ESTUDO DE CASO SOBRE AS COMPETIÇÕES NO ÂMBITO...

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RAIMUNDA FRANCISCA XAVIER SILVA ESTUDO DE CASO SOBRE AS COMPETIÇÕES NO ÂMBITO ESCOLAR BRASÍLIA DF 2012 Universidade de Brasília

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RAIMUNDA FRANCISCA XAVIER SILVA

ESTUDO DE CASO SOBRE AS COMPETIÇÕES NO ÂMBITO

ESCOLAR

BRASÍLIA – DF

2012

Universidade de Brasília

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RAIMUNDA FRANCISCA XAVIER SILVA

ESTUDO DE CASO SOBRE AS COMPETIÇÕES NO ÂMBITO

ESCOLAR

Trabalho Monográfico apresentado como requisito final para aprovação na disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso II do Curso de Licenciatura em Educação Física do Programa Pró-Licenciatura da Universidade de Brasília Pólo Brasília – DF.

Orientador: MARCUS TULIUS DE PAULA SENNA

Brasília – DF

Dezembro

2012

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TERMO DE APROVAÇÃO

RAIMUNDA FRANCISCA XAVIER SILVA

ESTUDO DE CASO SOBRE AS COMPETIÇÕES NO ÂMBITO

ESCOLAR

Trabalho Monográfico defendido e aprovado como requisito final para

aprovação na disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso II e no Curso de

Licenciatura em Educação Física do Programa Pró-Licenciatura da Universidade de

Brasília – Pólo - Brasília – DF

________________________________________________

Marcus Tulius de Paula Senna

Professor orientador

________________________________________________

Osmar Riehl

Professor

DATA: 08 de Dezembro de 2012

CONCEITO FINAL: --------------------

BRASÍLIA-DF

Dezembro, 2012

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DEDICATÓRIA

Quatro anos se passaram e, ao longo do curso, me ausentei do seio dos

meus familiares e do aconchego do meu lar, muitas e muitas vezes para os

Encontros Presenciais e as Semanas Pedagógicas, sem falar nos finais de semana

que dediquei em prol do conhecimento, deixando de me dedicar a minha família, ao

lazer e até aos amigos.

Nesse sentido quero dedicar este trabalho, tão valioso para mim, aos meus

filhos: Pollyanna, Walteir , Laryana, Tacyana e Walker, à minha neta Jennifer , ao

meu esposo Amadeu, à minha mãe Sebastiana e ao meu saudoso pai Cícero

Francisco Xavier.

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AGRADECIMENTOS

Quando nos reunimos pela primeira vez, em 2009 na Universidade de

Brasília (UNB), para a realização de mais este curso de graduação em Educação

Física, pensei já conhecer metade do desafio que iria enfrentar durante o curso,

porém hoje passados quatro anos daquele dia, percebo o quanto tropecei em muitos

obstáculos, que se não fosse Deus e pessoas como meus familiares, professores,

meu afilhado Edi Carlos, colegas de curso e toda equipe UNB, não teria concluído o

curso, com êxito.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 10

1.1 Objetivo geral................................................................................................. 11

1.2 Objetivos específicos ou intermediários.......................................................

1.3 Hipótese........................................................................................................

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2. CAPPITULO I: EDUCAÇÃO FÍSICA E COMPETIÇÃO, LIMITES E

POSSIBILIDADES - REFERENCIAL TEÓRICO.................................................

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3. METODOLOGIA.............................................................................................. 21

4. APRESENTAÇÃO DOS DADOS...................................................................... 22

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO.................................................................................

5.1 Percepções dos alunos sobre as competições escolares.............................

5.2 Percepções dos professores sobre as competições escolares.....................

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CONCLUSÕES.................................................................................................... 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................

LISTA DE APÊNDICES........................................................................................

.LISTA DE ANEXOS ----------------------------------------------------------------------------

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LISTA DE GRÁFICOS

LISTA DE GRÁFICOS DO QUESTIONÁRIO FEITO AOS ALUNOS E

PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

GRÁFICO 01 Qual é a emoção que você sente quando participa de uma Competição Escolar e vence o jogo?................................................ .

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GRÁFICO 02 Como fica seu humor depois que perde um jogo?............................ 25 GRÁFICO 03

Qual é a emoção que você sente, em relação ao seu adversário? ..

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GRÁFICO 04 Você sente muito tristeza quando perde um Jogo importante?........................................................................................

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GRÁFICO 05

Sabendo que um time é mais forte que o seu e que se jogar com eles você vai perder, mesmo assim, o que você prefere?..............................................................................................

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GRÁFICO 06 Com que objetivo você joga nas aulas de Educação Física?............

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GRÁFICO 07

. Você consegue se divertir durante uma competição séria?.............

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GRÁFICO 08

Você acha que as tensões das competições escolares têm influências positivas ou negativas? Justifique. ..................................

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GRÁFICO 09 GRÁFICO 09.1 GRÁFICO 09.2

É possível mudar o comportamento agressivo de um aluno através do Jogo Competitivo?........................................................................ Como você analisa os alunos que participam do esporte competitivo na escola com relação aos aspectos atitudinais?.......... Como é o comportamento dos alunos/atletas durante os Jogos Competitivos?....................................................................................

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GRÁFICO 10

Como é feito o processo seletivo dos alunos que participam dos Jogos Competitivos?..........................................................................

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GRÁFICO 11

É possível trabalhar Educação Física sem jogos competitivos e ter boa motivação dos alunos?...............................................................

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GRÁFICO 12

É possível uma competição sadia na escola?...................................

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GRÁFICO 13

Você acredita que o espírito de competição desenvolva nos alunos, suas habilidades? .................................................................

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LISTA DE ABREVIATURAS

1. TCLE- Termo de Consentimento Livre Esclarecido, aprovado pelo Comitê de

Ética;

2. JEBs – Jogos Escolares Brasileiros;

3. FGDE - Federação Goiana de Desporto Escolar;

4. TCC – Trabalho de Conclusão de Curso.

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RESUMO

O objetivo do presente trabalho é analisar os aspectos sociais,

psicológicos e atitudinais dos alunos em relação às competições escolares na

formação humana. De acordo com o referencial teórico utilizado, entende que a

escola é responsável pelas maiores manifestações das práticas esportivas e com

elas, automaticamente estão as competições. Sendo assim a escola não pode negá-

las, mas para que essas manifestações tenham sentido no ambiente escolar é

necessário que a escola e principalmente os professores acreditem na possibilidade

e função educativa do esporte, sobretudo na competição. A metodologia utilizada

para a concretização dos objetivos foi um estudo de caso sobre as competições

escolares que se utilizou das pesquisas bibliográficas, da experiência profissional do

autor, da observação participante, dos questionários feitos aos alunos competidores

e aos professores de Educação Física que, através desses meios concluiu-se que

as Competições Escolares apresentam pontos positivos e negativos em relação aos

aspectos mencionados acima.

A análise e discussão pretendem, através dos argumentos levantados,

propor competições pedagógicas no ambiente escolar, enquanto evento da escola e

integrado ao Projeto Político-Pedagógico, onde terá que está impregnado com a

responsabilidade da educabilidade do sujeito. Como pilares dessa proposta,

destacamos os fatores psicológicos, sociais e os valores contidos nela, para

sustentar que é possível aprender pela competição, por meio de um tratamento

pedagógico, em que as intenções educativas, as condutas e os princípios

pedagógicos alimentem a prática educativa.

Palavras chaves: Aprendizagens, Competição Esportiva, Escola de valores.

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho de conclusão de curso está direcionado para a reflexão sobre a

Educação Física em sua relação com o Esporte, privilegiando suas inter-relações

com os processos de formação esportiva em diferentes ambientes educacionais,

considerando os aspectos sócios culturais da manifestação esportiva.

A intenção da pesquisa é descobrir as reais contribuições no que tange aos

aspectos atitudinais, psicológicos e sociais, como forma de minimizar a

vulnerabilidade social. Tem como tema: “Competições esportivas no âmbito escolar

e suas interferências no processo das relações sociais e nas atitudes dos alunos”.

Para alavancar um debate, foi lançado como problema de pesquisa, “quais as

percepções dos docentes e alunos sobre os impactos sociais e atitudinais das

competições esportivas escolares?” com isso, pretende-se conhecer a opinião dos

professores e alunos competidores da escola a respeito dessas competições e

chegar a uma conclusão dos efeitos positivos e negativos dessas atividades, a fim

de garantir aos alunos acesso a novas experiências e oportunidades de desenvolver

suas competências e potencialidades de forma não seletiva e sim democrática,

usando uma prática pedagógica que amplie sua visão para um trabalho que

incorpore as dimensões afetiva, cognitivo e sócio culturais desses alunos.

A escola investigada participa de eventos competitivos internos e externos.

Eles participam dos Jogos Escolares promovidos pela FGDE (Federação Goiana de

Desporto Escolar). Nesse sentido, eles competem contra todas as demais escolas

do município em várias modalidades e categorias. Após vencer no município eles

participam da 2ª fase em Planaltina de Goiás. Depois dessa fase seguem os

campeões para a 3ª e 4ª fase sucessivamente. Aos vencedores finais, o estado

oferece uma bolsa atleta para cada aluno para que continuem treinando e se

aperfeiçoando no esporte que competiu. Além dessas competições a escola

participa de torneios intercalasses, promovidos pelos professores de Educação

Física da Instituição. Nessas competições que a escola participa, percebo que os

alunos e professores ficam agitados e até brigam nos jogos finais devido à grande

expectativa que gera em torno dos resultados. A Educação Física Escolar deve estar

preocupada em promover competições que além do desempenho motor e da

aprendizagem, deve proporcionar a formação do caráter, as contribuições nos

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aspectos atitudinais, psicológicos e sociais, com foco no desenvolvimento geral do

aluno.

