EPISÓDIO 01

O Estranho Comilão

AS CHAVES DE MARDUMTV ESCOLA

Conteudista: Antônio José Lopes Bigode

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O s irmãos Cacá e Nina chegam com os pais à casa em que passarão as fé-rias. Eles não veem a hora de explo-rar tudo. Mas por onde começar? Pelo quarto de despejo da casa! Uma estante empoeirada chama a aten-ção dos irmãos. Na verdade, não é uma estante comum. Atrás dela as crianças encontram uma porta que os leva direto para a oficina de Ano-nimus, outro lugar repleto de obje-tos interessantes, como uma flauta mágica – a flauta de Hamelin. Ela é uma das chaves musicais que dá a quem as tiver o direito ao trono de Mardum, um mundo extremamente colorido e musical.

A LUTA PELO TRONOAnonimus foi escolhido pelo bom rei Ghor para proteger as chaves mágicas e, assim, evitar que elas caiam nas mãos do terrível Rum-pus, seu ambicioso irmão. Mas as chaves estão perdidas e preci-sam ser recuperadas o mais rápido possível. Para realizar essa missão, Anonimus contará com a ajuda de Nina e Cacá que, além de muito corajosos, adoram uma aventura. E aventura é o que não vai faltar para eles e também para seus alu-nos, professor (a). Até recuperar as chaves musicais, os irmãos passarão por muitas peripécias.

Professor (a), nos episódios de O Mundo de Mardum, Cacá e Nina circulam entre o real e o imaginá-rio: o Mundo Paralelo de Mardum. Mas tanto lá quanto cá, as crianças usam conhecimentos, ou concei-tos matemáticos, para enfrentar os desafios que encontram. Os seus alunos, certamente, também fazem isso, por isso é importante valorizar os conhecimentos prévios que eles já têm, tanto em relação aos temas e questões que são explorados nesta série quanto em outros momentos em que os conteúdos matemáticos são estudados.

Bom divertimento a todos vocês!

Mundo ParaleloNos episódios, o mundo paralelo de Mardum é uma referência ao universo paralelo,

teoria desenvolvida pelos físicos em que eles buscam comprovar a existência de outra realidade que é paralela, ou existe ao mesmo tempo, à realidade na qual vivemos.

No mundo mágico de Mardum Na série, Cacá e Nina usam seus conhecimentos matemáticos para enfrentar desafios

MATEMÁTICA E NOVAS MÍDIAS

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O Estranho Comilão

PALAVRAS-CHAVESituação-problema, contagem, menor, maior, medição, comparação e classificação

ogo em sua primeira aventura na casa de férias, Cacá e Nina conhe-cem o comilão Anonimus, que preci-sa urgentemente ir até Mardum para encontrar as chaves mágicas que ga-rantem o poder daquele reino. Mas o fiel escudeiro do rei Ghor agora é um devorador de pizzas. Resultado: ele está muito gordo e não consegue mais passar pelo portal, uma passa-gem secreta que leva para a outra di-mensão. Para recuperar as chaves de

Mardum, e garantir que o reino não caia nas garras do malvado Rumpus, Anonimus pede ajuda às crianças, que prontamente embarcam nessa aventura cheia de mistérios.

SITUAÇÕES-PROBLEMAEm várias passagens de O estra-nho comilão, os irmãos se deparam com situações de natureza matemá-tica. São situações bastante simples e adequadas à faixa-etária de seus

alunos, que envolvem, por exem-plo, contagem, medição, compara-ção e classificação. O ideal, profes-sor, é que você assista ao episódio antes de seus alunos e dê uma “ma-peada” nos momentos em que estas situações - também chamadas de situações-problema - estão presen-tes. Assim, quando elas surgirem, você estará preparado para chamar a atenção da turma, caso julgue ne-cessário fazê-lo.

PRIMEIRAS DESCOBERTAS

Educação matemáticaNas últimas décadas, os educadores matemáticos recomendam que o ensino-aprendizagem

dos conteúdos, especialmente no primeiro ciclo do Ensino Fundamental, seja feito de maneira lúdica, com o foco no desenvolvimento de competências e no incentivo à participação dos alunos. Além disso, é muito importante que o professor possa se utilizar de diferentes recursos, como acontece nesta série, em que ele você tem à disposição um arsenal de novas mídias: os vídeos na TV Escola, e os jogos online,

ou games, publicados no portal xxxx, no Espaço xxx....

Neste episódio, os irmãos Cacá e Nina conhecem Anonimus e concordam em ajudá-lo a recuperar as chaves mágicas de Mardum

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Medições e medidas

ntes mesmo de, literalmente, desco-brir a oficina de Anônimus, Nina se defronta com a necessidade de “pro-var” à Cacá que ele é o mais alto dos dois. Na cena, que você poderá confe-rir a partir de 1m05s, professor, a me-nina mede a altura de ambos usando um livro. Ela constata que a sua altura corresponde a seis medidas do livro, a do irmão a dez medidas.

