ESPIRAL DE ERVAS – “Uma Alternativa Sustentável para uma Boa Alimentação e para o Resgate...

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL VIVIAN SEPAROVIC RIBEIRO ESPIRAL DE ERVAS – “Uma Alternativa Sustentável para uma Boa Alimentação e para o Resgate Cultural” Rio de Janeiro 2012

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Pretende-se através desse processo formativo promover a reaproximação do homem com a natureza e a valorização/ recuperação do saber popular, valendo-se da ideia do alimento produzido de forma ecológica, orgânica, saudável e de baixo custo.

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  • SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL

    VIVIAN SEPAROVIC RIBEIRO

    ESPIRAL DE ERVAS Uma Alternativa Sustentvel para

    uma Boa Alimentao e para o Resgate Cultural

    Rio de Janeiro

    2012

  • VIVIAN SEPAROVIC RIBEIRO

    ESPIRAL DE ERVAS Uma Alternativa Sustentvel para uma Boa Alimentao

    e para o Resgate Cultural

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    ao Curso de Especializao em Educao

    Ambiental do Servio Nacional de

    Aprendizagem Comercial SENAC como

    requisito parcial para a obteno do ttulo de

    Especialista em Educao Ambiental.

    ORIENTADOR: Prof. MSc. Emerson Ribeiro Garcia

    Rio de Janeiro

    2012

  • VIVIAN SEPAROVIC RIBEIRO

    ESPIRAL DE ERVAS Uma Alternativa Sustentvel para uma Boa Alimentao

    e para o Resgate Cultural

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    ao Curso de Especializao em Educao

    Ambiental do Servio Nacional de

    Aprendizagem Comercial SENAC como

    requisito parcial para a obteno do ttulo de

    Especialista em Educao Ambiental.

    Aprovado em de de 2012.

    Banca Examinadora:

    ________________________

    Prof. Emerson Ribeiro Garcia, Mestre.

    Orientador

    Senac

    ________________________

    Prof. Daniel Vitor Ferreira Noleto, Especialista.

    Coordenador do curso

    Senac

  • Dedico esse trabalho a minha querida amiga

    e mestre Joelma Cavalcante, responsvel por grande

    parte dos ensinamentos e inspirao que me

    estimularam a concluir esse Curso.

  • Agradeo a empresa OMNES Consultoria em

    Sustentabilidade Ltda. por ter proporcionado essa

    formao, em especial Agatha Franco e Joelma Cavalcante.

    Tambm agradeo aos meus pais Celso Luiz Ribeiro e

    Maria Separovic Scerban, ao meu amado marido Kleber

    Eduardo Dias Silva e amigos que colaboraram para minha

    formao pessoal e profissional.

  • RESUMO

    A transio do rural para o urbano em muitos municpios do Brasil vem crescendo

    significativamente a partir das dcadas de 70 e 80. O processo de urbanizao

    possibilitou avanos significativos. No entanto, importante dizer que problemas sociais,

    econmicos e ambientais acompanham essa urbanizao, alm de uma grande perda

    cultural e do desuso da terra como alternativa de renda ou subsistncia. Assim, o objetivo

    desse Trabalho de Concluso do Curso apresentar a proposta de um Curso de Educao

    Ambiental voltado para a comunidade do bairro Setor 3, no municpio de Ariquemes,

    RO. Nesse processo de instrumentalizao, sero abordados conceitos de meio ambiente,

    ecologia, permacultura, agricultura sustentvel, cuidados com solo, plantas e a construo

    de um jardim em formato espiralado, a Espiral de Ervas, onde se sugere o plantio de

    ervas de uso culinrio e de cunho medicinal. Pretende-se atravs desse processo

    formativo promover a reaproximao do homem com a natureza e a valorizao/

    recuperao do saber popular, valendo-se da ideia do alimento produzido de forma

    ecolgica, orgnica, saudvel e de baixo custo.

    Palavras-chave: Educao a Distncia, Educao Ambiental, Permacultura, Espiral de

    Ervas

  • ABSTRACT

    The transition from rural to urban in many municipalities in Brazil has been growing

    significantly since the 70s and 80s. The urbanization process has provided significant

    advances. However, it is important to say that social, economic and environmental

    problems arises as a result of this urbanization process, a great cultural loss occurs and

    the disuse of the land as an alternative income and livelihood, therefore the goal. The aim

    of this Environmental Education course final assignment is to present a proposal

    for a community-oriented Environmental training in the sector 3, Ariquemes,

    RO neighborhood. The course covers concepts of environment, ecology, permaculture,

    sustainable agriculture, caring for soil, plants and the construction of a spiral-shaped

    herb garden, which suggests the planting of herbs for culinary and medicinal use. It is

    intended through this process of community environmental training to provide the

    community with important insights which will empower and spiral environmental

    changes, bring men back to nature, as well as; and the recovery / restoration of

    popular knowledge, taking advantages of the idea of ecologically produced food, organic,

    healthy and inexpensive.

    Keywords: Distance Education, Environmental Education, Permaculture, Spiral Herbs

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Cronograma de Atividades ......................................................................................................................................... 15

    Quadro 2 Recursos Humanos ..................................................................................................................................................... 16

    Quadro 3 Recursos Materiais ..................................................................................................................................................... 16

    Quadro 4 Recursos Tecnolgicos ............................................................................................................................................... 17

    Quadro 5 Recursos Financeiros ................................................................................................................................................. 17

    Quadro 6 Plano de Aula ............................................................................................................................................................. 25

    Quadro 7 Matriz de Monitoramento........................................................................................................................................... 26

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................................................... 1

    2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................... 3

    3 OBJETIVOS ................................................................................................................................. 5

    3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................. 5

    3.2 Objetivos Especficos .................................................................................................................. 5

    4 PBLICO-ALVO ........................................................................................................................ 6

    5 FUNDAMENTAO TERICA ............................................................................................... 7

    6 METODOLOGIA ....................................................................................................................... 11

    6.1 Estratgia de Realizao das Atividades 12

    6.2 Linhas de Ao 13

    7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ......................................................................................... 15

    8 RECURSOS ................................................................................................................................. 16

    8.1 Humanos ...................................................................................................................................... 16

