Especial Dia da Indústria - Diário Popular

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OTIMISMO DE VOLTA À INDÚSTRIA EMALTO INVESTE R$ 25 MILHÕES EM UNIDADE DE ESTRUTURAS METÁLICAS DE OLHO NAS DEMANDAS DE INFRAESTRUTURA DA COPA DE 2014 E OLIMPÍADAS Alexandre Torquetti Jr: Emalto Estruturas Metálicas terá uma linha de fabricação totalmente automatizada com capacidade de produção de 1.500 ton/mês Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia VALE DO AÇO . 27/05/2010 . ENCARTE ESPECIAL EM HOMENAGEM AO DIA DA INDÚSTRIA APOIO DIÁRIO POPULAR

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Especial comemorativo ao Dia da Indústria veiculado no Jornal Diário Popular.

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OTIMISMO DE VOLTA ÀINDÚSTRIAEMALTO INVESTE r$ 25 MILHÕES EM UNIDADE DE ESTrUTUrAS METÁLICAS DE OLHO NAS DEMANDAS DE INFrAESTrUTUrA DA COPA DE 2014 E OLIMPÍADAS

Alexandre Torquetti Jr: Emalto Estruturas Metálicas terá uma linha de fabricação totalmente automatizada com capacidade de produção de 1.500 ton/mês

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

VALE DO AÇO . 27/05/2010 . ENCARTE ESPECIAL EM HOMENAGEM AO DIA DA INDÚSTRIA

APOIO

DIÁRIOPOPULAR

Va l E d o aço . 27 d E M a i o d E 2010 . E s p E c i a l d i a da i n d ú s t R i a

A Revista Negócios Industriais é uma publicação trimestral produzida e comercializada pela Letra de Forma Comunicação Empresarial

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EDITORPaulo Assis | MG [email protected]

REDAÇÃOAline Alves e Paulo [email protected]

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FINANCEIROKátia Kristina(31) [email protected]

FOTO DA CAPARodrigo Zeferino/Grão [email protected]

CARTAS À REDAÇÃOComentários sobre o conteúdo editorial, sugestões, releases e critícas às matérias - [email protected]

ASSINATURASPara receber a Revista Negócios Industriais entre em contato pelo telefone 31 3823-1316. Valor anual: R$ 25,00 (4 edições).

IMPRESSÃOEste suplemento especial em homenagem ao Dia da Indústria foi impresso pela A Gazeta Metropolitana Editora e Gráfica como parte integrante do Jornal Diário Popular.

Este suplemento em homenagem ao Dia da Indústria é uma prévia da Revista Negócios Industriais, uma publicação à altura da indústria do Vale do Aço, que começa a circular na pró-xima segunda-feira, 31 de maio, direcionada a 2 mil empresas e entidades do Vale do Aço, Re-gião Metropolitana de Belo Horizonte e outros estados.

Em geral, o Dia da Indústria passa quase desper-cebido, salvo com as homenagens da Regional Vale do Aço da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Presta-ção de Serviços de Timóteo (Aciati).

A Letra de Forma Comunicação Empresarial, responsável pela publicação da Revista Negócios Industriais, com o apoio do Jornal Diário Popu-lar, não podia deixar uma data tão importante passar em branco. Afinal, são milhares de empre-gos e recursos que promovem o desenvolvimento sócio-econômico da nossa região.

Paulo AssisEditor

UMA JUSTAHOMENAGEM

SUZANOO Governo de Minas estaria negociando com a Suzano Papel e Celulose a instalação de um complexo agroin-dustrial em Governador Valadares, num investimento que poderia chegar a R$ 3,5 bilhões.

AÇO PARA NAVIOSA Usiminas desbancou os chineses e venceu licitação internacional para

fornecimento de 7,7 mil toneladas de aço para o Estaleiro Mauá Petro Um (RJ). O aço será utilizado na construção de navios para transporte de

produtos claros e integra o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef ), coordenado pela Transpetro, subsidiária da

Petrobras. Com esse resultado, a Usiminas já possui contratadas 40 mil toneladas de aço para os navios do Promef, o que representa 32% de todo o

aço que já foi comprado até aqui – 123,6 mil toneladas.

