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  • EEnnffeerrmmaaggeemm

    Mdulo I

    Parabns por participar de um curso dos

    Cursos 24 Horas.

    Voc est investindo no seu futuro!

    Esperamos que este seja o comeo de um

    grande sucesso em sua carreira.

    Desejamos boa sorte e bom estudo!

    Em caso de dvidas, contate-nos pelo site

    www.Cursos24Horas.com.br

    Atenciosamente

    Equipe Cursos 24 Horas

  • Sumrio

    Introduo.....................................................................................................................3

    Unidade 1 Abordagem Inicial.....................................................................................4 1.1 Conceito ...........................................................................................................5 1.2 Abordagem histrica ........................................................................................9 1.3 tica Profissional............................................................................................ 14 1.4 Papel do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e seus respectivos rgos regionais ................................................................................................................. 21

    Unidade 2 Carreira Profissional................................................................................ 24 2.1 Qualificao Profissional................................................................................ 25 2.4 Habilidades e competncias para o desenvolvimento da carreira..................... 47 2.5 Como trabalhar o envolvimento emocional..................................................... 55

    Concluso do Mdulo I............................................................................................... 58

  • 3

    Introduo

    Bem vindo ao Curso de Enfermagem. Espero que voc adquira informaes e conhecimentos preciosos que iro ajud-lo a conhecer melhor esta profisso e quem sabe, seguir carreira nesta rea da sade to importante para os seres humanos.

    O objetivo do curso apresentar a enfermagem de forma ampla, abordando na primeira unidade, questes conceituais como a histria da enfermagem, a tica profissional, discorrendo sobre os direitos e deveres do profissional e o seu compromisso de sigilo sobre seus pacientes, indicando a importncia dos rgos reguladores da profisso e destacando o papel do COFEN como instituio que rege a atividade dessa categoria.

    Em um segundo momento, voc vai aprender sobre a carreira profissional do enfermeiro, as qualificaes profissionais existentes, destacando o papel de cada uma e sua respectiva formao tcnica. Ver tambm como se comporta o mercado de trabalho

    com suas principais reas de atuao, perfil dos profissionais e mdias salariais. Ver ainda, nesta segunda unidade, as responsabilidades civis e criminais que um profissional assume quando exerce sua profisso e quais as habilidades e competncias deve ter para desenvolver sua carreira.

    Por fim, na ltima unidade do curso, voc vai receber informaes prticas como a importncia dos protocolos de enfermagem, os cuidados que se deve ter com a higienizao dos equipamentos e materiais de enfermagem e sua importncia, bem como algumas tcnicas que voc poder conhecer antes de tomar a deciso de se tornar um enfermeiro.

  • 4

    Unidade 1 Abordagem Inicial

    Bem vindo!

    Nesta unidade voc vai receber informaes conceituais sobre a enfermagem, como a importncia de Florence Nightingale para o desenvolvimento da profisso, o significado do smbolo da enfermagem e uma abordagem histrica da profisso at os dias de hoje.

    Vai conhecer tambm o Cdigo de tica Profissional com seus direitos e deveres e o papel do Conselho Federal de Enfermagem e seus respectivos rgo regionais. Bom estudo!

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    1.1 Conceito

    A Enfermagem pode ser definida como a arte de cuidar do prximo, pois emana da criatividade e competncia de determinados indivduos que se dedicam a restaurar a vida humana em todos os seus aspectos. Define-se tambm como uma cincia cuja essncia, sujeita a constantes transformaes cientficas, o cuidado ao ser humano.

    Desta forma, podemos concluir que a enfermagem deve ser compreendida como a arte e a cincia de pessoas que buscam oferecer as melhores condies possveis de cuidados para que o paciente tenha possibilidades de atingir sua plena recuperao.

    Florence Nightingale, fundadora da enfermagem moderna com embasamentos tcnicos e cientficos, definiu que o objetivo da enfermagem manter o enfermo nas melhores condies possveis, a fim de que a natureza possa atuar sobre ele. Ou seja, defende que a funo do enfermeiro cuidar, tendo-se clareza de que existe cuidado sem cura, mas

    no existe cura sem cuidado.

    Esse cuidado pode ter um sentido mais amplo do que se possa imaginar, uma vez que engloba o ser humano em sua totalidade. Assim, podemos destacar:

    A enfermagem na proteo sade

    Auxilia a comunidade no cuidado com a moradia;

    Aborda questes de higiene ambiental

    agente no controle de contaminaes e tratamentos de dejetos e lixos

    Transmite noes de sade para eliminao de agentes de doenas

  • 6

    Orienta na preveno de doenas

    Orienta nos cuidados com higiene corporal e alimentar.

    A enfermagem na promoo da sade

    Oferece orientaes sobre alimentao, educao sanitria, controle da natalidade e mtodos de contracepo, riscos de doenas sexualmente transmissveis, entre outros.

    Estimula o bem-estar, a sade mental e corporal, a prtica de esportes e o lazer.

    A enfermagem na preveno de doenas

    Aplica e controla o uso de vacinas

    Efetua notificaes de doenas contagiosas aos setores de sade pblica

    Ensina como prevenir acidentes e doenas crnicas.

    A enfermagem na rea curativa

    Oferece atendimento a todas as necessidades de pessoas doentes, quer

    seja em domiclio, hospital ou qualquer outro lugar que o pronto atendimento seja necessrio.

    A enfermagem na reabilitao

    Reintegra as pessoas sociedade de forma saudvel e segura.

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    A enfermagem na rea do ensino

    Participa do processo de formao, capacitao, aperfeioamento e

    atualizao de novos profissionais.

    A enfermagem na rea da cincia

    Participa de estudos no sentido de verificar se os conceitos com os quais trabalha podem ser confirmados e se os mesmos se correlacionam

    verdade cientfica e social.

    Simbologia

    Ainda sobre a definio de enfermagem, interessante destacar sua simbologia representada por:

    Enfermeiros Tcnicos e Auxiliares de enfermagem

    Cada componente das imagens possui um determinado significado, como

    veremos a seguir:

    - Lmpada: Caminho, ambiente;

    - Cobra: Magia, alquimia;

    - Cobra + cruz: Cincia;

  • 8

    - Seringa: Tcnica;

    - Cor que representa a enfermagem: Verde esmeralda;

    - Cor verde: Paz, tranquilidade, cura, sade;

    - Pedra smbolo da enfermagem: Esmeralda;

    Destacamos ainda a cano smbolo da enfermagem, instituda pela Resoluo 265/2001 do COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) que Institui a Msica "Amor e Luz", vencedora do Festival Nacional sobre Profissionais da Vida, de autoria de W. Luz e N. Farias, como Cano Smbolo da Enfermagem Brasileira.

    "Amor e Luz"

    Autoria de W. Luz e N. Farias

    Amor e Luz

    A mo que toca e faz A dor ficar menor O seu olhar afaga

    Amor e Luz

    No silncio das noites O guardio da vida Basta voc chamar

    Vive a vida Pra tantas vidas

    Muitas vezes sem sada Nem o tempo cura s vezes essas feridas

    Mas um sedativo sempre o ombro amigo Nem o tempo cura s vezes essas feridas, Mas um sedativo sempre o ombro amigo

    O Enfermeiro, a Enfermeira

  • 9

    Transcendem suas lutas pelos leitos O Enfermeiro, a Enfermeira

    J eleito em nossos coraes amor e luz

    Amor e Luz

    Amor e Luz, uma bandeira branca avisa A vida sempre vale mais

    Amor e Luz

    Amor e Luz, chama acesa Vida em tantos hospitais

    Vive a vida...

    Confira o vdeo com a msica no endereo: http://www.youtube.com/watch?v=EFEcQ3KLbCs

    1.2 - Abordagem histrica

    Idade Antiga

    Na Idade Antiga ou perodo pr-cristo, as doenas eram consideradas um castigo de Deus ou a manifestao do poder do demnio sobre os infiis, de tal forma que a funo de mdicos e enfermeiros era exercida por sacerdotes e feiticeiras, no qual o tratamento para afastar os maus espritos era realizado por meio de sacrifcios.

    Os maiores expoentes desse perodo eram os hindus que, atravs de documentos do sculo VI a.C. que provavam seus conhecimentos sobre ligamentos, msculos, nervos, vasos linfticos, antdotos para tipos de envenenamentos e o processo digestivo, realizavam alguns tipos de procedimentos como suturas, amputaes e correes de fraturas. Foram os nicos nessa poca que citaram a figura dos enfermeiros e exigiam deles, uma qualidade moral e conhecimentos tcnicos.

    Outra sociedade que se destacou com mtodos de cuidados para seus doentes foi a chinesa que, ainda que realizados por sacerdotes, classificaram as doenas em trs

  • 10

    nveis: benignas, mdias e graves. Os chineses conheciam algumas doenas como varola e sfilis e seus templos eram rodeados por plantas medicinais. Construram hospitais de isolamento e casas de repouso e receitavam ferro e fgado para anemias,

    determinadas razes para verminoses, mercrio para sfilis, arsnico para doenas de pele e pio quando precisavam anestesiar o paciente.

    Por fim, mas no menos importante, podemos citar a sociedade grega

    que, graas a Hipcrates, um estudioso da medicina que deixou de lado a crena e a superstio de que as doenas eram causadas por maus espritos, pode tornar a medicina mais cientfica. Para muitos,

    considerado o Pai da medicina, pois em seus estudos pode constatar a relao de muitas epidemias com fatores climticos, raciais, alimentares e do meio ambiente. Deixou estudos escritos nos quais era possvel diagnosticar doenas como tuberculose, malria, caxumba, pneumonia, neurose, luxaes e fraturas. Dedicou-se ainda a estudos sobre a anatomia humana, deixando anotaes descritivas bastante claras que se referiam no s

    a instrumentos de dissecao, como tambm, a procedimentos prticos.

