Espiral 15

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espiralNº 15 - Abril / Junho de 2004

boletim da associação F R A T E R N I T A SF R A T E R N I T A SF R A T E R N I T A SF R A T E R N I T A SF R A T E R N I T A S M O V I M E N T OM O V I M E N T OM O V I M E N T OM O V I M E N T OM O V I M E N T O

Uma experiência que me marcou bas-tante foi o curso de doutoramento em Quí-mica Física, feito no Institut für physikalischeChemie da Universidade de Bonn, Alemanha.

O meu tema de doutoramento tinha aver com as potencialidades duma técnicaelectroquímica recente para o estudo de re-acções heterogéneas, ou seja, reacções quetêm lugar numa interface sólido-solução,estando o reagente em solução. Para esseestudo é preciso conhecer a natureza dasuperfície sólida, a estrutura da interface, sa-ber como é o transporte do reagente do in-terior da solução para a interface e dos pro-dutos da reacção da interface para a solu-ção, bem como a influência da fase sólidano mecanismo reaccional. Importância: amaior parte das reacções biológicas nos or-ganismos vivos são reacções heterogéneas.

O tema atribuído é novo, tanto para odoutorando como para o supervisor. Este nãose esquece de avisar: “espero que me sur-preenda!”. O doutorando não tem alternati-va: ou consegue nadar ou afunda-se. Temcomo ferramentas os conhecimentos teóri-cos e experimentais adquiridos na licencia-tura, conta com a experiência do supervisorpara a interpretação dos resultados que vaiobtendo e, sempre que precise de conheci-mentos novos, tem de os adquirir.

Parte dum determinado modelo e come-

ça a trabalhar na fronteira do desconhecido,num domínio onde as ideias ainda não estãoclarificadas, já que o confuso e indefinido éparticularmente adequado a um trabalho cri-ativo.

Durante os três anos de doutoramento,os doutorandos trabalham dia e noite. Sem-pre que eu ia ao Instituto, qualquer que fos-se a hora do dia ou da noite, havia lá sempregente a trabalhar. Porquê? Principalmente por

P E S Q U I S AP E S Q U I S AP E S Q U I S AP E S Q U I S AP E S Q U I S A

(continua na pág. 2)

Sumário:

Fundo de Partilha 3

Férias... tempo de descanso e de... partilha 3

O XI Encontro Nacional em imagens 4

A nossa vivência... 5

A família cresce... 5

Voto de pesar 6

Publicações 6

Breves... 7

Conclusões do XI Encontro Nacional 8

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duas razões. A primeira é que o tempo élimitado e o trabalho experimental exigemuita presença. A segunda é porque, quan-do temos experiências a correr, é tal a ansi-edade e o interesse em ver o que dão, quenós ficamos colados ao local de trabalho.

Em termos emocionais, um trabalho des-ta natureza é muitas vezes frustrante. Geral-mente, os primeiros resultados parecem to-talmente disparatados, não condizem unscom os outros nas várias repetições, nemcom o que seria de esperar de acordo como modelo de partida. Tudo para deitar fora!Muitas vezes é bem grande essa tentação,mas a regra é guardar tudo. Ainda me lem-bro das rimas de gráficos sem sentido queacumulei.

Por vezes esta fase chega a arrastar-seaté dois anos. Mas um dia acontece aqueleclique que nos faz apanhar a ponta do fio dameada. Então vai ser necessário confirmarse este novo modelo funciona e é aí quedamos conta da utilidade daquelas experi-ências que, felizmente, não deitámos fora.

Finalmente percebemos que foi dado umpasso em frente – afinámos a técnica, fize-mos “falar” a natureza, descobrimos meca-nismos reaccionais, algo de novo foi conse-guido. Podemos comunicar a descoberta.

Muitas vezes também se progride de-monstrando que determinados modelos ci-entíficos correntes estão errados. Pode serum pouco frustrante para o doutorando, mas,em termos globais, um contributo desta na-tureza é igualmente positivo. No mundo reale num dado momento da história, é muitodifícil saber quais são os problemas impor-tantes ou se a abordagem aos problemas éfeita pelo caminho certo para os resolver.

