-to, comprometimento e tecnologia são as melhores vantagens compe-titivas sustentáveis. obtenha, man-tenha e motive as pessoas orienta-das para resultados. Compartilhe o capital social com pessoas-chave e recompense a ousadia e o sucesso.

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Professor da Fundação Dom Cabral

Um livro que apresenta de uma forma acessível e pragmática as noções indispensáveis à interpretação e análise da informação contida nas demonstrações financeiras (Balanço, Demonstrações dos Resultados e dos Fluxos de Caixa) apresentadas pelas entidades para prestação de contas.

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newsletter n.º 12 | Março/abril 2012

Breves

Universidade dO minhO PrOmOve i&d em nanOTecnOlOgia Para indúsTria

a Universidade do Minho, através do teCMinho, levará a cabo, no decorrer do presente ano, um ciclo de workshops Fibrenamics nas áreas de medicina, desporto, transportes, proteção pes-soal, arquitetura e construção civil. este ciclo de workshops, enquadrado nas ativi-dades no projeto “o novo Mundo dos Materiais à base de Fibras”, contará com intervenções de reputados especialistas em cada uma das áre-as, tendo como ponto de partida a partilha de ideias entre as comunidades científica, empresa-rial e escolar.esta iniciativa pretende mostrar o enorme po-tencial dos materiais à base de fibras, desti-nando-se a empresas, instituições dos ensinos superior e secundário, centros de investigação, centros tecnológicos, associações empresariais e demais entidades com interesse nesta temática.Depois do evento dedicado à Medicina, seguem-se Desporto (11 de abril), transportes (16 maio), Construção Civil (20 junho), arquitetura (26 de setembro) e Proteção pessoal (24 outubro).no caso da arquitetura, a utilização de materiais fibrosos deve-se, principalmente, às suas boas características tais como fácil manuseamento, leveza e conformabilidade. as suas aplicações incluem telas ou membranas arquitetónicas e estruturas pneumáticas, utilizadas na constru-ção de edifícios leves. Já na construção civil, os materiais fibrosos pos-suem aplicações que podem ir desde o reforço do betão à estabilização de solos, assim como em isolamentos térmico e acústico. entre as fibras mais utilizadas na construção civil destacam-se as de vidro, carbono, aramida, basalto e as naturais. Uma das maiores vantagens da sua aplicação em edifícios é a enorme redução do peso, em compa-ração com os materiais convencionais.os materiais fibrosos são ainda aplicados nos diversos sistemas de transporte, de modo a pro-moverem maior conforto (isolamento e revesti-mento de interior de automóveis, aviões, com-boios), maior segurança (airbags, cintos, pneus, reforço de pneus, etc.), redução de peso e, con-sequente, redução de Co2.

PaPergifT & PrO-digiT@l PrOmOve criaTividade e emPreendedOrismO

nos próximos dias 29 de março e 1 de abril, a Fil acolhe a Papergift & Pro-Digit@l. Com mais de 100 expositores dos sectores da papelaria, passando pela escri-ta, brindes publicitá-rios até à impressão digital, aos consumíveis, ao têxtil promocional e à rotulagem e etiquetagem, o evento aposta também nesta edição na criatividade e no em-preendedorismo.em parceria com a Massivemov, o espaço em-preendedorismo tem como objetivo “dinamizar projetos inovadores Made in Portugal. Para o efeito foram selecionados cinco que marcarão a sua presença na feira, e farão os seus primeiros contactos com os mercados nacional e interna-cional, potenciando assim a sua expansão”, como refere o comunicado de imprensa. além disso, a Massivemov promove no dia 30 de março, pelas 14h00, a conferência “empreender através de Crowdfunding” no qual estarão pre-sentes alguns oradores e empreendedores a partilhar os seus sucessos e conhecimentos.