    8.2 Materiais ...................................................................................................................................... 16

    8.3 Tecnolgicos ............................................................................................................................... 17

    8.4 Financeiros .................................................................................................................................. 17

    9 ACOMPANHAMENTO E AVALIAO .................................................................................. 18

    9.1 Metas ............................................................................................................................................ 18

    9.2 Indicadores ................................................................................................................................. 18

    10 RESULTADOS ESPERADOS ................................................................................................... 19

    11 CONSIDERAES FINAIS ...................................................................................................... 20

    12 REFERNCIAS ........................................................................................................................... 21

    13 ANEXOS ...................................................................................................................................... 23

  • 1

    1 INTRODUO

    Em virtude da crescente mudana de hbitos e de cultura que veem ocorrendo no pas de

    maneira geral, um pas anteriormente de caractersticas predominantemente rural que

    hoje se caracteriza como urbano, viu-se a necessidade da implementao de cursos que

    incentivem o bom uso da terra e o consumo autossustentvel.

    Muitos municpios no pas vm sofrendo essa presso urbana em detrimento a expanso

    industrial e deixam de aproveitar suas extenses de terra como uma alternativa de

    alimentao e subsistncia.

    O trabalho em questo prope o projeto de um processo de formao, intitulado Curso

    de Educao Ambiental atravs da Espiral de Ervas voltado para comunidades com

    essas caractersticas.

    A tcnica apresentada pelo Curso uma tima opo para quem deseja consumir vegetais

    saudveis, sem contaminantes e com custo mnimo quando comparado ao vendido

    comercialmente.

    O cultivo de plantas livres de agrotxicos e seu uso na alimentao tm dois objetivos

    principais: a) garantir sade e melhor qualidade de vida para o prprio consumidor; e b)

    estimular um novo modo de vida, consumo e produo na sociedade, mais harmonioso,

    justo e que recupere e preserve recursos para as geraes atuais e futuras.

    Esse trabalho foi inspirado nas caractersticas observadas no bairro de Agrovila Chaper,

    situado no municpio de Itagua, RJ. Regio de assentamento agrrio na dcada de 50,

    caracterizado como residencial que ainda conserva caractersticas rurais comumente

    encontradas no Brasil: grandes quintais de terra; ruas sem asfalto; falta de saneamento

    bsico; populao em geral com baixo grau de escolaridade; pobreza excessiva; alta taxa

    de desemprego e perda de identidade produtiva da terra.

    A comunidade antes buscava seus medicamentos no quintal, orientadas pela experincia

    de seus avs e essa sabedoria est se perdendo, pois quase no h cultivo de ervas

    medicinal, assim como os temperos naturais que enriqueciam os pratos culinrios.

  • 2

    H expectativa que atravs desse Curso o publico participante resgate o interesse do uso

    da terra para o cultivo do prprio alimento, a reaproximao e a valorizao da natureza.

    Para construir uma espiral de ervas precisa primeiro observar ao redor, reconhecer as

    caractersticas intrnsecas do quintal, como: direo do sol, intensidade de ventos,

    sombreamento e declividade do terreno. Escolhido o local, preciso coletar o material

    que ser utilizado como estrutura, como por exemplo, garrafa PET de 2L, portanto haver

    a necessidade de mobilizar todos os vizinhos para que guardem e coletem as garrafas

    consumidas. Depois de construda, tem-se que conhecer a estrutura de solo ideal para o

    plantio, em seguida a preferencia de habitat das plantas que sero utilizadas e como

    proteg-las de pragas e doenas e por fim, para que servem as ervas e como prepara-las.

    A partir desse breve resumo da atividade prtica que ser executada no decorrer do curso

    possvel observar que a todo tempo interage-se com o meio, sendo possvel discorrer

    questes relevantes educao ambiental, como o conceito de meio ambiente, a ecologia

    das plantas e dos microrganismos, consumo sustentvel, gerenciamento de resduos

    slidos e princpios ativos e uso de erva aromtica e medicinal.

    O objetivo do presente trabalho oferecer um plano de instrumentalizao visando

    incentivar o exerccio de uma atividade sustentvel compatvel com a conservao

    ambiental, de forma a incentivar o cuidado com a terra, o plantio autossustentvel e o uso

    de ervas de cunho culinrio e medicinal.

    Resgatar atravs da troca de informao essa sabedoria popular que est se perdendo, o

    espirito de cooperao, atravs do trabalho em grupo, onde todos podero usufruir mais

    tarde, seja atravs da colheita de mudas e ervas, repassando conhecimento adquirido ou

    da observao do modelo em si, para construir o canteiro de ervas em suas casas. Alm

    de oportunizar o aproveitamento de pequenos espaos rurais ociosos.

  • 3

    2. JUSTIFICATIVA

    Segundo a ONU at 2027, aproximadamente 85% da populao mundial habitaro as

    grandes cidades. Na segunda metade do sculo 20, o Brasil tornou-se um pas urbano, ou

    seja, mais de 50% de sua populao passou a residir nas cidades. A partir da dcada de

    1950, o processo de urbanizao no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado, diversas

    cidades perderam suas caractersticas rurais que sofreram ou veem sofrendo

    transformaes de hbitos e culturas.

    Um novo meio de se levar a vida figura o cenrio do pas e de seus habitantes, os

    alimentos so adquiridos em estabelecimentos comerciais vendidos por produtores rurais

    e grandes indstrias alimentcias, o alimento deixou de ser cultivado em quintais, no h

    mais tempo nem espao para isso.

    Pouco se sabe da origem dos alimentos consumidos, de que forma foram produzidos, se

    para serem produzidos danificaram o meio ambiente ou se contem agrotxicos nocivos a

    nossa sade. Devido ao fato apresentado devemos nos abster da importncia de educar as

    pessoas para cultivarem seu prprio alimento.

    O trabalho em questo prope o projeto de um processo de formao, intitulado Curso

    de Educao Ambiental atravs da Espiral de Ervas voltado para comunidades com

    perfil semelhantes aos de Chaper, sendo passvel de ser aplicado em escolas para

    estudantes do nvel mdio.

