Micheli Scheidt o PAPEL DA TERAPIA DA MAo NO...
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Micheli Scheidt
o PAPEL DA TERAPIA DA MAo NO TRATAMENTO POS-CIRURGICODA CONTRATURA DE DUPUYTREN
Trabalho de conclusao de curso de P6s-graduac;ao -Reabilitag.3o dos Membros Superiores - Terapia daMao, promovido pel a Universidade Tuiuti do Parana,como requisito parcial para obtenC;80 do titulo deEspecialista em Terapia da Mao.
Orientadora: Dra. Marian Henschel
/j
Curitiba2004
TERMO DE APROVA<;:AO
Micheli Scheidt
o PAPEL DA TERAPIA DA MAO NO TRATAMENTO POS-CIRURGICODA CONTRATURA DE DUPUYTREN
Esta Monografia foi julgada e aprovada para a P6s-graduar;:aoem Especializar;ao deReabilitac;:ao dos Membros Superiores - Terapia da Mao, da Universidade Tuiuti do Parana.
Curitiba, _ de __ de 2004.
Schirley ManhaesReabilita<;ao dos Membros Superiores - Terapia da Mao
Universidade Tuiuti do Parana
Orientador (a): Prof" -;;--;c;-c--;:--o;--.,----:-:--------(Institui9ao e Departamento)
Prof" --;-;-=;-c=-:-;~...,...",,--::-,--;.,-;-------(Institui9ao e Departamento)
Prof" --::--c~=---c=--,----,-,-------(Institui9ao e Departamento)
DEDICATORIA
Mae, pai, Alexandre e Charles, a voces que estiveram sempre aD meu lado,
torcendo, vibrando e sofrendo comigo a cada derrota e a cada conquista, que me
ensinaram tanto, que me deram sempre urn amor incondicional e que sempre me
incentivaram a seguir em frente ao esbarrar nas dificuldades, a voces que tanto arno e
admira, dedico esta conquista.
AGRADECIMENTOS
Agrade90 a todos as profissionais que se dedicaram a nos proporcionar parte
de seus conhecimentos para que pudessemos crescer como pessoa e como
profissionais, a Shirley, coordenadora do curso par sua atenyao e dedicayao, aos
colegas pelas experiencias compartilhadas e pelas boas lembranc;;as que me deixarao
e aos meus familiares pelo apoio em todos os momentos.
Meu agradecimento especial a Marian, minha orientactora, que conquistou meu
respeito e carinho e que foi sempre muito atenciosa.
SUMARIO
1 INTRODU9AO ...
2 METODOLOGIA .
3 CONTRATURA DE DUPUYTREN .
3.1 DIAGNOSTICO E ASPECTOS CLiNICOS .
3.2 PATOLOGIA .
3.3ANATOMIA ...
3.3.1 Fascia palmar.
3.3.2 Fascia digilal .
3.4 INCIDENCIA E ETIOLOGIA .
3.5 AVALlAC;;Ao DA DEFORMIDADE NA CONTRATURA DE DUPUYTREN
...08
...09
..10
. 10
. 17
..18
...... ... 19
3.6.1 Procedimentos cirurgicos .
..20
21
....... 25
. 27
................ 30
3.6 PROGNOSTICO E TRATAMENTO CIRURGICO ....
3.6.2 Cui dad os p6s-cirurgicos e complicac;6es . . ... 33
4 A TERAPIA OCUPACIONAL E A TERAPIA DA MAO NO PROCESSO DE
REABILlTA9AO DO MEMBRO SUPERIOR.
4.1 TERAPIA OCUPACIONAL .
4.2 TERAPIA DA MAo.
.. ..35
. ~5
. 36
4.3 0 PAPEL DA TERAPIA DA MAo NO TRATAMENTO POS-OPERATORIO DA
CONTRATURA DE DUPUYTREN . . ...37
4.3.1 Contra Ie do edema. ...38
4.3.2 Cuidados durante 0 proceSSD de cicatriza<;ao. . .40
4.3.3 Confec<;:ijo de ortese .. ...44
4.3.4 Pragrama de exercicios .. ..45
5 CONSIDERA90ES FINAlS. ...50
6 REFERENCIAS . .. ... 51
LlSTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Nodulo palmar.
FIGURA 2 - Surgimento de novos nodulos .
FIGURA 3 - Cordas originadas da fascia retraida ....
FIGURA 4 - Flexao irredutivel ...
. 11
11
. 12
. 12
FIGURA 5 - Contratura do 2' dedo. . 13
FIGURA 6 - Contratura do 3' dedo 13
FIGURA 7 - Contratura do 4' dedo . . 14
FIGURA 8 - Contratura do 5'. dedo .
FIGURA 9 - Contratura de multiplos dedos .
FIGURA 10 - Nodulos de Garrod ..
FIGURA 11 - Doen~a de Peyronie .
. 14
. 14
. 15
. 16
FIGURA 12 - Doen~a de Ledderhose 16
FIGURA 13 - Contratura da articula~ao MCF .
FIGURA 14 - Limita~ao da abdu~ao por contratura do ligamento natatorio .
. 19
. 20
FIGURA 15 - Estagios das deformidades na contratura de Dupuytren 26
FIGURA 16 - Hiperextensao da articula~ao IFD. . 28
FIGURA 17 - Graus de contratura que justificam cirurgia . . 29
FIGURA 18 - Contratura unilateral antecedendo fascieclomia regional, .
FIGURA 19 - Aspecto 6 meses apos fasciectomia regional (1) .
FIGURA 20 - Aspecto 6 meses apos fasciectomia regional (2) .
. 30
. 31
....... 31
FIGURA 21 - Massagem cicatricial .42
FIGURA 22 - Alongamento (1) . . ..42
FIGURA 23 - Alongamento (2) . . ..43
FIGURA 24 - Alongamento (3) .
FIGURA 25 - Alongamento (4) .
FIGURA 26 - Dessensibiliza~ao ...
. 43
. ..43
. 44
RESUMO
o presente trabalho abjetiva reunir informac;:oes a cerea da importancia da terapia damao no tratamento do individuo submetido a procedimento cirurgico para tratamento dacontratura de Dupuytren. Realizou-se pesquisa bibliografica para sua concretiz8c;:ao. Acontratura de Dupuytren e urna enfermidade que acamete a fascia palmar, e em seucurso provoca a retrac;:ao desta, podendo acarretar importantes limitac;:oes (uncionais. 0programa de terapia da mao visa manter as correc;:oes alcanc;:adas pelo procedimentocirurgico, recuperar a amplitude de movimento e a forc;a e evitar as passiveiscomplic8<;oes decorrentes da cirurgia. Devida seu amplo conhecimento em anatomia,biomecanica e fisiologia e sua bagagem de tecnicas terapeuticas, 0 terapeuta da mao eo profissional tecnicamente melhor preparado para conduzir este programa derecuperagao funcional.
Palavras-Chaves: contratura de Dupuytren, cirurgia, terapia da mao.
1.INTRODUGAo
A contratura de Dupuytren foi descrita pel a primeira vez em 1832 par Guillaume
Dupuytren. Caracteriza-se par uma contratura da fascia palmar e das suas
prolonga~6es digitais (CHICONELLI e MONTEIRO, 1990). Com a progressiio da
doeng8 ocorrem deformidades em flexao nas articulayoes metacarpofalangeanas
(MCF) e interfalangeanas proximais (IFP), principal mente do 4' e 5'. dedos (PEREIRA,
MELLO, SILVA e FONSECA, 2001).
Uma vez instalada a contratura em flex80 de um ou mais dedos ou da primeira
comissura, ha necessidade de indic8CY80 cirurgica precoce (CHICONELLI e
MONTEIRO,1990).
o resultado final de urn tratamento cirurgico para contratura de Dupuytren pode
ficar comprometido casa 0 paciente naD participe de urn adequado programa de
tratamento p6s-operat6rio. Este programa visa manter as correcy6es das deformidades,
a recupera980 da amplitude de movimento e de fon;a e evitar as possiveis
complicac;oes decorrentes do procedimento cirurgico.
A terapia da mao exerce um importante papel para a tratamento efetivo da
contratura de Oupuytren, vista que, possui amplo conhecimento de anatomia, fisiologia,
biomecanica e de tecnicas que possibilitam a complementac;ao do procedimento
cirurgico, no que diz respeito a recuperaC;8o funcional e prevenC;8o de complicac;oes.
o presente trabalho objetiva reunir informac;oes a cerca de diversas tecnicas
utilizadas pela terapia da mao, que se mostram indispensaveis para um bom resultado
funcional para 0 individuo submetido a procedimento cirurgico para tratamento desta
enfermidade.
2. METODOLOGIA
Este trabalho foj reahzado a partir de revisao de literatura. Para Ruiz (1996), a
pesquisa bibliografica procura explorar determinado assunto baseado no exame de
publica90es existentes, escritas par autores pertencentes a correntes de pensamento
diversas entre sL Para Cervo e Servian (1983), a pesquisa bibliografica pode ser
realizada independentemente au como parte de pesquisas descritivas ou
experimentais.
Foram utilizadas 41 referencias, das quais 14 peri6dicos estrangeiros, 2
peri6dicos nacionais, 4 livros nacionais, 1 capitulo de livro estrangeiro, 11 capitulos de
livros nacionais, 7 fontes on-line, 1 anais e 1 de Qutras fantes.
Peri6dicos estrangeiros: 4 com idade entre 0 - 2 anos; 7 entre 3 - 5; 2 entre 6 - 8; 1
entre 9 - 11 anos.
Peri6dicos nacionais: 1 com idade entre 0 - 2 anos; 1 entre 3 - 5 anos.
Livros nacionais: 1 com idade entre 0 - 2 anos; 1 entre 3 - 5; 1 entre 6 - 8; 1 com
mais de 11 anos de publica9ao.
Capitulo de livro estrangeiro: 1 com idade entre 9 - 11 anos.
Capitulo de livro nacional: 2 com idade entre 0 - 2; 3 entre 3 - 5; 1 entre 6 - 8; 5 com
mais de 11 anos.
Anais: 1 com idade entre 0 -2 anos.
Qutros: 1 com idade entre 0 -2 anos.
Fonte on-line: 7 com idade entre 0 -2 anos.
10
3. CONTRATURA DE DUPUYTREN
3.1 DIAGNOSTICO E ASPECTOS CLiNICOS
A primeira public8gao sabre a contratura da aponeurose palmar foi realizada
par Guillaume Dupuytren, no ana de 1832. Apesar desta afecgao jil ter sido
reconhecida em 1823, por Sir Astley Cooper (Inglaterra) e por Boyer (Franga), foi
Guillaume Dupuytren quem primeiro publicou a descrig80 clinica da doeng8 e seus
resultados cirurgicos como proposta de tratamento. A partir disso, a enfermidade
passou a ser denominada contratura ou enfermidade de Dupuytren (CHICONELLI e
MONTEIRO, 1990).