cOmissãO eUrOPeiadá a cOnhecer hisTórias de sUcessO

Portugal deverá selecionar até 16 de julho os dois candidatos a participarem na edição deste ano dos Prémios europeus de Promoção da ini-ciativa empresarial. a iniciativa premeia o sucesso dos organismos públicos e das parcerias público-privadas na promoção das empresas e do empreendedoris-mo. antonio tajani, Vice-Presidente da Comissão eu-ropeia, responsável pela indústria e pelo empre-endedorismo, declarou: “os Prémios europeus de iniciativa empresarial dão a conhecer anual-

mente iniciativas de sucesso de toda a europa que criaram situações mutuamente vantajosas para empresas e comunidades. temos de multi-plicar estas histórias reais de sucesso e dotar a europa de uma abordagem mais orientada para a atividade empresarial e mais favorável às em-presas. trata-se de algo essencial para a criação de emprego e a retoma da economia europeia.”esta edição de 2012 contempla, entre outros te-mas, o financiamento de PMe para empresários que queiram expandir as suas atividades e en-trar em novos mercados.as medidas com maiores repercussões serão escolhidas por um júri de peritos e receberão o respetivo prémio na assembleia de PMe de 2012, que se realizará em Chipre, em novembro próximo.

caTólica Premeia jOvens inOvadOres

“Que inovações tornariam o mundo ainda me-lhor?” é o mote do concurso nacional lançado pela Faculdade de engenharia da Universidade Católica e que tem como intuito promover a engenharia, a sustentabilidade e a inovação na-cional.o desafio é lançado a todos os alunos do ensi-no secundário em Portugal, que poderão até ao próximo dia 13 de abril apresentar à Faculdade de engenharia os seus projetos ou ensaios escri-tos sobre um tema à escolha, que se centre na importância da engenharia e da inovação, para a construção de uma sociedade sustentável. os projetos deverão ser apresentados por equipas de dois alunos, tendo a coordenação de um pro-fessor. Como é referido em comunicado de imprensa, o “Prémio engenharia, inovação e sustentabilida-de” pretende premiar trabalhos inovadores e por à prova o engenho e o talento dos jovens por-tugueses. tem ainda como objetivo sensibilizar a comunidade académica para a importância da inovação tecnológica e da sustentabilidade na qualidade de vida de cada cidadão num contex-to mundial.

Page 8: Empreender nº 12

Autores:Aurora A. C. TeixeiraSandra Tavares Silva

Ana Paula RibeiroVitor Manuel Carvalho

Páginas: 320

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Page 9: Empreender nº 12

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newsletter n.º 12 | Março/abril 2012

ter uma quinta, mexer na terra

PrOPrieTáriOs da QUinTa da maganTinha fOram aTrás dO sOnhO de PrOdUzir PrOdUTOs hOrTÍcOlas

José e Alzira Monteiro tinham uma vida es-tabilizada – uma casa própria, um pequeno negócio e um filho adolescente. Mas falta-va algo… O concretizar de um so nho e por isso largaram tudo!José e Alzira Monteiro são ambos naturais de Matosinhos e mesmo depois do casa-mento ficaram a viver neste concelho até aos 39 anos. Nesta altura, José tinha um pequeno armazém de produtos alimenta-res e tinha como objectivo que o seu filho, na altura com 18 anos, continu asse o seu negócio quando fosse apropriado. A recu-sa deste desa fio por parte de Alexandre, filho de José, veio seguido de um outro “Porque não segues o teu sonho?”. Foram estas as palavras estiveram na origem do que é hoje a Quinta da Magantinha.“Ter uma quinta, mexer na terra e produzir produtos hortí colas” era uma vontade já antiga, conforme afirma José, agora era um objetivo para esta família.No jornal encontraram anún cios de três quintas, uma em Lousada, uma em Tonde-la e uma outra no Fundão. Optaram pela de Lousada por uma questão de proximi-dade. Escolheram a Ma gantinha, onde não havia nada, ven deram tudo o que tinham e deram inicio a realização de um sonho.Vir para Lousada significou uma mudança radical no estilo de vida a que estavam habituados. “Quando chegámos aqui, só exis tiam as paredes exteriores da casa e silvados. Na quinta as únicas ár vores de frutos que existam eram duas nogueiras. Tudo o que hoje existe foi construído por nós”. Para poupar dinheiro foi desde o início decidido viver na quinta e por esta razão a família viveu três anos numa tenda de campis mo de verão e de inverno.“Como estava tudo muito de gradado, fo-ram precisas muitas obras até a casa estar em condi ções de habitar. Foi uma altura muito difícil, pois estávamos habituados a ter todas as condi ções tais como casa de banho no quarto. Aqui não tínhamos água, chegámos a ter que tomar banho de rega-dor. Foi uma altura difí cil”, afirmam.

