ESTUDO DE INFILTRABILIDADE EM AMBIENTE COM...

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTAS CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL Uso da infiltrabilidade como indicador de reabilitação de áreas de empréstimo MIGUEL RODRIGUES ORIENTADOR: Prof o Dr. RICARDO VALCARCEL Seropédica -RJ Abril /2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FLORESTAS

CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Uso da infiltrabilidade como indicador de reabilitação de áreas de

empréstimo

MIGUEL RODRIGUES

ORIENTADOR: Profo Dr. RICARDO VALCARCEL

Seropédica -RJ Abril /2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FLORESTAS

CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Uso da infiltrabilidade como indicador de reabilitação de áreas de

empréstimo

MIGUEL RODRIGUES

ORIENTADOR: Profo Dr. RICARDO VALCARCEL

Monografia apresentada ao Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Florestal.

Seropédica -RJ Abril /2005

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Seropédica, 28 de abril de 2005.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Ricardo Valcarcel / UFRRJ

Doutorando José Eduardo Dias / UFRRJ

Doutorando Luciano de Oliveira Toledo / UFRRJ

Suplentes:

Mestrando Leonardo Tienne / UFRRJ

Mestrando Rafael Silva Barboza / UFRRJ

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I

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a meus

pais Miguel e Nair como fruto da

historia de cada um.

Aos meus amigos de ontem, hoje e

sempre Henrique Trevisan e Otávio

Marques.

A Comunidade Sagrada Família pela

minha ausência na missão.

E a todos os alunos que pelo

curso superior se tornam mais

humanos.

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II

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus fonte, meta e razão de toda minha vida.

Ao Professor Ricardo Valcarcel por todo exemplo de

profissionalismo e espírito científico, ânimo e palavras certas

no momento certo, porém mais que tudo, por toda amizade e carinho

que verdadeiramente é o que fica para sempre.

A todos do Laboratório de Manejo de Bacias Hidrográficas

/DCA/UFRRJ, principalmente à Flavia por toda sua disponibilidade

e boa vontade em nos ajudar.

Ao Engenheiro Florestal Alberto pela auxilio no campo.

A Pedreira Sepetiba Ltda pela cessão da área e infra-estrutura

para execução desta monografia.

Ao CNPq pelo apoio através da Bolsa de Auxílio à Pesquisa do

Laboratório.

Enfim, a todos que torceram junto comigo para o êxito deste

trabalho.

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III

Resumo

O presente trabalho utiliza a infiltrabilidade sobre o substrato

edáfico construído em sub-solo de 13 metros de profundidade

exposto às intempéries durante 21 anos (1980-2001), com

reflorestamento (1994-2001) e sem medidas conservacionistas (área

testemunha). As áreas foram reflorestadas com combinações

distintas de espécies – medidas biológicas, cujas funções

ecológicas podem induzir diferenças nos processos pedogenéticos e

modificar o comportamento da entrada de água nos sistemas.

Utilizou-se infiltrômetro de cilindro cujo tempo de amostragem

foi de 120 minutos, com 4 (quatro) repetições. A taxa de

infiltrabilidade apresentou diferenças estatisticamente

significativa nos tratamentos 03 (maior diversidade de espécies

com predomínio de nativas), seguido do tratamento 02 (combinação

equivalente de nativas e exóticas) e testemunha (sem

reflorestamento), que foi estatisticamente igual ao tratamento 01

(espécies florestais exóticas), evidenciando que a diferença de

combinação entre as 14 espécies nos três tratamentos, com mesma

densidade, geraram modificações nos substratos capaz de

evidenciar infiltrações distintas.

Palavra chave: infiltração, reflorestamento, funções ecológicas.

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IV

Abstract

The present work utilizes infiltrability on edafic substrate created on sub-soil exposition to intemperies during 21 years period (1980-2001) without any conservation measures-witness and on reforested areas with distinct species combinations - biological measures (1994-2001) which ecological functions can induce differences on pedogenetic processes and modify the behavior of water’s entrance in the system (infiltrability). A cylinder infiltrometer was used with a sampling time of 120 minutes, four repetitions. The infiltrability rate presented significant differences on treatment 3 (greater species diversity with natives predominant), followed from treatment 2 (equivalent combination of natives and exotic plants) and witness (without any reforestation), that was statistic the same as treatment 1 (exotic species only). This fact proves that different combinations between the 14 species on the three treatments, with the same density, can produce modifications on the substract, bringing consequences on the infiltrability capacity. Key-words: infiltrability, reforestation, ecological functions

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................1

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................3

A Água no Sistema .............................................3

Conceitos de infiltração ......................................4

Material e Método...............................................8

Área de estudo ................................................8

Clima .......................................................9

Solos .......................................................9

Vegetação ...................................................9

Relevo .....................................................11

Ventos .....................................................11

Medidas biológicas de RAD ....................................12

Parcelas experimentais .......................................13

Caracterização dos tratamentos ...............................14

Amostragem ...................................................14

Infiltrômetro ................................................15

RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................18

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.....................................25

REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................26

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LISTA DE TABELAS

1 - Percentual das espécies que compõem as medidas biológicas de

reabilitação de área de empréstimo da Ilha da Madeira, Itaguaí-RJ ...........................................................................................................13