Para Fukushima, Kehde, Pavan, Pohl, Soutello e Tinos (2003), a molestia de
Dupuytren consiste em doem;a do teeida conjuntivo caracterizada par proliferagao
fibroblastica que da origem a formaC;8o de nodulos e cronicamente cursam para urna
retrayao da fascia palmar.
Segundo Chiconelli e Monteiro (1990), numa fase inicial da doenga,
freqOentemente pode ser observada a presenC;;8 de depress6es ou invaginagoes da
pele palmar. 0 comum e que sejam encontradas ao nivel da palma, mas podem surgir
pela prime ira vez em urn dos dedas, apesar de ser um fen6meno raro.
Normalmente a doenc;a cursa com 0 aparecimento de nodulac;6es de maior au
menor tamanho. Estes nodulos, que costumam ser indolores, localizam-se na regiao da
prega palmar distal, com maior frequencia em diregao ao anular (fig 1). "Com a
evoluc;ao, estes nodulos tendem a coalescer e aparecem outros nodulos com as
mesmas caracteristicas e no mesmo trajeto do nodulo inicial" (fig 2). Na regiao dos
nodulos observamos que a pele costuma ser aderente e bastante retraida
(CHICONELLI e MONTEIRO, 1990 120).
II
FIGURA 1 - Nodulo palmar
FONTE: Hurst, L N, Dupuytren's Contracture. Discussion paper prepared for the workplace safety andinsurance appeals tribunal. 2002. Disponivel em: <www.wsiat.on.ca> aceS$O em 11 junho, 2004.
FIGURA 2 - Surgimento de novos nodulos
FONTE: Revis Jr D R. Dupuytren Contracture. 2002. Disponivel em: <www.emedicine.com> acesso em05 maio, 2004.
Estes nodulos, firmemente aderidos a faSCia, substituem 0 tecido adiposo
subcutimeo e ligam-se as camadas mais profundas da pele. Tend6es flexores e
capsulas articulares adjacenles, lambem podem apresentar aderencias (PEREIRA,
MELLO, SILVA e FONSECA, 2001).
Segundo Chiconelli e Monleiro (1990), na lase de involu,ao ocorre retra,ao
dos nodulos que reduzem seu tamanho e passam a apresentar consistencia mais firme
e aderida. Pode-s8 observar en tao, 0 aparecimento de cordas lineares, originadas da
fascia retraida par debaixo da pele, com trajeto longitudinal em dire980 aos dedos (fig
3).
12
FIGURA 3 - Cordas originadas da fascia retraida
FONTE: Revis Jr 0 R. Dupuytren Contracture. 2002. Disponivel em: <www.emedicine.com> acesso em05 maio, 2004.
A partir do momento em que a doenya passa a afetar as proj8c;;oes digitais da
fascia palmar, as articulac;6es MCF e/ou IFP comecyam a adotar postura em f1exao
irredutivel (fig 4) (CHICONELLI e MONTEIRO, 1990).
FIGURA 4 - Flexao irredutivel
FONTE: Visa I; Grigorescu 0; Velicu S; Marian E. The Value Of Fasciectomy in the surgical approach ofthe dupuytren's disease. Romanian Journal of Hand and Reconstructive microsurgery. 5 (II): 9 - 13.2000.
Flatt (2001), afirma que todos os dedo podem ser envolvidos individualmente
ou em associal'ao com outros (fig 5, 6, 7, 8 e 9). Segundo Milford (1989), geralmente 0
inicio da doenrya S8 da no dedo anular e em sua progressao envolve 0 4° e 5° dedos.
Estes sao mais frequentemente afetados que as Qutros em conjunto. A doenc;:a evolui
mais rapidamente no lado ulnar do que no lado radial da mao. Progressivamente
13
surgem as centraturas em flexile das articula,oes MCF e IFP. Para McFarlane (1993),
e incomum a contratura isolada da primeira comissura.
Uma mao, nao necessariamente a dominante, e afetada primeiramente e mais
tarde a Dutra pode mostrar as sinais caracteristicos da enfermidade. A articulac;ao
metacarpofalangeana geralmente e a primeira a ser envolvida e mais tarde a
articula,ile interfalangeana proximal (FLATI, 2001).
FIGURA 5 - Centratura de 2'. dede
FONTE: Flatt A E. The vikings and baron dupuytren's disease. BUMC proceedings. 14(4): 378-384, 2001.
FIGURA 6 - Contratura do 3' dedo
FONTE: Flatt A E. The vikings and baron dupuytren's disease. BUMC proceedings. 14(4): 378-384, 2001.
14
FIGURA 7 - Contratura do 4' dedo
FONTE: Flatt A E. The vikings and baron dupuytren's disease. BUMC proceedings. 14(4): 378-384, 2001.
FIGURA 8 - Contratura do 5'. dedo
FONTE: Flatt A E. The vikings and baron dupuytren's disease. BUMC proceedings. 14(4): 378-384, 2001.
FIGURA 9 - Contratura de multiplos dedos
FONTE: Flatt A E. The vikings and baron dupuytren's disease. BUMC proceedings. 14(4): 378-384, 2001.
IS
Hurst (2002), Algumas circunstancias podem estar associadas a contratura de
Dupuytren:
• Nodulos de Garrod (fig 10): desenvolvem-se no dorso das articulagoes
interfalangeanas proximais (IFPs) e nao causam contratura (HURST, 2002).
• Doenga de Peyronie (fig 11): Segundo Chiconelli e Monteiro (1990), e uma
contratura nodular aponeurotica com tr890 hereditario. E urna condigao
inflamat6ria, associ ada com urna curvatura e, em alguns casas, com dor
peniana (FITKIN E HO, 1999).
• Doenga de Ledderhose (fig 12): fibromatose da fascia plantar, similar aquela
da fascia palmar na contratura de Dupuytren (HURST, 2002). Segundo Flatt
(2001), nao ocorre a contratura dos artelhos.
Estas 3 circunstancias associ ad as tern urna incidencia aproximada de 1% dos
pacientes com doenga de Dupuytren (BOLITHO, 2002). Segundo Lee (2003), estas
doeny8s, assim como a contratura de Dupuytren, pertencem 80 grupo das
fibromatoses.
Para Milford (1989), a doeng8 tende a evoluir com mais rapidez e recidiva com
mais frequencia quando apresenta-se de forma bilateral e associ ada com nodulos de
Garrod e nodulos na aponeurose plantar.
FIGURA 10 - N6dulos de Garrod
FONTE: Flatt A E. The vikings and baron dupuytren's disease. BUMC proceedings. 14(4): 378~384,2001.
16
FIGURA 11 - Doen,a de Peyronie
FONTE' Lizza E. Peyronie Disease, 2002. Disponivel em <www.emedicine.com> acesso em 05 maio,2004.
FIGURA 12 - Doen,a de Ledderhose
FONTE: Hurst, L N. Dupuytren's Contracture. Discussion paper prepared for the workplace safety andinsurance appeals tribunal. 2002. Disponivel em: <www.wsiat.on.ca> acesso em 11 junho, 2004.
Segundo Foye (2003), a avalia,ao fisica cuidadosa frequentemente confirma 0
diagnostico sem a necessidade de testes adicionais.
Segundo Milford (1989), A progressao da doen,a pode ser continua ou
apresentar exacerbac;6es e remiss6es. A regressao e rara.
17
3.2 PATOLOGIA
"[ ... ] a enfermidade de Dupuytren atinge fundamental mente a fascia palmar e
as estruturas capsuloligamentares que mantem intercambio funcional com a me sma"
(CHICONELLI e MONTEIRO, 1990: 123).
Segundo Benson, Williams e Kahle (1998), uma isquemia microvascular e
falares derivados das plaquetas e de crescimento de fibroblastos atu8m a nivel celular
promovendo uma densa proliferacyao de miofibroblastos e de colageno alterados que
sao encontrados no tecido afetado.
Porque esta proliferagao descontrolada na fascia palmar come<;8 e porque
continua, a ponto de levar a contraturas em flexao, permanece desconhecido (REVIS
JR, 2002). Segundo Gupta, Allen, Tan, Bozentka, Bora e Osterman (1998), e possivel
que os fibroblastos nos pacientes com fibromatose palmar sejam intrinsecamente
diferentes dos fibroblastos na populayBo normal. Sendo que as fon;:as a que as maos
estao sujeitadas normalmente podem produzir uma resposta anormal no tecido doente.
Porem, e necessaria uma investiga980 mais detalhada para compreender como esta
diferentya manifesta-se em mudantyas na proliferatyao celular e na manifestaty80 da
doen~a.
o estagio proliferativo e caracterizado pelo desenvolvimento de um nodulo. E a
fase mais biologicamente ativa da doentya. N6dulos multiplos sao comuns, e podem
ser macios a palpa98o. Localizam-se, frequentemente, pr6ximos a prega palmar distal,
mas podem ser encontrados em toda a palma enos dedos (REVIS JR, 2002).
Na fase inicial, os n6dulos possuem bordos imprecisos, que se entremeiam
com a fascia saudavel que 0 circunda. Estes nodulos aderem-se intimamente a pele,
onde podemos observar escasso ou nenhum tegumenta subcutaneo. Nesta fase os
nodulos possuem acentuada vascularizatyao e sao formados par fibroblastos imaturos.
Os n6dulos possuem poucas fibras elasticas e podemos observar, alem de fibras de
tecido colageno, a presentya de fibras de tecido precursor das mesmas. Estas
forma90es nodulares sao mais caracteristicas nas fases iniciais da doen9a. Numa fase
mais tardia quase nao observamos a presen~a destes (CHICONELLI e MONTEIRO,
1990)
Uma vez que os nodulos estao bem estabelecidos, cometya 0 estagio
involutivo. Esta fase e um estado mais avan9ado da doen9a, mas e biologicamente
18
menes ativo do que 0 estagio proliferative. Os sulcos ou as depressoes na pele
denotam a fixa,ao da mesma a fascia subjacente (REVIS JR, 2002). Este estagio emarcado pel a iniciayao da contratura. 0 primeiro sinal eHnico da contratura e uma
corda palpavel, proximal a um n6dulo (BOLITHO, 2002). Segundo Chiconelli e Monteiro
(1990), as cordas fibroticas tambem S8 mostram aderidas a pele, pOfem com menor
intensidade do que as n6dulos.
Com a progressao da doen~a atinge-se 0 estagio residual, que e a fase
biologicamente menes ativa. Os nodulos reg rid em e as contraturas das articulac;oes
MCF ou IFP tornam-se mais severas (REVIS JR, 2002).
"Ap6s a maturag8o, 0 que observamos e a presenCY8 de uma corda
contraturada quase avascular, com grande numero de fibras colagenas, e fibroblastoscom nucleos picn6ticos e bem densos" (CHICONELLI e MONTEIRO, 1990:123).