    J no perodo cristo, no ano de 335 d.C. pelo dito de Milo, do Imperador Constantino, a igreja recebeu a liberao para que exercesse suas atividades assistenciais. Com isso, houve uma modificao na assistncia aos doentes. Os pobres e

    enfermos que, desde o incio do cristianismo eram objetos de cuidados por parte das igrejas, passaram a ser recolhidos s diaconias, ou seja, um espao reservado pelas igrejas para atender a estes enfermos ou hospitais organizados para assistncias a todo tipo de necessitados.

    Enfermagem Moderna

    Apesar de ser notrio o avano da medicina e a reorganizao de hospitais, tendo

    o mdico como principal responsvel por essa reordenao, o seu ambiente fsico no melhorou. Pelo contrrio, com o avano de doenas infecto-contagiosas e a falta de mo-de-obra preparada para atender aos doentes, as instituies hospitalares encontravam-se em condies piores do que em seu perodo anterior. neste cenrio

  • 11

    que nasce a enfermagem moderna atravs de Florence Nightingale que, convidada pelo Ministro da Guerra da Inglaterra, passou a trabalhar junto aos soldados feridos em combate na guerra da Crimia.

    Nascida em 1820, em Florena, Itlia, era filha de ingleses e possua todos os atributos que lhe permitiam alcanar o sucesso: grande inteligncia, determinao e perseverana. Depois de passar grande parte de sua juventude estudando e se preparando para se tornar enfermeira, parte em 1854 para Scutari com 38 voluntrias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais para atender os feridos de guerra.

    At ento, os soldados encontravam-se abandonados com um ndice de mortalidade que beirava os 40%. Com atuao em todas as reas da enfermagem, desde a organizao dos trabalhos at a limpeza do cho, Miss Nightingale conseguiu reduzir este ndice de mortalidade para 2%. Com isso, ganhou o respeito de soldados e oficiais, sendo tratada por eles como um anjo da guarda que percorria as enfermarias em busca de feridos para serem atendidos. Porm, ainda durante o perodo de guerra, contraiu a tifo e, em sua volta para casa, em 1958, passou a levar uma vida de invlida, transformando sua fora no campo em trabalhos intelectuais.

    Desta forma, criou em 1859, com o prmio que recebeu do governo ingls, a primeira escola de enfermagem da histria, por entender que este seria o nico caminho para mudar os rumos da profisso. Fundou ento, a escola de enfermagem no Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas de enfermagem que surgiram posteriormente.

    Sua escola baseava-se em quatro fundamentos principais:

    1 O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado to importante quanto qualquer outra forma de ensino e ser mantido pelo dinheiro pblico; 2 As escolas de treinamento deveriam ter uma estreita associao com os hospitais, mas manter sua independncia financeira e administrativa;

  • 12

    3 Enfermeiras profissionais deveriam ser responsveis pelo ensino no lugar de pessoas no envolvidas em enfermagem; 4 As estudantes deveriam, durante o perodo de treinamento, ter residncia disposio, que lhes oferecesse ambiente confortvel e agradvel, prxima ao hospital.

    Alm dos fundamentos mencionados, o sistema de ensino deveria seguir trs

    princpios bsicos:

    1 Direo da escola por uma enfermeira.

    2 Mais ensino metdico, em vez de apenas ocasional.

    3 Seleo de candidatos do ponto de vista fsico, moral, intelectual e aptido profissional.

    Histria da enfermagem no Brasil

    No Brasil, a histria da enfermagem se mistura com a prpria histria de nosso pas, pois surgiu junto com as Casas de Misericrdias que foram fundadas em nossas terras, trazidas pela Coroa Portuguesa.

    A primeira Casa de Misericrdia foi fundada na Vila de Santos em 1543 e depois espalhadas por Vitria, Olinda, Ilhus e mais tarde, por todo o territrio nacional.

    Podemos considerar como grande destaque desse perodo, o Padre Jos de Anchieta que, alm de ensinar a catequese, tambm se preocupava com a sade de nossa populao, fazendo por diversas vezes o papel de mdico e enfermeiro.

    At o final do sculo XIX, no havia um trabalho formal para formao de profissionais na rea da enfermagem. No entanto, assim como Florence Nightingale que se destacou na Europa por sua colaborao na Guerra da Crimia e a inaugurao da primeira escola de enfermagem da histria, no Brasil, ns tambm tivemos uma mulher

  • 13

    que, frente de seu tempo, rompeu com os preconceitos da poca e realizou grandes esforos para salvar vidas.

    Este anjo da guarda brasileira, chamava-se Ana Justina Ferreira que aps seu casamento, ficou conhecida como Ana Nery. Depois de tornar-se viva e ver seus dois filhos serem convocados para servir a Ptria na Guerra do Paraguai (1864-1870) no resistiu separao da famlia e escreveu uma carta ao Presidente da Provncia se colocando a disposio para tambm servir a sua Ptria

    durante a guerra e conseguir manter-se prxima de sua famlia.

    Assim, parte para os campos de batalha e no mede esforos no atendimento aos feridos. Aps cinco anos esforando-se para atender a todos, volta ao Brasil e acolhida com todas as honras de um heri de guerra.

    Escolas de enfermagem no Brasil

    A primeira escola de enfermagem no Brasil, chamada pelo governo de Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras foi fundada em 1890, no Rio de Janeiro, junto ao Hospital Nacional de Alienados do Ministrio dos Negcios do Interior, para atender inicialmente aos hospitais civis e militares e posteriormente as atividades de sade pblica. Hoje, esta escola denomina-se Escola de Enfermagem Alfredo Pinto e pertence Universidade do Rio de Janeiro UNI-RIO.

    Alm da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, outras escolas se destacaram, como veremos a seguir:

    Escola da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro Iniciou seu funcionamento em 1916 com um curso de socorrista para suprir as necessidades que surgiam com a Primeira Guerra Mundial. Os diplomas expedidos por esta escola eram registrados inicialmente no Ministrio da Guerra e considerados oficiais. Atualmente, esta escola encerrou suas atividades.

  • 14

    Escola Ana Nery Os cursos tiveram inicio em 1923 com apenas 14 alunas e se tornou fundamental durante um surto de varola que possibilitou enfermeiras e alunas trabalharem juntas para combaterem a doena. O resultado foi positivo, pois, enquanto em epidemias anteriores a taxa de mortalidade era de 50%, com este trabalho, conseguiram reduzir para 15%.

    Escola de Enfermagem Carlos Chagas Fundada em 1933 pelo diretor de sade pblica de Minas Gerais, foi a primeira escola a funcionar fora da Capital da Repblica e a diplomar mulheres religiosas no Brasil.

    Escola de Enfermagem Luisa de Marillac Esta escola representou um avano na enfermagem nacional, uma vez que abriu suas portas tanto para jovens estudantes quanto para religiosas de todas as congregaes. a mais antiga escola de religiosas do Brasil e faz parte da Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro.

    Escola Paulista de Enfermagem Fundada em 1939, foi responsvel pela renovao da enfermagem na capital paulista. Uma de suas contribuies mais importantes a instituio do Curso de Ps-Graduao em Enfermagem Obsttrica que deu origem a tantos outros ministrados em diversas escolas do pas.

    Escola de Enfermagem da USP Fundada em 1944, destaca-se o curso de formao de Professores e Administrao de Enfermagem com durao de um ano, alm dos Cursos de Habilitao em Obstetrcia e Enfermagem Mdico-Cirrgica.

    1.3 - tica Profissional

    Assim como em qualquer outra profisso, os profissionais de enfermagem devem seguir um cdigo de tica estabelecido pelo Conselho Federal de Enfermagem.

    No entanto, antes de falarmos sobre a tica profissional de enfermeiros, necessrio definirmos o que tica.

  • 15

    "A tica daquelas coisas que todo mundo sabe o que so, mas que no so fceis de explicar, quando algum pergunta".(VALLS, lvaro L.M. O que tica. 7a edio Ed.Brasiliense, 1993, p.7)

    Segundo o Dicionrio Aurlio, TICA : "o estudo dos juzos de apreciao que se referem conduta humana susceptvel de qualificao do ponto de vista do bem e do

    mal, seja relativamente determinada sociedade, seja de modo absoluto".

    De forma mais clara, tica um conjunto de valores morais e princpios que norteiam a conduta humana na sociedade. A tica trabalha para que haja equilbrio e bom funcionamento social. Neste sentido, a tica, embora no possa ser confundida com as leis, est relacionada com o sentimento de justia social.

    Neste contexto, o enfermeiro tem sob sua responsabilidade, no s o dever de

    manter um padro de comportamento com seus pacientes, mas tambm com seus empregadores e colegas de trabalho.

    De forma ampla e resumida, este Cdigo de tica e Disciplina estabelece alguns preceitos principais, os quais destacamos a seguir.

    So DIREITOS dos profissionais de enfermagem:

    1) Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os pressupostos e princpios legais, ticos e dos direitos humanos.

    2) Recusar-se a executar atividades que no sejam de sua competncia tcnica, cientfica, tica e legal ou que no ofeream segurana ao profissional, pessoa, famlia

    e coletividade.

    3) Ter acesso s informaes, relacionadas pessoa, famlia e coletividade, necessrias ao exerccio profissional.

  • 16

    4) Recusar-se a executar prescrio medicamentosa e teraputica, onde no conste a assinatura e o nmero de registro do profissional, exceto em situaes de urgncia e emergncia. Da mesma forma, poder recusar-se a executar prescrio em caso de

    identificao de erro ou ilegibilidade.

    5) Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituio pblica ou privada para a qual trabalhe no oferecer condies dignas para o exerccio

    profissional ou que desrespeite a legislao do setor de sade, ressalvadas as situaes de urgncia e emergncia, devendo comunicar imediatamente por escrito sua deciso ao Conselho Regional de Enfermagem.

    6) Desenvolver suas atividades profissionais em condies de trabalho que promovam a prpria segurana e a da pessoa, famlia e coletividade sob seus cuidados, e dispor de material e equipamentos de proteo individual e coletiva, segundo as normas vigentes.

    7) Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteo individual e coletiva definidos na legislao especfica.

