Espaço Cidadania - Março/2012

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INCLUSÃO DIGITAL BRUNA CRAVO A inclusão digital pode ser consi- derada toda a ação que permite que a informática e seus recursos estejam à disposição da população. Também visa melhorar as condições de vida dos cidadãos por meio da tecnologia. Segundo Magda Silvério, que coorde- nou a Oficina de Inclusão Digital rea- lizada pela Universidade Metodista de São Paulo, “não basta disponibi- lizar o computador e o acesso à inter- net, mas é preciso tornar possível a sua utilização, oferecendo o conheci- mento para a utilização dos recursos”. Para a professora, as vantagens da inclusão digital podem ser resumidas em democratização do conhecimento. “O domínio da informática ajuda na busca de outros saberes, de informa- ções sobre seus direitos, cultura e ori- gens”, diz. Entretanto, faz-se necessária a prática da navegação online, para que a mesma não caia no esquecimento. A inclusão digital é bastante falada no Brasil, mas ainda pouco realizada. Muitas regiões têm o acesso à tecnolo- gia limitado. Por mais que escolas ou empresas tenham computadores, é comum notar que não há acesso à internet ou instrutores qualificados para lidar com essa dificuldade. TELECENTROS Tentando minimizar esse quadro, o Governo Federal investe em Tele- centros. Segundo o ONID (Observa- tório Nacional de Inclusão Digital), eles funcionam com a implantação de espaços públicos e comunitários de inclusão digital. Há a disponibilidade de equipamentos de informática e serviços de conexão à internet. Os monitores que auxiliam no uso dos equipamentos recebem uma bolsa de auxílio financeiro e participam de um curso de formação para atuarem co- mo agentes de inclusão. Ainda de acordo com a ONID, há mais de 7 mil telecentros espalha- dos pelo Brasil, distribuídos em 95 programas de inclusão digital. Dentre esses programas, há o Acessa São Paulo, de abrangência estadual, que oferece acesso às novas tecnologias da informação e comunicação, inclu- indo a internet, contribuindo para o desenvolvimento dos paulistas. São 448 telecentros espalhados por todo o Estado, geralmente em locais de grande circulação, como estações de trens e metrôs e em unidades do Pou- pa Tempo. No ABC, a Secretaria da Educa- ção de Santo André promove oficinas de inclusão. Intitulado Projeto Santo André Digital, o curso tem o objetivo de capacitar o aluno, o professor e a comunidade por meio do uso da tec- nologia. De abrangência municipal, o projeto conta com dois telecentros. De acordo com Magda Silvério, além de permitir o acesso à informá- tica e seus recursos, a inclusão digital possibilita melhorias na perspectiva de emprego e oferece novos meios de comunicação. Para tanto, é necessá- rio que o aprendizado não fique ape- nas nas telas dos computadores, mas fazer com que as aulas sejam direcio- nadas seguindo as expectativas de ca- da aluno. “É importante ter cursos es- pecíficos para pessoas que estão no mercado de trabalho, que dê ferra- mentas para que elas possam melho- rar e crescer”, conclui. Inclusão digital. Por trás des- tas duas palavras você também encontra acesso, diminuição de distâncias e igualdade. Tudo isso é possível com o ofereci- mento de oportunidades iguais para todas as pessoas. No sé- culo da tecnologia completa- mente inserida em nosso coti- diano, isso passa, obrigatoria- mente, pela inclusão digital. Seria fácil argumentar que, em um país ainda tão cheio de carên- cias como o Brasil, a inclusão di- gital e o acesso à tecnologia por parte da população deveriam ser a última das prioridades. Fácil também, no entanto, seria derru- bar este argumento: hoje em dia, dificuldades surgem para alguém sem um computador conectado à internet. Seja em casa, no trabalho ou nas milhares de lan houses es- palhadas pelo País, o brasileiro mostra que a própria inserção digital serve como facilitador no combate aos problemas sociais: um desempregado, por exemplo, terá muito mais chance de con- seguir um emprego procurando vagas na internet e enviando seu currículo por e-mail. Nesta edição do Espaço Cida- dania você conhece como os te- lecentros vêm atuando para au- mentar a inclusão digital e a e- ducação a distância faz com que estudantes tenham acesso a um ensino de qualidade antes im- possibilitado pela localização. Confere também que as redes sociais podem ter função públi- ca e social e a tecnologia pode ajudar na inclusão de deficien- tes. Boa leitura! Prof. Dr. Marcio de Moraes Reitor EDITORIAL Universidade Metodista de São Paulo Ano 9 número 97 Março de 2012 Usuários em telecentro, uma das principais ferramentas do governo para a inclusão digital Conhecimento em Informática pode melhorar quadro social Oficinas e telecentros são algumas das soluções para a democratização digital Magda Silverio