Outra alter8980, que pode ser observada na contratura de Dupuytren, e a
perda do tecido celular subcutaneo da pele que recobre a tecido doente. Com isso a
pele fica intimamente aderida as cordas e nodulos fibrosos, perde sua elasticidade,
tornando-se bastante vulneravel durante 0 ato cirurgico (CHICONELLI e MONTEIRO,
1990).
3.3 ANATOMIA
o cirurgiao deve conhecer a anatomia normal do fascia a fim compreender as
mudan,as que ocorrem com a patologia (McFARLANE, 1993).
Ao contra rio das bainhas tendinosas, as estruturas articulares, principal mente
das articulac;6es IFPs sao envolvidas na estruturac;ao da contratura. Em regi6es de
maior retrac;ao, principal mente nos dedas, ha envolvimento dos feixes vasculonervasas
com tecido fascial daente e geralmente mostram desvios em seu trajeto normal
(CHICONELLI e MONTEIRO, 1990).
19
3.3.1 Fascia Palmar
A fascia palmar e uma camada de teeida complexo que serve para proteger e
fornecer integridade estrutural (GUPTA, ALLEN, TAN, BOZENTKA, BORA e
OSTERMAN, 1998). Segundo Chiconelli e Monteiro (1990), as componentes da fascia
palmar comumente envolvidos sao:
• Bandas pre-tendinosas: sao constituidas pelas fibras Jongitudinais da
aponeurose palmar. Iniciarn-se na prega de flexao anterior do punho, ate a
articulacyc30MCF, cnde comec;:am a S8 entremear com as fibras do ligamenta
natat6rio. Seu efeito contraturante evidencia-se inicialmente por contratura da
pele digitopalmar e a seguir da articula~ao MCF (fig 13).
• Ligamenta natatorio: suas fibras cruzam os espacyos interdigitais ate a base
do polegar. E freqOentemente acometido e sua contratura limita a abertura dos
espa~os interdigitais e contribui para a contratura das articula~6es IFP (fig 14).
o acometimento do primeiro espacyo interdigital S8 deve a contratura do
ligamenta natat6rio.
• Ligamenta transverso superficial: passui senti do transversa, prafundamente
as bandas pre-tendinosas, indo ate a base do polegar.
A partir do momenta em que as estruturas da fascia palmar sao acometidas
pela enfermidade de Dupuytren passam a ser denominadas cordas (LEE, 2003).
FIGURA 13 - Contratura da articula~ao MCF
FONTE: 8adalamente M A; Hurst L C. Enzyme Injection as Nonsurgical Treatment of Dupuytren'sDisease. The Journal of Hand Surgery. 2SA (4):629-636. 2000.
20
FIGURA 14 -limita98.0 da abdu~o par contratura do ligamenta natatorio
FONTE: Hurst L N. Dupuytren's Contracture. Discussion paper prepared for the workplace safety andinsurance appeals tribunal. 2002. Disponivel em: <www.wsiat.on.ca> acesso em 11 jlmho, 2004.
Dependendo do estagia au gravidade da doeng8 estes componentes da fascia
palmar podem estar acometidos de forma isolada ou simultimea. Estas estruturas
situam-se superficial mente aos feixes vasculonervosos. A contratura destas, nao afeta
o suprimento sanguineo e nervoso dos dedos (CHICONELLI e MONTEIRO, 1990).
3.3.2 Fascia digital
Segundo Chiconelli e Monteiro (1990), quando a fascia digital e acometida
observa-s8 a contratura da articular;ao IFP e acasionalmente da articulag8.o IFD. Os
componentes da fascia digital sao:
• Banda digital lateral: recebe em sua estrutura a contribuic;:ao de fibras do
ligamento natat6rio e da banda espiral
• Banda espiral: continuac;:ao da banda pre-tendinosa, que se bifurca para
formar as band as espirais de cada lado do dedo. As fibras da banda espiral
passam profundamente ao feixe vasculonervoso e, juntamente com as fibras
do ligamento natat6rio, contribuem para a forma9aO da banda digital lateral.
• Ligamenta de Grayson: freqOentemente acometido pela doenc;:a, esta
estrutura fina e pouco diferenciada, vai da bainha do tendao flexor ate a pele
superficial. Localiza-se volarmente ao feixe vasculonervoso.
• Ligamento de Cleland: firme estrutura fascial localizada lateral mente as
falanges, indo ate a pele. Localiza-se dorsalmente ao feixe vasculonervoso e
nao e envoi vida no processo da doenc;:a. Assim, como 0 ligamento de Grayson,
serve como suporte para a pele durante a flexo-extensao do dedo.
21
Segundo McFarlane (1993), as cordas que causam a contratura da articula~ao
IFP sao as seguintes:
• A corda central: e uma continuidade da corda pre-tendinosa. Encontra-se
entre os feixes neurovasculares e origina-se da fascia fibrogordurosa superficial
dos dedos. Distalmente, 80 nlvel da falange media, liga-se ao osso e a bainha
do tendinosa flexora. Nesta corda, freqOentemente, constata-se a presenr;8 de
nodulos pr6ximos a articula<;ao IFP.
• A corda lateral: esta intimamente aderida a pele. Por 5i 56, nao saoresponsaveis pel a contratura da articulag80 IFP, exceto no 5° dedo. Esta corda
pode ser respons;3vel pela contratura da articulaCY80 IFO.
• A corda espiral: pode S8r uma continuar;ao da corda pre-tendinosa, at raves
da banda espiral ou origina-se na jun~o miotendinea de urn musculo
intrinseco, geralmente 0 musculo abdutor do 5°. dedo. Distalmente, ao nfvel da
falange media, fixa-se no osso e na bainha do tendao flexor. Esta corda
origina-se a partir de quatro estruturas fasciais: banda pre-tendinosa, banda
espiral, banda digital lateral e ligamenta de Grayson. No estado normal estas
estruturas espiralam em torno do feixe neurovascular. Com a contratura, a
corda endireita-se e as feixes neurovasculares espiralam em torno da corda e
sao desviados medial mente.
3.4 INCIDENCIA E ETIOLOGIA
Para Chiconelli e Monteiro (1990: 119), a etiologia ainda permanece obscura.
Acredita-se na ~ .. presen9a de fatores desencadeadores desconhecidos agindo sobre
fat ares predisponentes definidos, tais como idade, sexo, ra9a e hereditariedade".
• Idade: A idade media de infcio e de 48 anos para 0 homem e de 59 anos para
as mulheres (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). Segundo
Shaffer (2004), A contratura de Dupuytren foi relatada em crian~as, mas econsiderado urn evento raro.
• Sexo: Todos os estudos moslram uma predominancia masculina (SHAFFER,
2004). Segundo Revis Jr (2002), Aproximadamente 80% dos individuos
afetados sao do sexo masculino. Esta predisposi~o masculina e consistente
em todos os paises e rac;as estudadas. Para Shaffer (2004), as mulheres
22
apresentam 0 surgimento da doenc;a uma decada mais tarde, Boscheinen-
Morrin, Davey e Conolly (2002), afirmam que a doen"" apresenta formas
menos graves para estas, porem, a prevalencia de sindrome complexa de dar
regional apos a cirurgia e duas vezes maior. Segundo Milford (1989), a
progressao da doenc;a em mulheres e mais lenta, sendo que, no geral elas
acomodam-se melhar as deformidades resultantes.
• Ra~a: Segundo Revis Jr (2002), A eontratura de Dupuytren e muito eomum no
norte da Europa, reino unido e nos parses habitados por imigrantes destas
areas (por exemplo, Australia, Canada, estados unidos). Para Syed e Saberi
(1999), aeredita-se que a doen~a de Dupuytren tenha origem na raga nordica,
cujos testes padroes de migrac;ao puderam explicar a distribuic;ao variavel da
doenc;a de Dupuytren em outras partes do mundo. As invasoes dos Vikings
sao lambem uma explanac;ao possive! para esta distribuiC;ao geografica.
Segundo Revis Jr (2002), Observa-se menor incidemcia nos individuos de
descendemcia do sui da Europa, param, em um estudo realizado por Zerajic e
Finsen (2004), constatou-se que esta enfermidade e comum na Bosnia e no
herzegovina. A prevalencia e altamente idade-dependente, e e fortemente
associ ado com 0 diabetes mellitus. Quiros falores de risco sugeridos lais como
fumar e consumo do alcool parecem ser menos importantes nesla populaC;ao.
Revis (2002), afirma que a contratura de Dupuytren e menos eomum nos
negros enos aSiaticos, sendo que sua incidencia nestas popula<;oes nao
ultrapassa 3%. A doenc;a nestes individuos envolve mais freqOentemente a
palma do que os digitos, conseqOentemente, e menos prov8vel ser
clinicamente significativa ou fazer com que 0 paciente procure a atenryao
medica. Entre as indios, os americanos nativos, e os indivfduos de
descendencia latino-americana a incidemcia e menor que 1%. Segundo Shaffer
(2004), Todas as ragas podem ser afetadas.
• Hereditariedade: antecedentes familia res podem ser urn indicativa de que a
doen<;a possa evoluir mais rapidarnente do que 0 habitual, principal mente se 0
inicio da mesma for precoee (MILFORD, 1989). Marques, Silva, Cordeiro,
Pinho, Marlins e Amarante (2002), em seus estudos, evidenciam que a historia
familiar positiva da contratura de Dupuytren, entre oulros fatores como 0
alcoolismo e a diabetes de longa duraC;ao, e a associac;ao mais intensa para 0
surgimento da doen"". Segundo Revis Jr (2002), Embora a etiologia se)a
23
desconhecida, 27-68% dos pacientes relatam uma historia familiar positiva, que
fornece uma evidencia forte para influencia genetica.
Muitos cirurgi6es da mao acreditam que 0 trauma a mao ou a parte distal do
antebrayo pode precipitar 0 inicio da doenya de Oupuytren nos pacientes que sao
suscetiveis. Muitos fatores foram associ ados com a contratura de Oupuytren
(SHAFFER, 2004).
• Alcoolismo: Nos individuos com alcoolismo e doenc;a do fig ado, a incidencia
da contratura de Dupuytren e duas vezes aquela de popula<;6es controle. Os
pacientes com doenya de fig ado par outras causas nao parecem ter risco
aumentado. A razao e desconhecida (SHAFFER, 2004). Segundo Calderon
(2004), A maioria dos estudos constatam que 0 consumo excessivo de alcool
apresenta-se como urn fator de agravamento do processo, com as contraturas
especificamente mais severas. Lee (2003), afirma que a prevalencia da doenc;a
de Oupuytren naqueles com alcoolismo cranico aumenta em propon;ao aquanti dade de alcool consumida.