Um cientista provavelmente nunca enri-quecerá. É também provável que os seusamigos e conhecidos não entendam o que

está a fazer e que ele próprio nunca tenha asatisfação de fazer algo que seja imediata-mente útil. Mas pode ter a grande satisfaçãode reconhecer que o seu trabalho contribuiupara o avanço da ciência e,consequentemente, para o bem da humani-dade.

Todo o trabalho científico é de naturezacivilizacional. Mais conhecimentos, maior pro-gresso, maior evolução. Se a humanidadeevolui constantemente é porque todas assuas células constitutivas estão vivas e acti-vas. As mudanças tornam-se visíveis nas or-ganizações após terem acontecido nos indi-víduos. A busca de novos conhecimentostem de ser conduzida sem preconceitos, complena liberdade de pensar e de agir, confron-tando as conclusões de cada um com as dosoutros investigadores e com as dos diferen-tes grupos de investigação. Assim se pode-rá chegar a uma compreensão mais clara daobra da criação.

A progressiva compreensão da Nature-za, além de ser particularmente excitante eentusiasmante, desperta no investigador umgrande sentido de humildade. O cientista, aomesmo tempo que se sente realizado emcada passo dado em frente no conhecimen-to, vai desenvolvendo também a consciên-cia de que é imensamente mais o que ficapor saber.

Ao contemplar a vida, este complexoequilíbrio de inúmeros processos inter-rela-cionados, tão complicado como bem con-seguido, a um tempo frágil e regenerável,dificilmente posso considerar que ela sejaobra de mero acaso. Admitindo que as coi-sas, tais como estão hoje, resultam dumaevolução desde o big-bang, só posso enten-der que uma tal evolução, que assim progri-de do mais simples para o mais complicado,ao arrepio da lei da entropia, seja uma evolu-ção teleológica. Para mim, Deus anda por aí.

Aveiro, 19-06-2004João Simão

(continuação da pág. 1)

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À medida que o tempo vai pas-sando, as relações entre nós, irmãos,vão-se alicerçando na confiança. Aatenção uns aos outros e a disponi-bilidade de mãos e de coração temque, por força do amor que nos une,vir ao de cima. Não em palavras,mas em gestos concretos de solida-riedade e partilha.

E se “a solidariedade é indubi-tavelmente uma virtude cristã” dis-se João Paulo II no seu documentoSollicitudo Rei Socialis, é tambémum desafio à imaginação e à cria-tividade de quem ama (digo eu!...).

Está facilmente provado (bastatermos chegado à paz que hoje vi-vemos) que há um longo e solidáriocaminho já andado, mas há aindamuito a percorrer e terão que sertambém os nossos pés a percorrê--lo…

Se é verdade que todos temosobrigação de não esconder debaixodo alqueire os dons que temos, oscarismas, as disponibilidades, os sa-beres, também é verdade que temosque ter olhos para ver e ouvidos paraouvir não só os clamores da almamas também as necessidades come-zinhas do pão e do dinheiro.

Se para nós, cristãos, o dinheiro

não pode ser Senhor, a falta deleatormenta-nos a vida, tira-nos a paz,diminui-nos e sonega-nos o futuro!...Assim sendo e tentando ter olhos eouvidos para este tipo de clamores,o Movimento Fraternitas resolveucriar um Fundo Comum de Parti-lha, para acudir e minimizar casosde necessidades económicas pontu-ais de qualquer um dos seus mem-bros. Fomos confrontados, há sen-sivelmente 3 anos, com a necessi-dade de acorrer a um irmão nosso,cuja recuperação não teria sido a quefoi sem a ajuda na compra de umacadeira de rodas, de uma cama arti-culada, de um colchão anti-escara(este colchão não sendo já necessá-rio a este irmão, foi ajuda preciosa auma velhinha que não tendo nada aver com o nosso movimento o usouaté morrer; está neste momento dis-ponível para outra qualquer neces-sidade).

Ora, as verbas usadas, saíramdesse Fundo Comum de Partilha.

Todos nós partilhámos do nos-so!

Hoje somos confrontados com anecessidade de outros irmãos em iní-cio de vida, irmãos a quem o fundocomum paga deslocações e estadia,

possibilitando assim a sua presençanos encontros e nos cursos.

Quanta riqueza para eles e paranós o podermos estar todos!

