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1 Estudo Técnico para criação de uma Unidade de Conservação no município de Pires do Rio Pires do Rio 26/04/2017

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Estudo Técnico para

criação de uma Unidade

de Conservação no

município de Pires do Rio

Pires do Rio 26/04/2017

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Estudo Técnico para

criação de Unidade de

Conservação no

município de Pires do Rio

- GO

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Lista de Participantes

Equipe responsável pela coordenação e cumprimento das metas e atividades.

Atuando na coordenação de equipes, coleta de dados, confecção de relatórios de resultados e

monitoração in loco da área.

-------------------------------------------------

Biólogo: Danilo Vieira do Nascimento CRBio: 098616/04-D

Coordenador, pesquisador e responsável pelo Estudo Técnico.

------------------------------------------------

Graduando em Ciências Biológicas: Edwilson Miranda Barbosa do Carmo

CPF: 03814490177

Auxiliar de campo com ênfase na parte de Bôtanica

------------------------------------------------

Bióloga: Letícia Pereira Silva. Mestre em Ecologia e conservação

CRBIO: 0476440/04-D

Responsável pela área de georeferenciamento e confecção de mapas

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Sumário

INTRODUÇÃO:.................................................................................................................................Página 9

1 – METODOLOGIA:...............................................................................................................Página 10

2 – OBJETIVOS:......................................................................................................................Página 11

2.1 – Objetivos Gerais:......................................................................................................Página 11

2.2 – Objetivos Especificos:..............................................................................................Página 11

3 – RESULTADOS: .................................................................................................................Página 12

3.1 – Meio Fisico:..............................................................................................................Página 12

3.1.1 – Hidrografia:..............................................................................................Página 12

3.1.2 – Clima e Precipitação:..............................................................................Página 13

3.1.3 - Geologia e Geomorfologia:......................................................................Página 15

3.2 – Meio Biótico:.............................................................................................................Página 16

3.2.1 – Fauna:.....................................................................................................Página 17

3.2.1.1. Ornitofauna:.............................................................................Página 21

3.2.1.2. Herpetofauna:..........................................................................Página 24

3.2.1.3. Mastofauna:............................................................................Página 26

3.2.2. - Flora:......................................................................................................Página 29

4 - MEIO SOCIOECONOMICO: ............................................................................................Página 35

4.1 - Historia:.....................................................................................................................Página 35

4.2 – Cultura:.....................................................................................................................Página 37

4.3 - Patrimônio Cultural:...................................................................................................Página 39

4.4 – Economia:.................................................................................................................Página 40

5 – MAPAS:............................................................................................................................Página 41

5.1 - Mapa do Munícipios do entorno de Pires do Rio:.....................................................Página 41

5.2 - Mapa de vegetação, agricultura e hídrico:................................................................Página 42

5.3 - Mapa com pontos de estudo da área:.......................................................................Página 43

5.4 - Mapa da área delimitada para criação da estação Ecológica:..................................Página 44

5.5. Mapa da área delimitada da estação Ecológica com coordenadas:.........................Página 45

6 - JUSTIFICATIVA E DEFINIÇÃO DA CATEGORIA:..........................................................Página 46

7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS:.............................................................................................Página 48

8 – BIBLIOGRAFIA:...............................................................................................................Página 49

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Gráficos

- Gráfico 1: Gráfico climático de Pires do Rio.................................................................................Página 13

- Gráfico 2: Gráfico de temperatura de Pires do Rio......................................................................Página 14

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Tabelas

- Tabela 1:Tabela climática de Pires do Rio...................................................................................Página 14

- Tabela 2: Lista de Ornitofauna registradas na área de estudo. (registro fotográfico, vocalização,

avistamento e entrevista).................................................................................................................Página 21

- Tabela 3: Lista de Repteis registrados na área de estudo (registro fotográfico, avistamento e

entrevista)........................................................................................................................................Página 24

- Tabela 4: Lista de Anfíbios registrados na área de estudo (registro fotográfico, avistamento,

vocalização e entrevista).................................................................................................................Página 25

- Tabela 5: Lista de Mastofauna registrada na área de estudo (registro fotográfico, avistamento,

vocalização e entrevista).................................................................................................................Página 26

- Tabela 6: Lista de Botânica registrada na área de estudo...........................................................Página 30

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Figuras

- Figura 1: Registro de atividade de campo....................................................................................Página 20

- Figura 2: Bacurau (Nictidromus albicollis)....................................................................................Página 23

- Figura 3: Bem-te-ví (Pitangus sulphuratus)..................................................................................Pagina 23

- Figura 4: Ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficalda)................................................................Página 23

- Figura 5: Tucano-toco (Ramphastos toco)...................................................................................Página 23

- Figura 6: Fogo-apagou (Columbina squammata).........................................................................Página 23

- Figura 7: Quero-quero (Venellus chilensis)..................................................................................Página 23

- Figura 8: Rolinha-roxa (Columbina talpacote)..............................................................................Página 23

- Figura 9: Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)........................................................................Pagina 23

- Figura 10: Perereca (Trachycephalus tiphonyus.)........................................................................Página 26

- Figura 11: Perereca (Hypsiboas raniceps)...................................................................................Página 26 - Figura 12: Mico – estrela (Callithrix penicillata)............................................................................Página 27

- Figura 13: Morcego (Molossus molossus)....................................................................................Página 27

- Figura 14: Morcego (Carollia perspicillata)...................................................................................Página 27

- Figura 15: Samambaia (Thelypteris dentata)............................................................................Pagina 33

- Figura 16: Cana-do-brejo (Costus spiralis)...................................................................................Página 33

- Figura 17: Xixi-de-macaco (Ruellia jussieuoides)........................................................................Página 33

- Figura 18: Bananeira (Musa paradisíaca)....................................................................................Página 33

- Figura 19: Mandiocão (Schefflera macrocarpa)...........................................................................Página 33

- Figura 20:.....................................................................................................................................Página 33

- Figura 21: Bambu-brasil (Bambusa vulgaris)...............................................................................Pagina 33

- Figura 22: Angico (Adenanthera sp.)............................................................................................Página 33

- Figura 23: Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta)..............................................................Página 34

- Figura 24: Pimenta-longa (Piper tuberculatum)............................................................................Página 34

- Figura 25: Picão-amarelo (Cosmos sulphureus)..........................................................................Página 34

- Figura 26: Braquiária (Brachiaria decumbens).............................................................................Pagina 34

- Figura 27: Pimenta-longa (Piper aduncum)..................................................................................Página 34

- Figura 28: Caruru-gigante (Amaranthus hybridus).......................................................................Página 34

- Figura 29: Oiti (Licania tomentosa)..............................................................................................Página 34

- Figura 30: Abóbora (Curcubita pepo)...........................................................................................Página 34

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- Figura 31: Azedinho (Aphelandra longiflora)................................................................................Página 34

- Figura 32: Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus).......................................................................Pagina 34

- Figura 33: Pimenta-de-macaco (Xylopia aromática)....................................................................Página 35

- Figura 34: Mamona (Ricinus communis)......................................................................................Página 35

- Figura 35: Registro da área de estudo.........................................................................................Página 46

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INTRODUÇÃO

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448

km2, cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de

Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí,

Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e

Amazonas. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias

hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta

em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade. (MMA, 2015)

Considerado como um hotspots mundiais de biodiversidade, o Cerrado apresenta extrema

abundância de espécies endêmicas e sofre uma excepcional perda de habitat. Do ponto de

vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do

mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. Existe uma grande

diversidade de habitats, que determinam uma notável alternância de espécies entre diferentes

fitofisionomias. Cerca de 199 espécies de mamíferos são conhecidas, e a rica avifauna

compreende cerca de 837 espécies. Os números de peixes (1200 espécies), répteis (180

espécies) e anfíbios (150 espécies) são elevados. O número de peixes endêmicos não é

conhecido, porém os valores são bastante altos para anfíbios e répteis: 28% e 17%,

respectivamente. De acordo com estimativas recentes, o Cerrado é o refúgio de 13% das

borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos. (MMA, 2015)

Apresenta extrema abundância de espécies endêmicas e sofre uma excepcional perda de

habitat, apesar de ser reconhecido como a savana mais rica do mundo em diversidade

biológica, possuindo muitas espécies endêmicas (MMA, 2015).