Essa é uma típica situação de me-dida, baseada na contagem, em que é usada uma unidade de medida não convencional, ou seja, um li-vro. Com certeza, os seus alunos já viveram diferentes situações em que também precisaram recorrer a uni-dades de medida não convencionais, em suas brincadeiras ou em outros momentos. Aproveite para conver-sar com eles a esse respeito.

A situação trazida pelo vídeo tam-bém oferece um ótimo pretexto para vocês começarem a discutir outras situações de medição que possam contribuir para que as crianças re-flitam sobre o processo de medição. Mas isso, professor, ainda sem ne-nhuma preocupação em apresentar a elas as unidades-padrão de medi-das, como o centímetro ou o metro.

Lembre-se de que, nesta faixa etá-ria, é natural, e esperado, que as crianças utilizem estratégias não

convencionais para “concluir” se um objeto é maior ou menor que outro, ou para estabelecer a medida de uma determinada grandeza.

Foi assim que as sociedades humanas desenvolveram as diferentes unidades de medida que são utilizadas até hoje.

MUITAS MANEIRAS DE SE MEDIROutra estratégia comum é aquela em que usamos partes do corpo para de-terminar uma medida. Pesquise a esse respeito em livros didáticos do primei-ro ciclo do ensino fundamental e con-te para seus alunos que essa estraté-gia tem raízes históricas. Para resolver seus problemas de medição, os povos da Antiguidade começaram a utilizar a palma da mão (palmos), o braço, os pés ou as passadas como medidas.

Usar objetos familiares e adequados para efetuar uma medida é uma ter-ceira estratégia que você não terá di-ficuldades para por em prática. Nesse caso, é possível medir a mesa da sala de aula, e uma carteira, com materias que vocês encontram na própria sala de aula, como um lápis ou uma borra-cha.Você e seus alunos podem contar quantas borrachas cabem no compri-mento da mesa, ou usar um lápis para medir as dimensões da carteira. Certa-mente, os alunos vão gostar dessas ati-vidades e aprender bastante com elas.

NA SALA DE AULA

Desde pequenas, as crianças se veem diante das mais diversas situações de medições

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Uma girafa bem medidaAlém das três sugestões de trabalho em torno da medição, você pode também explorar a situação que é relatada no caderno 6 de GRANDEZAS E MEDIDAS, do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) de Matemática. Em sua página 8, há a descrição de uma experiência feita em sala de aula em que, a partir da leitura de um livro infantil, os alunos têm a tarefa de medir uma girafa, como a da ilustração. Nessa atividade, eles usam unidades de medidas variadas, como canudos de refrigerante, canetas, palmos e pés, entre outros.

Observe nos registros feitos pelos alunos que a medição da girafa com canudos (de mesmo tamanho), os vários grupos de alunos chegaram a um mesmo resultado. Mas, quando as unidades de medida são diferentes partes do corpo, como palmos e pés, os resultados obtidos são diferentes. Isso ocorre, porque as crianças podem ter palmos ou pés de tamanhos diferentes, por exemplo.Situações como estas, professor, são uma boa oportunidade para você iniciar a discussão sobre a necessidade de unidades-padrão, como o metro e o centímetro. Mas lembre-se, as unidades do Sistema Métrico Decimal (SMD) só devem ser apresentadas às crianças após elas terem construído o sentido da medida. Construção essa que ficará bem mais fácil com a experiência de situações-problema em que possam exercitar estratégias como as aqui sugeridas.

FONTE: GRANDEZAS E MEDIDAS DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA, PNAIC DE MATEMÁTICA, CADERNO 6, PÁG. 8

IMAGEM: REPRODUÇÃO

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Ao escorregar pelo túnel que os leva para Mardum, Nina e Cacá se veem quase soterrados por uma pilha de instrumentos musicais. É o meni-no quem descobre, por tentativas, erros e acertos, que é necessário or-ganizar os instrumentos de um de-terminado modo para se livrar da armadilha. Essa é uma passagem do vídeo que vale a pena destacar: chame a atenção dos alunos para o fato de que só depois de ordenar cada instrumento em seus diferen-tes tipos - de sopro, de corda e de percussão – é que os personagens ficam livres.

Parece uma brincadeira, mas, na verdade, os irmãos estão realizan-do uma experiência de natureza matemática, que envolve classifi-car, sequenciar, comparar e orde-nar. A prática dessas ações é muito importante, pois elas estão na base da construção do número, confor-me observou Constance Kamii, psi-copedagoga que foi aluna e colabo-radora de Jean Piaget (1896-1980).

Ao chegar à escola, os seus alu-nos já têm uma boa convivência com os números. Mas lidar com eles não significa, necessariamen-te, que já possuam o seu conceito elaborado. E é nesse ponto que as pesquisas de Piaget e, mais tar-

de, de Kamii, sobre as etapas de construção do conhecimento – com destaque para a lógica ma-temática –, são fundamentais.

Para ambos, é importante que as crianças façam atividades em que possam praticar sequências

lógicas a partir dos conhe-cimentos prévios

que possuam sobre núme-ros, formas, letras, pala-

vras, objetos, instrumentos,

a l i m e n t o s , animais etc.

