Encorajamento e Defesa do - O ESTANDARTE DE CRISTOoestandartedecristo.com/data/... · As perguntas...

17

Transcript of Encorajamento e Defesa do - O ESTANDARTE DE CRISTOoestandartedecristo.com/data/... · As perguntas...

Encorajamento e Defesa do Uso de Catecismos Bíblicos

William R. Downing .

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Traduzido do original em Inglês

A Catechism on Bible Doctrine (Version 1.7)

An Introductory study of Bible Doctrine in the Form of a Catechism with Commentary

By W. R. Downing • Copyright © 2008

O presente volume consiste somente em um excerto da obra supracitada

Publicado por P.I.R.S. PUBLICATIONS

Um Ministério da Sovereign Grace Baptist Church (www.sgbcsv.org)

Publicações Impressas nos Estados Unidos da América

ISBN 978-1-60725-963-3

Todos os direitos reservados somente ao autor. Nenhuma parte deste livro deve ser reproduzida

em qualquer forma que seja sem a permissão prévia do autor.

Tradução por Hiriate Luiz Fontouro

Revisão por Paul Cahoon, Benjamin Gardner, Albano Dalla Pria e Erci Nascimento

Edição Inicial por Calvin G. Gardner

Revisão Final por William Teixeira e Camila Rebeca Almeida

Edição Final e Capa por William Teixeira

Imagem da Capa: São Paulo perante o Areópago, por Rafael (Domínio Público)

1ª Edição: Fevereiro de 2016

As citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF

Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Publicado em Português como fruto de uma parceria entre os websites oEstandarteDeCristo.com e

PalavraPrudente.com.br, com a graciosa permissão do amado autor W. R. Downing (Copyright ©

2008) e do amado, saudoso e agora glorificado, Calvin G. Gardner.

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Encorajamento e Defesa do Uso de Catecismos Bíblicos Por William R. Downing

[Excerto de Um Catecismo de Doutrina Bíblica, por William R. Downing]

O Termo “Catequizar”

A palavra portuguesa “catecismo” é derivada do verbo Grego katēchēo, “entoar em voz alta,

ensinar oralmente, instruir pela boca”. Este termo tinha originalmente a ideia de “falar para

baixo ou por cima”, ou seja, de atores num palco elevado. É uma composição da preposição

kata, “para baixo, por toda parte, completamente”, e do verbo ēchēo, “soar”, a fonte da nos-

sa palavra portuguesa “eco”. Parece haver nesta etimologia a ideia de uma resposta res-

ponsiva. Catequese tem a conotação de instrução oral completa ou repetida, e é apenas

um dos vários termos relacionados para instrução ou ensino encontrado nas Escrituras. O

termo em si ocorre oito vezes no Novo Testamento (duas vezes como “informado”, em Atos

21:2, 24, referindo-se à informação boca-a-boca):

“Para que conheças a certeza das coisas de que já estás catequizado” (Lucas 1:4).

“Este era catequizado no caminho do Senhor e, fervoroso de espírito, falava e ensinava

diligentemente as coisas do Senhor” (Atos 18:25).

“E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo catequizado por lei” (Ro-

manos 2:18).

“Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para

que possa também catequizar os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida”

(1 Coríntios 14:19).

“E o que é catequizado na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o cate-

quiza” (Gálatas 6:6).

C. H. Spurgeon Sobre Catequizar

(Da introdução de seu próprio Catecismo Batista)

Em matéria de doutrina você encontrará congregações ortodoxas habitualmente mudadas

para heterodoxia no decorrer de trinta ou quarenta anos, e isto acontece porque, frequente-

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

mente, não tem havido a catequese das crianças nas doutrinas essenciais do Evangelho.