A perda do Cerrado é ocasionada principalmente pelo desenvolvimento de monoculturas e

áreas urbanas, tornando a existência de Unidades de Conservação de extrema importância.

A lei 9.985 de 18 de julho de 2000 define Unidade de Conservação como o espaço territorial e

seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais

relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites

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definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de

proteção. (SNUC, 2000)

As Unidades de Conservação integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conversação

são divididas em dois grupos, sendo eles as Unidades de Proteção Integral, e as Unidades de

Uso Sustentável. (SNUC, 2000)

Uma das categorias de Unidades de Proteção Integral é a Estação Ecológica, alvo do presente

projeto, cujo objetivo, definido pela lei 9.985/00, é de preservação da natureza e realização de

pesquisas científicas.

1. METODOLOGIA

O estudo técnico consiste em levantamentos bibliográficos, cartográficos e levantamentos de

campo coletados e elaborados com o objetivo de apresentar dados da região proposta para

criação de unidade de conservação.

O presente estudo de meio físico foi desenvolvido após pesquisa bibliográfica em artigos e

publicações, banco de imagem, dados sobre hidrografia, clima, precipitação, geologia,

geomorfologia da região, registros fotográficos e imagens de satélite.

Foram consultados materiais específicos sobre Unidades de Conservação e Estação Ecológica

de autoria do Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes e SECIMA-GO , além da

legislação e normas vigentes sobre a área ambiental e legislação do estado, país e no

município em questão.

Foi realizado um estudo in loco para registro de espécies da fauna e flora. Para o levantamento

de fauna e flora foram realizados dois dias de atividades de campo envolvendo registros

fotográficos para identificação da flora e fauna local, bem como, varreduras noturnas e diurnas

com o intuito de identificação e registros diretos de espécimes da fauna local (avistamentos,

registros fotográficos e vocalização) e indiretos (indícios, como pegadas e fezes, e entrevistas

com a população do entorno). Feita a atividade de campo foi realizada a pesquisa bibliográfica

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em artigos e publicações cientificas tais quais bancos de imagem e dados sobre a fauna do

cerrado.

Para a denominação de estatus de conservação foi utilizado dados da União Internacional para

a Conservação da Natureza (IUCN 2016), MMA 2014 e ICMBio 2014

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O presente estudo tem por objetivo analisar a relevância da área, em questão, para a criação

de uma Unidade de Conservação com o intuito de realização da gestão e preservação de uma

área de vereda, remanescente, constituindo a nascente do córrego vertente, no município de

Pires do Rio no estado de Goiás.

2.2 Objetivos Específicos

A criação desta Unidade de Conservação tem como principal objetivo a conservação de

amostras representativas de fauna e flora do bioma Cerrado, de forma a mantê-las em estado

natural inalterada, assegurando a continuidade dos processos evolutivos, e dos padrões de

fluxo gênico, conservar os recursos naturais, possibilitar e incentivar atividades de pesquisa

científica que subsidiem o manejo e forneçam informações para o monitoramento ambiental,

interpretação da natureza e educação ambiental, minimizar os efeitos de atividades externas

sobre o interior da unidade possibilitando um gradiente de proteção para uma zona mais

restritiva.

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3. RESULTADOS

3.1 . MEIO FÍSICO

3.1.1. HIDROGRAFIA

O Município de Pires do Rio possui vários cursos d'água e os principais rios que o banham são:

Rio Corumbá e o Rio Piracanjuba. E ainda possui os ribeirões: Sampaio, Caiapó, Baú,

Brumado e Bom Jardim.

A Rede hidrográfica goiana é formada pelas bacia do Amazonas, Paraná São Francisco e

Platina. A área onde está o município abastece a bacia do Paraná, que tem como rio mais

importante o Paranaíba, este nasce em Minas Gerais na Serra da Corda, formando fronteira

entre os Estados de Minas Gerais e Goiás.

Todos os rios que, seguem a direção sul são afluentes do Paranaíba, merecendo destaque aos

rios São Marcos, Jacaré, e Meia Ponte, Corrente, Corumbá (que banha o município de Pires do

Rio, sendo o principal curso d'água) e o Aporé ( divisa com Mato Grosso do Sul. Nas

imediações da cidade de Itumbiara, no Sul do Estado, está a Cachoeira Dourada, onde se

localiza a maior hidrelétrica de Goiás, a Usina Hidrelétrica de Cachoeira Dourada, que Fornece

energia para Brasília, Goiânia e várias outras cidades goianas. A cachoeira Dourada, os

travessões e as corredeiras, dificultam a navegação desse Rio; portanto o Paranaíba não é um

rio completamente navegável.

A hidrografia do município de Pires do Rio é bastante densa, com rios, ribeirões, afluentes e

pequenos cursos d'água, a maioria perenes. Os rios são correntes e que fluem das nascentes

ou cabeceiras que deságuam na foz ou desembocadura. O curso do rio é o caminho percorrido

que faz desde a nascente ou cabeceira até a foz, formando por vários afluentes. Os rios podem

ser perenes (nunca secam) ou temporários (conforme a estação).

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3.1.2. CLIMA E PRECIPITAÇAO

O clima em Pires do Rio é tropical. Há muito menos pluviosidade no inverno que no verão. De

acordo com a Köppen e Geiger a classificação do clima é Aw. Em Pires do Rio a temperatura

média é 23.5 °C. 1366 mm é o valor da pluviosidade média anual.(Gráfico 1, Gráfico 2 e Tabela

1)

Gráfico 1:GRÁFICO CLIMÁTICO PIRES DO RIO

Fonte: Climate-data.org

Junho é o mês mais seco com 9 mm. Apresentando uma média de 263 mm, o mês de

Dezembro é o mês de maior precipitação.(Tabela 1 e

O mês mais quente do ano é Fevereiro com uma temperatura média de 24.7 °C. Ao longo do

ano Junho tem uma temperatura média de 20.9 °C. Durante o ano é a temperatura média mais

baixa. (Gráfico 2 e tabela 1)

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A diferença entre a precipitação do mês mais seco e do mês mais chuvoso é de 254 mm.

Durante o ano as temperaturas médias variam 3.8 °C. (Tabela 1 e Gráfico 1)

Gráfico 2: GRÁFICO DE TEMPERATURA PIRES DO RIO

Fonte: Climate-data.org Tabela 1: TABELA CLIMÁTICA PIRES DO RIO

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Temperatura média (°C)

24.6 24.7 24.2 22.7 21.3 20.9 22.3 24.1 24.7 24.7 24.4 23.8

Temperatura mínima (°C)

19 18.7 17.7 15.4 12.9 12 13.5 16 18.1 18.9 19.1 17.4

Temperatura máxima (°C)

30.2 30.7 30.8 30.1 29.7 29.8 31.1 32.2 31.4 30.6 29.8 30.2

Temperatura média (°F)

76.3 76.5 75.6 72.9 70.3 69.6 72.1 75.4 76.5 76.5 75.9 74.8

Temperatura mínima (°F)

66.2 65.7 63.9 59.7 55.2 53.6 56.3 60.8 64.6 66.0 66.4 63.3

Temperatura máxima (°F)

86.4 87.3 87.4 86.2 85.5 85.6 88.0 90.0 88.5 87.1 85.6 86.4

Chuva (mm) 249 175 161 90 34 9 10 17 45 126 187 263

Fonte: Climate-data.org

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3.1.3. GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

A pedologia do município é composta por latossolos vermelho escuro e vermelho amarelo.

O solo vermelho escuro da região apresenta uma textura argilosa e são solos minerais muito

profundos e porosos, sendo bastante permeáveis e acentuadamente drenados. São solos

ácidos, apresentando baixos teores de silte, com absoluta ou parcial ausência de minerais

primários. O solo normalmente é pouco resistente e suscetível à erosão. Porém, é rico em

ácido de ferro, que lhe confere a cor escura, sendo bastante permeável, porque facilita a

infiltração das águas das chuvas ou irrigação. Ocupam uma extensa área de Norte a Sul do

município, sobre a vegetação de cerrado, ocorre tanto com topografia plana como no topo da

serra do Maratá.

