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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE DESENHO TÉCNICO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESENHO INDUSTRIAL THAÍS D’OLIVEIRA KROFF ESTAÇÃO DE TRABALHO PARA MARCENEIRO AMADOR Niterói 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE DESENHO TÉCNICO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESENHO INDUSTRIAL

THAÍS D’OLIVEIRA KROFF

ESTAÇÃO DE TRABALHO PARA MARCENEIRO AMADOR

Niterói 2017

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THAÍS D’OLIVEIRA KROFF

ESTAÇÃO DE TRABALHO PARA MARCENEIRO AMADOR

Orientador Acadêmico Prof. Dr. Ricardo Pereira Gonçalvez

Niterói 2017/2

Trabalho de conclusão de curso apresentado em 29 de novembro de 2017, como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Desenho Industrial pela Universidade Federal Fluminense.

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF

K93

Kroff, Thaís D’Oliveira Estação de trabalho para marceneiro amador / Thaís D’Oliveira

Kroff. – Niterói, RJ : [s.n.], 2017.

81 f.

Projeto Final (Bacharelado em Desenho Industrial) – Universidade Federal Fluminense, 2017.

Orientador: Ricardo Pereira Gonçalvez. 1. Design. 2. Marcenaria. 3. Ergonomia. I. Título.

CDD 745.4

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THAÍS D’OLIVEIRA KROFF

ESTAÇÃO DE TRABALHO PARA MARCENEIRO AMADOR

Trabalho de conclusão de curso apresentado em 29 de 11 de 2017, como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Desenho Industrial pela Universidade Federal Fluminense.

Trabalho aprovado em _____ de __________ de _____.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Ricardo Pereira Gonçalvez (Orientador Acadêmico) Universidade Federal Fluminense

Prof. Dr. Giuseppe Amado de Oliveira (Avaliador) Universidade Federal Fluminense

Prof. Dr. Regina Célia de Souza Pereira (Avaliador) Universidade Federal Fluminense

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Dedico este trabalho à minha família e amigos, que são tudo o que fui, sou e serei.

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AGRADECIMENTOS

Começo esses agradecimentos pela minha vó, Elisete, que foi uma

grande incentivadora e patrocinadora dos meus sonhos, além de amiga,

conselheira e professora e nos deixou exatamente quando eu concluía este

projeto, deixando uma lacuna que jamais poderá ser preenchida. E ainda, uma

grande obrigada aos meus avôs Carlos e Pancho, marceneiros, designers

nunca descobertos, que doaram via DNA semelhanças que sempre vão me

acompanhar. Eles também já partiram, mas permanecem em nossos corações

e memórias e nos são exemplos para a vida toda.

Meu agradecimento aos meus pais, Wilma e Juan. Minha mãe, revisora,

amiga e conselheira e meu pai, meu parceiro de marcenaria, amigo e herói.

São meus maiores exemplos, os pilares da minha vida e deste trabalho, que

por várias vezes me fez perder a cabeça. Graças a eles, hoje estamos aqui.

Conseguimos, juntos. Obrigada pelo apoio, suporte e dedicação. Não posso

esquecer minha irmã Isabel, que com seus 12 anos é a pessoa mais sincera

que conheço, cuja opinião levo sempre em conta, seja sobre as roupas que

escolhi ou sobre a eficiência do meu projeto do TCC.

Agradecimentos aos meus tios, Homero e Ingrid, grandes amigos e

primeiros clientes, que sempre me incentivaram a buscar e ser o que desejo. E

aos tios arquitetos Alfredo e Cintia, exemplos de profissionais, sempre me

dando dicas sobre design de interiores e projetação.

Obrigada aos amigos que são muitos, família que a gente escolhe, e que

me escolheram. Representando a todos, destaco as amigas Caroline Belo por

tomar conta de mim, brigar, sacudir e animar e Marcela Amaral, exemplo de

pessoa e profissional, que me ajudou a ser racional quando necessário. Vocês

fizeram desses anos muito mais especiais.

Também agradeço ao Gustavo Antunes, que além de apoio moral me

prestou ajuda ficando acordado comigo até tarde, depois de dias inteiros de

trabalho no protótipo, carregando nos braços, literalmente, o peso desse

projeto.

E finalmente, aos professores que acreditaram, que depositaram seus

conhecimentos e partilharam suas experiências profissionais e humanas

comigo ao longo deste curso, obrigada.

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RESUMO

KROFF, Thaís D´Oliveira. Estação de trabalho para marceneiro amador. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2017. (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação.) Projeto para o desenvolvimento de estação de trabalho que se presta à marcenaria de pequeno porte, com fim de lazer e/ou de susbsistência via trabalho autônomo amador. Pensada para a adaptação no interior de residências e de modo a ser facilmente deslocada para espaços exteriores próximos ou mesmo levada para uso fora desse ambiente e retornadas para ele ao fim da jornada, guardada de forma camuflada, pelo seu desenho, sem causar interferências visuais negativas no ambiente doméstico. Palavras-chaves: Design. Marcenaria. Espaços reduzidos. Faça-você-mesmo. Bancada. Organização.

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ABSTRACT KROFF, Thaís D´Oliveira. Estação de trabalho para marceneiro amador. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2017. (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação.) Project for the development of workstation that lends itself to the small joinery, for leisure and / or subsistence by autonomous job of the amateur worker. Designed to be adaptated inside homes and so as to be easily moved to nearby outdoor spaces or even taken for use outside of this environment and returned to it at the end of the journey, and by its design, guarded in a camouflaged way, without causing negative visual interferences in the domestic environment. Keywords: Design. Joinery. Reduced spaces. Do-it-yourself. Work bench. Organization.

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ILUSTRAÇÕES As ilustrações cujas fontes não foram mencionadas ao pé da imagem, foram produzidas pela autora. Figura 1 – Mesa com prateleiras .............................................................. 25

Figura 2 – Bancada fixa espaço fechado .................................................. 26

Figura 3 – Serragem e pó ........................................................................ 27

Figuras 4 e 5 – Morsa para fixação de objetos ........................................ 28

Figuras 6 e 7 – Problemas posturais ........................................................ 29

Figura 8 – Bancada muito pesada para o deslocamento ......................... 30

Figura 9 – Bancada muito grande para o local ......................................... 31

Figura 10 – Riscos acidentários no uso da serra circular ......................... 32

Figura 11 – Objetos mal acomodados na bancada .................................. 33

Figura 12 – Falta de espaço para o trabalho na bancada ........................ 34

Figura 13 – Resíduos em contato com o produto final ............................. 34

Figura 14 – O trabalho interrompe a circulação na oficina ....................... 35

Figura 15 – Similar direto .......................................................................... 41