Sabemos como é difícil o segun-do início de vida. O emprego, a casa,os filhos pequenos…

Que para nós as palavras soli-dariedade e partilha existam paraalém do dicionário. De lá saltem pa-ra o nosso coração e depois abramas nossas mãos.

O Movimento Fraternitas temdois momentos privilegiados — osofertórios em Abril e Outubro dascelebrações de encerramento dosencontros e cursos. E por que nãojuntar-lhe alguma renúncia quares-mal? É sempre tempo de partilhar.E todos conhecemos o exemplo daviúva…

Mas para termos a grandezadela, temos de sentir que a partilhaé obrigação que alegra a alma… eninguém é tão rico que de nada pre-cise nem tão pobre que nada tenhapara partilhar.

Para além disto, “… e que a mãoesquerda não saiba o que a direitafaz…”

Glória

FUNDO DE PARTILHA— s u a f i l o s o f i a e p r á t i c a —

R e f l e x ã o n o F e m i n i n o

Férias... tempo de descanso e de... parFérias... tempo de descanso e de... parFérias... tempo de descanso e de... parFérias... tempo de descanso e de... parFérias... tempo de descanso e de... partilha!tilha!tilha!tilha!tilha!Sai este número quando se está em pleno tempo de férias, de descanso. Alguns talvez só o leiam quando

regressarem a casa... Mas, nem por isso, é extemporânea nem despicienda esta pequena nota.Claro que já todos sabemos bem que é preciso aproveitar o tempo de férias para descansar, mudando de

actividade, e não ficando inactivo!... Podemos (e deveremos) aproveitar esta oportunidade para partilhar: bensmateriais com carenciados. Mas também partilhar saberes, afectos (visitar alguém mais só ou isolado; dedicar--se mais aos nossos), vivências (porque não escrever algo para o espiralespiralespiralespiralespiral?)...

Também de pequenas notícias, experiências, recordações, é feito este nosso boletim. Além de artigos maisfortes e elaborados... Não queres partilhar connosco? BOAS FÉRIAS! A. Osório

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Legenda (esq. – dir. / cima – baixo): O Presidente da Direcção fala à Assembleia Geral; Celebração de Encerramento (leitura;comunhão; acção de graças); “Foto de Família” (com quase todos os participantes presentes, no final da Celebração Eucarística).

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página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento ! [email protected] página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento ! fraternitas

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Há já bastante tempo que ofim-de-semana de 23 a 25 de Abrilde 2004 estava reservado na nos-sa agenda como um fim-de-sema-na de compromisso inalterável.Era a data do XI Encontro Nacio-nal da Fraternitas e nós não que-ríamos faltar por nada deste mun-do! Agora, podemos dizer que va-leu a pena ter reservado o fim-de-semana, valeu a pena ter alteradooutros compromissos e ter partici-pado neste encontro de amigos.

quotidiana de cada um e os sorri-sos simples; a presença das crian-ças, os gritos delas que chamavama atenção de todos; a companhia àmesa e às vezes um esforço parainiciar uma conversa qualquer; oscafés tomados fora do local do En-contro, nos cafés vizinhos, são al-guns dos momentos intensos donosso Encontro que alimentamessa fraternidade.

Mais uma vez, depois do En-contro, sentimos que o tempo foiinsuficiente para criar novas ami-zades, sentir em profundidade aunião do grupo e partilhar de modomais profundo o que cada um estáa sentir e viver. Não temos nadade concreto para sugerir, mas po-deríamos consolidar a nossa rela-ção dando uma parte do tempopara uma interacção animada e departilha depois do jantar, para ali-mentar a fraternidade dentro daFraternitas.

Vincent e Cidália

A N O S S A V I V Ê N C I A . . .Gostámos muito dos temas apre-

sentados, os relatores foram, maisuma vez, de alto nível. Se a partedos conteúdos e actualização teoló-gica é de grande importância (e nósagradecemos a quem, com tanto tra-balho e dedicação, prepara os nos-sos Encontros), o encontro fraternoe a simples partilha vivêncial entreos vários membros da Fraternitasnão o é menos.