Já o latossolo vermelho amarelo, é formado por minerais profundos, bem acentuados e

internados em acidez variando de moderado a forte, sua aparência é relativamente

individualizada, devido à distribuição da cor. Quando se apresentam em relevo plano suave,

são aproveitados para a agricultura e/ou pastagens, normalmente aqueles que não apresentam

teores elevados de areia.

O latossolo vermelho amarelo ocupa várias áreas de leste a oeste do município de Pires do Rio

- GO, sob vegetação de cerrado, com topografia plana e tendo poucas variações.

Ambos os tipos de solos correspondem à área delimitada para pesquisa; com maior ocorrência

do latossolo vermelho amarelo, segundo o projeto RADAMBRASIL, folha de Goiânia (1983),

afirma que no município de Pires do Rio, destacam três tipos de solo: solos com horizonte B

latossólicos, solos com horizonte B Câmbio; e solos poucos desenvolvidos neossolos ou

litossolos.

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3.2. MEIO BIÓTICO

Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande importância social. Muitas populações

sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros,

ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros e comunidades quilombolas que, juntas, fazem parte do

patrimônio histórico e cultural brasileiro, e detêm um conhecimento tradicional de sua

biodiversidade. Mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usada na

recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, proteção contra a erosão, ou

para criar habitat de predadores naturais de pragas. Mais de 10 tipos de frutos comestíveis são

regularmente consumidos pela população local e vendidos nos centros urbanos, como os frutos

do Pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia speciosa),

Cagaita (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do cerrado

(Anacardium humile), Araticum (Annona crassifolia) e as sementes do Barú (Dipteryx alata).

(MMA, 2015)

Contudo, inúmeras espécies de plantas e animais correm risco de extinção. Estima-se que

20% das espécies nativas e endêmicas já não ocorram em áreas protegidas e que pelo menos

137 espécies de animais que ocorrem no Cerrado estão ameaçadas de extinção. Depois da

Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação

humana. Com a crescente pressão para a abertura de novas áreas, visando incrementar a

produção de carne e grãos para exportação, tem havido um progressivo esgotamento dos

recursos naturais da região. Nas três últimas décadas, o Cerrado vem sendo degradado pela

expansão da fronteira agrícola brasileira. Além disso, o bioma Cerrado é palco de uma

exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para produção de carvão. (MMA,

2015)

Apesar do reconhecimento de sua importância biológica, de todos os hotspots mundiais, o

Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. O Bioma

apresenta 8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação; desse

total, 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36% de unidades de

conservação de uso sustentável, incluindo RPPNs (0,07%). (MMA, 2015)

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3.2.1. FAUNA

Entre os Vertebrados de maior porte encontrados em áreas de Cerrado, podem ser citados a

jibóia, a cascavel, várias espécies de jararaca, o lagarto teiú, a ema, a seriema, a curicaca, o

urubu comum, o urubu caçador, o urubu-rei, araras, tucanos, papagaios, gaviões, o tatu-peba,

o tatu-galinha, o tatu-canastra, o tatu-de-rabo-mole, o tamanduá-bandeira e o tamanduá-mirim,

o veado campeiro, o cateto, a anta, o cachorro-do-mato, o cachorro-vinagre, o lobo-guará, a

jaritataca, o gato mourisco, e muito raramente a onça-parda e a onça-pintada.

Padrões sobre a ocorrência da fauna no Cerrado também foram avaliados por diversos

autores. (SILVA e BATES, 2002) sugerem que os padrões de distribuição de aves seguem a

dinâmica de diversificação dos ambientes do Cerrado. As aves do Cerrado possuem diferentes

idades. Os autores identificaram um grupo de espécies mais antigo (anterior à transição do

Plioceno-Pleistoceno), ligado às formações campestres em savânicas, e um grupo mais

recente, associado com as formações florestais dentro do Cerrado.

O grupo das aves apresenta uma expressiva concentração de espécies no Cerrado, sendo que

praticamente a metade das espécies registradas no Brasil ocorre no bioma. Uma das primeiras

grandes revisões da avifauna do Cerrado indicou a existência de 837 espécies no domínio

(SILVA, 1995), sendo que boa parte delas (82 %) apresenta algum grau de dependência de

ambientes florestais. Por esse motivo, (SILVA, 1995) sugeriu que a riqueza de espécies de

aves no Cerrado seja fruto de intensos intercâmbios ocorridos no passado com os biomas

florestais vizinhos (Amazônia e Mata Atlântica). O nível de endemismo do grupo é, contudo,

bastante baixo e chega a apenas 3,4 % do total de aves observadas, sendo que as espécies

endêmicas possuem diferentes idades (SILVA, 1997).

O número de espécies da herpetofauna (répteis e anfíbios) pode estar ainda bastante

subestimado, pois novas espécies têm sido descritas nas regiões ainda pouco estudadas pela

ciência (COLLI et al., 2003a; COLLI et al., 2003b; NOGUEIRA; RODRIGUES, 2006;

RODRIGUES et al, 2007), e ainda há a carência por sínteses sobre diversidade de anfíbios. É

bem provável que modernas técnicas de modelagem da distribuição potencial de espécies

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ajudem a identificar regiões com alta riqueza potencial, prioritárias para a realização de

inventários de fauna (BINI et al., 2006; COSTA et al., 2007).

A ocorrência e endemismos de répteis no Cerrado foram avaliados mais recentemente por

(COLLI; BASTOS, 2002) e (NOGUEIRA, 2006). Esses autores refutaram as hipóteses

anteriores de que a herpetofauna do Cerrado é depauperada e pouco diversificada, conforme

sugeriram (VANZOLINI, 1976) e (VITT, 1991). A riqueza de espécies de répteis existente no

Cerrado (184) é bastante expressiva, sendo comparável à da Amazônia quando expressa

proporcionalmente ao tamanho dos domínios, já que o Cerrado possui apenas a metade da

área amazônica. De acordo com (COLLI ; BASTOS, 2002), não há diferenças entre a média de

espécies observadas em diferentes localidades do Cerrado ou da Amazônia, fato que sugere

que a maior riqueza de répteis na Amazônia é um efeito do tamanho do domínio.

Revisões semelhantes à realizada com os répteis têm sido feitas com outros grupos

taxonômicos como os morcegos (AGUIAR, 2000) e outros pequenos mamíferos

(CARMIGNOTTO, 2004) ou para todas as ordens (MARINHO-FILHO et al., 2002). No caso dos

morcegos, estima-se que 41 % das 194 espécies de mamíferos registradas para odomínio

pertençam à ordem Chiroptera (AGUIAR et al., 2004; MARINHO-FILHO et al.,2002). O padrão

de distribuição da fauna de pequenos mamíferos segue aquilo que é proposto para as plantas

(RATTER et al., 2003) e répteis (NOGUEIRA, 2006), sendo sugerida a existência de cinco

regiões faunísticas (CARMIGNOTTO, 2004). Assim como no grupo dos lagartos, a maior

parcela da riqueza de pequenos mamíferos (incluindo boa parte dos endêmicos) está

concentrada em ambientes abertos, contrariando interpretações anteriores, que citavam maior

riqueza em ambientes florestados, como matas de galeria (REDFORD; FONSECA, 1986).

Excetuando-se a maioria das aves, segundo alguns autores a fauna do Cerrado caracteriza-se,

em geral, pelos seus hábitos noturnos e fosforeais ou subterrâneos, tidos como formas de

escapar aos rigores do tempo reinantes durante as horas do dia. Todavia, há autores que não

concordam que isto seja uma característica da fauna do cerrado. Embora consideradas

ausentes, espécies umbrófilas talvez ocorram no interior de cerradões mais densos, onde

predomina a sombra e certamente sob o estrato herbáceo-subarbustivo. Segundo diversos

zoólogos, parece não haver uma fauna de Vertebrados endêmica, restrita ao Bioma do

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19

Cerrado. De um modo geral estas espécies ocorrem também em outros tipos de Biomas.

Todavia, entre pequenos roedores e pássaros existem diversos endemismos, á nível de

espécies pelo menos.

Entre os Invertebrados, pesquisas futuras mostrarão seguramente muitas espécies endêmicas.