    8) Exercer cargos de direo, gesto e coordenao na rea de seu exerccio profissional e do setor sade.

    9) Registrar no pronturio, e em outros documentos prprios da enfermagem, informaes referentes ao processo de cuidar da pessoa.

    10) Abster-se de revelar informaes confidenciais de que tenha conhecimento em razo de seu exerccio profissional a pessoas ou entidades que no estejam obrigadas ao sigilo.

    So RESPONSABILIDADES e DEVERES dos profissionais de enfermagem:

    1) Exercer a profisso com justia, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competncia, responsabilidade, honestidade e lealdade.

  • 17

    2) Fundamentar suas relaes no direito, na prudncia, no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinio e posio ideolgica.

    3) Assegurar pessoa, famlia e coletividade assistncia de enfermagem livre de danos decorrentes de impercia, negligncia ou imprudncia.

    4) Prestar assistncia de enfermagem sem discriminao de qualquer natureza.

    5) Garantir a continuidade da assistncia de enfermagem em condies que ofeream segurana, mesmo em caso de suspenso das atividades profissionais decorrentes de movimentos reivindicatrios da categoria.

    6) Prestar adequadas informaes pessoa, famlia e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefcios e intercorrncias acerca da assistncia de enfermagem.

    7) Respeitar, reconhecer e realizar aes que garantam o direito da pessoa ou de seu representante legal, de tomar decises sobre sua sade, tratamento, conforto e bem estar.

    8) Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas situaes de morte e ps-morte.

    9) Proteger a pessoa, famlia e coletividade contra danos decorrentes de impercia, negligncia ou imprudncia por parte de qualquer membro da equipe de sade.

    10) Disponibilizar seus servios profissionais comunidade em casos de emergncia, epidemia e catstrofe, sem pleitear vantagens pessoais.

    11) Registrar no pronturio do paciente as informaes inerentes e indispensveis ao processo de cuidar.

    12) Prestar informaes, escritas e verbais, completas e fidedignas necessrias para assegurar a continuidade da assistncia.

  • 18

    13) Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razo de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal.

    14) Orientar, na condio de enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade, sobre o dever do sigilo profissional.

    Fica PROIBIDO aos profissionais de enfermagem:

    1) Promover e ser conivente com a injria, calnia e difamao de membro da equipe de enfermagem, equipe de sade e de trabalhadores de outras reas, de organizaes da categoria ou instituies.

    2) Praticar e/ou ser conivente com crime, contraveno penal ou qualquer outro ato, que infrinja postulados ticos e legais.

    3) Negar assistncia de enfermagem em qualquer situao que se caracterize como urgncia ou emergncia.

    4) Executar ou participar da assistncia sade sem o consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.

    5) Provocar aborto, ou cooperar em prtica destinada a interromper a gestao.

    6) Promover a eutansia ou participar em prtica destinada a antecipar a morte do cliente.

    7) Administrar medicamentos sem conhecer a ao da droga e sem certificar-se da possibilidade de riscos.

    8) Prescrever medicamentos e praticar ato cirrgico, exceto nos casos previstos na legislao vigente e em situao de emergncia.

  • 19

    9) Executar prescries de qualquer natureza, que comprometam a segurana da pessoa.

    10) Prestar servios que por sua natureza competem a outro profissional, exceto em caso de emergncia.

    11) Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de violncia.

    12) Assinar as aes de enfermagem que no executou, bem como permitir que suas aes sejam assinadas por outro profissional.

    13) Negar, omitir informaes ou emitir falsas declaraes sobre o exerccio profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem.

    14) Pleitear cargo, funo ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de concorrncia desleal.

    15) Usar de qualquer mecanismo de presso ou suborno com pessoas fsicas ou jurdicas para conseguir qualquer tipo de vantagem.

    16) Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posio ou cargo, para impor ordens, opinies, atentar contra o pudor, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar pessoas ou dificultar o exerccio profissional.

    17) Apropriar-se de dinheiro, valor, bem mvel ou imvel, pblico ou particular de que tenha posse em razo do cargo, ou desvi-lo em proveito prprio ou de outrem.

    18) Divulgar informao inverdica sobre assunto de sua rea profissional. 19) Anunciar a prestao de servios gratuitos ou propor honorrios que caracterizem concorrncia desleal.

  • 20

    Como dicas complementares ao Cdigo de tica, ficam as seguintes sugestes:

    1) Respeite sempre seus pacientes. Antes de entrar em seu quarto, bata porta com cuidado. Cuide para que esteja coberto por um lenol, sempre que precisar realizar qualquer exame ou exerccios teraputicos.

    2) A ficha mdica do paciente contm informaes particulares que devem ser resguardadas e respeitadas. Portanto, apenas as pessoas diretamente envolvidas em seu tratamento, devem ter acesso a elas.

    3) Seja sempre atencioso com seus pacientes. Tenha certeza que ele no gostaria de estar na situao em que se encontra.

    4) No se refira a seus pacientes por apelidos, doenas ou nmeros de quartos. Trate-os com o respeito que gostaria de ser tratado.

    5) Tenha cuidado com os objetos pessoais de seus pacientes, prevenindo assim complicaes tanto para voc quanto para o hospital.

    6) No se coloque como conselheiro espiritual de seus pacientes. Sempre que ele solicitar e voc puder atender, recorra a igreja da qual ele faz parte, sempre que este tipo de apoio for necessrio. Se o paciente exigir um apoio religioso especial, comunique antes ao seu superior.

    7) Evite falar de sua vida e seus problemas pessoais ou familiares a no ser que se trate de questes do cotidiano e no tragam problemas maiores aos seus pacientes.

    8) Evite falar alto e fazer muito barulho no ambiente hospitalar. Isso pode incomodar o paciente e os seus familiares.

    9) Ter boas maneiras inerente a qualquer profissional. Lembre-se que os visitantes so convidados dentro do hospital e trat-los com respeito e educao uma obrigao.

  • 21

    10) No aceite gratificaes como dinheiro ou presentes caros. Voc est fazendo o seu trabalho e isso no favor algum.

    11) Jamais faa refeies no quarto do paciente e em hiptese alguma prove da comida que lhe servida, ainda que ele insista.

    12) No desperdice o material fornecido pelo hospital e tenha cuidado com os equipamentos. Levar para casa objetos da empresa em que trabalha roubo. Da mesma forma roubo se aproveitar dos medicamentos que se encontram no estoque do hospital.

    13) Jamais trabalhe sob efeito de drogas ou lcool. Alm de colocar em risco a vida de seu paciente, voc pode ser demitido por justa causa.

    Cdigo de tica: http://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=7323&sectionID=37

    1.4 - Papel do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e seus respectivos rgos regionais

    O principal rgo de controle da profisso de enfermagem o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) que foi criado em 1973, por meio da Lei 5.905, para normatizar e fiscalizar o exerccio da profisso de enfermeiro, tcnicos e auxiliares de enfermagem, zelando pela qualidade dos servios prestados por seus integrantes, pelo cumprimento da Lei do Exerccio Profissional e buscando sempre o reconhecimento e valorizao da profisso. O COFEN representado em cada um dos estados brasileiros por seus rgos regionais chamados Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN).

    As principais atribuies do COFEN so:

    - Normatizar e expedir instrues, para uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais;

  • 22

    - Esclarecer dvidas apresentadas pelos COREN's;

    - Apreciar decises dos COREN's, homologando, suprindo ou anulando atos praticados

    por este;

    - Aprovar contas e propostas oramentrias de autarquia, remetendo-as aos rgos competentes;

    - Promover estudos e campanhas para aperfeioamento profissional;

    - Exercer as demais atribuies que lhe forem conferidas por lei.

    O COFEN por sua vez, possui seus Conselhos Regionais (COREN) distribudos em 27 Estados brasileiros que se encarregam de zelar pela execuo, deciso e normatizao das regras de conduta dos profissionais cadastrados em cada um de seus

    Conselhos Regionais.

    Esse sistema de disciplina e fiscalizao do exerccio da profisso dividido em trs objetivos:

    1) rea Disciplinar Normativa: Estabelece critrios de orientao e aconselhamento, para o exerccio de enfermagem, baixando normas visando o exerccio da profisso, bem como atividade na rea de enfermagem nas empresas, consultrios de enfermagem, observando as peculiaridades atinentes classe e a conjuntura de sade do pas.

    2) rea Disciplinar Corretiva: Instaura processos em casos de infraes ao Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem, cometidas pelos profissionais inscritos e, no caso de empresa, processos administrativos, dando prosseguimento aos respectivos

    julgamentos e aplicaes das penalidades cabveis, encaminhando s reparties competentes os casos de alada destas.

  • 23

    3) rea Fiscalizatria: Realiza atos e procedimentos para prevenir a ocorrncia de infraes legislao que regulamenta o exerccio da enfermagem, inspecionando e examinando os locais pblicos e privados, onde a enfermagem exercida, anotando as

    irregularidades e infraes verificadas, orientando para sua correo e colhendo dados para a instaurao dos processos de competncia do COREN

    Cabe ainda aos CORENs:

    - Deliberar sobre inscries no Conselho e seus cancelamentos;

    - Disciplinar e fiscalizar o exerccio profissional, observando as diretrizes gerais do COFEN;

    - Executar as instrues e resolues do COFEN;

    - Expedir carteira e cdula de identidade profissional, indispensvel ao exerccio da profisso, a qual tem validade em todo territrio nacional;

    - Fiscalizar e decidir os assuntos referentes tica Profissional, impondo as penalidades cabveis;

    - Elaborar a proposta oramentria anual e o projeto de seu regimento interno, submetendo-os a aprovao do COFEN;

    - Zelar pelo conceito da profisso e dos que a exercem;

    - Propor ao COFEN medidas visando a melhoria do Exerccio Profissional;

    - Eleger sua diretoria e seus delegados eleitores a nvel central e regional;

    - Exercer as demais atribuies que lhe forem conferidas pela Lei 5.905/73 e pelo COFEN.