• Epilepsia: A prevalencia da contratura de Oupuytren nos pacientes com
epilepsia e aproximadamente duas vezes aquele da populayao geral
(SHAFFER, 2004). Para Bolitho (2002), A doen<;a de Dupuytren pode ser uma
sequela da administrayao a longo prazo de anticonvulsivante. Uma incidencia
baixa e encontrada antes do uso da draga. Coral, Zanatta, Teive, Correa Neto,
Novak e Werneck (1999), Relatam 0 caso de um paciente, sem epilepsia
definida, que fez usa indevido par 25 anos de anticanvulsivantes e que
desenvolveu contraturas acentuadas das aponeuroses palmar e plantar ,
sugerindo a associayao com 0 uso cranieo destes medicamentos.
• Diabetes: Em um estudo realizado por Chammas, Bousquet, Renard, Poirier,
Jaffiol e Allieu (1995), Foi constatada uma incidencia da contratura de
Dupuytren quatro vezes maior nos pacientes diabeticos do que na populayao
nao diabetica. Observau-se uma incidencia quase similar desta circunstancia
em diabeticos dos tipos 1 e 2. Em ambos os tipas de diabetes os homens
foram afetadas igualmente. As mulheres com diabetes do tipo 1 foram mais
frequentemente afetadas do que aquelas com 0 tipo 2. A prevalencia da
doencya foi fortemente relacionada a idade do paciente e a duraC;ao do diabetes.
A incidencia nos pacientes que possuiam diabetes por 15 anos era
significativamente mais freqOente. Segundo Kim, Edelman e Kim (2001),
24
apesar da prevalencia desta circunstancia aumentar com durayao da doeny8,
pode tambem ser vista no curSQ inicial da mesma. McFarlane (1993), afirma
que a contratura de Dupuytren, apesar de comum no paciente diabetico, e
geralmente suave.
• Fumar: Furnar aumenta 0 risco de desenvolver a contratura de Dupuytren e
pode contribuir a prevalencia desta enfermidade nos pacientes que fazem usa
abusivo de aleool e que tendem a furnar intensamente (Syed e Saberi, 1999).
Segundo Shaffer (2004), 0 risco de individuos fumantes desenvolverem a
contratura de Dupuytren e 3 vezes maior.
Revis Jr (2002), cita alem destes fatores, 0 infarto do miocardio, a infec~ao por
HIV, trauma e trabalhos manuais
A atividade profissional nao pareee est8r relacionada aD desenvolvimento da
doenC;8. Embora haja as argumentos te6ricos numerosos do ponto de vista da atividade
laboral que tentam explicar a origem e 0 desenvolvimento da doen~a de Dupuytren, as
conclusoes obtidas nao sao conclusivas (CALDERON, 2004). Lee (2003), afirma que
estudos recentes mostram que a incidencia da doen9a e 5,5 vezes mais alta em
indivfduos que realizam trabalhos manuais repetitivos. De qualquer maneira, uma
historia familiar positiva pode exercer influencia em casos ocupacionais e traumaticos
da doen~a de Dupuytren.
A manifesta980 da doent;a depende dos fatores geneticos e ambientais.
Embora a contratura de Dupuytren fosse associ ada com as doent;as, a cima descritas,
os relacionamentos causais especfficos nao foram determinados ainda. Fatores do
cresci mento, mediadores imunologicos e radicais livres sao implicados no
desenvolvimento da contratura de Dupuytren. Muito provavelmente uma doen9a ou
evento, em um indivfduo geneticamente predisposto, causa uma cascata dos eventos
que podem incluir os processos que promovem a forma9ao de fatores do crescimento e
de radicais livres que conduz final mente a fibroprolifera~ao anormal (LEE, 2003).
25
3.5 AVALlAr:;,Ao DA DEFORMIDADE NA CONTRATURA DE
DUPUYTREN
A avaliagao da deformidade na doenga de Dupuytren descrita por Tubiana,
Thomine e Mackin (1996), leva em conta 0 grau de flexao digital individual, bem como,
a distribuigao das les6es em toda a mao. A mao e avaliada em cinco segmentos. Os
segmentos consistem em 1 dedo, a banda pre-tendinosa da aponeurose palmar para 0
2°.,3°.,4°. e 5°. dedos e 0 segmento adjacente da aponeurose palmar. 0 segmento do
polegar consiste da fascia da eminemcia tenar e 0 primeiro espac;;o interdigital.
As lesoes palma res e distais de cada segmento recebem um numero
correspondente a urn estagio da doenya. Os estagios representam uma progressao de
45 grau do total da deformidade de cada dedo (fig 15). As deformidades totais sao a
soma das deformidades em flexao individuais das articulag6es MCF, IFP e IFD. Na
presenga de hiperextensao da articulagao IFD, 0 grau desta e acrescentado adeformidade em flexao das demais articulayoes.
Sao seis os estagios para 0 2°., 3°., 4° e 5° dedos:
o (zero): nenhuma lesao
N: nodulo palmar ou digital sem a presenga de deformidade
1: deformidade total entre 0' e 45'
2: deformidade total entre 45° e 90°
3: deformidade total entre 90' e 135'
4: deformidade total superior a 135'
Para proporcionar uma distingao entre les6es palmares (P) e les6es digitais (D)
o numero que indica 0 estagio da doenga e acompanhado pelas letras P ou D. quando
a lesao inclui palma e dedos 0 estagio e acompanhado pelas letras PD. A letra H
designa casos avangados em que a falange distal apresenta a instala9ao de uma
deformidade fixa em hiperextensao.
26
FIGURA 15 - Estagios das deformidades na contratura de Dupuytren
(digitaO D+I I 1l. (PIP> 70')
~ I ===' =-. -'---L~-==I~=-1(, ;,c
135-180°OH
\ 'ff1
~~iPn-:;:::==4
FONTE: Tubiana R; Thomine J M; Mackin E. Exame cHnico dos legumenlos, do esqueleto e do aparelhomusculotendinoso. In: __ . Diagn6stico clinico da mao e do punho. Rio de Janeiro: Interlivros, 1996.
No primeiro segmento sao avaliadas as contraturas das articula96es MCF, IF e
a contratura do primeiro esp8r;O interdigital. Cada estagio da contratura do primeiro
espa,o interdigital corresponde uma perda de 15 graus. As deformidades das
articulagoes IF e MCF apresentam-se em qualro estagios que indicam progressao de
45 graus, como e realizado nos demais digitos. Na contratura do primeiro espayo
interdigital 0 numero correspondente ao estagio e acompanhado pela letfa P.
Sao 4 as estagios da contratura do primeiro espayo interdigital:
o (zero): mais de 45' de antepulsao do primeiro metacarpo
1: entre 450 e 30° de antepulsao do primeiro metacarpo
2: entre 300 e 15° de antepulsao do primeiro metacarpo
3: menos de 15° de antepulsao do primeiro metacarpo
Como as les6es no primeiro segmento representam conseqOencias funcionais
importantes, sao avaliados par 2 numeros.
A avalia9ao nurnerada da cada segrnento proporciona urn registro clfnico
preciso e estimula um exame completo da cada mao revelando les6es que
freqOentemente deixam de ser detectadas.
27
Os dados sao registrados a partir do polegar. Os numeros correspondente ao
estagio e seguido pelas letras apropriadas (P, D ou PD). Os segmentos sem lesao sao
indicadas por um 0 (zero). Uma contratura da articula,ao IFP superior a 70 graus indica
severidade e a letra digital e acompanhada par urn B+" (0+).
Os cinco segmentos expressam a propagagao da enfermidade e 0 numero
correspondente aD estagio expressa a intensidade da contratura. E passive I indicar 0
estado geral representado par urn unico numero com a soma dos numeros
correspondentes aD estagio de contratura de cada segmento. 0 estagio N e avaliado
como 0,5.
A aplic8gao desta avaliagao no pre-operat6rio e no p6s-operatorio permite
indicar 0 grau de melhora proporcionado pelo procedimento cirurgicD. Os numeros
totais pre e p6s-operat6rios expressa 0 ganho absoluto desta intervengao.
3.6 PROGNOSTICO E TRATAMENTO CIRURGICO
Segundo Chiconelli e Monteiro (1990), a evolu,ao da contratura de Dupuytren
e muito varic3veL 1550 torna muito dineil determinar um prognostico para a doenya. No
geral a acometimento e bilateral, embora a evolutyao do quadro varie de uma mao para
a outra.
Os fatores tais como historia familiar, surgimento precoce da doeng8, a
presenC;:8 de fibromatoses relacionadas, e a doeng8 no lado radial da mao indicam uma
severidade aumentada da mesma e uma probabilidade aumentada de recidiva (LEE,
2003). Alem destes fatores, segundo McFarlane (1993), epilepticos e pacientes que
faz8m usa abusivo de aleool tern frequentemente contraturas S8veras.
Segundo Chiconelli e Monteiro (1990), 0 procedimento cirurgico e considerado
o unico tratamento efetivo para esta enfermidade. Bordeianu e Panchici (2001),
afirmam que a procedimento cifurgico nos estagios iniciais passui uma serie de
vantagens, pois a procedimento torna-S8 mais simples, 0 tempo de recuperagao emenor, e a frequEmcia de recorrencia nos dais anos apos a cirurgia e reduzido.
A presenya de nodulos, par si so, nao justifica uma intervenC;ao cirurgica. A
indicac;ao para tal reside no desenvolvimento de contratura em flexao, das articula90es
MCF e IFP, de um ou mais dedos, ou contratura da primeira comissura (CHICONELLI e
MONTEIRO, 1990).
28
Entretanto, Hurst (2002), afirma que alguns trabalhadores manuais, tais como
carpinteiros e meci'micos, tern sua func;ao e ocupa921o comprometidas pela presen9a de
nodulos. Se a inje980 de ester6ide no nodulo for ineficaz em reduzir sintomas, uma
excisao limitada deste pode permitir que 0 paciente continue trabalhando.
Segundo McFarlane (1993), As articula~6es MCF e IFP devem ser
consideradas separadamente, pois as resultados do tratamento sao distintos. A
contratura na Articula980 MCF quase sempre pode ser corrigida, in de pendente de sua
duraty80 au severidad8. Assim, 0 procedimento cirurgico pode ser program ado de
acordo com a disponibilidade do paciente. A contratura da Articulayao IFP
frequentemente nao pode ser carrig ida completamente. Milford (1989), afirma que as
graves contraturas da articula<;ao MCF sao rnais facilrnente corrigidas do que as
cantraturas rnaderadas da articulagao IFP.
Devida a cantratura da articula<;aa IFP pade instalar-se uma hiperextensao da
articulac;ao interfalangeana distal (IFO) que e uma deforrnidade posicional
compensatoria secundaria a flexao da articula9ao IFP (fig 16). A hiperextensiio da IFD
e carrig ida freqOentemente excisanda 0 tecido que causou a flexao da IFP. Entretanto,
se for severo e estar instalada par urn longo tempo, a defermidade pede tornar-se
incarrigivel. Alguns graus de flexao ativa pod em ser proporcionados pela tenotomia do
extensor (McFARLANE, 1993).