Da minha parte, estou cada vez mais convencido que o estudo de um bom catecismo bíblico

é de valor infinito para os nossos filhos... Mesmo que os jovens não entendam todas as per-

guntas e respostas... contudo, permanecendo em suas memórias, elas serão de infinito

valor quando o tempo do entendimento chegar, por ter conhecido estas mui excelentes,

sábias e judiciosas definições das coisas de Deus... Será uma bênção para eles — a maior

de todas as bênçãos... uma bênção na vida e na morte, no tempo e na eternidade, a melhor

das bênçãos que Deus pode dar... Estou convencido de que o uso de um bom catecismo

em todas as nossas famílias será uma grande proteção contra os erros crescentes dos tem-

pos, e, portanto, eu compilei este pequeno manual... para o uso de minha própria igreja e

congregação. Aqueles que fizerem uso dele em suas famílias ou classes devem se esforçar

para explicar o sentido; mas as palavras devem ser cuidadosamente aprendidas de cor, po-

is serão melhor entendidas com o passar dos anos.

O Uso Prático de um Catecismo

O uso prático deste catecismo pode ser sumarizado nas seguintes considerações:

1. A catequese é uma prática bíblica. É ensinada tanto no Velho como no Novo Testamento

tanto por preceito como por exemplo.

2. Muitos podem ter um conhecimento geral da Bíblia, porém há uma grande falta no que

diz respeito à capacidade de raciocinar a partir das Escrituras de uma forma doutrinaria-

mente consistente. Nós devemos conhecer a Bíblia doutrinariamente e devemos conhecer

nossa doutrina biblicamente. A menos que cheguemos a um conhecimento doutrinário

consistente das Escrituras, o nosso conhecimento da Palavra de Deus é tanto deficiente

quanto defeituoso. O uso de um catecismo leva alguém a pensar tanto biblicamente como

doutrinariamente. É uma introdução muito básica e necessária para a doutrina Bíblica e

para a teologia elementar.

3. Este é um catecismo com comentário. Tal trabalho se destina a educar toda a família.

Os comentários são destinados para os pais e alunos mais velhos como um meio de edu-

carem a si mesmos na doutrina básica da Bíblia. As notas são destinadas a servir de base

para a instrução da família e discussão da verdade bíblica.

4. As perguntas e respostas são seguidas por um ou mais textos-prova, e devem ser memo-

rizados com a pergunta e sua resposta.

5. Quanto à metodologia, é sugerido que os pais instruam seus filhos nas perguntas, res-

postas e textos-prova e, então discutam os assuntos envolvidos. Os filhos menores podem

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

ser capazes apenas de memorizar as perguntas e respostas, enquanto os filhos mais ve-

lhos serão capazes de memorizar uma ou mais referências bíblicas. Aqueles que são mais

velhos também podem começar a assimilar os assuntos envolvidos.

Algumas Objeções Contra o Catecismo Respondidas

PRIMEIRA OBJEÇÃO: Por que, como Batistas, usar um catecismo? Os catecismos não

pertencem apenas aos Romanistas, Luteranos ou Cristãos Reformados? Nós temos ape-

nas um credo: a Bíblia! Nós não colocaremos e não podemos colocar qualquer literatura no

mesmo patamar com as Escrituras, ou adicionar à Palavra de Deus de forma alguma.

RESPOSTA:

1. A catequese ou a instrução oral repetitiva é bíblica. Ela foi dada por ordem Divina no

Antigo Testamento e é ratificada no Novo Testamento pelo exemplo inspirado Apostólico.

2. Esta não é uma questão de acrescentar algo às Escrituras, mas, sim, o uso de uma ajuda

necessária para uma compreensão abrangente do seu ensino doutrinário. Deus nos criou

racionais, seres moralmente responsáveis, criados à sua imagem e semelhança. Fomos

criados tanto com capacidade como com necessidade de organizar. Uma abordagem orde-

nada ou sistemática à verdade Divina é uma necessidade, como pode ser visto na existên-

cia necessária de doutrina e teologia. Infelizmente, muitos que se opõem ao uso de um

catecismo se voltam para o uso muito questionável de outros materiais de ensino religioso

que são doutrinariamente superficiais ou doentios.

3. A catequese é uma abordagem elementar organizada para a verdade da Palavra de

Deus. É uma introdução primária ao ensino doutrinário das Escrituras.