Neste grupo da fauna merece especial destaque o Phylum Arthropoda e entre estes a Classe

Insecta. Os cupins, insetos da Ordem Isoptera, Família Termitidae, são de grande importância

seja pela sua riqueza em gêneros e espécies, seja pelo seu papel no fluxo de energia do

ecossistema, como herbívoros vorazes que são e servindo de alimento para grande número de

predadores (tamanduá, tatu, cobra-de-duas-cabeças, lagartos, etc.).

A fauna de invertebrados do cerrado é muito rica e inclui animais pertencentes a

aproximadamente 16 filos, no Brasil central. Dentre os invertebrados existentes cerca de 1,5

milhões de espécies são de artrópodes, mas acredita-se que esse número traduza somente

uma pequena fração do que deve existir. Os artrópodes desenvolvem grande função ecológica

no ecossistema, pois ocupa uma grande diversidade de microhabitats e nichos (LONGCORE,

2003), desta forma desempenham atividades regulatórias do ecossistema. Insetos e Aranhas

são provavelmente os maiores reguladores de circulação de energia e ciclo de nutrientes em

ecossistemas tropicais (WILSON, 1987).

Artrópodes também são bons bioindicadores sensíveis da interferência humana na qualidade

do habitat, devido à alta diversidade de espécies e alta ligação física e biológica com os

habitats. Os estudos sobre conservação têm enfatizado principalmente o papel de vertebrados,

especialmente aves e mamíferos, na dinâmica das comunidades. Mas, recentemente a fauna

de invertebrados tem sido ressaltada como de fundamental importância para os processos que

estruturam ecossistemas terrestres, especialmente nos trópicos (WILSON, 1987), o que explica

o crescente número de estudos das comunidades de invertebrados e da utilização destes

dados na formulação de estratégias de conservação e diretrizes para o manejo de

ecossistemas (SILVESTRE, 2000). Entretanto, a região Centro-Oeste é classificada como a

que reúne menor conhecimento sobre invertebrados terrestres (BRANDÃO, 2003).

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20

Ordem de grande importância é a dos Hymenoptera, onde se destacam as Famílias Formicidae

(formigas), como as saúvas (Gênero Atta), por exemplo, e Apidae (abelhas), esta última pelo

seu importante papel na polinização das flores. Os gafanhotos (Ordem Orthoptera, Família

Acrididae) também apresentam grande riqueza de espécies e significativa importância como

herbívoros.

Após analise dos dados coletados in loco observou-se que a área em questão apresenta

grande variedade de espécies de fauna, além de espécies que apresentam risco de extinção.

Na área foram encontradas as seguintes espécies:

Figura 1: Registro de atividade de campo

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21

3.2.1.1. Ornitofauna:

Em relação ao levantamento de ornitofauna. Durante as atividades de campo, foram

identificados através de registro fotográfico, vocalização, avistamento e entrevista 21 espécies

de aves totalizando 12 ordens (Cuculiforme, Pelecaniformes, Columbiformes, Passeriformes,

Psittaciformes, Piciformes, Cathartiformes, Galbuliformes, Caprimulgiformes, Charadriiformes,

Gruiformes e Strigiformes) e 16 familias (Cuculidae, Threskiornithidae, Columbidae,

Tyrannidae, Passeridae, Psittacidae, Ramphastidae, Furnariidae, Caprimulgidae, Charadriidae,

Rallidae, Cathartidae, Galbulidae, Thraupidae, Turdidae e Strigidae). Neste estudo não foram

encontradas nenhuma espécie ameaçada de extinção e nenhuma espécie endêmica para a

área, porem todas as espécies encontradas contribuem fundamentalmente para a manutenção

natural e conservação da fauna e flora local.

Tabela 2: Lista de Ornitofauna registradas na área de estudo. (registro fotográfico, vocalização,

avistamento e entrevista)

Ornitofauna

Nome

popular

Ordem

Família

Espécie

Tipo de registro

Status de

conservação

Anu – branco

Cuculiforme

Cuculidae

Guira guira

A / E / VO

NA

Anu – preto

Cuculiforme

Cuculidae

Crotophaga ani

A / E / VO

NA

Ariramba-de-cauda-ruiva

Galbuliformes

Galbulidae

Galbula ruficalda

RF

NA

Bacurau

Caprimulgiformes

Caprimulgidae

Nictidromus

albicollis

RF

NA

Saracura do

brejo

Gruiformes

Rallidae

Aramides saracura

A / E / VO

NA

Bem-te-ví

Passeriformes

Tyrannidae

Pitangus

sulphuratus

RF

NA

Periquito

Psittaciformes

Psittacidae

Brotogeris chiriri

VO / A / E

NA

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Tucano toco

Piciformes

Ramphastidae

Ramphastos

toco

RF

NA

Curicaca

Pelecaniformes

Threskiornithidae

Theristicus caudatus

VO / A / E

N/ID

Quero - Quero

Charadriiformes

Charadriidae

Venellus chilensis

RF

NA

João de barro

Passeriformes

Furnariidae

Furnarius rufus

VO / A / E

NA

Papa - capim

Passeriformes

Thraupidae

Sporophila nigricollis

VO / A / E

NA

Rolinha fogo

apagou

Columbiformes

Columbidae

Columbina squammata

RF

NA

Urubu cabeça

preta

Cathartiformes

Cathartidae

Coragyps

atratus

A / E

NA

Coruja

buraqueira

Strigiformes

Strigidae

Athene

cunicularia

RF

NA

Pardal

domestico

Passeriformes

Passeridae

Passer

domesticus

VO / A / E

NA

Maritaca

Psittaciformes

Psittacidae

Psitatacara

leucophthalma

VO / A / E

NA

Tiziu

Passeriformes

Thraupidae

Volatinia jacarina

VO / A / E

NA

Canário da

terra verdadeiro

Passeriformes

Thraupidae

Sicalis flaveola

VO / A / E

NA

Sabiá

laranjeira

Passeriformes

Turdidae

Tordus

rufiventris

VO / A / E

NA

Rolinha roxa

Columbiformes

Columbidae

Columbina talpacoti

RF

NA

Obs:. Foram utilizadas siglas para designar tipo de registros da fauna, identificação e status de

conservação onde (A) avistamento, (E) entrevista, (VO), vocalização, (VE) vestígio, (RF) Registro fotográfico, (N/ID) não identificado, (NA) não ameaçada e (VU) vulnerável.

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Figura 2: Bacurau (Nictidromus albicollis) Figura 3: Bem-te-ví (Pitangus sulphuratus)

Figura 4: Ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficalda) Figura 5: Tucano-toco (Ramphastos toco)

Figura 6: Fogo-apagou (Columbina squammata) Figura 7: Quero-quero (Venellus chilensis)

Figura 8: Rolinha-roxa (Columbina talpacote) Figura 9: Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)

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3.2.1.2. Herpetofauna:

Répteis:

Em relação ao levantamento de herpetofauna (Répteis). Durante as atividades de campo,

foram identificados através de registro fotográfico, vocalização, avistamento e entrevista 6

espécies de répteis totalizando 1 orden (Squamata) e 4 familias (Boidae, Colubridae,

Tropiduridae e Teiidae). Neste estudo não foram encontradas nenhuma espécie ameaçada de

extinção e nenhuma espécie endêmica para a área, porem todas as espécies encontradas

contribuem fundamentalmente para a manutenção natural e conservação da fauna e flora local.

Neste estudo não foi possível o registro fotográfico dos espécimes porem ocorreu a

confirmação e identificação em campo via avistamento e entrevista.

Tabela 3: Lista de Repteis registrados na área de estudo (registro fotográfico, avistamento e entrevista)

Répteis

Nome

popular

Ordem

Família

Espécie

Tipo de registro

Status de

Conservação

Jiboia

Squamata

Boidae

Boa constrictor

E

NA

Caninana

Squamata

Colubridae

Spilotes pullatus

E

NA

Calango

Squamata

Tropiduridae

Tropidurus sp.

E / A

NA

Lagarto

bico doce

Squamata

Teiidae

Ameiva ameiva

E / A

NA

Teiu

Squamata

Teiidae

Tupinambis sp.

A / E

NA

Coral falsa

Squamata

Colubridae

Oxyrhopus trigeminus

A / E

NA

Obs:. Foram utilizadas siglas para designar tipo de registros da fauna, identificação e status de

conservação onde (A) avistamento, (E) entrevista, (VO), vocalização, (VE) vestígio, (RF) Registro fotográfico, (N/ID) não identificado, (NA) não ameaçada e (VU) vulnerável.