2 - Resultados analíticos de amostras do subsolo nos três tratamentos e testemunha .............................................................................18

3 - Valores médios de infiltrabilidade em medidas biológicas de reabilitação de área de empréstimo de Itaguaí, Rio de Janeiro, 2001 ........................................................................................................................20

4 - Volume infiltrado em função do tempo .................................................20

5 - Volume infiltrado em função do tempo .................................................21

6 - Volume infiltrado em função do tempo .................................................21

7 - Volume infiltrado em função do tempo .................................................22

LISTA DE FIGURAS

1 – setores que interferem na infiltração .................................................8

2 - Parcela de estudo ..........................................................................................15

LISTA DE GRÁFICOS

1 - Regressão Linear do Tratamento 01 ........................................................23

2 - Regressão Linear do Tratamento 02 ........................................................23

3 - Regressão Linear do Tratamento 03.......................................................24

4 - Regressão Linear da área testemunha. ...............................................24

LISTA DE FOTOS

1 – Infiltrômetro, Ilha da Madeira, Itaguaí RJ. ..................................16 2 - Utilização do infiltrômetro....................................................................17

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INTRODUÇÃO

Áreas de empréstimo são locais onde se retiram

expressivos volumes de material destituindo-os de condições

ambientais de modo que eles tenham mínimas condições de se auto-

recuperar (CARPANEZZI & KAGEYAMA, 1990).

Empreendimentos que removem o solo e deixam o substrato

litólico exposto, provocam profundas modificações no equilíbrio

ambiental dos ecossistemas. Eles se caracterizam por serem

eventos rápidos, geralmente provocados por empreiteiras que

possuem grande infra-estrutura e compromissos apenas com as

obras em fase de construção.Devendo assim seguir o cumprimento

da Constituição Brasileira (Capitulo VI, artigo 225, parágrafo

2º)que assegura a obrigatoriedade de recuperar estas áreas.

Ao ecossistema, quando não se promovem ações

conservacionistas, cabe a função de se reabilitarem

espontaneamente, podendo demandar várias dezenas de anos para

adquirir níveis de equilíbrio homeostático incipientes.

A falta de infiltração e a exígua capacidade de retenção

de água nos ecossistemas degradados se constituem em um fator

diferencial para a sua recuperação/reabilitação, sendo que em

ecossistemas perturbados ainda há vegetação e associado aos seus

serviços possuem capacidade de resiliência, uma vez que em

ecossistemas tropicais as reservas nutricionais encontram-se no

próprio componente biótico (ODUM, 1988). Em ambientes degradados

a situação é pior, pois não há formas de vida capazes de indicar

as formas de manifestação das tendências de recuperação e/ou

degradação (VALCARCEL, 1994).

Solos alterados por processo de mineração possuem

limitações ao estabelecimento e desenvolvimento espontâneo de

cobertura vegetal, principalmente em razão de baixos teores de

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matéria orgânica, nutrientes e propriedades físicas. Entre as

modificações que ocorrem no solo por causa da mineração

destacam-se as topográficas e as suas influencias no

comportamento hidrológico do meio físico (SCHOROEDER, 1995).

Este estudo se desenvolveu em área de empréstimo onde

foram retirados 1.400.000 metros cúbicos de terra de 10,81ha,

para construção do Porto de Sepetiba, na baia do mesmo nome

(VALCARCEL, 1993). A área de empréstimo foi utilizada durante os

anos 1976-1978, sendo posteriormente abandonada com todas as

vias de acessos transitáveis em 1980. Até 1993 não se fez nenhum

tratamento conservacionista na região, motivo pelo qual os

processos erosivos desconfiguram toda a rede de drenagem e os

antigos acessos e pátios de manobra dos veículos (VALCARCEL,

1993).

Ainda segundo o mesmo autor, a profundidade média de

decapeamento foi de 13 metros, sendo que em alguns locais

alcançou 27 metros. A falta de atributos ambientais na área,

associada ao intenso geodinamismo dos processos erosivos, não

permitiu a colonização vegetal espontânea na região após haver

transcorrido 14 anos de abandono.

Em 1994, o Laboratório de Manejo de Bacias Hidrográficas

da UFRRJ iniciou os trabalhos de reabilitação da área de

empréstimo, atuando com medidas físicas, fisico-biológicas e

biológicas (VALCARCEL, 1994). A partir desta data, vários

estudos envolvendo o uso, aperfeiçoamento e avaliação das

medidas biológicas foram realizados (SANTOS & VALCARCEL, 1997 e

NEVES et al., 2000).

Utilizou-se como estratégia metodológica comparar

resultados que envolviam parâmetros silviculturais da cobertura

instalada (SANTOS & VALCARCEL, 1997), monitoramento indireto de

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atributos ambientais e surgimento de propriedades emergentes

(VALCARCEL et al., 2000; NEVES et al., 2000 e NEVES & VALCARCEL,

2000), utilizando-se a colonização vegetal espontânea,

envolvendo espécies de estágios sucessionais evoluídos como bio-

indicador (VALCARCEL & SILVA, 2000).

Foram observadas variações comportamentais significativas

entre os resultados das diferentes medidas biológicas e, entre

elas e as parcelas testemunhas (NEVES et al., 2000) no processo

de recuperação de áreas degradadas.

