Ensaio Lingua Portuguesa Joana Borges

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  • 7/23/2019 Ensaio Lingua Portuguesa Joana Borges

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    Numa poca de extremos na Europa, ou a extrema-direita (os fascismos conservadores)

    ou extrema-esquerda (o comunismo), estava vigente em Portugal uma ditadura, que durou mais

    de 40 anos, em que existiam imensas proibi!es, por exemplo, uma reuni"o de mais de duaspessoas, usar isqueiro ou andar de bicicleta sem ter licena, andar de bi#ini$ %e todas as

    proibi!es existentes &avia uma classe e um assunto que eram um dos maiores alvos do

    conservadorismo, as mul&eres e o sexo (ou as rela!es amorosas)$ 's mul&eres eram seres

    inferiores que se encontravam sobre a guarda de um &omem, primeiro do pai e dos irm"os e

    depois do marido$ 's mul&eres, seres que tin&am as suas fun!es bem definidas, tratar da casa,

    do marido e dos fil&os, como di* no livro amor e sexo no tempo de salazar de (+$$) 's boas

    meninas ficavam em casa, aprendiam a co*in&ar, a limpar, a coser, a bordar, a decorar, a gerir o

    oramento domstico, a dar ordem s criadas, a agradar os maridos, a tratar dos bebs, a educar

    as crianas e a tomar conta dos idosos$ 's mul&eres, seres que n"o tin&am livre vontade e muito

    menos eram livres $ 's mul&eres, seres que n"o tin&am autonomia e que mesmo que

    trabal&assem estavam sueitas a aprova"o do marido embora a mul&er casada pudesse ter um

    emprego com a autori*a"o do marido (+) que, em qualquer momento podia c&egar ao p do

    empregador e di*er despea-me se fa* favor , eram constitucionalmente consideradas

    inferiores, artigo ./ da constitui"o de 122 salvas, quanto mul&er, as diferenas resultantes

    da sua nature*a e do bem da fam3lia$ E as rela!es amorosas estado (+) tem uma queda

    especial para tornar a intimidade dos cidad"os particularmente as rela!es amorosas e conugais

    alvo de uma srie de proibi!es e regulamentos o que escreve 'nt5nio 6osta 7antos no seu

    livro Proibido8 que fala sobre tudo o que era proibido durante o estado novo$ No estado novo

    funcionava assim, a menina solteira estava dispon3vel para aquele que pedisse a m"o dela ao seu

    pai, que escol&ia quem seria o rapa* adequado, semel&ana do que acontecia na idade mdia$

    u se quisermos uma realidade mais cor-de-rosa, tal e qual s &ist5rias de princesas que todos

    ouvimos quando somos pequenos, o pr3ncipe que pede a m"o da linda princesa e vivem feli*es

    para sempre$ Neste caso espec3fico, fossem feli*es ou infeli*es tin&am mesmo de viver untos

    para sempre, visto que o div5rcio era proibido$ 'lgumas sortudas ainda podiam escol&er que

    queriam namorar, mas estas coisas n"o se fa*iam na rua e muito menos se deixava as pobres

    meninas so*in&as com um &omem, se as meninas queriam namorar fa*iam-no anela, na

    compan&ia de uma irm" mais vel&a, irm"o ou primo$ Namorava-se um ano, mais coisa menos

    coisa$ E namorava-se porta ou anela do rs-do-c&"o se a &ouvesse$ 9uando a coisa era

    sria, ou sea sempre porque n"o &avia essas coisas de ir namorando, ou era a srio ou era a

    srio, o pretendente apresentava-se aos pais da menina, que eram quem mais interessava

    gostarem do rapa* o pretendente entrava, eu sentava-me a fa*er renda ou a bordar lareira, e

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    os meus pais que conversavam com ele$ N"o &avia c: intimidade nen&uma( amor e sexo no

    tempo de sala*ar)

    s beios, toques e o sexo eram um monstro no arm:rio que ningum queria despertar$

    s pais n"o conversavam com os fil&os sobre coisas como a menstrua"o, a masturba"o, asrela!es sexuais ou at mesmo o mais simples das demonstra!es de afeto$ que se ensinava s

    meninas era que na noite de n;pcias deviam fa*er o que o marido queria e antes disso devia

    manter-se a maior dist,.0 escudos? @"o naquilo .,00 escudos? 'quilo na

    m"o 20 escudos? 'quilo naquilo .0 escudos? 'quilo atras daquilo 00 escudos? Par:grafo ;nico-

    com a l3ngua naquilo .0 de multa preso e fotografado$ 6omo escreve 'nt5nio 6osta 7antosno seu livroProibido! a sociedade normalmente at devia agradecer que fosse reprimido quem

    atentasse contra o poder coletivo claro que ningum quer andar na rua e ver m"os naquilo,

    aquilo naquilo, e por ai em diante, mas qual o problema de uma m"o na m"oA u de um beioA

    Boe em dia, feli*mente, nen&um$ C mais que normal passear nas ruas de lisboa e ver

    um casal de m"os dadas ou a dar um beio$ 7eam de que idades forem, desde os adolescentes

    aos idosos$ corpo : n"o um bic&o de que devemos ter vergon&a, que devemos esconder$ s

    meninos e as meninas andam na mesma escola e por isso &: uma maior probabilidade de que se

    relacionem e n"o &: problemas nisso$ Boe : n"o se namora anela, quer di*er a ;nica anela a

    que se namora a dos chatsdas redes sociais, a anela de casa utili*ada para dar lu* e namorar

    a porta ate considerado estran&o$ 'li:s, namorar perto de casa onde os pais possam ver

    aterrador$ Namora-se nos ardins, nos parques, nos cinemas, nas praias, em casa tambm mas de

    preferDncia sem a presena dos pais$ 's mul&eres, agora seres aut5nomos e independentes tDm

    as mesmas fun!es que os &omens, na teoria$ 's mul&eres que fa*em o que querem quando

    querem( ou podem) : s"o livres, ou pelo menos consideradas iguais ao &omem e : n"o &: nada

    que as distinga na constitui"o$

    em 1 anos e est: no ensino secund:rio, : teve dois namorados e quando quis terminar

    a rela"o n"o teve de di*er ainda n"o estou pronta para casar como tin&a de se di*er antes$

    6omo uma mul&er livre pFde di*er , : n"o gosto de ti , : n"o quero estar contigo$ al como

    podem di*er todas as mul&eres$ G: teve rela!es sexuais e n"o por isso que est: casada e um

    dia quando casar n"o &: nen&um &omem que v: reclamar por isto pois, na verdade, ele n"o tem

    nada que ver com isso$

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