FIGURA 16 - Hiperextensao da articula~ao IFD
FONTE: Flatt A E. The vikings and baron dupuytren's disease. BUMC proceedings. 14(4): 378-384, 2001.
Para Hunt (2003), se as articula~6es MCF estiverem fletidas ao menos 30
graus au se as articula,6es IFP estiverem fletidas mals de 10 a 15 graus, 0 paciente eum candidato a cirurgia (fig 17). Do mesmo modo, se 0 paciente nao puder abduzir os
29
dedas, limitando a func;ao e tornando a higiene dineil, a cirurgia deve ser fortemente
considerada.
FIGURA 17 - Graus de contratura que justificam cirurgia
FONTE: Hunt T R. What is the appropriate treatment for Dupuytren contracture? Cleveland ClinicJournal of Medicine. 70 (2): 96-97, 2003.
McFarlane (1993), afirma que a exlensao da doenga no quinlo dedo efrequentemente maior do que nos demais. A correg8o das deformidades no quinto
dedo apresentam, de urn modo geral, as piores resultados. A aplicac;ao de urn enxerto
cutEmeo integral nao assegura a extensao total da articulac;ao IFP, entretanto, hamenes possibilidade de que a retragao p6s-operatoria da cicatriz comprometa a
extensao ganha com a cirurgia.
Segundo Revis Jr (2002), Em casos bilaterais, a mao com maior
comprometimento ou a dominante deve ser a primeira a ser operada, permitindo urn
intervalo de 6 a 8 semanas antes de prosseguir com a cirurgia na mao contralateral.
Ao optar-se pelo tratamento cirurgico deve-se levar em considera9aO a
prefen§ncia do paciente e a sua clara compreensao sobre as possiveis complica90es,
bern como, a seu considen3vel compromisso com a terapia pos-operatoria (BENSON,
WILLIAMS e KAHLE, 1998). Segundo Badalamenle e Hurst (2000), a satisfagao
freqCJentemente expressa pel os pacientes nos termos da corre9ao cirurgica nao eigualmente referida nos termos do processo cirurgico em si. As queixas mais comuns
relacionam-se ao tempo fora do trabalho, a dor pos-operatoria, uso limitado da mao nas
atividades da vida diaria, e a terapia pos-operat6ria que muitas vezes e prolong ada e
extensiva.
o pacienle deve ser alertado de que pode haver algum grau de contratura
residual e ser aconselhado a usar uma ortese, a fim obter um resultado satisfat6rio.
Com esta preparac;ao, 0 paciente ace ita melhor um resultado menos perteito
(McFARLANE,1993).
30
3.6.1 Procedimentos Cirurgicos
Fasciotomia: secyao da faixa contraturada, subcutaneamente. Passu!
indic8r;:oes limitadas a pacientes idosos portadores de apenas urna corda
longitudinal, com condiyoes gerais que impedem procedimentos mais extensos
(CHICONELLI e MONTEIRO 1990). McFarlane (1993), afirma que na
atualidade hi! poucos pacientes que naD podem ser preparados para algum
tipo de excisao da fascia doente. Segundo Chiconelli e Monteiro (1990),
ocasionalmente a fasciotomia pode ser utilizada para corregao de contraturas
graves dos dedas, au como fase preliminar de urn procedimento mais radical.
• Fasciectomia limitada: Excisao de somente urna pequena parcela da fascia
(McFARLANE, 1993).
Fasciectomia regional: esta e a operayao mais comum, podendo ser
executada tanto na palma quanto nos dedos (fig 18, 19 e 20). Somente a
fascia doente e removida, conservando-se a fascia aparentemente normal
(McFARLANE, 1993). Segundo Hunt (2003), A doen~a pode retornar se 0
eirurgiao nao remover todo 0 teeido anormal. Infelizmente, algum teeido pode
pareeer normal, mas ja estar afetado.
FIGURA 18 - Contratura unilateral antecedendo faseieetomia regional
FONTE: Visa I; Grigorescu 0; Velicu S; Marian E. The Value Of Fasciectomy in the surgical approach ofthe dupuytren"s disease. Romanian Journal of Hand and Reconstructive microsurgery. 5 (II): 9 - 13,2000.
31
FIGURA 19 - Aspeclo 6 meses ap6s faseieclomia regional (1)
FONTE: Visa I; Grigorescu 0; Velicu S; Marian E. The Value Of Fasciectomy in the surgical approach ofthe dupuylren"s disease. Romanian Journal of Hand and Reconstructive microsurgery. 5 (II): 9 - 13,2000.
FIGURA 20 - Aspecto 6 meses ap6s faseieetomia regional (2)
FONTE: Visa I; Grigorescu 0; Velicu S; Marian E. The Value Of Fasciectomy in the surgical approach ofthe dupuytren's disease. Romanian Journal of Hand and Reconstructive microsurgery. 5 (11): 9 - 13,2000.
Fasciectomia Radical: Segundo Chiconelli e Monteiro (1990), consiste na
retirada da fascia doente e da fascia potencial mente afetada. Segundo
McFarlane (1993), fasciectomia radical e mais indicada no dedo do que na
palma. 8aseado em suas experiencias cirurgicas na enfermidade de
Dupuytren, Visa, Grigoreseu, Velieu e Marian (2000), defendem a fascieetomia
radical, acompanhada dos cuidados pos-operatorios pertinentes, e a
assoeia9iio com 0 trabalho de reabilita<;iio.
• Dermofasciectomia: remoyao da fascia doente e da pele sobrejacente. As
taxas de recidiva sao baixas com este procedimento. Devida a sua natureza
32
radical, geralmente a reservado para pacientes com doenc;a recorrente ou
severa (REVIS JR, 2002). Segundo Milford (1989), sao aplicados enxertos
cutaneos integrais ou laminares.
Segundo Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), Alem destes
procedimentos existem os procedimentos de salvamento:
• Amputac;ao: pode ser indicada quando a contratura da articulac;ao IFP nao
pode ser corrigida para tornar 0 dedo funcional. Outra alternativa a a artrodese
(MILFORD, 1989). McFarlane (1993), nao recomenda a amputayao, nao
somente por causa da natureza progressiva da doenc;a, mas tambam porque 0
procedimento de artrodese proporciona um resultado funcional e estatico
melhor.
• Artrodese da articulac;ao IFP: realizada para corrigir uma contratura severa
da articulayao IFP. 0 dedo deve ser encurtado a fim de fundi-Io em
aproximadamente 30 graus de flexao (McFARLANE, 1993).
Apos a fasciectomia a cobertura cutanea pode ser por repara<;ao par z-plastia
ou retalho local, enxerto de pele ou ainda adotar a tacnica com ferida aberta, onde a
cicatriza<;ao sera par segunda inten<;ao, e normal mente estara com pieta em 4 a 6
semanas (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). McFarlane (1993),
afirma que as vantagens de deixar a ferida aberta sao: um hematoma nao pode se
formar, ha menos ocorrencia de dor e edema, e 0 paciente pode mover os dedos
precocemente. A desvantagem a 0 tempo de cicatriza<;ao, sendo que, durante este
periodo a ferida deve permanecer coberta. Embora os resultados da tacnica da palma
aberta para a articulac;ao MCF fossem bons, seu estudo revelou que a corre<;ao da
contratura da articula<;ao IFP era menos satisfatoria do que com outros tipos de
cobertura da ferida. Os enxertos cutaneos integrais deram melhores resultados no
tratamento de contraturas da articula<;ao IFP.
33
3.6.2 Cuidados p6s-cinlrgicos e compliCa\;oeS
Segundo Chiconelli e Monteiro (1990), para obten~ao de sucesso na remo~ao
cirurgica da fascia doente, sem lesionar nervas e vasos sanguineos, e necessaria
exceiente conhecimento da anatomia regional. Posteriormente, as fases mais
importantes do tratamenta sao os cuidados p6s~operat6rios e a imobilizac;:ao.
Negligenciar estes fatores permite que 0 paciente fique exposto a uma serie de
complicac;:oes, podendo levar a resultados insatisfatorios.
• Edema: como procedimento profilatico para esta complicac;:ao utilizam-se
imobilizac;:oes compressivas e posicionamento, onde 0 membro deve
permanecer elevado por 48 a 72 horas no p6s-operat6rio (CHICONELLI e
MONTEIRO,1990).
• Infecc;:ao: A infec<;ao e rara, mas pode acompanhar um hematoma (HURST,
2002).
• Hematoma: complica<;ao imediata mais frequente e temivel. Com sua
instalac;:ao ha predisposic;:ao a edema, infecc;:ao e rigidez secundaria. Realizar
hemostasia rigorosa apes ressec<;ao da fascia doente e uma medida a ser
tomada para evita-Io. Pode-se utilizar a associa<;ao de um pequeno dreno que
permite a drenagem de cole~6es sanguinolentas (CHICONELLI e MONTEIRO,
1990). Segundo Revis Jr (2002), alguns autores indicam a tecnica com a ferida
aberta como meio para diminuir 0 risco do hematoma.
• Necrose e perda da pele: geralmente e decorrente de les6es das pequenas
arterias dermicas, durante a dissecyao dos retalhos. 0 tipo de sutura e a
instalayao do hematoma tambem favorecem esta complicayao (CHICONELLI e
MONTEIRO, 1990).
• Cicatrizac;:ao lenta: ocorre devido a rna circula<;ao ap6s meses ou anos de
fibrose (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEYe CONOLLY, 2002).
• Rigidez articular: ocorre principalmente nos casos de contraturas severas e
antigas, que exijam excisoes radicais da fascia doente e interven<;ao em
elementos articulares contraturados. 0 controle do edema e da forma<;ao de
hematoma contribui para redu~ao desta ocorrencia (CHICONELLI e
MONTEIRO, 1990).
34
• Sindrome complexa de dar regional: As queixas do edema, da rigidez, e de
dar, ocorrem as vezes diversas semanas ap6s a cirurgia e devem fazer com
que 0 eirurgiao suspeite da sindrome eomplexa de dor regional (HURST, 2002),
Para Boseheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), a ineid€meia desta
complic8gao e de aproximadamente 4%.