As saudações nos corredores, aspequenas perguntas sobre a vida

[email protected] página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento ! [email protected] página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento

Neste ano, no XI Encontro Nacional da FRATERNITAS MOVIMENTO,com muita satisfação pudemos contar com as significativas presenças de...... Samuel (2 a.), filho do Vincent e da Cidália Costa; ... Joana (3 a.), filha do Manuel Pombal e da LuísaPinto; ... David (3 a.) e Daniel (18 m.), filhos do David e da Paula Silva; ... André (7 a.) e Inês (5 a.),filhos do Rogério e da Alda Marques; ... Raquel (8 a.) e Carolina (3 m.), filhas do Serafim e da RosaRodrigues; ... Tita (14 a.), filha do Alípio e da Zélia Afonso; ... Joana (15 a.), filha do Joaquim Macedo eda Maria Zélia; ... Andreia (17 a.), filha do Luciano e da Ana Rodrigues; ... João (20 a.), filho do Pachecode Andrade e da Graça; ... Leonor (15 m.), neta do Carlos Leonel e da Maria Guilhermina.

A fA fA fA fA f a m í l i a c r e s c e . . .a m í l i a c r e s c e . . .a m í l i a c r e s c e . . .a m í l i a c r e s c e . . .a m í l i a c r e s c e . . .

A Repórter X

... e comemor... e comemor... e comemor... e comemor... e comemora!a!a!a!a!Durante o nosso Encontro, o Jorge Ribeiro e a Maria Helena Ribeiro (no 1º banco da foto 4 da pág. ante-rior), celebraram as suas Bodas de Prata Matrimoniais. Com eles todos demos graças a Deus!

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VOTO DE PESAR(deliberação nº398/2003)

Tomando a palavra, osenhor Presidente deuconhecimento que faleceu oPadre Filipe Figueiredoquando estava a tratar deassuntos relacionados com aconstrução de uma unidade deacamados, num terrenorecentemente adquirido por sipara a Fundação ManuelMendes da Conceição Santos.Apesar de residir em Évora,manteve sempre viva a sua terranatal, não só através destafutura obra comunitária, mastambém por intensas relaçõeshumanas que cultivou eigualmente pela criaçãoliterária, através de diversasobras sobre a nossa terra e anossa gente, nomeadamenteversando o Padre Donaciano deAbreu Freire e a família dePedro Calado. Por isso, propõeque seja exarado um voto depesar pelo falecimento desteilustre Estarrejense, natradução do reconhecimentopúblico que o Município devepela sua dimensão humana ecívica, representando umaperda para o concelho, que paraa posteridade deverá serrecordada na toponímia dafreguesia de Beduído, ondenasceu. A Câmara Municipaldeliberou por unanimidade dospresentes aprovar a propostaapresentada.

(da Acta da Reunião Ordinária nº 25,de 2 de Dezembro de 2003,

da Câmara Municipal de Estarreja)

PPPPPUBLICAÇÕESUBLICAÇÕESUBLICAÇÕESUBLICAÇÕESUBLICAÇÕES

Gostosamente aqui damos notí-cia de alguma da produção quemembros da FRATERNITAS têm feito.Certamente haverá outras mais, mas,como não tivemos conhecimento...As nossas desculpas, com o refor-çado pedido de, por favor, não nosdeixem na ignorância...

" Começamos por referir queestamos a fazer permuta com arevista Sinal (publicação dospadres casados do Ceará – Brasil)e também recebemos aMinisterium Novum (daFederación Internacional deSacerdotes Católicos Casados,Nijmegen – Holanda).

" Aproveitamos para referir que,desde o dia 23 de Julho passado,a FRATERNITAS passou a estarreferenciada no espaço de “Paró-quias [Portugal]”, no seu endere-ço (www.paroquias.org), com li-gação directa (link) à nossa pági-na oficial.

" O CÉU: ONDE DEUS NOSESPERA PARA SEMPRE

Este é o título do último livro doFrancisco Sousa Monteiro. Com achancela da Ed. Apostolado da Ora-ção, de Braga, teve lançamento em25.03.2004, no Palácio dasGalveias (C.M.L.), em Lisboa. Aapresentação foi feita por AppioSottomayor, tendo presidido à ses-são o P. Manuel Morujão, sj, Direc-tor do A.O., já nosso conhecido, pois

nos orientou aparte espiritualdo IX Encontronacional, em Fe-vereiro de 2002.O FranciscoMonteiro brinda--nos com um li-

vro em que, quem o lê, se sente ele-vado. Com uma linguagem simples,de fácil entendimento, tem comoúnica preocupação “despertar-nos”para a meta, a sorte do cristão (e detodo o homem): a Glória, Deus!Como afirma o P. Peter Stilwell, noPrefácio, este livro é “uma medita-ção tranquila que por vezes setransforma em oração de acção degraças ou de louvor”.Um livro a saborear!