BAILE dOS PANIFICAdORESO Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Alimentação, Panificação,

Confeitaria e de Massas Alimentícias do Vale do Aço (Sinpava) promove no dia 6 de agosto mais uma edição do Baile dos Panificadores, no Clube

Morro do Pilar. As homenagens aos panificadores começam em julho, com uma missa especial na Igreja do Bairro Horto, no dia 7. Mais informações

no Sinpava, pelo telefone 31 31 3824-2334.

CELULOSEOs preços de referência da fibra curta saltaram para US$ 920 por tonelada na Amé-rica do Norte, US$ 890 na Europa e US$ 850 na China e no resto da Ásia. No início do ano, o preço de referência estava no pamtar de US$ 700.

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PARCERIAA concessionária Guiauto Chevrolet e a Fiemg Regional Vale do Aço firmaram parceria no final de maio. Os associados serão contemplados com descontos que podem chegar a 18%, de acordo com o modelo de veículo escolhido, explicou Leonel Guimarães, diretor da concessio-nária. Os benefícios se estendem aos sindicatos patronais associados Sindimiva, Sinpava, Sinduscon, Sindivest e Sime. Informações na con-cessionária.

Painel

Valorização transforma celulose em um “novo minério” para Minas

Foto palace

a revista negócios industriais circula na próxima semana. na matéria de capa, as indústrias do pólo Metalmecânico do Vale do aço mostram como passaram a vender para os estaleiros, auxiliando na construção de navios, e hoje integram a cadeia de navipeças. a Viga caldeiraria, da Família Gaggiato, foi a primeira e abre o caminho para outras indústrias.

O novo presidente, que concorreu em chapa única, obteve 122 votos dos sindicatos representados. Olavo Machado Jr. substitui o empresário Robson Braga de Andrade, que preside a Fiemg desde 2002, eleito por dois mandatos consecutivos. A transmissão de cargo acontece nesta quinta-feira, 27, à noite, em Belo Horizonte, durante as comemorações do Dia da Indústria.

O presidente eleito, empresário do setor elétrico, é diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), vice-presidente da Fiemg e presidente do Centro Industrial Empresarial de Minas Gerais (Ciemg).

Engenheiro elétrico, formado pelo Instituto Politécnico da PUC-MG, Olavo Machado Jr. foi secretário-adjunto de Indústria e Comércio de Minas Gerais, presidente do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) e atua na diretoria da Fiemg desde 1978.

Olavo Machado Jr. declarou que seu esforço estará concentrado em dar continuidade ao trabalho realizado por Robson Braga de Andrade. “Não há motivos para grandes mudanças. Vamos seguir na mesma trilha do que vínhamos realizando na gestão do Robson Andrade”, disse Olavo Machado Jr., feliz por ter conseguido montar uma chapa

de unidade. “É muito bom trabalhar entre amigos”, comemorou.

Empresário de destacada atuação na preservação do meio ambiente e em responsabilidade social, Olavo Machado Jr. lançou, em abril, programa inovador para a indústria na área de sustentabilidade, chamado Minas Sustentável. Garantiu que sua gestão será voltada para os empresários, as empresas e o desenvolvimento integrado da indústria de Minas e do Brasil. Confira parte da entrevista concedida à Revista Negócios Industriais. A conversa completa você encontra na revista, a partir de segunda-feira.

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FIEMG TEMNOVO PrESIDENTEOlavo Machado assume entidade máxima da indústria mineira no Dia da Indústria. Robson Braga será presidente da CNI

Fotos sebastião Jacinto Jr.

Quais suas principais metas à fren-te da Fiemg?

Trabalharei para garantir o desenvol-vimento sustentável das empresas do estado e a geração de bons e lucrativos negócios para a indústria mineira.

Para isso, darei continuidade ao tra-balho de sucesso do presidente Robson Braga de Andrade. Não é por acaso que hoje a Federação pode contar com o reconhecimento e o apoio dos sindica-tos patronais, dos empresários, do setor público e da sociedade. Essa forma de trabalho precisa ser mantida. Vamos se-guir o mesmo ritmo. Estou certo de que

o empresariado espera que o diálogo, as parcerias e a defesa dos interesses da indústria mineira permaneçam como as principais marcas da atuação do Siste-ma Fiemg. E, como candidato de con-senso que fui, é claro que me pautarei por esses valores para conduzir as ações desenvolvidas pela instituição. No meu entendimento, esse é o rumo apontado pelos empresários mineiros.