• Recidiva: pode ser imediata ou levar anos ate que aparega, A probabilidade de
recidiva no dedo minima e maior do que nos demais. Consiste em urn
problema de diffcil resolugao, ja que ocorre em uma area ja manipulada
(CHICONELLI e MONTEIRO, 1990),
• Aderencias de tendoes: na mao hi! estruturas coexistindo em urn espaC;D
confinado a que favorece a aderencia de estruturas durante a cicatriz8g8o
(BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002),
• Lesao dos feixes neurovasculares: ocorre geralmente pela gravidade da
deformidade, que torna 0 proeedimento eirurgieo bastante difieil (CHICONELLI
e MONTEIRO, 1990),
• Cicatriz hipertr6fica e contraturada: 0 risco de ocorrencia e maior na
faseieetomia devido a maior disseeagao de teeido (BOSCHEINEN-MORRIN,
DAVEY e CONOLLY, 2002),
35
4. A TERAPIA OCUPACIONAL E A TERAPIA DA MAo NO PROCESSO
DE REABILlTA<;:Ao DO MEMBRO SUPERIOR
4.1 TERAPIA OCUPACIONAL
o Comit" da American Occupational Therapy Association (AOTA), em 1986,
define terapia ocupacional como:
~aarte e a ciencia que, por meia da aplica<;:aode atividades cotidianas,incrementa a independencia, possibilita 0 desenvolvimento e previne adoenc;a, podendo utilizar adapta<;:6es,nas tarefas ou no meia ambiente, paraalcanc;ar0 maximo de independencia e melhorar a qualidade de vida" (apudTEIXEIRA, SAURON, SANTOS E OLIVEIRA, 2003: XVI).
A terapia ocupacional auxilia as pessoas a realizarem as atividades
significativas para elas apesar das limita90es (NEISTADT e CREPEAU, 2002).
Segundo Hagedorn (1999), mescla aspectos artisticos e tecnicos da p"'tica. Favorece
a envolvimento ativo do individuo no pracesso terapeutico tornando 0 paciente urn
parceiro no planejamento e conduc;ao desse processo.
As atividades sao as instrumentos de trabalho deste profissional e devern ser
analisadas para que 0 seu valor potencial e intrinseco possam ser deterrninados. As
atividades possibilitarn a desenvolvimento de habilidades cognitivas, perceptivas,
psicossociais e motoras. Para tal, elas precisam incitar a interesse e ter urn prop6sito
(TROMBLY, 1989).
Segundo Pereira, Melio, Silva e Fonseca (2001), 0 processo de reabilita9ao da
mao deve incluir a terapia ocupacional. As atividades devem ser adequadas a cada
individuo, apos criteria sa avaliac;ao dos segrnentos do membra superior, capacidade
funcional e desempenho nas atividades. A independencia nas atividades de vida diaria
deve ser estimulada, e a terapeuta ocupacional e a prafissional mais capacitado para
tal.
36
4.2 TERAPIA DA MAO
A terapia da mao e parte importante do processo de reabilitac;ao tanto no pre
quanta no p6s-operat6rio. Os cuidados p6s-operatorios sao tao importantes, para
atingir resultados satisfatorias, quanta a proprio procedimento cirurgico (MACKIN e
BYRON, 1990). Segundo Schultz, McCornick e Fess (1990), terapeutas de mao,
terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, especializado no tratamento dos membros
superiores, tern favorecido a ascensao da qualidade do tratamento.
Schultz, McCornick e Fess (1990), afirmam que a interac;ao entre cirurgiao,
terapeuta e paciente, facilita e fornece fundamentos para a aquisic;ao do potencial
reabilitativo maximo. Urn trabalho em equipe - incluindo a cirurgiao da mao, 0 terapeuta
eo paciente - podem fazer com que uma cirurgia diffcil alcance urn resultado excelente.
(MACKIN e BYRON, 1990).
Durante 0 processo de avaliayao, 0 terapeuta deve estar atento as
caracteristicas do paciente para desenvolver 0 programa de tratamento mais adequado
para prom over a recuperac;ao funcional da mao lesada e para tornar 0 paciente um
participante ativo em seu tratamento, 0 terapeuta deve estar ciente de que uma
reabilitac;ao bem sucedida envolve corpo e espirito. (SCHULTZ, McCORNICK e FESS,
1990).
Segundo Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002: 1), ·Os principais pontos
da terapia da mao sao:
1. Controle do edema.
2. Exercicio.
3. Controle da cicatrizac;:ao.
4. Usa de splint.
5, Atividade funcional".
o terapeuta utiliza seus conhecimentos de arte e ciencia para elaborar um
programa adequado para cada individuo. 0 conhecimento de anatomia e cinesiologia
da mao, da lesao e a fisiologia da cicatrizac;:ao associadas a habilidade, intuic;:ao e
criatividade permite ao terapeuta conduzir um programa individualizado que favorecera
a aquisic;ao de seu potencial reabilitativo maximo (SCHULTZ, McCORNICK e FESS,
1990).
37
4.3 0 PAPEL DA TERAPIA DA MAo NO TRATAMENTO POS-
OPERATORIO DA CONTRATURA DE DUPUYTREN
A principal meta de urn programa de reabilita<;8o da mao e restaurar 0 usa
funcional da mesma, 0 mais fisiologicamente possivel (SCHULTZ, McCORNICK e
FESS, 1990).
Bordeianu e Panchici (2001), afirmam que 0 tratamento da doenl'a de
Dupuytren deve ser basicamente cirurgico e precedido e/au seguido pela reabilitaC;80
da mao. Segundo McFarlane (1993), 0 objetivo da terapia p6s-operat6ria e manter a
extensao ganha pelos procedimentos cirurgicos e restaurar a flexeD pre-operataria e a
fung80 da mao. A intensidade e a duraC;8o da terapia dependem das particularidades
do paciente e da gravidade da doenl'a.
A reabilitaC;80 comeC;8 com a traca do primeiro curative. A compreensao e
cooperac;ao do paciente sao muito importantes. 0 paciente deve ser instruido sabre a
procedimento cirurgico e acerca de sua mao e de seu tratamento. A educ8C;80 do
paciente deve ser urn processo continuo, sendo iniciada no primeiro atendimento p6s-
cirurgico e ter continuidade por todo 0 processo de reabilita,ao (MACKIN e BYRON,
1990).
Os curativos, imobiliza~ao,e os drenos sao removidos, e a mao e verificada
inteiramente para ver se ha problemas tais como 0 edema impr6prio, formaC;ao de
hematoma, ou complicac;6es da ferida. 0 cuidado do paciente entao e imediatamente
atribuido ao terapeuta da mao, bem como, as informac;6es sabre 0 procedimento
cirurgica, quanti dade de correc;ao ganha na cirurgia, grau de todas as contraturas
residuais, extensao da ferida, e rea~aodo paciente e dos tecidos a cirurgia (HURST,
2002).
o programa pos-clrurgico consiste no cuidado da cicatriz, na massagem, no
estiramento passiv~, em exercicios ativos de ADM, e uso da OrIese (FOYE, 2003).
38
4.3.1 Controle do edema
Devido ao comprometimento da integridade capilar, pode ocorrer a formaC;8o
do edema, que e 0 extravasamento de sangue e sora, para 0 interior do tecido
circundante. (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). Segundo Schultz,
McCornick e Fess (1990), 0 edema e uma resposta natural a lesao, porem, quando
excessivQ e prolongado afeta 0 resultado final. Com a formac;c1odo edema pode Qcorrer
limitaC;80 dos movimentos, formaC;8o de aderencias e excessiva fibrose.
Segundo Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), 0 edema deve ser
resolvido 0 quanta antes para evitar estas complicac;6es. Para atingir este objetivo
pode-s8 reCOffer a:
• Eleva~ao: elevar a mao acima do cotovelo (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY
e CONOLLY, 2002).
• Crioterapia: produz vasoconstric;ao dos capilares, consequentemente, reduz 0
metabolismo e a tendencia a formaC;8o do edema. Os estimulos originados na
pele e a atividade dos fuscs museu lares tambem sao reduzidos, 0 que promove
melhora no quadro algico. A aplicaC;ao da crioterapia pode ser realizada atraves
do uso de bolsas de gelo, onde 0 membro deve ser observado a cada 2
minutos (PEREIRA, MELLO, SILVA E FONSECA, 2001). Segundo Bruno et al.
(2001), a aplica,ao da crioterapia pode ser realizada atraves de compressas
frias, massagem com gelo, imersao em agua gelada, unidades compressoras e
sprays congelantes. As compressas frias sao utilizadas durante 20 a 30
minutos, varias vezes ao dia e devem estar envaltas em toathas. Na massagem
com gelo sao realizados movimentos suaves, da gelo diretamente sobre a pele,
por 5 a 10 minutos. A imersao em agua gelada e pouco tolerada devido ao
desconforto que provoca. As unidades compressoras sao mangas pelas quais
circula agua gelada em compressores pneumaticos. Os sprays congelantes
sao utilizados em dares miofasciais e traumatismos muscuI0-8squeleticos.
• Pressao inlermilenle: Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), explicam
que a pres sao intermitente aumenta a pres sao intersticial, forc;ando 0 fluido
linfatico de volta para 0 sistema venoso
• Massagem retrograda: deve ser realizada da reglao distal para a proximal
(BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). Segundo Wieting
39
(2004), a massagem e uma manipulagao terapeutica dos tecidos moles do
corpo com 0 objetivo de conseguir a normalizac;;:ao dos mesmos. A massagem
pode ter efeitos mecanicos, neurologicos, psicol6gicos, e reflexos. Pode ser
usado para reduzir a dar ou aderencias, promover a sedaC;Elo, mobilizar
liquidos, aumentar 0 relaxamento muscular, e facilitar a vasodilac;8o. Pode ser
urn tratamento preliminar a manipulac;ao. Para Pereira, Melio, Silva e Fonseca
(2001), 0 deslizamento profundo e 0 tipo de massagem que reduz edemas e
melhora 0 retorno venose, no qual as movimentos mais adequados sao as
centripetos. Segundo Schultz, McCornick e Fess (1990), pode ser feita pelo
proprio paciente, desde que bem instruido, varias vezes aD dia.
• Movimento ativo: Os movimentos ativos do membra superior promove 0
mecanisme de bombeamento, que favorece 0 retorno venoso. Com a mao
elevada, todos as dedos devem ser movidos ativamente. A flexao deve ser
seguida pela tentativa de extensao maxima. 0 exercfcio nao deve causar dar,
pais perpetuara 0 cicio dor -edema-rigidez. Para que a terapia seja eficaz, um
programa domiciliar deve ser prescrito e realizado 1 a 2 vezes por hora
(BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002).
• Medidas de compressao: incluem luvas e dedeiras compressivas, malha
tubular, faixa compressiva auto-aderente (Coban) e cord6es. Na presenya de
edema persistente uma luva compressiva pode ser um meio eficiente para
resoluyao do mesmo e pode ser utilizada durante 0 exercfcio, a atividade ou anoite. A malha tubular e eficaz na reduyao do edema de punho, antebrayo e
dorso da mao, podendo ser utilizada em camada simples ou dupla. A atadura
de Coban e aplicada na direyao de distal para proximal, mantidas por 5 minutos
e seguida por exercfcios ativos de flexao e extensao. As medidas de
compressao nao devem acarretar anestesia, pulsayao ou alteragao na
coloragao da mao (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002).
