ERIVAN ALENCAR SABINO - UnB · 2012. 5. 24. · Sabino, Erivan Alencar. Cultura Organizacional:...

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Universidade de Brasília ERIVAN ALENCAR SABINO CULTURA ORGANIZACIONAL: Percepção e Relação com a Satisfação no Trabalho Brasília DF 2011

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  • Universidade de Brasília

    ERIVAN ALENCAR SABINO

    CULTURA ORGANIZACIONAL:

    Percepção e Relação com a Satisfação no Trabalho

    Brasília – DF

    2011

  • ERIVAN ALENCAR SABINO

    CULTURA ORGANIZACIONAL:

    Percepção e Relação com a Satisfação no Trabalho

    Monografia apresentada a Universidade de Brasília (UnB) como

    requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

    Administração.

    Supervisora: Dra Juliana Barreiros Porto

    Orientadora: Msc Alice Damasceno

    Brasília – DF

    2011

  • Sabino, Erivan Alencar. Cultura Organizacional: Percepção e Relação com a Satisfação

    no Trabalho / Erivan Alencar Sabino. – Brasília, 2011. 56 f. : il.

    Monografia (bacharelado) – Universidade de Brasília,

    Departamento de Administração - EaD, 2011. Orientador: Msc. Alice Damasceno, Departamento de

    Administração.

    1. Cultura Organizacional. 2. Satisfação no Trabalho. 3. Teorias e Modelos de Cultura Organizacional. I. Título.

    12,5 cm

    7,5 cm

  • ERIVAN ALENCAR SABINO

    CULTURA ORGANIZACIONAL:

    Percepção e Relação com a Satisfação no Trabalho

    A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de

    Conclusão do Curso de Administração da Universidade de Brasília do

    aluno:

    ERIVAN ALENCAR SABINO

    Msc Alice Damasceno

    Professor-Orientador

    Brasília, 09 de abril de 2011

    Profª Vanessa Cabral Gomes

    Professor-Examinador

  • À minha esposa Sandra Maria e aos meus filhos

    Cauê Andrey e Cauã Felipe, que me serviram de

    motivação, dedico com muito amor e carinho.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus, pela vida, saúde e perseverança para

    superar os desafios.

    Aos meus queridos pais, pela educação e

    ensinamentos ao longo da vida.

    Aos tutores e supervisores, que tanto contribuíram

    durante o curso com seus ensinamentos e

    direcionamentos.

    Ao meu irmão Eduardo, ao amigo Clóvis e aos

    demais colegas pelo apoio nos momentos difíceis.

    À minha amada esposa, pelo incentivo, motivação e

    paciência, que tornaram possível esta realização.

  • “O futuro das organizações – e nações – dependerá

    cada vez mais de sua capacidade de aprender

    coletivamente.”

    Peter Senge

  • RESUMO

    O mundo globalizado está em constantes mudanças. Faz-se necessário que as organizações estejam preparadas, estruturadas e que haja um entendimento da Cultura Organizacional para que possam acompanhar positivamente essas mudanças. É preciso disseminar a Cultura Organizacional de forma que cada colaborador tenha conhecimento de sua importância e do que se espera em temos de comportamento e comprometimento com os resultados, que compartilhem valores e crenças e que compreendam a diversidade institucional e cultural em seus ambientes, fatores essenciais para a satisfação no trabalho e que podem ser o diferencial de sucesso. O objetivo desta monografia foi identificar e relacionar a percepção da cultura organizacional com o nível de satisfação no trabalho por parte de administradores e colaboradores em agências do Banco do Brasil, identificando de que forma a primeira afeta a segunda. Para isso fez-se uma revisão da literatura disponível sobre o tema por meio de livros e artigos científicos com conceitos e elementos que compõem a cultura organizacional, como: valores, satisfação no trabalho, identidade do indivíduo, teorias e modelos e a importância do tema. O método proposto foi o de pesquisa explicativa, do tipo quantitativa, por amostragem não probabilística, usando a técnica de coleta de dados, por meio da aplicação de dois questionários junto ao público alvo. Foi possível identificar a percepção dos respondentes sobre diversas práticas de Cultura Organizacional, bem como sobre vários aspectos de satisfação no trabalho, identificando que há uma relação direta em que a primeira influencia e afeta a segunda, atingindo, portanto, os objetivos propostos neste trabalho. Palavras-chave: Cultura Organizacional, Percepção, Satisfação, Trabalho.

  • SUMÁRIO

    1. Introdução................................................................................................................8

    1.1 Formulação do Problema.......................................................................................9

    1.2 Objetivo Geral........................................................................................................9

    1.3 Objetivos Específicos.............................................................................................9

    1.4 Justificativa...........................................................................................................10

    2. Referencial Teórico................................................................................................12

    2.1 Introdução à Cultura Organizacional....................................................................12

    2.2 Conceitos de Cultura Organizacional...................................................................12

    2.3 Cultura e Valores Organizacionais.......................................................................13

    2.4 Cultura Organizacional e Satisfação no Trabalho................................................14

    2.5 Cultura Organizacional e Identidade do Indivíduo...............................................16

    2.6 Teorias e Modelos de Cultura Organizacional.....................................................17

    2.7 A importância da Cultura Organizacional.............................................................22

    3 Métodos e Técnicas de Pesquisa...........................................................................24

    3.1 Tipo e Descrição Geral da Pesquisa....................................................................24

    3.2 Caracterização da Organização...........................................................................24

    3.3 População e Amostra...........................................................................................25

    3.4 Instrumentos de Pesquisa....................................................................................26

    3.5 Procedimentos de Coleta e análise de Dados.....................................................27

  • 4 Resultados e Discussão..........................................................................................28

    4.1 Dados Funcionais.................................................................................................29 4.2 Práticas Orientadas para o Empregado...............................................................31 4.3 Práticas Orientadas para a Inovação...................................................................32 4.4 Práticas Orientadas para a Formalização e Burocracia.......................................33 4.5 Colegas de Trabalho............................................................................................34 4.6 Satisfação com o Salário......................................................................................35 4.7 Satisfação com a Chefia.......................................................................................36 4.8 Natureza do Trabalho...........................................................................................37 4.9 Promoções...........................................................................................................38 5 Conclusões e Recomendações...............................................................................39 Referências................................................................................................................43 Anexos.......................................................................................................................45 Anexo A – Questionário – Práticas de Trabalho em Organizações Brasileiras.........45 Anexo B – Questionário – Escala de Satisfação no Trabalho....................................46

  • 8

    1 INTRODUÇÃO

    Maslow, 1970 (apud RODRIGUES, 1994, p. 40), considerou que as

    necessidades internas orientam e determinam o comportamento humano,

    apresentando uma hierarquia de tais necessidades distribuídas em cinco níveis:

    Autorealização; Autoestima; Necessidades sociais; Necessidades de segurança; e

    Necessidades fisiológicas básicas. Seus estudos contribuíram para a compreensão

    das necessidades e a busca pela satisfação, em que se observam as diferentes

    reações que são as forças motivacionais.

    Conforme Tamayo, Mendes e Paz (2000), por meio da cultura

    organizacional, é possível explorar e desenvolver trabalhos no sentido de encontrar

    traços de cultura que identifiquem a identidade da organização. Estes traços,

    individuais ou coletivos, servirão de base para avaliar o comprometimento, a

    motivação, a satisfação e os valores organizacionais, entre outros fatores.

    Conforme Tamayo, Mendes e Paz (2000), um dos grandes desafios

    das organizações está em compreender a diversidade institucional e cultural em

    seus ambientes, por considerar que isso é fator determinante do desempenho

    individual e da satisfação no trabalho, que causam impactos sócio-organizacionais e

    que podem ser o diferencial de sucesso.

    Conforme Fernandes e Zanelli (2006), o fenômeno cultura

    organizacional já era estudado desde o início do século passado, com base na

    experiência de Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 1932. Sob coordenação de

    Elton Mayo, adquiriu maior evidência, com a constatação da grande influência do

    grupo sobre o comportamento do indivíduo.

    Segundo Schein, 2001 (apud Fernandes e Zanelli, 2006, p. 3), a

    cultura de uma organização pode ser apreendida em vários níveis - são eles: o nível

    dos artefatos visíveis, que compreende os padrões de comportamento visíveis, ou

    seja, a forma como as pessoas se vestem, se comunicam, entre outros; o nível dos

    valores que governam o comportamento das pessoas, que são mais difíceis de

    serem identificados, pois compreendem os valores que levam as pessoas a agirem

    de determinada forma; e o nível dos pressupostos inconscientes, que são aqueles

    pressupostos que determinam como os membros de um grupo percebem, pensam e

    sentem.

  • 9

    Segundo Schein,1989 (apud Fernandes e Zanelli, 2006, p. 2), cultura

    organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou,

    descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação

    externa e integração interna, e que funcionaram bem o suficiente para serem

    transmitidos aos novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir,

    em relação a esses problemas.

    Conforme Fernandes e Zanelli (2006), podemos afirmar que é por

    meio da experiência coletiva que os membros da organização encontram respostas

    para as questões do cotidiano da empresa, pois são os valores e crenças

    compartilhados que definem seu modo de pensar e agir. Assim, ao definir padrões

    de comportamento com o objetivo de conservar a estabilidade e o equilíbrio do

    grupo, justifica-se a importância crescente atribuída à cultura organizacional.