  • 24

    Unidade 2 Carreira Profissional

    Ol,

    Nesta unidade voc vai conhecer a carreira do profissional de enfermagem e sua qualificao profissional, diferenciando os profissionais nas categorias de enfermagem, tcnico e auxiliar. Quando falamos em carreira profissional, logo pensamos em alguns requisitos que qualquer profissional deve apresentar para alcanar o sucesso como, dedicao, seriedade, esforo, determinao entre outros atributos que, certamente o levaro a ser um profissional diferenciado e requisitado no mercado de trabalho.

    No entanto, no caso da profisso de enfermagem, estes requisitos ganham outra

    dimenso, uma vez que o enfermeiro, tcnico ou auxiliar, assim como os mdicos, trabalham com a nica e exclusiva funo de preservar vidas e fazer tudo o que possvel para mant-las saudveis.

    Na maioria dos casos precisam estar preparados para atuar em situaes adversas de dor e sofrimento que exigem desses profissionais uma sensibilidade que s ser atingida se houver muito amor pelo trabalho que desempenham.

    Assim, nesta unidade, voc ter contato com algumas informaes que podem

    auxili-lo na carreira de modo a prepar-lo para se tornar um grande profissional.

    Bom estudo!

  • 25

    2.1 Qualificao Profissional

    A rea de enfermagem se divide em trs categorias: Os Enfermeiros, os Tcnicos de Enfermagem e os Auxiliares de Enfermagem. Estas trs categorias unidas formam a equipe de enfermagem da qual o enfermeiro o lder. Porm, cada uma delas, exige uma formao e atividades especficas que veremos detalhadamente a seguir:

    O Enfermeiro

    Seu Papel:

    Como vimos na unidade anterior, no incio dos tempos, o enfermeiro era visto como um profissional que tinha a simples funo de cuidar e acompanhar a recuperao de um paciente, atuando como mero coadjuvante nesse processo de cura. No entanto, com o passar dos anos e a criao de programas de sade pelo governo, abrindo com isso novos campos de atuao, o enfermeiro passou a exercer papel fundamental na manuteno da sade do ser humano, uma vez que deixou de exercer apenas a assistncia a partir da doena e passou a lidar tambm com a promoo da sade.

    Como ponte entre o paciente, seus familiares e a equipe mdica, o enfermeiro figura indispensvel em qualquer rea da medicina, respondendo entre outras coisas pela coleta de informaes dos doentes que iro ajudar a estabelecer um diagnstico para que o corpo mdico tome a melhor deciso em relao ao tratamento dispensado a estes pacientes. Cabe a ele tambm, cuidar da higiene, alimentao e orientao dos pacientes, bem como da administrao de remdios e aplicao de curativos.

    Formao Exigida:

    Para se tornar um enfermeiro, preciso frequentar um curso superior com

    durao de quatro anos. Os profissionais graduados em enfermagem adquirem uma formao generalista desenvolvendo um conjunto de competncias e habilidades

  • 26

    especficas que lhe permite atuar de modo autnomo ou em equipes multiprofissionais nos diversos cenrios da prtica profissional.

    Geralmente, estes cursos apresentam os seguintes contedos em suas grades curriculares:

    1) Fundamentos da Enfermagem

    Histria da enfermagem

    Biotica

    Legislao em enfermagem

    tica profissional

    Bioestatstica

    Epidemiologia

    Sade ambiental

    Semiologia e Semiotcnica de Enfermagem I

    Semiologia e Semiotcnica de Enfermagem II

    Metodologia da assistncia de enfermagem

    Metodologia da assistncia de enfermagem

    Metodologia da pesquisa

  • 27

    Introduo ao trabalho cientfico

    2) Bases Biolgicas e Sociais da Enfermagem

    Anatomia

    Embriologia

    Bioqumica

    Biologia celular

    Gentica e evoluo

    Histologia

    Fisiologia

    Processos patolgicos gerais

    Biofsica

    Parasitologia

    Microbiologia

    Imunologia

    Antropologia filosfica

    Psicologia aplicada sade

  • 28

    Sociologia da sade

    Farmacologia

    3) Assistncia de Enfermagem

    CLNICA

    Enfermagem clnica

    Enfermagem em geriatria e gerontologia

    Enfermagem em oncologia

    Enfermagem psiquitrica

    Enfermagem em neurologia

    CIRRGICAS

    Enfermagem cirrgica

    Enfermagem em socorro de urgncia

    Enfermagem em UTI e URPA

    Enfermagem em centro cirrgico

    SADE COLETIVA

    Enfermagem em sade da mulher I

  • 29

    Enfermagem em sade da mulher II

    Enfermagem em sade da criana e do adolescente

    Enfermagem em sade coletiva I

    Enfermagem em sade coletiva II

    Enfermagem em sade mental

    Enfermagem Doenas transmissveis

    Fitoterapia

    4) Administrao em Enfermagem

    Administrao Aplicada a Enfermagem

    Administrao do Processo do Trabalho de Enfermagem

    Administrao em Enfermagem em Ambiente e Rede Bsica dos Servios de Sade

    Atividades pertinentes:

    Segundo a Lei 7.498/86 que rege a profisso, compete ao enfermeiro:

    I - Privativamente:

    - Direo do rgo de Enfermagem integrante da estrutura bsica da instituio de sade, pblica ou privada e chefia de servio e de unidade de Enfermagem;

  • 30

    - Organizao e direo dos servios de Enfermagem e de suas atividades tcnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses servios;

    - Planejamento, organizao, coordenao, execuo e avaliao dos servios de assistncia de Enfermagem;

    - Consultoria, auditoria e emisso de parecer sobre matria de Enfermagem;

    - Consulta de Enfermagem;

    - Prescrio da assistncia de Enfermagem;

    - Cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;

    - Cuidados de Enfermagem de maior complexidade tcnica e que exijam conhecimentos de base cientfica e capacidade de tomar decises imediatas;

    II - Como integrante da equipe de sade:

    - Participao no planejamento, execuo e avaliao da programao de sade;

    - Participao na elaborao, execuo e avaliao dos planos assistenciais de sade;

    - Prescrio de medicamentos estabelecidos em programas de sade pblica e em rotina

    aprovada pela instituio de sade;

    - Participao em projetos de construo ou reforma de unidades de internao;

    - Preveno e controle sistemtico de infeco hospitalar e de doenas transmissveis em geral;

  • 31

    - Preveno e controle sistemtico de danos que possam ser causados clientela durante a assistncia de Enfermagem;

    - Assistncia de Enfermagem gestante, parturiente e purpera;

    - Acompanhamento da evoluo e do trabalho de parto;

    - Execuo do parto sem distocia, ou seja, sem dificuldades encontradas na evoluo de um trabalho de parto, tornando uma funo difcil, impossvel ou perigosa para a me;

    - Educao visando melhoria de sade da populao;

    Cabe ainda ao enfermeiro conforme Portaria n. 814/GM, de 01 de junho de 2001:

    - Supervisionar e avaliar as aes de enfermagem da equipe no Atendimento Pr-

    Hospitalar Mvel;

    - Prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade tcnica a pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos cientficos adequados e capacidade de tomar decises imediatas;

    - Prestar a assistncia de enfermagem gestante, a parturiente e ao recm nato;

    - Participar nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de sade em

    urgncias, particularmente nos programas de educao continuada;

    - Fazer controle de qualidade do servio nos aspectos inerentes sua profisso;

    - Subsidiar os responsveis pelo desenvolvimento de recursos humanos para as necessidades de educao continuada da equipe;

    - Conhecer equipamentos e realizar manobras de extrao manual de vtimas.

  • 32

    O Tcnico de Enfermagem

    Seu Papel:

    O Tcnico de Enfermagem o profissional, integrante da equipe de enfermagem, sob superviso do enfermeiro que presta assistncia ao paciente cuidando de seu conforto, higiene e demais cuidados com o mximo de ateno, pacincia e

    carinho. De forma menos complexa, atua na promoo e recuperao da sade das pessoas, alm de administrar tratamento prescrito pelo enfermeiro.

    O tcnico de enfermagem precisa ter vocao para cuidar de doentes, pois trata-se de uma rotina, em muitos casos, extenuante, uma vez que o tcnico estar em contato direto com os pacientes, sendo responsvel por tarefas como alimentar, dar banho, realizar procedimentos de curativos e trocas de curativos, enfim, todos os procedimentos necessrios para o pronto restabelecimento do paciente.

    Recomenda-se ainda que, para atuar nesta profisso, o futuro profissional deve possuir algumas qualidades, como boa disposio fsica, capacidade de concentrao, disposio para trabalhar em equipe cumprindo ordens e determinaes, tenha tranquilidade para trabalhar em meio a sangue e pessoas acidentadas, tenha capacidade

    de raciocinar e agir sob extrema presso, equilbrio emocional, pr-atividade, firmeza e habilidade com as mos, e principalmente, muita vontade em ajudar o prximo.

    Formao Exigida:

    Para se tornar um tcnico de enfermagem preciso frequentar um curso tcnico, de nvel mdio, por dois anos em instituio autorizada pelo Ministrio da Educao, que tem o objetivo de formar profissionais aptos a atuarem em todas as atividades de enfermagem com destaque ao apoio ao diagnstico (preparao e acompanhamento de exames), educao para a sade, proteo e preveno, recuperao e reabilitao e gesto da sade.

  • 33

    Geralmente, esses cursos oferecem aulas em laboratrios e estgios supervisionados em hospitais conveniados, onde o aluno tem a oportunidade de vivenciar a demanda do dia a dia nesses ambientes.

    De maneira especfica, estes cursos buscam:

    - Capacitao profissional para que estes alunos prestem assistncia de enfermagem

    com competncia e responsabilidade.

    - Formao ampla, que atenda as necessidades nos diferentes nveis assistenciais, seja na rea hospitalar, sade coletiva ou empresarial.

    - Desenvolvimento de aes educacionais para que o profissional tcnico em enfermagem se perceba como agente de promoo da sade e preveno de doenas, colocando o paciente como partcipe da ao assistencial.