Figura 16 – Quadro de ferramentas e materiais ........................................ 42

Figura 17 – Bancada com rodas ............................................................... 42

Figura 18 – Bancada expansível .............................................................. 43

Figura 19 – Alternativa 1 – Modelo com quatro rodas .................................. 44

Figura 20 – Alternativa 2 – Modelo com rodas traseiras e pés frontais ...... 45

Figura 21 – Alternativa 3 – Layout frontal ................................................... 46

Figura 22 – Alternativa 4 – Tampo sustentado por mão francesa ............ 47

Figura 23 – Alternativa 5 – Tampo sustentado por estrutura retangular retrátil 48

Figura 24 – Alternativa 6 – Painel de ferramentas em formato de maleta ... 49

Figura 25 – Alternativa 7 – Painel de ferramentas retrátil .......................... 50

Figura 26 e 27 – Usuários feminino / masculino ........................................ 52

Figura 28 - Modelo 3D ............................................................................... 53

Figura 29 – Modelo aplicado em ambiente inusitado .............................. 54

Figura 30 – Modelo fechado ..................................................................... 62

Figura 31 – Modelo aberto ........................................................................ 63

Figura 32 – Protótipo fechado ................................................................... 64

Figura 33 – Protótipo aberto ...................................................................... 65

Figura 34 – Validação da altura e do processo de expansão do tampo

do modelo ................................................................................................. 66

Figura 35 – Retirada das travas, abertura e alcances do painel ............... 67

Figura 36 – Acionamento e alcance das gavetas ..................................... 67

Figura 37 – Validação do modelo por usuário inexperiente .................... 68

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Figura 38 – Porta ocupando o vão de passagem ..................................... 69

Figura 39 – Remodelagem da estética frontal das gavetas ..................... 70

Figura 40 – Ilustração do problema do posicionamento do pé, no

modelo preliminar ............................................................................... 71

Figura 41 – Acionamento do pegboard ................................................... 72

Figura 42 – Travas do pegboard ............................................................ 73

Figura 43 – Botões up and down ............................................................ 73

Figura 44 – Esquema elétrico de ativação do pegboard ........................... 74

Figura 45 – Demonstração da pega para deslocamento do modelo

preliminar ........................................................................................... 75

Figura 46 – Visualização do funcionamento do manípulo do protótipo ...... 76

Figura 47 – Corredíças push and open ...................................................... 77

Figura 48 e 49 – Extensão de tomadas embutidas ................................... 77

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TABELAS Tabela 1 – Análise hierárquica do sistema ............................... 33

Tabela 2 – Modelagem comunicacional ...................................... 34

Tabela 3 – Função-Informação-Ação .......................................... 34

Tabela 4 – Tabela GUT ............................................................... 34

Tabela 5 – Parecer Ergonômico ................................................. 35

Tabela 6 – Tabela de medidas .................................................... 47

ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

TDT Departamento de Desenho Técnico

GDI Graduação em Desenho Industrial

ISO International Standards Organization

UFF Universidade Federal Fluminense

GUT Gravidade (G) Urgência (U) Tendência (T)

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................... 17

1 – PLANEJAMENTO …………................................................ 21

1.1 Contexto e relevância ........................................................... 21

1.2 Metodologia ........................................................................... 22

2 – PROBLEMATIZAÇÃO ……………….................................... 24

2.1 – Levantamento de dados ........................................................ 24

2.2 – Categorização dos problemas ergonômicos ......................... 28

2.3 – Disfunções do sistema .......................................................... 33

2.4 –

2.5 –

Caracterização do sistema .................................................... 36

Oportunidades projetuais ....................................................... 40

3 – SIMILARES ……………………….…….................................. 41

3.1 – Similar direto ......................................................................... 41

3.2 – Similares indiretos ................................................................. 41

3.3 – Modelagem verbal ................................................................. 43

4 – PROJETAÇÃO ……………................................................... 44

4.1 – Geração de alternativas ........................................................ 44

4.2 – Detalhamento da alternativa escolhida ................................. 50

4.3 – Aplicações antropométricas .................................................. 51

4.4 – Dimensões ............................................................................. 53

5 – MODELOS ………………………………………………………. 53 45

5.1 – Modelo 3D ............................................................................ 53

5.2 – Desenho técnico .................................................................... 55

5.3 – Modelo físico preliminar ......................................................... 62

5.4 – Protótipo aperfeiçoado .......................................................... 64

6 – VALIDAÇÃO ERGONÔMICA ………………………………… 66

6.1 – Validações por usuário experiente ........................................ 66

6.2 – Validações por usuário inexperiente .................................... 68

7 – ANÁLISE E CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO …………… 69

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7.1 – Dimensionamento .................................................................. 69

7.2 – Posicionamento de elementos .......................................... 71

7.3 – Acesso e travamento do painel de ferramentas ................. 72

7.4 – Deslocamento ........................................................................ 75

7.5 – Abertura das gavetas ............................................................ 76

7.6 – Outras melhorias ................................................................... 77

CONCLUSÃO ...................................................................... 78

REFERÊNCIAS ..................................................................... 80

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INTRODUÇÃO

O presente projeto foi desenvolvido com o intuito de atender um nicho

de público específico, de pessoas dedicadas a realizar pequenas tarefas de

marcenaria ou carpintaria, para produzir ou realizar pequenos reparos e/ou

transformações em peças simples de mobiliário, arte ou decoração, seja como

hobbie ou como forma de trabalho autônomo, para subsistência ou

complementação de renda. Esse indivíduo usa equipamento portátil, de

pequeno porte, que transporta até à peça a ser trabalhada ou até um espaço

mais aberto – como um quintal ou varanda – em sua própria residência. Para

ele foi pensado uma estação de trabalho com características voltadas para as

suas necessidades mais comuns, que envolvem o acondicionamento,

transporte e uso desse equipamento, além de produtos geralmente aplicados

nas peças e que ofereça uma plataforma de apoio ao trabalho em si. Além

disso, por estar em sua casa, a estação precisa ter um desenho harmonioso,

que não interfira com o ambiente doméstico, mas antes possa ser camuflado

nele quando não estiver em uso.

Atender esses requisitos e criar uma estação de trabalho que possa ser

útil e desejada pelo mercado, justamente por suprir essas necessidades do

nicho – e ainda fazê-la desejada por outros segmentos de consumidores –

exigiu uma estratégia baseada na ideia de design thinking, conforme a

apresenta Tim Brown, como um processo que combina a sensibilidade e a

técnica criativa que “converte necessidade em demanda.” Para Brown, a

abordagem deve estar centrada no aspecto humano, para resolver problemas

e ajudar pessoas criar soluções inovadoras e criativas, alternativas viáveis,

funcional e financeiramente, para os negócios e para a sociedade. Embora não

despreze o fator beleza, Brown assinala que o designer não deve se limitar a

criar objetos elegantes para embelezar o mundo ao redor, mas deve estar

comprometido em compatibilizar as dificuldades com as possibilidades e as

necessidades com as demandas. Sintetizando, ele define “o pensamento

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design” como “...a abstração do modelo mental utilizado há anos pelos

designers para dar vida a ideais” (BROWN, 2010).

