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ergonomia especial especial E DIÇÃO E SPECIAL - I NFORMATIVO DA F UNDAÇÃO C ARLOS A LBERTO V ANZOLINI E NGENHARIA DE P RODUÇÃO - E SCOLA P OLITÉCINICA - USP em foco em foco Especialistas do grupo TTO – Trabalho, Tecnologia e Organização traçam um panorama dos estudos e campos de aplicação da ergonomia • Simpósio internacional ODAM e ciclo de palestras na Poli reúnem interessados em questões relativas a trabalho e inovação • HU emprega conceitos da ergonomia em projeto de reestruturação de processos de trabalho e reforma do seu Setor de Nutrição e Dietética • E mais: livros essenciais sobre o tema

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ergonomiaespecialespecial

EDIÇÃO ESPECIAL - INFORMATIVO DA FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - ESCOLA POLITÉCINICA - USP

em fo

coem

foco

Especialistas do grupo TTO – Trabalho, Tecnologia e Organização traçam um panorama dos estudos e campos de aplicação da ergonomia • Simpósio internacional ODAM e ciclo de palestras na Poli reúnem interessados em questões relativas a trabalho e inovação • HU emprega conceitos da ergonomia em projeto de reestruturação de processos de trabalho e reforma do seu Setor de Nutrição e Dietética • E mais: livros essenciais sobre o tema

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especialespecial

Vanzolini em Foco – Quais são os principais campos de atuação da ergonomia hoje?Laerte Idal Sznelwar – Para nós, está ficando cada vez mais evidente que o melhor posicionamento da ergonomia é no projeto. Ela está ligada a projetos de qualquer tipo de artefato ou a situações de trabalho nas quais se incluem as tarefas, o que se espera que as pessoas façam, porque está diretamente relacionada à atividade humana. A idéia muito aventada de que a ergonomia está ligada à doença, no final das contas, não ajuda. Ela está ligada à saúde e a saúde está ligada à atividade. Todas as pessoas que vêem a ergonomia como algo desligado de um projeto, no sentido da engenharia, do design, da gestão, têm uma visão muito limitada.

VF – Qual a origem da ergonomia? Está ligada à condução de aviões de combate?L.I.S. – Não se pode falar de uma ergonomia. Há várias vertentes. Há uma que se desenvolveu muito no sentido militar. Mas os militares são uma população muito específica, que não tem nada a ver com os trabalhadores em geral. Só para dar alguns exemplos, o que se faz hoje de mais moderno em ergonomia? Pode-se pensar: “Ah, é o projeto de posto de trabalho”. O projeto de posto de trabalho pode ser uma mesa, uma cadeira etc., e pode ser o console de um avião... A ergonomia coloca dentro do projeto características da atividade humana. Acho que esse é o ponto fundamental.

VF – Teria um marco inicial? Ela nasceu na Europa?

Fausto Leopoldo Mascia – Não que tenha nascido na Europa. O fato de a Segunda Guerra dar um impulso à área fez com que pesquisadores se reunissem na região para desenvolvê-la, mas a participação dos Estados Unidos na Segunda Guerra também foi intensa, por exemplo.Uiara Bandineli Montedo – Acho importante a gente falar da fase em que a ergonomia se desvencilhou da função de melhorar artefatos de guerra. No início havia pesquisadores de várias áreas que resolveram se unir para estudar o trabalho humano, mas eram conhecimentos dispersos. Não é uma opinião consagrada no meio acadêmico, mas acho que a grande diferença se deu quando foi possível juntar esses conhecimentos, e isso foi feito por meio do que a gente chama de análise de atividade. L.I.S. – A ergonomia moderna, vamos chamar assim, é muito mais integrativa, principalmente no que se chama o estudo da atividade. No entanto, essas distinções mostram que ela não se desenvolve por si só, e sim por demandas sociais, por imperativos sociais que evidentemente também são tecnológicos. Isso reforça a idéia de estar no projeto, pois todo projeto começa com uma demanda. Estamos interessados, sobretudo, em como as pessoas agem em situação, é o agir em situação, pessoas que estão trabalhando ou usando determinado artefato. Isso para nós é superimportante, até porque há inúmeras dificuldades para que, no mundo da engenharia, menos no mundo do design e mais no

