ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS PATOLOGIAS TRATADAS NO SETOR DE ... · uma igualdade na Contratura de...
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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Camila Cristina de Oliveira
Thais Moraes da Costa
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS PATOLOGIAS TRATADAS NO SETOR DE ORTOPEDIA NO
CENTRO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DOM BOSCO
LINS- SP
2010
CAMILA CRISTINA DE OLIVEIRA
THAIS MORAES DA COSTA
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS PATOLOGIAS TRATADAS NO SETOR DE ORTOPEDIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DOM BOSCO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia sob a orientação da Profª Esp. Ana Claudia de Souza Costa e orientação técnica da Profª Esp. Ana Beatriz Lima.
LINS-SP
2010
Oliveira, Camila; Costa , Thais Moraes
045e Estudo Epidemiológico das patologias tratadas no setor de Ortopedia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco: Clínica de Reabilitação Física Dom Bosco/ Camila Oliveira; Thais Moraes Costa. – – Lins, 2010.
100p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2010.
Orientadores: Ana Claudia de Souza Costa; Ana Beatriz Lima
1. Fisioterapia. 2.Epidemiologia. 3. Clínica de Reabilitação Física Dom Bosco. I Título
CDU 615.8
CAMILA CRISTINA DE OLIVEIRA
THAIS MORAES DA COSTA
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS PATOLOGIAS TRATADAS NO SETOR DE
ORTOPEDIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DOM BOSCO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Graduação em Fisioterapia.
Aprovada em:___/___/___
Banca Examinadora:
Profª Orientadora: Ana Claudia de Souza Costa
Titulação: Especialista em Neurologia pelo Unisalesiano / Lins
Assinatura:____________________________________________
1º Prof (a):_______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: ___________________________________________
2º Prof (a):_______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura:____________________________________________
A minha família
Obrigada por tudo, não tenho palavras para descrever como foi importante o apoio, amor incondicional que a mim foi dado. Dedico a
Nilce e Nelson, que em nenhum momento mediram esforços para a realização dos meus sonhos, que me guiaram pelos caminhos corretos, me ensinaram a fazer as melhores escolhas, me mostraram que a honestidade
e o respeito são essenciais à vida, e que devemos sempre lutar pelo que queremos. A eles devo a pessoa que me tornei, sou extremamente feliz e
tenho muito orgulho por chamá-los de pai e mãe. AMO VOCÊS!
Ao meu noivo Michael
Sempre serei grata pela sua paciência e compreensão diante das minhas dificuldades durante este tempo. Sem falar dos meus estresses, os quais você às vezes os transformava em motivos de risos, onde eu me refazia e
retomava o leme. Obrigada por me compreender e me dar forças. Te amo!
A minha parceira de monografia....Thais
Obrigada por tudo, pela ajuda nos momentos mais difíceis e conturbados, que não me deixou nunca perder as esperanças. Só você sabe como o
caminho foi longo, e aos trancos e barrancos, conseguimos sem deixar que nada nem ninguém atrapalhassem
nossa luta.
Aos meus amigos Aos amigos da faculdade, pouco tempo talvez para escrever uma história, mas muito para preencher mais um capítulo importante que compõe minha vida, a vocês em especial: Thá, Cocodecá (Ka), Mara, Dedê, Helô, Bell,
Indião e Dezza. Aos amigos de perto e de longe, obrigada vocês que aliviaram minhas
horas difíceis, me alimentando de certezas, força e alegria, em especial: Alan, Taty, Fer, Iza, Naty (prima).
Camila
Aos meus pais
Por serem à base de tudo e em tudo. O meu sincero agradecimento e reconhecimento a vocês que me deram a vida e me ensinaram a vive – La
com dignidade. Por terem se doado por inteiro na concretização desse sonho, muitas vezes abrindo mão dos vossos próprios sonhos. Não bastaria eu dizer que eu não tenho palavras pra agradecer tudo o que vocês fizeram
por mim... Por isso de uma forma simples vou dizer tudo o que sinto por vocês...AMOR...
Amo muito vocês....
Ao meu irmão
Obrigado Thi por tudo que fizeste por mim nesses longos anos juntos e por tudo que ainda vai fazer (rs). Por estar sempre disposto a me ajudar e me
dar forças pra continuar. Pelos conselhos, por me ouvir por tantas e tantas vezes, pela paciência, por fazer parte desse sonho também.
Te amo meu Sacizinho(rs)!!!
Aos meus familiares
Mesmo de longe sempre me dando forças para lutar e conquistar todos os meus objetivos...O meu muito obrigada.....
Danilo
Que esteve ao meu lado em todo o tempo sendo o meu ajudador em tudo até mesmo na monografia...Pelas horas gastas até de
madrugada...Prestando atenção nos mínimos detalhes da mesma...Pelo carinho... Paciência..Atenção e Dedicação...
Muito Obrigada!!!
THAIS
AGRADECIMENTOS
A Deus
Por estar conosco nesses quatro anos nos permitindo vivenciar alegrias e tristezas, sempre nos apoiando e orientando. Palavras são incapazes de
expressar a Deus, a gratidão que existe em nosso coração por todo o bem que fez e ainda fará por nós. Ele que em todos os momentos da nossa vida esteve a nos proteger, nos momentos de alegria e nos momentos de sufoco
(que não foram poucos...rsrs). Agradecemos-te, por proporcionar todos esses anos de grandes lutas e
vitórias, pois sem Ti nada somos, e nada podemos. Camila e Thais
A orientadora Ana
Pela calma e paciência sempre ofertada nos orientando nessa caminhada para que pudéssemos concluí-la.
Nosso muito Obrigada por toda a dedicação... Camila e Thais
A orientadora Bia
Muito obrigada por toda paciência e dedicação ofertada a nós... Camila e Thais
A minha parceira de Monografia....Camila
Só Deus sabe o que passamos pra chegar até aqui...O caminho árduo...rsrsrs...... Valeu à pena?...Sim, valeram a pena os dias de angústia,
de cansaço, de tédio e exaustão. Valeram a pena todos os passos pelo caminho traçado. Cada momento vivido nessa louca correria em busca de um objetivo em comum....Quero que saiba que você ira pra sempre em meu
coração e minhas lembranças... Parceira de todos os momentos.....De repartir as moedas, pegar o busão ou
perdê-lo rsrs, e varias outras enrascadas. Te amo...Especial pra mim!!!
Thais
Ao pessoal da sala em Especial (Mara, Ká, Dedê, Jú, Indião, Bel, Hêlo, Gui e Lee)
Há quatros anos estamos juntos, mas apenas no último ano pude conhecer
melhor as pessoas maravilhosas que vocês são... Mesmo sendo pessoas tão diferentes nos completamos....
Bel sem comentários...Pessoa incrível amiga em todas as
horas,conselheira,loucaaa em todo o tempo rsrs...Deixou saudades Amo você Poia...
Hêlo apesar de tudo que houve no primeiro ano, obrigando você a parar o
curso....Quero que saiba que você é uma pessoa maravilhosa, linda em todos os sentidos...
Saudade Anãzinha...
Thais
RESUMO
A epidemiologia tem se mostrado nos últimos anos ser de grande valia nas diversas áreas da saúde para caracterizar uma determinada população desvelando informações que permitem fazer de dados passados uma importante fonte para projeções futuras. É definida como o estudo da distribuição e dos determinantes das doenças ou condições relacionadas à saúde em populações especificadas. Com o avanço da fisioterapia faz-se necessário tal pesquisa dos pacientes assistidos por esses profissionais no setor de ortopedia, pois, assim se pode ter certa previsibilidade das pessoas que possam vir a usar deste serviço, melhorando desta forma o atendimento realizado pelos profissionais de fisioterapia que atuem em tal área. Com isso, a presente pesquisa tem como objetivo caracterizar os pacientes atendidos no setor da fisioterapia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco no período de 2006 á 2010. Para isso foram coletados dados das fichas de avaliações realizadas em pacientes submetidos ao tratamento da fisioterapia, por ser uma estratégia rápida e flexível para complementar o sistema de informações permanente, já existente, sendo elas: gênero e processo patológico. Foram observados dados de 3116 pacientes de ambos os gêneros sendo que ouve a prevalência do gênero feminino 55% para 45% do gênero masculino. Dentre as 25 patologias estudadas as mulheres prevaleceram em 19 delas, sendo que em 2 delas, prevaleceram com 100%, que foram a Fibromialgia e a Síndrome do Desfiladeiro torácico. A patologia que prevaleceu sobre as demais estudadas foram às fraturas totalizando 878 casos, sendo, superiormente encontrada no gênero masculino 57% para 43% do gênero feminino. Houve uma igualdade na Contratura de Dupuytren sendo 50% dos casos para ambos os gêneros. As afecções de ordem reumatológica permaneceram em maior número nas mulheres e nos homens as de ordem ortopédicas. Palavras-chave: Epidemiologia. Ortopedia. Fisioterapia.