4. Há uma grande necessidade que todos os crentes têm de pelo menos dois tipos de co-

nhecimento sobre a verdade de Deus: Primeiro, cada jovem deve ter pelo menos um conhe-

cimento geral das Escrituras. O que muitos chamam de “Histórias Bíblicas” dá à criança

mais jovem um conhecimento geral da Bíblia, seu formato histórico, os princípios básicos

da história redentora e algum conhecimento sobre os vários livros da Bíblia e seus perso-

nagens principais. Segundo, todo jovem deve ser ensinado a compreender, pensar e racio-

cinar doutrinariamente a partir das Escrituras. Durante séculos, este tem sido o propósito

de um catecismo doutrinariamente sadio. A catequese cessou entre nossos antepassados

Batistas quando eles não mais enfatizaram seus distintivos doutrinários e Confissões de

Fé. Nas escolas dominicais os catecismos foram substituídos pelas revistas “trimestrais”,

as quais têm-se provado, acreditamos nós, ser vastamente inferiores.

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

5. Os Batistas usaram catecismos extensivamente e com muito proveito espiritual até o

século passado. Esta objeção por si mesma demonstra o triste desvio de alguns Batistas

de seus próprios distintivos e práticas doutrinários, e a ignorância de alguns Batistas moder-

nos sobre a sua própria história e herança espiritual. A seguir estão alguns dos catecismos

mais conhecidos, escritos e usados pelos Batistas:

• Henry Jessey, Batista Particular, Um Catecismo para Crianças, ou para os

Pequeninos, 1652.

• Hercules Collins, Batista Particular, O Catecismo Ortodoxo (adaptado do Catecismo

Heidelberg), 1680.

• Thomas Grantham, Batista Geral, Catecismo do São Paulo (baseado nos seis

princípios dos Hebreus 6), 1687.

• Benjamin Keach e William Collins, O Catecismo Batista, 1693.

• A Associação Batista Filadélfia de Batistas Particulares publicou um catecismo anexo

à sua Confissão de Fé Filadélfia, 1742.

• William Gadsby, Evangelho Padrão Batista, publicou um catecismo intitulado As

Coisas Certamente Mais Cridas Entre Nós, 1809.

• C. H. Spurgeon publicou Um Catecismo Batista (compilado a partir do Breve

Catecismo de Westminster e Catecismo Batista de Keach), 1855.

• A Diretoria da Escola Dominical da Convenção Batista do Sul publicou dois cate-

cismos: o primeiro de J. P. Boyce, Um Breve Catecismo da Doutrina Bíblica (1864) e

o segundo de John A. Broadus (1892). A última obra foi publicada em conjunto por

ambas as Convenções Batista do Sul e a Sociedade de Publicação Batista Americana.

SEGUNDA OBJEÇÃO: Os catecismos não introduzem o erro no pensamento de muitos?

RESPOSTA:

1. Isto pode ser verdade, mas a culpa não está no uso de um catecismo por si só, mas em

pressuposições não bíblicas e nas tradições religiosas, que foram sobrepostas sobre a

Palavra de Deus.

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

2. Um catecismo é verdadeiro e útil apenas quando ele comunica com precisão a verdade

das Escrituras.

3. Idealmente, o evangelismo através de catequese leva a uma profissão de fé confiável.

4. Um catecismo deve ser um conservante da verdade e não uma introdução ao erro. Um

catecismo é dado apenas como bom, verdadeiro ou preciso no que respeito às pressuposi-

ções doutrinárias e teológicas de seu(s) autor(es). Como a própria Palavra de Deus em si

deve ser abordada com pressuposições consistentes, assim acontece como toda a litera-

tura religiosa, inclusive um catecismo.

TERCEIRA OBJEÇÃO: Há um grande perigo em se desviar da linguagem bíblica, tanto na

redação quanto na forma.

RESPOSTA:

1. Há sempre um perigo em desviar-se das Escrituras, tanto da doutrina e da prática. Isto

é verdade em qualquer tipo de pregação ou ensino.

2. A melhor prevenção contra tal desvio tem sido o uso conciso, declarações compreensivas

que afirmam precisa e consistentemente a verdade dos Credos, Confissões e Catecismos

Escriturários — se eles forem doutrinariamente sadios e refletirem com precisão o ensina-

mento das Escrituras.