O presente estudo é uma proposta de continuar o processo

de discretização dos efeitos das diferentes medidas biológicas

de reabilitação de áreas degradadas no meio físico: substrato

litólico, avaliando se as diferenças silviculturais e ambientais

encontradas nestas medidas, promoveram variações nas

propriedades físicas dos substratos e por ende, na construção do

solo, onde a infiltrabilidade foi o elemento considerado

discriminante na avaliação dos efeitos de sua estruturação,

agregação e transformação do material litólico nos primeiros

milímetros da superfície, que esteve sob influência direta de

diferentes coberturas vegetais nos anos 1994-2001, quando foram

implantadas as medidas biológicas de recuperação de áreas

degradadas.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A Água no Sistema

A água constitui um dos elementos físicos mais

importantes na composição da paisagem terrestre, interligando

fenômenos da atmosfera inferior e da litosfera, e interferindo na

vida vegetal, animal e humana à partir da interação com os demais

elementos do seu ambiente de drenagem. Nas suas variadas funções

possui um importante papel como agente modelador do relevo da

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superfície terrestre, controlando tanto a formação como o

comportamento mecânico dos mantos de solos e rochas (COELHO NETO,

1994).

Em meio Florestal a precipitação atinge a copa das

árvores, escorrendo por galhos, folhas e tronco. Parte desta água

evapora, porém o volume que atravessa o dossel tinge o solo e

pode infiltrar (MOLCHANOV, 1963).

Conceitos de infiltração

A infiltração consiste na entrada da água na superfície

do terreno em direção ao seu interior (HILLS, 1970; MOLERO, 1974

e LOPEZ CADENA & CRIADO, 1978). Este processo ocorre em cada

segmento da bacia e apresenta resultados nos exutórios, através

da forma como os hidrogramas se manifestam. Ele expressa as

relações de interdependência dos mecanismos de entrada, estocagem

e de transmissão de umidade nos solos(COELHO NETO, 1994).

Segundo a mesma autora, a infiltração expressa a entrada

de água dentro do meio poroso e pode ter relação com o seu

movimento dentro do solo. Este processo desempenha um papel

relevante na economia da água dentro do balanço hídrico em uma

bacia hidrográfica, pois quanto maior for a capacidade de

infiltração, maior será a quantidade de água absorvida pelo solo

e menor o escoamento superficial (HEWLET E NUTER 1969, HILLS,

1970 e LINSLEY et al., 1975).

O processo de infiltração determina o balanço de água na

zona das raízes, condiciona qualidade e quantidade do escoamento

direto dos deflúvios e atua diretamente na erosão hídrica. Assim

o conhecimento do processo e sua relação com as características

do solo são de fundamental significância para o eficiente manejo

do solo (REICHARDT, 1996).

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O conceito de infiltrabilidade tem as condicionantes físicas

dos conceitos de infiltração, porém diferem no fato de que se

mede a taxa máxima de entrada da água no solo sob condição de

pressão constante de lâmina de água sobre a superfície do

terreno, fato este que na natureza não se verifica de forma

prática (Ricardo Valcarcel - Comunicação pessoal).

A taxa de infiltração é a relação entre quantidade de água

que ingressa em um solo pelo tempo(RICHARDS, 1952; HEWLETT &

NUTTER, 1969; HILLS, 1970).

Capacidade máxima de infiltração é a taxa máxima de água

que entra no solo (HORTON, 1933). A relação entre a capacidade de

infiltração e a intensidade da chuva define a quantidade de água

que infiltra para abastecer o lençol freático e/ou volume de água

que escoa superficialmente. Quando a intensidade da chuva é menor

do que a capacidade de infiltração, a taxa de infiltração é igual

à taxa das chuvas, porém, quando a intensidade da chuva

ultrapassa a capacidade de infiltração, o solo absorve parte da

chuva e gera excedente, que após ocupar as microdepressões escoam

sobre a superfície do solo (COELHO NETO, 1994).

Os fatores que afetam a infiltração dependem da

combinação das características edafoclimáticas locais. Eles podem

ser sintetizados como fatores externos ao meio: intensidade,

duração e freqüência das chuvas, e fatores relacionados ao solo:

textura, estrutura, estratificação dos horizontes, umidade

antecedente, matéria orgânica, compactação/adensamento,

porosidade, atividade biológica e cobertura vegetal (MARSHALL,

1963; LINSLEY et al., 1965; HEWLETT NUTTER, 1969; SATTERLUND,

1972).

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HORTON (1940) apresentou como fatores que afetam a taxa

de infiltração: tipo de perfil do solo, aspectos biológicos,

macroestruturais e cobertura vegetal.

Solos recobertos por florestas apresentam os maiores

valores de capacidade de infiltração, especialmente pela

influência da serrapilheira. A biomassa depositada reativa muitas

propriedades fÍsicas, quÍmicas e biológicas dos solos degradados;

caracterizando-se como um fator importante à manutenção desses

novos sistemas, ajudando a controlar os processos erosivos,

fornecendo substâncias agregantes ao solo (FACELLI & PICKETT,

1991). A redução na densidade de cobertura vegetal é acompanhada

pelo decréscimo da infiltração.