ABSTRACT Epidemiology has been shown in recent years is of great value in various areas of health to characterize a given population revealing information that allows past data to make an important source for future projections. It is defined as the study of the distribution and determinants of diseases or health-related conditions in specified populations. With the advancement of physical therapy is necessary for patients in such research by these professionals in the field of orthopedics, because then you can have some predictability of persons who may use this service, thereby improving the services provided by the physical therapists acting in that area. Thus, this research aims to characterize the patients treated at the physical therapy at the Center for Physical Rehabilitation Don Bosco from 2006 to 2010. For this, data were collected from records of evaluations in patients undergoing physiotherapy treatment for being a fast and flexible strategy to complement the permanent information system already existing, namely: gender e pathological process. We observed 3116 data from patients of both genders being who hears the prevalence of females 55% to 45% male. Among the 25 conditions studied women prevailed in 19 of them, and in two of them, prevailed with 100%, which were the Fibromyalgia and Thoracic Outlet Syndrome. The condition that prevailed over the other fractures studied were the total 878 cases, and, above found in males 57% to 43% female. There was an equality in Dupuytren's contracture and 50% of cases for both genders. The diseases of rheumatology order remained in greater numbers in women and men in the order of orthopedic. Keywords: Epidemiology. Orthopedics. Physiotherapy.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Numero total de pacientes atendidos no período da pesquisa....... 39
Tabela 2: Patologias relacionadas ao gênero................................................. 40
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................ 13
CAPÍTULO I – EPIDEMIOLOGIA
1 CONCEITO.................................................................................. 16
1.1 Metodologia da Investigação Epidemiológica.................................... 17
1.2 Fatores Sociais.................................................................................... 18
1.2.1 Fatores Socioeconômicos.................................................................. 18
1.3 Variáveis Relacionadas ao Tempo.................................................... 19
1.4 Variáveis Relacionadas ao Espaço................................................... 19
1.5 Variáveis Relacionadas á Pessoa..................................................... 19
1.6 Grupo Étnico...................................................................................... 20
1.7 Idade.................................................................................................. 20
1.8 Gênero............................................................................................... 20
1.9 Estudo Descritivo............................................................................... 21
1.10 Coeficientes ...................................................................................... 21
1.11 Estudo Observacional........................................................................ 22
1.12 Estudo Transversal............................................................................ 22
1.13 Estudo Retrospectivo......................................................................... 22
1.14 Levantamento de Prontuários............................................................ 23
1.15 Incidência........................................................................................... 23
1.16 Prevalência......................................................................................... 23
CAPITULO II – PROCESSOS PATOLÓGICOS INERENTES A PES QUISA..24
2 INTRODUÇÃO................................................................................... 24
2.1 Artrite Reumatóide............................................................................. 24
2.2 Bursite................................................................................................ 25
2.3 Capsulite Adesiva.............................................................................. 25
2.4 Cervicalgia......................................................................................... 25
2.5 Cervicobraquialgia............................................................................. 26
2.6 Contratura de Dupuytren................................................................... 26
2.7 Dedo em gatilho................................................................................. 26
2.8 Epicondilite Lateral............................................................................. 26
2.9 Epicondilite Medial............................................................................. 27
2.10 Entorse de joelho............................................................................... 27
2.11 Entorse de tornozelo.......................................................................... 27
2.12 Escoliose............................................................................................ 28
2.13 Esporão de Calcanêo......................................................................... 28
2.14 Fasceíte Plantar................................................................................. 28
2.15 Fibromialgia........................................................................................ 29
2.16 Fratura.............................................................................................. 29
2.16.1 Fratura de Calcâneo.......................................................................... 29
2.16.2 Fratura de Colles................................................................................ 29
2.16.3 Fratura de Clavicula........................................................................... 30
2.16.4 Fratura de Escafóide.......................................................................... 30
2.16.5 Fratura de Falange............................................................................. 30
2.16.6 Fratura de Fêmur............................................................................... 31
2.16.7 Fratura de Mão................................................................................... 31
2.16.8 Fratura dos Metatarsianos................................................................. 31
2.16.9 Fratura de Olécrano........................................................................... 32
2.16.10 Fratura da Patela............................................................................... 32
2.16.11 Fratura proximal do Úmero................................................................ 32
2.16.12 Fratura de Rádio e Ulna..................................................................... 33
2.16.13 Fratura de Tíbia................................................................................. 33
2.17 Hérnia de Disco.................................................................................. 33
2.18 Lombalgia e Lombociatalgia.............................................................. 33
2.19 Luxação de Cúbito............................................................................. 34
2.19.1 Luxações interfalangeanas................................................................ 34
2.19.2 Luxações do Joelho........................................................................... 34
2.19.3 Luxações de Quadril.......................................................................... 35
2.19.4 Luxações Subtalares.......................................................................... 35
2.20 Osteoporose....................................................................................... 35
2.21 Osteoartrite........................................................................................ 36
2.22 Paralisia de Bell................................................................................. 36
2.23 Síndrome do Desfiladeiro Torácico.................................................... 36
2.24 Síndrome do Túnel do Carpo............................................................. 37
2.25 Tendinite............................................................................................ 37
2.26 Tenossinovite De Quervain................................................................ 37
CAPITULO III - PESQUISA .......................................................................... 38
3 Introdução ......................................................................................... 38
3.1 Descrição do trabalho no local de pesquisa....................................... 38
3.2 Apresentação dos Resultados............................................................. 39
3.3 Discussão............................................................................................. 42
3.4 Opinião dos profissionais..................................................................... 43
3.5 Conclusão da pesquisa........................................................................ 44
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................. 45
CONCLUSÃO ............................................................................................... 46
REFERÊNCIAS............................................................................................ 47
APÊNDICE.................................................................................................... 49
13
INTRODUÇÃO
Segundo Rouquayrol; Almeida (2003) uma definição precisa do termo
epidemiologia não é fácil: sua temática é dinâmica e seu objetivo, complexo.
Pode-se de uma maneira simplificada, conceituá-la como: ciência que estuda o
processo saúde-doença em coletividades humanas.
A epidemiologia é uma maneira de aprender a fazer perguntas e a colher
respostas que levam a novas perguntas empregadas no estudo da saúde e da
doença das populações. É a ciência básica da medicina preventiva e
comunitária, sendo aplicada a uma variedade de problemas. Tem como
objetivo conhecer a história, os conceitos e as técnicas epidemiológicas,
identificando fatores determinantes no processo saúde-doença em populações
humanas, bem como conhecer a metodologia epidemiológica e suas
aplicações no campo da saúde coletiva. A grande maioria dos estudos
epidemiológicos é observacional e o não experimental refere-se á pesquisa de
situações que ocorrem naturalmente.
De acordo com Pereira (2007) a sistemática predominante de raciocínio,
em epidemiologia, é a própria da lógica indutiva, mediante a qual, partindo-se
de certo número de dados, estabelece-se uma proposição mais geral. Por
exemplo, a partir da observação de alguns pacientes portadores de uma
mesma doença, é possível inferir a epidemiologia desta doença.