    1.1 Formulação do problema

    De que forma a percepção dos administradores e colaboradores sobre a cultura

    organizacional, afeta a sua satisfação no trabalho?

    1.2 Objetivo Geral

    Relacionar a percepção dos administradores e colaboradores sobre a cultura

    organizacional com a satisfação no trabalho em agências do Banco do Brasil.

    1.3 Objetivos Específicos

    . Identificar a percepção da cultura organizacional no ambiente dessas agências;

    . Identificar o nível de satisfação no trabalho; e

    . Relacionar a percepção sobre cultura organizacional com o nível de satisfação

    identificados.

  • 10

    1.4 Justificativa

    Segundo Schein (1992), Aprendizagem e mudança não podem ser

    impostas às pessoas. Envolvimento e participação por parte daqueles que estão

    envolvidos com o processo são necessários para diagnosticar o que está ocorrendo

    – decidindo o que fazer e realmente fazendo. Quanto mais o mundo se torna

    turbulento, ambíguo e fora de controle, mais o processo de aprendizagem tem que

    ser compartilhado por todos os membros da unidade social que vivenciam a

    aprendizagem. Se os líderes de hoje desejam criar culturas organizacionais que irão,

    por si mesmas, ser mais agradáveis de serem aprendidas, eles terão de estabelecer

    o exemplo, e ter a consciência de que são, eles mesmos, aprendizes, além de

    facilitadores do envolvimento dos outros no processo de aprendizagem.

    A pertinência desse processo está em dar à cultura organizacional o

    que lhe é devido. Podemos nós, como membros individuais de organizações e

    ocupações, como gerentes, professores, pesquisadores e algumas vezes líderes,

    reconhecer o quão profundamente nossas próprias percepções, pensamentos e

    sentimentos são culturalmente determinados? Definitivamente, nós não podemos

    atingir a humildade cultural requerida para viver num mundo culturalmente turbulento

    e diverso, a menos que possamos ver os pressupostos culturais dentro de nós

    mesmos. A compreensão cultural e a aprendizagem cultural começam com a

    percepção de nós mesmos.

    Conforme Fernandes (1996), o grande desafio é desenvolver uma

    cultura organizacional, em que cada colaborador tenha conhecimento da importância

    de sua participação na criação de um clima de harmonia e bem estar, onde cada um

    saiba o que se espera em termos de comportamento e comprometimento com os

    resultados e da preocupação constante da empresa com a melhoria das condições

    de trabalho.

    Segundo Tamayo (1998), a percepção dos valores organizacionais

    pelos empregados, constitui imagem avaliatória da empresa, da sua eficiência, das

    suas tendências à inovação tecnológica, do seu tipo de gestão, da sua preocupação

    com os empregados e da interação existente entre eles. As características dessa

    imagem (positividade, dinamismo, atração, entre outras), determinam a maior ou a

    menor identificação do empregado com a empresa e com os seus objetivos.

  • 11

    O que se pretende diante de um tema tão relevante, é conhecer a

    percepção por parte de administradores e colaboradores, da cultura organizacional e

    da satisfação no trabalho em algumas agências do Banco do Brasil, objetivando

    identificar em que níveis se encontram.

  • 12

    2 REFERENCIAL TEÓRICO

    2.1 Introdução à Cultura Organizacional

    De longa tradição na antropologia, o termo cultura foi incorporado à

    literatura organizacional na década de setenta, por Pettigrew, 1979 (apud Ferreira

    2002, p. 1), por meio de expressões como “cultura corporativa” ou “cultura

    organizacional” que, desde então, vêm sendo objeto de abordagens teóricas e

    metodológicas que ora se assemelham ou se complementam, ora se excluem

    mutuamente, o que faz com que certa falta de consenso ou confusão conceitual

    ainda prevaleça nessa área.

    Em decorrência da conceituação de Cultura Organizacional, têm-se

    inúmeros diferentes entendimentos relativos ao processo de sua formação. Alguns

    autores relacionam a formação da cultura ao conjunto de significados, crenças e

    valores dos fundadores da organização. Outros estabelecem uma relação mais

    direta entre cultura e estratégia de negócios, afirmando que a cultura de uma

    empresa forma-se em função da estratégia básica do seu negócio, das suas

    tecnologias e dos mercados em que atua.

    Uma terceira explicação da formação da cultura organizacional está

    embasada na liderança, na maneira como se tomam decisões sobre políticas, seus

    valores e pressupostos. Há ainda, a argumentação de que a cultura emerge da

    interação das pessoas que integram a organização, do modo como resolvem

    problemas, aprendem e ensinam os comportamentos bem-sucedidos, bem como os

    valores que sustentam estes comportamentos. (Paschini, 2006)

    2.2 Conceitos de Cultura Organizacional

    Para Hofstede, 1991 (apud Obadia, Vidal e Melo, 2007, p. 3), cultura

    organizacional é a programação coletiva da mente que distingue os membros de

  • 13

    uma organização dos de outra. Segundo ele, não há uma definição padrão para o

    conceito de cultura organizacional, mas a maioria dos autores que escrevem sobre o

    tema concorda que: ela é holística; determinada historicamente; relacionada com

    estudos antropológicos; construída socialmente pelo grupo de pessoas que formam

    a organização; difícil de mudar devido à sua estabilidade intrínseca e intangível, mas

    que requer medidas tangíveis para mudá-la.

    Para Schein (1992), o termo cultura deve ser reservado para as

    crenças e pressupostos básicos que são compartilhados pelos membros de uma

    organização, os quais operam inconscientemente e definem a visão que a

    organização tem de seu ambiente e de si própria. Nesse sentido, o autor afirma que

    a cultura organizacional consiste em um padrão de pressupostos básicos que o

    grupo criou, descobriu ou desenvolveu, aprendendo a lidar com seus problemas de

    adaptação externa e integração interna, os quais funcionam suficientemente bem,

    podendo, assim, ser ensinados aos novos membros como o modo correto de

    perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.

    2.3 Cultura e Valores Organizacionais

    Outro conceito importante para a cultura organizacional das

    empresas é o de valores organizacionais. Entende-se por valores organizacionais os

    valores percebidos pelos empregados como sendo efetivamente característicos da

    organização. Trata-se, portanto, de princípios ou crenças compartilhados pelos

    empregados, que orientam o funcionamento e a vida da organização. Eles

    expressam opções feitas pela empresa por meio de sua história, preferências por

    comportamentos, padrões de qualidade, estruturas organizacionais, estratégias de

    gerenciamento e outros. Os valores são uma dimensão fundamental da cultura

    organizacional tal como é vivenciada pelos seus membros. A convergência de

    empregados na percepção dos valores organizacionais é de grande importância

    para as empresas. (Tamayo, 1998)

    Os valores organizacionais determinam a percepção e a definição

    que os empregados têm das diversas situações organizacionais, a percepção dos

    problemas e as formas de solucioná-los, os mecanismos e o conteúdo da

    socialização dos membros da organização, o comprometimento do empregado com

  • 14

    o trabalho e com a organização, a identificação com o grupo e a produtividade

    organizacional, e a satisfação dos empregados com o trabalho e com a empresa. Os

    valores constituem o núcleo da cultura organizacional e determinam a estrutura da

    personalidade da empresa. (Tamayo, 1998)

    Os valores organizacionais são componentes importantes na

    construção da identidade social da organização, pois determinam parcialmente o

    que ela é e a forma como ela se percebe. Praticamente todos os empregados são

    capazes de detectar as prioridades axiológicas que dominam em sua organização e

    que determinam o seu clima e a sua cultura organizacional. Uma empresa pode ser

    descrita como norteada por valores referentes aos aspectos técnico e tecnológico,

    ao passo que outra pode ser percebida como colocando a ênfase no extremo

    oposto, ou seja, centrando suas preocupações principalmente no bem-estar dos

    indivíduos que a compõem. (Tamayo, 1998)

    2.4 Cultura Organizacional e Satisfação no Trabalho

    Outra variável de relação direta com a cultura organizacional é a

    satisfação no trabalho. Os fatores estudados com mais frequência são a satisfação

    com a natureza do trabalho, com o salário, com o sistema de promoções, com os

    colegas e com os gerentes. A satisfação no trabalho parece encontrar a sua fonte

    principal na natureza mesma do trabalho, no grupo, nas condições de trabalho e no

    clima em que ele é realizado. (Tamayo, 1998)

    Conforme Muchinsky, 1994 (apud Borges 2004, p. 4), satisfação no

    trabalho refere-se a uma resposta afetiva e emocional que o indivíduo estabelece

    com seu trabalho e pressupõe a avaliação cognitiva e subjetiva que realiza sobre o

    mesmo.

    Segundo Kinicki e Kreitner (2006), existem cinco modelos

    predominantes que especificam as causas da satisfação ou insatisfação no trabalho.