As condições de textura, profundidade e umidade

antecedente do solo determinam a quantidade de água que poderá

infiltrar-se. Solos profundos e bem drenados, com textura

grosseira e grande quantidades de matéria orgânica, apresentam

capacidade de infiltração diferenciadas dos solos rasos,

argilosos. A umidade antecedente reduz a ação capilar inibindo a

infiltração, limitando o volume de água que pode ser estocado no

solo, especialmente os mais finos (COELHO NETO,1994).

Segundo REICHERDT (1992) o tipo de textura do solo

determina a desestruturação das partículas, provocada pelo

impacto das gotas de chuva. Essa desestruturação contribui para a

redução da porosidade da camada superficial do solo. Além do

impacto das gotas, MORIM & VAN WINKEL (1996) citam a dispersão

físico-química das argilas como causa do selamento superficial e

redução da taxa de infiltração.

O incremento dos teores de matéria orgânica via

crescimento de biomassa, pode ser a melhor estratégia para

incremento da infiltração via modificação das propriedades

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físicas do solo. As ações da matéria orgânicas associadas aos

efeitos do sistema radicular das plantas modificam o rearranjo

dos óxidos de ferro, alumínio e formam agregados, melhorando a

estrutura, aeração, densidade, condutividade hidráulica e

retenção de água do solo (BAVER,1972; ELTZ et al,1989 apud MOTTA

NETO, 1995).

BOLDAN E COLMAN apud PHILLIP (1957) distinguiram o processo

de infiltração em quatro partes interdependentes entre si: a)

Zona saturada - apresenta saturação até o máximo de 1,5 cm de

profundidade; b) Zona de Transição - possui rápido descenso de

água e alcança a profundidade 5 cm; c) Zona de transmissão -

precedida pelas zonas anteriores, possui percolação lenta e

efeito de encher o deposito que irá propiciar a continuidade do

processo na zona subseqüente; d) Zona de umedecimento - possui o

contato da Frente de umidecimento com a coluna do solo, sendo a

parte mais lenta do processo (Figura 01).

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a) Zona saturada

b) Zona de transição

c) Zona de transmissão

d) Zona de umedecimento

e) Frente de umedecimento

Figura 1 – setores que interferem na infiltração

Fonte: BOLDAN E COLMAN apud (PHILIP,1957)

Em ambientes impactados, com exposição de sub-solo, rocha

matriz, não há presença de matéria-orgânica e nem de estruturação

do substrato. Nestas condições as plantas não conseguem emitir

raízes, se sustentar e nem subsistir, pois não há umidade

suficiente para sua sobrevivência e as inclemências climáticas

não permitem a germinação de qualquer tipo de sementes

(VALCARCEL, 1994).

Ainda segundo o mesmo autor, qualquer espécie espontânea

que eventualmente consiga se estabelecer na área terá problemas

de consolidar-se, pois há exíguos recursos ambientais ofertados e

as enxurradas promovem processos erosivos que descalçam as

plantas.

Material e Método

Área de estudo

Localizada no distrito da Ilha da Madeira, município de

Itaguaí, área denominada Costa Verde (Latitude 23º55’07’’-

23º55’sul, Longitude 43º49’73’’-43º50’35’’Oeste) “Estado do Rio

de Janeiro”.

A região é enquadrada como de domínio ecológico da Mata

Atlântica,onde predominam as formações regionais típicas de

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litoral; área de Manguezal (fundo da Baia de Sepetiba) e Mata

Atlântica no inicio das montanhas que compõem a Serra do Mar

(VALCARCEL, 1994).

Clima

O clima é classificado como "Aw" (tropical chuvoso com

inverno seco) segundo KOPEN (1938). A umidade relativa média

anual é de 75%, insolação total média anual de 2.162,7 horas e a

nebulosidade mensal varia de 4,3 a 7,1 em uma escala que vai de 0

a 10 para a estação de Ecologia Agrícola, Itaguaí-RJ (MATTOS et

al., 1989).

A temperatura máxima média anual corresponde ao mês de

fevereiro, 25.7ºc e a mínima média anual corresponde ao mês de

Julho, 19.6ºc durante 41 anos de registro e processamento

(FIDERJ,1978).

Solos

As principais classes de solos encontrados na região são

Argissolos nas vertentes, Argissolos e Gleissolos nas áreas de

várzea. A ordem Argissolo é caracterizada por ter baixa

fertilidade natural e por serem altamente susceptíveis aos

processos erosivos, quando mal manejados (VALCARCEL, 1994).

Vegetação

A Mata Atlântica é uma floresta ombrófila, localizada

sobre as imensas cadeias montanhosas litorânea, situadas ao longo

do Oceano Atlântico, desde o Rio Grande do Sul até o Nordeste.

Embora represente o maior e o mais diversificado ecossistema

florestal remanescente no sudeste do Brasil, ainda é muito pouco

conhecido sob o ponto de vista florístico (RIZZINI, 1979; LEITÃO

FILHO, 1993).

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Em regiões profundamente devastadas pelo homem, como no

Nordeste, a sua existência é hoje comprovada apenas por

vestígios. Nas Serras do Mar e da Mantiqueira, nos estados de

Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, esta

floresta apresenta os maiores fragmentos (MIZUGUCHI et al.,

1982).