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Anfíbios:

Em relação ao levantamento de herpetofauna (Anfíbios). Durante as atividades de campo,

foram identificados através de registro fotográfico, vocalização, avistamento e entrevista 6

espécies de anfíbios totalizando 1 orden (Anura) e 3 familias (Bufonidae, Leptodactylidae e

Hylidae). Neste estudo não foram encontradas nenhuma espécie ameaçada de extinção e

nenhuma espécie endêmica para a área, porem todas as espécies encontradas contribuem

fundamentalmente para a manutenção natural e conservação da fauna e flora local.

Tabela 4: Lista de Anfíbios registrados na área de estudo (registro fotográfico, avistamento, vocalização e

entrevista)

Anfíbios

Nome

popular

Ordem

Família

Espécie

Tipo de registro

Status de

conservação

Sapo cururu

Anura

Bufonidae

Rhinella

schneideri

VO / A

NA

Anura

Leptodactylidae

Leptodactylus

fuscus

VO / A

NA

Pererequina

do brejo

Anura

Hylidae

Dendropsophus

nanus

VO / A

NA

Sapo

Anura

Leptodactylidae

Physalaemus

cuvieri

VO / A

NA

Perereca

Anura

Hylidae

Trachycephalus tiphonyus

RF

NA

Perereca

Anura

Hylidae

Hypsiboas raniceps

RF

NA

Obs:. Foram utilizadas siglas para designar tipo de registros da fauna, identificação e status de

conservação onde (A) avistamento, (E) entrevista, (VO), vocalização, (VE) vestígio, (RF) Registro fotográfico, (N/ID) não identificado, (NA) não ameaçada e (VU) vulnerável.

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Figura 10: Perereca (Trachycephalus tiphonyus.) Figura 11: Perereca (Hypsiboas raniceps)

3.2.1.3. Mastofauna:

Em relação ao levantamento da mastofauna. Durante as atividades de campo, foram

identificados através de registro fotográfico, vocalização, avistamento e entrevista 7 espécies

de mamíferos totalizando 6 ordens (Xenarthra, Cingulata, Didelphimorphia, Primates,

Chiroptera e Rodentia) e 7 familias (Myrmecophagidae, Cricetidae, Cebidae, Dasypodidae,

Molossidae, Phyllostomidae e Didelphidae). Foi registrada, por entrevista, a espécie

Myrmecophaga tridactyla (Tamanduá Bandeira) onde o mesmo se encontra na lista vermelha

de animais ameaçados de extinção no status de vulnerável de acordo com o IUCM 2016, MMA

2014 e ICMBio 2014. Alguns autores já descrevem esta espécie como extintas em algumas

unidades federais do Brasil. Lembrando de que todas as espécies registradas contribuem

fundamentalmente para a manutenção natural e conservação da fauna e flora local.

Tabela 5: Lista de Mastofauna registrada na área de estudo (registro fotográfico, avistamento,

vocalização e entrevista)

Mastofauna

Nome

popular

Ordem

Família

Espécie

Tipo de registro

Status de

Conservação

Tamanduá Bandeira

Xenarthra

Myrmecophagidae

Myrmecophaga

tridactyla

E

VU

Rato

Rodentia

Cricetidae

Calomys expulsos

A

NA

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Gambá

Didelphimorphia

Didelphidae

Didelphis albiventris

A / E

NA

Mico

estrela

Primates

Cebidae

Callithrix

penicillata

RF

NA

Tatu peba

Cingulata

Dasypodidae

Euphractus saxcintus

A / E

NA

Morcego

Chiroptera

Molossidae

Molossus molossus

RF

NA

Morcego

Chiroptera

Phyllostomidae

Carollia

perspicillata

RF

NA

Obs:. Foram utilizadas siglas para designar tipo de registros da fauna, identificação e status de

conservação onde (A) avistamento, (E) entrevista, (VO), vocalização, (VE) vestígio, (RF) Registro fotográfico, (N/ID) não identificado, (NA) não ameaçada e (VU) vulnerável.

Figura 12 : Mico – estrela (Callithrix penicillata) Figura 13: Morcego (Molossus molossus)

Figura 14: Morcego (Carollia perspicillata)

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3.2.2. FLORA

A região de Pires do Rio é constituída de cerrado, podendo ser definida como sendo uma

vegetação xeromórfica, com a fisionomia diversificada, variando de harmonia densa e aberta a

gramíneo-lenhosa.

Portanto, a formação de cerrado no município de Pires do Rio – GO ocorre através da

formação florestal e formações campestres, representadas respectivamente por cerrado e

cerradão, constituem a cobertura vegetal predominante do município, principalmente nas

cabeceiras dos córregos.

Essa vegetação, predominante nas partes do cerrado goiano, constitui o chamado cerrado

arbóreo, com formação campestre, composta de vegetais baixo, finais, e tortuosos,

escassamente distribuídos sobre o solo recoberto por uma gramínea contínua, entremeada por

plantas aquáticas, caracterizando a formação vegetal, da área em estudo, região central do

Brasil.

O cerrado é a vegetação típica do Brasil central, compreendendo basicamente dois estratos: o

superior formado por árvores e arbustos; e o estrato inferior, composto por tapete de gamas.

As árvores apresentam troncos e galhos retorcidos, recobertas por cascas grossas, a folha é

grande e recoberta por pêlos. Os Arbustos e árvores, em sua maioria, possuem sistemas

raticular profundo, não sendo, portanto, prejudicados pela falta d'água. Porem, nas estações

secas, estas plantas normalmente perdem as folhas, que revigoram a partir de setembro e

outubro.

O estrato inferior é formado pelas gramíneas, que possuem altura abaixo de 1m. Com um

sistema radicular curto, sofrendo seca periódica durante o inverno.

Logo a formação vegetal da localidade apresenta de um modo geral, plantas com formação de

pequeno porte, recoberto por casca grossa e com raízes profundas e folhas desenvolvidas,

normalmente protegidas por pêlos.

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29

Em relação ao levantamento da botânica no local de estudo. Durante as atividades de campo,

foram identificados através de registro fotográfico e entrevista 48 espécies de plantas

totalizando 24 famílias (Acanthaceae, Amaranthaceae, Anacardiaceae, Annonaceae, Araceae,

Araliaceae, Asteraceae, Bignoniaceae, Chrysobalanaceae, Costaceae, Cucurbitaceae,

Euphorbiaceae, Fabaceae, Malvaceae, Melastomataceae, Musaceae, Myrtaceae,

Phyllanthaceae, Piperaceae, Poaceae, Rutaceae, Solanaceae, Thelypteridaceae e Urticaceae)

e 39 gêneros (Adenanthera, Amaranthus, Anacardium, Aphelandra, Bambusa, Bauhinia,

Bidens, Brachiaria, Cecropia, Cenchrus, Citrus, Clidemia, Cosmos, Costus, Curcubita,

Dieffenbachia, Eryotheca, Hymenaea, Leptolobium, Licania, Mangifera, Miconia, Mimosa,

Momordica, Musa, Panucum, Pennicetum, Phyllanthus, Piper, Plinia, Pseudobombax, Psidium,

Ricinus, Ruellia, Sapathodea, Schefflera, Solanum, Thelypteris e Xylopia).

Destas 48 espécies, 20 espécies apresentam hábitos arbóreos (Anacardium occidentale,

Mangifera indica, Xylopia aromática, Schefflera macrocarpa, Sapathodea campanulata, Licania

tomentosa, Leptolobium dasycarpum, Adenanthera sp., Hymenaea courbaril, Mimosa

caesalpiniifolia, Pseudobombax grandiflorum, Pseudobombax tomentosum, Eryotheca

pubensis, Miconia elegans, Plinia cauliflora, Psidium guajava, Piper aduncum, Citrus reticulata,

Cecropia hololeuca e Cecropia pachystachya ) , 10 espécies hábitos de arbusto (Dieffenbachia

picta, Costus spiralis, Ricinus communis, Bauhinia curvula, Clidemia hirta, Piper tuberculatum,

Piper umbellatum, Bambusa vulgaris, Solanum lycocarpum e Solanum palinacanthum), 1

espécie apresenta hábito de arvoreta (Clidemia octona ), 4 espécies apresenta hábito de

herbáceo (Musa paradisíaca, Brachiaria decumbens, Panucum maximum e Pennicetum

purpureum), 1 espécie apresenta hábito de Liana (Momordica charantia ), 1 espécie apresenta

hábito de prostrado (Curcubita pepo) e 11 espécie apresenta hábito de sub-arbusto (Ruellia

jussieuoides, Aphelandra longiflora, Amaranthus deflexus, Amaranthus hybridus, Amaranthus

spinous, Cosmos sulphureus, Bidens alba, Bidens pilosa, Phyllanthus amarus, Cenchrus

echinatus e Thelypteris dentata).