    São eles:

    1- Atender à necessidade: Propõe que a satisfação é determinada pela extensão

    com que as características de um emprego permitem que um indivíduo realize

    suas necessidades. Por exemplo, necessidades como auxílio moradia, auxílio

  • 15

    creche, que a família do empregado tem e que poderiam ser supridas no

    trabalho;

    2- Discrepâncias: Propõe que a satisfação é resultado de expectativas atingidas,

    que representam a diferença entre o que o indivíduo espera receber de um

    emprego, como o bom pagamento e oportunidades promocionais, e o que ele

    realmente recebe. Quando as expectativas são maiores do que aquilo que é

    recebido, uma pessoa ficará insatisfeita. Em contraste, esse modelo prediz

    que o indivíduo ficará satisfeito quando ele atingir resultados acima ou além

    das expectativas;

    3- Obtenção de valor: A idéia por trás da obtenção de valor é que a satisfação

    resulta da percepção de que um emprego permite a realização de valores de

    trabalho importantes para um indivíduo. Em geral, as pesquisas apóiam

    consistentemente a previsão de que a realização de valor está positivamente

    correlacionada com a satisfação no emprego. Os gerentes podem, assim,

    aumentar a satisfação do funcionário, estruturando os ambientes de trabalho

    e suas recompensas e reconhecimento associados de modo a reforçar os

    valores dos funcionários;

    4- Equidade: Neste modelo, a satisfação é uma função de como o indivíduo é

    tratado adequadamente no trabalho. A satisfação resulta da percepção que

    uma pessoa tem de que os resultados do trabalho, relativos às suas

    contribuições, se comparam favoravelmente com os resultados e

    contribuições significativos dos outros; e

    5- Componentes disposicionais/genéticos: Baseia-se na crença de que a

    satisfação no emprego é, em parte, uma função tanto de traços pessoais

    quanto de fatores genéticos. Esse modelo implica que diferenças estáveis

    entre indivíduos são tão importantes para explicar a satisfação no emprego

    quanto o são as características do ambiente de trabalho.

    Para Kinicki e Kreitner (2006), a satisfação no trabalho é uma reação

    afetiva ou emocional, relativa a várias facetas do trabalho de um indivíduo. A

    satisfação não é um conceito unitário, pois uma pessoa pode estar satisfeita com um

    aspecto de seu emprego e insatisfeita com um ou mais outros aspectos, tais como:

    reconhecimento, remuneração, supervisão e outros.

  • 16

    2.5 Cultura Organizacional e Identidade do Indivíduo

    Outro importante aspecto da cultura organizacional diz respeito à

    necessidade de construção de uma identidade do indivíduo, uma noção de

    totalidade que o leve a fazer convergir em uma imagem de si mesmo as muitas

    facetas do seu modo de ser, os muitos papéis que ele representa em diferentes

    momentos da sua experiências social. Assim, sucessivamente, o indivíduo vai-se

    diferenciando e se igualando conforme os vários grupos sociais de que faz parte,

    tornando-se uma unidade contraditória, múltipla e mutável. (Ferreira, 2002)

    Segundo Fernandes e Zanelli (2006), ao ingressar em uma

    organização, indivíduos com características diversas se unem para atuar dentro de

    um mesmo sistema sociocultural na busca de objetivos determinados. Essa união

    provoca um compartilhamento de crenças, valores, hábitos, entre outros, que irão

    orientar suas ações dentro de um contexto preexistente, definindo assim as suas

    identidades.

    Conforme citado por Silva e Vergara (2000, p. 5) “não há sentido em

    falar-se em uma identidade dos indivíduos, mas sim em múltiplas identidades que

    constroem-se dinamicamente, ao longo do tempo e nos diferentes contextos ou

    espaços situacionais dos quais esses indivíduos participam”. Sem compartilhar uma

    cultura comum, não se pode falar em construção de identidade, seja no nível dos

    indivíduos, dos grupos, ou da organização como um todo. A cultura organizacional

    pode ser vista, portanto, como o alicerce para a formação da identidade dos

    indivíduos nas organizações, não havendo como pensar a noção de identidade, se

    não for em função da interação com outros.

    Assim, as identidades dos indivíduos são construídas de acordo com

    o ambiente em que se inserem envolvendo, entre outras coisas, as estruturas

    sociais, a cultura e o histórico das relações. A organização, como sistema social,

    inserida em seu contexto, busca preservar sua identidade e sobrevivência. Para

    tanto, desenvolve uma estrutura normativa, (valores, normas e expectativas de

    papéis, padrões esperados de comportamento e interação) e uma estrutura de ação

    (padrões reais de interação e comportamento), originada sobretudo nas posições

    dirigentes. (Fernandes e Zanelli, 2006)

  • 17

    Conforme Silva e Vergara (2000), sendo a identidade algo que se

    contrói como produto das interações dos diferentes indivíduos e grupos, criando,

    portanto, um senso comum, tem sentido falar da existência de uma identidade

    organizacional.

    Alguns autores vêem a identidade organizacional como algo que

    tende a ser preservado ao longo do tempo; outros argumentam que ela possui uma

    natureza fluida, contínua, adaptativa, ou seja, depende do modo como os membros

    organizacionais interpretam os valores e as crenças essenciais da organização nos

    diferentes contextos em que eles se deparam em sua trajetória. (Fernandes e

    Zanelli, 2006)

    Devemos considerar que a cultura preserva a identidade

    organizacional, e essa se traduz na forma como os públicos da organização a vêem,

    a imagem que eles constroem a respeito dela. Assim, em uma cultura organizacional

    que busca interagir com o ambiente, adaptando-se a ele, essa personalidade que a

    organização assume tende a ser proativa, atenta às necessidades de mudanças,

    que se tornam cada vez mais presentes no ambiente organizacional. Dessa forma, a

    identidade organizacional é muitas vezes reconstruída para se adequar ao mercado.

    (Fernandes e Zanelli, 2006)

    2.6 Teorias e Modelos de Cultura Organizacional

    Toda empresa cria sua própria cultura, seu próprio clima de trabalho,

    com crenças, tradições, usos, rituais, rotinas, normas, valores e tabus próprios. É de

    fundamental importância elaborar teorias ou modelos da cultura organizacional e

    estratégias que permitam a elaboração de perfis culturais das organizações.

    (Ferreira, 2002)

    Schein, 1989 (apud Obadia, Vidal e Melo, 2007, p. 3), desenvolveu

    um modelo detalhado de análise da cultura organizacional, composto pelos três

    níveis interdependentes dos aspectos visíveis, dos valores compartilhados e dos

    pressupostos fundamentais, onde os pressupostos fundamentais são considerados

    como a essência – aquilo que a cultura realmente é – e os valores e práticas são

    tratados como manifestações observáveis da essência cultural.

  • 18

    Segundo Schein, 1989 (apud Obadia, Vidal e Melo, 2007, p. 3), os

    aspectos visíveis constituem o primeiro nível da cultura organizacional, e

    representam os seus ambientes físico e social construídos. Entretanto, não se sabe

    por que a organização foi construída de uma determinada forma ou por que as

    pessoas se comportam de um jeito ou de outro. Para que se possa entender o

    significado cultural dos aspectos visíveis, devem-se analisar os valores centrais que

    proporcionam os princípios operacionais do dia a dia da organização, por meio dos

    quais os seus membros guiam o seu comportamento.

    Para Schein, 1989 (apud Obadia, Vidal e Melo, 2007, p. 3), os

    valores compartilhados refletem estados preferenciais de como as coisas deveriam

    ser na organização. Um conjunto de valores que esteja efetivamente incorporado à

    filosofia organizacional irá predizer muitos comportamentos que podem ser

    observados no nível dos aspectos visíveis. Porém, se os valores não estiverem

    baseados no aprendizado cultural, eles podem ser vistos como valores adotados,

    que predizem bem o que as pessoas irão dizer em diversas situações, mas que

    devem estar desalinhados com o que elas irão realmente fazer. Tais inconsistências

    significam que um nível mais profundo de pensamento e percepção está, na

    verdade, conduzindo o comportamento, e que o entendimento da cultura

    organizacional depende da identificação do que ocorre nesse nível mais profundo,

    representado pelos pressupostos fundamentais.

    Segundo Schein, 1989 (apud Obadia, Vidal e Melo, 2007, p. 4), ao

    analisar valores, deve-se discriminar cuidadosamente entre aqueles que são

    congruentes com os pressupostos fundamentais, e aqueles que são racionalizações

    ou aspirações para o futuro.

    Muitas vezes, alguns valores relacionados pela organização chegam

    a ser incongruentes com o comportamento observado. Portanto, para se obter um

    nível mais profundo de entendimento que possibilite predizer comportamentos

    futuros na organização de maneira correta, faz-se necessário que o nível dos

    pressupostos fundamentais seja melhor compreendido. Eles constituem os

    pressupostos implícitos que realmente guiam os comportamentos, que dizem aos

    membros do grupo como perceber, pensar e sentir em relação às coisas. Esses

    pressupostos tendem a ser, por definição, não confrontáveis e inquestionáveis,

    condições estas que criam uma estabilidade na cultura, o que por sua vez, constitui

    uma dificuldade intrínseca para mudá-la. Para que a cultura organizacional seja

  • 19

    modificada de maneira efetiva, as mudanças devem ocorrer com base em seus

    pressupostos fundamentais.

    De acordo com Schein (1992), portanto, a cultura manifesta-se

    mediante três diferentes níveis, caracterizados, respectivamente, por artefatos

    visíveis, valores e pressupostos básicos. O primeiro nível – artefatos visíveis – é

    constituído pelos aspectos visíveis da organização, tais como arquitetura,

    linguagem, tecnologia, maneira de vestir e documentos públicos. Trata-se de um

    nível em que os elementos culturais são de fácil observação, mas de difícil

    interpretação, uma vez que a lógica subjacente a esses artefatos em geral não é

    explicitada, o eu dificulta sua compreensão.