• Banho de contraste: Segundo Schultz, McCornick e Fess (1990), 0 banho de
contraste pode ser mais uma opg80 quando 0 objetivo for 0 controle do edema.
Consiste na imersao alternada da mao em agua quente (38' a 48'C), por 3
minutos, seguido de agua fria (10° a 18°C) por 1 minuto. Este cicio e repetido
por 20 a 30 minutos. Pereira, Melio, Silva e Fonseca (2001), advertem que
quando a intengao e 0 controle do edema a terminG do cicio deve ser com agua
40
tria e nos casas inflamat6rios, onde ha rigidez matinal e dar, a indic8gao e que
a termino seja com agua quente.
Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), advertem que durante as
primeiras semanas apes a cirurgia e importante que 0 terapeuta esteja atenta quanta
as alterac;:oes circulatorias e formac;ao de edema acentuado. Edema e rigidez,
acompanhados par dar intensa, pode ser urn indicativa do desencadeamento da
sindrome complexa de dor regional.
Segundo McFarlane (1993), se a circunstancia for breve mente reconhecida,
ista e, dentro de 2 a 3 semanas da operaC;:flo, e a tratamento iniciado, 0 resultado
geralmente e born. Se esta condiC;:8o nao for diagnosticada em 6 a 8 semanas 0
paciente provavelmente tera alguma rigidez permanente. A medic8C;:<30e as bloqueios
simpaticos sao necessarios, mas a base do tratamento e terapia fisica intensiva.
4.3.2 Cuidados durante 0 processo de cicatriza9ao
Segundo Schultz, McCornick e Fess (1990), 0 tratamento de feridas nos
estagios iniciais incluem: limpeza, debridamento e protec;ao de feridas abertas,
evitando complicac;6es como infecc;ao.
• Banhos de turbilhao: ban has, acrescentando-se agentes antibacterianos,
fazem uma limpeza suave da ferida.
• Debridamento: sucedendo 0 turbilhao e sob condic;6es estereis, a tecido
necrosado frouxo e suavemente removido. Em seguida aplica-se curativos,
com material apropriado, para proteger tecidos em cicatrizaC;;3o e criar barreira
a contaminac;ao. Aparelhos e talas pod em $er usados sabre estes para
melhorar posicionamento.
Para a remoC;8o do tecido necrosado, Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly
(2002), recomendam que a partir do r. dia sejam realizados diariamente banhos com
sabao neutro, duas vezes ao dia, ate que a cicatrizaC;Elo esteja completa.
A formaC;Elo de cicatriz e um proces5o biol6gico normal, porem, durante 0
processo de cicatrizac;ao podem ocorrer aderencias de estruturas entre 51. Edema nao
resolvido, hematomas e infecc;6e5 influenciam de forma negativa este proces5o
(BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). Segundo Mandelbaum, Di
41
Santis e Mandelbaum (2003), A cicatriza<;8o tambem depende de fatores como a
localiz8C;2IO, tipo da pele, racra e tecnica cirurgica utilizada.
Enquanto ocorre a maturac;ao da cicatriz medidas devem ser tamadas para que
esta cicatriza~ao ocorra de forma adequada (SCHULTZ, McCORNICK e FESS, 1990).
Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), afirmam que na fase inflamatoria eindicado repouso. Durante as fases fibroplastica e de remodelaC;2Io, 0 exercicio ative einstituido. Na fase de fibroplasia as fibras de colageno sao orientadas aleatoriamente.
Na fase de remodela<;ao a trama dessas fibras adota urn padrao mais organizado. A
tensao e a compressao influenciam positivamente esta organiz8r;ao.
Segundo McFarlane (1993), 0 tratamento da cicatriz geralmente e realizado
atrav8S do usc da ortese, aplica<;80 de estiramentos, e com massagens. Para
Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), Os seguintes recursos pod em ser
eficientes para reduzir os efeitos restritivos do tecido cicatricial:
• Massagem: aplicayao de fon;.as de compress8o e distraC;8o diretamente sabre
a cicatriz, favorecendo a liberaC;8o tissular subjacentes (fig 21). A massagem
cicatricial deve ser iniciada delicadamente, a partir do momenta em que a ferida
esteja cicatrizada, tornando-se progressivamente rnais intensa conforme a
condic;aa da cicatriz e tolerancia ao toque melhoram. 0 paciente deve ser
orientado quanta a tecnica e instrufdo a realiza-Ia 6 vezes ao dia. Nos locais
com enxertos cutaneos, a massagem deve ser delicada para evitar a formaC;80
de vesiculas (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). Pereira,
Mello, Silva e Fonseca (2001), afirmam que friC\:ao e 0 tipo de massagem
utilizada no tratamento de cicatrizes, aderencias da pele e de nodulos linfaticos.
Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), citam a lanolina como elemento
para realiz8C;80 da massagem.
42
• Compressao: Segundo Schultz, McCornick e Fess (1990), a aplica9ao de
pressao e utilizada para controlar a prolifera<;ao indesejavel do tecido cicatricial
e as moldes sao necessarios em areas de dificil aplic8<;2IO de presseo, como na
palma e nas comissuras interdigitais. Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly
(2002), afirmam que a pressao pode ser realizada por meio de moldes de
elastomero de silicone, que sao renovados conforme as alterayoes do contorno
da cicatriz. Estes moldes reduzem a densidade da cicatriz e devem ser
aplicados sob uma pe98 compress iva.
• Alongamento: 8gaO para promover alongamento dos elementos elasticos de
varios tecidos. Podem ser realizados alongamentos manuais (fig 22, 23, 24 e25), exercicios ativos e uso de Mese (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e
CONOLLY, 2002).
43
FIGURA 23 - Alongamento (2)
FONTE: Autor
FONTE: Autor
FIGURA 25 - Alongamento (4)
FONTE: Autor
44
• Eletroterapia: tanto 0 ultra-som quanta a massagem reduzem a densidade do
tecido cicatricial e auxiliam na dessensibilizac;ao. 0 ultra-som produz alteragoesno padrao das fibras de colageno, e aumento da circulagao. Essa alterac;ao
pode auxiliar na remodelag8o do tecido cicatricial. E utilizado ultra-som pulsado
subaquatico (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002).
• Dessensibiliza~ao: consiste na aplicac;ao de diferentes estimulos tateis, que
inicialmente possuem uma intensidade toleravel e gradual mente sao
aumentados (fig 26). Os meios para esta estimula9ao incluem texturas
graduadas, massagem, vibra9ao e percursao (SCHULTZ, McCORNICK e
FESS, 1990). Boscheinen-morrin, Daveye Conolly (2002), apontam tambem 0
ultra-som pulsado como urn meio para dessensibilizac;ao.
FIGURA 26 - Dessensibiliza9ao
FONTE: Autor
4.3.3 Confec9ao de 6rtese
As necessidades de ortese sao avaliadas em uma base individual (HURST,
2002). Segundo McFarlane (1993), Uma 6rtese confortavel, bem ajustada e um adjunto
importante a terapia e e usado durante a reabilitac;ao da maioria dos pacientes. Pode
ser confeccionada em material termoplastico, com 0 punho em posic;ao neutra com
ligeira flexao, para evitar 0 stress do tecido palmar com 0 posicionamento em extensao
das articulac;6es MCF e IFP. 0 polegar e incluido quando 0 procedimento cirurgico erealizado nesta regiao. A frequencia e a duraC;8o do uso da 6rtese variam com a
gravidade da doenc;a. Entretanto, geralmente e requerido urn minimo de 3 meses e
45
muitos pacientes sao instruidos a utilizar uma ortese de usa noturno por urn periodo
adicional de ate 3 meses. Boscheinen-Morrin, Daveye Conolly (2002), afirmam que os
exercfcios passivQs leves de extensao e 0 usa de orteses controlam a tendencia a
deformidade em fleXaD recorrente. Seu apoia e palmar, com velcro largo e bern
acolchoado, que exerce uma pressao suave sobre as articulal'6es IFP e MCF. Quando
a tendencia a recorrencia da deformidade e muito forte, pode-s8 recorrer a uma ortese
outrigger dinamico.
A integrac;ao entre exercicios e aparelhos e a caminho rna is eficaz para a
recupera<;ao. Cad a urn destes recursos tern sua importElncia e urn aparelho naD diminui
a importancia dos exercfcios. Os aparelhos sao mesclados com exercicios para manter
o deslizamento dos tend6es e a mobilidade articular (SCHULTZ, McCORNICK e FESS,
1990).
4.3.4 Programa de exercicios
Os programas terapeuticos sao estruturados a cada casc. 0 paciente einstruido a remover a ortese para realizar as cuidados da pele e executar 0 programa
especilico, delicado, e ativo de exercicios (HURST, 2002).
Para a realizac;:ao dos exercicios, a curativo nao deve restringir as movimentos.
o exercicio ativo e iniciado no terceiro dia pos-operatorio, tanto no procedimento de
fasciotomia quanta na fasciectomia. Na presenc;:a de enxertos cutaneos as exercicios
sao adiados e iniciam em aproximadamente 7 a 10 dias de p6s-operat6rio. No inicio do
processa de cicatrizac;:ao os enxertos devem ser abservadas quanta a sua
vascularizal'ao (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). Inicialmente, a
ortese e utilizada continua mente e os velcros sao removidos para relizac;:ao dos
exercicios ativas. Os exercicios sao prescritos de acordo com a natureza da limitac;:ao
e da habilidade do paciente. As sess6es sao breves e Irequentes.(McFARLANE, 1993).
Pereira, Mello, Silva e Fonseca (2001), afirmam que 0 tratamento da mao deve ser leito
at raves de um trabalha intensivo, devido a sua pouca tolerancia a imobilizac;:3o. Como
as processos terapeuticos devem ser repetidos varias vezes ao dia, a paciente deve
ser bem orientado para realizar a program a domiciliar. Segundo Schultz, McCornick e
Fess (1990), 0 individuo deve compreender que ele exerce 0 papel mais importante
em sua recuperac;:ao e que a terapeuta esta ali apenas para conduzir a terapia.
46
o programa de exercicios e realizado a cada 2 a 3 haras, com 5 a 10
repeti<;6es par sessao, e consiste em movimentos ativos leves de punho, seguidas par
exercicios ativos isolados de flex8.o das articula<;oes IFP e IFO. Os exercicios isolados
das articula,oes IFP e IFD minimizam as aderencias lendinosas (BOSCHEINEN-
MORRIN, DAVEY e CO NOLL Y, 2002).