A flora da Mata Atlântica é composta pelo estrato arbóreo

de exemplares de Jacarandá (Machaerium sp.), Araribá

(Enterolobiun sp.), Ipês (Tecoma sp.), Sapucaia (Lecythis sp.),

Grapiapunha (Apuleia leiocarpa), Pequiá-marfim (Aspidosperma

sessiliflorum), Cedros (Cedrela sp.), Louro (Nectandra sp.),

Cajarana (Spondias sp.), Canelas (Ocotea sp.), Jataí (Hymenaea

sp.), Massaranduba (Manilkara sp.) e Brauna (Melanoxylon barauna)

entre outras. O estrato arbustivo é caracterizado pelas palmeiras

dos gêneros Euterpe, Geonoma, Astrocaryum. Entre as herbáceas

destacam-se: Pteridophytas e espécies das famílias Amarilidaceae,

Rubiaceae, Marantaceae, Melastomataceae e Musaceae. Nas partes

mais úmidas da mata, aparecem inúmeras espécies de musgos e

filícineas. Devido a competição pela luz, nas camadas inferiores,

existem grande quantidade de lianas e epífitas como as orquídeas

e bromélias (ESTADO DO RIO, 1991 e MIZUGUCHI et al., 1982).

A área de estudo encontra-se entre duas importantes

formações ecológicas: Manguezal e Floresta Secundária em estado

inicial de sucessão, com abundante presença de cipós. A vegetação

original foi intensamente utilizada no passado para a produção de

lenha, madeira, embarcações e construção civil, sendo que a área

serviu posteriormente para plantação de cana e pastagem.

A colonização vegetal espontânea na área de estudo foi

incipiente durante o tempo em que a área esteve abandonada (1981

a 1993). Foram encontradas algumas espécies arbustivas de pequeno

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porte em locais onde há acúmulo de sedimentos de solos misturados

com substrato terroso e umidade: um exemplar de pau-jacaré

(Piptadenia sp.), quatro borrachudos (Machaerium calubriana),

alguns exemplares de alecrim (Baccharis dracunculifolia), assim

como pequena ocorrência de espécies de porte herbáceo: tiririca

(Cyperus sp.), e carqueja (Baccharis sp.). As bananeiras (Musa

sp.) e o capim naipe (Pennisetum purpureum), surgiram em locais

com vestígios de solo-depósito, carreados das extremidades da

área de empréstimo (VALCARCEL, 1994).

Os principais motivos que impedem a colonização

espontânea na área de estudo são: solos secos, duros, sem matéria

orgânica, oscilação térmica diária e presença de formigas

cortadeiras.

Relevo

A região de estudo encontra-se aos fundos da Baía de

Sepetiba, em uma elevação, cujo ponto mais alto é de 225 metros,

distribuídos equidistantemente em todas as orientações, com as

vertentes de declividade média de 30%. A região é cercada pelo

mar: Baía de Sepetiba e Enseada da Restinga da Marambaia, em 90%

do seu perímetro.

Os 1.400.000 m3 de terra retirados na área de estudo,

modificaram significativamente o relevo original. Ele é

acidentado, com substratos inconsistentes, rígidos quando seco e

friável quando úmido, apresenta 5.542 m2 de afloramento rochoso.

Quase toda a região está sobre um maciço granítico, que

condiciona a atual forma do relevo (VALCARCEL, 1994).

Ventos

Os ventos médios predominantes apontam para as direções

sul(S); sudeste (SW);leste(E);nordeste(NE);Noroeste(NW);e

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sudoeste (SW), atingindo velocidades medias de 2 a 6 m/s (FIDERJ,

1976). Esporadicamente podem atingir velocidades em tormentas

tropicais.

Não foram encontrados indícios naturais e bio-

indicadores, que caracterizem a direção predominante dos ventos,

como a adaptação da arquitetura das copas das árvores (VALCARCEL,

1994).

Medidas biológicas

As medidas biológicas utilizadas para a recuperação da

área de empréstimo em questão se fizeram, com o plantio de

espécies arbóreas em proporções e espécies diferentes

caracterizando desta forma os diferentes tratamentos (tabela 01).

Considerando então estas diferenças, definiu-se parcelas

amostrais, onde o monitoramento da evolução do surgimento das

espécies espontâneas foi utilizado como indicador biológico de

reabilitação do ecossistema degradado (VALCARCEL & SILVA,1997).

Estas espécies introduzidas no ecossistema geram um novo

patamar de equilíbrio homeostático onde a disponibilidade de

água, matéria orgânica, construção do solo e difração da energia

solar são fatores ecológicos diferenciados e as plantas o acusam,

como propriedades emergentes.

O plantio destas espécies foi feito em covas de(0,4 x 0,4

x 0,4)metros sobre o substrato, com alinhamento e marcação das

covas em nível, obedecendo o espaçamento de 3 x 15 metros.Para

adubação foram aplicados compostos orgânicos na cova e inoculação

de bactérias fixadoras de nitrogênio para as espécies que as

realizam.

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Tabela 1 - Percentual das espécies que compõem as medidas biológicas de reabilitação de área de empréstimo da Ilha da Madeira, Itaguaí-RJ

Estas medidas biológicas implantadas na área de estudo

têm apresentado modificações nas condições ambientais

especialmente no que diz respeito à cobertura do solo e

sombreamento, criando assim propriedades emergentes que geram

condições básicas para o estabelecimento e desenvolvimento de

outras espécies de forma espontânea acelerando desta forma o

processo de sucessão ecológica (NEVES et al., 2002).