    A Espiral de Ervas uma das tcnicas sustentveis aplicadas no projeto Permacultural.

    De acordo com Soares (1998), em sua publicao Conceitos Bsico sobre a Permacultura,

    o projeto permacultural envolve o planejamento, a implantao e a manuteno

    conscientes de ecossistemas produtivos que tenham a diversidade, a estabilidade e a

    resistncia dos ecossistemas naturais. Ele resulta na integrao harmoniosa entre as

    pessoas e a paisagem, provendo alimentao, energia e habitao, entre outras

    necessidades materiais e no materiais, de forma sustentvel.

    Uma Espiral de Ervas um elemento de jardinagem que se caracteriza como uma

    maneira simples de manejar as plantas proporcionando sustentabilidade e espaos

    funcionais. O formato espiralado muito encontrado na natureza respeita as curvas naturais

  • 4

    se inserindo harmoniosamente no ambiente, contemplando aspectos como diversidade,

    consrcios, efeito de bordas, microclima e drenagem.

    A utilizao das plantas medicinais uma das mais antigas armas empregadas para o

    tratamento das enfermidades humanas e muito j se conhece a respeito de seu uso por

    parte da sabedoria popular, assim como as ervas aromticas que so plantas utilizadas

    como aromatizantes, das quais utilizamos as folhas, sementes e flores. Algumas ervas

    podem ser acrescentadas em diversas preparaes, decorando, modificando a aparncia

    visual e tornando os pratos mais temperados, atraentes e requintados.

    Objetiva-se atravs desse trabalho fornecer uma breve abordagem da agricultura

    sustentvel, visando incentivar o exerccio de uma atividade sustentvel compatvel com

    a conservao ambiental, de forma a incentivar o cuidado com a terra, o plantio

    autossustentvel e o uso de ervas de cunho culinrio e medicinal.

    Assim como, resgatar na comunidade a ser trabalhada os saberes e prticas locais bem

    como incentivar o trabalho comunitrio em prol de um bem comum que ser a espiral de

    ervas onde todos que trabalharam podero usufruir do resultado de seus esforos, ou seja,

    a utilizao das ervas.

    Por fim, demonstrar que possvel oportunizar o aproveitamento de pequenos espaos

    rurais ociosos atravs da demonstrao de como construir e cuidar da Espiral de Ervas.

  • 5

    3 OBJETIVOS

    3.1 Objetivo Geral

    3.2 Objetivos Especficos

    Empregar como estratgia aulas, slides ilustrativos, debates e atividades prticas,

    com a funo de informar e sensibilizar a comunidade sobre os temas propostos.

    Construir uma Espiral de Ervas utilizando como base materiais reciclveis, como

    por exemplo: garrafas PET, Tijolos, Pedras, Garrafas de Vidro ou Pneus;

    Valorizar os saberes e prticas locais bem como incentivar o trabalho comunitrio

    em prol de um bem comum que ser a espiral de ervas onde todos que

    trabalharam podero usufruir do resultado de seus esforos, ou seja, a utilizao

    das ervas; e

    Avaliar qualitativamente e quantitativamente todo o processo de formao.

    Oferecer instrumentalizao visando incentivar o exerccio de uma atividade sustentvel

    compatvel com a conservao ambiental, de forma a incentivar o cuidado com a terra, o

    plantio autossustentvel e o uso de ervas de cunho culinrio e medicinal.

  • 6

    4 PBLICO-ALVO

    O pblico de interesse reside no bairro setor 3, localizado prximo a zona central da

    cidade de Ariquemes RO, onde habitam aproximadamente 150 famlias. O municpio

    passa pela mesma transformao de identidade rural para urbana observada no bairro de

    Chaper, Itagua RJ, comentada no item 1- Introduo, do presente trabalho.

    Para cada processo de formao ser estabelecido um limite de 30 participantes, sendo

    constitudos por homens, mulheres adultos e/ou adolescentes com as seguintes

    caractersticas: (a) moradores de residncias que tenham quintais de terra; (b) baixa renda

    familiar; (c) mnimo de alfabetizao; e (d) que tenham interesse em cultivo de plantas.

  • 7

    5 FUNDAMENTAO TERICA

    Partindo-se do pressuposto de que os seres humanos humanizam-se na relao que

    travam com a natureza e com os outros homens em sociedade atravs do trabalho, a

    educao pode ser considerada como um processo contnuo e permanente que extrapola

    os muros escolares. Ao transformar a natureza, o ser humano transforma, por sua vez, a

    sua prpria natureza, aperfeioando-se ou degradando-se, dependendo das relaes

    travadas.

    O projeto em questo prope essa transformao, segurado com certo enfoque na vertente

    conservacionista, defendendo principalmente a importncia do processo participativo e da

    valorizao da natureza para a boa prtica da educao ambiental. Fundamentado pelo

    texto apresentado por JACOBI (2004,2003):

    A educao ambiental aponta para propostas pedaggicas centradas na conscientizao,

    mudana de comportamento, desenvolvimento de competncias, capacidade de avaliao

    e participao dos educandos [...] O seu enfoque deve buscar uma perspectiva de ao

    holstica que relaciona o ser humano, a natureza e o universo, tomando como referncia

    que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsvel pela sua degradao o

    ser humano.

    Reunido com a proposta da vertente socioambiental que se pretende aplicar, buscou-se

    como apoio o texto de CASTRO (2004), que alega que a percepo de mundo que inter-

    relaciona os fenmenos humanos aos processos cclicos da natureza incorpora uma

    conscincia ecolgica que s se estabelece a partir de uma reflexo crtica sobre a questo

    do desenvolvimento, internalizado como progresso econmico, e sua relao com a

    sustentabilidade ambiental.

    Pressupondo que ser atravs da atividade prtica que o processo de instrumentalizao

    se consolidara, onde as informaes tratadas em sala de aula sero vivenciadas,

    apresenta-se um exemplo de um capitulo do livro Teoria e Pratica da Educao do

    Campo: anlises de experincias (2008), desenvolvido pelo Ministrio de

    Desenvolvimento Agrrio (MDA), onde se descrevem os resultados de um processo de

    formao semelhante ao adotado no presente projeto, no municpio de Horizontina RS

    em meados do ano de 2001onde foi implementado o curso Plantando Sade, destinado ao

    Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) com a intencionalidade pedaggica do

  • 8

    processo de formao de lideranas que tem como objetivos o resgate da sabedoria

    popular e do trabalho da mulher camponesa na promoo da sade das pessoas e do meio

    ambiente nas comunidades rurais.