Sendo um campo da ciência médica preocupada com o inter-
relacionamento de vários fatores e condições que determinam a freqüência e a
distribuição de um processo infeccioso, uma doença ou um estado fisiológico
em uma comunidade humana, ele ocupa-se das circunstâncias em que as
doenças ocorrem e nas quais elas tendem a florescer.
Conforme referido por Pereira (2007) a epidemiologia tem como objetivo
reduzir os problemas de saúde na população, representando um melhor
conhecimento da distribuição das doenças, dos fatores que determinam esta
distribuição e das possibilidades de êxito das intervenções destinadas a alterá-
la.
14
Por algum tempo prevaleceu à idéia de que a epidemiologia restringia-se
ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis. Hoje, é reconhecido que a
epidemiologia trata de qualquer evento relacionado à saúde (ou doença) da
população. Suas aplicações variam desde a descrição das condições de saúde
da população, da investigação dos fatores determinantes de doenças, da
avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde até a
avaliação da utilização dos serviços de saúde, incluindo custos de assistência.
Os princípios da epidemiologia como área cientifica esta ligada aos
princípios básicos da ciência: observação exata; interpretação correta;
explicação racional; e sistematização cientifica.
Para Ayres (1995), a epidemiologia tornou-se o saber que mais
metalizou os ideais revolucionários da medicina social sendo a mesma nascida
das transformações ocorridas nas praticas de saúde.
Conforme referido por Pereira (2007), o corpo de conhecimentos da
epidemiologia contem numerosos detalhes, informações e formas de
abordagens dos problemas de saúde que são uteis para qualquer profissional
desta área, em especial, para avaliar as diferentes situações e orientar as
ações que se fazem necessárias.
Causatis Neto; Ferraz (2002) salienta que a pesquisa traz subsídios para
analisar como a Fisioterapia está e como a mesma se reflete em relação à
produção cientifica, ou seja, demonstra as áreas que se encontram em déficit
de pesquisa, tipo de delineamento inespecífico para a saúde, aspectos
humanos envolvidos, dentre outros.
A partir de tais contextos inerentes a epidemiologia, bem como interesse
da Fisioterapia Ortopédica em traçar um perfil que possa melhor caracterizar a
população assistida em uma clinica Ortopédica surgiu à seguinte pergunta
problema: Qual a importância de se estabelecer um perfil epidemiológico dos
pacientes que são atendidos no setor de ortopedia do Centro de Reabilitação
Física Dom Bosco?
Em resposta a está questão, foi levantado o seguinte pressuposto que
norteou o presente trabalho: a partir da coleta, observação, análise e
compreensão dos dados referentes às avaliações Fisioterapêuticas executadas
na Clinica de Ortopedia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, no
período de 2006 ao primeiro semestre de 2010, que é importante traçarmos um
15
perfil epidemiológico dos pacientes atendidos neste setor, para que os
profissionais possam dar melhor atendimento a eles.
Para demonstrar a veracidade deste pressuposto foi realizado o
presente trabalho cujo principal objetivo foi: caracterizar a população em
questão a fim de traçar um perfil epidemiológico dos pacientes atendidos nesta
unidade de tratamento e assim contribuir para certa previsibilidade dos casos
futuros e um melhor preparo de toda equipe, para um melhor atendimento
oferecido aos mesmos.
Assim, para melhor compreensão e demonstração dos itens acima
citados o presente trabalho fora dividido da seguinte forma:
Capítulo l: Conceitua as características de um estudo epidemiológico.
Capítulo ll: Demonstra sucintamente definições dos processos
patológicos observados durante a execução desta pesquisa.
Capítulo lll: Descreve a pesquisa realizada.
Encerra o trabalho a discussão, proposta de intervenção, conclusões e
apêndice.
16
CAPÍTULO I
EPIDEMIOLOGIA
1 CONCEITO
A epidemiologia define-se como estudo da distribuição e dos
determinantes das doenças em populações humanas.
A epidemiologia estruturou-se como disciplina científica mediante o
conceito de transmissão de agentes específicos de doenças, definindo a
explicação da propagação das epidemias através de uma determinada
compreensão da relação entre corpo e meio. (CAD. SAÚDE PÚBLICA, RIO DE
JANEIRO, JUL-SET, 2000)
Uma importante faceta do trabalho em epidemiologia,
que permeia este e os demais usos, consiste em gerar
dados quantitativos, corretos, sobre a saúde do
conjunto da população ou de seus segmentos, seja em
atividades de rotina, seja em investigações especiais.
(PEREIRA, 2007, p.17).
A Epidemiologia é definida como o estudo da distribuição e dos
determinantes das doenças ou condições relacionadas à saúde em populações
especificadas.
Segundo Pereira (2007) a epidemiologia se refere aos estudos dos
fatores que determinam á freqüência e a distribuição das doenças nas
coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes
das enfermidades, danos á saúde e eventos associados á saúde coletiva,
propondo medidas especificas de prevenção, controle ou erradicação das
doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,
administração e avaliação das ações de saúde.
O mesmo autor ainda discorre que a epidemiologia é o ramo da ciência
da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores
17
determinantes dos eventos relacionados à mesma. Tais informações assim
fornecidas pela epidemiologia podem ser utilizadas para planejar e avaliar
estratégias de como prevenir doenças e de como manejar aqueles pacientes
na qual a doença já se estabeleceu.
De acordo com Leavell; Clark (1976) a epidemiologia propõe uma forma
sistemática de descrever o que se sabe a respeito da história natural de uma
doença e uma metodologia científica para o preenchimento de lacunas no
conhecimento dos elementos da história natural. Trata-se ainda de uma ciência
que estuda o processo saúde doença em coletividades humanas, analisando
distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos á saúde e
eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de
prevenção controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que
sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações da
mesma.
Segundo Rouquayrol; Almeida (2003) a epidemiologia é o eixo da saúde
pública. Proporciona as bases para a avaliação das medidas de profilaxia,
fornece pistas para o diagnóstico de doenças e enseja a verificação da
consistência de hipóteses de causalidade.
1.1.1 Metodologia da investigação Epidemiológica
Segundo Leavell; Clark (1976), os princípios da epidemiologia como
área científica estão ligados aos princípios básicos da ciência: a observação
exata, interpretação correta, explicação racional e sistematização científica.
Segundo Pereira, (2007) a identificação do padrão de ocorrência de
doenças nas populações humanas e dos fatores que influenciam (determinam,
condicionam) tem sido reiteradamente definida como o objeto de estudo da
epidemiologia.
As Hipóteses epidemiológicas (elemento indispensável de qualquer
pesquisa científica) deverão relacionar tais fatores ou variáveis, orientando a
forma com que os dados referentes ao agravo e seus fatores condicionantes ou
determinantes serão associados bem como o contexto (marco teórico) em que
18
os resultados encontrados serão submetidos à comparação. Na investigação
epidemiológica a identificação da doença (definição de caso) tem uma natureza
ditada pela comparabilidade potencial e uma tendência à padronização, ao
contrário da clínica que reconhece a individualidade de cada paciente.
1.2 Fatores sociais
O estudo em nível pré-patogênico da produção da doença em termos
coletivos, objetivando o estabelecimento de ações de origem preventiva, deve
considerar a doença como fluindo, originalmente, de processos sociais,
crescendo através de relações ambientais e ecológicas desfavoráveis,
atingindo o homem pela ação direta de agentes físicos, químicos, biológicos
psicológicos ao se defrontarem, no indivíduo suscetível, com pré - condições
genéticas ou somáticas desfavoráveis. (ROUQUAYROL; ALMEIDA, 2003,
p.22)
Fatores que constituem esse componente podem ser agrupados
didaticamente, para melhor compreensão, tipos gerais cujos limites não se
pretendem que sejam claros ou finalmente definidos.
1.2.1 Fatores socioeconômicos
Os grupos sociais economicamente privilegiados estão menos sujeitos á
ação dos fatores ambientais que ensejam ou estimulam a ocorrência de certos
tipos de doenças.
