ENSINAMENTO DE NIDAI-SAMA Ofício Religioso de … · No Paraíso, o Mundo do Início, nós...

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O antepassado só poderá ser salvo do sofrimento através de um descen- dente consanguíneo. Por isso, enquanto estivermos vivendo nesse mundo, preci- samos nos filiar a alguma religião de alto nível e dedicar, com a bênção de Deus, em prol do mundo e das pessoas. Assim, acumulando virtudes, receberemos nossa elevação. Ao mesmo tempo, nossos fami- liares consanguíneos também se elevarão. Quando realizamos todos os trâmites e sufragamos os antepassados como en- tes divinos, é como se uma escada lan- çada do tão almejado Paraíso fosse lan- çada a eles, abrindo o caminho para sua ascensão. Por isso, é óbvio que o ante- passado fique contente. Porém, não sig- nifica que apenas um sufrágio garanta a pronta entrada do espírito no Paraíso. O espírito que ainda não possui qualificação para tal, recebe aprimoramentos e, ao fi- nal destes, estará apto a subir ao Paraíso. Este é o compromisso firmado através do Sorei-Saishi e, portanto, o caminho para o Alto estará aberto. Como os espíritos passam a fazer o aprimoramento cheios de esperanças, os sofrimentos deixam de ser sofrimentos. É como se praticamente já estivessem no Reino dos Céus. Acredito que, através dessa explica- ção, os senhores puderam compreender quão importante é o assentamento e o culto aos antepassados. 10 de dezembro de 1958 IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL BOLETIM INFORMATIVO OUTUBRO 2016 40 Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais “A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento” Meishu-Sama Shin Verdade Zen Bem Bi Belo ENSINAMENTO DE NIDAI-SAMA

Transcript of ENSINAMENTO DE NIDAI-SAMA Ofício Religioso de … · No Paraíso, o Mundo do Início, nós...

O antepassado só poderá ser salvo do sofrimento através de um descen-

dente consanguíneo. Por isso, enquanto estivermos vivendo nesse mundo, preci-samos nos filiar a alguma religião de alto nível e dedicar, com a bênção de Deus, em prol do mundo e das pessoas. Assim, acumulando virtudes, receberemos nossa elevação. Ao mesmo tempo, nossos fami-liares consanguíneos também se elevarão.

Quando realizamos todos os trâmites e sufragamos os antepassados como en-tes divinos, é como se uma escada lan-çada do tão almejado Paraíso fosse lan-çada a eles, abrindo o caminho para sua ascensão. Por isso, é óbvio que o ante-passado fique contente. Porém, não sig-nifica que apenas um sufrágio garanta a

pronta entrada do espírito no Paraíso. O espírito que ainda não possui qualificação para tal, recebe aprimoramentos e, ao fi-nal destes, estará apto a subir ao Paraíso. Este é o compromisso firmado através do Sorei-Saishi e, portanto, o caminho para o Alto estará aberto.

Como os espíritos passam a fazer o aprimoramento cheios de esperanças, os sofrimentos deixam de ser sofrimentos. É como se praticamente já estivessem no Reino dos Céus.

Acredito que, através dessa explica-ção, os senhores puderam compreender quão importante é o assentamento e o culto aos antepassados.

10 de dezembro de 1958

IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALBoletim informativo

oUtUBro 2016 nº 40

Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais

“A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento”Meishu-Sama

ShinVerdade

ZenBem

BiBelo

ENSINAMENTO DE NIDAI-SAMA

sem que nascer de novo é a única e verda-deira “alegria” ou “felicidade” para nós, se-res humanos.

Nós sentimos como se vivêssemos e respirássemos na Terra. Porém, a verdade é outra. Na realidade nós já vivemos no Pa-raíso. Nós já somos habitantes do Paraíso. Apesar de nossas fraquezas, Deus sempre nos considera como residentes de Seu Pa-raíso pois foi lá que Ele nos concebeu. Ape-sar de sentirmos como se estivéssemos na Terra, nosso lar continua sendo o mesmo – o Paraíso.

Antes de virmos à Terra, nós servíamos a Deus no Paraíso. Isso não muda, mesmo depois de virmos à Terra. Nossa tarefa conti-nua sendo a mesma – servir a Deus que está no Paraíso. Deus está agora desenvolven-do um trabalho de salvação completamente novo – fazer com que nós, a humanidade, nasçamos de novo e tornar-nos Seus ver-dadeiros filhos. Onde será que Deus desen-volve Sua Obra Divina? Obviamente, é no Paraíso. É por isso que, se quisermos servi-Lo, precisamos primeiro retornar ao Paraíso.

Em seu ensinamento “Características da salvação pela Igreja Messiânica Mun-dial” 1, Meishu-Sama escreveu: “Para sal-var o próximo, o homem precisa primei-ramente elevar-se ao Paraíso e tornar-se seu habitante. Assim, ele poderá puxar o próximo para o Paraíso e trazê-lo à salva-ção”. Precisamos fazer com que esse ensi-namento se torne nossa realidade. Portan-to, vamos aceitar que somos habitantes do Paraíso e retornar ao Paraíso que existe no interior de cada um de nós. Se não fizermos isso, não teremos permissão de participar na Obra Divina de Meishu-Sama e salvar todo o mundo. Só temos a permissão de servir na Obra Divina de Meishu-Sama porque nossa verdadeira tarefa é servir a Deus no Paraíso como seus residentes.

O que fazemos na Terra é uma mera projeção do que na realidade fazemos no Paraíso. Hoje, estamos reunidos neste tem-plo realizando um culto religioso de louvor a Deus. Estes cultos são realizados na Terra

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Na realidade, sou eu quem precisa mu-dar minha percepção de “vida” e ressuscitar dos mortos. Eu vim acreditando que a vida é limitada e eventualmente se extingue. Era eu quem pensava que meus ancestrais es-tavam mortos. Era eu quem precisava per-ceber e aceitar que todos meus ancestrais trazem consigo a vida eterna de Deus e es-tão vivos dentro de mim. Alcançar essa per-cepção, acredito, é a forma pela qual pode-remos harmonizar, pacificar e trazer salva-ção a nossos ancestrais. Eu sinto que jamais poderei ser um verdadeiro ser vivo enquanto acreditar que meus ancestrais, em meu inte-rior, estão mortos.

O terceiro salmo do Culto às Almas dos Antepassados diz:

Crie alegria enquanto estiver na Terra!Crie a alegria de alcançar a vida eterna!Nós podemos ter nossa própria defini-

ção ou percepção do que é “alegria” ou do que é “ser feliz”. Porém, Meishu-Sama está definindo de forma muito clara que nos-sa alegria significa uma só coisa: alcançar a vida eterna. Ele está nos incentivando a criar essa alegria enquanto estivermos aqui na Terra. No Paraíso, o Mundo do Início, nós prometemos a Deus que, quando viésse-mos à Terra, lembraríamos quem é o nosso verdadeiro Pai, herdaríamos Sua vida eter-na e nos tornaríamos verdadeiros filhos de Deus – Messias.

No entanto, nós nos esquecemos dessa promessa e, de certa forma, abandonamos Deus. Porém, Meishu-Sama lembrou-se dela. Ele percebeu que seu verdadeiro lar era no Paraíso, o Mundo do Início. Ele re-tornou ao Paraíso e lá recebeu, mais uma vez, a vida eterna de Deus. Ele cumpriu a promessa que os seres humanos fizeram a Deus e alcançou a condição de um Messias, um filho de Deus. Nós também precisamos nos lembrar dessa promessa, e precisamos fazê-lo agora, enquanto estamos aqui na Terra. É por isso que primeiro precisamos retornar ao Paraíso em nome do Messias, receber a vida eterna de Deus mais uma vez e alcançar a condição de um Messias, um filho de Deus, da mesma forma que Meishu-Sama. Eu gostaria que os senhores soubes-

Com profundo respeito e temor a Deus, gostaria de dizer que nós não somos os

proprietários de nossas vidas; Deus o é. A vida pertence a Deus. Ele é o proprietário de nossas vidas.

No segundo salmo de Meishu-Sama en-toado hoje no Culto às Almas dos Antepas-sados há o seguinte trecho:

Saibam meus fiéis! O senhor de suas vidas não são vocês, Deus é o senhor de suas vidas e suasvidas estão nas mãos d’Ele.Através deste salmo, Meishu-Sama quer

que saibamos que só seremos verdadeiros seres vivos se entendermos que vivemos pelo poder de Deus e que nossa vida a Ele pertence.