Este TCC deverá proporcionar uma reflexão crítica a respeito das

competições escolares e as aprendizagens geradas através delas e deverá ter como

meta elevar a qualidade da Educação Física escolar e o nível dessas competições.

De acordo com o Projeto Político Pedagógico da escola, criado com a

participação de toda comunidade escolar, além dos Jogos Escolares, a escola

apresenta outras formas de competição interna e externa à Instituição como torneios

e campeonatos intercolegiais e intercalasses, mas é fundamental também que se

faça uma clara distinção entre os objetivos da Educação Física Escolar e o objetivo

do esporte frente às competições, pois embora seja uma referência, o

profissionalismo não pode ser a meta almejada pela escola.

1.1 Objetivo Geral

Analisar os aspectos sociais, psicológicos e atitudinais dos alunos com

relação às competições escolares na formação humana.

1.2 Objetivos Específicos

1. Descobrir com quais objetivos as competições entram no cenário escolar.

2. Compreender o sentido da competição na formação humana.

3. Analisar as percepções dos atores escolares (professores e alunos) sobre as

competições da escola.

1.3 Hipótese

Os alunos que participam das competições esportivas no âmbito escolar

apresentam bons resultados com relação às interações sociais, aos fatores

psicológicos e ao desenvolvimento dos aspectos conceituais, atitudinais e

procedimentais através da situação do jogo

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2. CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO FÍSICA E COMPETIÇÃO, LIMITES E POSSIBILIDADES

REFERENCIAL TEÓRICO

Alguns autores afirmam que não existe competição sadia, pois é um

fenômeno humano e constitui-se na negação do outro, diminuindo a sensibilidade às

diferenças sociais, desrespeitando ou desvalorizando os trabalhos de outras

pessoas e dando continuidade às políticas de exploração e dominação entre

ganhadores e perdedores, é uma tentativa de banalizar a relação. Eles reforçam

ainda que a competição já esteja tão incorporada na Educação Física Escolar que já

nem se reflete mais sobre suas concepções e que simplesmente elas são repetidas

por isso é vista como um mito e um difícil desafio.

(SANTIM, 1990 p.89) define a competição como sendo:

(...) uma forma de entrar no mundo do mistério, de magia, de ilusões e de interesses porque está enraizado nas origens da humanidade. Sendo assim, ele está envolvido de sonhos e desilusões, de sorrisos e lágrimas, de alegria e de tristeza, de vitórias e derrotas, de festas e

lutas.

O autor se refere aos jogos dessa maneira porque as sociedades industriais

estão estabelecidas sob as idéias das empresas e toda empresa tem princípio de

lucros e perdas e todo trabalhador é visto como um profissional, um trabalhador

qualificado terá que desenvolver sua atividade orientada pelos princípios da técnica

para uma melhor produção. Os técnicos comandam o trabalho assim como os

jogadores mais técnicos comandam o jogo. O Jogo se desenvolve e se organiza

dentro da ordem social geral, isto é, suas iniciativas e organizações estão sujeitas

aos mesmos princípios da organização empresarial.

Segundo o autor, os jogos escolares eram vistos como festa, como culto ao

sagrado, como repouso, uma força capaz de unir os povos, mas atualmente, o jogo

deixou de ser uma atividade lúdica para tornar-se um trabalho e o jogador deixou de

brincar para trabalhar. No futuro, os jogos escolares devem estar pautados no

sentimento de encontro cultural e festivo da juventude escolar, inspirados na

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harmonia e no equilíbrio de consciências, responsáveis e livres, capaz de debater a

cidadania brasileira, a justiça e a paz social. A sua avaliação deve ser em torno da

harmonia, integração e festividade da juventude dentro do processo e atividades

educacionais.

Para um melhor entendimento da real função da Educação Física, Santin ver

na disciplina um processo educacional, e diz que antes de se tornar ciências e de

ser uma profissão liberal, a Educação Física é uma sabedoria de viver, uma

exigência pessoal e existencial, ou seja, é uma tarefa educativa e tem como

compromisso o crescimento, desenvolvimento e bem estar do ser humano, isto é,

saber viver e globalizar as situações humanas. Para que a disciplina seja um

processo educacional precisa mergulhar no espírito da interdisciplinaridade, onde

facilmente se estabelece fronteiras entre as várias ciências. O autor afirma que a

visão profissionalizante da Educação Física encara o mundo como mercado de

trabalho a ser disputado por correntes em nome de princípios lucrativos e de

interesses econômicos, que automaticamente se reduz a mercadorias e o negócio

engloba dentro das perspectivas de produtividade e de lucro, porém a ação

pedagógica vê na ciência um conjunto de recursos possíveis de serem utilizados e

vê na atividade profissional apenas uma possível meta a ser alcançada no processo

educacional humano. O trabalho produtivo, atualmente, não valoriza o produto

industrial e sim a vida, por isso precisamos nos conhecer profundamente.

O que importa é proporcionar a todo ser humano melhores condições de realização, não apenas dentro de certas atividades, determinada por um sistema de trabalho produtivo estabelecido pelas leis do mercado, mas a partir de seus desejos e aspirações. (SANTIN, 1990

p. 72)

Diante das origens da Educação Física, a ação pedagógica torna-se quase

impossível, uma vez que ação educativa é o homem assumindo a condição de seu

destino existencial e, falar da Educação Física como uma atividade educativa implica

defender a idéia de totalidade social do ser humano, mas para isso, cada um de nós

precisa conhecer a si mesmo através do nosso corpo, a começar pela linguagem da

corporeidade, interpretando as necessidades, os desejos, as emoções e os

sentimentos que constituem a base de seu código lingüístico. É dentro desse

contexto que se pode sentir a delicada tarefa educativa da Educação Física.

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Mais que cientistas, técnicos ou profissionais a Educação Física reclama por educadores que falem a linguagem da corporeidade humana em nome do ser humano, porque o educador não ocupa o lugar do outro, nem treina nem doutrina. Ele deixa o outro viver e deixa surgir os espaços da liberdade criativa sem impor seu pensamento verdadeiro e único, assim como transmitiam gestos esportivos precisos, transformando-se em doutrinador de ideologias dogmáticas, cria utopias, sonha, inventa e constrói mundos, mas reconhecendo em cada pessoa um construtor de idéias e de ideais, pois o ser humano faz do pensar e do movimento a fonte de expressão, da invenção e da criação da existência. SANTIN,( 1990

p.73).

Marinho (1984) relaciona a competição, com o termo Hedonismo, isto é,

sistema filosófico que tem como fundamento, o prazer. Ele defende que as

competições esportivas, de acordo com a Pedagogia Helenística, são processos

pelos quais o indivíduo é estimulado a realizar cada gesto/habilidade com a maior

perfeição possível para alcançar o objetivo de ser campeão, além de desenvolver as

habilidades motoras e o domínio mental por se tratar dos desportos. Mas ele nos

orienta também que “a atividade lúdica é algo fictício fazendo com que o indivíduo

fuja da realidade criando livremente objetos apropriados a satisfação de sua

necessidade de expansão e de realização”. Aristóteles citado por Marinho (1984) diz

que: “o prazer completa e aperfeiçoa o ato”.

Santin (1987) refere-se ao princípio da competição como sendo um elemento

ideológico que faz com que a Educação Física adquira um papel de relevância

dentro das práticas desportivas nacionais e internacionais e, está preocupado com o

papel da Educação Física a fim de evitar o princípio da produtividade dentro das

competições escolares.

Ao referir-se ao “Esporte Para Todos”, o autor afirma que:

O deixar brincar pode reavivar a sensibilidade que nos possibilita encontros alegres e festivos, em lugar de lutas competitivas. E sem dúvida, o esporte como instrumento pedagógico não sonha com Olimpíadas e Campeões, mas sonha com cidadãos conscientes, felizes e sadios, capaz de construir o seu país.

Agemann e Rodrigues (1991) lançam uma proposta de se trabalhar a

Educação Física baseada em objetivos, que poderão ser adaptados conforme a

realidade, os conteúdos, inclusive as competições escolares. O professor terá que

proporcionar condições de aguçar suas percepções no espaço e no tempo. As

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qualidades físicas irão auxiliá-los em um melhor desempenho esportivo, na

criatividade e no lazer. Os Parâmetros curriculares Nacionais de Educação Física

(1997) lançam algumas vantagens de se trabalhar os Jogos Competitivos. Segundo

eles, essa atividade desenvolve nos alunos os aspectos conceituais, atitudinais e

procedimentais através da situação do jogo. Freire (1989) afirma que: “Negar o fator

competição nos brinquedos e jogos infantis equivale, na prática, a banir o desporto

dos conteúdos de Educação Física”.

Segundo ele, o jogo ou esporte é a representação num contexto lúdico, das

ações coletivas e individuais das pessoas e da sociedade. Sabe-se que a

competição não surgiu do jogo, mas é nele representada. Olhando a sociedade

observa-se que a competição tem um caráter predatório, mas não é culpa dos jogos

e também, abolindo o caráter competitivo dos jogos, a competitividade da sociedade,

não desaparecerá.