Em relação ao endemismo 21 espécies são endêmicas do cerrado (Ruellia jussieuoides,

Aphelandra longiflora, Anacardium occidentale, Xylopia aromática, Schefflera macrocarpa,

Costus spiralis, Momordica charantia, Leptolobium dasycarpum, Adenanthera sp., Bauhinia

curvula, Hymenaea courbaril, Pseudobombax grandiflorum, Pseudobombax tomentosum,

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Eryotheca pubensis, Clidemia hirta, Clidemia octona, Miconia elegans, Piper aduncum, Piper

tuberculatum, Piper umbellatum e Cecropia pachystachya), 18 exóticas (Mangifera indica,

Dieffenbachia picta, Sapathodea campanulata, Licania tomentosa, Curcubita pepo, Ricinus

communis, Mimosa caesalpiniifolia, Musa paradisíaca, Plinia cauliflora, Psidium guajava,

Bambusa vulgaris, Brachiaria decumbens, Panucum maximum, Pennicetum purpureum, Citrus

reticulata, Solanum lycocarpum, Solanum palinacanthum e Cecropia hololeuca ) e 9 não foram

identificadas quanto ao endemismo (Amaranthus deflexus, Amaranthus hybridus, Amaranthus

spinous, Cosmos sulphureus, Bidens alba, Bidens pilosa, Phyllanthus amarus, Cenchrus

echinatus e Thelypteris dentata ).

Lembrando de que todas as espécies registradas contribuem fundamentalmente para a

manutenção natural e conservação da fauna e flora local.

Tabela 6: Lista de Botânica registrada na área de estudo:

Família

Gênero

Espécie

Nome popular

Hábito

Endemismo

Fitofisionomia

Acantácea

Ruellia

jussieuoides

NID

Sub-arbusto

Cerrado

Mata de galeria

Acanthaceae

Aphelandra

longiflora

NID

Sub-arbusto

Cerrado

Mata de galeria

Anacardiaceae

Anacardium occidentale

Cajú

Arbóreo

Cerrado

Área antropizada

Anacardiaceae

Mangifera indica

Mangueira

Arbóreo

Exótica

Área antropizada

Amaranthaceae

Amaranthus

deflexus

Caruru-rasteiro

Sub-arbusto

NID

Área antropizada

Amaranthaceae

Amaranthus hybridus

Caruru-gigante

Sub-arbusto

NID

Área antropizada

Amaranthaceae

Amaranthus spinous

Caruru-espinhoso

Sub-arbusto

NID

Área antropizada

Annonaceae

Xylopia aromática

Pimenta-de-macaco

Arbóreo

Cerrado

Mata de galeria/cerradão

Araceae

Dieffenbachia

picta

Comigo-ninguém-pode

Arbusto

Exótica

Mata de galeria

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Araliaceae

Schefflera macrocarpa

Mandiocão

Arbóreo

Cerrado

Cerradão

Asteraceae

Cosmos

sulphureus

Picão-amarelo

Sub-arbusto

NID

Área antropizada

Asteraceae

Bidens

alba

Picão-preto

Sub-arbusto

NID

Área antropizada

Asteraceae

Bidens

pilosa

Carrapicho

Sub-arbusto

NID

Área Antropizada

Bignoniaceae

Sapathodea

campanulata

Bisnagueira

Arbóreo

Exótica Mata de galeria

Chrysobalanaceae

Licania

tomentosa

Oiti

Arbóreo

Exótica

Área antropizada

Costaceae

Costus

spiralis

Cana-do-brejo

Arbusto

Cerrado

Mata de galeria

Cucurbitaceae

Momordica

charantia

Meão-de-são-caetano

Liana

Cerrado

Mata de galeria

Cucurbitaceae

Curcubita

pepo

Abobóra

Prostrado

Exótica

Mata de galeria

Euphorbiaceae

Ricinus

communis

Mamona

Arbusto

Exótica

Área antropizada

Fabaceae

Leptolobium

dasycarpum

Cascudinho Arbóreo

Arbóreo

Cerrado

Área antropizada

Fabaceae

Adenanthera

sp.

Angico

Arbóreo

Cerrado

Área antropizada

Fabaceae

Bauhinia

curvula

Pata-de-vaca

Arbusto

Cerrado

NID

Fabaceae

Hymenaea

courbaril

Jatobá

Arbóreo

Cerrado

Mata de galeria

Fabaceae

Mimosa

caesalpiniifolia

Sansão-do-campo

Arbóreo

Exótica

Área antropizada

Malvaceae

Pseudobombax

grandiflorum

Embiruçu-da-mata

Arbóreo

Cerrado

Mata de galeria/cerradão

Malvaceae

Pseudobombax

tomentosum

Embiruçu-peludo

Arbóreo

Cerrado

Mata de galeria/cerradão

Malvaceae

Eryotheca

pubensis

Paineira-do-cerrado

Arbóreo

Cerrado

Mata de galeria/cerradão

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Melastomataceae

Clidemia

hirta

NID

Arbusto

Cerrado

Mata de galeria

Melastomataceae

Clidemia

octona

NID

Arvoreta

Cerrado

Mata de galeria

Melastomataceae

Miconia

elegans

NID

Arbóreo

Cerrado

Mata de galeria

Musaceae

Musa

paradisíaca

Banana

Herbáceo

Exótica

Área antropizada

Myrtaceae

Plinia

cauliflora

Jaboticaba

Arbóreo

Exótica

Área antropizada

Myrtaceae

Psidium

guajava

Goiabeira

Arbóreo

Exótica

Área antropizada

Phyllanthaceae

Phyllanthus

amarus

Quebra-pedra

Sub-arbusto

NID

Área antropizada

Piperaceae

Piper

aduncum

Pimenta-longa

Arbóreo

Cerrado

Mata de galeria

Piperaceae

Piper

tuberculatum

Pimenta-longa

Arbusto

Cerrado

Mata de galeria

Piperaceae

Piper

umbellatum

Caapeba

Arbusto

Cerrado

Mata de galeria

Poaceae

Bambusa

vulgaris

Bambú-brasil

Arbusto

Exótica

Área antropizada

Poaceae

Brachiaria

decumbens

Braquiária

Herbáceo

Exótica

Área antropizada

Poaceae

Panucum

maximum

Capim-Colonião

Herbáceo

Exótica

Área antropizada

Poaceae

Pennicetum

purpureum

Capim-elefante

Herbáceo

Exótica

Área antropizada

Poaceae

Cenchrus

echinatus

Bosta-de-baiano

Sub-arbusto

NID

Área antropizada

Rutaceae

Citrus

reticulata

Mixirica

Arbóreo

Exótica

Área antropizada

Solanaceae

Solanum

lycocarpum

Fruta-de-lobo

Arbusto

Exótica

Área antropizada

Solanaceae

Solanum

palinacanthum

Jurubeba

Arbusto

Exótica

Área antropizada

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Figura 15: Samambaia (Thelypteris dentata) Figura 16: Cana-do-brejo (Costus spiralis)

Figura 17: Xixi-de-macaco (Ruellia jussieuoides) Figura 18: Bananeira (Musa paradisíaca)

Figura 19: Mandiocão (Schefflera macrocarpa) Figura 20:

Figura 21: Bambu-brasil (Bambusa vulgaris) Figura 22: Angico (Adenanthera sp.)