3. Há uma necessidade de proposições e resumos concisos e consistentes doutrinários ou

teológicos. A palavra “modelo” em 2 Timóteo 1:13 refere-se a um esboço distinto ou resumo

da verdade Divina. Uma dada proposição ou declaração teológica é necessariamente mais

concisa do que qualquer verso da Bíblia, porque, se verdadeira ou fiel e coerente com a

Palavra de Deus, é baseada na analogia da fé (o ensino total, autoconsistente da Palavra

de Deus, uma vez que incide sobre qualquer aspecto dado da verdade Divina), e não sobre

um ou mesmo vários textos-prova.

QUARTA OBJEÇÃO: É muito perigoso ensinar jovens e crianças não-convertidos a dar

respostas bíblicas ou corretas ás questões doutrinárias.

RESPOSTA:

1. Esta objeção é baseada numa preocupação grande e legítima pelas almas das crianças,

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

a saber, que elas podem se tornarem Cristãos meramente professos por meia da simples

memorização e recitação da verdade sem uma operação interior da graça salvífica.

2. Esta objeção pode ser igualmente trazida contra os jovens e crianças não-convertidas

tendo lido ou memorizado a Escritura, aprendido a orar ou assentado num ministério educa-

cional de pregação consistente.

3. Cada meio legítimo para a comunicação da verdade Divina deve ser usado para convic-

ção, conversão, edificação e maturidade espiritual de nós mesmos e nossas famílias. Isto

inclui todos os meios da graça, tanto públicos como privados — leitura e oração pessoal e

familiar, adoração coletiva, o ministério público da Palavra, comunhão santificada com o

povo de Deus e a leitura de literaturas religiosas sadias.

4. O instrumento primário depois das Escrituras deveria ser o uso de um catecismo sadio.

Isto com o fim de manter os princípios de instrução Divinamente ordenados na Escritura.

Um catecismo é destinado a suplementar e reforçar, e não para substituir a primazia da

Palavra de Deus.

QUINTA OBJEÇÃO: O uso de um catecismo não promove a prática perigosa de desenvol-

ver mentalmente um “texto-prova”, isto é, o perigo de basear um sistema doutrinário em

algumas passagens comparativamente selecionadas da Escritura, um método usado por

várias seitas? Além de outras práticas nocivas que sempre produzem tanto um mau

entendimento como uma má interpretação da Escritura.

RESPOSTA:

1. Esta objeção é baseada em parte na falácia que a Palavra de Deus deve declarar uma

dada doutrina repetidamente como sendo verdade. Uma vez é suficiente, embora nenhuma

verdade bíblica esteja apenas num texto isolado. A necessidade de repetição de qualquer

aspecto dado da verdade Divina para estabelecer sua validade revela uma visão muito

deficiente tanto de Deus como da Escritura. Cada declaração da Escritura é verdadeira e

verdade.

2. A verdade da Escritura existe como um todo compreensivo, consistente, unificado. En-

quanto que o catecismo pode dar apenas uma declaração ou duas para verificar o ensino

doutrinário da Escritura, se estas declarações forem claras e consistentes com a “analogia

da fé”, elas formam uma base bíblica para a fé de alguém. Muitas vezes no testemunho

evangelístico ou no rigoroso exercício de apologética evangelística, uma clara declaração

sadia da Escritura pode ser o único firme ou possível fundamento para discussão.

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

3. É quase impossível que qualquer catecismo possa ou deva existir sem uma determinada

quantidade de explicação ou a necessidade de um estudo mais aprofundado. As perguntas,

respostas e textos-prova do catecismo fornecem uma introdução ao ensino doutrinário da

Escritura, não a palavra final e exaustiva. As perguntas e respostas despertam necessaria-

mente a curiosidade da criança ou do novo-convertido e pedem por explicação adicional e

discussão.

Perguntas e Respostas

Acerca do Uso de um Catecismo

As seguintes perguntas e respostas servirão para analisar e resumir os assuntos envolvi-

dos, e impor a grande necessidade do uso consistente de um catecismo sadio.

PERGUNTA 1: Por que usar um catecismo?

