Estudo Comparativo de Alternativas Para Vedações Internas De

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DAYANA RUTH BOLA OLIVEIRA ESTUDO COMPARATIVO DE ALTERNATIVAS PARA VEDAÇÕES INTERNAS DE EDIFICAÇÕES CURITIBA 2013

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

    DAYANA RUTH BOLA OLIVEIRA

    ESTUDO COMPARATIVO DE ALTERNATIVAS PARA VEDAES INTERNAS DE

    EDIFICAES

    CURITIBA

    2013

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

    DAYANA RUTH BOLA OLIVEIRA

    ESTUDO COMPARATIVO DE ALTERNATIVAS PARA VEDAES INTERNAS DE

    EDIFICAES

    Trabalho de Final de Curso em Engenharia Civil, Departamento de Construo Civil, Universidade Federal do Paran como requisito parcial concluso do curso de Engenharia Civil. Orientador: Prof. Me. Jos de Almendra Freitas Junior.

    CURITIBA

    2013

  • TERMO DE APROVAO

    DAYANA RUTH BOLA OLIVEIRA

    ESTUDO COMPARATIVO DE ALTERNATIVAS PARA VEDAES INTERNAS DE

    EDIFICAES

    Trabalho de Final de Curso aprovado como requisito parcial concluso do curso de Engenharia Civil, Departamento Construo Civil, da Universidade Federal do

    Paran, pela seguinte banca examinadora:

    ___________________________________ Prof. Me. Jos de Almendra Freitas Junior - Orientador Departamento de Construo Civil, UFPR

    ___________________________________ Prof. Dr. Carlos Frederico Alice Parchen Departamento de Construo Civil, UFPR

    ___________________________________ Prof. Dra. Laila Valduga Artigas Departamento de Construo Civil, UFPR

    Curitiba, 18 de Maro de 2013.

  • minha Nona,

    a quem eu mais queria

    poder ter dito

    Adeus...

  • AGRADECIMENTOS

    minha me por estar sempre presente, me dando fora e incentivo,

    acreditando em mim.

    A meu pai pelo exemplo de determinao, quem me ajudou a chegar onde

    estou.

    Ao meu namorado por ter me acompanhado nessa caminhada e por todo

    amor e carinho que me dedicou.

    Aos amigos Abee, Andr, Anitcha, Bruno, Carol, Cssio, Graseffe e Jhonny,

    que me acompanharam no decorrer de mais uma etapa de minha vida. Em especial

    a Elaine, pelo tempo dedicado em me ajudar com este trabalho, pelas leituras,

    correes e dicas. Tambm a Ana Paula pelos esclarecimentos e alternativas, e a

    ambas pelo apoio e palavras de fora e f.

    Ao meu amigo Eng. Ronaldo, por sua colaborao em minha formao como

    profissional e ajuda com este trabalho.

    Ao Prof. Cristvo por suas palavras de motivao, me dando nimo para

    seguir em frente com determinao.

    E principalmente ao meu orientador Jos A. Freitas, por toda pacincia e

    dedicao, tempo e ajuda que tem despendido para comigo.

  • RESUMO

    Com o crescimento da concorrncia no mercado da construo civil e a grande demanda no setor, a exigncia de agilidade, racionalizao e principalmente economia na execuo, so prioridades das empresas construtoras na execuo de um empreendimento; construir deixou de ser uma simples materializao de formas e volumes e passa cada vez mais a ser uma questo de custos e controles. H exigncia de sistemas que atendam as necessidades do mercado atual em relao a novas tecnologias, mo de obra qualificada e materiais de qualidade, relacionando-os diretamente aos custos. Isso mostra a importncia de estudar os sistemas de vedao vertical e revestimentos que hoje no Brasil tem maior emprego, para oferecer uma alternativa vivel economicamente e de qualidade. Neste sentido, este trabalho apresenta um estudo comparativo entre os sistemas: Bloco cermico revestido com argamassa preparada em obra, bloco cermico revestido com argamassa industrializada, bloco cermico revestido de pasta de gesso, bloco de concreto revestido com argamassa industrializada, bloco de concreto revestido com pasta de gesso, drywall com e sem isolamento em l mineral. O estudo ser demonstrado atravs de tabelas de quantitativos e de caractersticas dos materiais citados, apontando suas vantagens e limitaes. Em relao ao comparativo de custos, podem ser observados por diferentes aspectos: custo direto com materiais da opo, custo para execuo do sistema, custo durante vida til (manuteno), custos indiretos relativos reduo de prazos, valorizao dada pelo cliente e confiabilidade do sistema. Quanto s caractersticas tcnicas, os comparativos dependero do processo de fabricao que o material foi submetido, das propriedades dos materiais, tipologia da edificao, da qualificao de mo de obra, necessidade do cliente, mercado financeiro e condies ambientais que o sistema estar submetido. Tendo isto em vista, pode-se dizer que dentre todas as alternativas apresentadas, o sistema mais eficaz o que inclui as alvenarias, mais especificamente as de blocos cermicos furados e revestidos em argamassa industrializada, logo aps est o drywall, porm ainda no bem difundido na sociedade. Porm, esclarescendo, que no existe efetivamente um tipo de vedao que seja mais eficaz que outro, que h uma srie de fatores que determinam esta definio. Palavras-chave: Custo, Qualidade, Caractersticas, Bloco cermico, Bloco de concreto, Argamassa industrializada, Argamassa preparada em obra, Pasta de Gesso e Drywall.

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 CONDIES PARA INCIO DOS SERVIOS DE REVESTIMENTO . 19

    FIGURA 2 CAMADAS DO REVESTIMENTO DE ARGAMASSA DA VEDAO

    VERTICAL: EMBOO E REBOCO; MASSA NICA. ............................................... 23

    FIGURA 3 ARGAMASSA PRODUZIDA EM OBRA ............................................... 27

    FIGURA 4 ARGAMASSA ENSACADA ................................................................... 30

    FIGURA 5 ARGAMASSA ENSACADA COM TRANSPORTE VERTICAL ............ 31

    FIGURA 6 PASTA DE GESSO .............................................................................. 33

    FIGURA 7 PROJEO MANUAL PASTA DE GESSO ....................................... 34

    FIGURA 8 PROJEO MENICA PASTA DE GESSO...................................... 34

    FIGURA 9 EXECUO DE TALISCAMENTO ....................................................... 35

    FIGURA 10 EXECUO DE PASTA DE GESSO ................................................. 35

    FIGURA 11 EXECUO DE SARRAFEAMENTO ................................................. 35

    FIGURA 12 EXECUO DE ACABAMENTO ........................................................ 35

    FIGURA 13 VARIEDADES DE BLOCOS DE CONCRETO................................... 38

    FIGURA 14 BLOCO CERMICO FURADO DE VEDAO................................... 40

    FIGURA 15 INSTALAES ELTRICAS E HIDRULICAS .................................. 48

    FIGURA 16 EXECUO DE PAREDE DE DRYWALL .......................................... 48

    FIGURA 17 RECICLADOR - RESDUOS DE ALVENARIA RECICLADOS PARA

    REUTILIZAO COMO AGREGADOS DE PAVIMENTAO EM PRPRIA OBRA

    .................................................................................................................................. 51

    FIGURA 18 USINA PARA RECICLAGEM DE ENTULHO DE CONSTRUO CIVIL

    ATERRO DE RESDUOS INERTES ...................................................................... 51

    FIGURA 19 RESDUOS GERADOS DO REVESTIMENTO DE PASTA DE GESSO

    .................................................................................................................................. 52

    FIGURA 20 ARMAZENAGEM DOS RESDUOS DE GESSO ................................ 53

    FIGURA 21 REAS DE TRANSBORDO E TRIAGEM (ATTs) ............................... 54

    FIGURA 22 CUSTO TOTAL DOS ORAMENTOS DOS SISTEMAS DE VEDAO

    VERTICAL INTERNA COM REVESTIMENTOS ....................................................... 76

    FIGURA 23 PERDAS DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS .................................... 77

    FIGURA 24 TEMPO DE EXECUO DE 1m DOS SISTEMAS ........................... 79

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA NOS ESTADOS FRESCO E

    ENDURECIDO .......................................................................................................... 22

    TABELA 2 CAMADAS DO REVESTIMETNO ......................................................... 22

    TABELA 3 DIMENSES REAIS DOS BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES ........ 38

    TABELA 4 CARACTERSTICAS DE DESEMPENHO DO DRYWALL .................... 47

    TABELA 5 BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA PREPARADA

    EM OBRA .................................................................................................................. 56

    TABELA 6 BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA

    INDUSTRIALIZADA .................................................................................................. 59

    TABELA 7 BLOCO CERMICO REVESTIDO COM PASTA DE GESSO ............. 61

    TABELA 8 BLOCO DE CONCRETO REVESTIDO COM ARGAMASSA

    INDUSTRIALIZADA .................................................................................................. 62

    TABELA 9 BLOCO DE CONCRETO REVESTIDO COM PASTA DE GESSO ...... 64

    TABELA 10 DRYWALL SEM E COM ISOLAMENTO EM L MINERAL ................ 66

    TABELA 11 COMPARATIVO DE CARACTERSTICAS ENTRE BLOCO DE

    CONCRETO E BLOCO CERMICO. ........................................................................ 67

    TABELA 12 CARACTERSTICAS DO SISTEMA DE DRYWALL E ALVENARIA .. 68

    TABELA 13 PARMETROS PARA ANLISE DOS REVESTIMENTOS EM

    ARGAMASSA ............................................................................................................ 70

    TABELA 14 CARACTERSTICAS DO REVESTIMENTO EM PASTA DE GESSO E

    ARGAMASSA ............................................................................................................ 74

    TABELA 15 RESIDUOS DA CONSTRUO CIVIL (DESTINAO) .................... 76

    TABELA 16 VIABILIDADE DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS ............................ 80

  • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ABCP Associao Brasileira de Cimento Portland

    a.C. Antes de Cristo

    BDI Benefcios e Despesas Indiretas

    NBR Norma Brasileira

    TCPO Tabelas de Composies de Preos para Oramentos

    UFPR Universidade Federal do Paran

  • SUMRIO

    1. INTRODUO.....................................................................................................................................12

    1.1. IMPORTANCIA DA PESQUISA ............................................................................................................... 12

    2. OBJETIVOS DO ESTUDO .................................................................................................................13

    2.1. OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................................................ 13

    2.2. OBJETIVOS ESPECFICOS................................................................................................................... 13

    3. REVISO DE LITERATURA ..............................................................................................................14

    3.1. CONCEITOS BSICOS .......................................................................................................................... 14

    3.2. VEDAO VERTICAL INTERNA ............................................................................................................ 15

