Envolvimento dos homens na promoção dos direitos sexuais e reprodutivos

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Envolvimento dos homens na promoção dos direitos sexuais e reprodutivos

Vanessa FonsecaPromundo

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Direitos sexuais e reprodutivos inclui o direitos de viver a singularidade, livre de expectativas e normas rígidas que buscam padronizar (normalizar) pessoas em torno de uma identidade binária.

Neste sentido é que vamos pensar o envolvimento dos homens como algo que os envolve e os beneficia diretamente, além das mulheres.

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Gênero

Refere-se à construção social de sexo, ou seja, a palavra sexo designa apenas a caracterização anátomo-fisiológica das pessoas, enquanto gênero se refere à dimensão sócio-política da sexualidade humana.

Um conceito cultural vinculado à forma como a sociedade constrói as diferenças sexuais, formando sujeitos e atribuindo status diferente a machos e fêmeas

Nas relações sociais concretas o gênero traduz-se em relações de poder

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Gênero

É uma questão de poder Não é algo que se tem ou não É relação, é meio Modo como ele se exerce: dominando ou garantindo a expressão livre As relações de poder constituem os sujeitos sendo por eles constituídas

É uma questão de direitos Compromisso ético com a garantia dos:Direitos humanos (singularidade/universalidade), Direitos sexuais (escolhas autônomas) Direitos ao diferir (diferir/diferenças )Compromisso com acesse e equidade com capacidade de inclusão e qualidade/ competência e co-responsabilidade

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Há que se pensar o modo como o poder se exerce: dominando ou garantindo a expressão livre.

Como uma ação sobre ação torna-se uma relação de dominação, de sujeição, de submetimento, de transformação de um sujeito num objeto

A partir de um conjunto de regras, acordos, normas que governam as interações com o outro. Gênero cria normas e regras que regulam a relação com os outros. É, portanto relacional.

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Onde queremos chegar?

Igualdade>>>equidade: necessidades e diferenças assegurando direitos iguais – garantia de que todas as pessoas possam desenvolver suas potências e desejos a partir de suas expectativas, eticamente.

Portanto, necessidade de questionar papéis que buscam normatizar pessoas em torno de identidades binárias, que excluem o “diferente”, ou seja, outras possibilidades de se expressar e buscar prazer diferentes da norma.

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Em cena, os homens...“Guia” para o exercício da masculinidade

Quantidade x qualidade

Encarar a iniciação/atividade sexual como uma prova de competência, de virilidade e não como oportunidade de ter uma experiência de intimidade: sexo conquista para contar aos amigos

Vêem o sexo como oportunidade

Iniciam a atividade sexual mais cedo do que as mulheres

Não podem demonstrar dúvida sobre o sexo

Podem se valer de atitudes de coerção para obter relações sexuais

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Em cena, os homens...“Guia” para o exercício da masculinidade

Participam de uma “cultura de superação do risco”

Uso de drogas e álcool como “facilitadores” do sexo

Delegam a responsabilidade da SSR para a mulher

Não tem o hábito de se cuidar, no que tange a SSR

Não incorporam o cuidado da própria saúde: “até onde o corpo agüenta” - buscam menos a serviços de saúde

Homens tem mais poder em suas relações sexuais e relações íntimas: dificuldade de negociação do preservativo

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Custos

Expressão das emoções, dúvidas

Eqüidade e intimidade x conquistas sexuais

Perda do envolvimento na paternidade

Dificulta negociação e diálogo entre parceiros

As necessidades de saúde de rapazes e meninas são interconectadas: mulheres menos poder para negociar sexo seguro e prazeroso

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Alguns dados

•Violência contra a mulher: 25,6% dos homens no Rio relatam ter usado violência física contra suas parceiras, 40% foram testemunhas em suas casas(pesquisa: Promundo/Noos)•Paternidade: Em nível mundial os homens passam 1/3-1/4 do tempo que as mulheres em cuidar dos filhos•SSR: 74% do uso de métodos contraceptivos são usados por mulheres•Saúde materna: 600.000 mil mulheres no mundo todo morrem por causa de gravidez p/ano•A vida familiar: 20-50% das casas em areas de baixa renda na America Latina não contam com homens presentes

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O consenso global para incluir os homens em promover equidade de gênero