mundo da engenharia, recoloque-se o trabalho na produção. Muitas vezes a gente trabalha com o sonho de que serão criados sistemas de operação sem pessoas. Isso é uma bobagem. Você pode evidentemente reduzir as pessoas que estão diretamente ligadas à produção, à manufatura etc., mas sempre vai haver alguém projetando o software, o mecanismo, sempre vai haver alguém operando de maneira remota ou diretamente. Por exemplo, eu tiro o condutor do metrô, mas a pessoa vai estar na sala de controle. No mundo das demandas da sociedade civil, você pode pegar os mais variados tipos de questão ligados à ergonomia. São desde trabalhos em turno, acidentes de trabalho, como projetos para as pessoas poderem ter mais conforto na operação, por exemplo, em sistemas de controle nas refinarias, em sistemas ditos complexos, em empresas de processo. Um operador numa central de controle nunca está esperando acontecer alguma coisa para reagir. Ele está, como uma vez um controlador falou para mim e para o Fausto, “com a refinaria nas mãos”. Quer dizer, ele tem que saber o que está acontecendo, porque se ele deixar para reagir, muitas vezes é tarde demais. Isso é uma coisa muito interessante que só se aprende fazendo análise da atividade. F.L.M. – Existe um trabalho muito presente de acompanhamento, para manter um sistema complexo dentro do aceitável ou da normalidade. Isso significa que as pessoas numa central de comando – pode ser uma central nuclear, uma refinaria, uma

A complexidade do mundo moderno exige um olhar atento para a atividade hu-mana. Um de seus campos de estudo, a ergonomia (do grego ergon = trabalho e nomos = regras) está associada a projetos de todo tipo de mecanismo, objeto

ou dispositivo e a situações de trabalho em que se incluem tarefas a serem executa-das por alguém. “A ergonomia coloca dentro do projeto características da atividade humana. Acho que esse é o ponto fundamental”, afirma Laerte Idal Sznelwar, um dos três especialistas do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP convidados pelo Vanzolini em Foco a debater o assunto. Completando a mesa, os professores Fausto Leopoldo Mascia e Uiara Bandineli Montedo, todos membros do grupo TTO – Trabalho, Tecnologia e Organização. Neste debate, os pesquisadores traçam um panorama dos estudos da ergonomia, apresentam alguns de seus conceitos fundamentais e campos de aplicação. A seguir, os melhores trechos.

Professores do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP explicam as origens, os campos de aplicação e as vertentes atuais de estudo da ergonomia

Trabalho em transformaçãodebate

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siderúrgica, pode ser um controle de tráfego integrado –, acompanham todo esse funcionamento, mas existe algo muito interessante, da ordem da antecipação, para justamente evitar que o problema venha a acontecer e que ele se agrave no sentido de tornar o evento fora de controle. Isso ocorre não só numa situação de indústria de processo. Está também em situações que aparentemente não têm essa complexidade toda – como num caixa de supermercado.

VF – Qual a ligação da ergonomia com saúde e stress?L.I.S. – Vários estudos recentes nossos têm a ver com saúde pública. Mostram claramente como existe uma parte invisível do trabalho das pessoas, que, se não for conhecido, pode levar o gestor, na hora da avaliação, a cometer não só sérias injustiças, mas também comprometer a qualidade futura do sistema. Essa questão da avaliação é fundamental para a gestão. Quanto ao stress, temos que ser cuidadosos em conceitos como esse. Stress existe, consideramos um problema de ordem psíquica, como também uma conseqüência de tarefas mal projetadas ou de sistemas de produção mal gerenciados, porque, no final das contas, pode-se dizer que o stress como conceito fisiológico não é negativo. O problema é quando a pessoa não sai dele. Hoje em dia há um desenvolvimento da ergonomia no sentido fisiológico-cognitivo, e cada vez mais se discutem questões de ordem psíquica, da subjetividade no trabalho. Subjetividade é algo de que não se fala muito em engenharia, mas onde existe ser humano existe subjetividade. Não é possível eliminar o sujeito da produção. Existem outras áreas se desenvolvendo em paralelo, a ergonomia clínica do trabalho, a psicodinâmica do trabalho, áreas que, de certa forma, ajudam a gente a entender para transformar. O Fausto resumiu bem essa idéia ao dizer: “Se a gente entrar já de cara no projeto a gente transforma a maneira de projetar”.

VF – Em que áreas a ergonomia teve mais desenvolvimento no Brasil?L.I.S. – A gente pode falar que a ergonomia no Brasil entrou em

engenharia de produção, em medicina e em design. Depois, mas também com muita força, em psicologia. Hoje em dia ela está em várias escolas diferentes, seria uma injustiça não falar da arquitetura também... Nesse campo, há o problema de fronteira: por exemplo, conforto ambiental também é ergonomia, em certo sentido. Existe uma interface com diferentes áreas. O ser humano está fazendo ergonomia desde a época da Idade da Pedra, passando por [Leonardo] Da Vinci e outros. O que importa é dizer o quanto ganha espaço a visão de projetar para

evitar problemas, para adaptar o trabalho às características humanas, propiciando conforto, produtividade, qualidade e desenvolvimento profissional. É evidente que muitos profissionais podem atuar em conjunto. É interessante que o trabalho está voltando à cena pública de diferentes maneiras.