    3.2.1. Histrico........................................................................................................................................ 15

    3.2.2. Definio ...................................................................................................................................... 16

    3.3. REVESTIMENTO VERTICAL ................................................................................................................. 17

    3.3.1. Histrico........................................................................................................................................ 17

    3.3.2. Definio ...................................................................................................................................... 18

    3.3.3. Revestimento em Argamassa Mista ........................................................................................ 20

    3.3.3.1. Definio ............................................................................................................................................ 20

    3.3.3.2. Caractersticas ...................................................................................................................................21

    3.3.3.3. Procedimento Executivo ...................................................................................................................24

    3.3.3.3.1.Revestimento em Argamassa Mista Preparada em Obra ..........................................................26

    3.3.3.3.2.Revestimento em Argamassa Mista Industrializada ...................................................................29

    3.3.4. Revestimento em Gesso............................................................................................................ 33

    3.3.4.1. Definio .............................................................................................................................................33

    3.3.4.2. Caractersticas ...................................................................................................................................33

    3.3.4.3. Procedimento Executivo ...................................................................................................................35

    3.4. ALVENARIA DE VEDAO VERTICAL INTERNA COM BLOCO DE CONCRETO ..................................... 36

    3.4.1. Definio ...................................................................................................................................... 36

    3.4.2. Caractersticas ............................................................................................................................ 37

    3.4.3. Procedimento Executivo ............................................................................................................ 38

    3.5. ALVENARIA DE VEDAO VERTICAL INTERNA COM BLOCO CERMICO ............................................ 39

    3.5.1. Definio ...................................................................................................................................... 39

    3.5.2. Caractersticas ............................................................................................................................ 40

    3.5.3. Procedimento Executivo ............................................................................................................ 42

    3.6. VEDAO VERTICAL EM DRYWALL .................................................................................................... 43

    3.6.1. Definio ...................................................................................................................................... 43

    3.6.2. Caractersticas ............................................................................................................................ 44

  • 3.6.3. Procedimento Executivo ............................................................................................................ 47

    4. RESDUOS DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS ..............................................................................50

    4.1. RESDUOS DE ENTULHOS .................................................................................................................... 50

    4.2. RESDUOS DE GESSO .......................................................................................................................... 52

    5. METODOLOGIA ..................................................................................................................................55

    5.1. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ................................................................................................. 55

    6. ESTUDO COMPARATIVO ......................................................................................................................55

    6.1. CUSTO DOS SISTEMAS ....................................................................................................................... 55

    6.2. CARACTERSTICAS TCNICAS DOS SISTEMAS .................................................................................... 67

    6.2.1. Comparativo entre vedaes verticais internas ..................................................................... 67

    6.2.1.1. Comparativo entre: Blocos de concreto e Blocos cermicos .....................................................67

    6.2.1.2. Comparativo entre: Drywall e Alvenaria .........................................................................................67

    6.2.2. Comparativo entre os revestimentos das vedaes verticais interns ................................. 69

    6.2.2.1. Comparativo entre: Argamassa Produzida em Obra e Argamassa Industrializada ................69

    6.2.2.2. Comparativo entre: Pasta de Gesso e Argamassas ....................................................................74

    7. RESULTADOS E DISCUSSO .........................................................................................................75

    8. CONCLUSO ......................................................................................................................................84

    9. REFERNCIAS ...................................................................................................................................86

  • 12

    1. INTRODUO

    A presente pesquisa originou-se da necessidade de conhecimento dos

    sistemas construtivos no setor da construo civil. O estudo de vedao vertical

    interna mais empregados no Brasil, com intenes de otimizao, produtividade,

    diminuio de custos, qualidade, praticidade, agilidade e reduo de desperdcio, de

    modo a aliar as peculiaridades da obra que se pretende executar com as vantagens

    e limitaes da alternativa construtiva.

    1.1. Importncia da Pesquisa

    A presente pesquisa tem carter informativo, e possibilita ter uma viso mais

    ampla e aprofundada sobre as alternativas de vedao vertical interna empregadas

    no Brasil com finalidade de: Produtividade e racionalizao (otimizao); Reduo

    de prazos, custos e desperdcio, garantindo qualidade ao setor da construo civil.

    Atualmente as principais formas de construo empregadas so: Alvenaria

    no estrutural de blocos cermicos ou blocos de concreto, revestidas em argamassa

    ou pasta de gesso e vedao em chapas de gesso acartonado. Foram levados em

    considerao os aspectos qualitativos e quantitativos desses sistemas. Atravs

    deste estudo, pode ser levantada a opo construtiva mais adequada que poder

    ser empregada em funo do tipo de obra e das necessidades da mesma.

    A pesquisa quantitativa aferir aquilo que pode ser mensurado, medido,

    contado. Possui, portanto, alto teor descritivo. J a pesquisa qualitativa constitui uma

    propriedade de ideias, coisas ou pessoas que permite que sejam diferenciadas entre

    si de acordo com suas naturezas (BONAT, 2009).

  • 13

    2. OBJETIVOS DO ESTUDO

    2.1. Objetivos Gerais

    Anlise comparativa atravs dos custos de execuo e caractersticas

    tecnolgicas entre os sistemas de vedaes verticais internas em alta no mercado

    brasileiro a partir de material bibliogrfico, no sentido de servir como apoio para a

    construo ou reforma de edificaes.

    2.2. Objetivos Especficos

    a) Identificar as alternativas mais usuais de vedao vertical interna;

    b) Levantar custos para cada processo construtivo;

    c) Levantar as caractersticas tecnolgicas dos materiais e sistemas;

    d) Comparar custos;

    e) Analisar as potencialidades e limitaes em relao s caractersticas.

  • 14

    3. REVISO DE LITERATURA

    3.1. Conceitos Bsicos

    Para facilitar o entendimento do trabalho, alguns conceitos fundamentais so

    descritos abaixo:

    Vedao vertical: A vedao vertical pode ser entendida como sendo

    um subsistema do edifcio constitudo por elementos que compartimentam

    e definem os ambientes internos, controlando a ao de agentes

    indesejveis (FRANCO et. al., 2008).

    Alvenaria: A alvenaria caracteriza-se por ser um subsistema da

    construo produzido no canteiro, resultante da unio de seus

    componentes (tijolos ou blocos) atravs de juntas de argamassa,

    formando um conjunto rgido e coeso (SABBATINI, 1984).

    Argamassa de cal: argamassa preparada com cal como nico

    aglomerante (NBR 13529 - ABNT, 1995).

    Argamassa mista: argamassa na qual os aglomerantes so o cimento e

    a cal, em propores adequadas finalidade a que se destina (YAZIGI,

    2004).

    Revestimento: o recobrimento de uma superfcie lisa ou spera com

    uma ou mais camadas sobrepostas de argamassa, em espessura

    normalmente uniforme, apta a receber um acabamento final (NBR 13529 -

    ABNT, 1995).

    Conformao: vedaes obtidas por moldagem a mido no local

    emprega materiais com plasticidade obtida pela adio de gua,

    (SABBATINI, 2003).

    Acoplamento a seco: vedaes obtidas por montagem atravs de

    dispositivos (pregos, parafusos, rebites, cunhas, etc). Compe a tcnica

    construtiva conhecida no exterior como Dry Construction, por no

    empregar materiais obtidos com adio de gua (SABBATINI, 2003).

  • 15

    Racionalizao: ato ou efeito de racionalizar alguma coisa, tornar

    racional, tornar mais eficientes os processos de trabalho ou a organizao

    de empreendimentos (BARROS, 1998).

    Vedaes leves: representados por elementos de pequena densidade

    superficial, no estruturais (SOUZA, 1998).

    Vedaes pesadas: so elementos com funo estrutural ou no e com

    densidade superficial elevada (SOUZA, 1998).

    Vida til de projeto: a vida til uma indicao do tempo de vida ou da

    durabilidade de um edifcio e suas partes, como uma aproximao da

    durabilidade desejada pelo usurio,representando uma expresso de

    carter econmico de uma exigncia do usurio, contemplando custos

    iniciais, custos de operao e de manuteno ao longo do tempo (NBR

    15575-1:2008).

    3.2. Vedao Vertical Interna

    3.2.1. Histrico

    A evoluo da alvenaria acompanha a evoluo da humanidade, composta de

    materiais de alta tecnologia que oferecem maior resistncia, leveza e um menor

    custo, alm de apresentarem elevada resistncia ao tempo. O desenvolvimento de

    materiais como os blocos de concreto, cermico, slico-calcreo, concreto celular

    etc., representam uma revoluo na histria da alvenaria. A alvenaria de vedao

    constituda por blocos ou tijolos unidos por juntas de argamassa, formando um

    conjunto monoltico de caractersticas prprias. Os elementos que formam a

    alvenaria de vedao possuem, cada um, caractersticas prprias, porm so

    independentes mas interagem entre si (TRAMONTIN, 2005).

    Segundo SILVA (2002), com a necessidade de novas tcnicas para produo

    de vedao vertical em 1898 nos Estados Unidos, Augustine Sackett desenvolve a

    chapa de gesso acartonado que veio revolucionar a construo civil. Com o passar

    do tempo a chapa drywall sofreu muitas alteraes, e em meados de 1990 ganhou

    aceitao no Brasil (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    A modernizao da construo civil hoje uma exigncia da sociedade. Os

    desperdcios, o atraso tecnolgico, a primariedade dos mtodos construtivos, o

  • 16

    despreparo da mo de obra, so temas discutidos por toda a coletividade e no

    apenas no setor. Mas, alm da exigncia social e ambiental, a modernizao

    constitui um fator essencial de sobrevivncia para empresas que atuam neste setor,

    levando assim muitas delas a investir em seus meios de produo. A necessidade

    obriga a manter-se competitiva e isto cria uma corrente favorvel para modernizao

    (MACIEL et.al. 1998).

    3.2.2. Definio

    CARDOSO (2001), define as vedaes verticais como sendo um subsistema

    do edifcio, constitudo pelos elementos que: definem e limitam verticalmente o

    edifcio e seus ambientes internos e controlam a passagem de agentes indesejveis.

    O autor encara o edifcio como um sistema, do ponto de vista construtivo, pode-se

    dividi-lo nas seguintes partes: fundaes, estrutura, vedaes verticais, esquadrias,

    instalaes, revestimentos das vedaes verticais, vedaes horizontais,

    revestimentos das vedaes horizontais, cobertura, impermeabilizao, entre outros.

    A vedao como um sistema est associado ao cumprimento dos requisitos

    de desempenho: segurana estrutural, isolao trmica, isolao acstica,

    estanqueidade, segurana ao fogo, estabilidade, durabilidade, esttica e economia

    (FRANCO, 1998).