    A metodologia do curso Plantando Sade teve como base os princpios participativos de

    construo coletiva, resguardando a autonomia dos grupos e regies e suas decises,

    estabelecendo uma relao dialtica entre o saber popular e cientfico, trazendo novo

    saberes e ao mesmo tempo resgatando e valorizando as experincias locais. O resultado

    apresentado por BENDER (2006) foi a verificao de que o grupo de base do MMC se

    constitui em um espao educativo na medida em que, alm de produzir remdios

    caseiros, receitas alternativas, as mulheres exercitam leitura e escrita, desenvolvem a

    capacidade de anlise e interpretao da realidade, aprendem e ensinam valores

    importantes para manuteno da sade, como o companheirismo, a solidariedade e a

    partilha.

    O Curso de Formao em Educao Ambiental atravs da Espiral de Ervas encoraja as

    pessoas a agirem com a tica da permacultura, que construam seus espaos permanentes,

    que ajam com viso holstica e sistmica e que se disponha a utilizar toda a bagagem de

    conhecimentos disponveis na cultura local mais o que e til no saber cientfico e tcnico

    moderno.

    A Permacultura foi desenvolvida no comeo dos anos 70 pelos australianos Bili Mollison

    e David Holmgren, como uma sntese das culturas ancestrais sobreviventes com os

    conhecimentos da cincia moderna. A partir de ento, passou a ser difundida na

    Austrlia, considerando que, naquele pas, a agricultura convencional j estava em

    decadncia adiantada, mostrando sinais de degradao ambiental e perda de recursos

    naturais irrecuperveis [...] No Brasil, a famlia rural carente de informaes e de

    recursos para sobreviver sustentavelmente, com o consequente xodo rural que, por sua

    vez, tem repercusso na qualidade de vida nas zonas urbanas. (SOARES, 1998)

    A proposta da Permacultura est associada ideia de gesto do espao de forma

    planejada, equilibrada e respeitando a distribuio de cada um de seus elementos dentro

    do sistema ecolgico.

    Para tanto, (SOARES, 1998) complementa tratando a proposta como Ecologia

    cultivada e para que possamos cultivar um ecossistema, necessrio compreender o

    funcionamento de sistemas naturais, de tal forma que nossas intervenes obedeam a um

  • 9

    critrio de sustentabilidade, tanto com o ambiente natural de hoje como para as futuras

    geraes, que dele dependero.

    Alm do planejamento para sustentabilidade agrcola, a Permacultura parte das seguintes

    premissas: Cuidado com o planeta Terra; Cuidado com as pessoas; e Partilha dos

    excedentes, de forma que numa localidade em que se prevalece a tica da Permacultura

    no h desigualdade social, fome, abandono, desperdcio, degradao e uso indevido dos

    recursos naturais.

    Embora a Permacultura seja estrutura conceitual para o desenvolvimento sustentvel com

    razes na cincia ecolgica e no pensamento sistmico, suas bases se estendem a diversas

    culturas e contextos mostrando seu potencial para contribuir para a evoluo de uma

    cultura popular de sustentabilidade, pela adoo de diversas solues prticas e

    empoderadoras que refletem esse foco. (HOLMGREN, 2007)

    Conforme MORIN (2006) a educao do futuro deve se voltar para as incertezas ligadas

    ao conhecimento observado em cada indivduo, independente da sua formao, raa,

    credo, mas seja ele o responsvel pelas suas aes desenvolvendo assim o saber

    ambiental, para reconhecer estratgias da aproximao das cincias com o real,

    reestruturando seus conceitos para abrir e ampliar novos campos de aplicao individual

    e coletiva. Para tanto SIQUEIRA (2002), comenta que a prxis ecolgica quando

    corretamente articulada entre o ambiental e social, dificilmente se dilui e assim consegue

    atingir objetivos ticos mais amplos, chegando a alcanar objetivos imensurveis.

    A espiral de ervas uma tcnica simples de execuo que agrega um belo componente

    paisagstico ao quintal, alm de trazer para perto da cozinha ervas medicinais e temperos

    de procedncia confivel que podem ser utilizados na rotina diria das pessoas.

    A relao entre o conhecimento popular e o conhecimento cientifico, no que se refere ao

    uso das plantas medicinais, prev a transformao e a evoluo das ideias, sendo o

    conhecimento popular uma incorporao de experincias e conhecimentos transmitidos

    de gerao em gerao, atravs da educao e da cultura.

    O uso de remdios base de ervas remonta s tribos primitivas em que as mulheres se

    encarregavam de extrair das plantas os princpios ativos para utiliz-los na cura das

    doenas...

  • 10

    Os primeiros registros fitoterpicos datam do perodo 2838-2698 a.C. quando o

    imperador chins Shen Nung catalogou 365 ervas medicinais e venenos que eram usados

    sob inspirao taosta de Pan Ku, considerado deus da criao. Esse primeiro herbrio

    dependia da ordenao de dois plos opostos: yang - luz, cu, calor, esquerdo; e o yin -

    trevas, terra, frio, direito. Por volta de 1500 a C. a base da medicina hindu j estava

    revelada em dois textos sagrados: Veda (Aprendizado) e Ayurveda (Aprendizado de

    Longa Vida) [...] A fitoterapia permite que o ser humano se reconecte com o ambiente,

    acessando o poder da natureza, para ajudar o organismo a normalizar funes fisiolgicas

    prejudicadas restaurar a imunidade enfraquecida, promover a desintoxicao e o

    rejuvenescimento. (FRANA, 2007)

  • 11

    6 METODOLOGIA

    O processo de formao ser implementado em quatro encontros de quatro horas,

    totalizando 16 horas, sendo 10 horas de aulas tericas e 6 horas de atividades prticas.