Rouquayrol; Almeida (2003) afirma que a incidência é acintosamente
elevada nos grupos economicamente desprivilegiados. As pessoas de baixa
renda são percebidas como mais doentias propensas a enfermidades graves,
permanecendo com doenças amiúdes, morrendo jovens, procriando crianças
de baixo peso em maior proporção e a sua taxa de mortalidade é mais elevada.
19
1.3 Variáveis relacionadas ao tempo
De acordo com Rouquayrol; Almeida (2003) está variável, trabalha com
três conceitos: intervalo de tempo, intervalo cronológico e período. Intervalo de
tempo é a quantidade de tempo transcorrido entre dois eventos sucessivos
tomados em consideração, é mensurada em número de horas, dias, semanas,
meses ou anos.
O intervalo cronológico se refere a uma seqüência de alguns anos,
especificados, no calendário oficial. O período, por denominação de ordem
geral que se dá a partes de tempo delimitadas, marcadas cronologicamente e
especificadas.
1.4 Variáveis relacionadas ao espaço
Espaço é um conceito básico em epidemiologia. Os estudos
epidemiológicos tradicionais abordam a categoria “lugar”, que, diferenciado das
características “tempo” e “pessoas”, constitui um dos seus principais elementos
de análise. (CAD. SAÚDE PÚBLICA, RIO DE JANEIRO, JUL-SET, 2000).
Racionalmente, obedecendo a critérios gerais preestabelecidos e
ditados pela observação, o espaço pode ser organizado e subdividido em
lugares delimitados e perfeitamente definidos.
No entanto, deve-se ser levado em consideração que o espaço físico,
apesar de poder ser racionalmente fracionado em lugares que o critério
adotado, jamais deixará de ser uma totalidade abrangente.
1.5 Variáveis relacionadas á pessoa
Leavell; Clark (1976) relata tais variáveis independem do tempo e do
espaço. As variáveis são: raça, etnia, cultura, religião e nível socioeconômico.
20
Entre as variáveis utilizadas para descrever a distribuição de um evento, o
gênero e a idade são os mais empregados. Duas razões explicam a
preferência: a enorme variabilidade dos agraves a saúde em relação ao gênero
e a idade, e a facilidade de obtenção de dados sobre as características, com
alto grau de precisão.
1.6 Grupo Étnico
Esta designação é adotada para caracterizar qualquer grupo que
apresente um grau de homogeneidade maior do que o existente na população
geral seja quanto á herança biológica comum. Para fins práticos, tais grupos
são identificados por termos descritivos que incluem raça ou grupo étnico, local
do nascimento (dos indivíduos ou ascendentes). (LESER. W. et.al, 1997, p.70)
1.7 Idade
É, provavelmente, a variável mais importante a ser considerada,
isoladamente, na epidemiologia descritiva. Por isso, é comum que, em
tabulações de dados, seja feita a distribuição das freqüências por classes que
abrangem uma idade ou um grupo de idades (faixa etária) de acordo com as
peculiaridades do fenômeno estudado. (LESER. W. et.al, 1997, p.60)
1.8 Gênero
Durante algum tempo, os termos sexo e gênero eram utilizados
indiscriminadamente; na literatura mais recente, entretanto, o termo sexo
reserva-se, preferentemente, às características biológicas predeterminadas,
relativamente invariáveis, do homem e da mulher, enquanto que gênero é
21
utilizado para assinalar as características socialmente construídas que
constituem a definição do masculino e do feminino, em diferentes culturas.
Segundo Rouquayrol; Almeida (2003) sob o ponto de vista
epidemiológico, essa diversidade biológica e social, dentro das unidades das
espécies, implicam em disparidades quanto ás exposições a riscos.
As desproporções entre os gêneros se devem a dois fatores que agem
em sentidos opostos: o número de nascimentos e os coeficientes de
mortalidade que se expressam diferentemente.
1.9 Estudo Descritivo
Os estudos descritivos têm por objetivo determinar a distribuição de
doenças ou condições relacionadas á saúde, segundo o tempo, o lugar ou as
características dos indivíduos, respondendo assim ás perguntas de: quando,
onde e quem adoece. As investigações epidemiológicas de caráter descritivo
examinam como a incidência ou a prevalência de uma doença ou condição
relacionada á saúde varia de acordo com determinadas características como
sexo, idade entre outras, informando sobre a freqüência e a distribuição de um
evento descrevendo assim os dados colhidos na população.
Segundo Pereira (2007) as investigações epidemiológicas, de cunho
descritivo, têm o objetivo de informar sobre a distribuição de um evento, na
população, em termos quantitativos.
1.10 Coeficientes
Coeficientes é a relação entre o número de casos de um evento e uma
determinada população, num dado local e época.
Segundo Pereira (2007) os coeficientes gerais referem-se a todas as
populações, sem divisões por subgrupos e devem ser usados com cautela,
pois podem levar a conclusões enganosas, já que as características
22
peculiares a cada população, como sua composição etária e por gênero tem
marcada influência sobre eles.
Coeficientes específicos são utilizados com finalidade de conhecer mais
detalhadamente as situações e mesmo contornar os problemas de
necessidades de padronizações que o uso dos coeficientes gerais requer.
1.11 Estudo Observacional
Esse tipo de estudo esta reservada á investigação de situações que
ocorrem naturalmente.
Esse estudo tem como objetivo descrever a distribuição de um parâmetro, na população o que serve para formular hipóteses ou testar uma hipótese sobre a associação entre dois eventos, tentando verificar, se há relação causal entre eles. (PEREIRA, 2007)
1.12 Estudo Transversal
Rouquayrol; Almeida (2003), assim define a pesquisa transversal: é o
estudo epidemiológico no qual fator e efeito são observados num mesmo
momento histórico.
1.13 Estudo Retrospectivo
São estudos que avaliam eventos que ocorreram no passado.
Esses estudos utilizam de dados do passado sobre a exposição e doença. O seu uso levanta suspeitas por sugerir informação de padronização discutível, a não ser que procedimentos estritos tenham sidos tomados. (PEREIRA, 2007)
23
1.14 Levantamento de Prontuários
Os levantamentos em prontuários podem ser feitos por meio de um
censo ou mediante amostragem que é uma estratégia econômica, rápida e
flexível para complementar o sistema de informações permanente, já existente.
Segundo Pereira (2007) a reunião de prontuários de pacientes é outra
possibilidade de realização de pesquisas, por intermédio das quais se podem
descrever a respectiva história natural.
1.15 Incidência
A incidência traduz a idéia de intensidade com que acontece a doença
em uma população.
Fletcher (2006) afirma que incidência refere-se a novos casos da doença
que ocorrem em uma população inicialmente livre da doença ou a novos
desfechos relacionados à doença.
1.16 Prevalência
Prevalência são o número total de casos de uma doença, existentes
num determinado local e período, descrevendo assim a força com que
subsistem as doenças nas coletividades.
Pereira (2007) descreve que a prevalência é útil em planejamentos e
administrações de serviços e de programas, e que quando se trata de prever
necessidades de serviços o conhecimento da prevalência é suficiente.
24
CAPITULO II
PROCESSO PATOLÓGICO INERENTE Á PESQUISA
2.1 INTRODUÇÃO
Kumar, Abbas; Fausto (2005) descreve que a palavra patologia significa,
literalmente, o estudo (logos) do sofrimento (pathos). Mais especificamente, é
uma disciplina que liga as ciências básicas á prática clínica e se devota ao
estudo das alterações estruturais e funcionais que ocorrem nas células, tecidos
e órgãos decorrentes de doenças.
A patologia tenta explicar as causas e os motivos dos sinais e sintomas
que os pacientes manifestam fornecendo, ao mesmo tempo, uma base racional
para a abordagem clínica e o tratamento.
Chandrasoma e Taylor (1993) descrevem que a patologia é o estudo da
doença. No seu sentido mais amplo, é o estudo de como os órgãos e os
tecidos de um corpo saudável se modificam e se tornam doentes.