O Paraíso existe. Ele é o Mundo do Início e a origem de toda a Criação. Neste Para-íso, Deus nos concebeu concedendo-nos Sua própria vida eterna e tornou-Se nosso

Pai. Hoje, na Terra, ainda trazemos connos-co essa vida eterna. O Paraíso ainda existe dentro de nós. A vida que Deus nos conce-deu não perecerá, mesmo após o término de nossa vida terrena, porque Deus com-partilhou connosco Sua própria vida eterna. A morte não existe. Não há diferença entre aqueles que estão “vivos” e os que estão “mortos”. Estamos todos vivos e viveremos para sempre. Portanto, nossos ancestrais não estão mortos como normalmente acre-ditamos. Dentro de nós, eles estão claman-do, “Não pensem que estamos mortos! Es-tamos vivos dentro de você!”

Usa-se a expressão: “ressuscitar dentre os mortos” como se tivéssemos que morrer primeiro para então ressuscitar. No entanto, eu gostaria que soubessem que os senho-res “ressuscitarão dentre os mortos” no exa-to momento em que conseguirem entender que estiveram e estarão vivos para sempre.

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PALAvRAS DE KyOShU-SAMACULTO PELA PAz MUNDIAL E CULTO àS ALMAS DOS ANTEPASSADOS TEMPLO MESSIÂNICO, SOLO SAGRADO DE ATAMI - 1 E 2 DE AGOSTO DE 2016

1Tradução revisada

ditando que a Luz de Deus já alcançou e permeou tudo e todos.

Pensem. Se Deus é todo-poderoso, será que Ele deixaria alguma parte do mundo ou alguma pessoa fora do alcance de Sua Luz e misericórdia? Se Deus é realmente todo-poderoso e onisciente, será que há um segundo sequer em que Deus não es-teja governando todo o universo? Deus não foi sempre o nosso Senhor? Se os senhores pensarem que precisam “manifestar” ou “ir-radiar luz”, não estarão acreditando em um Deus todo-poderoso, mas sim em um Deus adormecido. Isso, eu acredito, é um desres-peito a Deus. Por isso, é agora que precisa-mos realmente mudar nossa forma de pen-sar a respeito de como desenvolveremos a Obra Divina de Meishu-Sama.

Agora, gostaria de falar sobre paz, uma vez que hoje estamos celebrando o Culto pela Paz Mundial. No ensinamento intitulado “A arte de Deus” 2, Meishu-Sama escreveu o seguinte: “Qualquer ‘ismo’ ou pensa-mento específico é como uma cor úni-ca, criada para um determinado objetivo. Além de ser impossível para qualquer um ter sucesso usando esta cor para pintar além das linhas que delimitam ou-tras áreas, qualquer tentativa de fazê-lo cria desarmonia que, por sua vez, gera um atrito que pode eventualmente agra-var-se transformando-se em um grande conflito”. Meishu-Sama está nos alertando para o facto de que pensamentos e ideias humanas não são suficientes para concreti-zar a paz. Pelo contrário, elas são a causa do conflito e, em suma, Meishu-Sama está nos dizendo que nós, seres humanos, não temos poder para concretizar a paz na Terra.

No mesmo ensinamento, Meishu-Sama também escreveu: “Para o nascimento desse Novo Mundo, será necessário ha-ver uma grande revolução [...] no pen-samento humano”. O significado do que Meishu-Sama quis dizer com “uma revolu-ção no pensamento humano” é óbvio. Nós precisamos verdadeiramente reconhecer e aceitar que Deus é o único que pode

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senhores precisam primeiro reconhecer o seguinte: Deus está ministrando Johrei den-tro dos senhores e também dentro das pes-soas para as quais os senhores ministram Johrei. E mesmo que não possam levantar a mão para ministrar Johrei para os outros, o acto de entregar diariamente seu coração e mente a Deus é, por si só, uma prática de Johrei com a qual Deus está muito satisfeito.

Meishu-Sama nos permitiu relembrar que temos o Paraíso em nosso interior. Ele nos fez perceber que a Luz de Deus existe dentro de cada um de nós. Nós nos esque-cemos disso durante muito tempo e esque-cemos de retornar ao Paraíso interior. Isso foi porque, como seres humanos, sempre quisemos “manifestar” a luz ou “expressar” nossa individualidade enquanto, ao mesmo tempo, nos esquecíamos quem realmente somos.

Porém, eu gostaria que os senhores soubessem que “manifestar” é uma ação que simboliza a Era da Noite. Meishu-Sama nos ensina, no ensinamento “Sol e Lua”, que a ação que simboliza a Era do Dia é a ação de “recuar” ou “retornar”. Quando ouvimos que temos um Paraíso interior, nossa tendência é pensar: “Vamos então manifestar o nosso Paraíso interior”. Essa foi a maneira de pensar da Era da Noite. Na Era do Dia, nossa missão é “retornar” ao Paraíso interior. É por isso que sempre digo que precisamos mudar completa-mente a nossa mentalidade se quisermos seguir os passos de Meishu-Sama.

Quando ministramos Johrei, não es-tamos irradiando luz de nossa mão para quem o recebe. Se fosse este o caso, estaríamos assumindo que há partes do mundo onde a Luz de Deus ainda não che-gou. Ao invés de irradiarmos luz, estamos na realidade absorvendo e devolvendo luz para Deus. A mão do Johrei é a mão que acolhe toda a humanidade no Reino de Deus. Neste caso, estaremos assumindo que o mundo inteiro está preenchido com a Luz de Deus. Assim como manifestar, “ir-radiar” foi a forma da Era da Noite. Na Era do Dia, nós precisamos recuar, absorver e devolver tudo às mãos de Deus, acre-

somente porque os realizamos constante-mente no Paraíso, para louvar e glorificar a Deus.

Nesta Terra, temos olhos para ver, ouvi-dos para ouvir e o sentido do tacto. Porém, só temos essas faculdades porque, no Pa-raíso, antes de virmos para a Terra, nos fo-ram concedidos olhos para vermos Deus e ouvidos para ouvirmos a voz de Deus. Nos-sa prioridade é lembrar de todas essas coi-sas que Deus nos concedeu para usarmos no Paraíso. Caso contrário, não seremos capazes de auxiliar Deus a acolher toda a humanidade e todos ancestrais no Paraíso e trazê-los à salvação.

A chave para acolhermos toda a huma-nidade no Paraíso está em como reconhe-cemos os mecanismos de nossas emoções e de nossas mentes – nosso Sonen. Seguin-do a lógica sobre a qual estou falando hoje, nossas emoções e nossa mente na realida-de existem no Paraíso e estão sendo cons-tantemente usadas por Deus.

Em nossas vidas, experimentamos vá-rias emoções. Às vezes, ficamos deprimi-dos, tristes ou preocupados quando nos deparamos com situações difíceis. Outras

vezes, nos sentimos alegres e felizes. Por causa dessas emoções, todo tipo de pen-samentos passam por nossa cabeça.

Os senhores podem achar que essas emoções e esses pensamentos sejam seus, mas eles são emoções e pensamentos de toda a humanidade e de todos os ances-trais. Os senhores os sentem como se fos-sem seus porque Deus quer que conheçam que tipo de emoções e pensamentos tive-ram nossos ancestrais, e que saibam que esses ancestrais já foram salvos.

A Luz de Deus e Seu perdão já alcança-ram a parte mais profunda de nossos cora-ções – aquela que talvez acreditemos estar escondida dos outros. Deus estendeu Sua mão forte a toda a humanidade, envolveu-nos em Sua Luz confortadora e está ago-ra nos acolhendo em Seu Paraíso. Essa é a verdadeira mão do Johrei. Deus está minis-trando Johrei a cada um de nós, dentro de cada um de nós.

Que benção é estarmos sempre rece-bendo Johrei de Deus! Vamos nos entregar a Deus. Vamos entregar nosso coração e mente nas mãos de Deus. Quando estive-rem ministrando Johrei para os outros, os

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2Tradução revisada

Ela pode ser resumida em poucas palavras:Observe a ordem e seja cortês.Estes salmos de Meishu-Sama me fize-

ram perceber que eu só vim tentando ser cortês com as pessoas e não com Deus. Preciso observar a ordem mais importante entre Deus e eu, e não somente a ordem da sociedade. Portanto, vamos ser corteses com Deus e devolver toda a bondade a Ele. Vamos louvar a Deus em tudo o que fazemos porque, pela ordem, Ele é a primeira priori-dade. Meishu-Sama nos ensina que isso é a essência da fé que temos que pôr em práti-ca. Acredito que ser cortês com Deus e ob-servar a ordem divina desta forma é o passo que temos que seguir para nascermos de novo como filhos de Deus, Messias.