    - Conscientizao do futuro tcnico em enfermagem da necessidade de aprimorar constantemente seus conhecimentos e habilidades, atravs de formao contnua.

    Atividades pertinentes:

    Alm das atividades j citadas acima, cabe ainda ao tcnico de enfermagem:

    - Assistir ao enfermeiro no planejamento, programao, orientao e superviso das atividades de assistncia de enfermagem;

    - Prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado grave, sob superviso direta ou distncia do profissional enfermeiro;

    - Participar de programas de treinamento e aprimoramento profissional especialmente em urgncias/emergncias;

  • 34

    - Compreender o processo sade/doena com determinao social, reconhecendo no mercado de trabalho a estrutura organizacional formal e informal, a cultura e poltica institucional, as funes e responsabilidades de cada membro da sade, enquanto

    prestadores de servio ao cliente interno e externo;

    - Prestar assistncia de enfermagem integral ao paciente em todos os nveis de atendimento a sade tendo como bases a fundamentao tcnico-cientfica especfica

    em Enfermagem;

    - Participar como agente de transformao nos diferentes processos de trabalho da enfermagem;

    - Realizar atividades de cunho administrativo relacionado a recursos materiais, ambientais e humanos, conhecendo a dimenso intelectual e operacional deste processo;

    - Desenvolver competncias e habilidades necessrias para a assistncia de enfermagem especializada ao paciente/cliente dentro de seu mbito de atuao.

    O Auxiliar de Enfermagem

    Seu Papel:

    No h muitas diferenas entre o auxiliar de enfermagem e o tcnico de enfermagem. Ambos podem trabalhar em diversos tipos de unidade de sade, como

    hospitais, ambulatrios e prontos socorros, em laboratrios de anlises clnicas, asilos, clnicas particulares, entre outros, sempre sob a superviso de um enfermeiro.

    Da mesma forma, ambos esto capacitados profissionalmente para ter contato

    direto com os pacientes, administrando medicamentos ou cuidando de curativos.

    No entanto, o que pode diferenciar um profissional do outro, que o tcnico de enfermagem um profissional melhor qualificado no aspecto tcnico, em vista da

  • 35

    exigncia de curso tcnico de nvel mdio, e isso lhe d o direito de trabalhar em setores fechados como UTIs (Unidades de terapia Intensiva), centros cirrgicos e trabalhos com sade mental, enquanto o auxiliar de enfermagem alm de no possuir acesso a essa

    unidades de sade, possui participao em nvel de execuo simples, realizando aes de tratamentos bsicos como cuidados de higiene e conforto aos pacientes. O tcnico de enfermagem tambm pode auxiliar o enfermeiro em toda a parte administrativa como montagens de escalas, distribuies de folgas, controles de equipamentos hospitalares,

    entre outros.

    Formao Exigida:

    Para se tornar um Auxiliar de Enfermagem preciso ter concludo o ensino fundamental e possuir mais de 17 anos. Deve frequentar um curso tcnico de aproximadamente 14 meses que ir preparar o profissional para atuar no auxlio aos enfermeiros.

    Atividades pertinentes:

    - Preparar os pacientes para consultas e exames, orientando-os sobre as condies de realizao dos mesmos;

    - Colher ou auxiliar o paciente na coleta de material para exames de laboratrio;

    - Orientar e auxiliar o paciente, prestando informaes relativas higiene, alimentao,

    utilizao de medicamentos e cuidados especficos em tratamento de sade;

    - Verificar os sinais vitais e as condies gerais dos pacientes, segundo prescrio mdica e de enfermagem;

    - Preparar e administrar medicaes por via oral, tpica, intradrmica, subcutnea, intramuscular, endovenosa e retal, segundo prescrio mdica;

  • 36

    - Realizar registros da assistncia de enfermagem prestada ao paciente e outras ocorrncias a ele relacionadas;

    - Circular e instrumentar em salas cirrgicas e obsttricas, preparando-as conforme o necessrio;

    - Executar atividades de limpeza, desinfeco, esterilizao do material e equipamento,

    bem como sua conservao, preparo, armazenamento e distribuio, comunicando ao superior eventuais problemas;

    - Propor a aquisio de novos instrumentos para reposio daqueles que esto avariados ou desgastados;

    - Coletar leite materno no lactrio ou no domiclio;

    - Realizar controles e registros das atividades do setor e outros que se fizerem necessrios para a realizao de relatrios e controle estatstico;

    - Fazer curativos;

    - Prestar cuidados de conforto ao paciente e zelar por sua segurana.

    2.2 Mercado de trabalho

    Hoje, o profissional de enfermagem no mais aquela pessoa que tinha como nica funo cuidar de pacientes doentes. O mercado de trabalho tem evoludo

    constantemente, exigindo profissionais mais completos, de preferncia, generalistas em suas reas. Assim, no basta apenas uma boa faculdade, o mercado exige cada vez mais cursos de especializao na rea da sade.

  • 37

    Com esta evoluo do mercado, surgiram novos setores que antes, no se imaginava serem gerenciados ou coordenados por um profissional de enfermagem. o caso do cargo de gerente de novos projetos, implantando a abertura de novas alas hospitalares, criando novos protocolos para clnicas mdicas ou at ministrando treinamentos de equipes para manuseio de novos equipamentos.

    A criao do SUS e do Programa Sade da Famlia, que recruta enfermeiros e

    auxiliares de enfermagem para atender comunidades carentes, buscando a preveno de doenas e orientao das famlias, proporcionou um aumento no nmero de novos postos de trabalho que ainda esto sendo preenchidos. importante lembrar que a disponibilidade dessas vagas vai depender da regio em que pretende atuar. Segundo o Conselho Regional de Enfermagem de So Paulo (COREN-SP), as regies Norte e Nordeste, so as regies que mais oferecem novas vagas de trabalho.

    Vale ressaltar tambm, uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do

    Rio de Janeiro (UERJ) que revela algumas tendncias do mercado de trabalho dos profissionais de enfermagem. Entre elas, podemos destacar os quadros de perfil desses profissionais e a oferta e demanda do mercado.

    Vamos a eles:

  • 38

    Perfil Profissional

    88,9% dos profissionais so mulheres.

    64,3% dos profissionais esto na faixa etria de 35 e 55 anos de idade.

    55,5% dos profissionais de enfermagem so os principais responsveis pelas despesas familiares.

    35,2% tm entre 16 e 25 anos de formados e 20,3% se formaram aps o ano 2000.

    85,84% realizaram alguma modalidade de ps-graduao, 78,8% fizeram especializao e 23,7% possuem uma segunda especializao.

    31,2% concluram o curso depois de 2000. Fonte: obsnetims.org.br

    Demanda Profissional

    91,9% dos enfermeiros j esto trabalhando com at um ano de formado.

    94,4% dos graduados a partir de 2000 conseguiram emprego com menos de um ano de formado.

    52,5% dos participantes declararam o servio pblico como a primeira atividade.

    43,6% declaram possuir dois empregos e 10,7% declararam possuir trs empregos.

    Fonte: obsnetims.org.br

  • 39

    Diante dos quadros, apenas confirmamos as expectativas de mercado de que a profisso est em ampla expanso, uma vez que mais de 90% dos profissionais que se formam, conseguem seu primeiro emprego em at um ano de formado.

    reas de atuao

    De maneira genrica, podemos destacar quatro reas em que o profissional de

    enfermagem pode desenvolver suas atividades:

    rea da Assistncia Atua em contato direto com os pacientes prestando assistncia, estabelecendo diagnsticos de enfermagem e plano assistencial a ser executado. Pode desenvolver este trabalho no mbito hospitalar planejando e implementando aes de enfermagem em hospitais, clnicas, centros cirrgicos, Home Cares, Unidades de Terapia Intensiva, entre outros.

    Pode tambm, realizar trabalhos no campo da psiquiatria atendendo pacientes com distrbios psquicos ou comportamentais em unidades de hospitais ou centros especializados. Pode ainda, prestar servios no mbito ambulatorial oferecendo assistncia em consonncia com as polticas pblicas de sade.

    Por fim, pode atuar junto comunidade em que o paciente est inserido, oferecendo aes de promoo e preveno sade, buscando sempre a melhoria da qualidade de vida da populao.

    rea da Pesquisa O profissional que atua por esta rea, elabora e executa projetos de pesquisa ou extenso, individual ou em parceria com outros profissionais. Participa de projetos e execuo de pesquisa em qualquer rea social. rea da Administrao Nesta rea o profissional de enfermagem realiza uma srie de trabalhos na rea administrativa como a coordenao e assessoria dos trabalhos realizados pela equipe de enfermagem, a participao no planejamento, organizao, coordenao, execuo e avaliao dos servios de enfermagem. Realiza a gesto de

  • 40

    rgos de sade, tanto de instituies pblicas quanto privadas. Participa de consultoria, auditoria e emisso de pareceres sobre atividades de enfermagem.

    rea do Ensino No mbito do ensino, o profissional atua como educador em sade, ministrando programas de sade para turmas de 1 e 2 graus. Planeja, coordena e executa curso de auxiliar e tcnico de enfermagem. Exerce docncia no 3 grau em qualquer disciplina constante do currculo de sua formao profissional. Participa de

    programas de ps-graduao. Elabora e executa programas de educao continuada. Promove treinamento em servio para equipe de enfermagem e profissionais de sade.

    Porm, de maneira mais especfica, podemos destacar algumas reas que esto em ascenso na profisso de enfermagem:

    Assessoria e consultoria: Auditar os procedimentos hospitalares de enfermagem e auxiliar na montagem de unidades de sade.

    Atendimento domiciliar: Cuidar de pacientes em sua residncia, dando continuidade ao tratamento hospitalar. Auxiliar o paciente em exerccios teraputicos e cuidar de sua higiene e de seu bem-estar.

    Enfermagem geral: Comandar equipes de tcnicos e auxiliares de enfermagem no atendimento a pacientes.