Parcelas experimentais

As parcelas foram estabelecidas a partir das

diferenciações fitossociológicas encontradas dentro das medidas

biológicas onde foram monitoradas as formas da vegetação numero

de indivíduos e desempenho silvicultural (NEVES et al., 2001).

MÉD.BIOLÓGICAS (%) NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA NOME COMUM

01 02 03 Schinus terebinthifo-lius Raddi

Anacardiaceae Aroeira-mansa 6,0

Machaerium aculeatun Raddi

Leguminosae Bico-de-pato

Piptadenia gonoacan-tha Mart.

Leguminosae Pau-jacaré 15,0 5,0

Clitoria fairchildi-ana Howard

Leguminosae Sombreiro 15,0

Mimosa caesalpinifo-lia Benth

Leguminosae Sabiá 10,0 25,5

Cecropia sp Cecropiaceae Embaúba 7,5 Acacia mangium Willd Leguminosae Acácia Acacia auriculiformis Sandw

Leguminosae Acácia 100,0 25,0

Albizia lebbech L. Leguminosae Albízia 7,0 Leucaena leucocephala Spreng

Leguminosae Leucena 20,0 15,0

Tabebuia umbellata Sond. Bignoniaceae Ipê-amarelo 5,0 Psidium guajava L. Myrtaceae Goiabeira 5,0 11,0 Caesalpinea ferrea Mart. Leguminosae Pau-ferro 13,0 Inga laurina (Sw.) Wild Leguminosae Ingá 15,0 Total de espécies 1,0 8,0 8,0

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Caracterização dos tratamentos

Foram comparados três tratamentos envolvendo uso de

diferentes combinações de espécies e um testemunha (sem plantio).

As áreas onde foi realizado o estudo é constituída por terreno

plano, com declividade inferior a 5%. Já quanto a exposição solar

o tratamento 1 e a área testemunha se igualam, sendo esta

exposição Leste, Sul, Oeste. Para os tratamentos 2 e 3 a

exposição é Leste e Sul.

Como decapeamento o tratamento 1 possui o maior valor, 25

metros, decrescendo para os tratamentos 2, 3 e testemunha, que

apresentam 20, 15 e 10 metros, respectivamente, demonstrando

assim o nível da interferência antrópica no local.

Amostragem

As unidades amostrais foram alocadas de forma

sistemática, envolvendo o uso de parcelas circulares (Figura 03)

com 2(dois) metros de raio, 12,5m2 de área. Elas encontram-se

localizadas no interior dos talhões onde foram levantados os

estudos silviculturais e levantamento fitossociológicos das

espécies com regeneração espontânea.

O período de coleta de dados foi de 2 dias da mesma

semana sem registro de chuvas antecedentes a 45 dias, além de se

encontrar em pleno inverno seco (10/08/2001 e 11/08/2001).

Foram realizadas medições no sentido anti-horário

iniciando na extremidade sul em um período de 120 minutos

obedecendo ao intervalo inicial para coleta de dados de 5

minutos, após o decorrer de 30 minutos foram ampliados os

intervalos de coleta de dados para 10 minutos até o restante dos

120 minutos, sendo realizadas 4 repetições para cada tratamento.

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15

Quanto ao posicionamento dos infiltrômetros, foram localizados

eqüidistantemente dentro de cada parcela circular.

Figura 2 - Parcela de estudo

Infiltrômetro

O infiltrômetro adotado foi similar ao descrito por HILLS

(1970), sendo formado por um cilindro de metal de 6 cm de raio e

12 cm de altura (Figura 01), base de metal para suporte de

vazilhame, e vasilhame de vidro transparente de 4,7 litros. Os

recipientes foram devidamente tarados e calibrados a correlação

entre volume liberado e altura da lamina remanescente, disposta

em uma régua externa de 17 cm, fixada na lateral.

Foi adicionado rolha de cortiça com dois tubos de 2 mm de

diâmetro interno, um para entrada de ar e outro para saída de

água, de modo que dentro do cilindro sempre permanecia altura

constante de lâmina de água.

1

3

24N

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Foto 1 – Infiltrômetro, Ilha da Madeira, Itaguaí RJ.

O cilindro de ferro foi introduzido cuidadosamente no

sub-solo, com o auxilio de um martelo de borracha, tendo a

preocupação de proporcionar o mínimo possível de perturbação na

camada em questão, até 6 cm de profundidade, após esta etapa

aplicou-se água no interior do cilindro, posicionando-se a base e

o vasilhame já preenchido com a mesma, na altura 0 cm, para

iniciar-se a leitura, de forma que a cada volume infiltrado se

obtivesse uma altura a ser registrada em um dado tempo.

Para as medições foram seguidos os devidos procedimentos:

Com tempo pré-estabecido iniciou-se a medição no tempo 0, ao se

atingir o tempo de 5 minutos fez-se a primeira leitura, realizada

na régua, fixada no vasilhame, observando a lâmina de água do

garrafão (Figura 2). Este procedimento foi realizado em seqüência

para cada um dos infiltrômetros, sendo a diferença de medição

entre eles de 1 minuto e para cada infiltrômetro a leitura foi

realizada a cada 5 minutos, até completar 30 minutos. Realizado

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esse ciclo, o intervalo de medição foi alterado para 10 minutos,

a cada infiltrômetro, sendo finalizada aos 120 minutos.