    No segundo nível encontram-se os valores, ou seja, as justificativas

    ou racionalizações utilizadas para explicar ou predizer os atos dos membros da

    organização. Essas manifestações da cultura são difíceis de ser observadas

    diretamente, o que torna necessária a realização de entrevistas em profundidade

    que permitam a inferência de tais elementos, baseados em valores manifestos.

    Os pressupostos básicos situam-se no último nível e constituem

    manifestações culturais invisíveis, inconscientes e difíceis de serem desvendadas,

    muito embora sejam os principais responsáveis pelo modo por meio do qual os

    membros sentem, percebem e pensam a organização. O processo de introjeção

    desses pressupostos é longo e advém do enfrentamento de problemas e de sua

    solução adequada. O conhecimento adquirido nessas situações é, então, aprendido

    pela organização como um todo, alcançado, após certo tempo, o inconsciente de

    seus membros, o que faz com que eles próprios não tenham clareza a respeito da

    sua posse.

    Segundo Schein, 1989 (apud Obadia, Vidal e Melo, 2007, p. 4),

    mudanças nas práticas representam a margem de liberdade para influenciar a

    cultura organizacional, ou seja, os pressupostos fundamentais podem ser

    modificados com a introdução de novas práticas de gestão. Quando uma

    organização introduz uma nova prática para solucionar um determinado problema,

    essa só pode alcançar o nível de valor, uma vez que ainda não existe uma

    percepção compartilhada de sua realidade. Entretanto, se a solução proposta

    funcionar durante certo período de tempo, implicando em um reflexo correto da

    realidade, os membros do grupo se inclinarão a aceitar os valores como crenças e

    pressupostos, saindo do nível consciente e tornando-se inconscientes e automáticos

  • 20

    Hosfstede, 1991 (apud Obadia, Vidal e Melo, 2007, p. 4), constatou

    que a percepção das diferenças entre culturas organizacionais ocorre mais por meio

    das práticas diárias da organização e menos pelos valores, como no caso das

    diferenças entre culturas nacionais. Consequentemente, as percepções

    compartilhadas das práticas diárias constituem uma representação tangível dos

    valores e pressupostos fundamentais, podendo ser consideradas como o centro da

    cultura organizacional.

    O modelo teórico concebido por Hofstede e colaboradores, 1990

    (apud Ferreira 2002, p. 2), pressupõe que a cultura se manifesta por meio de quatro

    elementos, que também diferem em termos de sua visibilidade para o observador.

    Os símbolos, a camada mais externa, compreendem as palavras, gestos e objetos

    que têm significado especial dentro da organização. Os heróis são as personagens

    vivas ou mortas, reais ou imaginárias, revestidas de prestígio na cultura, que servem

    de modelo de comportamento para seus membros. Os rituais consistem de

    atividades coletivas, supérfluas do ponto de vista técnico, mas socialmente

    indispensáveis. Os símbolos, heróis e rituais constituem as “práticas” da

    organização, e seu significado cultural está associado ao modo pelo qual são

    percebidos por todos que dela fazem parte. O núcleo da cultura é formado por

    valores, que se referem a sentimentos raramente discutíveis, quase sempre

    inconscientes, e, por isso mesmo, não diretamente observáveis, mas revelados por

    meio de comportamentos alternativos (corresponderiam aos pressupostos básicos

    de Schein).

    Fundamentando-se em tais concepções, Hofstede e colaboradores,

    1990 (apud Ferreira 2002, p. 2), desenvolveram um questionário destinado a

    identificar os valores e práticas (símbolos, heróis e rituais) que caracterizam a cultura

    organizacional, sendo que a análise fatorial do instrumento evidenciou que ele se

    diferenciava em três dimensões subjacentes aos valores (necessidade de

    segurança, centralidade do trabalho e necessidade de autoridade) e suas dimensões

    subjacentes às práticas (orientação para processos versus para resultados;

    orientação para funcionários versus para a função; paroquial versus profissional;

    sistema aberto versus fechado; controle brando versus rígido; e normativo versus

    pragmático). Estudos posteriores concluíram que os valores indubitavelmente

    moldam a cultura, porém é por meio das práticas que ela afeta os membros da

  • 21

    organização, razão pela qual as percepções compartilhadas das práticas diárias

    constituem a essência da cultura organizacional.

    Calori e Sarnin, 1991 (apud Ferreira 2002, p. 3), apresentam um

    modelo integrado de cultura corporativa que, de certa forma, representa uma síntese

    dos modelos anteriores. Partindo do centro para a periferia, postulam que a cultura

    de uma organização emerge por meio de pressupostos básicos, valores, normas de

    comportamento e de suas manifestações mais visíveis e diretas, tais como os

    símbolos (linguagem, rituais, mitos, arquitetura, etc.) e as práticas gerenciais

    (sistemas de recrutamento e seleção, sistemas de avaliação e recompensa, relações

    com clientes, competidores e com o ambiente social, etc.). Os autores, entretanto,

    elaboraram um questionário para avaliação da cultura organizacional voltado apenas

    para os valores e práticas, tendo verificado que os valores agregaram-se em doze

    dimensões e as práticas, em dezessete dimensões.

    Segundo Robbins (2006), A cultura desempenha diversas funções

    dentro de uma organização. Em primeiro lugar, ela tem papel de definidora de

    fronteiras, ou seja, cria distinções entre a organização e as outras. Segundo, ela

    proporciona um senso de identidade aos membros da organização. Terceiro, facilita

    o comprometimento com algo maior do que os interesses individuais da cada um.

    Quarto, estimula a estabilidade do sistema social. Para ele a cultura é a argamassa

    social que ajuda a manter a organização coesa, fornecendo os padrões adequados

    para aquilo que os funcionários vão fazer e dizer. Finalmente, a cultura serve como

    sinalizador de sentido e mecanismo de controle que orienta e dá forma às atitudes e

    comportamentos dos funcionários.

    Ainda segundo o autor, a cultura não surge do nada, porém uma vez

    que ela existe, dificilmente se desfaz, é importante entendermos que forças

    influenciam o surgimento da cultura e como ela se sustenta.

    Na tentativa de ordenar esse campo de conhecimento, Smircich,

    1983 (apud Ferreira 2002, p. 1), propôs uma distinção entre duas principais

    tendências que vêm direcionando seu estudo. A primeira associa-se a uma

    perspectiva funcionalista, enfocando a cultura como uma variável, isto é, “algo que a

    organização tem” (p. 347). Considera-se, assim, que as organizações produzem

    traços culturais mais ou menos distintos que, em conjunto, afetam o comportamento

    dos empregados e dirigentes e lhes assinala um senso de identidade, o que lhes

    facilita maior envolvimento com ela, assegura a estabilidade do sistema e serve

  • 22

    como um instrumento de orientação e modelagem do comportamento. A segunda

    tendência, de tradição fenomenológica, aborda a cultura como metáfora de raiz, ou

    seja, como “algo que a organização é” (p. 347). Nesse sentido, as organizações são

    concebidas como manifestações que expressam a consciência humana, e, por essa

    razão, devem ser analisadas por meio de seus aspectos expressivos, ideacionais e

    simbólicos que tornam possível a ação compartilhada.

    Rousseau, 1990 (apud Ferreira 2002, p. 2), propôs um modelo

    segundo o qual os principais elementos da cultura apresentam-se dispostos em

    “camadas”, que variam ao longo de um “continuum” de subjetividade e

    acessibilidade e se inter-relacionam entre si. Partindo-se dos elementos mais

    visíveis para os mais profundos, observa-se a seguinte ordem: artefatos, padrões de

    comportamento, normas comportamentais, valores e pressupostos fundamentais.

    Em certo sentido, esse modelo representa uma ampliação do de Schein 1991 (apud

    Ferreira 2002, p. 2), incorporando um maior grau de especificidade na determinação

    e distinção entre as várias formas de manifestação da cultura. Desse modo, a autora

    acrescenta aos elementos culturais definidos por Schein (1991) os padrões de

    atividades (tais como os mecanismos de tomada de decisão, coordenação e

    comunicação, utilizados na resolução dos problemas organizacionais) e as normas

    comportamentais (expectativas da organização sobre como seus membros devem

    se comportar e interagir com os outros, no que se refere, por exemplo, às relações

    de cooperação ou competição entre colegas).

    A análise de alguns dos principais instrumentos desenvolvidos para

    a avaliação das manifestações da cultura organizacional revela, portanto, que eles

    enfatizam prioritariamente os traços culturais associados a valores, normas

    comportamentais e práticas organizacionais, e vêm sendo adotados frequentemente

    nos estudos destinados a elucidar o impacto que a cultura das organizações exerce

    nas atitudes e comportamentos expressos pelos indivíduos que as integram.