    Enfermagem geritrica: Atender idosos, doentes ou no, em domiclios, casas de repouso, clnicas e hospitais.

    Enfermagem mdico-cirrgica: Ministrar cuidados pr e ps-operatrios em prontos-socorros, clnicas e hospitais.

    Enfermagem obsttrica: Dar assistncia integral a gestantes, parturientes e lactantes, acompanhando o pr-natal, realizando exames e auxiliando o mdico no parto e no ps-parto. Dar orientaes sobre planejamento familiar.

  • 41

    Enfermagem peditrica: Acompanhar e avaliar o crescimento e o desenvolvimento da criana. Incentivar o aleitamento materno e orientar os pais quanto s tcnicas e aos

    cuidados com os recm-nascidos.

    Enfermagem psiquitrica: Ajudar no tratamento de pacientes com distrbios psicolgicos.

    Enfermagem de resgate: Participar de equipes de salvamento de vtimas de acidentes ou de calamidades pblicas.

    Enfermagem do trabalho: Dar atendimento ambulatorial em empresas e acompanhar programas de preveno e manuteno da sade dos funcionrios.

    Enfermagem de sade pblica: Orientar a populao sobre a preveno de doenas e promover a sade da coletividade. Atender pacientes em hospitais, centros de sade,

    creches e escolas. Formar, capacitar e supervisionar os agentes de sade.

    Gesto da qualidade: Avaliar e planejar os processos assistenciais com o objetivo de aumentar a segurana dos pacientes.

    Gesto de projetos: Administrar e controlar as atividades destinadas a projetos multidisciplinares, como abertura de uma ala hospitalar ou implementao de um novo protocolo em clnicas ou hospitais. Fonte: guiadoestudante.com.br

    Mdia de ganhos salariais

    Apenas como referncia, destacamos o piso salarial da categoria no Estado de So Paulo, determinado pelo Sindicato da categoria:

    - Auxiliar de Enfermagem: R$ 846,64

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    - Tcnico em Enfermagem: R$ 867,80

    - Enfermeiro Graduado: R$ 1.679,00

    O salrio de um profissional de enfermagem pode variar muito, uma vez que seus rendimentos dependero do local em que trabalha, a regio do pas em que se encontra, a carga horria que cumpre e a quantidade de empregos que ocupa.

    Apesar de tantas variantes, podemos estabelecer que o salrio mdio para um Auxiliar de Enfermagem que presta cuidados com menor complexidade, pode variar entre R$ 600,00 a R$ 1.200,00.

    J para um Tcnico de Enfermagem que oferece cuidados com maior complexidade, alm de atendimentos a pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), Centros Cirrgicos e outros, pode variar de R$ 800,00 a R$ 1.500,00.

    Por outro lado, o Enfermeiro, por ser um profissional com curso superior e assumir maiores responsabilidades, pode ter rendimentos na faixa de R$ 1.700,00 a R$ 6.000,00, dependendo do cargo que ocupa, lembrando sempre que um enfermeiro graduado e com especializaes pode alcanar cargos de gesto.

    Turnos de Trabalhos

    A pessoa que busca trilhar sua carreira profissional no campo da sade, atravs

    da enfermagem, precisa estar ciente de que este caminho, em muitos casos, pode ser tortuoso. importante ressaltar que o profissional de enfermagem possui uma carga horria de trabalho que no lhe permite desfrutar de finais de semana ou feriados.

    Geralmente, quando assume um cargo, este profissional vai participar de uma tabela de escalas que definir os dias em que estar disposio de seu empregador, podendo ter de trabalhar em qualquer dia da semana, inclusive em feriados importantes

  • 43

    como natal, ano novo ou carnaval. Geralmente, essa escala realizada para atender turnos de 12/36 ou seja, trabalham 12 horas e descansam 36 horas.

    O grande risco embutido neste modelo de trabalho o precedente perigoso que se abre para o profissional que precisa complementar sua renda e passa a atuar em mais de um emprego, o que no indicado, uma vez que ele no consegue descansar o suficiente para repor suas horas de sono e atuar com eficincia. Certamente, esta atitude

    vai prejudicar o seu desempenho e consequentemente a sua carreira profissional.

    J o enfermeiro graduado, cumpre carga horria de 4 a 6 horas diria, geralmente de segunda a sexta feira e eventuais plantes. Este profissional tem mais acessibilidade a mais de um emprego devido sua carga horria ser menor e sem afetar ou comprometer a sua necessidade de descanso entre um emprego e outro.

    A rotina do Enfermeiro

    A rotina de um enfermeiro comea ao chegar em seu trabalho e conversar com o enfermeiro do turno anterior para inteirar-se do que aconteceu com os pacientes nas ltimas horas.

    Em seguida, comea a organizar as funes de todos os tcnicos e auxiliares de enfermagem que esto sob suas ordens. Aqui, ele precisa fazer a escala de trabalho, dividir as responsabilidades dentro de sua equipe e orient-los sobre os cuidados e atendimentos que precisam ser dispensados aos pacientes.

    Enquanto os tcnicos e auxiliares cuidam da alimentao, higiene e medicao dos pacientes, o enfermeiro estabelece as prioridades do dia e realiza o controle de estoques de medicamentos e materiais hospitalares. Verifica tambm se est escalado

    para participar de procedimentos como cirurgias.

    Em seguida, visita os pacientes, de preferncia conversando com cada um deles e verificando os exames e sinais vitais, para s ento, autorizar a entrada de familiares.

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    Ainda durante o seu dia de trabalho, precisa programar aes de treinamentos para sua equipe a fim de deix-los sempre atualizados sobre novas atividades e protocolos de enfermagem, participa, ainda que indiretamente de cirurgias, pois ele

    quem tem o primeiro contato com o paciente na chegada ao bloco cirrgico, sendo responsvel por avaliar os sinais vitais e certificar se os procedimentos anteriores cirurgia foram tomados como exemplo, se o paciente est em jejum, se a presso arterial est normal, entre outras preocupaes.

    No seu dia a dia, o enfermeiro deve estar preparado tambm para lidar com emoes que se apresentam a todo instante tanto em momentos de alegria quanto em momentos de dor. Claro que em momentos de alegria, o enfermeiro se sente mais vontade, pois no tem nada mais gratificante do que informar uma famlia de que seu parente est curado e indo para casa.

    2.3 Responsabilidades Civil e Criminal

    O profissional de enfermagem, assim como qualquer outro profissional no desempenho de suas atividades, deve assumir as responsabilidades pelos atos que pratica. Neste sentido, a atuao de um profissional de enfermagem que causa danos sade de um paciente est sujeito a repercusso legal nas esferas cvel e criminal.

    A Justia entende que o elemento bsico da responsabilidade reside no erro

    profissional causado por impercia, negligncia e imprudncia. Esta afirmao ratificada pelo Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem, que em seu art. 16 define expressamente que a responsabilidade do enfermeiro Assegurar ao cliente

    uma assistncia de enfermagem livre de danos decorrentes de impercia, negligncia ou imprudncia.

    Antes de continuarmos importante definir o que so estas trs aes:

  • 45

    Impercia um ato realizado por pessoa que no possui competncia tcnica para faz-lo, ou seja, falta conhecimento tcnico para o exerccio da profisso. Negligncia Podemos definir como a falta de cuidado com o paciente, agindo com

    desleixo, preguia e descuido, podendo resultar na falta de observao dos deveres que as condutas exigem. Caracteriza-se principalmente pela desateno, passividade ou mesmo omisso.

    Imprudncia Significa tomar uma atitude sem um cuidado necessrio, agindo de maneira precipitada e at mesmo impulsiva.

    O artigo 16 do Cdigo de tica vai ao encontro de outras previses legais que regulam nosso ordenamento jurdico, como o art. 186 (Aquele que por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.) e o art. 951 (O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenizao devida por aquele que, no exerccio de atividade profissional, por negligncia, imprudncia ou impercia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe leso, ou inabilit-lo para o trabalho.), ambos do Cdigo Civil brasileiro, em que o vocbulo paciente no texto legal pode ser aplicado diretamente ao profissional de enfermagem.

    De forma exemplificativa, citaremos um problema muito comum quando se trata de Responsabilidade Civil nesta rea especfica de atuao. Trata-se da separao de medicamentos que costuma ser exercida pela equipe de enfermagem, principalmente por tcnicos e auxiliares, sob a superviso de um enfermeiro.

    Destacamos essa responsabilidade, pois a maioria dos profissionais da rea entende que a administrao de medicamentos uma das mais srias responsabilidades que pesa sobre o exerccio profissional do enfermeiro e demais integrantes de sua

    equipe.

    Para que voc entenda onde se encaixa a responsabilidade judicial desse profissional, preciso entender um conceito jurdico. Para que um profissional responda

  • 46

    judicialmente a um processo civil, necessrio vincul-lo a uma responsabilidade civil comprovada, ou seja, necessrio que sua atitude contenha trs elementos:

    1) Conduta O profissional precisa realizar uma ao ou omisso.

    2) Resultado A sua conduta precisa ocasionar um prejuzo moral ou fsico no paciente.

    3) Nexo Causal Precisa haver ligao entre a conduta realizada e o resultado final alcanado.

    Assim, se durante a administrao de medicamentos o profissional realizou uma determinada ao ou omisso que causou prejuzo moral ou fsico a um paciente e se comprovou esta relao do ato com o prejuzo, cabvel um processo civil de indenizao, cuja condenao depender das consequncias ou possveis conseqncias na sade do paciente.

    Vale ressaltar ainda que a administrao de medicamentos no se restringe apenas a separar comprimidos. Pode-se incluir aqui as injees de substncias estranhas, introduo inadvertida de ar por via venosa (aplicao de injeo com bolhas de ar), administrao de medicamentos por via errada, preparo de drogas erradas por no

    entender ou no interpretar corretamente a leitura da prescrio mdica.