    So muitas as tipologias possveis de serem empregadas como vedao

    vertical, da parede tradicional de alvenaria de tijolo cermico com reboco mais

    emboo aos painis pr-fabricados, dos processos de moldagem no prprio local

    aos processos de moldagem mecnica e componentes industrializados. Processos

    dos mais variados graus de industrializao e nveis de custo. E tambm, com uma

    ampla diferenciao no desempenho funcional (MACIEL et.al., 1998).

    Segundo SABBATINI (2003) As vedaes verticais representam cerca de

    35% a 60% do custo total do edifcio. BARROS (1998) descreve que atravs da

    racionalizao da produo das alvenarias de vedao possvel reduzir os custos,

    aumentar a produtividade e reduzir os problemas patolgicos.

    Porm tais desempenhos s podem ser obtidos se, antes de mais nada,

    houver um projeto.

  • 17

    Segundo a ABCP (2012), o projeto de vedao tem a funo de coordenar e

    compatibilizar todos os sistemas envolvidos. Alm disso, permite ajustes e detalhes

    tcnicos que beneficiam a produtividade da obra. Assume papel importante por

    definir parmetros como:

    Escolha dos materiais e componentes que devero ser empregados;

    Geometria das paredes evitando desperdcios e retrabalho;

    Reforos e detalhes adequados para o bom desempenho;

    Execuo adequada aos padres escolhidos;

    Compatibilidade das vedaes s estruturas e instalaes;

    Planejamento logstico;

    Tecnologias de produo mais adequadas incluindo equipamentos;

    Controle de qualidade tambm para servios;

    Integrao das solues de todos os subsistemas.

    Ter um projeto de vedao vertical ferramenta essencial para o

    planejamento e produo no canteiro de obras. O conceito de racionalizao

    construtiva s pode ser plenamente empregado quando as aes so planejadas

    desde o momento da concepo do empreendimento. O nvel de detalhamento

    alcanado e a diminuio das incertezas trazidas pela padronizao na execuo

    das tcnicas e detalhes construtivos, com especificaes claras de todos os

    componentes que devem ser empregados, bem como a forma de montagem ou

    assentamento, e caractersticas tecnolgicas, fornece informaes necessrias para

    o planejamento operacional da obra, auxiliando na atividade de suprimento de

    materiais e ferramentas, no controle fsico e financeiro e a gesto da mo de obra

    durante a execuo dos servios (FRANCO, 1998).

    3.3. Revestimento Vertical

    3.3.1. Histrico

    Em recentes descobertas arqueolgicas, tornou-se evidente que o emprego

    do gesso remonta ao 8 milnio a.C (runas na Sria e na Turquia). As argamassas

    em gesso e cal serviram de suporte em afrescos decorativos e na realizao de

  • 18

    pisos. Foram encontrados tambm, nas runas da cidade de Jeric, no 6 milnio

    a.C. traos do emprego de gesso em moldagens e modelagens.

    O gesso bastante conhecido na grande pirmide erguida por Quops, rei do Egito.

    Entretanto, o filsofo Theofraste, que viveu entre IV e III sculos antes de Jesus

    Cristo, tornou-se conhecido por seu Tratado de Pedra, que o mais antigo e mais

    documentado dos autores que se interessam pelo gesso. Theofraste citou a

    existncia de gesseiras em Chipre, na Fencia e na Sria (CLARO, 2013).

    Segundo ANTUNES (1999), o gesso o mais antigo aglomerante que se

    tem notcia. Seu emprego era variado, desde a confeco de objetos decorativos at

    revestimento de paredes. A medida que o conhecimento acerca do gesso se

    desenvolveu, a adio da cal tambm passou a ser estudada. Segundo CLARO

    (2013), o desenvolvimento da argamassa de cal como sistema construtivo, ocorreu

    em Roma, durante o Imprio Romano, h mais de 2000 anos.

    No Brasil, a argamassa passou a ser utilizada no primeiro sculo de nossa

    colonizao, para assentamento de alvenaria de pedra. A cal que constitua tal

    argamassa era obtida atravs da queima de conchas e mariscos. J a argamassa

    industrializada s chegou ao Brasil na dcada de 1980 com o objetivo de minimizar

    as variaes decorrentes da dosagem em obra; nos anos 90 disseminou-se sua

    utilizao com o uso das chamadas argamassas de mltiplo uso, lanadas no

    mercado como adequadas para revestimento, assentamento e contrapiso.

    Atualmente so disponveis quatro tipos de argamassas para uso em situaes

    especficas, tais como: revestimento interno, revestimento externo, assentamento de

    vedao e assentamento estrutural (AGUIAR, 2004).

    3.3.2. Definio

    Segundo SABBATINI (2003) os revestimentos so definidos como sendo um

    conjunto de camadas que recobre as vedaes de um edifcio e a estrutura, com

    funes de: proteg-las contra a ao de agentes de deteriorao; complementar as

    funes de vedao (estanqueidade ao ar e a gua, proteo termo-acstica e

    funes de segurana, contra ao do fogo) e, se constituir no acabamento final

    exercendo funes estticas e de valorizao econmica, relacionadas com o uso

    do edifcio.

  • 19

    Para incio da execuo dos revestimentos internos so necessrias

    algumas verificaes iniciais quanto as vedaes em alvenaria, como descreve

    (FIGURA 2) Manual de Revestimentos de Argamassas da ABCP (2012):

    Todas as alvenarias devem estar concludas h pelos menos 30 dias e

    fixadas internamente h pelo menos 15 dias;

    A estrutura deve estar concluda h pelo menos 120 dias, exceo

    dos 3 ltimos pavimentos onde se admite 60 dias;

    Contra-marcos e batentes (se for o caso) devem estar chumbados ou

    os referenciais de vo devem estar definidos;

    Quaisquer dutos que passem pelas alvenarias devem estar concludos,

    fixados e testados.

    FIGURA 1 CONDIES PARA INCIO DOS SERVIOS DE REVESTIMENTO FONTE: Manual de Revestimentos de Argamassa (2012)

  • 20

    3.3.3. Revestimento em Argamassa Mista

    3.3.3.1. Definio

    A NBR -7200 (1998) define a argamassa para revestimento como uma

    mistura homognea de aglomerante, agregado mido e gua, contendo ou no

    aditivos ou adies, com propriedades de aderncia e endurecimento.

    Segundo o Manual de Revestimentos em Argamassa, as argamassas mais

    utilizadas para revestimentos so base de cal, base de cimento e as mistas de

    cal e cimento, dependendo das propores entre os constituintes da mistura e sua

    aplicao.

    Este estudo se refere ao uso das argamassas mistas, que segundo CLARO

    (2013), so compostas de cimento, cal e areia. A cal pode ser classificada em: cal

    hidratada (em p) ou cal virgem (em pedras ou em p), esta deve passar por um

    processo de hidratao, enquanto a cal hidratada pode ser comprada pronta.

    Cada um dos componentes citados apresentam caractersticas prprias que

    interferem nas propriedades da argamassa e do revestimento, formando uma

    mistura mais completa (CLARO, 2013).

    A funo da cal plastificante, por sua capacidade de reter gua e ter

    trabalhabilidade. A funo do cimento dar resistncia e aumentar a velocidade de

    endurecimento. Esse tipo de argamassa se adapta e indicada para vrios usos em

    alvenaria, seja ela estrutural ou no.

    FREITAS JR. (2012) descreve que as argamassas devem apresentar ainda

    resistncia mecnica aos impactos, trao, ao cisalhamento, resistncia as

    tenses normais e tangenciais, a umidade e agentes agressivos, alm de oferecer

    boa aderncia e estar livres de fissuras e bolhas.

    AZEREDO (1987) diz que quando se utilizada a cal hidratada, deve-se ter

    cuidado de peneirar a cal para evitar no futuro a existncia de gros minsculos de

    cal que, com o tempo, ir estufar e estourar o revestimento.

    Segundo AZEREDO (1987), na construo civil, mais especificamente na

    construo de um edifcio, a argamassa entra como elemento que fixa os materiais

    entre si como uma cola e responsvel pela ligao dos elementos, bem como pela

    aparncia e qualidade.

  • 21

    3.3.3.2. Caractersticas

    Neste trabalho, optou-se pela utilizao argamassa fabricada com cal

    hidratada, por possuir as seguintes vantagens em relao a argamassa preparada

    com cal virgem, como descreve CLARO (2013):

    Maior facilidade de manuseio, transporte e armazenamento;

    Produto pronto para ser utilizado, eliminando operao de

    extino e longos envelhecimentos;

    Por ser um produto seco, pulverulento, oferece maior facilidade

    de mistura na elaborao das argamassas que a pasta de cal resultante da

    extino da cal virgem;

    No est sujeita aos riscos provocados pela hidratao

    espontnea da cal virgem e por incndios que podem ocorrer durante o seu

    transporte ou seu armazenamento.

    Quanto as principais funes dos revestimentos em argamassa, MACIEL et

    al. (1998) define:

    Proteger os elementos de vedao dos edifcios da ao direta

    dos agentes agressivos;

    Auxiliar as vedaes no cumprimento das suas funes como,

    por exemplo, o isolamento termo-acstico e a estanqueidade gua e aos

    gases;

    Regularizar a superfcie dos elementos de vedao, servindo de

    base regular e adequada ao recebimento de outros revestimentos ou

    constituir-se no acabamento final;

    Contribuir para a esttica.

    A fim de que os revestimentos de argamassa possam cumprir as funes

    acima citadas, importante que apresente um conjunto de propriedades especficas

    (TABELA 1) relativas argamassa no estado fresco e no estado endurecido

    (MACIEL et al., 1998).

  • 22

    TABELA 1 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA NOS ESTADOS FRESCO E

    ENDURECIDO

    ESTADO FRESCO

    ESTADO ENDURECIDO

    Massa especfica e teor de ar

    Aderncia

    Trabalhabilidade Capacidade de absorver

    deformaes

    Reteno de gua Resistncia mecnica

    Aderncia inicial

    Resistncia ao desgaste

    Retrao na secagem

    Durabilidade

    Fonte: MACIEL et al., 1998.

    FIORITO (1994) ressalta que a aplicao deve seguir os padres

    recomendados pelas normas tanto em termos de trao como na seleo dos

    materiais que fazem parte de sua composio. Em relao espessura para

    ambientes internos, SABBATINI (2003) cita uma variao de 5mm a 20 mm. Quanto

    s camadas de revestimentos de argamassa podem ser resumidas na TABELA 2,

    de acordo BAA e SABBATINI (2001).