Com toda a humanidade, todos os an-cestrais e toda a Natureza, em nome do Messias que é uno a Meishu-Sama, vamos agradecer a Meishu-Sama que está sempre dentro de nós, instruindo nossos corações no caminho de Deus. Vamos louvar a Deus, nosso Pai, do fundo do nosso coração.

Por fim, vamos despertar para um tipo completamente novo de fé, na qual todo louvor é direcionado a Deus.

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Ele está dizendo que tais virtudes vieram de Deus e a Ele precisam ser atribuídas.

Só existe uma pessoa simpática – Deus. A “Pessoa simpática” é Deus. Nós não po-demos ser pessoas simpáticas, mesmo que nos empenhemos ao máximo. Aquele que sempre tenta fazer o próximo feliz é Deus, e o “próximo” significa toda a humanidade. Por mais que não gostemos de Deus, Ele sempre quer que cada um de nós alcance a verdadeira felicidade de nascer de novo como Seu filho. Precisamos sempre atribuir toda a bondade a Deus e isso, eu acredito, é o tipo decortesia que devemos demonstrar para com Deus.

Acredito que viemos esquecendo de nossa cortesia para com Deus. No Culto pela Paz Mundial, cantamos dois salmos de Meishu-Sama relacionados à cortesia. Um deles diz:

Qualquer que seja sua posição no lar ou na sociedade, Se observar a ordem e agir com cortesia, A paz reinará em seu país.O outro diz o seguinte: Saibam meus fiéis! A essência da fé não é nada complicada.

concretizar a paz na Terra. O primeiro salmo cantado ainda há pou-

co no Culto pela Paz Mundial diz o seguinte: Entre nações, entre povos, Os conflitos são intermináveis. Quem, senão Deus, terá a autoridade

paradar um fim a eles?Quem mais deseja a paz é Deus; e não

nós, seres humanos. O propósito de Deus não é estabelecer uma paz temporária, mas, sim, uma paz que durará para sempre. E uma paz eterna não pode ser estabelecida entre os seres humanos, mas, sim, entre Deus e os homens. Que sentido faz criar a paz entre os seres humanos ou dizer: “pre-cisamos orar pela paz mundial”, quando perdemos nossa paz com Deus, que possui toda a autoridade e poder?

Deus é o Rei e Senhor de todos nós e de todo o mundo. Nós, seres humanos, precisamos reconhecer que, sem perceber, tomamos a posição de reis e viemos deson-rando a soberania de Deus, como se tivés-semos declarado guerra contra Ele. Deus nunca nos abandonou. Nós O abandona-mos, destruímos a paz que tínhamos com Ele e, assim, pecamos contra Deus.

Porém, com Sua infalível graça, Deus decidiu perdoar-nos e reestabelecer a paz conosco. Este é o significado da Transição da Era da Noite para a Era do Dia. Ela signi-fica o perdão de Deus. Através da Transição da Noite para o Dia, Deus nos religou à Sua paz porque nos ama. O amor de Deus é uno à Sua verdade, e a verdade é que nascere-mos uma vez mais e nos tornaremos verda-deiros filhos de Deus.

Todas as virtudes e boas qualidades – Paz, Verdade, Beleza, Amor, Bondade – per-tencem a Deus e não a nós. Temos que de-volvê-las a Deus; elas têm que ser atribuídas a Deus. Deus é o único a ser louvado.

Nós não entendemos corretamente o significado da fé. Pensávamos que o objeti-vo da fé era tentar tornar-nos pessoas boas, amorosas, e sentíamos como se pudésse-mos amar e querer o bem do próximo. No entanto, nós não possuímos o amor nem um coração bondoso. Equivocadamente viemos pensando que os possuíamos. Po-

rém, na realidade, eles pertencem a Deus e precisamos devolvê-los a Ele.

A prosperidade também pertence a Deus. Ao invés de desejarmos a prospe-ridade de Deus e de Seu Paraíso invisível, viemos desejando a prosperidade do mun-do humano e da Terra visível. Porém, o que precisamos desejar primeiramente e acima de tudo é a prosperidade do reino invisível de Deus no Paraíso. Para fazer isso, preci-samos devolver, hoje, a Deus todas as vir-tudes e boas qualidades, porque as viemos furtando do Paraíso, guardando-as conosco e esquecendo de desejar a prosperidade do Paraíso.

Em seu ensinamento intitulado “Pessoa simpática”, Meishu-Sama escreve que ele tenta fazer aquilo que satisfaz e torna as pes-soas felizes. Ele explica que não age assim por ser moralmente correto fazê-lo ou por ser o objetivo da fé pensar na felicidade do “próximo”. Ele diz que age assim simples-mente por ser esta a sua natureza e também porque Deus o concedeu esta natureza.

Meishu-Sama não está dizendo que possui um coração bondoso e nem que precisamos fazer do amor ao próximo um ensinamento religioso, como fazemos hoje.

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Chamo-me Ana Teresa Pereira Cor-dova Marcos, dedico no Núcleo

de Gaia e sou membro desde 1 de Se-tembro de 2002.

A Experiência que passo a relatar é sobre o meu filho. Nunca teve proble-mas de saúde, mas no passado mês de Agosto sempre que voltava do Hospital onde trabalha como médico, não con-seguia entrar em sua casa pois adorme-cia no carro logo que o estacionava na garagem, dormindo até de manhã.

Esta situação aconteceu diariamente durante três semanas. Ficou preocupa-do e comentou comigo. Na hora eu não refleti, mas fiquei assustada com o que estava a acontecer.

Fui para o Núcleo de Johrei e co-mentei com a Ministra. Ela disse-me: “A senhora tem dedicado na confeção da Flor de Luz, na difusão de porta em porta juntamente com o Boletim Infor-mativo, faz Donativo, encaminhou uma pessoa que é frequentadora e de quem está cuidar. Faz tantas dedicações mas tem conseguido cultuar os seus Ante-

passados e fazer o Sorei-Saishi como tantas vezes já lhe tinha orientado?”

Lembrei-me então que o meu pai fazia anos de falecimento naquele mês e que não tinha ainda solicitado o So-rei-Saishi. A Ministra pega no livro – A Prática da Fé – de Nidai-Sama e pediu para eu ler o Ensinamento: “O signi-ficado do Sorei-Saishi – Ofício Reli-gioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais”. Quando cheguei à parte em que diz que compromisso do Sorei-Saishi é abrir o caminho para o Alto e que os Espíritos passam a fazer aprimoramentos cheios de esperança, os sofrimentos deixam de ser sofri-mentos, que é como se já estivessem no Reino dos Céus, aí despertei para a sua importância, e fui ao Johrei Cen-ter solicitá-lo.

Passados dois dias, a Ministra telefonou-me a perguntar como esta-vam as coisas.

Muito feliz, comuniquei que o meu filho já estava bem e que nunca mais voltou a adormecer no carro.

Compreendi através deste acon-tecimento a importância de cultuar os nossos Antepassados, de solicitar regularmente os pedidos de sufrágio dos nossos entes queridos e percebi também que é muito importante ser obediente às orientações da Ministra. Peço perdão aos meus Antepassados por tê-los feito esperar tanto tempo.

Fiz Gratidão Especial de agradeci-mento a Deus e Meishu-Sama e pe-los meus Antepassados, por me terem despertado para esta oportunidade de aprendizagem e crescimento espi-ritual.

Tenho como objetivo continuar a cultuar os meus Antepassados e de-dicar na salvação do maior número de pessoas.

Muito Obrigada a todos!

‘‘Compreendi através deste acontecimento a importância de cultuar os nossos Antepassados, de solicitar regularmente os pedidos de sufrágio dos nossos entes queridos e percebi também que é muito importante ser obediente às orientações da Ministra.”

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Sábado das 14h às 16h30

A Igreja Messiânica Mundial de Portugal comuni-ca o falecimento, no dia 23 de Setembro de 2016, no Porto, da Ministra Maria Natália Magalhães Ribeiro Santos Pereira Martins, que cumpriu dignamente sua missão como Missionária, Professora de Ikebana e Ministra.

Nascida a 25 de Dezembro de 1948, ingressou na Fé Messiânica no dia 8 de Abril de 1984. Quatro anos depois, qualificou-se como Professora de Ikebana Sanguetsu e depois de 2 anos recebeu a missão de Ministra, assumindo a expansão da Obra Divina na região do Porto, onde encaminhou e acompanhou centenas de pessoas à prática da Fé Messiânica, vivenciando experiências únicas e milagres que solidificaram não só a sua fé, mas também a de muitas pessoas.