RESPOSTA: Existem várias razões pelas quais as igrejas, famílias e indivíduos devem

fazer um bom uso de um catecismo adequado:

1. O uso de um catecismo é bíblico em princípio e é baseado no mandamento Divino para

a instrução bíblica no Antigo Testamento e também o exemplo inspirado do Novo Testa-

mento (Deuteronômio 4:9-10; 6:4-9; Lucas 1:4; Gálatas 6:6, Efésios 6:1-4). O formato de

perguntas e respostas dos catecismos modernos é incidental ao princípio bíblico que per-

meia a catequese, que evidentemente consistia de instrução oral repetitiva, compromisso

com a memória e uma resposta oral.

2. Toda pessoa precisa de dois tipos de conhecimento bíblico: primeiro, toda pessoa deve-

ria ter pelo menos um conhecimento geral da Bíblia, seu formato histórico, os princípios

básicos da história redentora e algum conhecimento acerca dos vários livros da Bíblia, as

circunstâncias históricas da escrita deles e seus principais personagens. Segundo, toda

pessoa deveria ser ensinada a compreender, pensar e raciocinar doutrinariamente a partir

das Escrituras. Desde os tempos Bíblicos, este tem sido o propósito de um catecismo dou-

trinariamente sadio. Estes dois tipos de conhecimento, bíblico e doutrinário, necessaria-

mente se complementam. A verdade doutrinária é a mensagem da Bíblia, a verdadeira

“alma” da Escritura.

3. O uso de um catecismo é o método mais conciso e melhor para incutir a verdade Divina

na mente e no coração e imprimi-la na memória.

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

4. Os catecismos podem ser escritos (e têm sido escritos), de tal forma a serem adequados

e apropriados para qualquer idade ou nível de desenvolvimento espiritual.

• As criancinhas podem pelo menos aprender as perguntas e respostas de um cate-

cismo muito simples, e muitas vezes começam a memorizar pelo menos um verso da

Escritura em cada conjunto. Muito deve ser feito quando a mente é jovem, propensa

a aprender e absorver, e em grande parte desocupada das questões da vida.

• As crianças mais velhas e os novos-convertidos podem tirar muito proveito dos cate-

cismos, que, necessariamente, e, naturalmente, exigem explicação e discussão.

• O processo real de catequese pressupõe que aqueles que catequizam os outros

tenham um fundamento suficiente e maturidade na verdade para explicar a partir das

Escrituras as verdades declaradas no catecismo.

PERGUNTA 2: Quais são os requerimentos necessários para um catecismo?

RESPOSTA: Os requerimentos necessários ou essenciais para um catecismo sadio são

pelo menos quatro em número:

1. O catecismo deve ser completamente bíblico na formulação de suas respostas.

2. Os textos-prova devem ensinar claramente a verdade referente à pergunta e a resposta

dada. As pressuposições doutrinárias do catecismo devem ser sadias.

3. As perguntas e respostas devem ser adequadas, ou seja, de tal natureza que elas não

estejam nem muito envolvidas nem sejam complexas para serem memorizadas nem sim-

ples demais para serem úteis àqueles que são mais velhos.

4. Alguns catecismos são mais adequados para crianças pequenas, outros são mais ade-

quados para crianças mais velhas e adultos. Algumas perguntas exigem respostas estendi-

das para transmitir adequadamente a verdade. Algumas das respostas neste catecismo

são necessariamente longas.

PERGUNTA 3: Qual é o propósito de um catecismo?

RESPOSTA: O propósito para o uso de um catecismo é pelo menos nônuplo:

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

1. Instruir no essencial da Fé Cristã. O assunto é a verdade, a verdade Divina! Nós devemos

fazer tudo o que pudermos para imprimir esta verdade na mente e no coração tanto dos

salvos quanto dos não-salvos, e especialmente dos nossos filhos. Existem duas questões:

primeiro, toda criança e todo novo-convertido deve ser instruído nos fundamentos ou es-

sências da Fé Cristã, tanto quanto possível (3 João 4). Segundo, todo Cristão deve procurar

tornar-se tanto um estudante da Bíblia como um teólogo (2 Timóteo 3:16-17; Hebreus 5:11-

14; 2 Pedro 3:18).