    A equipe tcnica deve ser composta por dois educadores ambientais, um responsvel por

    ministrar as aulas e outro para realizar o apoio necessrio, procedendo com o registro

    fotogrfico e anotaes pertinentes para aprimoramento e detalhamento das aes

    realizadas, assim como o acompanhamento e assessoria de um coordenador tcnico.

    Todos faro parte da elaborao e execuo do projeto.

    O Curso de Educao Ambiental atravs da Espiral de Ervas foi elaborado a partir de

    uma metodologia que visa o processo de ensino-aprendizagem de maneira participativa,

    contemplando contedos tericos, atividades prticas, discusses em grupos e dinmica

    de integrao.

    O contedo terico aborda temas referentes Permacultura, apresentando seu conceito,

    princpios e exemplos aplicados. Reconhecendo-se que a base de qualquer prtica

    agrcola est associado a qualidade do solo e da gua, o curso prev a exibio do

    documentrio O Mundo da Terra Viva , com o intuito de sensibilizar os participantes a

    perceberem a importncia do solo para o manejo adequado da Espiral de Ervas.

    A discusso sobre controle de pragas e doenas comuns em prticas agrcolas tem como

    intuito estimular o dilogo constante; o resgate de tcnicas e conhecimentos populares e

    promover trocas de saberes, valorizando, dessa forma, a sabedoria do grupo.

    A atividade prtica consiste na construo da Espiral de Ervas, em suas etapas de

    reconhecimento e o plantio alm do e preparo de caldas defensivas que contribuiro na

    manuteno da Espiral.

  • 12

    6.1 Estratgia de Realizao das atividades

    De acordo com item 3.2 Objetivos Especficos apresenta-se a seguinte metodologia:

    6.1.1 Estratgia empregada

    Sero aplicadas aulas terico-expositivas atravs de slides ilustrativos, estmulo a debates

    entre os presentes e com a funo de reforar o contedo terico e sensibilizar os

    participantes sobre os temas propostos o curso contar com atividades prticas.

    O objetivo das dinmicas de grupo e atividades prticas encontra-se esmiuados no Plano

    de Curso apresentado no ANEXO B e o andamento das atividades descrito no Plano de

    Aula observado no ANEXO C.

    6.1.2 Sensibilizao atravs da reutilizao de resduos

    A Espiral de Ervas poder ser construda utilizando como base materiais reciclveis,

    encontrados mais comumente no entorno da comunidade, como por exemplo: garrafas

    PET, Tijolos, Pedras, Garrafas de Vidro ou Pneus;

    6.1.3 Local escolhido para atividade prtica

    Ser acordado entre os participantes qual o local adequado para a construo da Espiral

    de Ervas, priorizando quintais ociosos, prximo a uma cozinha, de preferencia que atenda

    assistencialmente a comunidade em questo;

    6.1.4 Valorizao dos saberes e resgate cultural

    Os participantes sero estimulados a intervir em todo o processo, colaborando com suas

    experincias de vida. A construo coorporativa, permite que cada um demonstre de

    alguma forma sua aptido relacionada a atividade, seja atravs da estruturao da Espiral,

    na forma de disposio das plantas dentro da Espiral, trazendo as mudas ervas que

    cultivam ou que reconhecem como til seja para tempero ou de cunho medicinal, ou

    reconhecendo possveis pragas e apresentando novos mtodos de controle.

  • 13

    6.2 Linhas de Ao

    Levando em considerao a abordagem metodolgica apresentada, suas diretrizes

    envolvem quatro linhas de ao, a seguir descritas:

    Etapa 1 - Articulao e Mobilizao Social

    O processo de articulao e mobilizao realizada no bairro Setor 3, destinado

    divulgao do referido Curso ser iniciado um ms antes da sua execuo.

    Ser feita a partir de visitas s residncias, associaes, comrcios, igrejas e instituies

    de ensino e como ferramenta de apoio sero entregues panfletos explicativos.

    O publico ser apresentado ao escopo do curso e as pessoas que demonstrarem interesse

    devero passar o numero de telefone para confirmao de inscrio em data prxima a

    realizao do Curso.

    Durante esse processo, junto comunidade, ser definido o local de realizao do curso e

    da implantao da unidade demonstrativa, a Espiral de Ervas.

    Etapa 2 - Desenvolvimento da Atividade

    A realizao do Curso ocorrer mediante a inscrio de no mnimo 20 participantes e ser

    realizada em quatro encontros, uma vez por semana com durao de quatro horas cada,

    conforme apresentado no ANEXO A. Sero necessrios para sua implantao:

    Local adequado para aplicao da exposio terica;

    Local para a instalao da Espiral de Ervas, de preferencia de fcil acesso

    comunidade;

    Equipamentos de data show, notebook, caixa de som e maquina fotogrfica;

    Demais materiais descritos no Plano de Aula, apresentado no ANEXO C.

    Etapa 3 - Monitoramento e Avaliao

    A avaliao um dos mtodos para verificar a efetividade da ao implementada,

    possibilitando ajustes e correes ao longo de seu processo. O processo avaliativo

    elaborado para analisar a eficcia do Curso de Educao Ambiental atravs da Espiral de

    Ervas ser aplicado em dois formatos de avaliao distintos, qualitativa e

  • 14

    quantitativamente, onde se captam as percepes dos alunos sobre a instrumentalizao

    fornecida, cruzando-se as informaes obtidas nesses instrumentos com as entregues ao

    final de cada encontro realizado.

    Inclui-se tambm nessa etapa a elaborao de um relatrio final consolidando o resultado

    das aes desenvolvidas.

    Para traar um perfil geral dos participantes ser solicitado o preenchimento de uma ficha

    de inscrio e o processamento desses dados resultar nas seguintes informaes: a mdia

    de idade dos participantes, escolaridade, profisso e principais interesses.

    Etapa 4 Reunies Semanais

    As reunies semanais com a equipe tcnica (educadores e coordenao) responsvel em

    conduzir o processo educativo tm como objetivos discutir, ajustar e avaliar o processo

    em pauta.

  • 15

    7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

    As atividades descritas no presente projeto devero ocorrer durante quatro meses, a

    contar da data de contratao dos educadores ambientais.