Freire (1989) apud Huizinga (1938) conjuga da mesma Idéia dizendo que não

cabe a nós professores extinguir as competições dos jogos infantis, só porque elas

atualmente assumem um caráter devastador, mesmo porque não se podem eliminar

formas culturais que provém de fora da instituição. Cabe a escola transformar essa

atividade em competição lúdica para que elas possam assumir funções importantes,

como diz Freire (1989) apud Lorenz (1973) “dificilmente se encontrará um campo da

vida humana sobre o qual o impulso competitivo não influa” e mais na frente ele cita

que “em última análise, pode acontecer que a tendência à competição, incontida e

impossível de conter-se, termine por levar a humanidade ao suicídio coletivo”, mas

segundo o mesmo autor, ser competitivo é uma questão de sobrevivência e temos

que correr esse risco, não é a escola que irá mudar o curso da história, negar o

aspecto do jogo seria negar os fundamentos da civilização. O autor adverte que “não

se deve confundir o elemento competitivo contido no espírito humano e presente em

todas as civilizações com as formas nefastas que a competição adquire em certos

momentos da nossa história”.(Freire, 1989. p.151).

Para Piaget (1978), as atividades lúdicas desenvolvem a inteligência,

vinculando-se aos vários estágios de aprendizagem. O jogo simboliza para o aluno

as mais diversas vivências, melhorando a autoestima e os aspectos

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comportamentais e cognitivos, onde eles passam a confiar mais em si, fazendo com

que o medo de errar, aos poucos seja superado.

Correia (2006) conjuga da mesma idéia de Freire quando afirma que a

Educação Física Escolar não sobrevive sem a competição, pois ela é inerente ao

homem e com isso, o professor terá que repensar os conteúdos e estratégias nas

aulas de Educação Física. O mesmo autor, acompanhado de outros, afirmam que o

ensino da competição apresenta aspectos positivos, mas, deve-se buscar uma

resignação do atual sistema de competição buscando modelos inovadores,

incorporando valores mais humanos.

REVERDITO, Riller Silva ET tal, (2011) em seus vários estudos concluiu que:

O esporte encontra na escola uma grande representatividade. A competição é um dos conteúdos do esporte, logo a escola não pode negar nem o esporte e nem a competição. Porque ambos emanam e compõem a essenciabilidade complexa de um fenômeno sócio-cultural. Um sem o outro perderiam em essência o que os caracteriza.

Os autores do documento enfatizam que as competições escolares

pressupõem compromisso com a educabilidade por isso, seus princípios e condutas

pedagógicas terão, antes de tudo, que responder os objetivos, para que, para quem,

o que, quando e como a competição será apresentada porque elas não se encerram

com o jogo, mas ultrapassam e assumem a plenitude da condição humana ao

reconhecer os competidores competindo. As competições escolares usadas como

forma de atrair alunos à escola para completar os dias letivos ou preencher dias de

reposição de aulas perdidas ou, ainda para quebrar a rotina da sala de aula

precisam ser urgentemente substituídas por competições capazes de criar um

ambiente facilitador de relações sociais, através de uma reflexão/ação e de

princípios e procedimentos pedagógicos comprometidos com a educação do sujeito

e a construção de um mundo melhor e mais justo, isto é, sem o individualismo e a

seletividade desenvolvidos nas práticas corporais vigentes. A proposta de

competição lançada pelos autores aponta para uma forma competitivo/cooperativa

para melhorar as relações entre companheiros e adversários e assim, se apropriar

dos benefícios totalidade, cooperação e pluralidade cultural oferecidos pela

competição. Existem vários fatores que contribuem para que as competições tenham

pontos positivos ou negativos. Em primeiro lugar os autores citam a organização,

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seguido de outros como a metodologia, a co-participação, estrutura e objetos que

intermedeiam os jogos e as intenções educativas que devem estar preocupadas

com um processo para o sujeito que aprende na e por meio da competição.

De acordo com Nazário (2008), o estudo da competição na Educação Física

Escolar é importante, pois está inserida nas suas práticas, variando desde as

atividades recreativas até o desporto, com suas técnicas e regras institucionalizadas.

Segundo ele, a função da escola é formar integralmente o aluno e a Educação

Física tem o dever de contribuir através de suas atividades (jogos e exercícios) e a

competição manifestada neles que automaticamente desenvolvem habilidades,

capacidades e competências. Muitas vezes as competições trazem discussões,

atritos e intrigas, mas cabe ao professor de Educação Física, ensinar os alunos a

lidar com a vitória, a derrota e o empate,isso é uma habilidade social. Para o aluno é

mais importante reconhecer a importância do vencido e do vencedor do que nunca

competir. Nazário (2008) apud Freire (2005) levanta um ponto importante quando se

refere aos resultados. Ele faz o seguinte questionamento: o que o professor de

Educação Física deve falar aos seus alunos diante dos resultados? Mais

especificamente, diante da derrota? .

Nazário (2008) apud Santos (2009) diz que a competição exerce grande

importância no desporto do adulto, do jovem e da criança em diferentes contextos e

objetivos da prática desportiva.

Santos (2009) apud Dévis (1999) afirmam que:

A competição consiste pela busca de uma excelência pessoal e este aspecto é positivo na participação de crianças e jovens à sua capacidade de superação. Mas ele adverte que as competições podem ser benéficas ou maléficas dependendo da intenção em que elas são incorporadas ao ambiente.

De acordo com a idéia de Santin, (1990), Os Jogos Escolares Brasileiros ou

JEBs como são conhecidos, é um evento de estudantes considerado como um

movimento com significado específico, do conjunto da vida escolar do jovem

brasileiro; é uma parte do todo escolar onde deve estar incluídos na vida e na

filosofia das preocupações educacionais. É de fundamental importância que eles

sejam vistos como um todo, diferentemente do que acontece no cotidiano escolar de

hoje, onde os jogos escolares são separados em partes estanques, onde alguns

decidem por todos e poucos participam e, com isso, a maioria fica excluída do

processo. É preciso pensar instrumentos de participação e de envolvimento do maior

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número possível de estudantes e de escolas. Mas para isso, as comunidades

escolares precisam pensar as possibilidades educativas que os JEBs podem

oferecer. A escola precisa pensar os Jogos escolares a partir dos aspectos

educacionais, e não administrativos como acontece atualmente. Deve ser

entendidos como um grande encontro de confraternização da juventude estudantil

brasileira com o objetivo de práticas esportivas.

Os JEBs podem ser pensados como uma aproximação e intercâmbio das grandes e diversificadas riquezas culturais do país continente, ou como oportunidade para milhares de jovens, conhecerem seu país, o seu povo, suas diferenças, suas belezas e tantos outros aspectos culturais e naturais que os frios manuais da história e geografia não conseguem transmitir ou, poder encontrar colegas, costumes, experiências, modos de pensar e de falar que os enriquecem em suas experiências pessoais e abrem seus horizontes de vida e de inteligência. (SANTIN, 1990, p.74-75).

De acordo com o atual organizador dos Jogos Escolares, Nuzmann (2011), os

Jogos Escolares atuais têm sua justificativa pautada no educar o jovem através da

prática desportiva escolar, difundindo e reforçando a construção da cidadania e os

ideais do movimento olímpico, direcionados para a construção de um mundo melhor

e mais pacífico, livre de qualquer tipo de discriminação e dentro do espírito de

compreensão mútua, fraternidade, solidariedade e cultura da paz e fair-play. Os

objetivos são: fomentar a prática do esporte escolar com fins educativos; possibilitar

a identificação de talentos desportivos nas Instituições de Ensino; desenvolver o

intercâmbio sócio-cultural e desportivo entre os participantes; contribuir para com o

desenvolvimento integral do aluno-atleta como ser social, autônomo, democrático e

participante, estimulando o pleno exercício da cidadania através do esporte; garantir

o conhecimento do esporte de modo a oferecer mais oportunidade de acesso à

prática do esporte escolar aos alunos-atletas.

De acordo com Junior (2012), a escola deve buscar modelos de ensino

aprendizagem dos Jogos desportivos, que satisfaçam seus objetivos.

Deve evitar trabalhar numa visão tradicional, deve enfatizar a aprendizagem

dos elementos táticos em detrimento dos elementos técnicos, deve ainda evitar a

aprendizagem das habilidades isoladas transformando-se num fim em si mesmo,

perdendo assim, sua conexão com a aprendizagem do jogo, mas deve dar ênfase

no desempenho dentro do jogo praticado a fim de permitir o início de um novo ciclo.

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O professor bem informado deve substituir o tratamento didático inadequado e

excludente de valorização dos mais habilidosos e adotar uma forma de equilíbrio dos

times, com relação às funções, colaboração na aprendizagem dos alunos e

pontuação para o fair play dos times e estruturas, redefinindo as funções dos alunos

e professores, nas quais ambos são participantes ativos dos processos e, em

especial o aluno, deve projetar suas experiências ao ensinar os companheiros com

dificuldades. Áries, (2004) enfatiza que “O planejamento é um processo permanente

que implica escolhas opções para construção de uma realidade num futuro próximo”.

Os objetivos específicos da escola expressam o papel social da Educação Física:

Promover a integração e a inserção de todos os alunos nas práticas corporais;

valorizar, apreciar e desfrutar dos benefícios advindos da cultura corporal de

movimento; perceber e compreender o papel do esporte na sociedade

contemporânea; usufruir o tempo livre de lazer, resgatando o prazer enquanto

aspecto fundamental para a saúde e melhoria da qualidade de vida; valorizar, por

meio do conhecimento sobre o corpo, a formação de hábitos de cuidado pessoal;

compreender e ser capaz de analisar criticamente valores sociais como padrões de

beleza, relações entre os sexos e preconceitos.