O que representa para Minas, e em

especial para a Fiemg, a eleição do empresário mineiro Robson Andrade para a CNI?

A tradição é que o dirigente da CNI seja do nordeste. E tivemos bons presi-dentes de lá. A confederação congrega toda a indústria nacional e algumas ve-zes foi interinamente dirigida por em-presários paulistas, que também a valo-rizaram.

O Presidente Armando Monteiro, com muita competência, uniu a todos e mostrou que o Brasil é um só e que a nossa causa é a mesma, independente-mente da região. Hoje, ele e colegas das demais instituições que formam o Sis-tema Indústria vêem a Fiemg como um exemplo a ser seguido em uma série de ações, o que é um prêmio para o trabalho desenvolvido por nós em Minas Gerais, liderados pelo presidente Robson.

Para o próximo mandato, sob a direção do nosso Dr. Robson, terceiro mineiro a dirigir a CNI, estamos todos unidos do sul ao norte, do nordeste ao oeste, com o apoio e participação firme da Fiesp, lide-rada pelo seu presidente.

O governo espera que a indústria

brasileira feche este ano com um cres-cimento anual de 8%. Podemos esperar o mesmo em Minas?

Hoje, os nossos setores industriais mais relevantes já dão sinais de recu-peração acentuada. Tanto a indústria

extrativa quanto a de transformação e a construção apresentam índices de cres-cimento próximos aos verificados no pe-ríodo pré-crise.

Esperamos que a indústria de Mi-nas cresça acima da média do Brasil, por causa do perfil de nossas empresas. Como fomos mais afetados pela crise de 2009 do que outros estados, vamos recuperar os níveis de atividade com mais velocidade. A expectativa da Fie-mg é que a produção industrial brasileira cresça 9,5% e a mineira suba 12,6%, com acréscimo no faturamento de 16,3%.

Quais os principais desafios da in-

dústria para o segundo semestre? Podemos recuperar os níveis de ati-

vidade pré-crise. Mas, mais do que isso, queremos que a produção industrial vá, de forma sustentável, além daquele patamar. Estou convicto de que Minas Gerais pode ter um salto de qualidade se alguns desafios forem superados com ações de governo e da iniciativa priva-da.

Um grande desafio que deve ser vencido pelo governo brasileiro é o da reforma política. Somente após ela teremos as demais. A necessária refor-ma tributária pode equilibrar a elevada carga que incide sobre o empresariado, identificada como o principal entrave para um crescimento maior da ativi-dade industrial. Além desses impostos, os juros excessivos também precisam ser combatidos, e não ampliados, como feito na última reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central.

Para a iniciativa privada, o principal desafio é o de seguir o ritmo de inves-timentos para melhora dos produtos fabricados em Minas. No Sistema Fie-mg, temos a certeza de que o incentivo à inovação e à educação é o caminho certo para que nosso parque industrial cresça de forma sustentável. É também com esses dois ingredientes que po-deremos buscar maior diversificação e qualidade no que vendemos para outros estados e países.

O cenário em que qualidade e diver-sidade de produtos estão aliadas a me-nores custos para investimentos é o ide-al para a perenidade e sustentabilidade das atividades industriais. Queremos exatamente isso, para conseguirmos ampliar a geração de bons negócios para o empresário e de emprego e renda para os profissionais da indústria e de sua cadeia produtiva.

A expectativa da Fiemg é que a produção industrial brasileira cresça 9,5% e que a mineira suba 12,6%, com acréscimo no faturamento de 16,3%.

Um grande desafio que deve ser vencido pelo governo brasileiro é o da reforma política. Somente após ela teremos as demais.

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burocracia

Marcello casal Jr/agência Brasil

Uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vem tirando o sono de muitos empresários e promete afetar o orçamento das empresas nos próximos meses. Isso porque a rotina de entrada e saída dos empregados das empresas com mais de 10 funcionários será alterada a partir do dia 20 de agosto, conforme determina a portaria nº 1.510/09, que visa regulamentar o sistema eletrônico de controle de ponto.