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Nesta edição do Espaço Cidadania você conhece como os telecentros vêm atuando para aumentar a inclusão digital e a educação a distância faz com que estudantes tenham acesso a um ensino de qualidade antes impossibilitado pela localização. Confere também que as redes sociais podem ter função pública e social e a tecnologia pode ajudar na inclusão de deficientes.

Transcript of Espaço Cidadania - Março/2012

  • INCLUSO DIGITAL

    BRUNA CRAVO

    A incluso digital pode ser consi-derada toda a ao que permite quea informtica e seus recursos estejam disposio da populao. Tambmvisa melhorar as condies de vidados cidados por meio da tecnologia.Segundo Magda Silvrio, que coorde-nou a Oficina de Incluso Digital rea-lizada pela Universidade Metodistade So Paulo, no basta disponibi-lizar o computador e o acesso inter-net, mas preciso tornar possvel asua utilizao, oferecendo o conheci-mento para a utilizao dos recursos.

    Para a professora, as vantagens daincluso digital podem ser resumidasem democratizao do conhecimento.O domnio da informtica ajuda nabusca de outros saberes, de informa-es sobre seus direitos, cultura e ori-gens, diz. Entretanto, faz-se necessriaa prtica da navegao online, para quea mesma no caia no esquecimento.

    A incluso digital bastante faladano Brasil, mas ainda pouco realizada.Muitas regies tm o acesso tecnolo-gia limitado. Por mais que escolas ou

    empresas tenham computadores, comum notar que no h acesso internet ou instrutores qualificadospara lidar com essa dificuldade.

    TELECENTROSTentando minimizar esse quadro,

    o Governo Federal investe em Tele-centros. Segundo o ONID (Observa-trio Nacional de Incluso Digital),eles funcionam com a implantao deespaos pblicos e comunitrios deincluso digital. H a disponibilidadede equipamentos de informtica eservios de conexo internet. Osmonitores que auxiliam no uso dosequipamentos recebem uma bolsa deauxlio financeiro e participam de umcurso de formao para atuarem co-mo agentes de incluso.

    Ainda de acordo com a ONID,h mais de 7 mil telecentros espalha-dos pelo Brasil, distribudos em 95programas de incluso digital. Dentreesses programas, h o Acessa SoPaulo, de abrangncia estadual, queoferece acesso s novas tecnologiasda informao e comunicao, inclu-indo a internet, contribuindo para o

    desenvolvimento dos paulistas. So448 telecentros espalhados por todoo Estado, geralmente em locais degrande circulao, como estaes detrens e metrs e em unidades do Pou-pa Tempo.

    No ABC, a Secretaria da Educa-o de Santo Andr promove oficinasde incluso. Intitulado Projeto SantoAndr Digital, o curso tem o objetivode capacitar o aluno, o professor e acomunidade por meio do uso da tec-nologia. De abrangncia municipal, oprojeto conta com dois telecentros.

    De acordo com Magda Silvrio,alm de permitir o acesso inform-tica e seus recursos, a incluso digitalpossibilita melhorias na perspectivade emprego e oferece novos meios decomunicao. Para tanto, necess-rio que o aprendizado no fique ape-nas nas telas dos computadores, masfazer com que as aulas sejam direcio-nadas seguindo as expectativas de ca-da aluno. importante ter cursos es-pecficos para pessoas que esto nomercado de trabalho, que d ferra-mentas para que elas possam melho-rar e crescer, conclui.