VF – Vocês poderiam citar alguns projetos conduzidos pelos especialistas do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP?L.I.S – A gente trabalhou muito no desenvolvimento de análise da atividade, elaboramos estudos na área de serviços bancários, centrais de atendimento, transporte, motoristas de ônibus... Mais recentemente na área de saúde pública. Estamos fazendo também um projeto de design especificamente com a Embraer. A gente também deve considerar mais de uma centena de estudos feitos por estudantes, do curso de especialização em ergonomia, de mestrado e

doutorado, além de alguns trabalhos de formatura dedicados à ergonomia. F.L.M. – Isso tudo é reflexo da maneira como a gente atua, na pesquisa, no ensino, graduação, pós-graduação e extensão. Em extensão pode haver trabalhos de consultoria de curta e de longa duração, também são solicitados cursos de curta duração em empresas. Algo que eu acho interessante falar é sobre a participação da Poli e em particular da Produção na criação de um curso de Design na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, com a participação da Escola de Comunicação e Artes e da Faculdade Economia, Administração e Contabilidade.

VF – Como é o curso de especialização da Fundação Vanzolini em convênio com o Departamento de Engenharia de Produção?L.I.S. – O curso já teve quatro turmas, com 720 horas, praticamente dois anos. Agora, estamos reformulando.F.L.M. – Vai ser oferecido em um ano e meio. A gente pretende passar uma visão mais abrangente e clínica do trabalho e também trazer contribuições em termos de projeto. Em ergonomia não existe distinção trabalho-produto. O curso se destina a pessoas que não só tenham uma atuação no trabalho – e aí a gente está falando do engenheiro, de quem atua na organização, o médico, o enfermeiro, o fisioterapeuta –, mas também a quem está na área de projetos, um arquiteto, um engenheiro de produtos... L.I.S. – É mais ou menos o paradoxo do especialista não especialista. Pretendemos que a pessoa evidentemente incorpore conceitos, conhecimentos e muito método, para ela poder ser útil em projetos, mas também numa situação de fiscalização, e na proposição de soluções, como resultado de um compromisso. E no nosso caso há compromissos sociais importantes. Não há “a” melhor solução, nós estamos longe do taylorismo histórico, não há “o” melhor, são melhorias com as quais as pessoas aprendem a trabalhar e a entender. Por isso que o Fausto falou em visão clínica: é compreender para transformar. Esse é o ponto fundamental.

“Subjetividade é

algo de que não

se fala muito em

engenharia, mas

onde existe ser

humano existe

subjetividade”

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1- Fausto Leopoldo Mascia 2- Uiara Bandineli Montedo 3- Laerte Idal Sznelwar

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especialespecialEVENTOS

O ano de 2008 vai marcar os estudos da ergonomia no Brasil. Pela primeira vez,

um país do Hemisfério Sul sediou um evento do porte do ODAM – Human Factors in Organizational Design and Management (Ergono-mia no Projeto Organizacional e na Gestão). As edições anteriores ocor-reram nos Estados Unidos (2005, 1996, 1984), na Alemanha (2003), na Holanda (1998), na Suécia (1994), no Japão (1990) e no Canadá (1986).

A nona edição do simpósio inter-nacional, organizada pelo Grupo de Pesquisa Trabalho, Tecnologia e Organização – TTO, do Departamento de Engenharia de Produção (PRO) da Poli-USP, com apoio da Fundação Vanzo-lini, ocorreu entre os dias 19 e 21 de março, no Guarujá, em São Paulo, com o tema central Compreender e Transformar o Trabalho para a Inovação. “O Brasil tem tido cada vez mais participação em atividades de ergonomia e a gente começa a perceber o reconhecimento internacional. Inclusive o Congres-so Mundial de Ergonomia vai ser no Brasil em 2012”, explica o professor Laerte Idal Sznelwar, do PRO, um dos organizado-res do evento. “Existe, então, um desenvolvimento no mundo acadêmico, nas empresas, nos sindicatos, na sociedade, e a er-gonomia começa a aparecer como uma área útil para o desen-volvimento do país.”

Com o objetivo de proporcionar a acadêmicos e profissionais oportunidades para interagir com membros internos e externos a suas áreas particulares de especialização, o simpósio reuniu cerca de 200 pessoas – entre elas perto de 80 oriundas de outros países – em palestras, workshops e sessões técnicas paralelas. “O ODAM liga a questão do trabalho com a da organização e da gestão de uma forma macro. Então, há uma relação entre a atividade das pessoas, que é micro, que é uma visão muito forte da ergonomia da atividade, e uma visão da macroergonomia e da antropotecnologia, defendida e traba-lhada por Alain Wisner. Isso cria uma tensão interessante”, afirma o pesqui-sador. “É um pouco o reflexo da estru-tura do TTO, que tem essa discussão, essa dupla tensão importante tanto para o desenvolvimento das empresas como para o trabalho e as pessoas.”