Produzir algo bonito, que esteja em harmonia com o ambiente em que

será inserido e ao mesmo tempo algo que seja útil – ou mesmo indispensàvel

– para o desempenho de um trabalho, preenche a lacuna de oferecer

praticidade, comodidade e beleza num mesmo projeto, destinado a cumprir um

papel social importante ao atender uma demanda dos trabalhadores

autônomos de marcenaria de pequeno porte e, ainda, criar o desejo pelo objeto

em artesãos, artistas e no indivíduo que faz marcenaria como hobbie,

ampliando o mercado interessado e tornando o projeto economicamente mais

viável aos que se dediquem a produzí-lo.

O primeiro protótipo procurou atender, de modo geral, as necessidades

de trabalho e de ambientação do móvel, mas foi centrado no levantamento de

materiais adequados e em preencher os pré-requisitos definidos junto ao

usuário consultado (e observado) quando da identificação da demanda. O

segundo protótipo, apresentado como projeto final, alcançou um equilíbrio entre

qualidade e preço de produção, após pesquisa de preços desses materiais no

mercado e consequente avaliação da relação de custo / benefício no uso das

matérias primas empregadas, entre madeiras, metais e outros componentes.

Além disso, o modelo final sofreu adequação ergonômica, a partir da

observação do uso do primeiro protótipo pelo usuário alvo e observações da

banca de pré-projeto.

Para atender os requisitos ergonômicos indispensáveis para o

funcionamento satisfatório da estação nos baseamos, principalmente, nos

conceitos e aplicações apresentados no livro “Ergonomia, conceitos e

aplicações” das professoras Anamaria de Moraes e Claudia Mont´Alvão (2012),

obra cuja abordagem nos foi apresentada nas aulas de ergonomia do curso de

Desenho Industrial da UFF e que além de procurar facilitar o entendimento

global e pontual do conceito de ergonomia, também se constitui num

instrumento prático de consulta e guia para a validação positiva de qualquer

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projeto que venha a ser elaborado sob suas premissas. As tabelas

apresentadas no presente trabalho seguiram esse “manual” que descreve os

critérios essenciais do aspecto ergonômico.

Assim, a observação sistemática e assistemática e os registros de

comportamento deram início ao projeto e, na sequência, o processo de

inquirição, com entrevista verbal do usuário alvo e a escolha dos métodos de

engenharia para as etapas iniciais. Durante a construção do primeiro protótipo,

no entanto, o foco no atendimento dos requisitos de trabalho apontados pelo

usuário fez com que o desenvolvimento do sistema fosse baseado mais em

guidelines, checklists, recomendações e padrões, se afastando um pouco dos

métodos de engenharia e, por isso, apesar da diagnose ergonômica preliminar,

o modelo chegou a apresentar problemas que tiveram que ser ajustados no

protótipo final, como a falta do perfeito posicionamento dos pés do usuário sob

a estação, percebida apenas na fase de teste e que precisou ser reparada para

a uma nova validação, após um obrigatório redesenho dos pés da estação.

Na fase seguinte, embora com certa escassez de referencial teórico que

tratasse dos problemas específicos que tínhamos em mãos, direcionamos o

trabalho para atender sugestões de melhoria, tanto do sistema funcional quanto

do conjunto ergonômico.

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1. PLANEJAMENTO

1.1 Contexto e relevância

A ocupação informal é responsável pelo sustento ou complementação

de renda de uma parcela considerável da população brasileira. O interesse por

atividades de produção artesanal - como o corte e costura, a cervejaria caseira

e a atividade objeto desse projeto, a marcenaria – cresceu e vem crescendo no

Brasil, principalmente pelos cenários de crise econômica que tem se

apresentado, resultando em baixos salários, subempregos e desemprego. No

outro extremo, ocorre um aumento do interesse pelo “faça você mesmo” que

levou muitas pessoas desenvolver hobbies que envolvem a produção artesanal

e criar, as antes não tão comuns, “oficinas domésticas”.

A internet oferece hoje um enorme acervo de vídeos “passo-a-passo”

ensinando como produzir os mais diversos produtos, entre eles peças de

madeira, decorativas ou utilitárias, que servem de instrução – e inspiração –

tanto para o primeiro grupo, quanto para o segundo. Porém, para reproduzir

as instruções dadas nesses vídeos é necessário dispor de ferramental próprio

e de espaço para o trabalho. Em geral, as residências que não foram

previamente projetadas para acomodar um espaço de trabalho desta natureza,

não permitem o bom desempenho das atividades e frequentemente a

ocorrência da atividade produtiva no espaço doméstico gera inconveniências.

Nesse contexto, é relevante o desenvolvimento de estações de trabalho

pensadas para a adaptação no interior das residências, e/ou que possam ser

facilmente deslocadas para espaços exteriores próximos, como quintais e

varandas, ou mesmo levadas a um espaço próprio, fora desse ambiente, para

o uso efetivo, e retornadas para casa ao fim da jornada de atividade.

No caso dos usuários que escolheram a marcenaria como atividade, há

pouquíssimas opções no mercado de estações que atendam essas exigências

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e talvez nenhuma que seja adequada para os dois propósitos: trabalho amador

remunerado e atividade de lazer. Isso porque as estações projetadas para uso

como hobbie tendem a ser sofisticadas e caras, ao passo que as projetadas

para a produção comercial de peças ou mobiliário de pequeno porte tendem a

ser grandes, rústicas e igualmente fora do alcance do poder aquisitivo do

usuário que destacamos aqui.

1.2 Metodologia

O projeto foi desenvolvido com a partir da observação de um usuário

pertencente ao público alvo, que iniciou sua atividade de marcenaria como

hobbie e migrou, por necessidade, para a atividade amadora remunerada.