    Quadro 1 Cronograma de Atividades

    Etapas Ms 01 Ms 02 Ms 03 Ms 04

    Planejamento das aes

    Produo de Material Didtico e de Apoio

    Articulao Poltico-social

    Mobilizao Social

    Desenvolvimento da Atividade

    Avaliao e Monitoramento

    Relatrio Final

    Reunio Semanal

  • 16

    8 RECURSOS

    Em seguida, apresenta-se a descrio e o oramento previsto para a aquisio dos

    recursos necessrios para a execuo do presente projeto.

    8.1 Recursos Humanos

    A equipe necessria para a realizao do projeto composta por:

    Item Descrio Quantidade Valor Unitrio Valor Final

    1 Coordenador Tcnico 1 R$ 5.000,00 R$ 15.000,00

    2 Educador Ambiental Snior 1 R$ 3000,00 R$ 9.000,00

    3 Educador Ambiental Junior 1 R$2.000,00 R$ 6.000,00

    Total R$ R$ 30.000,00

    Quadro 2 Recursos Humanos

    8.2 Recursos Materiais

    O material necessrio para o desenvolvimento do processo de formao em questo

    envolve materiais de papelaria e materiais para o preenchimento e plantio com a

    execuo da Espiral de Ervas. Os equipamentos necessrios para essa construo,

    propriamente dita, so ps, enxadas e carrinhos de mo sero solicitados aos

    participantes.Para o preenchimento da espiral sero necessrios ervas e substrato.

    Item Descrio Quantidade Valor Unitrio Valor Final

    1 Blocos de Anotao 30 un R$ 1,20 R$ 216,00

    2 Canetas Esferogrficas 30 un R$ 0,70 R$ 126,00

    3 Resma de Folha A4 1 un R$ 8,00 R$ 64,00

    4 Estiletes 15 R$ 2,00 R$ 240,00

    5 Fumo de Rolo 120g R$ 7,00 R$ 42,00

    6 lcool Hidratado 1 L R$ 4,00 R$ 24,00

    7 Areia 1/3 m R$ 40,00 R$ 120,00

    8 Brita n 0 1/3 m R$ 35,00 R$ 210,00

    9 Terra Adubada 30kg 5 R$ 9,00 R$ 270,00

    10 Mudas de Ervas 30 R$ 1,00 R$ 180,00

    Custo Final R$ 1492,00

    Quadro 3 Recursos Materiais

  • 17

    8.3 Recursos Tecnolgicos

    Os recursos tecnolgicos sero utilizados para a realizao da instrumentalizao terica.

    Item Descrio Quantidade Valor Unitrio

    1 Datashow 1 R$ 3.400,00

    2 Notebook 1 R$ 1.200,00

    3 Caixa de Som 1 R$ 250,00

    4 Impressora de Jato de Tinta 1 R$ 250,00

    Custo Final R$ 5100,00

    Quadro 4 Recursos Tecnolgicos

    8.4 Recursos Financeiros

    Item Descrio Valor Total

    1 Recursos Humanos R$ 30.000,00

    2 Recursos de Materiais R$ 1.492,00

    3 Recursos Tecnolgicos R$ 5.100,00

    Total R$ 36.592,00

    Quadro 5 Recursos Financeiros

  • 18

    9 ACOMPANHAMENTO E AVALIAO

    Ao final de cada encontro os participantes sero submetidos ao preenchimento de fichas

    de avaliao, de forma que seja possvel quantificar e qualificar o processo de formao,

    alm da observao e consideraes apresentadas atravs de relatos entregues pelos

    educadores ambientais responsveis.

    O modelo adotado durante a anlise do processo e elaborao do relatrio final ser o

    Modelo Bsico de Matriz de Monitoramento Proposto pelo WWF (ANDRADE, 2001),

    apresentado no ANEXO D.

    9.1 Metas

    Promover a formao de aproximadamente 120 participantes atravs de seis

    turmas de no mnimo 20 participantes cada;

    Fornecer seis cursos, voltado especificamente para comunidade do Setor 3 -

    Ariquemes com carga horria de16h;

    Produzir um relatrio final ao trmino da implementao do Curso;

    Implementar seis (06) Unidades Demonstrativas, ou seja, Espiral de Ervas em

    quintais que alm de servir como modelo, beneficie a comunidade.

    9.2 Indicadores

    Carga horria total de 16h aplicada especificamente ao pblico de interesse;

    Material didtico elaborado para o pblico de interesse;

    Realizao de Curso Educao Ambiental atravs da Espiral de Ervas;

    Quantidades de participantes do Curso;

    Grau de satisfao de todos os envolvidos no Curso;

    Avaliaes dos encontros realizadas pelo pblico participante e relatos de

    adequao e aplicao no decorrer das atividades desenvolvidas;

    Produo de um relatrio final ao trmino Curso.

  • 19

    10 RESULTADOS ESPERADOS

    Acredita-se que atravs da educao ambiental seja possvel desenvolver nas pessoas

    conhecimento, compreenso, habilidades e motivao, para que se alcance

    enriquecimento de valores e atitudes, necessrias para lidar com as questes/ problemas

    ambientais em busca de solues. Essa prtica oferece uma noo de como gerenciar e

    melhorar as relaes entre a sociedade humana e o ambiente, de modo integrado e

    sustentvel.

    O presente projeto prope uma instrumentalizao voltada para uma comunidade que

    com desenvolvimento econmico da regio veem perdendo sua identidade cultural,

    transitando de costumes rurais para urbano. H expectativa que atravs desse Curso o

    publico participante resgate o interesse do uso da terra para o cultivo do prprio alimento,

    a reaproximao e a valorizao da natureza.

    Espera-se que a tcnica de Espiral de Ervas seja multiplicada pelos participantes, que

    incentive educadores a replica-las em outras comunidades e instituies escolares. Inspire

    ao cultivo no s de ervas, mas de hortalias e gros, de modo que aproveite o espao

    ocioso do quintal e o consumo sustentvel de alimentos livres de agrotxicos e ricos em

    nutrientes.

    Esse Curso pode dar origem a diversos outros processos de formao que impulsionem o

    cultivo sustentvel, atravs da Permacultura. Almeja-se que seja o ponta p inicial e que

    encoraje os participantes nesta empreitada, para construirmos uma alternativa de mundo

    melhor, de uma vida sustentvel em que predominem a parceria e a cooperao.