Diversidade temática

Durante os três dias de ODAM, além das demais atividades, houve nove palestras principais, com o intuito de fornecer aos participantes uma visão abrangente da ergonomia e outros te-mas correlacionados. Para tanto, o evento contou com a pre-sença de profissionais de diferentes áreas do conhecimento,

como economistas, sociólogos e especialistas em psicodinâmica do trabalho. “Foram palestras estrutu-ralmente ousadas. Teve um pouco de tudo, desde as abordagens mais tradicionais até as mais provocati-vas. O espectro é bastante diversi-ficado – o que era o nosso propósi-to”, enfatiza Sznelwar. O simpósio pôde oferecer resultados de pes-quisas que beneficiarão tanto os trabalhadores quanto as empresas no sentido de promover a saúde e ganhos de qualidade e produti-vidade. “Trouxemos palestrantes brasileiros, que apresentaram te-

mas completamente diferentes, como o professor Glauco [Ar-bix], que discutiu política no sentido da inovação e o papel dos países emergentes. Também trouxemos gente que não tinha hábito de ir ao ODAM, como o Christophe Dejours, que falou de questões ligadas à psicodinâmica e avaliação do trabalho.”

O primeiro palestrante foi Peter Vink (Delft University of Technology – Delft, Holanda), que abordou processos parti-cipativos de projetos de design. Procurou dar uma visão geral do envolvimento das pessoas a que dizem respeito esse tipo de projeto e apresentou situações em que isso melhorou a produtividade, a saúde e o conforto no ambiente de trabalho. Em seguida, Christophe Dejours (Conserva-toire National des Arts et Métiers – Paris, França) trouxe para a discussão a avaliação do trabalho coletivo, partindo de uma definição desse tipo de atividade e da relação estabelecida entre os pares.

O segundo dia de simpósio foi aberto com a palestra de François Hubault (Université de Pa-ris I – Paris, França), que tratou de questões ligadas à economia, à er-gonomia e à economia de serviços, tendo como base o valor econômico do trabalho. A temática também per-correu a apresentação seguinte, de Christian du Tertre (Université de Paris 7 – Paris, França), que discor-reu sobre modelos de performance na indústria e nos serviços. De acordo com o pesquisador, a despeito das transformações estruturais por que

passa a economia hoje, o conceito de performance ainda é associado a um modelo industrial de intenso crescimento. No entanto, algumas empresas estão deixando de lado esse paradigma e buscando outros mecanismos de avaliação, in-tegrando fatores como meio ambiente, saúde e segurança.

O último dia do simpósio proporcionou ao público uma sé-rie de cinco palestras, duas delas apresentadas pelos convida-dos brasileiros. As atividades se iniciaram com a explanação de

Grupo de Pesquisa TTO, do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP, traz ao Brasil o simpósio ODAM – Human Factors in Organizational Design and Management

Ergonomia como motor da inovação

Os professores do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP Fausto Mascia, Uiara Montedo,

Mario Salerno (chefe do departamento) e Laerte Sznelwar, do comitê organizador do evento; Michelle Robertson, do comitê técnico do ODAM; e professora Frida Marina Fischer, da Faculdade de Saúde Pública

da USP, na abertura do ODAM

Os pesquisadores Christian du Tertre, Laerte Sznelwar e François Hubault no segundo dia

do simpósio: economia é o foco das palestras

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Sebastiano Bagnara (Facoltà del Design Politecnico di Milano – Milão, Itália). O professor falou sobre a possibilidade de or-ganizações como hospitais – interpretadas como sistemas com-plexos nos quais é desenvolvida uma cultura de segurança, tendo de lidar com a incerteza, eventos adversos e acidentes – se tornarem de alta confiabilidade. Trata-se de organizações com características especiais, que as distanciam da indústria, por exemplo, por lidarem diretamente com questões como o bem-estar do ser humano. A segunda palestra do dia ficou a cargo de Nancy Larson, gerente de ergonomia da 3M, que fa-lou do uso da ergonomia na rotina de uma grande empresa e de prá-ticas empresariais.