Suas necessidades foram empiricamente estudadas e as soluções discutidas

num processo colaborativo que se aproxima estreitamente da idéia de design

thinking de Brown, em detrimento de questionário formal, pouco interativo. As

soluções discutidas foram criadas com o auxílio de ferramentas projetuais

ergonômicas e técnicas aprendidas ao longo do curso de desenho industrial. O

projeto pode ser dividido em 5 etapas, sempre de acordo com a filosofia design

thinking:

a. Imersão Preliminar

Nessa fase ocorre uma aproximação do tema, definindo limites do

projeto bem como tentando observá-lo de outra perspectiva. Um usuário do

grupo alvo, que tem casa uma pequena oficina, inicialmente para uso como

hobbie, prestou-se a uma observação assistemática, para os estudos

exploratórios da pesquisa e subseqüentes etapas. As etapas de imersão, estão

detalhadas a seguir, no item 'Levantamento de dados' do presente trabalho.

b. Imersão em Profundidade

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Foco no contexto de vida dos atores e no assunto trabalhado. Interpretar

as ações humanas: o que as pessoas falam sobre o que fazem? Como agem?

O que pensam? Como se sentem? Usamos entrevista oral focalizada, deixando

que o usuário observado fesvcfrevesse livremente o seu trabalho, também

detalhamos no item ‘Levantamento de dados’.

c. Análise e Síntese

Consiste em reunir as considerações e observações nas etapas

anteriores de forma a organizar os dados e sintetizá-los para determinar

requisitos e restrições para prosseguimento do projeto. Fizemos um

cruzamento das necessidades e desejos com as soluções aplicáveis.

d. Ideação

Após avaliar os dados coletados e sintetiza-los, é o momento de

transformá-los em ideias e alternativas para o projeto. Aqui chegamos a um

desenho preliminar da estação dando forma à idéia sintetizada, imaginando os

materiais, processos de fabricação e montagem, o funcionamento e os desafios

a ser transpostos.

e. Projetação

Tornamos o projeto algo palpável, estruturando desde sua forma e

função, seus mecanismos, testando e avaliando resultados de materiais,

funcionalidade e usabilidade. Para os testes utilizamos um modelo preliminar,

que antecedeu a fabricação do protótipo final e que auxiliou no aprimoramento

do projeto.

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2. PROBLEMATIZAÇÃO

A problematização foi feita a partir de visitas a uma marcenaria

residencial onde são executados projetos de pequeno e médio porte para uso

pessoal. O usuário principal não é profissional da área, mas detém

conhecimento técnico avançado. A marcenaria em questão está no quintal da

casa e possui dois ambientes cobertos, um fechado e um aberto.

2.1 Levantamento de Dados

Para o levantamento de dados durante vários dias observamos a rotina

de trabalho do usuário em seu ambiente de trabalho doméstico (imersão

preliminar). Nesse período ele fabricava um suporte para garrafas de vinho,

encomendada para a despensa de um amigo. Nessa etapa de diagnóstico,

identificamos as inconsistências, primeiro com uma observação assistemática

que compreendeu anotações dos fatos em si, ou seja, como o usuário realizava

suas tarefas, a que riscos estava exposto, como solucionava seus problemas

na realidade de sua condição já estabelecida, sem, contudo, inserir nessas

observações as nossas avaliações ou interpretações pessoais, nem os desejos

ou expectativas, a fim de preparar a formulação do problema de forma isenta.

Depois partimos para um processo mais sistemático, analisando, do ponto de

vista da ergonomia os comportamentos como posturas assumidas,

manipulações acionais, comunicações e deslocamentos.

Num momento seguinte, trabalhamos uma imersão mais profunda,

usando a inquirição por meio de entrevista oral focalizada, deixando que o

usuário entrevistado descrevesse livremente sua experiência pessoal, suas

expectativas e frustrações em relação ao tema pesquisado por nós.

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2.1.1 Observação direta

a. Utensílios e materiais

As ferramentas e materiais normalmente utilizados são martelo, chaves

de fenda e fenda cruzada (Philips), brocas, bits, escariadores, cortadores,

estiletes, riscadores, ferramentas de entalhe, serra circular, serra de fita,

furadeira, parafusadeira, lixadeiras, tupia, morsa, sargentos/grampos, lixas,

pinceis, espátulas, latas de verniz, latas de redutores, estopa.

b. Ambiente

Existem quatro mesas de trabalho, sendo uma delas improvisada.

Segundo os próprios usuários, uma das bancada é muito larga o que dificulta

alguns acessos, ela se encontra na parte externa. Atualmente ela se encontra

encostada em uma parede com algumas prateleiras sobre ela, porém no

passado ambos os lados eram utilizados e a bancada funcionava como duas.

Figura 1 – Mesa com prateleiras

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Outras duas bancadas ficam na parte fechada da oficina, mas são pouco

utilizadas para marcenaria, devido a dificuldade de organizar os diversos itens

guardados sobre elas e referentes a outras diversas atividades. Há uma morça

instalada em uma dessas bancadas internas, que é utilizada para segurar

objetos durante o corte dos mesmos com serras e serrotes; quando se fazem

soldas ou pequenas montagens neles. Existem também dificuldades de

alcances e problemas de iluminação.

Figura 2 – Bancada fixa espaço fechado

A bancada improvisada é montada e desmontada de acordo com a

necessidade de trabalho. É composta por uma chapa de compensado apoiada

em duas mesas dobráveis de ferro. Segundo os usuários, é utilizada

principalmente devido a sua dimensão e espaço livre, já que não há objetos

sendo guardados sobre ela. Todos os cortes feitos com máquinas são

executados na área aberta devido à produção de pó de serra e serragem (figura

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3) que, na linguagem dos usuários “tornariam o ar irrespirável” quando no

ambiente fechado. De fato, isso poderia causar danos ao sistema respiratório.

Para os cortes são utilizadas uma serra de mesa (grande porte), serra circular

(médio porte) e tico-tico (pequeno porte). Essas ferramentas são bastante

perigosas e exigem conhecimento técnico específico para seu manuseio, além

de ser necessário o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) durante

o uso, como óculos e máscaras.

Para os pequenos trabalhos a serra de mesa não é utilizada e nosso

projeto leva em conta apenas as tarefas com as serra manuais, que podem ser

transportadas com ela.

Figura 3 – Serragem e pó (ao fundo)

Fonte: https://www.exportersindia.com/indian-suppliers/wood-dust.htm

As bancadas no ambiente fechado são fixas e dificilmente mudam de

lugar. Porém as bancadas da área externa, apesar de também serem fixas,

precisam mudar de lugar com alguma freqüência, de acordo com o trabalho a

ser executado.

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2.1.2. Perfil do usuário

Nosso usuário observado tem conhecimentos intermediários em

marcenaria, e está na faixa etária dos 50 anos e possui espaço, porém, limitado

e compartilhado com outras pessoas e atividades, seu poder aquisitivo está

situado na classe média baixa. O alvo do produto no entanto é um público com

conhecimentos básicos e/ou intermediários, numa faixa que poderá estender-

se do 18 aos 80 anos, acessível para pessoas com pouco espaço e poder

aquisitivo limitado.