    (Ferreira, 2002)

    2.7 A Importância da Cultura Organizacional

    A cultura organizacional tem sido colocada por diversos estudiosos

    como importante aspecto da análise organizacional, capaz de oferecer parâmetros

  • 23

    úteis para uma compreensão ampliada do comportamento da organização. A

    construção de análises baseadas em tal perspectiva possibilita uma visão diversa do

    que normalmente tem sido feito na administração, pois considera a influência de

    elementos não objetivos, ofuscada pelo pragmatismo predominante na literatura da

    área. O entendimento de tais pontos reveste-se de importância singular, associada à

    necessidade de repensar a esfera organizacional e discutir a respeito de como a

    nova realidade impõe às organizações um processo de realinhamento de variáveis

    rumo a uma maior integração dos ambientes interno e externo. (Saraiva, 2002)

    Cultura organizacional é um tema bastante amplo e complexo, que

    sofre influência tanto da cultura dos indivíduos que trabalham nas organizações,

    quanto da cultura do país em que estas se encontram. As organizações

    contemporâneas precisam inovar cada vez mais e é de grande importância

    compreender esta vertente valiosa para o sucesso do processo de inovação e de

    gestão do conhecimento da organização. (Inazawa, 2009)

    A Cultura Organizacional é de inegável importância para a vida das

    empresas e de seus colaboradores, vista como instrumento capaz tanto de unificar

    quanto de modelar o comportamento dos indivíduos. É preciso que as organizações

    tenham flexibilidade para promover uma cultura organizacional onde seus

    colaboradores possam exercer sua criatividade e desenvolver suas idéias,

    transpondo, assim, a barreira dos padrões institucionais, aumentando sua satisfação

    com o trabalho, sua identificação com os valores organizacionais e seu

    comprometimento, criando, enfim, uma cultura organizacional positiva para alcance

    dos objetivos propostos.

  • 24

    3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

    3.1 Tipo e descrição geral da pesquisa

    Diante da abordagem teórica e da importância do tema, o método

    proposto foi o de pesquisa explicativa (percepções quanto à cultura organizacional e

    relação com satisfação no trabalho e informação dos elementos que constituem a

    cultura organizacional no Banco do Brasil), do tipo quantitativa, por amostragem não

    probabilística, usando a técnica de coleta de dados, utilizando elementos

    considerados representativos da população alvo, objetivando subsidiar as análises

    quanto à percepção da cultura organizacional por parte de administradores e

    colaboradores em agências do Banco do Brasil e sua relação com a satisfação no

    trabalho.

    É documental, uma vez que serão consultados documentos do

    Banco pesquisado que versam sobre o assunto. É bibliográfica, pois compreende

    uma revisão da literatura disponível sobre o tema, por meio de livros e artigos

    científicos, dando fundamentação teórica ao trabalho e à análise dos dados

    coletados.

    3.2 Caracterização da organização

    O Banco do Brasil foi o primeiro banco a operar no País e, hoje, é a

    maior instituição financeira do Brasil. Em seus mais de 200 anos de existência,

    acumulou experiências e pioneirismos, participando vivamente da história e

    da cultura brasileira. Sua marca é uma das mais conhecidas e valiosas do País,

    acumulando ao longo de sua história atributos de confiança, segurança,

    modernidade e credibilidade. Com sólida função social e com competência para lidar

    com os negócios financeiros, o Banco do Brasil demonstrou que é possível ser uma

    empresa lucrativa sem perder o núcleo de valores - o que sempre o diferenciou da

    concorrência.

  • 25

    Missão:

    Ser um banco competitivo e rentável, promover o desenvolvimento

    sustentável do Brasil e cumprir sua função pública com eficiência.

    Valores:

    Ética e transparência;

    Compromisso com o desenvolvimento das comunidades e do País;

    Responsabilidade socioambiental;

    Excelência e especialização no relacionamento com o cliente;

    Gestão participativa, decisão colegiada e trabalho em equipe;

    Ascensão profissional baseada no mérito;

    Marca como diferencial competitivo;

    Proatividade na gestão de riscos;

    Comprometimento com solidez, rentabilidade, eficiência e inovação;

    Respeito a diversidade; e

    Compromisso com os acionistas e a sociedade.

    Visão de futuro:

    Sermos o primeiro banco dos brasileiros, das empresas e do setor

    público, referência no exterior, o melhor banco para trabalhar, reconhecido pelo

    desempenho, relacionamentos duradouros e responsabilidade socioambiental.

    Fonte: www.bb.com.br

    3.3 População e amostra

    Foram aplicados dois questionários, direcionados a 78 funcionários,

    lotados em agências do Banco do Brasil em Formosa GO, Planaltina e Sobradinho

    http://www.bb.com.br/

  • 26

    no Distrito Federal, dentre os quais estão 06 gerentes de administração, 15 gerentes

    de relacionamento PF e PJ, 3 gerentes de serviços, 13 assistentes de negócios, 3

    assistentes comerciais, 11 caixas executivos e 27 Postos Efetivos, com o intuito de

    verificar, por meio dos dados coletados, qual a percepção destes administradores e

    demais colaboradores sobre a Cultura Organizacional no Banco do Brasil e sua

    relação com a satisfação no trabalho.

    3.4 Instrumentos de pesquisa

    Quantos aos instrumentos, a pesquisa foi feita por meio de dois

    questionários para a coleta de dados:

    - Escala de CULTURA ORGANIZACIONAL - com 24 itens associados a uma escala

    tipo likert de 7 pontos em que 1 corresponde a nunca e 7 a sempre;

    4 Nunca Muito

    raramente Rarament

    e Algumas

    vezes Freqüen-temente

    Muito freqüente-

    mente

    Sempre

    1 2 3 4 5 6 7

    - Escala de SATISFAÇÃO NO TRABALHO – com 25 itens associados a uma escala

    tipo likert de 7 pontos em que 1 corresponde a totalmente insatisfeito e 7 a

    totalmente satisfeito.

    1 - Totalmente insatisfeito 5 - Satisfeito 2 - Muito insatisfeito 6 - Muito satisfeito 3 - Insatisfeito 7 - Totalmente satisfeito 4 - Indiferente

    Esses instrumentos foram utilizados para identificar a percepção da

    cultura organizacional no ambiente dessas agências e o nível de satisfação no

    trabalho, relacionando-os à percepção dos administradores e colaboradores.

  • 27

    3.5 Procedimentos de Coleta e de Análise de Dados

    Os questionários foram aplicados aos 78 funcionários, dentre eles

    administradores e colaboradores, considerados como elementos representativos do

    público alvo da pesquisa.

    Quando da entrega dos questionários nas agências, foi esclarecido

    que se tratava de uma pesquisa científica e que a resposta era facultativa, não se

    obrigando o respondente a devolver o instrumento preenchido.

    Houve uma taxa de resposta de 83,33%, o que corresponde a 65

    questionários devolvidos.

    Os dados foram digitados em planilha Excel, para se fazer uma

    análise estatística dos resultados, extraindo as médias de cada item analisado.

  • 28

    4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

    A pesquisa foi realizada com funcionários das agências do Banco do

    Brasil S.A. de Sobradinho-DF, Planaltina-DF e Formosa-GO, sendo pedidos como

    dados funcionais apenas o cargo, o tempo de serviço na unidade e o tempo de

    serviço no Banco.

    Com relação ao cargo, foram informados os cargos de Gerente de

    Administração, Gerente de Relacionamento, Gerente de Serviços, Assistente de

    Negócios, Assistente Comercial, Caixa Executivo e Posto Efetivo.

    A apresentação dos resultados e discussão se deu por meio da

    interpretação de quadros, representando o que foi evidenciado na pesquisa.

    A ordem da apresentação obedecerá à mesma sequência dos

    tópicos levantados por meio dos dois instrumentos de pesquisa, ou seja: “Dados

    funcionais; Práticas orientadas para o empregado; Práticas orientadas para a

    inovação; Práticas orientadas para a formalização e burocracia; Colegas de trabalho;

    Satisfação com o salário; Satisfação com a chefia; Natureza do trabalho; e

    Promoções”.

  • 29

    4.1 Dados Funcionais

    Quadro 1 – Cargos

    Tópico Respondentes Quantidade

    aplicada

    Quantidade

    válida

    Percentual

    válido

    cargos

    Assistente de Negócios

    Assistente Comercial

    Caixa Executivo

    Gerente de Administração

    Gerente de Relacionamento

    Gerente de Serviços

    Posto Efetivo

    13

    3

    11

    6

    15

    3

    27

    9

    3

    6

    6

    15

    3

    23

    11,6%

    3,8%

    7,7%

    7,7%

    19,23%

    3,8%

    29,5%

    Totais 78 65 83,33%

    Observa-se no quadro 1 que os questionários foram aplicados a 78

    respondentes, entre administradores e colaboradores, dos mais diversos cargos,

    sendo devolvidos 65 questionários respondidos, o que correspondeu a 83,33% do

    total.

  • 30

    Quadro 2 – Tempo de serviço na unidade

    Tópico Respondentes Qtd

    Válida

    0 a 5

    anos

    6 a 10

    anos

    11 a 15

    anos

    16 a 20

    anos

    21 a 25

    Anos

    Tempo

    de

    Serviço

    na

    Unidade

    Assistente de Negócios

    Assistente Comercial

    Caixa Executivo

    Gerente de Administração

    Ger. de Relacionamento

    Gerente de Serviços

    Posto Efetivo

    9

    3

    6

    6

    15

    3

    23

    9

    2

    2

    6

    10

    2

    22

    1

    3

    1

    1

    3

    2

    1

    Observa-se no quadro 2, quanto ao tempo de serviço na unidade,

    que a maioria está entre 0 e 5 anos, configurando grande rotatividade de

    funcionários. Também é possível verificar que, fora dessa faixa, praticamente não há

    cargos não comissionados.