Já o professor Glauco Arbix (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – USP) en-riqueceu as discussões ao falar sobre as ligações entre inovação, internacionalização e trabalho, descrevendo estratégias da indústria de elite brasileira, com-petitiva no mercado mundial. Mas qual seria a relação com a ergonomia? Segundo Laerte Sznelwar, é bem abrangente: “A gente tem de considerar a ergonomia, seja ela macroergo-

nomia, antropotecnologia, seja ergonomia da atividade, entre outras, como um instrumento do desenvolvimento, de inova-ção. A inovação através do trabalho, que pode redundar tanto em novos produtos como em novas formas de trabalhar, novos processos, porque a ergonomia traz também o ponto de vis-ta de baixo para cima na estrutura das empresas”. Julia Issy Abrahão (Instituto de Psicologia – Universidade de Brasília) completou a participação brasileira no time de palestrantes com uma apresentação sobre ergonomia cognitiva, habilida-des operacionais e sua aplicação na tecnologia da informação.

Encerrando a série de palestras sobre ergonomia, Michelle Robertson (Comitê Técnico do ODAM/ IEA – International Ergonomics Association, Ma-croergonomics Technical Group/ HFES – Human Factors and Ergonomics Society), falou sobre o tema em nome de Hal Hendrick (University of Southern California, Los Angeles, Estados Unidos). A nona edição do ODAM, apoiada pela Fundação Vanzolini, teve também o patrocínio da Internatio-

nal Ergonomics Association (IEA), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para saber mais sobre o simpósio, acesse www.odam2008.net

Aproveitando a presença de especialistas interna-cionais em São Paulo, o grupo de estudos TTO, do Departamento de Engenharia de Produção

(PRO) da Poli-USP, organizou um encontro para tratar de temas como avaliação do trabalho, economia e ergo-nomia em serviços, psicodinâmica do trabalho e ergo-nomia em projetos de engenharia. O Ciclo de Palestras sobre Ergonomia e Psicodinâmica do Trabalho ocorreu nos dias 24 e 25 de março, com apoio da Fundação Vanzolini. Reuniu gratuitamente, na Poli, especialistas internacionais e nacionais para uma série de palestras aberta aos interessados. Foram 180 inscritos para dois dias de intensa atividade. Entre os convidados, os fran-ceses Christophe Dejours (Conservatoire National des Arts et Métiers), François Hubault (Université de Paris I) e Christian du Tertre (Université de Paris 7), e Ruud Pikaar (ErgoS Engineering & Ergonomics), da Holanda.

Além das palestras, houve debates e mesas-redondas, conduzidos por especialistas da Poli e de outras instituições de ensino superior brasileiras. “Faz parte de uma política nossa, sempre que possível trazer eventos como esse para dentro do campus, especificamente para a escola, porque acreditamos que ela deva ser um pólo, um espaço público de discussões importantes”, afirma o professor Laerte Idal Sznelwar, do PRO. “Com isso, foi possível garantir que pes-soas que não puderam participar do ODAM tivessem aces-so a parte dos debates.” Pelo sucesso de público, a política tem dado resultado, ao reunir profissionais de várias áreas com interesse nos estudos sobre o trabalho. “Acredito que essas realizações cumprem o papel da engenharia, que vai além da especificidade da profissão”, conclui.

Espaço aberto para o debateCiclo de Palestras sobre Ergonomia e Psicodinâmica do Trabalho leva à Poli

especialistas internacionais e nacionais sobre o assunto

Ciclo de Palestras sobre Ergonomia e

Psicodinâmica do Trabalho na Poli-USP reúne

especialistas nacionais e internacionais em

atividades gratuitas. A platéia cheia comprova o

sucesso da iniciativa apoiada pela Vanzolini

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SOLUÇÃOespecialespecial

A parceria entre o Departamento de Engenharia de Produção (PRO) da Poli-USP, a Fundação

Vanzolini e o Hospital Universitário (HU) da USP em projetos e estudos específicos vem de longa data. A direção do hospital já conhecia o trabalho na área de ergonomia desenvolvido por pesquisadores do Grupo TTO – Trabalho, Tecnologia e Organização, do PRO, quando deu início a um projeto de reestruturação abrangendo desde parte de suas dependências – como a reformulação completa do Setor de Nutrição e Dietética (SND) – até os processos de trabalho de seus diferentes setores. “A primeira ação foi voltada ao estudo dos motivos pelos quais nossos funcionários ficam doentes. Isso coincidiu com a montagem de um projeto de reabilitação, com três fisioterapeutas, dois terapeutas ocupacionais, e que não é somente para funcionários do HU, é para a universidade toda”, diz a doutora Ana Paula Curi, médica assessora da superintendência do HU. Outro braço do projeto tem o objetivo de estabelecer uma metodologia de reinserção precoce do funcionário afastado por distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort) com a colaboração de um grupo canadense e da Escola de Enfermagem da USP, experientes no assunto.