    Incluso digital. Por trs des-tas duas palavras voc tambmencontra acesso, diminuiode distncias e igualdade. Tudoisso possvel com o ofereci-mento de oportunidades iguaispara todas as pessoas. No s-culo da tecnologia completa-mente inserida em nosso coti-diano, isso passa, obrigatoria-mente, pela incluso digital.Seria fcil argumentar que, em

    um pas ainda to cheio de carn-cias como o Brasil, a incluso di-gital e o acesso tecnologia porparte da populao deveriam sera ltima das prioridades. Fciltambm, no entanto, seria derru-bar este argumento: hoje em dia,dificuldades surgem para algumsem um computador conectado internet.Seja em casa, no trabalho ou

    nas milhares de lan houses es-palhadas pelo Pas, o brasileiromostra que a prpria inserodigital serve como facilitador nocombate aos problemas sociais:um desempregado, por exemplo,ter muito mais chance de con-seguir um emprego procurandovagas na internet e enviando seucurrculo por e-mail.Nesta edio do Espao Cida-

    dania voc conhece como os te-lecentros vm atuando para au-mentar a incluso digital e a e-ducao a distncia faz com queestudantes tenham acesso a umensino de qualidade antes im-possibilitado pela localizao.Confere tambm que as redessociais podem ter funo pbli-ca e social e a tecnologia podeajudar na incluso de deficien-tes. Boa leitura!

    Prof. Dr. Marcio de MoraesReitor

    EDITORIAL

    Universidade Metodista de So Paulo Ano 9 nmero 97 Maro de 2012

    Usurios em telecentro, uma das principais ferramentas do governo para a incluso digital

    Conhecimento em Informticapode melhorar quadro social

    Oficinas e telecentros so algumas das solues para a democratizao digital

    Magda

    Silverio

  • Ferramentas tecnolgicas possibilitam o aprendizado em qual

    GUSTAVO CARNEIRO

    Por meio da educao a distncia(EAD) e dos recursos tecnolgicos,hoje as instituies de ensino tmcondies de oferecer acesso ao estu-do de maneira diferenciada, aju-dando os alunos a serem mais inde-pendentes com o seu aprendizado.Ao contrrio da aula tradicional,com o professor em sala, e que temhorrio marcado para comear e ter-minar, as aulas a distncia permitemque o estudante gerencie seu tempode estudos de acordo com suas neces-sidades.

    Segundo Adriana Barroso, profes-sora e Coordenadora do Ncleo deEducao a Distncia da Universida-de Metodista de So Paulo, os maio-res beneficiados com este tipo de for-mao so as pessoas que j esto nomercado de trabalho e buscam umagraduao acadmica, ou at mesmomudar de profisso, mas no tmtempo para frequentar as aulas pre-senciais diariamente. Quem vivelonge dos grandes centros urbanos edas instituies mais conceituadas,onde poderiam ter acesso ao ensinosuperior, tambm ganha com essatecnologia, diz Adriana.

    Para a professora, uma das maio-

    res dificuldades deste tipo de platafor-ma a familiarizao do aluno com oaparato tecnolgico. Muitas vezes, huma trava com o mtodo de ensino ecom o processo mediado pela tecnolo-gia. Superado esse medo, o aprendiza-do ocorre normalmente, afirma.

    Alm da formao universitria, possvel desenvolver outros tiposde aprendizados por meio da inter-net. O Instituto Crescer para a Cida-dania, criado em 2000, atua com pro-jetos voltados ao desenvolvimentoda educao bsica, incluso digital,qualificao profissional e desenvol-vimento comunitrio. O aprendizpode participar de redes sociais sobreassuntos especficos ou mesmo inte-ragir com especialistas. O uso de re-cursos multimdia ajuda bastante, afi-nal muito mais fcil entender o fun-cionamento do corpo humano tendoacesso a um material em 3D, co-menta Luciana Maria Allan, diretoratcnica do instituto.

    Segundo Luciana, a utilizao deredes sociais outra ferramenta tec-nolgica muito comum em eventos epalestras. O estudante ganha maiorinteratividade com o palestrante, queat responde perguntas feitas pelasmdias digitais, tornando o processomais dinmico, explica.