    Quadro 3 – Tempo de serviço no Banco

    Tópico Respondentes Qtd

    Válida

    0 a 5

    anos

    6 a 10

    anos

    11 a 15

    anos

    16 a 20

    anos

    21 a 25

    Anos

    Tempo

    de

    Serviço

    no

    Banco

    Assistente de Negócios

    Assistente Comercial

    Caixa Executivo

    Gerente de Administração

    Ger. de Relacionamento

    Gerente de Serviços

    Posto Efetivo

    9

    3

    6

    6

    15

    3

    23

    8

    1

    2

    1

    5

    1

    22

    1

    1

    7

    1

    3

    1

    1

    1

    4

    2

    1

    1

    1

    No quadro 3, quanto ao tempo de serviço no Banco, observa-se que

    a maioria também está na faixa entre 0 e 5 anos, porém, com uma quantidade maior

    de funcionários distribuídos nas demais faixas e em vários cargos.

  • 31

    4.2 Práticas orientadas para o empregado

    O quadro a seguir, mostra a distribuição das médias dos ítens

    referentes às respostas dos participantes quanto às práticas orientadas para o

    empregado.

    Quadro 4 - Médias - Práticas orientadas para o empregado

    Questões Médias

    Cada empregado é tratado como uma pessoa total 4,2

    As críticas dos empregados são discutidas com os gerentes 3,6

    Os empregados recebem suporte de seus superiores 4,3

    Os empregados são respeitados 4,2

    Os gerentes dão liberdade aos empregados de expressarem suas idéias 4,1

    Os empregados são ouvidos nos assuntos que lhes dizem respeito 3,9

    Os gerentes encorajam os empregados a dar opinião nas decisões de que discordam 3,5

    Quando um empregado fica doente, os gerentes perguntam por ele com interesse 4,1

    Os supervisores procuram resolver os problemas de trabalho dos empregados 4,1

    Os empregados são informados dos assuntos que o afetam diretamente 4,2

    Média do tópico 4,1

    Conforme quadro 4, podemos observar que as médias das

    respostas variam de 3,5 a 4,3 e que é de 4,1 a média do tópico, o que indica que os

    funcionários, de maneira geral, percebem algumas vezes que o Banco possui

    práticas orientadas para o empregado, significando uma dificuldade de percepção

    desses valores organizacionais pelos empregados que, segundo Tamayo (1998),

    constitui imagem avaliatória da empresa, de sua eficiência, do seu tipo de gestão, da

  • 32

    sua preocupação com os empregados e da interação existente entre eles,

    determinando a maior ou menor identificação dos empregados com a empresa e

    com seus objetivos.

    4.3 – Práticas orientadas para a inovação

    O quadro a seguir, mostra a distribuição das médias dos itens

    referentes às Práticas orientadas para a inovação.

    Quadro 5 – Médias - Práticas orientadas para a inovação

    Questões Médias

    Ocorrem grandes investimentos em novos produtos 5,4

    Inovar e correr riscos constituem uma das características marcantes 4,3

    Costuma-se procurar novos mercados para os produtos existentes 4,8

    Enfatizam-se as ações competitivas e as realizações 4,9

    As pessoas estão sendo buscando novas maneiras de encarar os problemas 4,5

    O apoio ao desenvolvimento de novas idéias costuma estar prontamente disponível 4,2

    As pessoas estão sempre procurando desenvolver novos produtos e serviços ou

    melhorar os já existentes

    4,5

    Média do tópico 4,9

    Conforme quadro 5, as médias variam de 4,2 a 5,4 e que é de 4,9 a

    média do tópico, o que indica que os funcionários, de maneira geral, percebem

    frequentemente que o Banco possui práticas orientadas para a inovação,

    significando que há compreensão desta vertente da Cultura Organizacional que,

    segundo Inazawa (2009), é importante e valiosa para o sucesso do processo de

  • 33

    inovação e de gestão do conhecimento, indispensáveis nas organizações

    contemporâneas.

    4.4 Práticas orientadas para a formalização e burocracia

    O quadro a seguir, apresenta a média das respostas dos itens

    referentes às Práticas orientadas para a formalização e burocracia.

    Quadro 6 – Médias - Práticas orientadas para a formalização e burocracia

    Questões Médias

    As rotinas e a estruturação são uma das características marcantes 5,6

    O que os empregados devem fazer é determinado principalmente por procedimentos

    formais

    5,2

    As regras e políticas formais são uma das características marcantes 5,1

    As instruções costumam ser dadas por escrito 5,0

    As tarefas são desempenhadas de acordo com os procedimentos previamente

    definidos

    5,1

    Tudo é realizado de acordo com procedimentos previamente definidos 4,8

    O controle e a centralização são importantes 5,3

    Média do tópico 5,3

    Conforme quadro 6, as médias variam de 4,8 a 5,6 e que é de 5,3 a

    média do tópico, o que indica que os funcionários, de maneira geral, percebem

    frequentemente que o Banco possui em sua Cultura Organizacional, práticas

    orientadas para a formalização e burocracia, o que significa, em comparação com os

    pressupostos básicos de Schein (1992), que os procedimentos são compartilhados

  • 34

    por seus membros, funcionam bem, definem a visão que a organização tem de seu

    ambiente e de si própria e podem ser ensinados aos novos membros.

    4.5 Colegas de trabalho

    O quadro a seguir, apresenta a média das respostas dos itens

    referentes ao tópico Colegas de trabalho.

    Quadro 7 – Médias – Colegas de trabalho

    Questões Médias

    Com o espírito de colaboração dos meus colegas de trabalho 4,4

    Com o tipo de amizade que meus colegas demonstram por mim 4,8

    Com a maneira como me relaciono com os meus colegas de trabalho 4,8

    Com a quantidade de amigos que eu tenho entre meus colegas de trabalho 4,7

    Com a confiança que eu posso ter em meus colegas de trabalho 4,5

    Média do tópico 4,6

    Conforme quadro 7, as médias variam de 4,4 a 4,8 e que é de 4,6 a

    média do tópico, o que indica que os funcionários, de maneira geral, estão

    satisfeitos com o relacionamento com os colegas de trabalho, sendo a satisfação no

    trabalho nesse caso, segundo Tamayo (1998), definida em função do grupo e do

    clima em que ele é realizado.

  • 35

    4.6 Satisfação com o salário

    O quadro a seguir, apresenta a média das respostas dos itens

    referentes ao tópico Satisfação com o salário.

    Quadro 8 – Médias – Satisfação com o salário

    Questões Médias

    Com o meu salário comparado com o quanto eu trabalho 3,4

    Com o meu salário comparado com a minha capacidade profissional 3,6

    Com o meu salário comparado com o custo de vida 3,3

    Com a quantia em dinheiro que eu recebo ao final de cada mês 3,3

    Com o meu salário comparado com os meus esforços de trabalho 3,3

    Média do tópico 3,4

    Conforme quadro 8, as médias variam de 3,3 a 3,4 e que é de 3,4 a

    média do tópico, o que indica que os funcionários, de maneira geral, estão

    insatisfeitos com seus salários que, conforme modelo criado por Kinicki e Kreitner

    (2006), a satisfação é resultado das expectativas atingidas e representa a diferença

    entre o que o indivíduo espera receber e o que ele realmente recebe e quando as

    expectativas são maiores, ocorre a insatisfação.

  • 36

    4.7 Satisfação com a chefia

    O quadro a seguir, apresenta a média das respostas dos itens

    referentes ao tópico Satisfação com a chefia.

    Quadro 9 – médias – Satisfação com a chefia

    Questões Médias

    Com o modo como meu chefe organiza o trabalho do meu setor 4,0

    Com o interesse do meu chefe com o meu trabalho 4,3

    Com o entendimento entre eu e meu chefe 4,4

    Com a maneira como meu chefe me trata 4,3

    Com a capacidade profissional do meu chefe 4,6

    Média do tópico 4,3

    Conforme quadro 9, as médias variam de 4,0 a 4,6 e que é de 4,3 a

    média do tópico, o que indica que os funcionários, de maneira geral, se mostram

    indiferentes quanto a satisfação com a chefia. Conforme Kinicki e Kreitner (2006), a

    satisfação não é um conceito unitário, podendo uma pessoa estar satisfeita ou

    insatisfeita com vários aspectos do seu emprego, estando entre eles a satisfação

    com a chefia.

  • 37

    4.8 Natureza do trabalho

    O quadro a seguir, apresenta a média das respostas dos itens

    referentes ao tópico Natureza do trabalho.

    Quadro 10 – médias – Natureza do trabalho

    Questões Médias

    Com o grau de interesse que as minhas tarefas me despertam 4,8

    Com a capacidade do meu trabalho me absorver 3,9

    Com a oportunidade de fazer o tipo de trabalho que faço 4,4

    Com as preocupações exigidas pelo meu trabalho 3,8

    Com a variedade de tarefas que realizo 4,1

    Média do tópico 4,2

    Conforme quadro 10, as médias variam de 3,9 a 4,8 e que é de 4,2 a

    média do tópico, o que indica que os funcionários, de maneira geral, são

    indiferentes quanto a satisfação com a natureza do trabalho, sendo a maior

    satisfação em relação ao interesse pelo trabalho. Segundo Tamayo (1998), a

    satisfação no trabalho, nesse caso, tem a sua fonte principal em sua própria

    natureza e nas condições de trabalho.

  • 38

    4.9 Promoções

    O quadro a seguir, apresenta a média das respostas dos itens

    referentes ao tópico Promoções.