A terceira linha de ação envolve diretamente a ergonomia. Diante do aumento no número dos casos de Dort, foi um caminho natural reforçar a parceria entre as instituições e buscar o apoio dos especialistas em ergonomia do PRO ligados à Fundação. “Nós já tínhamos atuado internamente nessa questão, médicos, ortopedistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, e todo mundo com um olhar muito voltado para a doença, no funcionário doente. Então teve início o grupo coordenado pelo professor Laerte [Laerte Idal Sznelwar], a professora Uiara [Uiara Bandineli Montedo] e o professor Fausto [Fausto Leopoldo Mascia], da Poli, para ajudar-nos nessa parte”, afirma a médica. Ela explica que incluir os conceitos da ergonomia no projeto como um todo trouxe um “olhar muito importante”: o da prevenção. “Acho que é na parte da ergonomia que se deve investir mais. As outras ações são reacionais.” Segundo Laerte Idal Sznelwar, é importante a consciência de que a

ergonomia não deve ser associada à doença. “Essa metodologia está ligada à saúde, que, por sua vez, está ligada à atividade e à possibilidade de fazer, à facilidade de fazer, à obtenção de resultados”, esclarece.

Ações integradas

A contribuição do PRO e da Vanzolini para esse projeto de fôlego, por sua vez, se divide em três frentes integradas: a capacitação de funcionários, o envolvimento na criação de um comitê de melhorias e a aplicação dos conceitos de ergonomia já no projeto inicial da reforma do SND (veja boxe Visão de longo prazo). Foi desenvolvido um trabalho personalizado, de acordo com as necessidades do hospital. “É importante situar, por exemplo, que a capacitação pensada para o HU não é uma ação isolada”, esclarece o professor Fausto Leopoldo Mascia. “Ela está integrada ao comitê de melhorias, e a idéia é que o comitê tenha uma atuação estratégica, traçando as linhas de ação, de melhoria de condições de trabalho no HU.” Mascia explica ainda que esse comitê deve ter uma dupla função: uma gerencial e outra operacional. “A instância de gestão seria aquela que vai

Hospital Universitário da USP propõe melhoria nos processos de trabalho por meio de conceitos da ergonomia

Mudar para melhor

reportagem Julio César Caldeira

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traçar as linhas de ação, as prioridades, estabelecer programas de melhorias; e a operacional é a que vai fazer o contato entre os diferentes setores e o comitê, ou seja, que vai levar solicitações dos funcionários e dos responsáveis pelos setores até ele – que, por sua vez, de posse de instrumentos como planilhas e ferramentas de análise, vai estabelecer e definir um programa de ação”, detalha. Segundo a doutora Ana Paula, na composição do comitê há um grupo pequeno com pessoas-chave, com algum grau de liderança. “Todo mundo buscando melhoria nos seus processos e sabendo como pode ser feita essa melhoria”, diz.

A importância da capacitação de funcionários no HU está ligada ao seu caráter de fornecer instrumentos de análise ergonômica do trabalho. É o que garante o professor Fausto Mascia. “A capacitação, portanto, procura trazer os conhecimentos para as pessoas poderem desenvolver esse trabalho operacional das melhorias”, explica.

A dinâmica do curso ministrado aos funcionários ao longo de um ano – desde setembro de 2007 – apóia-

se na junção entre a assimilação dos conceitos e a experiência dos 20 profissionais que compõem essa primeira turma (o interesse por parte dos voluntários mostrou a possibilidade de surgimento de outras classes). “A idéia é que a partir da atividade, ou seja, daquilo que a pessoa efetivamente realiza, é que se façam as análises”, explica Mascia. “Essas análises, por sua vez, têm o objetivo de chegar a propostas de mudanças, todas elas orientadas pela melhoria de condições tanto do trabalho quanto de sua eficiência e resultado. Para isso, existe uma série de etapas que abrangem desde a identificação do que é a organização, no caso o HU, como ela se relaciona com o seu exterior etc., até o estudo das situações de trabalho. Isso se dá por meio da coleta de dados, de entrevistas com os responsáveis dos setores, com os operadores, até chegar à análise propriamente dita da atividade.”

Segundo o professor, com base nesse material são transmitidos os conceitos da ergonomia, levando em conta a natureza das tarefas, as estratégias de operação, e a variação e diversidade

das ações e situações do cotidiano. “As intercorrências na realização do trabalho são de extrema importância para entender as estratégias, as dificuldades, e como elas se colocam para o trabalhador, na medida em que ele tem uma tarefa a realizar, um objetivo a cumprir, e tem seus meios, seu ambiente de trabalho, os colegas, a hierarquia. Tudo isso de uma maneira integrada é o que resulta efetivamente no que ele faz. E é justamente entendendo isso que se chega a propostas de mudanças.”