    Educao a distrecurso de mltipl

    F E CIDADANIA

    INCLUSO: UMA PALAVRA ATEMPORALNo h como negar que os avanos da tecnologia tm proporcionado in-

    meros benefcios, seja contribuindo com a descoberta e o tratamento de di-versos tipos de doenas, seja tornando a vida em sociedade mais prtica gra-as internet ou ainda diminuindo as distncias entre as pessoas com umsimples clique.Entretanto, ao abordarmos a questo da incluso, automaticamente afir-

    mamos que o contrrio tambm verdadeiro. Neste espao, em particular,estamos lidando com a realidade de pessoas que esto margem do acessotecnolgico, numa poca em que no mais possvel imaginar o mundo semeste tipo de recurso.E para que essa situao seja diferente, preciso parar e considerar o que

    realmente significa incluir. Uma das definies apresentadas pelo dicion-rio Aurlio diz: estar includo ou compreendido; fazer parte; figurar entre ou-tros; pertencer, juntamente com outros.Independentemente da crena, se h um exemplo que a ser seguido o de

    Jesus. Durante todo o seu ministrio, Ele no fazia nenhum tipo de diferen-ciao entre as pessoas. Pelo contrrio, suas aes eram sempre no sentidode aproxim-las.A Bblia menciona diversas situaes em que isso ocorre. No livro de Mar-

    cos, O vemos ensinando a multido a respeito do casamento at que, em umdeterminado momento, comearam a trazer crianas para que Ele as tocasse.Mas os discpulos o repreendiam. Quando Jesus viu isso, ficou indignadoe lhes disse: Deixem vir a mim as crianas, no as impeam; pois o Reinode Deus pertence aos que so semelhantes a elas (Mc 10.13,14).J na passagem em que relatada a multiplicao dos pes e peixes, Je-

    sus tem atitude semelhante por duas vezes. A primeira quando Ele e os dis-cpulos se retiravam para a cidade de Betsaida. O povo, ao ficar sabendopara onde iam, decidiu segui-los. Em vez de impedir que as pessoas se apro-ximassem, Ele as acolheu, e falava-lhes acerca do Reino de Deus, e curavaos que precisavam de cura. (Lc 9.11). Ao final daquele dia, os discpulossugeriram que Jesus dispersasse a multido para que pudessem se ali-mentar. Novamente Ele no permitiu que isso acontecesse e realizou o mi-lagre. (Mc. 6.35-44).Assim como Jesus, que tratou igualmente as pessoas, as iniciativas do go-

    verno e de instituies da sociedade civil so muito bem-vindas quando oobjetivo dar o mesmo tratamento a todos, no importando a classe social,de maneira que possam usufruir dos mesmos recursos e acessos tecnol-gicos.

    Gabriela Rodrigues, Jornalista, integrante da equipe da Gerncia deComunicao da Universidade Metodista de So Paulo

    Instituto Crescer para a Cidadania, que atua com projetos voltados ao desenvolvimento da educao bsica usando recursos multimdia

  • ENTREVISTA

    My Fun City: rede social avaliaservios pblicos da cidade

    Uso da internet e das redes sociais estimula a cidadania

    quer momento da vida

    AMPLIANDO OCONHECIMENTO

    ncia: umas aes

    Marina Olegario

    Criado em parceria com as universi-dades norte-americanas de Harvard eMassachusetts Institute of Technology(MIT), juntamente com a ONG Movi-mento Mais Feliz, o aplicativo My FunCity faz uso da colaborao de inter-nautas para apontar a qualidade dosservios e equipamentos pblicos daregio de uma cidade e, automatica-mente, criar um banco de informaessobre as mesmas, determinando ascondies de vida naquela localidade.O My Fun City gratuito e prope que

    os cidados avaliem itens como sina-lizao, atendimento sade, ofertacultural, rvores e canteiros nas vias,linhas de nibus, rea de lazer, con-servao das caladas, policiamento,lixeiras, poluio sonora e poluio vi-sual. Cada servio pblico recebe umanota de satisfao e os dados podemser acessados pela prefeitura da cida-de avaliada. Queremos que essas in-formaes sirvam de base para que aspolticas pblicas das regies sejamefetivadas. Estamos preocupados emconectar o aplicativo com organiza-es e governos que esto pensandona administrao desses municpios,explica Alexandre Sayad, diretor geraldo My Fun City. Ele conversa com o Es-pao Cidadania:Espao Cidadania: Como surgiu o