CLASSIFICAR E ORDENAR

O número em construçãoO papel das sequências numéricas no desenvolvimento do pensamento lógico

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Desafios da MatemáticaEm seu livro A Criança e o Número, Constance Kamii enfatiza que “uma criança ativa e curiosa não

aprende Matemática memorizando, repetindo e exercitando, mas resolvendo situações-problema, enfrentando obstáculos cognitivos e utilizando os conhecimentos que sejam frutos de sua inserção

familiar e social”. Segundo ela, é com o uso do número, da análise e da reflexão sobre o sistema de numeração que as crianças constroem conhecimentos sobre tal conceito. 

BRINCAR E APRENDERUm exemplo inspirado nas ações dos personagens Cacá e Nina é o de montar uma atividade em que os alunos colem figuras de instrumen-tos musicais alternadamente - um instrumento de sopro, um de per-cussão e outro de corda. Tal ativi-dade pode ser proposta na forma de um jogo em que duas crianças colo-cam as figurinhas, cada uma na sua vez e perdem pontos se colocam o instrumento errado na sua vez.

Também é possível organizar esse tipo de “jogo” com números. Por exemplo, peça aos seus alunos que organizem números seguin-do um critério pré-estabelecido. Deste modo, eles podem exercitar o pensamento lógico compatível com seu desenvolvimento cogniti-vo, sua idade e seus conhecimentos.

Confira a seguir, alguns exem-plos de sequências que os seus alu-nos podem realizar em sala de aula:

Alternar números pares e ímpares de uma coleção de números;

Colocar números em ordem crescente;

Formar sequências decrescentes.

As atividades de ligar pontos que formem números são algumas das situações lúdicas que, assim como as citadas acima, podem ser feitas em sala de aula para que seus alunos exercitem e consolidem os conheci-mentos de sequenciação, ordenação, leitura e escrita de números.

?

SOPRO

PERCUSSÃO

CORDA

© IMAGENS: REPRODUÇÃO

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CitaçõesQuando um artista recorre a situações presentes em outras obras para ilustrar ou enriquecer

a sua criação, costuma-se dizer que ele fez uma citação, ou uma relação entre as duas. Isso acontece na música, no cinema, nos desenhos animados, nas artes plásticas, nos games.

É um recurso artístico legítimo, que não pode ser classificado como plágio.

PARA SABER MAISCarroll, Lewis, Alice no país das maravilhas. L&PM Editores, edição de bolso, s/d.

Kamii, Constance, A Criança e o Número, Ed. Papirus, 1986.

Grandezas e Medidas do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa - PNAIC de Matemática, caderno 6, pág. 8.

www.filmesonlinegratis.net/alice-no-pais-das-maravilhas.html

www.contandohistoria.com/alice_no_pais_das_maravilhas.htm

www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC002050.pdf

www.inmetro.gov.br/consumidor/pdf/resumo_si.pdf

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Aprender nunca é demais

túnel de passagem para o mundo paralelo de Mardum é uma dentre as muitas citações que aparecem em vários episódios desta série e dão margem a boas conversas e propostas de atividades interdis-ciplinares. Nesse momento, pro-fessor, você pode chamar a aten-ção dos alunos para outras obras

em que seus autores usam o mes-mo recurso, como túneis do tem-po e, em especial, um túnel mági-co como o de Mardum, que leva uma menina, como a Nina, para outra dimensão. A menina é a Ali-ce, a personagem central do livro de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas, que depois de cair por

em túnel também chega a uma ter-ra mágica, que fica do outro lado do espelho. Escrita por Lewis Car-roll, em 1865, é um clássico da li-teratura infantil, e deu origem a filmes, peças de teatro e a quadri-nhos, entre outros. Vale a pena ler essa história deliciosa para - ou com - os alunos.

ATIVIDADES E ESTUDOS COMPLEMENTARES

Despertar o gosto pela leitura não é tarefa fácil. Um bom caminho é explorar a magia presente nas histórias infantis

As Chaves de MardumEquipe de criação

Criação e Direção

Roberto Machado Junior

Roteiros

Roberto Machado Junior

Paulo Fontenelle

Consultor em Matemática

Antonio Lopes “Bigode”

Sequências Didáticas

ECO - Consultoria Editorial em Educação

Projeto editorial e edição: Elvira Nadai

Produção de texto: Mariana Borges

Designer: Bernardo Borges

GW Paraná Comunicação

Direção Executiva

Carmem Sunye

Produção Executiva

Lenise Rosseto

Coordenação de Educação

Vera Franco de Carvalho

Coordenação de Produção

Daniela Pontes

Coordenação de Multimídia

Rafael Carneiro

Supervisão dos roteiros e Produção Executiva do Projeto

Érico Monnerat

Supervisão Multimídia do Projeto

Fernando Caixeta

Na contra-capa (última página) entram as marcas com logo;

ProduçãoGW

Realização

ACERP

TV Escola

Ministério da Educação

2014