Pela nova regra os equipamentos que registram a chegada e a saída dos empre-gados terão que incluir uma impressora para emitir comprovantes que deverão ser arquivados por cinco anos.

Para a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a portaria se resume em aumento de custos e tendência das empresas abandonarem o registro eletrônico de ponto, voltando a utilizar processos obsoletos, como o registro manual e o mecânico, para posterior digitação dos dados. Pelo lado dos trabalhadores, o des-conforto será inevitável, com longas esperas nas filas para o registro, já que será necessário aguardar a impressão do comprovante.

Estima-se que o volume de comprovantes chegue a um bilhão por ano, sem contar nos prejuízos ao meio ambiente. Líder do mercado nacional em soluções para controle de acesso, a Dimep Sistemas de Acesso, Segurança e Ponto prevê que cada bobina terá capacidade de atender 120 trabalhadores durante um mês (5.000 tickets mensais). A previsão, segundo a empresa, é que mais de 400 mil árvores sejam derrubadas por ano para suprir o consumo do papel.

Com esses argumentos, a CNI encaminhou recentemente requerimento ao MTE solicitando a suspensão urgente da medida e propondo a criação de um grupo tripartite para propor mecanismos mais eficientes de controle. A CNI par-ticipou também de audiência na Casa Civil da Presidência da República, quando apresentou os problemas que a medida trará para empresas e trabalhadores.

Vale destacar que as organizações que optarem pelo controle de ponto eletrô-nico pode preparar o caixa, pois as despesas terão alto custo. “Cada aparelho custa em torno de 3.500 a 5.500 reais, sem contar nos gastos com manutenção das máquinas, bobina e certificações em equipamentos sofisticados para o armazena-mento de informações, impressoras integradas, porta padrão USB externa para captura de dados armazenados por fiscais, e baterias capazes de funcionar 1.440 horas, em caso de falta de energia”, informa Rodrigo Feitosa Chagas, da MCR Assessoria, Consultoria e Treinamento Empresarial, que presta consultoria para o Sindicato da Indústria da Construção Civil em Minas Gerais (Sinduscon).

A Dimep prevê um investimento nacional de R$ 1,8 bilhão de reais. “O Brasil terá grande impacto com a implantação da Portaria 1.510, já que possui cerca de 1 milhão de relógios de ponto informatizados. Deste total, 60% serão troca-dos para atender à nova legislação e 40% voltarão ao sistema mecânico. Como o custo médio para adquirir o novo equipamento é de aproximadamente 3 mil reais, estima-se 1,8 bilhão de reais irá movimentar a economia brasileira”, explica Dimas de Melo Pimenta III, vice-presidente da Dimep.

NOVO CUSTOàS EMPrESASNovos equipamentos de ponto eletrônico implicarão em mais gastos, desperdícios e mais burocracia para as empresas

Carlos Luppi: Ministério do trabalho dá pouca esperança de

que vá alterar data de vigência da nova metodologia

Va l E d o aço . 27 d E M a i o d E 2010 . E s p E c i a l d i a da i n d ú s t R i a

Até a primeira quinzena de outubro de 2008, a economia do Vale do Aço estava em euforia. Um novo ciclo de investimen-tos na região e no Leste Mineiro injetaria R$ 25 bilhões na economia, criaria 60 mil empregos diretos e indiretos e muitas oportunidades de negócios. Duplicação da produção na ArcelorMit-tal João Monlevade, novo aeroporto em Bom Jesus do Galho, nova unidade da Usiminas em Santana do Paraíso, ampliação da capacidade produtiva da Cenibra e instalação da Aracruz em Governador Valadares.

Como num efeito dom-inó, a concordata do banco de investimentos Lehman Brothers, o quarto maior dos Estados Unidos, expôs uma ferida da economia norte-amer-icana e espalhou uma crise de desconfiança pelo planeta. O resultado foi desemprego, queda no consumo, falta de crédito e estagnação econômica. Não demorou para que empresas como Cenibra e Aracruz anuncias-sem, ainda em outubro de 2008, a suspensão de qualquer projeto de expansão industrial. Mas ainda havia mais água fria para ser jogada na cabeça de muita gente.