    My Fun City?Alexandre Sayad: Dentro do Movi-

    mento Mais Feliz nos j fazamos even-tos de captao de recursos. Quando

    fomos para o MIT, voltamos com a ideiade que a cidadania tinha que passarpara o digital. Tentamos colocar a nos-sa inteligncia e recursos para desen-volver produtos para a internet que ti-nham a ver com cidadania. Com isso,criamos o My Fun City, uma rede socialcom interesse pblico. Buscamos par-ceiros tecnolgicos, investidores emontamos uma empresa social que fazparte do famoso setor 2.5, uma ten-dncia que agora est muito forte, pois uma companhia de carter social quereverte pelo menos 50% dos lucrospara o prprio investimento.Espao Cidadania: Como funciona o

    aplicativo?Alexandre Sayad: o mesmo princ-

    pio de uma rede social, s que umacomunidade geolocalizada, ou seja, ousurio faz um check in, no Iphone ouno Ipad e j localizado pelo GoogleMaps. A partir da, o internauta irresponder algumas perguntas em onzereas diferentes e cada uma delas de-ver receber uma avaliao entre ps-simo e excelente. Tem questes liga-das ao verde, ao lixo, trnsito, polui-o sonora, poluio visual e rede deesgoto. possvel visualizar quem es-t perto da sua regio, acompanhar amdia de estatstica das respostasdaquela rea, escrever comentrios eanexar fotos. No fundo, uma rede so-cial que gira em torno da cidadania.Em So Paulo, por exemplo, estamosfazendo acordos com redes de organi-zaes no-governamentais que tra-balham a questo das cidades e da

    gesto pblica. Tambm disponibili-zamos os dados para as prefeituras.Espao Cidadania: A plataforma

    permite uma aproximao entre ascomunidades e a sociedade civil?Alexandre Sayad: Sim, e acho que

    essa questo vem amadurecendo noBrasil h uns 15 anos - desde o nasci-mento do terceiro setor e o despertarde um senso de comunidade, de parti-cipao na administrao pblica,que vai alm do voto como ferramentade escolha. No fundo, a poltica bemmais complexa do que simplesmenteeleger governantes, ela envolve comprofundidade as questes locais afi-nal, as esferas federal ou estadual sexistem em funo da esfera local.Mais do que aproximar os cidados dapoltica ou das ONGs, o objetivo dessaplataforma fazer com que as pes-soas entendam que na micropolticaque as coisas acontecem. No toaque cidadania e cidade tm o mesmoradical.Espao Cidadania: Qual a importn-

    cia de trabalhar cidadania junto comtecnologia?Alexandre Sayad: Quando eu fui pa-

    ra o MIT senti que no nem o futuro,mas sim o presente da cidadania devepassar pela questo tecnolgica. Notem muita escapatria, afinal se igno-rarmos essa plataforma, que envolvedireitos e deveres dos cidados, va-mos abrir uma brecha enorme paraque pessoas que no nos representemtomem espaos e nada mude.Espao Cidadania: Quais as prxi-

    mas atualizaes da ferramenta? E-xistem parcerias?Alexandre Sayad: Estamos melho-

    rando a navegao, a interface e aspossibilidades do aplicativo. Outra fer-ramenta em desenvolvimento a pos-sibilidade de que o usurio mais ativode cada regio possa se tornar lderda rua e mediar discusses e peti-es junto ao setor pblico. Sobre par-cerias, quanto mais organizaes esti-verem com a gente, melhor. O objetivo estreitar os laos com a sociedadecivil.

    LivrosEducao a Distncia Pr-tica e formao do profissio-nal reflexivoAutor: Jos Armando ValenteA obra rene artigos que possi-

    bilitam ao profissional de diver-sas reas analisar, discutir e de-senvolver questionamentos so-bre a EAD na formao do pro-fissional reflexivo, destacando ociclo da ao reflexo e a pr-tica reflexiva como campos deinvestigao.

    Sitewww.intitutocrescer.org.brA misso educacional do insti-

    tuto atuar como agente trans-formador, criando oportunidadesde crescimento e desenvolvi-mento de pessoas e organiza-es, rumo cidadania.