2. Para imprimir a verdade Divina no coração e na mente. A concisão do catecismo como

uma série de declarações doutrinais claras derivadas da Escritura, é projetada para incutir

a verdade no processo de pensamento e imprimi-la na mente e no coração. A menos que

a verdade doutrinária seja cuidadosa e biblicamente contemplada, ela nunca será verdadei-

ra e plenamente compreendida, devidamente abraçada nem terá sua prática implementada

na vida (Salmos 119:11).

3. Para evangelizar os não-convertidos. Os pais Cristãos catequizando os seus filhos

constituem o melhor meio de evangelizá-los verdadeiramente de uma forma consistente e

equilibrada. As mentes deles têm que lidar com a verdade e as consciências deles podem

ser sondadas no contexto de todo o conselho de Deus. Nos anos posteriores, a verdade

pode ser aplicada à consciência através da lembrança de tal instrução (Efésios 6:1-4; 2

Timóteo 3:15).

4. Para preparar para o ministério público da Palavra. A pregação pública da Palavra de

Deus deve abordar uma série de assuntos: a verdade do Evangelho, uma cosmovisão

Cristã, toda a gama de doutrina Cristã e sua aplicação à vida da igreja e do indivíduo, a

família Cristã, a relação do Cristão com a sociedade não-regenerada em que vive e as va-

riedades da experiência Cristã. Catequizar necessariamente prepara os pais, as crianças e

jovens convertidos para o ministério da Palavra por incutir neles uma consciência de Deus,

permitindo-lhes começar a pensar de forma consistente a partir das Escrituras, dando-lhes

uma compreensão básica das verdades bíblicas e doutrinárias, e familiarizando-os com

terminologia doutrinária e teológica (2 Timóteo 1:13; 2:2)

5. Para atuar como uma prevenção contra o erro e a heresia. A melhor prevenção contra o

erro e a heresia é a Palavra de Deus certamente (correta ou consistentemente) compreendi-

da. O catecismo é uma declaração concisa e exata da Palavra de Deus em sua expressão

doutrinária (Efésios 4:11-16; 2 Timóteo 4:1-5; 2 Pedro 3:16-18).

6. Para atuar como uma prevenção da decadência espiritual. O verdadeiro conhecimento

das Escrituras é, necessariamente, um conhecimento consistente (e, portanto, não-contra-

ditório) do seu ensino doutrinário. O uso de um catecismo como uma abordagem concisa,

lógica, sistemática à verdade Divina deve refrescar a mente e o coração e avivar o zelo de

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

alguém. Há uma relação necessária e imediata entre a verdade e a consciência e entre a

verdade e o zelo, se o Espírito e a graça de Deus estão presentes (Hebreus 5:10-14; 2

Pedro 3:16-18).

7. Para edificar os crentes de todas as idades e níveis de maturidade espiritual. Todos sem

exceção vão se beneficiar com o uso de um catecismo. As criancinhas e os novos-conver-

tidos serão instruídos consistentemente na fé, crentes maduros devem ser renovados e

vivificados pela reiteração da verdade e os crentes idosos devem ser sustentados e ani-

mados pela verdade imutável estabelecida pelas Escrituras.

8. Para rever a essência da Doutrina Cristã. O âmbito do seu ensino e da concisão de suas

respostas fazem de um catecismo uma fonte primária para uma revisão de qualquer aspec-

to da verdade doutrinária, declarada de forma simples, concisa e bíblica.

9. Para proporcionar uma grande e necessária ajuda em defesa da Fé. A concisão do

catecismo em expressar a verdade doutrinária, e a memorização dos textos-prova, forne-

cem os elementos essenciais necessários para defender a fé ou explicá-la aos outros de

forma clara e bíblica (2 Coríntios 10:3-5; 1 Pedro 3:15; Judas 3).

PERGUNTA 4: Quanto tempo e esforço devem ser dados ao uso de um catecismo?

RESPOSTA: O tempo e o esforço gastos na utilização de um catecismo devem ser tanto

quanto ou mais do que o tempo e esforço gasto em qualquer outra disciplina. Muito tempo

pode ser dado a eventos esportivos para o desenvolvimento motor e habilidades sociais

necessárias, mas qual é o bem que estes fazem para a alma? A catequese é tanto para o

tempo presente quanto para a eternidade. Como o estudo da matemática, história, o uso

básico de ferramentas manuais ou mecânicas, e a aquisição geral de habilidades são

consideradas necessárias para a educação da criança, assim o tempo e o esforço devem

ser despendidos para instruir a mente e o coração e, assim, alcançar a alma. Que instrução

é mais importante do que a verdade Divina? Que habilidade é mais importante e duradoura

do que a de compreender o ensino doutrinário das Escrituras?