  • 20

    11- CONSIDERAES FINAIS

    Entende-se que um Processo de Formao previamente formulado sem um estudo de

    diagnstico aprofundado est aqum do esperado na prtica de educao ambiental, de

    forma que aps a primeira etapa da linha de ao, articulao e mobilizao, o Curso por

    ventura poder sofrer adaptao de modo que atenda as demandas e expectativas

    observadas durante o citado processo, possibilitando assim maior xito da ao.

    A educao ambiental aplicada atravs da Permacultura uma das alternativas que

    podem ocasionar diversos ganhos para a sociedade, os seus princpios regem o respeito

    com a natureza e com o prximo. Um novo modelo de sociedade poder surgir, uma

    sociedade mais justa, preocupada com as suas aes e suas consequncias.

    Inspirado por esse ideal, esse projeto anseia multiplicar os conceitos e tcnicas

    apresentados pelo Curso, para quem se interessar em contribuir com seus conhecimentos

    e experincias.

  • 21

    12 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANDRADE, A. L. C.; LOUREIRO, C. F. B. Monitoramento e Avaliao de Projetos

    em Educao Ambiental: Uma Contribuio para o Desenvolvimento de

    Estratgias. In: A contribuio da EA esperana de Pandora. Michle Sato; Jos

    Eduardo dos Santos. So Carlos: Rima, 2001.

    BENDER, D. G., O Curso Plantando Sade e o Processo de Formao/Educao das

    Mulheres Camponesas. Trabalho de concluso de curso. UERGS/ ITERRA.

    Veranpolis, 2006. Trabalho orientado pela professora Simone Valdete dos Santos.

    CAPRA, F., A teia da vida: uma nova compreenso cientifica dos sistemas vivos.

    Trad. Newton Roberval Eichemberg - So Paulo: Cultrix, 1996.

    CASTRO, E. M. N. V.; CADEI, M. S. Manual de orientao em educao para gesto

    ambiental. FCIDE / AGRAR / UERJ / NUREDAM, Rio de Janeiro, 2004.

    FEITOSA, S. C., Mtodo Paulo Freire: princpios e prticas de uma

    concepo popular de educao. Texto como parte da dissertao

    de mestrado defendida na FE-USP So Paulo, 1999.

    FRANA, I. S. X. et al. Medicina popular: benefcios e malefcios das plantas

    medicinais. Revista Brasileira de Enfermagem, Braslia mar-abr; 61(2), 2008.

    HOLMGREN, D. Os Fundamentos da Permacultura.

    Disponvel em: http://www.holmgren.com.au. Acesso em: 12 de maio de 2012.

    JACOBI, P., Educao e meio ambiente transformando as prticas. Revista

    brasileira de educao ambiental / Rede Brasileira de Educao Ambiental. n 0

    (nov.2004). Braslia: Rede Brasileira de Educao Ambiental, 2004.

    JACOBI, P., Educao ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa

    (Fundao Carlos Chagas), So Paulo, 2003.

    MACHADO, C. L. (Org) et. al, Teoria e prtica da educao do campo: anlises de

    experincias Braslia: MDA, 2008.

    MIRANDA, D, Permacultura: inovao, princpios e saberes prticos de tecnologia

    para a responsabilidade socioambiental Curitiba: artigo publicado no IX ENGEMA -

    ENCONTRO NACIONAL SOBRE GESTO EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE,

    2007.

    MOLLISON, B. Introduo permacultura. National Libray of Austrlia. 1991.

    SIQUEIRA, J. C. tica e meio ambiente. 2.ed. So Paulo: Loyola, 2002.

  • 22

    SOARES, A. L.J., Conceitos bsicos sobre permacultura, - Braslia: MA/SDR/PNFC,

    1998.

    Notas

    1 De acordo com o site: http://www.idhea.com.br/mododevida.asp consultado em

    fev/2012.

    http://www.idhea.com.br/mododevida.asp

  • 23

    ANEXOS

    ANEXO A Caracterizao do curso

    Identificao do

    curso

    Curso de Educao Ambiental atravs da Espiral de Ervas

    Carga horria 16h/a (10 horas exposio terica e 6 horas atividades prticas)

    Objetivos Oferecer instrumentalizao visando incentivar o exerccio de uma atividade sustentvel

    compatvel com a conservao ambiental, de forma a incentivar o cuidado com a terra, o plantio autossustentvel e o uso de ervas de cunho culinrio e medicinal.

    Destinado a Comunidade residente no bairro setor 3, Ariquemes - RO

    Organizao

    curricular

    Conceito de Permacultura; Cuidados com o solo; Caldas defensivas; Espiral de Ervas; Benefcios

    e Usos de Ervas; e Plantio de Mudas.

    Material

    didtico

    Apostila Espiral de Ervas

    Pr-requisitos Mnimo de alfabetizao e interesse em plantas

  • 24

    ANEXO B Plano de Curso

    O curso Educao Ambiental atravs da Espiral de Ervas foi elaborado visando atender a

    homens, mulheres adultos e/ou adolescentes com as seguintes caractersticas: (a)

    moradores de residncias que tenham quintais de terra; (b) baixa renda familiar; (c)

    mnimo de alfabetizao; e (d) que tenham interesse em cultivo de plantas, residentes em

    Ariquemes, bairro Setor 3, Rondnia, onde vivem aproximadamente 150 famlias.

    A seguir sero apresentados os objetivos das dinmicas e das atividades prticas

    utilizadas durante o curso, onde se intenciona aperfeioar o processo de ensino

    aprendizagem, tornando o curso agradvel, descontrado, participativo e instrutivo atravs

    de demonstraes prticas.

    Dinmicas de Grupo

    Objetivos: Promover a apresentao dos participantes de maneira dinmica; realizar a

    integrao e descontrao dos cursistas e identificar a percepo dos participantes sobre o

    contedo abordado. A princpio se prope as seguintes dinmicas:

    Dinmica de integrao: Dinmica da bola; Circuito dos Nomes e Cochicho;

    Dinmica de Aprofundamento: Giro de Perguntas; e

    Dinmica de Sensibilizao: N Humano.