    InstitutoCrescer

    arquivopessoal

    Alexandre Sayad, diretor geral do My Fun City, aplicativo que aponta qualidade de serviosdas cidades

  • Espao Cidadania uma publicao mensal do Instituto Metodista de Ensino Superior. Tiragem: 3.000 exemplares

    Conselho Diretor: Paulo Roberto Lima Bruhn (presidente); Nelson Custdio Fer (secretrio); Maria Flvia Kovalski;

    Henrique de Mesquita Barbosa Corra; Augusto Campos de Rezende; Osvaldo Elias de Almeida; Carlos Alberto Simes

    Jnior; Ronald da Silva Lima (suplente); Jairo Werner Jnior (suplente)

    Diretor Geral/Reitor: Marcio de Moraes. Diretor de Comunicao: Paulo Roberto Salles Garcia. Coordenao

    Editorial: Gerncia de Comunicao do IMS e Agncia de Comunicao da Faculdade de Comunicao Conselho

    Editorial: Clovis Pinto de Castro (presidente), Elena Alves Silva, Luiz Roberto Alves, Paulo Roberto Salles Garcia, Dag-

    mar Silva Pinto de Castro, Paulo Bessa da Silva, Nicanor Lopes, Lia de Souza.Redao: Bruna Cravo, Gustavo Carneiro

    e Marina Olegrio (alunos da Faculdade de Comunicao). Edio: Alexandra Martin (MTb 26.264) e Israel Bumajny

    (MTb 60.545)

    Projeto Grfico e Editorao Eletrnica: Timbre Consultoria em Marca e Design.

    Redao: Rua Alfeu Tavares, 149 Edifcio R Rudge Ramos 09640-000 So Bernardo do Campo SP

    Telefone: (11) 4366-5599 E-mail: [email protected] Verso Online: www.metodista.br/cidadania

    Os textos podem ser reproduzidos, desde que citada a fonte e seus autores.

    BRUNA CRAVO

    No Brasil existem cerca de 16 mi-lhes de pessoas com deficincia vi-sual, segundo dados do IBGE. E atecnologia vem sendo cada vez maisdesenvolvida para suprir as necessi-dades dessa fatia da populao. Hojeem dia possvel encontrar aplicati-vos capazes de auxili-los no uso di-rio, como programas de leitura de te-la que funcionam por meio de umaparelho sintetizador de voz e possi-bilitam o uso de computadores e ce-lulares.

    Segundo Tomaz Mikio, professornos cursos de Exatas e Tecnologiada Universidade Metodista de SoPaulo e consultor em desenvolvi-mento de softwares, a engenharia desoftware vem investindo cada vezmais em aplicativos que ofereamsuporte s pessoas com necessidadesespeciais. Ele explica que esses pro-gramas permitem que o usuriocom pouca, ou nenhuma acuidadevisual, utilize recursos de escrita eleitura e aumentem sua qualidade devida. Graas ao sistema de voz, quel as letras selecionadas do teclado, possvel enviar e receber mensa-gens com facilidade. J existem di-versos programas como este no mer-cado, afirma Mikio.

    O deficiente visual Fernando Josda Silva utiliza programas de leiturana tela de seu celular. Ele permiteque eu mande mensagens e tambmestude o contedo que baixo na tela.Um software desses abre os horizon-tes de quem tem problemas de viso,diz. Os aplicativos tambm promo-vem diverso. Fernando diz que, gra-as aos softwares adaptados, conse-gue baixar msicas e filmes. Podeser uma coisa bsica para as outraspessoas, mas para ns, no. umaverdadeira revoluo.

    ALTO CUSTO AINDALIMITA USURIOS

    Contudo, ainda faltam adequa-es para tornar a acessibilidade maiscompleta. Para Tomaz, qualquer soft-ware s pode ser considerado fun-cional quando satisfaz as necessida-des de quem o utiliza. Um aplicativoque consegue realizar isto com suces-

    so resultado de todo um processode desenvolvimento que inclui, entrediversos fatores, um levantamentobem-sucedido das necessidades dousurio e a disponibilidade e domniode tecnologias que permitam o desen-volvimento de uma soluo, diz.

    Infelizmente, esse tipo de aplica-tivo no est acessvel a todos os defi-cientes, por conta de seu alto custo.Alm de o usurio comprar o apare-lho celular ou computador, neces-srio que adquira junto o softwareespecial. Na licena do meu celular,

    paguei R$ 700. E no adiantava ir loja e comprar qualquer aparelho,existe uma lista de modelos compat-veis com o sistema, conta Fernando.Mesmo com algumas restries, essessoftwares auxiliam, e muito, a vidadesses internautas.

    Softwares permitem que deficientes visuais utilizem celulares e computadores

    Aplicativos do bem

    Divulgao

    Aplicativos permitem incluso de portadores de necessidades especiais