2.2 Categorização dos problemas ergonômicos

2.2.1 Problemas Acionais - Constrangimentos biomecânicos no ataque acional a

comandos e empunhaduras, ângulos, movimentação e aceleração. Na oficina que

observamos, o uso da morsa fixa na bancada (figuras 4 e 5) minimiza os riscos de

ocorrência desse tipo de problema.

Figuras 4 e 5 – Morsa para fixação de objetos

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2.2.2. Problemas Interfaciais Posturais - Posturas prejudiciais resultantes

inadequações no campo de visão, dos alcances e do posicionamento de

componentes comunicacionais acarretando em prejuízos para os sistemas

muscular e esquelético. O usuário precisa abaixar-se e estirar-se para realizar

o alcance de equipamentos e materiais mal posicionados na bancada e

prateleiras.

Figura 6 e 7 – Problemas posturais

2.2.3 Problemas Cognitivos / Instrucionais - Se os manuais, ou vídeos

explicativos não forem eficientes, ou se o usuário não for capaz de

compreender ou executar a montagem e/ou instalação da estação de trabalho.

2.2.4 Problemas Movimentacionais - Quando a estação de trabalho possui

rodas e dimensões muito desproporcionais ao ambiente de montagem e/ou

instalação, podendo ou não conter carga com peso excessivo. O projeto

precisará prever esses fatores, especialmente por ser tratar de estação móvel.

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Figura 8 – Bancada muito pesada para o deslocamento

Fonte: http://christophermerrill.net/ww/plans/UTS/Tool_Stand_1.html

2.2.5: Problemas Espaciais - Se a estação de trabalho possui dimensões

muito desproporcionais ao ambiente escolhido para a montagem e/ou

instalação, a circulação ficará comprometida, bem como o uso adequado da

estação.

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Figura 9 – Bancada muito grande para o local

Fonte: http://bench.beverlysvaluediscounts.info/photo/155593/roubo-workbench-a-

woodworkers-musings.jpg

2.2.6: Problemas Físico-ambientais - A estação de trabalho possui rodas e

se a movimentação for intensa ocasionará ruídos e vibrações; e quando há

utilização de ferramentas que acarretam ruídos, vibrações e altas temperaturas

como as serras, furadeiras e parafusadeiras, por exemplo.

2.1.7: Problemas Quimico-Ambientais - Se as ferramentas utilizadas

emitirem partículas, elementos tóxicos e aero-dispersóides. Na marcenaria o

pó de madeira e a serragem, além de produtos como redutores e vernizes,

podem ocasionar esses problemas.

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2.1.8: Problemas Acidentários- Quando há uso de ferramentas que

comprometam a segurança do usuário sem que haja uso de dispositivos de

segurança além da falta de manutenção da estação de trabalho

Figura 10 – Riscos acidentários no uso da serra circular

Fonte: https://www.thespruce.com/building-bookcase-cabinets-3536415

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2.3 Disfunções do sistema

2.3.1: Disposição dos objetos - Má organização dos elementos (ferramentas,

acessórios, peças, etc.) devido a falta de espaço ou de local adequado para

armazenamento. Essa disfunção acarreta problemas de acesso e uso de

ferramentas, perda de materiais e impacta na produtividade.

Figura 11 – Objetos mal acomodados na bancada

Fonte: https://oficinadecasa.com.br/projetosetecnicas/antiga-oficina/bancada

2.3.2: Eficiência - Prejuízo à eficiência na execução das tarefas por falta de

espaço, organização ou qualidade da bancada. O trabalho na bancada

atravancada é dificultado, gerando perda de qualidade dos produtos, além de

aumentar o tempo para serem produzidos.

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Figura 12 – Falta de espaço para o trabalho na bancada

Fonte: https://oficinadecasa.com.br/projetosetecnicas/antiga-oficina/

2.3.3: Ambiente - Descarte inapropriado dos resíduos da montagem e

acabamento, que pode afetar o resultado final, como por exemplo gerando

aderência de serragem no verniz fresco de acabamento das peças.

Figura 13 – Resíduos em contato com os produtos finais

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2.3.4: Fluxo - Má escolha da área de instalação/montagem da estação de

trabalho gerando atravancamento do fluxo do ambiente

Figura 14 – O trabalho ultrapassa a bancada e interrompe a circulação na oficina

Fonte: https://www.shopwoodworking.com/woodshop-projects

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2.4 Caracterização do sistema

a. Meta

Possibilitar a execução de projetos em madeira simples, por marceneiros

amadores ou iniciantes, independente da falta de espaço para instalação ou

armazenamento da bancada de trabalho.

b. Requisitos

Espaço livre na bancada, local para armazenamento de ferramentas, sejam

elas leves ou pesadas, conhecimento sobre o projeto a ser executado, podendo

ser memorizado ou por consulta de manuais ou vídeos explicativos.

c. Ambientes

O limite físico do sistema se atém ao dimensionamento do local escolhido

para instalação da bancada, porém fatores externos como experiências

pessoais de cada indivíduo podem afetar o funcionamento do sistema.

d. Restrições

Se o usuário não tiver capacidade cognitiva, os manuais ou vídeos

explicativos não forem eficientes, se houver muito pouco espaço para a

instalação da bancada, falta de recursos para compra da bancada, ou a falta

de material para a execução do projeto.

e. Entradas/Saídas

Conhecimento do marceneiro / Produto final

f. Resultados Despropositados

O usuário não compreender a atividade, o manuseio da bancada não for

feito de forma correta, o usuário se ferir com as ferramentas ou durante a

instalação da bancada no local de execução das tarefas.

g. Sistema Alimentador/Sistema Ulterior

Usuário /Execução bem-sucedida do projeto.

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Tabela 1: Análise Hierarquica do Sistema

Fonte: A autora

Tabela 2: Modelagem comunicacional

Fonte: A autora

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Tabela 3: Função-Informação-Ação

Fonte: A autora

Tabela 4: GUT

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Tabela 5: Parecer Ergonômico

Fonte: A autora

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2.5 Oportunidades projetuais

a. Quanto à estética

Criar uma estação de trabalho que, quando não esteja em uso, não seja

identificada como tal imediatamente, permitindo a permanência da mesma em

diferentes ambientes dentro de uma casa, sem gerar estranhamento.

b. Quanto ao tamanho

Ser capaz de formular uma estação de trabalho de tamanho compacto,

mas que possa ser expandida para outros tamanhos, variáveis de acordo com

a necessidade do trabalho e que respeita a realidade do usuário, permitindo

deslocamento, como por exemplo, ser capaz de passar por portas, entrar em

elevadores.

c. Quanto ao conforto

Obedecer às regras ergonômicas e antropométricas, proporcionando

maior conforto ao usuário durante a execução das tarefas.