Ficha técnica:coordenadora: Mónica Monteirocoordenadora-adjunto: Patrícia Florescolaboraram neste número: Luís Lobão; Marc Barros; Marco Lamas;Mónica Monteiro; Patrícia Flores; Paulo Ferreira; Rui Verdasca; Vítor BrigaPaginação: José Barbosacontacto: [email protected] aqui outras newsletters do Grupo

Caso em destaque

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“É muito difícil ser agricultor neste país, não se dá o devido valor aos agricultores, mas acho que é a profissão mais nobre do mundo.

As expetativas eram explorar a quinta em termos agrícolas, dedi cadas especifica-mente a fruticul tura e a viticultura. O proje-to foi estruturado principalmente com base na plantação de peque nos frutos (amora, framboesa e groselha) e vinicultura. A primei ra plantação rentável que tivemos foi um hectare de framboesa.Hoje é com orgulho que olham para tudo o que conseguiram construir, primeiro a casa e de pois a quinta. Valeu a pena? Ain da não possuem uma resposta definitiva para esta questão, pois, apesar de terem vendido duas casas que possuíam, foi também necessário recorrer ao crédito bancário do qual ainda existem compromissos muito elevados. No entanto, há de certeza um ganho incalculável – Qualidade de Vida. Quando por alguma ra zão tem que voltar a Matosinhos, só pensam em voltar: “Tanto eu como a minha família sentimo-nos bem aqui em Lousada, na “nossa terra”, afirma José.Hoje apostam fundamental mente na vinha, embora a quinta conte com meio hectare de kiwi, meio hectare de framboesa e um pomar com varias qualidades de fruta.

A qualidade da fruta que pro duzem e o gosto pela cozinha sobretudo pelas so-bremesas de Alzira levou à produção de com potas, geleias, marmeladas, bolos e outras sobremesas com a marca Magan-tinha. “Estamos nesta ac tividade há 15 anos, mas se não tivéssemos começado a transfor mar a nossa fruta em compotas, geleias e marmelada, já tínhamos abando-nado este sector”, afirma José. Atualmente, toda a fruta pro duzida nesta quinta é transfor mada (através de pro-cessos arte sanais) como destino ao setor gourmet. Podemos encontrar os produtos Magantinha na região do Vale do Sousa, principalmente em lojas de produtos re-gionais e nas cooperativas agrícolas da re gião. A quinta está incluída nas Rotas Gourmet, uma iniciativa da Câmara Mu-nicipal que pre tende dar a conhecer ao grande público a gastronomia do con celho, bem como, o património local, potenciando a divulgação dos produtos produzidos. A Magantinha é também uma das quin-tas que fornecem produtos para o Cabaz Prove. Estes são ca bazes recheados de produtos hor tícolas e frutícolas da região.

Este projeto visa estimular a pro dução tra-dicional e de qualidade ao mesmo tempo que promove as relações de compromisso, solida riedade e ética entre quem pro duz e quem consome. Para além da certeza de comprar fresco e viçoso, os clientes do Prove estão também estar sujeitos ao elemen to “surpresa”, pois os cabazes não são iguais de semana para sema na, uma vez que a elaboração dos mesmos está sujeita à época do ano e à oferta que cada produtor tem para a semana em causa.Quando questionado sobre como é ser agricultor em Portu gal, José afirma sem rodeios: “É muito difícil ser agricultor neste país, não se dá o devido valor aos agricul-tores, mas acho que é a profissão mais no-bre do mundo. É importante que se pague o jus to valor à produção”.O profundo amor à agricultura é o que leva estes empresários a sal tarem da cama todos os dias pelas 6 da manhã e darem início a mais um dia de trabalho duro, de-dicado às colheitas, podas, tratamentos e produção de compotas, contando sempre com a ajuda do filho. No que se refere ao futuro este será sem-pre na agricultura, mas em actividades de transformação dos seus produtos (fruta e produ ção de vinho) e posteriormente de-senvolverem um projeto de turismo agrí-cola. Para os empreendedores que pretendam entrar neste setor, deixam-nos a seguin-te mensa gem: “Lutem para atingirem o objetivo pretendido. Mas prin cipalmente ingressem nesta a tividade se realmente gostarem, caso contrário será muito mais difícil vencerem”.