Conforme discorrido por Kumar, Abbas; Fausto (2005) os quatros
aspectos das doenças que formam a patologia são as suas causas (etiologia),
os mecanismos de seu desenvolvimento (patogenia), as alterações estruturais
induzidas nas células e nos órgãos (alterações morfológicas) e as
conseqüências funcionais das alterações morfológicas (significado clínico).
Segundo Kumar, Abbas; Fausto (2005) existe duas classes principais de
fatores etiológicos para se desencadear uma patologia: fatores intrínsecos ou
genéticos, e adquiridos.
Neste capítulo serão citados os processos patológicos relacionados à
pesquisa.
2.1 Artrite Reumatóide
25
Segundo Hansel e Dintzis, (2007) a artrite reumatóide é uma doença
inflamatória crônica sistêmica que se manifesta por poliartrite crônica bilateral
simétrica, freqüentemente marcada por remissões e exacerbações. As regiões
mais comumente afetadas são as articulações interfalangeanas e
metacarpofalangeanas proximais das mãos, cotovelos, joelhos, tornozelos e
coluna espinhal.
2.2 Bursite
Bursite é a inflamação da bursa, pequena bolsa contendo líquido que
envolve as articulações e funciona como amortecedor entre ossos, tendões e
tecidos musculares.
Goldman e Ausiello (2005) descrevem que a bursite desencadeia um
derrame ou edema similar ao da sinovite, mas limitado apenas á bursa.
2.3 Capsulite Adesiva
Segundo David e Lloyd (2001) caracteriza-se por dor progressiva e
restrição de todos os movimentos glenoumerais, acompanhados por
recuperação espontânea lenta e, em geral, parcial entre seis meses e dois
anos.
2.4 Cervicalgia
Segundo Basile Junior e Barros Filho (1995) a cervicalgia é geralmente
insidiosa, sem causa aparente, mais raramente se inicia de maneira súbita,
geralmente relacionada com movimentos bruscos do pescoço, longa
permanência em posição forçada, esforço ou trauma. Melhora nitidamente com
26
o repouso e se exacerba com a movimentação. Com freqüência, há espasmo
muscular e pontos de gatilho.
2.5 Cervicobraquialgia
Dor ao nível da nuca com irradiação para o ombro, braço e antebraço,
podendo atingir a mão e ser única ou bilateral. (ACHILES FILHO, C. 1980).
2.6 Contratura de Dupuytren
Segundo Hansel e Dintzis, (2007) nódulos fibrosos e faixas semelhantes
a cordões na fáscia palmar provocam contraturas de flexão dos dedos.
A contratura de Dupuytren é uma lesão nodular, fibrosante na fáscia palmar, que forma faixas fibrosas principalmente na região do 4º e 5º dedo, os quais podem se tornar fixos em flexão, sendo que os tendões flexores não estão afetados. (SKARE, T. L. 1999, p 236).
2.7 Dedo em gatilho
David; Carol, e Lloyd; Jill (2001) descreve que o dedo em gatilho é o
tremor ou a paralisação de um dedo durante a extensão ou flexão ativa,
causada por um nódulo, tenossinóvia ou tendão espessado preso á polia
flexora proximal, média ou distal.
2.8 Epicondilite Lateral (Cotovelo de Tenista)
27
Para David; Carol, e Lloyd, (2001) o cotovelo de tenista é uma afecção
comum e dolorosa, decorrente de atividades profissionais ou atléticas.
Esse termo serve para designar dor e hipersensibilidade na região do epicôndilo lateral do cotovelo. O paciente apresenta queixas de dor quando segura objetos ou faz o movimento de supinação do braço. (SKARE, T. L. 1999, p 237).
2.9 Epicondilite Medial (Cotovelo de Golfista)
Skare, (1999) afirma que é um acometimento semelhante ao do cotovelo
de tenista do ponto de vista clínico, fisiopatológico e de tratamento. A diferença
consiste na localização do processo que está no epicôndilo medial e no fato de
que é bem menos comum.
2.10 Entorse de Joelho
Dujardin, Barsotti e Cancel (2002), afirmam que é o tipo de acidente que
acomete o desportista jovem e ativo (rúgbi, futebol), mas podem ser
encontrados também em todas as idades, e por isso os métodos terapêuticos
deverão ser adaptados as necessidades. O diagnóstico precisa ser preciso e
precoce, baseado em testes dinâmicos de distensão.
2.11 Entorse de Tornozelo
A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de
ligamentos de uma articulação. A entorse de tornozelo é uma das lesões
musculoesqueléticas freqüentemente encontradas na população ativa, que
geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais.
28
A entorse do tornozelo pode evoluir com complicações, com vários graus
de limitação funcional.
2.12 Escoliose
Sato (2004) descreve que a escoliose é uma curvatura não- fisiológica
que ocorre no plano frontal da coluna vertebral. Segundo a Scoliosis Research
Society, as escolioses podem ser classificadas em estruturada e não
estruturada.
As estruturadas subdividem-se em: idiopática, congênita, doenças
reumáticas, traumáticas, dentre outras. As escolioses não- estruturadas podem
ter origem: postural, compensatória, por irritação de raiz nervosa, inflamatória e
tumoral (tumores vertebrais).
2.13 Esporão de Calcâneo
O esporão do calcâneo faz parte do quadro de Fasceíte Plantar e se
caracteriza por um crescimento ósseo no calcâneo, mas é importante salientar
que o esporão não ocorre na fáscia plantar e sim no músculo flexor curto dos
dedos, o qual é adjacente à fáscia. Apenas 50% das pessoas com fasceíte têm
esporão e 10% das pessoas sem dor no calcâneo também tem esporão.
2.14 Fasceíte Plantar
Dor que surge na superfície ântero – medial da tuberosidade do
calcâneo, mas pode aplicar-se a qualquer distúrbio doloroso que ocorra em
qualquer ponto da fáscia plantar. (DAVID C e LLOYD J. 2001, p 138).
29
2.15 Fibromialgia
A fibromialgia é uma síndrome reumática não articular no sentido de que apresenta dor generalizada na locomoção, fadiga e sono não reparador. Outras características são rigidez matutina, humor depressivo, cefaléias tensionais, síndrome do intestino irritável e fenômeno de Raynaud, além de queixas de tumefação das articulações na ausência de tumefação real. (DAVID, C e LLOYD J. 2001, p 136).
2.16 Fratura
As fraturas podem ser classificas de vários modos: (1) pela localização
anatômica (terço proximal, médio ou distal da diáfise; (2) pela direção da linha
da fratura (transversa, oblíqua, espiral); e (3) conforme a fratura seja linear ou
cominutiva (isto é, com múltiplas extensões, dando origem a muitos fragmentos
pequenos).
As fraturas são ditas expostas quando os tecidos moles sobrejacentes
foram rompidos, expondo a fratura ao ambiente exterior, ou fechadas, quando
a pele ainda está intacta.
2.16.1 Fratura de Calcâneo
Elas são relativamente freqüentes (2% das fraturas) e as mais
freqüentemente graves. Sua gravidade é devida: á complexidade habitual dos
traços de fratura; a importância dos desvios que vão modificar os apoios
posteriores do pé (varo) e o jogo das articulações adjacentes: subtalar,
essencialmente, e mais acessoriamente, mediotársica; á presença habitual de
edema e de distúrbios tróficos.
2.16.2 Fratura de Colles
30
Segundo Ribeiro, (1984) essas fraturas são comuns, particularmente em
pessoas idosas, e, na grande maioria das vezes, são decorrentes de queda
com a mão estendida e apoio sobre a face volar do punho. Deve-se observar
se a fratura ocorre na metáfise do rádio, podendo ou não se estender á
superfície articular, com ou sem luxação do carpo.
2.16.3 Fratura de Clavícula
São as fraturas mais comuns na infância segundo Ribeiro, Edson
Passos (1984) aparece com freqüência como resultado de traumatismo
obstétrico, onde existe uma importante diferenciação com lesões do plexo
braquial, sendo que estes dois eventos podem coexistir no recém-nato.
As fraturas diafisárias da clavícula em crianças resultam de quedas
sobre o ombro, e, de acordo com a quantidade de força transmitida e seu
tempo de duração.