Alexandre Torquetti Jr, da Emalto: indústria com planta em timóteo investiu R$ 25 milhões na construção de uma nova unidade, com foco em estruturas metálicas, de olho na demandas de infraes-trutura com a copa e as olimpía-das

TSUNAMI DE OTIMISMOA Copa do Mundo e a as Olimpíadas criam um ambiente favorável para investimentos em infraestrutura e o Vale do Aço quer pegar essa onda

Sem demanda, a Usiminas, maior empresa da região, ini-ciou um processo de demis-sões e suspendeu (em nenhum momento ele foi cancelado) o plano de investimento. Numa reação em cadeia, as pequenas e médias empresas regionais, fornecedoras dos setores de si-derurgia, celulose e mineração, viram seus negócios por um fio. Houve empresa tradicional que zerou todo o quadro fun-

cional, preservando somente o nível administrativo – e ainda assim com cortes.

De acordo com a Federa-ção das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em janeiro de 2009 o uso da ca-pacidade instalada das empre-sas do Leste Mineiro atingiu 74%. Em setembro, antes do estopim da crise, o índice era de 94,99%. “É como se uma empresa, que tem capacida-

de de produzir 100 mil peças por mês, estivesse produzindo 95.000 antes da crise e em três meses visse sua produção cair em 21.000 unidades”, explica o gerente da Fiemg Regional Vale do Aço, Wantuir Caires.

Nesse período teve gente que fechou as portas. Mas também teve aqueles que arregaçaram as mangas e foram em busca das oportunidades onde elas estavam. As empresas do Pólo

Metalmecânico do Vale do Aço, por exemplo, viram a de-manda de setores tradicionais, como siderurgia e mineração, cair drasticamente. A alter-nativa? Viajaram País afora prospectando mercados de gás, energia elétrica, petróleo e na-val. Aquilo que parecia contra-ditório, hoje é uma realidade: mesmo distante do mar, o Vale do Aço fornece peças para na-vios e embarcações.

No final de 2009, Muniz, Ramac e Líder, indústrias me-cânicas localizadas em Ipa-tinga e Timóteo, já forneciam portas de navio para o estalei-ro STX Europe. “É uma ação continua; visitamos potenciais clientes periodicamente, apre-sentando nossa capacidade e qualificação como um grupo de empresas, capazes de aten-der as mais variadas deman-das”, explica Ronaldo Soares, analista de prospecção de mer-cado do Sindimiva (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elé-trico do Vale do Aço), asso-ciado ao Sistema Fiemg e que reúne 90 empresas.

Até na distante Porto Ve-lho, em Rondônia, o grupo esteve, em setembro de 2009. “Nenhum mercado é distante se as condições foram favo-ráveis para se investir. A crise reforçou que sempre se deve inovar, ampliar seu mercado”, completa Ronaldo. Apesar dos dados e panoramas favoráveis, são poucos empresários que, abertamente, falam sobre o fim da crise. O certo é que agora existe uma nova onda de de-senvolvimento.

NOVO MILAGREEm duas semanas, no dia

11 de junho, às 16h na África do Sul (11h horário de Brasí-lia), a bola rola no Soccer City Stadium, em Johanesburgor. A partida entre as seleções da África do Sul e do México marca o início da Copa 2010. Milhares de telespectadores pelo mundo estarão ligados no maior espetáculo do futebol. No Brasil, que em quatro anos recebe o torneio, a estratégia de milhares de empresários não terá nada a ver com as parti-das, o gol, a taça. O plano táti-co buscará um outro resultado: aproveitar as oportunidades de negócios dos torneios espor-tivos que o Brasil receberá (a Copa 2014 e as Olimpíadas do Rio, em 2016).

O apito inicial já foi dado e, neste jogo, a bola rola há algum tempo. Instalada há 36 anos na cidade de Timóteo, a Emalto

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

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Indústria Mecânica investiu R$ 25 milhões num processo de modernização e na criação da Emalto Estruturas Metáli-cas.