    TABELA 2 CAMADAS DO REVESTIMENTO

    Nmero de

    camadas Tipo Funes

    Camada nica Massa

    nica

    Regularizao e

    acabamento

    Duas Camadas Emboo Regularizao

    Reboco Acabamento

    FONTE: Baa e Sabbatini, 2001.

    Para BAA e SABBATINI (2001), esses dois tipos de revestimento podem ser

    aplicados sobre uma camada de preparo de base, denominada chapisco conforme

    apresenta a FIGURA 2 a seguir:

  • 23

    FIGURA 2 CAMADAS DO REVESTIMENTO DE ARGAMASSA DA VEDAO

    VERTICAL: EMBOO E REBOCO; MASSA NICA

    FONTE: MACIEL et.al. (1998).

    Os revestimentos de modo geral so sempre constitudos de diversas

    camadas de materiais diferentes ligados entre si, as quais deve se ter muita

    ateno, pois qualquer deformao no conjunto resultara em tenses no mesmo

    (FIORITO, 1994).

    Para obter um resultado satisfatrio na produo do revestimento e no seu

    desempenho, atravs do aumento da qualidade e produtividade e da reduo de

    falhas, desperdcios e custo, MACIEL et.al. (1998) fala que necessrio a

    elaborao do Projeto de Revestimentos, devendo conter:

    O tipo de revestimento (nmero de camadas);

    O tipo de argamassa;

    Espessuras das camadas;

    Os detalhes arquitetnicos e construtivos;

    As tcnicas mais adequadas para a execuo;

    O padro de qualidade dos servios.

  • 24

    3.3.3.3. Procedimento Executivo

    Segundo MACIEL et.al. (1998), para qualquer tipo de revestimento (emboo

    e reboco ou camada nica) deve-se executar a camada de aderncia e a

    preparao da superfcie para recebimento da camada de revestimento.

    Camada de aderncia (Chapisco)

    Refere-se ao preparo da base, aplicada de forma contnua ou descontnua,

    com a finalidade de uniformizar a superfcie quanto absoro e melhorar a

    aderncia do revestimento (NBR 13529/95).

    O chapisco composto basicamente de argamassa de cimento e areia

    grossa no trao em volume de 1:3 e 1:4 bastante fluida. O acabamento

    extremamente spero e irregular, criando ancoragens mecnicas para aderncia da

    camada seguinte (FIORITO, 1994; LORDSLEEM Jr., 2001).

    Segundo a TCPO (2010):

    Para aplicao do chapisco, a base devera estar limpa, livre de p,

    graxas, leos, eflorescncias, materiais soltos, ou quaisquer produtos que

    venham prejudicar a aderncia.

    A aplicao do chapisco devera ser realizada atravs de asperso

    vigorosa da argamassa, continuamente sobre toda rea da base que se

    pretende revestir. AZEREDO (1987) lembra tambm que deve ser

    lanado com certa violncia, de uma distncia aproximada de um metro.

    Quando a base apresentar elevada absoro, molhar antes da

    aplicao. AZEREDO (1987),sugere que em concreto no se deve molhar

    a superfcie que receber chapisco, j em superfcies de alvenarias deve-

    se molhar a superfcie, para que no ocorra absoro da gua necessria

    cura da argamassa do chapisco (YAZIGI, 2006). Entretanto, o autor

    observa que o excesso de gua (saturamento), pode ser prejudicial, uma

    vez que os poros saturados iro inibir o microagulhamento da pasta de

    aglomerante dentro dos mesmos (mecanismo que configura a aderncia

    sobre substratos porosos).

  • 25

    Preparao da superfcie para recebimento da camada de revestimento

    TCPO (2010):

    Deve ser executada 3 dias aps a aplicao do chapisco.

    Usar guias para sarrafeamento, espaadas no mnimo 2m.

    Segundo BAA e SABBATINI (2001), o taliscamento a definio da

    espessura do revestimento, consistindo na fixao de cacos cermicos,

    com a mesma argamassa utilizada para o revestimento, em pontos

    especficos e respeitando a espessura definida. recomendvel que o

    taliscamento seja feito previamente em toda a extenso da superfcie a

    ser revestida, de forma que a argamassa se encontre endurecida,

    mantendo as taliscas fixas e firmes, para apoiarem e servirem de

    referncia para a execuo das mestras.

    Executar as guias ou mestras.

    Segundo MACIEL et.al. (1998), as mestras so faixas estreitas e

    contnuas de argamassa feitas entre duas taliscas, que servem de guia

    para a execuo do revestimento. Atravs desses elementos, fica

    delimitada uma regio onde ser aplicada a argamassa. Sobre as

    mestras, a rgua metlica apoiada para a realizao do sarrafeamento.

    Retirar o excesso e regularizar a superfcie com a passagem do

    sarrafo.

    Em seguida, as depresses devero ser preenchidas mediante novos

    lanamentos de argamassa nos pontos necessrios, repetindo-se a operao ate

    conseguir uma superfcie cheia e homognea.

    aconselhvel que a aplicao da argamassa seja feita de maneira

    sequencial, em cada trecho delimitado pelas mestras. Depois de aplicada a

    argamassa, deve ser feita uma compresso com a colher de pedreiro, eliminando os

    espaos vazios e alisando a superfcie (MACIEL et.al.,1998).

    Segundo a ABNT NBR 7200 (1998) durante esta operao devem ser

    retiradas as taliscas e preenchidos os vazios deixados por elas.

    A partir dos procedimentos apresentados, segue-se a execuo de acordo

    com o tipo de argamassa empregado: Argamassa mista preparada em obra ou

    argamassa industrializada.

  • 26

    3.3.3.3.1. Revestimento em Argamassa Mista Preparada em Obra

    Segundo o Manual de Revestimentos de Argamassas, a argamassa

    preparada em obra conhecida como um sistema tradicional, onde a fabricao

    emprica (trao), resume-se em definir os materiais constituintes em volume ou

    massa misturados na prpria obra, mecanicamente em uma certa sequencia por um

    dado tempo (NBR 13529/95).

    Segundo AZEREDO (1987), nos canteiros de obra das edificaes

    habitacionais e comerciais, a definio dos traos das argamassas feita, em geral,

    ao arbtrio de mestres, pedreiros ou serventes. Dessa forma, h dificuldade com as

    quantidades e mistura, tornando a qualidade varivel e ainda existe a possibilidade

    de contaminao dos materiais, ou seja, uma argamassa muito mais suscetvel a

    problemas (FREITAS JR., 2012).

    O Manual de Revestimentos de Argamassas cita a importncia de ter

    controle da uniformidade do produto, seja atravs do controle dos materiais

    constituintes, seja pelo controle da prpria argamassa.

    Outro fator que deve ser levado em considerao quanto a armazenagem

    dos materiais (FIGURA 3), que deve ser feita de maneira adequada, havendo a

    necessidade de se prever reas de estocagem para as matrias-primas, tais como

    agregados e cal. A cal deve ser sempre armazenada protegida de intempries e em

    local de fcil acesso. Os agregados devem ser estocados em baias cujos pisos

    devem ser preferencialmente cimentados e separadas em funo de cada tipo de

    material (Manual de Revestimentos de Argamassas (2012).

  • 27

    FIGURA 3 ARGAMASSA PRODUZIDA EM OBRA

    Recebimento

    Armazenagem:

    Preparo da

    Argamassa Cal

    Cal (sacos)

    Areia Areia (sacos)

    Armazenagem:

    Espera por

    transporte

    vertical

    Armazenagem no

    andar:

    Espera por aplicao

    Aplicao

    FONTE: Manual de Revestimentos de Argamassas (s/d)

    SALGADO (2012), cita os dois tipos de revestimentos de argamassas, cada

    uma com propriedades diferenciadas, adequadas ao cumprimento das funes

    especficas.

    Argamassa de regularizao (Emboo)

    Camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a superfcie da

    base ou chapisco, propiciando uma superfcie que permita receber outra camada, de

    reboco ou de revestimento decorativo, ou que se constitua no acabamento final

    (NBR 13529/95).

    Para FREITAS JR. (2012), o emboo, ou massa grossa, composto

    basicamente de argamassa de cimento, cal e areia mdia no trao 1:2:9 em volume

    e deve apresentar espessura mdia entre 15mm e 25mm, admitindo-se at 30mm.

    aplicada diretamente sobre a base previamente preparada (chapiscada) e se

    destina receber as camadas posteriores (reboco e revestimento final). Para tanto

    deve apresentar porosidade e textura superficiais compatveis com a capacidade de

    aderncia do acabamento previsto. Ambas so caractersticas determinadas pela

    granulometria dos materiais e pela tcnica de execuo. Segundo SABBATINI

    (2003).

  • 28

    Argamassa de acabamento (Reboco)

    Camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboo (NBR

    13529/95). Segundo FREITAS JR. (2012), composto por argamassa de cal e areia

    fina no trao 1:4, em volume. Tem finalidade de servir de acabamento dos

    revestimentos de argamassa ou de suporte para a pintura, devendo ser

    perfeitamente regular, com pouca porosidade. Sua espessura, apenas o suficiente

    para constituir uma pelcula sobre o emboo, no deve ultrapassar 5mm. Deve

    apresentar resistncia superficial elevada, para absorver as solicitaes sem

    danificar-se, pois est sujeita a desgaste superficial provocado por atividades do

    usurio ou por agentes agressivos (SABBATINI, 2003).

    Para SILVA (2006) a aplicao segue molhando-se o emboo, colocando a

    argamassa na desempenadeira e comprimindo-a, de baixo para cima no emboo, de

    maneira que se obtenha uma espessura de 3 a 4 mm. Em seguida, com movimentos

    circulares, procura-se desbastar a espessura e ao mesmo tempo uniformizar a

    parede de maneira a se atingir uma camada de 2 a 3 mm.

    MACIEL et al. (1998) descreve as atividades, equipamentos e aspectos

    quanto a produo e organizao do canteiro, para produo de argamassa

    preparada em obra:

    Atividades: medio, em massa ou em volume, das quantidades de

    todos os materiais constituintes; Transporte desses materiais at o

    equipamento de mistura; Colocao dos materiais no equipamento;

    mistura.

    Equipamentos: equipamento de mistura (betoneira ou

    argamassadeira); Recipientes para a medio dos materiais (carrinhos de

    mo ou padiolas); ps; peneiras para eliminar torres e materiais

    estranhos ao agregado.

    Central de produo: nmero de equipamentos de mistura adequado

    ao volume dirio de consumo e prxima ao estoque dos materiais e ao

    equipamento de transporte vertical).

    Estocagem individual de cada material, tendo assim, maior rea de

    estocagem e interferncia com o transporte vertical de outros materiais.