Durante mais de 30 anos, dedicou na Obra Divina conciliando a sua vida fami-liar, missionária e profissional com grande empenho e perseverança, até que, com sua reforma profissional, passou a se dedicar integralmente.

A Igreja Messiânica Mundial de Portugal, por meio dos seus Dirigentes, Mi-nistros, missionários e membros, regista sua profunda gratidão por toda a sua dedicação na Obra Divina em Portugal.

nota de falecimento

tral, um maravilhoso Seminário Nacional para Missionários, como preparação para o Culto Especial pela Salvação dos Ante-passados. Estiveram presentes mais de 70 missionários de todo o país e também do estrangeiro. Durante o dia inteiro, re-ceberam aula, aprimoramentos e também realizamos atividade externa na Praça da Batalha. Fizemos Limpeza Espiritual, dis-tribuição de mais de 700 Flores de Luz, com panfleto informativo da Igreja e foram ministrados mais de 150 Johrei de primei-ra vez! (Palmas)

Alguém que participou ontem e que está aqui presente, pode levantar a mão? Ah! Muita gente… Valeu a pena? (Sim! Muito bom!) Muito bom mesmo, muito obrigado! E por favor, retornando aos vossos Johrei Centers, aos Núcleos de Johrei, às vossas atividades, compartilhem com o maior nú-mero de pessoas as maravilhosas experi-ências vividas!

Aconteceu uma coisa muito interes-sante, porque como o objetivo era a pre-paração para o Culto Especial de Salvação dos Antepassados, muitos participantes relataram que ao ministrarem Johrei pela

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Belo, é um instrumento muito válido para o cumprimento da nossa missão.

Muitas vezes, através da Flor de Meishu-Sama podemos entrar na socie-dade, onde através da religião, do Johrei, encontramos barreiras, mas com a Flor podemos levar a Luz e o Amor de Meishu-Sama a muitas pessoas: escolas, reparti-ções públicas, ambiente de trabalho, etc. Por favor, procurem os vossos Ministros e as Professoras de Ikebana de cada Unida-de Religiosa.

Ontem realizámos aqui na Sede Cen-

Bom dia a todos! Os senhores estão a passar bem?

(Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama!) Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sa-ma!

Como sempre, quero iniciar as minhas palavras agradecendo, de todo o coração, a vossa sincera dedicação que nos permi-te expandir a Obra de Salvação de Deus e Meishu-Sama aqui em Portugal. Muito obrigado! (Palmas)

Gostaria de saber quem está a vir hoje pela primeira vez, pode levantar a mão? Sejam muito bem-vindas! É uma honra es-tar a recebê-las num dia tão importante, no nosso Culto Mensal e espero que esta seja a primeira de muitas outras vezes! (Palmas)

Estamos também a receber membros de outras localidades: Algarve, Margem Sul, Oeiras, Cascais, Lisboa, Amadora, Sintra, Ribatejo, Coimbra, Aveiro, Amaran-te, Lixa e Vila Real. E logicamente Porto

CULTO MENSAL DE AGRADECIMENTO - OUTUBRO / 2016

PALESTRA DO PRESIDENTE DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALMINISTRO CARLOS EDUARDO LUCIOw

e Gaia. (Palmas) E também do estrangeiro, membros do Brasil, São Tomé e Príncipe, Angola e de Espanha. Sejam muito bem-vindos! (Palmas)

Entramos no Outono e já se sente uma mudança no clima, não é verdade? (Sim)

Existe um poema de Meishu-Sama que diz:

“Quem ama as flores da Primavera e o bordo do Outono, corresponde às dá-divas de Deus.”

Cada estação tem a sua beleza, e são todas manifestações do amor de Deus.

Por falar de flores, neste mês iniciar-se-ão novos cursos atualizados de Ikebana Sanguetsu em todo o país! Convido todos os interessados a inscreverem-se, mesmo aqueles que já o fizeram no passado. Es-tes cursos atuais são completamente atu-alizados, vale a pena refazê-los, porque o

Ofertório de gratidão pela representante dos participantes, Sra. Elisabete Aparecida Ferraresi

realizar-se dentro de nós, nos nossos co-rações, nos nossos sentimentos! Porquê? Porque como ensina Kyoshu-Sama: “Os nossos Antepassados estão vivos den-tro de nós.” Mesmo que se realize uma Cerimónia Religiosa, esse Culto que vai se realizar fora, será uma projeção do nível da preparação que cada um fizer dentro de si mesmo. Vão estar muitas pessoas reuni-das, mas cada um, dentro de si, irá realizar um Culto num nível diferente, consoante a preparação que fez. Mesmo que seja uma cerimônia coletiva, a preparação é individual. Cada um tem a sua própria res-ponsabilidade para com os seus próprios Antepassados. Por isso a rigorosidade é muito grande, o que exige de todos nós o mais alto nível de responsabilidade com essa preparação.

A nossa segunda Líder Espiritual, no Ensinamento de hoje, orientou sobre essa importância. Ela nos orienta assim:

“O Antepassado só poderá ser salvo do sofrimento através de um descen-dente consanguíneo. Por isso, enquan-to estivermos vivendo nesse mundo, precisamos nos filiar a alguma religião de alto nível e dedicar, com a bênção

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adianta chorar o “leite derramado” dos 75% que já passou. Vamos nos programar bem os 25% que temos pela frente, de for-ma positiva e construtiva! Porque se ficar-mos só a lamentar todas as oportunidades que perdemos nos primeiros 3/4 do ano, vamos só passar lamuriando o último 1/4 e não vamos fazer nada!

É uma fase muito importante, essa que vai de agora até 31 de dezembro, porque temos dois acontecimentos fundamentais no calendário Messiânico. O primeiro é o Culto Especial pela Salvação dos Ante-passados, no dia 1 de novembro, e o se-gundo é o Culto do Natalício de Meishu-Sama, no dia 23 de dezembro.

O Culto Especial pela Salvação dos An-tepassados será realizado, aqui na Sede Central em dois horários: às 11 horas, dando preferência às pessoas que virão com as caravanas de todo o país. E os de Porto e Gaia, que poderem ter a compre-ensão, por favor, são convidados a vir às 16 horas. Mas, quem não tiver condição e só poder de manhã, não tem problema, o importante é vir e participar.

Essa preparação para o Culto Especial pela Salvação dos Antepassados, deve

primeira vez nessas pessoas que encon-traram pela rua, muitas delas choraram, emocionaram-se ao receber Johrei. Não é verdade? (Sim) Muitos relatos tinham esse ponto em comum e a pessoa que estava a ministrar Johrei também se emocionava! E nós, que depois ouvimos aqui, também nos emocionámos! (Risos)

Fizeram-me ontem chorar várias vezes de emoção e de gratidão! E esse choro é a alegria dos Antepassados. Não é um choro ruim, não é um choro pesado. É um choro de alegria, de gratidão deles, por verem os descendentes trilhando o cami-nho da salvação!

Muitos parabéns e continuem, onde quer que estejam, com esse mesmo espí-rito vivido ontem, que não pode esfriar ou esmorecer.

Gostaria também de aproveitar a opor-tunidade, para agradecer a todos que de-dicaram na preparação e realização deste seminário! Muito obrigado! (Palmas)

Já entrámos no último trimestre do ano. Assustador a velocidade com que o tempo passa! Ou seja, 3/4 do ano, 75 %, já pas-sou!!! Se nós fizéssemos hoje um balanço do nosso ano, um balanço da nossa prá-

tica de Fé Messiânica, será que podería-mos sentir-nos satisfeitos connosco? Se o ano acabasse hoje, seria um ano positivo para a nossa Prática da Fé? Quantas pes-soas, nós conseguimos salvar este ano? Quantas pessoas estão gratas a Deus pela nossa existência, porque graças ao Johrei que nós ministrámos, tornaram-se mais felizes? Quantas pessoas estão gratas a Deus, porque nós as encaminhamos para a Igreja, receberam Luz, Johrei, tornaram-se membros e encontraram o caminho da Salvação? Quantas? Qual é o nosso sal-do?

Subjetivamente falando, nos sentimos todos “maravilhosos”, mas as contas não são feitas subjetivamente e sim objetiva-mente, concretamente. Então, cada um sabe o seu saldo e ninguém tem que jul-gar o saldo dos outros: “E olha, fulano está mal.” Não! Como é que eu estou? E nem pensar: “Puxa! O meu marido tinha que estar no Culto hoje para ele ouvir e ver o saldo dele!” (Risos) Não é o marido ou a mulher, somos nós! Cada um tem que analisar o seu próprio saldo.