Foto 2 - Utilização do infiltrômetro.

A instalação do aparelho foi cuidadosa de modo a reduzir os

erros de causados pelas pertubações do meio e fugas lateriais,

conforme especificado por HILLS(1970). O mesmo autor assinala que este

equipamento também tem muitas vantagens, como reduzido tamanho,

reproduçao simples e baixo custo, além da portabilidade e demandar

pequenas quantidades de água.

Os dados foram analisados através de regressão linear

simples. Foi realizado o teste de Lilliefors para verificação da

normalidade, o teste de Cochran e Bartlett para homogeneidade de

variâncias dos dados de infiltrabiliade dentro dos tratamentos, e o

teste de Tukey(α=0,05)para análise de médias entre os tratamentos.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

O experimento foi realizado após nove anos da implantação das

medidas biológicas, o tempo pode ser considerado pequeno para formação

de solo, pois para a construção de 1 centímetro em clima temperado

pode levar aproximadamente 100 anos (BENETT, 1939). Em clima tropical

não se tem consenso sobre a velocidade de construção dos solos,

devendo ser menor.

Os substratos apresentam proriedades fisicas similares entre

si, onde observa-se que os efeitos variaram mais quando comparados ao

teor de matéria organica (Tabela 02).

Tabela 2 - Resultados analíticos de amostras do subsolo nos três tratamentos e testemunha

Foram encontrados valores diferentes quanto a taxa de

infiltrabilidade nos diferentes tratamento conservcionistas e

área testemunha(tabelas 03,04,05, e 07 )

Para o tratamento 03 foi registrado o maior volume médio

infiltrado, sendo de 1418 ml, este é diferente estatisticamente

de todos os outros tratamentos, pelo teste de Tukey a 5% de

significância (Tabela 02). Essa diferença evidenciou que quanto

maior for o número de espécies nativas a serem utilizadas nas

medidas biológicas, caso do tratamento 3(Tabela 01), maior será

a taxa de infiltração. Estes resultados, maior infiltração em

relação aos outros tratamentos, podem ser correlacionados com o

surgimento de espécies espontâneas, nesta área (NEVES et al.,

2001).Estes ressultados evidênciam que a eficiência nos

Na Ca++ Mg++ H+Al Al+++ P K Medidas biológicas Meq/100 ml de terra

pH (H2O)

C (%)

M.O (%) ppm

1 0,04 0,5 0,7 3,1 0,9 5,1 0,4 0,69 2 1312 0,09 1,9 1,7 3,8 0,2 5,1 1,3 2,24 3 1783 0,03 1,4 1,5 2,5 0,2 5,0 0,8 1,38 7 131

Testemunha 0,02 0,4 0,4 2,6 0,8 4,7 0,4 0,69 1 37

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processos sucessionais, também influenciam na construção de

solos, condicionando uma maior sinergia para construção dos

ecossistemas. Nos plantios de maior diversidade de espécies

nativas utilizadas, os mecanismos de reabilitação do ecossistema

ocorreram de forma acelerada.

No tratamento 02, foi registrado um valor médio de

infiltração de 867 ml, não ocorrendo diferença estatística apenas

para a comparação com o 01, embora este último seja uma área de

plantio homogêneo, mesmo assim apresentou um valor significativo,

estatisticamente, de infiltração, mas inferior ao tratamento 03.

Embora o tratamento 03 e 02, tenham recebido o mesmo número de

espécies, diferindo-se um do outro na quantidade e composição

utilizadas, sendo o maior número de nativas no tratamento 03 e

exóticas no tratamento 02, já no tratamento 01, apenas foi

utilizada uma essência exótica.

O tratamento 01 apresentou média de infiltração de 680 ml,

sendo igual estatisticamente com a testemunha, que registrou um

valor médio de 409 ml (Tabela 03). Interpretando-se esse

resultado, nota-se que o Tratamento 01, apresentou taxa de

infiltração estatisticamente igual a testemunha, que não recebeu

nenhuma medida biológica, evidenciando dessa forma, que conforme

diminui-se a diversidade de espécies, homogeneizando o plantio,

menor é a taxa de infiltração.

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Tabela 3 - Valores médios de infiltrabilidade em medidas biológicas de reabilitação de área de empréstimo de Itaguaí, Rio de Janeiro, 2001

Tratamento Valores (ml) 03 1418,75 ± 135a 02 867,50 ± 150b 01 680,25 ± 231bc

Testemunha 409,50 ± 76c

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente (Tukey 5%).