2.16.4 Fratura de Escafóide
As fraturas do escafóide estão entre as fraturas mais comuns do punho
depois das fraturas do rádio distal, e representam a fratura mais comum de um
osso do carpo. A posição do escafóide no lado radial do punho, como uma
extensão proximal do radio do polegar, torna-o vulnerável á lesão.
2.16.5 Fratura de falange
São traumatismos freqüentes e normalmente considerados benignos,
dependendo, portanto, de cuidados chamados de “pequena cirurgia”, no
entanto, atualmente, não podem mais ser tratados com uma redução e uma
31
contenção aproximativas. Há uma tendência crescente para o tratamento com
ortopedia cirúrgica fina, mesmo que a maioria dos casos seja tratada
ortopedicamente: calos viciosos e rigidezes serão, ainda, seqüelas freqüentes.
(REIS, F. B. D. 1998).
2.16.6Fratura de Fêmur
As fraturas de fêmur do terço proximal são graves, quase sempre de
tratamento cirúrgico, e apresentam uma taxa de mortalidade e morbidade
relativamente alta, visto que a maioria destas fraturas acomete pessoas de
faixa etária elevada. (RIBEIRO, E. P. 1984)
2.16.7 Fratura de Mão
As fraturas de mão são muito comuns por ocorrerem em ossos
pequenos e serem por essa razão considerada lesões menores, estas fraturas
muitas vezes são relegadas ao tratamento pelos membros mais inexperientes
da equipe médica. Infelizmente, os resultados do tratamento das fraturas da
mão não são universalmente bons, e de fato a incidência de rigidez,
pseudartrose, incapacidade funcional prolongada e perda da econômica são
notáveis.
2.16.8 Fratura dos metatarsianos e das falanges
São lesões muito freqüentes, ligadas geralmente a um esmagamento
gerador de contusão, de edema e freqüentemente de distúrbios tróficos
secundários. Um grande número de lesões isoladas dos metatarsianos e das
falanges depende de um tratamento comum, mas todo comprometimento ao
32
apoio da 1ª e da 5ª fileiras necessita, por outro lado, de uma restauração
cuidadosa. A mobilização precoce e a drenagem linfática manual podem ajudar
muito na prevenção dos distúrbios tróficos e algodistróficos. (DUJARDIN,
BARSOTTI, CANCEL, 2002).
2.16.9 Fratura de Olécrano
Podem ocorrer isoladas ou em combinações com outras lesões
traumáticas do cotovelo. Resultam, em geral, de quedas sobre o cotovelo
fletido e podem ser desviadas pela ação do tríceps braquial.
As fraturas sem desvio são convenientemente tratadas por imobilização
gessada por quatro semanas, sendo que, nas lesões desviadas, há indicações
de redução cruenta e fixação interna. (RIBEIRO, E. P. 1984)
2.16.10 Fratura da Patela
Segundo Reis, (1998) as fraturas de patela ocorrem por ação direta de
forças, em quedas ou pancadas diretas na face anterior do joelho, por tração
do quadríceps ou na associação dos dois mecanismos. A ação direta de forças
tende a produzir fraturas cominutivas e estreladas, enquanto as conseqüentes
a mecanismos indiretos tendem a ser transversas. Pode, porém, ocorrer
freqüentemente mecanismo misto.
2.16.11 Fratura proximal do Úmero
As fraturas do úmero são vistas em todas as faixas etárias, mas são
mais freqüentes nos pacientes idosos. O trauma é quase sempre indireto, e o
diagnóstico clínico é feito pela história da queda, dor á palpação do ombro e
33
dificuldade de movimentação, principalmente uma abdução ativa e passiva
extremamente dolorosa.
2.16.12 Fratura de Rádio e Ulna
Os mecanismos de lesão que causam fraturas do rádio e ulna são
miríade. De longe o mais comum é alguma forma de acidente de veículo.
Acidente de motocicleta tem causado um número crescente destas fraturas nos
últimos anos.
2.16.13 Fratura de Tíbia
A perna é bastante suscetível ao trauma, sobre tudo decorrente de
acidentes de tráfego, principalmente nos casos de atropelamento ou quedas de
motocicleta. As fraturas do planalto tibial quase sempre ocorrem por
mecanismo indireto, levando á incongruência articular e a deformidade de eixo
inaceitável. (RIBEIRO, E. P. 1984)
2.17 Hérnia de Disco
Consiste no extravasamento do material nuclear do disco (núcleo
pulposo) para dentro do anel fibroso. Nos casos mais graves, o núcleo pode
protruir através do anel e ficar como um fragmento livre em canal vertebral. A
causa é, em geral, traumática, mas, em muitos casos, não existe uma história
de um trauma específico ou ligado ao seu aparecimento. (SKARE, T. L. 1999)
2.18 Lombalgia e Lombociatalgia
34
Segundo Sato (2004) a lombalgia é definida como dor na região póstero
inferior do tronco compreendida entre o último arco costal e a prega glútea.
Lombociatalgia é definida como dor lombar que se irradia pelo território de
inervação do ciático.
2.19 Luxação de Cúbito
Depois das luxações da articulação escapulo umeral, as do cotovelo são
as mais comuns. São acompanhadas, freqüentemente, por fraturas
segmentares que aumentam o risco de instabilidade. Raramente elas
apresentam complicações vásculo-nervosas associadas.
Com freqüência, acarretam uma pequena limitação residual da
extensão. Assim, elas evoluem entre a rigidez e a instabilidade. (DUJARDIN,
BARSOTTI, CANCEL, 2002).
2.19.1Luxações Interfalangeanas
As luxações das interfalangeanas são facilmente reduzidas. Na maioria
das vezes, o próprio paciente executa a manobra. Clinicamente, além da
deformidade, o paciente não consegue executar nenhum movimento articular
devido ao bloqueio instalado. Nesses casos o que se deve fazer são a redução
com bloqueio anestésico digital e a imobilização em extensão por duas
semanas. Algumas somente são reduzidas por métodos cirúrgicos, sendo
conhecidas como luxações complexas. (DUJARDIN, BARSOTTI, CANCEL,
2002).
2.19.2 Luxações do joelho
35
São lesões raras, mas graves, que podem atingir todas as faixas etárias.
Sua gravidade está ligada não somente ás rupturas ligamentares
múltiplas, mas também ás complicações vasculares com freqüência ignoradas.
(REIS, 1998).
2.19.3 Luxações do Quadril
Qualquer luxação do quadril necessita de um traumatismo importante
que explica a freqüência das lesões associadas locais ou gerais. A
vascularização da cabeça do fêmur, freqüentemente maltratada em
conseqüência do comprometimento da circunflexa posterior, é a origem das
necroses cefálicas secundárias freqüentes e por isso justifica, entre outros, o
dogma de uma redução em extrema urgência. (DUJARDIN, BARSOTTI,
CANCEL, 2002).
2.19.4 Luxações Subtalares
Segundo Dujardin, Barsotti e Cancel, (2002) privilégio dos indivíduos
jovens, estas luxações são raras e atingem de fato duas articulações:
subtalares e mediotársica.
Elas são vistas, principalmente, na posição de instabilidade maior da
articulação subtalar, ou seja, na inversão do pé. As lesões associadas
osteoarticulares são freqüentes e dirigem o seu prognóstico.
2.20 Osteoporose
36
Hansel e Dintzis (2007) classificam esta, como redução da massa de
osso normalmente mineralizado até um ponto em que não mais proporciona
suporte mecânico adequado.
2.21 Osteoartrite
A Osteoartrite também chamada de osteoartrose ou doença articular
degenerativa é a doença reumática mais comum segundo Skare (1999) e se
caracteriza pela perda progressiva da cartilagem articular e alterações reativas
a margem das juntas e do osso subcondral. É uma doença muito comum,
lentamente progressiva, afetando o indivíduo a partir da meia-idade e atingindo
principalmente articulações que suportam peso. Clinicamente se caracteriza
por dor, deformidade, limitação do movimento e progressão lenta para a perda
de função articular.