“A demanda por estruturas metálicas em todos os estádios e outras construções para aten-der tanto a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 serão muito grandes e a Emalto já está preparada para atender parte desta demanda principal-mente com a inauguração da Emalto Estruturas Metálicas, que terá uma linha de fabrica-ção totalmente automatizada com capacidade de produção de 1.500 ton/mês, que serão so-

madas à sua capacidade atual”, explica o diretor administrativo da Emalto, Alexandre Torquet-ti Jr.

A Usiminas está com grandes expectativas com relação à de-manda de aço que serão geradas devido a Copa e Olimpíada. O foco são estádios, aeroportos, pontes, estações de metrô, den-tre outras obras de infraestru-tura, que podem utilizar o aço fornecido pela empresa.

Para fazer a construção dos estádios, por exemplo, a Usimi-nas identificou oportunidade de negócios em oito cidades-sede dos jogos da Copa de 2014, com potencial não apenas na construção de reformas e está-

dios, mas também em obras de infraestrutura.

“A empresa como um todo, não só para Copa e Olimpía-da, terá investimentos de R$ 5,6 bilhões em 2010/2011, esse valor supera a soma dos dez anos anteriores. Para su-prir esse mercado, a Usiminas deve dobrar sua produção de tubos de aço por meio da So-luções Usiminas, empresa cria-da em 2009. As aplicações de tubos de aço em grandes obras de infraestrutura são amplas, abrangem coberturas, pilares, estruturas metálicas, oleodutos e gasodutos, entre outros. Com o extenso portfólio da Soluções Usiminas é possível atender às

mais variadas necessidades do setor de construção civil, in-cluindo as obras relacionadas com a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016”, detalha a siderúrgica, por meio de sua as-sessoria de imprensa.

Até o momento, o Instituto Aço Brasil (IABr, antigo IBS) não possui uma estimativa so-bre o consumo adicional de aço por causa das demandas da Copa e das Olimpíadas. Os números sobre os investimen-tos em infraestrutura também não estão finalizados, mas, ape-nas para a Copa do Mundo, se fala em algo na casa de 80 bi-lhões de reais nas 12 cidades-sede (Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo).

Os investimentos serão em diversos segmentos da econo-mia, mas, os analistas concor-dam, a infraestrutura do País será a grande beneficiada. A conta inclui reforma em 16 ae-roportos, construção (ou refor-mas) em todos os estádios, sem falar na melhoria do sistema de transporte urbano.

RETOMADADesde outubro de 2008, com a

suspensão de projetos regionais, o Pré-Sal e os eventos esporti-vos de 2014 e 2016 tornaram-se centro das atrações. Quase dois anos depois, parece que a tempestade passou e agora vem a bonança. Em sua posse, em abril, o novo presidente da Ce-nibra, Paulo Brand, disse que a empresa de Belo Oriente irá

retomar os estudos para a du-plicação da planta de produção, com um aporte de 1,2 bilhão de dólares. “Olhando para o mer-cado mundial, acreditamos que é hora de revisitar o projeto de expansão. Os acionistas estão abertos para isso”, disse.

Em João Monlevade, o cená-rio também é de otimismo. A boa notícia foi dada pelo “rei do aço”, o indiano Lakshmi Mittal, durante o Congresso Brasileiro do Aço, promovido pelo Instituto Aço Brasil. Para Ipatinga, a siderurgia também está otimista. O novo diretor-presidente da Usiminas, Wil-son Brumer, já adiantou que o projeto de construção da nova usina em Santana do Paraí-so volta à pauta do Conselho de Administração da empresa em agosto. “Nós do conselho já vínhamos discutindo essa questão, que foi interrompida durante a crise. As negociações já estão avançadas e em agosto isso volta à mesa”, disse.

Todos os projetos são aguar-dados com grande expectativa. Afinal, a economia regional é pautada pela indústria e vive uma verdadeira teia: se a in-dústria vai bem, toda uma ca-deia regional de fornecedores é beneficiada, gerando emprego e renda que é reinvestido no comércio, incentiva a prestação de serviços e aumenta a arreca-dação de impostos que, em tese, permite aos governos melhorar a qualidade de vida e criar o ambiente favorável para novos negócios. Será uma marolinha ou um tsunami?divulgação/Governo de Minas

Mineirão 2014: estádio será revitalizado e entra na briga para sediar abertura da copa do Mundo

mineração

Quais projetos na área de mineração o Estado receberá na próxima década?