O PCN de Educação Física, (1998), orienta que, eleger a cidadania como eixo

norteador significa entender que a Educação Física na escola é responsável pela

formação de alunos que sejam capazes de: participar de atividades corporais,

adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade; conhecer, valorizar,

respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações da cultura corporal;

reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis

e relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde

coletiva; conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho que

existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da

cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela

mídia; reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como

reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer.

Na análise dos objetivos descritos para a Educação Física fica evidenciada a

amplitude de abordagens abarcadas, pois incluem a dimensão da crítica (aos

padrões de beleza, por exemplo), ao mesmo tempo em que referenciam a busca da

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compreensão dos benefícios da atividade física para a saúde. Uma leitura mais

atenta mostra também uma perspectiva da compreensão dos processos de

aprendizagem a partir da ótica do construtivismo. Embora a finalidade seja a

integração do aluno na esfera da cultura corporal de movimento. (PCN, 1998).

De acordo com os mesmos Parâmetros, a Educação Física no nível do

Ensino Médio, visa à formação geral do aluno, buscando o desenvolvimento de

capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a

capacidade de aprender, criar, formular ocupou o lugar do simples exercício de

memorização. A formação do aluno deve ter como alvo principal a aquisição de

conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as

diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação.

A Educação Física no Ensino Médio representa a possibilidade para os

alunos do contato com a cultura corporal de movimento. O acesso a esse universo

de informações, vivências e valores é compreendido como um direito do cidadão,

uma perspectiva de construção e usufruto de instrumentos para promover a saúde,

utilizar criativamente o tempo de lazer e expressar afetos e sentimentos em diversos

contextos de convivência. Em síntese, a apropriação dessa cultura, por meio da

Educação Física na escola, pode e deve se constituir num instrumento de inserção

social, de exercício da cidadania e de melhoria da qualidade de vida.

O PCN de Educação Física orienta ainda que: ao planejar as aulas para os

alunos de Ensino médio, é necessário que se forneçam informações relevantes e

contextualizadas. Como professora de Educação Física, entendo que esta

orientação não deve ser apenas para o Ensino Médio e sim para todos os

seguimentos da escola.

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3. METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho é a pesquisa qualitativa de caráter

descritivo a qual tem por objetivo proporcionar os meios técnicos para garantir

objetividade e a precisão no estudo dos fatos, e principalmente visam fornecer a

orientação necessária à realização da pesquisa, sobretudo no que se refere à

obtenção, processamento e validação dos dados pertinentes à problemática

investigada. O tipo de pesquisa utilizado foi o estudo de caso, isto é, uma estratégia

de pesquisa abrangente, incorporada por abordagens específicas à coleta e análise

de dados, tendo como base as evidências qualitativas, a pesquisa bibliográfica e a

pesquisa de campo para analisar e discutir os resultados obtidos através da coleta

de dados e, tem como finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e

idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses

pesquisáveis para estudos posteriores. Além dessas estratégias foram feitos

procedimentos observacionais durante os jogos escolares, isto é, foi observada a

participação direta dos alunos nos jogos escolares através de visitas de campo.

Os dados coletados com o questionário e a observação foram comparados

com as proposições teóricas, ou seja, o conjunto de questões da pesquisa, as

revisões feitas na literatura sobre o assunto e as novas interpretações surgidas para

aguçar uma reflexão crítica sobre a teoria e a prática vivenciada na Educação Física

escolar.

A pesquisa de campo buscou aprofundar a investigação, realizando a

coleta de dados diretamente com os sujeitos, tornando a pesquisa mais fidedigna e,

serviu para aproximar e produzir novos conhecimentos sobre a realidade dos fatos

em questão.

A observação participante teve como enfoco os alunos que competem pela

escola e professores de Educação Física na preparação para os Jogos Escolares de

2012. Os dados coletados serviram como fonte de análise/discussão da realidade

encontrada juntamente com o referencial teórico.

22

4. APRESENTAÇÃO DOS DADOS

A Escola CAIC José Elias de Azevedo, atende alunos do Ensino Fundamental

Segundo Ciclo, do Ensino Médio Regular e da EJA e, em todos esses seguimentos

tem a Educação Física como disciplina em sua grade curricular. As aulas de

Educação Física representam a possibilidade para os alunos do contato com a

cultura corporal de movimento.

Os objetivos específicos da Entidade expressam o papel social da Educação

Física e os conteúdos são apresentados segundo categorias: conceitual (fatos,

conceitos e princípios), procedimental (ligados ao fazer) e atitudinal (normas, valores

e atitudes). As categorias conceituais e procedimentais mantêm uma grande

proximidade, na medida em que o objeto central da cultura corporal de movimento

gira em torno do fazer, do compreender e do sentir com o corpo (incluem-se também

nessas categorias os processos de aprendizagem, organização e avaliação). Os

conteúdos atitudinais apresentam-se como objetivo de ensino e aprendizagem e

apontam para a necessidade de serem vivenciados concretamente no cotidiano

escolar, buscando-se minimizar a construção de valores e atitudes por meio do

“currículo oculto”.

Participaram deste estudo dez alunos competidores em 2012 e dez

professores de Educação Física. Para desenvolver a pesquisa foi utilizado um

questionário para os alunos e para os professores e foi feita uma observação

participante durante os jogos escolares, que a escola participa todos os anos. Esse

tipo de observação foi fundamental para que se pudesse perceber como os alunos

se comportam durante as competições escolares e qual a postura dos professores

de Educação Física e da comunidade em relação às atitudes e comportamentos dos

alunos durante os jogos. Foi importante também porque provocou um intercâmbio

social entre o pesquisador e os indivíduos observados. A observação das aulas foi

realizada na quadra poliesportiva da escola e é referente ao comportamento dos

alunos durante as competições dentro e fora da escola. Foi observado como se

comportaram durante os Jogos Escolares no momento em que eles venceram os

jogos e quando perderam a fase Regional, fora da escola.

Inicialmente, verificou-se que os professores de Educação Física exige muito

dos alunos no sentido de terem responsabilidade para ganhar o jogo e faz um

23

treinamento específico e pesado para a participação nesse tipo de jogo. A faixa

etária dos alunos é de 14 a 17 anos de idade, no entanto, foi possível constatar que

não há muita preocupação com as características de cada faixa etária. Os treinos

duram em média uma hora divididos entre exercícios físicos, treinamento de

habilidades e fundamentos do futsal. Esse tempo foi suficiente para observar como

os professores trabalham durante os treinamentos e o comportamento dos alunos

para esse tipo de evento, e o que seria necessário melhorar nas suas aulas em

relação ao assunto em questão.

A Entrevista Semiestruturada feita em forma de questionário aos alunos e

professores de Educação Física do Colégio Estadual CAIC José Elias de Azevedo,

procuraram abordar os seguintes temas: Objetivos das competições no cenário

escolar, aspectos psicológicos e sociais da competição e competição na formação

humana. Desta forma, procurou-se abranger um amplo leque de questões

relacionadas à prática da Educação Física na escola e, principalmente, identificar os

pontos positivos da competição no cotidiano escolar.

Compete destacar que as perguntas respondidas nos questionários foram

levantadas especificamente para esta pesquisa, de acordo com a realidade da

comunidade escolar da Instituição com a intenção de coletar informações precisas

sobre a prática das competições realizadas nas aulas de Educação Física e na

participação dos alunos durante os jogos dentro e fora da escola. Os dados

coletados com os professores e alunos que participam de jogos competitivos

apontam para a necessidade de se trabalhar esses jogos de forma lúdica e

observando a prática pedagógica para evitar grandes pressões que

automaticamente prejudicam o psicológico dos alunos. As respostas dos alunos e

professores estão apresentadas em forma de gráfico com o fim de analisar a prática

pedagógica dos professores de Educação Física no que se refere às competições

escolares bem como levantar a discussão acerca da relevância da prática para o

segundo ciclo do Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

24

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Os resultados da pesquisa são apresentados de acordo com os objetivos,

onde se analisou as competições dentro e fora do espaço escolar em seus aspectos

sociais, psicológicos e comportamentais.

O objetivo do estudo é saber os impactos positivos e negativos que o esporte

competitivo trás aos alunos que o praticam nas aulas de Educação Física, uma vez

que a maioria dos professores desenvolve o modelo competitivo, assunto pelo qual

provoca grandes discussões entre pensadores da educação, professores,

coordenadores e diretores.

5.1 PERCEPÇÕES DOS ALUNOS SOBRE AS COMPETIÇÕES

ESCOLARES

O gráfico 1 refere-se à questão 1 e demonstra a emoção do aluno ao vivenciar

o jogo competitivo e vencer. Para esta percepção foi feito o seguinte

questionamento: Qual é a emoção que você sente quando participa de uma

competição escolar e vence o jogo?

De acordo com as respostas dos alunos, 40% disseram que se sentem

superiores quando ganha uma disputa, mas 60% responderam que sente apenas

grande alegria.

É de fundamental importância advertir à escola e os professores que o

jogo segue duas vertentes de pensamentos, uma é vê-lo como formas criativas e

descontraídas em que os outros se tornam presenças agradáveis com o objetivo de

viver momentos de prazer e satisfação e a outra é ver o jogo como uma forma de

confrontar ou lutar em que as atividades realizadas não tem um fim em si mesmas,

60%

40%

0%

20%

40%

60%

80%

Grande alegria Sentimento de superioridade

25

mas na conquista de outros objetivos. (SANTIN (1990). Os alunos observados ao

vencer o jogo na primeira e segunda fase, percebi neles um ar de superioridadede e

ao perder vi que ficaram calados e desmotivados por algum tempo, mas logo

voltaram a brincar, parecendo até que esqueceram que estavam ali para vencer o

jogo. A competição consiste pela busca de uma excelência pessoal e este aspecto é

positivo na participação de crianças e jovens à sua capacidade de superação.