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3 SIMILARES

3.1 Direto

3.1.1: Similar direto - A estação possui uma superfície lisa e extensa que

permite a organização das peças e das ferramentas sem que haja perda do

espaço para montagem e usinagem.

Figura 15 – Similar direto

Fonte:https://www.bobvila.com/articles/

3.2 Indiretos

3.2.1 - Similar Indireto 1 - A organização de ferramentas é comumente feita

em chapas perfuradas já que a mesma permite fácil acesso e identificação

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Figura 16 – Quadro de ferramentas e materiais

Fonte:http://uzmarkazimpex.com/50-remarkable-making-a-garage-workbench-

pictures-concept/

3.2.2 - Similar Indireto 2 - Algumas bancadas podem apresentar rodas,

possibilitando o seu deslocamento. É uma opção para quando não se tem muito

espaço ou quando o local escolhido para montagem/instalação da estação de

trabalho é utilizado para outros fins que não a marcenaria.

Figura 17 – Bancada com rodas

Fonte: http://www.celmar.com.br/produto/carrinho-bancada-movel

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3.2.3 - Similar Indireto 3 - A possibilidade de variação do tamanho da bancada

é vantajosa quando a estação de trabalho é armazenada em um local e utilizada

em outro, mais amplo.

Figura 18 – Bancada expansível

Fonte: http://lumberjocks.com/projects/137282

3.3 Modelagem verbal

a. A bancada deve ser projetada visando minimizar posturas

inadequadas.

b. Ter espaço de armazenamento e organização de ferramentas,

acessórios e produtos.

c. Ser capaz de ser movida, sem causar constrangimentos ao usuário.

d. Adequar-se ao espaço interno de uma residência tanto estética

quanto espacialmente.

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4 PROJETAÇÃO

4.1 Geração de alternativas - A geração de alternativas ocorreu de forma

fragmentada, sendo cada funcionalidade — resistência a choque, mobilidade,

beleza, tamanho, etc — ou parte, como pés, gavetas e tampo, pensada como

uma alternativa separada e as opções mais adequadas foram sendo agregadas

e compostas no conjunto.

a) Alternativa 1 - Rodas na frente e atrás, dão boa mobilidade, porém, a

estabilidade do conjunto - que deve suportar o choque e pressão

freqüente no tampo superior – não estaria garantida. Essas condições

de uso também poderiam danificar as rodas da frente em pouco tempo.

Por isso a alternativa com rodas frontais não se mostrou adequada.

Figura 19 – Alternativa 1 - Modelo com quatro rodas

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b) Alternativa 2 - Os pés frontais inteiriços geram estabilidade,

especialmente se forem inteiriços. As rodas traseiras seriam mantidas

para garantir a mobilidade. Quanto aos pés, essa alternativa foi a

escolhida a princípio, tendo sido aperfeitçoada após testes de validação

do modelo pré-protótipo.

Figura 20 – Alternativa 2 – Modelo com rodas traseiras e pés frontais

c) Alternativa 3 - Layout Frontal. Gavetas e armário. A disposição inicial

apresentava um gavetão na parte superior, que poderia ser o painel de

ferramentas. Acabou desaparecendo na alternativa final para dar lugar

a gavetas laterais mais profundas verticalmente.

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Figura 21 – Alternativa 3 - Layout frontal

Alternativa 4 - Sustentação do tampo expandido por mão francesa triangular,

dobrável, para ser fechada quando o tampo estiver recolhido. Fácil de executar

mas, por ter uma base de apoio inferior limitada ao centro do tampo, não

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oferecia a estabilidade necessária para diversas atividades obrigatórias, como

martelar, cortar, lixar e serrar que demandam solidez de suporte.

Figura 22 – Tampo sustentado por mão francesa

d) Alternativa 5 - Sustentação do tampo por estrutura retangular. A

estrutura oferece a esbilidade necessária, mas precisa de espaço para

ser recolhido sob o tampo e encaixe. Após estudo do mecanismo de

expansão e recolhimento provou ser a alternativa mais adequada

quanto ao tampo.

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Figura 23 - Tampo sustentado por estrutura retangular retrátil

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e) Alternativa 6 – Painel de ferramentas em formato dobrável que se

transformasse em uma maleta, que poderia ser guardada como gaveta

e que ao se abrir virasse um painel. Há restrição de peso para o

manuseio e necessitaria de local para montar o painel.

Figura 24 – Painel de ferramentas em formato de maleta

f) Alternativa 7 - Painel de ferramentas apoiado na parte posterior do

móvel, retrátil, para ser guardado quando a estação não estiver em uso.

Foi necessário um estudo para criar uma trava de sustentação, que

mantivesse o painel levantado, essa alternativa foi a escolhida.

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Figura 25 – Painel de ferramentas retrátil

4.2 Detalhamento da alternativa desenvolvida

Depois de análise das alternativas, foi decidido que a estação de

trabalho seria formada pelas alternativas 2, 3, 5 e 7.

A estação teria tampo expansível, painel de ferramentas, gavetas para

organização de materiais, rodas para o transporte. Seriam desenvolvidas duas

estruturas retráteis, uma de sustenção do tampo expansível aberto e outra

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sendo o próprio painel de ferramentas. As rodas seriam traseiras, com altura

mínima de 60 cm, em ferro e borracha maciça. A estrutura principal seria feita

em compensado naval formicado em cores. Assim foi feito o modelo inicial para

os testes e validação.

4.3 Aplicações antropométricas

As medidas antropométricas foram retiradas do livro “Dimensionamento

humano para espaços interiores – Um livro de consulta e referência para

projetos” (Julius Panero, Martin Zelnik - 1ª edição, 6ª impressão, 2011), já que

o mesmo apresenta um estudo completo das medidas e alcances para

estações de trabalho para marcenaria.

Tabela 6 - Medidas (Fonte: PANERO, Julius. ZELNIK, Martin. 2011)

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Figura 26 - Usuário Feminino

Fonte: PANERO, Julius. ZELNIK, Martin. 2011

Figura 27 - Usuário Masculino

Fonte: PANERO, Julius. ZELNIK, Martin. 2011

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4.4 Dimensões escolhidas

1. Altura:

Com o tampo fechado: 90 cm

Com o tampo aberto: 88 cm

2. Largura:

Com o tampo fechado: 70 cm

Com o tampo aberto: 140 cm

3. Profundidade: 60 cm

5 MODELOS

Definidos os parâmetros iniciais, passamos à construção dos modelos virtuais

e físicos.

5.1. Modelo 3D

Figura 28 - Modelo 3D

Fonte: A autora

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5.1.1- Camuflagem

Para demonstrar a característica de adequação aos diferentes espaços da casa

sem causar estranhamento aplicamos, como exemplo, o modelo 3D em uma

cozinha.