Como o nosso saldo poderá não estar tão satisfatório quanto desejaríamos, não

Como a própria Nidai-Sama nos ensi-na:

“Quando realizamos todos os trâ-mites e sufragamos os Antepassados como entes divinos, é como se uma es-cada lançada do tão almejado Paraíso, fosse lançada a eles, abrindo o caminho para a sua ascensão. Por isso, é óbvio que o Antepassado fica contente.”

As nossas práticas de Fé são uma es-cada que desce, até onde eles estiverem e eles podem subir para o Paraíso. Esse é o tamanho da nossa responsabilidade pela salvação deles.

Gostaria também de falar de um outro tipo de Antepassados, porque quando se pensa em Antepassados, pensa-se só nos que já partiram para o Mundo Espiritual, mas existem também os Antepassados que ainda estão encarnados no Mundo Material, ou seja, os nossos familiares. Al-gumas pessoas fazem sempre Culto para os Antepassados mas não tem afeto, amor, respeito no convívio com os Antepassa-dos encarnados, que são os familiares.

Então imaginem: Você reza pelo seu

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de Deus, em prol do mundo e das pes-soas. Assim, acumulando virtudes, re-ceberemos nossa elevação. Ao mesmo tempo, nossos familiares consanguíne-os também se elevarão.”

Ela está nos ensinanando que existe o sufrágio, existe o Culto, existe o formulá-rio para colocar os nomes dos Antepas-sados no Altar, mas o que o Antepassado mais precisa, é da nossa prática de vir-tude! Quando nós praticamos a virtude, eles também a praticam junto connosco e quando nós estamos apáticos na prática da Fé, eles também, no Mundo Espiritual, estão apáticos.

Ouvimos ainda há pouco a bela Expe-riência de Fé da D. Ana Teresa, em que o filho, sadio, sem problemas, de uma hora para a outra, voltando do trabalho, esta-cionava o carro na garagem de sua casa e adormecia pela noite dentro, nem entra-va em casa; estranho não é? (Sim) E assim foi, até que chamou a atenção, porque os sofrimentos dos filhos, logo desperta os pais, não é? (Sim) A D. Ana Teresa refletiu que, apesar de a Ministra estar sempre a

orientar sobre a importância do Culto, do sufrágio dos Antepassados, ela não esta-va a dar importância e a fazer os Cultos como devia. Conforme ela fez o Culto, o filho recuperou-se dessa situação. Então, quem estava afinal a dormir? O filho? Não! Era ela! Ela estava a dormir para o Culto dos Antepassados! Então, os Antepas-sados manifestam-se no comportamen-to dos filhos, que pode ser uma rebeldia, um vício, o álcool, jogo, esbanjar dinheiro, podem ser tantos problemas… Manifesta-se no filho um problema qualquer que vai “sacudir” os pais, mas qual é o objetivo do Antepassado? Fazer os filhos sofrer? Não! Desejam despertar os pais para a existên-cia deles no Mundo Espiritual e para a ne-cessidade de eles os cultuarem, com amor e gratidão.

Mas aqui, eu gostaria de alertar para uma coisa muito importante: O problema de um descendente poderá ser aviso de um Antepassado, mas jamais devemos cultuar um Antepassado para resolver pro-blemas dos descendentes. Porque se pas-sarmos a cultuar os Antepassados para

resolver os problemas dos descendentes, não será um Culto mas um negócio, uma chantagem e inclusive uma ofensa: “Olha, vou-te cultuar, mas tu deixa em paz o meu marido, para ele parar de beber!” (Risos) Imagina a situação do coitado do Ante-passado ouvir um disparate desses, não é? Mas se, com gratidão, entender que aquele facto é uma mensagem revelando o seu sofrimento, porque está esquecido e abandonado no Mundo Espiritual, então, a recebo com amor e gratidão e vou fazer os Cultos, a dedicação, a prática de virtude em sua intenção!

Você vai num hospital dar uma assis-tência religiosa a uma pessoa que está a sofrer e a pessoa agradece a sua dedica-ção, então essa tua boa ação, você pode oferecer ao Antepassado: “Muito obriga-da, a dedicação de hoje, ofereço pela ele-vação dos meus Antepassados!” Quando fazemos uma gratidão, uma dedicação, qualquer acto de bem, pode e deve ser oferecido aos Antepassados, porque es-sas virtudes geram Luz e a Luz chega a eles em forma de Salvação!

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sogro, mas depois trata mal o marido ou a mulher, então o seu sogro vai dizer: “En-tão você reza para mim e vai tratar mal a minha filha, o que é isso? (Risos) Você está perturbado, quer rezar por mim tudo bem, mas primeiro trate bem minha filha, trate bem meu filho, trate bem meu neto!”. Isso é o que o Antepassado mais deseja! É o amor, a compreensão, o afeto, o respeito entre os familiares, a começar pelo cônju-ge, pela fidelidade conjugal, isso é o que mais importa, depois o amor pelos filhos, pelos irmãos, etc… Por mais que você reze na frente do Altar, o nosso compor-tamento dentro de casa, na família e na sociedade não os deve envergonhar. Se o pai está vivo e o filho se comporta mal, como é que o pai fica? Se envergonha na sociedade, ou não? (Sim) Qualquer pai quer o filho honrado, comportado, hones-to, trabalhador e sério. O facto de ele partir para o Mundo Espiritual, não faz com que ele ignore o comportamento do filho, pelo contrário… No Mundo Espiritual, ele sofre ainda mais por isso, porque no Mundo Es-piritual ele vê mais claramente a índole do filho e mais se preocupa. Assim, o Culto aos Antepassados, não é só a oração, não é só o sufrágio, não é só o acto litúrgico, é

sobretudo os nossos pensamentos, pala-vras e ações - Sonen.

Nesse dia 1 de novembro em que fa-remos aqui essa cerimónia, cada um vai apresentar a eles o seu “saldo”, a sua “obra de bem” e eles vão olhar nos nossos corações e a primeira coisa que vão que-rer saber é: “Os meus descendentes são virtuosos ou não?”

Porque, se são virtuosos, vão-se ele-var e vão-nos puxar para cima, como An-tepassados; se são egoístas, se cometem actos que fazem o próximo infeliz, eles vão receber máculas, vão involuir e involuindo, vão-nos puxar para baixo pois estamos todos ligados através dos Elos Espirituais.

Nidai-Sama ensina: “O Antepassado só poderá ser salvo do sofrimento atra-vés dum descendente consanguíneo.” Então, se ele só pode ser salvo através de um descendente consanguíneo, ele também involui graças a um descenden-te consanguíneo, não só evolui, mas tam-bém involui e vice-versa; está todo o mun-do amarrado uns nos outros.

Os senhores já viram aqueles alpinis-tas que vão escalando a montanha e es-tão todos amarrados uns nos outros? (Sim) Quando um sobe um metro, ele ganha um

metro para todos; se algum deles escor-rega e cai, arrisca-se a puxar todos para baixo, porque estão amarrados; nenhum deles pode pensar: “Eu subo do jeito que eu quiser e se eu cair o problema é meu!” Com a família é a mesma coisa, está todo o mundo ligado através dos elos espiri-tuais; quando se eleva, puxa para cima, quando cai, puxa para baixo.

Além do mais, chegará o dia em que eles que estão agora no Mundo Espiritual, reencarnarão e nós que estamos no Mun-do Material, partiremos para o lado de lá; se nós cultuamos e dedicamos bastante pela elevação dos Antepassados, tere-mos descendentes evoluídos e como An-tepassados que um dia seremos, vamos ter descendentes de alto nível, que vão-se dedicar à nossa elevação. Hoje estamos do lado de cá, não estamos talvez nos importando tanto em elevar os Antepas-sados, porque não estamos vendo a se-riedade disso, mas o dia em que nós es-taremos do lado de lá, dependentes deles que estarão do lado de cá, pensaremos: “Puxa, porque é que não dediquei mais por eles, para ter um “descendentezinho” melhor do que estou tendo agora?!” (Risos)

Mas aí vai ser tarde, vai ter que se ar-ranjar com o que tem, porque não vai po-der fazer mais nada! Agora chegou a hora de falar nisso, porque é o assunto deste mês, mas na verdade isso é uma relação que deveríamos pensar o ano inteiro!