(SANTOS 2009 apud DÉVIS, 1999).

Entende-se que o jogo competitivo diante da vitória é motivo de alegrias mas

também pode ser visto como uma forma dos alunos se mostrarem superiores aos

demais, porém cabe ao professor trabalhar o ganhar e o perder de forma natural,

como parte do processo para não causar impactos negativos quando vencer um

jogo considerado de grande importância. É natural ver uma criança chorar quando

perde uma disputa em campeonatos de esportes coletivos e principalmente

individuais nas competições tradicionais da sociedade, mas na escola o professor

terá que conscientizar seu aluno de que os jogos terão que ser vistos como uma

brincadeira, uma atividade lúdica e não lutas de vida ou morte, onde o adversário é

visto como inimigo.

O Gráfico 2 refere-se à questão 2 e mostra como fica o humor do aluno

quando perde um jogo. Para isso, foi feita a seguinte pergunta a cada aluno/atleta:

Como fica seu humor depois que perde um jogo?

De acordo com os resultados obtidos com os questionários, 60% dos alunos

responderam que mesmo perdendo o jogo, permanecem bem humorados e 40%

disseram que ficam mal humorados e que esse mal humor volta a cada vez que

lembra do jogo, principalmente se alguém lembra com ironia do ocorrido.

60%

40%

0%

20%

40%

60%

80%

Normal Mal humorado

26

Correia, (2006) adverte que o ensino da competição apresenta aspectos

positivos, mas, deve-se buscar uma resignação do atual sistema de competição

buscando modelos inovadores.

Durante a observação, vi que apenas um aluno apresentou alteração de

humor, durante o jogo que eles perderam, foi no momento em que o adversário

empatou e virou o jogo, mas como se tratava dos Jogos Escolares – rigorosos na

cobrança das regras, principalmente com relação às atitudes de respeito aos

colegas e professor, logo, o aluno foi advertido pela equipe de mesários e todos se

acalmaram.

Esta questão do humor do atleta durante e após os Jogos Competitivos é

séria, pois se o atleta não for bem instruído, ele acaba por ficar muito mal humorado,

mas se o atleta for bem preparado psicologicamente e se o professor não fizer

grandes pressões durante os jogos, esse aspecto é favorável para controlar seu

mau humor, visto que se ele não se contiver poderá ser punido com as regras do

jogo.

O Gráfico 3 refere-se à questão 3 e manifesta o sentimento que o aluno

competidor sente em relação ao seu adversário. Para esta comprovação foi feita o

questionamento: Qual é o sentimento que você sente em relação ao seu

adversário?

De acordo com os resultados, 80 % dos alunos têm sentimento de amizade

com relação ao adversário mesmo perdendo o jogo e 20% disseram que não tem

nenhum sentimento avesso quando responderam que não pensam no adversário,

lembram apenas em se aperfeiçoar para vencê-lo no próximo jogo, mas não

alimentam nenhum sentimento negativo.

80%

0%

20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Amizade Raiva/ódio Não penso no adversário

27

Um aspecto a ser destacado nas competições escolares é jogar com o

colega adversário ao invés de contra, pois é fundamental reconhecer e valorizar no

outro aquilo que ele faz de melhor para ser apresentado, principalmente revelado na

necessidade de cooperação com o adversário. Reverdito, Riller et all (2011) diz que

a Educação Física não pode fortalecer a forma de competição atual na sociedade,

mas ao mesmo tempo não pode recusá-las. Para reverter esse quadro, nas

competições escolares devem-se evitar a supervalorização do vencedor em

detrimento dos perdedores e evitar também dar premiações aos vencedores e sim

aos participantes dos jogos para evitar discriminações ao pensar que são incapazes

de vencer, deve ainda conscientizar os alunos competidores da importância dos

demais, pois se não tiver com quem competir, não existe o campeão, se não tivesse

o competidor da 5º, 4º, 3º e 2º posição, não existiria o primeiro colocado, por isso, o

campeão deve agradecer aqueles que permitiram sua vitória, proporcionando o

desenvolvimento das características humanas. Ao invés de eliminar o caráter

competitivo dos jogos os professores devem, através deles, valorizar as relações.

Outro sim, as competições exigem a presença do outro, nesse sentido, a competição

assume características de verdadeira cooperação, algo que a escola também, deve

explorar nos jogos competitivos. (FREIRE, 1989).

Os Jogos Escolares o qual a escola pesquisada participa, representa uma

oportunidade para eles conhecerem outras cidades do seu Estado, o seu povo, suas

diferenças, suas belezas e tantos outros aspectos culturais e naturais ou, poder

encontrar colegas, costumes, experiências, modos de pensar e de falar que os

enriquecem em suas experiências pessoais e abrem seus horizontes de vida e de

inteligência, (SANTIN, 1990, p.74-75). Mesmo porque os Jogos Escolares têm como

objetivo contribuir para com o desenvolvimento integral do aluno-atleta como ser

social, autônomo, democrático e participante, estimulando o pleno exercício da

cidadania através do esporte, reforçando o benefício de caráter social que as

competições exercem junto à comunidade escolar. (NUZMANN, 2011). A Educação

Física na escola deve eleger a cidadania como eixo norteador e entender que ela é

responsável pela formação de alunos que sejam capazes de: participar de atividades

corporais, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade. (PCNs,

1998).

28

Como fruto da observação participante, pude ver que nos Jogos

escolares 2012, os quais os alunos do Colégio Estadual CAIC José Elias de

Azevedo participaram, tiveram como característica o espírito esportivo onde os

alunos aproveitaram para conhecer pessoas diferentes, de diferentes lugares e de

diferentes culturas. Eles ficavam deslumbrados com o que viam e ouviam. Os jogos

escolares devem ser uma ocasião para juntar forças e fortalecer nossos

compromissos de fraternidade, de tal maneira que ninguém queira ser superior ao

outro para humilhar e dominar, mas para contribuir com maior intensidade em favor

do outro, principalmente do mais fraco. É necessário que a escola adote uma forma

competitivo/cooperativa para melhorar as relações entre companheiros e

adversários e assim, se apropriar dos benefícios totalidade, cooperação e

pluralidade cultural oferecidos pela competição para acabar com o caráter inferior

visto nas competições escolares da atualidade e para que a Educação Física tenha

um enfoque educativo.

O Gráfico 4 refere-se à questão 4 e demonstra os impactos da competição com

relação a autoestima do aluno.

Quando você está representando a escola, você sente muita tristeza

quando perde um jogo importante?

Diante dos resultados alcançados, 60% dos alunos disseram ter sentido

muita tristeza quando perde um jogo e 40% responderam que não, apenas

lamentam.

Uma das características que tem marcado os Jogos competitivos para crianças

escolares e na iniciação esportiva é a supervalorização dos ganhadores em

detrimento dos perdedores. Geralmente os perdedores são vítimas de

discriminações na escola por serem incapazes de vencer. Esse aspecto é reforçado

60%

40%

0%

20%

40%

60%

80%

sim não

29

quando se premia apenas os vencedores nos encontros competitivos internos ou

intercolegiais, ignorando-se a existência dos que obtêm colocações inferiores. Na

atual sociedade, as competições são formadoras de campeões, selecionadoras de

raça, disseminadora de sentimentos preconceituosos e reprodutora da forma mais

abominável de competição. Vencer a qualquer custo é o lema que orienta a

competição, nas relações sociais e nos Jogos Desportivos. Sendo assim, é

importante orientar o aluno para a valorização das relações reconhecendo a

importância do vencido e do vencedor. (FREIRE 1989).

É natural ver crianças e jovens com a autoestima baixa ao perder um jogo

em campeonatos e torneios realizados pela escola, por isso reforço mais uma vez a

necessidade de se desenvolver uma competição pedagógica onde todos podem

participar sem culpa ao perder e sem grandes euforias ao ganhar um jogo.

O Gráfico 5 refere-se à questão 5 o qual comprova a relação da competição com o

prazer de jogar e se divertir com o jogo competitivo, através da seguinte pergunta:

Sabendo que um time é mais forte que o seu e que se jogar com ele você vai perder,

o que você prefere?

De acordo com os resultados obtidos através do questionário, 10% (dez por

cento) preferem não jogar, sabendo que vai perder o jogo, mas 90% dos que

responderam, disseram que jogam mesmo sabendo que vai perder, comprovando o

que diz (FREIRE, 1989), o jogo ou esporte é a representação num contexto lúdico,

das ações coletivas e individuais das pessoas e da sociedade. Sabe-se que a

competição não surgiu do jogo, mas é nele representada. Olhando a sociedade

observa-se que a competição tem um caráter predatório, mas não é culpa dos jogos

e também, abolindo o caráter competitivo dos jogos, a competitividade da sociedade,

não desaparecerá, cabe a escola transformar a atividade em competição lúdica para

90%

10%

0%

50%

100%

Jogar e Perder Não Jogar

30

que elas possam assumir funções importantes (FREIRE 1989), pois dificilmente se

encontrará um campo da vida humana sobre o qual o impulso competitivo não influa,

mas temos que ter cuidado para que a tendência à competição, incontida e

impossível de conter-se, termine por levar a humanidade ao suicídio coletivo. Ser

competitivo é uma questão de sobrevivência e temos que correr esse risco, não é a

escola que irá mudar o curso da história, negar o aspecto do jogo seria negar os

fundamentos da civilização. Não se deve confundir o elemento competitivo contido

no espírito humano e presente em todas as civilizações com as formas nefastas que

a competição adquire em certos momentos da nossa história. (FREIRE, 1989.

p.151).