A doutora Ana Paula sintetiza a importância da parceria para a realização das ações no HU: “O projeto de ergonomia trouxe um impacto muito grande na sensibilização das pessoas, despertou-as para o fato de que é necessária uma atuação preventiva. Por exemplo, nós temos que comprar direito para quando o material chegar ele ser bom – e não só no que diz respeito à sua qualidade, mas também para o funcionário que trabalha com ele. A sensibilização ajuda, ela está ajudando e vai continuar a ajudar daqui para a frente”.

A atuação dos especialistas em ergono-mia do Departamento de Engenharia de Produção (PRO) da Poli-USP e da

Fundação Vanzolini no Setor de Nutrição e Dietética do Hospital Universitário está rela-cionada ao estudo para a reforma do local, que vai envolver uma mudança completa do processo de trabalho. “Esse serviço está na parte de projeto, está no papel. Foi solicita-do que ainda nessa fase o pessoal de ergo-nomia ajudasse, para que, quando a reforma estiver concluída e os novos processos de trabalho sejam colocados em prática, já haja um olhar ergonômico. Senão a parte arqui-tetônica fica resolvida, mas na hora em que o funcionário for trabalhar as mudanças vão se mostrar não-funcionais”, esclarece a dou-tora Ana Paula Curi, da superintendência do HU. “Esse setor é responsável por preparar e fornecer as refeições dos pacientes e funcio-nários”, informa a professora Uiara Bandineli Montedo, do PRO. “É interessante o trabalho, porque essas pessoas não têm um só posto de trabalho, num momento atuam no próprio

espaço do SND, quando elas estão mon-tando as refeições, e atuam também nas clínicas – há a clínica cirúrgica, clínica pe-diátrica, clínica obstétrica etc. –, onde elas vão distribuir as refeições.”

A especialista explica que se trata de uma população principalmente feminina, com tem-po de serviço de 23 a 26 anos. “É gente que já está no HU há muito tempo, a organização convive com o envelhecimento dos trabalha-dores em atividade, diferentemente de uma empresa que terceiriza essas funções. Então existe uma configuração muito interessante para fazer um estudo ergonômico”, afirma. “A gente acompanha o trabalho determinado tempo na jornada e identifica situações de ação características. Algumas delas vamos levar para o projeto, como a montagem das refeições na esteira, que é regulada pelas fun-cionárias. Por exemplo, se a equipe não dá conta de retirar as refeições prontas e não tem como parar a esteira, vai tudo para o chão. O nosso desafio é antecipar essas conseqüên-cias e trazer isso para dentro do projeto.”

Projeto de reforma no Setor de Nutrição e Dietética do HU leva em conta

estudo ergonômico realizado por especialistas da Fundação Vanzolini

Visão de longo prazo

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especialespecial biblioteca essencialDa Psicopatologia à Psicodinâmica do Trabalho

Autor: Christophe Dejours / Orgs.: Selma Lancman e Laerte Idal Sznelwar / Trad.: Franck SoudantEditoras: Paralelo 15 / Fiocruz, segunda edição revista e ampliada, 2008

A questão central da obra está ligada ao debate da psicopatologia e da psicodinâmica do trabalho em relação aos proces-sos de transformação do trabalhar. O sujeito ator do seu trabalho, ao se confrontar com uma tarefa potencialmente gera-

dora de sofrimento psíquico, pode não apresentar sinais de conflito. A aparente normalidade viria de um processo doloroso de confronto consigo próprio e com os colegas, relegando a própria reflexão para um plano escondido. Será que não poderíamos

ir mais longe a partir da perplexidade encontrada ao estudar mais o trabalho humano?

Do Agir Organizacional: Um Ponto de Vista sobre o Trabalho, o Bem-Estar, a AprendizagemAutor: Bruno Maggi / Trad.: Giliane M.J. Ingratta e Marcos MaffeiEditora: Edgard Blücher, 2006

Na perspectiva de Maggi, está presente uma crítica aos pressupostos positivistas do taylorismo. Essas questões continuam na ordem do dia, o que nos leva a refletir sobre os aportes teóricos e empíricos das abordagens do agir organizacional e da ergo-

nomia, sobre o trabalho. Para o autor, qualquer sistema só existe a partir do agir dos sujeitos, então não haveria uma única realidade, mas inúmeras, entendidas como uma relação dinâmica entre processos de ação e decisão dos sujeitos agentes. Nessas interações seriam criados os espaços de cooperação e de coordenação, portanto não haveria uma separação entre sujeitos e sistema.