2.22 Paralisia de Bell
A paralisia facial unilateral de início agudo freqüentemente ocorre de
forma idiopática. A etiologia e a fisiopatologia permanecem desconhecidas.
Os pacientes tipicamente notam a paralisia facial pela inspeção no
espelho pela manhã, e o distúrbio parece ter surgido durante á noite em muitos
casos. O início da paralisia facial pode ser anunciado ou acompanhado por dor
atrás da orelha. Na maioria dos casos, o prognóstico é bastante favorável.
(GOLDMAN e AUSIELLO, 2005 p. 2791).
2.23 Síndrome do Desfiladeiro Torácico
37
É causada pela compressão do feixe vásculo - nervoso destinado ao
membro superior quando este atravessa o canal cérvico - axial. Existem três
pontos onde a compressão pode ocorrer: O espaço triangular entre os
músculos escalênicos; O espaço costoclavicular; Sob o músculo peitoral
menor. (SKARE, T. L. 1999).
2.24 Síndrome do Túnel do Carpo
Ocorre quando existe compressão do nervo mediano ao nível do punho.
Os achados mais comuns são: parestesias (formigamento com queimação)
matinais na distribuição do nervo mediano. Os sintomas podem ser apenas
sensoriais ou podem incluir incoordenação motora. (SKARE, T. L.1999).
2.25 Tendinite
Sendo a inflamação dos tendões, a tendinite segundo Goldman e
Ausiello (2005), é dolorosa com amplitude de movimento ativo ou passivo
quando o tendão inflamado é exposto a carga e pode causar pouco edema e
se presente está limitado á estrutura tenossinovial.
2.26 Tenossinovite de Quervain
Segundo Skare (1999) é uma tenossinovite estenosante do abdutor
longo ou do extensor curto do polegar. O processo inflamatório torna esses
tendões espessados e, por isso, eles ficam presos ao atravessar uma bainha
fibrosa ao nível do processo estilóide do rádio. O paciente se queixa de dor ao
mobilizar o polegar ou o punho.
38
CAPITULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
Para caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à
fisioterapia entre os anos de 2006 e primeiro semestre de 2010, tratados no
setor de Ortopedia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, foram
coletados e analisados dados das fichas de avaliações fisioterapêuticas de
todos os pacientes que passaram por essa unidade. Sendo considerados
critérios de exclusão para tal aqueles que se apresentavam incompletos.
Foram obtidos os seguintes dados: gênero e processo patológico.
Desta forma totalizando 3116 sujeitos de ambos os gêneros avaliados e
tratados na clinica de Ortopedia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco
durante o período pré-estabelecido para esta.
Os métodos utilizados na presente pesquisa foram os seguintes:
Método de observação sistemática: foram observados, analisados,
registrados e comparados os dados obtidos nas fichas de avaliações
fisioterapêuticas dos pacientes submetidos à avaliação e tratamento na clínica
de Ortopedia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco no período de 2006
ao primeiro semestre de 2010, cujos dados foram posteriormente tabulados e
tratados em planilhas do Microsoft Office Excel (Microsoft Corporation®).
Estatístico: de forma ilustrativa e descritiva serão apresentadas tabelas
contendo as variáveis analisadas e comparadas entre si.
3.1 Descrição do Trabalho no Local da Pesquisa
A pesquisa foi realizada no setor de Ortopedia do Centro de Reabilitação
Física Dom Bosco, no período compreendido entre o primeiro semestre de
39
2006 ao primeiro semestre de 2010, totalizando 9 semestres de estudo. Foram
considerados critérios de exclusão para o mesmo, fichas que apresentavam
dados incompletos dos pacientes que foram submetidos ao tratamento
fisioterapêutico ortopédicos. Após a realização desta etapa, as variáveis
sofreram comparação e os resultados tratados sobre a forma de tabelas para
então serem levantadas as considerações pertinentes aos resultados
apresentados nesta.
Desta forma foram averiguados 3116 prontuários de pacientes de ambos
os gêneros, os quais se encontravam arquivados no setor de Fisioterapia, fora
também obtido termo de consentimento do fisioterapeuta responsável pelo
setor de origem dos dados para utilização dos mesmos contidos nesta
(Apêndice A).
3.2 Apresentação dos Resultados
A seguir serão explicitados os dados de acordo com o delineamento
adotado para esta.
Tabela 1: Numero total de pacientes atendidos no período da pesquisa.
Paciente Nº %
Gênero Feminino 1713 55%
Gênero Masculino 1403 45%
Total 3116 100% Fonte: Elaborada pelos autores, 2010.
Este gráfico demonstra que foram identificados 55% de casos do gênero
feminino (1713) e 45% de casos do gênero masculino (1403), denotando
40
prevalência para o gênero feminino durante o período da pesquisa que abrange
desde o primeiro semestre de 2006 ao primeiro semestre de 2010.
Tabela 2: Patologias relacionadas ao gênero.
Patologias Gênero
Masculino
(%) Gênero
Feminino
(%) TOTAL
Artrite reumatóide 2 13% 13 87% 15
Bursite 32 33% 65 67% 97
Capsulite Adesiva 2 40% 3 60% 5
Cervicalgia 15 26% 43 74% 58
Cervicobraquialgia 23 29% 55 71% 78
Contratura de Dupuytren 1 50% 1 50% 2
Dedo em gatilho 2 40% 3 60% 5
Entorse 126 58% 90 42% 216
Epicondilite Lateral/Medial 28 53% 25 47% 53
Escoliose 110 31% 243 69% 353
Esporão de Calcâneo 27 25% 81 75% 108
Fasceíte Plantar 4 31% 9 69% 13
Fibromialgia 0 0% 18 100% 18
Fraturas 502 57% 376 43% 878
Hérnia de Disco 44 59% 30 41% 74
Lombalgia 65 45% 80 55% 145
Lombociatalgia 63 47% 72 53% 135
Luxação 82 67% 41 33% 123
Osteoartrite 154 36% 275 64% 429
Osteoporose 2 22% 7 78% 9
Paralisia de Bell 35 49% 36 51% 71
Síndrome do Desf. Torácico 0 0% 3 100% 3
Síndrome do Túnel do Carpo 3 30% 7 70% 10
Tendinite 79 37% 132 63% 211
Tenossinovite de Quervain 2 29% 5 71% 7
TOTAL GERAL 3116
Fonte: Elaborada pelos autores, 2010.
41
Pode-se notar a prevalência das Fraturas sobre todas as outras
patologias sendo 878 casos para 429 Osteoartrites, 353 Escolioses, 216
Entorses, 211 Tendinites, 145 Lombalgias, 135 Lombociatalgias, 123
Luxações, 108 Esporões, 97 Bursites, 78 Cervicobraquialgias, 74 Hérnias de
Disco, 71 Paralisias de Bell, 58 Cervicalgias, 53 Epicondilites, 18 Fibromialgias,
15 Artrites reumatóide, 13 Fasceites Plantar, 10 Síndromes do Túnel do Carpo,
9 Osteoporoses, 7 Tenossinovites de Quervain, 5 Capsulites Adesivas e Dedos
em Gatilho, 3 Síndromes do Desfiladeiro Torácico e 2 Contraturas de
Dupuytren.
Percebe-se que as patologias tiveram variações entre os gêneros sendo
que as mulheres prevaleceram em 19 delas: Osteoartrite (64% para 36%),
Escoliose (69% para 31%), Tendinite (63% para 37%), Lombalgia (55% para
45%), Lombociatalgia (53% para 47%), Esporão (75% para 25%), Bursite (67%
para 33%), Cervicobraquialgia (71% para 29%) Paralisia de Bell (51% para
49%), Cervicalgia (74% para 26%), Fibromialgia (100%), Artrite Reumatóide
(87% para 13%), Fasceite Plantar (69% para 31%), Síndrome do Túnel do
Carpo (70% para 30%), Osteoporose (78% para 22%), Tenossinovite de
Quervain (71 para 29%), Capsulite Adesiva (60% para 40%), Dedo em Gatilho
(60% para 40%) e Síndrome do Desfiladeiro Torácico (100%).