  • 29

    Normatizao para execuo de argamassa preparada em obra:

    NBR 7200:1998 - Execuo de revestimento de paredes e tetos de argamassas

    inorgnicas Procedimento.

    NBR 5735:1991 - Cimento Portland de alto-forno.

    NBR 5732:1991 - Cimento Portland comum.

    NBR 13749:1996 - Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas

    Especificao.

    NBR 13530:1995 - Revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgnicas.

    NBR 13529:1995 - Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas.

    NBR 13276:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimentos de

    paredes e tetos Determinao do teor de gua para obteno do ndice de

    consistncia-padro Mtodo de ensaio.

    NBR 13277:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de

    paredes e tetos Determinao da reteno de gua Mtodo de ensaio.

    NBR 13278:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de

    paredes e tetos Determinao da densidade de massa e do teor de ar incorporado

    NBR 13279:2005 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e

    tetos Determinao da resistncia a compresso Mtodo de ensaio.

    NBR 13280:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e

    tetos - Determinao da densidade de massa aparente no estado endurecido.

    NBR13281:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos

    NBR 15258:2005 - Argamassa para revestimento de paredes e tetos - Determinao

    da resistncia potencial de aderncia trao.

    NBR 15259:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e

    tetos - Determinao da absoro de gua por capilaridade e do coeficiente de

    capilaridade.

    3.3.3.3.2. Revestimento em Argamassa Mista Industrializada

    Segundo a NBR 13529/95, a argamassa industrializada proveniente da

    dosagem controlada, em instalao prpria, de aglomerante(s) de origem mineral,

    agregado(s) mido(s) e, eventualmente, aditivo(s) e adio(es) em estado seco e

    homogneo. A embalagem pode ser plstica ou de papel Kraft, semelhante aos

  • 30

    sacos de cal e cimento. No momento da utilizao, o preparo da argamassa feito

    apenas com adio de gua. No que se refere as composies, optamos pelo

    chapisco rodado em obra e o camada nica com argamassa industrializada.

    O Manual de Revestimentos em Argamassa fala que por serem produzidas

    por processos industriais, mecanizados e com controle rgido de produo, as

    argamassas ensacadas apresentam grande uniformidade de dosagem. Isto significa

    dizer que se pode conseguir a repetio de um trao com um grau de confiana

    satisfatrio.

    O preparo pode ser efetuado em uma nica central que se faa o transporte

    da argamassa pronta at o local de uso (FIGURA 4), ou de uma maneira mais

    racional, pode-se transportar os sacos e armazen-los nos andares (FIGURA 5),

    efetuando o preparo atravs de misturadores alocados no pavimento, no momento

    da aplicao (Manual de Revestimentos em Argamassa (s/d).

    FIGURA 4 - ARGAMASSA ENSACADA

    Recebimento: Sacos de argamassa

    Armazenagem no andar: Sacos de argamassa

    Preparo da Argamassa Armazenagem no andar: Pequenas quantidades

    Aplicao

    FONTE: Manual de Revestimentos de Argamassas (2012).

  • 31

    FIGURA 5 ARGAMASSA ENSACADA COM TRANSPORTE VERTICAL

    Recebimento: Sacos de argamassa

    Armazenagem: Sacos de argamassa

    Preparo da Argamassa Armazenagem: Espera por transporte vertical

    Armazenagem no andar: Espera por aplicao

    Aplicao

    FONTE: Manual de Revestimentos de Argamassas (s/d).

    MACIEL et al. (1998) descreve as atividades, equipamentos e aspectos

    quanto a produo e organizao do canteiro:

    Atividades: colocao da quantidade especfica do material em p no

    equipamento de mistura, seguida da adio da gua.

    Equipamentos: argamassadeira e os recipientes para a colocao da

    gua.

    Central de produo: caso no seja produzida nos prprios pavimentos

    do edifcio, h possibilidade de reduo da ocupao do canteiro e

    interferncia com o transporte vertical dos outros materiais.

    Estocagem dos sacos de argamassa, menor rea de estocagem, maior

    facilidade de controle do material.

    Caractersticas:

    Na mistura da argamassa recomenda-se o uso de equipamentos de

    mistura mecnica, onde pode ser utilizada a argamassadeira. A mistura

    manual deve ser evitada, pois no permite uma mistura homognea,

    podendo comprometer o desempenho do revestimento.

  • 32

    A quantidade de gua que ser acrescentada na mistura deve

    sempre ser dosada, de acordo com o trao exigido;

    Exige a regularidade das alvenaria, assim como, blocos de concreto e

    cermicos de melhor qualidade.

    As propriedades so asseguradas pelo fabricante.

    Espessura varia de 5mm a 10mm, podendo chegar at no mximo

    20mm.(FREITAS JR., 2012).

    Normatizao para execuo de argamassa industrializada:

    NBR 13281:2005 Argamassa industrializada para assentamento de paredes e

    revestimento de paredes e tetos Especificao.

    NBR 13276:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimentos de

    paredes e tetos Determinao do teor de gua para obteno do ndice de

    consistncia-padro Mtodo de ensaio.

    NBR 13277:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de

    paredes e tetos Determinao da reteno de gua Mtodo de ensaio.

    NBR 13278:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de

    paredes e tetos Determinao da densidade de massa e do teor de ar incorporado

    NBR 13279:2005 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e

    tetos Determinao da resistncia a compresso Mtodo de ensaio.

    NBR 13280:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e

    tetos - Determinao da densidade de massa aparente no estado endurecido.

    NBR 15258:2005 - Argamassa para revestimento de paredes e tetos - Determinao

    da resistncia potencial de aderncia trao

    NBR 15259:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e

    tetos - Determinao da absoro de gua por capilaridade e do coeficiente de

    capilaridade.

  • 33

    3.3.4. Revestimento em Gesso

    3.3.4.1. Definio

    Segundo CLARO (2013) o revestimento de gesso o recobrimento de

    superfcies, paredes e tetos confeccionado in-loco. uma mistura de aglomerante e

    gua, conforme FIGURA 6. Quando aplicado em paredes substitui o chapisco, o

    emboo, o reboco e a massa corrida. Este tipo de revestimento chamado de gesso

    sarrafeado (FREITAS JR., 2012).

    FIGURA 6 PASTA DE GESSO

    FONTE: Revista Tchne (2012)

    3.3.4.2. Caractersticas

    CLARO (2013) recomenda a utilizao em superfcies internas secas, pois a

    umidade e a gua alteram as caractersticas do gesso. De acordo com Antunes

    (1999), a aderncia e a dureza superficial so as principais propriedades mecnicas

    a sofrerem influncia pela relao gua/gesso. De maneira geral, o aumento da

    relao gua/gesso provoca o aumento da porosidade na pasta.

    Segundo SILVA (2012), a aplicao da pasta de gesso pode ser executada

    por projeo manual (FIGURA 7) ou mecnica (FIGURA 8) para alvenarias de

    blocos cermicos e de concreto. De acordo com SABBATINI (2003) a pasta tm as

    seguintes caractersticas:

  • 34

    Tempo de pega inicial: 10 min.

    Tempo de pega final: 45 min.

    Espessura do revestimento: 4 a 15mm.

    FIGURA 7 - PROJEO MANUAL FIGURA 8 - PROJEO MECNICA

    PASTA DE GESSO PASTA DE GESSO

    FONTE: Revista Tchne (2012)

    Para aplicao da pasta h necessidade de bases com boa regularidade

    superficial e preciso geomtrica (SABBATINI, 2003). Este tipo de revestimento

    proporciona excelente acabamento e de pequena espessura, substituindo com

    vantagens de rapidez e custo os revestimentos convencionais. No necessita

    acabamento, frequentemente dispensa massa corrida ou reduz muito seu uso,

    proporcionando economia de mo de obra (FREITAS JR., 2012). Porm, so

    suscetveis a deformaes, choques, no auxiliam no isolamento acstico e fixao

    de cargas suspensas (SABBATINI, 2003). FREITAS JR. (2012) fala ainda da

    importncia de utilizar proteo ou pintura anticorrosiva quando h presena de

    peas metlicas, para que sejam evitados aparecimento de manifestaes

    patologicas.

    Quanto a estocagem do material:

    A pasta de gesso fornecida em sacos, e a estocagem do material feita sobre

    paletes de madeira, em lugar seco, afastado das paredes e empilhamento mximo

    de 15 sacos (SABBATINI, 2003).

  • 35

    3.3.4.3. Procedimento Executivo

    De acordo com SILVA (2012), a pasta de gesso lanada manualmente ou

    mecanicamente sobre a alvenaria, e as demais etapas de acabamento do

    revestimento de gesso so iguais s do processo convencional:

    Preparao da superfcie;

    Execuo das taliscas (FIGURA 9);

    Execuo das mestras (FIGURA 10);

    Projeo da pasta;

    Sarrafeamento (FIGURA 11);

    Correo do sarrafeamento e alisamento (FIGURA 12) .

    Em relao ao revestimento com argamassa, eliminam-se as etapas de chapisco,

    emboo e reboco (CORSINI, 2011).

    FIGURA 9 EXECUO DE TALISCAMENTO FIGURA 10 EXECUO DE MESTRAS

    FONTE: Revista Tchne (2012)

    FIGURA 11 EXECUO DE SARRAFEAMENTO FIGURA 12 EXECUO DE ACABAMENTO

    FONTE: Revista Tchne (2012)

  • 36

    SILVA (2012) explica que este sistema aplicvel apenas em reas internas

    do edifcio, isto , ambientes secos. No recomendvel a utilizao da pasta de

    gesso nas paredes ou estruturas de cozinhas, banheiros, reas de servio e outras

    reas molhveis e molhadas do edifcio.

    No caso de revestimento de gesso sobre estruturas de concreto armado

    (lajes, vigas e pilares) deve ser prevista a preparao da superfcie com a aplicao

    de chapisco rolado, a fim de eliminar a possibilidade de deslocamento do gesso de

    revestimento em funo do desmoldante utilizado nas frmas usadas na

    concretagem, sendo este removido da superfcie do concreto antes da aplicao do

    revestimento de gesso projetado.

    De acordo com CORSINI (2011), a espessura da camada de gesso vai

    depender, principalmente, da regularidade da superfcie, no ultrapassando 20mm.