Marinho, (1984) comparada a competição com o termo Hedonismo, isto é, sistema

filosófico que tem como fundamento, o prazer. Contudo, a atividade lúdica é algo

fictício fazendo com que o indivíduo fuja da realidade criando livremente objetos

apropriados a satisfação de sua necessidade de expansão e de realização.

Aristóteles diz que “o prazer completa e aperfeiçoa o ato”. De acordo com as

respostas dos alunos, o que mais importa não é vencer e sim participar do jogo

como uma forma de sentir prazer e se divertir, por isso considero o jogo competitivo

uma forma lúdica de brincar, desde que o professor não tenha em mente os

objetivos dos jogos que a sociedade pratica em suas competições fora do ambiente

escolar.

O Gráfico 6 refere-se à questão 6 e confirma o que realmente os alunos

pensam ao competir pela escola, através do seguinte questionamento: Com que

objetivo você joga nas aulas de Educação Física?

30%

70%

0%

20%

40%

60%

80%

Vencer o adversário Brincar

31

Ao analisar os resultados do questionário, 30% dos alunos pesquisados

disseram que jogam com o objetivo de vencer o adversário e 70% disseram que

preferem jogar com o objetivo de brincar, isto é de se divertir, porque o pensamento

da criança é qualitativamente diferente do pensamento do adulto. Isso dar a

oportunidade aos educadores de usar a pedagogia de forma lúdica, deixando-a

interagir no mundo que está se descortinando a sua frente, permitindo que a mesma

vá aos poucos desvendando o mundo adulto. E para que isso ocorra com sucesso, é

preciso que o conhecimento a ser construído através do brinquedo não seja

descontextualizado do mundo real, ou seja, devem-se aproveitar as experiências de

vida da criança e através dela, propor situações que possam unir o jogo, o brinquedo

e a brincadeira à construção do conhecimento, nesse caso, o jogo competitivo.

Vivenciar um momento lúdico é está livre para poder decidir sobre determinadas

situações colocando em prática seu pensamento crítico a fim de desenvolver a

autonomia sobre suas ações e sua auto-estima o que contribui para o seu

crescimento. (PINTO et all, 2012 - Revista Digital 2012).

Agemann e Rodrigues (1991) lançam uma proposta de se trabalhar a

Educação Física baseada em objetivos, que poderão ser adaptados conforme a

realidade, os conteúdos, inclusive as competições escolares. O professor terá que

proporcionar condições de aguçar suas percepções no espaço e no tempo. As

qualidades físicas irão auxiliá-los em um melhor desempenho esportivo, na

criatividade e no lazer.

A Educação Física Escolar devem permitir atividades lúdicas através das

competições, pois embora a escola tenha que preparar seus alunos para competir,

não deve seguir as orientações das competições tradicionais da sociedade,

seguidas de altas pressões e alto rendimento, devem ser livres para o lazer do aluno

privilegiando a participação de todos com ênfase no aprender a fazer, fazendo por

meio de situações problemas.

O Gráfico 7 refere-se à questão 7 e comprova que mesmo durante uma

competição muito esperada e cheia de expectativas, o aluno consegue se divertir.

Com esse objetivo foi feita a pergunta: Você consegue se divertir durante uma

competição séria?

32

Diante dessa questão, os resultados apontam que todos os alunos disseram

que sim, mesmo tendo que competir com a responsabilidade de vencer o jogo, eles

conseguem se divertir.

Santin, (1990) recomenda que os jogos escolares, no futuro, devem estar

pautados no sentimento de encontro cultural e festivo da juventude escolar,

inspirados na harmonia e no equilíbrio de consciências, responsáveis e livres, capaz

de debater a cidadania brasileira, a justiça e a paz social. A sua avaliação deve ser

em torno da harmonia, integração e festividade da juventude dentro do processo e

atividades educacionais pois as atividades lúdicas desenvolvem a inteligência,

vinculando-se aos vários estágios de aprendizagem. O jogo simboliza para o aluno

as mais diversas vivências, melhorando a autoestima e os aspectos

comportamentais e cognitivos, onde eles passam a confiar mais em si. Isso

comprova a essenciabilidade do lúdico no jogo, pois é através das atividades lúdicas

que a Educação Física conquista os alunos para a prática, tornando-se o mais

provável dos caminhos para levá-los à conscientização por meio da descoberta do

prazer fazendo com que o medo de errar, aos poucos seja superado. (PIAGET,

1978). Você já imaginou ter que participar das aulas práticas de Educação Física,

duas vezes por semana e não se divertir com as atividades propostas pelo

professor? Deve ser um sofrimento para o aluno. Acredito que isso seja o principal

motivo de tanta obstenção nas aulas de Educação Física, principalmente se ela

acontecer no contra turno. Para que isso não ocorra é necessário que o professor

desenvolva um trabalho em equipe e envolva seus alunos nas atividades, numa

sequência didática, onde cada situação é uma etapa em uma progressão.

100%

0%0%

50%

100%

150%

Sim Não

33

5.2 PERCEPÇÕES DOS PROFESSORES SOBRE AS COMPETIÇÕES

ESCOLARES

O Gráfico 8 refere-se à questão 8 e comprova as influências positivas das

competições ao perguntar aos professores: Você acha que as tensões das

competições escolares têm influências positivas ou negativas? Justifique sua

resposta.

De acordo com a pesquisa realizada, 60% dos professores responderam que

as competições escolares têm influências positivas porque o aluno aprende a

conviver com as regras, com o perder e com o ganhar, gerando amadurecimento e

responsabilidades. 30% disseram que as competições têm influências negativas e

10% disseram que desconhecem as influências das competições. É importante que

o professor se utilize de ações pedagógicas específicas para lidar com diferentes

situações que o jogo competitivo produz e definir objetivos a serem alcançados,

desde o início, para que não haja cobranças e pressões indevidas que possam

prejudicar a formação e a convivência entre os envolvidos no processo, além da

necessidade de planejar estratégias de ensino-aprendizagem para obter progresso

deixando bem clara a importância da prática na vida dos estudantes evitando assim,

o conflito de objetivos entre estudantes, familiares e professores. O professor deve

criar um clima que facilite minimizar o estresse, permitindo entender o erro e

incentivar o aluno a arriscar e avaliar sua atuação. Outro sim, o aluno só deve

participar de competições quando estiver preparado física e psicologicamente que

esta prática solicita. (GOMES & FILHO, 2010, p.345-346-353). Depois de alguns

anos atuando como professora de Educação física entende-se que quanto mais o

aluno convive com as competições, mais ele adquire novas experiências. Tenho um

aluno chamado Wanderson, quando ele perdia o jogo começava a reclamar de tudo

60%

30%

10%

0%

20%

40%

60%

80%

Tem Influências positivas Tem Influências negativas Desconheço

34

e a chorar e, consequentemente o time perdia porque todos ficavam nervosos em

quadra. Certo dia ele jogou tranqüilo, e seu time estava perdendo e mesmo assim

ele continuou tranqüilo, o time superou e no final venceu. Estranhei a situação e

perguntei: - Porque não ficou nervoso? Ele respondeu: - já aprendi a perder. Isso me

fez refletir que as competições é um ótimo instrumento para que o aluno vivencie

experiência novas e possa se conhecer melhor porque a Educação Física é

educativa e globaliza as situações humanas.

O Gráfico 9 mostra a relação do jogo competitivo com os aspectos atitudinais:

É possível mudar o comportamento agressivo de um aluno através do Jogo

Competitivo? Justifique sua resposta.

O gráfico acima aponta que 90% dos professores acreditam que as

competições mudam o comportamento agressivo do aluno, por se tratar de uma

atividade regida por regras e por favorecer a relação professor/aluno e aluno/aluno,

desde que a organização, a co-participação, a estrutura e objetos que intermedeiam

os jogos e as intenções educativas estejam preocupados com um processo para o

sujeito que aprende na e por meio da competição. (REVERDITO RILLER et all,

2011).

Confirmando as evidências do gráfico, os PCN, (1997) nos diz que os Jogos

Competitivos desenvolvem nos alunos os aspectos conceituais, atitudinais e

procedimentais através da situação do jogo. E, para maior credibilidade sobre o

assunto, Reverdito, Riller et all, (2011) adverte que o ensino da competição

apresenta aspectos positivos, mas, deve-se buscar uma resignação do atual sistema

de competição buscando modelos inovadores e incorporando valores mais

humanos.

90%

10%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não

35

É importante que se busque modelos inovadores recheados de valores

porque a Educação Física Escolar não sobrevive sem a competição, ela é inerente

ao homem e com isso, o professor terá que repensar os conteúdos, as estratégias e

as atitudes nas aulas de Educação Física para que haja uma mudança no

comportamento do aluno.

O Gráfico 9.1 - Com o mesmo objetivo foi lançada aos professores, o segundo

questionamento: Como você analisa os alunos que participam do esporte

competitivo na escola com relação aos aspectos atitudinais?