    Quadro 11 – médias - Promoções

    Questões Médias

    Com o número de vezes que já fui promovido nesta empresa 4,0

    Com as garantias que a empresa oferece a quem é promovido 4,0

    Com a maneira como a empresa realiza promoções de seu pessoal 3,6

    Com as oportunidades de ser promovido nesta empresa 3,8

    Com o tempo que tenho de esperar por uma promoção nesta empresa 3,9

    Média do tópico 3,9

    Conforme quadro 11, as médias variam de 3,6 a 4,0 e que é de 3,9 a

    média do tópico, o que indica que os funcionários, de maneira geral, são indiferentes

    em relação à satisfação com as oportunidades e com a maneira como ocorrem as

    promoções, com tendência para estarem insatisfeitos. Nesse caso, também

    conforme modelo criado por Kinicki e Kreitner (2006), a satisfação é resultado das

    expectativas atingidas e representa a diferença entre o que o indivíduo espera

    receber e o que ele realmente recebe e quando as expectativas são maiores, ocorre

    a insatisfação, do contrário haverá satisfação.

  • 39

    5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

    Em relação à Cultura Organizacional, o instrumento de pesquisa

    utilizado teve o objetivo de verificar a percepção de administradores e

    colaboradores, sobre as práticas orientadas para o empregado, para a inovação e

    para a formalização e burocracia, por meio de questões que procuraram identificar e

    medir em que nível está essa percepção dos padrões de comportamento que a

    organização espera e se, na prática, seus valores e crenças são identificados e

    compartilhados, influenciando o modo de pensar e agir de seus membros.

    Quanto às práticas orientadas para o empregado, identificou-se que,

    de maneira geral, apenas algumas vezes essas práticas são percebidas por seus

    funcionários, com médias que variaram de 3.5 a 4.3, sendo 4.1 a média do tópico o

    que demonstra que há por parte desses o reconhecimento de que a Organização

    possui práticas orientadas para o empregado, porém, não com a freqüência e

    eficiência suficientes para que sejam plenamente reconhecidas e percebidas como

    as melhores práticas em relação aos empregados.

    As práticas orientadas para a inovação foram percebidas com

    freqüência pelos funcionários na Cultura Organizacional, com médias que variaram

    de 4.2 a 5.4, sendo 4.9 a média do tópico, com destaque para os grandes

    investimentos em novos produtos, cuja média foi 5.4, as ações competitivas e

    realizações, cuja média foi 4.9 e a procura por novos mercados para os produtos já

    existentes, cuja média foi 4.8. A menor percepção ocorreu em relação à

    disponibilidade para o apoio e desenvolvimento de novas idéias, cuja média foi 4.2.

    A compreensão da Inovação, segundo Inazawa (2009), é valiosa, de grande

    importância e indispensável às organizações contemporâneas.

    As práticas orientadas para a formalização e burocracia também

    foram percebidas com freqüência na Cultura Organizacional, com médias que

    variaram de 4.8 a 5.6, sendo 5.3 a média do tópico, com destaque para as rotinas e

    a estruturação como características marcantes, cuja média foi 5.6, para a

    importância do controle e da centralização, cuja média foi 5.3 e para os

    procedimentos formais, cuja média foi 5.2. o que significa, em comparação com os

    pressupostos básicos de Schein (1992), que os procedimentos são compartilhados

  • 40

    por seus membros, funcionam bem, definem a visão que a organização tem de seu

    ambiente e de si própria e podem ser ensinados aos novos membros.

    Em relação à Satisfação no Trabalho, o instrumento de pesquisa

    utilizado teve o objetivo de verificar em que nível está essa satisfação com os

    colegas de trabalho, com o salário, com a chefia, com a natureza do trabalho e com

    a forma como ocorrem as promoções, fazendo uma relação com a Cultura

    Organizacional no que se refere à realização de suas necessidades, ao atingimento

    dos resultados em relação às suas expectativas, à realização de valores de trabalho

    que são considerados importantes, à percepção da importância da sua contribuição

    no alcance dos resultados e à influência do ambiente de trabalho.

    Quanto à relação com os colegas de trabalho, a pesquisa identificou

    que, na avaliação de itens como: espírito de colaboração, amizade, confiança, entre

    outros, os funcionários estão satisfeitos, com médias que variaram de 4.4 a 4.8,

    sendo 4.6 a média do tópico, com destaque para a amizade demonstrada pelos

    colegas e a maneira como se relacionam, com média 4.8. A satisfação no trabalho

    nesse caso, segundo Tamayo (1998), foi definida em função do grupo e do clima em

    que ele é realizado.

    Administradores e colaboradores se mostraram, de maneira geral,

    insatisfeitos com seus salários, não somente em relação à quantia, mas também

    quando comparado a aspectos como: capacidade profissional; quantidade de

    trabalho; custo de vida; e aos seus esforços, as médias variaram de 3.3 a 3.6, sendo

    3.4 a média do tópico. Nesse caso e conforme modelo criado por Kinicki e Kreitner

    (2006), a satisfação é resultado das expectativas atingidas e representa a diferença

    entre o que o indivíduo espera receber e o que ele realmente recebe e quando as

    expectativas são maiores, ocorre a insatisfação.

    Quanto à satisfação com a chefia, os funcionários se mostraram, em

    geral, indiferentes em seus relacionamentos, com maior satisfação quanto à

    capacidade profissional e menor em relação ao modo como ocorre a organização no

    trabalho, com médias que variaram de 4.0 a 4.6, sendo 4.3 a média do tópico. Nesse

    caso e conforme Kinicki e Kreitner (2006), a satisfação não é um conceito unitário,

    podendo uma pessoa estar satisfeita ou insatisfeita com vários aspectos do seu

    emprego, estando entre eles a satisfação com a chefia.

  • 41

    Nos itens da pesquisa referentes à satisfação com a natureza do

    trabalho, também se mostraram, em geral, indiferentes. A maior satisfação foi em

    relação ao grau de interesse despertado pelas tarefas que executam e a menor

    satisfação foi com as preocupações exigidas pelo trabalho, com médias que

    variaram de 3.8 a 4.8, sendo 4.2 a média do tópico, com destaque ao interesse que

    as minhas tarefas despertam, cuja média foi 4.8. Segundo Tamayo (1998), a

    satisfação no trabalho, nesse caso, tem a sua fonte principal em sua própria

    natureza e nas condições de trabalho.

    Quanto à satisfação com o sistema de promoções, a pesquisa

    indicou que, em geral, os funcionários se mostraram indiferentes em relação às

    oportunidades e à maneira como ocorrem as promoções, com tendência a estarem

    insatisfeitos, com médias que variaram de 3.6 a 4.0, sendo 3.9 a média do tópico.

    Nesse caso, também conforme modelo criado por Kinicki e Kreitner (2006), a

    satisfação é resultado das expectativas atingidas e representa a diferença entre o

    que o indivíduo espera receber e o que ele realmente recebe e quando as

    expectativas são maiores, ocorre a insatisfação, do contrário haverá satisfação.

    Identificadas a percepção, por parte de administradores e

    colaboradores, sobre a Cultura Organizacional e o nível de satisfação no trabalho no

    ambiente dessas agências, em relação aos itens pesquisados, foi fácil perceber que

    a Cultura Organizacional tem influência direta e afeta a satisfação no trabalho, pois

    as práticas orientadas pela Organização, seus valores, seu tipo de gestão, suas

    estratégias de negócios, suas tecnologias, o mercado em que atua, entre outros, são

    determinantes para uma maior ou menor identificação dos funcionários com esta e

    com seus objetivos e, por conseqüência, maior satisfação com o trabalho.

    Como limitadores desta pesquisa, destacam-se o fato de não ter

    havido tempo suficiente para criação e validação de um instrumento de pesquisa

    com questões diretamente relacionadas aos objetivos propostos e também por não

    ter sido possível fazer uma pesquisa mais abrangente, com um maior número de

    agências e, por conseqüência, com maior diversidade cultural, o que daria maior

    contribuição à pesquisa.

    Espera-se que este trabalho possa contribuir para futuras pesquisas

    voltadas ao tema proposto, bem como servir como fonte avaliativa para a

    Organização pesquisada, para que possa desenvolver as melhores práticas, para

  • 42

    que seus princípios e valores possam ser compartilhados por seus funcionários e

    para que estes possam se identificar e compreender o que se espera em relação à

    Cultura Organizacional.

    Conclui-se que, dentro de suas limitações, este trabalho atingiu os

    objetivos propostos e, num contexto geral, respondeu ao problema de pesquisa.

  • 43

    6 REFERÊNCIAS

    BORGES, Lívia de Oliveira ET AL. Comprometimento no Trabalho e sua

    Sustentação na Cultura e no Contexto Organizacional. ERA Electron, Jun 2004, v.

    3, n. 1, P. 0-0, ISSN 1676-5648

    FERREIRA, Maria Cristina et al. Desenvolvimento de um Instrumento Brasileiro para

    Avaliação da Cultura Organizacional. Estud. Psicol., Natal, v.7, n. 2, p.. 271-280,

    jul./2002. ISSN 1413 -294X

    FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho: como medir para melhorar.

    Salvador: Casa da Qualidade, 1996.

    FERNANDES, Karina Ribeiro; ZANELLI, José Carlos. O Processo de Construção e

    Reconstrução das Identidades dos Indivíduos nas Organizações. Rev. Adm.