No Boletim Informativo deste mês, vão sair na íntegra as palavras do nosso queri-do Líder Espiritual Kyoshu-Sama, do Culto de Atami do dia 1 e 2 de agosto passado, que foi o Culto pela Paz Mundial e Culto pela Salvação dos Antepassados. Nesse Culto ele nos orientou, como sempre, de forma maravilhosa, sobre a nossa relação com os Antepassados. Eu pediria para os senhores, que durante o mês, lessem e re-lessem muitas vezes essas palavras e as pudessem interiorizar, porque nos ensina o modo correto como vivemos essa rela-ção.

Eu gostaria de agora, com a vossa per-missão, ler algumas passagens dessa

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Um ótimo presente não só para a sua casa, como também para oferecer aos seus ami-gos e parentes, pois levará a Luz dos Solos Sagrados e dos Ensinamentos de Meishu-Sama, para os lares de todos.

orientação, que eu acredito que são moti-vo de profunda reflexão:

…“A morte não existe. Não há dife-rença entre aqueles que estão “vivos” e os que estão “mortos”. Estamos todos vivos e viveremos para sempre. Portan-to, nossos ancestrais não estão mortos como normalmente acreditamos. Den-tro de nós, eles estão clamando: “Não pensem que estamos mortos! Estamos vivos dentro de você!” ...

…“Alcançar essa percepção, acredi-to, é a forma pela qual poderemos har-monizar, pacificar e trazer salvação a nossos ancestrais. Eu sinto que jamais poderei ser um verdadeiro ser vivo en-quanto acreditar que meus ancestrais, em meu interior, estão mortos.” …

…“Apesar de nossas fraquezas, Deus sempre nos considera como re-sidentes de Seu Paraíso pois foi lá que Ele nos concebeu. Apesar de sentirmos como se estivéssemos na Terra, nosso lar continua sendo o mesmo – o Paraí-so. Antes de virmos à Terra, nós servía-mos a Deus no Paraíso. Isso não muda, mesmo depois de virmos à Terra. Nossa tarefa continua sendo a mesma – servir a Deus que está no Paraíso.”…

…“Onde será que Deus desenvolve Sua Obra Divina? Obviamente, é no Pa-raíso. É por isso que, se quisermos ser-vi-Lo, precisamos primeiro retornar ao Paraíso.”...

…“O que fazemos na Terra é uma

mera projeção do que na realidade fa-zemos no Paraíso. Hoje, estamos reu-nidos neste templo realizando um culto religioso de louvor a Deus. Estes cultos são realizados na Terra somente porque os realizamos constantemente no Para-íso, para louvar e glorificar a Deus.”…

…“Em nossas vidas, experimenta-mos várias emoções. Às vezes, ficamos deprimidos, tristes ou preocupados quando nos deparamos com situações difíceis. Outras vezes, nos sentimos ale-gres e felizes. Por causa dessas emo-ções, todo tipo de pensamentos pas-sam por nossa cabeça. Os senhores po-dem achar que essas emoções e esses pensamentos sejam seus, mas eles são emoções e pensamentos de toda a hu-manidade e de todos os ancestrais.”...

…“Com toda a humanidade, todos os ancestrais e toda a Natureza, em nome do Messias que é uno a Meishu-Sama, vamos agradecer a Meishu-Sama que está sempre dentro de nós, instruindo nossos corações no caminho de Deus. Vamos louvar a Deus, nosso Pai, do fun-do do nosso coração.

Por fim, vamos despertar para um tipo completamente novo de fé, na qual todo louvor é direcionado a Deus.”...

Com estas palavras agradeço a pre-sença de todos e desejo-vos um bom mês de preparação para o Culto Especial pela Salvação dos Antepassados!

Muito obrigado! (Palmas)

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Realizou-se no dia 1 de Outubro, na Sede Central, o Seminário Nacional

para Missionários, como preparação para o Culto Especial pela Salvação dos Ante-passados, do dia 1 de Novembro. O evento teve início com a oração e Johrei

coletivo, que precedeu a orientação do Pre-sidente da IMMP, Ministro Carlos Eduardo Luciow. A parte da manhã finalizou com a realização do Dai Johrei Kai (Grande Reu-nião de Johrei).Após o almoço, os participantes saíram da

SEMINáRIO NACIONAL PARA MISSIONáRIOS

PREPARAçãO PARA O CULTO ESPECIAL DE SALvAçãO DOS ANTEPASSADOS

Sede Central e deslocaram-se para o local da atividade externa, na Praça da Batalha, no coração da cidade do Porto. Em primei-ro lugar, foi feita a oração em frente à Igreja de Santo Ildefonso e em seguida realizou-se uma Dedicação de Limpeza Espiritual, distribuição de Flores de Luz com panfleto informativo da Igreja e ministração de Jo-hrei nas redondezas. Este local, no século X, foi palco de uma sangrenta batalha entre os Sarracenos de Almançor e os habitantes do Porto, que acabariam por sair derrota-dos ficando a cidade destruída.

No final da tarde, já na Igreja, foram vários os participantes que emocionados relata-ram as suas experiências vividas. A con-clusão do Seminário foi feita pelo nosso Presidente que também emocionado pelos maravilhosos resultados obtidos, (foram distribuídas 700 Flores de Luz e ministra-dos mais de 150 Johrei) agradeceu a dedi-cação de todos e ressaltou a importância de não deixar morrer esse sentimento vi-vido, que deve continuar ao longo do mês de preparação para o Culto Especial pela Salvação dos Antepassados.

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A FORMAÇÃO DO PARAÍSO NO LAR

Meu pai, Revmo. Katsuiti Watanabe, conselheiro da Igreja Messiânica Mundial, sempre dizia:

“Como nós somos filhos de Deus, ter uma fé verdadeirasignifica viver de uma maneira que não O envergonhe.”

A verdadeira ambição

3ª Parte

Todos os seres humanos vêm a este mundo como portadores da Partícula

Divina, outorgada por Deus, e de um corpo físico, concedido pelos Antepassados. De-pois vão crescendo, começam a trabalhar, se casam, constroem o próprio lar, têm fi-lhos e vão vivendo a vida como membros da sociedade. Depois nas-cem seus netos e bis-netos, o tempo passa, a morte chega e voltamos a ocupar nosso lugar ao lado de Deus.

  O lar é a base de aprendizado para que cada membro de nos-sa família possa ser um verdadeiro “filho de Deus”, ou seja, para que possa viver uma vida melhor.

 Acredito que, enquanto vamos conse-guindo alcançar este objetivo, vamos tam-bém tendo a permissão de formar o Paraíso em nosso lar.

 AMBIçãO MAIOR

A SER AlMEjADA PElOS jOvENS

A frase “boys, beambitious” é bastante famosa entre os japoneses e significa “jo-vens, sejam ambiciosos”. Sua origem re-monta a Era Meiji, quando foi proferida pelo professor William Smith Clark (1826-1886) que após ter sido presidente da Massachu-setts Agricultural College (atual University

of Massachusetts Amherst) tornou-se o pri-meiro presidente da Escola de Agricultura de Sapporo (atual Universidade de Sappo-ro). Mas esta frase não para aqui; continua: “Mas não ambicionem dinheiro ou auto-engrandecimento, nem mesmo a aclamada

fama, algo tão efémero. Sejam ambiciosos, mas ambicionem chegar a ser o que um verdadeiro ser humano deve ser”.

  Essa é uma men-sagem maravilhosa. O que é o “ser o que um verdadeiro ser humano deve ser”, mencionado por William Clark?

  Se buscarmos tal resposta no Ensinamen-

to Bom Senso, veremos que Meishu-Sama explica que a postura do “verdadeiro ser humano”: “Chega a tal ponto, que seus actos ou palavras jamais ferem o bom senso. Sempre inspira sim-patia, sem dar indícios da religião a que pertence. No seu contato com os outros, assemelha-se à suave brisa da primave-ra. Suas maneiras são afáveis, modestas e gentis. Deseja crescente bem ao próxi-mo e trabalha em favor do bem estar da comunidade.” Creio que aqui Ele nos ensi-na como é uma “pessoa perfeita”.

Dando continuidade ao tema pré-ado-lescência tratado no encontro passado, gostaria de refletir sobre o que os jovens que estão em plena juventude (15 a 24 anos

de idade) devem aprender. Considero muito importante estar sempre se questionando, seja em que idade for, para não deixar de-saparecer essa “ambição” de se tornar uma “pessoa perfeita”.

 A juvENTuDE DE MEIShu-SAMA

Em primeiro lugar gostaria de repassar com os senhores como foi a juventude de Meishu-Sama.