PERGUNTA 5: Quem deve se beneficiar do uso de um catecismo?

RESPOSTA: Qualquer pessoa deveria se beneficiar grandemente do uso de um catecismo:

1. As criancinhas, que precisam ser instruídas nos ensinos básicos da Escritura, para o

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

bem de suas próprias almas e sua salvação, e prepará-las para se sentarem sob a pregação

do Evangelho de forma inteligente.

2. As crianças mais velhas e jovens adultos, que precisam conhecer a verdade da Palavra

de Deus e do caminho da salvação.

3. Os novos-convertidos, que necessitam ser confirmados na fé através da instrução básica

na verdade doutrinária.

4. Os Cristãos maduros, que necessitam ter um conhecimento abrangente da verdade a

fim de viver de forma consistente e inteligente na fé e também para instruir os outros nas

coisas Divinas.

5. Os anciãos, ministros e professores, que não só devem ser firmemente radicados na fé,

mas devem também ensinar e ministrar aos levando em conta seus respectivos níveis. Uma

revisão de um catecismo em pontos doutrinários essenciais deve ser uma parte essencial

da preparação do sermão.

6. Os não-convertidos de qualquer e todas as idades. No catecismo eles encontrarão a

verdade biblicamente, de forma simples e consistentemente explicada. Isto certamente

trabalhará para a sua compreensão da pregação, e pode cooperar para a sua convicção de

pecado e para que, de forma inteligente ele abrace a Cristo por meio da fé salvífica.

PERGUNTA 6: Quais são os valores de um catecismo?

RESPOSTA: Existem dois grandes valores no uso de um catecismo:

1. Um valor imediato ou primário. Isto consiste em inculcar a verdade Divina na mente ou

no coração, e através disto, na consciência e na vida. Para os descrentes, ele fornece uma

base bíblica para a verdade do Evangelho e para a esperança de salvação. Para o salvo,

ele constrói uma base bíblica e doutrinária sólida para toda a vida.

2. Um valor final ou secundário. O catecismo a um determinado grau marcará a pessoa

para a vida, sendo salva ou não-salva. A verdade uma vez comissionada à memória encon-

trará a sua marca em incutir uma consciência de Deus, despertando a consciência e

proporcionando um sentido bíblico do certo e do errado.

Que situação diferente existiria hoje em nossas famílias e na sociedade em geral, se a

maioria tivesse sido instruída com um catecismo sadio! Um clima moral diferente prevale-

ceria, um abençoado ponto de contato com a verdade do Evangelho já teria sido implantado

na mente e no coração. Hoje nós vivemos em uma sociedade abertamente secularizada

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

onde muitos homens e mulheres não têm nenhuma crença em Deus ou em um conceito de

verdade qualquer que seja. Nada existe em seus corações ou mentes para evitar a sua

queda em mergulho para a impiedade e imoralidade. Ao mesmo tempo as barreiras espiri-

tuais e morais necessárias não foram erguidas e implementadas com o uso de um cate-

cismo sadio em grande parte da sociedade.

O que dizer da atual falta, ou até mesmo, do desprezo pela verdade doutrinária entre os

Cristãos professos? Um verdadeiro e completo conhecimento das Escrituras é um conheci-

mento doutrinário. A menos que nós cheguemos a um conhecimento doutrinário da Escritu-

ra, o nosso conhecimento necessariamente permanecerá em um determinado tamanho

parcial, inadequado e, muitas vezes, bastante inconsistente. Nós devemos conhecer a

Bíblia doutrinariamente e devemos conhecer a nossa doutrina biblicamente. Este é o

objetivo da catequese.

Amém.

ORE para que o ESPÍRITO SANTO use este Catecismo para trazer muitos

ao conhecimento salvífico de JESUS CRISTO para a glória de DEUS PAI!

Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide!

Solus Christus! Soli Deo Gloria!

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.