Figura 29 - Modelo aplicado em ambiente inusitado

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5.2 Desenho Técnico

5.2.1 - Estrutura principal

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5.2.2 - Porta

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5.2.3 - Gaveta 1

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5.2.4 - Gaveta 2

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5.2.5 - Gaveta 3

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5.2.6 - Pegboard

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5.2.7 - Vista explodida

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5.3 MODELO FÍSICO PRELIMINAR

Figura 30 - O modelo fechado

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Figura 31 - Modelo aberto

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5.4 PROTÓTIPO APERFEIÇOADO

Figura 32 – Protótipo fechado

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Figura 33 – Protótipo aberto

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6 VALIDAÇÃO ERGONOMICA E ANTROPOMÉTRICA

Após a construção do modelo físico preliminar, e uma vez feitos os testes

antropométricos, foi possível identificar a existência de características fora dos

parâmetros ergonômicos que precisariam de correção e/ou aprimoramento.

Tais correções e aprimoramentos deram origem ao novo modelo para

apresentação como protótipo final. A seguir detalhamos as validações e as

alterações feitas no modelo preliminar durante a projetação do protótipo

aperfeiçoado.

6.1 Validação com usuário experiente

a) Validação de altura da estação e do processo de expansão

da área de trabalho

Figura 34 – Validação da altura e do processo de expansão do tampo no modelo

O sistema se mostrou funcional, porém com os suportes do modelo feitos em

madeira o deslizamento se mostrou dificultado.

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b) Validação de abertura e alcance do painel de ferramentas

Figura 35 - Retirada das travas, abertura e alcances do painel

O sistema funcionou, mas na observação prática do manejo, embora apenas

hipoteticamente, o risco de acidente durante o processo e a possibilidade de

melhoria com a automação do mesmo foram vislumbrados.

c) Validação de abertura e alcance do painel de ferramentas

Figura 36 - Acionamentos e alcances das gavetas

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As gavetas não tinham trilhos e não correram com facilidade no modelo. Sua

abertura exigiu a paralisação completa do trabalho que estava sendo

executado. Além dessas validações ainda foram feitas as de deslocamento

da estação que revelou a falta de uma pega mais confortável para a

inclinação e sustentação do móvel durante o transporte sobre as rodas.

6.2 Validação com usuário inexperiente

O modelo foi submetido às mesmas validações por um usuário inexperiente

para evidenciar dificuldades inerentes à condição. Não houve problemas

especificamente decorrentes da falta de habilidade, e as observações foram

idênticas às da validação pelo usuário experiente.

Figura 37 - Validação do modelo por usuário inexperiente

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7 ANÁLISE DOS TESTES DO MODELO E AJUSTES DO PROTÓTIPO

Após a construção do modelo físico preliminar, e uma vez feitos os testes

antropométricos, foi possível identificar a existência de características fora dos

parâmetros ergonômicos que precisariam de correção e/ou aprimoramento.

Tais correções e aprimoramentos deram origem ao novo modelo para

apresentação como protótipo final. A seguir detalhamos as alterações feitas no

modelo preliminar durante a projetação do protótipo.

7.1. Dimensionamento

Para a definição das medidas do modelo preliminar foram utilizadas

como referência as portas residenciais que, em sua maioria, possuem um vão

de 70 cm. Apesar de possuirem realmente este tamanho, as portas acabam

ocupando parte do espaço do vão, já que não é sempre possível uma abertura

de 180°. Além disso, como a medida do modelo é a mesma do espaço das

portas, não houve folga para passagem, dificultando a manobra.

Figura 38 - Porta ocupando parte do vão de passagem

Logo, foi necessária a modificação da largura da estação. A largura foi

redefinida para 65 cm, dando ao usuário 5 cm de folga para manobra, mas

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resultando numa perda equivalente a 10 cm no tampo aberto, o que não afeta

muito o a execução das tarefas pelo usuário.

Em razão da alteração das medidas, foi necessário o ajuste dos tamanhos

e um remodelamento das gavetas e do armário no protótipo final. As medidas

foram todas pensadas usando organizadores existentes no mercado e objetos

que iriam ali guardados, como padrão. No redimensionamento preservamos

esse aspecto.

Nesse novo dimensionamento das gavetas, se conseguiu mais espaço de

armazenamento, com o acréscimo de uma gaveta e aumento nas medidas do

armário com o seu reposicionamento no conjunto. Na primeira gaveta, o

tamanho ficou ideal para a colocação de organizadores, cabendo um total de

10, com uma pequena folga para a retirada, caso necessário, porém sua altura

foi reduzida, já que seu objetivo é guardar pequenas peças como parafusos e

cavilhas.

Outras duas gavetas ficaram com medidas aproximadas a 16cm de altura e

20cm de largura. Já a quarta e última, ficou com 23cm, principalmente para que

fosse possível guardar nela latas de água ráz, quartos de verniz e tinta, tubos

de cola branca PVA e etc.

Figura 39 - Remodelagem da estética frontal e tamanhos das gavetas.

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7.2 Posicionamento de elementos

Quando foi pensado o formato e o posicionamento do pé frontal, foi levada

em consideração, principalmente, a tarefa a ser executada. Num primeiro

estudo, o pé do móvel se relacionava somente com o impacto que seria feito

na superfície da bancada. Porém, durante a validação percebeu-se que quando

o usuário tentava se aproximar da bancada a ponta de seus pés se chocavam

com os pés da estação.

Figura 40 - Ilustração do problema do posicionamento do pé, no modelo preliminar

Para solucionar esse problema bastaria recuar os pés apenas cerca de

10cm. Dessa forma os pés do usuário entram sob a bancada possibilitando uma

aproximação corporal mais confortável.

Quanto ao mesmo elemento, também foi modificado seu material, que

passou de compensado sarrafiado formicado para metalon branco esmaltado.

O intuito foi melhorar a estética, deixando uma aparência mais clean.

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7.3 Acesso e travamento do painel pegboard de ferramentas

A forma de acesso ao pegboard, que é uma suspensão manual, se mostrou

pouco eficiente já que o mesmo acaba ficando com excesso de peso devido às

ferramentas que ali vão guardadas.

Figura 41 - Acionamento do pegboard.

O pegboard possui duas travas que o mantém suspenso enquanto o

usuário necessitar, seu acionamento é automático e não requer contato direto.

Porém no momento de descer o painel, é preciso empurrar as travas com os

dedos, o que se mostrou potencialmente perigoso, dando margem a acidentes

que podem ferir o usuário.

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Figura 42 - Travas do pegboard

Para solucinar esse problema, seria interessante a instalação de um

motor de baixa rotação e com sistema reverso. Esse motor além de sustentar

o pegboard, ainda suportaria o peso das ferramentas e seria responsável pelo

travamento do painel quando suspenso.