    Quanto responsabilidade criminal, o profissional que causar prejuzo sade de um paciente poder incorrer em algumas condutas definidas na legislao como

    crime, como veremos a seguir:

    1) O artigo 121 do Cdigo Penal Brasileiro, trata do homicdio simples. O profissional que agir com imprudncia, negligncia ou impercia e, desta ao ou omisso, resultar

    na morte do paciente, responder por crime de homicdio culposo, ou seja, sem a inteno de matar. Neste caso, poder ser condenado a uma pena de um a trs anos de deteno.

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    2) No mesmo Cdigo Penal, em seu artigo 129, podemos avaliar o crime de leso corporal. Assim, se de uma ao ou omisso do profissional resultar danos a integridade fsica ou a sade do paciente, causando-lhe incapacidade para as ocupaes habituais,

    por mais de trinta dias, perigo de vida, debilidade permanente de membro, sentido ou funo ou acelerao de parto, sofrer pena de recluso que poder variar de um a cinco anos. Em casos mais graves como incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade incurvel, perda ou inutilizao de membro, sentido ou funo,

    deformidade permanente ou aborto, a pena poder durar de dois a oito anos. 3) O Cdigo Penal trata ainda de assuntos ligados diretamente profisso de enfermagem. O seu artigo 280, expressa o crime de fornecimento de medicamento em desacordo com receita mdica que, se praticado de forma intencional, pode resultar em pena de um a trs anos ou multa e se for culposa, pode resultar em pena de dois meses a um ano.

    Desta forma, destaca-se a importncia do trabalho em equipe (mdicos, enfermeiros, auxiliares e farmacuticos) para o sucesso de uma assistncia adequada ao paciente e da importncia de qualquer ao da equipe de enfermagem ser realizada com toda a ateno e cercada de cuidados, com a finalidade de se eliminar qualquer risco de falhas que possam ser motivos de processos judiciais por impercia, negligncia e imprudncia, como vimos no incio deste captulo.

    2.4 Habilidades e competncias para o desenvolvimento da carreira

    Antes de falarmos das habilidades e competncias exigidas para o desenvolvimento de uma carreira na rea de enfermagem, importante lembrar que, acima de tudo, o profissional dessa rea precisa estar sempre atualizado, pois trata-se de

    uma rea que passa por constantes modificaes em mtodos e tcnicas.

    Quando falamos em habilidades e competncias para exercer a profisso, esses dois termos podem no ficar muito claros para alguns alunos. Por isso vamos tentar defin-los da melhor maneira possvel.

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    Em nosso ponto de vista, tratamos competncias como as caractersticas que o mercado exige de um profissional para que ele consiga desempenhar seu trabalho com qualidade. J habilidades, so caractersticas pessoais, direcionadas a rea da

    enfermagem, que um profissional possui ou que possa vir a desenvolver, de forma a qualificar ainda mais seu trabalho.

    Competncias:

    Disponibilidade de Horrio Pela sua prpria natureza, a profisso de enfermeiro exige do profissional dedicao plena sua atividade, pois a sade no tem data nem horrio marcados para as intercorrncias que requerem a presteza do profissional. As unidades de sade, hospitais e entidades que necessitam dos servios de enfermagem normalmente prestam este servio durante as 24 horas do dia e os plantes para tal atendimento no podem funcionar sem a presena do profissional prestador. Diante disso, o profissional que pretende seguir carreira nesta rea, com sucesso e

    reconhecimento deve estar ciente de que seus horrios de trabalho podem variar de acordo com a necessidade do seu empregador, sacrificando, via de regra, a sua vida pessoal. Embora estejamos falando em disponibilidade de horrio, na realidade a profisso exige uma grande dose de sacrifcio e a capacidade de conciliao das atividades profissionais com o atendimento aos interesses pessoais, tanto no aspecto

    social, comunitrio quanto nas necessidades familiares.O profissional que realiza seu trabalho com amor e dedicao, no fica incomodado com os percalos de horrios. Tudo fica para trs quando o profissional consegue perceber a confiana, satisfao e a felicidade expressas nos rostos de seus pacientes.

    Trabalho sob presso O profissional de enfermagem deve estar treinado para ter equilbrio e bom senso para resistir s presses da atividade. As presses podem ser de natureza intrnseca ou interna e de natureza extrnseca ou externa.

    Presses internas A atividade de atendimento a sade carrega uma enorme dose de presso psicolgica com relao s necessidades do paciente, desde a dificuldade em administrar certos medicamentos em doses e horrios especficos ou auxlio s

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    necessidades fisiolgicas e higinicas do paciente at assistir ao momento da morte de um de seus pacientes.

    Presses externas Da mesma forma, o equilbrio deve ser primordial no trato as ansiedades das pessoas prximas ao paciente, tanto parentes quanto amigos. Geralmente, essas pessoas reagem de forma inadequada e at grosseira com a forma de atendimento, por mais profissional e correta que seja, cobrando, questionando e criticando a atuao do dia a dia. O profissional deve entender essa situao e procurar atender da melhor forma possvel as expectativas e transmitir segurana a fim de que a famlia possa sentir que o paciente no est sofrendo perdas por ineficincia ou negligncia no tratamento.

    Organizao O trabalho na rea da sade exige controles rgidos de atendimento ao paciente, obrigando o profissional a estabelecer uma rotina rigorosa para manuteno dos horrios, dosagens de medicamentos e aes de atendimento perfeitamente

    ordenadas e corretas. Para tanto, cada profissional deve ter o cuidado de, ao assumir o seu posto, organizar o seu dia, momento a momento, de modo a garantir eficcia no seu trabalho, tanto quanto ao atendimento ao paciente como aos registros individuais que deve produzir para que o histrico de cada atuao possa ser interpretado e facilite a continuidade do trabalho por

    profissional que suceda o seu planto.

    Conhecimento tcnico Nenhuma competncia mais importante do que o conhecimento tcnico da profisso. Nos dias de hoje, no h mais lugar para enfermeiros empricos, ou seja, profissionais cuja atividade est baseada na experincia acumulada ao longo do tempo. A medicina avana a passos largos e a cada dia so descobertas novas formas de atendimento, novas vacinas, novos remdios para doenas que antes, acreditavam no haver soluo. O profissional que deseja crescer na profisso, deve estar antenado com o progresso da medicina e entender que o conhecimento se transforma a cada dia. Para tanto, o profissional deve procurar participar de comisses de estudos, participar de encontros tcnicos, frequentar palestras

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    e congressos e ser um estudioso constante do desenvolvimento teraputico e medicamentoso.

    Tomadas de deciso O trabalho dos profissionais de sade deve estar fundamentado na capacidade de tomar decises visando o uso apropriado dos equipamentos mdicos, de proteo pessoal e ambiental, eficcia e custo-efetividade, da fora de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de prticas. Para este fim, os

    mesmos devem possuir competncias e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadas em evidncias cientficas com ou sem superviso mdica.

    Da presteza de uma ao de enfermagem pode ser salva uma vida. Como exemplo, um paciente que engasga ao ingerir um alimento ou medicamento, deve ser atendido imediatamente, seguindo os procedimentos adequados para que este engasgo no coloque a vida do paciente em risco.

    O enfermeiro deve estar permanentemente alerta e em alguns casos, no pode esperar autorizao ou superviso do mdico sob pena de perder o paciente.

    Educao permanente Os profissionais devem ser capazes de aprender

    continuamente, tanto na sua formao, quanto na sua prtica. Desta forma, os

    profissionais de sade devem aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educao e o treinamento/estgios das futuras geraes de profissionais, proporcionando condies para que haja beneficio mtuo entre os futuros profissionais e os profissionais dos servios, inclusive, estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadmico/profissional, a formao e a cooperao atravs de redes nacionais e internacionais.

    Respeito hierarquia Cada profisso autnoma at o limite de sua competncia. O profissional deve entender que em um corpo clnico h uma diviso de responsabilidades que deve ser obedecida. No necessrio e nem recomendvel a subservincia. Cada profissional deve respeitar seu superior sem aviltar suas prprias

  • 51

    responsabilidades em seu campo de atuao. Da perfeita sintonia entre chefia e subordinado, respeitando-se os limites de cada um, est a eficcia e acerto da atividade. De outro modo, no havendo o devido respeito autoridade, certamente, estar

    estabelecido o conflito que pode culminar com o prejuzo das partes envolvidas e tambm dos pacientes que esto sob seus cuidados.

    Na maioria das vezes dever ser exercida uma grande dose de pacincia, com sacrifcio

    at de princpios pessoais, em favor do bom andamento das atividades. Ordem e Limpeza O ambiente de trabalho, principalmente na rea da sade, deve estar permanentemente limpo. Ao iniciar suas atividades, o profissional deve verificar seus equipamentos, suas ferramentas e estar seguro de que seu uso est perfeitamente adequado. Da mesma forma, o cho, mesas, cadeiras, armrios e estoques de medicamentos devem estar limpos, ordenados e sem faltas importantes.

    Habilidades:

    Boa comunicao A boa comunicao para um profissional de enfermagem fundamental para seu sucesso no mercado de trabalho, afinal, uma de suas funes principais, alm de prestar assistncia, transmitir informaes a sua equipe e seus pacientes e familiares de forma a orientar corretamente sobre os procedimentos que

    devem ser seguidos e tranqilizar a famlia e o prprio paciente com as informaes exatas do que est acontecendo ou vai acontecer. Sua comunicao deve ser clara, pausada e com o uso de palavras apropriadas.

    Existem alguns requisitos bsicos da comunicao profissional, que vale a pena ressaltarmos:

    A Boa Comunicao exige paixo Ame a sua profisso, pois quanto mais gostar dela, mais fcil ser transmitir a informao que precisa ser transmitida;

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    A Boa Comunicao exige clareza Falar com uma linguagem diferente do paciente que voc atender, pode parecer arrogncia. Atenda-o de forma simples e com objetividade que assim, a comunicao torna-se mais eficiente.

    A Boa Comunicao exige presena To importante quanto as palavras proferidas, o tom de voz, expresso facial, postura, gesticulaes e vestimentas.