Thelypteridaceae

Thelypteris

dentata

Samambaia-do-mato

Sub-arbusto

NID Mata de galeria

Urticaceae

Cecropia

hololeuca

Embaúba branca

Arbóreo

Exótica

Área antropizada

Urticaceae

Cecropia

pachystachya

Embaúba branca

Arbóreo

Cerrado

Mata de galeria

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Figura 23: Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta) Figura 24: Pimenta-longa (Piper tuberculatum)

Figura 25: Picão-amarelo (Cosmos sulphureus) Figura 26: Braquiária (Brachiaria decumbens)

Figura 27: Pimenta-longa (Piper aduncum) Figura 28: Caruru-gigante (Amaranthus hybridus)

Figura 29: Oiti (Licania tomentosa) Figura 30: Abóbora (Curcubita pepo)

Figura 31: Azedinho (Aphelandra longiflora) Figura 32: Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus)

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Figura 33: Pimenta-de-macaco (Xylopia aromática) Figura 34: Mamona (Ricinus communis)

4. MEIO SOCIOECONOMICO

Pires do Rio é um município brasileiro do estado de Goiás. Sua população em 2016 era de

30 930 habitantes, conforme estimativa do IBGE para 1º de julho de 2016.

A população residente, aferida no Censo do IBGE em 2014 era de 34 112 habitantes, sendo

predominante a população urbana, com 31 951 habitantes.

O município está inscrito na região do maciço goiano, caracterizado pelo domínio das

chapadas e serras. Sua topografia da área de 600m a 800m de altitude, aproximadamente. E,

ainda, o município de Pires do Rio ocupa uma área de 1.076 km

4.1. Historia

Pires do Rio tem suas peculiaridades até quanto à sua fundação. Existe uma polêmica quanto

à pessoa do fundador do município. Alguns pensam que é o engenheiro Balduíno Ernesto de

Almeida, outros, o coronel Lino Teixeira de Sampaio.

O motivo da discórdia é um obelisco situado, hoje, na Praça do Mercado Municipal que diz que

o eng. Balduíno fundou o município em 9 de novembro de 1922.

Quem o apoia diz que ele idealizou a instalação de uma Estação Ferroviária do outro lado do

Rio Corumbá, pois a construção da Ponte Epitácio Pessoa deu possibilidade para que a

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ferrovia continuasse seu trajeto. No dia da fundação, a já citada ponte e a Estação Ferroviária

de Pires do Rio foram inauguradas. No mesmo dia, o eng. Balduíno falou em seu discurso que:

"Está fundada, pois a cidade de Pires do Rio".

O nome, primeiro da estação e depois do arraial, é uma homenagem ao então ministro da

Aviação, José Pires do Rio. Ele esteve em Goiás no dia 25 de agosto de 1921 para inspecionar

as obras de construção da Ponte Epitácio Pessoa.

Ainda segundo a corrente da cidade que defende o eng. Balduíno, o povoado que começou a

surgir em torno da estação foi projetado por Álvaro Sérgio Pacca, desenhista chefe da Estrada

de Ferro Goiás, a quem o eng. Balduíno teria dito que ele veria o que seria a cidade dali 20

anos.

A outra linha que existe em Pires do Rio defende que o cel. Lino é o verdadeiro fundador do

município. Os mesmos afirmam que a estação ferroviária está localizada onde eram as terras

de propriedade do coronel. Ele era de uma tradicional família de Santa Cruz, fazendeiro e

político. Na região, era reconhecido como um homem simpático e de vasto currículo de

amizades. Além disso, era extremamente bem informado, já que era assinante do jornal O

Estado de S. Paulo.

Os que o apoiam como fundador, dizem que o cel. Lino teve a perspicácia de enxergar o quão

importante a presença dos trilhos em sua propriedade. A doação do terreno foi feita sob a

condição de que ele fosse dividido em pequenos lotes para a edificação de uma pequena

cidade. O dinheiro do arrendamento dos lotes deveria ser utilizado para que a infra-estrutura da

cidade fosse incrementada e que se construíssem um grupo escolar. Esse fato é único na

história de Goiás e quiçá do Brasil.

Quem acredita que o cel. Lino é o fundador afirma que o eng. Balduíno mandou que seus

funcionários erguessem, sem nenhuma ata ou ato oficial, o obelisco. Além disso, dizem que a

planta feita pela Estrada de Ferro não foi executada. O cel. Lino haveria solicitado ao topógrafo

da Estrada de Ferro, Moacir de Camargo, outra planta que melhor se adaptasse à topografia

local. Pires do Rio ficaria sendo então a primeira cidade do Centro-Oeste a nascer com

planejamento prévio, antes de Goiânia ou Brasília.

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4.2 . Cultura

Pires do Rio possui uma cultura bem diversificada com a presença de vários órgãos que

tentam resgatar a cultura local.

Também há a presença de lugares públicos que ajudam a firmar a identidade do município

como: museu ferroviário, casa da cultura, biblioteca municipal Cyllenêo de Araujo (Leo Lynce).

Faz-se necessário destacar que no Brasil existem somente 5 museus ferroviários, sendo que

um deles encontra-se em Pires do Rio.

A Dança em Pires do Rio também está contagiando os jovens. Mais conhecido como Free

Step, jovens de Pires do Rio Praticam essa Dança, entre outras, Danças.

Poesia e Literatura: Escritores de Pires do Rio que foram ou são membros da

Academia Goiana de Letras - AGL: Aristoteles de Lacerda Junior, Jacy Siqueira, Edir

Meirelles, José Ubirajara Galli e Iúri Rincon Godinho. O primeiro concurso de poesia

falada de Pires do Rio foi realizado no ano de 1984 e recebeu o nome de Primeiro

Concurso de Poesia Falada Leo Lynce. O primeiro ganhador foi Paulo Borges Porto

com o poema Um Copo Vazio. O corpo de jurados foi composto pelos escritores

membros da AGL Jacy Siqueira e Ubirajara Galli.

Música: A cidade conta com diversos músicos de diferentes estilos, que vão da música

folclória, modas de viola e Mpb, até as bandas de Pop Rock e grupos de Rap. O

quiosque Country Grill tem sido o mais conhecido "point" musical da cidade, abrindo

espaço para artistas de diversas cidades e estados, estendendo sua fama para toda

região e atraindo um público diversificado e bonito em shows todas as sextas e

sábados, de pequeno, médio e grande porte, dividindo este último com empresas como

R4 Eventos e outras. No passado importantes festivais de música foram realizados no

antigo Cine Eleusis que hoje se encontra desativado.

Festas: Com certeza um dos traços mais marcantes da cultura piresina são as festas

populares que acontecem todos os anos e o ano inteiro.

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Folia de Reis: Foi introduzida em Pires do Rio há oitenta anos, pelos irmãos Oscar e

José Baiano. Os peregrinos iniciam sua caminhada no dia 25 de Dezembro,

percorrendo todo perímetro urbano. No dia 6 de Janeiro, Dia de Reis, entregam a

bandeira.

Carnaval: As festas de carnaval de rua acontecem tradicionalmente na Praça

Gaudêncio Rincon Segóvia.

Festa Junina: No mês de junho, mastros são ornados por todo o município. A festa

mais importante ocorre no dia 13 de Junho, dia de Santo Antônio de Pádua, padroeiro

da cidade, também conhecida como festa do Colégio Sagrado Coração de Jesus

(Sagradão) por ser realizada no pátio desta escola que é administrada pelos padres

franciscanos.

Festa de São Sebastião do Maratá: A festa que, segundo o calendário eclesiástico,

deveria ocorrer em 20 de Janeiro, em Pires do Rio acontece na Lua Cheia de Julho.

Uma explicação para isso é que o período chuvoso impedia sua realização no início do

ano.

Festa de Nossa Senhora D'Abadia: Acontece em Agosto, no Morro do Cruzeiro.

Festa de Nossa Senhora do Rosário: Trata-se do maior evento Cultural do município.

Ocorrido em Outubro, grupos de Moçambiqueiros, Vilãos, Catupés, Congados e

Penachos juntam-se ao terno de Pires do Rio para celebrar o final do ciclo do Rosário,

quando os referidos prestam reverencia a um reinado negro que conduz a coroa e dá

poder a um organizador para os festejos do ano seguinte.

Festa de São Francisco de Assis: Esta festa ocorre em meio a Avenida Boiadeiro,

em frente a Igreja de São Francisco de Assis no mês de setembro.