    Normatizao para execuo de pasta de gesso:

    NBR 12127:1991 Gesso para construo - Determinao das propriedades fsicas

    do p;

    NBR 12128:1991 Gesso para construo - Determinao das propriedades fsicas

    da pasta;

    NBR 12129:1991 Gesso para construo - Determinao das propriedades

    mecnicas;

    NBR 12130:1991 Gesso para construo - Determinao da gua livre e de

    cristalizao de teores de xido de clcio e anidrido sulfrico;

    NBR 13207:1994 Gesso para construo civil Especificaes

    NBR 13867:1994 Revestimento interno de paredes e tetos com pastas de gesso -

    Materiais,preparo, aplicao e acabamento

    3.4. Alvenaria de Vedao Vertical Interna com Bloco de Concreto

    3.4.1. Definio

    Conforme a NBR 6136:2007, caracteriza-se bloco vazado de concreto

    simples para alvenaria sem funo estrutural o componente de alvenaria em

    concreto cuja rea lquida for igual ou inferior a 75% da rea bruta. Classificam-se

    na Classe D, para uso em paredes acima do nvel do solo.

  • 37

    3.4.2. Caractersticas

    Segundo o Sindicato Nacional da Indstria de Produtos de Cimento, os

    blocos de concreto so fabricados com cimento, agregados e gua, sendo ainda

    permitido o uso de aditivos. A cura deve assegurar a homogeneidade e integridade

    em todo processo construtivo.

    A NBR 6136:2007 apresenta as caractersticas tcnicas que a alvenaria

    vertical interna com blocos de concreto sem funo estrutural deve atender:

    Resistncia compresso: A resistncia compresso dos blocos de

    concreto simples (sem funo estrutural) deve ser maior ou igual a 2,0 MPa.

    Aspecto visual: Os blocos devem ter arestas vivas e no apresentar trincas

    ou outras imperfeies que possam comprometer a resistncia e durabilidade da

    construo ou prejudicar o seu assentamento.

    Absoro de gua: No caso de uso de agregado normal, a absoro mdia

    de gua deve ser menor ou igual a 10%. Caso tenha sido utilizado agregado leve, a

    absoro mdia deve ser menor ou igual a 13% e a absoro individual deve ser

    menor ou igual a 16%.

    Retrao na secagem: Menor ou igual a 0,0065%.

    Tolerncias dimensionais: As tolerncias dimensionais so de 2mm

    para largura e 3mm para altura e comprimento.

    Classificao quanto a dimenso : Possuem diversas dimenses de

    fabricao, como possvel observar na FIGURA 13, entre elas as mais comuns

    existentes no mercado so (largura x altura x comprimento): blocos da famlia

    09x19x39cm, blocos da famlia 14x19x39cm e blocos da famlia 19x19x39cm.

  • 38

    FIGURA 13 - VARIEDADES DE BLOCOS DE CONCRETO

    FONTE: TRAMONTIN (2005)

    As dimenses reais dos blocos vazados de concreto, devem corresponder

    as dimenses apresentadas na TABELA 3.

    TABELA 3 - DIMENSES REAIS DOS BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES

    Dimenso Designao

    Dimenses padronizadas (mm)

    (cm) Largura Altura Comprimento

    20 M - 20 190 190 390

    190

    15 M - 15 140 190 390

    190

    12,5 M - 12,5 115 190 390

    190

    10 M - 10 90 190 390

    190 FONTE: NBR 6136:2007

    Vida til de projeto : A vida til do projeto da alvenaria de vedao interna

    com blocos de concreto simples de 20 a 30 anos (NBR 6136:2007).

    Resduos de blocos de concreto sem funo estrutural : Conforme a

    resoluo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 307 de 05 de julho de

    2002, os resduos de concreto e argamassa so considerados classe A, sendo

    possvel serem reutilizados conforme item 4.1 Resduos de Entulhos.

    3.4.3. Procedimento Executivo

    Quanto execuo da alvenaria com blocos de concreto, so sempre

    assentados em p com os furos na vertical, e devem ser molhados para que no

    absorvam a gua da argamassa de assentamento, no ocasionando diminuio de

    sua resistncia (Rodrigues, (s/d)).

  • 39

    O TCPO (2010) apresenta o procedimento para execuo de vedaes com

    bloco de concreto:

    1) Executar a marcao da modulao da alvenaria, assentando-se os

    blocos dos cantos, em seguida, fazer a marcao da primeira fiada com blocos

    assentados sobre uma camada de argamassa previamente estendida,

    alinhados pelo seu comprimento.

    2) Ateno construo dos cantos, que deve ser efetuada

    verificando-se o nivelamento, perpendicularidade, prumo e espessura das

    juntas, porque eles serviro como gabarito para a construo em si.

    3) Esticar uma linha que servir como guia, garantindo o prumo e

    horizontalidade da fiada.

    4) Verificar o prumo de cada bloco assentado.

    5) As juntas entre os blocos devem estar completamente cheias, com

    espessura de 10 mm.

    6) As juntas verticais no devem coincidir entre fiadas contnuas, de

    modo a garantir a amarrao dos blocos.

    Normatizao para execuo de vedao com bloco de concreto

    NBR6136:2007 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Requisitos.

    3.5. Alvenaria de Vedao Vertical Interna com Bloco Cermico

    3.5.1. Definio

    Segundo a NBR 15270-1 (ABNT, 2005), os blocos cermicos para vedao

    constituem as alvenarias externas ou internas que no tem a funo de resistir a

    outras cargas verticais, alm do peso da alvenaria da qual faz parte.

  • 40

    FIGURA 14 - BLOCO CERMICO FURADO DE VEDAO COM FUROS NA HORIZONTAL

    FONTE: NBR 15270-1, 2005

    Os blocos cermicos so definidos como sendo um componente de

    alvenaria em forma de um prisma reto, que possui furos prismticos ou cilndricos

    perpendiculares s faces que os contm. A qualidade dos blocos cermicos est

    intimamente relacionada qualidade das argilas empregadas na fabricao e

    tambm ao processo de produo, queimado a elevadas temperaturas (NBR15270-

    1:2005).

    3.5.2. Caractersticas

    Segundo a NBR 15270:2005, a alvenaria vertical interna com blocos

    cermicos deve atender as seguintes caractersticas tcnicas:

    Resistncia compresso: A resistncia compresso dos blocos

    cermicos de vedao tem os seguintes valores mnimos: 1,5 MPa para blocos

    usados com furos na horizontal e 3,0 MPa para blocos com furos na vertical, referida

    rea bruta.

    Aspecto visual: A norma especifica que o bloco cermico de vedao seja

    isento de defeitos sistemticos, como quebras, superfcies irregulares ou

    deformaes (desvios de forma) que no permitam seu emprego na funo

    especificada.

    As caractersticas da superfcie externa do bloco so especificadas de

    comum acordo entre fornecedor e comprador (face lisa ou com ranhuras).

  • 41

    Absoro de gua: Limite mnimo de 8% e mximo de 22%.

    Desvio em relao ao esquadro: Mximo de 3mm.

    Planeza das faces ou flecha: Flecha mxima de 3mm.

    Tolerncias dimensionais (relacionadas s dimenses de fabricao):

    As tolerncias dimensionais individuais so de 5mm e as tolerncias dimensionais

    relativas mdia das dimenses so de 3mm, para cada grandeza considerada:

    largura, altura e comprimento.

    Espessura das paredes dos blocos e dos septos: A espessura mnima

    das paredes dos blocos deve ser de 7mm e a espessura mnima dos septos, de

    6mm. Quando a superfcie do bloco apresentar ranhuras, a medida das paredes

    externas corresponder menor espessura.

    De acordo com Martins (2009) outros aspectos a serem analisados quanto

    s alvenarias de blocos cermicos:

    Arestas vivas e cantos resistentes;

    Som claro quando percutido;

    Ausncia de fendas e cavidades;

    Facilidade no corte;

    Homogeneidade da massa e cor uniforme;

    Pouca porosidade (baixa absoro).

    As alvenarias apresentam um bom comportamento s solicitaes de

    compresso, e o principal fator que influi na resistncia compresso da parede a

    resistncia compresso do bloco. Quando executadas com juntas de amarrao,

    elas apresentam um razovel poder de redistribuio de cargas, distribuindo as

    cargas das paredes mais carregadas para as paredes menos carregadas. A

    redistribuio de cargas s ser interrompida em vos de portas e janelas, onde

    haver uma concentrao de tenses, onde a utilizao de elementos pr-moldados

    (cintas, vergas e contravergas), elimina possibilidades de rupturas e aparecimento

    de fissuras (RIPPER, 1995).

  • 42

    Os blocos furados tm tambm um bom comportamento quanto ao

    isolamento trmico e acstico, devido ao ar que permanece aprisionado no interior

    dos seus furos (RODRIGUES (s/d)).

    Vida til de projeto: A vida til do projeto de alvenaria de vedao com

    blocos cermicos sem funo estrutural de 20 a 30 anos (NBR15270:2005).

    Resduos de blocos de concreto sem funo estrutural: Conforme a

    resoluo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 307 de 05 de julho de

    2002, os resduos de concreto e argamassa so considerados classe A, sendo

    possvel serem reutilizados conforme item 3.1 Resduos de Entulhos.

    3.5.3. Procedimento Executivo

    A TCPO (2010) apresenta o procedimento para execuo de vedaes

    internas e externas:

    1) Executar a marcao da modulao da alvenaria, assentando-se

    os tijolos dos cantos, em seguida, fazer a marcao da primeira fiada com

    tijolos assentados sobre uma camada de argamassa previamente estendida,

    alinhados pelo seu comprimento. Segundo LORDSLEEM JR. (2001),

    desejvel que para a locao da alvenaria seja designado um pedreiro ou

    equipe de pedreiros, devidamente qualificados e treinados (habilidosos,

    motivados, de grande responsabilidade profissional e com capacidade para

    ler e interpretar o projeto). Recomenda-se tambm que este pedreiro ou

    equipe sejam os nicos a executar a locao de todos os pavimentos,

    resultando no ganho de produtividade, uniformidade e qualidade do servio.

    2) Ateno construo dos cantos, que deve ser efetuada

    verificando-se o nivelamento, perpendicularidade, prumo e espessura das

    juntas, porque eles serviro como gabarito para a construo em si.

    3) Esticar uma linha que servir como guia, garantindo o prumo e

    horizontalidade da fiada.

    4) Verificar o prumo de cada tijolo assentado.

  • 43

    5) As juntas verticais no devem coincidir entre fiadas contnuas,

    de modo a garantir a amarrao dos tijolos.

    Segundo LORDSLEEM Jr. (2001), antes da locao dever ser verificado o

    nivelamento da laje, atravs do nvel de mangueira ou aparelho de nvel, devendo-se

    fazer correes caso o desnivelamento seja superior a 2cm. De acordo com o

    mesmo autor, deve-se dar ateno quanto marcao da alvenaria em relao aos

    eixos de referencia, os quais, preferencialmente devem ser os mesmos que foram

    utilizados na locao da estrutura. Iniciando a locao pelas paredes da fachada e

    em seguida, locar as paredes internas de acordo com a locao das paredes de

    fachada.