    Relacionamento interpessoal O trabalho em um ambiente ecltico em que, de um lado o profissional convive com pacientes e familiares dos mais diversos nveis sociais e de educao e de outro lado, colegas de trabalho com as mais diversas caractersticas pessoais e profissionais, a habilidade de conviver e se relacionar com os diferentes talvez a caracterstica mais importante para manter um ambiente saudvel com uma prestao de servios de alta eficcia.

    O profissional de enfermagem est sujeito s variaes que essas diferenas podem ocasionar e, neste caso, fundamental saber entender as expectativas de cada um considerando sempre que cada indivduo tem uma forma de agir e pensar prprias, no podendo tratar de forma igual, pessoas desiguais.

    Assim, indispensvel ao profissional da sade a prtica da empatia, ou seja, colocar-se no lugar do outro para tentar entender o que o outro est sentindo. Desta forma, vai conseguir cultivar o bom senso e desenvolver um senso de equilbrio de forma a diminuir as tenses presentes no ambiente e elevar a auto-estima das pessoas que esto passando pelos problemas.

    Controle emocional Tanto o paciente quanto seus familiares possuem o direito de serem informados da situao a que esto submetidos, os riscos inerentes e os cuidados exigidos para o sucesso no tratamento. Este tipo de informao pode ser extremamente

    difcil e demanda uma carga de estresse alta tanto para o profissional quanto para o paciente.

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    Aliado a este fator, est o fato desse profissional conviver com a vida e a morte num mesmo ambiente requerendo de cada um, equilbrio e tranqilidade para que sua atuao no seja prejudicada pela ansiedade, desespero ou descontrole emocional.

    Liderana Ser lder no compor um quadradinho no organograma da empresa, mas estar apto a correr riscos e ter iniciativa quando a situao assim o requerer. Vrios procedimentos de enfermagem so requeridos de forma emergencial, sendo

    prejudicados pela falta de liderana no momento da assistncia, uma vez que profissionais que poderiam prestar esta assistncia, acabam aguardando a autorizao para a realizao do procedimento, culminando com a perda do paciente.

    A liderana envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decises, comunicao e gerenciamento de forma efetiva e eficaz.

    Pratividade Assim como liderar, o profissional de enfermagem dever agir sempre em tempo para evitar que problemas se agravem. Cabe ao profissional ter uma ampla viso da condio do paciente para agir preventivamente a fim de que novos problemas se instalem e com isso, tornem-se mais difceis de serem combatidos.

    Dicas para encarar pacientes difceis

    Para finalizar este captulo, disponibilizamos algumas dicas do livro Como administrar conflitos profissionais de Peg Pickering que podem dar uma dimenso da importncia das caractersticas acima para o bom desempenho de seu trabalho.

    Dez dicas para acalmar pacientes difceis:

    1 - No pessoal. Por estar na linha de frente, voc o saco de pancadas que ir absorver as frustraes do paciente com relao a problemas e conflitos. No voc, a situao.

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    2 - Mantenha a tranqilidade. Responder raiva do paciente da mesma maneira ir apenas piorar a situao. No perca o controle: fique tranqilo, calmo, no fique

    nervoso nem defensivo.

    3 - Dilua a raiva. Deixe o paciente desabafar, ele precisa disso. No entanto enquanto ele faz isso, nada do que voc disser ir causar algum impacto sobre ele. Devido ao estado altamente emocional do paciente, a lgica de suas respostas ou explicaes ser

    simplesmente ignorada por ele e ir torn-lo mais voltil.

    4 - Seja solidrio. O paciente no quer apenas que voc entenda o problema, mas tambm a sua reao. Nesse momento, essa situao a coisa mais importante para ele e a indiferena ou atitude defensiva de sua parte ir deix-lo ainda mais irritado.

    5 - Oua com ateno. Deixe o paciente terminar. Faa perguntas para esclarecer o que ele est dizendo.

    6 - No faa promessas que no pode cumprir. muito fcil fazer uma promessa impensada para agradar um paciente hostil. No faa isso. S ir causar mais problemas no futuro.

    7 - Analise o problema. Pacientes difceis geralmente esto to empenhados para que voc entenda sua raiva que se esquecem de expressar o problema real e claramente. Cabe a voc descobrir o problema principal. Faa perguntas abertas e repita o que o paciente disse para verificar se entendeu completamente.

    8 - Pergunte ao paciente se h alguma outra forma de ajud-lo. Se voc puder atend-lo, faa isso. Se no, negocie uma soluo satisfatria.

    9 - Enfatize o que voc pode fazer. "Deixe-me ver o que posso fazer por voc" ir ajudar a diminuir a ira do paciente, enquanto "No sei o que podemos fazer" ir piorar a situao. Evite dizer "Eu s trabalho aqui" ou " contra a poltica da empresa". Isso

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    deixa as pessoas furiosas. Mesmo se for contra a poltica da empresa, encontre uma maneira diferente de dizer ao paciente que voc no pode fazer o que ele deseja. 10 - Cuide do problema e faa um acompanhamento. Depois de dizer ao paciente o que ser feito, faa isso. Se partes desse plano precisar ser feitas por outros departamentos, faa um acompanhamento para verificar se as providncias foram tomadas. Caso contrrio, voc ter o prazer de lidar com esse paciente hostil em outra situao voltil.

    2.5- Como trabalhar o envolvimento emocional

    Os profissionais de enfermagem esto muito expostos a situaes emocionais como doenas terminais ou mesmo a morte de um paciente. Esta exposio se justifica pelo tempo em que a equipe de enfermagem permanece com um paciente. Podemos considerar que este tempo representa as 24 horas do dia, uma vez que so eles que

    mantm o maior contato com o paciente. Assim, por permanecer mais tempo junto ao paciente, os profissionais acabam por estabelecer uma relao de ajuda enfermeiro-paciente, desenvolvendo assim, como aspecto bsico, o envolvimento emocional.

    Segundo Joyce Travelbee, enfermeira psiquitrica que viveu no incio do sculo XX, envolvimento emocional a capacidade de transcender-se a si mesmo e interessar-se por outra pessoa sem que este interesse nos inabilite. atravs do envolvimento que ns notamos o outro, tornando-nos sensveis situao que est vivenciando e o que nos

    mobiliza a oferecer a ajuda necessria. Porm, esta mesma enfermeira, autora de vrios livros sobre o assunto, acredita que um indivduo que lida com gente, precisa desenvolver um distanciamento profissional adequado para que possa ter domnio sob seu controle emocional.

    Todavia, entende-se que para prestar um bom servio preciso compreender o que se passa com o paciente e quais seus sentimentos em relao aos problemas que est vivenciando e, sem envolvimento emocional, pouco provvel que um profissional tenha sucesso.

  • 56

    Desta forma, nos resta apenas analisar a posio dos profissionais que esto trabalhando no campo e, assim como os especialistas, esse profissionais possuem opinies diversas. Para alguns, o envolvimento emocional no deve ocorrer pelo risco

    de trazer situaes dolorosas e acabar prejudicando o atendimento dos demais pacientes. Para outros, h aspectos positivos no envolvimento emocional como a possibilidade de orient-los para a vida fora do hospital ou apenas como medida teraputica.

    Sem uma posio concreta sobre um ou outro lado, s nos cabe oferecer mais argumentos para que voc mesmo tire suas prprias concluses e siga o melhor caminho

    para atender seus pacientes.

    Porque no se envolver emocionalmente com o paciente:

    - Quanto maior for o envolvimento emocional, menos profissional ser a relao e vice-versa;

    - O envolvimento emocional leva o enfermeiro a identificar-se excessivamente com um paciente, podendo deixar de atender adequadamente os demais pacientes;

    - A pessoa que se envolve considerada inapta e incapaz, pois se compadece demais do

    paciente sendo excessivamente sensvel e, portanto, no poder ser verdadeiramente til a ele;

    - A pessoa que se envolve considerada inapta e incapaz, pois se compadece demais do

    paciente sendo excessivamente sensvel e, portanto, no poder ser verdadeiramente til a ele.

    - Enxergar o paciente como amigo, torna o profissionalismo defasado.

    - Misturar o seu estado emocional com o do paciente poder assimilar em si um estado de depresso, pois passar a se comparar com todos os problemas do paciente.

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    - O enfermeiro passa a enxergar o paciente como se fosse dar tudo certo com ele, esquecendo da gravidade do problema dele e deixando passar coisas crticas em seu estado geral; em resumo perde a frieza e o senso crtico.

    - Ter pena do paciente pode colocar em risco a qualidade do tratamento.

    Por que se envolver emocionalmente com o paciente:

    - O profissional acaba entendendo o paciente, sentindo o que ele sente.

    - O paciente precisa de um carinho profissional porque ele carente, mas sem deixar ele confundir ou interpretar incorretamente os sentimentos.

    - Porque se no houver um pouco de amizade entre ambas as partes, difcil conhecermos sobre as queixas do paciente.

    - O convvio dirio faz com que o paciente seja visto como familiar e, por esse motivo, o profissional acaba se apegando emocionalmente.

    - Porque torna o relacionamento mais estreito, o que favorece o tratamento.

    - Por se colocar no lugar do paciente e imaginar a dor que est sentindo.

    - A emoo motiva o profissional a se dedicar mais aos pacientes.

    - Utilizar o lado emocional parte da relao entre pessoas. Trabalhar de forma apenas racional, se faz com mquinas e no pacientes.

    - O paciente se sentir melhor e mais importante por saber que est sendo recebido com amor e carinho.

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    Concluso do Mdulo I

    Neste primeiro mdulo, voc aprendeu conceitos bsicos sobre a profisso de enfermagem. Voc j sabe tambm como esta rea surgiu e os aspectos mais importantes relacionados ao exerccio da profisso.

    Agora que j sabemos a importncia da enfermagem para a sade, vamos continuar nosso curso para que voc conhea um pouco mais e tenha ferramentas

    suficientes para optar e seguir esta profisso.

    Boa Sorte!