ICPD – Cairo – 1994Beijing Conferencia sobre a Mulher – 1995Campanha Mundial AIDS e Homens – 2000-2001OMS – Foco em saude do homem e homem adolescente – 2001-2006Reunião de Especialistas – CSW/UN – 2003 – Engajando Homens e MeninosInternational Fatherhood Summit – 2003Formação de uma rede global – MenEngageCampanha do Laço Branco em mais de 50 paises Simpósio Global Engajando Homens – Rio de Janeiro

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Os homens na época ICPD/Cairo:

Questões de poder identificadas

Homens como responsáveis pela equidade de gênero (ou irresponsáveis)

Diretivo: Os homens devem .....

Foca em comportamentos e indivíduos/pouco em estrutura de gênero

Se os homens são parte do problema, devem fazer parte da solução

Reducionista: Mulheres=Vitimas de gênero X Homens=Autores do patriarcado

Afasta os próprios homens com um discurso de culpaPROGRAMAS: Mais complexos mas ainda unidimensional

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Los hombres como aliados: promoção de saúde e de equidade de gênero

Nem todos os homens são iguais

A socialização pode ser questionada

Visão de déficit para potencial

Envolvimento dos homens como agentes de mudança

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Masculinidades

Experiência que se constrói durante a vida e é ao mesmo tempo subjetiva, social e histórica

Experiência que construímos através das relações com os outros e com o mundo que nos cerca

Pressupõe a diversidade e interage com raça, etnia, classe social, contexto cultural e econômico

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Exclusão social, pobreza, tendencias demograficas

Hierarquias de idade

Limitações do Estado e Sociedade Civil

Desigualdades regionais

Etnia e desigualdades historicas

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Modelo Ecológico

IndivíduoPares/ grupoFamíliaComunidade

Transformando crenças, atitudes e promovendo habilidades individuais

Mudando normas de grupo e promovendo o apoio de pares a atitudes positivas de

gënero.

Criando um ambiente familiar que apoie mudanças positivas nas normas sociais de gênero.

Sistema de saúde

Treinando provedores para a compreensão da relação entre gênero e saúde reprodutiva e para oferecer serviços mais amigáveis aos homens

Envolvendo lideranças e mobilizando a comunidade em ações voltadas para mudanças positivas de gênero.

Sociedade

Desenvolvendo estratégias de advocacy para influenciar políticas e programas que contribuam para a equidade de gênero.

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Alguns Caminhos para transformar normas de gênero

Refletir sobre os custos da masculinidade hegemônica

De obstáculos a aliados

De “meio” para “fim” ou sujeitos de necessidades e direitos

Os homens não são iguais: Criar acesso a grupos de pares “alternativos” – modelos positivos: reconhecer vantagens do diálogo, da equidade

Campo de atuação: social, situacional e pessoal;

Os “grupos de homens”: discussão e reflexão

Programas que transformem normas de gênero

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Continuação: Elementos de abordagens transformativos de gênero

Inclusão explicita de discussões sobre masculinidades

Usar imagens e estratégias que são interessantes e atrativos para os homens

Fazer sempre em colaboração com mulheres e meninas

Criar ambientes passiveis de transformação e que acolham isto

Criar alianças intersetoriais – escola, sistema de saúde, esporte

Reconhecer as necessidades dos homens jovens – particularmente a questão de emprego e a busca de identidade

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Programa H

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Promovendo outras formas de ser homem: O Laço Branco – Homens pelo fim da violência contra a mulher

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Programa H: Campanhas comunitarias para Programa H: Campanhas comunitarias para promover equidade de gênero com homenspromover equidade de gênero com homens

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Homens Jovens e Serviços de Saúde

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Conclusões e questões:Importância de perceber gênero a partir de uma

perspectiva relacional, em que hierarquias precisam ser questionadas, bem como identidades rígidas: possibilitar singularidades, igualdade na diferença, tanto de homens, quanto de mulheres

Trabalhar com homens implica questionar essas hierarquias, possibilitar que desejos e potências sejam desenvolvidos – benefício tanto para homens, quanto para mulheres.

Homens também sujeitos de direitos: podem ter identidades/ normas rígidas questionadas para que possam também ter sua singularidade expressa – benefícios para ambos.

Cuidados: como definir direitos de um grupo dominante, sem vitimizar os homens?