O sistema contaria com um botão UP/DOWN (figura 43) e duas switches

responsáveis por frenar a subida ou a descida quando chegasse no limite,

evitando uma sobrecarga no motor.

Figura 43 – Botões up and down

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Figura 44 – Esquema elétrico de elevação do painel de ferramentas

O sistema é composto de um transformador que converte os 127 volts e

60 Hertz (corrente alternada), da rede residencial, para 12 volts e 60 Hertz,

resultado que não nos atende completamente, já que precisamos de 12 Volts

de corrente continua. Para chegarmos a isto temos um conjunto de quatro

diodos retificadores instalados de forma especifica conhecida como PONTE

RETIFICADORA. Após a ponte temos 12 Volts e 0 Hertz, mas ainda com

pequenas flutuações na voltagem, o que solucionamos com a instalação de um

capacitor eletrolítico, este conjunto de componentes (transformador, ponte

retificadora e capacitor) é denominada de FONTE ESTABILIZADA.

Tendo obtido a energia elétrica nas condições necessárias, temos a

seguir os dois switches (chaves elétricas) que controlaram o sentido de rotação

do motor elétrico permitindo desta maneira efetuar a movimentação do

pegboard para cima e para baixo apenas invertendo a polaridade da

eletricidade entregue ao motor elétrico.

Para que o sistema não ultrapasse os limites de deslocamento, ele conta

com dois limitadores de curso (um superior e um inferior) que nada mais são

que switches acionados mecanicamente interrompendo o fornecimento elétrico

para o motor e assim provocando sua parada no ponto desejado.

O ultimo componente de nosso sistema é o motor elétrico de 12 Volts e

corrente continua.

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7.4 Deslocamento

O deslocamento acontece por meio de duas rodas posicionadas na parte

traseira da bancada e por uma pega que acontece pelas laterais na parte

superio do pegboard. Para que essa pega seja possível sem que o pegboard

levante, foi necessária a colocação de duas travas laterais. Devido ao peso e à

alavanca gerada durante a inclinação da estação, o deslocamento é incomodo

e pode não atender usuários que possuam menos força física.

Figura 45: Demonstração da pega para deslocamento do modelo preliminar

Para facilitar a pega seria necessária a instalação de um manípulo, que

no caso, foi inspirado nos carrinhos de carregar botijão de gás. Porém para que

a bancada pudesse ser encostada na parede, o punho do manípulo teria que

ser rotacionavel. Para alívio do peso, o manípulo teria um eixo que

acompanharia toda a altura da estação, já que alavanca seria grande.

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Figura 46: Visualização do funcionamento do manípulo do protótipo

7.5 A abertura das gavetas

Em um primeiro momento, as gavetas não teriam trilhos. Porém foi

percebido que era necessário o uso de corrediças, principalmente para servir

de batente para a abertura das gavetas. Outra questão é que durante a tarefa,

a abertura da gaveta é incomoda e interrompe os processos que estão sendo

executados devido à falta de facilidade no deslize durante a abertura.

Já que já seriam utilizadas corrediças, dentre as opções de corrediças

telescópicas (que possuem um sistema de rolamento por micro-esferas, foi

escolhido o uso das corrediças push and open que, em tradução literal, significa

“aperte e abra”, e define bem o funcionamento da mesma.

Essa corrediça facilitaria muito a tarefa, já que a abertura acontece por

pressão, o usuário poderia além das mãos, utilizar os joelhos ou outros

membros para a abertura das gavetas, sem necessariamente desocupar as

mãos para isso.

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Figura 47 - corrediças push and open.

7.6 Outras melhorias

Uma das possíveis dificuldades a ser enfrentadas pelo usuário, especialmente

no uso da bancada fora do seu ambiente, é a falta de tomadas de energia para

as ferramentas elétricas em uso simultâneo. Para evitar o uso de extensões ou

benjamins, o que representaria riscos potenciais à operação, foi acrescentada

uma extensão imbutida, com três tomadas, acessada pelo mesmo sistema

push and open.

Figuras 48 e 49 – Extensão de tomadas embutida

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CONCLUSÂO

Atender uma demanda por estações móveis de trabalho artesanal no

universo urbano, onde há cada vez menos lugar nas já reduzidas residências

para os artigos “extras”, é um desafio. A primeira exigência a ser atendida

num projeto de mobiliário para esse nicho é, portanto, a de economia de

espaço e flexibilidade para a adaptação a pequenos ambientes, não

exclusivos ao trabalho. Por isso, nosso modelo é compacto, pensado para

ocupar discretamente qualquer cômodo onde possa ser guardado em uma

residência ou escritório.

Em segundo lugar, ele tem boa aparência, para que, uma vez

colocado nesses ambientes, possa camuflar-se sem destoar como estação

de trabalho, por exemplo, numa cozinha ou sala de estar.

Além de ser pequeno e ter uma aparência de móvel neutro, a estação

precisava ter espaço para acomodar as principais ferramentas e os produtos

de uso mais comum, de forma organizada e totalmente escamoteada, para

não serem percebidas quando o móvel está em repouso, mas sempre à mão

no momento do uso.

Exigiu estudo e criatividade criar uma bancada de trabalho que, por

ser um móvel pequeno, oferecia um tampo de tamanho inadequado para o

desenvolvimento das atividades. Ele precisava ser duplicado, mas também

retrátil a ponto de não comprometer as dimensões totais do móvel.

Além disso essa estação precisava ter grande mobilidade e graças às

rodas e o sistema de manípulos pode ser levada para outro ambiente para a

execução das tarefas e retornada ao lugar de guarda após o serviço, com

relativa facilidade.

Ao concluir o projeto com a construção do protótipo, que incluiu

inúmeras melhorias ao modelo preliminar, nos deu satisfação comprovar que

ele é viável, e pode, efetivamente, vir a ser produzido – como o protótipo - a

custo relativamente baixo (embora careça de estudos econômicos

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específicos, que não foram objeto desse trabalho). Ele servirá socialmente

a indivíduos que trabalhem como autônomos; mas também àqueles que

simplesmente usem a estação para fins de lazer e produção amadora.

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REFERÊNCIAS

BROWN, T. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2010.

MANZINI, Ézio. Design para inovação social e sustentabilidade. In: Caderno do Grupo de Altos Estudos do PEP/UFRJ, volume 1, 2008, p. 104.

MOURA, Ana Maria de; MONT’ALVÃO, Cláudia. Ergonomia: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: Editora 2ab, 2000.

PANERO, Julius. ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços de interiores. São Paulo: Editora GG, 1ª edição, 6ª impressão, 2011.