Ao avaliar o questionário feito aos professores, 80% disseram que seus

alunos/atletas, respeitam seus colegas, 10% disseram que agridem com freqüência

e 10% disseram que não apresentam diferença dos demais alunos.

Na condição de mediador, o professor deve ensinar mais que competir,

facilitando um ambiente em que o aluno possa deparar com situações que irão guiá-

lo para uma aprendizagem de comportamentos e atitudes. (REVERDITO, Riller et

all, 2008). Deve ainda, preservar uma atitude formativo-educativa correta e ética

diante da prática desportiva além de pautar suas intervenções no sentido de justiça,

imparcialidade, lealdade, compreensão, serenidade, tolerância e paciência, baseado

no diálogo para a resolução de conflitos, pois a forma de comunicação pode auxiliar

ou prejudicar a aprendizagem se não for transmitido de maneira correta e no

momento adequado. (GOMES & FILHO, 2010, p.352).

Considerando as afirmativas acima, conclui-se que os procedimentos dos

professores e a forma de ensinar e se comunicar é fator de mudança nas atitudes

dos alunos.

80%

10% 10%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Respeitam os colegas Se agridem com frequencia

36

Ainda com o objetivo de saber se as competições mudam o

comportamento dos alunos, foi feito o terceiro questionamento:

O Gráfico 9.2 - Como é o comportamento dos alunos/atletas durante os

Jogos Competitivos?

Fundamentado nos resultados conseguidos com o questionário feito aos

professores, 40% responderam que seus alunos que participam das competições da

escola são alunos interessados nos estudos e 60% disseram que eles obedecem

facilmente às regras tanto do jogo como as estabelecidas pela escola para o seu

bom relacionamento. Destaco nesta questão o fator relação professor-aluno a qual

deve ser de cumplicidade para melhor compreensão dos conteúdos tratados,

principalmente os que se referem à cooperação, a autonomia, e a responsabilidade

pessoal. As intervenções do professor devem levar em conta que a formação

esportiva é muito importante na vida de qualquer pessoa e por isso, os

comportamentos corretos, no sentido de formação humana, devem ser sempre

priorizados em relação aos resultados obtidos. (GOMES & FILHO, 2010, p.352-353).

É conhecedor que o ensino-aprendizagem da Educação Física abre um

amplo leque de possibilidades, envolvendo situações de conhecimento, habilidades

e atitudes, levando-se em conta as condutas sociais dos alunos nas suas mais

diversas manifestações, tendo a expressão corporal como linguagem. Quanto à

avaliação, deve-se criar situações que compõem a totalidade da conduta humana,

onde normas e valores, regras e padrões que informam tais condutas devem ser

criticados, reinterpretados e redefinidos, apresentados no desenvolvimento das

atividades. (FILHO, et al, 2009, p.101- 104).

60%

40%

0%

20%

40%

60%

80%

Obedecem facilmente as regras São desobedientes São interessados nos estudos

37

Considerando as leituras feitas e a experiência da autora deste trabalho, é

possível afirmar que o professor de Educação Física precisa ter muito cuidado para

não estimular a competição com um fim em si mesmo e com foco nos resultados,

mas deve enfatizar a sociabilidade, o espírito de cooperação, e a compreensão

sobre a vitória e a derrota, o ganhar e o perder, visto que a competição trabalhada

pedagogicamente tem papel importantíssimo na formação do jovem, deixando-os

preparados para encarar desafios e auxiliar na busca da autosuperação do medo de

errar e da confiança em si. Os conteúdos devem estar focados em métodos,

conceitos e atitudes. Incluindo a coordenação, a sistematização das informações, o

aprimoramento, entre outros. Os conteúdos de natureza atitudinal devem ser

incluídos como objeto de ensino e aprendizagem e demonstrados nas vivências

concretas pelo aluno o que encaminha para a construção de um caráter de

responsabilidade perante si e o outro.

O Gráfico 10 refere à questão 10 e demonstra que a metodologia utilizada

pelos professores no momento da seleção dos alunos para participarem dos Jogos

Competitivos da escola é um grande desafio para os professores. Para a

comprovação dos fatos foi lançada a seguinte pergunta: Como é feito o processo

seletivo dos alunos que participam dos Jogos Competitivos?

De acordo com a pesquisa, 50% dos professores responderam que escolhem

os alunos para as competições da escola, pela habilidade nos fundamentos do jogo,

40% responderam que fazem a seleção de acordo com a vontade dos alunos, isto é,

treina quem tiver vontade, e participa dos Jogos aqueles que melhor desenvolverem

suas habilidades nos treinamentos e, apenas 10% responderam que fazem a

escolha dos atletas por testes físicos.

50%40%

10%

0%

20%

40%

60%

Por habilidades Por vontade do aluno Por teste físico

38

A metodologia e os objetos escolhidos pelo professor de Educação Física

devem estar voltados para a reflexão/ação e os princípios e procedimentos

pedagógicos comprometidos com a educação do sujeito e a construção de um

mundo melhor e mais justo. Alguns princípios metodológicos podem nortear uma

competição pedagógica, como por exemplo, a totalidade que faz com que o sujeito,

cuja emoção, pensamentos e ações, distinguem sua identidade, individualidade,

limites e diversidade; a co-educação, responsável pelas trocas recíprocas de

experiências na aprendizagem; a cooperação a qual favorece no ambiente das

ações que o individual seja substituído pelo coletivo, sem negar a individualidade; a

participação que em todo o processo transforma os sujeitos em agentes

responsáveis pela ação; a autonomia unida à dependência de forma inseparável

possa exercê-la com liberdade e formar uma reflexão crítica; e, pluralidade cultural

auxilia na preservação, na valorização e respeito às diversas manifestações culturais

(REVERDITO RILLER, et all 2011).

Geralmente, os professores de Educação Física utilizam de testes de

habilidades para avaliar a desempenho dos alunos em jogos, havendo até certa

“cultura” destes testes. A utilização de testes para avaliar a desempenho de jogos

pode conduzir à burocratização do processo avaliativo e é improvável porque os

testes de habilidades não estão em conformidade com a performance, nem levam

em consideração a dimensão social e ainda medem habilidades fora do contexto em

situações diferentes das situações de jogo; Os testes de habilidades não refletem

uma visão mais ampla da performance do jogo. Nesse sentido os resultados da

aprendizagem são mais valorizados do que os processos, ou seja, apresentam-se

como os únicos responsáveis pelo êxito em detrimento da aprendizagem e vivência

dos conteúdos. (SADI, 2008. p.133).

Nesse sentido, a Educação Física precisa de uma nova abordagem

comprometida com os métodos de ensinar a competir. O professor terá que estar

preocupado em elaborar procedimentos que desperte no aluno sua criatividade e as

relações entre eles, aproximando-o da percepção da totalidade das suas atividades,

articulando a ação com o pensamento sobre ela e sobre tudo, acolher as idéias

construtivistas sobre o papel do aluno no processo de aprendizagem, colocando-o

numa posição de construtor ativo das suas próprias aprendizagens, valorizando os

aspectos, psicossociais e atitudinais.

39

O Gráfico 11 refere-se à questão 11 e comprova que a competição é fator de

motivação nas aulas de Educação Física. Foi feita a seguinte pergunta aos

professores: É possível ministrar aulas de Educação Física, sem competições e ter

boa motivação dos alunos? Por quê?

Os resultados da pesquisa indicaram que 60% dos professores disseram que

sim, isto é, que é possível trabalhar Educação Física sem competições e ter boa

motivação, porque se baseiam na proposta dos jogos cooperativos e, 40%

responderam que não. Atualmente, os Jogos Cooperativos apresentam uma nova

perspectiva para a Educação Física na escola e está pautada sobre a valorização da

cooperação em detrimento da competição, porém é a estrutura social que determina

se os membros de determinadas sociedades irão competir ou cooperar entre si. Os

jogos cooperativos são vistos como uma força transformadora, divertidos para todos

e todos têm um sentimento de vitória, criando alto nível de aceitação mútua,

enquanto os jogos competitivos são divertidos apenas para alguns e, a maioria tem

sentimentos de derrota e é excluída por falta de habilidades, dependendo da

maneira que o professor trabalha essa atividade. Os Jogos Cooperativos têm como

ponto de partida, o jogo, sua mensagem, suas possibilidades de ser uma prazerosa

oportunidade de comunicação e um espaço importante para vivenciar alternativas

novas, uma contribuição para a construção de uma nova sociedade baseada na

solidariedade e na justiça. Mas embora tal proposta seja muito interessante na

busca de valores mais humanitários, viável em termos de implementação na prática

e concreta para os professores de Educação Física e, considerando a importância

do jogo, a abordagem não parece ter-se aprofundado como deveria nas análises

sociológicas e filosóficas subjacentes à construção de um modelo educacional

0%

20%

40%

60%

80%

Sim Não

40

voltado para a cooperação, além de não considerar os efeitos do sistema capitalista

sobre a competição/cooperação na sociedade contemporânea. (DARIDO, 1999,

p.27).

Sendo assim, cabe a escola e principalmente ao professor de Educação

Física informar-se sobre as diversas abordagens, na busca de uma fundamentação

para a Educação Física escolar de modo a propor ao seu aluno uma progressão

normal do crescimento físico, do desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e

afetivo-social.

O Gráfico 12 refere-se à questão 12 e, comprova que é possível uma

competição sadia na escola. Para a busca desse resultado foi feito o seguinte

questionamento: É possível uma competição sadia na escola? Porque?