" A MARGEM DA TRANSCEN-DÊNCIA — UM ESTUDO DAPOESIA DE RUY BELO

Sob o patrocínio da FundaçãoCalouste Gulbenkian e da Fundaçãopara a Ciência e Tecnologia, do Mi-nistério da Ciência e do Ensino Su-perior, foi editada esta valiosa obrado nosso colega Manuel António Ri-beiro.Trata-se de um muito aprofundadoestudo sobre o poeta e a sua obra,

procurandodescobrir-lhe toda aextensão,toda a forteenvolvênciae transcen-dência queRuy Belodeu à sua

produção poética.Não nos cabe aqui fazer a crítica (eo elogio) que este trabalho do Ma-nuel António merece. Apenas pre-tendemos dar dele conta esugestionar o leitor e o interessadoa debruçarem-se sobre ele.Leiam-se a Voz Portucalense de19.05.2004 e a Brotéria de Ju-lho.2004.Parabéns, Manuel António!

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de. Reivindicando a participação nas de-cisões das comunidades eclesiais, fazemcom que o actual modelo clerical de Igre-ja esteja em crise e em transformação.

• A Igreja, dada a sua estrutural dificuldadeem se actualizar, acompanha de longe ede pé atrás os movimentos de actualiza-ção. Em vez de acolher os sinais dos tem-pos, prefere o discurso da dignidade damulher como esposa e mãe. Então porquenão também a dignidade do homem comoesposo e pai?

• As mulheres constituem a maioria no con-junto dos fiéis e participam mais nos actoslitúrgicos. Também são elas que mais par-ticipam nas actividades em favor da co-munidade. Em grande parte a Igreja é umaigreja de mulheres. Contudo é-lhes nega-do o direito à palavra, ao ensino da teolo-gia, à representatividade e à participaçãona governação da Igreja.

• Para elas o importante não é o acesso aosacerdócio ministerial, mas sim o modeloeclesial.

(continuação da página 8) 3.- Depois duma interessada e muito participa-da discussão dos diferentes pontos da ordemde trabalhos por parte dos oitenta sócios pre-sentes, a Assembleia Geral:• Aprovou o Relatório de Actividades e

Contas da Gerência referentes a 2003;• Aprovou o Plano de Actividades para

2004-2005 e a Previsão Orçamental parao mesmo período;

• Reafirmou o interesse e a importância dosEncontros Regionais como instrumentosadequados para a expansão do Movimen-to e apelou para que se constituam comis-sões promotoras desses encontros porzonas;

• Sugeriu que o Espiral passasse a inserirmais notícias da família Fraternitas;

• Reafirmou a sua concordância com a pro-moção de Cursos de Actualização comconferencistas de qualidade.

Os trabalhos encerraram com a celebração daEucaristia, na qual foi evocada a memória donosso Assistente, Cónego Filipe de Figueiredo.

Fátima, 25 de Abril de 2004

CONCLUSÕES DO XI ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO FRATERNITAS MOVIMENTO

! Escola de Línguas: O Vicente a Cidália conseguiram (finalmen-te!) abrir uma escola de línguas nacidade de Abrantes, para onde semudaram. É uma luz ao fundo dotúnel, após tantos obstáculos eamarguras.Felicidades e que resulte.

! Bodas de Ouro de Ordena-ção: O Carlos Leonel, no dia 29de Junho passado, fez 50 anos quefoi ordenado presbítero. Esta bre-ve tem, porém, uma dupla verten-te: é que foi a primeira vez que ele

b rb rb rb rb r eeeee vvvvv e se se se se s . . .. . .. . .. . .. . . e mais dois ou três colegas dadiocese de Lisboa, igualmente or-denados nesse dia, não foram con-vidados para essa comemoração,este ano festejada em Fátima... Es-quecimento? Marginali-zação?...(esta, porque forte, não será se con-siderar — ou será?...)Parabéns (a ele e aos demais).