Surgiu do idealismo do piresiano historiador, escritor, poeta e professor, Jacy Siqueira,

em 8 de agosto de 1988, que contou com o empenho de Adolvado Fernandes

Sampaio, que, na época era o diretor de Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria

de Cultura do Estado. Em 1988, a Rede Ferroviária Federal S/A, resolveu demolir o

prédio da antiga oficina mecânica das locomotivas à vapor, que já estava desativado.

Foi quando, o professor Jacy Siqueira a teve.

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4.3. Patrimônio Cultural

O Museu Ferroviário de Pires do Rio é parte relevante da história goiana porque retrata boa

parte da história da formação de cidades da chamada “região da estrada de ferro”.

A ideia de implantar no edifício antigo um museu que buscasse o resgate da história da cidade.

Esse prédio, onde funcionava a oficina, pertencia à Rede Ferroviária Federal (RFFESA).

Como a cidade já possuía um locomotiva a vapor, a “Mafra 2”, de 1939, que tanto colaborou na

construção da estrada de ferro que chega até Brasília, não foi difícil dar início ao acervo do

museu. A composição acervo do museu foi lenta e precisou de tempo para análises, pesquisas

e pareceres históricos e técnicos. A professora Ercy Rocha Saud, já envolvida na área cultural

de Pires do Rio, foi indicada para a direção, onde está desde a fundação. O museu foi criado

no dia 18 de janeiro de 1989, mas sua constituição jurídica data de 8 de agosto de 1989.

A escolha do nome é uma homenagem a todos os ferroviários que contribuíram para o

surgimento de tantas cidades às margens das linhas de ferro. Uma história que está no

imaginário de boa parte da comunidade e que se materializa no próprio acervo: locomotivas a

vapor e centenas de objetos da ferrovia dos séculos XIX e XX. Antes de se tornar museu, o

local era utilizado como oficina de manutenção. A construção dessa oficina é de 1940.

O Museu Ferroviário foi tombado pela Prefeitura de Pires do Rio em 14 de novembro de 1985,

e pelo Estado, a partir do Decreto nº 4943, de 9 de agosto de 1998.

O Museu Ferroviário foi aberto ao público no dia 8 de agosto de 1989. Hoje, o acervo é

composto também por dezenas de objetos que pertenceram aos ferroviários, e que por si,

contam a história da chegada dos trilhos em Goiás. Fala dos primeiros ferroviários a se fixaram

nas terras do Coronel Lino Teixeira Sampaio, local onde hoje está a cidade de Pires do Rio.

Importância Sociocultural: Assim como a Estação Ferroviária a ponte metálica

Epitácio Pessoa, o Museu Ferroviário de Pires do Rio são elementos fundamentais na

história dessa região de Goiás.

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4.5. Economia

Na agricultura e pecuária destacam-se os produtos agrícolas: soja, milho arroz, feijão e outros.

Contudo sendo atualmente a principal fonte dos recursos da cidade a agricultura familiar.

A produção de aves beneficia Pires do Rio e toda a região gerando emprego e renda. A

Atividade é importante para o município, que gera 3.000 empregos diretos e mais 2.000

indiretos.

Pires do Rio tem na industrialização uma das suas maiores fontes de arrecadação para o

município, destacando-se, dentre outras indústrias, um cortume, um frigorífico, esmagamento

de soja (700 ton/dia) que gera em torno de 200 empregos diretos e uma empresa de

abatimento de aves, que gera em torno de 5.000 empregos diretos e indiretos.

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5. MAPAS

5.1. Mapa de Munícipios do entorno de Pires do Rio

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5.2. Mapa de vegetação, agricultura e hídrico.

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5.3. Mapa com pontos de estudo da área.

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5.4. Mapa da área delimitada para criação da estação Ecológica.

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5.5. Mapa da área delimitada para criação da estação Ecológica com

coordenadas.

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6. JUSTIFICATIVA E DEFINIÇÃO DA CATEGORIA

Figura 35: Registro da área de estudo.

Área de estudo localiza-se no município de Pires do rio. Possui uma área total de 3,26 há e

situasse na zona urbana da cidade. A pesar de ser uma área pequena,3,26 há, é habitat de

uma grande numero de espécimes de fauna e flora formando seu próprio nicho. A partir das

analises dos resultados ficou demonstrado ser uma área que possui uma grande riqueza de

espécies de flora e fauna residual do cerrado. Nesta área esta situada a nascente do córrego

vertente formando assim uma vereda em um fragmento de cerrado.

No levantamento de Fauna foram estudos 3 grupos de fauna e levantadas cerca de 20

espécies de aves, ornitofauna, contendo 12 ordens e 16 famílias. Em Herpetofauna foram

identificados duas ordens contendo 7 famílias e 12 espécies. Em mastofauna foram registrados

7 espécies, 6 ordens e 7 famílias. Visto a metodologia seguida e o tempo de atividade é bem

visível que a quantidade de organismos que compõe a fauna do cerrado e se encontra naquele

fragmento do bioma é bem considerável.

Foi registrado também o tamanduá – bandeira, através de registro em entrevista, onde esta

espécie se encontrava como vulnerável nas listas de conservação de fauna do Brasil, tanto

nacionais, como, internacionais.

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Em botânica foram registradas 48 espécies da flora local, onde foram encontradas 24 famílias

contendo 39 gêneros diferentes. Destas 48 espécies 21 são endêmicas do cerrado, 18 exóticas

e 9 especies que não foram identificadas pelos biomas de origem.

Visto os resultados da riqueza de fauna e flora remanescente neste fragmento e a

importância de preservação de um fragmento do cerrado remanescente na cidade de Pires

do Rio foi realizado este estudo técnico em conforme as diretrizes especificadas

na Resolução CEMAm nº 071/2007 tendo em vista a criação desta “Estação Ecologica”.

As Estações Ecológicas (ESEC) são áreas administradas pelo Poder Público, onde existem

condições primitivas naturais de flora e fauna, com ausência de estradas para tráfego de

veículos e onde é proibida toda exploração comercial e visitação pública. Seus objetivos

básicos são a preservação dos ecossistemas e biodiversidade e a realização de pesquisa

científica. É de posse e domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus

limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.

Com a criação desta UC, essa área proporcionará uma série de benefícios, à sociedade, como:

Benefícios Biológicos e Ambientais:

- Guardar ecossistemas naturais e modificados que são essenciais na manutenção dos

sistemas Sustentadores de vida;

- Conservar espécies da flora e fauna silvestres representativos de um ou mais ecossistemas,

mantendo a diversidade genética das espécies presentes na área;

- Conservação das características biofísicas importantes para a regulação dos ciclos

Hidrológicos e climáticos local e/ou regional.

Benefícios Econômicos:

- Proteção de solos em zonas sujeitas à erosão;

- Regulação e purificação do caldal de água e controle da sedimentação das barragens

hidroelétricas;

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- Oferta de empregos diretos e indiretos às comunidades do entorno e elevação dos ingressos

em razão de ecoturismo nas áreas silvestres;

- Possibilidade de haver aproveitamento direto sustentável dos recursos naturais por meio da

coleta de produtos alternativos da floresta;

- Provimento de barreiras naturais contra enfermidades em cultivos agrícolas e animais de

criação.

Beneficios Culturais:

- Oportunidades para a educação e pesquisa científica;

- Manutenção de sítios relevantes à inspiração espiritual, o entretenimento e a recreação;

- Proteção e conservação de locais de importância cultural, lugares históricos, monumentos

antropológicos, e sítios onde há uma relação harmoniosa entre o homem e a natureza.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A fragmentação de habitat constitui atualmente a principal causa de perda de biodiversidade no

planeta. Entre as principais causas antrópicas da fragmentação está à extração de madeira,

queimadas, expansão das atividades agropecuárias, substituição de florestas nativas por

espécies exóticas, crescimento urbano desordenado, entre outras. O resultado disso são as

extinções, que atualmente ocorrem centenas de vezes mais rápidas do que as registradas na

história.

Para conter o avanço dessas atividades e seus resultados desastrosos uma das principais

estratégias tem sido a criação de áreas naturais protegidas. A conservação in situ é a

estratégia mais eficaz e segura para a manutenção da biodiversidade, e as unidades de

conservação são o pilar central desse processo. Além disso, essas áreas proporcionam uma

série de benefícios, à sociedade.

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8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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