Através do resultado obtido na pesquisa, 10% disseram que não é possível

uma competição sadia na escola, pois as competições em si, têm seu lado

destruidor, porém, 90% disseram que é possível uma competição sadia, voltada

para o fair play, para a cooperação e para a valorização tanto do vencedor como do

perdedor.

.Alguns autores afirmam não existir competição sadia, pois é um fenômeno

humano e constitui-se na negação do outro, diminuindo a sensibilidade às diferenças

sociais, desrespeitando ou desvalorizando os trabalhos de outras pessoas e dando

continuidade às políticas de exploração e dominação entre ganhadores e

perdedores, é uma tentativa de banalizar a relação. Mutarana afirma que é possível

que a competição já esteja tão incorporada na Educação Física Escolar que já nem

se reflete mais sobre suas concepções e que simplesmente elas são repetidas por

isso é vista como um mito e um difícil desafio. (MUTARANA, 2002).

90%

10%

0%

50%

100%

Sim Não

41

Para o desenvolvimento de uma nova percepção sobre as competições

escolares, é necessário que os professores estejam preocupados com o

desenvolvimento das características humanas ao invés de tentar eliminar o caráter

competitivo dos jogos, deveriam procurar compreendê-lo e utilizá-los para valorizar

as relações e ter uma visão crítica das competições. (FREIRE, 1989).

Os 10% que responderam não ser possível, tem a mesma visão de Mutarana e

ver nas competições escolares o que se vivencia no nosso cotidiano da sociedade

tecnocrática, aquela que pessoas da sociedade estabelecem-se em beiras de

campo e gritam em alto tom, vários chingamentos, se agridem e se desrespeitam

pensando apenas nos resultados, abandonando todos os benefícios propostos pelo

jogo competitivo. Mas na escola a competição deve ser vista como uma forma lúdica

com o intuito de transmitir conhecimentos voltados para os aspectos da

aprendizagem. Considero as competições escolares de forma lúdicas, um grande

desafio para a escola e para o professor de Educação Física, vale a pena fazer esse

esforço, uma vez que é função da escola transformar o aluno e através dele,

transformar a sociedade.

O Gráfico 13 refere-se à questão 13 e comprova que a competição ajuda no

desenvolvimento das habilidades. Foi lançada a seguinte pergunta:

Você acredita que o espírito de competição desenvolva nos alunos, suas

habilidades?

Os resultados da pesquisa apontaram que, 90% dos professores

responderam ser possível o desenvolvimento das habilidades através das

competições e, apenas 10% responderam que não. A competição manifestada nos

jogos automaticamente desenvolve habilidades, capacidades e competências.

Nazário (2008) e, de acordo com a Pedagogia Helenística, as competições

90%

10%

0%

50%

100%

Sim Não

42

escolares são processos pelos quais o indivíduo é estimulado a realizar cada

gesto/habilidade com a maior perfeição possível para alcançar o objetivo de ser

campeão, além de desenvolver as habilidades motoras e o domínio mental por se

tratar dos desportos. (MARINHO, 1984)

Nesse sentido, entende-se que o esporte competitivo é a melhor forma de

desenvolver habilidades porque os alunos são motivados pelo caráter lúdico do jogo

e pelo espírito competitivo, natural do ser humano.

43

CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos no presente estudo, considerando os

aspectos sociais, psicológicos e atitudinais, das atividades competitivas, há indícios

paral afirmar que as competições escolares apresentam pontos positivos e

negativos. Elas contribuem nos aspectos sociais, visto que colaboram para fazer

amizades entre pessoas e grupos da mesma escola ou fora dela.

Em relação aos aspectos psicológicos ficou claro que as competições

despertam prazer, alegria, tristeza, lazer, divertimento, superação e motivação para

as aulas de Educação Física. Em relação aos aspectos atitudinais, admite-se que as

atitudes relacionadas ao comportamento agressivo, valores, disciplina cooperação,

humor podem ser adquiridos e transformados através das competições escolares,

pois como fenômenos sociais, os jogos e os esportes podem ser entendidos como

moderadores do comportamento humano, capazes de canalizar o impulso agressivo

presente no desenvolvimento social do homem, além de proporcionarem aos alunos,

a experiência de situações de convivência e conflito, transferíveis para o cotidiano,

em dinâmicas com diferentes graus de competitividade e cooperação. Quanto à

questão do ganhar e perder, é importante criar uma face educativa, que ensine

saber ganhar e perder, valorizando a participação de todos e o respeito ao opositor.

44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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educação física e recreação, 1ª a 4ª série” – Porto Alegre, RS: Marister, 1991.

CORREIA, Marcos Miranda in Revista Brasileira da Ciência do Esporte: Jogos

cooperativos, perspectivas, possibilidades e desafios na Educação Física Escolar,

Campinas, 2006. Disponível em:

file:///D:/RevistaBrasileiradeCiCAAnciasdoesporte.htm. Acesso em 16/09/2012.

Darido, SC A Educação Física na escola: questões e reflexões. Araras: Topázio,

1999.

GOMES, Sérgio Adriano & OLIVEIRA, Ronaldo Pacheco: Pedagogia dos Esportes

coletivos. Educação Física à distância, módulo 5, Brasília, 2010.

JÚNIOR, Jacaono Batista de Lima: Estágio Supervisionado no Ensino Médio, UNB –

Brasília, 2012.

MARINHO, Inezil Pena: “Introdução ao estudo da filosofia da Educação Física e dos

desportos” – Brasília, Horizonte, 1984.

NAZÁRIO, júlio césar – Competições na Educação Física: um estudo de

representações sociais de professores. FURB – Rio Grande do Sul, 2008.

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Acesso em 25/11/201

OLIVEIRA, Valdomiro de & PAES, Roberto Rodrigues: A pedagogia da iniciação

esportiva um estudo sobre o ensino dos jogos desportivos coletivos in

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 71 - Abril de

2004. Acesso em 15/11/2012.

Parâmetros curriculares Nacionais: “Educação Física” – Brasília: MEC / SEF, 1997.

45

Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio 2000 in Portal MEC. gov.br,

acesso em 01/04/2012 às 19h10min.

Pinto et all: Cenas da ludicidade no planejamento docente. Do imaginário ao real:

EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012

in http://www.efdeportes.com/ acesso em 15/11/2012.

REVERDITO, Riller Silva et tal(2006): Competições Escolares: reflexão e ação em

pedagogia do esporte para fazer a diferença na escola, disponível em:

http://www.revistas.ufg.br/index, acesso em 20/10/2011.

ROBERT, K. Yin: Metodologia Científica Aplicada: Estudo de Caso Planejamento e

Métodos. Disponível em:

http://soniaa.arq.prof.ufsc.br/arq1001metodologiacinetificaaplicada/met2008/y.

Acesso em 23/09/2012.

SANTIM, Silvino: “Educação Física: outros caminhos”, Porto Alegre – RS, EST,

1990.

SANTIN, Silvino: “Educação Física: uma abordagem filosófica da corporeidade”. Ijuí:

Liv. UNIJUÍ Ed., 1987. (coleção ensaios: política e filosofia 2).

46

LISTA DE APÊNDICE

Apêndice A – Termo de Concordância................................................................... 47

Apêndice B – Questionário feito aos alunos .......................................................... 48

Apêndice C – Questionário feito aos professores .................................................. 49

Apêndice D - TCLE- Termo de Consentimento Livre Esclarecido, aprovado pelo

Comitê de Ética. .......................................................................................................50

47

Apêndice A – Termo de Concordância

48

Apêndice B – Questionário feito aos alunos

1. Qual é a emoção que você sente quando participa de uma competição

escolar e vence o jogo?

2. Como fica seu humor depois que perde um jogo?

3. Qual a emoção que voce sente em relaçao ao seu adversario?

4. Voce sente muita tristeza quando perde um jogo importante?

5. Sabendo que um time e mais forte que o seu e que se jogar com eles você

vai perder, o que você prefere?

6. Com que objtivo você joga nas aulas de Educação. Fisica ?

7. Você consegue se divertir durante uma competição seria?

49

Apêndice C – Questionário feito aos professores

8. Você acha que as tensões das competições escolares tem influências

positivas ou negativas? Justifique.

9. É possivel mudar o comportamento agressivo de um aluno atravez do jogo

competitivo?

9.1 .Como voce analiza os alunos que participam de esportes competitivos da

escola com relação aos aspectos atitudinais?

9.2 .Como é o comportamento dos alunos durante os jogos competitivos?

10. Como é feito o processo seletivo dos alunos que participam dos jogos

competitivos?

11. É possivel trabalhar E. Fisica sem competiçao e ter boa motivação dos

alunos?

12. É possivel uma competição sadia na escola?

13. Você acredita que o espírito competitivo desenvolve nos alunos suas

abilidades?

50

Apêndice D - TCLE- Termo de Consentimento Livre Esclarecido, aprovado pelo

Comitê de Ética.

51

LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1. Foto da escola CAIC José Elias de Azevedo – local da pesquisa.

ANEXO 2. Foto dos alunos competidores nos Jogos Estudantis de 2012

ANEXO 3. Foto da observação para a pesquisa.

52

ANEXO 1

CAIC José Elias de Azevedo – local da observação para a construção do trabalho.

53

ANEXO 2

Alunos competidores do Colégio Estadual CAIC José Elias de Azevedo

2ª fase dos Jogos Estudantis 2012.

54

ANEXO 3

Participação dos alunos do CAIC de Santo Antônio do Descoberto na Abertura dos

Jogos Estudantis de 2012 - Formosa - Goiás

Evento esportivo-festivo que incentiva os jogos competitivos