com o objetivo de tornar-se um dos principais players do mundo em minério de ferro, a Ferrous Resources do Brasil ltda, vem adquirindo empresas de mine-ração e/ou direitos minerários no Estado. Entre 2010 e 2016, implantará cinco minas, localizadas nos municípios de itatiaiuçú, itabirito, congonhas e Brumadinho, que, juntas, terão capacidade produtiva de 50 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de minério de ferro.

até 2017, a anglo Ferrous Minas-Rio Mi-neração s.a. colocará em operação o mi-neroduto Minas-Rio, com capacidade de transporte de 50 Mtpa de minério de fer-ro. a instalação passará por 21 municípios mineiros, três do Rio de Janeiro e contem-plará o trecho de Mimoso do sul até presi-dente Kennedy, no Espírito santo.

Já a Vale, irá executar o projeto apolo, que consiste no desenvolvimento de mina e implantação de uma usina de beneficia-mento para a produção de minério de ferro não aglomerado (sinter feed e pellet feed). como parte do empreendimento, também será construído um ramal ferro-viário de 25 km, interligando a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) à usina apolo.

o início da implantação está previsto para 2010, com término em 2013. a pro-dução será de 24 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. inicialmente chamado de Maquiné-Baú, o apolo está localizado entre os municípios de santa Bárbara, caeté, Rio acima, Raposos e Ba-rão de cocais.

devido ao grande potencial para extra-ção de minério de ferro no norte do Esta-do, a Mineração Minas Bahia (MiBa) deve implantar, entre 2011 e 2014, uma unida-

de minerária, uma usina de concentração de minério de ferro e de um corredor lo-gístico, nos arredores dos municípios de Grão Mogol e Rio pardo de Minas.

a empresa realizou 13 mil metros de sondagem e calcula a existência de um volume de 1,5 bilhão de toneladas de minério, com um teor médio de 37% de ferro. novos estudos devem ser efetuados para confirmar a reserva e, dentro de cin-co anos, deve ser iniciada a produção.

outro destaque é o investimento da companhia siderúrgica nacional (csn), já em andamento, para expandir a minera-ção casa de pedra, em congonhas. com a ampliação, a capacidade instalada de pro-dução da casa de pedra será aumentada de 16 milhões para 55 milhões de tonela-das por ano de minério de ferro.

Quanto eles representam em valores

e geração de empregos? a soma dos investimentos relaciona-

dos a esses projetos totaliza, aproximada-mente, R$ 18 bilhões. com os empreendi-mentos, devem ser criados cerca de 22 mil empregos diretos.

Como a indústria do Vale do Aço pode

aproveitar esses investimentos?o incremento da mineração representa

para o segmento siderúrgico oportunida-de para ganhos em agilidade e competi-tividade, uma vez que, a maior oferta de insumos no mercado pode resultar em matéria-prima com melhores preços e mais facilidade para comercialização e en-trega. assim, o desenvolvimento do setor minerário proporciona o crescimento da cadeia produtiva e agrega valor à econo-mia de Minas Gerais.

r$ 18 BILHÕES PArA MINASMinas Gerais vive um novo boom do setor minero-siderurgico. Numa rápida conversa com Paulo Sérgio Machado Ribeiro, subsecretário de

Desenvolvimento Minero-metalúrgico e de Política Energética da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), confira quais são as perspectivas para a indústria mineira de mineração.

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Aos poucos as pilhas de papéis e to-neladas de livros fiscais começam a desaparecer do dia-a-dia das empresas mineiras. No Estado, 35 mil empresas já são obrigadas a emitir a Nota Fiscal Ele-trônica (NF-e), que integra o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) iniciado pela Receita Federal há dois anos. Na Usiminas, maior empresa do Vale do Aço, que integrou a fase piloto do Sped, nada menos que 343 mil folhas deixaram de ser preenchidas em apenas um ano. Em empresas menores, como a Ramac Indústria Mecânica, situada em Timóteo, a expectativa também é de agilidade na área fiscal, desburocratiza-ção e redução do consumo de papel.