! Em recuperação: O Higino foihá pouco operado à vesícula. Tudocorreu bem, graças a Deus, tendoregressado a casa e entrado em fran-ca fase de recuperação.Também a Sandra, filha do Mon-teiro Fernandes e da Maria Fernan-

da, sofreu uma intervenção cirúr-gica a um descolamento da retina.Continuação de efectivas melho-ras.

! Novos livros: Veja-se notíciamais desenvolvida na página an-terior.Os nossos parabéns.

! Jubileu de Ordenação: D.Serafim, Bispo de Leiria--Fátima,que orientou o primeiro retiro paraa embrionária Fraternitas, celebroueste ano as suas Bodas de Ouro Sa-cerdotais e de Prata, como Bispo.As nossas sinceras felicitações.

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A Associação Fraternitas Movimento realizouem Fátima, de 23 a 25 de Abril de 2004, o seu XIEncontro Nacional, que constou de três momen-tos. Primeiro: uma reflexão sobre a “Leitura so-ciológica da frequência à missa dominical”,orientada pelo Prof. Dr. Manuel Luís MarinhoAntunes. Segundo: a reflexão sobre o tema “Olugar das mulheres e do feminino nas socieda-des contemporâneas”, orientada pela Prof.ª Dr.ªManuela Silva. Terceiro: a reunião anual ordiná-ria da Assembleia Geral.

1. - A leitura sociológica da frequência à missadominical teve por base os resultados dosinquéritos sobre a assistência às missas dedomingo, realizados em 1977, 1991 e 2001,por ordem da CEP, e também uma sonda-gem pública sobre comportamentos e atitu-des religiosas. O Dr. Marinho Antunes co-meçou por acentuar que a participação namissa dominical é um dado extremamentesignificativo da prática cristã, uma vez quese trata de um acto sociologicamente muitoimportante, pois é um acto público, realiza-do num domingo, e quando há domingo hámissa.• No seu conjunto, esta prática dominical

tem vindo a diminuir de forma significati-va tanto nos homens como nas mulheres,naturalmente com algumas variantes con-

soante as faixas etárias. Mas é de salientarque, na faixa etária dos 16-24 anos, essedecréscimo é maior nas mulheres do quenos homens.

• Os resultados dos inquéritos fornecem si-nais claros de que é necessário tomar me-didas e fazer opções pastorais adequadas.Mas, se as medidas a tomar e as opçõespastorais a fazer não estão no nosso âm-bito individual, há atitudes e iniciativas par-ticulares perfeitamente ao nosso alcanceque importa pôr em prática sem esperarque alguém nos chame.

• Do inquérito ficamos a saber que a Igrejaestá a perder as mulheres, apesar de o cris-tianismo estar reconhecidamente presen-te na sociedade portuguesa. Mas há sinaisde quebra na transmissão deste patrimó-nio religioso. Importa repensar o estilo decondução da Igreja, comprometer as pes-soas que assumem responsabilidades. Aquestão dos ministérios está inquestiona-velmente na ordem do dia.

2.- Da exposição da Dr.ª Manuela Silva sobre otema “O Lugar das Mulheres e do Femini-no nas Sociedades Contemporâneas”, bemcomo da subsequente troca de impressõescom os presentes, emergiram as seguintesconclusões:• A igualdade de direitos de ambos os se-

xos, bem como o reconhecimento do va-lor do feminino na construção harmonio-sa das sociedades, são dados adquiridosnos países ocidentais. É também um factoque as mulheres entraram decisivamentena vida económica mercantilizada. Adqui-rindo qualificações tão elevadas como asdos homens, elas estão presentes em to-dos os sectores de actividade e atingiramautonomia económica.

• No que se refere à condiçãoeclesial das mulheres, tambémmasculino e feminino devem serconsiderados em pé de igualda-

CONCLUSÕES DO XI ENCONTRO NACIONAL DAASSOCIAÇÃO FRATERNITAS MOVIMENTO

espiralRua Lourinha, 429 - Hab 2 = 4435-310 RIO TINTO

e-mail: [email protected]

boletim daassociação fraternitas movimento fraternitas movimento fraternitas movimento fraternitas movimento fraternitas movimento

Responsável: Alberto Osório de Castro

Nº 15 - Abr/Junº de 2004 (conclui na página 7)

Aspecto da comunicação do dr. Marinho Antunes.