    Normatizao para execuo de vedao com bloco cermico

    NBR 15270-1:2005 - Componentes cermicos - Blocos cermicos para alvenaria

    de vedao: terminologia e requisitos.

    NBR 15270-3:2005 Blocos cermicos para alvenaria estrutural e de vedao:

    mtodos de ensaio.

    NBR 8545:1984 - Execuo de alvenaria sem funo estrutural de tijolos e blocos

    cermicos

    3.6. Vedao Vertical em Drywall

    3.6.1. Definio

    Segundo COMAT (2012), o sistema drywall utilizado na construo de

    paredes e forros para ambientes internos. um sistema composto por chapas de

    gesso (sanduche de carto com gesso), parafusadas em perfis de ao

    galvanizado, com alta resistncia mecnica e acstica. tambm chamado de

    Sistema de Construo a seco. So compostos por um conjunto de componentes,

    com funes de compartimentao, que definem e limitam verticalmente os

    ambientes internos dos edifcios, controlando o fluxo de agentes solicitantes e

    cumprindo as exigncias dos usurios (NBR 15758-1:2009).

  • 44

    3.6.2. Caractersticas

    O sistema construtivo composto de chapas de gesso com grandes

    dimenses (120cm de largura e comprimento variando de 180cm a 360cm, podendo

    ser produzidas com outros comprimentos mediante encomenda) e espessuras de

    6,0, 6,5, 9,0, 12,5 e 15 mm, sendo a de 12,5mm a de uso mais comum

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    As chapas so compostas por massa de gesso com aditivos prensada entre

    duas lminas de carto. H trs tipos de chapas principais: Standard (ST), para uso

    geral; Resistente umidade (RU), tambm conhecida como chapa verde, para

    usos em ambientes sujeitos a umidade; e Resistente ao Fogo (RF), para reas nas

    quais o Corpo de Bombeiros exige maior resistncia a incndios, conhecidas como

    chapa rosa. As bordas ainda podem ser rebaixadas ou quadradas (ASSOCIAO

    BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    Segundo a NBR 14715:2001, as chapas de gesso acartonado devem ter as

    seguintes especificaes:

    Marca e/ou fabricante;

    Identificao do lote de produo;

    Tipo de chapa;

    Tipo de borda;

    Dimenses da chapa: espessura, largura, expressas de acordo com

    Sistema Mtrico Internacional;

    Referncias a esta Norma.

    Quanto ao aspecto, s chapas devem ser slidas, ter faces planas, sem

    ondulao aparente e sem manchas. O carto deve estar solidrio ao gesso.

    As peas utilizadas para fixar os componentes do sistema Drywall (paredes)

    so: buchas plsticas e parafuso com dimetro mnimo de 6mm e a fixao deve ser

    base de tiros (com pistolas adequadas para a finalidade) (COMAT, 2012).A

    fixao entre os componentes do sistema drywall se dividem em dois tipos:

    Fixao dos perfis metlicos entre si (metal/metal).

    Fixao das chapas de gesso sobre os perfis metlicos (chapa/metal).

    Para as juntas e colagens se utiliza massas (em p ou massa pronta) e fitas

    apropriadas para o acabamento, no devendo usar gesso em p ou massa-corrida

  • 45

    para pintura na execuo das juntas.Definidos em projetos ou especificados por

    profissionais qualificados, os acessrios responsveis pela montagem do sistema de

    drywall so citados a seguir, por COMAT (2012):

    Tirante;

    Juno H;

    Suporte nivelador (possuir trs tipos);

    Pea de reforo;

    Clip;

    Conector;

    Apoio poliestireno (banda acstica);

    Apoio ou suporte metlico;

    Alapo.

    COMAT (2012) ainda faz uma relao de equipamentos utilizados para

    montagem do sistema:

    Marcao, medio e alinhamento (nvel laser e bola, prumo e

    mangueira de nvel e linha de nilon);

    Corte das chapas (faca retrtil ou estilete, serrote comum e de ponta);

    Parafusamento automtico das chapas nos perfis (parafusadeira);

    Furao (furadeira);

    Desbaste das bordas das chapas (plaina);

    Abertura articulares (serra copo);

    Corte de perfis metlicos (tesoura);

    Fixao dos perfis entre si (alicate puncionador);

    Posicionamento e ajustes das chapas (levantador de chapa de p e

    levantador manual);

    Tratamento das juntas entre as chapas (esptula metlica, esptula

    metlica larga, esptula metlica de ngulo e desempenadeira metlica);

    Preparo das massas (batedor);

    Fixao (pistola finca-pino).

    Os paredes podem ser dividas em parede simples (composta por uma nica

    camada de chapas de gesso acartonado em cada face) e parede dupla (parede

    composta por duas camadas de chapas de gesso acartonado em cada face),

  • 46

    podendo ter isolamento acstico com o uso da l mineral instalada entre as chapas

    (COMAT, 2012).

    A definio das paredes descrita por uma sequencia de at 9 itens, entre

    nmeros e letras, definidos pela COMAT (2012):

    1 letra identificao do tipo de parede pelo fabricante;

    1 nmero espessura total da parede (mm);

    2 nmero largura dos montantes (mm);

    3 nmero largura dos montantes (mm);

    Detalhe construtivo dos montantes:

    MD Montante duplo;

    MS Montante simples;

    DE (L ou S) Dupla estrutura (ligada ou separada);

    Chapas de 1 face quantidade e tipos de chapas de uma face;

    Chapas 2 face quantidades e tipos de chapas da outra face;

    LM presena de l mineral (de vidro/ de rocha) com quantidade de

    camadas e respectivas espessuras.

    As caractersticas do desempenho das paredes com chapa de gesso

    acartonado so apresentadas por COMAT (2012) de acordo com a TABELA 7:

  • 47

    TABELA 4 CARACTERSTICAS DE DESEMPENHO DO DRYWALL

    FONTE: COMAT SINDUSCON-MG (2012)

    3.6.3. Procedimento Executivo

    O processo de montagem da parede de gesso acartonado pode ser

    executado como descreve MEDEIROS (2005):

    a) Marcao e fixao da estrutura metlica no piso nivelado e limpo;

    b) Colocao de uma das faces da chapa;

    c) Colocao de reforos em madeira e acessrios metlicos;

    d) Instalaes eltricas e hidrulicas (FIGURA 15 );

    f) Isolamento termo-acstico;

    g) Fechamento com chapa da 2 face da parede;

    h) Tratamento das juntas e acabamento.

  • 48

    FIGURA 15 INSTALAES ELTRICAS E HIDRULICAS

    FONTE: Apartamentos novos (2013).

    Para MACIEL et.al. (1998), aps a montagem das paredes de drywall

    (FIGURA 16) a estrutura da edificao pode ser executada de maneira independente

    das vedaes e instalaes, o que aumenta a produtividade.

    FIGURA 16 EXECUO DE PAREDE EM DRYWALL

    FONTE: Drytec (2012).

  • 49

    Normatizao para execuo de gesso acartonado (Drywall)

    NBR14715:2010 - Chapas de gesso acartonado - Requisitos

    NBR 15758:2009 Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall

    Projeto e procedimentos executivos para montagem.

  • 50

    4. RESDUOS DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS

    A gesto de resduos passou a demandar ateno cada vez maior dos

    construtores, em razo das exigncias da legislao ambienta brasileira. Uma boa

    gesto ambiental do canteiro de obras no tem como objetivo nico o cumprimento

    da legislao. Em paralelo, gera qualidade e produtividade, contribuindo para a

    diminuio dos acidentes de trabalho, alm de reduzir os custos de produo dos

    empreendimentos e de destinao de resduos. O grande benefcio para o meio

    ambiente a menor gerao de resduos e, consequentemente, o menor uso dos

    recursos naturais (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    A coleta seletiva ou diferenciada melhora a qualidade do resduo a ser

    enviado para a reciclagem, tornando-a mais fcil. Nesse sentido, o treinamento da

    mo de obra envolvida nas operaes, incluindo os prestadores de servios

    terceirizados, fundamental para a obteno de melhores resultados

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    4.1. Resduos de Entulhos

    um conjunto de fragmentos e restos de construo civil, provenientes de

    reformas, ou demolio de estruturas (prdios, residncias, pontes, etc.), conhecidos

    como entulho. Compe-se de restos (concretos e argamassas, ou seja, aqueles que

    contem cimento, cal, areia e brita) e fragmentos de materiais (elementos pr-

    moldados, como materiais cermicos, blocos de concreto, e outros). So

    classificados como Resduos Classe A.

    A reciclagem do entulho tem como destino peas no estruturais, pois

    geralmente no apresenta caracterstica de homogeneidade de resistncia e de

    outras propriedades para ser usado em concretos estruturais, por ter origem variada

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    A Resoluo n307/2002 (Anexo I) estabelece diretrizes, critrios e

    procedimentos para a gesto dos resduos da construo civil atravs da

    implementao de diretrizes para a efetiva reduo dos impactos ambientais

    gerados pelos resduos oriundos da construo civil (SECRETARIA DO MEIO

    AMBIENTE E RECURSOS HDRICOS PR).

    De acordo com essa mesma resoluo (Anexo 10), os resduos da

    construo civil Classe A devero ser destinados das seguintes formas: devero ser

  • 51

    reutilizados ou reciclados na forma de agregados (FIGURA 17), ou encaminhados a

    reas de aterro de resduos da construo civil (FIGURA 18), sendo dispostos de

    modo a permitir a sua utilizao ou reciclagem futura (obras de edificao,

    infraestrutura ou outras obras de engenharia).

    FIGURA 17 - RECICLADOR RESDUOS DE ALVENARIA RECICLADOS PARA

    REUTILIZAO COMO AGREGADOS DE PAVIMENTAO EM PRPRIA OBRA.

    FONTE: Revista Tchne Construo e Tecnologia de Materiais (s/d)

    FIGURA 18 - USINA PARA RECICLAGEM DE ENTULHO DE CONSTRUO CIVIL

    ATERRO DE RESDUOS INERTES.

    FONTE: Dirio de Sorocaba

  • 52

    De acordo com FREITAS JR. (2012), a destinao dos resduos Classe A

    (entulhos) tem em mdia custo de R$ 150,00 por caamba.