Os homens prevalecem em 5 patologias: Fraturas (57% para 43%),
Entorse (58% para 42%), Luxação (67% para 33%), Hérnia de Disco (59% para
41%) e Epicondilite (53% para 47%).
Nota-se que as mulheres prevaleceram com 100% em 2 das patologias
estudadas que são a Fibromialgia e a Síndrome do Desfiladeiro Torácico, o que
não ocorreu no gênero oposto, no presente estudo.
Na contratura de Dupuytren nota-se também a igualdade entre os
grupos sendo 50% para cada gênero.
Em relação às patologias acometidas nota-se a prevalência das fraturas,
sobre as demais patologias totalizando 878 pacientes tratados, sendo mais
freqüente no gênero masculino. Nota-se que a osteoartrite vem em seguida,
totalizando 429 casos atingindo, maiormente o gênero feminino.
Levando em consideração todos os indivíduos pesquisados 3116, que
corresponde ao primeiro semestre de 2006 ao primeiro semestre de 2010
constata-se que as mulheres foram o maior grupo tratado prevalecendo nas
42
patologias reumáticas, sendo que o gênero masculino prevaleceu nas
patologias de ordem ortopédicas.
3.3 DISCUSSÃO
Segundo Pereira (2007) a epidemiologia se refere aos estudos dos
fatores que determinam á freqüência e a distribuição das doenças nas
coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes
das enfermidades, danos á saúde e eventos associados á saúde coletiva,
propondo medidas especificas de prevenção, controle ou erradicação das
doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,
administração e avaliação das ações de saúde.
Sendo assim pode-se observar a importância do conhecimento e
categorização epidemiológica dos pacientes submetidos à fisioterapia
ortopédica demonstrando os principais eventos que possam contribuir para
analisar as patologias mais freqüentes e o gênero, maiormente acometido em
ambos os pesquisados.
Malta; et al. (2008) descreve que as informações referentes a saúde são
essenciais para o planejamento, monitoramento e a gestão das intervenções
para a saúde de uma população alvo, colaborando para o monitoramento das
mudanças epidemiológicas sofridas por elas. Com isso é possível desenvolver
um conjunto de ações que permitem conhecer as afecções predominantes e
identificar a população mais susceptível a desenvolvê-las e assim fornecer
subsídios para melhor tratá-la e elaborar um plano preventivo.
Para Pereira (2007) algumas condições incidem mais no gênero
masculino: coronariopatias, neoplasias do aparelho respiratório e acidentes de
trânsito, já outras incidem mais no gênero feminino: varizes, artrites e doenças
reumáticas, sendo que no geral as mulheres aparentam adoecer mais do que
os homens.
O presente trabalho pode observar e demonstrar coerência com tal
autor, tendo em vista os resultados obtidos no mesmo, pois as mulheres
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tiveram prevalência sobre os homens nas patologias estudadas e também
sobre as patologias de ordem reumáticas.
Goldman e Ausiello (2005) relatam que a Artrite reumatóide tem maior
prevalência nas mulheres e é duas ou três vezes maior que nos homens.
No presente trabalho observou-se maior prevalência para o gênero
feminino sendo 87% dos casos para 13% do gênero masculino, demonstrando
assim que o mesmo condiz com os dados reportados pelo autor.
Goldman e Ausiello afirmam que a Fibromialgia atinge cerca de 2% das
mulheres e 0,5 dos homens. Pode-se observar que neste trabalho as mulheres
prevaleceram com 100% dos casos tratados condizendo assim com os dados
referidos pelo autor.
Kumar, Abbas; Fausto (2005) relata que a Síndrome do Túnel do Carpo
é a neuropatia de encarceramento mais comum e que as mulheres são mais
comumente afetadas que os homens. De acordo com a pesquisa realizada
nota-se realmente um maior número no gênero feminino 70% para 30% dos
homens.
Um estudo epidemiológico numa clinica ortopédica se faz necessário
devido à grande importância de sua intervenção atuando como, por exemplo,
em prevenção, alem de contribuir para informações adicionais para toda equipe
envolvida nesta unidade.
3.4 Opinião dos profissionais
Fisioterapeuta, gênero feminino, Eis seu depoimento:
As patologias com maior número de incidência atendidas no setor de
Fisioterapia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, no meu ponto de
vista são as traumato-ortopédicas e reumatológicas, eventualmente surgem
algumas de origem respiratória e vascular. Nas traumato-ortopédicas são
pessoas do gênero masculino e adulto jovem, no caso das reumatológicas a
incidência é maior no gênero feminino na idade adulta.
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Fisioterapeuta, gênero masculino, Eis seu depoimento:
Acredito que as de origem ortopédicas são as mais atendidas neste
setor, sendo o gênero feminino mais acometido.
Fisioterapeuta, gênero masculino, Eis seu depoimento:
Com certeza da área ortopédica (coluna vertebral), são as mais
atendidas aqui na clínica, sendo ambos os gêneros afetados.
3.5 Conclusão da pesquisa
Dentre as patologias estudadas as fraturas prevaleceram sobre as
demais totalizando 878 casos, sendo mais freqüente no gênero masculino,
vindo em seguida as osteoartrites totalizando 429 casos, atingindo
principalmente as mulheres. Ao observar todos os indivíduos pesquisados
constata-se que as mulheres foram o maior grupo tratado prevalecendo nas
patologias reumáticas, sendo que o gênero masculino prevaleceu nas
patologias ortopédicas.
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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Sendo o ramo da ciência da saúde que estuda, na população, a
ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados
à mesma, a epidemiologia fornece informações que podem ser utilizadas para
planejar e avaliar estratégias de como prevenir doenças e de como manejar
aqueles pacientes na qual a doença já se estabeleceu.
Com a realização deste trabalho, visou-se destacar a importância de um
estudo epidemiológico na Clínica de Ortopedia no Centro de Reabilitação
Física Dom Bosco, além de fornecer informações importantes para toda equipe
envolvida na assistência a esses pacientes e as necessidades individuais de
cada caso.
Sendo este assunto amplo de extrema importância e pouco explorado,
propõem-se a realização de outras pesquisas referentes ao perfil
epidemiológico de pacientes assistidos pela fisioterapia ortopédica, analisando
parâmetros não utilizados neste trabalho ou até mesmo correlacionando outros
dados.
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CONCLUSÃO
Após análise dos dados obtidos na presente pesquisa, pode-se concluir
que fora possível traçar um perfil epidemiológico através da apreciação de
3116 prontuários de pacientes de ambos os gêneros submetidos à Fisioterapia
Ortopédica no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco. Salientando-se que
este método é de extrema importância para melhor compreensão daqueles que
necessitem de cuidados e melhores respaldos do Fisioterapeuta Ortopedista.
O perfil epidemiológico dos 3116 pacientes assistidos pela Fisioterapia
Ortopédica escolhida para está desvelou prevalência de uma população do
gênero feminino sendo 55% para 45% do gênero masculino.
A patologia de maior incidência sobre as demais estudadas foram às
fraturas prevalecendo nos homens seguidos das osteoartrites que
prevaleceram nas mulheres.
Observou-se ainda que as afecções reumáticas prevaleceram nas
mulheres sendo que nos homens sua prevalência foi as afecções ortopédicas.
As condições supradescritas se referem à epidemiologia dos casos
através de prontuários arquivados no setor de Fisioterapia Ortopédica do
Centro de Reabilitação Física Dom Bosco. Ressaltando-se determinadas
peculiaridades que por ventura possam despertar interesse e aprofundamento
de tal assunto inerente a procedimentos específicos ou gerais para futuras
pesquisas que realizem levantamentos de dados, categorizando ainda mais a
população assistida pelos profissionais que promovem assistência a esses
diversos processos patológicos; proporcionando melhor entendimento e
atendimento ao paciente, bem como contribuir com enriquecimento de dados
para que tal setor promova melhores atribuições terapêuticas aqueles que
necessitem dessa assistência.
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