Aos 15 anos, Meishu-Sama ingressou no curso preparatório para a Escola de Ar-tes de Tóquio, atual Universidade de Artes de Tóquio (Tókio Geijutsu Daigaku). Porém, devido a uma doença nos olhos teve que abandonar o curso. Aos 16 anos tornou-se um apreciador do cinema, começando a assistir filmes. Aos 17 anos foi acometido, duas vezes, de pleurisia e, posteriormente, foi desenganado por ter contraído tubercu-lose, mas curou-se adotando uma dieta ve-getariana.

Aos 20 anos falece sua irmã mais velha. Com o firme desejo de abrir futuramente uma loja de objetos de arte e caligrafias an-tigas com seu pai, começa a se empenhar em adquirir um olhar clínico em relação a tais obras. Nessa época começa a estudar Maki-ê, técnica na qual decora-se uma peça de laca com pó dourado.

Aos 22 anos toma conhecimento da

“Teoria da Intuição”, de Henri Bergson, e do “Pragmatismo”, de William James, aprecian-do efusivamente tais filosofias, o que o leva a se interessar mais pela filosofia ocidental.

Aos 23 anos, após o falecimento de seu adorado pai, busca a própria independên-cia e abre uma pequena loja chamada Ko-rindo, onde começa a comercializar peças de Maki-ê de sua autoria. Tais peças são re-cebidas com grande popularidade por seus clientes, mas ele acaba cortando um nervo do dedo indicador da mão direita, o que o obriga a encerrar a atividade de criação.

Doença nos olhos, pleurisia, tuberculo-se, ferimento no dedo. Além disso, o fale-cimento de sua irmã e de seu pai. Foi esse Meishu-Sama que, apesar de viver uma juventude na qual sofria um golpe atrás do outro, buscava na arte e na filosofia uma resposta para uma vida que podemos con-siderar sem lógica, que buscava uma luz que iluminasse as trevas que insistiam em escurecer o caminho rumo ao seu sonho de tornar-se um empresário.

 A PERDA DO EQuIlíBRIO

E A hARMONIA Por volta dos 15 anos de idade a crian-

ça começa a vivenciar o surgimento dos caracteres sexuais secundários, ou seja, uma mudança física tão radical que faz

Revmo. Tetsuo Watanabe

Direita/esquerda): o primeiro é o falecido conselhei-ro Revmo. Kat-suiti Watanabe; o quinto é o Revmo. Tetsuo Watanabe, rodeado pelos membros que foram se despedir dele antes de sua partida de Kobe rumo ao Brasil

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com que se perca o próprio equilíbrio psi-cológico. Simultaneamente ela começa a ver como funciona a sociedade e começa a tentar encontrar um equilíbrio entre si e a sociedade, entre o eu e o outro. Aqui surge um conflito. A isso chamamos de puberda-de, época de rebeldia, uma fase a ser vivida para que a criança se torne um adulto, não há nada de especial nisso.

É comum ouvir as pessoas que conhe-cem crianças que cometeram crimes duran-te essa fase dizerem: “mas ele era um meni-no como qualquer outro, tão sério...”. Nessa fase, em casa, a mesma criança pode ser muito agressiva com os pais e dizer: “Me deixe em paz”, “Não se meta comigo!” e, em outros momentos, ficar bastante afetuosa. O desequilíbrio emocional é muito grande e, como é um período de grande instabilidade, isso pode se transformar em um gatilho que faz com que se perca a capacidade de dis-cernir entre o bem e o mal, o que pode levar a furtos e acidentes onde outras pessoas acabarão sendo feridas.

Nessa fase, os pais devem procurar en-tender o estado psicológico de seus filhos, mas, ao mesmo tempo, também devem pre-ocupar-se com mais um facto. Em primeiro lugar, seja qual for a situação, devem estar conscientes de que “seus filhos estão per-didos no meio de trevas profundas”. Nesse momento, práticas como fazer o culto mati-nal e vesperal juntos e a troca de Johrei, que até então era realizada como algo normal

para a criança, é repentinamente deixada de lado. Como já disse anteriormente, esta é uma fase em que ela está tentando deses-peradamente manter seu equilíbrio psicoló-gico sozinha. Não será uma grande surpresa se ela também começar a duvidar da exis-tência de Deus e dos Antepassados, e até mesmo a duvidar da própria fé. Na verdade eu acho que isso é que é normal.

Quando as crianças estão assim, com um comportamento negativo, não é aconselhável tentar persuadi-la de que “Deus é assim” ou “assado”, obrigá-la a rezar, a ministrar johrei ou a dedicar.

Isso pode acabar tendo efeito con-trário e levar a criança a se afastar ainda mais de Deus.

Os pais devem entregar a própria pre-ocupação a Meishu-Sama e seguir orando para que ele encaminhe a criança. Depois, procurar não se afligir, deixar de se intro-meter demais, como por exemplo, entrar no quarto do filho sem permissão, e confiar nele verdadeiramente, do fundo do coração. Ou seja, basta “aguardar o tempo certo”.

Meu pai, houvesse o que houvesse, sempre confiou em mim por minha hones-tidade. Por isso, eu também sempre me es-forcei muito para nunca trair sua confiança. É muito importante para a criança sentir que seus pais confiam nela. Contar com a con-fiança dos pais significa também ser amado por eles.

 A luz QuE IluMINA AS TREvAS

Nesse momento, quando a criança se encontra em meio às trevas, o amor e a postura de esforço dos pais será a luz a ser derramada para iluminar a escuridão.

Sabemos que Meishu-Sama tinha o há-bito de ler biografias de grandes persona-gens que venceram grandes sofrimentos e obstáculos. A leitura desse tipo de obras faz com que a criança comece a sonhar também, se transforma em esperança, em luz. Escutar música, assistir filmes, apreciar obras de arte ou tocar algum instrumento também se transforma em luz, faz com que

a criança se liberte dos sentimentos repri-midos e purifica o sentimento. Também é muito bom por Ikebana em todos os apo-sentos da casa.

Durante essa fase também perdi minha mãe, a pessoa que eu mais amava no mun-do, o que pesou em minha adolescência. Eu sofria e me perguntava “de onde viemos e para onde vamos?”. Até que, um dia, de-cidi subir uma montanha sozinho e passei 10 dias no meio da natureza, afastado de tudo e de todos. A resposta que obtive nes-sa época foi: “Criar um segundo eu para observar para onde corre um barquinho fei-to de folha de bambu colocado em um rio”.

Por outro lado, influenciado por meus irmãos mais velhos, comecei a ler livros es-trangeiros, livros de ficção de todas as par-tes do mundo. Quando me sentia deprimi-do, lia poesias do decadentismo francês do século XIX e apesar de não ser um grande poeta, também escrevia algumas poesias.

Assim, vivenciando a grande natureza e o emotivo amor mundano, obtive força para viver e aprendi a alegria de amar. Além disso, deparar-se com alguma passagem, texto ou palavra que consegue expressar a própria insegurança é uma grande ajuda para que se consiga entender a si próprio de uma maneira mais racional, mais lógi-

ca. Para mim, que era muito sensível, muito suscetível nessa época, isso tudo se trans-formou em luz e tenho a impressão de que serviu como ponte de travessia do meu mundo interior ao mundo exterior.

Sendo assim, o mais importante é que os pais criem esse ambiente pleno de amor, beleza e esperança onde se consiga perceber a luz. Se a criança se sente bem aí, acredito que um dia conseguirá sair des-se mundo de trevas e isso também servirá como educação para os próprios pais.

 AuTO REAlIzAçãO E AuTONOMIA  Quando se consegue estabelecer um

certo equilíbrio entre o próprio interior e o exterior, mesmo que este ainda não seja total, nossos filhos começam, ao mesmo tempo, a ter uma ideia vaga do seu EU, ou seja, começam a saber “quem” são e o “ que” querem fazer. Diante disso, eles par-tem para a auto realização (conscientiza-ção e manifestação de próprio potencial), tentando concretizar seus sonhos, ainda que sejam vagos. Para conseguir isso eles precisam sair de casa.

Meishu-Sama estabeleceu a pequena loja Korindo aos 23 anos de idade, tornan-do-se independente.

Não se deve almejar ter dinheiro nem fama mas, sim, a verdadeira ambição

A oração que não pode ser expressa através de palavras num país estrangeiro é feita com todo o empenho através de uma pequena flor (Sri Lanka)

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 Ele mesmo nos ensina que:“Na verdade, quando os filhos che-

gam à juventude devem sair da casa dos pais (...). Se ficam muito tempo junto dos pais, sua vitalidade e energia não se de-senvolvem.”