    Atividades Prticas

    Preparao de Caldas Defensivas

    Objetivo: Sensibilizar os participantes para as vantagens de adoo de mtodos

    sustentveis de combate a pragas; oferecer instrumento conceitual para a reproduo e

    apropriao da tcnica utilizada.

    Construo da Espiral de Ervas

    Objetivo: Implementar a construo da Espiral de Ervas de forma conjunta com os

    participantes, em sistema de mutiro, direcionada para a disseminao e democratizao

    dos conhecimentos apreendidos na fase de instrumentalizao terica. Explicar o passo a

    passo da construo e/ou organizao da Espiral de Ervas.

  • 25

    ANEXO C Plano de Aula

    O curso est previsto para seguir a seguinte carga horria: turma manh, 8hs s 12hs ou

    tarde, 13hs s 17hs, horrio a ser definido durante o processo de mobilizao de acordo

    com a preferencia e disponibilidade dos participantes. O contedo ser distribudo em

    quatro encontros, totalizando a carga horria de 16 horas por turma formada.

    Atividades Materiais Necessrios Durao

    1

    Encontro

    Dinmica de Integrao: Bola 1 Bola 30 min

    Apresentao de slides: Escopo do Curso Data Show e Notebook 30 min

    Apresentao de slides: Introduo a Permacultura Data Show e Notebook 40 min

    Intervalo 25 min

    Exibio de Vdeo: O Mundo da Terra Viva Data Show, Notebook e Cx. de Som 30 min

    Dinmica de Aprofundamento: Giro de Perguntas Papeis e Canetas 40 min

    Apresentao de slides: Cuidados com o Solo Data Show e Notebook 30 min

    Avaliao do Encontro Ficha de Avaliao 15 min

    2

    Encontro

    Dinmica de Integrao: Circuito dos Nomes Nenhum 15 min

    Apresentao de Slides: Caldas Defensivas Data Show e Notebook 25 min

    Atividade Prtica: Calda de Fumo Pet de 2L, 120 g de fumo de rolo e

    1 litro de lcool hidratado 30 min

    Apresentao de Slides: Espiral de Ervas Parte 1 Data Show e Notebook 30 min

    Instrues para a Prtica Espiral de Ervas Data Show e Notebook 25 min

    Intervalo 25 min

    Prtica: Construo da Espiral de Ervas Parte 1 Barbante, trena, enxada, Pet 2 L 1h15 min

    Avaliao do Encontro Ficha de Avaliao 15 min

    3

    Encontro

    Dinmica de Integrao: Cochicho Nenhum 20 min

    Apresentao de Slides: Espiral de Ervas Parte 2 Data Show e Notebook 50 min

    Intervalo 25 min

    Dinmica de Sensibilizao: N Nenhum 30 min

    Prtica: Construo da Espiral de Ervas Parte 2 Garrafa Pet 2L, Brita, Areia e

    Terra Adubada 1h40 min

    Avaliao do Encontro Ficha de Avaliao 15 min

    4

    Encontro

    Apresentao de Slides: Ervas Medicinais e Culinrias Data Show e Notebook 45 min

    Apresentao de Slides: Plantio e Colheita de Mudas Data Show e Notebook 40 min

    Intervalo 25 min

    Prtica: Construo da Espiral de Ervas Parte 3 Terra adubada e Mudas de Ervas 1h30 min

    Avaliao do Curso e Consideraes Finais Ficha de Avaliao 40 min

    Quadro 6 Plano de Aula

  • 26

    Anexo D Modelo Bsico de Matriz de Monitoramento

    Quadro 7 Matriz de monitoramento

    Objetivo Geral Objetivos Especficos Metas Indicadores Resultados

    Oferecer instrumentalizao visando

    incentivar o exerccio de uma atividade

    sustentvel compatvel com a conservao

    ambiental, de forma a incentivar o cuidado

    com a terra, o plantio autossustentvel e o

    uso de ervas de cunho culinrio e medicinal.

    Valorizar os saberes e prticas

    locais bem como incentivar o

    trabalho comunitrio em prol de

    um bem comum;

    - Promover a formao de 120

    participantes atravs de 6 turmas de no mnimo 20 participantes.

    - Quantidades de participantes

    por Curso

    - Grau de satisfao de todos os envolvidos no Curso;

    - Avaliaes dos encontros

    realizadas pelo pblico

    participante e relatos de

    adequao e aplicao no

    decorrer das atividades desenvolvidas.

    - Mobilizao de no

    mnimo 20

    participantes.

    - Boa recepo e troca de conhecimentos.

    Empregar como estratgia aulas,

    slides ilustrativos, debates e

    atividades prticas, com a funo

    de informar e sensibilizar a

    comunidade sobre os temas propostos.

    - Fornecer seis cursos voltados

    especificamente para

    comunidade do Setor 3 -

    Ariquemes com carga horria de16h;

    - Realizao de Curso

    Educao Ambiental atravs

    da Espiral de Ervas

    - Carga horria total de 16h

    aplicada especificamente ao pblico de interesse.

    - Material didtico elaborado para o pblico de interesse.

    - Curso Realizado

    - Carga horria atendida

    - Material didtico e de

    apoio produzido

    Construir de uma Espiral de Ervas

    utilizando como base materiais

    reciclveis, como por exemplo:

    garrafas PET, Tijolos, Pedras, Garrafas de Vidro ou Pneus.

    - Implementar seis (06)

    Unidades Demonstrativas, ou

    seja, Espiral de Ervas em um

    quintal que alm de servir como

    modelo, beneficie a

    comunidade.

    - Material reciclvel utilizado

    na estrutura da Espiral de

    Ervas.

    - Material recolhido

    pela comunidade e

    empregado na

    construo da Espiral de Ervas

    Avaliar qualitativamente e

    quantitativamente todo o processo

    de formao.

    - Produzir um relatrio final. ao

    trmino da implementao dos

    Cursos;

    - Fichas de avaliao

    preenchida pelos participantes

    - Produo de um relatrio final ao trmino Curso

    - Relatrio final

    produzido.