Compreender o Trabalho para Transformá-lo: A Prática da Ergonomia Autores: F. Guérin, A. Laville, F. Daniellou, J. Duraffourg e A. Kerguelen / Trad.: Giliane M.J. Ingratta e Marcos Maffei

Editora: Edgard Blücher, 2001

O livro apresenta o método da análise ergonômica do trabalho, com inúmeros exemplos. A obra é destinada a pessoas interessadas nas questões e desafios do trabalho no mundo de hoje. A ergonomia propõe uma abordagem baseada

numa perspectiva antropocêntrica. O trabalho e a produção são importantes para o desenvolvimento da sociedade e dos indivíduos. A importância dos outros fatores não deveria sobrepujar o humano na produção, uma vez que se pode banalizar a

própria existência das pessoas trabalhando.

ErgonomiaEditor: Pierre Falzon / Vários autores / Trad.: Giliane M.J. Ingratta e outrosEditora: Edgard Blücher, 2007

O livro traz uma síntese de temas importantes para a ergonomia. Encontramos em seus 44 capítulos material para refle-xões e para a busca de soluções em áreas como a concepção de programas de computador, o trabalho de mediação

e intervenção social, a arquitetura e a construção civil, e a agricultura. O livro engloba ainda a variabilidade de populações, pois trata de problemas como a preocupação com o envelhecimento, com pessoas que têm necessidades especiais e com a questão de gênero.

A Ergonomia em Busca de Seus Princípios – Debates EpistemológicosCoord.: François Daniellou / Vários autores / Coord. da trad.: Maria Irene Stocco Betiol

Editora: Edgard Blücher, 2004

A obra busca entender o que seria a ergonomia, do que trata e como se constrói uma ação transformadora. São diferentes pontos de vista sobre a atividade humana no trabalho. Um dos aspectos instigantes é o papel provocador da ergonomia.

Área do conhecimento surgida de demandas sociais, advindas do sofrimento no trabalho, a ergonomia baseada na atividade trouxe ao espaço público o debate de aspectos do trabalho que antes eram vivenciados, mas ficavam distantes do conheci-

mento dos mais diferentes atores sociais.

Trabalho, Tecnologia e Organização (Cadernos de TTO, nº 1)Autores: Bruno Maggi, Tom Dwyer e Luiz Antonio Cruz Caruso / Orgs.: Laerte Idal Sznelwar e Fausto Leopoldo MasciaEditora: Edgard Blücher, 2007

A coleção, dirigida a temas de Tecnologia, Trabalho e Organização, leva a público idéias e debates significativos para o desen-volvimento das pessoas, das instituições e da sociedade. Quais paradigmas serão cada vez mais presentes para projetos

que envolvam questões organizacionais, o conteúdo do trabalho, as ferramentas de produção e de gestão e os processos de inovação tecnológica? Qual o espaço de nossas instituições públicas e privadas no cenário econômico, na oferta de trabalho e no estímulo ao empreendedorismo inovador nos anos vindouros? Como se articularão os sistemas nacional e locais de ino-vação? Neste volume há três diferentes abordagens sobre os temas citados.

Avaliação do Trabalho Submetida à Prova do Real: Crítica aos Fundamentos da Avaliação (Cadernos de TTO nº 2)

Autor: Christophe Dejours / Orgs.: Laerte Idal Sznelwar e Fausto Leopoldo MasciaEditora: Edgard Blücher, 2008

Este texto de Christophe Dejours trata da questão da avaliação. Ser avaliado e avaliar fazem parte da vida de todos. Para aperfeiço-ar os processos de avaliação, talvez fosse necessário mais clareza e debate sobre os pressupostos, os objetivos e aquilo que se

espera dos avaliadores, que também são avaliados por alguém. Avaliar o trabalho seria mais um julgamento, no sentido dos valores que temos e da maneira como a ação de outrem pode ser julgada como útil, ou ainda, conforme às regras de profissão.

Conselho Curador: Antonio Rafael Namur Muscat – Fernando José Barbin Laurindo – Celma de Oliveira Ribeiro – Gregório Bouer – João Amato Neto – Marcelo Schneck de Paula Pessôa – Roberto Gilioli Rotondaro. Diretoria Executiva: Mauro Zilbovicius (diretor presidente) – Renato de Castro Garcia (diretor vice-presidente) – Clóvis Armando Alvarenga Netto (diretor administrativo) – Paulino Graciano Francischini (diretor financeiro) – Mauro de Mesquita Spinola (diretor de educação). Informações: Av. Prof. Almeida Prado, 531, 1° andar, Cidade Universitária, São Paulo - SP, cep 05508-900, tel. (11) 3814-7366, fax (11) 3814-7496 www.vanzolini.org.br – e-mai l : [email protected]. Diretora editorial: Celma de Oliveira Ribeiro. Criação e Realização: “Entre Aspas”, tel./fax (11) 3032-2049. Jornalista responsável. Fatima Cardoso MTB 19 945