 (20 de Novembro de 1949). Sendo assim, os pais devem estimular

a independência dos filhos. Solteiros que, mesmo após os 30 anos, não conseguem se fixar em um trabalho, dependem da aju-da financeira dos pais e continuam viven-do na casa dos pais não existem somente no Japão; casos assim estão aumentando também em países desenvolvidos da Euro-pa. Cada um deve ter seu motivo, mas não considero este facto positivo.

O professor Masataka Nobuo, que tra-balha no laboratório de Primatologia da Universidade de Kyoto cita em seu livro Ketai woMotta Saru (“Macacos de Celu-lar” - Editora ChuokoronShinsha) que os pais dos primatas eram super protetores e quando nascia um descendente, este passava quase a vida inteira com a famí-lia. Voltar-se para fora da família era algo raro e nos mostra um aspecto bastante semelhante ao “adulto que não alcança a

própria autonomia”. Este facto pode servir como uma advertência de que o ser huma-no está perdendo seu lado humano, voltan-do a ser um primata. Se consideramos que tornar-se independente dos pais é um traço de evolução, que difere o homem do maca-co, a separação de pais e filhos é algo tris-te, sem dúvida, mas é também um verda-deiro motivo de alegria. Além disso, a partir de então os filhos aprimorarão seu caráter humano e se aproximarão da perfeição, ou seja, como tem a tarefa de se “divinizar”, de aproximar-se do “ser humano perfeito”, ser um “verdadeiro filho de Deus”, esse perío-do é o mais adequado, podemos mesmo chamá-lo de período preparatório.

Sendo assim, espero que os pais, porque amam seus filhos, façam com que saiam de casa. Mesmo que tenham que empurrá-los, devem dar a eles a oportunidade de respirar outros ares.

Nesse momento os filhos se conscienti-zarão de sua imaturidade, de sua impotência e, quando sentirem a necessidade, procura-rão aprender mais, aprenderão a cozinhar e a fazer faxina, a evitar o perigo, a se relacio-nar com os outros, enfim, conseguirão fazer seu estágio na escola da vida e aprenderão a viver.

 uM CONvITE AO CONTATO COM OuTRAS CulTuRAS

 Nidai-Sama também nos ensina:

“Se o jovem ficar só em casa, em plena fase de desenvolvimento, tanto seu corpo físico quanto seu espírito não crescerão. Se ficar confinado dentro da Igreja, mesmo que tenha pontos positi-vos, quando participar de reuniões exter-nas ou for trabalhar com outros grupos, não conseguirá se ambientar. Com isso, acabará tendo prejuízo, pois, mesmo que suas ideias sejam boas, não será capaz de expô-las claramente. Pertencer à ju-ventude messiânica mundial e perma-necer retraído no interior da Igreja não é nada interessante.”

(Fonte da Sabedoria, volume Jovens, 23 de Novembro de 1960).

 Actualmente, quando a globalização

avança, creio que proporcionar aos jovens dessa faixa etária a oportunidade de, atra-vés de intercâmbios estudantis, vivenciarem a cultura de outros países é algo muito im-portante para ampliar sua visão de mundo. Eu deixei de viver na casa de meus pais aos 22 anos. Parti para o Brasil para me dedi-car à difusão pioneira, onde passei a viver uma vida totalmente diferente da que vivia no Japão: tive que viver na pobreza, quase mendigando, o que mexia com meu amor-próprio. Além disso, não foram poucas as vezes em que perdi as esperanças e sofri, me sentindo extremamente só.

Mas depois de ter passado por esta ex-periência, meus valores mudaram radical-mente, creio que minha visão ficou mais am-pla. Hoje me lembro desse sofrimento com carinho, pois graças a isso tive a permissão de viver maravilhosas experiências e tenho também infinita gratidão a Deus e a Meishu-Sama por Sua sagrada proteção.

Agradeço também, profundamente, a coragem e o amor de meus pais que me enviaram a um país estrangeiro e apoiaram minha independência do fundo de seus co-

rações. Ao reconhecer a existência de diver-sas culturas de carácter distintas à nossa e procurar compreendê-las, deixamos de tentar excluí-las e começamos a buscar um meio de coexistência.

Se não reconhecermos que a Partícula Divina existe também dentro de pessoas distintas de nós, ou seja, se não possuir-mos um amor Daijo, não seremos aceitos e não conseguiremos difundir o desejo de Meishu-Sama às pessoas que estão ao nosso redor e muito menos ao mundo.

Acredito que um elemento humano que consiga contribuir com a cultura da huma-nidade, como Meishu-Sama nos ensina em O Saber das Coisas quando fala sobre: “Experimentar ilimitadamente tudo que existe no mundo, penetrar, captar a es-sência das coisas e exprimi-la de alguma forma”, só começa a surgir realmente com o acúmulo de experiências. A propósito, há uma razão particular para Meishu-Sama nos ensinar que a expressão “saber das coisas”, que em japonês corresponde a “Mono wo shiru”, é uma expressão perfeita em japo-nês, da qual devemos nos orgulhar. A pala-vra “mono”, nesta expressão, corresponde à palavra “coisa”, em português, mas não se refere somente à matéria e objectos. Refere-se também à palavra MONO presente nas palavras MONO-NO-AWARE (o efémero, o pathos) MONO-NO-KÊ (espírito encostado), MONOGATARI (lenda), ou seja, é uma pala-vra que se refere ao “que tem vida, algo es-piritual”.

 A CAIxA DE PANDORA A mitologia grega nos fala da caixa de

Pandora.Esta lenda nos fala de dois irmãos: os

titãs Prometeu e Epimeteu. O nome Prome-teu, em grego, significa premeditar, ou seja, ele tinha a capacidade de premunir, prever.

Por outro lado, Epimeteu tinha em seu nome o prefixo EPI, com o sentido de “após”, sendo atribuído uma percepção tardia.

Zeus se enfureceu com o facto de Pro-meteu (que, de acordo com uma versão, é

Ministrar Johrei em países estrangeiros nos mostra que as fronteiras entre paísesnão são uma barreira para que as pessoas se compreendam (Sri Lanka).

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IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL

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continua no próximo boletim

o criador do Homem) ter roubado o fogo dos deuses para concedê-lo aos seres humanos e enviou sua filha Pandora, jovem de extre-ma beleza e que tinha em seu poder uma caixa misteriosa, para viver com Prometeu entre os homens.

Porém, quando a jovem Pandora che-gou à casa dos titãs, Prometeu havia saído e Epimeteu estava sozinho em casa. Embe-vecido com a beleza de Pandora, deixou-a entrar. Se fosse Prometeu, Pandora haveria sido expulsa, mas isso era impossível para Epimeteu, que tinha uma percepção tardia dos factos.

Em companhia de Epimeteu, Pandora tomada pela curiosidade acabou abrindo a caixa oferecida por Zeus, apesar deste ter dito que “não a abrisse sob nenhuma cir-cunstância”. No momento em que abriu a tampa da caixa, saíram daí a doença, a po-breza, o conflito, tragédias, enfim a origem de todos os males escapou e se espalhou em todas as direções. Pandora se apressou e tentou fechar novamente a tampa da cai-xa, mas já era tarde demais. A única coisa que havia sobrado dentro da caixa era a es-perança.

A Terra, que até então era plena de fe-

licidade, viu a infelicidade se espalhar por todo o mundo e os seres humanos passa-ram a viver aferrados somente à esperan-ça. Acredito que devemos criar nos jovens de hoje a capacidade que foi concedida a Prometeu, de prever, de premunir, e não a percepção tardia concedida a Epimeteu. Assim não repetiremos os erros tolos co-metidos pela humanidade no passado e, evitando-os, a luz brilhará e conseguiremos construir um mundo de abundância.

Por isso devemos também estabelecer nossa “grande ambição”, aprendendo com base na “postura do verdadeiro ser huma-no” ensinada por Meishu-Sama. Desejo, ainda, que os jovens tenham coragem de partir rumo ao desconhecido, encontrar muitas pessoas, passar por muitas expe-riências e encontrar o ponto de apoio para adquirir uma ampla visão de mundo. Acre-dito que esta postura será a grande força para que se consiga ampliar o desejo de Meishu-Sama a todo o mundo e para for-mar o paraíso na época contemporânea, que está perdida em meio ao caos.

 O presente artigo foi publicado na edição nº

82 da Revista Izunome - Japão

Para transformarmos a vida que nos foi preparada por Deus em algo ainda mais rico, devemos nos empenhar em nossa auto-realização