    Contemp., Curitiba, v. 10, n. 1, p. 55-72, Mar./2006. ISSN 1415-6555

    INAZAWA, Fernandes Kenji. O Papel da Cultura Organizacional e da Aprendizagem,

    para o Sucesso da Gestão do Conhecimento. Perspect. Ciênc. Inf., v.14, n.3, p.

    206-220, dez./2009 ISSN 1413-9936

    KINICKI, Angelo; KREITNER, Robert. Comportamento Organizacional. Tradução

    Maria Lúcia G. L. Rosa; Revisão técnica Ana Cristina Limongi França. São Paulo:

    McGraw-Hill, 2006.

    OBADIA, Issac José; VIDAL, Mário César Rodrigues; MELO, Paulo Fernando

    Frutuoso. Uma abordagem Adaptativa de Intervenção para Mudança Organizacional.

    Gest. Prod., v. 14, n. 1, p. 125-138, abr./2007 ISSN 0104-530X

    PASCHINI, Selma. Estrhatégia: Alinhando Cultura Organizacional e Estratégia

    de Recursos Humanos à Estratégia de Negócio: a contribuição efetiva de

    recursos humanos para a competitividade do negócio. Rio de Janeiro: Qualitymark,

    2006, 228p.

  • 44

    ROBBINS, S. P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva,

    2006.

    RODRIGUES, Marcus Vinícius Carvalho. Qualidade de Vida no Trabalho. 2ª. ed.,

    Rio de Janeiro: Vozes, 1994.

    SARAIVA, Luiz Alex Silva. Cultura Organizacional em Ambiente Burocrático. Ver.

    Adm. Contemp., v. 6, n.1, p. 187-207, abr./2002 ISSN 1415-6555

    SCHEIN, E. H. Organizational Culture and Leadership 2ª ed., San Francisco:

    Jossey-Bass, 1992.

    SILVA, J. R. G.; VERGARA, S. C. O Significado da Mudança: as percepções dos

    funcionários de uma empresa brasileira diante da expectativa de privatização. Rev.

    Adm. Pública, v. 34, n. 1, p. 79-99, 2000.

    TAMAYO, Álvaro. Valores Organizacionais: Sua Relação com Satisfação no

    Trabalho, Cidadania Organizacional e Comprometimento Afetivo. Ver. Adm.. v 33, n

    3, p. 56-63, jul./1998.

    TAMAYO, A.; MENDES, A. M.; PAZ, M. G. T. Inventário de Valores Organizacionais.

    Estudos de Psicologia, v. 5, n.2, 289-315, 2000.

    BANCO DO BRASIL S/A, Quem somos e Retrato da empresa -

    http://www.bb.com.br/portalbb/page3,102,2681,0,0,1,6.bb?codigoNoticia=1508&codi

    goRet=1208&bread=1&codigoNoticia=1504&codigoMenu=616. Acesso em: 07 mar.

    2011.

    http://www.bb.com.br/portalbb/page3,102,2681,0,0,1,6.bb?codigoNoticia=1508&codigoRet=1208&bread=1&codigoNoticia=1504&codigoMenu=616http://www.bb.com.br/portalbb/page3,102,2681,0,0,1,6.bb?codigoNoticia=1508&codigoRet=1208&bread=1&codigoNoticia=1504&codigoMenu=616

  • 45

    ANEXOS

    Anexo A – Questionário - PRÁTICAS DE TRABALHO EM ORGANIZACÕES BRASILEIRAS

    Abaixo você encontra uma série de afirmativas sobre práticas e

    comportamentos que costumam ocorrer nas organizações. Avalie a freqüência com

    que cada uma dessas situações ocorre na organização em que você trabalha.

    Utilize, para tanto, a escala abaixo:

    5 Nunca Muito

    raramente Rarament

    e Algumas

    vezes Freqüen-temente

    Muito freqüente-

    mente

    Sempre

    1 2 3 4 5 6 7

    NA EMPRESA EM QUE TRABALHO ...

    1 2 3 4 5 6 7

    1. As rotinas e a estruturação são uma das características marcantes

    2. Cada empregado é tratado como uma pessoa total

    3. As críticas dos empregados são discutidas com os gerentes

    4. O que os empregados devem fazer é determinado principalmente por procedimentos formais

    5. Ocorrem grandes investimentos em novos produtos

    6. Os empregados recebem suporte de seus superiores

    7. Os empregados são respeitados

    8. Os gerentes dão liberdade aos empregados de expressarem suas idéias

    9. Os empregados são ouvidos nos assuntos que lhes dizem respeito

    10. As regras e políticas formais são uma das características marcantes

    11. As instruções costumam ser dadas por escrito

    12. Os gerentes encorajam os empregados a dar opinião nas decisões de que discordam

    13. Quando um empregado fica doente, os gerentes perguntam por ele com interesse

    14. Os supervisores procuram resolver os problemas de trabalho dos empregados

    15. Inovar e correr riscos constituem uma das características

  • 46

    marcantes

    16. Os empregados são informados dos assuntos que o afetam diretamente

    17. Costuma-se procurar novos mercados para os produtos existentes

    18. As tarefas são desempenhadas de acordo com procedimentos previamente definidos

    19. Enfatizam-se as ações competitivas e as realizações

    20. Tudo é realizado de acordo com procedimentos previamente definidos

    21. As pessoas estão sempre buscando novas maneiras de encarar os problemas

    22. O apoio ao desenvolvimento de novas idéias costuma estar prontamente disponível

    23. As pessoas estão sempre procurando desenvolver novos produtos e serviços ou melhorar os já existentes

    24. O controle e a centralização são importantes

    Práticas orientadas para o empregado: Itens 2, 3, 6, 7, 8, 9, 12, 13, 14, 16 Práticas orientadas para a inovação: Itens 5, 15,17, 19, 21, 22, 23 Práticas orientadas para a formalização e burocracia: Itens 1, 4, 10, 11, 18, 20, 24

    Cultura organizacional: FERREIRA, M. C., et al. Desenvolvimento de um instrumento brasileiro para avaliação da cultura organizacional. Estudos de Psicologia (Natal), v.7, p.271-280, 2002.

    Dados funcionais:

    Cargo:________________________________

    Tempo de Serviço na unidade:_____________

    Tempo de Serviço no Banco:_______________

    Anexo B – Questionário - ESCALA DE SATISFAÇÃO NO TRABALHO

    As frases a seguir falam a respeito de alguns aspectos do seu trabalho atual. Gostaríamos que você indicasse o QUANTO SE SENTE SATISFEITO OU INSATISFEITO COM CADA UM DELES. Dê suas respostas anotando, nos parênteses que antecede cada frase, aquele número (de 1 a 7) que melhor representa sua resposta. 1 - Totalmente insatisfeito 5 - Satisfeito 2 - Muito insatisfeito 6 - Muito satisfeito 3 - Insatisfeito 7 - Totalmente satisfeito 4 - Indiferente

  • 47

    NO MEU TRABALHO ATUAL SINTO-ME...

    01 ( ) Com o espírito de colaboração dos meus colegas de trabalho. 02 ( ) Com o modo como meu chefe organiza o trabalho do meu setor. 03 ( ) Com o número de vezes que já fui promovido nesta empresa. 04 ( ) Com as garantias que a empresa oferece a quem é promovido. 05 ( ) Com o meu salário comparado com o quanto eu trabalho. 06 ( ) Com o tipo de amizades que meus colegas demonstram por mi. 07 ( ) Com o grau de interesse que as minhas tarefas me despertam. 08 ( ) Com o meu salário comparado com a minha capacidade profissional. 09 ( ) Com o interesse do meu chefe pelo meu trabalho. 10 ( ) Com a maneira como a empresa realiza promoções de seu pessoal. 11 ( ) Com a capacidade do meu trabalho me absorver. 12 ( ) Com o meu salário comparado com o custo de vida. 13 ( ) Com a oportunidade de fazer o tipo de trabalho que faço. 14 ( ) Com a maneira como me relaciono com os meus colegas de trabalho. 15 ( ) Com a quantia em dinheiro que eu recebo ao final de cada mês. 16 ( ) Com as oportunidades de ser promovido nesta empresa. 17 ( ) Com a quantidade de amigos que eu tenho entre meus colegas de trabalho. 18 ( ) Com as preocupações exigidas pelo meu trabalho. 19 ( ) Com o entendimento entre eu e meu chefe. 20 ( ) Com o tempo que tenho de esperar por uma promoção nesta empresa. 21 ( ) Com o meu salário comparado com os meus esforços no trabalho. 22 ( ) Com a maneira como meu chefe me trata. 23 ( ) Com a variedade de tarefas que realizo. 24 ( ) Com a confiança que eu posso ter e meus colegas de trabalho. 25 ( ) Com a capacidade profissional do meu chefe.

    CÁLCULO DOS ESCORES

    Fatores Escore

    Colegas de trabalho (01+06+14+17+24) / 5

    Satisfação com o salário (05+08+12+15+21) / 5

    Satisfação com a chefia (02+09+19+22+25) / 5

    Natureza do trabalho (07+11+13+18+23) / 5

    Promoções (03+04+10+16+20) / 5

    Referência: Siqueira, M. M. M. (1995a). Antecedentes de comportamentos de cidadania organizacional: a análise de um modelo pós-cognitivo. Tese de Doutorado não-publicada. Universidade de Brasília, Brasília. Dados funcionais:

    Cargo:________________________________

    Tempo de Serviço na unidade:_____________

    Tempo de Serviço no Banco:_______________