    4.2. Resduos de Gesso

    Todas as utilizaes do gesso (paredes, forros e revestimentos) geram

    resduos. Estes, ao contrrio do que se imaginava at pouco tempo, no lixo, mas

    materiais que podem ser reaproveitados de diferentes formas (ASSOCIAO

    BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    Segundo o mesmo autor, o gesso merece cuidado, nas diversas formas em

    que aplicado na construo civil, desde sua especificao correta, passando pelo

    treinamento da mo de obra responsvel por sua aplicao e pelo cumprimento das

    normas tcnicas relacionadas sua utilizao, at a fase de coleta, segregao,

    transporte e destinao final dos seus resduos.

    Em ordem de importncia, pelo volume de resduos gerados nas obras,

    esto os seguintes materiais produzidos base de gesso: gesso para revestimento;

    placas e ornamentos de gesso fundido; chapas para drywall; e massas para

    tratamento de juntas de sistemas drywall (ASSOCIAO BRASILEIRA DO

    DRYWALL, 2011).

    No revestimento de pasta de gesso, a gerao de resduos ocorre tanto na

    operao de aplicao quanto no posterior nivelamento da superfcie do

    revestimento como mostra a FIGURA 19 (ASSOCIAO BRASILEIRA DO

    DRYWALL, 2011).

    FIGURA 19 Resduos gerados do revestimento de pasta de gesso.

    FONTE: Associao Brasileira do Drywall, 2011.

  • 53

    Quanto aos resduos gerados pelo drywall, alm das chapas e massas de

    tratamento das juntas, so compostos por perfis estruturais de ao galvanizado,

    parafusos, fitas de papel para tratamento de juntas e banda acstica (fita

    autoadesiva de espuma colada em todo o permetro externo da estrutura, visando

    compensar pequenas imperfeies da superfcie de contato, bem como aumentar o

    ndice de isolamento sonoro, assegurando o conforto acstico do ambiente). Todos

    esses componentes, assim como as chapas e as massas so 100% reciclveis

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    Todos os resduos de gesso devem ser coletados e armazenados em local

    especfico nos canteiros conforme FIGURA 20. Devem ser separados de outros

    materiais com madeira, papis, restos de alvenaria (tijolo, blocos, argamassa, etc.) e

    lixo orgnico. O local de armazenagem dos resduos de gesso na obra deve ser

    seco e pode ser feita em caixa com piso concretado ou em caamba. Em ambos os

    casos o local deve ser coberto e protegido das chuvas e outros possveis contatos

    com a gua (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    FIGURA 20 ARMAZENAGEM DOS RESDUOS DE GESSO

    FONTE: Associao Brasileira do Drywall, 2011.

    O transporte de resduos deve obedecer s regras estabelecidas pelo rgo

    municipal responsvel pelo meio ambiente ou pela limpeza pblica. Os

    transportadores devem ser cadastrados nesses rgos so e autorizados a circular

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).

    Quanto destinao, devero ser encaminhados a reas de Transbordo e

    Triagem (ATTs), licenciadas pelas prefeituras para receber os resduos de gesso,

  • 54

    entre outros materiais (FIGURA 21). Algumas dessas empresas fazem a coleta dos

    resduos nas obras, mediante o pagamento de taxa por metro cbico. As ATTs,

    depois de triar e homogeneizar os resduos, vendem para os setores que faro a sua

    reciclagem. Aps a reciclagem os resduos do gesso readquirem as caractersticas

    qumicas da gipsita, minrio do qual se extrai o gesso, desse modo, o material limpo

    pode ser utilizado novamente na cadeia produtiva. (ASSOCIAO BRASILEIRA DO

    DRYWALL, 2011).

    FIGURA 21 - REAS DE TRANSBORDO E TRIAGEM (ATTS)

    FONTE: Associao Brasileira do Drywall, 2011.

    De acordo com FREITAS (2012), a destinao dos resduos Classe B

    (gesso) tem em mdia custo de R$ 700,00 por caamba.

  • 55

    5. METODOLOGIA

    O mtodo utilizado para a realizao desta pesquisa foi baseado em coleta

    de informaes, bibliografias, visitas obras, artigos, monografias e outros trabalhos

    realizados. Teve o intuito de fazer uma avaliao comparativa entre os sistemas

    construtivos de vedaes verticais internas, para servir de parmetro para a escolha

    do sistema que poder ser aplicado em determinada obra.

    5.1. Procedimentos Metodolgicos

    O presente trabalho, como refere-se a um estudo no ramo da Construo

    Civil, alm de tambm avaliar caractersticas quantitativas das alternativas

    estudadas, se utiliza principalmente de dados obtidos das Tabelas de Composies

    de Preos para Oramentos (TCPO-14, 2012) comparando custos. As informaes

    qualitativas foram coletadas na pesquisa bibliogrfica. Quando no utilizada a TCPO

    para a avaliao dos custos, citado o meio utilizado para se obter os custos.

    6. ESTUDO COMPARATIVO

    O mtodo aplicado neste trabalho consiste em um estudo comparativo

    baseado no confronto entre elementos, levando em considerao seus atributos. O

    mtodo promove o exame dos dados a fim de obter diferenas ou semelhanas que

    possam ser constatadas, e as devidas relaes entre as duas (BONAT, 2009).

    6.1. Custo dos Sistemas

    Em um projeto de edificao, a tecnologia envolvida deve surgir junto com

    os estudos de viabilidade fsico-financeiras. Cada fase de pensar o projeto

    fundamental. Especial ateno deve ser dada na forma efetiva de aplicar os

    recursos tecnolgicos, tanto das caractersticas das alternativas, quanto

    propriamente no que se refere aos custos, evitando que decises sejam tomadas

    sem informaes mais aprofundadas.

    Aps levantamento de dados das tabelas de composio de custos da TCPO e

    oramentos na regio de Curitiba, tm-se as tabelas de oramentos a seguir:

  • 56

    Na TABELA 5 descrito o oramento referente elevao com blocos

    cermicos revestidos com argamassa preparada em obra (Oramento TCPO);

    A TABELA 6 refere-se ao oramento de vedao vertical com blocos cermicos

    revestidos com argamassa industrializada (Oramento TCPO);

    Na TABELA 7 tem-se o oramento da elevao com blocos cermicos revestidos

    com pasta de gesso (Oramento TCPO e fornecedor);

    Na TABELA 8 descrito o oramento de vedao vertical em blocos de concreto

    revestido com argamassa industrializada (Oramento TCPO);

    A TABELA 9 refere-se ao oramento da elevao com bloco de concreto revestido

    com pasta de gesso (Oramento TCPO e fornecedor);

    E por fim na TABELA 10 levantado o oramento de drywall para elevao vertical

    sem e com o emprego de l mineral (Oramento diretamente com fornecedor).

    Para o levantamento dos custos das argamassas na cidade de Curitiba, utilizou-se

    para a composio a areia mdia, devido a disponibilidade na regio.

    TABELA 5 - BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA PREPARADA EM

    OBRA - INCIO

    ORAMENTO - BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA PREPARADA EM OBRA

    Vedao vertical interno com Bloco cermico

    Descrio Un Clas Qtd/Coef. Preo

    Unit.R$ Preo

    TotalR$ Alvenaria de vedao com bloco cermico furado, 9 x 19 x 39 cm (furos verticais), espessura da parede 9 cm e juntas de 10 mm.

    m

    1,00

    Bloco cermico de vedao (altura: 190 mm / comprimento: 390 mm / largura: 90 mm) Un.

    MAT 13,5 0,91 12,29

    Argamassa de assentamento

    Descrio Un Clas Qtd/Coef. Preo

    Unit.R$ Preo

    TotalR$ Bloco assentado com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar trao 1:2:8

    m

    1,00

    Areia lavada tipo mdia m MAT 0,017934 54,27 0,97

    Cal hidratada CH III kg MAT 2,6754 0,32 0,86

    Cimento Portland CP II-E-32 kg MAT 2,6754 0,44 1,18

    Pedreiro h MOD 0,71 5,14 3,65

    Servente h MOD 0,577 3,65 2,11

    Total s/ Taxas: 21,05

  • 57

    TABELA 5 - BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA PREPARADA EM

    OBRA - CONTINUAO

    Revestimento com Argamassa preparada em obra

    Descrio Un Clas Qtd/Coef. Preo

    Unit.R$ Preo

    TotalR$ Chapisco para parede interna ou externa com argamassa de cimento e areia sem peneirar trao 1:3 e=5 mm

    m 1,00

    Areia lavada tipo mdia m MAT 0,0061 54,27 0,33

    Cimento Portland CP II-E-32 kg MAT 2,43 0,44 1,07

    Pedreiro h MOD 0,1 5,14 0,51

    Servente h MOD 0,15 3,65 0,55

    Total s/ Taxas: 2,46

    Emboo para parede interna com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar trao 1:2:9, e=30 mm

    m 1,00

    Areia lavada tipo mdia m MAT 0,0366 54,27 1,99

    Cal hidratada CH III kg MAT 4,86 0,32 1,56

    Cimento Portland CP II-E-32 kg MAT 4,86 0,44 2,14

    Pedreiro h MOD 0,57 5,14 2,93

    Servente h MOD 0,64 3,65 2,34

    Betoneira eltrica monofsico (potncia: 2 HP / capacidade: 400 l)

    un EQA 0,00017 2.438,00 0,41

    Ajudante h MOD 0,009194 3,65 0,03

    Total s/ Taxas: 11,4

    Reboco parede interna, com argamassa de cal hidratada e areia peneirada trao 1:3,e=5 mm

    m 1,00

    Areia lavada tipo mdia m MAT 0,00561 54,27 0,30

    Cal hidratada CH III kg MAT 1,215 0,32 0,39

    Pedreiro h MOD 0,5 5,14 2,57

    Servente h MOD 0,55122 3,65 2,01

    Ajudante h MOD 0,001530 3,65 0,01

    Betoneira eltrica monofsico (potncia: 2 HP / capacidade: 400 l)

    un. EQA 0,000028 2.438,00 0,07

    Total s/ Taxas: 5,35

    Total execuo do revestimento em Argamassa Preparada em Obra 19,21

    Total do sistema R$ 40,26

  • 58

    Contedo do servio:

    Vedao vertical interna com bloco cermico

    1) Consideram-se material e mo de obra para preparo da argamassa,

    marcao e execuo da alvenaria de vedao. Excetos os servios de

    fixao (encunhamento) da alvenaria.

    2) Perda adotada para os blocos cermicos: 5%.

    3) Perda considerada para a argamassa: 30%

    Revestimento com argamassa preparada em obra

    1) Considera material e mo de obra para preparo e aplicao da

    argamassa.

    2) O chapisco empregado como base para outros revestimentos,

    quando a superfcie for muito lisa ou pouco aderente, ou ainda quando

    apresentar reas com diferentes graus de absoro.

    3) Para emboo consideram-se material e mo de obra para secagem e