Tabela 4 - Volume infiltrado em função do tempo

TRATAMENTO 01 TEMPO VOLUME (ml) (min) G1 G2 G3 G4 MÉDIA

5 116 93 69 93 93 10 347 162 93 139 185 15 393 231 116 162 226 20 463 254 139 231 272 25 578 347 162 278 341 30 648 393 231 347 405 40 740 486 324 463 503 50 925 532 416 578 613 60 1,064 625 532 717 734 70 1,342 694 601 810 862 80 1,388 833 694 925 960 90 1,504 972 786 1,064 1,081 100 1,804 995 856 1,157 1,203 110 1,850 1,133 972 1,272 1,307 120 1,989 1,249 1,041 1,388 1,417

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Tabela 5 - Volume infiltrado em função do tempo

TRATAMENTO 02 TEMPO VOLUME (ml) (min) G1 G2 G3 G4 MÉDIA

5 139 123 116 116 123 10 231 247 278 231 247 15 324 316 324 301 316 20 393 409 463 370 409 25 532 509 532 463 509 30 625 578 578 532 578 40 810 702 694 601 702 50 995 833 810 694 833 60 1,157 956 879 833 956 70 1,388 1,133 1,041 972 1,133 80 1,573 1,218 1,064 1,018 1,218 90 1,781 1,365 1,157 1,157 1,365 100 1,920 1,450 1,226 1,203 1,450 110 2,082 1,534 1,249 1,272 1,534 120 2,244 1,642 1,295 1,388 1,642

Tabela 6 - Volume infiltrado em função do tempo

TRATAMENTO O3 TEMPO VOLUME (ml) (min) G1 G2 G3 G4 MÉDIA

5 254 231 231 347 266 10 370 416 463 509 439 15 509 601 694 694 625 20 694 810 856 810 792 25 810 995 948 879 908 30 995 1,226 1,157 1,041 1,105 40 1,157 1,434 1,342 1,203 1,284 50 1,434 1,642 1,527 1,342 1,486 60 1,619 1,850 1,665 1,434 1,642 70 1,804 2,036 1,758 1,573 1,793 80 1,989 2,244 1,874 1,619 1,931 90 2,197 2,313 1,966 1,735 2,053 100 2,382 2,544 2,082 1,827 2,209 110 2,544 2,660 2,151 1,897 2,313 120 2,729 2,822 2,221 1,966 2,435

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Tabela 7 - Volume infiltrado em função do tempo

TESTEMUNHA TEMPO VOLUME (ml) (min) G1 G2 G3 G4 MÉDIA

5 0 0 0 0 0 10 69 69 93 93 81 15 116 162 162 162 150 20 162 185 231 208 197 25 185 231 278 254 237 30 231 278 301 301 278 40 254 324 370 347 324 50 301 370 416 416 376 60 324 393 555 486 439 70 370 439 694 555 515 80 439 532 763 601 584 90 509 555 810 694 642 100 578 625 879 763 711 110 648 671 948 833 775 120 694 763 1,018 879 838

No tratamento 03 (predomínio de espécies nativas)

evidenciou-se efetividade nos processos pedogenéticos que

interferem na infiltrabilidade em 3,46x. No tratamento 02 (misto

entre espécies nativas e exóticas) houve aumento na

infiltrabilidade em 2,12x e no tratamento 01 1,66x, não sendo

estatisticamente significativo, pois provavelmente a

variabilidade dentro dos tratamentos foram superiores a das entre

tratamentos.

Foram observadas diferenças de infiltrabilidade nos 4

tratamentos, tanto em ordem de magnitude do total introduzido no

corpo do substrato, quanto na forma e dispersão dos dados durante

a infiltração (gráficos 01, 02, 03 e 04).

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Gráfico 1:Regressão Linear do Tratamento 01

Gráfico 2:Regressão Linear do Tratamento 02

y = 11,419x + 52,034

R2 = 0,7771

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150tempo (min)

volume (ml)

y = 13,061x + 149,34

R2 = 0,8672

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150

tempo (min.)

volume (ml)

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Gráfico 3:Regressão Linear do Tratamento 03.

Gráfico 4:Regressão Linear da área testemunha.

y = 18,129x + 419,24

R2 = 0,9006

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150

tempo (min)

volume (ml)

y = 7,0803x + 20,377

R2 = 0,9777

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150tempo (min.)

volume (ml)

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Estes resultados evidenciam que os comportamentos

diferenciados da vegetação nos 7 anos (1994 – 2001) provocaram

modificações das propriedades físicas na superfície do sub-solo

capaz de refletir variação da taxa de infiltrabilidade, porem

cabe ressaltar que dada as diferenças do meio físico (GUERRA,

1994), podem haver outras variáveis que estejam influindo no

comportamento da infiltrabilidade.

Segundo THORNES (1979) a variação da taxa da infiltração em

um mesmo terreno pode ser significativa, encontrando por meio do

infiltrometro a capacidade de infiltração média, com coeficientes

de variação em torno de 70 a 75% em um mesmo local. Já

EYLES(1967) mediu a capacidade de infiltração em solos de uma

mesma área da Malásia encontrando valores que variaram de 15 a

420 mm/h, com média de 147 mm/h.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

- O modelo de regressão linear simples foi utilizado apenas

para sinalizar tendências, embora os coeficientes de

determinação foram altos, variando entre 0,7771 e 0,9777.

Caso utilizem-se modelos quadráticos os coeficientes deverão

apresentar melhor ajuste;

- A variabilidade nos dados de infiltrabilidade, associado aos

dados de regeneração espontânea, evidencia que existem

espécies cujas funções ecológicas nos processos de

reabilitação de áreas degradadas possuem papel diferencial.

Estas espécies possuem propriedades emergentes que

possibilitaram ao meio obter uma maior taxa de

infiltrabilidade consequentemente oferecendo maior

disponibilidade de água para o estabelecimento e

desenvolvimento de espécies vegetais.

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