“Teremos uma resposta mais rápida, redução de papéis, além da concorrência transparente, com isso os sonegadores tenderão a sumir do mercado”, avalia o proprietário da empresa, Carlos Afonso de Carvalho. A assistente de faturamen-to da Delta Engenharia e Manutenção Industrial, Daniele Patrícia Lima Mar-çal, completa que o novo sistema oferece maior segurança. “Além de reduzir cus-tos, com a obrigatoriedade entrando em vigor em dezembro, ainda temos tempo de familiarizar com o sistema e adquirir

confiança para evitar erros”.De acordo com a Secretaria de Estado

de Fazenda de Minas Gerais, ao longo de 2010 diversos setores cumprirão ca-lendário fixado para a obrigatoriedade do certificado digital, começando sem-pre no primeiro dia de julho, de outubro e de dezembro. Para a coordenadora de fiscalização da delegacia fiscal de Ipa-tinga, Vilma Mendes Alves Stoffel, os contribuintes, consumidores e sociedade só têm a ganhar com a nova emissão de nota.

“Além de o Fisco poder acompanhar, em tempo real, a atividade econômi-ca e a integração de informações com as Secretarias de Fazenda dos estados com a Receita Federal, o contribuinte será beneficiado com redução de custos administrativos, tempo de impressão de documentos fiscais, padronização dos relacionamentos eletrônicos entre em-presas, redução de erros de escrituração devido à eliminação de erros de digita-ção de notas fiscais; além de diminuir despesas com a racionalização, entre ou-tros ganhos”, afirmou.

Contribuintes do ICMS que se en-quadram ou desenvolvam atividade in-dustrial; de comércio atacadista ou de

distribuição; pratiquem saídas de mer-cadorias com destino à outra unidade da federação ou forneçam mercadorias para a administração pública, terão que se adequar à nova realidade.

Em Minas Gerais, a obrigatoriedade do Fisco estabeleceu-se através dos pro-tocolos 10/2007: para contribuintes do ICMS e protocolo 42/2009: para con-tribuintes do ICMS que se enquadram ou desenvolvam atividade industrial; atividade de comércio atacadista ou de distribuição; pratiquem saídas de mer-cadorias com destino à outra unidade da federação ou forneçam mercadorias para a administração pública.

SOFTWARESA adoção dos softwares para a emis-

são das notas geralmente independe do porte da empresa, informa Vilma. De acordo com ela, instituições de médio e grande porte preferem adotar soluções próprias, já disponibilizadas pelos for-necedores de software em seu Sistema Integrado de Gestão, ou ERP, na sigla em inglês.

Este é o caso da maior parte dos quase 100 clientes da Unidade Leste de Mi-nas da Totvs, maior empresa de softwa-

res aplicativos dos países emergentes e sétima maior do mundo no segmento. “Nossas soluções para gestão de empre-sas em geral já contemplam a Nota Fis-cal Eletrônica, desde que a lei foi insti-tuída ”, explica Marcos Auad, diretor de atendimento e relacionamento da uni-dade Totvs no Leste Mineiro. Auad ex-plica ainda que empresas menores tam-bém podem optar por sistemas próprios. “Existem soluções de gestão empresarial para todos os bolsos”, frisa.

Quem não está disposto a investir em uma solução de gestão, pode adotar o sistema Emissor de NF-e desenvolvido pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo que servirá a todos os con-tribuintes do país, gratuitamente. De acordo com a Receita Estadual, são duas as versões desse aplicativo: emissor de NF-e para o ambiente de produção, que gera, efetivamente a NF-e (com valida-de jurídica) e o emissor de NF-e para o ambiente de homologação, onde o con-tribuinte poderá efetuar vários testes, pois esse gera documentos sem validade jurídica. Esses aplicativos estão disponí-veis no endereço: www.fazenda.mg.gov.br. Mais informações no site www.fa-zenda.mg.gov.br.

FIM DA PAPELADA

Nota Fiscal Eletrônica já é obrigatória para 35 mil empresas mineiras. Até final de 2010, adesão será total

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

Marcos Auad e Jairo Barros, da Totvs Leste de Minas: soluções

para empresas de todos os portes

Nota Fiscal Eletrônica já é obrigatória para 35 mil empresas mineiras. Até final de 2010, adesão será total

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