Para recuperar a flexao completa dos dedos Boscheinen-Morrin, Davey e
Conolly (2002), recomendam que 0 exercicio seja efetuado com a punho mantido em
ext en sao, enquanto realiza-s8 a flexao da articulayao MCF, com as articulacyoes
interfalangeanas em extensa.o. Esse movimento e seguido par exercicios de flexao
grosse ira das tres articula<;oes digitais. A flexao ativa dos dedas deve ser seguida par
extensao passiva, realizada de forma leve e cuidadosa, para que nao ocorra uma
tensao excess iva da ferida. Movimentos de oposi9ao do polegar a todos os dedos e
adu9ao e abdu9ao de todos os dfgitos, tambem devem ser realizados.
Oeve-se mostrar os exercicios ao paciente e orienta-Io quanto a freqOemcia e
numero de repeli,oes a serem realizadas (SCHULTZ, McCORNICK e FESS, 1990).
FreqOentemente isto requer que somente dois ou tres exercicios mais importantes
sejam enfatizados. A mobiliza9ao e os estiramentos passivos ajudam na restaura9c30
do movimenlo (McFARLANE, 1993). Segundo Schultz, McCornick e Fess (1990),
quando as rotinas de exercicio e aparelho sao complicadas as instru90es por escrito
devem ser realizadas. Alem disso, e importante realizar exercicios para manutenyao da
amplitude de movimento das articula90es nao envolvidas. Boscheinen-Morrin, Davey e
Conolly (2002), advertem que a maioria dos pacientes sao idosos, e por esse motivo eessencial que 0 ombro receba uma aten9fio especial devido a possibilidade de rigidez.
o progresso do paciente e monitorado com cuidado, e 0 programa pode
geralmente ser graduado no fim da primeira semana. As suturas sao removidas duas
semanas apos a cirurgia e 0 programa de reabilitac;ao do paciente progride e emonilorado pelo lerapeula (HURST, 2002).
Segundo Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), assim que for
considerado seguro a mao deve ser estimulada a participar de atividades leves e de
autocuidado sem resistencia, pois tais atividades favorecem a confian9a e aceleram 0
processo de recuperagao da mao.
Enquanto a cicatriza9fio da ferida progride, exercicios adicionais, e a atividade
aumentada da mao, sao incorporados no programa da terapia e 0 tempo de usc da
6rtese e reduzido (McFARLANE, 1993).
47
Em alguns cases observa-s8 Um8 dificuldade na recuperac;ao da flexeo, que
pode ser estimulada atraves do enfaixamento, dos dedos em flex;3o, com atadura de
crepe larga. 0 punho e posicionado em extensao para facilitar a flexao digital. Deve ser
mantido par 15 a 20 minutos e realizado 5 a 6 vezes par dia. A partir do momenta em
que a flexao atinge 50% de sua amplitude substitui-se 0 enfaixamento par uma faixa de
flexao de neoprene au velfoam, para aumentar a pressao sabre as articula90es
interfalangeanas (IFs). E muito importante manter urn equillbrio entre a manutenyao da
extensao e a recuperacyao da flexao. Este programa e favorecido com a aplicacyao
simultanea de calor e deve ser seguido par exercicios ativos de flexec.
(BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002).
o calor e urn adjunto uti I a terapia quando usado para melhorar a elasticidade
do tecido antes dos estiramentos e dos exercicios (McFARLANE, 1993). lianza (2001),
afirma que a trac;ao e rna is eficiente com a associayao de calor terapeutico, uma vez
que altera 0 limiar de excitac;ao dos corpusculos de Goigi. Os corpusculos de Goigi sao
6rg1305 sensitivos sensiveis a traryao e 8St130 presentes nos tendces musculares.
Segundo Bruno et al. (2001), a aplica9ao de calor produz vasodilata9ao e pode
ser empregado na aceleraC;8o de processos metab6licos, resoluc;8o de hematomas,
para aumento da extensibilidade dos tecidos moles, relaxamento muscular, promoyao
de analgesia e reduyao da rigidez articular.
Para Pereira, Mello, Silva e Fonseca (2001), 0 calor superficial atinge uma
profundidade de apenas 3mm, e e 0 mais indicado para as maos, sendo que suas
pequenas articularyoes sao cobertas par uma pequena quantidade de tecidos moles.
Alguns meios que podem ser utilizados para a aplica9aO de calor sao:
• Parafina: permite a aplica9ao do calor com a extremidade elevada (PEREIRA,
MELLO, SILVA E FONSECA, 2001). Segundo Bruno et al. (2001) utiliza-se a
parafina misturada com 61eo mineral, numa propor9tm de 7:1, em temperaturas
entre 51° a 54° C. A aplica9ao pode ser pela tecnica de mergulho ou
pincelamento. Na tecnica de mergulho 0 paciente mergulha sucessivas vezes a
regiao afetada no recipiente com parafina Hquida, ate formar uma camada
espessa. Na tecnica de pincelamento a parafina e pincelada pelo terapeuta ate
formar esta camada. Ap6s a aplica9aO da parafina recobre-se a regiao com
plastico e uma toalha por 20 a 30 minutos.
48
• Compressas quentes: podem ser utilizadas as balsas de termogeL Apesar de
uma modalidade de facil usa domiciliar 0 paciente deve ser cui dado sa mente
orientado (PEREIRA, MELLO, SILVA E FONSECA, 2001).
• Hidroterapia: permite a associac;ao com tecnicas cinesioterapicas. Consiste na
imersao em agua aquecida ou turbilhonamento (PEREIRA, MELLO, SILVA E
FONSECA, 2001).
• Infravermelho: Segundo Bruno et at. (2001), a ]ampada deve ser posicionada
a uma distElncia de 30 a 60 em da area em questao e, quanta mais
perpendicular for colocada em relac;ao a pele maior a intensidade de radiac;ao
A partir do momento em que os f6tons penetram nos tecidos, sao absorvidos e
convertidos em calof.
Segundo Pereira, Mello, Silva e Fonseca (2001), 0 calor profundo e utilizado
com menor freque!'nci8. 0 ultra-som promove aquecimento profunda e micromassagem
pela vibrac;ao molecular. E utilizado de forma subaquatica em punho e mao ou atraves
de almofadas de gel, cujo objetivo principal e 0 de romper fibrose, melhorar a
extensibilidade dos tecidos contraturados, como pele, tendees, ligamentos, fascia e
capsula articular.
o calor nao deve ser usado na presenga de processo inflamat6rio em fase
aguda, em quadros hemorragicos, discrasias sangufneas e perda de sensibilidade
termica (BRUNO et aI., 2001).
Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), afirmam que enquanto a flexao
nao e recuperada, a fungao pode ser facilitada com 0 engrossamento no diametro dos
pegadores dos utensflios do dia-a-dia.
As atividades resistidas sao geralmente adicionadas ao programa dentro de 1
mes apos a cirurgia (McFARLANE, 1993). Segundo Schultz, McCornick e Fess (1990),
exercfcios resistidos graduados sao usados para obtengao de forga e resistencia.
Exerdcios de fortalecimento da mao podem ser iniciados com elasticos, exercicios
graduados com massa e pelo uso de instrumentos de preen sao graduada. Atividades
tambem podem proporcionar resistE'mcia para 0 fortalecimento. E igualmente importante
a aplicagao de exercfcios resistidos com finalidade de manter ou aumentar a forga em
regi6es nao lesadas do membro superior, principalmente, da musculatura proximal.
Para antebrago e cotovelo podem ser usados pesos livres para atingir esse objetivo.
Juntamente com os exercfcios, devem ser introduzidas atividades funcionais.
Sendo assim, movimentos coord en ados do membro superior sao requeridos em
49
atividades familiares a estes individuos. As atividades funcionais ajudam na
recuperaC;8o da amplitude de movimento, forC;8 e coordenac;ao, e 0 paciente tern a
oportunidade de constatar sua habilidade para usar a mao (SCHULTZ, McCORNICK e
FESS, 1990).
Para Revis Jr (2002), 0 terapeuta deve monitorar regularmente a fungao,
atrav8S de medidas objetivas, para evidenciar 0 progresso, facilitar a comunicaC;8o com
o cirurgiao da mao, e incentivar a paciente. 0 paciente pode esperar retarnar as
atividades normais denlro de 2-3 meses.
Para McFarlane (1993), muitos falores modificam 0 manejo pos-operat6rio do
paciente 18is como a gravidade da doenC;8, a idade, a ocupaC;8o, e a motiva~o. A
considera9€lo destes falares e das expectativas do paciente e essencial no
planejamento do tratamento, para abler urn resultado satisfat6rio.
50
5. CONSIDERA<;:OES FINAlS
A Contratura de Dupuytren pode acarretar importantes limitac;oes funcionais.
Quando 0 objetivo e garantir a manutenc;ao au a recuperac;ao da capacidade funcional
das maDS, deve-s8 recorrer a todos as recursos disponiveis para atingir tal meta.
A grande malaria dos autores pesquisados concordam que 0 procedimento
cirurgico e 0 tratamento mais efetivQ para essa enfermidade. Porem, urn resultado
satisfatorio depende da combinac;ao da teknica cirurgica, pertinente as caracteristicas
clinicas do paciente em questao, e de urn adequado processo de reabilitac;:ao. 0
tratamento cirurgico isolado, sem uma posterior conduta terapeutica adequada, pode
resultar em complic8<;6es tao incapacitantes quanto a pr6pria doenc;a, como por
exemplo, rigidez, retrac;ao cicatricial e aderencias.
o terapeuta da mao conta com um amplo conhecimento em anatomia,
biomecanica e fisiologia e uma grande bagagem de tecnicas terapeuticas para 0
tratamento das afecc;oes dos membros superiores. 1550 faz deste profissional a pessoa
tecnicamente melhor preparada para conduzir um programa para a recuperayao
funcional de urn individuo submetido a procedimento cirurgico para 0 tratamento da
contratura de Dupuytren.
o conhecimento em analise de atlvidades, por parte do terapeuta ocupacional,
tambem exerce um importante papel, tanto no que diz respeito as contra-indicaC;6es de
determinadas atividades em determinados estagios da recuperac;ao, quanto nas
indicac;:oes das mesmas para favorecer 0 processo de reabilitac;ao. As atividades se
mostram uteis para melhor complementar Q tratamento, ja que sao meios eficientes
para trabalhar amplitude de movimento, forC;:8, coordenac;:ao, entre Qutros, condic;:6es
essenciais para recuperac;:ao funcional. Possibilitam ainda, que 0 paciente evidencie
sua evoluC;ao proporcionando maior rnotiv8c;:ao.
A associac;ao entre 0 trabalho do medico, as tecnicas da terapia da mao e da
terapia ocupacional e 0 envolvimento do individuo em seu proprio tratamento
potencializam significativamente os resultados.
51
6, REFERENCIAS
BADALAMENTE M A; HURST L C. Enzyme Injection as Nonsurgical Treatment of
Dupuytren's Disease. The Journal of Hand Surgery. 25A (4):629-636,2000.
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